UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
JORGE FABIANO SANTOS MATOS
KAROLINE MARIANELLI DE SOUZA
AVALIAÇÃO DOS PERFIS ANTROPOMÉTRICOS E CARDIOLÓGICOS DE
PARTICIPANTES DO PROJETO VIDA SAUDÁVEL
VITÓRIA
2017
JORGE FABIANO SANTOS MATOS
KAROLINE MARIANELLI DE SOUZA
AVALIAÇÃO DOS PERFIS ANTROPOMÉTRICOS E CARDIOLÓGICOS DE
PARTICIPANTES DO PROJETO VIDA SAUDÁVEL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. André Soares Leopoldo.
VITÓRIA
2017
JORGE FABIANO SANTOS MATOS
KAROLINE MARIANELLI DE SOUZA
AVALIAÇÃO DOS PERFIS ANTROPOMÉTRICOS E CARDIOLÓGICOS DE
PARTICIPANTES DO PROJETO VIDA SAUDÁVEL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro de Educação Física e Desportos da
Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Educação Física.
Aprovado em ____ de _______________ de 2017.
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________________
Prof. Dr. André Soares Leopoldo
Universidade Federal do Espírito Santo
Orientador
________________________________________________
Profa. Dra. Luciana Carletti
Universidade Federal do Espírito Santo
________________________________________________
Profa. Dra. Márcia Regina Holanda da Cunha
Universidade Federal do Espírito Santo
RESUMO
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são as principais causas de morte no
mundo, sendo considerado um importante problema de saúde pública. No Brasil, de acordo
com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, as DCNTs respondem por mais de 70% das causas de mortes em 2013. Dentro
desse contexto, meios de tratamento e prevenção vêm sendo desenvolvidos para tais doenças,
entre eles a atividade física. Visto como meio de promoção de saúde, apresenta diversos
efeitos benéficos, sendo importante para a redução da mortalidade relacionada a algumas
patologias. Dessa forma, surgiram programas de intervenção física que têm sido introduzidos
com o objetivo de reduzir a morbimortalidade por DCNTs. Portanto, o objetivo do estudo foi
caracterizar o perfil antropométrico e cardiológico dos participantes do projeto de extensão
Vida Saudável do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito
Santo. A amostra do estudo foi constituída por 86 participantes de ambos os sexos, com faixas
etárias entre 18 a 70 anos, portadores de DCNTs. Todos os voluntários selecionados foram
submetidos às avaliações clínicas antes de ingressarem no projeto e receberam um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo analisou o perfil antropométrico por meio do
protocolo com sete dobras cutâneas (subescapular, tríceps, peitoral, axilar média, abdômen,
supra-ilíaca e coxa), cardiovascular por meio de eletrocardiograma de esforço e flexibilidade
por meio do teste proposto por Wells e Dillon (1952). Para o protocolo de treinamento físico,
foram utilizadas as recomendações do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM)
para populações especiais. Os resultados mostram que a faixa etária média dos participantes é
de 41 ± 14,2 anos com peso corporal de 102 ± 21,8 kg. Em relação aos indicadores de excesso
de peso, o IMC médio e o percentual de gordura foram 36,2 ± 7,6 kg/m2 e 37,8 ± 9,8%,
respectivamente. Na circunferência da cintura os homens apresentam média de 111 ± 18 cm e
as mulheres 95,9 ± 10,2 cm de circunferência. Dos 86 participantes, 47 deles foram
classificados como fraco no teste de flexibilidade. Nas características cardiovasculares,
observa-se uma aptidão cardiorrespiratória regular e um aumento na PAS e PAD após o teste
ergométrico para ambos os sexos, respectivamente. Em conclusão, o projeto de extensão Vida
Saudável é composto por uma população caracterizada com sobrepeso e obesidade, poucos
flexíveis, além de pré-hipertensos e hipertensão estágio I.
Palavras-chave: DCNTs; Obesidade; Atividade Física.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 5
2. MATERIAL E METÓDOS............................................................................................... 8
2.1 Delineamento do Estudo......................................................................................... 8
2.2 Amostra................................................................................................................... 8
2.3 Procedimentos Éticos.............................................................................................. 8
2.4 Perfil Antropométrico.............................................................................................. 8
2.5 Flexibilidade............................................................................................................ 9
2.6 Perfil Cardiológico................................................................................................. 10
2.6.1 Protocolo do Teste Ergométrico......................................................................... 10
2.6.2 Protocolo do Teste Ergoespirométrico................................................................ 11
2.7 Protocolo de Treinamento Físico........................................................................... 11
2.8 Análise Estatística.................................................................................................. 12
3. RESULTADOS.................................................................................................................. 13
4. DISCUSSÃO....................................................................................................................... 19
5. CONCLUSÃO.................................................................................................................... 22
6. REFERÊNCIAS................................................................................................................. 23
ANEXO I - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..................................................... 30
ANEXO II - Certificado de Aprovação do Comitê de Ética................................................... 32
5
1. INTRODUÇÃO
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são doenças multifatoriais, que se
desenvolvem no decorrer da vida e são de longa duração, não transmitidas de pessoa para
pessoa1,10. A literatura relata que os principais tipos de DCNTs de maior impacto mundial são
as doenças cardiovasculares (ataque cardíaco e acidente vascular cerebral), câncer, doenças
respiratórias crônicas (doença pulmonar obstrutiva crônica e asma) e diabetes2,3. Além dessas
doenças, a obesidade tem sido apontada como agravo crônico não transmissível e
caracterizada por vários países como uma epidemia e um problema mundial, devido ao seu
impacto na qualidade e expectativa de vida4,5.
Resultando de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e
comportamentais, as DCNTs apresentam quatro fatores de risco em comum, sendo eles, o
tabagismo, inatividade física, alimentação inadequada e consumo nocivo de álcool6. Além
disso, dentre as principais morbimortalidades relacionadas às DCNTs, obesidade, diabetes e
hipertensão arterial apresentam forte impacto sobre o surgimento da Síndrome Metabólica
(SM), transtorno complexo representado por um conjunto de doenças que aumentam as
chances de desenvolver doenças cardiovasculares7. Em termos epidemiológicos mundiais, as
mortes ocorrem devido aos grandes fatores de riscos, globalmente conhecidos, dentre eles:
pressão arterial elevada (13% das mortes), tabagismo (9%), altos níveis de glicose sanguínea
(6%), inatividade física (6%) e sobrepeso e obesidade (5%)8.
Segundo Schmidt et al. (2011), 58% das mortes ocorridas no Brasil em 2007 foram
atribuídas às quatro DCNTs priorizadas no Plano de Ação 2008-2013 da Organização
Mundial de Saúde (OMS)9. Em 2008, foram responsáveis por 63% das mortes no mundo,
segundo estimativas da OMS10. Em 2013, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), respondem por mais de 70% das causas de mortes no Brasil11.
Presente na maioria das DCNTs, o sedentarismo é apontado como fator de risco
importante12. Nesse sentido, meios não farmacológicos vêm sendo desenvolvidos como forma
de tratamento e prevenção para tais doenças. Segundo Cordova et al. (1995), a prática regular
de atividade física resulta em benefícios para o organismo, sendo importante para a redução
da mortalidade relacionada a algumas patologias13.
Visto como meio de promoção de saúde, a atividade física apresenta diversos efeitos
benéficos ao organismo, podendo atuar na atenção primária, secundária e terciária da saúde,
contribuindo para a longevidade e qualidade de vida14. Atualmente, vários estudos têm
discutido a respeito dos benefícios da prática de atividade física associados à saúde e ao bem-
estar, entre eles, melhora da capacidade cardiovascular e respiratória, do perfil lipídico, da
6
pressão arterial, da tolerância à glicose e da ação da insulina, fortalecimento dos ossos e
articulações, melhora da força e do tônus muscular, aumento de flexibilidade e equilíbrio,
manutenção e controle do peso corporal, redução do risco de desenvolver diabetes,
hipertensão, aumento da auto-estima e o bem-estar, diminuição do estresse, estímulo do
convívio social e melhora do funcionamento do sistema imunológico15,16. Portanto, promover
a atividade física é uma ação primordial para o desenvolvimento de hábitos saudáveis.
No estudo precursor do sedentarismo, Morris et al. (1953) verificaram a prevalência
de doença arterial coronariana entre carteiros e trabalhadores de escritório do serviço postal de
Londres. Foi observado que a taxa de morte por doenças cardiovasculares era menor nas
atividades com maior gasto energético17. Em outro estudo, Paffenbarger et al. (1986)
avaliando o nível de atividade física de 16.936 ex-alunos da Universidade de Harvard, com
idades entre 35 a 74 anos, observaram ao longo de 16 anos de estudo, declínio gradativo em
eventos coronarianos à medida que se aumentava o gasto energético diário18.
Dessa forma, a prática regular da atividade física pode prevenir o surgimento e atuar
no tratamento de diversas doenças metabólicas. Em indivíduos com sobrepeso e obesidade, as
reduções no peso e da gordura corporal ocasionadas por essa prática, resultam em benefícios,
como melhora nos fatores de risco de doenças cardiovasculares19. De acordo com as
Diretrizes do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue (NHLBI)20, recomenda-se uma
perda mínima de peso corporal de 10%. No entanto, estudos mostram melhorias nos fatores
de risco de doenças crônicas com apenas 2-3% da perda de peso19,21. Segundo o Colégio
Americano de Medicina Esportiva (2009), para prevenção e controle do ganho de peso
corporal, a recomendação é que a atividade física envolva uma duração de 150 a 250 minutos
por semana e promova um gasto energético entre 1200 a 2000 kcal/semana22.
A partir das diversas recomendações de Institutos e Órgãos, surgiram programas de
intervenção física que agregam promoção de saúde e prevenção de doenças e agravos, bem
como têm sido introduzidos com o objetivo de reduzir a morbimortalidade por DCNTs23.
Monteiro et al. (2004) comparou dois grupos de mulheres obesas com idade média de 58 anos
durante 40 semanas, sendo o grupo dieta (GD, n= 15) – somente intervenção nutricional e o
grupo exercício (GE, n= 15) – intervenção nutricional acoplada a protocolo de exercício
aeróbio contínuo. Os resultados observados foram reduções do peso corporal maiores para o
GE (-5,3kg para o GE; -2,3kg para o GD), demonstrando que o exercício físico contínuo
associado a hábitos alimentares saudáveis são mais efetivos para perda de peso corporal24. Em
concordância com estes achados, Escalante et al. (2012) relataram que programas de exercício
aeróbicos e combinados são capazes de reduzir os níveis de lipoproteínas de baixa densidade
7
(LDL) em até 35% e os triacilgliceróis em 40%, além de aumentar as lipoproteínas de alta
densidade (HDL) em até 25%25.
Entretanto, exercícios intervalados com predominância anaeróbia também mostram
resultados significantes no controle de peso26, além de estimular mudanças fisiológicas
comparáveis aos exercícios contínuos, como aumento da captação de glicose, aumento do
consumo máximo de oxigênio (VO2máx), aumento da capacidade mitocondrial e elevação na
resistência a sarcopenia27. Recentemente, Lopes et al. (2017) avaliaram a composição
corporal de indivíduos obesos antes e após um programa de 24 semanas (8 semanas para cada
fase), composto por mudanças graduais no volume e tipo de exercício físico e dieta
hipocalórica. Seis indivíduos com idade média de 42 anos e IMC ≥30 kg/m2 participaram do
programa, composto por três fases: FASE 1 - exercício intervalado de alta intensidade; FASE
2 - exercício intervalado de alta intensidade + exercício de força; e FASE 3 - exercício
intervalado de alta intensidade + exercício de força + dieta hipocalórica. Foi observada uma
redução do peso corporal (91,3 ± 15,4 kg versus 88,5 ± 13,2 kg), percentual de gordura
(44,9% ± 6,1 versus 43,3% ± 6,6) e massa da gordura visceral (1,33 ± 0,57 versus 1,21 ± 0,47
kg) após a intervenção. Os autores concluíram que modificações graduais nos hábitos de vida,
utilizando exercício físico e dietas, promovem mudanças positivas na composição corporal de
indivíduos obesos28. Desse modo, o projeto de extensão Vida Saudável é uma proposta
multidisciplinar que visa melhorar a qualidade de vida de indivíduos obesos, diabéticos e
cardiopatas por meio da promoção de saúde, utilizando uma ferramenta fundamental na
prevenção e controle de DCNTs, a atividade física.
Diante dos trabalhados citados e a importância destacada de programas orientados de
exercício físico sobre a qualidade de vida da população em geral, o objetivo do estudo foi
caracterizar o perfil antropométrico e cardiológico dos participantes de um programa de
atividades físicas, denominado projeto de extensão Vida Saudável, do Centro de Educação
Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo.
8
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Delineamento do Estudo
Esse trabalho consiste em um estudo de caráter transversal, sendo categorizado como
abordagem quali-quantitativa que visou descrever e analisar os resultados a partir dos perfis
antropométricos e cardiológicos dos participantes do projeto de extensão Vida Saudável. O
estudo analisou os perfis antropométrico, por meio do protocolo com sete dobras cutâneas
(subescapular, tríceps, peitoral, axilar média, abdômen, supra-ilíaca e coxa), cardiológico, por
meio de teste de esforço e a flexibilidade, por meio do teste proposto por Wells e Dillon
(1952)29.
2.2 Amostra
A amostra do estudo foi constituída por 86 participantes de ambos os sexos, com
faixas etárias entre 18 a 70 anos, portadores de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs),
classificadas segundo a OMS2. A população selecionada constituía de obesos, diabéticos e
cardiopatas, bem como indivíduos com sobrepeso e intolerantes à glicose, provenientes das
comunidades interna (servidores, estudantes, docentes) e externa da UFES, dos municípios de
Vitória/ES e grande Vitória/ES. Os participantes foram recrutados por meio de divulgação de
editais nos diferentes setores da UFES, grupos comunitários do entorno da UFES e de
Vitória/ES. Todos os voluntários selecionados foram submetidos a avaliações clínicas antes
de ingressarem no projeto.
2.3 Procedimentos Éticos
Os participantes do projeto de extensão Vida Saudável receberam um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1), onde foram elucidados os objetivos e
procedimentos dessa atividade extensionista. Os participantes realizaram a leitura,
concordaram e assinaram o termo conforme normatiza a lei que trata de pesquisas envolvendo
Seres Humanos (Resolução 466/12).
2.4 Perfil Antropométrico
O perfil antropométrico foi determinado com a finalidade de identificar a prevalência
de excesso de peso (obesidade e sobrepeso), utilizando parâmetros da composição corporal,
tais como, estatura, peso corporal e percentual de gordura corporal. O perfil antropométrico
foi caracterizado de acordo com as seguintes avaliações:
9
a) pesagem corporal (kg): utilizou balança tipo plataforma (Marte Científica®, São Paulo,
Brasil), com graduação de 100g;
b) estatura (m): foi utilizado estadiômetro. Para a ação destinada à mensuração de estatura,
foi solicitado aos participantes que permanecesse em posição ereta, com os calcanhares
unidos e com as pontas dos pés ligeiramente afastadas. As mensurações do peso corporal e da
estatura foram utilizadas para o cálculo do índice de massa corporal (IMC), razão do peso
corporal/estatura2, sendo a massa corporal expressa em quilogramas (kg) e a estatura em
metros (m). As informações do IMC, sobrepeso e obesidade, foram classificadas, segundo os
valores críticos adotados pela Organização Mundial de Saúde (OMS)30 e diretrizes da
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (2016)31;
c) percentual de gordura corporal: foi utilizado adipômetro (Cescorf®, Porto Alegre,
Brasil), com escalas de 0,1 e pressão constante aproximada de 10 g/mm2 independente de sua
abertura. Todas as dobras cutâneas foram realizadas no hemicorpo direito do sujeito, seguindo
o padrão descrito por Harisson et al.32. Foram mensuradas três medições em todas as medidas
antropométricas, adotando-se a média como valor final, bem como realizadas por um mesmo
avaliador. Para avaliar e estimar o percentual de gordura corporal (%GC) foi adotado
equações de regressão propostas por Jackson e Pollock (2004) para homens, onde são
mensuradas três dobras cutâneas (peitoral, abdominal e coxa média)33. Para as mulheres
foram mensuradas as dobras cutâneas das regiões tricipital, axilar, subescapular, abdominal,
supra-ilíaca, peitoral e da coxa média34. O cálculo do % GC foi realizado pela conversão da
densidade corporal utilizando a equação de Siri (1961)35.
2.5 Flexibilidade
Para avaliação da flexibilidade foi utilizado o teste proposto por Wells e Dillon
(1952)29, que consiste em avaliar o indivíduo na posição sentada em colchonete com os pés
totalmente apoiados na parte frontal da caixa. Os braços devem ficar totalmente estendidos à
frente com uma mão sobreposta sobre a outra (palmas das mãos para baixo). O avaliador deve
sempre observar para que o avaliado não flexione os joelhos durante a realização do teste. O
indivíduo avaliado flexionou o tronco sobre o quadril, empurrando o taco de madeira que
existe sobre a caixa que possui uma fita métrica milimetrada (banco de Wells). Este
procedimento foi realizado três vezes, considerando-se a maior distância atingida como o grau
de flexibilidade obtido pelo avaliado. De acordo com Pollock e Wilmore (1993), a
classificação dos graus de flexibilidade (cm): excelente (22 ou mais), bom (entre 19 a 21),
médio (entre 14 a 18), regular (entre 12 a 13) e fraco (11 ou menos)36.
10
2.6 Perfil Cardiológico
Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o teste de esforço é um
procedimento onde o indivíduo é submetido a um esforço físico programado e individualizado
com a finalidade de se avaliar as respostas clínicas, hemodinâmicas, autonômicas,
eletrocardiográficas, metabólicas e eventualmente ventilatória ao exercício37. Essa avaliação
possibilita: detectar isquemia miocárdica, reconhecer arritmias cardíacas e distúrbios
hemodinâmicos induzidos pelo esforço; avaliar a capacidade funcional e a condição aeróbica;
diagnosticar e estabelecer o prognóstico de determinadas doenças cardiovasculares;
prescrever exercícios físicos; avaliar objetivamente os resultados de intervenção terapêutica;
demonstrar ao paciente e seus familiares as suas reais condições físicas e fornecer dados para
perícia médica37.
A avaliação cardiológica foi realizada por meio de teste com eletrocardiograma de
repouso e esforço, sendo ministrado sempre por profissional da área de Cardiologia para
detecção de eventuais doenças cardiovasculares ou contra indicações que impedissem a
participação no estudo. A medida de pressão arterial foi realizada com esfigmomanômetro
aneroide (G-Tech Premium®, Wenzhou Hongshun Industries & Tradeco, China), obtida com
o paciente sentado, após 5 minutos de repouso. A pressão sistólica correspondeu aos
primeiros ruídos arteriais (fase I dos sons de Korotkoff) com a desinsuflação do manguito, e a
pressão diastólica correspondeu ao seu desaparecimento (fase V dos sons de Korotkoff). Os
participantes foram classificados de acordo com a VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão,
ou seja, considerados hipertensos os sujeitos que apresentaram valores de pressão arterial
(PA) iguais ou acima de 140/90 mmHg (milímetros de mercúrio)38, em duas aferições com
intervalo de 24 horas. Os resultados do teste de esforço foram utilizados para identificar o
nível atual de condicionamento cardiorrespiratório39.
2.6.1 Protocolo do Teste Ergométrico
O teste ergométrico fornece informações de extrema importância ao que se refere para
uma prescrição e um seguimento do exercício físico, além de informações fisiológicas como a
cronotrópica, elétrica e pressórica, que podem ser utilizadas para a indicação ou contra-
indicação de possíveis tipos de exercícios e também na escolha da faixa individual de
intensidade segura para o exercício. Inicialmente foi realizado um eletrocardiograma em
repouso utilizando-se as doze derivações padrão (D1, D2, D3, aVR, aVL, aVF, V1, V2, V3,
V4, V5, V6). Em seguida, a pressão arterial de repouso foi medida pelo método auscultatório
com esfigmomanômetro coluna de mercúrio. Os participantes realizaram o teste em esteira
11
rolante, seguindo um protocolo em rampa com aumento a cada minuto na carga de trabalho
(velocidade e/ou inclinação) até a exaustão. Durante o teste, o comportamento cardiovascular
foi continuamente avaliado através de eletrocardiógrafo, com as doze derivações simultâneas
(D1, D2, D3, aVR, aVL, aVF, V1, V2, V3, V4, V5, V6). A frequência cardíaca (FC) foi
registrada em repouso e ao final de cada minuto durante a execução do teste de esforço. A
pressão arterial foi medida em repouso e a cada dois estágios do exercício.
2.6.2 Protocolo do Teste Ergoespirométrico
Simultaneamente ao teste de esforço, cada participante do estudo foi conectado a um
ergoespirômetro computadorizado, através de um sistema de válvula e sensor onde a
ventilação pulmonar (VE) foi medida a cada expiração. Através de sensores de oxigênio (O2)
e de dióxido de carbono (CO2) foram analisadas as frações expiradas de O2 e CO2,
respectivamente, a cada ciclo respiratório. A partir das análises da VE e das concentrações
dos gases expirados, foram calculados o consumo de oxigênio (VO2) e a produção de dióxido
de carbono (VCO2). O VO2máx foi considerado como o consumo de O2 obtido no ponto de
fadiga, quando o indivíduo não conseguiu mais manter a velocidade imposta pelo ergômetro.
2.7 Protocolo de Treinamento Físico
As intervenções físicas foram realizadas nas instalações da academia do Núcleo de
Pesquisa e Extensão em Ciências do Movimento Corporal (NUPEM) do Centro de Educação
Física e Desportos (CEFD)/UFES, utilizando a sala de ginástica, sala de musculação e
condicionamento cardiorrespiratório (protocolos de exercício realizados em esteira rolante
e/ou ciclo ergômetros) sob a supervisão de profissionais e bolsistas de extensão do curso de
Educação Física. O programa de treinamento físico aeróbio foi realizado durante 20 meses (1
ano e 8 meses), cinco vezes por semana, duração de 60 minutos e intensidade de 50% a 70%
da FCmáx obtida no teste cardiológico. A fim de proporcionar aos voluntários uma adaptação
gradual ao estresse da atividade física nas primeiras e segundas semanas, a duração do
trabalho foi, respectivamente, de 20 e 30 min. A partir da terceira semana esse período foi
progressivamente elevado até atingir a duração de 60min, a qual permaneceu até o final do
experimento. O treinamento resistido compreendeu exercícios para grandes grupos
musculares e resistência muscular localizada (RML). A intervenção física foi ministrada de
acordo com as recomendações do Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) para
populações especiais40. Os participantes foram distribuídos ao longo das sessões de
12
treinamento e submetidos ao mesmo protocolo de avaliações antes (pré), durante e após
(final) a intervenção multidisciplinar.
2.8 Análise Estatística
A tabulação, descrição e a análise dos dados foram realizados utilizando programa
SigmaStat - versão 3.5 e software Microsoft Excel 2010. Os dados foram apresentados por
meio de medidas de posição e dispersão.
13
3. RESULTADOS
As características referentes ao sexo e faixa etária dos participantes do projeto estão
apresentadas na Figura 1A e B, respectivamente. Os resultados indicam que a amostra da
pesquisa foi constituída por 86 participantes que ingressaram e frequentaram o projeto de
extensão desde novembro de 2015 a julho de 2017, sendo 20 participantes (23,26%) do sexo
masculino e, 66 (76,74%) do sexo feminino, respectivamente (Figura 1A). Na Figura 1B é
mostrada a faixa etária dos participantes, sendo que 27,91% (n= 24) estão distribuídos na
faixa etária de 18 a 30 anos, 18,60% (n= 16) na faixa etária de 31 a 40 anos e 53,49% (n= 46)
se enquadram com idade superior aos 40 anos.
Os resultados referentes ao nível de flexibilidade estão demonstrados na Figura 2. Os
resultados indicam que 56,63% (n= 47, sendo 13 homens e 34 mulheres) dos participantes
foram classificados na categoria fraco no teste de flexibilidade. Categoriza-se como regular
18,07% (n= 15), médio 10,84% (n= 9), bom 8,43% (n= 7) e excelente 6,02% (n= 5) dos
participantes (Figura 2). Contudo, três (3) indivíduos não foram avaliados.
F lex ib ilid a d e
Pa
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ipa
nte
s (
%)
F rac o
Re g u la
r
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0
2 0
4 0
6 0
Figura 2. Distribuição percentual do nível de flexibilidade dos
participantes do Projeto Vida Saudável.
Pa
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ipa
nte
s
M a s c u lin o F e m in in o
0
2 0
4 0
6 0
8 0
A
Id a d e
Pa
rtic
ipa
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s (
%)
1 8 a 3 0 3 1 a 4 0 > 4 0
0
2 0
4 0
6 0
B
Figura 1. (A) Distribuição do sexo masculino e feminino e (B) Faixa etária dos participantes do Projeto Vida Saudável.
Figura 1. (a) Distribuição percentual dos participantes do sexo masculino e feminino. (b) Faixa etária dos participantes.
14
As características antropométricas estão apresentadas na Tabela 1. Os resultados
mostram que a faixa etária média dos participantes do projeto Vida Saudável é de 41 anos
com peso corporal de 102 kg e estatura de 1,68 m. Em relação aos indicadores de excesso de
peso, o IMC médio e o percentual de gordura foram 36,2 kg/m2 e 37,8%, respectivamente.
Enquanto a massa gorda foi de 40,1 kg, a massa magra apresentou valores médios de 61,6 kg.
A circunferências da cintura, do quadril e a respectiva relação apresenta média de 103 cm;
116 cm e 0,89 cm. Considerando o IMC por sexo, os resultados mostram que os homens
obtiveram valores de 38,1 ± 10,1 kg/m2 e as mulheres de 34,2 ± 5,0 kg/m2, sendo
classificados com obesidade grau II e risco muito elevado para a prevalência de doenças
(Tabela 1).
Tabela 1. Características Antropométricas.
Variáveis M (n= 20) F (n= 66) Média Geral (n= 86)
Idade (anos)
Peso Corporal (kg)
Estatura(m)
IMC (kg/m2)
Percentual de gordura
Massa Gorda (kg)
Massa Magra (kg)
Circunferência da Cintura (cm)
Circunferência do Quadril (cm)
Relação Cintura/Quadril (cm)
39,9 ± 14,5
114 ± 28
1,74 ± 0,06
38,1 ± 10,1
37,1 ± 13,5
45,3 ± 25,9
68,9 ± 10,2
111 ± 18
116 ± 12
0,95 ± 0,07
42,1 ± 13,9
89,1 ± 15,6
1,61 ± 0,07
34,2 ± 5,0
38,4 ± 6,1
34,9 ± 10,7
54,3 ± 7,2
95,9 ± 10,2
116 ± 11
0,83 ± 0,08
41,0 ± 14,2
102 ± 22
1,68 ± 0,07
36,2 ± 7,6
37,8 ± 9,8
40,1 ± 18,3
61,6 ± 8,7
103 ± 14
116 ± 12
0,89 ± 0,08
Valores apresentados como média ± DP. IMC: Índice de Massa Corporal. M: masculino. F: feminino.
Na circunferência da cintura (CC) verifica-se que os participantes estão em risco
cardiovascular de acordo com as recomendações estabelecidas para CC, que determina ≥ 90
cm para homens e ≥ 80 cm para mulheres, visto que os resultados demonstraram que os
homens apresentam média de 111 cm e as mulheres 95,9 cm de circunferência,
respectivamente (Tabela 1). Além disso, 23 participantes do sexo feminino apresentam baixo
risco de sofrer de doenças cardiovasculares e 15 participantes com risco muito alto,
respectivamente (Figura 3B). Os homens se encontram com risco moderado (n= 7) e muito
alto (n= 8) (Figura 3A).
15
Em relação à prevalência geral de excesso de peso, os resultados indicam que 40,7%
dos participantes estão com obesidade grau I (n= 35), 26,74% com obesidade grau II (n= 23) e
16,28% com obesidade grau III (n= 14), totalizando 83,72% (n= 72). Com sobrepeso, se
encontra 13,95% (n= 12) e apenas 2,33% (n= 2) peso normal, respectivamente (Figura 4).
A prevalência do excesso de peso a partir do IMC foi maior nas mulheres (96,97%
com sobrepeso e obesidade), provavelmente devido ao número maior de participantes desse
gênero (n= 66), quando comparado aos homens (n=20) que apresentaram 100% de excesso de
peso. Quanto ao percentual de gordura em ambos os sexos, especialmente as mulheres,
classificaram-se em ruim (28,79%) e muito ruim (51,52%) (Figura 5A e B), representando
sobrepeso e obeso, respectivamente.
M A S C U L IN O
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0
5
1 0
1 5
2 0
2 5
B
Figura 3. (A) Distribuição da relação cintura/quadril nos sexos masculino e (B) feminino dos participantes do
Projeto Vida Saudável.
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Figura 4. Distribuição percentual do índice de massa corporal (IMC) de participantes do Projeto Vida Saudável.
16
A Tabela 2 e a Figura 6 apresentam as características cardiorrespiratórias obtidas no
teste ergométrico. A duração média total do teste foi 07 minutos e 41 segundos. Os resultados
indicam que os homens (distância média de 0,82 km; FCmáx= 164 bpm; VO2máx= 31,9
mL/kg.min; MET= 9,10 ml/kg/min) apresentaram valores melhores quando comparado as
mulheres (distância média de 0,59 km; FCmáx= 162 bpm; VO2máx= 26,6 mL/kg.min; MET=
7,59 ml/kg/min). Contudo, quando comparado os valores de classificação do VO2máx para
sexo e faixa etária, os participantes de ambos os sexos apresentaram aptidão
cardiorrespiratória regular (Figura 6).
Tabela 2. Características Cardiorrespiratórias obtidas no Teste Ergométrico.
Variáveis M (n= 20) F (n= 61)
Duração do teste (segundos)
Distância percorrida (km)
FC repouso (bpm)
FC submáxima (bpm)
FCmáx Teste (bpm)
VO2máx (mL/kg.min)
MET (ml/kg/min)
484 ± 137
0,82 ± 0,36
81 ± 12
152 ± 12
164 ± 23
32 ± 9
9,10 ± 2,71
405 ± 88
0,59 ± 0,18
82 ± 14
151 ± 12
162 ± 22
27 ± 7
7,59 ± 2,07
Valores apresentados como média ± DP. FC: Frequência Cardíaca; VO2máx: Consumo Máximo de Oxigênio; MET: Equivalente Metabólico da Tarefa. M: masculino. F: feminino.
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6 0
B
Figura 5. (A) Percentual de gordura no sexo masculino. (B) Percentual de gordura no sexo feminino.
17
Conforme demonstrado na Figura 6, a maioria dos participantes apresenta aptidão
cardiorrespiratória regular (38,75%), com 26,25% (fraca) e 20% (boa). Quando comparado
com as mulheres, os homens denotam 50% (n= 10) da aptidão cardiorrespiratória regular,
quanto que mulheres com 35% (n= 21). Na aptidão fraca, as mulheres predominam com
31,67% (n= 19) e os homens com apenas 10% (n= 2).
A Tabela 3 representa os valores pressóricos obtidos no teste ergométrico. Os
resultados apontam que a pressão arterial sistólica (PAS) apresentou valores médios de 137 ±
14 mmHg e a pressão arterial diastólica (PAD) de 86,6 ± 8,5 mmHg no início do teste. Após a
execução do teste, a média da PAS obteve valores de 183 ± 23 mmHg e PAD em 89,3 ± 12,8
mmHg (Tabela 3). A PAS apresentou um aumento de 34,5% para homens e 32,57% para
mulheres após o encerramento do teste, respectivamente. Observou-se que a PAD aumentou
3,38% para homens e 2,71% para mulheres, respectivamente (Tabela 3).
Tabela 3. Características Pressóricas obtidas no Teste Ergométrico. Início Término
Participantes PAS (mmHg)
PAD (mmHg)
PAS (mmHg)
PAD (mmHg)
Masculino (n= 20) 142 ± 12 88,5 ± 5,5 191 ± 20 91,5 ± 10,9
Feminino (n= 61) 132 ± 16 84,7 ± 11,5 175 ± 25 87,0 ± 14,6 Valores apresentados como média ± DP. PAS: Pressão Arterial Sistólica; PAD: Pressão Arterial Diastólica.
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Figura 6. Distribuição percentual da aptidão cardiorrespiratória dos participantes do Projeto Vida Saudável.
18
A Tabela 4 apresenta a correlação entre o VO2máx e os parâmetros antropométricos.
Após a análise de correlação de Pearson, os resultados mostraram que as variáveis IMC e
percentual de gordura indicam uma associação significativamente fraca com o VO 2máx. Além
disso, são inversamente proporcionais, ou seja, quanto maior o IMC e o percentual de
gordura, menor o VO2máx.
Tabela 4. Correlação entre o VO2 e parâmetros antropométricos.
VO2máx (mL/kg.min)
Variáveis (n= 76) r p
IMC (kg/m2) - 0,427 < 0,0001
Gordura (%) - 0,430 < 0,0001
Análise de Correlação de Pearson. p< 0,05. r: coeficiente de correlação.
19
4. DISCUSSÃO
O presente estudo caracterizou o perfil antropométrico e cardiológico dos participantes
do projeto de extensão Vida Saudável, os quais se classificam com sobrepeso e obesidade,
respectivamente. Os resultados mostram que a faixa etária média dos participantes é de 41
anos com peso corporal de 102 kg. Os principais achados foram que os participantes
apresentam risco elevado de desenvolver problemas de saúde, como doenças cardiovasculares
e metabólicas. Visto que há uma associação da obesidade com o desenvolvimente de
inúmeras outras patologias41,42.
Diversos indicadores antropométricos têm sido utilizados para determinar a associação
entre o excesso de peso e fatores de risco cardiovasculares, dentre eles, o IMC e a RCQ são as
medidas mais comumente utilizadas43. Em relação aos indicadores de excesso de peso, o IMC
médio e o percentual de gordura apresentado pelos participantes foram 36,2 kg/m2 e 37,8%,
respectivamente. Contudo, a CC vem sendo apontada como forte indicador de excesso de
peso, além de estar relacionada com a gordura intra-abdominal e ser capaz de prever o risco
cardiovascular44. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), recomenda-se
para a população sul-americana ≥ 90 cm para homens e ≥ 80 cm para mulheres, semelhante
aos sul-asiáticos45. No presente estudo, os homens apresentam média de 111 cm e as mulheres
95,9 cm de CC, respectivamente. Desse modo, a associação dos indicadores de excesso de
peso classifica os participantes com obesidade.
Uma ferramenta não-farmacológica que proporciona respostas adaptativas benéficas
ao organismo é a prática regular de atividade física46,47. Na obesidade, o exercício físico pode
ser utilizado como medida de prevenção e/ou tratamento com ação positiva na redução do
peso corporal e nos riscos à saúde48. Os resultados do presente estudo mostraram apenas uma
avaliação inicial dos dados antropométricos, não sendo possível apresentar os resultados
longitudinais. Diante desse contexto, Arruda et al. (2010) mostram que a combinação de
exercício físico e dieta equilibrada proporcionam um gasto calórico superior ao consumo
energético, resultando no emagrecimento49. Segundo Grahl et al. (2013), a elevação da taxa
metabólica basal acarreta diminuição na porcentagem de gordura, pois o metabolismo
permanece elevado após sessões de treinamento de força (TF), aumentando a oxidação de
lipídios, posteriormente, levando ao emagrecimento50. Em concordância com esses achados,
Montenegro (2014) e demais52-54, demonstraram que durante sessões de TF a um aumento do
gasto energético, massa muscular e taxa metabólica basal, consequentemente, melhorando a
autonomia do obeso e colaborando para programas de emagrecimento51. Corroborando os
estudos supracitados, Villareal et al. (2017) compararam o treinamento aeróbio, de resistência
20
e combinado (aeróbio e resistência) na perda de peso de adultos idosos obesos e observaram
que exercícios aeróbios combinados com de resistência foram mais eficazes para perda de
peso e melhora da capacidade funcional em adultos idosos obesos55. Dessa forma, é possível
concluir que programas de exercícios que incluem o treinamento resistido e aeróbio melhoram
a qualidade de vida de pessoas com sobrepeso e obesidade, respectivamente, pois apresentam
modificações favoráveis no gasto calórico, massa corporal magra e gordura corporal,
contribuindo para o emagrecimento.
A flexibilidade está relacionada com as atividades da vida diária, sendo um importante
componente da aptidão física. Dos 86 participantes, 47 se classificam na categoria fraco no
teste de flexibilidade (banco de Wells). Embora não tenha sido realizada a segunda avaliação,
estudos sugerem que o treinamento resistido pode aumentar a flexibilidade56-58. Santos et al.
(2016) analisaram a diferença no grau de flexibilidade nas articulações dos joelhos em obesos
grau 1 sedentários e exercitados. Foram avaliados 18 indivíduos de ambos os sexos, com IMC
> 30kg/m2 e idade entre 40 e 50 anos. Os resultados mostram que os obesos sedentários
obtiveram uma média de 87,75° de flexibilidade de joelho com média de IMC 32,60 kg/m2,
enquanto a média no grau de flexibilidade de joelho dos obesos exercitados foi 134,3°, com
IMC 31,7 kg/m2. Concluindo que obesos grau 1 exercitados são mais flexíveis do que obesos
grau 1 sedentários59. Portanto, a prática regular de exercícios físicos influencia diretamente na
flexibilidade e mobilidade das articulações, podendo prevenir complicações osteomusculares.
De acordo com os medidas pressóricas obtidas pelo teste ergométrico, as mulheres
apresentam pré-hipertensão e os homens hipertensão estágio 1 conforme a VII Diretriz
Brasileira de Hipertensão Arterial38. Comparando com outros estudos, a pressão arterial
apresentada por esta população está de acordo com o achado de Campos et al. (2015) que
encontrou associação do excesso de peso com a hipertensão arterial em mulheres obesas60.
Quando o coração bombeia sangue, ele exerce uma força contra a parede das artérias devido à
resistência imposta ao fluxo sanguíneo pelas próprias artérias, denominada resistência
vascular. Quando essa força está aumentada, denomina-se hipertensão arterial sistêmica
(HAS), ou popularmente pressão alta61. A hipertensão é um fator de risco importante para
doenças cardiovasculares e contribui significativamente para mortes decorrentes de infarto do
miocárdio, acidente vascular encefálico e doença renal crônica62.
Além dos tratamentos medicamentosos, o treinamento físico tem mostrado efeitos
benéficos na redução da pressão arterial em indivíduos hipertensos, sendo recomendado como
meio de tratamento não-farmacológico, atuando na prevenção, tratamento e controle em todos
os estágios da HAS38,63-65. Segundo Ghorayeb et al. (2015), a prática de atividades físicas
21
aparece como um excelente contribuinte para um conjunto de estratégias para o controle da
HAS66. Em indivíduos normotensos ocorre uma queda PA sistólica e diastólica de
aproximadamente 8 a 10 mmHg e de 3 a 5mmHg, respectivamente. No entanto, em
indivíduos hipertensos, essa diminuição é de aproximadamente 18 a 20 mmHg para PA
sistólica e de 7 a 9 mmHg para a PA diastólica67,63, processo denominado hipotensão pós-
exercício (HPE), a qual parece ser mantida 24 horas após uma sessão de exercícios68,71. Um
dos mecanismos para explicar esse efeito hipotensor do exercício, está ligado à diminuição da
resistência vascular periférica (RVP)69, redução da atividade simpática evidenciada pela
redução nos níveis de catecolaminas plasmáticas70 e diminuição do débito cardíaco em
repouso71. Nesse sentido, é relevante ressaltar que a um aumento na produção e liberação do
óxido nítrico (NO) induzido pela acetilcolina72, melhorando o fluxo sanguíneo nos grandes
vasos do músculo, o que induz diminuição da RVP e da pressão arterial73,74.
Além disso, foram obtido resultados referentes ao perfil cardiovascular, os homens
obtiveram o VO2máx de 31,9 mL/kg.min e as mulheres 26,6 mL/kg.min, respectivamente.
Segunda a classificação da American Heart Association (1972) uma boa aptidão
cardiorrespiratória encontra-se entre 95-105% e excelente, acima de 105%, do estimado para
o sexo e faixa etária, respectivamente75. Contudo, no presente estudo, os participantes tanto os
homens quanto as mulheres apresentam aptidão cardiorrespiratória regular (80-95%).
Segunda a literatura, a prática regular de atividade física mostra-se capaz de promover
adaptações positivas sobre o VO2máx76,77. Lee et al. (2012) observaram aumento significativo
no VO2máx após exercícios aeróbicos e resistidos78.
Como limitação do estudo é necessário destacar que não houve controle sobre os
hábitos alimentares e as avaliações dos parâmetros hemodinâmicos foram realizadas por
diferentes avaliadores.
22
5. CONCLUSÃO
Assim, levando em consideração os resultados encontrados neste estudo, os
participantes do projeto de extensão Vida Saudável se caracterizam com sobrepeso e
obesidade, poucos flexíveis, além de pré-hipertensos e hipertensão estágio I.
23
6. REFERÊNCIAIS
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30
ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Sr(a) foi selecionado(a) e está sendo convidado(a) para participar voluntariamente e
espontaneamente do projeto de extensão intitulado: “Vida Saudável”, no SIEX: 401181. O
projeto, vinculado ao Programa NUPEM, número 500206, é uma proposta multidisciplinar que
tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de indivíduos obesos, diabéticos e cardiopatas
por meio da promoção de saúde. O projeto visa promover a prevenção e o controle de doenças
crônicas não-transmissíveis (DCNTs) por meio de intervenções físicas, acompanhamento
nutricional, ciclo de palestras e seminários. A proposta também poderá trazer importantes
subsídios para a implantação de aspectos benéficos como nutrição saudável, análise regular do
perfil dislipidêmico e prática de atividade física de forma efetiva nas comunidades internas e
externas da UFES, famílias da cidade de Vitória e grande Vitória/ES, contribuindo para
diminuição da mortalidade e aumento da qualidade de vida. Os dados coletados serão
utilizados apenas NESTE projeto e em trabalhos de conclusão de curso (TCCs). Estou ciente
que eu serei submetido a: 1) anamnese, com perguntas relativas ao estado de saúde e hábitos
alimentares; 2) avaliação antropométrica, teste cardiorrespiratório e análise do padrão de
movimento; 3) coleta de sangue para análise bioquímica (determinação da glicose, colesterol
e triglicérides); 4) mensuração da glicemia de jejum, durante e após o treinamento físico; 5)
aferição da pressão arterial; 6) polissonografia.
Sua participação é voluntária, isto é, a qualquer momento você pode desistir de
participar, bem como retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua
relação com o coordenador do projeto, membros da equipe ou com a Instituição que forneceu
os seus dados, como também na que trabalha. Sr(a) não terá nenhum custo ou quaisquer
compensações financeiras. Sr(a) receberá uma cópia deste termo onde consta o celular/e-mail
do coordenador responsável, podendo esclarecer as suas dúvidas sobre o projeto e sua
participação, agora ou a qualquer momento. Desde já agradecemos!
Coordenador: Prof. Dr. André Soares Leopoldo
Universidade Federal do Espírito Santo
Email: [email protected]
Tel: (27) 4009-7882/ 99792-5455
31
Espírito Santo, ____de _______________ de 20___.
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do projeto de extensão proposto, sabendo que dele poderei desistir a
qualquer momento, sem sofrer qualquer punição ou constrangimento.
Nome: ____________________________________________________________________
RG: ___________________
CPF: _________________
Participante Voluntário: _______________________________________________________
(assinatura)
32
ANEXO II – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
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