CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira
2016
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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Introdução .......................................................................................................................................... 3
A Actividades e desempenho ............................................................................................................ 4
A.1 Actividades ......................................................................................................................................................... 4
A.1.1 Perfil................................................................................................................................................................ 5
A.1.2 Informação geral .......................................................................................................................................... 6
A.1.3 Grupo Crédito Agrícola ................................................................................................................................. 7
A.2 Desempenho da subscrição .......................................................................................................................... 8
A.2.1 Síntese dos principais indicadores de gestão ............................................................................................ 8
A.2.2 Prémios brutos emitidos .............................................................................................................................. 9
A.2.3 Resseguro ...................................................................................................................................................... 9
A.2.4 Margem de distribuição .............................................................................................................................. 10
A.2.5 Custos e gastos operacionais .................................................................................................................... 11
A.2.6 Situação patrimonial ................................................................................................................................... 12
A.2.7 Garantias financeiras e solvência ............................................................................................................. 13
A.3 Desempenho dos investimentos ............................................................................................................... 14
A.4 Desempenho de outras actividades ........................................................................................................ 15
A.5 Eventuais informações adicionais ............................................................................................................ 15
B Sistema de governação ................................................................................................................ 16
B.1 Informações gerais sobre o sistema de governação ......................................................................... 16
B.1.1 Estrutura organizacional ............................................................................................................................ 16
B.1.2 Governo da sociedade ................................................................................................................................ 18
B.1.3 Processos, políticas e riscos ...................................................................................................................... 19
B.1.4 Transacções materiais ................................................................................................................................ 20
B.2 Requisitos de qualificação e de idoneidade .......................................................................................... 20
B.3 Sistema de gestão de riscos com inclusão da auto-avaliação do risco e da solvência .......... 21
B.3.1 Comité de gestão riscos e capital ............................................................................................................. 21
B.3.2 Auto-avaliação prospectiva dos riscos ..................................................................................................... 21
B.4 Sistema de controlo interno ....................................................................................................................... 22
B.5 Função de auditoria interna ....................................................................................................................... 22
B.6 Função actuarial ............................................................................................................................................. 24
B.7 Subcontratação ............................................................................................................................................... 25
B.8 Eventuais informações adicionais ............................................................................................................ 25
C Perfil de risco ................................................................................................................................ 26
C.1 Risco específico de seguros ........................................................................................................................ 26
C.2 Risco de mercado ........................................................................................................................................... 27
C.2.1 Risco de taxa de juro ................................................................................................................................. 28
C.2.2 Risco accionista ........................................................................................................................................... 29
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C.2.3 Risco de spread ........................................................................................................................................... 29
C.2.4 Risco de concentração ............................................................................................................................... 29
C.2.5 Risco cambial ............................................................................................................................................... 30
C.3 Risco de crédito .............................................................................................................................................. 30
C.4 Risco de liquidez ............................................................................................................................................. 31
C.5 Risco operacional ........................................................................................................................................... 31
C.6 Outros riscos materiais ................................................................................................................................ 33
C.7 Eventuais informações adicionais ............................................................................................................ 33
D Avaliação para efeitos de solvência ............................................................................................. 34
D.1 Activos ............................................................................................................................................................... 34
D.1.1 Activos Intangíveis e custos diferidos ...................................................................................................... 34
D.1.2. Impostos diferidos ..................................................................................................................................... 35
D.1.3 Recuperáveis de resseguro ....................................................................................................................... 35
D.1.4 Restantes activos ........................................................................................................................................ 36
D.2 Provisões técnicas ......................................................................................................................................... 37
D.2.1 Melhor estimativa da provisão para sinistros.......................................................................................... 37
D.2.2 Melhor estimativa da provisão para sinistros (componente de outras despesas) ............................. 38
D.2.3 Responsabilidades de longa duração - pensões e assistências vitalícias ............................................ 39
D.2.4 Melhor estimativa da provisão para reservas – análise global ............................................................. 39
D.2.5 Melhor estimativa da provisão para prémios .......................................................................................... 40
D.2.6 Margem de risco ......................................................................................................................................... 40
D.2.7 Outras provisões técnicas .......................................................................................................................... 41
D.2.8 Outros passivos........................................................................................................................................... 41
D.3 Outras responsabilidades ........................................................................................................................... 42
D.4 Métodos alternativos de avaliação .......................................................................................................... 42
D.5 Eventuais informações adicionais ............................................................................................................ 42
E Gestão do capital ........................................................................................................................... 42
E.1 Fundos próprios .............................................................................................................................................. 42
E.2 Requisito de capital de solvência e requisito de capital mínimo ................................................... 43
E.3 Utilização do submódulo de risco accionista baseado na duração para calcular o requisito
de capital de solvência ................................................................................................................................. 44
E.4 Diferenças entre a fórmula-padrão e qualquer modelo interno utilizado .................................. 44
E.5 Incumprimento do requisito de capital mínimo e incumprimento do requisito de capital de
solvência ........................................................................................................................................................... 45
E.6 Eventuais informações adicionais ............................................................................................................ 45
Anexos .............................................................................................................................................. 46
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Introdução
Entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2016 uma nova estrutura de supervisão da actividade de
seguros, transpondo para a legislação nacional as Directivas de Solvência II, através da Lei
147/2015 de 9 de Setembro, que implementou o novo Regime Jurídico da Actividade Seguradora e
Resseguradora (RJASR). Este novo regime visa o reforço da protecção do Consumidor e
desenvolver o mercado interno de seguros num contexto de protecção similar para todos os
segurados e beneficiários na União Europeia.
Assim, no dia de entrada em vigor deste novo regime de supervisão (“Day One”), a Crédito
Agrícola Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. (CA Seguros) dispunha de fundos
próprios (“Own Funds”) no montante de 38 milhões de euros, os quais asseguravam um rácio de
solvência de 159%, tendo em conta o requisito de capital de solvência apurado (“SCR”), no
montante de 24 milhões de euros. De referir, que este resultado é obtido sem a aplicação de
qualquer tipo de medidas transitórias. Este reporte inicial foi objecto de certificação da informação
quantitativa e qualitativa foi efectuada pela PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de
Revisores de Contas, Lda, (“PWC”) e a certificação actuarial foi assegurada pela EY Audit &
Associados - SROC, S.A. (“EY”).
Encontra-se já a funcionar, em ritmo de cruzeiro, o sistema de cálculo e reporte trimestral dos
requisitos de capital de solvência e dos fundos próprios da Companhia. O rácio de Solvência II da
Companhia, em 31 de Dezembro de 2016, é de 148%.
No âmbito do Solvência II, a CA Seguros participou em algumas acções de partilha de
conhecimentos, dinamizadas pelo Grupo Crédito Agrícola (Grupo CA) para os auditores internos,
abordando os temas do risco operacional e das boas práticas de conduta.
Foram desenvolvidas 16 acções de formação e sensibilização em Solvência II, ao longo de 2016,
visando mobilizar todos os Colaboradores para a orientação ao risco, na tomada de decisão.
Com vista a identificar todos os riscos a que a Companhia está sujeita, dois processos em paralelo
foram desenvolvidos, um bottom up, versando identificar e actualizar os riscos operacionais a que
se encontra exposta, por processo, e outro top down, respeitando todos os outros riscos. Os
controlos identificados são posteriormente testados, com o intuito de verificar se estão bem
desenhados e se são eficazes na mitigação dos riscos.
No contexto do Grupo CA, estabelecemos uma articulação com o Gabinete de Comunicação e
Relações Institucionais e o Gabinete de Organização e Processos da Grupo CA, para articulação da
comunicação no âmbito da gestão da continuidade do negócio e do risco reputacional.
A CA Seguros implementou um processo de análise das qualificações e da idoneidade para todos
os seus directores de topo, para os Colaboradores em funções-chave e para os membros dos
órgãos de gestão e fiscalização.
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A Actividades e desempenho
A.1 Actividades
Os gráficos abaixo proporcionam uma visão geral da composição dos Fundos Próprios da
Companhia, numa perspectiva de níveis, a composição do requisito de capital de solvência (“SCR”)
e a reconciliação do capital numa visão contabilística (balanço IFRS) versus Solvência II (balanço
económico).
Fundos Próprios
Unidade: milhares de euros
Requisito de Capital de Solvência (SCR)
Unidade: milhares de euros
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Fundos Próprios
Unidade: milhares de euros
A.1.1 Perfil
As origens do Crédito Agrícola remontam às Santas Casas de Misericórdia e aos Celeiros Comuns,
tendo sido Portugal um dos primeiros países a organizar o associativismo agrícola e o
cooperativismo de crédito. O sector Cooperativo Agrícola tem sido determinante para o
desenvolvimento económico e preservação do mundo rural.
O Crédito Agrícola é hoje um importante grupo financeiro nacional se atendermos ao nível de
activos e depósitos e à vasta rede de retalho espalhada por todo o país. O Grupo Crédito Agrícola
é composto pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo (“Caixas Agrícolas”), pela Caixa Central de
Crédito Agrícola Mútuo (“Caixa Central”) e por um conjunto de empresas participadas que
desenvolvem negócios nas área dos seguros, financiamento, gestão de activos, e consultoria
financeira.
As Caixas Agrícolas desenvolveram e alargaram a sua actividade nos mesmos moldes em que o
Crédito Agrícola se desenvolveu em outros países europeus. Os bancos, tradicionalmente
agrícolas, desenvolveram outras áreas de negócio relacionadas com a criação de novas estruturas
no mercado financeiro e com a expansão de negócios para novos produtos.
A CA Seguros foi constituída em 22 de Dezembro de 1994 tendo, inicialmente, a designação
comercial de Rural Seguros, em consonância com o mercado, então tradicional, do Grupo Crédito
Agrícola. A alteração da denominação social de Rural Seguros para Crédito Agrícola Seguros - CA
Seguros - ocorreu em 22 de Setembro de 2006, em consonância com a nova imagem do Grupo CA
e numa lógica de bancasseguros, em que a marca comum deve constituir o reforço do elo de
ligação ao mercado e ao Cliente.
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A constituição da CA Seguros resultou da vontade própria de algumas Caixas Agrícolas e da Caixa
Central, iniciativa que foi secundada por um conjunto de cerca de 65 Caixas Agrícolas que se
constituíram como suas accionistas.
A CA Seguros foi, por sua vez, impulsionadora e principal accionista na constituição da Crédito
Agrícola Vida, em 1998.
A Companhia comercializa produtos de seguros dos ramos não vida com as outras empresas do
Grupo CA, em Portugal. No exercício de 2016, a Companhia não realizou qualquer transacção
comercial activa ou passiva com a CA Seguros e Pensões, SGPS, a qual detém a participação
maioritária na Companhia.
A Companhia distribui os seus seguros através das agências das Caixas Agrícolas, a quem paga
remunerações de mediação, incluindo a diversas Caixas Agrícolas que são também accionistas da
Companhia.
A Companhia tem Visão, Missão e Valores, os seguintes.
Visão
Ser a Seguradora Não Vida em que confiam todos os Associados e Clientes do Crédito Agrícola.
Missão
Oferecer soluções - produtos e serviços de Seguros Não Vida - para protecção e segurança dos
Associados e Clientes do Crédito Agrícola, excedendo as suas expectativas, num conceito de
Bancasseguros e num espírito de Parceria.
Valores
Competência Aplicamos conhecimento para acrescentar Valor
Cumprimento Executamos com observância das regras e obrigações
Responsabilidade Assumimos os nossos compromissos
Sustentabilidade No presente, harmonizamos aspectos económicos, sociais e ambientais,
para os manter no futuro.
Transparência Comunicamos com clareza
A.1.2 Informação geral
Contactos Gerais
Crédito Agrícola Seguros - Companhia de Seguros de Ramos Reais, S.A.
Rua de Campolide nº 372, 3º Dto
1070-040 Lisboa - Portugal
Tel.: (+351) 21 38 06 000 Atendimento personalizado das 8:30 às 17:30
Fax: (+351) 21 38 06 001
email: [email protected]
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Pedidos de Assistência
Tel.: (+351) 707 28 00 28
Atendimento personalizado permanente 24 Horas.
Nome e dados de contacto da Autoridade de Supervisão
Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (“ASF”)
Endereço: Av. da República, 76, 1600-205 Lisboa
Tel.: (351) 21 790 31 00
Fax: (351) 21 793 85 68
Linha Informativa: 808 787 787
Horário de atendimento: das 9 h às 16 h
Nome e dados de contacto do Revisor Oficial de Contas
PWC Portugal, representada pelo Sr. Dr. Carlos Manuel Sim Sim Maia
Palácio Sottomayor, Rua Sousa Martins, 1 - 2º
1069-316 Lisboa, Portugal
Tel.: (+351) 213 599 000
Fax: (+351) 213 599 999
Nome e dados de contacto do Actuário Responsável
EY, representada pela Sra. Dr.ª Carla Sá Pereira
Avenida da República 90 - 3 Andar
1649-024, Lisboa
Tel.: (+351) 217 912 000
Fax: (+351) 217 957 590
A.1.3 Grupo Crédito Agrícola
A CA Seguros está integrada no grupo financeiro Crédito Agrícola (“Grupo CA”), do qual fazem
parte diversas empresas dos sectores bancário, segurador, financeiro e de serviços. O sector
bancário do Grupo é constituído pela Caixa Central e por 82 Caixas Agrícolas, detentoras de cerca
de 700 agências, que servem mais de 400 mil Associados e mais de 1,2 milhões de Clientes, sendo
um dos principais grupos financeiros portugueses.
A Caixa Central detém 100% do capital social da Crédito Agrícola SGPS, a qual detém 79,85% do
capital da Crédito Agrícola Seguros e Pensões SGPS, que, por sua vez, detém 97,37% do capital
social da CA Seguros, SA.
O Grupo CA inclui ainda as empresas CA Serviços, SA, e CA Informática, SA, as quais prestam
serviços de informática ao Grupo, e as empresas CA Gest, SA, e CA Consult, SA, nas actividades
de gestão de fundos e de prestação de serviços de consultoria.
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A estrutura do Grupo Crédito Agrícola é a seguinte:
A.2 Desempenho da subscrição
A.2.1 Síntese dos principais indicadores de gestão
Unidade: milhares de euros * "Custos com sinistros" antes de imputação de custos
** "Provisões técnicas" deduzidas dos "Custos de aquisição diferidos"
Rubrica 2013 2014 2015 2016
Prémios Brutos Emitidos 80.631 81.285 87.075 95.890
Prémios Brutos Adquiridos 81.138 81.052 86.313 93.318
Custos com Sinistros* / Prémios Adquiridos 51,5% 55,5% 47,7% 48,7%
Saldo Resseguro / Prémios Adquiridos 10,5% 8,6% 10,8% 7,6%
Investimentos Financeiros 143.328 159.665 180.377 184.818
Provisões Técnicas (líquidas) ** 118.996 125.552 129.722 131.131
Investimentos / Provisões Técnicas 120,4% 127,2% 139,0% 140,9%
Resultados dos Investimentos 5.041 7.044 9.950 3.312
Activo Total 173.134 194.669 207.739 208.834
Capitais Próprios 32.564 42.341 49.171 45.955
Resultados Líquidos 2.645 3.394 10.172 3.903
Resultados Líquidos / Capitais Próprios 8,1% 8,0% 20,7% 8,5%
Resultados Líquidos / Prémios Adquiridos 3,3% 4,2% 11,8% 4,2%
Nº Apólices em Vigor no final do ano 461.693 497.652 544.983 624.055
Nº Clientes no final do ano 245.932 272.190 295.006 342.421
Nº Colaboradores no final do ano 144 148 151 161
Nº Apólices / Nº Colaboradores 3.206 3.363 3.609 3.876
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A.2.2 Prémios brutos emitidos
Os Prémios brutos emitidos ascenderam a 95,9 milhões de euros, o que representa um aumento
de 10,1% face ao ano anterior, com um crescimento acima do mercado não vida, que apresentou
uma taxa de crescimento de 4,9%.
Unidade: milhares de euros
* Valores discriminados por Produtos da CA Seguros, não coincidindo com a discriminação por ramos.
A maior parte dos produtos que a Companhia tem vindo a destacar no contexto da sua estratégia
continuaram a crescer a bom ritmo, com variações positivas nos prémios brutos emitidos,
nomeadamente, CA CliniCard +18%, Acidentes Pessoais +21%, Saúde +16%, Habitação +8% e
Comércio e Serviços +10%.
Nos produtos Acidentes de Trabalho e Automóvel, registaram-se aumentos nos Prémios brutos
emitidos, também em consequência da travagem da redução dos prémios médios das Apólices em
vigor. Como aspecto positivo, o facto de as taxas de anulação se manterem sem alterações
significativas, nestes dois produtos. As medidas correctivas implementadas sobre a carteira nos
últimos dois anos, travaram a redução dos prémios médios nestes dois produtos.
O número de Apólices renováveis, em vigor a 31 de Dezembro, atingiu 624 mil, um aumento de
15% em relação ao final de 2015. Da mesma forma, o número de Clientes com apólices em vigor
aumentou 8,4%, de 295 mil para 342 mil.
Os produtos com taxas de crescimento mais elevadas em 2016, em termos do número de
Apólices, renováveis em vigor, incluem: Acidentes Pessoais +38%, CA CliniCard +22%, CA Saúde
+19%, Protecção Financeira +47% e Habitação +10%, aumentando o peso destes produtos na
nossa carteira, conforme orientação estratégica da Companhia. Com crescimento positivo, tivemos
também os produtos Automóvel +7%, Acidentes Trabalho +7%, Comércio e Serviços e Máquinas
Agrícolas.
A.2.3 Resseguro
No âmbito do resseguro, desenvolvemos modelos de simulação de sinistros graves, que
suportaram a definição do programa de resseguro para 2016, balanceando o efeito de mitigação
do risco proporcionado por tratados de resseguro alternativos, com o respectivo custo, e tendo em
conta o apetite ao risco definido pelo Conselho de Administração Executivo (“CAE”).
Produtos* 2015 2016 Var %
Valor % Valor %
Acidentes Trabalho 13.023 15,0% 15.190 15,8% 16,6%
Acidentes Pessoais 6.790 7,8% 8.184 8,5% 20,5%
Saúde 5.709 6,6% 6.611 6,9% 15,8%
CA CliniCard 4.669 5,4% 5.527 5,8% 18,4%
Automóvel 26.424 30,3% 28.661 29,9% 8,5%
Máquinas Agrícolas 1.493 1,7% 1.597 1,7% 7,0%
Agrícola-Colheitas 5.983 6,9% 5.335 5,6% -10,8%
Habitação 10.929 12,6% 11.760 12,3% 7,6%
Comércio e Serviços 4.540 5,2% 4.982 5,2% 9,7%
Responsabilidade Civil 2.703 3,1% 2.799 2,9% 3,5%
Outros 4.812 5,5% 5.244 5,5% 9,0%
Total 87.075 100,0% 95.890 100,0% 10,1%
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SALDO DE RESSEGURO (EXCLUINDO COLHEITAS)
Unidade: milhares de euros
No contexto da mitigação do risco específico de seguros, a Companhia continuou a consolidar a
parceria com as suas tradicionais resseguradoras: Munich Re, Swiss Re, Partner Re, QBE Re, R+V
Re e Mapfre Re, havendo ainda a salientar mais um ano da excelente colaboração com o corretor
de resseguro THB (Amesterdão).
O aumento dos Prémios de resseguro cedido reflecte o crescimento da carteira e, em particular,
deve-se ao aumento dos Prémios emitidos dos produtos CA Saúde e CA CliniCard. A redução do
Saldo de resseguro explica-se pelo aumento da parte dos Custos com sinistros a ser suportado
pelos resseguradores.
A.2.4 Margem de distribuição
A Margem após sinistros registou um crescimento, tendo aumentado de 45,2 milhões de euros,
para 47,9 milhões de euros.
A taxa de sinistralidade global situou-se em 49%, antes de imputação de custos por funções,
registando-se um aumento relativamente ao ano anterior. O aumento da sinistralidade é explicado
pelo aumento da frequência de sinistros.
MARGEM DE DISTRIBUIÇÃO (INCLUINDO COLHEITAS)
Unidade: milhares de euros
Nota: Não inclui a imputação dos Custos por natureza a imputar, nem os rendimentos dos investimentos financeiros.
Em 2016, diminuiu o valor global das Provisões para sinistros, não pondo em causa a política de
provisionamento prudente, incluindo em Acidentes de Trabalho, onde adoptámos pressupostos
conservadores na mensuração das provisões matemáticas e nas provisões para assistência
vitalícia.
A Margem técnica teve um crescimento significativo em relação a 2015, de cerca de 3,3 milhões
de euros, reflectindo o aumento dos prémios adquiridos que excedeu o aumento dos Custos com
Rubrica 2015 2016
Prémios de resseguro cedido 16.542 18.132
Comissões de resseguro cedido -2.466 -2.815
Variação PPNA, parte de resseguro -376 -473
Custo com Sinistros, parte de resseguro -6.085 -7.789
Saldo de Resseguro 7.616 7.056
Saldo de Resseguro / PBE 9,4% 7,8%
Rubricas 2015 2016 Var %
Valor % Valor %
Prémios adquiridos 86.313 100,0% 93.318 100,0% 8,1%
Custos com sinistros -41.150 -47,7% -45.425 -48,7% 10,4%
Margem após sinistros 45.163 52,3% 47.892 51,3% 6,0%
Saldo de resseguro -9.346 -10,8% -7.064 -7,6% -24,4%
Outros custos e prov. téc. 449 0,5% -1.254 -1,3% n.a.
Margem técnica 36.266 42,0% 39.574 42,4% 9,1%
Custos comerciais -18.082 -20,9% -20.729 -22,2% 14,6%
Margem de distribuição 18.184 21,1% 18.845 20,2% 3,6%
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sinistros. O Saldo de resseguro representou 9% dos Prémios adquiridos, e registou uma
diminuição de 24% em relação a 2015.
A rubrica de Custos comerciais inclui as remunerações de mediação pagas às Caixas Agrícolas, os
quais aumentaram 15%, para 18,7 milhões de euros, e inclui também os encargos com
campanhas comerciais, incluindo o custo de ofertas da primeira anuidade de apólices, em que
temos investido, considerando os bons resultados que têm sido obtidos, durante a vida útil dessas
apólices. Esta rubrica está deduzida pelos custos de aquisição diferidos.
A Margem de distribuição, calculada antes dos Custos por natureza e antes do Resultado
financeiro, registou um aumento de 4%, não tendo sido superior devido ao aumento das
remunerações de mediação pagas às Caixas Agrícolas e aos outros custos comerciais.
A.2.5 Custos e gastos operacionais
Os custos e gastos por natureza, excluindo as remunerações de mediação às Caixas Agrícolas,
registaram uma redução global de 1,9%. Neste contexto, os gastos com o pessoal aumentaram
apenas 0,1%, reflectindo uma política de contenção global dos custos.
CUSTOS E GASTOS POR NATUREZA
Unidade: milhares de euros
A diminuição dos Fornecimentos e serviços externos, em 2,6%, reflecte o impacto de diversas
medidas de redução de gastos, com particular impacto ao nível das despesas de representação e
diversos trabalhos especializados.
As Amortizações do exercício reduziram-se em 9,8%, o que deriva da diminuição das amortizações
de activos intangíveis (software), que reflectem o facto de os custos de desenvolvimento interno
de software estarem a ser integralmente reconhecidos em custos do exercício, na rubrica de
Gastos com o pessoal, e não serem, portanto, reconhecidos novos activos intangíveis
CUSTOS OPERACIONAIS
Unidade: milhares de euros
Rubricas 2015 2016 Var %
Valor % Valor %
Gastos com o pessoal 6.970 39,5% 6.980 40,3% 0,1%
Forn. serviços externos 7.935 45,0% 7.732 44,7% -2,6%
Amortizações 1.854 10,5% 1.672 9,7% -9,8%
Outros custos 877 5,0% 915 5,3% 4,4%
Total 17.636 100,0% 17.299 100,0% -1,9%
Rubricas 2015 2016
Custos Aquisição 21.480 22.745
Custos Administrativos 8.430 8.549
Custos Gestão de Sinistros 3.890 3.982
Custos Gestão de Investimentos 607 606
Custos Operacionais 34.407 35.882
Custos Oper. (s/ Remunerações Mediação) 17.636 17.299
Custos Oper. (s/ Remun. Med.) / PBE 20,30% 18,00%
Custos Oper. (s/ Remun. Med.) por apólice 0,032 0,028
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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As poupanças de Custos e Gastos por Natureza foram de 337 mil euros, relativamente ao ano
anterior. De realçar, que estes custos se têm vindo a reduzir de forma consistente, desde 2012,
não obstante o crescimento da nossa actividade.
Considerando os custos já imputados por funções, os Custos operacionais, sem Remunerações de
mediação, reduzem o seu peso nos Prémios brutos emitidos, reflectindo uma diminuição desta
rubrica, em 2016. Os Custos operacionais, sem Remunerações de mediação, reduziram-se de uma
média de 32 euros por apólice, em 2015, para 28 euros por apólice, em 2016.
A.2.6 Situação patrimonial
A situação patrimonial da CA Seguros registou uma evolução favorável em 2016, traduzida no
aumento do Activo total e no reforço significativo dos Capitais próprios.
No Activo, os Investimentos financeiros aumentaram 4,4 milhões de euros, o que corresponde a
um aumento percentual de 2,5%. O peso desta rubrica no total do Activo aumentou, de 86,8%,
para 88,8% em 2016.
ACTIVO
Unidade: milhares de euros
Na rubrica de Devedores, os créditos sobre o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas
(“IFAP”) reduziram-se para o montante de cerca de 2,8 milhões de euros, esta redução reflectindo
os diversos pagamentos efectuados, os quais totalizaram 3,1 milhões de euros, em 2016.
Outros saldos incluem ainda, nomeadamente, prémios a cobrar, 2.243 mil euros, e reembolsos de
sinistros a receber, 2.818 mil euros, estando ambos os valores dentro do ciclo normal de
exploração da Companhia.
A CA Seguros manteve uma política prudente ao nível do provisionamento, tal como em anos
anteriores. Globalmente, as Provisões técnicas situam-se, em 31 de Dezembro de 2016, no valor
total de 131 milhões de euros.
Foram adoptados critérios rigorosos na constituição de Provisões para sinistros não declarados
(“IBNR”), em particular, nos ramos Automóvel Acidentes de trabalho, Habitação, Comércio e
serviços, e Responsabilidade civil, bem como para a Provisão para custos de gestão de sinistros.
A Provisão para riscos em curso aumentou, de 2.347 mil euros, em 2015, para 2.892 mil euros,
em 2016, reflectindo o aumento do rácio combinado do ramo automóvel. Em compensação, a
melhoria do rácio combinado do ramo Acidentes de trabalho permitiu anular totalmente a provisão
Rubricas 2015 2016 Var %
Valor % Valor %
Caixa e equivalentes 3.430 1,7% 1.446 0,7% -57,8%
Investimentos financeiros 180.377 86,8% 184.818 88,5% 2,5%
Outros activos tangíveis 1.070 0,5% 1.330 0,6% 24,3%
Outros activos intangíveis 1.839 0,9% 1.824 0,9% -0,8%
Prov. técnicas resseguro 9.048 4,4% 8.267 4,0% -8,6%
Devedores 10.175 4,9% 8.844 4,2% -13,1%
Activos por impostos 304 0,1% 54 0,0% -82,2%
Acréscimos e diferimentos 1.463 0,7% 2.206 1,1% 50,7%
Outros 33 0,0% 45 0,0% 35,9%
Total 207.739 100,0% 208.834 100,0% 0,5%
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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que estava constituída em anos anteriores, sinalizando o reequilíbrio tarifário neste ramo, e
cumprindo integralmente as recomendações da ASF, emitidas em anos anteriores, para o conjunto
do mercado segurador.
PASSIVO
Unidade: milhares de euros ** "Provisões técnicas" deduzidas dos "Custos de aquisição diferidos"
A rubrica de Credores aumentou 21,9% em 2016, para o montante de 18 milhões de euros,
incluindo este saldo o valor das remunerações de mediação de seguros a pagar às Caixas
Agrícolas referentes ao segundo semestre de 2016, já liquidado em Janeiro e Fevereiro de 2017.
Em 31 de Dezembro de 2016, os Capitais próprios ascendem a 45,9 milhões de euros, uma
diminuição de 3,2 milhões de euros relativamente ao ano anterior, reflectindo a distribuição de
dividendos no montante de 9 milhões de euros, apenas parcialmente compensado pelo Resultado
líquido do exercício, de 3,9 milhões de euros.
CAPITAIS PRÓPRIOS
Unidade: milhares de euros
No final de 2016, os Capitais próprios representavam 255% do Capital social quando, no final de
2015, a taxa de cobertura era de 273%.
A.2.7 Garantias financeiras e solvência
As responsabilidades relativas aos Segurados encontram-se devidamente asseguradas em 31 de
Dezembro de 2016 quer ao nível da representação das Provisões técnicas quer ao nível da
solvência.
REPRESENTAÇÃO DAS PROVISÕES TÉCNICAS
Unidade: milhares de euros * deduzidas dos "Custos de aquisição diferidos"
Rubricas 2015 2016 Var %
Valor % Valor %
Empréstimo subordinado 4.000 2,5% 4.000 2,5% 0,0%
Provisões técnicas ** 129.722 81,8% 131.131 80,5% 1,1%
Credores 14.915 9,4% 18.188 11,2% 21,9%
Passivos por impostos 7.570 4,8% 7.054 4,3% -6,8%
Acréscimos e diferimentos 2.018 1,3% 2.206 1,4% 9,3%
Outros 343 0,2% 300 0,2% -12,4%
Total 158.567 100,0% 162.879 100,0% 2,7%
Rubricas 2015 2016 Var %
Valor % Valor %
Capital Social 18.000 100,0% 18.000 100,0% 0,0%
Reservas 20.999 116,7% 24.052 133,6% 14,5%
Resultados transitados - 0,0% - 0,0% n.a.
Resultado do exercício 10.172 56,5% 3.903 21,7% -61,6%
Total 49.171 273,2% 45.955 255,3% -6,5%
Rubrica 2015 2016
Provisões Técnicas (Líquidas)* 129.722 131.131
Activos Representativos Provisões Técnicas 185.765 187.262
Activos Repres. / Provisões Técnicas 143% 143%
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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Em 31 de Dezembro de 2016, os activos elegíveis para a representação das Provisões técnicas
asseguravam um grau de cobertura de 143%.
Como referido atrás, o rácio de Solvência II, em 1 de Janeiro de 2016, ascendia a 159%. Em 31
de Dezembro de 2016, o rácio de Solvência II fixou-se em 148%, sendo a redução explicada por
ter sido considerado um pressuposto mais conservador no valor a deduzir ao requisito de capital,
pelo efeito de impostos diferidos, do que tinha sido considerado no Day One.
O Resultado líquido do exercício é positivo em 3.903.401 euros, tendo sido transferidos 390 mil
euros para Reserva legal, 1.569 mil euros para Outras reservas e o pagos dividendos aos
Accionistas, no montante de 1.944 mil euros, a que corresponde a um dividendo de 0,27 euros por
acção.
A.3 Desempenho dos investimentos
Os Investimentos financeiros cresceram 4,4 milhões de euros em 2016, um aumento de 2,5%,
relativamente ao final do ano anterior. Este aumento reflecte o efeito positivo do aumento da
actividade e da carteira de apólices em vigor e a redução dos saldos a receber do IFAP.
A CA Seguros manteve a parceria com a CA Gest para gestão dos seus activos financeiros, a qual
tem vindo a ser executada de acordo com os princípios claramente definidos, evitando a
especulação de curto prazo e privilegiando uma estratégia de buy-and-hold tendencialmente
conservadora, que assegura uma exposição mitigada ao risco de mercado, na sua componente de
flutuação de valores dos activos financeiros.
INVESTIMENTOS FINANCEIROS
Unidade: milhares de euros
As obrigações de dívida pública europeia continuam a ter um peso preponderante na nossa
carteira de Investimentos financeiros, representando, no final do ano, 67% do total. Nesta
componente da carteira, temos exposição às dívidas soberanas de Espanha, Itália, Bélgica, França,
Áustria, Holanda, Alemanha e Irlanda.
Em 2016, a Companhia aumentou ligeiramente o peso das obrigações emitidas por empresas, as
quais representam agora 29% do total dos Activos financeiros, diversificando os riscos.
Considerando a envolvente macroeconómica desfavorável, e uma expectativa de volatilidade
elevada nos mercados de capitais, a CA Seguros decidiu continuar a não incluir acções na sua
carteira de activos financeiros, nem produtos derivados, os quais são excluídos pela política de
investimentos financeiros definida.
Títulos 2015 2016 Var %
Valor Peso % Valor Peso %
Participações Sociais 240 0,1% 240 0,1% 0,0%
UP Fundos Imobiliários 7.496 4,2% 7.655 4,1% 2,1%
Obrigações Empresas 49.000 27,2% 52.915 28,6% 8,0%
Obrigações Dívida Pública 123.641 68,5% 124.008 67,1% 0,3%
Total 180.377 100,0% 184.818 100,0% 2,5%
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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RENDIMENTOS E GASTOS FINANCEIROS
Unidade: milhares de euros
Os Resultados dos investimentos financeiros ascenderam a 3,4 milhões de euros, enquanto em
2015 haviam sido 10 milhões de euros. A diferença explica-se pelas mais-valias que resultaram da
alienação da posição accionista que detínhamos na CA Vida, em 2015, no montante de 6,6
milhões de euros.
Saliente-se que a CA Seguros tem uma exposição controlada a risco de crédito nos seus activos
financeiros, já que a maioria dos títulos de dívida em carteira foi emitida por entidades públicas
europeias.
A Companhia também não tem praticamente exposição ao risco de liquidez porque, por um lado,
controla totalmente o ritmo de saída de cash-flows, onde se destaca o pagamento de
indemnizações e despesas de sinistros e, por outro lado, a totalidade da carteira de activos
financeiros é facilmente convertível em dinheiro, por ser constituída na sua quase totalidade por
depósitos a prazo, obrigações transaccionadas em mercados regulamentados e unidades de
participação em fundos de investimento.
A.4 Desempenho de outras actividades
Nenhuma outra actividade é material.
A.5 Eventuais informações adicionais
Nenhuma outra informação é aplicável.
Tipo de InvestimentoRendimentos
Investimentos
Ganhos
Investimentos
(líquidos)
Dívida Pública Europeia 2.373 -34
Dívida Corporate Estrangeira 1.072 -15
Fundos Investimento Imobiliário 0 0
Custos Financeiros 5 0
Total 3.450 -49
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B Sistema de governação
B.1 Informações gerais sobre o sistema de governação
A estrutura de governo da CA Seguros, assente no modelo dualista, é composta pela Assembleia
Geral, CAE, Conselho Geral e de Supervisão, Comissão para as Matérias Financeiras, Comissão de
Remunerações e Revisor Oficial de Contas.
O modelo dualista de governo da sociedade em vigor tem permitido uma separação eficaz do
exercício da supervisão e da função de gestão e alavancado a prossecução dos objectivos e
interesses da CA Seguros, dos seus Accionistas, Colaboradores, Clientes e demais Stakeholders,
contribuindo para alcançar o grau de confiança e transparência necessário ao seu adequado
funcionamento e optimização.
B.1.1 Estrutura organizacional
A estrutura organizacional da CA Seguros é potenciadora da estratégia adoptada e está concebida
de forma a promover a Qualidade no serviço ao Cliente. Apresenta um desenho de modo a
funcionar em termos eficientes e flexíveis, facilitador da comunicação ascendente e descendente e
criador de processos decisórios fáceis e de reacção rápida.
O modelo organizativo da CA Seguros prevê a existência de Comités, Áreas e Gabinetes. Os
Comités contribuem para o processo de decisão e divulgação de informação. As Áreas evidenciam
uma orientação processual, sendo que os processos operacionais tendem a ser transversais a
todos os Produtos. Os Gabinetes estão também orientados aos processos, e desempenham
funções técnicas, de análise, controlo e apoio ao CAE e às Áreas.
Em 2016 foram introduzidas ligeiras alterações nível da estrutura organizacional da CA Seguros
dando resposta ao preconizado em Solvência II, tendo a Assessoria Jurídica e a Direcção Clínica
sido colocada na dependência de órgãos internos, na medida em que se recorre à subcontratação
e o serviço de Secretariado do CAE foi integrado no Gabinete de Recursos Humanos.
O CAE é o órgão responsável pela gestão das actividades da CA Seguros e pela representação da
sociedade. É constituído por dois gestores executivos profissionais de seguros, nomeados para um
novo mandato em Março de 2016, e com a duração de três anos.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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No final de 2016, a estrutura organizacional da Companhia era a seguinte.
O CAE reúne regularmente com os quadros superiores responsáveis de todas as Áreas e Gabinetes
da Companhia, no âmbito de Comités, com o objectivo de promover o alinhamento e o
conhecimento da Companhia e do Grupo CA, da sua estratégia e actividades, bem como para a
análise dos resultados de exploração e dos desvios, e para discussão e adopção de medidas
correctivas.
O Comité de Desenvolvimento Estratégico discute e define a estratégia da Companhia, as
iniciativas estratégicas e monitoriza os temas críticos da Companhia e do negócio. O Comité reúne-
se com periodicidade trimestral, podendo reunir-se extraordinariamente sempre que tal seja
necessário ou justificável. Cumpre ao Gabinete da Qualidade e Controlo Interno a organização do
funcionamento do Comité e a preparação da informação necessária ao mesmo.
O Comité de Gestão de Riscos e Capital acompanha o desenvolvimento do ambiente e da estrutura
de gestão de risco mediante o seguimento das medidas a implementar, a coordenação de esforços
e recursos entre as diversas unidades orgânicas e a tomada de decisão relativamente a temas
transversais à Companhia. O Comité reúne-se com periodicidade trimestral, podendo reunir-se
extraordinariamente sempre que tal seja necessário ou justificável. Cumpre ao Gabinete de Gestão
de Risco a organização do funcionamento do Comité e a preparação da informação necessária ao
mesmo.
O Comité de Qualidade, Controlo Interno e Risco Operacional propõe e assegura as políticas da
qualidade, compliance, controlo interno, risco operacional, continuidade de negócio e ambiental. O
Comité reúne-se com periodicidade trimestral, podendo reunir-se extraordinariamente sempre que
tal seja necessário ou justificável. Cumpre ao Gabinete de Qualidade e Controlo Interno a
organização do funcionamento do Comité e a preparação da informação necessária ao mesmo.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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O Comité de Projectos e Recursos discute e propõe a alocação de recursos aos projectos novos ou
em curso. O Comité reúne-se com periodicidade mensal, podendo reunir-se extraordinariamente
sempre que tal seja necessário ou justificável. O Comité tem poder consultivo e decisório, sendo
apenas suplantado pelo CAE. Cumpre ao Gabinete Técnico a organização do funcionamento do
Comité e a preparação da informação necessária ao mesmo.
B.1.2 Governo da sociedade
A estrutura de governo da CA Seguros, assente no modelo dualista, é composta pela Assembleia
Geral, CAE, Conselho Geral e de Supervisão, Comissão para as Matérias Financeiras, Comissão de
Remunerações e Revisor Oficial de Contas.
A Assembleia Geral de Accionistas reúne ordinariamente, pelo menos uma vez por ano. Tem como
principais competências deliberar sobre o relatório de gestão e contas do exercício anterior,
deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados, proceder à apreciação geral da
administração da Companhia e proceder às eleições que legal e estatutariamente, lhe sejam
atribuídas ou aquelas que eventualmente se tornem necessárias.
O Conselho Geral e de Supervisão, nomeado em Março de 2016, é constituído por sete
representantes de Caixas Agrícolas. Tem como principal missão assegurar o aconselhamento, o
acompanhamento e a supervisão da actividade da Administração, cooperando com o CAE e com os
demais órgãos e corpos sociais na prossecução do interesse da CA Seguros, sendo eleito pelos
accionistas em Assembleia Geral. Reúne mensalmente com o CAE para discutir e avaliar decisões
estratégicas, ser acompanhado acerca dos projectos em curso e actividades operacionais e
acompanhar o controlo orçamental e a evolução do negócio. Três dos Membros do Conselho Geral
e de Supervisão constituem a Comissão para as Matérias Financeiras, a qual reúne regularmente,
para a análise de temas relacionados com as demonstrações financeiras, com os activos
financeiros e com a gestão económica e financeira da Companhia.
A Comissão de Remunerações é eleita pela Assembleia Geral de Accionistas, sendo composta por
três membros, representantes de instituições accionistas da Companhia e pertencentes ao Grupo
Crédito Agrícola, eleitos em Março de 2016.
O CAE é o órgão responsável pela gestão das actividades da CA Seguros e pela representação da
sociedade. É constituído por dois gestores executivos profissionais de seguros, nomeados para um
novo mandato em Março de 2016, com a duração de três anos.
São mantidos contactos regulares com o Conselho Geral e de Supervisão, com o Conselho
Consultivo e com o CAE da Caixa Central, e promovidas reuniões com as Caixas Agrícolas para
intercâmbio de informação sobre a actividade da Companhia e do mercado, a análise da produção,
da sinistralidade e dos resultados da Companhia e também para reforço do conceito e da
estratégia de bancasseguros.
O CAE está representado e participa nas reuniões do Conselho de Estratégia do Grupo CA, o qual
reúne regularmente, integrando, nomeadamente, os Membros do Conselho de Administração
Executivo da Caixa Central e de algumas Caixas Agrícolas, e os Presidentes dos órgãos sociais das
Empresas do Grupo.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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O Presidente do CAE é também Membro do Conselho de Administração Executivo da sociedade CA
Seguros e Pensões, SGPS, a qual detém 97,4% do capital social da CA Seguros, desde a data de
constituição daquela sub-holding, em Novembro de 2015.
Em Setembro de 2016, o CAE promoveu a reunião anual de planeamento estratégico, onde
participaram os Responsáveis de todas as Áreas e Gabinetes da Companhia, do qual resultou a
definição do Plano Estratégico para 2017 e anos seguintes, incluindo a redefinição dos key
performance indicators (KPI), a selecção das iniciativas estratégicas, e a preparação dos
respectivos planos de acção operacionais.
Como forma de promover o alinhamento dos Colaboradores, foram realizadas reuniões gerais para
comunicação e explicação da estratégia da Companhia e do seu desempenho. A estratégia está
representada num mapa estratégico que é do conhecimento de todos os Colaboradores, bem como
a Visão, Missão e Valores da CA Seguros. O sistema de avaliação de desempenho dos
Colaboradores inclui componentes que reflectem, para além da avaliação individual, o desempenho
global da Companhia e das equipas onde estão integrados.
O desempenho global da Companhia é medido por um score de execução da estratégia, construído
como uma média ponderada dos KPI estratégicos, que medem o desempenho ao nível das
dimensões Stakeholders, Clientes, Processos e Recursos, num balanced scorecard.
B.1.3 Processos, políticas e riscos
Ao nível operacional, a Companhia tem a sua actividade estruturada por processos e
subprocessos, sendo que cada processo tem um owner que deve elaborar uma política que
estabeleça objectivos, metodologias de actuação e identifique os principais riscos que podem
ocorrer no âmbito do processo. Esse responsável deve igualmente proceder à difusão de
procedimentos de actuação, documentação esta que é emitida em software de gestão de
processos (ARIS).
As principais políticas definidas pela Companhia são as seguintes: de Gestão do Risco, de Apetite
ao Risco, de Compliance, de Controlo Interno, de Auditoria Interna, de Subscrição, de Resseguro,
de Provisionamento, de Gestão de Sinistros, de Risco Operacional, de Gestão de Continuidade de
Negócio, de Subcontratação, Financeira (ALM, Risco de Liquidez e Risco de Crédito), de
Investimentos, de Auto-avaliação Prospectiva dos Riscos, de Selecção e Avaliação da Adequação,
de Sistemas de Informação, de Tratamento dos Tomadores e Outros, e Antifraude.
A Companhia procede ao recenseamento de riscos, ao nível dos riscos operacionais em todas as
áreas de actividade, ao desenvolvimento de uma Política de Continuidade de Negócio associada ao
Grupo Crédito Agrícola, à estruturação de um sistema de Planeamento Estratégico alinhada com a
estratégia da actividade bancária do Grupo Crédito Agrícola, e à estruturação do risco específico
de seguros com a integração das áreas mais relevantes, nomeadamente, a Subscrição. Estão a ser
revistos os riscos financeiros, nas suas componentes de risco de mercado, de crédito e de liquidez.
Todos os riscos são discutidos e analisados no Comité de Gestão de Riscos e Capital e no Comité
de Qualidade, Controlo Interno e Risco Operacional, com a participação do CAE. Os directores de
topo estão directamente envolvidos na identificação, avaliação e mitigação dos riscos das áreas
respectivas, propondo aí as medidas para a mitigação dos mesmos.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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De acordo com o regulamentado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões,
na sua Norma nº5/2010-R de 1 de Abril, foi divulgada a política de remuneração da Companhia,
em 2014.
A política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e fiscalização da CA
Seguros, estabelecida pela Comissão de Remunerações, foi aprovada pela Assembleia Geral de
Accionistas.
B.1.4 Transacções materiais
A Companhia registou como remunerações de mediação 18,6 milhões de euros e 1,9 milhões
euros de dividendos, relativos ao exercício de 2016.
B.2 Requisitos de qualificação e de idoneidade
A CA Seguros implementou um processo de análise da qualificação e da idoneidade para todos os
seus directores de topo, para os Colaboradores em funções-chave e para os membros dos órgãos
de gestão e fiscalização.
Quatro deles desempenham as funções-chave (actuariado, auditoria interna, compliance e gestão
do risco), sendo os titulares dessas últimas os seguintes colaboradores:
Actuariado: Dr.ª Ana Manuela Pais da Silva Ferreira Monteiro Rocha;
Auditoria Interna: Dr. Paulo Jorge Gato Soares;
Compliance: Dr.ª Teresa de Jesus Araújo Garrido Barreira;
Gestão do Risco: Dr. José Maria Valente da Silva Coelho.
A política interna de selecção e avaliação das pessoas que exercem funções-chave promove a
diversidade de qualificações e competências necessárias ao exercício da função, tendo a
preocupação de paridade da representação de géneros.
A descrição de funções dos responsáveis de todas as Áreas está formalizada e é mantida
actualizada no Manual de Estrutura, estando disponível para todos os Colaboradores através do
sistema interno de comunicação intranet e para todos os outros no Manual de Descrição de
Funções.
Os Directores de topo e Colaboradores são submetidos a processos anuais de avaliação de
desempenho, nos quais se procura identificar eventuais gaps de competências relativamente às
funções que desempenham.
Os gaps de competências por Colaborador e função estão perfeitamente identificados e são o
primeiro input do plano anual de formação.
Os responsáveis pelas funções-chave são detentores de qualificação profissional adequada ao
exercício das suas funções, adquiridas através de habilitações académicas adequadas ao cargo
que ocupam.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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B.3 Sistema de gestão de riscos com inclusão da auto-avaliação do risco e da solvência
Ao nível do sistema de gestão de risco, a Companhia tem vindo a desenvolver diferentes
actividades ao longo dos anos, visando quer a componente estratégica como a componente
operacional. Em termos estratégicos, e para além da definição do apetite ao risco, a Companhia
dispõe de uma estrutura organizacional bem definida, adequada à dimensão e complexidade da
actividade desenvolvida.
B.3.1 Comité de gestão riscos e capital
Os riscos são discutidos e analisados no Comité de Gestão de Riscos e Capital, no qual participa o
CAE. Todos os Directores de topo estão directamente envolvidos na identificação, avaliação e
mitigação dos riscos dos processos e Áreas respectivas.
Compete à função Gestão do Risco identificar, avaliar, mitigar, monitorizar e controlar o Sistema
de Gestão de Risco da Companhia, englobando os riscos materiais, internos e externos, a que a
esta se encontra exposta, designadamente:
desenvolver, actualizar e divulgar a política de gestão de risco nas suas diferentes dimensões,
como o apetite ao risco, a taxonomia de risco e a gestão de capital;
garantir a existência e cumprimento dos níveis de tolerância ao risco bem como a revisão
periódica dos mesmos;
garantir a existência e eficácia de mecanismos e processos para a identificação dos riscos a
que a Companhia se encontra exposta, para a sua análise quantitativa e qualitativa e para
acompanhamento dos mesmos com base nos limites de risco estabelecidos.
definir, implementar e desenvolver o processo de forward looking assessment of own risks
(“FLAOR”) ou own risks solvency assessment (“ORSA”), incluindo a análise do risco, no
contexto do processo de desenvolvimento estratégico, e das demonstrações financeiras
previsionais;
criar e difundir um ambiente de gestão de risco na Companhia.
B.3.2 Auto-avaliação prospectiva dos riscos
No âmbito do exercício ORSA de 2016, efectuaram-se stress tests relacionados com a redução da
rentabilidade da carteira de investimentos financeiros, com a menor dinamização da actividade de
cross-selling do Grupo CA, com um evento severo afectando o seguro de colheitas, a incorrecta
contratação de resseguro, e aumentos da sinistralidade automóvel e de acidentes de trabalho.
Testou-se também o risco de haircut na dívida pública soberana e de elevada volatilidade dos
mercados financeiros. Foi utilizada uma fórmula padrão para a auto-avaliação prospectiva dos
riscos.
A Companhia efectuou o levantamento das fontes de exposição ao risco específico de seguros e é
realizada uma abordagem sob o ponto de vista dos processos subjacentes - desenho de produtos,
tarifação, subscrição, provisionamento de responsabilidades, gestão de sinistros e de resseguro. O
risco específico de seguros contempla, entre outros, os riscos de prémios de seguros, de provisões
e o risco de catástrofes. São realizados estudos actuariais de tarifação sobretudo para os produtos
com maior sinistralidade e volume de prémios - Acidentes de trabalho, Automóvel e Habitação.
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B.4 Sistema de controlo interno
Com vista a identificar os todos os riscos a que a Companhia está sujeita, dois processos em
paralelo foram desenvolvidos, um bottom up, versando identificar e actualizar os riscos
operacionais a que se encontra exposta, por processo, e outro top down, respeitando todos os
outros riscos. Os controlos identificados são posteriormente testados, com o intuito de verificar se
estão bem desenhados e se são eficazes na mitigação dos riscos.
O Sistema de Controlo Interno da CA Seguros baseia-se nos princípios definidos na Norma
Regulamentar Nº14/2005-R da ASF, no modelo de Controlo Interno do COSO e tem por base
cinco componentes abrangentes e transversais a toda a Companhia: Ambiente de Controlo,
Avaliação de Risco, Actividades de Controlo, Informação e Comunicação e Monitorização.
A nível de Ambiente de Controlo, referimos que a CA Seguros assenta numa estrutura
organizacional transparente, compatível com a estratégia a seguir, e que serve de suporte ao
desenvolvimento da actividade, e à aplicação e gestão de sistemas de controlo interno e gestão de
risco eficientes. As responsabilidades encontram-se clara e objectivamente definidas e a
companhia promove igualmente uma adequada cultura organizacional.
O Sistema de Controlo Interno tem por base a definição de um perfil de risco adequado e a
existência de objectivos compatíveis com a estratégia definida, contribuindo para a qualidade do
planeamento estratégico. O processo de desenvolvimento estratégico é efectuado de acordo com
a metodologia balanced scorecard, do qual resulta: a determinação dos objectivos estratégicos, a
definição dos key performance indicators (“KPI”), a definição de iniciativas estratégicas que
identificam actividades a realizar e os objectivos que visam endereçar, a preparação dos planos de
acção operacionais, a definição de um plano de comunicação da estratégia de comunicação aos
Colaboradores e a promoção do seu alinhamento com os objectivos estratégicos.
A CA Seguros implementa actividades de controlo que são parte integrante das tarefas diárias, de
forma automática ou manual, sendo transversais a todas as actividades, processos e a toda a
Companhia. Todos os Colaboradores são responsáveis por executar as actividades de controlo
associadas às suas tarefas, no âmbito do exercício da sua função.
Com base na análise dos processos e respectivos riscos, é efectuada a identificação de controlos
levados a cabo pela Companhia para mitigar os riscos. Deste modo, todos os processos estão
documentados numa lógica sequencial de tarefas e estruturados através de processos,
subprocessos e actividades. Esta informação encontra-se documentada e integrada na ferramenta
informática de suporte organizacional (ARIS).
A cada processo ou subprocesso são associados eventos de risco potenciais e os respectivos
controlos implementados. Esta identificação é concretizada pelas Áreas da estrutura organizacional
envolvidas, conjuntamente com o Gabinete de Qualidade e Controlo Interno, Gabinete de
Auditoria Interna e Gabinete de Gestão de Risco.
B.5 Função de auditoria interna
De acordo com o Institute of Internal Auditors (IIA), “A auditoria interna é uma actividade
independente, de garantia e de consultoria, destinada a acrescentar valor e a melhorar as
operações de uma organização. Assiste a organização na consecução dos seus objectivos, através
de uma abordagem sistemática e disciplinada, para a avaliação e melhoria da eficácia dos
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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processos de gestão de risco, controlo e governação.” (Tradução: IPAI - Instituto Português dos
Auditores Internos)
A função de auditoria interna tem assim como objectivo avaliar a eficiência e eficácia do Sistema
de Controlo Interno, indo ao encontro do definido na regulamentação da ASF (Norma 14-R/2005),
bem como do artigo 47º da Directiva de Solvência II - Directiva 2009/138/CE.
A metodologia seguida pela CA Seguros no desenvolvimento das suas actividades de auditoria
interna corresponde à definida no Subprocesso, desdobrando-se num conjunto de actividades quer
no âmbito da auditoria da qualidade e ambiente, quer no âmbito da auditoria de controlo interno.
O âmbito da função auditoria interna é o de determinar se o conjunto dos processos de gestão do
risco, de controlo e de governação, em conformidade com o que foi estruturado e aprovado pela
gestão é adequado e funciona, de modo a assegurar que:
Os riscos são devidamente identificados e geridos;
A informação relevante, de natureza financeira, de gestão e operacional é transmitida de
forma exacta, fidedigna e oportuna;
As atitudes dos Colaboradores estão de acordo com as políticas, normas, procedimentos, leis
e regulamentos aplicáveis;
Os recursos são adquiridos de forma económica, utilizados com eficiência, e são devidamente
protegidos;
Se encoraja a qualidade e o aperfeiçoamento contínuo dos processos de controlo da
organização;
A legislação ou regulamentos com impacte para a organização são devidamente reconhecidos
e respeitados.
Anualmente, a actividade e objectivos do Gabinete de Auditoria Interna é definida no plano de
actividades, o qual engloba o plano anual de auditoria. Neste contexto inclui a vertente de
auditoria da qualidade e ambiente, avaliação do controlo interno, testes de risco operacional,
melhoria contínua, e participação em projectos diversos.
O plano de actividades / objectivos para 2016 foi realizado em torno dos seguintes eixos de
actuação:
Elaborar e cumprir o plano de auditoria (auditorias de controlo interno e da qualidade);
Planear e/ou executar testes aos controlos que mitigam os riscos dos processos, no âmbito
do risco operacional;
Executar avaliação da implementação/eficácia dos registos Easyvista fechados, que transitam
para o Gabinete de Auditoria Interna;
Participar e promover acções que contribuem para fortalecer o ambiente de controlo interno
no que respeita a:
o Prevenção da fraude;
o Formação de Colaboradores da CA Seguros;
Dinamizar o intercâmbio com a Direcção de Auditoria da Caixa Central, e com os Auditores
das Caixas Agrícolas (incluindo Não SICAM), promovendo a integração do tema dos seguros
nas respectivas actividades de auditoria, em sintonia com o CAE;
Participar no Comité de Projectos e Recursos, submetendo e discutindo as recomendações de
auditoria que decorrem das respectivas acções, e acordadas com os Directores das Áreas e
Responsáveis de processo auditados.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
24
O Plano de Auditoria é definido com referência aos objectivos, riscos e estratégias da Companhia e
é aprovado pelo CAE.
Os resultados das auditorias realizadas são registados em relatório, cujo reporte é efectuado ao
CAE.
As oportunidades de melhoria e não conformidades identificadas, são avaliadas em conjunto com
os responsáveis directos dos processos auditados. Sobre as situações identificadas no ano a que
se reporta este relatório, referem-se a questões de âmbito operacional e concluiu-se que não
consubstanciam factos materialmente relevantes que ponham em causa qualquer dos princípios e
objectivos da Companhia, tendo sido, contudo, registadas na aplicação de melhoria contínua.
A Companhia prima pela manutenção de altos padrões de qualidade e cumprimento legal e
regulamentar, razão pela qual aposta no reforço de meios, formação e desenvolvimento
estratégico, constituindo-se o Gabinete de Auditoria Interna como mais um veículo para atingir os
seus objectivos.
A política de auditoria interna define as responsabilidades, funções, dependência, princípios
orientadores e metodológicos, organização e estrutura relacional da função.
B.6 Função actuarial
A função actuarial, para além de participar no estudo do risco específico de seguros no quadro de
Solvência II, e colaborar na determinação da margem de solvência:
Contribui de forma permanente para melhoria da qualidade e suficiência dos dados, bem para
a reflexão relativa às metodologias mais adequados aos estudos realizados;
Elabora diversos estudos de tarifação para os produtos de massa e também dos valores a
provisionar para os diversos tipos de sinistros;
Procede à avaliação regular dos riscos específicos de seguros, incluindo avaliação da
adequação de tarifas, e a suficiência das provisões técnicas e outras, com recurso às técnicas
actuariais mais adequadas, incluindo a implementação de modelos estocásticos no estudo do
provisionamento de sinistros;
Concretiza estudos de tarifação que permitiram a tomada de melhores decisões ao nível do
desenho de produtos e da definição de tarifas, incluindo a identificação de factores de
tarifação relevantes, para a segmentação dos riscos.
Emite pareceres baseados em modelos de simulação de sinistros graves, que suportaram a
definição do programa de resseguro para o ano seguinte, balanceando o efeito de mitigação
do risco proporcionado por tratados de resseguro alternativos, com o respectivo custo, e o
apetite ao risco definido pelo CAE, para a tomada de decisão;
Emite parecer sobre o matching de activos financeiros e passivos (provisões técnicas);
Propõe mecanismos de mitigação do risco específico de seguros - Não Vida e Saúde de
acordo com o nível de apetite ao risco em vigor;
Emite parecer sobre a política de resseguro aplicada pela Companhia a todos os produtos;
Apoia o Gabinete de Gestão de Risco na execução do exercício ORSA;
Verifica a manutenção da política de análise, cálculo e rigorosa orçamentação e
provisionamento de todos os sinistros.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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B.7 Subcontratação
A política de subcontratação tem como objectivo definir a actividade de selecção, qualificação e
avaliação de fornecedores de bens e serviços, com vista à satisfação das necessidades da CA
Seguros.
A Companhia subcontrata um conjunto de serviços a empresas exteriores nomeadamente, a
assistência, as averiguações, o contencioso, as instalações e gestão da infra-estrutura, a protecção
jurídica, as peritagens, os rent-a-car, a gestão de investimentos, e os cuidados de saúde.
Para todos os serviços actualmente subcontratados, existe um serviço interno que é o responsável
pela subcontratação do ponto vista contratual e do ponto vista de nível do serviço prestado. Não
pode ser efectuada a subcontratação de funções ou actividades operacionais fundamentais ou
importantes se da mesma resultar uma degradação da qualidade de serviço.
O nível de serviço dos fornecedores é permanentemente monitorizado por forma a garantir que
deles não resulte um prejuízo significativo para a qualidade do sistema de governação, nem um
aumento indevido do risco operacional, um prejuízo para a capacidade da ASF de verificar se a
Companhia cumpre as suas obrigações ou um prejuízo para a continuidade ou qualidade dos
serviços prestados aos Clientes.
B.8 Eventuais informações adicionais
Está em curso uma reflexão sobre a amplitude a conferir à função Compliance e à adaptação das
funções subcontratadas por forma a responder ao regime de Solvência II.
No âmbito da gestão do risco, prosseguiremos as acções que promovem a integração da avaliação
de riscos em todos as decisões e o desenvolvimento do controlo interno.
No plano estratégico, prevemos o aprofundamento da actividade de bancasseguros, aumentando
a penetração e capitação de seguros nos Clientes do Crédito Agrícola. A CA Seguros tem como
objectivo reforçar o valor criado para os Clientes, assegurando a cobertura integral das suas
necessidades de protecção e de assistência e também reforçar o valor criado para o Grupo CA,
contribuindo para uma maior fidelização dos Clientes.
No ramo Acidentes de trabalho, melhorámos os resultados da conta técnica através de um
aumento dos prémios médios, conforme recomendação da ASF, traduzidos num rácio combinado
já inferior a 100%, em 2016.
O estudo e implementação de uma nova tarifa para o seguro Automóvel, em 2017, permitirá a
introdução de novos factores de tarifação, que se revelaram significativos na diferenciação dos
riscos, e promover uma maior adequação dos prémios a esses riscos.
Iremos também continuar a apostar fortemente na melhoria da qualidade da carteira de apólices
em vigor, incluindo diversas medidas de incentivo às Caixas Agrícolas para uma melhor aceitação
de riscos e uma maior proactividade na correcção de prémios e eventual saneamento de maus
riscos.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
26
C Perfil de risco
A gestão de risco suporta a Companhia na identificação, avaliação, gestão e monitorização dos
riscos, de forma a assegurar a adopção de acções adequadas e imediatas em caso de alterações
materiais no seu perfil de risco.
Neste sentido, a Companhia, para traçar o seu perfil de risco, identifica os diversos riscos a que
está exposta, procedendo, de seguida à sua avaliação.
A avaliação dos riscos tem por base a fórmula-padrão usada no cálculo do requisito de capital de
solvência. Para outros riscos, não incluídos naquela fórmula, a Companhia opta por utilizar uma
análise qualitativa de forma a classificar o impacto previsível nas suas necessidades de capital.
Assim, o cálculo do SCR da Companhia para o exercício de 2016, foi o seguinte:
SCR 2016
Unidade: milhares de euros
C.1 Risco específico de seguros
O risco específico de seguros é definido como o risco de perda, ou de evolução desfavorável do
valor dos elementos do passivo decorrentes da actividade seguradora devido à utilização de
pressupostos inadequados na fixação de preços e no provisionamento.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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O requisito de capital de solvência relativo aos riscos específicos de seguros é o seguinte:
Unidade: milhares de euros
C.2 Risco de mercado
Os riscos de mercado decorrem da incerteza associada às variações do nível ou da volatilidade dos
preços de mercado dos instrumentos financeiros que influenciam o valor dos elementos do activo
e do passivo de uma empresa de seguros.
Os activos que contribuem para o risco de mercado reconciliam com as seguintes rubricas de
investimentos e caixa e equivalentes, as quais totalizam o montante de 186.654 mil euros.
Os activos que contribuem para o risco de mercado, no balanço económico de Solvência II, são os
seguintes:
Unidade: milhares de euros
Os passivos que contribuem para o risco de mercado do submódulo risco taxa de juro são as
rubricas de balanço: Provisões técnicas - não vida (excluindo saúde), Provisões técnicas -
acidentes e doença (similar a não vida) e Provisões técnicas - saúde (similar a vida) as quais
totalizam 132.416 mil euros.
QRT
31.12.2016
Risco de Subscrição 23.661
Prémios e Reservas 19.047
Descontinuidade (Lapse) 65
Catastrófico (CAT) 10.062
Poupança por Diversificação -5.512
Risco Saúde 12.104
Saúde similar a Vida 2.391
Longevidade 1.655
Despesas 224
Revisão 1.211
Descontinuidade (Lapse) 0
Poupança por Diversificação -700
Saúde não similar a Vida 8.397
Prémios e Reservas 8.397
Descontinuidade (Lapse) 8
Poupança por Diversificação -8
Saúde Catastrófico 4.884
Sub risco Acidente em Massa 400
Sub risco Concentração 4.867
Sub risco Pandémico 0
Poupança por Diversificação -384
Poupança por Diversificação -3.568
Requisitos de Capital
ActivosBalanço
contabilístico
Balanço
económicoRisco Tx Juro
Risco
Accionista
Risco
Imobiliário
Risco de
Spread
Partes capital (emp. part.) 240 631 0 631 0 0
Títulos Dívída Pública 125.808 125.808 125.808 0 0 0
Títulos Dívida Corporate 51.116 51.116 51.116 0 0 51.116
Unidades part. F Investimento 7.654 7.654 0 0 7.654 0
Total 184.818 185.208 176.924 631 7.654 51.116
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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O requisito de capital de solvência que deriva dos riscos de mercado é o seguinte:
Unidade: milhares de euros
C.2.1 Risco de taxa de juro
O risco de taxa de juro deriva do facto de flutuações nas taxas de juro de mercado se reflectirem
numa evolução dos valores desses activos (cotações) no sentido inverso. Assim, quando as taxas
de juro sobem, o valor dos activos com entradas de caixa fixas, reduz-se, e vice-versa. O risco de
taxa de juro é tanto mais elevado quanto maior o prazo durante o qual as entradas de caixa estão
fixadas, o que significa que este é mais pronunciado em activos como as obrigações a taxa fixa,
em que todas as entradas de caixa já estão fixadas até à maturidade (data de reembolso), a qual
pode ser daqui a 5, 10, ou mesmo 30 anos.
Deve ser dada especial atenção ao facto de esta estratégia assegurar, por um lado, a imunização
dos capitais próprios e a minimização dos capitais exigíveis no âmbito do Solvência II para a
cobertura do risco de taxa de juro mas, por outro lado, não assegura a imunização dos resultados
do exercício, nem dos capitais próprios, pelo facto de: (i) as flutuações no justo valor dos activos
financeiros disponíveis para venda serem reconhecidas directamente nos capitais próprios; (ii) as
flutuações do justo valor dos activos financeiros a deter até à maturidade não serem reconhecidas
nem nos resultados, nem nos capitais próprios; (iii) as IAS/IFRS não preverem a actualização do
valor de alguns passivos financeiros; e (iv) os efeitos de alterações das taxas de juro sobre as
provisões matemáticas do ramo acidentes de trabalho se reflectirem directamente em resultados.
A exposição ao risco de taxa de juro existente em 31 de Dezembro de 2016 poderia ainda ser
reduzida, por exemplo, reduzindo o montante de obrigações de taxa fixa, ou reduzindo a sua
duration média, mas a Companhia optou por não efectuar o matching perfeito das durations de
activos e passivos sujeitos ao risco de taxa de juro, dada a não neutralidade do referencial
IAS/IFRS para as empresas de seguros, neste particular. De facto, enquanto as flutuações no
valor de mercado das obrigações a taxa fixa classificadas como activos disponíveis para venda são
reflectidas directamente nos capitais próprios, as flutuações ao nível dos passivos (por exemplo, as
provisões matemáticas de acidentes de trabalho) afectam directamente os resultados do exercício.
A estes factos, acresce que o actual referencial contabilístico não permite a actualização das
restantes provisões técnicas, incluindo as provisões para sinistros do ramo automóvel, cujas saídas
de caixa esperadas se distribuem para além de 2016.
Para determinar o requisito de capital da taxa de juro foi utilizado o cálculo simplificado, conforme
o disposto no Artigo 103.º do Regulamento Delegado (EU) 2015/35.
O risco de taxa de juro implica um requisito de capital de solvência de 2.044 mil euros.
QRT
31.12.2016
Risco de Mercado 7.434
Risco Taxa de Juro 2.044
Risco Accionista 139
Risco Imobiliário 1.914
Risco de Spread 4.784
Risco de Concentração 0
Risco Cambial 0
Poupança por diversificação -1.446
Requisito de Capital
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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C.2.2 Risco accionista
O risco accionista visa reflectir as perdas resultantes da queda do nível de preços de mercado das
acções, bem como de variações na sua volatilidade.
O risco de accionista na CA Seguros está limitado apenas a uma entidade participada, o que
explica o reduzido requisito de capital de solvência, no montante de 139 mil euros. A participação
está classificada uma participação estratégica Tipo II.
C.2.3 Risco de spread
O risco de spread de crédito descreve a sensibilidade dos valores dos activos e passivos em
resultado das alterações do nível ou da volatilidade dos spreads de crédito ao longo das curvas de
rendimentos (yields) de taxas de juro isentas de risco. Os movimentos dos spreads de crédito são
influenciados pela probabilidade esperada de incumprimento, perda esperada nos casos de
incumprimentos dos emitentes, incerteza dos valores de probabilidade e perda em caso de
incumprimento, bem como incumprimentos atuais dos emitentes.
A avaliação dos activos sujeitos a risco de spread no balanço económico, foi efectuada tendo por
base a sensibilidade do valor dos elementos do activo e dos instrumentos financeiros a alterações
no nível e volatilidade dos spreads de crédito ao longo da estrutura temporal das taxas de juro
sem risco.
Para todos os investimentos financeiros foi atribuído um rating tendo por base às Agências de
Rating internacionais.
A duração modificada foi calculada para toda a carteira de investimento com base nos cash-flows
actualizados com base na yield-to-maturity e na Macaulay duration.
O requisito de capital de solvência do risco de spread ascende a 4.783 mil euros.
C.2.4 Risco de concentração
A avaliação dos activos sujeitos ao risco de concentração tem como objectivo validar a
diversificação da carteira de activos, reduzindo a exposição ao risco de incumprimento por parte
de um único emitente de valores mobiliários ou de um grupo de emitentes coligados. Para todos
os investimentos financeiros, está atribuído um rating pelas as agências de notação de risco
internacionais.
O requisito de capital de solvência para o risco de concentração é calculado com base nas
exposições individuais. Para o efeito, as exposições sobre empresas que pertencem ao mesmo
grupo são equiparadas a uma exposição individual. A exposição ao risco de incumprimento de
uma contraparte corresponde à soma das exposições dessa contraparte. A exposição ao risco de
incumprimento de uma exposição individual corresponde à soma das exposições ao risco de
incumprimento de todas as contrapartes que pertencem à exposição individual.
Devido à diversificação de activos assegurada pela Companhia, o risco de concentração não
resulta em qualquer requisito de capital de solvência.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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C.2.5 Risco cambial
A CA Seguros não está sujeita a risco cambial, dado que não existirem activos nem passivos
noutra moeda que não seja o Euro.
C.3 Risco de crédito
O risco de crédito é o risco de incumprimento (default) ou de alteração na qualidade creditícia
(rating) dos emitentes de valores mobiliários aos quais a empresa de seguros está exposta, bem
como dos devedores, prestatários, mediadores, tomadores de seguro e resseguradoras que com
ela se relacionam.
O risco de crédito na Companhia existe ao nível dos contratos de resseguro, devido à possibilidade
de incumprimento por parte das resseguradoras relativamente a verbas recuperáveis de sinistros
ocorridos. Considerando o pressuposto da continuidade das relações contratuais com
resseguradoras, as verbas recuperáveis de sinistros de massa são dedutíveis aos valores de
prémios a pagar às resseguradoras, pelo que o risco de crédito é praticamente nulo ao nível
dessas situações. As situações de risco de crédito, com um impacto potencial significativo na
Companhia, só se poderão colocar nos casos de: (i) sinistros de elevada gravidade, (ii) eventos
catastróficos ou (iii) sinistros com demorada regularização.
A gestão eficaz do risco de crédito no resseguro passa essencialmente pela selecção de
resseguradoras com boa qualidade creditícia, e na promoção de relações comerciais e contratuais
duradouras. Esta política tem sido utilizada pela Companhia desde o início da sua actividade, e
terá continuidade no futuro. As resseguradoras incluídas no programa de resseguro da Companhia
em 2016, e os respectivos ratings Standard & Poors, são as seguintes: Munich Re (AA-), Swiss Re
(AA-), R+V Re (AA-), Partner Re (A+), QBE Re (A+) e Mapfre Re (A).
Como política adicional de diversificação do risco de crédito, é promovida a participação
diversificada de resseguradoras nos tratados de resseguro proporcionais e não proporcionais, para
que nenhuma tenha uma participação superior a 35%, no mesmo tratado.
A CA Seguros considerou para o cálculo de requisito de capital de solvência todas as exposições
sujeitas a risco de incumprimento pela contraparte e efectua a reconciliação dos passivos sujeitos
ao risco de contraparte e o balanço económico, a qual reflecte as perdas resultantes do
incumprimento inesperado ou da deterioração na qualidade de crédito das contrapartes e
devedores, relativamente a contratos de mitigação de riscos, tais como resseguro e os valores a
receber de intermediários bem como todas as outras posições decorrentes de créditos não
abrangidos pelo risco de spread do módulo de risco de mercado.
Os activos que contribuem para o risco de contraparte estão indicados no balanço de solvência II,
no montante global de 5.757 mil euros:
Unidade: milhares de euros
ActivosBalanço
contabilístico
Balanço
económico
Não Vida e Saúde similar a Não Vida 8.267 4.311
Caixa e Equivalentes 1.446 1.446
Total 9.712 5.757
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
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As exposições ao risco de incumprimento da contraparte são classificadas de acordo com as suas
características, podendo ser denominadas de Tipo I ou de Tipo II. As exposições de Tipo I são
compostas por activos não considerados nos submódulo do risco de mercado, contrapartes em
instrumentos financeiros derivados, contratos de resseguro, responsabilidades com resseguro (i.e.,
montante de recuperáveis de resseguro, se positivos) e depósitos à ordem, incluindo o valor das
operações a liquidar pela compra de activos. Quanto às exposições do Tipo II, estas são
compostas por activos que não são de Tipo I nem são considerados no risco de mercado, tais
como empréstimos sobre apólices, empréstimos hipotecários e valores a receber de intermediários
ou de tomadores de seguro.
O requisito de capital de solvência do risco de contraparte é o seguinte:
Unidade: milhares de euros
C.4 Risco de liquidez
A Companhia não tem praticamente exposição ao risco de liquidez porque, por um lado, controla
totalmente o ritmo de saída dos fluxos de caixa, onde se destaca o pagamento de indemnizações
e despesas de sinistros e, por outro lado, a totalidade da carteira de activos financeiros é
facilmente convertível em dinheiro, por ser constituída na sua quase totalidade por depósitos
aprazo, obrigações transaccionadas em mercados regulamentados e unidades de participação em
fundos de investimento.
C.5 Risco operacional
O risco operacional é o risco de perdas resultantes da inadequação ou falha nos procedimentos
internos, pessoas, sistemas ou eventos externos. Está associado a eventos como fraudes, falhas
de sistemas, e ao não cumprimento de normas e regras estabelecidas. Inclui ainda, por exemplo,
o risco resultante de falhas no governo da sociedade, nos sistemas, nos contratos de prestação de
serviços em outsourcing e no plano de continuidade do negócio.
O risco operacional não é separável e distinto dos riscos específicos de seguros e dos riscos
financeiros. Pelo contrário, por estar relacionado com todos os processos operacionais da
Companhia, é uma categoria de risco que se sobrepõe a todas as outras. Muitos dos eventos que
classificamos como um risco específico de seguros (por exemplo, as provisões para sinistros serem
insuficientes) ou como um risco financeiro (por exemplo, o registo de perdas em activos
financeiros, cuja possibilidade não tinha sido antecipada) são na realidade riscos operacionais,
porque não teriam ocorrido se não tivesse havido uma deficiência no respectivo processo, ou se
existissem controlos eficazes na prevenção ou detecção dessas deficiências.
QRT
31.12.2016
SCR 26.029
Risco de Contraparte (Default) 426
Exposições Tipo I 82
Exposições Tipo II 361
Poupança por Diversificação -17
Requisitos de Capital
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
32
O risco operacional está em todas as funções, em todos os processos, em todas as actividades, no
dia-a-dia. Pode-se argumentar, fundamentadamente, que o risco operacional é o mais importante
de todos os riscos.
Um aspecto fulcral no risco operacional é a existência de controlos eficazes, que permitam
detectar, corrigir e evitar situações de não conformidade com as políticas e procedimentos
definidos. A inexistência de controlos adequados pode resultar na ultrapassagem dos limites e
regras definidos, por exemplo, na gestão de investimentos financeiros e na subscrição de riscos
específicos de seguros. Sem controlos, podemos ter fraudes, transacções não autorizadas,
branqueamento de capitais, riscos de segurança e riscos para o pessoal. Os riscos de sistemas
resultam de falhas nos sistemas, modelos errados, erros na informação de gestão, erros de
programação, falhas nas telecomunicações e planos de contingência inoperantes. Existe ainda o
risco de não conformidade com leis e normas estabelecidas, o qual pode resultar na imposição de
penalidades sobre a Companhia, pecuniárias e de outros tipos. A lista de possíveis riscos
operacionais pode ser muito extensa.
No entanto, e dependendo da probabilidade e impacto expectável, a Companhia deve identificar
um pequeno número de riscos de alta prioridade, para tratamento imediato. A gestão do risco
operacional obriga a que o foco incida prioritariamente sobre o conjunto dos riscos mais sérios.
Na Companhia, os responsáveis pelos processos operacionais e de suporte (process owners) têm
atribuídas as seguintes responsabilidades:
reconhecer a responsabilidade pela concepção, implementação e manutenção da estrutura de
controlo no âmbito dos “seus” processos de negócio;
informar, formar e educar todos os Colaboradores que realizam actividades no âmbito do
“seu” processo, para a importância do controlo interno e das exigências e esforço necessários
nesta área;
liderar e dinamizar a identificação, priorização e revisão dos riscos e controlos;
remover todos os obstáculos ao cumprimento de leis, normas e regulamentos externos e
internos;
colaborar activamente no programa de auto-avaliação dos riscos e na realização de testes aos
controlos dos riscos associados aos “seus” processos;
com a colaboração do Gabinete de Qualidade e Controlo Interno, actuar no sentido de corrigir
todas as situações de ineficiência nos processos e de ineficácia dos controlos;
divulgar a ocorrência de riscos, expressar preocupações e colocar questões prontamente,
para que possa ser dada a atenção adequada à sua correcção.
No âmbito da aplicação do regime de Solvência II, e em particular ao que à gestão do risco
operacional diz respeito, a CA Seguros tem vindo a reforçar a aplicação do enquadramento legal
previsto à estrutura da Companhia, com o intuito de implementar um adequado Sistema de
Gestão de Risco e Controlo Interno.
Com vista a mitigar o risco operacional a que a CA Seguros se encontra exposta, durante o ano de
2016 continuaram a decorrer acções de formação e foram identificados e avaliados os riscos
operacionais de vários processos, bem como caracterizadas as actividades de controlo associadas.
Os riscos foram avaliados e classificados numa matriz de risco, consoante a frequência e a
severidade dos mesmos. Os controlos identificados são posteriormente testados, com o intuito de
verificar se estão bem desenhados e se são eficazes na mitigação do risco. Este levantamento
conta com a participação das Áreas de negócio envolvidas, o Gabinete de Qualidade e Controlo
Interno e o Gabinete de Auditoria Interna.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
33
Os eventos de risco operacional foram objecto de registo e tratamento numa aplicação de apoio à
melhoria contínua. De facto existem conceitos semelhantes e complementares, no domínio dos
processos, da melhoria contínua e suas não conformidades (Qualidade) com alguns dos conceitos
de processos, risco operacional, eventos e controlos (Solvência II), e objectiva-se evoluir para a
integração na gestão, controlo e operação daquelas vertentes em subordinação aos dois
frameworks Solvência II e Qualidade.
Foi efectuado upgrade, com incorporação de novas funcionalidades, à plataforma informática que
suporta, de modo integrado, a representação e documentação dos processos, riscos e controlos
O requisito de capital de solvência decorrente do risco operacional, a 31 de Dezembro 2016, é de
2.800 mil euros.
Unidade: milhares de euros
C.6 Outros riscos materiais
Não foram identificados quaisquer outros riscos materialmente relevantes no âmbito deste
exercício para além dos anteriormente referidos.
C.7 Eventuais informações adicionais
No cálculo do SCR com referência à data de 31 de Dezembro de 2016, a CA Seguros está a
considerar 50% do ajustamento para a capacidade de absorção de perdas dos impostos diferidos
(LAC-DT), utilizando uma metodologia simplificada e devidamente documentada para o cálculo
deste benefício. Note-se que, no reporte relativo ao Day One, a CA seguros tinha considerado
100% desse ajustamento no cálculo do SCR.
A CA Seguros irá desenvolver em 2017, um modelo mais robusto para do ajustamento para a
capacidade de absorção de perdas dos impostos diferidos (LAC-DT), tendo em conta as
orientações definidas no regulamento delegado.
O quadro seguinte apresenta uma análise de sensibilidade do impacto do ajustamento para a
capacidade de absorção de perdas dos impostos diferidos (LAC-DT), no SCR e no rácio de
Solvência II:
Unidade: milhares de euros
QRT
31.12.2016
SCR 26.029
Risco Operacional 2.800
Requisitos de Capital
QRT
100% 75% 50% 25% 0%
Fundos Próprios Elegíveis para SCR 43.771 43.771 43.771 43.771 43.771
Requisito de Capital de Solvência (SCR) 26.029 27.759 29.489 31.218 32.948
Excesso de Capitais 17.742 16.012 14.282 12.553 10.823
Rácio de Solvência II 168% 158% 148% 140% 133%
Descrição
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
34
Finalmente, é importante salientar que, o cálculo do SCR e do rácio de Solvência II, a Companhia
não recorreu à aplicação de qualquer tipo de medidas transitórias, pelo que assegura já o full
compliance com as regras de Solvência II, no âmbito do Pilar 1.
D Avaliação para efeitos de solvência
Este capítulo contém informações sobre a avaliação das principais rubricas de balanço,
identificando as rubricas mais relevantes, os métodos e os principais pressupostos utilizados para
avaliação económica dos mesmos.
Unidade: milhares de euros
D.1 Activos
A avaliação da maioria dos activos financeiros é baseada no justo valor, descrita nos pontos
abaixo.
D.1.1 Activos Intangíveis e custos diferidos
Os activos intangíveis tendem a ser eliminados no balanço económico, conforme regulamento
delegado 2015/35 art.º 12, nº 2. Os activos intangíveis (excepto goodwill) podem, contudo, ser
reconhecidos no balanço económico com um valor diferente de zero, quando:
sejam identificáveis;
a Companhia possa obter os benefícios económicos futuros resultantes do activo;
tenham um valor disponível num mercado activo.
Balanço
contabilístico Reavaliações
Balanço
económico
Custos de aquisição diferidos 3.930 -3.930 0
Activos intangiveis 1.824 -1.824 0
Activos por impostos diferidos 54 -54 0
Excedente beneficio de pensões 45 0 45
Imobilizado p/ uso próprio 1.330 0 1.330
Investimentos 184.818 391 185.208
Interesses em empresas relacionadas, incluindo participações 240 391 631
Obrigações 176.924 0 176.924
Obrigações de dívida Publica 125.808 0 125.808
Obrigações de empresas 51.116 0 51.116
Fundos de Investimento 7.654 0 7.654
Recuperáveis de resseguro dos ramos: 8.267 -3.956 4.311
Não Vida e Acidentes e Doença 8.267 -3.956 4.311
Não Vida 8.267 -4.397 3.870
Acidentes e Doença 0 441 441
Contas a receber por operações de seguros e intermediários 4.352 0 4.352
Contas a receber por operações de resseguro 1.640 0 1.640
Contas a receber por outras operações, não de seguro 2.852 0 2.852
Caixa e seus equivalentes 1.446 0 1.446
Outros Activos 2.206 0 2.206
Total Activo 212.764 -9.373 203.390
2016
Activo
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
35
Os custos de aquisição diferidos são anulados conforme preconizado pelas regras de Solvência II.
Os activos e passivos financeiros são avaliados individualmente.
D.1.2. Impostos diferidos
Os impostos diferidos são reconhecidos e valorizados no balanço contabilístico de acordo com a
IAS 12. Especificamente, impostos diferidos reconhecidos no balanço económico resultam de:
diferenças temporárias (decorrentes, nomeadamente, da aplicação do justo valor) entre o
valor económico e o valor do imposto de activos e passivos;
créditos fiscais não utilizados e prejuízos fiscais.
Um activo por impostos diferidos é reconhecido na medida em que é provável que a Companhia
tenha lucros tributáveis disponíveis contra os quais estas diferenças temporárias, prejuízos fiscais
e créditos fiscais não utilizados podem ser usados.
A Companhia considerou que a capacidade de absorção de perdas por impostos diferidos é de
50%, o que representou na data de 31 de Dezembro de 2016, o montante de 3.460 mil euros.
O teste de recuperabilidade de perdas teve como base o exercício ORSA e o Plano de Negócios
2017-2020, que demonstrou a existência de lucros tributáveis futuros, que permite validar a
recuperação de uma perda potencial dentro do prazo fiscalmente aceite. Todos estes
procedimentos são documentos e validados com base nas especificações técnicas.
O valor dos passivos por impostos diferidos apresentados no balanço contabilístico e no balanço
económico é analisado de acordo com o quadro seguinte:
Unidade: milhares de euros
D.1.3 Recuperáveis de resseguro
Os montantes recuperáveis de contratos de resseguro são calculadas separadamente tanto para
as provisões para prémios, como para as provisões para sinistros.
Os fluxos de caixa relativos às provisões para sinistros devem incluir os pagamentos por
indemnizações referentes aos sinistros considerados nas provisões brutas para sinistros da
empresa que cede os riscos. Os fluxos de caixa relativos às provisões para prémios devem incluir
os pagamentos referentes aos sinistros futuros.
Os recuperáveis de resseguro, calculados de acordo com o conceito de melhor estimativa,
resultaram num valor de 4.311 mil euros, que corresponde a uma variação de -3.956 mil euros
face ao valor do balanço contabilístico.
Balanço
contabilístico
Balanço
económicoDiferença
Custos de aquisição diferidos 3.930 0 -3.930
Activos intangíveis 1.824 0 -1.824
Investimentos 240 631 391
Recuperáveis de resseguro 8.267 4.311 -3.956
Diferença de activos -9.319
Activo por impostos diferidos -1.957
2016
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
36
Recuperáveis de resseguro relativos à provisão para prémios
Relativamente aos recuperáveis de resseguro relativos à provisão para prémios, a metodologia
utilizada foi a seguinte:
consideração da melhor estimativa da provisão para prémios de directo;
cálculo das indemnizações a receber por parte do ressegurador (recorrendo ao rácio estimado
Custos Cedidos/Custos Directo);
determinação do valor que se espera pagar aos resseguradores referente aos prémios
futuros, prémios cedidos (recorrendo ao rácio estimado Resseguro Cedido/PBE);
cálculo das comissões a receber por parte da resseguradora (resseguro proporcional).
Recuperáveis de resseguro relativos à provisão para sinistros
Os montantes recuperáveis de resseguro distribuem-se da seguinte forma, por linha de negócio,
conforme apresentado abaixo:
Unidade: milhares de euros
No que diz respeito ao cálculo dos recuperáveis de resseguro relativos à provisão para sinistros,
utilizou-se a seguinte metodologia:
determinação dos montantes relativos a sinistros que irão ser pagos no futuro (projecção da
parte inferior do triângulo de pagamentos);
determinação, para cada ano de ocorrência, do rácio contabilístico: Pagamentos
Resseguro/Pagamentos Directo;
apuramento do custo estimado de resseguro para cada ano de ocorrência: para cada
diagonal de responsabilidade futura multiplica-se o valor que se estima pagar (de directo)
pelo rácio de pagamentos apurado anteriormente;
cálculo do loss given default de acordo com a probabilidade de default associada a cada
Resseguradora, conforme o respectivo rating a ser considerado.
D.1.4 Restantes activos
O ajustamento efectuado em investimentos refere-se a uma participação mensurada a custo de
aquisição em balanço contabilístico o qual foi reavaliada pelo Método da equivalência patrimonial
ajustado.
Linha de Negócio
ME res
Recup.
Resseg.
ME prem
Recup.
Resseg.
1.Despesas médicas 862 -439
2.Protecção de rendimento 177 -13
3.Acidentes de trabalho 0 -146
4.Auto-Responsabilidade civil 1.115 -43
5.Auto-Outras coberturas 0 -50
6.Maritimo,aéreo e transportes 0 0
7.Incêndio e outros danos 1.296 568
8.Responsabilidade civil geral 0 -75
9.Crédito e caução 0 0
10.Proteção jurídica 0 -41
11.Assistência 479 589
12.Diversos 0 32
Total 3.930 381
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
37
Os restantes activos não foram actualizados considerando a sua reduzida duração.
D.2 Provisões técnicas
As provisões técnicas de Solvência II são avaliadas a valor de mercado, pela soma da melhor
estimativa (best estimate) e da margem de risco (risk margin), e apresentam os seguintes
resultados.
Unidade: milhares de euros
Para a avaliação das provisões técnicas em base económica foram utilizadas técnicas actuariais de
projecção de cash-flows futuros, tendo sido reconhecidas todas as responsabilidades explícitas e
implícitas nos contractos.
Com vista à actualização dos fluxos de caixa (pagamentos e recebimentos) futuros, para a data de
referência de 31 de Dezembro de 2016, foi utilizada uma estrutura temporal de taxas de juro
disponibilizada pela EIOPA.
D.2.1 Melhor estimativa da provisão para sinistros
Considera-se Provisão para sinistros não vida “o valor actuarial estimado dos custos que a
empresa de seguros suportará para regularizar todos os sinistros que tenham ocorrido até à data
a que se reporta a avaliação, quer tenham sido comunicados quer não”.
Entende-se, assim, que se devem ter em conta todos os custos necessários para regularizar os
sinistros, devendo ser incluídas todas as despesas directas e indirectas para assegurar o
cumprimento integral das responsabilidades assumidas até ao respectivo run-off.
Balanço
contabilístico Reavaliações
Balanço
económico
Provisões técnicas - não vida 101.946 -10.053 91.893
Provisões técnicas - não vida (excluindo saúde) 82.876 -8.353 74.522
Melhor estimativa 0 69.609 69.609
Margem de risco 0 4.913 4.913
Provisões técnicas - Acidentes e Doença (similar a não vida) 19.070 -1.699 17.371
Melhor estimativa 0 16.194 16.194
Margem de risco 0 1.177 1.177
Provisões técnicas - Saúde (similar a vida) 32.878 7.645 40.523
Melhor estimativa 0 37.705 37.705
Margem de risco 0 2.818 2.818
Outras provisões técnicas 1.389 -1.389 0
Depósitos de resseguradores 300 0 300
Passivos por impostos diferidos 3.059 -1.337 1.723
Contas a pagar por operações de seguro e intermediários 12.892 0 12.892
Contas a pagar por operações de resseguro 3.256 0 3.256
Contas a pagar por outras operações 889 0 889
Passivos subordinados 4.000 0 4.000
Passivos subordinados em fundos próprios 4.000 0 4.000
Outros passivos 6.200 0 6.200
Total Passivo 166.809 -5.133 161.675
Excesso de Activo sobre Passivo 45.955 -4.240 41.715
2016
Passivo
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
38
A melhor estimativa da Provisão para sinistros apurada para cada uma das linhas de negócio é a
apresentada em seguida.
Unidade: milhares de euros
D.2.2 Melhor estimativa da provisão para sinistros (componente de outras despesas)
Para a determinação da melhor estimativa da componente de outras despesas, foram
consideradas todas as despesas necessárias à gestão dos sinistros até á sua extinção.
No quadro abaixo são apresentados os valores apurados para a melhor estimativa (após
actualização) da Provisão para gestão de sinistros para cada uma das diferentes linhas de negócio:
Unidade: milhares de euros
A melhor estimativa global para a Provisão para custos de gestão de sinistros ascendeu a um valor
de 2.527 mil euros.
Linha de Negócio ME PS
1.Despesas médicas 1.002
2.Protecção de rendimento 4.763
3.Acidentes de trabalho 5.573
4.Auto-Responsabilidade civil 44.932
5.Auto-Outras coberturas 1.673
6.Maritimo,aéreo e transportes 8
7.Incêndio e outros danos 4.252
8.Responsabilidade civil geral 1.257
9.Crédito e caução 0
10.Proteção jurídica 29
11.Assistência 607
12.Diversos 189
Total 64.285
Linha de Negócio ME PGS
1.Despesas médicas 0
2.Protecção de rendimento 110
3.Acidentes de trabalho 800
4.Auto-Responsabilidade civil 934
5.Auto-Outras coberturas 443
6.Maritimo,aéreo e transportes 0
7.Incêndio e outros danos 202
8.Responsabilidade civil geral 37
9.Crédito e caução 0
10.Proteção jurídica 0
11.Assistência 0
12.Diversos 0
Total 2.527
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
39
D.2.3 Responsabilidades de longa duração - pensões e assistências vitalícias
No cálculo das Provisões Matemáticas (pensões em pagamento, capitais de remição e
responsabilidades que serão possivelmente pagas sob a forma de pensões ou capitais de
remição), foram considerados os seguintes pressupostos.
Pensões
Tábuas de mortalidade: TV 88/90;
Encargos de gestão: 2,5%;
Inflação: 0% (pelo facto das pensões serem constantes);
Actualização de fluxos de caixa futuros: estrutura temporal de taxas de juro sem risco
disponibilizada pela EIOPA.
Capitais de Remição
Tábuas de mortalidade: TD 88/90;
Taxa de juro: 5,25%;
Encargos de gestão: 0%;
Actualização de fluxos de caixa futuros: estrutura temporal de taxas de juro sem risco
disponibilizada EIOPA;
Assistências Vitalícias
Tábuas de mortalidade: TV 88/90;
Taxa de juro: Estrutura temporal de taxas de juro sem risco disponibilizada pela EIOPA;
Inflação: 2%;
Encargos de gestão: 2,5%;
Actualização de fluxos de caixa futuros: estrutura temporal de taxas de juro sem risco
disponibilizada pela EIOPA;
D.2.4 Melhor estimativa da provisão para reservas – análise global
O quadro abaixo apresenta os valores apurados para a melhor estimativa (após actualização) da
Provisão para sinistros para cada uma das diferentes linhas de negócio, tendo em conta os
pressupostos anteriormente descritos.
Unidade: milhares de euros
Linha de Negócio
Prov.
Sinistros
Solvência I
ME PS ME PGSME res
Solvência II
Impacto
SI vs SII
1.Despesas médicas 999 1.002 0 1.002 0%
2.Protecção de rendimento 4.853 4.763 110 4.873 0%
3.Acidentes de trabalho 40.109 43.278 800 44.078 14%
4.Auto-Responsabilidade civil 53.306 44.932 934 45.867 -14%
5.Auto-Outras coberturas 2.105 1.673 443 2.117 1%
6.Maritimo,aéreo e transportes 8 8 0 8 0%
7.Incêndio e outros danos 4.780 4.252 202 4.454 -7%
8.Responsabilidade civil geral 1.282 1.257 37 1.294 1%
9.Crédito e caução 0 0 0 0 0%
10.Proteção jurídica 0 29 0 29 0%
11.Assistência 0 607 0 607 0%
12.Diversos 826 189 0 189 0%
Total 108.269 101.990 2.527 104.517 -2%
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
40
Considerando os pressupostos e metodologias atrás referidas, apurou-se uma melhor estimativa
global para a Provisão para sinistros no valor de 104.517 mil euros, o que corresponde a uma
variação de -2% face às Provisões para sinistros de balanço (106.849 mil euros).
Como se pode observar, os valores apurados são inferiores aos registados no balanço.
Salienta-se o impacto observado no âmbito das responsabilidades com pensões e assistências
vitalícias em virtude do impacto causado pela utilização da estrutura temporal de taxa de juro sem
risco a 31 de Dezembro de 2016, em vez da taxa de juro de 2,75%, utilizada actualmente para o
cálculo das responsabilidades de longa duração.
D.2.5 Melhor estimativa da provisão para prémios
Considera-se Provisão para prémios o “valor actuarial estimado dos custos que a empresa de
seguros suportará para regularizar todos os sinistros que venham a ocorrer no futuro, após
dedução do valor actuarial estimado dos prémios futuros.”
Apurou-se uma melhor estimativa global para a Provisão para prémios no valor de 18.991 mil
euros, que corresponde a uma variação de -29% face à Provisão para prémios não adquiridos
(incluindo a PRC) no valor de 26.823 mil euros, como se pode observar no quadro abaixo:
Unidade: milhares de euros
A melhor estimativa da Provisão para prémios, em algumas linhas de negócio, resultou num valor
negativo. Isto acontece sempre que o valor actual dos prémios futuros a receber é superior ao
valor actual dos custos a pagar.
D.2.6 Margem de risco
Para efeitos da margem de risco, foi utilizada a simplificação nº 2 constante das especificações
técnicas, onde são calculados os SCR para cada ano futuro utilizando uma aproximação
proporcional às melhores estimativas.
Linha de Negócio PNA PRC
Prov.
Prémios
Solvência I
ME prem
Solvência
II
Impacto
SI vs SII
1.Despesas médicas 312 0 312 -455 -246%
2.Protecção de rendimento 4.428 0 4.428 1.896 -57%
3.Acidentes de trabalho 1.516 0 1.516 2.504 65%
4.Auto-Responsabilidade civil 5.456 2.892 8.348 5.433 -35%
5.Auto-Outras coberturas 2.335 0 2.335 2.300 -2%
6.Maritimo,aéreo e transportes 50 0 50 17 -65%
7.Incêndio e outros danos 7.131 0 7.131 6.231 -13%
8.Responsabilidade civil geral 1.118 0 1.118 647 -42%
9.Crédito e caução 0 0 0 0 0%
10.Proteção jurídica 142 0 142 -64 -145%
11.Assistência 1.378 0 1.378 504 -63%
12.Diversos 67 0 67 -23 -135%
Total 23.931 2.892 26.823 18.991 -29%
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
41
Os valores apurados por linha de negócio são os seguintes:
Unidade: milhares de euros
D.2.7 Outras provisões técnicas
Para efeitos de Solvência II, as outras responsabilidades previstas no Passivo encontram-se
avaliadas segundo os métodos e pressupostos nas demostrações financeiras, respeitando as
normas contabilísticas em vigor, com excepção do FAT e dos impostos diferidos passivos.
O valor das Provisões para desvios de sinistralidade, no valor de 1.389 mil euros, não deve ser
considerado em Solvência II.
A Companhia registou na rubrica de impostos correntes um passivo, que corresponde ao valor
actualizado das responsabilidades com o Fundo de Acidentes de Trabalho (FAT).
Não foi aplicada pela CA Seguros nenhuma medida transitória sobre as provisões técnicas.
D.2.8 Outros passivos
O valor dos passivos por impostos diferidos apresentados no balanço contabilístico e no balanço
económico é analisado de acordo com o quadro seguinte:
Unidade: milhares de euros
Os Passivos no Balanço são constituídos essencialmente por remunerações de mediação devidas a
mediadores, e saldos devidos a segurados e resseguradores. Dados que estes passivos são de
curta duração, não foi considerada qualquer actualização dos mesmos.
Linha de NegócioMargem de
Risco
1.Despesas médicas 9
2.Protecção de rendimento 494
3.Acidentes de trabalho 3.492
4.Auto-Responsabilidade civil 3.753
5.Auto-Outras coberturas 334
6.Maritimo,aéreo e transportes 2
7.Incêndio e outros danos 659
8.Responsabilidade civil geral 151
9.Crédito e caução 0
10.Proteção jurídica 0
11.Assistência 3
12.Diversos 10
Total 8.907
Balanço
contabilístico
Balanço
económicoDiferença
Provisões técnicas 136.213 132.416 -3.796
Diferença de passivos -3.796
Passivo por impostos diferidos -797
2016
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
42
D.3 Outras responsabilidades
Não há outras responsabilidades a reportar.
D.4 Métodos alternativos de avaliação
A CA Seguros não aplica métodos alternativos de avaliação.
D.5 Eventuais informações adicionais
Não aplicável.
E Gestão do capital
Fundos Próprios em Solvência II
Unidade: milhares de euros
E.1 Fundos próprios
O quadro e gráficos seguintes detalham os Fundos próprios da CA Seguros em 31 de Dezembro de
2016:
Fundos Próprios
Unidade: milhares de euros
Descrição Fundos Próprios
Nível 1 - Capital 18.000
Nível 1 - Reservas 21.771
Nível 1 - Passivo Subordinado 4.000
Fundos Próprios Elegíveis para SCR 43.771
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
43
Unidade: milhares de euros
Unidade: milhares de euros
E.2 Requisito de capital de solvência e requisito de capital mínimo
A Companhia mede e gere os requisitos de capital de solvência numa base regular, atenta às
alterações das condicionantes económicas, bem como ao seu perfil de risco. O SCR é calculado e
relatado trimestralmente.
O exercício ORSA é um elemento fundamental para uma gestão de capital adequada, pois permite
analisar os riscos e necessidades de capital no curto e médio prazo, através e projecções com
base no plano de negócio e mediante cenários adversos mas plausíveis. Esta análise é efectuada
tendo por base os próximos três anos de actividade.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
44
Os objectivos da Companhia são claros no que se refere ao requisito de capital de solvência,
privilegiando-se a manutenção de um rácio de Solvência II elevado, como indicador de uma
situação financeira estável e robusta, e acima do limite de 140% definido no Apetite ao risco.
São realizadas análises de sensibilidade periodicamente, relativos aos principais riscos, para testar
a robustez da Companhia, face a potenciais cenários adversos.
O rácio de Solvência II situou-se em 148% em 31 de Dezembro de 2016.
Requisito de Capital de Solvência (SCR)
Unidade: milhares de euros
Unidade: milhares de euros
E.3 Utilização do submódulo de risco accionista baseado na duração para calcular o
requisito de capital de solvência
Não aplicado pela Companhia.
E.4 Diferenças entre a fórmula-padrão e qualquer modelo interno utilizado
A CA Seguros utiliza a fórmula padrão para o cálculo do SCR. A Companhia não tem planos para a
utilização de modelos internos, no futuro próximo.
Descrição
Fundos Próprios Elegíveis para SCR 43.771
Requisito de Capital de Solvência (SCR) 29.489
Requisito de capital mínimo (MCR) 13.270
Rácio fundos próprios elegíveis face ao SCR 148%
Rácio fundos próprios elegíveis face ao MCR 330%
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
45
E.5 Incumprimento do requisito de capital mínimo e incumprimento do requisito de
capital de solvência
A CA Seguros cumpre plenamente os requisitos de capital de solvência em 31 de Dezembro de
2016, sem necessidade de recursos a qualquer tipo de medidas transitórias.
A CA Seguros pagou 1,9 milhões euros de dividendos em 2017, relativo ao exercício de 2016, o
que correspondeu a uma distribuição de cerca de 50% do Resultado líquido. No anterior, a CA
Seguros havia distribuído 90% do Resultado líquido aos accionistas.
Nos próximos anos, a política de distribuição de dividendos será ajustada, se necessário, pelo
objectivo de manter o rácio de Solvência II acima do patamar de 140%, definido no Apetite ao
risco.
E.6 Eventuais informações adicionais
Não existem quaisquer outras informações adicionais com relevância.
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
46
Anexos
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
47
S.02.01.02 - Balance sheet
Unidade: euros
Solvency II value
C0010
Assets Goodwill R0010
Deferred acquisition costs R0020
Intangible assets R0030 0,00
Deferred tax assets R0040 0,00
Pension benefit surplus R0050 45.142,00
Property, plant & equipment held for own use R0060 1.329.895,00
Investments (other than assets held for index-linked and
unit-linked contracts)R0070 185.208.446,32
Property (other than for own use) R0080 0,00
Holdings in related undertakings, including
participationsR0090 630.593,40
Equities R0100 0,00
Equities - l isted R0110 0,00
Equities - unlisted R0120 0,00
Bonds R0130 176.923.651,92
Government Bonds R0140 125.808.057,22
Corporate Bonds R0150 51.115.594,70
Structured notes R0160 0,00
Collateralised securities R0170 0,00
Collective Investments Undertakings R0180 7.654.201,00
Derivatives R0190 0,00
Deposits other than cash equivalents R0200 0,00
Other investments R0210 0,00
Assets held for index-linked and unit-linked contracts R0220 0,00
Loans and mortgages R0230 0,00
Loans on policies R0240 0,00
Loans and mortgages to individuals R0250 0,00
Other loans and mortgages R0260 0,00
Reinsurance recoverables from: R0270 4.311.071,18
Non-life and health similar to non-life R0280 4.311.071,18
Non-life excluding health R0290 3.869.606,08
Health similar to non-life R0300 441.465,10
Life and health similar to life, excluding health and
index-linked and unit-linkedR0310 0,00
Health similar to l ife R0320 0,00
Life excluding health and index-linked and unit-l inked R0330 0,00
Life index-linked and unit-linked R0340 0,00
Deposits to cedants R0350 0,00
Insurance and intermediaries receivables R0360 4.352.319,00
Reinsurance receivables R0370 1.640.227,00
Receivables (trade, not insurance) R0380 2.851.838,00
Own shares (held directly) R0390 0,00
Amounts due in respect of own fund items or initial fund
called up but not yet paid inR0400 0,00
Cash and cash equivalents R0410 1.445.637,00
Any other assets, not elsewhere shown R0420 2.205.730,00
Total assets R0500 203.390.305,50
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48
Unidade: euros
Liabilities Technical provisions – non-life R0510 91.893.172,73
Technical provisions – non-life (excluding health) R0520 74.522.093,52
Technical provisions calculated as a whole R0530 0,00
Best Estimate R0540 69.609.493,10
Risk margin R0550 4.912.600,42
Technical provisions - health (similar to non-life) R0560 17.371.079,21
Technical provisions calculated as a whole R0570 0,00
Best Estimate R0580 16.193.931,28
Risk margin R0590 1.177.147,93
Technical provisions - life (excluding index-linked and unit-
linked)R0600 40.522.851,43
Technical provisions - health (similar to life) R0610 40.522.851,43
Technical provisions calculated as a whole R0620 0,00
Best Estimate R0630 37.705.221,31
Risk margin R0640 2.817.630,12
Technical provisions – life (excluding health and index-
linked and unit-linked)R0650 0,00
Technical provisions calculated as a whole R0660 0,00
Best Estimate R0670 0,00
Risk margin R0680 0,00
Technical provisions – index-linked and unit-linked R0690 0,00
Technical provisions calculated as a whole R0700 0,00
Best Estimate R0710 0,00
Risk margin R0720 0,00
Other technical provisions R0730
Contingent liabilities R0740 0,00
Provisions other than technical provisions R0750 0,00
Pension benefit obligations R0760 0,00
Deposits from reinsurers R0770 300.221,00
Deferred tax liabilities R0780 1.722.644,45
Derivatives R0790 0,00
Debts owed to credit institutions R0800 0,00
Debts owed to credit institutions resident domestically ER0801 0,00
Debts owed to credit institutions resident in the euro
area other than domesticER0802 0,00
Debts owed to credit institutions resident in rest of the
worldER0803 0,00
Financial liabilities other than debts owed to credit
institutionsR0810 0,00
Debts owed to non-credit institutions ER0811 0,00
Debts owed to non-credit institutions resident domestically ER0812 0,00
Debts owed to non-credit institutions resident in the euro
area other than domesticER0813 0,00
Debts owed to non-credit institutions resident in rest of the
worldER0814 0,00
Other financial liabilities (debt securities issued) ER0815 0,00
Insurance & intermediaries payables R0820 12.891.922,00
Reinsurance payables R0830 3.255.632,00
Payables (trade, not insurance) R0840 888.688,00
Subordinated liabilities R0850 4.000.000,00
Subordinated liabilities not in Basic Own Funds R0860 0,00
Subordinated liabilities in Basic Own Funds R0870 4.000.000,00
Any other liabilities, not elsewhere shown R0880 6.200.250,00
Total liabilities R0900 161.675.381,61
Excess of assets over liabilities R1000 41.714.923,89
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49
S.05.01.02 - Premiums, claims and expenses by line of business
Unidade: euros
Total
Medical
expense
insurance
Income
protection
insurance
Workers'
compensation
insurance
Motor vehicle
liability
insurance
Other motor
insurance
Marine,
aviation and
transport
insurance
Fire and other
damage to
property
insurance
General
liability
insurance
Credit and
suretyship
insurance
Legal
expenses
insurance
AssistanceMiscellaneou
s financial lossHealth Casualty
Marine,
aviation,
transport
Property
C0010 C0020 C0030 C0040 C0050 C0060 C0070 C0080 C0090 C0100 C0110 C0120 C0130 C0140 C0150 C0160 C0200
Premiums written
Gross - Direct Business R0110 6.610.790,00 8.230.136,00 15.190.107,00 17.899.755,00 8.327.138,00 173.995,00 26.843.027,00 3.286.236,00 0,00 418.348,00 8.025.780,00 884.710,00 95.890.022,00
Gross - Proportional reinsurance accepted R0120 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Gross - Non-proportional reinsurance accepted R0130 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Reinsurers' share R0140 6.610.790,00 75.327,00 227.310,00 184.784,00 163.097,00 2.720,00 6.630.077,00 408.931,00 0,00 217.971,00 4.617.627,00 197.695,00 0,00 0,00 0,00 0,00 19.336.329,00
Net R0200 0,00 8.154.809,00 14.962.797,00 17.714.971,00 8.164.041,00 171.275,00 20.212.950,00 2.877.305,00 0,00 200.377,00 3.408.153,00 687.015,00 0,00 0,00 0,00 0,00 76.553.693,00
Premiums earned
Gross - Direct Business R0210 6.559.655,00 7.600.914,00 15.069.557,00 17.493.434,00 8.076.581,00 174.949,00 26.193.157,00 3.226.271,00 0,00 408.345,00 7.692.009,00 822.787,00 93.317.659,00
Gross - Proportional reinsurance accepted R0220 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Gross - Non-proportional reinsurance accepted R0230 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Reinsurers' share R0240 6.559.655,00 83.967,00 227.310,00 184.784,00 163.097,00 2.905,00 6.518.030,00 400.748,00 0,00 210.170,00 4.252.990,00 249.234,00 0,00 0,00 0,00 0,00 18.852.890,00
Net R0300 0,00 7.516.947,00 14.842.247,00 17.308.650,00 7.913.484,00 172.044,00 19.675.127,00 2.825.523,00 0,00 198.175,00 3.439.019,00 573.553,00 0,00 0,00 0,00 0,00 74.464.769,00
Claims incurred
Gross - Direct Business R0310 3.328.468,00 1.495.130,00 9.809.975,00 8.685.187,00 6.703.712,00 16.951,00 10.870.633,00 855.964,00 0,00 118.818,00 3.350.652,00 189.952,00 45.425.442,00
Gross - Proportional reinsurance accepted R0320 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Gross - Non-proportional reinsurance accepted R0330 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Reinsurers' share R0340 3.328.468,00 354,00 -10.342,00 -452.093,00 0,00 126,00 2.307.053,00 0,00 0,00 18.891,00 3.350.652,00 189.952,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8.733.061,00
Net R0400 0,00 1.494.776,00 9.820.317,00 9.137.280,00 6.703.712,00 16.825,00 8.563.580,00 855.964,00 0,00 99.927,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 36.692.381,00
Changes in other technical provisions
Gross - Direct Business R0410 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Gross - Proportional reinsurance accepted R0420 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Gross - Non- proportional reinsurance accepted R0430 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Reinsurers' share R0440 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Net R0500 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Expenses incurred R0550 1.306.133,10 4.677.928,63 1.261.435,28 1.728.895,99 801.619,00 46.660,54 6.028.964,27 908.933,70 0,00 86.271,03 3.118.706,41 763.457,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20.729.004,95
Administrative expenses
Gross - Direct Business R0610 1.306.133,10 4.677.928,63 1.261.435,28 1.728.895,99 801.619,00 46.660,54 6.028.964,27 908.933,70 0,00 86.271,03 3.118.706,41 763.457,00 20.729.004,95
Gross - Proportional reinsurance accepted R0620 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Gross - Non-proportional reinsurance accepted R0630 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Reinsurers' share R0640 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Net R0700 1.306.133,10 4.677.928,63 1.261.435,28 1.728.895,99 801.619,00 46.660,54 6.028.964,27 908.933,70 0,00 86.271,03 3.118.706,41 763.457,00 0,00 0,00 0,00 0,00 20.729.004,95
Other expenses R1200 9.737.260,00
Total expenses R1300 30.466.264,95
Line of Business for: non-life insurance and reinsurance obligations (direct business and accepted proportional reinsurance) Line of Business for: accepted non-proportional reinsurance
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
50
S.17.01.02 - Non-Life Technical Provisions
Unidade: euros
Medical
expense
insurance
Income
protection
insurance
Workers'
compensation
insurance
Motor vehicle
liability
insurance
Other motor
insurance
Marine,
aviation and
transport
insurance
Fire and other
damage to
property
insurance
General
liability
insurance
Credit and
suretyship
insurance
Legal
expenses
insurance
AssistanceMiscellaneou
s financial loss
Non-
proportional
health
reinsurance
Non-
proportional
casualty
reinsurance
Non-
proportional
marine,
aviation and
Non-
proportional
property
reinsuranceC0020 C0030 C0040 C0050 C0060 C0070 C0080 C0090 C0100 C0110 C0120 C0130 C0140 C0150 C0160 C0170 C0180
Technical provisions calculated as a whole R0010 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total Recoverables from reinsurance/SPV and Finite Re after the
adjustment for expected losses due to counterparty default
associated to TP calculated as a whole
R0050 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Technical provisions calculated as a sum of BE and RM
Best estimate
Premium provisions
Gross - Total R0060 -454.580,86 1.896.291,08 2.504.458,34 5.433.331,02 2.299.702,58 17.281,23 6.230.794,39 647.416,73 0,00 -63.663,67 503.852,63 -23.411,80 0,00 0,00 0,00 0,00 18.991.471,66
Gross - direct business R0070 -454.580,86 1.896.291,08 2.504.458,34 5.433.331,02 2.299.702,58 17.281,23 6.230.794,39 647.416,73 0,00 -63.663,67 503.852,63 -23.411,80 18.991.471,66
Gross - accepted proportional reinsurance business R0080 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Gross - accepted non-proportional reinsurance business R0090 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total recoverable from reinsurance/SPV and Finite Re before the
adjustment for expected losses due to counterparty defaultR0100 -438.502,73 -12.734,45 -146.231,84 -43.146,55 -50.047,46 -444,41 568.223,93 -75.466,22 0,00 -41.408,44 589.119,57 31.997,75 0,00 0,00 0,00 0,00 381.359,16
Recoverables from reinsurance (except SPV and Finite Reinsurance)
before adjustment for expected lossesR0110 -438.502,73 -12.734,45 -146.231,84 -43.146,55 -50.047,46 -444,41 568.223,93 -75.466,22 0,00 -41.408,44 589.119,57 31.997,75 0,00 0,00 0,00 0,00 381.359,16
Recoverables from SPV before adjustment for expected losses R0120 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Recoverables from Finite Reinsurance before adjustment for
expected lossesR0130 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total recoverable from reinsurance/SPV and Finite Re after the adjustment
for expected losses due to counterparty defaultR0140 -438.502,73 -12.734,45 -146.231,84 -43.146,55 -50.047,46 -444,41 568.223,93 -75.466,22 0,00 -41.408,44 589.119,57 31.997,75 0,00 0,00 0,00 0,00 381.359,16
Net Best Estimate of Premium Provisions R0150 -16.078,13 1.909.025,53 2.650.690,18 5.476.477,57 2.349.750,04 17.725,63 5.662.570,46 722.882,95 0,00 -22.255,23 -85.266,94 -55.409,55 0,00 0,00 0,00 0,00 18.610.112,50
Claims provisions
Gross - Total R0160 1.001.696,12 4.872.825,27 6.373.241,34 45.866.785,60 2.116.635,07 8.066,04 4.454.336,51 1.293.971,32 0,00 28.718,87 607.000,40 188.676,19 0,00 0,00 0,00 0,00 66.811.952,72
Gross - direct business R0170 1.001.696,12 4.872.825,27 6.373.241,34 45.866.785,60 2.116.635,07 8.066,04 4.454.336,51 1.293.971,32 0,00 28.718,87 607.000,40 188.676,19 66.811.952,72
Gross - accepted proportional reinsurance business R0180 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Gross - accepted non-proportional reinsurance business R0190 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total recoverable from reinsurance/SPV and Finite Re before the
adjustment for expected losses due to counterparty defaultR0200 861.788,51 177.145,61 0,00 1.115.276,36 0,00 0,00 1.296.182,13 0,00 0,00 0,00 479.319,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3.929.712,02
Recoverables from reinsurance (except SPV and Finite Reinsurance)
before adjustment for expected lossesR0210 861.788,51 177.145,61 0,00 1.115.276,36 0,00 0,00 1.296.182,13 0,00 0,00 0,00 479.319,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3.929.712,02
Recoverables from SPV before adjustment for expected losses R0220 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Recoverables from Finite Reinsurance before adjustment for
expected lossesR0230 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total recoverable from reinsurance/SPV and Finite Re after the adjustment
for expected losses due to counterparty defaultR0240 861.788,51 177.145,61 0,00 1.115.276,36 0,00 0,00 1.296.182,13 0,00 0,00 0,00 479.319,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3.929.712,02
Net Best Estimate of Claims Provisions R0250 139.907,62 4.695.679,66 6.373.241,34 44.751.509,24 2.116.635,07 8.066,04 3.158.154,37 1.293.971,32 0,00 28.718,87 127.680,99 188.676,19 0,00 0,00 0,00 0,00 62.882.240,70
Total Best estimate - gross R0260 547.115,26 6.769.116,35 8.877.699,67 51.300.116,62 4.416.337,65 25.347,27 10.685.130,90 1.941.388,05 0,00 -34.944,80 1.110.853,03 165.264,39 0,00 0,00 0,00 0,00 85.803.424,38
Total Best estimate - net R0270 123.829,48 6.604.705,19 9.023.931,52 50.227.986,81 4.466.385,11 25.791,67 8.820.724,83 2.016.854,27 0,00 6.463,64 42.414,04 133.266,64 0,00 0,00 0,00 0,00 81.492.353,20
Risk margin R0280 9.253,51 493.555,42 674.339,00 3.753.429,46 333.763,36 1.927,36 659.153,80 150.715,18 0,00 483,01 3.169,51 9.958,73 0,00 0,00 0,00 0,00 6.089.748,35
Amount of the transitional on Technical Provisions
TP as a whole R0290 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Best estimate R0300 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Risk margin R0310 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Technical provisions - total
Technical provisions - total R0320 556.368,77 7.262.671,76 9.552.038,67 55.053.546,08 4.750.101,00 27.274,62 11.344.284,70 2.092.103,23 0,00 -34.461,78 1.114.022,54 175.223,12 0,00 0,00 0,00 0,00 91.893.172,73
Recoverable from reinsurance contract/SPV and Finite Re after the
adjustment for expected losses due to counterparty default - totalR0330 423.285,78 164.411,16 -146.231,84 1.072.129,80 -50.047,46 -444,41 1.864.406,07 -75.466,22 0,00 -41.408,44 1.068.438,99 31.997,75 0,00 0,00 0,00 0,00 4.311.071,18
Technical provisions minus recoverables from reinsurance/SPV and
Finite Re- totalR0340 133.082,99 7.098.260,61 9.698.270,52 53.981.416,28 4.800.148,46 27.719,03 9.479.878,63 2.167.569,45 0,00 6.946,66 45.583,55 143.225,37 0,00 0,00 0,00 0,00 87.582.101,55
Technical provisions without volatility adjustment and without others
transitional measuresR0490 556.368,77 7.262.671,76 9.552.038,67 55.053.546,08 4.750.101,00 27.274,62 11.344.284,70 2.092.103,23 0,00 -34.461,78 1.114.022,54 175.223,12 0,00 0,00 0,00 0,00 91.893.172,73
Direct business and accepted proportional reinsurance accepted non-proportional reinsurance
Total Non-Life
obligation
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
51
S.19.01.01.01 - Non-life insurance claims information
Unidade: euros
Z0010 Accident year [AY]
Gross Claims Paid (non-cumulative) - (absolute amount)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 & +In Current
year
Sum of years
(cumulative)
C0010 C0020 C0030 C0040 C0050 C0060 C0070 C0080 C0090 C0100 C0110 C0120 C0130 C0140 C0150 C0160 C0170 C0180
Prior R0100 -3.674,80 2.011,95 30.338.173,85
N-14 R0110 18.333.383,58 5.699.595,81 1.873.001,00 1.069.301,53 773.705,71 568.428,78 423.158,12 965.392,00 405.552,76 126.759,66 89.696,34 9.416,18 -2.081,22 851,18 2.011,95 44.410,47 24.729.719,20
N-13 R0120 14.006.031,82 5.716.931,05 1.725.546,21 618.730,99 481.687,23 494.144,16 477.214,43 723.395,59 288.302,11 65.452,96 -7.101,52 43.189,54 51.783,79 44.410,47 44.574,94 26.247.117,12
N-12 R0130 16.435.244,85 4.913.434,33 1.414.956,45 629.162,93 490.048,27 551.116,66 1.080.430,69 178.175,79 84.875,59 312.184,21 59.606,93 53.305,53 44.574,94 320.933,77 21.781.711,37
N-11 R0140 13.451.963,29 5.081.121,32 728.717,58 507.801,49 301.671,51 224.358,38 161.875,11 84.113,36 712.731,63 169.592,86 36.831,44 320.933,77 46.695,80 26.290.095,31
N-10 R0150 15.828.014,53 7.827.942,42 750.579,25 398.588,15 778.991,07 148.131,19 118.752,62 151.708,30 137.743,01 102.948,50 46.695,80 32.892,27 27.356.665,31
N-9 R0160 18.314.811,57 6.515.374,27 1.086.662,58 610.104,26 389.163,41 225.328,98 150.149,02 1.579,95 30.598,85 32.892,27 154.929,41 27.898.673,21
N-8 R0170 18.977.359,42 6.199.419,27 741.283,80 857.036,29 541.543,91 198.764,64 190.816,24 37.520,49 154.929,41 44.993,59 34.630.917,98
N-7 R0180 21.475.294,63 9.349.410,05 2.269.764,35 585.110,69 209.379,27 386.340,44 310.624,66 44.993,59 56.327,29 31.499.033,51
N-6 R0190 21.454.079,22 7.630.881,41 999.162,95 722.830,48 -17.932,65 653.684,81 56.327,29 217.864,19 32.433.181,37
N-5 R0200 22.611.243,53 7.579.700,07 972.901,74 664.024,76 387.447,15 217.864,19 331.564,78 29.373.130,86
N-4 R0210 19.186.949,13 7.222.716,38 1.575.453,82 1.056.447,25 331.564,78 726.753,57 34.165.578,37
N-3 R0220 24.945.735,42 6.796.285,54 1.696.803,76 726.753,57 2.209.141,01 33.475.005,36
N-2 R0230 24.710.769,54 6.555.095,23 2.209.141,01 8.429.193,58 28.384.241,36
N-1 R0240 19.955.048,15 8.429.193,58 25.747.470,82 25.747.470,87
N R0250 25.747.470,82 38.406.082,64 476.103.031,71
Gross undiscounted Best Estimate Claims Provisions (absolute amount)
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 & +
Year end
(discounted
data)
C0200 C0210 C0220 C0230 C0240 C0250 C0260 C0270 C0280 C0290 C0300 C0310 C0320 C0330 C0340 C0350 C0360
Prior R0100 159.781,34 398.048,73
N-14 R0110 9.772.046,31 5.436.089,54 4.470.599,41 4.543.487,67 3.639.389,01 3.204.208,82 2.696.511,78 1.640.341,86 1.174.170,16 773.683,20 621.268,34 2.046.337,94 2.933.205,79 368.479,39 379.429,09 686.777,30
N-13 R0120 12.156.814,64 6.639.460,07 4.912.163,43 4.226.019,92 3.623.554,35 3.200.573,74 2.945.747,06 1.813.300,10 1.703.423,19 1.434.831,36 2.331.093,35 5.117.059,76 699.143,37 661.676,88 2.233.006,05
N-12 R0130 16.164.452,23 11.518.390,33 10.034.527,51 9.208.001,54 8.365.689,66 7.401.096,45 5.473.091,21 4.874.186,63 4.525.117,51 2.410.760,25 681.406,98 3.253.041,70 2.239.111,11 2.017.593,09
N-11 R0140 14.727.001,75 9.371.143,89 7.963.248,86 7.436.814,17 6.410.427,37 5.896.909,27 5.600.527,97 5.146.647,84 2.334.835,16 -503.739,17 2.749.915,71 1.846.085,33 2.154.017,63
N-10 R0150 18.746.613,28 8.228.371,07 6.826.811,33 5.445.275,35 4.370.279,05 3.713.306,86 3.510.617,69 2.804.141,51 1.387.128,50 2.847.935,40 2.100.969,28 2.374.294,53
N-9 R0160 15.974.713,24 9.336.010,05 7.740.899,90 6.076.354,95 4.847.240,19 3.927.836,40 3.536.647,35 4.026.495,58 3.388.231,72 2.301.856,89 2.541.170,79
N-8 R0170 15.934.793,33 9.421.837,94 7.251.548,48 6.213.728,01 5.410.876,22 3.800.381,00 848.057,84 3.184.271,87 2.262.811,25 3.596.184,28
N-7 R0180 17.299.861,11 8.624.560,70 6.365.726,12 4.994.835,32 4.879.254,33 7.893.121,32 4.612.952,01 3.811.280,38 3.300.653,73
N-6 R0190 18.738.157,15 10.128.494,98 8.800.598,48 5.021.478,07 1.114.290,25 3.965.795,04 2.928.925,52 4.348.179,75
N-5 R0200 17.966.128,57 10.295.599,75 6.126.495,24 5.430.789,85 5.383.660,64 4.281.417,78 4.227.117,93
N-4 R0210 18.450.491,37 6.812.224,12 4.804.193,86 5.272.198,78 4.479.741,33 5.042.922,60
N-3 R0220 17.385.029,15 6.483.127,81 6.713.745,91 5.229.370,22 5.785.041,81
N-2 R0230 21.242.924,83 6.741.381,60 4.977.906,32 6.636.846,83
N-1 R0240 16.769.539,45 7.057.758,55 16.856.207,78
N R0250 17.722.031,90 62.358.327,95
Development year
Accident year / Underwriting year
Development year
CA Seguros – Companhia de Seguros Ramos Reais, S.A. Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016
52
S.23.01.01.01 - Own funds
Unidade: euros
TotalTier 1 -
unrestricted
Tier 1 -
restrictedTier 2 Tier 3
C0010 C0020 C0030 C0040 C0050
Basic own funds before deduction for participations in other financial sector as foreseen in article
68 of Delegated Regulation 2015/35
Ordinary share capital (gross of own shares) R0010 18.000.000,00 18.000.000,00 0,00
Share premium account related to ordinary share capital R0030 0,00 0,00 0,00
Initial funds, members' contributions or the equivalent basic own - fund item for mutual and mutual-type
undertakingsR0040 0,00 0,00 0,00
Subordinated mutual member accounts R0050 0,00 0,00 0,00 0,00
Surplus funds R0070 0,00 0,00
Preference shares R0090 0,00 0,00 0,00 0,00
Share premium account related to preference shares R0110 0,00 0,00 0,00 0,00
Reconciliation reserve R0130 21.770.923,89 21.770.923,89
Subordinated liabilities R0140 4.000.000,00 4.000.000,00 0,00 0,00
An amount equal to the value of net deferred tax assets R0160 0,00 0,00
Other own fund items approved by the supervisory authority as basic own funds not specified above R0180 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Own funds from the financial statements that should not be represented by the reconciliation
reserve and do not meet the criteria to be classified as Solvency II own funds Own funds from the financial statements that should not be represented by the reconciliation reserve
and do not meet the criteria to be classified as Solvency II own fundsR0220 0,00
Deductions
Deductions for participations in financial and credit institutions R0230 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Total basic own funds after deductions R0290 43.770.923,89 39.770.923,89 4.000.000,00 0,00 0,00
Ancillary own funds
Unpaid and uncalled ordinary share capital callable on demand R0300 0,00 0,00
Unpaid and uncalled initial funds, members' contributions or the equivalent basic own fund item for
mutual and mutual - type undertakings, callable on demandR0310 0,00 0,00
Unpaid and uncalled preference shares callable on demand R0320 0,00 0,00 0,00
A legally binding commitment to subscribe and pay for subordinated liabilities on demand R0330 0,00 0,00 0,00
Letters of credit and guarantees under Article 96(2) of the Directive 2009/138/EC R0340 0,00 0,00
Letters of credit and guarantees other than under Article 96(2) of the Directive 2009/138/EC R0350 0,00 0,00 0,00
Supplementary members calls under first subparagraph of Article 96(3) of the Directive 2009/138/EC R0360 0,00 0,00
Supplementary members calls - other than under first subparagraph of Article 96(3) of the Directive
2009/138/ECR0370 0,00 0,00 0,00
Other ancillary own funds R0390 0,00 0,00 0,00
Total ancillary own funds R0400 0,00 0,00 0,00
Available and eligible own funds
Total available own funds to meet the SCR R0500 43.770.923,89 39.770.923,89 4.000.000,00 0,00 0,00
Total available own funds to meet the MCR R0510 43.770.923,89 39.770.923,89 4.000.000,00 0,00
Total eligible own funds to meet the SCR R0540 43.770.923,89 39.770.923,89 4.000.000,00 0,00 0,00
Total eligible own funds to meet the MCR R0550 43.770.923,89 39.770.923,89 4.000.000,00 0,00
SCR R0580 29.488.956,14
MCR R0600 13.270.030,26
Ratio of Eligible own funds to SCR R0620 148,43%
Ratio of Eligible own funds to MCR R0640 329,85%
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S.23.01.01.02 - Reconciliation reserve
Unidade: euros
C0060
Reconciliation reserve
Excess of assets over liabilities R0700 41.714.923,89
Own shares (held directly and indirectly) R0710 0,00
Foreseeable dividends, distributions and charges R0720 1.944.000,00
Other basic own fund items R0730 18.000.000,00
Adjustment for restricted own fund items in respect of matching adjustment portfolios and ring fenced
fundsR0740 0,00
Reconciliation reserve R0760 21.770.923,89
Expected profits
Expected profits included in future premiums (EPIFP) - Life business R0770 0,00
Expected profits included in future premiums (EPIFP) - Non-life business R0780 0,00
Total Expected profits included in future premiums (EPIFP) R0790 0,00
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S.25.01.21 - Basic Solvency Capital Requirement
Unidade: euros
Net solvency
capital
requirement
Gross
solvency
capital
requirement
Allocation
from
adjustments
due to RFF
and Matching
adjustments
portfolios
C0030 C0040 C0050
Market risk R0010 7.433.813,78 7.433.813,78 0,00
Counterparty default risk R0020 425.917,82 425.917,82 0,00
Life underwriting risk R0030 0,00 0,00 0,00
Health underwriting risk R0040 12.104.118,81 24.710.732,35 0,00
Non-life underwriting risk R0050 23.660.884,22 87.012.519,10 0,00
Diversification R0060 -13.475.710,06 -26.328.426,38
Intangible asset risk R0070 0,00 0,00
Basic Solvency Capital Requirement R0100 30.149.024,58 93.254.556,67
Value
C0100
Adjustment due to RFF/MAP nSCR aggregation R0120 0,00
Operational risk R0130 2.799.529,77
Loss-absorbing capacity of technical provisions R0140 0,00
Loss-absorbing capacity of deferred taxes R0150 -3.459.598,21
Capital requirement for business operated in accordance with Art. 4 of Directive
2003/41/ECR0160 0,00
Solvency Capital Requirement excluding capital add-on R0200 92.594.488,23
Capital add-on already set R0210 0,00
Solvency capital requirement R0220 92.594.488,23
Other information on SCR
Capital requirement for duration-based equity risk sub-module R0400
Total amount of Notional Solvency Capital Requirements for remaining part R0410
Total amount of Notional Solvency Capital Requirements for ring fenced funds R0420
Total amount of Notional Solvency Capital Requirements for matching adjustment portfolios R0430
Diversification effects due to RFF nSCR aggregation for article 304 R0440
Method used to calculate the adjustment due to RFF/MAP nSCR aggregation R0450
Net future discretionary benefits R0460
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S.28.01.01 -Minimum capital Requirement - Only life or only non-life insurance and reinsurance activity
Unidade: euros
Linear formula component for non-life insurance and reinsurance obligations MCR components
C0010
MCRNL Result R0010 13.910.391,78
Net (of
reinsurance/SPV)
best estimate and
TP calculated as a
whole
Net (of reinsurance)
written premiums in
the last 12 months
C0020 C0030
Medical expense insurance and proportional reinsurance R0020 123.829,48 0,00
Income protection insurance and proportional reinsurance R0030 6.604.705,19 8.154.809,00
Workers' compensation insurance and proportional reinsurance R0040 9.023.931,52 14.962.797,00
Motor vehicle liability insurance and proportional reinsurance R0050 50.227.986,81 17.714.971,00
Other motor insurance and proportional reinsurance R0060 4.466.385,11 8.164.041,00
Marine, aviation and transport insurance and proportional reinsurance R0070 25.791,67 171.275,00
Fire and other damage to property insurance and proportional reinsurance R0080 8.820.724,83 20.212.950,00
General liability insurance and proportional reinsurance R0090 2.016.854,27 2.877.305,00
Credit and suretyship insurance and proportional reinsurance R0100 0,00 0,00
Legal expenses insurance and proportional reinsurance R0110 6.463,64 200.377,00
Assistance and proportional reinsurance R0120 42.414,04 3.408.153,00
Miscellaneous financial loss insurance and proportional reinsurance R0130 133.266,64 687.015,00
Non-proportional health reinsurance R0140 0,00 0,00
Non-proportional casualty reinsurance R0150 0,00 0,00
Non-proportional marine, aviation and transport reinsurance R0160 0,00 0,00
Non-proportional property reinsurance R0170 0,00 0,00
C0040
MCRL Result R0200 791.809,65
Net (of
reinsurance/SPV)
best estimate and
TP calculated as a
whole
Net (of
reinsurance/SPV)
total capital at risk
C0050 C0060
Obligations with profit participation - guaranteed benefits R0210 0,00
Obligations with profit participation - future discretionary benefits R0220 0,00
Index-linked and unit-linked insurance obligations R0230 0,00
Other life (re)insurance and health (re)insurance obligations R0240 37.705.221,31
Total capital at risk for all life (re)insurance obligations R0250 0,00
C0070
Linear MCR R0300 14.702.201,42
SCR R0310 29.488.956,14
MCR cap R0320 13.270.030,26
MCR floor R0330 7.372.239,04
Combined MCR R0340 13.270.030,26
Absolute floor of the MCR R0350 3.700.000,00
Minimum Capital Requirement R0400 13.270.030,26
Background information
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CERTIFICAÇÃO DO ACTUÁRIO RESPONSÁVEL
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59
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60
CERTIFICAÇÃO DO REVISOR OFICIAL DE CONTAS
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62
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63
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