7/23/2019 Basico sobre Profissao Docente
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOASUNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
Instituto de Matemática
DISCIPLINA PROFISS!O DOCENTE
PROFESSORES ARISTOTELES OLIVEIRA e "IVANEIDE ARA#"O
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Int$odu%&o
Estimados alunos, futuros colegas de profissão, é uma alegria poder compartilhar
com os caríssimos, experiências e leituras que colaboram para a construção da
identidade docente no curso de Licenciatura em Matemática da ni!ersidade "ederal de #lagoas, em parceria com a ni!ersidade #berta do $rasil%
Em primeiro lugar, gostaríamos de resgatar historicamente o papel da educação,
desde as primeiras sociedades, e as concepç&es atuais que definem profissão e docência
e sua repercussão na prática pedag'gica e na constituição do profissional habilitado para
lecionar matemática na educação básica%
(esde as primeiras sociedades, ou melhor, desde os tempos primiti!os, podemos
!erificar que os homens se agrupam como forma de sobre!i!erem, ou se)a, produ*irem osmeios necessários para sua subsistência por meio do trabalho grupal e indi!idual% +esse
mo!imento, encontramos processos educati!os implícitos inicialmente por meio da
transmissão oral de costumes, crenças, !alores e instrumentos%
om o progresso paulatino pro!ocado pela descoberta de no!as técnicas de
plantio e ferramentas, o homem começou a sedimentar-se e as relaç&es sociais a se
tornarem mais complexas com o aparecimento de no!as demandas, sobretudo, de
normas e regras que regulassem a con!i!ência em sociedade%
.aralelamente, foram desen!ol!idos c'digos e símbolos embrionários que
requeriam uma sistemati*ação para a aquisição e a transmissão de informação, com o
suporte de ob)etos em formato de cunha, denominados cuneiformes, e os hier'glifos,
elaborados pelos egípcios, até chegarmos ao alfabeto que conhecemos ho)e e que é mais
ligado / sociedade ocidental, )á que encontramos outros alfabetos como o árabe, chinês
01an)i2 e o )aponês 03iragana e 1ata4ana2, dentre outros%
# cultura formada e aperfeiçoada ao longo do tempo por um processo que
conhecemos como Educação, permite que as geraç&es mais antigas transmitam para as
mais no!as normas, !alores, idéias, folclore, tradiç&es, costumes, ideologias, dentre
outras% omo descre!e #idar 05667, p% 8529
+as sociedades primiti!as, a família e a comunidade, eram responsá!eispor transmitir /s crianças toda sua herança cultural% Mais tarde, com associedades )á organi*adas em cidades, essa tarefa passa a ser deresponsabilidade de organi*aç&es montadas para tal fim% :emos, a partir de então, a educação informal e a formal que, com o passar do tempo seintelectuali*ou, estando / disposição somente dos filhos bem nascidos que!ão aprender a leitura, a escrita e mais tarde a gramática, a eloq;ência, e aret'rica% +o sistema feudal de educação, !amos perceber que a escola não
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funciona como uma ilha, ela está inserida na sociedade da qual fa* parte enesse sentido, sofre e exerce influências%
Essa reflexão da autora quando assinala que a escola fa* parte da sociedade e,
portanto, sofre e exerce influências é essencial para a discussão que teremos adiante ao
destacar as bases que fundamentam a profissão docente na contemporaneidade%
< trabalho docente está estritamente !inculado / hist'ria da humanidade, em
particular do ocidente, no entanto, alguns elementos que permitem caracteri*ar como
profissão essa ati!idade se encontram a partir da constituição dos sistemas educati!os
como produto da estruturação dos Estados +acionais%
# ati!idade docente assume !árias designaç&es em que estão en!ol!idas
quest&es políticas, ideol'gicas, econ=micas e sociais dentre as quais se destacam
mestre, professor , educador e docente% Mesmo antes da constituição dos Estados+acionais encontramos gregos, romanos e os pais da >gre)a como ?anto #gostinho 0@A8-
8@62 e :omás de #quino 0B55A-B5C82 que deixaram di!ersas reflex&es sobre o Dmestre
numa perspecti!a di!ina e sacerdotal, pro)etando uma identidade profissional pr'xima a
uma tipificação de prot'tipos de homem F modelo ideal, que de certa forma exerce grande
influência na sociedade brasileira, principalmente, pela herança educacional dos padres
)esuítas%
Em contraposição a essa !isão ou lançado no!os olhares sobre a profissãodocente, iremos analisá-la sob a 'tica intrínseca na relação existente entre educação e
trabalho e como esta é concebida a partir das reformas educacionais implantadas nos
Gltimos anos e dentro de um contexto social dinHmico de relaç&es de poder e de pro)eto
de sociedade neoliberal%
< trabalho docente requer uma reflexão constante, indi!idual e coleti!a sobre a
pr'pria prática docente e sua repercussão na formação do aluno, além de habilidades e
autonomia organi*ati!a e pedag'gica para lidar com as demandas do cotidiano escolar%
O con'ecimento es(ec)*ico da ($o*iss&o docente $e+ue$ uma a($endi,a-em
cu.tu$a./ cienti*ica e (eda-0-ica am(.a e ($o*unda/ ad+ui$ida ao .on-o da *o$ma%&o
inicia. na uni1e$sidade/ inte$.i-ada 2s e3(e$i4ncias 1i1enciadas en+uanto a.uno e
ad1indas da ($ática educati1a% # sua formação profissional também é enriquecida
quando percebe que ela é um processo contínuo baseado na reflexão, sistemati*ação e
teori*ação de sua pr'pria prática, de tal maneira que os conceitos e aprendi*agens
assimilados contribuam para sua bagagem profissional e resultem numa utilidade prática
e direta com seu trabalho cotidiano%
?erão ob)eto de análise e discussão, além das quest&es anteriormente
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sublinhadas, as demandas especificas da formação inicial e suas imbricaç&es no espaço
escolar, como analisa <li!eira 0566A, p%B2, ao retratar as principais dificuldades
enfrentadas pelo professor de matemática no exercício de sua profissão9
B% apresentam sérias dificuldades com o conteGdo que de!em ensinarI5% adquiriram a maior parte dos conhecimentos da prática docente que possuem depois
de formados, quando )á esta!am lecionandoI
@% têm dificuldade em fa*er transformaç&es do saber adquirido na uni!ersidade para o
saber a ser ensinado ao seu aluno na escolaI
8% não foram preparados para entender e lidar com as dificuldades apresentadas pelos
alunosI
A% foram formados sob paradigmas de educação e de aprendi*ado que não respondem/s necessidades atuais%
#inda segundo a autora, para que a formação inicial possa fornecer alicerce para
a atuação docente de forma abrangente e efeti!a, conhecimentos de diferentes nature*as
são necessários% Esses conhecimentos englobam os fundamentos psicossociais
norteadores da atuação pedag'gica e os aspectos legais e estruturais do ensino
expressos nas .olíticas Educacionais e nas (iretri*es e +ormas que orientam a execução
do trabalho docente% >sso sup&e, portanto, uma formação bastante ampla do futuro
educador, que não se restringe ao conhecimento da sua disciplina ou área de estudo, mas
que se relaciona ao contexto de trabalho em que ele de!erá atuar 0<L>JE>K#, 566A2%
(e acordo com o parecer do +EE? B%@65566B, o perfil dos formados nos
cursos de matemática no que se refere / licenciatura de!e contemplar Dalém de uma
s'lida base de conteGdos matemáticos, uma formação mais flexí!el contemplando as
áreas de aplicação% +esse contexto, um urso de Licenciatura em Matemática de!em
garantir de seus egressos desen!ol!am9
Jisão de seu papel social de educador e capacidade de se inserir em di!ersas
realidades com sensibilidade para interpretar as aç&es dos educandos%
Jisão da contribuição que a aprendi*agem da Matemática pode oferecer /
formação dos indi!íduos para o exercício de sua cidadania%
ompreensão de que o conhecimento matemático pode e de!e ser acessí!el a
todos, e consciência de seu papel na superação dos preconceitos, tradu*idos pela
angGstia, inércia ou re)eição, que muitas !e*es ainda estão presentes no ensino-
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aprendi*agem da disciplina%
< parecer remete ainda /s competências e habilidades pr'prias do educador
matemático segundo as quais de!erão desen!ol!er as seguintes capacidades9
elaborar propostas de ensino-aprendi*agem de Matemática para a educação
básicaI
analisar, selecionar e produ*ir materiais didáticosI
analisar criticamente propostas curriculares de Matemática para a educação
básicaI
desen!ol!er estratégias de ensino que fa!oreçam a criati!idade, a autonomia e a
flexibilidade do pensamento matemático dos educandos, buscando trabalhar commais ênfase nos conceitos do que nas técnicas, f'rmulas e algoritmosI
perceber a prática docente de Matemática como um processo dinHmico, carregado
de incerte*as e conflitos, um espaço de criação e reflexão, onde no!os
conhecimentos são gerados e modificados continuamenteI
contribuir para a reali*ação de pro)etos coleti!os dentro da escola básica%
.ara contemplar todos os ob)eti!os propostos, di!idimos a disciplina em trêsunidades% # primeira abordará os aspectos hist'ricos, te'ricos, políticos e educacionais da
profissão docente em que refletiremos sobre a constituição da profissão docente% +a
segunda unidade serão contempladas as quest&es que englobam e discutem a política e
os desafios da formação inicial e continuada do professor de matemática e a nature*a
peculiar do seu trabalho% +a terceira unidade analisaremos a contribuição da legislação
brasileira na !alori*ação do magistério e seu reflexo na formação do professor
Enfim, dese)amos compartilhar e trocar experiências significati!as com todos!ocês% ?ua participação ati!a e comprometida com o processo de aprendi*agem, a
qualidade e a quantidade de tempo que se dedicará a disciplina refletirá no desempenho
satisfat'rio durante o curso% :enham a plena certe*a de que faremos o possí!el para que
todas as suas expectati!as se)am contempladas%
#braços,
.rof% #rist'teles e .rofa% i!aneide%
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Unidade I 5 ASPECTOS 6IST7RICOS/ TE7RICOS/ POL8TICOS EEDUCACIONAIS DA PROFISS!O DOCENTE
aro0a2 aluno0a29
+esta unidade estudaremos como a ati!idade docente foi conquistando o status
de profissão, delineando aspectos hist'ricos, te'ricos, políticos e educacionais que
fundamentam a ati!idade docente e, por fim, analisar a profissionali*ação docente no
ensino de matemática% Esperamos que as reflex&es impressas nesse m'dulo, indicaç&es
de leituras e desen!ol!imento de ati!idades aproximem o futuro profissional dos desafios
hist'ricos e atuais inerentes / prática educati!a%
3istoricamente, a ati!idade docente adquiriu status de profissão com o
estabelecimento da sociedade capitalista, ou se)a, aproximadamente há 566 anos%
ontudo, em todas as culturas, independentemente da época, encontramos presente a
figura do professor !inculada, geralmente, a uma função religiosa como orientação global
de sua prática% ?omente no século N>N, buscou-se reali*ar uma transição da !isão
religiosa para uma perspecti!a profissional% Essas mudanças foram pro!ocadas pelas
demandas econ=micas geradas pelo desen!ol!imento que a sociedade capitalista esta!a
alcançando%
+as sociedades antigas, a função do mestre era transmitir para seus discípulos o
conhecimento, costumes e crenças aceitas socialmente, assim, os sistemas de educação
mais antigos conhecidos tinham como características comuns, ensinar a religião e manter
os costumes e tradiç&es da sociedade% +o antigo Egito, as escolas, além de religião,ensina!am também a aquisição da escrita, ciências, matemática e arquitetura%
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<s sistemas de educação dos países ocidentais se baseiam na tradição religiosa
)udaico-cristã% ma segunda tradição deri!a da educação da antiguidade grega% <
ob)eti!o da educação grega era preparar o )o!em intelectualmente para assumir posiç&es
de liderança nas tarefas do Estado e da sociedade% +os séculos posteriores, a cultura
grega ser!iu para o desen!ol!imento das artes e do ensino de todos os ramos da filosofia% # educação romana transmitiu ao mundo ocidental o estudo da língua latina,
literatura clássica, engenharia, o direito, a administração e a organi*ação do go!erno%
Muitas escolas monásticas, assim como municipais e catedráticas, se originaram durante
os primeiros séculos da expansão do cristianismo%
+a idade média, surgiram as uni!ersidades na >tália e Espanha, #lemanha e em
outros países, com estudantes que !ia)a!am li!remente de uma instituição para outra%
á no período conhecido como renascimento, hou!e um mo!imento !oltado parao estudo da matemática e dos clássicos, como consequência do interesse pelas culturas
grega e romana ensinado nas escolas de gramática latina, que originadas na >dade
Média, chegaram a ser modelo da educação secundária na Europa até o século NN%
#s igre)as protestantes surgidas da reforma promo!ida por Lutero no início do
século NJ> estabeleceram escolas para ensinar a ler, escre!er, além de noç&es básicas
de aritmética, matemática e ciências, o que poderíamos denominar de ensino secundário%
# prática do controle da educação por parte do go!erno surge do pensamento de Lutero,
al!ino e outros líderes religiosos e educadores da Keforma% á os cat'licos seguiram as
ideias educati!as renascentistas como resposta / crescente influencia protestante, dentro
do espírito da contra reforma% <s )esuítas promo!eram um sistema escolar que te!e como
ob)eti!o preponderante o desen!ol!imento da educação cat'lica em muitos países do
século NJ>%
< século NJ>> foi um período de rápido progresso científico e cultural fa!orecendo
a entrada de no!os temas científicos incorporados nas ni!ersidades e escolas
secundárias, facilitando o intercHmbio de informaç&es e idéias que re!oluciona!am
conceitos e !erdades até então consideradas dogmas% á durante o século NJ>>>, ean
aques Kousseau foi considerado o te'rico educati!o mais rele!ante% Entre suas
propostas pedag'gicas destacam-se9 que a educação inicia-se ao nascimento o que
transcende a escolari*ação e que chega ao ápice na !ida adultaI defendia também o
estudo da nature*a e da sociedade por obser!ação direta, contudo, sua proposta
pedag'gica se aplica!a apenas aos meninos, as meninas, secundo ele, de!eriam receber uma educação con!encional%
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.odemos inferir da citação acima que a instituição escolar ocupa importante papel
na sociedade, principalmente porque é tributada a ela a preparação e a qualificação dos
futuros profissionais que assumirão di!ersas profiss&es na estrutura social% Em outras
pala!ras, Da docência e seus agentes ficam nisso subordinados / esfera da produção,
porque sua missão primeira é preparar os filhos dos trabalhadores para o mercado de
trabalho% 0:#K(>"I L#??#K(, 566A, p% BC2%
+esse sentido, demarcar o início da ati!idade docente é importante porque re!ela
ao longo da hist'ria o percurso que caracteri*ou a ati!idade docente como profissão% >sto
posto, podemos afirmar primeiro que o papel inicial dos professores esta!a !oltado para
uma função moral e religiosa e, na sociedade moderna, há uma função peculiar em que
são responsá!eis por formar as no!as geraç&es para atender as demandas
mercadol'gicas da sociedade capitalista%
Keferências - nidade >
#>(#K, Maria #ura% < educador-gestor e os mo!imentos sociais9 concepç&es
de trabalho e educação% beraba% ni!ersidade de beraba, 5667%
<L>JE>K#, Maria #raG)o% Possi9i.idades de const$u%&o do con'ecimento(eda-0-ico do conte:do na *o$ma%&o inicia. de ($o*esso$es de
matemática; 566A% (isponí!el em
http9QQQ%anped%org%brreunioes5Ptextosgt6Pgt6P@ARint%rtf #cesso em9 65
ago de 5667%
onselho +acional de Educação% (iretri*es urriculares +acionais para os
ursos de Matemática, $acharelado e Licenciatura, 566B%
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LEITURA COMPLEMENTAR
PONTE/ "o&o P; O desen1o.1imento ($o*issiona. do ($o*esso$ de matemática;Lis9oa; Dis(on)1e. em <<<;educ;*c;u.;(t=docentes=>(onte=docs?(t=@?PonteEducMat;$t* Acesso em
O Desen1o.1imento P$o*issiona. do P$o*esso$ de Matemática
< professor é ho)e !isto como um elemento-cha!e do processo de ensino-
aprendi*agem% ?em a sua participação empenhada é impossí!el imaginar qualquer
transformação significati!a no sistema educati!o, cu)os problemas, de resto, não cessam
de se agra!ar% #s escolas, su)eitas ao apertado controlo do aparelho estatal, submetidas
/ concorrência dos mass media e debatendo-se com gra!es carências de meios
humanos e materiais, !êem-se em grandes dificuldades para enquadrar a crescente
di!ersidade dos alunos que têm de acolher, burocrati*am-se e desumani*am-se% #s
dificuldades de emprego resultantes da recessão econ=mica fa*em aumentar a
competição e a desmoti!ação entre os estudantes% #gra!a-se o problema do insucesso
escolar, particularmente gra!e na disciplina de Matemática%
:odos parecem concordar9 o professor tem de ser chamado a desempenhar o
papel de protagonista% +ão é possí!el modificar a escola contra ele ou apesar dele% #s
reformas lançadas com pressupostos ingênuos acerca da forma de reagir dos
professores S os principais agentes que, ao fim e ao cabo, são chamados a p=-las em
prática S não condu*em aos resultados pretendidos pelos seus promotores% # recente
reforma do sistema educati!o português, baseada na elaboração de um !asto Dedifício
)urídico e não na responsabili*ação dos agentes no terreno é disso um exemplo bem
significati!o%
Mas quem é afinal o professorO
.ara alguns, ele é basicamente um técnico com a função de transmitir informação
e a!aliar a sua aprendi*agem S utili*ando para isso uma !ariedade de meios de ensino e
de diagn'stico% .ara outros, ele é um ator cu)as crenças e concepç&es determinam a
forma como desempenha as suas tarefas S nem sempre de modo muito concordante
com a !isão dos te'ricos da educação nem com a !ontade das autoridades educati!as% E,
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da escola e o que esta requer para a sobre!i!ência e o sucesso, bem como o
conhecimento da comunidade em que a escola se insere e o que ela re)eita ou é capa*
de aceitar% #poiando-se no estudo em profundidade do caso duma professora de inglês,
Elba* considera di!ersas componentes do conhecimento prático, incluindo oconhecimento de si mesma e do contexto de ensino, o conhecimento do conteGdo, do
desen!ol!imento curricular e do ensino, propondo um interessante modelo que estrutura
esse mesmo conhecimento em imagens, princípios e regras práticas%
# importHncia de se dominar bem os conteGdos que se ensina é desde há muito
reconhecida% # importHncia duma formação pedag'gica geral é uma preocupação mais
recente, mas também )á com significati!a expressão em muitos programas de formação%
abe a um outro autor, Lee ?hulman 0B7PR2, o mérito de chamar a atenção para a
importHncia de um terceiro domínio, de algum modo a meio caminho entre aqueles dois9 o
conhecimento didático do conteúdo, que apresenta como a capacidade de compreensão
profunda das matérias de ensino, permitindo encontrar as maneiras mais adequadas de
as apresentar aos alunos de modo a facilitar a aprendi*agem% Este conhecimento
compreende por isso, nas suas pala!ras, Das formas mais Gteis de representação das
ideias, as analogias mais importantes, as ilustraç&es, exemplos, explicaç&es e
demonstraç&es, numa pala!ra, a forma de representar e formular a matéria para a tornar
compreensí!el% Este autor não se limita a estudar o conhecimento de nature*a
proposicional mas sublinha também a existência do conhecimento de casos 0isto é, o
conhecimento muito detalhado de situaç&es concretas2 e do conhecimento estratégico 0o
conhecimento que informa a tomada de decis&es2% (efende que estes di!ersos tipos de
conhecimento não podem ser ensinados nas instituiç&es de formação, mas têm de
resultar da elaboração pessoal dos pr'prios professores%
#pesar de referir uma componente estratégica do conhecimento, ?hulman dá
sobretudo atenção ao conhecimento proposicional% <ra o saber profissional dos
professores exprime-se sobretudo na ação, em primeiríssimo lugar na prática
pedag'gica, mas também nas restantes ati!idades escolares e mesmo extra-escolares
em que está en!ol!ido% m outro autor, (onald ?chTn 0B7P@2, chama a atenção para a
importHncia do estudo deste tipo de conhecimento, o conhecimento-na-ação que
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contrap&e ao conhecimento formal e descontextuali*ado que constitui o essencial do
saber escolar% < conhecimento-na-ação é a componente inteligente que orienta toda a
ati!idade humana, manifestando-se no saber-fa*er% +esta perspecti!a, há um
conhecimento em qualquer ação inteligente, ainda que ele, fruto da experiência e dareflexão anteriores, se tenha consolidado em rotinas ou em esquemas semi-automáticos%
:em uma nature*a intuiti!a e muitas !e*es não é facilmente explicitá!el pelos seus
detentores S o que torna a sua transmissão particularmente problemática S mas não é
por isso menos decisi!o na prática profissional%
Re*.e3&o
# resolução dos conflitos que constantemente surgem na ati!idade de qualquer
professor pode processar-se por duas formas fundamentais9 por acomodação ou por
reflexão% +o primeiro caso, procura-se simplesmente a solução mais simples e imediata
para o conflito% +o segundo caso, procura-se !ê-lo de di!ersos Hngulos, analisando-o /
lu* de uma ou !árias perspecti!as te'ricas, pesam-se os pr's e os contras de di!ersas
soluç&es e s' então se toma uma decisão% # reflexão pode desen!ol!er-se a !ários
ní!eis, incluindo 0a2 a análise de técnicas que melhor permitam concreti*ar certos
ob)eti!os, 0b2 a análise das práticas pedag'gicas, em termos globais, e do seu !alor em
relação aos ob)eti!os propostos e 0c2 a análise de cari* mais fundamental, debruçando-se
sobre os !alores e prop'sitos essenciais da ação educati!a% +os dois primeiros casos, os
ob)eti!os informam a reflexão sem ser necessariamente postos em causaI no terceiro
caso, eles são o pr'prio ob)eto de análise%
?chTn 0B7P@2 distingue di!ersas formas de reflexão, referindo-se em especial a
reflexão-na-ação e a reflexão-sobre-a-ação% # reflexão-na-ação é um processo de diálogo
com uma situação problemática que exige uma inter!enção concreta e que se processa
duma forma fortemente intuiti!a% :rata-se de uma análise sem o cuidado e o
distanciamento de um escrutínio mais rigoroso e sistemati*ado mas com a rique*a da
captação !i!a dos mGltiplos fatores inter!enientes e com as !antagens da possibilidade
de inter!enção imediata, ligando elementos racionais e afeti!os% .or outro lado, a
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reflexão-sobre-a-ação desen!ol!e-se num momento posterior / pr'pria ação,
processando-se de forma mais formali*ada, com apoio da linguagem e por isso com outra
possibilidade de rigor% :em lugar, muitas !e*es, a partir de discuss&es e trocas de
experiências entre professores preocupados com problemas comuns%Em qualquer caso, a reflexão parte sempre do confronto duma prática com um
quadro de referência te'rico, que pode ser uma reapreciação dos ob)eti!os inicialmente
fixados ou um confronto com outras perspecti!as e !alores% .or isso é tão essencial a
explicitação de ob)eti!os, prop'sitos, intenç&es inerentes por exemplo / prática duma
metodologia de pro)eto% E também por isso é tão importante o contato com mGltiplas
fontes de informação S li!ros, re!istas, outros professores ou mesmo parceiros exteriores
ao sistema educati!o S que podem proporcionar contatos estimulantes, potenciadores de
no!as perspecti!as de análise%
# reflexão permite uma progressi!a explicitação 0e consequente
conscienciali*ação2 do conhecimento-na-ação% #o mesmo tempo, condu* / identificação
de quadros te'ricos rele!antes para a análise de situaç&es práticas% m professor
reflexi!o !i!e permanentemente num ciclo, da prática e da teoria / reflexão, para !oltar de
no!o / teoria e / prática% # teoria é fundamental para um alargamento de perspecti!as e
para indicar linhas condutoras da reflexão% # prática permite o en!ol!imento ati!o do
pr'prio professor, proporcionando uma experiência concreta a partir da qual é possí!el
refletir% # reflexão estimula no!os interesses, chama a atenção para no!as quest&es e
possibilita uma prática mais segura, mais consciente e mais enriquecida%
Desen1o.1imento P$o*issiona.
< professor está longe de ser um profissional acabado e amadurecido no
momento em que recebe a sua habilitação profissional% <s conhecimentos e
competências adquiridos antes e durante a sua formação inicial são manifestamente
insuficientes para o exercício das suas funç&es ao longo de toda a carreira% .or outro
lado, o professor não pode ser !isto como um mero receptáculo de formação S pelo
contrário, de!e ser encarado como um ser humano com potencialidades e necessidades
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di!ersas, que importa descobrir, !alori*ar e a)udar a desen!ol!er% < desen!ol!imento
profissional é assim uma perspecti!a em que se reconhece a necessidade de crescimento
e de aquisiç&es di!ersas, processo em que se atribui ao pr'prio professor o papel de
su)eito fundamental%(i!ersos fatores contribuíram para a emergência desta no!a !isão do professor
como profissional em permanente desen!ol!imento% Em primeiro lugar, mudanças
crescentes nas condiç&es sociais, arrastando mudanças no sistema educati!o 0nos
ob)eti!os da educação, nos currículos, nos alunos, no pr'prio conceito de escola2% Em
segundo lugar, mudanças na teoria educacional, proporcionando no!as orientaç&es
didáticas e no!as perspecti!as para fundamentar a ação do professor% E, finalmente,
mudanças na pr'pria !isão do papel do professor, reconhecendo-se agora muito melhor a
complexidade e dificuldade da sua função%
#pesar de ser uma ideia relati!amente no!a, o desen!ol!imento profissional dos
professores )á tem alguma hist'ria% #ssim, por exemplo, "ullan e 3argre!es 0B7752
distinguem dois períodos na in!estigação neste domínio desde B7CA% +uma primeira fase,
a que estes autores chamam o período Dfocado nas ino!aç&es, analisa-se a relação entre
o desen!ol!imento dos professores e o sucesso da introdução de ino!aç&es no sistema
educati!o% ma ino!ação bem sucedida tradu*-se numa alteração nos materiais
curriculares, práticas educati!as, concepç&es e conhecimento dos professores e por isso
en!ol!e necessariamente alguma aprendi*agem% < desen!ol!imento das ino!aç&es de!e
estar por isso ligado a uma série de componentes formais 0quase sempre cursos práticos2
e informais 0trocas de experiências2 de desen!ol!imento profissional% +uma segunda fase,
deixa-se de pensar apenas na introdução desta ou aquela ino!ação particular, passando-
se a considerar o Dprofessor total e a Descola total% <u se)a, passa-se a dar atenção
especial a aspectos como o prop'sito do professor, o professor como pessoa, o contexto
real em que os professores trabalham e a cultura do ensino%
< desen!ol!imento profissional dos professores di* respeito aos di!ersos
domínios onde se exerce a sua ação% #ssim, há a considerar a prática leti!a e as
restantes ati!idades profissionais, dentro e fora da escola, incluindo a colaboração com os
colegas, pro)etos de escola, ati!idades e pro)etos de Hmbito disciplinar e interdisciplinar e
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participação em mo!imentos profissionais% Mas há igualmente que ter presente o caráter
fundamental do auto-conhecimento do professor e do desen!ol!imento dos seus recursos
e capacidades pr'prias S ou se)a, a dimensão do desen!ol!imento do professor como
pessoa%< desen!ol!imento profissional pode seguir di!ersas estratégias% Em especial,
sobressai a !ia dos pro)etos profissionais, ao lado de outras ati!idades que en!ol!em uma
atitude de procura profissional que remetem para uma prática de auto-questionamento S
reconhecendo e experimentando materiais e recursos, estudando e in!estigando em torno
de saberes constituídos, relati!os tanto a conteGdos de ensino como a quest&es de ordem
pedag'gica%
< desen!ol!imento profissional depende de di!ersas condiç&es que se referem
sobretudo ao pr'prio su)eito, ao seu contexto institucional e aos recursos disponí!eis,
incluindo recursos humanos e materiais 0interiores e exteriores / escola2% $astará referir,
mais uma !e*, o papel determinante que cada professor tem no seu pr'prio
desen!ol!imento profissional e a importHncia de se con)ugarem condiç&es institucionais e
recursos adequados para que este desen!ol!imento possa ter lugar em condiç&es
fa!orá!eis%
# ideia do desen!ol!imento profissional condu* naturalmente a pensar de modo
completamente diferente toda a problemática da formação% #té aqui esta tem sido
perspecti!ada em termos de cursos, de maior ou menor duração, organi*ados em torno
de temas, de modo superar as numerosas Ddeficiências do professor em conhecimentos
relati!os a conteGdos, a matérias pedag'gicas, ou de ordem puramente instrumental%
.redomina a l'gica Descolar, em tudo semelhante / que !igora no sistema educati!o
formal%
(ora!ante é necessário criar dispositi!os e contextos S com base nas pr'prias
escolas mas com mGltiplas ramificaç&es para o exterior S que le!em o professor a uma
atitude consequente de in!estimento profissional ao longo de toda a sua carreira% U a ele
que cabe decidir quando e como quer estudar determinado assunto ou en!ol!er-se neste
ou naquele pro)eto% #ssim, a questão não é a de proporcionar estes ou aqueles saberes
formali*ados nem como promo!er a mudança das suas concepç&es e práticas para um
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quadro que lhes é totalmente alheio% :rata-se, isso sim, de lhes estimular uma reflexão
sobre o seu posicionamento profissional, tomando uma no!a postura de iniciati!a no
equacionar e resol!er os problemas que se colocam no seu dia a dia docente%
< desen!ol!imento profissional dos professores é uma questão que entrou naordem do dia% +ão se trata de diminuir a importHncia da didática mas de a le!ar a
contemplar de pleno direito as problemáticas dos professores, como quest&es com uma
l'gica pr'pria, deixando de !er a prática profissional como mero terreno de aplicação dos
resultados e perspecti!as elaboradas pelas teorias educati!as%
Didática e desen1o.1imento ($o*issiona.
+este contexto, qual o papel da didática no desen!ol!imento profissionalO
# didática constitui uma área integradora trans!ersal, articulando contributos da
psicologia, da sociologia, da epistemologia, do pensamento educacional, etc%,
mobili*ando-os para a reflexão sobre a prática pedag'gica do pr'prio professor% Ela
pressup&e uma análise dos processos de construção dos saberes em cada área
curricular, discutindo a nature*a das ati!idades de aprendi*agem, os processos de
pensamento e as inter-relaç&es entre os di!ersos inter!enientes no ato educati!o%
#ssim, a didática, longe de se redu*ir a um mero reposit'rio de métodos e
técnicas de ensino, constitui o enquadramento te'rico fundamental em que se situam os
quadros de referência de ação do professor% :oda a sua atuação com os alunos
pressup&e uma perspecti!a didática, explícita ou implícita% U a partir dela que cada
professor seleciona ob)eti!os, organi*a ati!idades, formula critérios de a!aliação,
determina procedimentos de atuação para cada tipo de circunstHncias%
< contributo do saber didático para o desen!ol!imento profissional implica desde
logo a !alori*ação da reflexão sobre o que é fa*er Matemática, o que constitui o seu
processo de criação e aplicação, a sua relação com a realidade extra-matemática% :odo o
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professor de Matemática é, pelo menos em parte, um matemático%
Em segundo lugar, ressalta a nature*a das ati!idades de aprendi*agem e a sua
articulação com os ob)eti!os para o ensino da disciplina% :odo o professor de Matemática
é um construtor de situaç&es de aprendi*agem que conhece o modo de tirar partido dosrecursos disponí!eis, incluindo os instrumentos tecnol'gicos% < professor de Matemática
é em certa medida um especialista curricular%
Em terceiro lugar, surge a dinHmica das situaç&es de aprendi*agem, onde
sobressai a comunicação e o discurso na sala de aula e toda a problemática da a!aliação
S tanto da aprendi*agem como da sua pr'pria ati!idade% < professor é o agente direto da
ação educati!a%
# didática desempenha um papel fundamental como instrumento de orientação,
a)udando a conceber as situaç&es de aprendi*agem% Mas é também o instrumento
pri!ilegiado de análise, identificando quest&es, sugerindo alternati!as%
<s professores, como quaisquer outros profissionais, têm os seus quadros de
referência pr'prios, construídos de forma a fundamentar e )ustificar de forma tanto quanto
possí!el consistente e Decon=mica as suas práticas% < contacto com outros quadros de
referência proporcionado por excurs&es pelos mais di!ersos domínios, proporciona um
maior leque de escolhas e estimula o surgimento de inquietaç&es, criando as condiç&es
para, se for caso disso, uma mudança de !alores e concepç&es educati!as condu*indo a
no!as práticas% abe / didática fornecer os instrumentos te'ricos e as metodologias para
orientar e sistemati*ar todo este processo%
Conc.us&o
# !ida profissional do professor mo!e-se entre duas tens&es contradit'rias9 0a2 a
do in!estimento profissional, que toma iniciati!a na procura de soluç&es para os
problemas com que se defronta na prática docente e 0b2 a da rei!indicação, que protesta
por ter de executar decis&es em que não foi ou!ido e reclama as condiç&es de trabalho e
os recursos necessários das autoridades escolares e da comunidade onde se insere%
# cultura profissional dos professores de Matemática tem muitos aspectos
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contradit'rios% m professor é simultaneamente um educador, um matemático e um
funcionário pGblico, sendo por !e*es esta Gltima a sua característica mais marcante% #
profissão admite não s' pessoas com as mais di!ersas origens acadêmicas como
pessoas sem nenhuma preparação educacional% .ior ainda, admite que se este)a apenasde passagem ou se encare o ensino como uma ati!idade a tempo parcial, que se
acumula com outras ocupaç&es% #ceita-se que os professores pro!is'rios 0monitores2 que
são chamados a suprir carência de profissionais qualificados trabalhem sem um mínimo
de apoio e de super!isão% (este modo, não é de estranhar a inexistência de !alores
profissionais bem demarcados% ?obre quest&es básicas na !ida profissional obtêm-se
com frequência respostas ambíguas e contradit'rias9
V Wue actuação de espera dum professor perante um aluno desinteressadoO
V omo se de!e en!ol!er os pais na !ida da escolaO
V E no acompanhamento escolar dos filhosO
V Wue tipo de materiais se espera que o professor produ*a para as suas aulasO
V Wual a responsabilidade do grupo de Matemática da escola na discussão dos
problemas do insucesso na disciplinaO
V E na definição e concreti*ação de pro)etos educati!osO
V Wue critérios de de!em tomar em consideração na seleção de um li!ro de textoO
V < que se espera dum delegado de grupoO
V omo pode cada professor formular o seu pr'prio pro)eto de desen!ol!imento
profissionalO
V omo pode articular esse seu pro)eto com a !ida da escolaO
"ruto do trabalho das instituiç&es de formação, tem-se registrado nos Gltimos
anos uma significati!a e!olução nas concepç&es, práticas, atitudes e !alores
profissionais% Existe um interesse pela atuali*ação pedag'gica e reconhece-se a
importHncia da formação contínuaI !alori*a-se a participação em pro)etos, as trocas de
experiências, a disponibilidade para a inter!enção dentro da escola e para o trabalho
con)unto com outros colegas% #s condiç&es estão por isso a amadurecer para que se
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entre numa no!a era no que respeita ao perfil profissional do professor de Matemática%
Re*e$4ncias
Elba*, "% 0B7P@2% Teacher Thining! " #tud$ of %ractical &no'ledge% London9room 3elm%
"ullan, M%, X 3argre!es, #% 0B7752% :eacher (e!elopment and Educationalhange% >n M% "ullan, X #% 3argre!es 0Ed%2, Teacher (e)elopment and *ducational Change 0pp% B-72% London9 :he "almer .ress%
+:M 0B77BB7782% +ormas %rofissionais para o *nsino da ,atemática0:radução da #.M2% Lisboa9 #.M%
?chTn, (% #% 0B7P@2% The eflecti)e %ractioner! Ho' %rofessionals Thin in "ction% #ldershot 3ants9 #!eburY%
?hulman, L% ?% 0B7PR2% :hose Zho nderstand9 1noQledge [roQth in :eaching%*ducational esearcher , ./ 052, 8-B8%
ATIVIDADES UNIDADE I
#ti!idades B 0f'rum2
<lá, estimados alunos\ #p's a leitura da >ntrodução da disciplina e dos !ídeos
Matemática9 qual a sua profissãoO e Matemática9 transforme atitude em profissãoO, Kelate
a moti!ação inicial para escolher como profissão a docência em matemática% Wue
possibilidades profissionais o curso de matemática ofereceO Wuais os principais perfis do
profissional da matemática na atualidadeO
#ti!idades 5 0:arefa2
<lá, Estimados alunos\ # partir das discuss&es reali*adas no momento presencial e de
algumas reflex&es que encontramos no texto D.rofessor e professor de Matemática9 das
informaç&es que se tem acerca da formação que se espera, de #ntonio Jicente [arnica
uma citação nos chama a atenção Do magistério como profissão é ainda tema de redu*ida
!ergadura em nossa literatura educacional% >sso de!e refletir a situação dessa ocupação,
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ainda longe, segundo alguns, de constituir uma !erdadeira profissão]% +essa perspecti!a,
como !ocê concebe a ati!idade docenteO
Kedi)a um texto com o tamanho mínimo de uma lauda, arial, fonte B5, e encaminhe para o
professor
#ti!idades @ 0"'rum2
#p's leitura do texto complementar D< desen!ol!imento profissional do professor de
Matemática de oão .edro da .onte analise a citação abaixo e depois discuta com seus
colegas de turma no f'rum qual o papel do professor no aprimoramento da sua profissão
docente%
D< professor está longe de ser um profissional acabado e amadurecido no momento em
que recebe a sua habilitação profissional% <s conhecimentos e competências adquiridos
antes e durante a sua formação inicial são manifestamente insuficientes para o exercício
das suas funç&es ao longo de toda a carreira% .or outro lado, o professor não pode ser
!isto como um mero receptáculo de formação S pelo contrário, de!e ser encarado como
um ser humano com potencialidades e necessidades di!ersas, que importa descobrir,
!alori*ar e a)udar a desen!ol!er% < desen!ol!imento profissional é assim uma perspecti!a
em que se reconhece a necessidade de crescimento e de aquisiç&es di!ersas, processoem que se atribui ao pr'prio professor o papel de su)eito fundamental%
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compreender o momento hist'rico no qual está !i!endo, atra!és do qual a sociedade
passa de um estágio caracteri*ado como sociedade industrial para a ?ociedade da
>nformação%
+esse sentido, para ^rea 0566B, p% B529
(o mesmo modo que outros setores estratégicos de nossos sistema social têmsido transformados, com maior ou menor !elocidade, suas estruturas adaptando-se as no!as exigências socioecon=micas, o sistema educati!o necessita tambémrepensar suas metas, seus conteGdos, suas formas de transmitir e desen!ol!er acultura e seus procedimentos de gestão e organi*ação% < sistema atual de!emudar e adaptar-se a sociedade do século NN>%
#s mudanças estão acontecendo em todos os setores da sociedade em ritmos
diferenciados% < professor precisa não apenas acompanhar os processos de mudança,
mas participar ati!amente, inclusi!e com propostas e soluç&es para os no!os problemasque surgem com o no!o desenho social% .or isso, a função do professor é tão importante
neste contexto%
E!identemente, os desafios são enormes )á que todos somos protagonistas
dessa no!a realidade social em que o medo, as dG!idas e os questionamentos são
frequentes nessa fase, mas não precisamos temer o futuro se esti!ermos analisando,
pesquisando, experimentando e principalmente nos instrumentali*ando, de forma te'rica
e prática, para resol!er com propriedade os problemas propostos por esta sociedade queemerge !elo*mente%
< professor que esti!er amparado te'rico e metodologicamente enfrentará os
problemas e dificuldades com maior naturalidade% +essa perspecti!a, entendemos que a
formação docente é um processo permanente que não pode prescindir do bin=mio
teoriaprática, pois é essa combinação que habilita o professor a enfrentar os desafios
impostos pela sociedade atual%
< sistema educacional brasileiro apresenta Duma enorme defasagem com relação/s demandas da sociedade, pois apresentam propostas de ensino que não respondem /s
necessidades do mundo atual 01LL<1, 5666, p% 7@2%
Esse quadro tende a aumentar caso as políticas pGblicas não priori*em a
formação, capacitação, atuali*ação docente, além da moderni*ação urgente da estrutura
física e curricular que contemple as demandas educati!as e do mercado de trabalho%
.or isso, a ênfase atual está nas habilidades e competências que o professor
precisa desen!ol!er para agregar criticamente / sua experiência profissional !alores
éticos, culturais, pedag'gicos e metodol'gicos%
.ara os professores, essas mudanças apresentam-se como um grande desafio,
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quest&es, pri!ilegiando momentos de análise, construção e troca de experiências que
sustentem uma formação s'lida e permanente em que as práticas são re!istas e
atuali*adas constantemente%
# mudança é de forma e conteGdo e de!e ser !ista com responsabilidade e
compromisso que as transformaç&es exigem% .rofessores preparados e capacitados paraatuarem em di!ersas situaç&es, escolas equipadas apropriadamente são sin=nimo de
sucesso pessoal, profissional, e social, )á que todos ganham, principalmente, o aluno%
+ão podemos, contudo, restringir a formação de professores para aspectos
estritamente técnicos, precisamos ir além, utili*ar os conhecimentos e habilidades
técnicas associado-as aos conhecimentos e condiç&es ob)eti!as que busquem a
promoção da igualdade social e democrati*ação do conhecimento%
# formação de professores do século NN> de!e ter como prioridade osconhecimentos e habilidades necessárias para que o espaço da docência online torne-se
um local de criação, comunicação, interação e troca, em que a educação este)a a ser!iço
da formação crítica e contextuali*ada com os problemas inerentes / ?ociedade da
>nformação%
Esse é o principio norteador que precisa ser aplicados nos cursos de formação
de professores% ma formação que lhe permita apropriar-se criticamente dos processos
hist'ricos, políticos e sociais que contribua para lutar por uma sociedade mais )usta e
igualitária%
.ara #dell 0566B2, a educação na ?ociedade da >nformação tem de ser um fator
de igualdade social e de desen!ol!imento pessoal em que todos possam usufruir,
igualmente, dos benefícios e facilidades tra*idas com o desen!ol!imento tecnol'gico e
cientifico%
?egundo Lacru* 056662, a mediação tecnol'gica no ensino e na aprendi*agem
tem tra*ido consigo toda uma reconstrução dos conceitos e da função docente, com
especial atenção aos referenciais e condicionantes que, nos Gltimos tempos, estão
emergindo na sociedade e, portanto, em seu espaço educati!o% Esse cenário é no!o para
o professor e exige dele mudanças de atitude e inter!enção pedag'gica )á que ela passa
de uma cultura de transmissão de Dconhecimento para uma cultura de construção e re-
elaboração do conhecimento%
Essa no!a configuração estabelecida pela sociedade da informação aponta para
outro aspecto muito importante que é aprendi*agem ao longo da !ida, ou se)a, a
educação não se limita apenas ao espaço de sala de aula, mas amplia para no!os
espaços de produção de conhecimentos%
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.or isso, a importHncia de uma formação s'lida durante a formação inicial para
que o aluno possa, fora dos muros da uni!ersidade e do acompanhamento dos
professores, buscar as informaç&es e os conhecimentos necessários com autonomia,
disciplina e maturidade%
# ressignificação do papel docente é característica da sociedade da informação, )á que os métodos, meios, ob)eti!os, problemas e desafios são no!os e inerentes a essa
sociedade% +ão podemos tratar dos problemas educacionais olhando para o passado,
mas pensando no presente e no futuro e uma formação apropriada dos professores para
contribuir de forma singular na resolução dos problemas peculiares a sociedade da
informação e do conhecimento%
< problema encontra-se na !elocidade e intensidade que as mudanças
tecnol'gicas produ*em na educação e na !ida das pessoas% Essas transformaç&esexigem respostas imediatas dos professores e um esforço para acompanhar e
permanecer atuali*ados diante das transformaç&es que estamos !i!enciando, re!isando
criticamente sua pr'pria prática a partir da reflexão de sua inter!enção como professor e
que possam a)udar seus alunos a Daprender a aprender numa sociedade em mudança e
em constante e!olução%
+a ?ociedade da >nformação e do onhecimento, as escolas precisam re!er
suas práticas e passar de um estágio centrado no ensino para o focali*ado na
aprendi*agem% ?' será bem sucedida quando focali*armos a pesquisa nos métodos de
aprendi*agem, ou se)a, a aprendi*agem pela descoberta, interação, cooperação e
colaboração
# formação de professores caminha para uma reestruturação completa que
en!ol!e métodos, ob)eti!os e práticas que subsidiarão um no!o perfil profissional
consciente de seu papel frente aos desafios postos pela ?ociedade da >nformação, como
afirma Mercado 05665, p% 562%
< professor, na no!a sociedade, re!ê de modo crítico seu papel de parceiro,interlocutor, orientador do educando na busca de suas aprendi*agens% Ele e oaprendi* estudam, pesquisam, debatem, discutem, e chegam a construir conhecimentos, desen!ol!er habilidades e atitudes% < espaço aula se torna umambiente de aprendi*agem%
(iante desse panorama, podemos compreender a complexidade do professor
desempenhar seu oficio na atualidade e as mGltiplas relaç&es que ele tem que
estabelecer e construir para sedimentar a sua importHncia e !alor perante a sociedade dainformação e comunicação%
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<utro aspecto importante que merece atenção, ao preparar os professores,
refere-se aos conteGdos curriculares que precisam deixar de ser estanques e passarem a
integrar propostas ino!adoras e interdisciplinares de processos de ensino-aprendi*agem%
Essa é uma tarefa complexa e desafiadora para o professor que precisa re-
elaborar conceitos e práticas, e para isso precisa de estímulos, reconhecimento e tempopara refletir sobre as mudanças na sociedade que en!ol!e diretamente no seu papel de
professor%
U necessário trabalhar, nos cursos de formação, a conscienti*ação e reflexão da
importHncia pessoal, profissional e, sobretudo, o reflexo de uma formação docente
adequada na formação do cidadão da ?ociedade da >nformação e do onhecimento%
+esse contexto, as no!as geraç&es são mais pri!ilegiadas, de!ido / pr'pria
dinHmica social de adaptação e criação de estratégias para superar as dificuldades queas afetam% < problema reside nessa geração de transição em que o no!o se mistura com
o !elho criando medo, ansiedades, indefiniç&es e mais, ainda, nas geraç&es que não
foram contemporHneas /s mudanças em curso, as resistências são maiores%
"ormar professores para a ?ociedade da >nformação é um grande desafio e
en!ol!e, acima de tudo, prioridade nas políticas pGblicas de capacitação docente, além de
uma estrutura física e salarial apropriada e adequada para atender /s demandas do
professor%
Essas mudanças de paradigmas instaladas com a ?ociedade da >nformação
tra*em consigo !ários desafios para a profissão docente a qual precisa constantemente
ser re!ista e atuali*ada para atender a dinHmica da sociedade atual%
U na formação de professores que poderemos encontrar soluç&es para os
problemas decorrentes das dificuldades técnicas e pedag'gicas apresentadas pelos
professores nas salas de aulas%
[radualmente, os professores estão percebendo que os alunos de ho)e são
totalmente diferentes de alguns anos atrás% # maneira desses alunos perceberem o
mundo e as transformaç&es que os atingem, reflete diretamente na abordagem diferencial
que os professores precisam desen!ol!er para atrair a sua atenção e o seu interesse%
+ossa responsabilidade como educadores e formadores dos alunos-cidadãos do
século NN> nos obriga a re!er todo o nosso papel dentro da sociedade, aumentando
nosso compromisso com a aprendi*agem de qualidade para todos%
:ermos como hipertexto, multimídia, hipermídia são por muitos professores
uni!ersitários desconhecidos, dado gra!e !isto que essas express&es estão cada !e*
mais presentes na ?ociedade da >nformação e na literatura%
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(iante desse fato, percebemos o desafio que será construir modelos de
competências na formação de professores que os habilite a lidar com as no!as
linguagens de comunicação da ?ociedade da >nformação% .or essa ra*ão, os cursos
!oltados para capacitação de professores precisam criar uma cultura que familiari*e os
professores com as no!as linguagens e meios de construção e sociali*ação doconhecimento%
<bser!amos uma mudança radical nos meios de transmissão e arma*enamento
de informação que modifica os papéis atribuídos anteriormente aos professores% Essa
mudança de paradigma abre discuss&es sobre a importHncia de uma re-qualificação na
formação de professores%
Essa no!a demanda de conhecimentos, atitudes e habilidades frente /s
transformaç&es sociais re!ela a necessidade do professor desen!ol!er competências quenão eram cobradas, ha)a !ista a dinHmica social não exigir% >sso se modifica com a
entrada das :> na uni!ersidade e sua presença de destaque nas ati!idades cotidianas,
inclusi!e, no mundo do trabalho%
# responsabilidade dos professores na ?ociedade da >nformação é fundamental%
Ele é designado para formar alunos que terão participação ati!a na sociedade, s' que os
alunos apresentam ní!eis de dificuldades e estilos de aprendi*agem diferenciada
demonstrando que o professor precisa lidar com diferentes situaç&es para atingir a todos
alunos indistintamente%
Essa habilidade é construída e enriquecida com a experiência e conhecimentos
te'ricos e metodol'gicos desen!ol!idos e acumulados durante a experiência acadêmica
do professor% ?ão importantes nesse processo, o acesso e o conhecimento de
experiências de outros professores que possibilitam ao professor relacionar, comparar,
analisar e re!er posturas% Essa prática assegura a sociali*ação de conhecimentos e
práticas que auxiliam os professores na tomada de decis&es e resoluç&es de problemas%
# aquisição de competências pelos docentes precisa contemplar três dimens&es,
a primeira refere-se / com(et4ncia co-niti1a, é / apropriação de conhecimentos de
nature*a eminentemente epistemol'gica que de!e garantir o desen!ol!imento de aç&es
docentes teoricamente fundamentadas e o desen!ol!imento de aç&es educati!o-
formati!as%
# segunda, a com(et4ncia c$iati1a, di* respeito aos conhecimentos e
competências de caráter aplicati!o que permitem a todos os professores elaborar,
implementar e a!aliar atitudes com autonomia% # terceira são as com(et4ncias
comunicati1as, caracteri*ada pelas qualidades relacionadas /s habilidades socais e
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comunicati!as que se estabelecem nos !ínculos afeti!os e comunicati!os que
condicionam as possibilidades de atuali*ação das potencialidades de toda sua prática e
en!ol!e9 a aprendi*agem colaborati!a, cooperati!a e con)unta entre professores e alunos%
Essas competências de!em facilitar a formação de professores crítico-reflexi!os,
criati!os e capa*es de, entre outras coisas, decidir por si mesmos% < desen!ol!imentodessas habilidades são substanciais para que se)am implementadas as mudanças do
perfil do professor, capacitando desse modo profissionais competentes e habilitados para
atuar criticamente na ?ociedade da >nformação%
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LEITURA COMPLEMENTAR
CARNEIRO/ Ve$a C; Fo$ma%&o continuada de ($o*esso$es de matemática .imites e(ossi9i.idades; Dis(on)1e. em'tt(==H;J;K;KH=1c.oti.de=(u9.icacoes=An(ed@;(d* Acesso em
FORMA!O CONTINUADA DE PROFESSORES DE MATEMTICA
LIMITES E POSSIBILIDADES
Ve$a C.oti.de Ga$cia Ca$nei$o
0.ublicado nos #nais do > ?eminário de .esquisa em Educação - Kegião ?ul, organi*ado pelo"'rum dos oordenadores de .'s-[raduação e #ssociação +acional dos .rofissionais emEducação- #+.E(, "lorian'polis, B77P% (-K<M2
Resumo
# problemática da formação continuada de professores adquire atualmente
especial rele!Hncia por estar ligada / busca de no!os caminhos para a escola e para a
educação no $rasil%
.esquisas recentes em formação de professores sugerem queI a2 as noç&es de
Matemática escolar e as crenças epistemol'gicas que o professor carrega consigo com
relação / nature*a das Matemáticas e do seu ensino e sobre o papel do professor e dosalunos constituem marco referencial do seu processo de desen!ol!imento profissional
0Lerman B7P@I Ernest B7PA, B7P7I Llinares e ?anche* B7P7I urY B7782I b2 cada
professor constr'i de forma idiossincrática seu ideário pedag'gico, porém manifesta
tendências historicamente produ*idas com relação / Educação Matemática 0"iorentini,
B77A2I c2 é importante aproximar o ]eu-pessoal] do ]eu-profissional], na busca da
compreensão do fa*er-se docente 0+'!oa,B77AI [oodson, B775 2I d2 capacidade do
professor pensar de forma reflexi!a sobre seu trabalho e a ação coleti!a podem ser ocaminho para a transformação dese)ada no Hmbito da educação0 ?chTn, B77AI [ome*,
B77AI arr e 1emmis, B7PR2%
+essa perspecti!a foi desen!ol!ido o .ro)eto ].rofessores0as2 de Matemática9
"ormação e iniciação / docência], em B77R-B77C, subpro)eto da .esquisa9 ]+o!as
políticas e no!as práticas curriculares em formação de professores e professoras], do
"'rum das Licenciaturas da "K[? 0.K<[K#( - ">+E. - 7R7C2%
<s ob)eti!os9 B2 in!estigar como se constr'i a docência nas suas relaç&es com ocotidiano da escola pelo acompanhamento de professores em práticas ino!adorasI 52
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contribuir no aprimoramento e desen!ol!imento profissional de professores das escolas
na medida da inserção dos professores de Matemática dessas escolas em ati!idades
acompanhadas de reflexãoI @2 in!estigar como se constr'i a docência nas suas relaç&es
com o cotidiano da escola pelo acompanhamento dos diplomados na iniciação de sua
!ida profissional em B77C%
< .ro)eto reuniu um grupo de professores, ditos !eteranos, e de recém-formados
da "K[?% <s professores responderam a questionário sobre suas crenças,
concepç&es e práticasI plane)aram e executaram pro)etos práticos ino!adores em suas
salas de aulaI elaboraram relatos em diáriosI e participaram de seminários semanais%
Este trabalho parte do relato e da análise de depoimentos dos participantes de
duas diferentes ati!idades extensionais desen!ol!idas na "K[? para perceber os limites
e esboçar possibilidades para a formação continuada de professores de Matemática%H; Cu$so de atua.i,a%&o es(a%o da Uni1e$sidade
< curso ]:'picos de Matemática do contínuo e de Matemática discreta] foi
oferecido pelo >nstituto de Matemática da "K[? , no segundo semestre de B77R,
patrocinado pela "undação de #poio / .esquisa do Estado do Kio [rande do ?ul
0"#.EK[?2%
< curso, com 76 horas aula e @6 horas de prática, se prop=s 01uestionar o 1ue e
para 1ue ensinar e apresentando alternati)as de ensino com uso de computadores ecalculadoras e nas concepç2es atuais de ,atemática e de *ducação ,atemática0
0.ro)eto "#.EK[?, B77R2, e incluiu um período destinado / prática, plane)ado para dar
oportunidade aos professores de participarem na concepção, execução e a!aliação, em
grupo, de pequenos pro)etos%
:omamos como ob)eto de pesquisa C participantes, professoras de escolas
pGblicas estaduais da [rande .orto #legre, tendo em média 56 anos de ser!iço que
responderam questionários, escre!eram diários e deram entre!istas, submetidos a
processo de análise de conteGdos%
; Conce(%es/ c$en%as e (ostu$a *$ente 2 ino1a%&o
.ara essas professoras, a Matemática constitui um corpo de conhecimentos
estáticos que de!em ser transmitidos para os alunos, e sua função é executar essa
tarefa da melhor forma possí!el% .reocupam-se com o tempo, em geral curto para dar
todo programa que de!e ser dado% +ão questionam o 1ue de)e ser ensinado nem para
1ue ensinar determinada5 matéria para tais alunos, mas sim o como cumprir sua
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missão3 frente a uma série de condiç2es ad)ersas% #creditam que o ensino da
Matemática é importante para desen)ol)er o raciocínio e disciplinar a mente% #lgumas
referem também a necessidade de dar aos estudantes as ferramentas necessárias para
as outras ci4ncias% .ercebe-se assim, quanto / Educação Matemática, aspectos
predominantes da tendência formalista-clássica, com algumas referências ao ati!ismo-empírico 0"iorentini,B77A2% Essa !isão en!ol!e uma concepção absolutista 0Lerman,
B7P@I Ernest, B7P72 de Matemática, que é !ista como um con)unto de !erdades
irrefutá!eis, conhecimentos que preexistem ou no mundo das idéias ou na nature*a, e
que o aluno de!e descobrir%
.ara desestabili*ar essas crenças, os pequenos pro)etos práticos de ensino foram
concebidos sob influência de uma !isão falibilista - com ênfase na resolução de
problemas, !alori*ação das aplicaç&es da Matemática ao cotidiano e /s outras ciências,oportunidades de diálogo e sociali*ação entre os alunos - o que parece ter contribuído
para a percepção dos limites e possibilidades de uma prática ino!adora%
.or ino!ação, aqui entendemos uma oportunidade de superação e melhoria de
uma situação existente% +o campo didático, a ino!ação significa uma forma de
resistência ao estabelecido como regraI uma atitude de não conformidade com uma
situação dadaI uma procura de no!as modalidades de ensinar e aprender, diferentes do
con!encional%Possi9i.idades de mudan%a conte3to (sico.0-ico e socia.
Encontramos, no grupo, professoras inquietas que dese)am ino)ar3 fa5er algo
diferente do tradicional , procurar uma maneira de atingir os alunos, de )encer o
negati)ismo com relação à aprendi5agem da matemática3 de tornar essa matéria mais
prática3 mais concreta 3 mais pr6xima %
Essas professoras sentem necessidade e acreditam na possibilidade de mudar
embora muitas !e*es não saibam como% .or isso !alori*aram e apreciaram a
oportunidade de desen!ol!er um pro)eto assistido, reclamando das condiç&es de
isolamento a que são submetidas nas escolas e rei!indicando outras oportunidades de
trabalho coleti!o %
#pro!eitaram o momento para experimentar metodologias esquecidas - trabalho
em grupo- e propostas alternati!as para o ensino da Matemática-modelagem, problemas
com materiais concretos, uso do computador - que na sua prática quotidiana - aulas
expositi!as, pedagogia tradicional, li!ro texto, fichas - soaram como ino!adoras%
"oram unHnimes no dese)o de dar continuidade ao processo de mudança iniciado
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nesse curso%
(urante a execução do pro)eto, os sentimentos e!oluíram da ansiedade e
insegurança para a surpresa frente / reação dos alunos , chegando / satisfação pelo que
foi reali*ado%
7oi uma surpresa a maneira como os alunos reagiram à no)idade8 %rincipalmente minha turma 1ue é apática e super desorgani5ada9 :Concluímos 1uesomos capa5es de fa5er algo diferente e com isso desencadear reaç2es positi)as3 comuma )erdadeira participação de todos: 0>l*a2
7oi encantador como os alunos chegaram a diferentes maneiras de resol)er ummesmo problema :"lunos mudaram de atitude e passaram a mostrar interesse e participação : +ão posso esconder minha satisfação com o resultado obtido: 0Maria doarmo2
Encontramos também, na escola pGblica, professoras que produ*emconhecimento no!o, profissionalmente reali*adas, identificadas com os ob)eti!os da sua
escola e da sua comunidades num ensino !oltado para a tecnologia e para a produção%
Essas professoras dese)am aperfeiçoamento para estender suas descobertas e
experi4ncias a no)os conteúdos e outras séries%
+o grupo encontramos uma professora cansada, sem estímulo para sua profissão
tal como a pratica ho)e, imersa em problemas pessoais acrescidos pela baixa
remuneração, que dese)a um no!o caminho mas não acredita que ele exista na suarealidade% .lane)ou , discutiu, preparou, mas não te)e coragem de aplicar seu pro;eto3
pois os alunos do noturno estão sempre cansados e sem moti)ação3 não estão
preparados para no)idades: #ssim, apresenta uma prática dominada pela rotina , pela
tentati!a de racionali*ar e minimi*ar as dificuldades e pela repetição das tarefas %
+a pesquisa qualitati!a não se pretende estabelecer generali*aç&es , nem tomar
como típicos os casos estudados% ertamente, entre as professoras estaduais existem
muitos outros perfis, diferentes destes que aqui encontramos, porém, arriscamosafirmar, muitos profissionais se assemelham a estes, nas suas concepç&es crenças e
práticas%
; Seminá$io .u-a$ de inte$a%&o in*o$ma.
< seminário, desen!ol!ido no primeiro semestre de B77C 0como parte da pesquisa
%rofessores de ,atemática! formação e iniciação à doc4ncia, subpro)eto do "'rum das
Licenciaturas da "K[?, com auxílo ">+E.2, reuniu esta coordenadora seis professoras
recém-formadas no curso de Licenciatura em Matemática da "K[?, em B77C, e no!e
alunos licenciandos, e foi plane)ado em dois eixos9 a partir da con!i!ência, em B77R, com
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as professoras do curso "#.EK[? acima relacionadasI a partir do estudo de literatura
recente sobre o pensamento e a formação de professores%
Essa leitura nos trouxe os resultados de in!estigaç&es indicando que as crenças e
as idéias que o professor adquiriu no curso formador se transformam em outras,
construídas na escola, para )ustificar uma conduta de domínio de classeI as aç&es e
atitudes dos professores iniciantes mudam na direção das aç&es e atitudes comuns nos
professores em exercícioI porém há indicati!os de que este a)uste não é passi!o pois o
professor tem capacidade de manobra para tentar mudar a situação 0Marcelo [arcia,
B77AI ?anche*,B77A 2% .arece, assim, ser função do curso formado a)udar os
professores nos seus primeiros anos de docência apoiando-os neste conflito e
mantendo-os reflexi!os9 profissionais que buscam a compreensão e melhoria do seu
ensino a partir da reflexão sobre sua pr'pria experiência, pois 0o tipo de saber
inteiramente tirado da experi4ncia dos outros 8mesmo dos outros
professores9 é3 no melhor dos casos3 pobre3 e no pior3 uma ilusão0 0_eichner, B77@,
BC2%
+essa perspecti!a, os seminários, combinados com as práticas de ensino
constituem um dos cenários mais adequados%
0< papel do seminário é o de a;udar os participantes a
explorar suas pr6prias crenças e ob;eti)os3 expondo-as a no)asidéias e atitudes e a incenti)á-los a examinar as implicaç2es práticas dos di)ersos pontos de )ista educati)o08=oodman3.>?@3 p:AA? 9:
Conce(%es de Matemática e de ensino?a($endi,a-em no conte3to do cu$so
*o$mado$
#ntes de iniciarem sua atuação na escola, as seis participantes do seminário
responderam questionários, escre!eram hist'rias de !ida e iniciaram diárias, submetidos
posteriormente / análise de conteGdos%
(e acordo com o .ro)eto .edag'gico que o fundamenta, as características do
no!o currículo do curso de Licenciatura em Matemática da "K[? são - buscar a
integração, ao longo dos 8 anos de curso, entre as disciplinas das áreas pedag'gicas e
matemáticasI -iniciar o trabalho de formação a partir do ní!el em que se encontra o aluno,
retomando , ao longo do primeiro ano, conteGdos da escola secundáriaI -distribuir
equilibradamente os créditos entre disciplinas de caráter matemático e aquelas de caráter
pedag'gico% # estrutura curricular apresenta disciplinas de Matemática 0A@`2, integradoras
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0Educação Matemática- 5C`2, e de formação pedag'gica 0.sicologia, Educação - 56`2,
presentes em todo curso, diferentemente da tradicional estrutura @B ou 55%
Existem muitas oportunidades de ati!idades práticas, em contato com crianças ,
nas escolas do sistema, porém seu oferecimento depende da boa !ontade dos
professores , pois não constam explicitamente no currículo% +os dois Gltimos semestres
são oferecidas as .ráticas de Ensino > e >>, respecti!amente para B e 5 grau%
<s alunos mostram-se, em B77R-7C, influenciados pelas idéias construti!istas
piagetianas 0exploradas nas disciplinas de .sicologia e nas disciplinas de Educação
Matemática2, apresentando características de um construti!ismo pedag'gico adaptado,
não
radical, preocupado com a construção de conceitos e com a interação na sala de aula
0"iorentini, B77A2% #lguns estudantes participam de pro)etos extra-curriculares, como por exemplo o
.rograma para #lfabeti*ação de o!ens e #dultos da "K[? que se desen!ol!e a partir
de situaç&es do interesse de seus alunos- alunos são adultos3 excluídos há muito tempo
da sala de aula e3 além de tudo3 suas ambiç2es resumem-se à conclusão do .B grau:-
numa prática com características da tendência socioetnocultural 0"iorentini,B77A2%
+otamos nas )o!ens professoras, ao final do curso, a adesão natural aos princípios
das pedagogias ati!as% # necessidade de dar !o* e oportunidades de ação ao aluno éinquestioná!el% Wuanto ao relacionamento professor-aluno, referem que a base está em
não trabalhar a teoria pela teoria3 fa5er com 1ue os alunos se sintam à )ontade, manter
relacionamento amistoso: as identificam o aprender com a compreensão das idéias e
conceitos 3 manifesta pela capacidade de resol)er 8aplicar ou utili5ar os conceitos em 9
no)os problemas % "a*em questão de salientar que aprender não é decorar3 não é saber
fa5er de acordo com um modelo3 não é repetir coisas3 aprender é entender , o que , em
tese, as afasta da tendência formalista-clássica em Educação Matemática%
+o entanto, não questionam a a!aliação clássica- terminal, seleti!a% +esse sentido
as atitudes são conser!adoras, pois, de uma forma ou de outra, tentam le!ar o aluno a
reconhecer e corrigir o erro3 não sabendo como utili*á-lo no processo de ensino-
aprendi*agem: om relação aos !alores e finalidades do ensino da Matemática, as
manifestaç&es são !ariadas% U unHnime a importncia da ,atemática para desen)ol)er
as outras disciplinas: on!i!em assim, tendências absolutistas- ensinar para
desen!ol!er raciocínio pensamento l'gico e raciocínio induti!o ou para construir
ferramentas para as outras ciências - e falibilistas de Educação Matemática - ênfase na
resolução de problemasI desen!ol!imento da intuiçãoI da criati!idade e da imaginação%
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Inicia%&o 2 doc4ncia e o conte3to das esco.as
<s ob)eti!os do seminário basearam-se em _eichner 0B7PC29 B2 desen!ol!er
enfoque crítico na análise de quest&es educati!as na sala de aulaI 52 desen!ol!er sentido
da hist'ria de sua classe e identificar bases das regularidades da aula e da escolaI @2
examinar suas suposiç&es e preconceitos e a forma com que isto afeta a sala de aulaI 82
a examinar os processos de sua pr'pria inserção social como professores%
+o desen!ol!er das ati!idades, percebemos que duas das participantes - #na,
professora de escola pGblica sem recursos, e Maria- professora de escola particular
considerada modelar na sua comunidade- ambas atuando no interior do Kio [rande do
?ul, !i!em em realidades muito diferentes mas têm problemas comuns a enfrentar9
alunos desinteressados, adaptação 0ou não2 /s tradiç&es escolares e necessidade desobre!i!ência profissional%
#o discutir o problema de como despertar o interesse dos alunos para a
Matemática, questionamos a necessidade de estimular o dese)o intrínseco dos alunos,
contrastando as idéias da modelagem matemática a partir de problemas reais, de !ida-
tendência socioetnocultural- e da modelagem de problemas artificiais, criados pelo
professor a partir do cotidiano e das outras ciências- proposta empírico-ati!ista, baseada
na Escola +o!a% #o tratar das tradiç&es escolares, buscamos entender as semelhanças e diferenças
entre escola particular e pGblica9 existem ]maus] alunos definidos
diferentemente como ]rebeldes] ou ]fracassados]I ambas buscam a preser!ação do
status 1uo embora a escola particular o faça conscientemente, para benefício de uma
determinada classe social, e a pGblica o faça, aparentemente, sem refletir sobre as
implicaç&es dessa posturaI ambas as professoras iniciantes sentem-se forçadas a se
adequar ao sistema da instituição, porém, a escola particular cuida de seus filhos e os
a)usta ]docemente], enquanto a outra, quando não abandona o professor / sua sorte, age
sobre ele por coerção%
+o!amente é preciso salientar que esses resultados, em princípio, s' são !álidos
para as duas instituiç&es estudadas%
Conside$a%es *inais
<s professores de Matemática, em especial os da rede de escolas estaduais,
estão !i!endo um momento de crise% .or um lado são responsabili*ados pelo fracasso do
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ensino dessa disciplina, por outro lado estão literalmente submersos na sala de aula, sem
horários para reuni&es e sem tempo para estudo e reflexão, de!ido / carência de
docentes nessa área% Essa situação pode ser causa um stress imobili*ador, que impede
qualquer mudança% Muitos professores sentem-se cansados, desanimados, desiludidos e
totalmente impotentes frente a enormidade da tarefa que lhes é solicitada% Ensinar Matemática num ambiente agradá!el, onde todos tenham condiç&es de aprender parece
depender da transformação não s' da sala de aula e da escola mas também da
transformação da pr'pria sociedade%
.ercebemos, porém, nessa pesquisa, que esse quadro não é generali*ado% +ão
podemos nos referir ao professor, no singular% Existem diferentes indi!íduos exercendo a
docência%
<s professores iniciantes, com no!as concepç&es e potencial ino!ador, quecorrem o risco de serem sub)ugados pelo sistema e pelas tradiç&esI os professores
!eteranos inquietos, esperando apenas por um pequeno auxílio, uma pala!ra de
incenti!o, uma oportunidade, um espaço, um grupo de apoio para, rompendo a rotina e o
isolamento, !oltarem a sentir pra*er no exercício ati!o e criati!o da sua profissão%
Essas consideraç&es nos le!am a questionar o papel da ni!ersidade na
formação inicial e continuada de professores de Matemática%
formação inicial cabe, nesse momento9 a2 dar identidade ao professor, auto-estima e respeito pr'prio o que pode ser feito dando autonomia ao curso de Licenciatura,
tornando- independente do bacharelado e elegendo como ob)eto de pesquisa as
ati!idades de ensino nas disciplinas específicasI b2 transmitir os conhecimentos
fundamentais para o exercício da
profissão 0conhecimento dos conteGdos específicos, conhecimento pedag'gico e
conhecimento pedag'gico dos conteGdos2 o que pode ser feito fortalecendo a área de
Educação Matemática e oferecendo essas disciplinas durante toda a extensão do cursoI
c2 proporcionar ao futuro mestre muitas oportunidades de 0prática - clínica0 0.errenoud,
B77@2 e de 0prática reflexi)a0 0 ?chTn, B77A2 que podem estar ligadas a ati!idades de
0pes1uisa-ação0 0arr e 1emmis, B7PR2 - o que pode ser conseguido com o auxílio de
0escolas de desen)ol)imento profissional0 0_eichner, B77@2, num con!ênio entre
ni!ersidade e secretarias para atender escolas carentes%
# formação continuada para professores iniciantes tem o importante papel de a)udá-
los no enfrentamento do sistema% #s discuss&es coleti!as, assim como a escrita dos
diários auxiliam na reflexão sobre as aç&es e sobre as reflex&es que as professoras
efetuam durante as aç&es diárias tanto de plane)amento quanto na sala de aula%
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.ara os !eteranos, a formação continuada tem sentido quando !ai ao encontro dos
questionamentos e do pedido de socorro dos professores inquietos% :ais ati!idades tra*em
em seu bo)o oportunidades de9 a2 le!ar a cabo ciclos de reflexão-ação-reflexão na prática
e sobre a prática 0?chTn, B77A2 que, se repetidos, podem promo!er um salto
paradigmático nas concepç&es de Educação MatemáticaI b2 ir além do reforço nos
conteGdos, e oferecer aos alunos-mestres no!as abordagens, metodologias
alternati!as, momentos de discussão e questionamentos sobre tendências de Educação
Matemática , assim como de partilha e troca de experiênciasI c2 instituir nas escolas
comunidades reflexi!as de professores%
+essa perspecti!a, os exemplos estudados são limitados pelo seu oferecimento
epis'dico e pela sua origem-a ni!ersidade% # formação continuada que realmente
contribui na desestabili*ação de crenças tradicionais sobre a Matemática e sobre ensino-aprendi*agem é aquela que tem sua origem no professor da escola básica e que
consegue tornar-se parte da sua !ida%
+ossa esperança está na formação de um professor com auto-estima, reflexi!o,
ino!ador, com no!as concepç&es de Matemática e de ensino-aprendi*agem, que,
participando de um coleti!o e transformando-se )unto com ele, !enha a mudar a escola que
aí está%
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ATIVIDADES UNIDADE II
#ti!idades B 0:#KE"#2<lá, Estimado aluno\ .ara a reali*ação dessa ati!idade, con!ido para elaboramos um
texto a partir do que é proposto na ati!idade abaixo% ?ua participação será acompanhada
pelo tutor e professor da disciplina, suas contribuiç&es e interaç&es são de fundamental
importHncia% Entendo a profissão docente como uma ati!idade que exige constante
formação e capacitação% omo este profissional pode, a partir das leituras dos textos da
unidade >>, que tratam da formação inicial e continuada de professores, colaborar para
uma formação crítica, ino!adora e permanenteO
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UNIDADE III 5 CONTRIBUIES DA LEGISLA!O PARA A IDENTIDADEDOCENTE
+esta nidade propomos discutir as contribuiç&es da legislação para a identidade
dos profissionais da educação no $rasil, sob o olhar de alguns te'ricos que nos a)udaram
a compreender melhor a difícil tra)et'ria dessa classe trabalhadora%
< homem que se constitui su)eito, na relação que instaura com o outro, necessita
de cuidados específicos e de uma longa infHncia% (iferente de outras espécies animais, o
homem desen!ol!e habilidades e alcança competências que lhe permitem e!oluir e
conhecer% < homem constr'i o conhecimento por meio de sua capacidade de manifestar-
se e de interagir com o outro%
(entro dessa perspecti!a, a educação é o caminho para se pensar a sociedade e
tem um papel de extrema importHncia% .ara tanto, é necessário in!estir na formação do
professor, pois é ele que !ai interagir com os indi!íduos em sala de aula desde da
infHncia, buscando desen!ol!er suas habilidade e competências, é o formador de opinião,
que !ai contribuir com formação das sociedades futuras% E, assim, é necessário que esse
profissional este)a preparado, bem formado, e em condiç&es sociais e econ=micas dignas
para que suas interaç&es com o outro possam desen!ol!er uma relação de amor%
# educação é o caminho para um mundo melhor, mais )usto, solidário e tolerante
não pode ser compreendida como um simples ato de transmissão de técnicas costumes e
cultura% (e!e transcender, ir além das fronteiras do seu ob)eto, do pensamento, da !isãode sociedade, pois assume formas e modalidades nos grupos humanos, em seus
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di!ersos graus de e!olução e de crescimento%
.ercebe- se que atuar como professor implica uma autoridade a ser exercida e
respeitada, porém essa autoridade não pode ser autoritária, de!e ha!er uma relação
transformadora, que transforma seu relacionamento com o aluno em ocasião de
crescimento para ambos%.ara lidar com o quadro atual da educação, marcado por sérios problemas de
disciplina, problemas de ordem curricular, problemas dramáticos como o tráfico de drogas
e familiar, os professores precisam ser preparados humana e psicologicamente, estar em
constante formação aprendendo as no!as linguagem s'cias para interagir com os alunos,
uma linguagem atraente e acessí!el com a qual poderá abordar os mais diferentes
temas, desde os específicos de uma disciplina aos temas complexos da ética, da
cidadania, da afeti!idade, da religiosidade e etc%(iante desse contexto, eu lhe pergunto como formar esse docente para um
uni!erso tão complexo, onde as necessidades humanas pedem sempre mais e mais e
maisO
Wuais as leis que garantem sua integridadeO ?ua qualidade de !idaO ?ua formação
de qualidadeO < que poderemos fa*er para buscar uma condição melhor para esse
indi!iduo na sociedade como um todoO
$em, tudo é muito complicado, pois o professor é um indi!iduo humano, su)eito a
erros, inacabado como di*ia .aulo "reire, que, assim como qualquer pessoa na
sociedade, também tem suas necessidades, também se sente excluído% Jamos estudar
os textos desta unidade e tentar compreender de que forma a identidade do docente foi
construída, no $rasil, e em que contexto hist'rico aconteceu%
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EDUCA!O/ CULTURA/ NEOLIBERALISMO E NOVAS FORMAS DE EWCLUS!O
#rist'teles da ?il!a <li!eira
Resumo
Este artigo analisa, a partir de di!ersos olhares confluentes ou não, os caminhos que trilharam a educação ea cultura durante a formação do estado nacional brasileiro e as atuais propostas políticas neoliberais para aeducação e cultura e as no!as formas de exclusão% #borda como a educação e a cultura ao longo dahist'ria foram determinantes na condução política tanto no Hmbito social e econ=mico para exclusão damaioria da população brasileira intensificado, atualmente, com o uso das :ecnologias da >nformação eomunicação 0:>2 em todos os setores da sociedade, contribuindo para uma no!a forma de exclusão, adigital% #nalisa com as :> encurtam distHncias e rompem barreiras culturais e econ=micas interferindo
diretamente na forma das pessoas pensarem, !i!erem, produ*irem% ?er!indo sobretudo para legitimação deuma sociedade cada !e* mais em sintonia com as propostas neoliberais para a sociedade do século NN>%
.ala!ras-ha!e9 Educação, ultura, exclusão digital%
?e a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental a educaçãopode% ?e a educação não é a cha!e das transformaç&es sociais, não étambém simplesmente reprodutora da ideologia dominante% < quequero di*er é que a educação nem é uma força imbatí!el a ser!iço datransformação da sociedade, porque assim eu queira, nem tampoucoé a perpetuação do Dstatus quo porque o dominante o decrete%
.aulo "reire
H; A educa%&o no B$asi. JXX anos de e3c.us&o socia.
# conquista e o domínio português no $rasil por mais de três séculos geraram
problemas estruturais na organi*ação política, econ=mica e social do país% < pacto
colonial pri!ilegiou desde o nascedouro do país, a grande disparidades que le!ou a cabo
formas de dominação e exclusão que perpetuaram até os dias de ho)e%
Encontramos, nos primeiros séculos, uma organi*ação social !oltada para atender
as necessidades da metr'pole% #ssim, Da organi*ação escolar no $rasil-ol=nia está,
como não poderia deixar de ser, estritamente !inculada / política coloni*adora dos
portugueses% 0K>$E>K<, B7P7, p% 562%
?egundo a autora, nesse período, a educação está a ser!iço de uma política
colonial, e neste sentido, ela ser!iu para instruir os filhos dos colonos que !ieram de
.ortugal ou que nasceram no $rasil% # educação esta!a sob a responsabilidade dos
padres )esuítas os quais esta!am impregnados de uma postura educacional conser!adora
que !alori*a!a os conteGdos humanísticos e negligencia!am-se as descobertas e
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produç&es ocorridas com o surgimento da ciência moderna%
(urante todo esse período, que corresponde aos três primeiros séculos de
dominação portuguesa, a educação ficou seleta a uma parte ínfima da sociedade, ficando
de fora a maioria da população excluída dos processos educacionais%
# educação durante o período da primeira repGblica não modificou seu caráter
excludente iniciado, como !imos no período colonial% #o analisar a constituição
republicana de BP7B, na qual incubiu a nião da responsabilidade do ensino superior e
secundário #ranha 0B77R, p% B7C2 afirma que9
U reforçado o !iés elitista, enquanto a educação elementar continua a receber menor atenção% < secundário, pri!ilégio das elites, permanece acadêmico epropedêutico, !oltado para a preparação ao curso superior e humanístico, apesar dos esforços dos positi!istas para re!erter este quadro% .ersiste portanto o
sistema dual de ensino%
# constituição de BP7B, ao criar o presidencialismo no $rasil e ao estabelecer o
sistema federati!o, foi muito tímida e cautelosa em matéria de educação não
incorporando idéias e princípios que a doutrina política e educacional )á discutia então
0"#JEK<, 566B2% # luta por uma educação mais igualitária e uni!ersal ganhou força com
o Manifesto dos .ioneiros da Educação que critica!a o quadro educacional legitimado
deste a primeira repGblica e que perdura!a até a década de @6%
<b)eti!ando uma participação maior da educação no rumos do país, o manifesto
elabora um documento que9
(efende a educação obrigat'ria, pGblica, gratuita e leiga como um de!er doEstado, a ser implantada em programa de Hmbito nacional% rítica o sistema dual,que destina uma escola para os ricos e outros para os pobres, rei!indicando aescola básica Gnica 0#K#+3#, B77R, p% B7P2%
?egundo a autora o manifesto foi muito importante na hist'ria da educação
brasileira, porque pela primeira !e*, representa a tomada de consciência da defasagem
entre a educação e as exigências do desen!ol!imento% D.ois como di* o documento, se a
e!olução orgHnica do sistema cultural de um país depende de suas condiç&es
econ=micas ou de produção, sem o preparo intensi!o das forças culturais e o
desen!ol!imento das aptid&es / in!enção e / iniciati!a que são os fatores fundamentais
do acréscimo de rique*a de uma sociedade 0K<M#+ELL>, B776, p% B8A2%
+a agenda do manifesto dos pioneiros esta!a9 o direito de todos / educaçãoI a
expansão e institucionali*ação do ensino pGblico e a laicidade% Mas, como destaca
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Komanelli 0B7762, o documento elaborado pelo manifesto dos pioneiros representou um
a!anço para a época, no entanto, não questiona!a a no!a ordem econ=mica implantada
no país%
"oi na década de @6, precisamente na constituição de B7@8, que pela primeira
!e* na constituição brasileira fala-se sobre diretri*es para a educação nacional, como
declara ?a!iani 0B77C, p% 729
# origem da temática relati!a /s diretri*es e bases da educação nacional remonta/ onstituição "ederal de B7@8, a primeira das nossas cartas magnas que fixoucomo competência pri!ati!a da nião traçar as diretri*es da educação nacional0artigo quinto inciso N>J2% <bser!a-se que, nesse momento, ainda não aparecia apala!ra Dbases% Mas resulta claro, pelo enunciado, que se pretendia organi*ar a
educação em Hmbito nacional daí a necessidade de diretri*es a seremobser!adas em todo o territ'rio nacional%
< autor esclarece que, apesar do dispositi!o do artigo que pre!ia uma Lei de
(iretri*es da Educação +acional, o que !incou foi a formulação de um .lano +acional de
Educação por ter ocorrido /s !ésperas do golpe que instituiu o Estado +o!o,
in!iabili*ando sua execução%
# primeira Lei de (iretri*es e $ases da Educação +acional 0L($2 foi apro!ada
em de*embro de B7RB e ficou conhecida como lei n 8%658RB, que logo sofreu alteraç&es
com o golpe militar no qual elaboraram uma no!a lei A%A86RP, que procura!a adequar a
educação ao no!o cenário político e econ=mico instaurado%
ma no!a L($ foi apro!ada somente em B77R 0Lei n 7%@787R2% D< processo de
discussão da no!a L($ te!e início ainda durante a elaboração do capítulo da educação
na constituinte 0B7PR-B7PP2 [adotti 05666, p% PA2% á em clima de redemocrati*ação,
ampliam-se as discuss&es em todos os setores da sociedade pela busca de uma
educação gratuita, obrigat'ria e de qualidade para todos% #pesar da pressão e
participação das entidades representati!as da educação, a lei tratou das quest&es
problemáticas da educação de forma genérica como aponta $er*e*ins4i 05666, p% @529
< ní!el de generali*ação da L($ é de tal en!ergadura que o torna menosimportante como lei maior da educação nacional, isto é, as diretri*es e bases daeducação nacional que reordenaram de fato a educação caminha por fora daL($9 nas medidas pro!is'rias, emendas constitucionais, pro)etos de lei
encaminhados pontualmente ao ongresso pelo Executi!o e nas resoluç&es eportarias do ME% # L($ tem sobretudo um papel legitimador das grandesreformas que estão sendo feitas com grande !elocidade na educação, tanto por
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iniciati!a do ME quanto de alguns estados e municípios%
#s expectati!as criadas em torno da lei n 7%@787R foram frustradas porque ao
in!és de atender aos anseios das entidades representati!as dos trabalhadores da
educação, ela continuou a legitimar o papel excludente que a educação te!e deste a suainstitucionali*ação no país% .ara atender as necessidades reais, esta L($ não poderia
prescindir do que assinala urY 0B77C, p% 7R29
"inalmente, uma lei de educação nacional não pode deixar de considerar arealidade brasileira, marcada enfaticamente pela excludência e por toda a sortede discriminação% E, se uma lei de educação nacional se quer democrática, elade!erá ser efeti!a no que se refere / uni!ersali*ação do direito ao saber% (á-se,pois, uma tensão entre o caráter desigual e excludente de nosso sistema social
em função de coesão social, logo, de alguma forma de inclusão e de participaçãoque se atribuem / educação escolar%
#pesar das entidades representati!as da educação se mobili*arem na busca de
uma legislação que atendesse /s necessidades das camadas da sociedade mais
excluída, o que !emos é uma legislação que Dé sempre o resultado da proposição dos
interesses das classes representati!as no poder 0K<M#+ELL>, B776, p% BPP2%
<utrossim, não podemos nos conformar com a crítica /s desigualdades sociais e
disparidades regionais, é preciso encontrar caminhos propositi!os e será desses
mo!imentos em prol da cidadania que, em boa parte, se poderá recriar a democracia
como in!entora de no!os direitos e no!os de!eres% 0K, B77C2%
; A e3c.us&o da cu.tu$a ne-$a na *o$ma%&o do estado 9$asi.ei$o
# resistência indígena ao trabalho escra!o fe* com que .ortugal, seguindo
experiências de outras col=nias suas, trouxessem escra!os da ^frica para trabalhar nas
plantaç&es de cana-de-açGcar no $rasil%
om a !inda dos escra!os, o perfil da população formada no $rasil caracteri*ou-
se por uma peculiaridade em relação /s demais populaç&es constituídas no mundo% #
miscigenação de costumes e po!os propiciou uma rique*a cultural inigualá!el e o
surgimento de um contingente populacional muito expressi!o como aponta Munanga
0B77R, p% BP62 Ddesde a época colonial portuguesa hou!e e há um intensi!o processo de
miscigenação entre branco e índios, brancos e negros, índios e negros%
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Essa rique*a cultural, resultado das miscigenaç&es, desencadeou
desdobramentos políticos, sociais e econ=micos que representam ao longo da hist'ria a
tensão de grupos culturais e classes sociais no país e a predominHncia de uma cultura
sobre a outra, contudo não foram impostas sem resistência, lutas ou mecanismos de
burlar a dominação da cultura branca européia em detrimento das outras culturas%
+a busca de uma identidade nacional3 ap's a independência e a abolição da
escra!atura, as elites brasileiras encontraram Ddois obstáculos no seu caminho9 a
di!ersidade étnica ou cultural, consideradas como fatores negati!os / formação de uma
solidariedade e de uma união% omo então proceder para que possa ha!er tal união, da
qual dependerá o futuro do $rasil como pro)eto de naçãoO 0op: cit , p% BP6-BPB2%
Munanga 0B77R2 analisou teorias que foram elaboradas para definição do
brasileiro, enquanto po!o e como nação, destacadas a seguir9
Dete$minismo Bio.0-ico F teoria do século N>N, acredita!a-se que a
mestiçagem era um complicador que degeneraria a cultura dos outros grupos de origem
di!ersa, o que marcaria negati!amente o destino do $rasil como po!o% +a perspecti!a
dessa teoria, a raça é o eixo dominante de toda a reflexão a respeito da identidade
nacional%
B$an+ueamento F contrária ao determinismo biol'gico, essa teoria afirma!a quea pure*a étnica seria alcançada por meio da miscigenação% # teoria do branqueamento
defendia que atra!és da miscigenação o negro e o índio assimilariam mais as
características do branco que contariam também com a imigração de europeus formando
uma raça ariana li!re do Denegrecimento do país%
Cu.tu$a. F desloca a discussão do conceito de raça para o conceito de cultura
criando o mito da democracia racial, baseada na dupla mestiçagem biol'gica e cultural
entre as três raças% Essa teoria esboça a idéia de con!i!ência harmoniosa entre osindi!íduos de todas as camadas sociais e grupos étnicos, permitindo as elites dominantes
dissimular as desigualdades e impendido os membros das comunidades não brancas de
terem consciência dos sutis mecanismos de exclusão da qual são !ítimas na sociedade%
# elite brasileira sempre se inspirou nas elites européia e foram influenciadas
pelos condicionantes políticos, sociais, econ=micos, culturais ad!indos de fora% Mesmo a
emancipação dos escra!os foi reali*ada por pressão do liberalismo !igente no século N>N,
que imp=s ao $rasil o fim da escra!idão como declara ?antos 05665, p% C729
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?e as metas do liberalismo eram o interesse indi!idual apoiado no interessecoleti!oI a utilidade em consonHncia com o direito natural e a garantia daestabilidade econ=mica sem contrapor-se aos ideais de liberdade%
#pesar da resistência dos donos de escra!os, principalmente do nordeste que
continua!a com sua base econ=mica na plantação de cana-de-açGcar, a no!a ordemecon=mica !igente no país liderada pelos sulistas saiu !itoriosa% +o entanto, o que
queremos sublinhar é que a emancipação dos escra!os tinha uma característica
estritamente econ=mica, ou se)a, esta!a despro!ida da !isão de reconhecer no escra!o
um indi!iduo com plenos direitos de cidadão%
# luta pela libertação dos escra!os era !ista apenas pela 'ptica dos ideais
liberais, em nenhum momento cogita!a o aspecto social e degradante da escra!idão ou a
inclusão social deles na sociedade Da questão da emancipação soma-se / da inferioridadedos negros quando se trata do desen!ol!imento e do aperfeiçoamento dos cidadãos
brasileiros% 0?#+:<?, 5665, p% PB2%
<s índices de criminalidade, pobre*a, discriminação entre os negros são
recorrentes e alarmantes% Ke!ela o débito da nação brasileira para aqueles que sob
condiç&es ad!ersas ergueram o $rasil%
3o)e, quando se discutem formas de compensação e inserção mais
representati!as do negro na sociedade, a exemplo das aç2es afirmati)as como as cotas,
esbarram nas mais di!ersas oposiç&es mesmo daqueles que pertencem ao meio
acadêmico, considerados, Desclarecidos Dancoram as ma*elas brasileiras na pobre*a
descartando total ou parcialmente as articulaç&es entre o ser pobre e o ser negro,
?>LJUK>< 0566@, p% R82%
?egundo o autor, essa postura é de!ida / concepção de que a pobre*a é
resultado da incorporaçãoaquisição segmentada e estratificada dos !alores modernos
que, embora presentes na sociedade brasileira, são desigualmente apropriados
especialmente pela inexistência de uma sociedade tipicamente liberal burguesa no país, o
qual nos legou no plano de direitos e de!eres uma cidadania regulada%
.or certo, é inconcebí!el a discriminação ou racismo ancorados na cor do
indi!íduo, porém, foi esse um dos argumentos usados pelos brancos para discriminar e
dominar os negros excluindo-os social, cultural e economicamente% abe, portanto, todas
as formas possí!eis de assegurar políticas de inclusão, pois Dqualquer forma de
discriminação é imoral e lutar contra ela é um de!er por mais que se reconheça a força
dos condicionantes a enfrentar "reire 0B77R, p% R62
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.oucos dos que se di*em contra as cotas são capa*es de )ustificar, com dados e
reflex&es aprofundadas, sua decisão colocada, muitas !e*es de um modo primário, em
termos de sim ou não, como se tratasse de uma mera questão de preferência% 0?#+:<?I
L<$#:<, 566@2% ?em dG!ida as cotas é um instrumento !alioso para inclusão dos negros
nas uni!ersidades% <utras propostas que busquem a inserção do negro na escolade!erão ser elaboradas, discutidas e implementadas Dapesar dos condicionamentos a
enfrentar%
; A in*.uencia neo.i9e$a. nas (o.)ticas educacionais da dcada de @X aosdias atuais
< processo de globali*ação está mudando a política, a economia, e a hist'ria
[adotti 056662% ?egundo o autor, para pensar a educação é preciso refletir sobre o
processo de globali*ação da economia, da cultura e das comunicaç&es%
+este imenso mundo, cada !e* mais as distHncias culturais, econ=micas e
políticas estão se encurtando e se aproximando e influenciando umas as outras% #
educação nesse no!o cenário, precisa não apenas adequar-se a esse no!o contexto mas
procurar alternati!as para que o processo de globali*ação não refine ainda mais a
exclusão social gerada pelo sistema capitalista%
ontudo, o que se constata nesta Gltima década nos países em !ia de
desen!ol!imento é a imposição de políticas internacionais que interferem diretamente no
esqueleto econ=mico desses países% +o $rasil encontramos9
# presença de 'rgãos internacionais, distiguindo-se os 'rgãos multilaterais definanciamento como as agências do $anco Mundial 0do tipo $>( e $>K(2, dos'rgãos !oltados para a cooperação técnica 0do tipo +>E" e +E?<2% omoos caminhos da globali*ação implicaram a reforma do Estado e como estasignificou um grande afastamento do Estado de !ários campos de ati!idade, como enxugamento das contas pGblicas, boa parte dos in!estimentos da educaçãonão foi contemplada com a poupança interna% 0K, 5665, p% BC72%
# ausência do Estado na ampliação das políticas pGblicas, !oltadas para atender
/s demandas sociais, caracteri*a o mo!imento atual que estamos !i!endo% +a educação
especificamente, o processo de globali*ação por que passa o $rasil se configura por um
momento marcado pela informati*ação, por transformaç&es aceleradas e,
consequentemente, pela emergência de uma no!a concepção de mundo, de homem e desociedade% omo a educação está inserida neste contexto, fa*-se necessário refletir
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; Desa*ios (a$a inc.us&o di-ita. de ($o*esso$es
# globali*ação, atualmente, não é um tema com abordagem futurista, )á sofremos
sua interferência na economia, na escola, no trabalho, na cultura% < a!anço tecnol'gico éo principal agente que acelera a globali*ação, o espaçotemporal como também as
barreiras que impediam a globali*ação do mercado estão cada !e* mais desestruturadas,
ocasionada, principalmente, pela informati*ação dos meios de produção e comunicação%
< mundo global exige cada !e* mais dos países uma adequação ao no!o cenário
que se configura% # sociedade da informação é caracteri*ada pela enorme produção de
conhecimentos, acesso /s tecnologias e a democrati*ação dessas tecnologias% Wuando
os países menos desen!ol!idos por condiç&es hist'ricas e pela falta de políticas na áreatecnol'gica não conseguem acompanhar esses a!anços, ocorre o que pesquisadores da
sociedade do conhecimento como $ianchetti 0566B2, ?eabra 0B7782, (oQbor 0566B2,
Wuéau 0B77P2 indicam que esses países são extremamente pre)udicados pela economia
global, beneficiando aqueles que )á !em de um processo a!ançado de informati*ação dos
meios de produção%
.ara ^rea 0566B2, do mesmo modo que outros setores estratégicos de nosso
sistema social tem sido transformados, com maior ou menor !elocidade, suas estruturasse adaptando /s no!as exigências s'cio-econ=micas, o sistema educati!o necessita
também repensar seu papel, seus conteGdos suas formas de transmitir e desen!ol!er a
cultura e seus procedimentos de gestão e organi*ação% < sistema atual escolar de!e
mudar e adaptar-se / sociedade do século NN>%
?egundo Mercado 056662, nesta no!a sociedade, o papel central do
conhecimento é fator decisi!o para produção% < Dbem de !alor é criado pela
produti!idade e pela capacidade de ino!ar, aplicando o conhecimento /s ati!idadesproduti!as% .or este moti!o é necessário que a escola este)a preparada para atuar nesta
no!a sociedade, preparando os alunos para participarem ati!amente dos processos que
en!ol!em a sociedade do conhecimento e que cada indi!iduo saiba utili*ar as tecnologias%
.ara (oQbor 0566B2, quando repensamos a educação formal e a educação de
adultos neste contexto, é para considerá-las como ati!idades centrais e organi*adoras, e
não mais como eixo Gnico de formação% Em outros termos, a escola tem que passar a ser
um pouco menos Dlecionadora e bastante mais mobili*adora e organi*adora de um
processo cu)o mo!imento de!e en!ol!er os pais e a comunidade, integrando os di!ersos
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espaços educacionais que existem na sociedade, e, sobretudo, a)udando a criar este
ambiente científico-cultural que le!a / ampliação do leque de opç&es e ao reforço das
atitudes criati!as do cidadão%
# participação da escola neste no!o cenário é inigualá!el para o êxito na
formação de alunos capa*es de atuar de forma crítica e aut=noma na sociedade% <
professor de!e interagir com os alunos, saber utili*ar as tecnologias e delas tirar
!antagens, principalmente, para assegurar a seus alunos um conhecimento que os
le!arão a ser, sobretudo, cidadãos com competências e habilidades para participarem dos
processos da sociedade digital%
.ara [allego 0566B2, para que as tecnologias da informação e comunicação
este)am presentes na escola da sociedade da informação em qualquer ní!el e em
qualquer situação, é importante reconhecer que os professores de!em ter9 tempo, uma
capacitação permanente e apoio técnico% ?em essas preocupaç&es, será inGtil qualquer
in!estimento em políticas de inclusão digital%
aso os professores não tenham uma de!ida preparação para utili*ar as
tecnologias da informação e da comunicação na escola não poderemos falar de uma
efeti!a inclusão digital, dois elementos são fundamentais para inclusão digital plena em
nossa sociedade%
.rimeiro, capacitação dos professores das escolas pGblicas para utili*arem
pedagogicamente as :> na sala de aula%?egundo, as ferramentas tecnol'gicas de!em
ser colocadas / disposição do cidadão não apenas como trabalhador, mas também para
suas necessidades pessoais% # impregabilidade - capacitação do funcionário para que ele
enfrente desafios tanto na empresa quanto no mercado de trabalho, como assinala ru*
056682% +esta tarefa, as empresas têm papel fundamental trabalhando como agentes
multiplicadores para inclusão digital dos seus funcionários%
:odos esses a!anços tecnol'gicos s' terão sentido se todos participarem e forem
beneficiados com o seu uso% aso contrário, pobre*a, miséria, fome, criminalidade e
outros fatores causados, principalmente, pela desigualdade social aumentarão em
proporç&es )amais !istas anteriormente, acentuando, assim, a exclusão social, senão
existir igualdade de oportunidades e acesso a essas tecnologias a sociedade da
informação e do conhecimento será apenas um estado mais e!oluti!o do capitalismo no
qual as ma*elas desse sistema e os desní!eis sociais entre classes e entre os países
desen!ol!idos, em desen!ol!imento ou subdesen!ol!imento aprofundarão%
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ser!iu, sobretudo, para criar um sistema propedêutico e elitista em que a maioria da
população não te!e acesso / escola ou quando te!e não permaneceu o tempo necessário
influenciando determinantemente na sua formação humana%
Em nossa sociedade cada !e* mais será cobrada uma formação coerente com o
atual estágio de desen!ol!imento que a humanidade se encontra% "ormar professores no
século NN> não poderá prescindir de um preparo permanente para utili*ação das :> e
que saiba lidar com a di!ersidade ética e cultural que este)a comprometido com a
solidariedade, cooperação e emancipação humana% .arafraseando .aulo "reire, se a
educação não pode tudo, ela pode contribuir significati!amente para uma sociedade mais
crítica, mais humana e menos seleti!a%
K; Re*e$4ncias
#+(E?% Aná.ise do -$u(o de t$a9a.'o de (o.)tica educaciona. ? -t(e doandes?sn so9$e a ($o(osta de di$et$i,es cu$$icu.a$es nacionais do cu$sode (eda-o-ia% (isponí!el em http9QQQ%andes%org%brimprensaultimascontato!ieQ%aspO4eY@8CAj acessoem9 BP6P566A%
#K#+3#, Maria LGcia% 6ist0$ia da educa%&o% ?ão .aulo9 Moderna, B77R%
#KE#, Manuel % Educa$ en .a sociedad en .a in*o$maci0n % $ilbao9 (esclée,566B%
$>#+3E::>, Lucídio; Da c'a1e de *enda ao .a(to(9 tecnologia digital e no!asqualificaç&es9 desafios / educação .etr'polis9 Jo*es, "lorian'polis9 "?,566B%
$K_E+_>+?1>, >ria% LDB inte$($etada9 di!ersos olhares se entrecru*am% ?ão.aulo% orte*, 5666%
K_, Kenato% O +ue as em($esas (odem *a,e$ (e.a inc.us&o di-ita. % ?ão.aulo% Ethos, 5668%
K, arlos Koberto amil% # no!a lei de diretri*es e bases da educaçãonacional9 uma reforma educacionalO >n! Medo 2 .i9e$dade e com($omissodemoc$ático! L($ e .lano +acional de Educação% ?ão .aulo9 Editora do$rasil, B77C%
(<Z$<K, Ladislau%Os no1os es(a%os do con'ecimento
% (isponí!el em9http9ppbr%comldconhec%aspj acesso em9 6R675668%
% Tecno.o-ias do con'ecimento os desa*ios da educa%&o%
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(isponí!el em9 http9ppbr%comldtecnconhec%aspj acessado em9 6R675668%
"#JEK<, <smar 0org2% A educa%&o nas constituintes 9$asi.ei$as HY?H@YY%ampinas9 #utores #ssociados, 566B%
"KE>KE, .aulo% Peda-o-ia da autonomia9 saberes necessários / praticaeducati!a% ?ão .aulo9 .a* e :erra, B77R%
[#(<::>, Moacir e colaboradores% .erspecti!as #tuais da Educação% .orto #legre9 #rtmédicas, 5666%
[#LLE[<, M%; E. ($o*esso$ado .a inte-$aci0n cu$$)cu.a$ de .as nue1astecno.o-)as% >n #rea, Manuel% Educa$ en .a sociedad de .a in*o$maci0n%$ilbao9 (esclée, 566B%
L#_#K:E, Leonardo% Ecologia cogniti!a na sociedade da informação% Re1istaCi4ncia da In*o$ma%&o% !ol%57, no%5, p%8@-AB9 $rasília, 5666%
MEK#(<, Luís .aulo% +o!as tecnologias na educação9 no!os cenários deaprendi*agem e formação de professores% >n <L>JE>K#, Maria 0org%2%Re*.e3es so9$e con'ecimento e educa%&o% Macei'9 E("#L, 5666%
M+#+[#, 1abengele% Mestiçagem e experiências interculturais no $rasil% >n9?3Z#K_, Lilia Morit*% Ne-$as ima-ens9 ensaios sobre cultura e escra!idão
no $rasil% ?ão .aulo9 E(?., B77R%
K>$E>K<, Maria Lui*a% 6ist0$ia da educa%&o 9$asi.e$ia9 a organi*açãoescolar% ?ão .aulo9 orte*, B77P%
K<M#+ELL>, <taí*a de <li!eira% 6ist0$ia da educa%&o no B$asi.% .etr'polis9Jo*es, B776%
?#+:<?, [islene% A in1en%&o do se$ ne-$o9 um percurso das idéias quenaturali*aram a inferioridade dos negros% ?ão .aulo9 E("#.E?.I Kio deaneiro9 .allas, 5665%
?#+:<?, KenatoI L<$#:<, "átima% A%es a*i$mati1as9 politicas publicascontra as desigualdades raciais% Kio de aneiro9 (.X#, 566@%
?#J>#+>, (erme!al% A no1a .ei da educa%&o; LDB% :ra)et'ria, limites eperspecti!as% ampinas?.9 #utores #ssociados, B77C%
?#J>#+>, (erme!al% Do senso comum 2 consci4ncia *i.os0*ica% Ak ed% ?ão.aulo, orte*, B7PA
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?E#$K#, arlos% Inc.us&o di-ita. desa*ios maio$es +ue as sim(.es 9oasinten%es; (isponí!el em9 http9QQQ%cidec%futuro%usp%brartigosartigoR%htmljacessado em 6R675668%
% Inc.us&o di-ita. a.-umas ($omessas e muitos desa*ios%(isponí!el em9 http9QQQ%cidec%futuro%usp%brartigosartigoB5%htmlj acessoem9 6R675668%
% Uma no1a educa%&o (a$a uma no1a e$a% (isponí!el em9QQQ%cidec%futuro%usp%brartigosartigoBB%htmlj acesso em9 6R675668%
:#J#KE?, Maria das [raças% < papel social da uni!ersidade9 reflex&es acercada formação do professor% >n9 MEK#(<, Luís .auloI 1LL<1, Maísa 0orgs2%
Fo$ma%&o de ($o*esso$es9 política e profissionali*ação% Macei'% E("#L,5668%
:E>NE>K#, "ranciscoI <L>JE>K#, Manfredo% Neo.i9e$a.ismo e $eest$utu$a%&o($oduti1a as no1as dete$mina%es do mundo do t$a9a.'o % ?ão .aulo%ortes, B77P%
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LE>:K# <M.LEME+:#K
<L>JE>K#, #rist'teles <% #nálise crítica sobre tecnologias da informação e comunicaçãona formação dos professores% Macei', Mimeo, 566R%
.arecer +EE? n B%@65, de R de no!embro de 566B
(iretri*es urriculares +acionais para os ursos de Matemática, $acharelado eLicenciatura% (isponí!el em9 http9portal%mec%go!%brcnearqui!ospdfE?B@655%pdf
Kesolução +EE? n @, de BP de fe!ereiro de 566@
>nstitui (iretri*es urriculares +acionais dos ursos de [raduação em Matemática%(isponí!el em9 http9portal%mec%go!%brcnearqui!ospdfces6@566@%pdf
#+^L>?E K:># ?<$KE :E+<L<[>#? (# >+"<KM#< E <M+>#< +#"<KM#< (<? .K<"E??<KE?
#rist'teles da ?il!a <li!eira
Resumo
#borda a inserção das :ecnologias da >nformação e omunicação 0:>2 nos processoseducacionais de forma crítica, analisando as modificaç&es ocorridas na sociedade e naeducação decorrentes do uso intensi!o das tecnologias% #nalisa a formação de
professores, educação a distHncia, democrati*ação do ensino e melhoria do ensino naatualidade, que representam um desafio para os docentes e uma postura maiscomprometida do go!erno com políticas pGblicas que !ise a inserção das :> na escolacompreendendo todas as dimens&es do ensino, inclusi!e, a emancipação humana%
B% Int$odu%&o
# sociedade atual está sofrendo profundas mudanças com a utili*ação intensi!a
das :>s, tendo como característica a super)alori5ação do conhecimento% +a chamada
?ociedade da >nformação, processos de aquisição de conhecimento assumem um papel
de destaque e passam a exigir um profissional crítico, criati!o, com capacidade de pensar,
de aprender a aprender, de trabalhar em grupo e de se conhecer como indi!íduo%
0MEK#(<, 56652%
+este contexto, repensar a educação tem sido reali*ada por intermédio da introdução das :> na escola, tirando da inércia oprocesso de ensino-aprendi*agem, ele!ando o ní!el de !alori*açãodo professor )unto a sociedade, buscando a eliminação da exclusão,
imposta por condiç&es s'cio-econ=micas, apoiando processos deraciocínio mais complexos, estimulando a moti!ação e a autoestima% Essas mudanças tecnol'gicas são condiç&es necessáriasna utili*ação da informação e comunicação diante da unificação do
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mundo atra!és da globali*ação%
#s tecnologias !êm se infiltrando em todos os setores da sociedade% Essa
disseminação acarreta transformaç&es que exige cada !e* mais que os indi!íduos se
posicionem criticamente ao uso dessas tecnologias no seu cotidiano% # escola, portanto,
cabe preparar os alunos para con!i!er harmonicamente diante nesta no!a configuração
social criada pela proliferação das :> em nossa sociedade%
# utili*ação das :> na formação dos professores será al!o de discussão neste
texto, na qual o profissional da educação de!erá anexar e interagir entre conhecimento e
a sua prática com no!as modalidades de aprendi*agem%
U preciso buscar o potencial de cada indi!íduo e desen!ol!er suas habilidades e
a inserção apropriada das :> nos ambientes educacionais, pois isso fa!orece um
trabalho mais coerente com a realidade em que !i!emos% .reparar o profissional para
desen!ol!er uma postura não apenas assimilat'ria, mas crítica diante destas tecnologias,
de!e ser o papel primordial dos cursos de formação de professores, se)am eles de
formação inicial ou continuada%
5% Pe$s(ecti1as (a$a a *o$ma%&o dos ($o*esso$es no scu.o WWI
om a inserção das :> nos processos educacionais, redefine-se o papel do
professor na atualidade, o que exige mudanças radicais na formação inicial e continuada
dos professores, fa!orecendo assim, um ambiente propício para discussão, reflexão e
análise sobre sua eficácia para melhoria da qualidade de ensino%
+a atualidade, os processos de formação dos professores perpassam a
!alori*ação de habilidades e competências antes não exigidas, na sua formação, mas
com o desen!ol!imento das :> e sua incrementação nos ambientes educacionais, essa
perspecti!a muda% ontudo, não podemos aceitar que os professores fiquem a mercê das
mudanças políticas, sociais e econ=micas, pelo contrário, sua formação de!e prepará-lopara compreender essas transformaç&es e poder atuar criticamente diante delas%
# sociedade na qual !i!emos está organi*ada pelo sistema capitalista, o qual
detem o poder de controle social atra!és dos instrumentos de dominação e conser!ação
do sistema% #s mídias apresentam-se como importantes aliados dessa classe% <s
interesses dos representantes desse sistema encontram na escola importante aliado que
reprodu* os conceitos ideol'gicos dele, então, como podem os professores na escola,
com todo esse paradigma educacional imposto, modificar sua prática para buscar o bemcomumO
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?e na sua formação inicial e continuada procura-se retirar os principais
ingredientes do processo formati!o desses profissionais que são a reflexão, o diálogo, o
tempo e o contato pessoal com os colegas de profissão Dassim falar da formação de
professores neste espaço-tempo exige, mais do que nunca a análise do feixe de
contradição que a definem, na sua relação com os pro)etos de sociedade e educação emdisputa% 0$#KKE:<, 566B, p% BB2%
<s desafios postos na preparação do profissional F professor F compreende,
sobremodo, pensarmos no presente e também no futuro a sua identidade% Wuando se fala
de identidade estamos nos referindo ao processo de ser% >sto é, a identidade é um
processo de construção do su)eito e das suas representaç&es% ?omos aquilo que
aprendemos ao longo da !ida além de nossos componentes biol'gicos e culturais% +a
educação, este princípio aparece sob a forma de cursos que queremos, que tipo deeducação dese)amos oferecer, que tipo de aluno queremos formar% 01LL<1, 5666%2
.rocurar respostas para estes questionamentos é le!antar alternati!as e
possibilidades para uma formação que resgate dimens&es inerentes a formação do
professor como sendo uma ati!idade política, social e cultural% ?e esquecermos essas
dimens&es na formação do professor, corremos o risco de ao in!és de estarmos formando
profissionais da área de educação, este)amos adestrando para atuarem como meros
reprodutores dos ideais do sistema capitalista%
.or isso, a formação dos professores e sua prática não podem prescindir de
algumas qualidades, tais como9 Dcompreensão da realidade com a qual trabalha,
comprometimento ético, competência no campo te'rico de conhecimento em que atua e
competência técnico-profissional% 0L1E?>, B77@, p% BBA2%
Exige-se muito do professor, cobra-se dele uma boa qualidade de ensino, pela
sua qualificação, para in!estimentos em sua formação permanente% .ela inserção em sua
prática pedag'gica das :> como instrumentos facilitadores do processo de ensino-
aprendi*agem, mas qual o retorno dado aos professoresO D< que se pretende mostra,
porém, é que a formação do educador está intrinsecamente ligada a !alori*ação concreta
de sua profissão% 0?<++EJ>LLE, 5668, p% 8AP2%
Jalori*ar um profissional é reconhecer sua importHncia para a sociedade e
recompensá-lo )ustamente pelos ser!iços prestados a ela, o in!erso é o não
reconhecimento de seu !alor e os baixos salários pagos pelos ser!iços prestados% obra-
se do professor ética, compromisso, atuali*ação permanente, mas não lhes oferece as
condiç&es necessárias para desen!ol!ê-las% ?obre a !alori*ação do professor, ?onne!ille
05668, p% 8AC2 escre!e o seguinte9
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#ntes de ser um problema cientifico ou pedag'gico, o problema daqualificação do educador é de nature*a política% U a resposta que asociedade e o poder pGblico precisam dar a seguinte pergunta9 qual é defato o !alor que se atribui ao educador no $rasilO
U partindo desta perspecti!a que poderemos traçar um perfil profissional do
educador% Wualquer tentati!a que !ise a melhoria do ensino nas escolas atra!és de
capacitação e formação continuada e que pri!ilegie a inserção das :>, mas despre*em o
!alor atribuído ao seu papel, será em !ão%
U nuclear compreendermos que a formação dos professores passa por uma
formação adequada se)a ela inicial ou continuada, mas que s' esses aspectos não
bastam, pois eles de!em estar também con)ugados com a !alori*ação do magistério%
# sociedade )á não é a mesma deste que incorporou os recursos tecnol'gicos
nestas duas Gltimas décadas para facilitar suas ati!idades cotidianas% :orna-se cada !e*
mais dependente destes instrumentos tecnol'gicos e a educação precisa não apenas
adequar-se mais, sobretudo, preparar os alunos para transitarem nesta sociedade
denominada ?ociedade da >nformação, ?ociedade (igital e do onhecimento% Ela pode
ser definida ou caracteri*ada de !árias formas, mas antes de tudo é preciso defini-la como
uma no!a fase e!oluti!a do capitalismo como destaca #rea 0566B2%
#s finalidades educacionais estão mudando% # escola e a formação dos
professores também% ada !e* mais fica e!idente a necessidade de saber mane)ar as
:> na sociedade, as estruturas sociais e econ=micas estão passando por profundas
transformaç&es e a escola de!e estar preparada para lidar com este no!o desenho que a
sociedade está apresentando% ?obre essa no!a reorgani*ação social e sua influência na
educação #rea 0566B, p% B52 assinala9
(o mesmo modo que outros setores estratégicos de nosso sistema socialtem sido transformados, com maior ou menor !elocidade, suas estruturas
adaptando-se as no!as exigências socioecon=micas, o sistema educati!onecessita também repensar suas metas, seus conteGdos, suas formas detransmitir e desen!ol!er a cultura e seus procedimentos de gestão eorgani*ação% < sistema atual de!e mudar e adaptar-se / sociedade doséculo NN>% ?obre este particular existe consenso% < problema surgequando nos perguntamos9 mudar a formação e o ensino, mas em quedireçãoO om que metas educati!as e culturaisO # ser!iço de qual modelosocial, econ=mico e políticoO #o tentar responder a estas quest&es équando surgem as di!ergências e se fa*em explicitas as posiç&es não s'pedag'gicas, mas também ideol'gicas de quem analisam a instituiçãoescolar e constroem a resposta%
< uso intenso das :> caracteri*ou estas duas Gltimas décadas acelerando o
processo de globali*ação e encurtamento das barreiras do espaço e do tempo%
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Kepensar o papel da escola neste contexto é se posiciona sobre que tipo de
sociedade queremos construir e estabelecer%
@% Educa%&o a distZncia uma no1a moda.idade de *o$ma%&o de($o*esso$es
#s :>, atualmente, são o foco na formação inicial ou continuada dos
professores, se)a na modalidade presencial ou a distHncia, criando uma espécie de
Dfetiche sobre sua utili*ação na capacitação de professores% ompreender esse
processo é analisar as atuais práticas de formação de professores e seus ob)eti!os%
Wuais são as concepç&es adotas nos cursos de formação de professores em
cursos a distHnciaO Está sendo apenas !isado o caráter mercadol'gico destes cursos
re!estidos com caráter moderni*ador e qualificante do processo de formaçãoO <s
ob)eti!os são a democrati*ação do ensino ou o atendimento das no!as exigências
econ=micas que !alori*a uma qualificação rápida e sem uma reflexão sobre os fins e
os meios da educaçãoO .ara $elloni, 0566B, p% AA29
# educação é um meio de emancipação 0e não apenas instrumento dedominação e reprodução das desigualdades sociais2, então teremos dedefender uma integração criati!a - e não apenas reati!a ao mercado Fdestas tecnologias de informação e comunicação que tanto nospreocupam enquanto educadores e nos solicitam enquanto cidadãos e
consumidores%
# promessa que a educação a distHncia será a solução dos principais problemas
da educação em nosso país como9 melhoria do ensino, democrati*ação do ensino,
uni!ersali*ação do ensino fundamental e médio e fins dos empecilhos geográficos que
impediam o aperfeiçoamento do professor, de localidades distantes, de!e ser !isto com
ponderação% omo destaca :oschi 0566B2 essas políticas são imposiç&es de organismos
internacionais de financiamento da educação no $rasil 0$anco Mundial e "M>2 que
pri!ilegia o Daligeiramento na formação, pri!ilégio da formação continuada, despre*o daformação inicial na uni!ersidade e uso da educação a distHncia 0E#(2% $atista 056652 da
mesma forma aponta que, submetida / l'gica da economia de mercado, a educação a
distHncia ao in!és de democrati*ar o acesso / educação pGblica contribui para promo!er
a exclusão social por intermédio de mo!imentos contro!ersos9 a eliti*ação combinada
com a massificação do ensino%
.or intermédio da educação a distHncia, estamos presenciando uma perda de
componentes importantes na formação do profissional educador e na relaçãoindispensá!el entre educando e educador% <s mecanismos de imposição das maiorias
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dos cursos oferecidos na modalidade a distHncia na educação está despro!ida das
principais características que de!e embasar a relação entre professores e alunos na
prática educati!a como sublinha 0"KE>KE, B77R, p% 8B29
ma das tarefas mais importantes da prática educati!a-crítica é propiciar
as condiç&es em que educandos em suas relaç&es uns com os outros etodos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda deassumir-se% #ssumir-se como ser social e hist'rico como ser pensante,comunicante, transformador, criador, reali*ador de sonhos%%%
+os cursos a distHncia os ob)eti!os prementes são a 1ualificação de!ido,
sobretudo, a carência de profissionais com titulação necessária para atuar no magistério,
principalmente, das séries iniciais, e capacitá-los para incorporar as :> a sua prática
pedag'gica% +a maioria desses cursos, o caráter tecnicista pre!alece não sobrando
espaço para pensar, entender-se como ser hist'rico e social, o contato com outroscolegas é quase nula, o indi!idualismo desses cursos é sua marca registrada, interage-se
com a máquina, com os materiais, mas não com as pessoas% ?al!o quando surgem
dG!idas e aparece a figura do tutor para orientá-los em suas dificuldades eou animá-los a
permanecerem no curso%
>dentificar esses problemas na E#( não significa re)eitar de todo essa modalidade
de ensino, pois Dos modelos estão por ser construídos e transformados% E não estamos
falando de criar utopias% Keferimo-nos a processos hist'ricos e concretos e que, portanto,têm de ser pensados a partir de todas as contradiç&es sociais, econ=micas, políticas e
culturais que engendram% 0#LJE?I +<J#, 566@, p% B62% U nesta perspecti!a que a
educação a distHncia de!e caminhar buscando soluç&es efeti!as de melhoria da
educação sem cair em modismos%
+ão podemos caminhar para o outro extremo de re)eitar as :> nos processos
educacionais% D< desafio das no!as tecnologias não é apenas técnico e pedag'gicoI é
também um desafio de poder Mercado 05668, p% B72% E não estar capacitado para lidar
com estas ferramentas significa um descompasso com a realidade atual, perda de poder
e autonomia para transitar na sociedade de forma crítica ao in!és de posicionamos
defensi!amente sobre E#( e as :> como afirma 0(<Z$<K, 566B, p% @29
#s resistências a mudanças são fortes% (e modo geral, como as no!astecnologias surgem normalmente atra!és dos países ricos, e em seguidaatra!és dos segmentos ricos da nossa sociedade, temos uma tendêncianatural de identificá-las com interesses de grupos econ=micosdominantes% E a !erdade é que ser!em inicialmente estes interesses% +o
entanto, uma atitude defensi!a frente /s no!as tecnologias podemterminar por acuar-nos a posiç&es em que os segmentos mais retr'gradosda sociedade se apresentem como arautos da modernidade%
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#s apropriaç&es das :> pelos alunos de!em ser orientadas pelos professores,
pois este é Do profissional que !ai auxiliar na compreensão, utili*ação, aplicação e
a!aliação crítica das ino!aç&es, em sentido amplo, requeridas pela cultura escolar%
01E+?1>, 566B, p% C72 para que todos os professores adquiram estas dimens&es
inerentes ao seu trabalho não pode ser capacitado em cursos aligeirados em que
pri!ilegie apenas as técnicas, a transmissão de conteGdos, característica das maiorias
dos cursos a distHncia, e esqueça que a educação é construída pelo diálogo e a reflexão
na ação% D.or isso é que, na formação permanente dos professores, o momento
fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática% U pensando criticamente a prática de
ho)e e de ontem que se pode melhorar a pr'xima prática "reire 0B77R, p% @72%
# preparação dos professores para tais utili*aç&es não tem tomado parte nas
prioridades educacionais na mesma proporção, deixando transparecer a idéia equi!ocada
de que o computador e os softQares resol!erão grande parte dos conflitos educati!os
0?#+:<?I K#(:1E, 566A, p% @5C2% U inequí!oca a importHncia de os professores
estarem preparados pedag'gica e tecnicamente para utili*ar as tecnologias, pois será a
sua mediação que trará significati!as contribuiç&es para o processo ensino-aprendi*agem
como aponta 1E+?1> 0566B, p% CA29
.ara que possa reali*ar essas e outras transformaç&es esperadasno ensino, é preciso que o professor saiba lidar criticamente com astecnologias contemporHneas de informação e comunicação, quesaiba utili*á-las pedagogicamente% onhecer o computador, ossuportes mediáticos todas as possibilidades educacionais einterati!as das redes e espaços !irtuais para apro!eitá-la nas mais!ariadas situaç&es de aprendi*agem e nas mais diferentesrealidades educacionais%
# constatação de que a apropriação dos recursos disponí!eis nas :> assume
papel imprescindí!el para transitar nessa sociedade tecnol'gica le!a-nos a perceber o!alor de dominar criticamente esses recursos% # formação dos professores de!e,
pri!ilegiar, sim, as :>, mas para poder atra!és dela criar possibilidades e alternati!as aos
atuais usos que lhe estão sendo cunhadas%
8% A educa%&o a distZncia em A.a-oas e a inte$net
# educação a distHncia não é um modismo9 é parte de um amplo e contínuo
processo de mudança, que inclui não s' a democrati*ação do acesso a ní!eis crescentes
de escolaridade e atuali*ação permanente como também a adoção de no!os paradigmas
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educacionais/ em cu)a base estão os conceitos de totalidade, de aprendi*agem como
fen=meno pessoal e social, de formação de su)eitos aut=nomos, capa*es de buscar, de
criar, de aprender ao longo de toda a !ida e de inter!ir no mundo em que !i!em%
#ssim, cursos oferecidos a distHncia destinados a formar e aperfeiçoar
professores podem chegar aos mais longínquos lugares do $rasil 0P6` dos 5C%666 alunosdo .roformação eram da *ona rural2, o que demonstra seu potencial de democrati*ar a
educação% E podem, também, ser uma excelente estratégia de ao mesmo tempo construir
conhecimento, dominar tecnologias, desen!ol!er competências e habilidades e discutir
padr&es éticos que beneficiarão, mais tarde, os alunos desses professores% <u se)a, um
bom curso a distHncia oferece aos seus cursistas não s' autonomia para aprender
sempre, como deixa o profissional preparado para trabalhar com seus alunos de uma
forma mais rica, moderna, dinHmica% # formação de professores no Hmbito da formação continuada da ?ecretaria
Executi!a de Educação em #lagoas tem sido eficiente no seu papel, mesmo usando
apenas o descrito na primeira e segunda geração, onde os recursos de !ídeo são
auxiliados pela :J Escola% # interati!idade, ainda não existente em função dos recursos
não disponí!eis, !em fundamentar esse trabalho no sentido de permitir a capacitação dos
professores da rede pGblica, usando o recurso da >nternet, agili*ando assim a formação
continuada, )á que será um recurso da quarta geração de E#( que tem como foco a
hipermídia e a interati!idade%
#pesar de não ter sido usado o recurso de >nternet na formação continuada de
professores da rede pGblica de #lagoas, o alcance deste trabalho tem sido rele!ante%
m dos mais importantes cursos em andamento na ?EE-#L é o .roformação
numa parceria com o ME e municípios en!ol!idos% < ob)eti!o deste curso é a formação
de professores em ní!el médio considerados professores leigos em que foram en!ol!idos
RCP professores matriculados e R5P professores concluíram em A6 municípioscon!eniados%
< urso de Extensão D # :J +a Escola e os (esafios de 3o)e em parceria com a
"#L e niKede, oferecido em quatro ediç&es9 Bk Edição F R66 professores inscritos e
PC professores concluíram, 5k Edição F B666 professores inscritos e RP8 professores
concluíram, @k Edição - C66 professores inscritos e A78 professores concluíram, 8k
Edição F B666 professores inscritos 0em fase inicial2%
:ambém foram oferecidos cursos a distHncia para os professores da ?EE-#L com
o uso da >nternet, mas todos eles oferecidos diretamente pelo ME e parceiros onde a
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?EE-#L participou disponibili*ando os professores en!ol!idos como cursistas% .ode-se
citar os mais importantes9 urso de Especiali*ação em :elemática na Educação em
.arceria .ro>nfo, ME e ni!ersidade "ederal Kural de .ernambuco, te!e como <b)eti!o
formar no!os multiplicadores para os +Gcleos de :ecnologia% ontou com A participantes,
todos eles professores em formação%
<utro curso foi o urso de "ormação de :écnicos de ?uporte em .arceria com o
ME, .ro>nfo e "[ Jirtual 0[oiás2% ?eu ob)eti!o era formar no!os técnicos para dar
suporte aos trabalhos dos laborat'rios de informática das escolas pGblicas, com @
participantes, todos eles técnicos em informática% :ambém foi oferecido pelo ME, em
parceria com a "[J Jirtual 0[oiás2, o urso de [estão das tecnologias, com o ob)eti!o
de conscienti*ar os gestores das escolas equipadas pelo .roinfo, para o uso das
tecnologias de informação e comunicação existentes no espaço escola, com 7participantes coordenadores de escola e 7 diretores% 87onte! #**-"D E #ecretaria de
*xecuti)a de *ducação de "lagoas9:
< uso da >+:EK+E: em Educação a (istHncia na formação de professores partiu
da necessidade emergente na ampliação do raio de ação de E#( em #lagoas, em !irtude
da demanda crescente de professores, cada !e* mais buscando capacitação, e da
necessidade de se difundir as no!as tecnologias de E#( em função da ampliação da rede
de internet nos laborat'rios das escolas pGblicas espalhadas na capital e no interior do
estado de #lagoas%
om o trabalho do .K<>+"< F .rograma +acional de >nformática na Educação,
responsá!el pela informati*ação da escola pGblicas, em que o ME distribui
computadores em laborat'rios nas escolas, ligados a internet atra!és da #L#+E: F Kede
estadual de internet, e que necessita de professores capacitados em :ecnologia
Educacional, para dar continuidade ao trabalho dos multiplicadores que têm a função de
montar, em parceria com as escolas, pro)etos de tecnologia educacional usando o
computador como ferramenta auxiliar na construção do conhecimento%
< nGmero redu*ido de multiplicadores tem afetado o andamento deste trabalho e
a solução encontrada foi a criação do professor articulador que terá como função !iabili*ar
os trabalhos nos laborat'rios das escolas dando suporte aos demais professores no
desen!ol!imento de pro)etos didáticos e outras ati!idades, atuando ainda como apoio aos
multiplicadores que acompanham os trabalhos das escolas, dando um suporte também
para o +Gcleo de :ecnologias Educacionais F +:E que por sua !e* analisa os referidos
trabalhos% Esses articuladores passarão por uma capacitação que tem como meta
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prepará-los para que se tornem aptos a desen!ol!erem de forma segura o trabalho de
continuidade do pro)eto iniciado pelos multiplicadores%
.artindo do princípio de que as escolas com laborat'rios ligados a internet
poderiam utili*ar o recurso de E#( na formação de professores articuladores em
tecnologia educacional, usando o pr'prio recurso de E#( na internet para capacitá-los e
ao mesmo tempo disponibili*ando o referido recurso como ferramenta para que estes
professores pudessem repassar a metodologia nas suas escolas, na formação de no!os
articuladores e como ferramenta na sala de aula para cursos di!ersos%
A% Conc.us&o
# presença cada !e* maior das :> nas ati!idades cotidianas aumenta adependência de saber utili*á-las% <s desafios são enormes frente a esta no!a
configuração da sociedade% # escola, mais uma !e*, é con!ocada para formar
profissionais capa*es de atuar sem impedimentos, o que representa conhecer bem os
recursos tecnol'gicos e aplicá-los para solucionar dificuldades das mais simples as mais
complexas surgidas no con!í!io da escola, do trabalho e do la*er%
Este cenário influencia diretamente o papel que o professor desen!ol!e9 formar os
alunos para atuarem na sociedade de forma crítica e aut=noma% (esen!ol!er habilidadese competências para utili*ar as tecnologias da informação e comunicação é um dos
requisitos básicos para exercer sua ati!idade, atualmente% "icar fora do processo significa
incapacidade profissional para desen!ol!er um bom trabalho pedag'gico na escola%
#s discuss&es sobre a formação do professor não se caracteri*am mais pelo
locus de formação, mas, sim, pelos cursos que )á participaram que os habilitem para
trabalhar as tecnologias na escola% .or esta ra*ão, proliferaram os cursos a distHncia e a
obrigatoriedade por força da realidade imposta, de participar desses cursos% <s
professores percebem que sem a familiari*ação dos recursos tecnol'gicos sua prática
pedag'gica fica pre)udicada%
<s cursos a distHncia estão sendo utili*ados tanto para formação de professores
como para capacitá-los para utili*arem as tecnologias% #mbos pri!ilegiam o caráter
técnico da formação, ou se)a, apenas capacitam para mane)ar as ferramentas% omo
proposição acreditamos que os cursos a distHncia de!em !alori*ar o uso crítico dessas
tecnologias%
<s impactos nos processos de formação do professor ocasionados pelo ad!ento
das :>, moti!ados pela no!a reorgani*ação do sistema capitalista, amadurece a
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necessidade do preparo consciente dos recursos tecnol'gicos, pois podem tanto ser!irem
para preser!ar as desigualdades sociais como podem ser instrumentos para equali*ação
das desigualdades, claro, acompanhadas de políticas pGblicas que busquem a
emancipação dos homens ao in!és da sua alienação, portanto, o foco da formação não
de!e ser as tecnologias mas, o uso que se fa* delas, porque será o que determinará suaeficácia ou não na educação%
R% Re*e$4ncias
#LJE?, LYnnI +<J#, ristiane 0orgs%2% Educa%&o a distZncia9 uma no!a concepção deaprendi*ado e interati!idade% ?ão .aulo9 "utura, 566@%
#KE#, Manuel% Educa$ en .a sociedad de .a in*o$maci0n% $ilbao9 (esclée, 566B%
$#KKE:<, Kaquel [oulart 0org%2% Tecno.o-ias educacionais e educa%&o a distZncia9a!aliando políticas e práticas% Kio de aneiro9 Wuartet, 566B%
$#:>?:#, Zagner% Educa%&o a distZncia e o $e*inamento da e3c.us&o socia.% 5665%
(isponí!el em9 http9QQQ%re!istaconecta%comconectadosQagnerrefinamento%htmj
acesso em9 6A6A6A%
$ELL<+>, Maria Lui*a% # integração das tecnologias de informação e comunicação aosprocessos educacionais% >n9 $#KKE:<, Kaquel [oulart 0org%2% Tecno.o-iaseducacionais e educa%&o a distZncia9 a!aliando políticas e práticas% Kio de aneiro9Wuartet, 566B%
(<Z$<K, Ladislau Tecno.o-ias do con'ecimento9 os desafios da educação% Kio deaneiro9 Jo*es, 566B%
"KE>KE, .aulo% Peda-o-ia da autonomia9 saberes necessários a prática educati!a% ?ão.aulo9 .a* e :erra, B77R%
1E+?1>, Jani Moreira% Em direção a uma ação docente mediada pelas tecnologiasdigitais% >n9 $#KKE:<, Kaquel [oulart 0org%2% Tecno.o-ias educacionais e educa%&o adistZncia9 a!aliando políticas e práticas% Kio de aneiro9 Wuartet, 566B%
1LL<1, Maísa [omes% As e3i-4ncias da *o$ma%&o do ($o*esso$ na atua.idade %Macei'9 E("#L, 5666%
L1E?>, ipriano arlos% Fi.oso*ia da Educa%&o% ?ão .aulo9 orte*, B77@%
MEK#(<, Luís .aulo 0org%2% Tend4ncias na uti.i,a%&o das tecno.o-ias dain*o$ma%&o e comunica%&o na educa%&o% Macei'9 E("#L, 5668%
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% Luís .aulo% 0org2% No1as tecno.o-ias na educa%&o9 reflex&es sobre a prática%Macei'9 E("#L, 5665%
?#+:<?, $ettina ?terenI K#(:1E, Marcia Leão% >nclusão digital9 reflex&es sobre aformação docente% >n9 .ELL#+(#, +i*e Maria amposI ?3L+_E+, Elisa :omoeI+><K, 1laus 0orgs%2% Inc.us&o di-ita.9 tecendo redes afeti!ascogniti!as% Kio de
aneiro9 (.X#, 566A%
?<++EJ>LLE, acques ules% < educador na contemporaneidade9 formação e profissão%Re1ista da FAEEBA Educação e ontemporaneidade, ?al!ador, !% B@, n% 55, pp% 88A-8RA, )ulde*% 5668%
:<?3>, Mir*a ?eabra% :! escola9 o lugar dos professores na política de formaçãodocente% >n9 $#KKE:<, Kaquel [oulart 0org%2% Tecno.o-ias educacionais e educa%&o adistZncia9 a!aliando políticas e práticas% Kio de aneiro9 Wuartet, 566B%
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ATIVIDADES UNIDADE III
#ti!idade B 0"'rum2
#p's a leitura e estudo da leitura complementar da unidade >>> 0(iretri*es urriculares
+acionais para os ursos de Matemática, $acharelado e Licenciatura e Kesolução +E
Estabelece as (iretri*es urriculares para os cursos de Matemática2 debata com seus
colegas o perfil, competências e habilidades e desafios para o exercício da profissão
docente em matemática na atualidade
#ti!idade 5 0:arefa2
<? textos da unidade >>> apresentam uma miscelHnea de assuntos que tratam de temas
rele!antes para a formação docente do professor na atualidade% +esse sentido, escre!a
um texto analisando os impactos, a!anços e retrocessos que as políticas pGblicas,
legislação educacional e formação docente refletem na identidade e !alori*ação da
ati!idade docente no século NN>