CAMINHADA DE QUARESMA 2015 | DIOCESE DE AVEIRO
Jesus é o Filho de Deus: escuta-O!
Neste tempo forte da Quaresma a Diocese de Aveiro propõe a todos uma
caminhada que faça deste tempo um verdadeiro tempo do encontro com
Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Somos desafiados a aprofundar a escuta e a oração, assumindo um dos
grandes obje�vos que o nosso Bispo, D. António Moiteiro, traçou assim que
chegou à Diocese: “enquanto comunidade cristã devemos criar espaços de
fraternidade onde se realizem as palavras de Jesus: «Onde dois ou três
es�verem reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18, 20).”
(Homilia da entrada solene na Diocese de Aveiro, 14 de Setembro 2014).
“Na Quaresma a liturgia despe-se dos seus aleluias e glórias, convidando-nos
a um estreitamento de vida, a um despojamento do supérfluo, a um tempo
de germinação escondida e profunda, iluminada sempre por uma esperança
e uma espera. Ela convida-nos a entrar em nós mesmos para nos mergulhar
nas fontes da vida, em Cristo.” (monge cartuxo, in www.snpcultura.org)
A proposta para este tempo quaresmal centra-se:
Num lema – Jesus é o Filho de Deus: escuta-O!
Num símbolo comunitário – a árvore
Numa proposta de Lec�o Divina
Num caderno ou folhas de oração individual
para crianças, adolescentes e jovens
Num dia de re�ro, por arciprestado
INTRODUÇÃO GERAL
LEMA
OBJETIVOS
MATERIAIS
Jesus é o Filho de Deus: escuta-O! Este é o lema congregador definido para
esta Quaresma. Queremos con�nuar o caminho iniciado no tempo de
Advento. Se aí fomos desafiados a “…Ousar a Alegria de Deus Connosco:
Jesus Cristo!”, agora queremos ir mais longe neste mistério da Encarnação e
escutar Jesus como verdadeiro Filho de Deus! É o desafio a passar do
Mistério da Encarnação à Ressurreição!
Traçamos como obje�vos gerais:
- Dinamizar as comunidades cristãs para que vivam em profundidade o
tempo litúrgico da Quaresma;
- Promover a (re)descoberta da dimensão orante na vida de cada cristão;
- Valorizar a Palavra de Deus, a par�r da liturgia dominical, como fonte de
encontro com Jesus Cristo;
- Viver em comunhão, como Igreja Diocesana, esta caminhada Quaresmal;
- uma árvore com ramos secos (ou uma representação, por exemplo cartaz);
- uma “folha de árvore” grande por semana, com o desafio semanal;
- uma proposta semanal de Lec�o Divina, com base no Evangelho dominical;
- uma folha semanal de oração e compromisso para crianças e adolescentes
até ao 9º ano.
- um caderno de oração e compromisso individual, para jovens a par�r do 10º
ano.
DIMENSÃO COMUNITÁRIA
Na 4ª feira de cinzas deve ser colocada, em cada Igreja, uma ÁRVORE COM
RAMOS SECOS, que é o símbolo comunitário desta quaresma.
Em cada eucaris�a dominical deve ser colocada na árvore uma “folha de
árvore” grande, com o desafio semanal:
1ª Semana - Converte-te e acredita no Evangelho! – CONVERTE-TE
2ª Semana - Encontra-te com Jesus! – ENCONTRA-TE
3ª Semana - Experimenta Vida Nova em Jesus! – EXPERIMENTA
4ª Semana - Pra�ca a verdade e caminha na Luz! – PRATICA
5ª Semana - Queres servir? Segue-Me! – SEGUE-ME
Dom. Ramos - Faz da Páscoa de Jesus a tua Páscoa! – VIVE
Dom. Páscoa - Vê e acredita: Ele é verdadeiramente o Filho de Deus! –
ACREDITA
Propomos um dia de re�ro (7 de março), organizado, preferencialmente, a
nível arciprestal. Poderá ser organizado contemplando tempo para:
- Aprofundamento do desafio semanal Encontra-te com Jesus!
- Adoração ao San�ssimo Sacramento
- Celebração Penitencial/confissões
DIMENSÃO DE GRUPO/FAMILIAR
Apresentamos uma sugestão semanal de Lec�o Divina, com base no
Evangelho Dominical. A proposta está organizada com leitura, meditação,
oração, contemplação e ação, dirigida em especial a famílias, grupos bíblicos
e de catequese de adultos.
DIMENSÃO INDIVIDUAL
As crianças e adolescentes, até ao 9º ano, receberão, na sessão de catequese,
uma folha semanal de oração e compromisso. Os catequ izandos são
convidados a levá-la para a Eucaris�a da semana seguinte, como fruto da sua
oração, para colocar na árvore comunitária.
Os jovens recebem, no início da Quaresma, um caderno de oração e
compromisso, onde são desafiados a um caminho de oração pessoal. Este
caderno será pessoal, mas deve ser valorizado no grupo, no re�ro quaresmal,
na celebração diocesana do Dia Mundial da Juventude e na Semana Santa.
LECTIO DIVINA
TEXTO DOS EVANGELHOS DOS DOMINGOS DA QUARESMA E DIA DE PÁSCOA
Entre outros modos de meditar e rezar a Sagrada Escritura, no âmbito dos mosteiros surge uma leitura centrada na Lec�o biblica que, com acentuações diversas, con�nua a viver ainda hoje na vida da Igreja, com o nome de LECTIO
DIVINA. Pode dizer-se que o obje�vo da Lec�o Divina é o mesmo da Bíblia:
«comunicar a sabedoria que leva à salvação» (2Tm 3,15); «ensinar, convencer, corrigir e formar na jus�ça, para que o homem de Deus seja completo e bem preparado para toda a boa obra» (2Tm 3,16-17).
A Lec�o Divina supõe alguns princípios, sempre presentes na leitura cristã da Sagrada Escritura: - A unidade dos livros de Deus: a Bíblia cons�tui uma única unidade; cada livro, cada frase tem o seu lugar e a sua função na revelação do projeto de Deus; - Atualidade e encarnação da Palavra: lendo a Bíblia, não podemos esquecer a vida, pelo contrário, devemos assumi-la dentro de nós; - A fé em Jesus Cristo, vivo na comunidade: lemos a Bíblia a par�r da nossa fé em Jesus Cristo no meio de nós. Trata-se, fundamentalmente, duma leitura crente e orante da Bíblia que encontra as suas raízes no Novo Testamento. Lucas apresenta-nos Jesus a convidar os discípulos de Emaús a reler o Antigo Testamento a partir do acontecimento da Páscoa (Lc 24,13-35). E podemos dizer que os Evangelhos seguem, em grande parte, esta dinâmica. Vamos relembrar, de modo sucinto, o que este método de leitura bíblica tem de essencial, seguindo os seus passos:
1. LECTIO (leitura): Apropriar, situar, respeitar o texto Trata-se duma «leitura» em sentido etimológico, isto é, duma «recolha» (de lego), muito mais rica do que um simples «ler», porque se trata dum «ler» com a finalidade de recolher o sentido profundo da Palavra: mensagem, sugestões, inspirações. Esta etapa não é fácil, como poderia parecer à primeira vista. Apresenta três diferentes níveis:
a) Nível literário: fixar o texto e responder a questões muito simples, como estas: Quem? Onde? Como? Por quê? Que ligação entre texto e contexto? b) Nível histórico: Procurar o contexto histórico em que o texto foi escrito e analisá-lo sob quatro aspetos: económico, social, político, ideológico. Descobrir os problemas aos quais o texto pretende dar resposta e que, de algum modo, aparecem no fundo ou à superfície do texto. c) Nível teológico: descobrir a mensagem para o homem, nesta situação histórica concreta: como é que o texto a manifesta, modo como as pessoas desse tempo representavam a Deus, como é que Ele Se lhes revelava, como é que o povo vivia esta mensagem.
2. MEDITATIO (meditação): Ruminar, dialogar, atualizar Se a Lectio respondia à pergunta: «Que diz o texto?», a Meditatio pretende responder à pergunta: «Que diz o texto, para mim (para nós)?». Como se faz, concretamente, a Meditatio? É necessário utilizar a razão e o sentido comum para encontrar a verdade escondida no texto. Para isso, é necessário dialogar com o texto, pondo-lhe certas questões, que o levam a entrar no nível da nossa vida: - Que semelhanças e diferenças existem entre as circunstâncias do texto e as de hoje? - Que diz o texto à situação de hoje? - Que mudança de comportamento me inspira no hoje da minha vida pessoal e comunitária? Outro modo poderá ser o de ruminar o texto, como fez Maria para os acontecimentos que ocorriam à sua volta, até encontrar o que ele me quer dizer (Lc 2,19.51). Podemos tentar resumir o texto numa só frase do mesmo, que sirva para repetir, guardar para todo o dia, de modo a servir não só de lema, mas que chegue a fazer parte da vida desse dia.
3. ORATIO (oração): Suplicar, louvar, orar Na Lectio, a pergunta era: Que diz o texto? Na Meditatio, perguntávamos: Que me diz o texto? Agora, a pergunta fundamental é: Que me faz o texto dizer a Deus? Até agora, era o Senhor a falar connosco, a apresentar-nos a Sua proposta; agora, é o momento da nossa resposta à proposta de Deus. Esta é a característica fundamental da oração cristã. E esta minha resposta exprime-se em sentimentos de louvor, súplica, ação de graças, pedido de perdão.A a�tude fundamental da Oração deverá ser, mais uma vez, a de Maria: Faça-se em Mim segundo a Tua Palavra (Lc 1,38). Só um coração purificado pela
Meditação da Palavra é capaz de acolhê-la e deixar que ela se torne carne nele – o que aconteceu n'Ela de maneira excelsa e total. Só os que a sentem encarnada na vida são capazes de a rezar, cantando, como fez Maria, no Magnificat (Lc 1,46-55). A Oração tem sempre duas direções: a ver�cal e a horizontal. É libertadora do orante – em direção a Deus; e é libertadora dos irmãos – em direção aos oprimidos de hoje.
4. CONTEMPLATIO (contemplação): Discernir, agir, saborear Quando se passa da Oratio à Contemplatio? Alguém disse que a Contemplatio é o que fica nos olhos e no coração, quando acabou a Oratio. É como o fruto da árvore. A Contemplatio é, fundamentalmente, a concentração da minha atenção, não em sentimentos ou em orações, mas na Pessoa de Jesus e na Sua relação com o nosso mundo. Esta, sendo o ponto de chegada de todas as etapas da Lectio Divina, exige um novo começo de todo o processo, isto é, torna-se o ponto de partida para nova Lectio, Meditatio, Oratio. O processo recomeça, sem nunca acabar. Porque há sempre lugar para uma leitura, meditação e oração mais profundas. É aqui que se situa a Contemplatio: um saborear, degustar, um novo modo de ver a vida e o mundo, que são vistos a partir de cima, a partir dos critérios de Deus. Este novo olhar de Deus no orante é a Contemplatio.
5. ACTIO (acção): converter a mente, o coração e a vida Durante a Contempla�o assumimos como dom de Deus o seu próprio olhar, ao julgar a realidade, e interrogamo-nos: qual é a conversão da mente, do coração e da vida que o Senhor nos pede? A lec�o divina não está concluída, na sua dinâmica, enquanto não chegar à ACTIO (ação), que impele a existência do fiel a doar-se aos outros na caridade. Que devo (devemos) fazer? Que vou (vamos) fazer?
EN
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PRATICA
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ACREDITA
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Jesus é o Filho de Deus: escuta-O!
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