Servio Pblico Federal
Ministrio da Educao
Fundao Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Pibid UFMS
Pr-Reitoria de Ensino de Graduao
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Caderno de Trabalhos Pibid UFMS 2015
U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d e
M a t o G r o s s o d o S u l
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Paulo Ricardo Da Silva Rosa (Org.)
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Sumrio
A Literatura Infantil contribuindo na formao de leitores: PIBID em ao .................. 2
A relevncia da interao da instituio escolar a ludicidade e a arte: contribuies que medeiam o desenvolvimento do educando ...................................................................... 5
O hip hop e a favela: reflexes sobre a histria e cultura afro-brasileira e africana na sala de aula ....................................................................................................................... 8
A aplicao do ldico no processo de alfabetizao e letramento: desafios e possibilidades no 4 ano do ensino fundamental. .......................................................... 11
A contao de histria como elemento pedaggico do processo de alfabetizao e letramento ...................................................................................................................... 15
A dana atravs do movimento Hip-Hop como instrumento de aprendizagem no PIBID ........................................................................................................................................ 18
A experincia da questo patrimonial no PIBID de Histria: os casos dos municpios de Aquidauana e Anastcio (MS) ........................................................................................ 21
A formao continuada e os desafios do ensino de Geografia. ..................................... 24
A geografia escolar e a cidade: a aula de campo como ferramenta de aprendizagem. 27
A gesto dos resduos slidos como ferramenta para ensinar e aprender cincias para alunos das sries finais do Ensino Fundamental. ........................................................... 30
A hegemonia do esporte nas aulas de Educao Fsica: diagnstico da realidade no PIBID Educao Fsica - CPAN ......................................................................................... 36
A importncia da insero das lutas nas aulas de Educao Fsica ............................... 39
A importncia do brincar no desenvolvimento da criana: a experincia do grupo PIBID em uma turma de educao infantil .............................................................................. 42
A importncia do pibid na formao docente em geografia ......................................... 45
A influncia da Sequncia Pedaggica gua e suas Propriedades na aprendizagem do Ensino Fundamental. ...................................................................................................... 48
A pardia como um caminho para discusses sociais nas letras de rap ........................ 50
A reflexo sobre a prtica da sequncia didtica na formao do pibidiano ................ 53
A sequncia didtica e sua contribuio para o ensino dos gneros textuais ............... 58
A sequncia didtica: metodologia de trabalho docente ............................................... 61
A teoria das inteligncias mltiplas nas aulas de Espanhol como lngua adicional ....... 64
A utilizao de jogos aplicados no ensino de geografia - um estudo de caso em classe de acelerao na Escola Estadual Padre Joo Tomes - Trs Lagoas MS ........................ 68
A utilizao do jogo domin de fraes nas aulas de matemtica ................................ 73
Afetividade e a Funo Pedaggica: Relato de Experincia ........................................... 76
Alfabetizao e Letramento a partir da perspectiva das experincias de interveno do Pibid ................................................................................................................................ 82
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Alfabetizao e letramento com alunos no alfabetizados do 3 ano do Ensino Fundamental ................................................................................................................... 85
Alfabetizao: O PIBID e suas contribuies para a formao docente nos anos iniciais do ensino fundamental ................................................................................................... 89
Alfabetizando e letrando de maneira diferenciada: relato de experincias formativas 92
Aplicao e relato de experincia de modelo tridimensional de clula animal e vegetal como material didtico ................................................................................................... 95
Aprendendo e vivenciando o exerccio da docncia: relato de experincias do PIBID de Pedagogia em Bela Vista/MS ......................................................................................... 97
Aproximando conceitos e realidade nas aulas de Sociologia: indstria cultural e o cotidiano dos alunos do ensino mdio ......................................................................... 101
As novas tecnologias na sala de aula: possibilidades e limitaes na construo do conhecimento matemtico no ensino fundamental II.................................................. 105
Avaliao diagnstica do gnero textual dissertao argumentativa aplicado ao PIBID ...................................................................................................................................... 109
Balanceamento de equaes qumicas com a utilizao de um material didtico de baixo custo .................................................................................................................... 112
Biblioteca escolar: a restaurao de um espao de leitura nagata de Carvalho Ferreira escola. ........................................................................................................................... 115
Biblioteca escolar: um ambiente multidisciplinar ........................................................ 119
Biblioteca escolar: a formao de leitores a partir da transformao do espao ....... 123
Calculando a rea das figuras geomtricas a partir da rea do retngulo ................. 126
Colocando em pauta as disciplinas pedaggicas do curso de Licenciatura em Matemtica: Uma introduo a Relao de Euler ....................................................... 129
Compartilhando saberes acerca da matemtica por meio da colaborao: uma experincia de extenso do Pibid/Pedagogia com professores dos anos iniciais ........ 132
Construindo as camadas do saber - Kit Didtico e Litosfera no 6 ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Padre Joo Tomes - Trs Lagoas/MS ...................... 135
Consumo e energia. ...................................................................................................... 140
A pardia como um caminho para discusses sociais nas letras de rap ...................... 143
Contribuies do Pibid na formao de professores de Espanhol na modalidade a distncia........................................................................................................................ 146
Da cidade cidadania: o documentrio como meio para discutir e construir a participao juvenil na cidade ...................................................................................... 151
De cara com a matemtica: relato de experincia ...................................................... 156
Desenvolvendo a cooperao por meio de jogos e brincadeiras ................................. 158
Desenvolvimento de conhecimento e interao dos alunos do ensino fundamental por meio de mural interativo multimdia ............................................................................ 161
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Discriminao a grupos sociais e tnicos: Patrimnio e multiculturalismo no sul de Mato Grosso durante o Brasil Repblica. ..................................................................... 164
Discutindo a formao docente: as reunies formativas do Pibid/Pedagogia ............ 167
Educao cidad no consumo da energia eltrica. ...................................................... 170
Ensinando razo e proporo numa aula de raciocnio lgico ..................................... 173
Ensinar Matemtica para alunos surdos: desafio ou motivao. ................................ 175
Entre contos e hipercontos: o enfrentamento do bullying na escola ........................... 178
Escrita, cultura, denncia social e o blog Pibid Cpaq: o jornal on-line auxiliando na formao do professor produtor de texto. ................................................................... 182
Experincia da aplicao de jogo didtico sobre tipagem sangunea e herana gentica relacionada ao sangue no 3 ano do Ensino Mdio ..................................................... 185
Filmes e charges: linguagem alternativa no ensino de geografia. Um estudo de caso no 7 ano da Escola Padre Joo Tomes/ Trs Lagoas-MS. ................................................ 190
Formao e preparao a docncia entre alunos: relato de experincia .................... 193
Gneros do narrar: ponte para uma sequncia didtica nas aulas de produo interativa ...................................................................................................................... 196
Histria da viso: reflexes sobre a execuo de uma aula expositiva dialogada ...... 200
Histria e Cinema: a construo histrica das desigualdades no Brasil a partir de Vista Minha Pele (2003). ....................................................................................................... 203
Horta escolar como instrumento educacional .............................................................. 206
Impacto do PIBID na formao docente: relato de experincia ................................... 209
Inclinao de reta e sua tangente ................................................................................ 212
Influncias polticas e religiosas da Igreja Catlica Apostlica Romana na Idade Mdia ...................................................................................................................................... 214
Intertextualidade e interdisciplinaridade no gnero dissertativo argumentativo ....... 217
Introduo linguagem flmica na sequncia didtica: um paralelo entre letras e lentes cinematogrficas .......................................................................................................... 222
Jogo ponto a ponto: uma atividade investigativa em sala de aula. ............................. 225
Jogos como recurso didtico nas aulas de Sociologia .................................................. 228
Jornal impresso: leitura e produo textual no Pibid Letras-UFMS ............................. 231
Lendas do folclore: trabalhando a (re)escrita na escola .............................................. 233
Letramento e alfabetizao: relato de experincias docentes no Pibid do Curso de Pedagogia de Camapu ................................................................................................ 237
Lngua portuguesa, matemtica e folclore: a interdisciplinaridade atravs do origami ...................................................................................................................................... 241
Maracatu como movimento em Pernambuco/RE: entre resistncia e poder. ............. 242
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Materiais pedaggicos: a relevncia da ludicidade na alfabetizao, buscando enfatizar distrbios de aprendizagem enfrentados na infncia como a dislexia, a disgrafia e a discalculia ..................................................................................................................... 245
Modelagem: obsolescncia programada ..................................................................... 248
O hip hop e a favela: Reflexes sobre a histria e cultura afro-brasileira e africana na sala de aula ................................................................................................................... 250
O brincar como forma de desenvolvimento da criana uma experincia do grupo pibid de pedagogia na educao infantil .............................................................................. 253
O brincar na educao infantil: um relato de experincia do pibid de pedagogia/ufms/Campus Trs Lagoas MS ................................................................ 256
O conceito de cultura com alunos do ensino mdio: reflexes sobre o Japo ............. 259
O ensino de Geografia: o uso de kit didtico para o ensino de hidrosfera no 6 ano do ensino fundamental da Escola Padre Joo Tomes Trs Lagoas/MS .......................... 263
O ldico como mediador da aprendizagem em ortografia, leitura e escrita. .............. 267
O PIBID e a formao inicial: reflexes sobre o fazer docente ..................................... 271
O protagonismo do jovem na sociedade e a metfora como ferramenta de questionamentos .......................................................................................................... 274
O software K-Turtle na construo da definio de quadrado e retngulo: um relato de experincia .................................................................................................................... 278
O uso da torre de hani no ensino de progresso geometrica .................................... 283
O uso de applet como estratgia para o ensino de equaes do 1 grau .................... 286
O uso de applets no ensino de equaes com alunos do 8 ano .................................. 290
O uso diorama no ensino de Histria ........................................................................... 294
Oficina de traduo e o blog pibid Cpaq: o exerccio da traduo na formao dos futuros professores de lngua estrangeira. ................................................................... 298
Os desafios da alfabetizao e do letramento em uma turma de EJA em So Gabriel do Oeste, MS. ..................................................................................................................... 302
Os desafios da aprendizagem significativa: perspectivas por meio da alfabetizao, letramento, arte e ludicidade. ...................................................................................... 305
Os desafios da linguagem digital ldica e artstica para o Pibid/Pedagogia na escola 308
Os gneros jornalsticos e a produo do blog escolar no Projeto Pibid: um relato de experincia. ................................................................................................................... 310
Os processos da Liberdade Negra no Brasil no sculo XIX ........................................... 313
Pardia Musical: a criatividade e a msica aliadas ao ensino da Lngua Portuguesa . 316
Primeira Guerra Mundial (1914-1918), entre textos e imagens: a experincia do Pibid-Histria/ Cpaq na Escola Estadual Indgena Guilhermina da Silva, Anastcio/MS ...... 318
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Problemas da OBMEP no Ensino e Aprendizagem da Matemtica no Ensino Fundamental ................................................................................................................. 321
Processo de distenso e transio democrtica e a utilizao de novas linguagens no ensino de Histria ......................................................................................................... 325
RAP: a conscincia de uma literatura perifrica ........................................................... 329
Reforo para as aulas de matemtica: relato de experincia do pibid de matemtica de Bela Vista ...................................................................................................................... 333
Relato de experincia: aplicao de progresso geomtrica utilizando a Torre De Hani ...................................................................................................................................... 335
Relato de experincia: trabalhando com potenciao atravs de jogos e matemtica aplicada no scratch ....................................................................................................... 337
Relato de experincias formativas no Pibid do Curso de Pedagogia de Camapu ...... 340
Resoluo de problemas: criao e execuo, uma atividade em sala de aula ........... 344
Sequncia didtica interdisciplinar - poesia e nmeros inteiros .................................. 347
Sequncia didtica, histria & revoluo industrial: notas sobre a experincia do Pibid Histria/ Campus de Aquidauana ................................................................................. 350
Sequncia didtica: imagem, histria, livro didtico na escola. .................................. 353
Trabalhando com Poliedros .......................................................................................... 356
Trabalhar com projetos interdisciplinares em lngua portuguesa e matemtica: algumas experincias ................................................................................................... 359
Um estudo sobre a implantao da lngua espanhola em trs escolas estaduais de So Gabriel do Oeste ........................................................................................................... 363
Um raio-x da Escola Estadual Manoel da Costa Lima Bataguassu-MS ........................ 366
Uma experincia na atividade intitulada Hora da Leitura: A arte das simetrias. ........ 369
Uso de materiais concretos no ensino da desigualdade triangular ............................. 372
Utilizao de vdeos como auxlio da construo do conhecimento no Ensino Fundamental ................................................................................................................. 375
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1
Apresentao
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia teve seu incio na UFMS no ano de 2008,
quando comeou a ser articulado e discutido o que viria a ser o primeiro projeto institucional. Na
poca, apenas sete licenciaturas participaram do Programa: Fsica, Qumica e Biologia de Campo
Grande e os cursos de Matemtica dos campi de Corumb, Trs Lagoas e Aquidauana. Ao longo
destes seis anos o programa ampliou de forma significativa sua atuao englobando hoje quarenta e
duas licenciaturas.
Ao longo destes anos, os trabalhos desenvolvidos pelos acadmicos, pelos docentes das escolas da
Educao Bsica e pelos Coordenadores de rea da UFMS vm sendo registrados e divulgados por
meio dos encontros do Pibid da UFMS. O primeiro no ano de 2010, depois regularmente nos anos
seguintes. Os Encontros, alm de serem o meio para a divulgao dos trabalhos desenvolvidos,
tambm tem uma funo importante: serem momentos de conhecimento e reconhecimento dos
prprios acadmicos e docentes, no sentido de serem espaos que permitem aos acadmicos e
docentes dos diferentes campi da UFMS de se conhecerem e trocarem experincias de vida.
Neste tempo, a prpria concepo de iniciao docncia foi construda, e o Programa na UFMS
atingiu a sua maturidade. Quando o Pibid comeou, mesmo os seus proponentes no tinham uma
noo clara de como era esta ao de iniciao docncia e, mesmo entre os Coordenadores dos
diferentes projetos, no era clara a diferenciao entre a Iniciao Docncia e o Estgio. Hoje, temos
claro que a Iniciao Docncia um processo complexo no qual tomamos a escola como ponto de
partida para a formao, pinando na realidade escolar situaes prototpicas para, a partir delas,
construir os conhecimentos necessrios docncia em todas as suas dimenses: a tcnica, a poltica,
a social, a tica e a esttica. Esta construo de significados se d a partir do dilogo entre os saberes
acadmicos, os saberes escolares, as experincias de vida e os projetos de vida de docentes,
acadmicos e comunidade escolar.
Ainda temos muito que caminhar neste processo de construo do saber docente. Nossos cursos de
formao de professores ainda no incorporaram em suas estruturas curriculares muito da
experincia exitosa que o Pibid. Ainda ignoramos na formao dos futuros docentes a escola e suas
diferentes realidades. Mesmo nas Prticas de Ensino, ainda olhamos a escola com os culos
acadmicos, muitas vezes vendo problemas que no existem para a comunidade escolar e ignorando
os problemas que a comunidade escolar identifica. Outro problema nas Prticas de Ensino (o mesmo
vale para o Estgio) a centralidade no didtico, sem problematizar a realidade escolar em sua
totalidade. O desafio de aprimorar o processo de formao dos futuros docentes presente e teremos
que enfrent-lo se quisermos uma Educao de qualidade em nossas escolas.
O presente texto mostra os caminhos que trilhamos no ltimo ano no Pibid UFMS. Nele, temos o
registro das atividades dos diferentes grupos. Ele traz uma gama ampla de experincias de iniciao
docncia, de materiais e de propostas didticas. Esperamos que seja til aos professores das
escolas de Mato Grosso do Sul e que lhes permita a insero de atividades diferenciadas em suas
aulas.
Campo Grande, dezembro de 2015.
Paulo Ricardo da Silva Rosa
Coordenador Institucional do Pibid - UFMS
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2
A Literatura Infantil contribuindo na formao de leitores: PIBID em
ao Pedagogia - CPAQ
GOLFETTI, J. B.
LOVATTO, J. de A. F.
SILVA, A. L. G.
SANTANA, F. M. N.
Palavras-chave: Literatura Infantil; Praticas Pedaggicas; PIBID
Natureza do Trabalho: Relato de Experincia
Introduo
O subprojeto do PIBID (Programa Institucional de bolsa a iniciao docncia) de Pedagogia do
Campus de Aquidauana da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- UFMS A arte e a ludicidade
como linguagem expressiva e criativa na alfabetizao visual da cultura regional no qual estamos
inseridos. Tem como eixos norteadores a arte e a ludicidade, seu objetivo fazer com que os
participantes estejam em contato com as escolas e participem e elaborem atividades de
alfabetizao, levando em considerao a Diversidade cultural e regional. Oportunizando o contato
dos alunos presentes nos anos iniciais com novas prticas pedaggicas e atividades diferenciadas.
Atualmente as propostas so deixar a alfabetizao mecnica de lado e instigar os alunos a buscarem
mais participao no seu processo de escolarizao, oferecendo diversos materiais ldicos, e fazer
uso da Literatura Infantil para aguar sua imaginao, emoo, contato com a escrita e leitura de
maneira contextualizada, geralmente no encontramos esses materiais em sala de aula, mas quando
introduzidos tero o resultado esperado e os alunos vo receber de maneira positiva?
Desenvolver prticas pedaggicas diferenciadas que favoream o pleno desenvolvimento do
educando fazendo uso da Literatura Infantil. Este trabalho visa expor nossas experincias do PIBID e
as atividades que esto sendo desenvolvidas dentro das escolas nas quais estamos inseridas,
principalmente as relativas Literatura Infantil, onde buscamos a interao dos alunos com as
atividades ldicas que oferecemos, a fim de despertar o interesse pela leitura e o contato com a
cultura escrita, bem como um momento de prazer descontrao, sem esquecer que as atividades so
elaboradas e planejadas.
A Literatura Infantil na Escola
O que temos percebido que na escola grande parte das crianas tem acesso apenas a textos
fragmentados que so disponibilizados nos livros didticos, o que acaba por gerar desinteresse, haja
vista que os textos so utilizados como suporte para as atividades sugeridas pelos professores. Dessa
forma se a leitura for vista meramente como obrigao, a escola estar fazendo o caminho inverso
na construo de bons leitores, preciso buscar alternativa para envolver o aluno.
Lecionar nos anos iniciais do ensino fundamental requer planejamento, seja qual for a atividade,
quando se fala em Literatura Infantil no diferente, preciso dedicao, pois desenvolver o gosto
das crianas pela leitura demanda tempo, trabalho contnuo e maneira de instigar e desafiar os
alunos. A melhor maneira buscar atividades diferenciadas e no apenas se satisfazer com textos
didticos como tarefa. no se ensina a gostar de ler por decreto, ou por imposio [...]. (CARVALHO,
2011. p.67).
A Literatura Infantil dever ser trabalhada nos anos inicias do ensino fundamental de forma planejada
tendo clareza dos seus objetivos, entendendo em que nvel de aprendizagem se encontram seus
alunos, [...] o livro precisa atender as necessidades da criana, que seriam: povoar a imaginao,
estimular a curiosidade, divertir e por ltimo, sem imposies, educar e instruir. (OLIVEIRA E PAIVA,
2010. p.28).
Segundo Carvalho (2011) para despertar o interesse das crianas para a leitura, basta oferecer uma
gama de livros e materiais de todos os gneros, no intuito de que eles questionem o que , e possam
tocar havendo esse contato com diversos materiais escritos eles se tornam mais receptivos a esse
tipo de atividade. A autora ainda frisa a relevncia de se apresentar as caractersticas que compe a
obra, como por exemplo, o autor, o assunto, ttulo e gnero.
As histrias lidas ou narradas pela professora, e pelos alunos tambm, tem um papel importantssimo
na educao da criana: elas alimentam a imaginao e o sonho, melhoram a expresso verbal,
aguam a curiosidade, criam amor pelos personagens, pelas palavras, pelos livros. (CARVALHO, 2011,
p.53).
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3
Trazer a Literatura Infantil para dentro da sala de aula e ler cria inmeras possibilidades quando bem
selecionada, pois apresenta um contexto que desperta a imaginao o prazer do aluno em ouvir, em
contar, em buscar aprender a ler, encontra nos personagens situaes que se identifica e encontra
maneiras de resolver algo que lhe aflige de maneira ldica.
Quando se opta por trazer livros para serem trabalhados em sala de aula, necessrio selecionar
aqueles adequados as propostas de trabalho.
Carvalho (2011) recomenda para as crianas no incio da alfabetizao histrias, poemas, trava-
lnguas, canes de roda, para crianas maiores ou que so repetentes vale conversar de assuntos
que lhes interesse: vida, msica, jogos entre outros a fim de instigar o desejo por aprender.
ouvindo histrias que se pode sentir emoes importantes, como a tristeza, a raiva, a irritao, o
bem estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurana, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver
profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem ouve com toda a amplitude,
significncia e verdade que cada uma delas fez (ou no brotar) ... Pois ouvir sentir e enxergar com
os olhos do imaginrio! (ABRAMOVICH, 1997, p.17).
Para quem ouve e quem conta as histrias de maneira prazerosa com o objetivo anteriormente
estabelecido, entende a fora que tem quando se trata em despertar as diversas emoes existentes,
o poder do imaginrio, para cada leitura um sentimento, mesmo que eles se encontrem presente nas
entrelinhas dos textos.
Vale ressaltar que segundo Carvalho (2011) o ato de contar histrias para as crianas fazer com
que por meio da leitura elas sintam prazer, mergulhem no pensamento sonhem, isso oportuna
conhecer lugares ainda no visitados, porm imaginados. Proporciona estar em contato com lugares
mesmo que de modo indireto, a literatura tem essa capacidade, alm de ser uma maneira de
aproximar a criana da lngua escrita.
Da mesma forma, recomenda que o contar histrias no algo que se faz de modo repentino, precisa
haver preparao, escolher antecipadamente o livro a fim de se inteirar do assunto e das dificuldades
que pode haver quanto ao vocabulrio, tudo para propiciar uma leitura fluente e que envolva o pblico
a quem se destina. Conforme afirma Arroyo (1990, apud OLIVEIRA e PAIVA, 2010, p.24) emprega-se
a expresso Literatura Infantil ao conjunto de publicaes que em seu contedo tenham formas
recreativas ou didticas, ou ambas, e que sejam destinados ao pblico infantil.
Contar histrias tambm fazer uso das possibilidades que a voz tem, evidenciando os sons que
ocorrem nas histrias, modificando as vozes para cada personagem, valorizando cada acontecimento. Ouvir histrias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o
imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo (a mesma histria ou
outra). Afinal tudo pode nascer de um texto! (ABRAMOVICH, 1997, p. 23)
Relato experiencial
Relato 1
O presente trabalho visa relatar experincias vivenciadas enquanto bolsista do PIBID, as atividades
foram desenvolvidas na Escola Estadual Professor Antnio Salstio de Areias sob a superviso dos
professores Denair Otobonni e Orestes Toledo Jnior. A atividade foi desenvolvida na turma do 1 ano
do ensino fundamental.
Optei por trabalhar com o clssico JOO E MARIA, para tornar a leitura mais atraente utilizei fantoches
dos personagens principais (Joo, Maria, o pssaro e a bruxa). Antes mesmo de comear a
dramatizao fizemos alguns combinados. Ento comecei a contar a minha verso do clssico.
Enquanto narrava pude perceber os olhares atentos de cada um, conforme inseria as personagens a
ateno aumentava, mas o momento de maior participao foi quando Joo pegou a vassoura da
bruxa para queimar e eu convidei os alunos para cantarem comigo puxa, puxa, puxa a vassoura da
bruxa, queima, queima, queima a vassoura da bruxa, a empolgao foi tanta que me fez repetir o
refro mais uma vez.
Ao final da histria deixei que cada um fizesse suas observaes e perguntas, sem nenhuma pressa
assim, a maioria pode participar, mas ainda era preciso que eles organizassem todas as informaes
recebidas e as apresentassem para a turma. Para um melhor desempenho ofereci a cada aluno um
dedoche inacabado o qual eles deveriam finalizar desenhando os olhos, a boca e nariz caractersticos
de cada personagem, o que eles prontamente atenderam.
O desempenho da turma foi maravilhoso, todos sem exceo participaram do reconto com os
dedoches claro que minha satisfao foi enorme pena que essa aula aconteceu no encerramento
do segundo semestre e que logo iramos para as frias impossibilitando assim de dar continuidade
ao trabalho desenvolvido com a turma do 1 ano. Acredito que terei outras oportunidades para
trabalhar com Literatura Infantil com as outras turmas, uma vez que esse mundo do faz de conta
capaz de encantar criana, adolescentes e at mesmo adultos.
Relato 2
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O presente relato tem como objetivo descrever a atividade desenvolvida no PIBID na Escola Estadual
Felipe Orro, no perodo matutino, desenvolvida no segundo ano do ensino fundamental numa turma
com 30 alunos com diferentes faixas etrias.
Ao decidir por qual tema levar, h indagaes quanto receptividade, participao dos alunos. Assim
pensamos nos objetivos a serem atingidos com a histria ou qualquer outra atividade que levamos
para sala de aula.
Um dos Livros de Literatura Infantil trabalhado foi o conto da Chapeuzinho Vermelho confeccionado
em pano, escolhido pelo fato de ser conhecida, mas agora com a diferena que no apenas olhariam
as ilustraes, poderiam tocar, fazer indagaes e contribuindo em seu ponto de vista.
O objetivo ao contar essa histria fazer uma reflexo sobre os acontecimentos, fazer com que os
alunos alm de se descontrarem saindo da rotina, reflitam sobre os personagens e os papeis
desempenhados por eles, que se sintam parte do que est sendo desenvolvido e sejam encorajados
a ter contato com esse tipo de material e desenvolva o hbito da leitura.
A contao de histria exige toda uma preparao, tendo em mente que os personagens so
diferentes um dos outros e as vozes que emitimos ao ler tambm devem ser, isso mexe com o
imaginrio das crianas. Ao dar incio leitura, frisamos o ttulo e o autor do livro. No caso o conto da
Chapeuzinho Vermelho de autoria original Charles Perrault, transcrito para um livro de pano
confeccionado por acadmicas do curso de Pedagogia da UFMS.
Antes de dar incio perguntei se eles conheciam a histria em seguida mostrei o livro enorme, j com
uma ilustrao na capa ficaram maravilhados. A cada pgina lida as ilustraes eram voltadas para
os alunos. Ao final propus que fizessem um desenho sobre os personagens, ou cenas que lhes
parecessem melhor e se quisessem expor para os colegas o porqu de tal desenho eles viessem
frente essa proposta foi muito interessante porque alguns desenharam cenas diferentes das que h
na histria, deixando fluir a imaginao, desse modo entendo que suas emoes, pensamentos
refletiram no que foi por eles desenhado e dito, que o objetivo de interao, participao, e diverso
foi alcanado.
Consideraes Finais
De acordo com as aes que temos desenvolvido no projeto PIBID em ambas as escolas, foi possvel
constatar que o trabalho com o uso da Literatura Infantil tem resultados positivos contribuindo dessa
forma na interao dos alunos com seus pares e com as atividades propostas. relevante frisar que
as nossas aes dentro da sala de aula foram possveis mediante um planejamento em conjunto com
o professor e em conformidade com a proposta que ele tem desenvolvido.
O trabalho com a Literatura Infantil tem inmeras possibilidades por abarcar diversas reas de
conhecimento e temas cotidianos. Estar no projeto contribui de maneira significativa para nossa
formao acadmica j que nos encontramos dentro da instituio escolar desenvolvendo aes que
contribuem para a alfabetizao e letramento de modo diferenciado, trabalhando com uma
diversidade de materiais e possibilitando que o aluno tambm participe desse processo dando sua
opinio e colaborao.
Referncias
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices. So Paulo: Scipione, 1997.
(Pensamento no Magistrio).
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: um dilogo entre a teoria e a pratica. 8. Ed. Petrpolis, RJ:
Vozes, 2011.
OLIVEIRA Ana A.; PAIVA, Slvia Cristina F. A literatura infantil no processo de formao do leitor.
Cadernos da Pedagogia. So Carlos, Ano 4 v. 4 n. 7, p. 22-36, jan -jun. 2010 ISSN: 1982-4440.
Disponvel em http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/viewFile/175/101. Data de postagem do trabalho: 10/16/2015 5:09:48 PM
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A relevncia da interao da instituio escolar a ludicidade e a arte:
contribuies que medeiam o desenvolvimento do educando Pedagogia - CPAQ
MORALES, C.
MORAIS, L. C.
GOMES, M. A.
SANTANA, F. M. N.
Palavras-chave: Arte; Ludicidade; Ensino/Aprendizagem
Natureza do Trabalho: Relato de Experincia
Introduo
Os pais ao matricularem seus filhos na escola depositam nela toda a confiana para que seja
realizado um bom trabalho. Apesar de observamos que algumas instituies de ensino acabam se
tornando depsito de crianas, ao no cumprirem com as determinaes de oferecer uma educao
de qualidade que promova o seu desenvolvimento integral.
dever da escola e do Estado oferecer uma educao de qualidade ao educando e pelo que
estabelece a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) Lei n9394 de 20 de Dezembro de 1996, em seu artigo
2, inspirada na Constituio Federal de 1988 sobre os fins da educao: o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho.
Deve ser considerado o seu tempo de aprendizagem, adequando as suas metodologias de acordo
com as necessidades e dificuldades de seus alunos, mas para isso preciso que o conhea
integralmente para que assim possa auxilia-lo adequadamente.
As funes da escola so essenciais, para que os educandos se desenvolvam e tornem-se seres
autnomos e independentes, capazes de viver em sociedade. Sendo assim, responsabilidade da
escola proporcionar uma educao que possa alcanar este objetivo ampliando, potencializando e
organizando condies para que tenham acesso aos conhecimentos socialmente produzidos.
Sendo assim, necessrio que a escola passe por um processo de renovao. Para isso temos como
contribuio o Projeto Poltico Pedaggico (PPP), pois ao utiliz-lo, se esta planejando suas atividades
a mdio, curto e longo prazo, delineando caminhos e meios para o professor realizar adequadamente
seu trabalho.
Referencial Terico
A aprendizagem desenvolve-se quando o que se est aprendendo adquire significado e relevncia,
procedendo do favorecimento de um ambiente adequado ao processo ensino/aprendizagem. Cabe
assim, a escola e ao professor criar este ambiente favorvel aprendizagem, onde o professor inova
e utiliza outras metodologias com seus alunos pelo vis da Arte e da Ludicidade.
Para Kishimoto (2007) brincando as crianas aprendem a cooperar com os companheiros, obedecer
s regras do jogo, respeitar os direitos do outro, acatarem autoridade, assumirem responsabilidades,
aceitar penalidades que lhe so impostas, dar oportunidades aos amigos e com isso, aprende a viver
em sociedade.
A Arte para as crianas se torna um meio de comunicao onde demonstram suas emoes. O
educando desenvolve sua criatividade, produtividade, coordenao motora e aprende a utilizar
materiais reciclveis. Assim, o professor capaz de realizar uma ao estimuladora da curiosidade
pela compreenso e do fazer artstico dos educando.
Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional n 9.394/96, a Arte passou a ser obrigatria
na educao bsica.
Segundo Feij (1992, p.02) o ldico uma necessidade bsica da personalidade, do corpo e da
mente, fazendo parte das atividades essenciais da dinmica caracterizada por ser espontnea,
funcional e satisfatria. O brincar direcionado constri para a criana uma identidade de autonomia,
autoestima onde passam a repensar em suas aes. A proposta pedaggica reflexiva conduz a
resultados criativos no processo ensino aprendizagem.
O ldico desafiador para o educando, fazendo com que sua curiosidade se torne um estimulador
para novos conhecimentos, onde supera suas limitaes e contribui para seu desenvolvimento social,
pessoal, cultural, na comunicao e no saber, onde consegue sanar as dificuldades de ensino
aprendizagem.
Nos processos de unir o estudo terico e a prtica proporciona ao educando uma ao em conjunto
com o educador, onde respeitado seu tempo de aprendizagem utilizando a curiosidade, imaginao
e criatividade.
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Todo ser tem seu ritmo e particularidade para seu desenvolvimento, seja, emocional, social, fsico ou
cognitivo. Para Vygotsky (1989), a interferncia direta e indireta na construo pessoal possui
significados relevantes em diversos fatores, sejam eles psicolgicos ou sociais, faz com essa
aprendizagem no ocorra com naturalidade, trazendo dificuldades ou at mesmo fracassos na vida
escolar.
Para Coll (1995, p. 77), os constantes fracassos nas aprendizagens escolares seriam as causas das
alteraes nas relaes sociais das crianas com dificuldades na aprendizagem, j que provocam
nelas atitudes de rejeio em relao escola e tudo o que a mesma significa, bem como o
convencimento de que sua prpria incapacidade a causa de suas dificuldades de aprendizagem.
A Arte e a Ludicidade se tornam aspectos integradores e mediadores para o ensino e aprendizagem.
Durante todas as fases da vida a brincadeira est presente, a criana vive em constante mudana
devido ao meio em que est inserida.
O ldico na sala de aula relevante para a socializao, para modificaes de comportamentos e
para descobertas de valores. A criana se torna um observador das aes e atitudes do educador, por
isso ele o mediador para as modificaes do pensamento, trabalhando no direcionamento do que
certo.
Sabemos que em qualquer espao, sempre cabe uma brincadeira, utilizando, inclusive recursos
didticos pedaggicos como montar vrios cantinhos de leitura, de matemtica, jogos, dentre outros.
Segundo Santos (2000, p. 166), educadores e pais necessitam ter clareza quanto aos brinquedos,
brincadeiras e/ou jogos que so necessrios para as crianas, sabendo que eles trazem enormes
contribuies ao desenvolvimento da habilidade de aprender a pensar. No jogo, ela est livre para
explorar, brincar e/ou jogar com seus prprios ritmos, para autocontrolar suas atividades, muitas
vezes reforada com respostas imediatas de sucesso ou encorajadas a tentar novamente, se na
primeira alternativa no obteve o resultado esperado.
O ldico traz momentos de felicidade nas salas de aula, seja qual for a etapa da vida, melhora a rotina
escolar e faz com que o aluno aprenda melhor e de forma mais significativa.
Metodologia
Constatamos que no papel tudo mais fcil, mas a realidade bem diferente, pois notamos que
muitos profissionais no se interessam em realizar metodologias diferenciadas, pelo fato de ser
trabalhoso, mas sabemos o quanto relevante.
Por meio das observaes percebemos que a Arte e a Ludicidade tornam as disciplinas curriculares
produtivas, onde cada aluno observa os jogos, interioriza as informaes e as transforma em
conhecimento, melhorando seu desempenho na sala de aula e consequentemente para a vida em
sociedade.
Estamos participando h dois anos deste projeto, realmente fantstico, que nos d a oportunidade
de vivenciar como regida uma sala de aula auxiliando o professor em sua prxis pedaggica. Mostra-
nos as dificuldades encontradas no seu dia-a-dia e como difcil atuar nesta profisso to relevante
na formao e desenvolvimento de todo indivduo.
Temos o conhecimento terico e agora estamos tendo a oportunidade de coloca-los em prtica, mas
observamos que alguns professores se acomodam com a situao e no apresentam nenhuma
vontade de mudar sua prxis, trazendo transtornos para si e para os que acabam percebendo a
insatisfao dos educandos. Ns, pibidianos, ajudamos no possvel, confeccionamos fichas de leitura,
auxiliamos no reforo, trabalhamos com msicas, alfabeto mvel, jogos de memria, fazemos tudo o
que est ao nosso alcance.
Para a educao ser um exemplo e ter melhor qualidade so necessrias inmeras mudanas tanto
para a formao destes profissionais, condies adequadas de trabalho e um salrio que o valorize,
porque umas das profisses mais relevantes e dignas que existe e merece todo o respeito.
Consideraes Finais
A criana se torna observadora das aes e atitudes do educador, observamos que as pessoas
deixaram de brincar, ou brincam de vez enquanto, deixaram a diverso espontnea fora do seu
cotidiano, mais sabemos como futuros educadores que em qualquer espao, sempre cabe atividades
ldicas, principalmente nas instituies de ensino.
Conclumos que os jogos, o brinquedo, as brincadeiras e as atividades artsticas so extremamente
relevantes para o desenvolvimento e aprendizagem de qualquer criana, contribuindo no seu
desenvolvimento e no processo ensinar/aprender e tambm fora da escola.
Est obvio que ignorar os benefcios que a Arte e a Ludicidade trazem para o processo de ensino
aprendizagem, perder uma tima oportunidade de promover um ensino alm da mera memorizao,
pois quando a situao aplicada de uma forma prazerosa jamais ser esquecida e repercutir de
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maneira positiva em experincias futuras, assim o professor no poder ser montono tem que buscar
maneiras de tornar suas aulas interessantes para seus educandos.
Educar semear com sabedoria e colher com pacincia (Augusto Cury).
Referncias
COLL, Csar. Desenvolvimento psicolgico e educao: Necessidades especiais e aprendizagem
escolar. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1997.
FEIJ, O. G. Corpo e Movimento: Uma Psicologia para o Esporte. Rio de Janeiro:
Ed. Shape, 1992.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo e a educao. So Paulo: Cortez, 2007.
VYGOTSKY, L. 1989. A formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes.
SANTOS, Santa Marli Pires (Org.). Brinquedoteca: a criana, o adulto e o ldico. Rio de Janeiro: Vozes,
2000. Data de postagem do trabalho: 10/16/2015 4:37:50 PM
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O hip hop e a favela: reflexes sobre a histria e cultura afro-
brasileira e africana na sala de aula Histria - CPTL
GONALVES, R. D.
PEREIRA, J. R. F.
Palavras-chave: Palavras-chave: hip hop; histria e cultura africana e afro-brasileira; preconceito
Natureza do Trabalho: Relato de Experincia
Introduo
O projeto foi desenvolvido no ano de 2015, na Escola Estadual Padre Joo Tomes, na cidade de Trs
Lagoas/MS, pela construo de sequncias didticas pautadas sobre uma educao tnico-racial,
atravs do programa PIBID do curso de licenciatura em Histria da UFMS-CPTL. Para tanto, a escolha
de temas que se atentam reflexo acerca da Lei 10.639/03, que torna obrigatrio o ensino da
histria e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, pblicas e particulares, essencial
para uma real modificao nas aulas de Histria que sempre foram lembradas com o tema da
escravido negra africana.
Realizamos a sequncia didtica O Hip Hop e a Favela, e aplicamos um questionrio para a turma
(2A) contendo cinco questes, nas quais lhes permitiam descrever sobre seus conhecimentos
prvios em relao aos conceitos posteriormente desenvolvidos.
O recorte temtico possibilita aos alunos a identificao, em partes, sobre uma das vertentes culturais
afro-brasileiras mais recentes, o Hip Hop, que teve seu surgimento oficializado nos Estados Unidos, e
que sucessivamente foi-se caracterizando em diversos pases, inclusive o Brasil. Em solo brasileiro
iniciando-se por volta de 1984, o Hip Hop vai dialogar com a diversidade cultural afro estabelecida
em diferentes regies brasileiras como no Rio de Janeiro, por exemplo, em que a presena do gingado
da capoeira no breaking, ou da miscigenao da batida do samba com o break-beat, assomam o
Hip Hop e seus elementos numa histria de luta e resistncia pela legitimao da cultura negra em
nosso pas.
Objetivos
Geral:
Estudar o Hip Hop e a Favela, como um movimento cultural de manifestao artstica de carter
denunciativo do racismo.
Objetivos Especficos:
Conhecer o surgimento do Hip Hop nos EUA e seu desenvolvimento no Brasil (1970-1990);
Investigar os elementos que formam a base da cultura Hip Hop;
Compreender o processo de favelizao da cidade do Rio de Janeiro (final do sc. XIX e comeo do
sc. XX);
Analisar e saber diferenciar o uso dos termos raa, etnia e racismo..
Fundamentao terica
Utilizamos alguns tericos que contriburam ao longo da proposio da sequncia didtica. A partir de
Joo Batista de Jesus Flix autor da tese Hip Hop: cultura e poltica no contexto paulistano (2005),
e Rafael Lopes de Sousa com a dissertao O movimento hip hop: a anticordialidade da repblica
dos manos e a esttica da violncia (2009), fundamentamos o conceito da cultura Hip Hop no Brasil.
Isto inclui sua origem e desenvolvimento, assim como sua expanso para o mundo, e a relao ntima
que este movimento possui com as favelas e periferias.
Para melhor conhecer o conceito de racismo, utilizamos o livro de Kabengele Munanga O negro no
Brasil de hoje (2006) e o livro Racismo e Antiracismo no Brasil do socilogo Antnio Srgio Alfredo
Guimares (1999). Esses livros aprofundam no s a discusso sobre o racismo em si, mas toda a
discusso em torno de raa, preconceito, discriminao, etnia, aes afirmativas e etnocentrismo.
So conceitos que circundam toda a questo de desigualdade social qual os negros, em nosso pas,
esto imersos.
Abordamos tambm, sobre o processo de favelizao na cidade do Rio de Janeiro a partir da obra de
Oswaldo Porto Rocha, A era das demolies (1995), destacando o incio do sculo XX com a reforma
urbana da ento capital federal do Brasil. Um processo de modernizao da capital que envolveu
tanto a questo esttica, sanitria, e viria em expanso, formatou a estrutura da cidade e um novo
modelo pariense, assim como, reconfigurou os residentes de seu centro, desencadeando por fim, as
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primeiras habitaes em seus morros. Sistematizamos todas essas teorias a partir dos pressupostos
que Zabala nos orienta. Dividimos sequncia em contedos conforme abaixo:
Cultura Hip Hop no Brasil;
Processo de favelizao da cidade do Rio de Janeiro (final do sc. XIX, comeo do sculo XX);
Racismo;
Contedos Procedimentais:
Leitura e audio de canes (letras de msicas - rap brasileiro);
Leitura de textos;
Interpretao de imagens;
Produo de graffitis.
Contedos Atitudinais:
Respeito com relao s diferenas tnico-culturais;
Respeito com relao ao multiculturalismo presente no Brasil;
Colaborao nas discusses e sistematizao das ideias para a construo dos graffitis;
Criticar o prprio meio sociocultural em que vive.
Metodologia
Tendo em vista que teramos pouco tempo para o desenvolvimento da sequncia O Hip Hop e a
Favela, com doze aulas de cinquenta minutos cada, num total de dez horas disponveis, nos
preocupamos em elaborar estratgias didticas que contribussem com o entendimento dos alunos
dos contedos planejados.
Na metodologia em sala de aula (2ano A), expressa nos contedos procedimentais, dividimos a
sequncia didtica em duas partes. A primeira mais terica-conceitual com aulas expositivas e
dialogadas, leitura de textos e interpretao de imagens, entre outras anlises. Na segunda, nos
engajamos em aulas mais prticas expressa na produo dos grafites. Desenvolvemos a atividade
em papis A3 para desenho, mesmo sabendo que o rompimento de sua execuo dentro da sala de
aula seria crucial para o real entendimento desta prtica cultural, pois a vivenciariam.
Acreditamos que O Hip Hop e a Favela sofreu uma resistncia muito grande por parte de alguns dos
alunos desta turma. Talvez as causas desta resistncia estejam no s nas falhas de nossa postura
de atuao, devido nossa inexperincia enquanto professores em formao, mas tambm na prpria
recusa do estudo deste contedo especfico pelos alunos, e principalmente, pelo professor titular, que
juntos associaram-no como dispensvel ao currculo escolar.
Isso, porm, nos motiva a permanecermos no PIBID e a reconhecermos que este programa tm nos
proporcionado a prtica com diferentes metodologias de ensino, ao vivenciarmos a realidade que se
encontra a educao brasileira, fortemente ligada a atos discriminatrios quando na seleo de
contedos pelos currculos e livros didticos ao longo da histria. De acordo com Ori Fernandes em
um de seus trabalhos de 1996, Os livros didticos, sobretudo os de histria, ainda esto permeados por uma concepo
positivista da historiografia brasileira, que primou pelo relato dos grandes fatos e feitos dos
chamados heris nacionais, geralmente brancos, escamoteando, assim, a participao de
outros segmentos sociais no processo histrico do pas. Na maioria deles, despreza-se a
participao das minorias tnicas, especialmente ndios e negros. Quando aparecem nos
didticos, seja atravs de textos ou de ilustraes, ndios e negros so tratados de forma
pejorativa, preconceituosa ou estereotipada (Ori, 1996) (ORI, 2005, p.380).
Assim, aplicamos no ltimo encontro uma avaliao escrita contendo trs questes em que os alunos
poderiam consultar apenas o material impresso que continham, sendo todos os textos
disponibilizados durante o desenvolvimento da sequncia, anotaes no caderno, dentre outros.
Nesta perspectiva de avaliao, pensamos numa pesquisa mais plausvel e concreta ao distribuirmos
fichas de autodeclarao de cor para cada aluno, sendo que, futuramente aps a aplicao desta e
de outras sequncias didticas que tambm trabalhem o conceito de racismo, dados alunos de
diferentes turmas, poderemos realizar um levantamento das modificaes e contribuies de nosso
projeto nesta escola. Nesta turma o resultado desta pesquisa foi de, doze pardos, dez brancos e
quatro pretos.
Abaixo uma das imagens das produes artsticas realizadas pelos alunos a partir do estudo de um
dos elementos que formam a base da cultura Hip Hop, o grafite.
Inserir figura
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Figura 3: Grafite produzido por uma aluna da Escola Estadual Padre Joo Tomes/Trs Lagoas/MS.
2015.
Nesta imagem podemos constatar a presena do carter denunciativo nas diferentes mensagens que
a produo artstica apresenta. A figura 3, por exemplo, a aluna identificou a existncia do preconceito
racial contra o negro em nosso pas atual, ao descrever da frase de um de seus personagens
ilustrativos negro, somos seres humanos. Ou quando o descaso e a desigualdade social das
comunidades perifricas em diferentes reas pblicas, seja na sade, na educao e na justia, a
populao mais pobre sofre com as consequncias de um sistema corrupto. Sua interpretao ainda
engloba a questo do julgamento religioso.
Este produto final por ser uma atividade diferenciada se em comparao com uma aula tradicional
de Histria. Alm do grafite podemos variar com jogos, vdeo-documentrio, dana, teatro, msica,
etc. conforme o tipo de sequncia que est sendo desenvolvida, e por isso torna o aprendizado
significativo para sua orientao social alm de proporcionar a interdisciplinaridade.
Resultados alcanados
A contribuio e o resultado de nosso trabalho foi esclarecer a intencionalidade da Lei 10.639, assim
como, efetiv-la na aula de histria. Acreditamos que as discusses referentes histria da cultura
afro-brasileira e africana devem ser pontuadas na educao bsica, cabendo ao professor
desenvolver essa temtica em seu plano de ensino, e na prtica com os alunos. Segundo Jos Ricardo
Ori Fernandes: Somente o conhecimento da histria da frica e do negro poder contribuir para se desfazer
os preconceitos e esteretipos ligados ao segmento afro-brasileiro, alm de contribuir para o
resgate da autoestima de milhares de crianas e jovens que se veem marginalizados por uma
escola de padres eurocntricos, que nega a pluralidade tnico-cultural de nossa formao
(FERNANDES, 2005, p.382).
A experincia relatada neste trabalho atravs da sequncia didtica O Hip Hop e a Favela, tm,
portanto, a pretenso de apontar um dos caminhos possveis de pesquisa, para professores e alunos,
diante da multiplicidade de temas subentendidos pela lei.
Referncias
FELIX, Joo Batista de Jesus. Hip Hop: cultura e poltica no contexto paulistano. SP, 2005.
FERNANDES, Jos Ricardo Ori. Ensino de histria e diversidade cultural: desafios e possibilidades.
Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 67, p. 378-388, set./dez. 2005.
GUIMARES, Antnio Srgio Alfredo. Racismo e anti-racismo no Brasil. So Paulo: Fundao de Apoio
Universidade de So Paulo; Ed. 34, 1999.
MUNANGA, Kabengele. O negro no Brasil de hoje/ Kabengele Munanga; Nilma Lino Gomes So
Paulo: Global, 2006. (Coleo para entender)
ROCHA, Oswaldo Porto. A Era das Demolies: cidade do Rio de Janeiro: 1870-1920; CARVALHO, Lia
de Aquino. Contribuio ao estudo das habitaes populares: Rio de Janeiro: 1866-1906 2. ed.
Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Dep. Geral de Doc. e Inf. Cultural, Diviso de
Editorao, 1995.
SOUSA, Rafael Lopes de. O movimento Hip Hop: a anti-cordialidade da Repblica dos Manos e a
esttica da violncia - Campinas, SP: [s. n.], 2009 Data de postagem do trabalho: 10/22/2015 3:55:34 PM
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A aplicao do ldico no processo de alfabetizao e letramento:
desafios e possibilidades no 4 ano do ensino fundamental. Pedagogia - CED/So G do Oeste
XAVIER, V.
SANABRIA, J.
VALLEJO, E.
Palavras-chave: Alfabetizao e Letramento; Ldico; Motivao.
Natureza do Trabalho: Relato de Experincia
Introduo
Neste artigo relata-se a realizao de um projeto de interveno planejado, executado, acompanhado
e avaliado por acadmicas do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(UFMS), na modalidade a distncia, participantes do Programa de Bolsa para Iniciao Docncia
(PIBID), no polo de So Gabriel do Oeste, Mato Grosso do Sul (MS).
O projeto vem sendo desenvolvido na Escola Municipal Nilma Glria Gerace Gazineu, que est
trabalhando neste ano de 2015 com o sistema apostilado da UNINTER, coleo Um Mundo de
Conhecimentos.
A escola localiza-se no Jardim Gramado, um bairro de classe socioeconmica baixa e os maiores
problemas encontrados na escola, so a desestruturao familiar, drogas, violncia, a questo de
gneros e a falta de assistncia s crianas por parte da famlia. Os pais no tm tempo de ficar em
casa, pois em sua maioria trabalham em perodo integral. Os profissionais da escola esto cientes de
que esses problemas afetam o desempenho escolar e fazem o possvel para minimizar essa ausncia
dos pais, propondo projetos com eles e com as crianas, pois h conscincia de que tais problemas
afetam tanto a aprendizagem, quanto a formao moral e tica dos cidados.
No momento, na escola mencionada, h em funcionamento quatro (4) turmas de Educao Infantil e
trinta turmas do Ensino Fundamental. Para o desenvolvimento do projeto foram escolhidas as turmas
C e D do 4 ano, no perodo vespertino, especificamente nas aulas voltadas Lngua Portuguesa, pois
o objetivo principal do projeto do PIBID para o quadrimestre de maro a junho de 2015 foi a anlise
das prticas pedaggicas sobre Alfabetizao e Letramento.
A maior dificuldade dos estudantes da turma do 4ano D a leitura, a interpretao de textos e a
escrita. Os alunos observados demostraram falta de motivao para a leitura e interpretao de
textos, o que deu origem ao Projeto: brincadeiras para leitura e escrita.
Na sala do 4 ano C, os estudantes tambm manifestam a mesma dificuldade na escrita e na leitura,
produo de texto, erros ortogrficos e pontuao inadequada.
Ser relatada, a seguir, a interveno desenvolvida pelas participantes do PIBID, descrevendo-se
inicialmente a perspectiva de alfabetizao que deu sustentao ao trabalho, as etapas do projeto, a
avaliao da aprendizagem dos estudantes e a avaliao do processo desencadeado pelo PIBID que
promove a articulao entre a instituio formadora de professores e a escola de educao bsica,
em uma lgica translacional (GUIMARES, 2013).
Alfabetizao e letramento: duas faces da mesma moeda
Soares (2012) frisa que a criana s aprender a ler e a escrever, ou seja, se apropriar do sistema
de escrita alfabtica, por meio de experincias concretas da leitura e da escrita, especialmente
aquelas utilizadas no meio social. A autora destaca a influncia da psicognese da lngua escrita,
desenvolvida por Emlia Ferreiro e Ana Teberosky, cujas pesquisas apontam a necessidade de a
criana aprender a ler e escrever por meio de prticas e materiais reais de leitura e escrita. A
especialista defende que alfabetizao e letramento envolvem duas aprendizagens distintas, mas
que devem ocorrer de forma articulada, ou seja, alfabetizar letrando. A educadora sublinha ainda,
o papel da literatura infantil e da cultura ldica no processo de letramento da criana.
Segundo Ferreiro, a alfabetizao uma forma de se apropriar das funes sociais da escrita. Para
a autora: Desempenhos dspares apresentados por crianas de classes sociais diferentes na
alfabetizao no revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e
escritos desde os primeiros anos de vida. (FERRARI, 2015, p. 1). Ferreiro questiona a alfabetizao
tradicional, porque julga a prontido das crianas para o aprendizado da leitura e da escrita por meio
de avaliaes de percepo. Observa que por no levar em conta o ponto mais importante da
alfabetizao que os mtodos tradicionais insistem em introduzir os alunos leitura com palavras
aparentemente simples e sonoras, como a frase a seguir: A bab e o beb Bubu e a repetio
isolada das famlias silbicas: ba, be bi, bo, bu.(FERRARI, 2015, p. 1).
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Uma das principais consequncias da socializao das obras de Ferreiro e Teberosky, para a
alfabetizao, a recusa ao uso das cartilhas que ainda seguem esse sistema tradicional de
alfabetizao.
No Brasil, a percepo adotada nos documentos oficiais do Ministrio da Educao (MEC) se alinha
s produes tericas de Soares, Ferreiro e Teberosky. O programa mais recente desenvolvido pelo
MEC, que busca combater a distoro idade-srie, que o Pacto Nacional pela Alfabetizao na Idade
Certa (PNAIC), oferece material de apoio e suporte para as mudanas e adaptaes no planejamento
e metodologia de ensino, durante o perodo de alfabetizao do aluno aos professores do primeiro ao
terceiro ano do ensino fundamental, destacando a Psicognese da Lngua Escrita e a importncia de
alfabetizar letrando.
Os materiais do PNAIC incentivam tambm os professores a usarem o ldico para melhor
aproveitamento dos contedos pelos alunos. Do ponto de vista didtico, as brincadeiras promovem
situaes em que as crianas aprendem conceitos, atitudes e desenvolvem habilidades diversas,
integrando aspectos cognitivos, sociais e fsicos. Podem motivar as crianas para se envolverem nas
atividades e despertam seu interesse pelos contedos curriculares (BITTENCOURT; FERREIRA, 2002).
Para tanto, preciso, muitas vezes, realizar as adaptaes necessrias para a participao e incluso
de todos. Para que seja possvel realizar tais adaptaes, o professor que tem algum aluno com
deficincia precisa conhecer os impedimentos ligados deficincia especfica da criana, para poder
estabelecer percursos e meios distintos de aprendizagem, conforme argumentam Cavalcante e
Ferreira (2011). No entanto, partindo deste princpio o professor precisar conhecer os estudantes
para estabelecer percursos e meios de aprendizagem deve se aplicar a qualquer estudante, dado que
por meio da avaliao que o professor pode reconhecer as melhores estratgias didticas.
Como decorrncia da perspectiva do letramento, torna-se obrigatrio, no processo de alfabetizao,
fazer uso de diferentes tipos de textos. Com isto o aluno ser capaz de responder satisfatoriamente
s exigncias comunicativas que enfrenta no dia-a-dia, pois atravs dos usos destes textos e de uma
prtica de ensino que se aproxime dos seus usos reais, o aluno ser capaz de chegar ao domnio da
produo e aplicao nas prticas sociais concretas.
Na escola onde est sendo realizado o projeto as crianas do 4ano, da turma que vem sendo
acompanhada, situam-se no nvel alfabtico, pois elas j estabelecem uma vinculao mais coerente
entre leitura e escrita, escrevem do jeito que falam, ou seja, existe presena da oralidade na escrita,
e compreendem que as letras correspondem a valores sonoros menores que as slabas.
O planejamento e a execuo do projeto sobre jogos
O projeto foi desenvolvido em vrias etapas que consistiram no diagnstico, planejamento das aes,
interveno pedaggica, acompanhamento e avaliao.
O diagnstico foi realizado por meio de um instrumento de coleta, que permitiu levantar as
caractersticas da escola e da turma de estudantes.
O espao fsico da sala de aula da turma C inadequado quantidade de alunos, j que a turma
bastante numerosa. Alm disso, h pilares no meio da sala que obstruem o campo de viso de alguns
alunos. Identificou-se que anteriormente se tratava de um banheiro, que foi adaptado.
J na turma D, no perodo vespertino, o espao da sala de aula adequado e suficiente para a
quantidade de alunos recebidos, os mesmos aprenderem com conforto.
A prtica da professora regente est centrada na utilizao da apostila da UNINTER. Em todas as
aulas, a apostila, que funciona como um livro didtico, utilizada. A abordagem do material
adequada concepo de alfabetizao e letramento, pois so trabalhados gneros textuais diversos
e a gramtica a partir dos textos.
A ao inicial das pibidianas consistiu em auxiliar a professora regente no desenvolvimento das
atividades da apostila, sobretudo nas questes relacionadas ortografia, fazendo com que o(a)
prprio(a) estudante identificasse os problemas em sua escrita e fizesse a autocorreo.
Para auxiliar os estudantes com maior dificuldade na escrita, em concordncia com a professora
regente, foram confeccionados jogos pelas pibidianas, que contaram com o auxlio da supervisora da
escola no projeto PIBID.
Para trabalhar as dificuldades individuais, os estudantes so levados ao saguo da escola, onde h
mesas, que permitem o desenvolvimento do trabalho didtico. O trabalho individual, das pibidianas
com os estudantes, consiste em uma conversa inicial com as crianas que demonstram mais timidez
para que se soltem. No decorrer dos jogos so feitas perguntas a eles, como por exemplo:
Que palavra e frase d para formar com aquela slaba?
A oralidade trabalhada junto com elas e depois dos jogos, j formam frases usando as palavras. So
usados tanto os jogos confeccionados pelas pibidianas, como os jogos e materiais da ludoteca que
tem vrias opes, como: bingo de slabas, quebra-cabea, domin, msica fragmentada, cruzadinha.
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A maioria das atividades aplicadas nas salas foi seguindo a apostila juntamente com todos os alunos
e com a professora regente, e as outras vo sendo aplicadas em cima dos jogos.
Foram mais trabalhados os seguintes jogos: bingo silbico, caa-palavra e quebra-cabeas. No bingo
silbico, foi feito o sorteio das slabas e em cada slaba sorteada os alunos falavam e aps escreviam
nos seus cadernos qual palavra daria para formar. Depois, os estudantes formaram frases bem
criativas, com as palavras escolhidas por eles.
Foram identificados dois alunos que a regente considerava que tinham mais dificuldades com a
leitura e a escrita, para que desenvolvessem atividades individualizadas. Os alunos foram circulando
as palavras encontradas e passando para o caderno. O caa-palavras foi distribudo em folhas
individuais. Percebeu-se muita diferena de ritmo entre os estudantes, para a localizao das
palavras (figuras 1 e 2).
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Figura 1 Caa-palavras atividades do aluno 1
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Fonte: Fotografias das atividades, 2015.
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Figura 2 Caa-palavras atividades do aluno 2
Fonte: Fotografias das atividades, 2015.
Embora ambos os alunos estejam em uma etapa alfabtica, o aluno 1 tem maior agilidade em sua
escrita, que cursiva, enquanto o estudante 2, apresenta lentido e escrita em letra de forma. Como
houve cpia das palavras, nessa atividade no h erros ortogrficos.
Os resultados obtidos, em termos de aprendizagem dos estudantes, so significativos, embora
graduais. Os alunos melhoraram muito, tanto no comportamento, respeito e no entendimento, eles j
esto entendendo que no se escreve exatamente como se fala e h regras que regem a notao
escrita.
H diversidade no desenvolvimento do estudo, alguns alunos apresentam rendimento rpido, outros
so mais lentos, mas com o decorrer das aulas eles j esto produzindo textos, palavras com escrita
correta, e mediante dvidas, vo fazendo perguntas de como se escreve.
Consideraes finais
Um grave problema que h professores que se preocupam com alfabetizao sem se preocupar
com o contexto social em que os alunos esto inseridos. A escola, alm de alfabetizar, precisa dar as
condies necessrias para o letramento. Um ponto importante para letrar, diz Soares (2012), saber
que h distino entre alfabetizao e letramento, entre aprender o cdigo e ter a habilidade de us-
lo, mas que ambos so essenciais e devem ser trabalhados concomitantemente.
Soares (2012, p. 2) recomenda aos professores que trabalham com alfabetizao: Alfabetize
letrando sem descuidar da especificidade do processo de alfabetizao, especificidade ensinar a
criana e ela aprender.
Para entender o processo de construo do sistema de escrita, h convenes que precisam ser
ensinadas e aprendidas. O estudante, alm de decodificar letras e palavras, precisa desenvolver
aes complexas: como segurar o lpis, escrever de cima pra baixo e da esquerda para a direita,
escrever numa linha horizontal, sem subir ou descer. Algo fcil e banal para os j alfabetizados, mas
complexo para quem est em processo de alfabetizao.
Para as pibidianas, o desenvolvimento das atividades foi cercado de descobertas e aprendizagens,
que permitem articulao entre as bases terico-prticas trabalhadas no curso de Pedagogia, com
as aprendizagens propiciadas pelas atividades de formao desenvolvidas junto coordenao de
rea, superviso da escola e professora regente.
Referncias
BRASIL. Secretaria de Educao Bsica. Diretoria de Apoio Gesto Educacional. Pacto nacional pela
alfabetizao na idade certa: a aprendizagem do sistema de escrita alfabtica: ano 1: unidade 3 /
Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Bsica, Diretoria de Apoio Gesto Educacional.
Braslia: MEC, SEB, 2012.
FERRARI, Mario. Emilia Ferreiro, a estudiosa que revolucionou a alfabetizao. Nova Escola, So
Paulo, [2015]. Disponvel em:.Acesso em:30 set.
2015.
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicognese da Lngua Escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.
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FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes Necessrios Prtica Educativa. 49. ed. Rio de
Janeiro: Paz & Terra, 2014.
GUIMARES, Reinaldo. Pesquisa Translacional: uma interpretao. Cincia e sade coletiva [online],
v. 18,n.6, p. 1731-1744, 2013. ISSN 1413-8123.
SOARES, Magda. Letramento. Um Tema em Trs Gneros. 3. ed. Belo Horizonte: Autntica Editora,
2012. Data de postagem do trabalho: 10/19/2015 3:30:32 PM
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A contao de histria como elemento pedaggico do processo de
alfabetizao e letramento Pedagogia - CPAN
BENEVIDES, C. R.
CARDOSO, J. S.
GARCIA, E. S.
Palavras-chave: Literatura Infantil; Leitura; Linguagens
Natureza do Trabalho: Relato de Experincia
Introduo
O presente texto tem por objetivo apresentar as reflexes suscitadas pelo projeto de leitura DANDO
ASAS LEITURA: a contao de histria como ponto de partida aplicado em crianas de uma turma
de segundo ano do ensino fundamental.
Vale esclarecer que este projeto teve sua origem a partir da observao e acompanhamento das aulas
que visavam o processo de alfabetizao e letramento dos alunos e das reflexes de outras
possibilidades de ensino propostas pelas disciplinas do curso de Pedagogia e das discusses
advindas das reunies formativas no Programa de Iniciao Docncia (PIBID).
Pensar o ensino de outra forma possvel
O PIBID permitiu o acompanhamento de turma de alunos em processo de alfabetizao e letramento
e, com essa possibilidade, percebemos as dificuldades e a falta de interesse dos alunos em relao
ao processo de leitura, bem como a pouca utilizao da Literatura para o desenvolvimento da mesma.
Dessa forma, passamos a refletir o porqu dessa falta de interesse, alm de tentar compreender
porqu o processo de leitura utilizado era feito de maneira to mecnica que, de certa forma, causava
incomodo nas crianas na hora da leitura.
De acordo com Freitas (2012), a leitura como uma prtica social que sempre um meio e nunca um
fim para que o ser humano interaja de forma plena na sociedade em que vive. Assim necessrio
que a criana desenvolva o gosto pela leitura sem que a mesma se torne um processo mecnico e
mandatrio (ler por ler/ decodificar).
Ainda afirma Freitas (2012, p. 239), [...] Ler uma necessidade pessoal. Uma prtica de leitura que
no desperte o desejo de ler no uma prtica pedaggica eficiente e despertar a curiosidade de
leitores requer condies favorveis para a prtica de leitura e escrita.
Kovcs e Otte (2003) ressaltam que o caminho pela leitura comea na infncia, a Literatura Infantil
se insere como uma ferramenta essencial para despertar e incentivar a leitura nas crianas que esto
sendo alfabetizadas e letradas, assim como esse processo desenvolver: a escrita, a imaginao, a
criatividade, a curiosidade destes, contribuindo para o desenvolvimento da aprendizagem. Como
afirma Caruso (2003 apud KOVCS; OTTE, 2003, p. 4),
A literatura importante para o desenvolvimento da criatividade e do emocional infantil. Quando as
crianas ouvem histrias, passam a visualizar de forma mais clara sentimentos que tm em relao
ao mundo. As histrias trabalham problemas existenciais tpicos da infncia como medos,
sentimentos de inveja, de carinho, curiosidade, dor, perda, alm de ensinar infinitos assuntos.
Dessa forma, essencial que a Literatura Infantil esteja presente em sala de aula como um trabalho
pedaggico eficaz e que leve a criana a reconhecer e interpretar suas experincias da vida real a
partir das histrias contadas ou lidas (FREITAS, 2012).
Nesse contexto, sentimos a necessidade de elaborar um projeto que proporcionasse aos alunos o
despertar o gosto pela leitura, pois ouvir histrias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o
ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo. Afinal,
tudo pode nascer dum texto! (ABRAMOVICH, 1993 apud KOVCS; OTTE, 2003, p. 6), ou seja, pode-
se querer aprender a ler para viver sentimentos, bem como imaginar, criar, sonhar.
O projeto: dando asas leitura: a contao de histria como ponto de partida
Durante muito tempo, e ainda nos dias atuais, muitos professores, profissionais da educao e a
sociedade em geral entendem o ato de contar histria na escola como um passatempo, um distrair
ou um acalmar os alunos, mas de acordo com Souza e Bernadino (2011, p. 236),
A contao de histrias uma estratgica pedaggica que pode favorecer de maneira significativa a
prtica docente na educao infantil e ensino fundamental. A escuta de histrias estimula a
imaginao, educa, instrui, desenvolve habilidades cognitivas, dinamiza o processo de leitura e
escrita, alm de ser uma atividade interativa que potencializa a linguagem infantil. A ludicidade com
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jogos, danas, brincadeiras e contao de histrias no processo de ensino e aprendizagem
desenvolvem a responsabilidade e a autoexpresso, assim a criana sente-se estimulada e, sem
perceber desenvolve e constri seu conhecimento sobre o mundo. Em meio ao prazer, maravilha e
ao divertimento que as narrativas criam, vrios tipos de aprendizagem acontecem. Ainda segundo as autoras (op cit, p. 238), a criana ao escutar uma histria desenvolve a
narrativa, [...] processos de alfabetizao e letramento [...], competncias referentes ao
saber explicar, descrever [...], habilidades de reconhecimento de letras, relao entre fonema
e grafema, construo textual, conhecimentos sintticos, semnticos e ampliao do lxico.
Por esses motivos que o presente projeto tem por objetivo despertar nas crianas o gosto pela leitura,
atravs de uma experincia ldica atravs da contao e recriao de histrias.
O projeto didtico foi desenvolvido em uma turma de segundo ano do Ensino Fundamental. As
intervenes ocorreram nos meses de Agosto e Setembro do ano de 2015 atravs de momentos de
contao e recriao de histrias.
As trs histrias selecionadas foram escritas por Ruth Rocha, sendo selecionadas as seguintes obras:
A menina que aprendeu a voar; Bom dia todas as cores; e Nicolau tinha uma ideia. A seleo dessas
histrias se deu por elas enfatizarem a autonomia, os sonhos, a cooperao, a importncia de sermos
autnticos, de valorizarmos nossas ideias e o que somos, bem como, serem propcias ao
entendimento dos alunos, o que pode gerar o gosto pelo ato de ler.
Para tanto, foram realizados treze encontros ao longo do perodo, conforme segue: O 1 Encontro:
teve por finalidade apresentar o projeto, a autora e mostrar as obras que seriam trabalhadas;
Enquanto que no 2, 3 e 4encontro: trabalhamos com a obra Nicolau tinha ideia. Iniciamos
apresentando a capa e o ttulo e durante a leitura amos fazendo pequenas pausas e perguntando
para os alunos o que eles imaginavam que iria acontecer no momento seguinte. Cada detalhe, desde
a apresentao do livro at as perguntas durante a leitura fizeram toda a diferena, pois os alunos
interagiam com a histria e mostravam interesse. Aps a contao da histria a atividade realizada
foi o desenho com as ideias de cada um e, nos encontros seguintes, a partir de cada desenho os
alunos criaram uma histria, que ficou muito interessante, criativa e significativa, pois o enredo da
histria partiu da prpria experincia dos alunos, que culminou com a elaborao da grande ideia a
histria elaborada pela turma e transcrita por ns.
O livro Bom dia todas as cores foi trabalhado no 5 e 6 Encontro. Vale esclarecer que antes de
apresentarmos o livro, foi mostrado a cada aluno uma caixa que eles deveriam olhar e manter-se em
segredo sobre o que eles observaram at que todos vissem. Em seguida, perguntamos o que era
aquela imagem e qual seria a relao com o livro e, mais uma vez, a empolgao foi grande. A imagem
era de um camaleo, personagem principal do livro. Aps a contao dessa histria os alunos fizeram
uma pintura com tinta guache representando os sentimentos sentidos. Todos participaram da
atividade com entusiasmo e dialogaram sobre o significado da(s) cor(es) escolhida(s).
Contamos a histria da A menina que aprendeu a voar, no 7 Encontro e, de maneira semelhante
fomos indagando as crianas sobre cada situao e permitindo que as mesmas voassem em sua
imaginao. No 8 Encontro: verificamos qual das histrias eles mais gostaram e, A menina que
aprendeu a voar foi a histria escolhida pela maioria da turma. Em seguida, informamos que a
histria escolhida se transformaria em uma pea teatral, a qual eles iriam representar. A reao foi
imediata, sendo que alguns ficaram animados e outros assustados, pois os papis foram sorteados
e no indicados, assim todos tiveram a chance de participar e ter personagens de destaque.
Realizamos os ensaios no 9, 10 e 11 Encontro, sendo que nos dois primeiros, tivemos algumas
dificuldades, alguns alunos conversavam, a histria estava longa, tanto que precisamos fazer uma
(re)leitura da obra. A culminncia do projeto ocorreu no 12 Encontro quando expusemos todos os
trabalhos e a turma apresentou a pea para uma turma do 1 ano, e para o grupo PIBID, ou seja, para
as professoras supervisoras, coordenadora e pibidianos. A avaliao do projeto pelas crianas ocorreu
no 13 Encontro.
Consideraes finais: primeiras reflexes
A escolha e a elaborao do projeto Dando asas leitura: a contao de histria como ponto de
partida, nos levou para um outro patamar de entendimento da prtica docente. Verificamos que
apesar desse pequeno perodo o projeto proporcionou s crianas o interesse por ouvir histrias e
soltar a imaginao, seja de representao das histrias vividas no dia-a-dia, seja histrias de
fantasia, do mundo do faz-de-conta.
Este estimular ao (re)pensar, (re)fazer, (re)estruturar a partir de histrias contadas mostrou o quanto
importante para desenvolvimento infantil em dimenso social, cognitiva, emocional, lingustica,
entre outras e, quanto que essas atividades refletem no processo de alfabetizao e letramento, pois
as crianas que inicialmente ficavam quietas, aos poucos passaram a participar e verificaram que
elas tambm podiam e sabiam mais do que imaginavam.
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Ao desenhar e contar as histrias a partir do texto Nicolau tinha uma ideia foi possvel mostrar que
todos temos ideias e que elas somadas podem fazer uma nova ideia. Se de inicio um buscava
reproduzir a ideia do outro, ao final, eles j apresentavam suas ideias ou acrescentavam alguma coisa
na ideia alheia. Nesse ponto foi importante que todos queriam saber da histria do colega e, com
isso, tambm passamos a aprender ouvir, a sistematizar informaes, alm de possibilitar a
(re)criao a partir de um ponto de partida.
Em relao obra Bom dia todas as cores foi possvel mostrar que todos temos sentimentos de
medos, angstias, alegrias, tristezas, entre outros. E ao expressarmos nossos sentimentos abrimos
as portas para novas possibilidades, bem como a relao que passamos ter com o outro.
A partir da contao da histria A menina que aprendeu a voar foi possvel verificar que as crianas
deram asas a sua imaginao e a partir da pea foi possvel verificar o quanto todos se envolveram
para que a mesma fosse um sucesso, assumindo responsabilidades, bem como cobrando seriedade
do outro. As crianas passaram a se sentir estimuladas a representar seus papeis. Vale destacar que
como os papeis foram sorteados e no houve os escolhidos para os papeis principais, aqueles alunos
considerados indisciplinados ou com dificuldades de aprendizagem foram os primeiros a tomar seus
lugares e participarem ativamente do teatro. O que parece ter melhorado, pelo menos naquele
momento, a autoestima e, com isso o desenvolvimento de responsabilidade, coletividade e expresso.
Assim em meio a uma atividade descontrada, fora da sala de aula se construiu possibilidades
pedaggicas no desenvolvimento do processo de alfabetizao e letramento seja para os alunos, seja
para o professor no momento em que verifica outras formas de ensinar, bem como e, principalmente,
nas possibilidades do aprender.
Em suma, esse projeto foi uma experincia impar que teve um papel especial em nosso processo
formativo, pois a soma de todas as leituras realizadas sobre o assunto at o momento em nossa
graduao leva-nos a acreditar que podemos inovar, criar e possibilitar momentos de ludicidade que
venham contribuir para aprendizagens dos alunos.
Para ns, ouvir dos alunos o quanto eles gostaram e a importncia do projeto no processo de
aprendizagem deles, demonstra que fizemos diferena. Apesar de algumas dificuldades,
conseguimos despertar o interesse e a participao de todos, sem excees e rtulos. Alm disso,
com o desenvolvimento do projeto, pudemos constatar que a contao de histria e a literatura infantil
contribui de maneira positiva no desenvolvimento pleno do aluno. Assim, essa atividade deve ser vista
como uma ferramenta pedaggica valiosa ao trabalho do professor, no apenas como um
passa
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