BEHMA COLOMBIA – 15 A 19 DE MARÇO DE 2012
INTRODUÇÃO – Desde 1980, com a chegada do nosso Mebaker ao
Brasil, que ouvi falar de Gnosis Andina; confesso que, naquele tempo, sem
muito interesse no assunto, porém, sofrendo certa marca na alma,
oriunda dos comentários a respeito.
Gnosis e Gnosticismo sempre foram assuntos que exerceram
fascínio nos homens do século XX e nos do começo desse século XXI. E um
título como o de “Gnosis Andina” não escapa de ocupar, também, um
ponto alto na escala dos interesses do esoterismo moderno.
Gnosis e Gnosticismo gozam dessa capacidade desde o século I d.C.,
atravessando os séculos seguintes, até começarem a sair de cena nos
séculos V e VI. Os séculos XX e XXI representam, portanto, o renascimento
da Gnosis.
Cabaláh judaica, essênia ou cristã é outro assunto que também
exerce grande fascínio desde que chegou a certo domínio público, entre
os séculos XI e XIII d. C., a partir de lugares da Europa Ocidental, tais
como: Provença, Narbonne e Catalunha.
Ninguém pode mais negar que, tanto dentro do tema Gnosticismo
quanto do tema Cabaláh, nenhum tempo foi mais precioso do que aquele
que foi contemplado pelas descobertas de Qumran e de Nag Hammadi, ou
seja, o tempo a partir de 1945 e de 1947, datas das descobertas da
Biblioteca Gnóstica de Nag Hammadie dos Pergaminhos do Mar Morto.
De fato, foi a partir dessas descobertas que não só o esoterismo,
mas igualmente várias cátedras acadêmicas ao redor da Arqueologia, da
Filosofia e da História se empenharam em descobrir o significado histórico
1
e espiritual das figuras de: Jesus, Moisés, Platão, Fílon Alexandrino,
Valentin, Manes, Prisciliano e de outros grandes pensadores, ao mesmo
tempo em que, também, voltaram ao tempo mais antigo das primeiras
grandes civilizações, com o intuito de buscar, com vigorosa penetração, os
tesouros existentes na mente do homem pensante.
As civilizações do Oriente, por um lado, e as do Ocidente, por outro,
quer sejam a Grega, a Hindu, a Persa, a Babilônica e a Palestina, quer
sejam a Inca, a Maia, a Asteca, a Muisca, a Guambiana e a Aimará ‐ que
constituem os povos andinos e os da América Central ‐ representam
fontes de espiritualidade imensamente ricas, que apontam para um
passado que não podemos deixar no esquecimento.
Nós, jessênios, procuramos em nossas peregrinações, desde 2003,
encontrarmos os traços desse grandioso passado, com o propósito de
redespertar os seus valores, na forma de Gnosticismo moderno.
A Festa da Bema é uma das grandes peças desse Gnosticismo
grandioso que escapa, completamente, da visão do homem esoterista
moderno, mas que conseguimos redespertar para essa Era de Aquário.
A Festa Maniqueia da Bema incorpora a velha festa judaica e
essênia da Páscoa, a Páscoa cristã, a Paixão de Cristo e os Mistérios
Prandiais do Valentinianismo, de tal forma que nela há Gnosis, há
Essenismo cabalístico e há Cabaláh cristã, representando um encontro de
muitas tradições esotéricas dualísticas antigas.
Com o intuito de celebrar o fim do ciclo jessênio de Festas da Bema,
estivemos na Colômbia entre 15 e 19 de Março, ocasião que aproveitamos
para, mais uma vez, lembrarmos tanto das Descobertas Essênias de
2
Qumran quanto, também, das Descobertas de Nag Hammadi e, ainda,
para mergulharmos, mais uma vez, na grandiosa alma da Gnosis Andina.
Vejamos, aqui, como se deu mais essa peregrinação gnóstica
jessênia de Aquário e qual o conteúdo de suas investigações.
1 – Dia 14: BENÇÃOS PRELIMINARES DO IBNY JOSHAI E DA BAT
YONÁH – Realização das bênçãos sacerdotais de preparação do
encerramento do ciclo anual da Bema, conforme está gravado em
material áudio‐visual1 e fotos.
Foto 1: As bênçãos sacerdotais da Bat Yonáh ao lado do banner da Behma
da Colômbia.
Foto 2: As bênçãos sacerdotais do Ibny Joshai ao lado do banner da Behma
da Colômbia.
1A Benção audiovisual estará à disposição no portal Ibny Virtual.
3
Foto 3: O banner da Festa de encerramento da Behma de 2011/2012.
Devemos registrar, aqui, o fato de nossos irmãos da Colômbia
solicitarem que, em espanhol, fosse escrita a palavra Bema com hacha ‐ H
(ficando a palavra como Behma), porque aqueles irmãos se
impressionaram muito com o valor cabalístico que esta letra acrescenta
ao termo maniqueu.
Com efeito, se Bema é a Festa da Grande Alimentação final de
nossos ritos lustrais‐ e a Festa da doação do Sol‐Jesus às águas, à seiva e
ao suco de todos os alimentos vegetais, bem como ao leite e ao mel ‐ ao
impregnar com seu sangue luminoso o madeiro da Cruz, o Sol, em grego
Helios‐Hlioj, está representado como força salvadora, através da letra
hacha‐H da palavra Behma.
Em português, quando queremos fazer representar o mesmo
Mistério Mantrosófico, usamos o termo Behema, que não deixa de ser
uma tradução cabalística da palavra grega Bema‐b≈ma, cujo significado é:
passos dados sobre degraus, plataforma, tribuna. A letra grega eta tem a
forma minúscula h, que se translitera e, e maiúscula H, que é semelhante
à H, donde a transliteração mais cabalística em português é: Behema.
4
De qualquer forma a Bema (Behma) se liga, através da letra H, ao
que o profeta Malaquias diz em seu livro: “4:2 – Mas, para vós outros que
temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça trazendo salvação em suas
asas”.
De uma forma muito especial, essa ligação do Sol com a cor do
metal Ouro e com as asas de grandes pássaros, que vieram trazer os
grandes ensinamentos à humanidade, tem seu paralelo incrivelmente belo
e profundo no rito muisca das oferendas doiradas de Guatavita, a lagoa
sagrada dos pré‐incas da Colômbia.
Foto 4: Homem‐pássaro talhado em ouro em exposição no Museu
do Ouro, Colômbia.
2 – O DIA 15: VIAGEM E CHEGADA– Sabemos que os dias 15 e 16
são considerados aqueles da Behma de Montségur, de março de 1244. A
data de 15 de março de 2012 está recuada de março de 1244,
aproximadamente, 768 anos.
A Behma de Manes propriamente dita, ou seja, seu sofrimento,
crucificação e morte são de data incerta, alguns acreditando que ocorrera
5
em março de 276 ou de 277, o que também acreditam os cátaros; outros,
ainda, que fora em fevereiro2.
Para nós, jessênios, o martírio de Mani, de Jesus, de grandes
gnósticos como Prisciliano e seus amigos e, mais tarde, dos Cátaros, em
especial os 205 cátaros mortos ao sopé de Montségur, representa o
grandioso ato de misturar sangue e seiva no madeiro da crucificação e,
igualmente, no seio líquido dos rios, lagos, mares e oceanos, formando a
impregnação do Poder‐Luz no seio da matéria vegetal e aquosa, através
do que se pode extrair, alquimicamente, a força redentora que a Festa da
Behma possibilita, em especial.
O sangue desses mártires tem uma característica especial, contrária
daquele sangue e seiva em Adão que o conduziu a esconder‐se de tudo o
que é divino, atrás das árvores.
Mani explica que o sangue comum contém “o homem verdadeiro
não da forma destruída, mas nublada e obscurecida; sua veste elementar
encontra‐se em estado de mescla com a escuridão, de tal modo que ele
não pode mais reconhecer o Reino da Luz e nem as suas criaturas”3.
A Behma deve, então, representar uma Festa divina,cujo rito
permite ao homem velado no seio elementar do sangue, nutrir‐se da força
que o faz tornar‐se, outra vez, manifesto e capaz de reconhecer e
assimilar as forças da Luz.
2 No livro El Maniqueísmo Estudio Introductorio, de Fernando Bermejo Rubio (Edições Trotta), a nota de rodapé 146 dá‐nos duas opiniões para a data de morte de Mani: 26 de Fevereiro de 277, e 2 de Março de 274. Bermejo diz que não há que se duvidar muito da data de 26 de Fevereiro de 277 e nem do fato de que, nessa data, Manes estivesse com sessenta anos, completando assim cinco ciclos de doze anos de apostolado divino. 3 Texto do livro Mani, the Angel and the Column of Glory ‐ An anthology of Manichaean texts collected and presented by Andrew Welburn.
6
Saímos de São Paulo, Guarulhos, 11 horas, para chegarmos à
Colômbia à tarde e, assim, nos reunirmos com os irmãos colombianos que,
mui anelantes, esperavam a oportunidade de realizar esse magnífico rito
gnóstico maniqueu e cátaro.
Foto 5: O grupo brasileiro em Colômbia no dia 15 de Março.
3 – O DIA 16: HUAICA, O PORTAL DOS DEUSES –Apertados em uma
“camioneta”4, o grupo brasileiro, juntamente com o de irmãos
colombianos, realizou uma linda excursão até a montanha de Huaica,
lugar que, segundo os colombianos, tem um portal para as regiões
espirituais donde, no passado, desceram pássaros de luz e de fogo, para
transmitirem os grandiosos ensinamentos esotéricos para a humanidade.
De fato, as lendas muiscas falam de quatro pássaros que
sobrevoaram Iguaque, para fazer nascer, de suas águas calmas e
espelhadas, a fonte de toda a existência viva neste planeta.
4 Os colombianos chamam de camioneta carros de passageiros que conhecemos, no Brasil, como vans e, os espanhóis, como furganetas.
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Esses pássaros representam os seres divinos do Pleroma que têm,
por missão,aparecerem aqui como Reveladores Gnósticos; o maior deles:
Jesus.
Foto 6: Brasileiros e colombianos na porta do Hotel Dom Norte, de
saída para Huaica.
Foto 7: O lugar de Huaica que significa o início da dura caminhada ao alto
da montanha sagrada.
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Foto 8: Uma palestra do Ibny Joshai (que estará disponível no Portal Ibny
Virtual) proferida em Huaica, sobre a atuação dos Anjos nesta região
escura da matéria.
Foto 9: ¡El monstruo de Huaica ataca los exploradores!
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Foto 10: “Los Exploradores” de Huaica.
Foto 10: “Los exploradores” depois de enganarem el monstruo de Huaica
descansam no alto da bela montanha.
4 – O DIA 17: O MUSEU DO OURO – Os quatro primeiros séculos da
Era Cristã são caracterizados como a Era Áurea do Cristianismo Gnóstico
que, fértil em suas correntes, teve o seu mais elevado apostolado em
10
Mani Persa, conhecido como Buda do Ocidente e Cristo do Oriente e que,
no século III (216 a 276 d. C.), dedicou sessenta anos ao mais ardoroso e
rico trabalho de juntar, numa síntese gnóstica brilhante, o Cristianismo, o
Jainismo, o Budismo e o Zoroastrianismo.
Mani foi um fervoroso servidor do Reino da Luz e um dos mais
profundos escritores e instrutores da Era Áurea Gnóstico‐Cristã, tendo
adotado um modo de escrever que combinava a arte literária com a arte
dos pincéis, pois seus escritos são freqüentemente ilustrados, geralmente
por motivos vegetais, que se espalham em ramagens na forma de espirais
duplas, triplas ou quádruplas conhecidas, no mundo celta, como: diskel,
triskel e tetraskel.
Figura 11: Uma diskel.
Figura 12: Uma Triskel.
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Figura 13: Uma Tetraskel.
Todo esse simbolismo também reaparece em Prisciliano, o gnóstico
ibérico assassinado em 385 d. C., porque este juntou, às crenças cristãs
romanas, outras de um cristianismo apócrifo bem fronteiriço aos
ensinamentos gnósticos.
No pico final da Era de Ouro do Gnosticismo Cristão (370), surgiu
um pregador leigo de nome Prisciliano, um nobre espanhol que, sem
pertencer ao clero romano, entretanto, entrou nas Igrejas para proferir
um chamado estranho, convidando os cristãos a se retirarem, em tempos
determinados – como, por exemplo, antes de 6 de Janeiro (Festa da
Epifania)‐ do meio das cidades barulhentas e mundanas, para se
recolherem nos afastados bosques e casas humildes nas montanhas, para
um aprofundamento prático da vida espiritual ensinada por Jesus nos
Evangelhos canônicos, mas também nos escritos apócrifos.
Esse recolhimento se dava em sítios fora da jurisdição do bispo e se
constituía de práticas ascéticas espirituais, que não pertenciam ao
cristianismo romano, tais como: os jejuns e orações feitas pelos fiéis
descalços, danças e ceias sagradas compostas por alimento vegetariano.
12
Os convidados estudavam, com certa profundidade, as Escrituras
Sagradas, para conhecer Satanás e sua corporeidade cósmica, refletida
nas doze partes do corpo físico dos fiéis.
Para Prisciliano, o simbolismo animal ‐ em especial aquele dos
pássaros e das rãs ‐ e vegetal representava as forças de Jesus, como Sol
Salvador, para mostrar, através de uma representação que só os iniciados
conheceriam e decifrariam, uma decodificação que significaria um livro de
instruções secretas, acerca do ato de como se preparar para a luta contra
as Trevas, impetradas por Satanás.
Os mesmos símbolos aparecem não só no Cristianismo, mas
também no Druidismo, o que levou os bispos romanos a logo suspeitarem
de que Prisciliano não fosse um cristão ortodoxo, mas que ensinava um
cristianismo que mesclava os Evangelhos e as Instruções Apostolares, com
a magia e a astrologia praticada pelos antigos sacerdotes celtas,
acrescentando, a tudo isso, ensinamentos gnósticos maniqueus
complexos.
Seus ensinamentos se espalharam da Galícia à Lusitânia e ao sul da
Espanha e, também, para a direção dos Pirineus,chegando até a Aquitânia.
Também chegaram até a Irlanda, onde se mesclaram com o forte traço
celta e druida daquela muito interessante ilha.
Prisciliano nos parece alguém que mergulhou profundamente no
simbolismo universal das tradições esotéricas dos povos antigos (do
Oriente, da Europa e do Ocidente americano), de tal modo que até aqui,
na Gnosis Andina, podemos contemplar alguns desses elementos
simbólicos, desta vez, entre os pré‐colombianos chamados muiscas,
guambianos, taironas, tolimas etc..
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Foto 14: Museu do Ouro em Bogotá – O simbolismo andino da dupla
espiral ou da diskel.
Foto 15: Outra vez um disco andino contendo diskeles.
Foto 16: Um objeto ritual na forma de homem‐rã.
14
Foto 17: As culturas andinas pré‐colombianas e os traços maravilhosos de
sua metalurgia alquímica sagrada, mostradas no Museu do Ouro.
As culturas andinas primitivas demonstram que houve, em todo o
planeta, uma rede de comunicações de cultura pansófica esotérica num
passado, cujo período que não podemos determinar, mas que apontam,
com clareza, a existência de um Reino Gnóstico Universal, ou de uma
Civilização Gnóstica Antiga, de cuja fonte os povos antigos herdaram sua
sabedoria e crença espiritual.
O Museu Colombiano do Ouro, consciente de certa forma da
existência dessa provável grandiosa cultura universal do passado, realizou
um painel comparativo importante, que afixou em uma de suas salas.
15
Foto 18: Painel comparativo das culturas das Américas, da Europa,
da África e da Ásia, recuando há pelo menos 11.000 anos, antes de Cristo.
Para nós, jessênios, há uma muito importante relação entre o
Oriente e o Ocidente, marcada pelo Raio Amarelo, ou seja, pela quarta
irradiação‐Logos do Sol, cujo simbolismo maior é, exatamente, o Ouro e a
Ourivesaria sagrada.
Foto 19: Continuação do painel comparativo das quatro grandes
culturas do nosso planeta.
O Raio Amarelo é aquele da profecia do Evangelho de Mateus,
expressa nos seguintes termos: “Porque, assim como o relâmpago sai do
oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho
do homem.(Mateus 8:11)”.
Desse modo podemos concluir que, tanto a Gnosis cristã quanto a
andina, beberam a goles profundos do rio áureo formado pelo Quarto
Raio, o raio dos profetas e dos autores apocalípticos, dentre eles:
Henoque, Elias, Ezequiel, o Mestre Essênio da Retidão, Evangelista Mateus
e João do Apocalipse.
16
A comparação da vinda do “Beny Adam”5com a do fogo e do
relâmpago, misturados com o sopro e o metal derretido de uma fornalha
é muito antiga, pertencendo tanto ao mundo bíblico quanto aos povos
americanos, asiáticos e europeus.
Ao vermos uma explicação sobre como os povos ameríndios
preparavam o ouro, através de ácidos conseguidos com misturas vegetais
para o afixarem sobre outras peças metálicas de cobre ou bronze,
lembramo‐nos dos textos do alquimista Fulcanelli, que denominava a
Alquimia de Santa Metalurgia e Sacra Agricultura.
A ideia de que uma Sacra Agricultura perfaz as obras de redenção,
que o alquimista gnóstico tem que praticar observando: os bosques, as
ervas, os fluxos d’água, a lua, o sol e os planetas ‐ conforme uma secreta
Astrosofia e uma secreta Angelosofia ‐ as Estrelas e os Anjos aparecendo
nestas secretas ciências esotéricas, como “mercúrio filosofal”, foi mesmo
um tema recorrente desta Behma Colômbia‐Américas.
Desde 2009, durante a peregrinação do Caminho dos Bons Homens ‐
onde uma grandiosa natureza verdejante, lagos, montanhas, relva,
bosques, sol, lua, neblina, frio e suor, caracterizaram a nossa jornada
desde Foix, Rocafixada, Montségur, Comus e demais lugares até o
santuário de Queralt, na Catalunha, e em 2010, com a nossa visita à
Colômbia, seguida do retorno de Behma ao lugar de Montségur ‐ que
estamos enfatizando, muito, os ensinamentos da Fitoastroterapia.
5 A vinda de Beny Adam: a “Vinda do Primeiro Adão de Luz” chamado “Jesus na Cruz de Luz” que na Cabaláh cristã jessênia tem um significado muito profundo, é estudada na série de livros internos chamados “Doze Pérolas Falam” e nas consequentes palestras por videoconferência, acerca do tema. Estuda‐se, na abordagem desse tema, o livro gnóstico de Nag Hammadi, chamado “A Sophia de Jesus Cristo” e as linhas de ensinamento cabalístico‐judaico, de Issac de Luria, com relação aos “Vasos partidos”.
17
Recentemente efetuamos um profundo estudo acerca do estado
cristalino geológico da Serra do Cipó, localidade onde está se
desenvolvendo, há mais de vinte anos, os trabalhos do Ibny Joshai e da
Bat Yonáh, de preparação de um terreno que agora se define
absolutamente fitoastroterapêutico.
Figura 20: A rota que representa o Caminho dos Bons Homens desde o Sul
da França até a região de Queralt, Catalunha.
As revelações que surgiram ao longo do Caminho dos Bons Homens;
ao longo das palestras de Fitoastroterapia por Videoconferências; a
grandiosa palestra de Fitoastroterapia da Fazenda Canadá, no Ceará; as
palestras do sítio Quinta das Palmeiras, em especial, aquelas efetuadas
debaixo da Palmae Jessênia; seguidas das investigações cuidadosas
18
efetuadas pelo grupo de apoio da COAM e de seus multiplicadores; a troca
de conhecimentos com os irmãos da Colômbia e outros estudos indicados
por Jessênios da França, agora, são concentradas para que tenhamos, em
Minas Gerais, o principal núcleo de Fitoastroterapia da Comunidade
Jessênia.
Foto 21: Sítio Fitoástria, Serra do Cipó, em obras.
Foto 22: Interior da casa de hóspedes do Sítio Fitoástria, ainda em fase de
construção.
19
O Raio Amarelo, da Luz Áurea, que contém toda a imensa força do
amanhecer da Luz divina no Oriente, desce sobre os montes ocidentais de
Belo Horizonte e das Minas Gerais, através da Behma de 16 e 17 de
Setembro de 2011 e, a Behma da Colômbia (15 a 18 de Março de 2011),
transforma esse núcleo mineiro em farol, para a Colômbia e as Américas.
Pela primeira vez, podemos ver toda a obra alquímica do antigo
homem americano talhada, em sacra metalurgia, no puro ouro da oferta
deífica muisca e de outros povos andinos. E sua obra reflete, em belos
contornos, aquela do lugar do nascer do sol, ao Oriente.
Agora, não mais cantamos em vozes calorosas o áureo pétreo
firmados em outro Raio belo, porém, estrangeiro; mas cantamos firmados
no próprio Raio Amarelo, o raio, sobretudo, alquímico e rosa‐cruz.
Plantamos uma estela duodécupla e uma árvore aperolada nos
jardins da Terra. A Pomba veio descer sobre o trigo e a taça, para
abençoar a nossa grandiosa ceia da Behma. Amén!
Foto 23: Estandarte da Behma Colômbia‐Américas de 2011/2012
portados por um Pérola e um Cruz de Luz.
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Foto24: Estandarte da Bema de 2007 portado por uma aluna jessênia de
Belo Horizonte.
5 – O DIA 18, A FESTA PROPRIAMENTE DITA: Começando em 15 de
Março de 2003, passando por datas como Março e Setembro de 2007,
Março e Setembro de 2011 e Março de 2012, a gloriosa festa da Behma
toma o impulso que lhe quis dar Mani e seus discípulos: torna‐se uma
festa da Religião da Luz, a circular por toda a Terra.
Muitos alunos gnósticos empenharam‐se, de modo firme e
fervoroso, fornecendo o necessário para que tão grandioso
acontecimento do Paracleto atravessasse as eras antigas, desde as
margens do Mar Morto, em tempos pré‐cristãos, até aqui nas Américas,
nesses dias da Era de Aquário.
Esses alunos6 devem entender que, sem sua dedicada e abençoada
contribuição física e espiritual às antigas profecias ‐ tanto as de Henoque
quanto as dos Essênios; dos cristãos gnósticos dos primeiros séculos; dos
priscilianistas e paulicianos; dos bogomilos e cátaros, dentre elas a de
6 E ex‐alunos.
21
Belibastes, último perfeito cátaro, que inclusive deu data para a sua
predição (1324‐2024); bem como a profecia de Issac de Luria, acerca do
ano de 5671 (2000/2001) e dos seguintes anos de 5672 a 5674 (2003 a
2005) ‐ simplesmente não teriam acontecido e ficariam mentirosas!
Para compreendermos essas profecias e a sua culminação, devemos
lembrar que o número sagrado por excelência, para os profetas bíblicos, é
o número 12, daí porque o nosso Mebaker ensina: “Os doze patriarcas
são, muito além de personagens bíblicos, doze tipos de almas especiais,
arquetípicas, que se movimentam pelo ‘sul com Abraão, Isaque e Jacó’.
Caminhar pelo sul significa, em Cabaláh, caminhar por entre luzes
astrológicas até encontrar, fora do ano comum de doze meses, um décimo
terceiro mês, totalmente de outra natureza, não pertencendo às estrelas
comuns, mas à estrela‐Messias da Luz de Deus. Os doze patriarcas são,
portanto, almas peregrinas que não têm, no calendário estelar e nos dias
que eles refletem sobre a Terra, lugar algum, mas pertencem à Luz de
Deus, refletida por sua estrela‐Messias.”
Os números 12 e 13 são fundamentais para a contagem dos dias,
que o profeta faz para dimensionar e dar cronologia escatológica à sua
predição. O Mebaker Jodachay nos ensina, então, que o profeta “não
dimensiona somente a arquivolta celeste e a órbita dos astros que contam
os nossos dias astrológicos comuns, os quais formam o ano pelos quais
Abraão, Isaque e Jacó peregrinaram, mas dimensiona também os passos
dos doze patriarcas até aquele, por meio do qual eles acharam a região do
décimo terceiro mês, onde a pura Luz de Deus brilhou para eles como uma
estrela‐Messias. No Evangelho da Pistis Sophia, essa região é denominada
Décimo Terceiro Éon. Naquele Evangelho Gnóstico, nós podemos
22
contemplar Jesus fazer a figura de estrela‐Messias, produzir doze partes
patriarcais de almas e as fazer nascer neste mundo, como Doze Apóstolos
(EPS, capítulo 8). Para os essênios, esse simbolismo do significado
cabalístico‐profético dos números doze e treze era representado pela
Palmeira; árvore que, mesmo em grande sofrimento desértico, dá seus
frutos durante doze meses. Como o calendário judaico intercala um
décimo terceiro mês para ajustes, a Palmeira dá seu décimo terceiro e
mais especial fruto: a comunidade guiada pela estrela‐Messias.”
Assim, segundo o nosso Mebaker, a grandiosa Luz do Sul emitida
pela estrela‐Messias raiaria, resguardando‐se o calendário que Luria tinha
em mãos e aquele típico dos essênios, entre os anos de 2001 e 2005, cujo
sinal seria: a Cruz de Luz Ocidental consagrada em Abril de 2004 e a vinda
de Qumran, como Cabaláh cristã e gnóstico‐dualista, entre 2004 e 2005.
Qumran surgiu no Brasil em Setembro de 2004 e em Janeiro de
2005. Ele juntou‐se à vinda da Festa da Behma, de Março de 2003. Juntas,
a força da Behma e a gloriosa presença de Qumran formaram a poderosa
corrente ‐ valentiniana e maniqueia ‐ de ensinamentos de Cristianismo
gnóstico e de Cabaláh Essênio‐Cristã da nossa Escola de Mistérios, cujo
ápice foi 2008.
Os alunos que nos ajudaram nas campanhas de Montségur, a partir
de 2003, devem sentir, agora, a maravilhosa sensação de terem
participado dos mais profundos acontecimentos proféticos, a se
cumprirem em Aquário e sua recompensa está em compreender, do
fundo dos seus corações que, se suas mãos não fossem postas no eixo das
ferramentas dessa Grande Obra, sob o impulso de sua ligação intensa com
as virtudes plerômicas do par Anthropos‐Ekklesia, os portais da Era
23
Aquariana estariam vazios de suas marcas escatológicas espetaculares e,
então, postos ao escárnio dos Eões ímpios e dos delatores de falsas
profecias, os quais superabundam neste mundo.
O ano de 2004 foi, então, o ápice de uma manifestação da estrela‐
Messias que vem, como nos ensina a Cabaláh, com as três virtudes
chamadas “filhos de Abraão”: o Poder corresponde a Isaque, a Beleza
Luminosa povoada de relâmpagos angélicos é representada por Jacó e a
Água, que os equilibra e lhes serve de veículo transmissor, é representada
por Abraão. Os três juntos representam o Poder‐Luz de que tanto fala o
Evangelho da Pistis Sophia, para quem o Mebaker dá o título, em inglês,
de Water’s‐Power‐Light.
Abraão representa, portanto, aquele céu e aquela estrela‐Messias
que, no início, foram tirados da Água para brilharem como Poder‐Luz
donde Adam tiraria a sua força, para tornar‐se Adamas de Luz (Photeinos
Anthropos).
Ao estender a sua mão para a Esquerda (Isaque‐Poder) e para a
Direita (Jacó‐Luminosidade), Adam deveria encontrar os vapores verticais
angélicos da Água lustral (Abraão) formando, assim, uma poderosa Cruz
de Luz.
O Cristianismo que surge dessa Cabaláh, essênia e valentiniana,
oculta no Evangelho da Pistis Sophia, não pode ser outro senão este da
nossa Religião da Luz (Religião da Rosa+Cruz de Luz).
Em razão disto e para ressaltar o valor simbólico ‐ e também mágico
‐desse arcano é que a Behma é sustentada pela Cruz de Luz e pelas Doze
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Pérolas, a quem é dado o dever sublime de guardiãs desse Cristianismo
Cabalístico da Era de Aquário.
Foto 25: A Cruz de Luz sustenta a Festa da Behma de Setembro de 2011.
Na foto os Cinco Companheiros da Cruz de Luz Ocidental.
Foto 26: Dois irmãos da Cruz de Luz e um do grupo das Pérolas sustentam
a Behma Colômbia‐Américas, de Março de 2012.
25
Constituiria uma verdadeira traição espiritual, a Aquário e ao
amanhecer dessa Era brilhante de Urano, o ato dessa Cruz de Luz e desses
Aperolados se desviarem da Doutrina, Essênio‐Cristã e Cabalístico‐
Gnóstica, prevista por Issac de Luria e por tantos outros profetas, como:
Elias, Henoque, o Mestre Essênio da Retidão e o autor do Evangelho da
Pistis Sophia.
Cabe a esse grupo especial a missão (leitourgos‐leitourgÿ$) de
fazer a Religião da Luz Circular.
Em 2004 e 2008, esse grupo passou por duríssimas experiências no
trato de guardar o seu primordial compromisso com a Religião da Luz,
sofrendo grande tentação para recuar em direção à Cabaláh Judaica e ao
monismo hindu védico, fazendo o contrário do grupo do Mebaker
Jodachay, que saiu em 1975/76 do grande grupo cabalístico monista do
mestre Yalladhay7, para caminhar firmemente na direção do dualismo
essênio‐mandeano e, em seguida, para o Essenismo Gnóstico Cristão.
Parte do grupo da Cruz de Luz e das Pérolas Ocidentais não
recuou,naqueles mencionados anos (2004 e 2008), ao seu dever e à sua
missão, mas permaneceu exatamente dentro do programa da Hierofania.
Foi assim que a profecia de Jan van Rijckenborgh8, a respeito do
aparecimento de um Cristianismo cabalístico, na entrada da Era de
Aquário, foi total e seguramente preservada.
7 Ressaltamos aqui que a proposta do Mebaker Yalladhay sempre foi a de caminhar na direção do dualismo essênio cabalístico, desde a fundação de seu “cenáculo cabalístico” em 1950. Mas o grupo ao seu redor nunca pôde assimilar por completo essa proposta, firmando‐se mais no monismo cabalístico judaico do Zohar do que na direção do Essenismo. 8Jan van Rijckenborgh é o grande nome do Cristianismo gnóstico rosa+cruz do século XX. Fundador da Rosacruz Áurea, em 1924, deixou em uma de suas últimas alocuções templárias, de 1968, uma profecia que falava de um Cristianismo cabalístico, a surgir a partir de 2001.
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Não consideramos o monismo algo que possa ser rotulado ruim, ou
fator de desvio esotérico de algum pesquisador ou discípulo, mas
tratando‐se especificamente do grupo da Cruz de Luz e do das Pérolas,
que tinham uma clara missão com o dualismo gnóstico e essênio‐
cabalístico, o qual significava a formação de uma Comunidade de
Mistérios Espirituais Cabalístico‐cristã, tal atitude passa a constituir um
desvio e uma quebra de compromisso com a missão, assumida
honrosamente.
Mani estruturou a sua Escola de Mistérios colocando, no topo de
sua hierarquia espiritual, quatro (ou cinco) Irmãos Superiores chamados
Guias, os quais representavam a organização cristã primitiva dos
Boanerges (Pedro, Tiago e João), descritos no Evangelho de Marcos,
capítulo 3, versos 16 e 17.
Abaixo desse grupo, Mani colocou os Doze Doutores Apóstolos, a
quem damos o nome de grupo das Doze Pérolas. Daí porque nós
colocamos, sobre o altar da Behma, o quadro mostrado abaixo (Foto 27).
27
Foto 27: O nascer da Comunidade Jessênia no Ocidente com sua Cruz de
Luz e Doze Pérolas.
Foto 28: O Trono de Behma da Colômbia tendo, ao fundo, uma
réplica do Quadro que representa o nascer da Comunidade Jessênia no
Ocidente, com sua Cruz de Luz e Doze Pérolas.
No quadro da Behma aparece o pássaro de fogo e a pomba, sobre
um lago donde surge uma flor de lótus; alusão aos grandes seres angélicos
que trouxeram, para as Águas, a força batismal ou Water’s‐Power‐Light.
Essa força entra, também, no reino vegetal (Flor de Lótus) e, daí,
passa para toda a nossa grandiosa Refeição de Behma. Dessa Refeição
surge toda a irradiação de nossa potência astrosófica angélica, toda a
força da estrela‐Messias, para a nossa especial arte alquímica de Sagrada
Agricultura ou Fitoastroterapia.
Os Anjos pássaros de fogo e a pomba do Paracleto salgaram os
mares e oceanos ‐ bem como os lagos sagrados ‐ e o sereno noturno cai,
28
agora, misturado com o nosso suor de puro Sal Salvador, Curador, sobre a
totalidade de nossa santa Agricultura.
Foto 29: O Sal dos Astros Santos e dos seus Anjos sobre os canteiros
alquímicos da Quinta Fitoástria (Serra do Cipó).
6 – Dia 19: DIA DA VISITA ÀS MINAS SALINAS DE NEMOCÓN –Depois
de falarmos de Sal alquímico é hora, então, de mostrarmos o último
trabalho de peregrinação da Colômbia, à mina de sal, chamada Nemocón.
Foto 30: A entrada da Mina.
29
Foto 31: Um lago de salmoura dentro da mina.
Foto 32: A Cascata de Sal.
Foto 33: O autor desse artigo experimentando o sal da mina.
30
Foto 34: Uma lenda muisca, que coincide com o ensinamento jessênio, de
que árvores e homens sonham juntos, numa profunda interação alquímica
entre Clorofila (Mg) e Hemoglobina (Fe).
A nossa atenção volta‐se, em especial, para a cena retratada na foto
34. O cacique Nemequene, líder da tribo muisca de Bacatá (Bogotá)
encontra‐se representado, nesse paraíso de sal, como aquele ameríndio
que sonhou com a invasão espanhola e, precavidamente, mandou sua
tribo desaparecer com o tesouro de El Dourado, para que sua religião
áurea não fosse profanada pelos estrangeiros.
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Foto 35: O sonho de Nemequene.
Convidamos os pesquisadores e visitantes do nosso sítio, bem como
os jessênios, a aprofundarem‐se mais sobre os temas aqui abordados e
outros mais ‐ bem como filmagens, áudios e outras conferências sobre a
Alquimia Gnóstica existente ao redor da nossa Festa da Behma, da Festa
do Broto da Cruz de Luz, da Festa do Nascimento de Mani e da Cruz de
Luz, das nossas atividades de Fitoastroterapia, dos nossos estudos de
Astrosofia e Angelosofia ‐ todos disponíveis para investigações e estudos,
no Portal Ibny Virtual.
Externamos, outra vez, os nossos profundos sentimentos de
gratidão e de amizade gnóstica, por todos os alunos9 que, a partir de
Setembro de 2001, juntaram‐se a nós e, com seus esforços, tornaram
possível o ato de transformarmos essa pequena Comunidade Jessênia
Ocidental no maior e mais poderoso portal do amanhecer ‐ gnóstico e
cabalístico cristão ‐ de Aquário.
9 E ex‐alunos.
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Que o Cristo, com a sua falange angélica de Pastóforos formadores
do Lógos intermediador de Deus, grandioso espelho da verdade fundido e
lapidado na prata e no ouro da estrela‐Messias, em sua misteriosa
curvatura uraniana de Aquário, derrame sobre cada um dos senhores as
benção da Gnosis, ou seja, do Conhecimento e do Reconhecimento da Luz
do Reino Deífico Plerômico, agora manifestado para o bem de toda a
humanidade. Amén!
Tempo, passado, antiguidade, abri vossas cavernas banhando‐nos
diariamente com novos Qumran, novos Códices Maniqueus de Colônia e
novos Nag Hammadi. Que os vossos evangelhos, até agora selados em
misteriosas palavras negadas por uns e admiradas por outros, formem
cada dia a nossa Linguagem Angélica de Mistérios. Só assim ev‐angelizar
significará, para nós, soar e suar no esforço de mover a mó, que significa o
Giro da Religião da Luz por toda a Terra. Amén!
Vento, Brisa, Sereno e Nuvens, Homens e Vergeis, que o Paracleto
espargido entre o verde e o translúcido de vossas asas resulte, para nós,
no poderoso Mistério do Graal, no Vaso da Veritas Medicae. Amén!
Aquele, cujo espírito está agitado pelo Poder‐Luz, que decifre o
significado desses Mistérios (Evangelho da Pistis Sophia).
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