7/26/2019 Bento de Jesus Caraca 1901 1948
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Bento de Jesus Caraa 1901-1948)
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A minha
Biografia
Bento de Jesus Caraa nasceu a 18 de Abril de 1901, na
Rua dos Fidalgos, em Vila Viosa, numa modesta
dependncia do Convento das Chagas, onde se alojavam
alguns criados da casa de Bragana. Era filho de
trabalhadores rurais: Joo Antnio Caraa e Domingas da
Conceio Espadinha.
viveu os primeiros cinco anos da sua vida na herdade da
Casa Branca, na freguesia de Montoito, onde aprendeu a
ler e escrever com um trabalhador, Jos Percheiro.
A extraordinria rapidez com que aprendia impressionou
a esposa de Raul de Albuquerque de quem o pai de
Bento era feitor), que decidiu tomar a seu cargo a
educao do jovem.
Tendo concludo com distino o exame de instruo
primria em 1911, em Vila Viosa, fez o curso liceal nos
liceus de Santarm e de Pedro Nunes, em Lisboa, que
terminou em 1918, ano em que ingressou no Instituto
Superior do Comrcio, posteriormente designado Instituto
Superior de Cincias Econmicas e
Financeiras I.S.C.E.F.), actual Instituto Superior de
Economia e Gesto.
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Bento de Jesus Caraa no seu lcido e aparentemente sereno apostolado cultural e cvico. Para
ele, a dcada de 30 e os primeiros anos da dcada de 40) foi um perodo de intensa actividade
universitria, cvica e cultural no sentido mais lato do termo, actividade de estudo e reflexo
pessoal por um lado, igualmente de comunicao e socializao, por outro. Dedica-se docncia
no Instituto Superior de Cincias Econmicas e Financeiras; profere conferncias na
Universidade Popular Portuguesa e noutros mbitos; colabora em jornais de combate como O
Diabo, O Sol Nascente, Liberdade e O G lobo ) e em revistas de doutrinao Seara Nova e
Vrtice ; publica obras cientfico-pedaggicas para o ensino das Matemticas; funda o Centro
de Estudos de Matemticas Aplicada Economia 1938); j em 1940 funda, com outros
prestigiados Matemticos, a
Gazeta de Matemtica
e a Sociedade Portuguesa de Matemtica.
Em 1941 lanar um notvel monumento da cultura portuguesa do sculo XX, a Biblioteca
Cosmos, que surgiu como a materializao de um projecto de formao e divulgao que vinha
prosseguindo desde uma dcada atrs atravs da Universidade Popular Portuguesa , a que a
sua experincia pessoal e a rede de cumplicidades entretanto estabelecida entre a
intelectualidade esclarecida conferiram imediato sucesso.
Bento de Jesus Caraa na Dcada de 30
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Na dcada de 40
A partir de 1942 a interveno cultural e cvica de Bento de Jesus Caraa vai
intensificar-se na sua vertente mais directamente poltica. O que no significa quebra
de continuidade da sua aco pedaggica e cientfica. Por um lado assegura com
dedicao, e o entusiasmo dos seus alunos, a ctedra no Instituto Superior de Cincias
Econmicas e Financeiras; em 1940 funda e dirige a Sociedade Portuguesa de
Matemtica e a Gazeta de Matemtica de colaborao com Antnio A. Monteiro, M.
Zaluar Nunes, J. Silva Paulo, Ruy Lus Gomes, A. Mira Fernandes); participa em
1942-44-46 como delegado nos Congressos da Associao Luso-Espanhola para o
Progresso das Cincias; prossegue a sua aco como conferencista e publica obras para o
ensino e a divulgao da Matemtica; dirige a grande Biblioteca Cosmos 1941-48).
Mas, por outro lado, empenha-se ainda nos anos 30) no Socorro Vermelho
Internacional, na Liga dos Amigos da URSS, no Comit Mundial Contra a Guerra e o
Fascismo e na sua seco a Liga Portuguesa contra a Guerra e o Fascismo), na Frente
Popular Portuguesa, no Bloco Acadmico Antifascista todas estruturas de resistncia
clandestinas). J durante a Grande Guerra, elemento central na constituio em
1943 do clandestino MUNAF Movimento de Unidade Nacional Antifascista) e, logo
aps o termo da Guerra em 1945, do MUD Movimento de Unidade Democrtica), de
que assumiria a vice-presidncia e em nome do qual subscrever representaes e
manifestos. Era o inicio de um acidentado e recorrente movimento cvico unitrio de
massas que viria a impulsionar a revoluo democrtica e nacional que eclodiria em
1974-75.
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Integrou o Conselho Administrativo da Universidade Popular
Portuguesa desde a sua fundao, em 1919, quando era ainda
estudante universitrio, tendo assumido a sua presidncia em
Dezembro de 1928, encetando a sua reactivao . Reorganiza a
biblioteca, cria um conselho pedaggico e prepara-se para
organizar um cooperativa de cinema educativo. Realiza ali uma
conferncia sobre Comrcio e Finanas, em 1927 ou 1928,um
Curso de Iniciao Matemtica, de 1931 a 1933, diversas
conferncias e palestras sobre os mais variados temas, de que se
destacam: Galileo Galilei, Valor cientfico e valor moral da sua
obra 1933), A Arte e a Cultura Popular 1936) ,
Rabindranath Tagore 1939) e diversas outras . No mbito da
mesma actividade de esclarecimento cultural d aulas em cursos
de aperfeioamento no sindicato do Arsenal da Marinha no
princpio dos anos 30, profere a clebre conferncia sobre A
Cultura Integral do Indivduo Problema central do nosso tempo,
na Unio Cultural Mocidade Livre 1933) e sobre a Escola
nica, na Sociedade de Estudos Pedaggicos 1935).
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Esta verdadeira enciclopdia do
saber, pioneira mesmo a nvel da
Europa, publicou 114 ttulos, com
uma tiragem global de 793.500
exemplares tiragem mdia por
livro:6960 volumes). Nela publicou
Bento Caraa o seu notvel livro
Conceitos Fundamentais da
Matemtica que revolucionou a
abordagem da histria da
Matemtica focada dum ponto de
vista interdisciplinar e dialctico.
Foi eleito Presidente da Direco da
Sociedade Portuguesa de Matemtica
para o binio de 1943-44 e Delegado
da Sociedade aos Congressos da
Associao Luso-Espanhola para o
Progresso das Cincias, de 1942 a
1944 e de 1946 a 1948.
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A subida do fascismo ao poder leva Bento Caraa a intensificar a sua
actividade poltica quer a nvel clandestino como militante comunista, quer a
nvel legal e semi-legal : participa activamente na Liga Portuguesa contra a
Guerra e o Fascismo e no Socorro Vermelho Internacional; mais tarde
participa na fundao do MUNAF, em 1943, e do MUD, em 1945.
constantemente perseguido, nunca abdicou dos seus ideais. Acabou por ser
preso pela PIDE e, posteriormente, demitido do seu lugar de professor
catedrtico do I.S.C.E.F., em Outubro de 1946.
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Bento de Jesus Caraa, morreu
em Lisboa, a 25 de Junho de
1948, com apenas 47 anos de
idade. O seu funeral
transformou-se numa
impressionante manifestao
de pesar e de homenagem
sentida a um dos maiores
vultos da intelectualidade
portuguesa que jamais traiu a
sua humilde e honrada
condio de classe.
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http://www.cgtp.pt/bjc/biografia/biografia.htm
http://www.instituto-camoes.pt/cvc/ciencia/p19.html
Bibliografia