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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA
CENTRO DE CINCIAS AGRRIAS
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM AGRONOMIA
RENDIMENTO DE BATATA-DOCE COM ADUBAO ORGNICA
ARTHUR HENNYS DINIZ BARBOSA
AREIA - PB
2005
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ARTHUR HENNYS DINIZ BARBOSA
RENDIMENTO DE BATATA-DOCE COM ADUBAO ORGNICA
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RENDIMENTO DE BATATA-DOCE COM ADUBAO ORGNICA
Dissertao apresentada ao Programa de
Ps-graduao em Agronomia, do Centro de
Cincias Agrrias da Universidade Federal
da Paraba, em cumprimento s exigncias
para obteno do ttulo de mestre.
rea de concentrao: Agricultura Tropical
Arthur Hennys Diniz Barbosa(Bilogo)
Comit de Orientao: Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira
Prof. Dr. Lourival Ferreira Cavalcante
Prof. Dr. Walter Esfraim Pereira
AREIA PB
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ARTHUR HENNYS DINIZ BARBOSA
RENDIMENTO DE BATATA-DOCE COM ADUBAO ORGNICA
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira
Orientador CCA/UFPB
________________________________________
Prof. Dr. Pedro Dantas Fernandes
_______________________________________
Prof. Dr. Roberto Wagner C. Raposo
AREIA PB
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O pessimista v adificuldade em cada
oportunidade; o otimista, a
oportunidade em cada
dificuldade.
Albert Flanders
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AGRADECIMENTOS
Ao Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal da Paraba, pelaoportunidade proporcionada para a realizao do curso.
Ao Prof. Dr. Ademar Pereira de Oliveira, pela ateno, pacincia, incentivo e
orientao em toda a execuo do trabalho.
A todos os professores do Programa de Ps-graduao em Agronomia que
contriburam com seus ensinamentos para minha formao de mestre em
Agronomia.
Ao Coordenador do Programa de Ps-graduao em Agronomia Prof. Dr.
Genildo Bandeira Bruno, por sua amizade, dedicao e esforo para atender s
nossas necessidades e ao programa.
Aos funcionrios do Programa de Ps-graduao em agronomia, em especial
a Eliane, Zezinho e Nino.
Aos funcionrios do setor de Olericultura (ch de Jardim): Francisco de Castro
Azevedo (F), Jos Barbosa de Souza, Francisco Lopes de Brito e Francisco Silva
Nascimento, pela inestimvel ajuda na conduo dos trabalhos.
Aos funcionrios do laboratrio de anlise de solo, em especial a EdinaldoJernimo, Montesquieu da Silva e Antonio Fabiano, pela ajuda, orientao e
realizao das anlises.
Aos funcionrios da Biblioteca, Elisabete, Heronides (heron), Seu Joo,
Paulinho, Balancinha, pela importante ajuda na pesquisa bibliogrfica.
A CAPES pela concesso da bolsa de estudos.
Aos colegas de mestrado e Doutorado: Barbosa, Evanduir, Mrcia Targino,
Rosngela, Macio, Roni, Nustenil, Geomar, Maria, Mnica, Fabiano, Adriana,Jeandson, Jlio Csar, Vlaminck, Jos Otvio pelo apoio.
Para no pecar por omisso, a todos aqueles que direta ou indiretamente
contriburam para realizao e concluso deste trabalho, os meus sinceros
agradecimentos.
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SUMRIO
LISTA DE TABELA .................................................................................................................... ix
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. xii
RESUMO .................................................................................................................................xiii
ABSTRACT............................................................................................................................... xv
1. INTRODUO ........................................................................................................1
2. REVISO DE LITERATURA ..................................................................................3
2.1. Batata-doce ......................................................................................................3
2.2. Matria orgnica...............................................................................................6
2.3. Fertilizao orgnica ........................................................................................9
2.4. Biofertilizante..................................................................................................11
3. MATERIAL E MTODOS .....................................................................................15
3.1. Instalao e conduo do experimento..........................................................15
3.2. Caracteristicas Avaliadas ...............................................................................203.2.1. Peso mdio de razes comerciais .........................................................20
3.2.2. Produo e nmero de razes comerciais e no comerciais p/ planta..20
3.2.3. Produo total, comercial e no comercial de razes............................20
3.2.4. Nutrientes na folha................................................................................20
3.3. Anlise estatstica ..........................................................................................21
4. RESULTADO E DISCUSSO ..............................................................................22
4.1. Nmero de razes comerciais e no comerciais p/planta ...............................22
4.2. Peso mdio de raiz comercial. .......................................................................26
4.3. Produo de razes comerciais e no comerciais p/planta ............................30
4.4. Produes total, comercial e no comercial de razes ...................................34
4.5. Teor de N, P, K nas folhas.......................................................................... 41
5. CONCLUSES .....................................................................................................48
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .....................................................................49
......................................................................................................................................
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Caractersticas qumicas de solo coletado a 20 cm de profundidade, no
local do experimento. CCA-UFPB, Areia, 2005.........................................15
Tabela 2. Dados climticos de janeiro a junho de 2004, perodo de conduo do
experimento. CCA-UFPB, Areia-PB, 2005. ...............................................16
Tabela 3.Caractersticas qumicas do biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-PB
2005............................................................................................................19
Tabela 4. Peso mdio de razes de batata-doce, em funo de doses de esterco
bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-PB 2005......23
Tabela 5.Peso mdio de razes comerciais (PMRC), nmero de razes comerciais
(NRCP) e nmero de razes no-comerciais por planta (NRCNP), em
funo da adubao orgnica e convencional. CCA-UFPB, Areia,
2005...........................................................................................................26
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Tabela 6. Nmero de razes comerciais por planta de batata-doce, em funo de
doses de esterco bovino e da aplicao do biofertilizante. CCA-UFPB,
Areia-PB, 2005..........................................................................................28
Tabela 7. Nmero de razes no-comerciais por planta de batata-doce, em funo de
doses de esterco bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB,
Areia-PB, 2005..........................................................................................29
Tabela 8.Produo de razes comerciais por planta de batata-doce, em funo dedoses de esterco bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB,
Areia-PB, 2005..........................................................................................31
Tabela 9. Produo de razes comerciais e no-comerciais por planta em funo da
adubao orgnica versus a adubao convencional. CCA-UFPB, Areia-
PB, 2005...................................................................................................33
Tabela 10. Produo de razes no-comerciais por planta de batata-doce, em funo
de doses de esterco bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB,
Areia-PB, 2005..........................................................................................34
Tabela 11.Produo total, comercial e no-comercial em funo da adubao
orgnica versus a adubao convencional. CCA-UFPB, Areia-PB,
2004..........................................................................................................36
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Tabela 12.Produo no-comercial de razes de batata-doce, em funo de doses
de esterco bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-
PB, 2004..................................................................................................41
Tabela 13. Teor de N, P, e K em funo de doses de esterco bovino e da aplicao
de biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-PB, 2005........................................43
Tabela 14. Teores de nitrognio (N), fsforo (P) e potssio (K) nas folhas de batata-doce em funo da adubao orgnica versus a adubao convencional.
CCA-UFPB, Areia-PB, 2004....................................................................46
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Produo total de razes de batata-doce em funo de doses de esterco
bovino na presena de biofertilizante aplicado na folha (y1), no solo (y2) e
na sua ausncia (y3). Areia, CCA-UFPB, 2005.........................................35
Figura 2. Produo comercial de razes de batata-doce em funo de doses de
esterco bovino na presena de biofertilizante aplicado na folha (y1), no solo
(y2) e na sua ausncia (y3). Areia, CCA-UFPB, 2005................................38
Figura 3. Teor de fsforo na folha (g kg-1), em funo das doses de esterco bovino,
na ausncia de biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-PB,
2004............................................................................................................44
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Figura 4. Teor de potssio na folha (g kg-1), em funo das doses de esterco bovino,
na ausncia de biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-PB,
2004............................................................................................................45
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APNDICE
Apndice 1. Resumos das anlises de varincia e de regresso para o peso mdio
de razes comerciais (PMRC), nmero de razes comerciais (NRCP)e
no-comerciais por planta (NRNCP). CCA-UFPB, Areia-PB
2005......................................................................................................58
Apndice 2.Resumo das anlises de varincia e de regresso para as produes
de razes comerciais (PCPP) e no-comerciais por planta (PNCPP).CCA-UFPB, Areia-PB, 2005.................................................................59
Apndice 3.Resumo das anlises de varincia e de regresso para as produes
total (PT), comercial (PC) e no-comerciais (PNC) de razes de batata-
doce. CCA-UFPB, Areia-PB, 2005.......................................................60
Apndice 4. Resumo das anlises de varincia e de regresso para os teores deNitrognio (N), fsforo (P) e potssio (K) nas folhas de batata-doce.
CCA-UFPB, Areia-PB, 2004....................................................................61
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mdia de 20 t ha-1em funo das doses de esterco bovino. As mximas produes
de razes comerciais de 14,13 e 13,47 t ha-1 foram obtidas nas doses de 14,23 e
12,89 t ha-1, quando o biofertilizante foi aplicado no solo e via foliar, respectivamente.
A mais elevada produo no-comercial de razes (9,18 t ha-1) foi verificada na
ausncia do biofertilizante. A adubao orgnica foi mais favorvel para peso mdio,
produo no-comercial por planta e produo no-comercial, sendo que o efeito
positivo da adubao convencional foi observado na produo total com valor de 24 t
ha-1, j para a produo comercial e no-comercial por planta no foi verificada
diferena estatstica ente os dois mtodos de adubao. Os teores mximos de N
nas folhas (32,3 e 34 g kg-1) foram verificados nas doses de 40 e 50 t ha-1de esterco
bovino. O P apresentou teor mximo (3,98 g kg-1) na dose de 50 t ha-1e o K (42,8 g
kg-1) na dose de 26 t ha-1de esterco bovino. A convencional proporcionou teores de
N e P nas folhas de 34,4 e 28,1 g kg-1. Os teores de K, no foram influenciados pelos
tratamentos.
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ABSTRACT
BARBOSA, Arthur Hennys Diniz. Sweet potato yield fertilized with organic
manuring. Areia-PB, 2005. Dissertao (Mestrado em Agronomia). Centro de
Cincias agrrias, Universidade Federal da Paraba.
With the objective of evaluating the yield of the sweet potato fertilized with
bovine manure in the presence and absence of the biofertilizer, was conducted
an experiment in the period of January to June of 2004, in Quartz Pesament
soil, at Federal University of Paraba, in Areia-PB. The employed experimental
desing was randomized blocks, with four repetitions in outline of sub-divided
plots, with the treatments distributed in factorial arrangement (6 x 2) + 1). The
plot was constituted by 80 and the sub-plot by 40 plants, spaced of 80 x 30 cm.
In the plots, they were appraised six levels of bovine manure (0, 10, 20, 30, 40,
50 t ha-1) and absence and biofertilizer presence, while in the sub-portions, the
forms of application of the biofertilizer (soil and by foliating), besides an
additional treatment with organic and mineral organic manuring. The maximum
values for the medium weight of roots, 592,5 g and 447,5 g, they were
obtained in the levels zero and 50 t ha-1of bovine manure, in the biofertilizer
presence through foliating and in the soil, respectively. Them largest
production of commercial roots for plant (0,48 g) it was obtained in the dose of
10 t ha-1of bovine manure in the biofertilizer presence in the leaf, and in the
dose of 50 t ha-1in absence 0,50 kg. The largest production of non-commercial
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roots for plant (0,26 kg) it was obtained in the dose of 50 t ha -1 of bovine
manure, when the biofertilizer was supplied through foliating. The application
of the biofertilizer in the soil and his/her absence promoted larger total
productions of roots (23 and 20 t ha-1), in the dose of 13 t ha-1 of bovine
manure, while the application of the biofertilizer through foliating, provided
average of 20 t ha-1 in function of the levels of bovine manure. The maxims
productions of commercial roots of 14,13 and 13,47 t ha -1they were obtained
in the levels of 14,23 and 12,89 t ha-1, when the biofertilizer was applied in the
soil and by foliating, respectively. The highest no-commercial production of
roots (9,18 t ha-1) it was verified in the absence of the biofertilizer. The organic
manuring went more favorable for medium weight, non-commercial production
for plant and no-commercial production, and the positive effect of the
conventional manuring was observed in the total production with value of 24 t
ha-1, already for the commercial and commercial production for plant difference
statistics being was not verified the two manuring methods. The maximum
concentrations of N in the leaves (32,3 and 34 g kg-1) they were verified in the
levels of 40 and 50 t ha-1of bovine manure. P presented maximum tenor (3,98
g kg-1) in the dose of 50 t ha-1and K (42,8 g kg-1) in the dose of 26 t ha-1of
bovine manure. The conventional provided concentrations of N and P in the
leaves of 34,4 and 28,1 g kg-1. The concentrations of K, they were not
influenced by the treatments.
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Ficha catalogrfica elaborada na Seo de Processos Tcnicos da Biblioteca Setorial
de Areia-PB, CCA/UFPB.
Bibliotecria: Mrcia Maria Marques CRB4 1409
B238r Barbosa, Arthur Hennys Diniz.
Rendimento de Batata-Doce com AdubaoOrgnica./ Arthur Hennys Diniz Barbosa. Areia, PB:
CCA/UFPB, 2005.61 p.: il.
Dissertao (Mestrado em Agronomia) pelo Centrode Cincias Agrrias da Universidade Federal daParaba.
rea de Concentrao: Agricultura Tropical.Orientador: Ademar Pereira de Oliveira.
1.Batata-Doce. 2. Batata-Doce - adubao. 3.Adubao - esterco bovino. 4. Adubao -biofertilizante. I. Oliveira, Ademar Pereira de(Orientador). II. Ttulo.
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1.INTRODUO
A batata-doce (Ipomoea batatas L.), espcie nativa da Amrica Central,
considerada uma das culturas alimentcias de maior valor nos trpicos e subtrpicos,
por ser fonte de calorias e apresentar alto contedo em vitaminas e minerais.
utilizada na alimentao humana por meio do consumo de suas razes, sendo a
quarta hortalia mais consumida no Brasil. Tambm uma cultura tipicamente
tropical e subtropical, rstica, de fcil manuteno, boa resistncia contra a seca,
ampla adaptao e apresenta custo de produo relativamente baixo, com
investimentos mnimos e retorno elevado (VASCONCELOS, 1998).
Dentre as olercolas a batata-doce tem alta capacidade de produzir energia
por unidade de rea. No entanto, as pesquisas e estudos sobre a mesma, ainda so
insipientes. Devido a essa caracterstica energtica, vem sendo cotada para fins
alternativos a alimentao, como por exemplo, a substituio da cana-de-acar,
para a produo de combustvel, isso porque enquanto uma tonelada de cana gera
67 litros de lcool, a mesma quantidade de batata-doce chega a at 130 litros do
combustvel, podendo representar um incremento na gerao de empregos e
reduo dos danos ambientais causados pelo cultivo da cana-de-acar. Alm do
mais, ao contrrio da cana-de-acar, ela privilegia os pequenos produtores rurais,
no sendo necessrias grandes reas de plantio (CHAVES, 2003).
No Brasil, o investimento em tecnologia na cultura de batata-doce muito
baixo, sendo o principal a baixa lucratividade da cultura, isso decorre at do pequeno
volume individual de produo, ou seja, os produtores tendem a cultiva-la como
cultura marginal, com o raciocnio de que, gastando-se o mnimo, qualquer que seja
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a produo da cultura constitui um ganho extra, contribuindo para produtividade
mdia brasileira ser menor que 10 t ha-1. Contudo, empregando-se tecnologia
adequada, essa produtividade pode atingir at 22 t ha-1(SILVA et al., 2002).
reconhecido, que o uso intensivo de agrotxicos na agricultura tem
promovido diversos problemas de ordem ambiental, assim, com o intuito de reduzir
esses problemas, vem sendo estudadas alternativas para a produo de culturas
mais nutritivas e mais saudveis. Nessa linha de pesquisa, destaca-se o uso de
matria orgnica tanto por meio da sua incorporao ao solo, como a sua
transformao para uso posterior, como o caso do emprego do biofertilizante, em
pulverizaes foliares ou aplicaes diretas no solo (BETTIOL et al., 1997).
A produo orgnica em hortalias tem demonstrado resultados excelentes
tanto em produtividade como em qualidade dos produtos obtidos. As vantagens da
adubao orgnica j vem sendo apontadas, sendo a matria orgnica um poderoso
agente beneficiador do solo, capaz de melhorar substancialmente muitas de suas
caractersticas. Os adubos orgnicos constituem fonte de macro e micronutrientes,
sendo vrios os tipos que podem ser utilizados na agricultura. Eles podero
apresentar um efeito significativo no fornecimento de micronutrientes, desde que
empregados em doses elevadas podendo, nestas condies, repor parte dos
elementos retirados do solo pela cultura (FERREIRA et al., 1993).
O trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos de nveis de esterco bovino e
biofertilizante sobre o rendimento da batata-doce.
2.REVISO DE LITERATURA
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2.1. A Batata-doce
A batata-doce uma dicotilednea da famlia Convolvulaceae, possivelmente
originaria das Amricas Central e do Sul, sendo encontrada desde a Pennsula de
Yucatam, no Mxico, at a Colmbia, embora alguns autores afirmem que essa
hortalia tenha sua origem na sia ou frica (EDMOND e AMMERMAN, 1971;
FOLQUER, 1978; PEIXOTO; BARRERA, 1986). Relatos de seu uso remontam de
mais de dez mil anos, com base em anlise de batatas secas encontradas em
cavernas localizadas no vale de Chilca Canyon, no Peru e em evidncias contidas
em escritos arqueolgicos encontrados na regio ocupada pelos Maias, na Amrica
Central (SILVA et al, 2002).
Possui dois tipos de razes: as de reservas ou tuberosas, que constituem a
principal parte de interesse comercial, e as razes absorventes, responsveis pela
absoro de gua e nutrientes do solo. As razes tuberosas se formam desde o incio
do desenvolvimento da planta, sendo facilmente identificadas pela maior espessura,
pela pouca presena de razes secundrias e por se originarem dos ns. As razes
absorventes se formam a partir do meristema cambial, tanto nos ns quanto nos
entrens. So abundantes e altamente ramificadas, o que favorece a absoro de
nutrientes (SILVA et al., 2002).
As suas caractersticas mais marcantes so rusticidade, fcil cultivo, ciclo
vegetativo curto e grande capacidade de adaptao as diferentes condies
edafoclimaticas. Devido a esse conjunto de vantagens ela se encontra muito
difundida em diversas regies do Brasil. Contudo, prefere os climas onde
temperaturas so mais elevadas, pois alm de no tolerar geadas, seu
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desenvolvimento vegetativo e produtividade so prejudicados em temperaturas
inferiores a 10 C (MAFRA 1979; RAMAN e ALLEYBE, 1991).
A batata-doce adapta-se melhor em reas tropicais onde concentra-se a maior
proporo de populaes pobres, sendo considerada um alimento essencialmente
energtico e de alto valor nutritivo, utilizada no consumo dirio da populao
principalmente, a de baixa renda, alm de ser uma importante fonte de matria prima
para a fabricao de doces, amido, farinha e corantes (EDMOND e AMMERMAN,
1971; FOLQUER, 1978; PEIXOTO).
A produtividade da batata-doce no Brasil se encontra em cerca de 10 t ha-1,
muito aqum daquela obtida em outros pases, como por exemplo, Israel com 54 t
ha-1 (CECILIO FILHO et al., 1998). Na regio Nordeste, onde as condies
edafoclimticas favorecem sua produo, destaca-se como principal hortalia, com
um consumoper capitade 6,8 kg ano-1(MIRANDA et al., 1989).
Outra forma til da batata-doce seria a utilizao da fcula como espessante,
uma vez que apresenta grande quantidade de amido gelatinizvel que pode atuar
tambm como estabilizante, carotenides que fornecem uma colorao natural,
sendo capaz demelhorar o substrato para os microorganismos responsveis pela
fermentao (COLLINS et al., 1991). Os grnulos de amido, quando hidratados e
aquecidos a temperatura suficiente, sofrem um processo irreversvel chamado de
gelatinizao, podendo ser observado modificaes acentuadas na solubilidade e
propriedades mecnicas do amido, como um aumento na viscosidade da soluo
(KRISCHKE et al., 1979).
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A batata-doce rica em carboidratos (amido principalmente), com teores de
13,4 a 29,2%, acares redutores de 4,8 a 7,8%, fornecendo em cada 100 gramas,
110 a 125 calorias, e apresenta baixo teores de protenas (2,0 a 2,9%) e de gorduras
(0,3 a 0,8%). Como fonte de minerais, a batata-doce fornece em cada 100 gramas,
os seguintes teores: Clcio (30mg), fsforo (49 mg), potssio (273mg), magnsio
(24mg), enxofre (26mg) e sdio (13mg), vitaminas C e do complexo B, podendo
apresentar altos teores de vitamina A (MIRANDA et al., 1987; SOARES et al., 2002;
SILVA, 2003).
Apesar de todas essas vantagens nutricionais e de apresentar grande
potencial de uso na alimentao humana, animal e industrial, tem sido pouca
estudada. Dessa forma, considerando a crescente escassez de alimento e as
condies adversas de adaptao das culturas nos pequenos estabelecimentos
agrcolas, torna-se necessrio resgatar alternativas alimentares, assim sendo a
batata-doce justifica tal iniciativa, uma vez que utilizada como alimento base pelas
populaes mais pobres (SOUZA, 2000).
No estado da Paraba, tem-se observado que essa hortalia tem contribudo
no auxlio sobrevivncia de parcela significativa da populao, especialmente no
meio rural. As microrregies do Brejo e do Litoral por situarem-se prximas aos
grandes centros consumidores, so responsveis pelas mais elevadas produes
onde explorada em reas de minifndios com mo-de-obra familiar (SOARES et
al., 2002).
2.2. Matria orgnica
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A matria orgnica ou adubo orgnico todo ponto proveniente de corpos
organizados, de qualquer resduo de origem vegetal, animal, urbano ou industrial,
composto de carbono desagradvel, ou ainda toda a substancia, morta no solo
proveniente de plantas, microorganismos, excrees animais quer da meso ou
microfauna (PRIMAVESI, 1990).
Os adubos orgnicos so considerados fertilizantes de baixo teor de
nutrientes, contendo apenas dez ou vinte por cento dos nutrientes encontrados nos
fertilizantes qumicos existentes. No entanto, tm efeito de amplo espectro, agindo
nos mecanismos fsicos e biolgicos da terra (YAMADA, 1995), e exercendo
importncia para agricultura, uma vez que, quando devidamente mineralizados
melhoram as condies fsicas, qumicas e biolgicas do solo (JORGE,1983).
O cultivo de hortalias com adubao orgnica no Brasil tem aumentado
graas, principalmente, aos elevados custos dos adubos minerais, e aos benefcios
da matria orgnica em solos intensamente cultivados com mtodos convencionais
(RODRIGUES, 1990). Das fontes de matria orgnica, o esterco bovino ou de curral,
considerado um dos poucos com maior potencial como fertilizante. Contudo, ainda
se tem uma deficincia na obteno de dados no que diz respeito s quantidades
que devem ser utilizadas para se obter rendimentos satisfatrios (NORONHA, 2000).
O esterco de curral o subproduto da excreo de bovinos, que exerce
importncia para a agricultura, uma vez que quando devidamente mineralizado
melhora as condies fsicas, qumicas e biolgicas do solo (JORGE, 1983). A
utilizao desse material como adubo, vem se observando desde a antigidade com
a finalidade de melhorar a estruturao do solo, sendo que o mais remoto registro
vem do Oriente e refere-se aos chineses (KIEHL, 1985; NOBREGA, 1991).
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Na produo de hortalias, tm-se observado efeito benfico da adubao
orgnica, sobre a produtividade e qualidade dos produtos, quando comparada
adubao exclusivamente mineral, sendo o esterco de curral a fonte de adubo
orgnico mais utilizado pelos oleicultores (FILGUEIRA, 2000). Isso porque, no solo
exerce mltiplas aes diretas e indiretas. O seu efeito direto est relacionado com a
presena de todos os elementos essenciais em quantidades pequenas, mas
significativas em vista de grandes doses que so usadas, enquanto o seu efeito
indireto relaciona-se com as melhorias estruturais do solo (MALAVOLTA, 1981).
Em algumas hortalias cujas partes comerciais so compostas por razes e
tubrculos, alguns autores verificaram efeitos positivos do emprego da adubao
orgnica. No municpio de Mossor-RN, Pedrosa (1986) testando o efluente do
esterco bovino em dose de 50 t ha-1, observou acrscimo sobre a altura das plantas,
percentagem de plantas comerciais e produo comercial e total de cenoura. J
Praxedes (2000) em estudos com relao a cenoura foram observados maiores
incrementos na produo nos tratamentos que receberam esterco bovino e esterco
mais biofertilizante produzindo, respectivamente, 22,0 e 20,3 toneladas.
Em batata, Melo e Almeida (1984), Portela et al. (1984) e Targino (2002),
verificaram aumento de produo em funo do emprego de esterco bovino, sendo
tal fato, atribudo a melhoria da estrutura do solo, aumento da CTC e maior
capacidade de reteno de umidade pelo solo (FONTES, 1987). Em rabanete,
Santos et al. (1999) observaram incremento na produo de massa seca tanto da
parte area como do sistema radicular, em funo do emprego de composto
orgnico. Em alho, Magalhes et al. (1986) analisando a aplicao de doses de
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composto orgnico, verificaram um aumento de 13,47% na produo de bulbos
quando utilizavam doses elevadas de composto orgnico (acima de 40 t ha -1).
Pesquisas relacionadas adubao nitrogenada realizadas por Scheeider (1983), na
forma de esterco bovino e de sulfato de amnia, concluram que esse tipo de
adubao promoveu aumento expressivo no peso mdio de alface. J Rodrigues
(1990), observou que 38,44 t ha-1 de esterco bovino, na ausncia de adubao
mineral, supriu adequadamente as plantas da alface em nitrognio.
Quanto aos efeitos do emprego de matria orgnica na batata-doce, Freitas et
al. (1999) observaram resposta positiva a aplicao de doses de composto orgnico
sobre o incremento na produo de razes. Hollanda (1990) observou produo de
razes com mxima eficincia econmica, com aplicao de 40 t ha-1de esterco de
curral, confirmando resultados de Filgueira (2000).
Analisando a utilizao de esterco bovino e palha seca de cana-de-acar,
Andrade e Veiga (2001) verificaram um aumento da produtividade da batata-doce,
nos tratamentos de manejo do cultivo com adubao orgnica com esterco bovino, j
em relao a palha seca de cana-de-acar observaram uma diminuio da
produtividade quando adicionada ao manejo de cultivo de batata-doce.
2.3. Fertilizao orgnica
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Atualmente tem-se questionado a utilizao de fertilizantes inorgnicos e
agrotxicos na produo de diversas culturas, uma prtica que teve seu incio com a
difuso dos ideais de Liebig de que o aumento da produo agrcola seria
diretamente proporcional quantidade de substncias qumicas incorporadas ao
solo. Por esse motivo, considerado o maior precursor da "agroqumica". A teoria de
Liebig estava fundamentada em comprovaes cientficas o que deu maior
credibilidade, e facilitou a disseminao de suas idias (EHLERS, 1996).
No incio dos anos 70 a oposio em relao ao padro produtivo agrcola
convencional concentrava-se em torno de um amplo conjunto de propostas
"alternativas", movimento que ficou conhecido como "agricultura alternativa". Ento,
a partir da constatao dos problemas ocasionados pelo cultivo agroqumico, deu-se
incio ao incentivo a uma agricultura baseada na produo de alimentos mais
saudveis sem nenhum tipo de agrotxicos, a qual denominada agricultura
orgnica (DAROLT, 2002).
Se a agricultura tem sua parcela de culpa na contaminao do planeta, essa
culpa est muito mais relacionada ao fato de que a agricultura consome produtos
contaminantes, maior do que os produz, portanto tanto consumidores quanto
produtores, tm se preocupado em buscar alternativas que viabilizem uma produo
que resgate os objetivos principais da atividade agrcola. Dessa forma, observa-se
na sociedade atual uma relao cada vez mais forte e mais freqente entre
alimentao e sade (MEIRELLES, 1997).
Dentro da linha da agricultura orgnica, destaca-se o uso da matria orgnica
tanto por meio da sua incorporao ao solo como a sua transformao para o uso
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posterior, como do biofertilizante, em pulverizaes foliares ou aplicaes diretas
no solo (BETTIOL, 1997).
O uso de matria orgnica no solo como fontes de nutrientes para as plantas
tem aspectos positivos na qualidade do produto colhido, e do solo, uma vez que sua
incorporao, em especial esterco, nos solos tem demonstrado ser uma prtica
vivel no incremento da produtividade. A matria orgnica desencadeia efeitos
globais no que diz respeito melhoria fsico-qumica e biolgica das plantas
(NORONHA, 2000), contribuindo para o crescimento e desenvolvimento das plantas;
aumenta a capacidade de infiltrao e reteno de gua, a granulao, a
estruturao e protege a superfcie contra a formao de crostas impermeveis,
conferindo ao solo condies favorveis de arejamento e friabilidade. Alm disso,
responsvel, em grande parte, pela capacidade de troca de ctions (KIEHL, 1985).
2.4. Biofertilizante
O biofertilizante se destaca por sere de alta atividade microbiana e bioativa e
atuam nutricionalmente sobre o metabolismo vegetal e na ciclagem de nutrientes no
solo, sendo de baixo custo e podendo ser fabricados pelo produtor rural
(CHABOUSSOU, 1985), o qual nada mais do que um adubo orgnico lquido,
resultante da decomposio da matria orgnica (animal ou vegetal), por meio de
fermentao em meio lquido. O resduo lquido utilizado com adubo foliar
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(biofertilizante), enquanto o resduo slido aplicado como adubo orgnico. Alm de
fonte nutritiva, pode ser utilizado como defensivo natural, uma vez que meio de
crescimento de bactrias benficas planta (BETTIOL et al., 1997).
Os biofertilizantes so ricos em metablitos (micro e macromolculas) tais
como: enzimas, antibiticos, vitaminas, toxinas, fenis e outros volteis, steres e
cidos, inclusive de ao fito-hormonal (SANTOS, 1996). Para Martins (2000),
etimologicamente biofertilizante quer dizer fertilizante vivo, isso porque o resduo da
produo de biogs pela fermentao anaerbica, independente de lquido ou slido,
contm microorganismos e tem como caracterstica principal, a presena de
microorganismos, responsveis pela decomposio da matria orgnica, produo
de gs e liberao de metablitos, entre eles antibiticos e hormnios (BETTIOL et
al., 1998).
O aproveitamento dos resduos orgnicos de origem animal, especialmente
do esterco de bovinos, como fertilizantes, um assunto relativamente pouco
estudado no Brasil. Existem dvidas, principalmente quanto s caractersticas fsicas
e qumicas do esterco, bem como com relao s quantidades aplicar nas culturas
para a obteno de rendimentos satisfatrios, seja atravs do seu uso exclusivo
como fertilizante ou associado adubao mineral (BARCELLLOS, 1991).
O biofertilizante produzido da fermentao anaerbica de esterco de vaca,
quando aplicado entre 10 e 30% por via foliar, apresenta efeitos nutricionais
considerveis, inclusive aumento da rea foliar em diversas culturas. Em frutas, a
aplicao via foliar do biofertilizante a 20% aumentou o vigor e a produo de citros e
de maracuj (BETTIOL et al., 1998).
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Testes realizados in vivo comprovaram que o biofertilizante lquido, quando
aplicado puro, um excelente nematicida e larvicida, agindo de maneira fumigante e
asfixiante quando em contato com nematides e larvas existentes em solos muito
contaminados (VAIRO e AKIBA, 1996). Nesse sentido, Vairo et al (1992 a, b),
utilizando biofertilizante lquido em condio de laboratrio, verificaram inibio da
germinao de esporos de fungos fitopatognicos como Colletrotrichum
gloesporioides, Thielaviopsis paradoxa, Penicillium digitatum, Rhizopus sp,
Cladosporium sp e Fusarium. Castro et al. (1991) verificaram o controle de T.
paradoxa em toletes de cana e Gadelha et al. (1992) obtiveram o controle da
fusariose em abacaxizeiro.
O biofertilizante possui tambm ao bactericida e inseticida, quando usado
previamente em pulverizaes foliares ou no solo e em condies controladas, reduz
as concentraes de bactrias patognicas desde que sejam inferiores a 105
clulas/ml (VAIRO et al., 1993 a/b). Com relao a reduo de insetos-praga
segundo Vairo e Akiba (1996), atua confundindo o olfato do inseto, aderindo-se
folha por ao de uma substncia coloidal que adesiva e por outro tipo de ao
que a desidratao dos insetos.
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3. MATERIAL E MTODOS
3.1. Instalao e conduo do experimento
O experimento foi desenvolvido na fazenda Ch-de-Jardim, pertencente ao
Departamento de Fitotecnia do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal
da Paraba, em Areia, localizada na microrregio do brejo paraibano, a uma latitude
de 6 5812 S, longitude 32 4215 WE e com uma altitude de 534m (GONDIM e
FERNANDES, 1980). O solo da rea, segundo EMBRAPA (1999), um solo
classificado como Neossolo Regoltico Psamtico Tpico, cujos dados de
caracterizao qumica est na Tabela 1.
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Tabela 1.Caractersticas qumicas da amostra de solo coletado a 20 cm do local do
experimento. CCA-UFPB, Areia, 2005.
Na tabela 2, encontram-se os dados mensais referentes temperatura
mxima, mnima e mdia em C, umidade relativa do ar em % e a precipitao
pluviomtrica em mm/ms, durante a conduo do trabalho.
Tabela 2.Dados climticos de janeiro a junho de 2004, perodo de conduo do
experimento. CCA-UFPB, Areia-PB, 2005.
Caractersticas Qumicas
Variveis Valores obtidos Interpretao
pH em gua (1:2,5) 5,9 Moderadamente cido
P (mg/dm3) 43,13 Alto
K+(mg/dm3) 73,05 Alto
Na+(cmolc/dm3) 0,08 Baixo
H++ Al+3(cmolc/dm3) 1,49 Baixo
Al+3(cmolc/dm3) 0,0 Baixo
Ca+2(cmolc/dm3) 2,45 Mdio
Mg+2(cmolc/dm3) 1,00 Baixo
Material orgnica (g/dm3) 15,83 Baixo
Meses Tmx Tmin Tm UR Prec.
Jan 31,2 18,8 23,1 89,0 471,5
Fev 28,8 19,0 23,0 88,0 266,6
Mar 29,2 18,0 23,1 63,0 151,2
Abr 27,2 20,3 22,9 89,0 204,6
Mai 28,4 18,0 22,1 91,0 273,4Jun 24,1 18,9 20,8 92,0 292,5
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plantio. No tratamento convencional, a adubao seguiu recomendao laboratorial,
segundo os resultados da anlise do solo (Tabela 2) e as exigncias da cultura,
sendo fornecidos no plantio os nveis correspondentes a 40 kg ha -1de N, 150 Kg ha-1
de P2O5e 120 Kg ha-1de K2O e em cobertura, 150 Kg ha
-1de N e 180 Kg ha-1de
K2O, parcelados em partes iguais, aos 30 e 60 dias aps o plantio. Utilizou-se como
fonte de N, P2O5 e K2O, sulfato de amnio, superfosfato simples e cloreto de
potssio, respectivamente. Tambm foi fornecido na adubao convencional, 30 t ha-
1 de esterco bovino incorporadas nas covas, tambm aos quinze dias antes do
plantio. O esterco bovino continha na sua composio: P = 5,2 g kg -1; K = 4,90 g kg-1;
matria orgnica = 112,07 g dm-3e relao C/N = 14/1.
O biofertilizante foi preparado conforme Santos (1992), onde consistiu na
fermentao por trinta dias, em recipiente plstico, na ausncia de ar, de uma
mistura contendo esterco bovino fresco e gua na proporo de 50%
(volume/volume = v/v). Para se obter o sistema anaerbio, a mistura foi colocada em
uma bombona plstica de 200 litros deixando-se um espao vazio de 15 a 20 cm no
seu interior, sendo fechada hermeticamente, e adaptada uma mangueira tampa,
mergulhando a outra extremidade, num recipiente com gua com altura de 20 cm,
para a sada de gases. As caractersticas qumicas do biofertilizante, realizada aps
o processo de fermentao, encontram-se descritas na tabela 3.
Durante a conduo da cultura foram realizadas capinas manuais com auxlio
de enxada para manter a cultura livre de plantas daninhas e irrigao pelo mtodo
de asperso nos perodos de ausncia de precipitao, procurando manter a
disponibilidade de umidade suficiente para o desenvolvimento normal da cultura. No
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foi necessrio o emprego de defensivos, pelo fato da ausncia de pragas e doenas
que pudessem causar danos econmicos.
A colheita foi realizada aos 120 dias aps o plantio, perodo caracterizado pela
maturao fisiolgica da batata-doce. As razes colhidas foram conduzidas para
galpo para obteno das caractersticas de produo.
Tabela 3.Caractersticas qumicas do biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-PB, 2005.
Caractersticas Qumicas__________________________________________________________________
Macronutrientes
Variveis Valores obtidos Interpretao
N (g/L-1) 0,76 Baixo
P (g/L-1) 0,22 Mdio
K (g/L-1) 0,27 Baixo
Ca (g/L-1) 0,21 Baixo
Mg(g/L-1) 0,13 Mdio
S (g/L-1) 0,32 Bom
Micronutrientes
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Variveis Valores obtidos Interpretao
Fe (mg/L-1) 88,91 Alto
Cu (mg/L-1) 44,00 AltoMn (mg/L-1) 14,95 Alto
Zn (mg/L-1) 6,02 Alto
Na (mg/L-1) 75,88 alto
B (mg/kg) 71,82 Alto
Anlise realizada pelo Laboratrio de Qumica e Fertilidade do Solo do Departamento deSolos e Engenharia Rural do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal daParaba, de acordo com a Embrapa (1997).
3.2.CARACTERSTICAS AVALIADAS
3.2.1. Produo total, comercial e no-comercial de razes
As produes total, comercial e no-comercial corresponderam s pesagens
das razes classificadas em cada tratamento, sendo os resultados, expressos em
toneladas por hectare.
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3.2.2. Produo e nmero de razes comerciais e no-comerciais/ planta
A produo e o nmero de razes comerciais e no-comerciais/planta, foram
determinadas atravs da pesagem e da contagem das razes em cada classificao,
e os resultados divididos pelo nmero de plantas correspondente a cada tratamento.
Foram consideradas razes comerciais aquelas de formato uniforme, lisas com peso
superior a 80g, enquanto que aquelas fora deste padro, foram consideradas no-
comercias, conforme EMBRAPA (1995).
3.2.3. Peso mdio de razes comerciais
O peso mdio de razes comerciais foi obtido mediante a relao estabelecida
entre a produo comercial e o nmero de razes comerciais colhidas em cada
tratamento.
3.2.4. Nutrientes na folha
Aos 76 dias aps o plantio, foram coletadas dez folhas do tero mdio das
plantas de cada tratamento, e acondicionadas em sacos de papel e transportadas
para o Laboratrio de Qumica e Fertilidade do Solo do Departamento de Solos e
Engenharia Rural do Centro de Cincias Agrrias da Universidade Federal da
Paraba, pesadas, postas para secar em estufa de circulao de ar forado a 65C
at peso constante, sendo posteriormente modas para a determinao dos teores
de N, P e K, de acordo com a metodologia de Tedesco et al. (1995).
3.2.5. Anlise estatstica
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Os resultados obtidos foram submetidos a anlises de varincia com os
quadrados mdios comparados pelo teste F e as mdias pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade. Tambm foram realizadas anlises de regresso polinomial para
avaliar os efeitos das doses de esterco bovino na presena e ausncia de
biofertilizante, testando-se os modelos linear, quadrtico e cbico, sendo selecionado
para explicar os resultados, aquele que apresentar o maior valor para o coeficiente
de determinao (R2).
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4. RESULTADOS E DISCUSSO
4.1.Nmero de razes comerciais e no-comerciais p/ planta
As anlises de varincia, revelaram efeito significativo ao nvel de 1% de
probabilidade pelo teste F, para as doses de esterco, para o biofertilizante e para a
interao entre eles, sobre o nmero de razes comerciais por planta, enquanto o
desdobramento da interao evidenciou que para as doses de esterco bovino, na
presena de biofertilizante via foliar, as mdias ajustaram-e ao medelo cbico de
regresso. Quando o biofertilizante foi aplicado ao solo, as mdias ajustaram-se
amodelos quadrtico e cbico. J as mdias em funo das doses de esterco
bovino, na ausncia de biofertilziante, no se ajustaram a nenhum modelo de
regresso (Apndice 1).
Quanto ao numero de razes no-comerciais por planta a anlise de varincia,
no evidenciou efeitos significativos em funo dos tratamentos e no
desdobramento, as mdias obtidas da combinao doses de esterco bovino e
biofertilizante, via foliar se enquadraram a modelos de regresso linear e quadrtico
(Apndice 1). Contudo, mesmo as mdias do nmero de raizes comerciais e no-
comerciais por planta, se ajustando a algum modelo de regresso, os baixos valores
para o R2, no permitem expliar os resultados, em funo de equaes de
regresso.
Ao se analisar o nmero comercial de razes por planta em funo das doses
de esterco bovino, na presena de biofertilizante via foliar, verificou-se que a maior
mdia (1,18), foi verificada na dose de 10 t ha -1 de esterco bovino, enquanto no
biofertilizante aplicado no solo, a maior mdia (1,08), foi verificada na dose de 30 t
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ha-1de esterco bovino, no ocorrendo alteraes significativas em funo das doses
de esterco bovino, na ausncia do biofertilizante (Tabela 4).
Tabela 4. Nmero de razes comerciais por planta em batata-doce, em funo de
doses de esterco bovino e da aplicao do biofertilizante. CCA-UFPB
Areia-PB, 2005.
Nmero de razes comerciais p/ planta
BiofertilizanteComEsterco
Folha Solo
Sem
0 0,64 c A 0,51c A 0,55 a A
10 1,18 a A 0,96 a A 0,86 a B
20 0,74 b A 0,76 b A 0,67 a A
30 1,01 ab A 1,08 a A 0,56 a B
40 0,79 b A 0,54 c A 0,78 a A
50 0,87 b A 0,92 ab A 0,49 a B
Mdia 0,87 0,79 0,65
Mdias seguidas de letras iguais na coluna no diferem estatisticamente a 5% de probabilidade peloteste de Tukey
Levando-se em considerao as formas de aplicao de biofertilizante,
observou-se que a aplicao via foliar, no diferenciou estatisticamente da aplicao
no solo, para o nmero comerial de razes por planta, porm as mdias verificadas
na presena do biofertilizante, foram superiores quelas obtidas em funo apenas
da aplicao do esterco bovino, independente das formas de aplicao, o que pode
indicar, que o esterco bovino, por si s, no capaz de elevar o nmero de razes
comerciais na batata-doce.
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Embora o esterco bovino seja um forte aliado na melhora da produo de
batata-doce (CHAVES, 1985), sua combinao com biofertilizante, possivelmente
pela presena de N P K, embora baixa na sua composio, deve ser a forma mais
recomendada para a fertilizao orgnica para elevar o nmero de razes na batata-
doce.
Quanto a comparao entre os tratamentos orgnicos e a adubao
convencional, no ocorreu diferena significativa entre eles (Tabela 6). Possivemente
as fortes precipitaes ocorridas no perodo do experimento (Tabela 2), pode ter
proporcionado lixiviao dos nutrientes fornecidos pela adubao mineral,
prejudicando a disponibilidade de N P K pela batata-doce, isso porque segundo
Filgueira (2000), a adubaao mineral desempenha importante papel na produo de
batata-doce.
A semelhana dos resultados entre o emprego de esterco bovino e
biofertilizante, e adubao convencional, possivelmente se deva ao fato de que os
fertilizantes orgnicos, juntamente com os nutrientes inicialmente contidos no solo,
supriram eficientemente as necessidades nutricionais da cultura, proporcionando
nmero de razes semelhante, aquele obtido com a adubao convencional. Isso
porque, a matria orgnica quando aplicada no solo, alm de fornecer macro e
micronutrientes para as plantas, melhora as qualidades qumicas, fsicas e biolgicas
do solo. Por outro lado, a exemplo do que foi comentado anteriormente, a
composio qumica do esterco bovino e a do biofertilizante (Tabela 3), permitiu a
batata-doce bom desenvolvimento.
Observando a ao do biofertilizante dentro das doses de esterco bovino para
o nmero no-comercial por planta (Tabela 5), verificou-se que a dose zero em
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associao ao biofertilizante fornecido via foliar, apresentou a maior mdia (26,37) e
a menor na dose de 40 t ha-1de esterco bovino. J no que diz respeito a aplicao
de biofetilzante no solo e a sua ausncia, verificou-se que nesses dois tratamentos,
as mdias no diferiram estatisticamente, no sendo possivel a identificao da
melhor dosagem de esterco bovino para cada um desses parmetros.
Estudos analisando a aplicao de doses de esterco bovino na cultura do
feijo vagem realizados por Noronha (2000), demonstraram que a dose de 15t ha -1
foi responsvel pelo maior nmero de vagens por planta. Contudo, efeitos do esterco
bovino no foram observados por Alves (1999), o qual identificou aumento no
nmero de vagens por planta com a aplicao de esterco de caprino na dose de 20 t
ha-1. Alm disso, efeitos positivos do uso de matria orgnica na forma de
composto orgnico e de efluente de biodigestor de origem bovina, no que se refere
tanto ao nmero de sementes por vagem de feijo comum, como sobre o aumento
de nmero de gros por espiga de milho, foram observados em trabalhos
desenvolvidos respectivamente por Vieira (1988) e por Galbiatti et al. (1991).
Tabela 5. Nmero de razes no comerciais por planta de batata-doce, em funo de
doses de esterco bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB,
Areia-PB, 2005.
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Mdias seguidas de letras iguais na coluna no diferem estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste deTukey
4.2. Peso mdio de raiz comercial
Os dados da anlise de varincia para o peso mdio de raiz comercial da
batata-doce revelaram efeito significativo ao nvel de 1% de probabilidade pelo teste
F, para as doses de esterco bovino, para o biofertilizante e para a interao entre
eles. Na anlise de regresso, observou-se que para as doses de esterco bovino, na
presena de biofertilizante aplicado na folha, efeito quadrtico e efeito cbico,
enquanto para o biofertilizante aplicado no solo, efeitos linear e quadrtico (Apndice
1).
Embora tenha sido detectado ajustamento das mdias para o peso mdio de
razes comerciais a alguns modelos de regresso, o baixo valor de R2inviabilizou a
Nmero de razes no-comerciais p/ planta
Biofertilizante
ComEsterco
Folha Solo
Sem
0 26,37 a A 1,09 a B 1,17 a B
10 1,10 b A 1,37 a A 1,77 a A
20 0,89 b A 0,85 a A 0,73 a A
30 1,40 ab A 0,99 a A 0,98 a A
40 0,82 b A 0,42 a A 1,28 a A50 1,00 b A 1,30 a A 1,29 a A
Mdia 5,26 a 1,00 a 1,20 a
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discusso dos resultados atravs de equaes de regresso. Nesse sentido, a
discusso ser realizada por meio de comparaes de mdias.
O peso mdio em funo das doses de esterco bovino na presena do
biofertilizante aplicado na folha, apresentou o maior valor na dose zero (592,5 g),
sendo os mais baixos valores obtidos com 10 e 20 t ha-1. Quando o biofertilizante foi
aplicado no solo, o maior peso para as razes (447,5 g) foi obtido com 50 t ha -1de
esterco bovino e os mais baixos, com 10 e 30 t ha 1. Na ausncia do biofertilizante, as
doses de esterco bovino no promoveram alteraes significativas sobre o peso
mdio de razes, com mdia de (204,6 g) (Tabela 6).
Analisando as formas de aplicao do biofertilizante, quando fornecido via
foliar apresentou mdias para o peso de razes, superiores em relao a sua
aplicao no solo e na sua ausncia, com mdias de 442, 347,9 e 204,6 g,
respectivamente (Tabela 6).O alto valor do peso mdio, verificado em funo da dose zero de esterco ao
se aplicar biofertilizante via foliar, leva a crer que este composto em forma lquida
capazes de suprir as necessidades das plantas em macronutrientes, elevando assim
os teores de N, P e K disponveis (MACHADO et al., 1983). Ribeiro et al. (2000),
obtiveram elevao do peso mdio de frutos no pimento, em funo do esterco
bovino.
Embora alguns autores tenham obtido efeitos positivos do emprego do esterco
bovino sobre o peso mdio em algumas hortalias tais como: Seno et al. (1996), em
alho e Souza (1990) em cenoura, nas condies em que realizou-se o presente
trabalho, no foi possvel se detectar o mesmo para a batata-doce, possivelmente
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pela eficincia do biofertilizante na fertilizao da batata-doce, quando associado ao
esterco bovino.
A anlise comparativa de mdias revelou diferena estatstica significativa
entre os tratamentos com adubao orgnica e adubao qumica (Tabela 7), onde a
maior mdia de 331,5 g, foi observada no primeiro tratamento. Isso pode ser
explicado pelas propriedades da matria orgnica em ser excelente fornecedora de
nutrientes, como nitrognio, fsforo, potssio e enxofre, alm de melhorar as
propriedades fsicas do solo, melhorando as condies ambientais para o
desenvolvimento das razes das plantas (LOPES, 1989).
Tabela 6.Peso mdio de razes de batata-doce, em funo de doses de esterco
bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB, Areia- PB, 2005.
Peso mdio de razes (g)
Biofertilizante
ComEsterco
Folha Solo
Sem
0 592,50 a A 360,00 ab B 202,50 a C
10 360,00 c A 265,00 b B 197,50 a B
20 362,50 c A 325,00 ab A 227,50 a B
30 430,00 bc A 292,50 b B 207,50 a B
40 392,50 bc A 397,50 ab A 187,50 a B
50 515,00 ab A 447,50 a A 205,00 a B
Mdia 442 347,9 204,6
Mdias seguidas de letras iguais na coluna no diferem estatisticamente a 5% de probabilidade peloteste de Tukey
Resultados no incremento do peso mdio do inhame, quando comparados os
tratamentos com e sem adubo orgnico, foram encontrados por Freitas Neto (1999),
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A produo de razes comerciais e no-comerciais foram influenciadas
significativamente a 1% de probabilidade pelo teste F pelas doses de esterco bovino,
pelo biofertilizante e pela interao entre eles. Com relao a anlise de regresso
para a produo de razes comerciais por planta, as mdias no se ajustaram a
nenhum modelo, em funo das doses de esterco bovino, na presena do
biofertlizante aplicado via foliar. No entanto, quando aplicado no solo, as mdias se
comportaram de forma cbica, enquanto na ausncia de biofertilizante, se ajustaram
a modelos linear, cbico e quadrtico (Apndice 2).
A mdias para a produao de razes no-comerciais por planta, em funo
das doses de esterco bovino, na presena do biofertilzante apicado via foliar, tiveram
comportamento linear, quadrtico e cbico, quando o biofertilizante foi aplicado no
solo. Enquanto para a ausncia do biofertiilizante, as mdias se ajustaram apenas
ao modelo linear, em funo das doses de esterco bovino (Apndice 2).
A exemplo do peso mdio de razes, embora as mdias para as produes
comercial e no-comercial por planta, se ajustando a alguns modelos de regresso,
no foi possvel se discutir os resultados por meio de regresso, em virtude dos
baixos valores para o R2, sendo a discusso realzada pela comparao de mdias.
Nesse sentido, a maior produo de razes comerciais por planta foi obtida na dose
de 10 t ha-1 de esterco bovino, na presena de biofertilizante aplicado via foliar.
Quando o biofertilizante foi aplicado no solo no houve diferena significativa entre
as doses de esterco bovino. Analisando apenas o efeito das doses na ausncia de
biofertilizante, observou-se que 50 t ha-1promoveu a obteno da maior produo,
superando todos os tratamentos (Tabela 8).
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Quanto a forma de aplicao do biofertilizante isoladamente, verificou-se que
a aplicao vai foliar apresentou mdia superior aquelas com sua aplicao no solo,
o que pode indicar que o fornecimento de biofertilizante na folha, a forma mais
recomendada para incrementar a produo de razes comerciais, com menor
emprego de esterco bovino (Tabela 8).
Tabela 8.Produo de razes comerciais por planta de batata-doce, em funo de
doses de esterco bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB,
Areia- PB, 2005.
Produo de razes comerciais p/ planta (kg)
Biofertilizante
ComEsterco
Folha Solo
Sem
0 0,41 ab A 0,18 a B 0,11 b B
10 0,48 a A 0,26 a B 0,20 b B
20 0,19 b B 0,37 a A 0,15 b B
30 0,40 ab A 0,29 a A 0,11 b B
40 0,32 ab A 0,19 a AB 0,14 b B
50 0,41 ab A 0,41 a A 0,50 a A
Mdia 0,37 0,28 0,20
Mdias seguidas de letras iguais na coluna no diferem estatisticamente a 5% de probabilidade peloteste de Tukey
A baixa resposta da batata-doce ao emprego do esterco bovino e do
biofertilizante aplicado no solo, para as produes de razes comerciais por planta,
possivelmente esteja relacionada com macronutrientes mesmo sendo baixas na
composio do biofertilizante (Tabela 3). Na cenoura, Margarido e Lavorenti (2000),
constataram que no houve resultado significativo em sua produo, para o uso de
biofertilizante, quando aplicado combinado com cama de frango e composto,
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indicando que o biofertilizante tem os mesmos efeitos do composto e da cama de
frango. Em feijo-vagem, Noronha (2000) tambm verificou elevao da produo
de vagens comerciais, em funo do emprego apenas do esterco bovino.
Comparando a relao entre a adubao orgnica x adubao qumica para a
produo de razes comerciais por planta, no foi observada nenhuma diferena
estatstica entre as mdias. A ausncia de diferena entre os tratamentos orgnicos
e adubao convencional para a produo de razes comerciais por planta, pode
indicar que a associao do biofertilizante com o esterco bovino pode ser
recomendado para a fertilizao no-convencional na batata-doce, pelo fato de
fornecerem N, P e K, e outros elementos minerais gradualmente, aumentando a
velocidade de infiltrao de gua, melhoria das propriedades fsicas do solo e
aumentando a produo (GALBIATTI et al., 1996; KONZEN et al., 1997; FILGUEIRA,
2000). Efeitos positivos relacionados ao uso de esterco bovino na produo vegetal
foram evidenciados por Bezerra Neto et al. (1984) e Santos (1999), os quais
obtiveram, respectivamente, produo mxima de feijo macassar e feijo-vagem,
quando aplicaram 15 t ha-1.
Tabela 9. Produo de razes comerciais e no-comerciais por planta em funo da
adubao orgnica versus adubao convencional. CCA-UFPB, Areia,
2005.
PCPP (kg) PNCPP (kg)
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Adubao orgnica0,28a 0,12a
Adubao convencional
0,23a 0,07bMdias seguidas de mesma letra na coluna no diferem estatisticamente a 5% de probabilidade peloteste F.
Comparando os efeitos do esterco bovino nas culturas de cebola e do alho, foi
observado por Goto e Kimoto (1992), um aumento de 20% na produo de bulbos de
cebola, enquanto Seno et al. (1995) e Silva et al. (1987) acharam um efeito positivo
na utilizao de esterco bovino, no que diz respeito na produo de bulbos de alho.Quanto a produo de razes no-comerciais por planta, em funo das doses
de esterco bovino, na presena de biofertilizante, as mais elevadas produes foram
obtidas com 50 t h-1, quando o biofertilizante foi aplicado vai foliar (0,26kg) e na dose
de 20 t ha-1, quando o biofertilizante foi aplicado no solo (0,21kg), indicando que
estas combinaes so prejudiciais a qualidade de razes de batata-doce (Tabela
10). Contudo, o esterco bovino foi responsvel pelas mdias mais baixas para a
produo no comercial, indicando que, por si s, capaz de reduzir a produo de
razes fora do padro comercial para a da batata-doce. No entanto, para a produo
no-comercial a adubao orgnica se sobressaiu, diferenciando-se estatisticamente
da qumica, apresentado uma mdia maior (0,12kg) do que a qumica (0,07kg)
(Apndice 2).
Tabela 10.Produo de razes no comerciais por planta de batata-doce, em funo
de doses de esterco bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB,
Areia-PB, 2005.
Produo de razes no-comerciais p/ planta (kg)
Esterco Biofertilizante
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Com
Folha Solo
Sem
0 0,11 c A 0,13 bc AB 0,08 ab B
10 0,16 b A 0,15 b A 0,12a B
20 0,14 bc B 0,21 a A 0,09 ab C
30 0,17 b A 0,10 cd B 0,06 b C
40 0,13 bc A 0,07 d B 0,08 ab B
50 0,26 a A 0,14 bc B 0,06 b C
Mdia 0,16 0,13 0,08
Mdias seguidas de letras iguais na coluna no diferem estatisticamente a 5% de probabilidade peloteste de Tukey
4.4.Produo total, comercial e no-comercial de razes.
As anlises de varincia revelaram efeitos significativos ao nvel de 1% de
probabilidade pelo teste F das doses de esterco bovino, do biofertilizante e da
interao entre eles sobre a produo total, comercial e no-comercial de razes. No
desdobramento das interaes, as mdias para a produo total ajustaram-se a
modelos quadrtico e cbico de regresso; as da produo comercial a modelo
quadrtico e a da produo no-comercial, a modelo linear e cbico, em funo das
doses de esterco bovino, na presena de biofertilizante aplicado via foliar. Quando o
biofertilizante foi fornecido no solo, as produes total e comercial, tiveram suas
mdias ajustadas a modelos linear, quadrtico e cbico de regresso, e a produo
no-comercial teve suas mdias ajustadas a modelos linear e quadrtico. Tambm,
os tratamentos orgnicos e a adubao convencional, foram significativos pelo teste
F (Apndice 3).
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Utilizando-se o modelo quadrtico obteve-se mdias, em funo das doses de
esterco bovino na presena do biofertilizante, aplicado na folha e no solo de 20 t ha -1
e 17,01 t ha-1, respectivamente em funo das doses de esterco bovino. Atravs das
derivadas da equao, obteve-se no nvel de 17,71 t ha-1de esterco bovino um ponto
crtico de produo total de 12,18 t ha-1na ausncia de biofertilizante (Figura 1).
Figura 1: Produo total de razes de batata-doce em funo de doses de esterco
bovino, na presena de biofertilizante aplicado na folha (y1), no solo (y2) e
na sua ausncia (y3). Areia, CCA-UFPB, 2005.
Verificou-se ainda, que para a produo total houve diferena estatstica entre
a adubao orgnica e a adubao convencional, sendo que a segunda, apresentou
y1
y2
y3
y 1 = 20,42
y 2 = 17,01
y 3= 17,941+ 0,2476x - 0,0073x2
R 2= 0,3686
0
4
8
12
16
20
24
0 10 20 30 40 50
E ste rco B ovino (t ha -1 )
ProduoTotal(tha-1)
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desempenho superior com mdia de 24,5 t ha-1, enquanto a segunda, com mdia de
17,97 t ha-1razes (Tabela 11).
A eficincia verificada do biofertilizante aplicado no solo, se deva
possivelmente, ao fato de que possui nutrientes mais facilmente absorvveis pelas
plantas, quando comparados a outros adubos orgnicos, alm de possuir granulao
mais fina, o que facilita melhorias na estruturao do solo (ARIAS CHAVES, 1981;
SILVA FILHO et al., 1983). Tambm, a utilizao do biofertilizante bovino aplicado na
forma lquida ao solo proporciona aumento na velocidade de infiltrao de gua,
devido matria orgnica contribuir para melhoria das condies edficas,
principalmente as propriedades fsicas do solo, resultando em maior produtividade
(CAVALCANTE e LUCENA, 1987; GALBIATTI et al., 1991).
Tabela 11. Produo total, comercial e no-comercial em funo da adubao
orgnica e convencional. CCA-UFPB, Areia-PB, 2005.PT (t ha-1) PC (t ha-1) PNC (t ha-1)
Adubao orgnica17,97 b 12,14 a 0,12 a
Adubao convencional24,25 a 17,57 a 0,07 b
Mdias seguidas de mesma letra na coluna no diferem estatisticamente a 5% de probabilidade peloteste F
Resultados demonstrando a eficincia da associao do esterco bovino e do
biofertilizante em tubrculos, foram encontrados por Silva et al. (1995), os quais
revelaram registros de elevao na produo de batata. Com relao presena de
complementao de adubao mineral, o mesmo trabalho apresenta dados que
evidenciam a eficiente da participao mineral sobre os tratamentos que no tiveram
a sua participao. Quanto a eficincia do esterco bovino isolado em feijo-vagem,
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Figura 2: Produo comercial de razes de batata-doce em funo de doses
de esterco bovino na presena de biofertilizante aplicado na folha
(y1), no solo (y2) e na sua ausncia (y3). Areia, CCA-UFPB, 2005.
Efeitos positivos do emprego de biofertilizante na produo de batata-doce
podem estar relacionados ao fato de que os nutrientes encontrados na forma lquida
de composto orgnico, apresentam uma caracterstica de maior facilidade de serem
absorvidos (SILVA FILHO, 1983).
A aplicao de biofertilizante no solo, sobre a produo de razes comerciais,
em funo da elevao das doses de esterco bovino, a produo foi superior a
aquela obtida apenas com esterco bovino, o que pode indicar que o biofertilizante
aplicado nessa forma, tambm eficiente em aumentar a produo na batata-doce.
y1= 14,72
y2= 11,6
y3=10,641+ 0,1736x - 0,0049x2
R2= 0,4273
0
6
12
18
0 10 20 30 40 50
Esterco Bovino (t ha -1)
Prod
uoComercial(tha
-1) y1
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Nesse sentido, Gabaltti (1991) e Souza e Resende (2003), sugerem a aplicao de
fertilizantes orgnicos em sua forma lquida para suplementar a nutrio de diversas
hortalias isso porque, a aplicao desse composto lquido proporciona maior
deslocamento dos nutrientes necessrios para as plantas, por facilitarem a infiltrao
de gua, devido matria orgnica contribuir para melhoria das condies edficas,
principalmente as propriedades fsicas do solo resultando em maior produtividade
(CAVALCANTE e LUCENA, 1987; GALBIATTI et al., 1991).
Os resultados positivos, em funo do esterco bovino e do biofertilizante,
possivelmente esto relacionados no somente com a melhoria geral da fertilidade,
como tambm, com uma melhor absoro de nutrientes. O fornecimento adequado
de nutrientes como o N, aliado a outros fatores, expande rea fotossinttica,
assegura o desenvolvimento das plantas pelo crescimento vegetativo, e eleva o
potencial produtivo das culturas (CCERO et al., 1981; FILGUEIRA, 2000). Alguns
resultados positivos da aplicao de biofertilizante, no aumento da produo de
hortalias e de frutos tm sido relatados por diversos autores, Fernandes et al.
(2000) e Silva et al. (1989) em tomate, Collard (2000) em maracuj amarelo e Santos
(1991) em citros e maracuj.
Mesmo no diferindo significativamente da adubao orgnica, a produo
obtida pela adubao convencional foi superior a mdia nacional (Tabela 11), mas
inferior aquela obtida por Silva (2004), utilizando aplicao de 210 kg ha-1de P2O5,
tambm nas condies de Areia-PB com produo de 18,7 t ha-1. Contudo, em
inhame, Freitas Neto (1999), observou elevao da produo comercial de rizforos,
em funo do emprego de esterco bovino e de galinha, em relao aos tratamentos
com NPK. Na cenoura, Margarido e Lavorenti (2000), constataram que no houve
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resultado significativo na produo, para o uso de biofertilizante, quando aplicado
combinado com cama de frango e composto, indicando que o biofertilizante tem os
mesmos efeitos do composto e da cama de frango.
A ausncia de diferenas significativas entre os tratamentos orgnicos e a
adubao convencional, possivelmente esteja relacionada com altas precipitaes
que ocorreram no perodo do experimento (Tabela 2), as quais podem ter
proporcionado lixiviao dos nutrientes e deteriorao das razes, isso porque foram
encontradas diversas razes em estado de podrido. Segundo Rodrigues e Gotto
(2000), o nvel de disponibilidade de gua para as diferentes espcies vegetais, no
pode ultrapassar um limite adequado, j que se esse limite no for considerado a
cultura pode no aproveitar a disponibilidade de nutrientes devido ao excesso
hdrico.
Na avaliao da produo no-comercial, analisando o efeito da aplicao do
biofertilizante sobre as doses de esterco bovino, observou-se que a sua ausncia
promoveu a maior mdia (9,18 t ha-1), indicando assim que para essa varivel, a
presena do biofertilizante contribuiu para alterar as propriedades nutritivas do solo,
reduzindo assim, a produtividade no-comercial de razes, independente da forma de
aplicao. Com isso, pode-se imaginar que os melhores tratamentos para a reduo
de razes no-comerciais seriam, aqueles com presena de biofertilizante (Tabela
12). Ao se comparar os efeitos provocados pela adubao orgnica e pela adubao
convencional, para a produo no-comercial de razes de batata-doce, obteve-se
uma diferena estatstica, indicando que a adubao orgnica proporcionou mdia
maior de razes no-comerciais (0,12), enquanto a convencional proporcionou menor
produo de razes no-comerciais (0,07) (Tabela 11).
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Tabela 12: Produo no comercial de razes de batata-doce, em funo de doses
de esterco bovino e da aplicao de biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-
PB, 2005.
Produo de razes no-comerciais (t ha -1)
Biofertilizante
ComEsterco
Folha Solo
Sem
0 4,29 a 4,97 a 5,88 a
10 6,19 b 5,93 b 9,18 a20 2,45 b 8,61 a 6,91 ab
30 6,08 a 3,64 b 5,44 a
40 5,15 b 3,30 c 7,94 a
50 8,80 a 5,63 b 4,40 b
Mdia 5,49 5,34 6,62
Mdias seguidas de mesma letra na linha no diferem estatisticamente a 5% de probabilidade peloteste F
4.5. Teores de N, P, K nas folhas
Atravs da anlise de varincia observou-se efeito significativo a 5% de
probabilidade das doses de esterco bovino e de sua interao com o biofertilizante
sobre os teores de P e K e do biofertilizante sobre os teores de N, P e K, a 1% de
probabilidade. No desdobramento das interaes as mdias para P e K foram
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ajustadas a modelos linear, quadrtico e cbico, em funo apenas das doses de
esterco bovino (Apndice 4).
Os maiores teores de N, 32,3 g kg-1e 34 g kg-1, foram obtidos nas doses de
40 e 50 t ha-1 de esterco bovino na ausncia de biofertilizante, respectivamente
(Tabela 13). Esses resultados demonstram que o biofertilizante no agiu sobre a
concentrao de N nas folhas da batata-doce, decorrente possivelmente, do excesso
de umidade no solo, proporcionado pelas altas precipitaes ocorridas no perodo
(Tabela 2), dificultando a absoro de N na sua composio pela batata-doce. Isso
porque de acordo com Malavolta (1980), a absoro de nutrientes do solo pelas
razes depende diretamente do contedo de umidade do solo, sendo que seu
excesso ocasiona lixiviao dos nutrientes e baixas atividades do sistema radicular
(CAIXETA, 1984). No feijo-vagem e tomate Scholberg e Locascio (1999), e no
pimento, Ferreira et al. (1985), verificaram reduo do teor de N nas folhas, em
funo do excesso de umidade no solo.
Tambm possvel que a queda no teor de N nas folhas de batata-doce, em
funo das doses de esterco bovino e da aplicao de biofertilizante, se devam ao
nvel adequado de nutrientes inicialmente presente no solo, atravs da matria
orgnica e das quantidades adicionadas por ambos os fertilizantes, elevando o
acmulo de nutrientes no solo. Fontes e Monnerat (1984), afirmam que existe forte
associao entre a absoro de nutrientes e o desenvolvimento da planta, sendo a
associao extremamente dependente da produtividade da cultura e do movimento
de nutrientes dentro da planta.
Tabela 13: Teor de N, P, K, em funo de doses de esterco bovino e da aplicao de
biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-PB, 2005.
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Teor de Nitrognio (g kg-1)
Biofertilizante
ComEsterco
Folha Solo
Sem
026,0 ab A 30,9 a A 30,4 a A
1024,8 ab A 24,5 a A 30,4 a A
2029,6 ab A 26,4 a A 25,0 a A
3025,3 ab A 27,2 a A 30,7 a A
4022,4 b B 26,1 a AB 32,3 a A
50 32,8 a A 27,0 a A 34,0 a AMdia 28,8 27 30,5
Mdias seguidas de mesma letra na linha no diferem estatisticamente a 5% de probabilidade pelo
teste de Tukey.
O alto teor de P (3,98 g kg-1) encontrado na dose de 50 t ha-1 de esterco
bovino (Figura 4) pode estar relacionado ao fato de que a batata-doce uma
hortalia com grande eficincia na sua absoro, dessa forma quando aplicado
corretamente pode ocasionar melhores respostas, sendo que os experimentos
realizados na regio Centro-Sul mostram que a reao da cultura adubao
fosfatada tem sido muito variada, mas sempre positiva (FILGUEIRA, 2000). Contudo
devido deficincia comum dos solos brasileiros nesse nutriente, necessrio
aplicar maiores quantidades desse elemento na forma prontamente disponvel e em
poca adequada (EMBRAPA, 1995).
y = 5,0928 - 0,0112**x - 0,0001**x2
R2= 0,49
0
1
2
3
4
5
6
0 10 20 30 40 50
Esterco bovino (kg ha-1)
Teorde
P
nafolha(gkg-1)
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62
Figura 3: Teor de fsforo na folha (g kg-1), em funo das doses de esterco na
ausncia do biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-PB, 2005.
O teor mximo estimado de K, definido por derivao da equao de
regresso foi de 42,8 g kg
-1
, obtido na dose de 26 t ha
-1
de esterco bovino, ocorrendoum decrscimo a partir das doses mais elevadas (Figura 5). A elevao no teor de K
nas folhas, possivelmente deve-se ao fato desse nutriente na forma inica se mover
no solo por difuso, no dependendo da mineralizao para se tornarem solveis, e
o mais importante, esto facilmente disponveis nos adubos orgnicos (RODRIGUES
e CASALI, 1998). Ribeiro et al. (2000), ao analisarem os efeitos da aplicao de
esterco de curral e vermicomposto como fonte de adubao orgnica no pimento,
obtiveram aumento para o teor de K nas folhas de pimento. Tambm a reduo do
teor de K acima da dose responsvel pelo valor mximo, possivelmente esteja
relacionado com a quantidade inicial no solo (73 mg dm-3) e sua concentrao no
esterco bovino (5,2 g kg-1), que pode ter proporcionado desbalanceamento na sua
absoro (Raij, 1991).
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y3 = 39,167 + 0,2897**x - 0,0058**x2
R2= 0,68
30
40
50
0 10 20 30 40 50
Esterco bovino (kg ha-1)
TeordeK
nafolha(gkg-1)
Figura 4: Teor de potssio na folha (g kg-1), em funo das doses de esterco na
ausncia de biofertilizante. CCA-UFPB, Areia-PB, 2004.
Analisando-se os teores do N, P, K em funo dos tratamentos orgnico x
adubao qumica (Tabela 14), observou-se diferena significativa entre eles para o
N e P, onde o teor de N (34,4 g kg -1), foi superior em funo da adubao
convencional, e de forma contrria o teor de P, foi superior em funo da adubao
orgnica (5,8 g kg-1)
Tabela 14. Teores de N, P e K nas folhas de batata-doce, em funo da adubao
orgnica versus a adubao convencional. CCA-UFPB, Areia-PB,
2005.
Biofertilizante N (g kg-1) P(g kg-1) K(g kg-1)
Adubao orgnica 28,1 b 5,8 a 38,3 a
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Adubao convencional 34,4 a 3,7 b 39,2 a
Mdias seguidas de mesma letra na coluna no diferem estatisticamente a 5% deprobabilidade pelo teste F.
A ausncia de diferena significativa por parte da adubao convencional para
os teores do potssio, se deve tambm as altas precipitaes ocorridas no perodo
(Tabela 2), enquanto a elevao do teor de N, proporcionado pela adubao
convencional pode indicar que foi em funo da umidade do solo, a qual foi
suficiente para permitir a batata-doce absoro de minerais de forma adequada, isso
porque de acordo com Malavolta (1980) a absoro de nutrientes do solo pelas
razes depende diretamente do contedo de umidade do solo. Tambm esse
resultado pode indicar que as precipitaes ocorridas durante a execuo do
trabalho, no foi suficiente para proporcionar lixiviao do N fornecido pela adubao
qumica em nveis que viesse a reduzir sua absoro pela batata-doce.
Quanto a eficcia na participao da adubao orgnica no aumento do teor
do P nas folhas de batata-doce, pode estar relacionada aos teores de
macronutrientes presentes no esterco bovino e no biofertilizante, aliado aqueles
inicialmente no solo, oa quais supriram a planta de forma adequada. Alm disso o
fato desse nutriente ter a caracterstica de ser facilmente absorvido pela batata-doce,
pode tambm ter contribudo para esse resultado. Para Cardoso e Oliveira (2002) e
Melo et al. (2000), a adio de matria orgnica no solo atravs da adubao
orgnica, proporciona relevante benefcio s plantas, pois possibilita a liberao dos
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nutrientes de acordo com a sua exigncia, no apresentando a inconvenincia da
adubao mineral, onde os elementos so facilmente lixiviados.
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5. Concluses
1. O peso mdio de razes apresentou seus maiores valores (592,5 g e 447,5 g) nas
doses de zero e 50 t ha 1 de esterco bovino na presena de biofertilizante
aplicado na folha e no solo com o esterco bovino;
2. A dose de 50 t ha-1 de esterco bovino, na ausncia de biofertilizante foi
responsvel pela maior produo de razes comerciais por planta (0,50 g);
3. A produo de razes no-comerciais por planta, foi reduzida apenas com a
aplicao de esterco bovino;
4. A produo total teve mdias de 20 t ha-1e 17,01 t ha-1, nas doses de esterco
bovino na presena de biofertilizante aplicado via foliar e no solo. No nvel de
17,71 t ha-1de esterco bovino um ponto crtico de produo total de 12,18 t ha-1
na ausncia de biofertilizante;
5. Observou-se que a ausncia de biofertilizante apresentou ponto crtico de 20,04 t
ha-1para a produo comercial no nvel de 16,95 t ha-1de esterco bovino;
6. Os teores de N apresentaram maiores valores (32,3 g kg-1e 34 g kg-1) nas doses
de 40 e 50 t ha-1, o P na dose de 50 t ha-1 apresentou maior teor, sendo
representado pela mdia de 3,98 g kg-1, enquanto o K apresentou valor de 42,8 g
kg-1 na dose de 26 t ha-1;
7. A adubao convencional foi mais eficiente nos teores de N com valores de 34,4
g kg-1, enquanto os teores de P foram maiores com a adubao orgnica, com
valor de 5,8 g kg-1.
6. Literatura Citada:
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