O SETOR LESTE
O setor leste de Paris historicamente exerceu função
industrial, tais como: Armazéns de vinho, Docas, entrepostos e
espaços residuais ferroviários.
Os setores: central e oeste Sempre foram foco dos
investimentos e intervenções urbanísticas. O setor Leste, pela sua
vocação Industrial, ficou marginalizado pelos parisienses.
A partir da segunda metade do século XX, começaram as
tentativas de se equilibrar o desenvolvimento da cidade.
O setor leste recebeu entre as décadas de 60 e 80 o maior
número de projetos e esforços para transformação urbana. Mais de
140.000 habitações foram construídas, o que representou para a
cidade cerca de 27% do total.
Neste setor implantou-se 56 escolas de ensino fundamental, 8
de ensino médio, 36 creches e pré-escola, 15 equipamentos
Desportivos, 3 Bibliotecas, 3 conservatórios e vários espaços verdes.
Apesar de todos os esforços o setor leste de Paris ainda é
Marcado como área renegada.
PROBLEMÁTICA
1- Estado geral de deterioração dos equipamentos públicos e dos
espaços residenciais.
2 – Evidentes problemas sociais devido ao contexto urbano e social do
bairro, com a maioria dos imóveis residenciais ocupados por população
de poucos recursos e de procedência estrangeira.
3 – Insuficiência crônica de equipamentos públicos.
4 – Ausência de equipamentos com impacto sobre toda a cidade.
5 – Frágil estrutura econômica – As atividades industriais tradicionais
enfrentavam sérios problemas e as atividades terciárias mais modernas
estavam sub representadas.
6- Caráter residual da paisagem urbana e dos espaços públicos,
sobretudo pela grande proporção de espaços ferroviários com pátios
de manobra e aspecto de trama residual.
7 – Intervenções urbanísticas anteriores (desde da dec. 60) deixaram
um legado de mesclas incoerentes de atividades e arquitetura pouco
uniforme.
A falta de ordem urbanística do bairro contrasta
fortemente com os grandes elementos de composição
urbana, de organização construtiva e de coerência
dos espaços públicos que definem o conjunto dos
bairros do Centro e do Oeste de Paris.
A degradação dos edifícios que não podiam ser
mantidos pelos seus habitantes pobres, a
implantação discutível de certos equipamentos
assistenciais, a decadência das atividades
econômicas e a pobreza no tratamento dos espaços
públicos, não ajudavam a alterar a imagem do bairro.
METAS
1- Reequilibrar o crescimento da cidade.
2 – Ocupar os vazios intersticiais deixados pelas
grandes estruturas ferroviárias, recompondo deste
modo, o tecido urbano de Paris.
3 – Suprir a carência de áreas verdes no sudeste de
Paris.
4 – Criar um bairro com usos diversificados.
5 – Assegurar o vínculo entre os bairros vizinhos.
6 – Desmistificar a imagem do bairro.
AGENTES
1- O Município: através do departamento de urbanismo, tem a função
de regulamentar as leis, dirigir as operações pública e tutelar as
sociedades de economia mista encarregada da concretização das
operações.
2 – A SEMAEST (Sociedades de economia mista de planejamento e
gestão do leste de Paris): função de gerenciar os recursos e os
interesses dos diversos setores da sociedade. Composta por:
representantes sindicais; de moradores da região; do setor patronal;
de potenciais investidores ou financiadores. Presidida por
responsáveis políticos do Distrito.
3 – O L’APUR (Atelier Parisien d’Urbanisme): escolhido pelo Estado
como idealizador do projeto urbano de revitalização, bem como, suas
diretrizes de implantação.
4- Arquiteto Coordenador: nomeado e gerido pelo L’APUR, com a
função de projetar e fiscalizar a execução dos projetos, sobretudo
de habitações.
MECANISMOS1- A política de recuperação urbanística contou com a participação de
diversos agentes públicos e privados para modificar a tendência de
degradação de um setor da cidade, contando com mecanismos
inovadores de gestão e dispondo de importantes ferramentas
operacionais.
2 – Fortes intervenções públicas em infraestrutura, espaços públicos
e significativos subsídios a habitações de interesse social.
3- Criação de zonas especiais de revitalização urbana (zac) – (Zone
d’amenagement concerté).
4 – Em 1985 foi criado o PAZ (programa de ação para a zona).
5 – Concursos Internacionais de Arquitetura para os projetos do
Palácio de Esportes, do Parque de Bercy e Biblioteca Nacional.
AÇÕES1950 – A cidade adquire grande área de entrepostos de vinho, começa
o desenvolvimento do plano para revitalização da área.
1960 – Fechamento da maioria dos entrepostos de vinho.
Arquitetos independentes de Paris começam a desenvolver
propostas para revitalização de Bercy.
1965 – A cidade inaugura as vias expressas ao longo do rio Sena.
1970 – A cidade pede ao L’APUR o desenvolvimento de uma proposta
completa para á área.
1971 – O APUR apresenta sua proposta para Bercy com três
prerrogativas para revitalização:
- A necessidade de preservar a Historia da área.
- A necessidade de integração com o resto da cidade.
- A necessidade de equilíbrio entre usos.
1975 – Oficializada a proposta do APUR.
1979 – Aberto o concurso para o projeto do Palácio dos Esportes.
1981 – Aberto ao público o Palácio dos Esportes.
1983 – O SEMAEST é envolvido no planejamento e passa a vigorar a
ZAC Bercy.
1985 – Criação do PAZ para a ZAC Bercy.
1987 – Em concurso para a elaboração do Parque de Bercy é
selecionada a proposta “Jardim da História”.
Começa a seleção dos arquitetos para os projetos das habitações e
comércios adjacentes ao parque.
1989 – O Ministério de Finanças e Economia é definitivamente
transferido para Bercy.
1990 – Empreendedores imobiliários lançam o projeto “Bercy Village”
e Bercy Expo”.
1996 – Inauguração da biblioteca nacional na margem oposta do Rio
Sena.
1997 – O parque de Bercy e as habitações são Inaugurados.
1998 – Inaugurada a nova linha de Metro “Metéoré” linha 14.
2000 – “Bercy Village” e “Bercy Expo” é inaugurada.
Bibliografia
- Contemporary European Architects – vol IV
Jodidio, Philips – Tachen – 1999
-www.bercyvillage.com
-www.paris.fr.fr.haut_niveau/popb.ASP
-www.mit.edu/jacobs/mmm/media/bercy.pdf
-www.paris-view.com
Top Related