MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
CAMPUS CAPITÃO POÇO
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
ANTONIA LUZINETE DA SILVA ROMÃO
RAYNARA BARRETO BESERRA
AVALIAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃODA FEIRA DA
AGRICULTURA FAMILIAR E ECONOMIA SOLIDÁRIA NO
MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO-PA
CAPITÃO POÇO - PA
2019
ANTONIA LUZINETE DA SILVA ROMÃO
RAYNARA BARRETO BESERRA
AVALIAÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DA FEIRA DA
AGRICULTURA FAMILIAR E ECONOMIA SOLIDÁRIA NO
MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO-PA
CAPITÃO POÇO – PA
2019
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Engenharia
Florestal da Universidade Federal
Rural da Amazônia, como requisito
para obtenção do título de Engenheira
Florestal.
Orientador: Prof. Dr. José Sebastião
Romano de Oliveira.
Coorientadora: Msc. Ana Paula Dias
Costa.
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Ficha Catalográfica
Biblioteca Maria Auxiliadora Feio Gomes / UFRA - Capitão Poço
R 756 Romão, Antonia Luzinete da Silva
Avaliação da comercialização da feira da agricultura familiar e economia solidária
no município de Capitão Poço-Pa. / Antonia Luzinete da Silva Romão, Raynara
Barreto Beserra. - Capitão Poço, 2019.
37 f.
Orientador Dr. José Sebastião Romano de Oliveira; Coorientador Msc. Ana Paula
Dias Costa
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação – Engenharia Florestal) – Universidade
Federal Rural da Amazônia, Capitão Poço, 2019.
1. Agricultura familiar – avaliação socioeconômica – Capitão Poço, Pará. 2. Produção
familiar – feiras livres – comercialização. I. Beserra, Raynara Barreto. II. Oliveira,
José Sebastião Romano de, orient. III. Título
CDD: 23 ed. 381.186098115
Bibliotecária-Documentalista: Sheyla Gabriela Alves Ribeiro CRB-2/1372
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a minha família, meus pais Antonio Ferreira Romão e Maria
Ocilene da Silva Romão, meus irmãos Maria Luzirene da Silva Romão e Higor da Silva
Romão e minha sobrinha Laura Romão Leite por não desistirem de mim e por estarem sempre
me incentivando e ajudando a enfrentar essa caminhada. Carinhosamente dedico a minha
sobrinha que veio alegrar meus dias e mesmo sem saber, não me deixou fraquejar nos
momentos mais difíceis.
Antonia Luzinete da Silva Romão
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, autor do meu destino, por me manter
sempre com fé e saúde até aqui. A minha família, minha mãe Dilene Barreto Lira da Silva,
aos meus dois pais Ronaldo Miguel Beserra (pai biológico) e Salomão lira da Silva (pai de
criação), aos meus irmãos Renan Thales Barreto Luna e Raissa Maria Barreto Beserra, a
minha tia Diedja Maglione Roque Barreto e aos meus avós maternos (in memoriam) Divani
Cavalcante Roque Barreto e Francisco de Assis Alves Barreto que mesmo não mais presente
hoje entre nós sonharam junto comigo essa conquista. Todos sempre me motivando com
muito carinho е apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha
vida.
Raynara Barreto Beserra
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter me dado saúde e força para vencer mais essa batalha em minha vida.
À minha família como verdadeiros alicerces que me incentivaram, acreditaram e
apostarem em mim, sendo eles os principais protagonistas da minha vida acadêmica e por
sempre acreditaram no meu potencial.
A minha colega de trabalho Raynara Barreto Beserra pelo esforço na construção desse
trabalho.
Agradeço também a todos meus amigos e amigas que estiveram sempre ao meu lado
ao longo desses cinco anos e por sempre compreenderem o meu “não posso hoje, tenho prova
amanhã, trabalho, seminário...”, deixando de estar com eles e também minha família para
poder estudar, mas que todos contribuíram de forma positiva com a realização do meu sonho,
agradeço também aos colegas de curso por todo aprendizado.
Ao Orientador professor Dr. José Sebastião Romano de Oliveirapelo carinho e
atenção,em especial a professora e CoorientadoraMsc. Ana PaulaDias Costa pelo carinho,
atenção e dedicação às atividades realizadas nesse trabalhoe aos demais professores ao longo
do curso.
A todos os funcionários efetivos e terceirizados da Universidade Federal Rural da
Amazônia que trabalham em conjunto para formação de profissionais qualificados.
Antonia Luzinete da Silva Romão
AGRADECIMENTO
Primeiramente sou grata a toda minha família, meus pais, meus irmãos, meus avós,
meus amigos, em especial a minha mãe que tanto lutou pela minha educação, abrindo muitas
vezes mão dos seus sonhos para tornar os meus realidade, que sempre acreditou no meu
potencial e nunca me deixou perder a fé nos momentos difíceis.
A minha querida tia e paraninfa Diejda Maglione, que mesmo a distância permitiu que
eu participasse dos congressos acadêmicos me ajudando financeiramente.
A minha colega e dupla de trabalho Antonia Luzinete da Silva Romãopor toda
dedicação, paciência e esforço na construção desse trabalho.
Ao meu namorado Rodolfo Barbosa por toda compressão, paciência, carinho e acima
de tudo, por sempre me fazer sorrir nos momentos de mais estresses.
Ao meu Orientador professor Dr. Jose Sebastião Romano de Oliveira por todo carinho
e atenção, em especial a professora e Coorientadora Msc. Ana Paula Dias Costa por
praticamente de última hora ter nos aceitado como orientadas, e com todo carinho, atenção
nos ajudou na realização das atividadesdesse trabalho e aos demais professores que
contribuíram para a minha formação ao longo do curso.
Por fim, manifesto aqui a minha gratidão à Deus, que me deu força, fé e saúde para
realizar esse meu sonho.
Raynara Barreto Beserra
Leve na sua memória para o resto de sua vida, as coisas boas que surgiram no meio das
dificuldades. Elas serão uma prova de sua capacidade em vencer as provas e lhe darão
confiança na presença divina, que nos auxilia em qualquer situação, em qualquer tempo,
diante de qualquer obstáculo.
Chico Xavier
RESUMO
Agricultura familiar é uma das grandes responsáveis pelo alimento que chega a mesa dos
consumidores no mundo todo, apesar das imensas dificuldades encontradas pelo agricultor,
tanto para produção quanto a venda dos produtos. As feiras livres são uma das principais
formas de comercialização dos produtos oriundos por esse tipo de agricultura.Diante disso,
este trabalho teve por objetivo realizar a avaliação socioeconômica e produtiva da feira da
agricultura familiar e economia solidária no município de Capitão Poço-PA. Para a realização
da pesquisa, foi aplicado um questionário contendo 15 perguntas fechadas. Os entrevistados
foram agricultores familiares de cinco localidades pertencentes ao município de Capitão Poço.
Com os dados, pôde-se observar que os agricultores possuem, no geral, baixa escolaridade e a
maioria tem mais de cinqüenta anos de idade. Todos são de Capitão Poço. Os auxiliares na
produção dos alimentos são em média 2,15 e que na venda apenas um integrante da família é
o responsável. É grande a diversidade dos produtos comercializados e durante o cultivo a
utilização de defensivos químicos é considerada mínima proporcionando uma produção mais
saudável. Portanto conclui-se que a renda dos agricultores que fazem uso da feira da
agricultura familiar e economia solidária para comercialização de sua produção aumentou
consideravelmente contribuindo positivamente com renda da família, mas que essa não é a
única fonte de renda familiar, pois o investimento na feira ainda é baixo e a necessidade de
parcerias para ampliá-la seria de grande valia para aumentar o sucesso da feira.
Palavras-Chave:Feiras livres; comercialização; produção familiar.
ABSTRACT
Family farming is one of the main reasons that food exists on the consumers table worldwide,
despite the huge difficulties faced by farmers, both for the production and selling the
products. This way, free fairs are one of the main commercialization ways of the products
originated by this type of agriculture, this way, this work aimed to carry out a socioeconomic
and productive evaluation of the family agriculture fair and solidarity economy in the city of
CapitãoPoço-PA.To perform the research, a questionnaire containing up to 15 questions was
applied. The interviewees were family farmers from five localities belonging to the city.From
the data analyzed it could be assumed that farmers generally werepooreducated and the
majority are over fifty years old, the assistents in food production are on average 2.15 people
per family and that on sale only one family member is responsible for the marketing.There
was a great diversity of the products traded and during the cultivation the use of chemical
pesticides is considered minimal, thus producing a healthier final product.The products
transportation tothe fair is made by producers themselves using their own vehicles.Besides the
need for one more week day to hold the fair, it is necessary to encourage the city hall and
more citizen awareness about the fair that happens every Saturday in the main church square,
downtown.Therefore, it is concluded that the farmers income in family agriculture and
solidarity economy increased significantly, but that none of the them was confident to explain
the increased values, though, this increase contributes positively to family income, but that
this is not the only source of income. family income as the investment in the fair is still low
and it needs partnerships to expansion would be of great value to leverage the fair success.
Keywords: Free fair; commercialization; family production.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Localização do município de Capitão Poço, nordeste do Estado do Pará. ......................... 18
Figura 2 – Aplicação de questionário na feira da agricultura familiar e economia solidária. .............. 20
Figura 3 – Faixa etária dos agricultores entrevistados. ........................................................................ 23
Figura 4 – O representante familiar fazendo a comercialização. ......................................................... 24
Figura 5 – Grau de escolaridade dos produtores familiar. ................................................................... 25
Figura 6 –Relação dos agricultores no ambiente da Feira.................................................................... 27
Figura 7 – Fluxograma do circuito curto de comercialização. ............................................................. 28
Figura 8 – Relação dos agricultores e seus tipos de transporte ............................................................ 29
Figura 9 – Agricultores no local de venda e seus respectivos transportes ........................................... 30
Figura 10 – Produtos vendidos na feira. ............................................................................................... 33
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 14
OBJETIVO GERAL ........................................................................................................................... 15
OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................................ 15
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ........................................................................................................... 15
2.1 Agricultura Familiar ..................................................................................................................... 15
2.2 As feiras como ponto de comercialização .................................................................................... 17
3 MATERIAL E MÉTODO ............................................................................................................... 17
3.1 Localização e Caracterização do Local de Estudo ........................................................................ 17
3.2 Sobre a Pesquisa ........................................................................................................................... 19
3.3 Coleta e Análise de Dados ............................................................................................................ 20
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 20
4.1 Aspectos sociais envolvidos na feira da agricultura familiar ........................................................ 20
4.1.1 Surgimento da feira .............................................................................................................. 20
4.1.2 Perfil dos agricultores ........................................................................................................... 22
4.1.3 Faixa etária ........................................................................................................................... 22
4.1.4 Colaboradores....................................................................................................................... 23
4.1.5 Escolaridade ......................................................................................................................... 24
4.1.6 Incentivo e apoio da prefeitura ............................................................................................. 25
4.1.7 Relação dos agricultores na feira .......................................................................................... 26
4.1.8 Intenção em continuar na feira ............................................................................................. 27
4.2 Os processos produtivos e econômicos na feira da agricultura familiar ....................................... 29
4.2.1 Transporte............................................................................................................................. 29
4.2.2 Aumento da renda ................................................................................................................ 30
4.2.3 Dia a mais de venda ............................................................................................................. 31
4.3 Produtos comercializados na feira ................................................................................................ 31
4.3.1 Produtos ................................................................................................................................ 31
4.3.2 Produção Orgânica ............................................................................................................... 33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 35
ANEXO ................................................................................................................................................ 38
14
1 INTRODUÇÃO
As feiras livres são um importante canal de comercialização de produtos,
principalmente de agricultores familiares.Esse contato direto do produtor com o consumidor
final, proporciona uma maior credibilidade e segurança para aqueles que consomem esses
produtos. As feiras, além de locais de comercialização, são locais de encontro,
confraternização e socialização. As mesmas são utilizadas como pontos de referência e fazem
parte da história de inúmeros municípios.
A feira da Agricultura familiar de Capitão Poço é um importante intermédio no quais
pequenos agricultores familiares utilizam como uma alternativa de geração de renda com a
venda dos seus produtos, garantindo não só um retorno econômico satisfatório para o
município como para as famílias de produtores, mas também beneficiando e proporcionando a
população local que busca cada vez mais uma qualidade de vida por meio de uma alimentação
saudável.
Esse trabalho foi desenvolvido na sede do município de Capitão Poço, onde em
parceria com a Universidade federal Rural da Amazônia – UFRA e agricultores do Sindicato
dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Capitão Poço – STTR/Capitão Poço iniciou uma
abertura que possibilitou aos agricultores familiares do município a comercializarem seus
produtos diretamente ao consumidor final, inicialmente os consumidores eram os próprios
alunos, professores, gestores e moradores próximos ao campus. O sucesso das vendas, de
certa forma entusiasmou os agricultores a expandirem e buscarem um local onde os mesmos
tivessem mais visibilidade e acesso a toda a população, essa expansão os levaram até praça da
igreja matriz onde permanecem até hoje.
Por mais que os benefícios sejam ainda superiores a todas as dificuldades enfrentadas
pelos agricultores familiares, a feira ainda trás consigo inúmeras desvantagens a serem
melhoradas em prol do progresso da feira. Dentre as desvantagens que afetam a feira podemos
destacar as que mais refletem de forma negativa: Falta de incentivo e apoio do poder público,
Dificuldade no transporte dos produtos do local de produção para o local de comercialização;
Falta de divulgações da existência da feira dentro do município e falta de uma estrutura mais
adequada para exposição dos produtos na feira
15
OBJETIVO GERAL
Avaliar os processos de comercialização e circulação da produção da feira da
agricultura familiar e economia solidária de Capitão Poço.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Compreender os aspectos sociais envolvidos na feira da agricultura familiar.
Verificar os processosde comercialização e econômicos na feira da agricultura
familiar.
Identificar e caracterizar os produtos comercializados na feira.
2REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1 Agricultura Familiar
O debate sobre a importância e o papel da agricultura familiar no desenvolvimento
brasileiro vem ganhando força ao longo do tempo, impulsionado, principalmente, pela
concepção de desenvolvimento duradouro, geração de emprego e renda, segurança alimentar e
desenvolvimento local (FAO/INCRA, 2000).
Segundo a Secretaria Especial de Agricultura Familiar de Desenvolvimento Agrário, a
agricultura familiar tem dinâmica e características distintas em comparação à agricultura não
familiar. Nela, a gestão da propriedade é compartilhada pela família e a atividade produtiva
agropecuária é a principal fonte geradora de renda. Ainda segundo a secretaria, mais de 84%
dos estabelecimentos agropecuários brasileiros pertencem a grupos familiares.
Para Wanderley(2004), a agricultura familiar carrega uma tradição baseada não
somente na centralidade familiar,mas também nas formas de produzir e na sua maneira de
viver. Na medida em que se encontram inseridos em um contexto social globalizado, necessita
se adaptar às novas formas de produção e de vida em sociedade.
Guanziroli e Cardim (2000) revelam que mesmo diante da escassez de crédito, a
agricultura familiar consegue ser mais eficiente do que a agricultura patronal. Produzindo
mais com menos, o agricultor familiar, embora explorado pelo modo de produção capitalista,
consegue intensificar o uso da terra,aproveitando ao máximo a área total de que dispõe,
destinando aos sistemas intensivos de produção maior parte de sua área.
O reconhecimento da agricultura familiar no país é muito recente, e se deve a três
fatores. O primeiro tem relação com o movimento sindical, o segundo com o trabalho dos
mediadores e intelectuais, e o terceiro fator tem relação com o trabalho do Estado e de
16
políticas públicas que começaram a reconhecer esse fator e deram possibilidade de
crescimento e incentivos a partir da criação do PRONAF – Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (SCHNEIDER; CASSOL, 2013).
A afirmação da agricultura familiar no cenário social e político brasileiro
estãorelacionados à legitimação que o Estado lhe emprestou ao criar, em 1996, o PRONAF.
Esse programa, formulado como resposta às pressões do movimento sindical rural desde o
início dos anos de 1990, nasceu com a finalidade de prover crédito agrícola e apoio
institucional às categorias de pequenos produtores rurais que vinham sendo alijados das
políticas públicas ao longo da década de 1980 e encontravam sérias dificuldades de se manter
na atividade.A partir do surgimento do PRONAF, o sindicalismo rural brasileiro, sobretudo
aquele localizado nas regiões Sul e Nordeste, passou a reforçar a defesa de propostas que
vislumbrassem o compromisso cada vez mais sólido do Estado com uma categoria social
considerada específica e que necessitava de políticas públicas diferenciadas (juros menores,
apoio institucional etc) (SCHNEIDER, 2003).
Para a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, a
geração e as oportunidades de negócios para a agricultura familiar vêm sendo eixos
estratégicos. A inserção de milhares de agricultores familiares nos processos de
comercialização tem dado a visibilidade que essas famílias sempre almejaram no meio rural.
Além disso, garantem a geração de renda e abertura de novas oportunidades, na medida em
que ocorre a inserção da produção familiar, em mercados de compras públicas, como o
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar
(Pnae).
O PNAE, PAA e as feiras livres são algumas das alternativas para vendas dos produtos
agrícolas oriundos da agricultura familiar. Para Chaves (2011), no Brasil as feiras livres
surgiram desde a época da colonização portuguesa. No período colonial, a população sentia a
necessidade de comercializar vários gêneros tropicais, metais preciosos e produtos das mais
variadas espécies. Dessa forma, as pessoas se reuniam em locais pré-determinados durante
certo período para suprir suas necessidades comerciais, mas também realizar atividades
socioculturais. Foi assim que as feiras livres no Brasil se consolidaram como uma das mais
antigas e tradicionais formas de comércio, lazer, e, sobretudo, como centros de sociabilidade
das cidades.
De acordo com Almeida e Kudlavicz (2011), terra é sinônimo de vida e trabalho e,
sem dúvida, os agricultores familiares vêm trabalhando arduamente para conquistarem uma
17
vida digna no meio rural. Mediante as culturas por eles cultivadas, buscam diferentes
estratégias, como a diversificação, para a geração de renda.
2.2 As feiras como ponto de comercialização
As feiras livres são consideradas uma importante estrutura de suprimento de alimentos
das cidades, especialmente as interioranas, pois promovem o desenvolvimento econômico e
social, fomentando a economia dessas pequenas cidades. Oferecem produtos sempre frescos e
permitem uma relação restrita entre consumidores e produtores e o poder de barganha
exercido por eles (COUTINHO; NEVES; SILVA, 2006).
Segundo Andrade (2015), a feira livre está presente na cultura e costumes populares
desde a Antiguidade, como modelo de mercado periódico mais antigo e tradicional no mundo,
exercendo grande importância para o desenvolvimento econômico, social e cultural. Um
marco na passagem do modo feudal para o modelo capitalista. Ainda segundo a autora, a feira
livre teve papel importante para a formação de núcleos urbanos, como as famosas e
tradicionais feiras de gado, uma vez que, no início da colonização, tornaram-se responsáveis
pela constituição de povoamento no interior dos Estados.
Para Santos et al. (2014) a escolha do canal de distribuição para a venda dos produtos,
pelos agricultores familiares, passa a ser, um dos principais elementos da estratégia de
comercialização, para o autor, as feiras livres têm ganhado destaque para a comercialização de
produtos provenientes da agricultura familiar, em relação ao varejo tradicional por apresentar
uma relação mais direta com o consumidor e uma melhor rentabilidade dos produtos
comercializados nesse canal.
As feiras livres também possibilitam o acesso dos agricultores ao mercado, gerando
renda para compra de produtos para consumo familiar, de forma a ser considerada uma
importante política distributiva, possibilitando que a renda da população permaneça no
município contribuindo para seu desenvolvimento (SILVESTRE et al., 2006).
Cabe dizer que o desenvolvimento local é baseado nos agentes locais, sendo
relacionado a iniciativas inovadoras da coletividade, encadeando as potencialidades locais nas
condições dadas pelo contexto. Para que esse processo de desenvolvimento seja duradouro, é
preciso elevar as oportunidades sociais e a competitividade da economia local, aumentando a
renda (BUARQUE, 1999).
3MATERIAL E MÉTODO
3.1Localização e Caracterização do Local de Estudo
18
O município de Capitão Poço (Figura 1) está localizado na mesorregião do nordeste
paraense e microrregião do Guamá possuindo uma área de 1.714,85 km² e limita-se ao norte
com Ourém a leste com Santa Luzia do Pará e Garrafão do Norte ao sul com Ipixuna e Nova
Esperança do Piriá e ao oeste com Aurora do Pará, Mãe do Rio e Irituia com distância de 226
km da Capital Belém IBGE (2008).
Figura 1– Localização do município de Capitão Poço, nordeste do Estado do Pará.
Fonte:Sistemas de Informações Territoriais (STI).
A origem desse município data de 1943, com a chegada das primeiras 14 famílias
nordestinas que se instalaram às proximidades do Igarapé Capitão Poço. A partir daí, o
crescimento populacional e econômico dessa área foi tão expressivo que, em 23 de dezembro
de 1961, foi aprovada a sua emancipação e seis dias após, sancionada a Lei 2.460 de criação
do município de Capitão Poço (Pará, 1992).
A economia de Capitão Poço se apóia fundamentalmente na atividade agrícola. Da sua
colonização até os dias atuais, a agricultura do município passou por um importante processo
de transformação compreendendo diferentes estádios: inicialmente a exploração agrícola
voltou-se para os cultivos temporários, com destaque para o arroz, milho, feijão mandioca e
malva. Posteriormente, na década de 70, com a pimenta-do-reino, inaugura-se um novo
19
período na agricultura do município, caracterizados pela introdução dos chamados insumos
modernos (fertilizantes, corretivos, defensivos e herbicidas). Ao lado da pimenta-do-reino
surge o algodão, reintroduzido na região por conta do Projeto Algodão, resultado de uma
parceria entre a Secretaria de Estado de Agricultura e Linhas Correntes S/A. Em 1977, pela
iniciativa pioneira do técnico agrícola e produtor Antônio Soares Neto, tem início o cultivo da
laranja no município. As perspectivas positivas da cultura atraíram o apoio da Secretaria de
Estado de Agricultura e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará –
Emater que, através do Projeto de Desenvolvimento da Citricultura, estabeleceram as bases
para a difusão e consolidação da cultura no município. (VILAR E COSTA, 2000).
Capitão Poço é um município de grande importância agrícola para o Estado e o mundo
através das suas exportações de citros, os agricultores familiares são grandes responsáveis por
tal importância, pois são eles, em conjunto, um dos maiores produtores no município. O
estudo foi desenvolvido com os agricultores da feira da agricultura familiar e economia
solidária, realizada todos os sábados no período matutino na praça da igreja matriz na
Avenida 29 de dezembro no município de Capitão Poço.
3.2 Sobre a Pesquisa
Segundo Gil (2007, p. 17), pesquisa é definida como:
(...) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar
respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um
processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a
apresentação e discussão dos resultados.
A pesquisa foi fundamentada em métodos participativos de natureza qualitativa que
segundo Turato (2005) as pesquisas que utilizam o método qualitativo devem trabalhar com
valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões. Não tem qualquer utilidade na
mensuração de fenômenos em grandes grupos, sendo basicamente úteis para quem busca
entender o contexto onde algum fenômeno ocorre. Ao invés da medição, seu objetivo é
conseguir um entendimento mais profundo e, se necessário, subjetivo de estudo, sem se
preocupar com medidas numéricas e análises estatísticas. Adentrando na subjetividade dos
fenômenos.
A pesquisa ocorreu através de aplicação de questionário, que segundo Cervo &
Bervian (2002, p. 48) o questionário “[...] refere-se a um meio de obter respostas às questões
por uma fórmula que o próprio informante preenche”. Ele pode conter perguntas abertas e/ou
20
fechadas. As abertas possibilitam respostas mais ricas e variadas e as fechadas maior
facilidade na tabulação e análise dos dados. Esse questionário foi semiestruturado contendo
quinze perguntas, conforme anexo, onde se realizou um levantamento social, econômico e
produtivo dos entrevistados cadastrados na feira, a aplicação do questionário aconteceu para
as 13 famílias, sendo esse o total de participantes que fazem uso do espaço entorno da igreja
matriz.
3.3 Coleta e Análise de Dados
Foram utilizados três sábados consecutivos (10, 17 e 24 de novembro de 2018) para
aplicação do questionário (Figura 2), no qual as famílias não se alteram em relação à
quantidade, permanecendo os mesmos entrevistados em todas as visitas. Os dados obtidos
foram analisados posteriormente à coleta.
Figura 2 – Aplicação de questionário na feira da agricultura familiar e economia solidária.
Fonte: Autoras, 2018.
4RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Aspectos sociais envolvidos na feira da agricultura familiar
4.1.1 Surgimento da feira
21
A proposta da Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidária surgiu a partir de
uma demanda foram demanda dos agricultores filiados ao Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Capitão Poço – STTR/Capitão Poço, partindo da necessidade de se
criar estratégias que forneçam oportunidades para que o agricultor possa vender seus produtos
diretamente para o consumidor, a um preço justo, e que houvesse a relação de confiança e a
troca de saberes entre os sujeitos envolvidos.
A primeira feira da agricultura familiar e economia solidária aconteceu nocampus da
Universidade Federal Rural da Amazônia UFRA/Capitão Poço, no mês de dezembro de 2015
e contou com o envolvimento de 10 comunidades rurais, tendo uma frequência de uma vez ao
mês. Após cinco meses, o número de agricultores e agricultoras se expandiu.Estes observaram
a necessidade de ocupar novos espaços, tornando a feira mais visível à comunidade. Este
grupo de agricultores em parceria com o Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em
Agricultura Familiar e Agroecologia - NEA/UFRA realizaram uma reunião junto ao pároco
da cidade, para que o mesmo cedesse o espaço entorno da Paróquia Santo Antonio Maria
Zacarias para que os agricultores, através da feira livre, comercializassem seus produtos.Após
essa parceria, a feira passou a ocorrer todos os sábados.Isso ampliouo universo dos
agricultores para a comercialização e tornaram suas produções mais visíveis.
Inicialmente, os agricultores familiares cadastrados vieram de 15 comunidades rurais
vinculadas ao STTR/Capitão Poço dentre elas: Associação Rede Bragantina de Economia
Solidária Artes e Sabores do Nascisa, Associação dos Pequenos Produtores do Barro
Vermelho, Assentamento Carlos Lamarca, Jararaca, Associação do Revesso, Santa Luzia do
Induá, Aldeia Yrapé-CP, Cooperativa D‟Irituia e discentes da UFRA vinculados ao
NEA/UFRA. A comercialização era bem diversificada, desde artesanatos, óleos, alimentos
processados, verduras, hortaliças, mudas, entre outros, além da venda, havia um espaço de
música, poesia e um momento de trocas solidárias de produtos entre os feirantes.
Atualmente, os agricultores ainda permanecem na praça da igreja e passaram a atender
a população de forma mais acessível, tendo em vista que o local anterior da feira restringia
somente ao público acadêmico. Porém, é perceptível um decréscimo na quantidade de
famílias participantes da feira, totalizando apenas cinco comunidades: Nova Colônia,
Jararaca, Boca Velha, Santa Luzia do Induá e Assentamento Carlos Lamarca e treze família.
Isso pode ser explicado pelo fato de não haver apoio aos agricultores, principalmente em
relação à necessidade de um transporte adequado, haja vista que os pequenos produtores não
possuem veículo apropriado para o transporte de suas mercadorias.
22
Ao serem questionados sobre o surgimento da feira, os feirantes não souberam
responder o real surgimento, apenas afirmaram que foi uma parceria entre o representante
deles (Antonio Marcos) e a UFRA. Apenas o casal Maria Acineia e Antonio Marcos soube
responder, sendo esses os maiores interessados e idealizadores da feira.
4.1.2 Perfil dos agricultores
Com os resultados obtidos verificou-se que todos os agricultores, com exceção de
dois, possuem baixa escolaridade, o que é típico dos agricultores da região (Figura 3). A baixa
formação pode ser explicada pelo fato de terem que deixar de estudar para ajudarem seus pais
na roça e voltarem posteriormente a estudar ou por vezes nem retornam mais a escola.Essa
estatística é uma realidade comprovada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE que diz que a maior parte dos produtores rurais do país tem baixa escolaridade.
O casal de agricultores Maria Acineia Reis e Antonio Marcos Moreira de Lima, ensino
médio e superior com 36 e 38 anos respectivamente, são os únicos a terem uma formação
mais elevada, o restante com ensino fundamental incompleto e apenas uma agricultora com
ensino fundamental completo, conforme gráfico abaixo.
4.1.3 Faixa etária
As idades analisadas dos entrevistados foram dividas em duas partes e observadas que,
até 50 anos corresponde a 76,92% dos entrevistados e acima de 50 anos com 23,07% (Figura
3). Em pesquisa semelhante Sales, Rezende e Sette(2011), encontraram resultados diferentes
com uma variação significativa de idade entre 20 e 40 anos nas feiras livres de Lavras/MG.
A faixa etária dos agricultores apresentou uma variação relativamente significativa
entre eles, estando todos entre 36 e 60 anos e a minoriadeles entre 55 e 60 anos. Esse
acontecimento pode ser explicado pelo fato de alguns agricultores não possuírem outra fonte
de renda e, atrelado, a uma idade mais avançada buscarem na feira livre uma renda antes da
aposentaria e essa se tornar uma renda complementar após ela. Em relação ao maior
percentual de feirantes com idades entre 36 e 49 anos, entre os agricultores podemos explicar
pela baixa escolaridade apresentadas entre eles, consequentemente as oportunidades de
trabalhosem outros mercados, empresas são menores, mas o fator principal desse grupo que
representa a grande partedos agricultores da feira é que essa renda para eles é complementar,
pois o fato da feira ser realizada aos sábados não impossibilitam os agricultores de exercerem
outras atividades durante a semana, mesmo que voltado à comercialização de outras formas.
23
Figura 3 – Faixa etária dos agricultores entrevistados.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.
4.1.4 Colaboradores
Quando indagamos os entrevistados sobre a quantidade de pessoas que ajudam na
produção dos alimentos, desde o preparo do solo passando pelo plantio até a colheita, e venda
dos alimentos, os feirantes responderam que todos os colaboradoresdesses processossão
apenas membros da própria família deles. Desta forma, todo o dinheiro arrecadado com a
venda dos produtos na feiraéutilizado para atender as necessidades dos familiares e investir na
nova produção dos alimentos para a próxima safra. Essa questão abordada é semelhante e de
acordo com a pesquisa realizada por Andrade (2015) onde encontrou dados similares a esse
ponto dessa pesquisa.
Devido à diversidade de integrantes familiares encontrados, para um melhor
entendimento essa pesquisa retirou a média que ficou de 2,15 pessoas por família que
representa a quantidade total de colaboradores que auxiliam na produção dos alimentos.
Já na comercialização dos produtos, apenas um integrante por família vai à feira
vender os produtos (Figura 4) com exceção do casal Maria Acineia e Antonio Marcos, que
ambos têm suas mesas de comercialização separadas, mas na hora da venda um auxilia o
outro dependendo do fluxo de clientes em cada mesa de produtos.
24
Figura 4– O representante familiar fazendo a comercialização.
Fonte: Autoras, 2018
4.1.5 Escolaridade
Esse estudo no quesito escolaridade mostra uma realidade que se faz presente por todo
o país, revelando que a falta de oportunidade e acesso a educação desvia o futuro da nação. A
maior quantidade de agricultores num total de (10) conforme (Figura 5) possuem apenas o
ensino fundamental incompleto, destacando que alguns agricultores cursaram somente até a
quarta série do ensino fundamental e pararam com os estudos.
Os demais (1) com ensino fundamental completo, (1) com nível médio e (1) com nível
superior. Em pesquisa semelhante, Santos et al.(2009) encontram números similares a essa
A
B
25
pesquisa em relação a quantidade de pessoas com ensino fundamental incompleto serem
maiores que os demais quanto a escolaridade, sendo o maior número de feirantes
entrevistados cerca de 41% com nível fundamental incompleto.
Figura 5–Grau de escolaridade dos produtores familiar.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.
Orepresentante do grupo dos feirantes ter uma renda mais elevada que os demais,pode
estaratreladoao seu nível de escolaridade e as oportunidades que esse teve em relação ao
demais, pois o mesmo tem um acesso maior a informações, cursos e programas que o
auxiliam na produçãoda agricultura.Esse favorecimento e aquisição de amplo conhecimento
possibilita uma experiência maior quanto à diversidade e tipos de produção,
consequentemente maior renda.
4.1.6 Incentivo e apoio da prefeitura
As opiniões sobre a existência de incentivo e apoio da prefeitura para a feira foram
negativas.Todos os entrevistados afirmaram que não recebem nenhum apoio por parte do
poder público local.Uma parte dessa negatividade pode ser percebida quando os produtores
relataram sobre a necessidade de um transporte para conduzir as mercadorias da comunidade
até o local de vendas, uma vez que nem todos dispõem de veículo apropriado para tal
transporte. Para Ribeiro et al. (2003), em pesquisa semelhante, embora reconhecendo a
26
importância da agricultura familiar e a existência de consumidores para a prática da feira
livre, as mesmas não recebem apoio e muito menos atenção dos programas relacionados ao
governo ou programas de desenvolvimento rural, no qual poderiam contar com auxílio para
poder transportar suas mercadorias.
Uma vez que, a simples solução desse problema iria influenciardiretamente na
melhoria da feira e consequentemente do desenvolvimento econômico local.A deficiência da
estrutura disponível para os comerciantes da feira na exposição dos alimentos vendidos foi
outro ponto expostos pelos feirantes, sendo que os comerciantes da feira dispõem apenas de
mesas de plástico para comercialização dos produtos, não sendo essa a maneira mais
confortável e atraente de venda.
Nota-se também a carência dos comerciantes da feira com relação à falta de apoio nas
divulgações da sua existência dentro do município, uma vez que, a feira se localiza
praticamente no centro da cidade e passa despercebida pela população. Coutinho et al. (2006)
ressaltam em seu trabalho que, a presença de uma feira em cidades interioranas são de grande
relevância a população que usufruem desses tipos de produtos.
A classe dos agricultores familiares contribui diretamente com o dinheiro que circula
dentro da cidade. Os agricultores conseguem expor suas produções e conversar diretamente
com o consumidor final transmitindo segurança alimentar e confiabilidade a quem compra,
concordando com os autores a seguir que falam que, as feiras livres também possibilitam o
acesso dos agricultores ao mercado, gerando renda para compra de produtos para consumo
familiar, de forma a ser considerada uma importante política distributiva, possibilitando que a
renda da população permaneça no município contribuindo para seu desenvolvimento
(SILVESTRE et al. 2006). Além disso, o desenvolvimento de feiras livres tem o potencial
para agregar valor às vendas dos produtores diminuindo a cadeia de suprimentos, além do
potencial para gerar benefícios sociais e ambientais para a comunidade (HUNT, 2007).
4.1.7 Relação dos agricultores na feira
A questão da relação dos agricultores que trabalham na feira pode-se pensar na relação
de comércio como algo antropológico, um aspecto social, que as pessoas que vendem não,
estão ali isoladas, mas interagem entre si, formando uma pequenacomunidade, o que torna
esse tipo de negócio mais informal, diferente da competitividade dos grandes comerciantes, os
pequenos por mais que sejam poucos, trabalham em harmonia.
No que diz respeito à relação de convivência entre cada feirante no seu ambiente de
trabalho, verifica-se conforme (Figura 6) que o maior percentual dos
27
agricultorescorrespondente a (58%) definem a relação entre eles como boa e (28%) dos
entrevistados consideram a relação entre eles como regular e não havendo relatos negativos
quanto a relação entre os agricultores na feira, (14%) definemcomo muito boa. “Aqui a gente
se ajuda como pode, um carrega a mesa, o outro carrega as cadeiras, já o outro ajuda no
descarregamento dos produtos mesmo que não sejam seus, e por ai vai” relatou um dos
entrevistados. Tal resultado confirma o fato explanado por Kiyota e Gomes (1999) onde falam
que a reciprocidade existente entre as famílias de agricultores cria uma identidade entre
eles,incompreensível para aqueles que tentam entendê-la apenas pelo viés econômico, pois ela
determina uma relação de troca que não deixa ver a família vizinha como concorrente em um
negócio, mesmo que estejam atuando na mesma atividade.
Figura 6–Relação dos agricultores no ambiente da Feira.
Fonte:Autoras, 2018.
4.1.8 Intenção em continuar na feira
Quando questionados sobre a intenção em continuar na feira, os entrevistados de
forma satisfeita evidenciaram que almejam continuar com as vendas, fato que corrobora a
hipótese de que a negociação sem atravessadores, feita de produtor pra cliente, pode ser mais
rentável e satisfatória.A respeito disso, Kiyota e Gomes (1999) declaram:
á uma evidencia em rela o aos preju os causados aos produtores quando estes
vendem seus produtos a atravessadores. comum a presen a desses intermediários
na comercialização realizada pelos agricultores nordestinos. Os
28
agricultores/produtores recebem o menor valor do seu trabalho agregado no produto,
enquanto os intermediários têm ganhos mais significativos sobre ele.
Para Gomes Júnior, Silva e Aly Júnior (2008), as formas tradicionais de
comercialização, baseadas em relacionamento individual com intermediários (dotados de
infraestrutura de comercialização) são responsáveis pela baixa renda das atividades na
agricultura familiar.A Figura 7 mostra o fluxograma com o circuito de comercialização, onde
o produtor repassa diretamente ao local da feira e o feirante, que por vezes é o próprio
agricultor, vende ao consumidor final, esse ciclo dispensa a intervenção do atravessador.
Neste caso,o fluxograma representa um circuito curto.Segundo Guzzatti, Sampaio e Turnes.
(2014) o circuito curto pode ser definido como a comercialização de produtos agrícolas, que
visam o estabelecimento de relações mais diretas entre agricultores e consumidores. Os
autores esclarecem ainda que possa ocorrer de forma direta, ou indireta, com a interferência
de apenas um intermediário.
Figura 7–Fluxograma do circuito curto de comercialização.
Fonte:Autoras, 2018.
As principais características das cadeias curtas são: especificidade, aproximação entre
produção e consumo, e, enraizamento. Os autores esclarecem também que as cadeias curtas
são uma forma de comercialização que visa à eliminação da intermediação ao longo da cadeia
e que são uma maneira dos produtores recuperarem o controle sobre suas vendas e obter um
„justo‟ pre o pelos seus produtos. As cadeias curtas podem acontecer através dos produtos
produzidos nas pequenas agroindústrias rurais familiares ou em relações face a face, como
vendas a domicílio e feiras livres (Schneider & Ferrari, 2015).
FLUXO DE INFORMAÇÕES
Produtor Local da feira
Consumidor final
Consumidor final
Consumidor final
29
4.2 Os processos produtivos e econômicos na feira da agricultura familiar
4.2.1 Transporte
A circulação da produção dos pequenos agricultores é o principal entrave na produção
familiar. Neste sentido, quando os feirantes foram indagados sobre o meio de transporte em
que deslocam suas mercadoriasda comunidade até a feira percebeu-se que grande parte dos
comerciantes é diretamente afetada por este problema.
Em geral, os agricultores entrevistados expuseram toda a sua dificuldade semanal
relacionada ao transporte dos produtos até o local de venda. “Em per odos chuvosos as vendas
dos produtos diminuem bastante, pois como utilizamos apenas moto algumas das vezes
emprestadas por amigos ou vizinhos para o transporte das mercadorias, acaba se tornando
difícil a ida até o local de comercialização consequentemente deixando de ganhar esse
dinheiro a mais.Talvez se a prefeitura nos ajudasse pelo menos com relação a isso, dando um
carro pra nós que trabalhamos com as vendas na feira, se responsabilizando de levar e trazer
nossos produtos com certeza mesmo em tempos chuvosos poderia deixar de perder dinheiro,
quando comparados ao ver o” relatou um dos feirantes entrevistados.
Figura 8–Relação dos agricultores e seus tipos de transporte
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2018.
Conforme a Figura 8,85% dos agricultores entrevistados possuem apenas
motocicleta.Esta é adaptada com carrocinha na parte de trás para poderem conseguir conduzir
os produtos até a praça da igreja matriz, tendo essa como única alternativa de transporte dos
produtos, o que gerarisco ao produtor e chegando a diminui a qualidade do produto devido à
falta inadequada de transporte.
Apenas 15% dos agricultores dispõem de carro próprio que por diversas vezes levam a
produção de outras famílias para poderem ajudar com o transporte.
30
Figura 9–Agricultores no local de venda e seus respectivos transportes
Fonte: Autoras, 2018.
Em pesquisa semelhante, no jornal eletrônico Folha de Boa Vista (2019) um agricultor
da feira do Garimpeiro de Boa Vista – RR relata que além dos problemas dentro da feira,
existem outras barreiras na rotina diária dos feirantes, onde muitos não dispõem de condução
própria para transportar as suas mercadorias. “Chego aqui bem cedo, por volta das 6 horas.
Quando estou com o transporte em dia, eu chego 04h30. Tenho que trabalhar até 21 horas
para vender toda a mercadoria porque eu não tenho transporte próprio, então tem que pagar
alguém para transportar a carga. Seria interessante que a Prefeitura desse subsídio para ajudar
o produtor melhorar o escoamento dos produtos. Todos sairiam ganhando, tanto a cidade, que
geraria mais dinheiro, o consumidor que tem produtos de maior qualidade e o feirante que tem
como transportar a carga de forma imediata”, comentou Brito.
4.2.2 Aumento da renda
Quando interrogados sobre o aumento da renda familiar a partir da venda dos produtos
na feira, nenhum dos feirantes soube responder ao certo, em valores reais, o quanto que
aumentou sua renda após a comercialização dos produtos na feira. Esse fato pode ser
entendido como uma falta de um planejamento financeiro por parte dos próprios agricultores,
para seu próprio controle pessoal, o que está relacionado também com a baixa escolaridade
31
dos agricultores fato comum em nosso país, mas afirmaram tanto os mais jovens que tem o
trabalho de venda na feira como uma espécie de renda complementar, uma vez que, devido a
sua melhor capacidade física podem atuar em mais de um seguimento. Nesse sentindo, a
função exercida na feira pode ser entendida por essa classe mais nova como uma espécie de
trabalho extra, gerando um considerável ganho financeiro. Quanto aos agricultores de faixa
etária mais alta que já exerceram algum tipo de trabalho que exigiu esforço físico muito
grande, e hoje se encontram em uma condição de desgaste físico maior em relação aos
agricultores mais jovens o que os impossibilita de exercer outro trabalho, tem-se a venda dos
produtos na feira como sua única fonte monetária, e apesar de não existir um planejamento
pessoal dos seus lucros para se definir em quanto foi esse aumento, afirmam que é com o
dinheiro das vendas na feira que mantém seus lares.
De acordo com Pereira et al. (2017) “É importante destacar a dificuldade de se aferir a
renda dos agricultores, devido a diversidade de fontes monetárias (rendas de programas
compensatórios, serviços prestados, vendas da produção, aposentadorias e pensões), a
diversidade e difícil mensuração da produção para o autoconsumo ou devido à própria
sazonalidade da produção. Portanto, qualquer tentativa de levantamento quantitativo da renda
de agricultores é limitada”.
4.2.3Dia a mais de venda
Quando foram trazidos questionamentos em relação à necessidade de mais um dia na
semana para venda dos produtos, foi possível observar que o dia estabelecido de vendas, no
caso aos sábados, não está sendo suficiente para o lucro significativo da semana. Onde a
maioria dos feirantes que corresponde a (85%) dos entrevistados sugerem mais um dia na
semana em específico a quarta-feira, para alcançar tal lucro e ao mesmo tempo possibilitar a
comunidade um dia a mais de fornecimento dos produtos. Apenas (15%) discordaram dessa
necessidade alegando a falta de tempo para produzir as mercadorias para dois dias.
4.3 Produtos comercializados na feira
4.3.1 Produtos
Todos os feirantes entrevistados moram nas localidades pertencentes ao município de
Capitão Poço. Esse município apresenta uma economia voltada para agricultura com foco à
parte cítrica (laranja Citruz sinensis), limão (Citrus limon), e tangerina (Citrusreticulata),
32
portanto são normais os interioranos da região plantarem em suas terras essas culturas. A
tabela abaixo mostra a relação das comunidades participantes da feira e os produtos que por
elas são ofertados.
Tabela 1 – Relação das comunidades e produtos vendidos por cada uma.
Localidades Produtos
Nova Colônia Polpas de maracujá (Passiflora edulis), laranja
(Citruz x sinensis), banana (Musa sp), abacaxi
(Ananascomosus), tangerina (Citrusreticulata),
limão (Citrus x limon), macaxeira
(Manihotesculenta), feijão (Phaseolusvulgaris),
verduras.
Jararaca Cheiro verde (Petroseliumcrispum), jerimum
(Curcubita spp.), mamão (Caricapapaya), pimenta
(Piper nigrum), couve (Brassicaoleracea)
mel,peixes, ovos, plantas ornamentais e medicinais,
licores, farinha, coloral e galinha caipira.
Boca Velha Coco (Cocosnucifera), castanha de caju
(Anacardium occidentale), castanha do- Pará
(Berthollrtia excelsa), farinha, goma, farinha de
tapioca, café nescau.
Santa Luzia do Induá Mudas dejabuticaba (Plinia cauliflora), pupunha
(Bactrisgasipaes), manga (Mangífera indica), açaí
(Euterpeoleracea), goiaba branca (Psidiumguajava),
amora (Morus sp), pitanga (Eugenia uniflora), óleos
de andiroba(Carapaguianensis) e copaíba
(Copaiferalangsdorffii) e banha de galinha.
Assentamento Carlos
Lamarca
Maxixi(Cucumisanguria), cheiro verde
(Petroseliumcrispum), quiabo
(Abelmoshusesculentus), rúcula (Eruca
vesicaria)banana (Musa sp.), abacaxi
(Ananascomosus), cestas de verduras, ovoscaipira e
bolo de macaxeira (Manihotesculenta).
Fonte: Autoras, 2018
33
Figura 10–Produtos vendidos na feira.
Fonte: Autoras, 2018.
4.3.2Produção Orgânica
A busca desenfreada por índices de produtividade cada vez mais altos, alavancada a
partir da década de 70, acelerou o processo de mecanização das práticas agrícolas e fez
emergir um mercado de alimentos produzidos a partir da utilização intensiva e desordenada de
insumos artificiais, como agrotóxicos e fertilizantes (SCHULTZ; NASCIMENTO;
PEDROSO, 2001). Entretanto, esse modelo de produção em massa, já mostra sua
insustentabilidade, tanto por seus efeitos econômicos e sociais, quanto pelos efeitos
ambientais (RICOTTO, 2002).
Todos os entrevistados afirmaram que seus produtos são parcialmente orgânicos como
eles próprios definiram, ou seja, que utilizam uma quantidade mínima de defensivos, apenas
para o controle do mato. Isso proporciona uma maior qualidade ao produto, deixando-o mais
saudável que os convencionais, além de agregar um valor a mais na comercialização. Silveira
(2001) comenta que:
As mudanças econômicas recentes refletiram um novo cenário para o homem do
campo. Considerando a produção agrícola, observa-se que passou a existir uma
preocupação maior com a não utilização de insumos químicos, valorizando uma
produção mais saudável.
A
B
34
A pegada orgânica é uma alternativa para a expansão das feiras livres, pois os perfis
dos consumidores atuais são de hábitos alimentares mais saudáveis, buscando sempre
qualidade de vida e os produtos orgânicos se encaixem perfeitamente nessa linha.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa analisou a Feira da Agricultura Familiar e Economia Solidáriasob vários
aspectos sócio, econômico e produtivo e constatou-se quea renda e a qualidade de vida dos
agricultores da feira aumentaram significativamenteposteriores a criação e ampliação da feira,
além de aproximar a comunidade local da realidade do agricultor.
Constatou-se que ainda existem barreiras enfrentadas pelos agricultores, tais como a
dificuldade em transportar os alimentos até a feira, desorganização da estrutura local de
comercialização dos produtos o que torna pouco atraente ao público, necessidade de mais um
dia na semana para venda dos produtos e alcance do lucro desejado, falta de apoio e incentivo
da por parte da prefeitura. Apesar das dificuldades os feirantes se mantém firmes e confiantes,
pois o seu trabalho é uma fonte de geração de renda, além de ofertarem alimentos saudáveis
para a população urbana.
Em relação aos fatores motivadores, verificou-se, que ha boa relação de conveniência
entre os agricultores/produtores no seu ambiente de trabalho, a flexibilidade de horário de
vendas e a qualidade e frescor dos produtos, influenciam positivamente e engrandece ainda
mais o movimento, dando cada vez mais visibilidade aos produtos comercializados pelos
agricultoresde forma a aumentar as vantagens de se comprar em feiras livres.
A divulgação também é um fator de grande relevância e fundamental para o sucesso
das feiras, os integrantes da feira da agricultura familiar e economia solidária de Capitão Poço
ainda sofrem bastante com essa situação, acreditamos que a propaganda aumentará ainda mais
o sucesso da feira, portanto a união dos agricultores para custearem ao menos uma vez por
semana a divulgação será de extrema importância para que os consumidores possam buscar
cada vez mais a feira.
Feiras livres são pontos de referência, pontos turísticos, fazem parte da história de
inúmeros municípios, mas ainda necessitam de uma atenção maior do poder público,
diminuindo a precariedade do local e aumentando o incentivo da permanência dos
agricultores na feira.Diante de tantos benefícios proporcionados pela feira e uma parceria fixa
entre prefeitura e agricultores a feira da agricultura familiar e economia solidária em Capitão
Poço tem um grande potencial de crescimento, contribuindo significativamente com a renda
do município e a qualidade de vida dos consumidores de seus produtos.
35
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38
ANEXO
QUESTIONÁRIO
1- Nome do agricultor?
2- Idade?
3- Escolaridade?
4- Local de moradia?
5- Quantas pessoas colaboram na produção dos alimentos?
6- Como surgiu a feira e quem são os responsáveis?
7- Quantas pessoas trabalham na venda dos produtos na feira?
8- Quais os produtos vendidos na feira?
9- Os produtos são orgânicos?
SIM ( ) NÃO ( )
10- Como é feito o transporte dos produtos para a feira?
11- A renda familiar aumentou com a venda dos produtos na feira?
SIM ( ) NÃO ( ) Quanto?______________
12- Você tem intuito de continuar com as vendas na feira?
SIM ( ) NÃO ( )
13- Como é a relação entre os agricultores que trabalham na feira?
REGULAR ( ) BOA ( ) RUIM ( )
14 - Em sua opinião necessita-se de mais um dia na semana para venda dos produtos? Se SIM
qual dia da semana?
SIM ( ) NÃO ( ) Qual? ___________________
15 - Existe incentivo e apoio prefeitura na feira?
SIM ( ) NÃO ( )
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