PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Faculdade de Odontologia
Avaliação longitudinal do crescimento craniofacial
em crianças dos 4 aos 6 anos de idade.
Simone Meymi Okano
Belo Horizonte- MG 2004
Simone Meymi Okano
Avaliação longitudinal do crescimento craniofacial
em crianças dos 4 aos 6 anos de idade.
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de concentração: Ortodontia. Orientadora: Profa. Dra. Vânia Célia Vieira de Siqueira
Belo Horizonte 2004
Á Deus, que como em todos os momentos da minha vida, se mostrou presente e tornou possível a realização de mais uma etapa;
Ao meu pai, Mário Okano, obrigada, por acreditar em mim, pelo carinho, amor, compreensão, paciência e por estar sempre presente;
À minha mãe, Amélia Francisca Okano, agradeço, à sua incansável dedicação como mãe, paciência, carinho, compr
Ao meu irmão, Sheine Teruhiko Okano, agradeço pelo seu amor, compreensão,apoio e carinho,e a Mariela Dutra, pela amizade;
À minha irmã, Sheila Mayumi Okano, obrigada pela compreensão, paciência,carinho, amizade e amor.
Ao Marcelo Augusto Kojima, que apesar dos momentos difíceis, esteve presente durante toda essa jornada, com seu carinho, apoio, conforto e amor.
Dedico e agradeço à realização deste trabalho.
II
ii
AGRADECIMENTO ESPECIAL À Professora Dra. Vânia Célia Vieira de Siqueira, Assistente Doutora da Disciplina de
Ortodontia e chefe do departamento de Odontologia Infantil da Faculdade de Odontologia
de Piracicaba – UNICAMP, e Adjunta III da Disciplina de Ortodontia da PUC-MG,
agradeço-lhe pela eterna dedicação, incentivo, carinho e amizade, durante o decorrer de
cada etapa, na realização deste trabalho.
iii
AGRADEÇO, TAMBÉM:
Ao Magnífico Reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Professor Dr. Eustáquio Afonso Araújo;
Ao Professor Dr. Tarcísio Junqueira Pereira, Digníssimo Diretor da Faculdade
de Odontologia da PUC-Minas, por sua incansável dedicação e competência;
Ao Professor Dr. Roberval de Almeida Cruz, Coordenador Geral dos Programas
de Mestrado em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, por seu
constante empenho, carinho e devoção;
Ao Professor Dr. Ênio Tonani Mazzieiro, Coordenador do Curso de Mestrado em
Ortodontia da Faculdade de Odontologia da PUC-Minas;
À congregação dessa Faculdade, composta por dignos professores, alunos e
Aos Professores Hélio Henrique Araújo Brito, Heloísio Resende Leite, Tarcísio
Junqueira Pereira, Bernardo Quiroga Souki, que devido à competência e sabedoria,
dignificam o Centro de Odontologia e Pesquisa da PUC-Minas;
Ao Professor Wellington Pacheco, pelo incentivo, carinho e sabedoria;
Aos demais Professores Armando Lima, Flávia Mourão, Flávio Almeida,
Henrique Torres, José Maurício Barros Vieira, José Eymard Bicalho, Júlio Brant,
pela amizade e conhecimento transmitidos durante o curso;
Aos Professores Doutores, que também participaram de nossa formação, José
Bento Alves e Cartelli;
À Professora Dra. Ângela Lana, da Disciplina de estatística, pela competência e
dedicação na elaboração das análises estatísticas;
Aos meus amigos e companheiros:
André Machado, pela contribuição em meus conhecimentos,
Antônio Ganda, pelo carinho, apoio e amizade,
Max Aquino, pela sinceridade e carinho,
Karen Yared, pela amizade,apoio, carinho e sabedoria,
Renata Cimini, pela amizade, carinho, compreensão e convivência, transmitidos
durante todos os momentos dessa jornada;
iv
Aos meus amigos e colegas do 1° ano: Cássio Sobreira, Jordana Pacheco, Lívia
Loriato, Milena e Valéria que possibilitaram uma conivência bastante agradável, no
decorrer do tempo.
À Ludimila, pelo seu incansável carinho e amizade;
Ao colega, Adauto Lopes, pela amizade, companheirismo e apoio transmitidos,
durante todo curso e na elaboração desse estudo.
Aos colegas do curso de Especialização em Ortodontia do COP, Sérgio Casarim,
pelos conhecimentos transmitidos e apoio e a Leandro Piva, pelo companheirismo;
Aos meus colegas da turma anterior do Mestrado em Ortodontia, Alisson, Mariele e
Taíssa, pelo apoio e sabedoria;
À Professora Dra. Fernanda Cardoso Fonseca, pelo apoio e contribuição, nas
tomadas radiográficas das crianças;
Aos funcionários da Administração do COP: Ana Paula, Angélica, Edna, Diego,
Denise, Roberto, Silvânia e Vitório, pela paciência e empenho na resolução de nossas
necessidades;
Às funcionárias da Clínica de Ortodontia, Andreza, Antônia, Cida, Luzia, Mara,
Mariângela, Poliana e Raquel, pela compreensão e carinho, durante todo o curso;
Aos pacientes, que respeitaram cada passo de meus aprendizados, com paciência.
Aos Pais das crianças avaliadas nesse estudo, pela disponibilidade, paciência e
Às crianças da pesquisa, indispensáveis nesse estudo, pela espontaneidade e
carinho;
À todas as pessoas que de uma certa forma concorreram para a realização e
elaboração desta trabalho, meus sinceros agradecimentos.
v
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. ix
LISTA DE TABELAS................................................................................................. x
LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................... xi
RESUMO..................................................................................................................... xiii
ABSTRACT................................................................................................................. xiv
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 1
2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................ 5
3 PROPOSIÇÃO.......................................................................................................... 47
4 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................... 49
4.1 Material.................................................................................................................. 50
4.2 Métodos................................................................................................................. 50
4.2.1 Critérios para a seleção da amostra..................................................................... 50
4.2.1.1 Critério de inclusão das telerradiografias........................................................ 51
4.2.1.2 Critério de exclusão das telerradiografias........................................................ 52
4.2.2 Obtenção das telerradiografias............................................................................ 53
4.2.3 Obtenção do traçado cefalométrico.................................................................... 54
4.2.3.1 Delimitação do desenho anatômico................................................................. 55
4.2.3.2 Identificação e demarcação dos pontos cefalométricos.................................. 56
4.2.3.3 Demarcação dos planos e linhas cefalométricos.............................................. 58
4.2.3.4 Mensuração das grandezas cefalométricas lineares......................................... 59
4.2.3.5 Mensuração das grandezas proporcionais........................................................ 60
4.2.4 Metodologia estatística empregada para a análise estatística............................. 62
5 RESULTADOS........................................................................................................ 64
vii
5.1 Análise dos dados.................................................................................................. 65
6 DISCUSSÃO............................................................................................................ 77
6.1 Sobre a amostra utilizada....................................................................................... 78
6.2 Sobre a metodologia empregada............................................................................ 80
6.3 Sobre os resultados obtidos................................................................................... 83
7. CONCLUSÔES....................................................................................................... 96
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 99
9. ANEXOS................................................................................................................. 106
viii
LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Posição do paciente durante a tomada radiográfica em vista frontal..... 54
FIGURA 2 - Posição do paciente durante a tomada radiográfica em vista lateral...... 54
FIGURA 3 - Delimitação do traçado cefalométrico.................................................... 56
FIGURA 4 – Traçado cefalométrico com localização dos pontos cefalométricos...... 58
FIGURA 5 - Demarcação de planos e linhas e mensuração das grandezas lineares
cefalométricas...............................................................................................................
60
FIGURA 6 - Mensuração das medidas cefalométricas proporcionais......................... 61
ix
LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Teste de Lilliefors (D) e de Bartlett (M/C) para verificação da normalidade e homogeneidade de variâncias das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me........................................................... .
66
TABELA 2 - Estatísticas descritivas das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas no grupo de 16 crianças do do sexo feminino com quatro anos de idade................................................................
67
TABELA 3 - Estatísticas descritivas das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas no grupo de 12 crianças do sexo feminino com seis anos de idade.........................................................................
67
TABELA 4 - Estatísticas descritivas das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas no grupo de 11 crianças do sexo masculino com quatro anos de idade...................................................................
68
TABELA 5 - Estatísticas descritivas das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas no grupo de 8 crianças do sexo masculino com seis anos de idade.......................................................................
69
TABELA 6 - Análise de variância das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula e C. ramo de crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.............................................................................................................................
70
TABELA 7 - Análise de variância das medidas S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA e ENA-Me de crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade..............................................................................................................................
70
TABELA 8 - Análise de variância das medidas proporcionais ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me de crianças do sexo masculino e feminino, aos quatro e seis anos de idade....................................................................
70
TABELA 9 - Comparações entre médias de S-N em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade.........................................................................
71
TABELA 10 - Comparações entre médias de S-Ba em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade......................................................................
72
x
TABELA 11 - Comparações entre médias de C. maxila em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................
72
TABELA 12 - Comparações entre médias de C. mandíbula em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................
72
TABELA 13 - Comparações entre médias de C. ramo em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................
72
TABELA 14 - Comparações entre médias de S-Go em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade.....................................................................
73
TABELA 15 - Comparações entre médias de N-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade.....................................................................
73
TABELA 16 - Comparações entre médias de Ar-Go em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................
73
TABELA 17 - Comparações entre médias de N-ENA em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................
73
TABELA 18 - Comparações entre médias de ENA-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................
74
TABELA 19 - Comparações entre médias de ENA-Me / N-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade...........................................
74
TABELA 20 - Comparações entre médias de S-Go / N-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................
74
TABELA 21 - Comparações entre médias de Ar-Go / S- Go em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................
74
TABELA 22 - Comparações entre médias Ar-Go / ENA-Me em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis de idade....................................................
75
TABELA 23 - Correlações entre as variáveis S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me avaliadas em crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis anos de idade.....................................................................
76
xi
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Gráfico da variável S-N em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................
84
GRÁFICO 2 – Gráfico da variável S-Ba em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................
84
GRÁFICO 3– Gráfico da variável C. maxila em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................
85
GRÁFICO 4 – Gráfico da variável C. mandíbula em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.........................................................
87
GRÁFICO 5 – Gráfico da variável C. ramo em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................
88
GRÁFICO 6 – Gráfico da variável S-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................
89
GRÁFICO 7 – Gráfico da variável N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................
90
GRÁFICO 8 – Gráfico da variável Ar-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................
90
GRÁFICO 9 – Gráfico da variável N-ENA em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade...................................................................
92
GRÁFICO 10 – Gráfico da variável ENA-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade................................................................
92
GRÁFICO 11 – Gráfico da variável ENA-Me/N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.......................................
93
GRÁFICO 12 – Gráfico da variável S-Go/N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.........................................................
93
GRÁFICO 13 – Gráfico da variável Ar-Go/S-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.........................................................
93
GRÁFICO 14 – Gráfico da variável Ar-Go/ENA-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino (F) aos 4 anos e 6 anos de idade.......................................
94
xii
RESUMO
Diante da escassez de estudos longitudinais das alterações que ocorrem nas estruturas
-mandibulares, em crianças dos 4 aos 6 anos de idade, realizou-se um
estudo cefalométrico, na fase de dentadura decídua à mista, investigando as modificações
craniofaciais e o dimorfismo sexual. Utilizaram-se para este estudo, 47 telerradiografias,
tomadas em norma lateral, de 12 crianças do sexo feminino e 8 do masculino, brasileiras,
leucodermas, com idades de 4 a 6 anos, de Belo Horizonte, com oclusão normal, na fase
de dentadura decídua e mista, que não se submeteram a qualquer tratamento ortodôntico
prévio. As análises cefalométricas efetuadas indicaram as possíveis mudanças lineares
maxilares e mandibulares, bem como as proporções faciais ântero-posteriores, verticais e o
dimorfismo sexual. Avaliaram-se as medidas da porção anterior e média da base do crânio
(S-N), comprimento da porção posterior da base do crânio (S-Ba), comprimento da maxila
(ENA-ENP), comprimento do corpo mandibular (Go-Gn), comprimento do ramo
mandibular (Co-Go), altura facial posterior total (S-Go), altura do terço póstero-inferior
(Ar-Go), altura facial anterior total (N-Me), altura facial ântero-inferior (ENA-Me), altura
facial ântero-superior (N-ENA), proporções entre a altura facial ântero-inferior com a
altura facial anterior total (ENA-Me/N-Me), altura facial posterior total e a altura facial
anterior total (S-Go/N-Me), altura facial póstero-inferior e altura facial posterior total (Ar-
Go/S-Go) e proporções entre a altura facial póstero-inferior e ântero-inferior (Ar-Go/ENA-
Me). A estatística baseou-se na análise descritiva das variáveis para cada grupo
experimental. Estimou-se a média, desvio padrão, máximo, mínimo, coeficiente de
variação, intervalo de confiança, o gráfico de box-plot, os testes de Lilliefors para avaliar a
normalidade e o de Bartlett, para a homegeneidade, aos níveis de 5 e 1 % de
probabilidade. Na avaliação do grau de correlação entre as variáveis empregou-se o
coeficiente de correlação de Pearson. C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, N-
ENA, ENA-Me e S-N apresentaram medidas estatisticamente maiores aos 6 anos de idade,
com a mesma intensidade de crescimento em ambos os sexos. As medidas S-Ba, Ar-Go,
ENA/N-Me, S-Go/N-Me, Ar-Go/S-Go e Ar-Go/ENA-Me não apresentaram alterações com
a idade e sexo. Ocorreu correlação entre as variáveis C. ramo x S-Go (74,40%), C. ramo x
Ar-Go (72,26%), N-Me x N-ENA (74,06%) e Ar-Go x Ar-Go/S-Go (74,24%), revelando
que, enquanto uma medida aumenta a outra também aumenta. Palavras chave: crescimento
craniofacial, dentadura decídua, dentição mista, cefalometria, estudo longitudinal.
xiii
ABSTRACT
Due to the lack of longitudinal studies regarding the esqueletal modification in
children from 4 to 6 years old, this cefalometric study intended evaluate the growth and
sexual dimorfism in a similar group. Fourty-seven lateral cephalograms were obtained
from 16 girls and 11 boys. The children selected were all brazilians and ranged from 4 to 6
years, had a occlusion within normal limits, were in the primary and mixed dentition and
had never undergone orthodontic treatment. All the tracing revealed the possible maxilla
and mandibular linear changes as well as the sagital and vertical facial proportions and the
sexual dimorfism the following measurements were evaluated: anterior and medium
cranial base (S-N); posterior cranial base length (S-Ba); maxilla length (ANS-PNS);
mandibular length (Go-Gn); total posterior facial hight (S-Go); ramo length (Co-Go);
lower posterior height (Ar-Go); total anterior facial height (N-Me); lower anterior facial
height (ANS-Me); upper anterior facial height (N-ANS); anterior lower third/ total anterior
height proportion (ANS-Me/N-Me); total posterior facial height and total anterior facial
height proportion (S-Go/N-Me); lower posterior third height and total posterior height (Ar-
Go/S-Go); lower posterior third height and anterior lower third height proportion (Ar-
Go/ANS-Me). Descriptives estatistics from analysed variables was made for each
experimental group. The estimated parameters were average, standard deviation,
maximum, minimum, trust interval, variation coefficient and the Box-plot graph. To attend
the presuppositions of the analyzes of variance tests of Lilliefors were performed to verify
the normality and the Bartlett test to verify the homogeinity of variances intra-groups of
the studied answers, at the levels of 5 to 1% of probability, and to assess if there were any
association among the studied variables the coefficients of correlation of Pearson were
used. The results showed some growth changes in the measures S-N, ANS-PNS, Go-Gn,
S-Go, Co-Go, N-Me, N-ANS and ANS-Me, between the ages studied, and showed that
girls as boys disclosed the same measures. The index for S-Ba, Ar-Go, ANS/N-Me, S-
Go/N-Me, Ar-Go/S-Go e Ar-Go/ANS-Me showed the same for sex and in the interval
studied. The variable Co-Go x S-Go (74,40%), Co-Go x Ar-Go (72,26%), N-Me x N-ANS
(74,06%) e Ar-Go x Ar-Go/S-Go and the proportion ANS-Me and the proportion ENA-
Me/N-M showed higher correlation.
Key words: craniofacial growth, primary dentition, mixed dentition, cephalometric,
longitudinal study
xiv
2
INTRODUÇÃO
Para se efetuar o correto diagnóstico com o propósito de correção ortodôntica na
-se imprescindível conhecer os fenômenos que controlam o desenvolvimento
da oclusão, desde o período da dentadura decídua até o estabelecimento da dentadura
permanente17.
No exame ortodôntico inicial, a dentadura decídua pode apresentar características
de normalidade. Entretanto, durante o crescimento, pode tornar-se anormal, devido ao
desequilíbrio entre os ossos, músculos e estruturas dentárias, determinado por fatores
genéticos e ambientais, como a utilização inadequada e atemporal de aparelhos
17,18,20. A conduta mais correta seria conhecer e observar as mudanças que
ocorrem fisiologicamente, não desviando-as por meio de terapia ortodôntica.
Portanto, a presença da dentadura normal não é suficiente para o desenvolvimento
craniofacial equilibrado. As estruturas ósseas sofrem constantes mudanças fisiológicas, em
forma e em proporções, do nascimento à idade adulta, modificando-se tanto em superfície
quanto em sua porção intersticial, podendo alterar a relação dento-alveolar normal27,40.
Existe grande dificuldade em se predizer a oclusão na dentadura permanente,
baseada apenas no desenvolvimento da dentadura decídua. Os espaços primatas,
geralmente, favorecem a boa erupção dos permanentes. A sobremordida aumenta ou a
mordida aberta tende a piorar com o crescimento. A relaçã
variável e dependente da largura mesiodistal dos segundos molares decíduos47.
O avanço e a padronização de técnicas radiográficas, tomadas em norma lateral, em
1931, propostos por BROADBENT9, possibilitaram a avaliação das alterações ocorridas
entre os maxilares e o crânio, permitindo avaliar o crescimento craniofacial com mais
precisão. Diversos estudos utilizando telerradiografias demonstraram que o padrão de
3
crescimento craniofacial estabelece-se quando a dentadura decídua se completa, por volta
dos 3 anos de idade, permanecendo praticamente estável até a idade adulta10,17,20,39,50.
BRODIE14, em 1941, avaliando as modificações ocorridas no crescimento craniofacial,
inferiu que o padrão morfogenético da face e do crânio se esta
-natal
Portanto, alterações esqueléticas severas, deveriam ser diagnosticadas ainda na
dentadura decídua, permitindo a instituição imediata do tratamento10,23,50,53
A face da criança é diferente do adulto. Com a maturidade a mandíbula cresce,
horizontalmente, em taxa mais rápida que a maxila, a convexidade da face se reduz e o
perfil torna-se mais reto8,10,12,13,16,17,47,52. Dos 3 meses aos 7 anos de idade, ocorre
deposição óssea na borda posterior do ramo mandibular, na superfície superior do côndilo
e na tuberosidade maxilar, resultando no posicionamento anterior da face e do mento em
relação à base craniana10,27,49. Da mesma forma, o crescimento do processo palatino da
maxila e da região do trígono retromolar favorece o desenvolvimento normal da
oclusão27,49. Embora a proporção da altura facial superior em relação à total permaneça a
mesma, da infância à idade adulta, a altura vertical aumenta com o crescimento para frente
e para baixo da mandíbula, tornando a face madura mais longa44. O crescimento da cabeça
é maior em comprimento (dos 3 aos 5 anos), menos em largura, e em altura,
respectivamente12,25,27,45. O desenvolvimento da face, dos 12 meses aos 2 anos, representa
43%, e aos 3 anos, 70% do total25.
Considerações a respeito do desenvolvimento oclusal de crianças, da dentadura
decídua à mista, são significantes na literatura. No entanto, poucos estudos relacionam-se
ao diagnóstico cefalométrico. Notavelmente, as características craniofaciais das crianças
diferem-se das características dos adultos. Portanto, medidas cefalométricas das crianças
não podem ser comparadas com as do adulto16,28,52. Observa-se, predominantemente, na
4
literatura, avaliação do crescimento craniofacial, em crianças norte-americanas, além disso,
diferenças na forma, dimensão da cabeça, do nariz e da região alveolar quanto à etnia,
20,25,32,34,39,52. HIGLEY e HILL28, em 1954, estabeleceram o padrão de
medidas cefalométricas de crianças leucodermas, americanas e européias, dos 4 aos 8 anos
de idade. GRESHAM26, em 1963, revelou que crianças da Nova Zelândia apresentavam o
ângulo SN.Ar mais obtuso, sugerindo a face inferior mais retrusiva e a altura facial
superior e total maiores em relação aos norte-americanos26,28. Da mesma forma, a
tendência de crescimento médio e ajuste facial não expressam similarmente em ambos os
sexos. As alterações ocorrem precocemente no sexo feminino, enquanto as médias das
medidas craniofaciais são maiores no sexo masculino19,27,38,49. A literatura é escassa em
relação ao crescimento craniofacial de crianças brasileiras na fase da dentadura decídua e
início da mista. Além disto, o tratamento ortodôntico se restringe a pacientes adultos e
adolescentes. No entanto, existe interesse dos pais a respeito da oclusão de seus filhos. Os
pacientes na dentadura decídua, que possuem alterações dento-esqueléticas, devem ser
tratados precocemente, pois o problema se agravará futuramente, se persistir, piorando o
prognóstico num período mais tardio. O ônus financeiro pa
utilização de aparelhos mais sofisticados e o tratamento irá durar por mais tempo.
Dessa maneira, acreditamos na importância científica deste estudo, avaliando o
crescimento craniofacial, dos 4 aos 6 anos, e o dimorfismo sexual, para acurar o
diagnóstico de crescimento normal e auxiliar na identificação de anormalidades que
possam ser tratadas precocemente e, conseqüentemente, adequar o planejamento do
6
2. REVISÃO DE LITERATURA
As fases do desenvolvimento da oclusão, incluindo as modificações nos arcos
dentários, as mudanças na anatomia e na morfologia participam do processo dinâmico do
crescimento craniofacial, já que algumas alterações podem influir negativamente,
impedindo que a relação oclusal normal se estabeleça. Nesses casos, medidas ortodônticas
preventivas são fundamentais para o restabelecimento da normalidade17.
TODD49, em 1926, com o propósito de obter informações detalhadas a respeito do
crescimento e das modificações ocorridas nas estruturas ósseas em animais e seres
humanos, em diferentes faixas etárias, estudou o crescimento da face, da maxila, da
mandíbula e do osso frontal, logo ao nascimento, durante a erupção do
após a sua completa erupção na cavidade bucal. O autor, analisando o crescimento dos
ossos tibianos e do fêmur em chimpanzés, gorilas e em outras espécies de macacos, relatou
que a maxila cresce no sentido vertical e ântero-posterior nesses mamíferos, porém em
diferentes proporções. À medida que a calota craniana cresce em idade mais jovem, a
-se para frente e a porção cerebral se desloca para cima e para trás,
aumentando o ângulo entre a face e a linha da base do 49 relacionou,
também, a posição mais inferior do assoalho da órbita com o crescimento mais vertical da
maxila. O estudo do crescimento de crânios jovens da raça negra, em idades distintas,
orientado pelo plano de Frankfort, revelou que aos 20 anos de idade, o descolamento
anterior da face é mais marcante nessa raça. Verificou-se que o índice e o local de
atividade do crescimento ósseo da maxila, no homem, são marcados pelo aumento da
vascularização local percebidos pela aposição óssea e quantidade de foraminas presentes.
Observou-se ainda, que o crescimento maxilar ocorre principalmente no processo palatino
7
da maxila ântero-posterior, favorecendo espaço necessário para a erupção dos dentes
posteriores. Por outro lado, o crescimento transversal exibe valores menores e se deve à
própria erupção vestibular dos dentes posteriores. O aumento das dimensões e as mudanças
nas proporções constituem parte do processo de crescimento. Casos patológicos como
retenção prolongada de dentes, dentes impactados, distúrbios de crescimento craniofacial,
conduzem ao desequilíbrio e desarmonias estruturais dessas dimensões e proporções.
Sugeriu-se, então, a realização de estudos mais precisos, para se obter medidas confiáveis a
-posterior e transversal em seres humanos, fundamentais na
definição dos princípios do crescimento, local e para se investigar a ocorrência desse
crescimento e de suas compensações.
Até o final da década de trinta, os estudos do crescimento craniofacial e o
planejamento ortodôntico baseavam-se em métodos antropométricos de localização de
pontos e planos pouco precisos. O advento de uma técnica radiográfica padronizada,
preconizada por BROADBENT9, em 1931, possibilitou a avaliação das estruturas
craniofaciais, assim como seu crescimento, com um mínimo de erro. O autor desenvolveu
uma estrutura que mantivesse o crânio estável a cada tomada radiográfica e utilizou um
craniostato no ouvido externo do lado direito e esquerdo, com o plano de Frankfort
perpendicular à linha sagital da cabeça. O filme posicionava-se paralelo ao plano sagital do
lado esquerdo com o Raio X passando exatamente através do ponto mais superior e médio
do ouvido externo de ambos os lados, e o tubo dos raios-X, situado a 5 pés (1,52cm) de
distância da porção média do cefalostato. O ajuste do crânio ao craniostato e ao aparelho
era simples e preciso, de forma que a obtenção de radiografias idênticas e precisas tornar-
se-ia mais fácil. A distorção da imagem sobre o filme radiográfico depende da distância da
fonte do raio até o plano mediano, e da distância do filme a esse plano. Quanto menor a
8
distância da fonte do raio ao plano mediano e/ou maior a distância do filme ao plano
mediano, maior é a imagem formada no filme. No entanto, os fatores variáveis
mesmo para as mesmas crianças. Radiografias superpostas revelam as alterações durante o
crescimento, assim como as mudanças decorridas do tratamento ortodôntico. A técnica
descrita permite o estudo das alterações ocorridas em um mesmo jovem e admite o registro
de pontos cefalométricos, até então, localizados em crânios secos.
Em 1935, HELLMAN27, dando continuidade ao trabalho de TODD49 de 1926,
realizou estudos sobre o desenvolvimento proporcional de diversas estruturas craniofaciais.
Segundo o autor, o crescimento ântero-posterior da face, durante o desenvolvimento,
mostrou que as estruturas aumentam em tamanho em uma direção e que o crescimento de
diferentes regiões ocorre de formas distintas. Na base superior, o centro de crescimento
localiza-se na tuberosidade; na base inferior, no trígono retromolar. À medida que os ossos
crescem, eles são deslocados anteriormente. Observando os crânios em sucessivos estágios
de crescimento da face, através do plano de Frankfort e sua perpendicular, passando pelos
centros de crescimento da maxila e da mandíbula, avaliou-se o crescimento craniofacial.
No primeiro estágio, os dentes decíduos encontravam-se anteriormente a essa
perpendicular. A realização de traçados sucessivos demonstrou um deslocamento anterior
da face e um crescimento posterior da calota craniana para acomodar os segundos molares
decíduos, primeiros, segundos e terceiros molares permanentes. No mesmo momento, o
ângulo mandibular se desloca para baixo, e suavemente para trás. De acordo com o
diagrama proposto por HELLMAN27, na avaliação do crescimento da face em relação à
erupção dentária, verificou-se que, enquanto existir aumento nas dimensões verticais, não
ocorrem mudanças significativas na posição ântero-posterior da face. O estudo mostrou
que a tendência de crescimento médio e de ajuste facial nas meninas não ocorre
9
simultaneamente, diferentemente do sexo masculino. Essa desarmonia pode ser notada
pelo posicionamento do ângulo mandibular em ambos os sexos. O crescimento em
ula e de maxila dos jovens do sexo feminino continua até a
acomodação dos terceiros molares. O ângulo mandibular nessas jovens é deslocado para
trás, enquanto o mento se mantém na posição. Se o crescimento em profundidade excede o
crescimento em altura, a face diverge anteriormente; se, por outro lado, o crescimento em
altura excede, a face diverge posteriormente. Essa tendência a divergências pode ser
observada já na infância. O desenvolvimento da face decorre de características próprias
que constituem parte do padrão de cada indivíduo. Dessa forma, o desenvolvimento de
faces que apresentam maloclusões é diferente daquela que apresenta oclusão normal e
devem ser identificadas.
GOLDSTEIN25, em 1936, usufruindo os benefícios da nova técnica radiográfica,
tomada em norma lateral, estudou detalhes da face em três dimensões, em um grupo de 50
jovens norte-americanos, do sexo masculino, de 2 ½ a 3 ½ anos de idade, continuando a
cada ano, até 20 ½ e 21 ½ anos de idade. O autor estudou as alterações craniofaciais por
meio dos valores do diâmetro da cabeça, relacionados à largura, ao comprimento, à altura e
à fronte. As medidas da largura relacionavam-se à largura bizigomática, bicondilar,
bigoníaca, à largura do nariz e da boca. Mediu-se o comprimento da face pelas medidas
násion-mento, násion-próstio, infradentário-mento, altura do nariz e do ramo. Em relação à
profundidade da face, avaliou-se a distância aurículo-násion, aurículo-próstion, aurículo-
mento, aurículo-infradentário, mento-gônio e násio-gônio. Observou-se que o crescimento
da face ocorreu mais rapidamente em comprimento, se comparada com a largura, até 13 ou
15 anos de idade, e que o período de aceleração do crescimento ocorre, principalmente, em
dois períodos, entre 3 e 5 anos de idade e novamente, no período puberal de 13 a 15 anos.
10
Exceto para a altura da fronte, os incrementos iniciais de 3 a 5 anos são os maiores. Com a
-se uma ligeira diminuição proporcional dos diâmetros da cabeça.
O surto de crescimento do comprimento da face ocorre precocemente de 3 a 5 anos e
tardiamente, de 13 a 15 anos de idade, juntamente com o aumento da profundidade da face,
enquanto o crescimento em profundidade da mandíbula (mento-gônio) acelera-se por volta
de 11 a 13 anos. A altura superior da face (násio-próstion) e a altura inferior da face
-mento) crescem na mesma proporção se comparada à largura. Da mesma
forma, a largura bizigomática e bigoníaca exibiu incrementos semelhantes. A altura facial
superior cresceu mais rapidamente do que a inferior até de 9 a 11 anos, quando se altera
devido ao crescimento da mandíbula. O desenvolvimento da face aos 3 anos de idade
representa 70% do total. O crescimento para frente e para baixo da face é muito evidente, e
ativo entre 3 a 5 anos, de 9 a 11 e de 13 a 15 anos de idade. Ocorreram diferenças na
forma, na dimensão da cabeça, do nariz e da região alveolar quanto à etnia, assim como o
citado por outros autores anteriormente. De maneira geral, o crescimento da cabeça é
maior em comprimento, menos em largura e em altura nos períodos avaliados.
BROADBENT10, em 1937, com o propósito de descobrir as modificações que
ocorrem durante o desenvolvimento dos dentes e dos maxilares, a partir de 1 mês até 14
anos de idade, por meio de pontos cefalométricos estáveis, utilizou telerradiografias,
tomadas em normas frontal e lateral da cabeça. Utilizou-se a interceptação do plano sela
(R) perpendicular ao plano Bolton-Násion no registro dos traçados de um mesmo e de
diferentes jovens, além do plano orbitário perpendicular ao de Frankfort passando pelo
ponto orbitário. Esses planos são fixos e mostram as mudanças que ocorrem abaixo da face
e do crânio no sentido horizontal, vertical e diagonal. A partir de um mês aos vinte e quatro
u-se para frente e para cima e o gônio para baixo e
11
ligeiramente para trás, enquanto o gnátio moveu-se para frente e para baixo aumentando o
comprimento vertical da face. A alteração significativa em relação ao comprimento do
erupção dos segundos molares permanentes. O autor
observou que o crescimento da face relaciona-se diretamente com o desenvolvimento e
com a erupção dos dentes. Aos três anos e meio de idade, a coroa do primeiro molar
permanente move-se para frente e para baixo, deslocando-se do ramo para o corpo
mandibular. O segundo molar, por sua vez, faz o mesmo trajeto distalmente ao primeiro
molar. Com a erupção dos segundos molares, essa área do palato exibe crescimento
significativo. O grupo estudado não revelou diferenças significativas em ambos os sexos.
Observou-se crescimento da porção petrosa do temporal e mástoidea para baixo, para fora
-se que o crescimento craniofacial se manteve contínuo e uniforme, para
baixo e para frente em idade mais adulta.
BRODIE12, em 1940, estudou o crescimento mandibular de 21 crianças, das quais
onze foram acompanhadas dos 3 meses aos 7 anos de idade, e dez dos 6 meses aos 8 anos,
utilizando superposição de traçados de telerradiografias tomadas em norma lateral,
realizadas de quatro em quatro meses, durante o primeiro ano de vida, semianualmente até
os cinco anos e anualmente, a partir dos seis anos de idade. O autor observou que o ângulo
entre a base do crânio e a borda inferior da mandíbula se manteve constante dos 3 meses
aos 7 anos de idade. Nesse período, ocorreu deposição na borda posterior do ramo e na
tuberosidade maxilar resultando um posicionamento anterior da face, e aposição óssea na
superfície superior do côndilo, levando à um deslocamento inferior do mento. Dos 3 meses
aos 7 anos, o crescimento do comprimento da base do crânio diminuiu, enquanto o
crescimento da borda inferior da mandíbula do gnátio ao gônio aumentou, indicando que o
crescimento é menor até a dentadura se completar, enquanto a largura -posterior do
12
ramo também aumenta em quantidade menor, à medida que os molares erupcionam.
Medidas dos pontos de contato dos molares em relação à borda posterior do ramo
revelaram que os segundos molares decíduos e os primeiros e segundos molares
permanentes erupcionam no mesmo ponto indicando reabsorção óssea na borda anterior do
ramo. O pesquisador concluiu que o padrão morfogenético craniofacial se estabelece
precocemente, em todas as superfícies proporcionalmente, de forma a manter toda a
harmonia facial.
O mesmo autor13, em 1941, complementando os estudos anteriores sobre o crescimento
craniofacial, avaliou as partes da cabeça separadamente, em um estudo longitudinal,
utilizando telerradiografias tomadas em norma lateral e frontal, de crianças dos 3 meses aos
8 anos de idade, do sexo masculino. Analisou vinte e cinco medidas lineares e vinte e oito
angulares. Estudou a calota craniana, a área nasal, o processo alveolar superior, incluindo
dentes maxilares e mandíbula. A divisão da base craniana em partes auxiliou a avaliação da
magnitude com que cada parte contribui no crescimento total: Centro da sela a junção
Esfeno-Occiptal (S-SO), Centro da sela ao ponto Bolton (S-B), Centro da sela a junção
Esfeno-Etmoidal (S-E) e Centro da sela ao Násion (S-N). A distância S-N apresentava-se
com 48,5mm aos 6 meses, aumentou até 61mm aos 8 anos, enquanto a distância S-B
aumentou a partir de 43mm até 54,5mm. A porção anterior do Esfenóide (S-SE) exibiu
valores maiores que a porção posterior (S-SO) aos 6 meses. A área frontal revelou o local de
menor alteração da cabeça. A menor distância S-N coincidiu com a menor distância S-E,
enquanto que na maior distância S-N detectou-se um maior S-E. O crescimento da porção
anterior e posterior da base craniana comporta-se de maneiras diferentes. O autor não
observou qualquer aumento desproporcional do comprimento em altura, ou mudanças que
pudessem ser creditadas às mudanças morfológicas. O ângulo N-ENA.ENP utilizado para
13
medir o comprimento do palato revelou a mesma estabilidade, de modo que o assoalho nasal
manteve-se constante em relação à S-N, descendendo paralelamente em relação à caixa
craniana. Com a erupção dos molares, representados pela linha do plano oclusal, ocorreu
uma discreta diminuição do ritmo de deslocamento do incisivo central superior, entre as
idades de dois anos e meio aos quatro anos, após o qual o ponto incisal recupera o que foi
perdido e ultrapassa o ritmo de crescimento da espinha nasal anterior. Na avaliação do
crescimento mandibular, realizou-se a superposição por meio das bordas inferior e posterior,
devido à pouca alteração dessas partes. Utilizou-se a linha Go-Gn, o plano oclusal e o ponto
mais anterior do plano oclusal. Dos dois anos e meio até os sete anos observou-se que o
ângulo formado pelo plano oclusal e borda inferior permaneceu constante. A mudança mais
pronunciada é observada no ponto Gn, onde o mento aumenta até os quatro anos e depois
estabiliza. Isso mostra que a morfologia da mandíbula está pré-determinada, mesmo antes
dos dentes erupcionarem, o que pode ser visto quando analisamos o paralelismo da borda
inferior da mandíbula em relação ao plano oclusal e S-N. A cabeça do côndilo é o último
centro de crescimento a cessar sua atividade, ele cresce para trás e para cima. Por outro lado,
o padrão médio de crescimento apresentou favorável, analisado pelos ângulos SN.Gn,
revelando um valor menor ou maior. De um ano a um ano e meio de idade, os pontos
localizados na espinha nasal anterior, no incisivo central superior e no gnátio tendem a
prosseguir em uma mesma linha. Após um ano e meio a dois anos de idade o crescimento da
face constituiu-se 43% da altura facial total (N-Gn). O primeiro molar permanente quando
entra em oclusão com o antagonista, permanece constante em relação á linha S-Gn durante
toda a vida. No entanto, a partir desse período as posições dos dentes estão menos estáveis,
assim como outros pontos da face e da cabeça. Percebeu-se que o padrão morfogenético da
cabeça estabelece-se no terceiro mês de vida pós-natal, ou talvez antes, e que uma vez obtido
14
não se modifica. Cada parte está crescendo em taxa cada vez menor. Portanto, a face como
um todo desloca-se em linha reta para frente e para baixo.
BRODIE14, no mesmo ano, com intuito de estudar o padrão de crescimento de uma
face normal em relação àquelas anormais já avaliadas, assim como o desenvolvimento dos
elementos dentários, em jovens leucodermas, dos 3 meses aos 19 anos de idade, do sexo
masculino, por meio de telerradiografias tomadas em norma lateral e avaliação histo
observou que o crânio de um recém-nascido é proporcionalmente semelhante ao tamanho
de um adulto, porém a face apresenta-se menor em relação ao crânio, e que após dos 6
anos em diante, a superfície interna do crânio não mostra nenhum aumento significativo.
Por outro lado, as regiões parietal e occiptal mostram contínuo crescimento até os 16 a 18
anos de idade, indicando que o crescimento cessa mais cedo na parte anterior da face, em
relação à posterior do crânio. O ângulo entre o assoalho nasal, plano oclusal e borda
inferior da mandíbula se mantém, dos 3 aos 7 anos apesar de se abaixar, a espinha nasal
desloca-se para baixo e para frente, assim como os incisivos superiores e o gnátio, a
espinha nasal posterior desloca-se para baixo, enquanto o gônio movimenta-se para baixo e
para trás. O mesmo padrão de crescimento ocorreu dos 9 aos 16 anos, porém com uma
diminuição da velocidade. O crescimento da maxila resulta no seu deslocamento para
baixo, assim como do assoalho nasal e do plano oclusal e o desenvolvimento do processo
alveolar inferiormente. Ao mesmo tempo, ocorre um crescimento da superfície superior do
côndilo e inferior da fossa glenóide, deslocando a mandíbula para baixo e para frente,
aumentando o comprimento total da face. Por outro lado, a largura do ramo é mantida
devido à reabsorção da borda anterior do ramo e à deposição óssea na borda posterior.
Constatou-se que jovens com distúrbios de desenvolvimento como disostose craniofacial,
15
assimetria da face ou do crânio, hipodesenvolvimento mandibular e anquiloses, não
possuem correção espontânea do problema.
BROADBENT11, em 1941, avaliou as mudanças decorrentes do crescimento e do
desenvolvimento dos dentes e maxilares em relação à base do crânio em dois planos do
ando telerradiografias tomadas em norma lateral e frontal. O
autor utilizou radiografias tomadas mensalmente, de quatro em quatro meses, semestral e
anualmente, durante 12 anos, de 5000 crianças de Cleveland. Os dados obtidos dos
registros de Bolton de jovens de 1 mês aos 9 anos, serviram como um estudo longitudinal
para esse estudo. Os pontos B, Gn, M (plano mediano), Na, Or, Pó, S e Z referenciaram os
planos de Frankfort e orbitário. O autor observou que no nascimento, os maxilares contêm
todas as coroas dos 20 dentes decíduos parcialmente mineralizados e apinhados, e o
cefalograma exibe o padrão de desenvolvimento que a dentadura decídua apresentará. Os
-se no corpo mandibular, enquanto que o germe de primeiro
molar permanente pode encontrar-se superior à linha do ramo e do corpo mandibular. Aos
9 meses de idade, o aumento do tamanho dos dentes acompanha a erupção dos incisivos
-se a mineralização dos germes dos incisivos centrais. Aos
12 meses, os primeiros molares decíduos irrompem em direção ao plano oclusal e os
incisivos e caninos migram mesialmente: Essas mudanças são observadas pelas medidas
obtidas em relação aos planos de Frankfort e orbitário. Aos 18 meses, os incisivos laterais
superiores permanentes iniciam a mineralização logo atrás dos centrais e abaixo dos
caninos decíduos. Aos 2 anos e meio, os primeiros pré-molares iniciam sua mineralização
abaixo dos molares decíduos. O rápido crescimento dos maxilares continua e todos os
dentes posicionam-se para baixo e para frente e lateralmente à medida que ocorre
crescimento facial. Somente os centrais mantêm sua proximidade com plano mediano. O
16
primeiro molar permanente encontra-se anterior à linha corpo-ramo da mandíbula. Inicia-
se, então, a mineralização dos segundos molares permanentes. Durante esse período é
possível conhecer o padrão facial do paciente. Dos 5 aos 6 anos os maxilares continuam a
crescer rapidamente, para acomodar os dentes permanentes. Nessa fase inicia-se a
reabsorção das raízes dos decíduos. O período da dentadura mista é a fase mais complexa
do desenvolvimento da oclusão; os incisivos decíduos são substituídos pelos permanentes e
as bases ósseas devem possuir as dimensões compatíveis para a acomodação dos dentes
. Se o crescimento facial apresentar-se insuficiente para acomodação dos dentes
em suas bases ósseas, uma maloclusão poderá se manifestar na dentadura mista precoce.
As maloclusões são geralmente uma conseqüência de distúrbios do crescimento facial em
relação ao dentário. Se a causa é removida nessa fase, a maloclusão pode-se corrigir. O
autor observou que a correção da maloclusão é acompanhada por mudanças nos processos
alveolares e por uma pequena remodelação óssea, e para que as mudanças sejam efetivas,
elas devem respeitar o desenvolvimento e os limites de crescimento próprio das pessoas.
Aos sete anos, fase “do patinho feio”, a coroa dos caninos completa sua mineralização,
mas só erupcionará dos 8 aos 12 anos de idade quando existir espaço suficiente. Esse
período é caracterizado por protrusão bi-maxilar devido ao retardo do crescimento
esquelético em relação à posição dentária. O crescimento normal da face continua até a
maturidade para prover espaço para a erupção dos terceiros molares permanentes. Existe
um crescimento posterior do arco e uma migração anterior e posterior do terço médio da
face. Dos 9 aos 18 anos observou-se um grande crescimento anterior da face. Não se
observou nenhuma mudança no padrão da estrutura facial, após seu estabelecimento na
dentadura decídua.
17
Com o intuito de avaliar a correlação existente entre a dimensão vertical do ramo
mandibular, o tamanho dos espaços intermaxilares e o grau de sobremordida, WYLIE55,
em 1946, utilizou traçados cefalométricos de telerradiografias tomadas em norma lateral,
de acordo com Broadbent-Bolton, na Universidade da Califórnia. Participaram da amostra
90 crianças na dentadura decídua, sem qualquer tratamento prévio, das quais 61 eram do
sexo feminino e 29 do sexo masculino. Mediu-se a distância do gônio à superfície mais
superior da cabeça do côndilo, incluindo processo condilar (altura Côndilo-Gônio), a
distância da incisura semilunar à linha tangente à borda inferior da mandíbula paralela à
borda posterior do ramo (altura do ramo) e a distância do palato duro à tangente à borda
inferior da mandíbula (altura molar). A altura facial total representou a medida de násio ao
mento, enquanto que a altura facial inferior indicou a distância da espinha nasal anterior ao
mento. Dividiu-se a severidade da mordida em pouca, média e severa, de acordo com a
posição da parte incisal dos incisivos inferiores em relação à palatina dos superiores.
Sessenta dos noventa jovens possuíam a sobremordida média ou severa. Nenhuma
diferença significativa das medidas em relação ao sexo e idade revelou importância.
Observou-se que a altura facial total pode sofrer influência pela altura facial inferior e que
o espaço intermaxilar, a altura facial total e a inferior é menor em jovens com
sobremordida acentuada, diferentemente a altura do ramo não se encontra associada com a
mordida anterior. A altura da face inferior para jovens do sexo masculino mostrou-se em
média 63,9mm, no feminino 61,9mm e a altura côndilo-gônio 56,5mm e 48,5mm,
respectivamente, no sexo masculino e feminino. Entretanto, o crescimento adequado do
ramo mandibular é de grande importância para a harmonia facial, sendo que o crescimento
nessa área não está diretamente relacionado com o grau de desenvolvimento intermaxilar.
18
WOODS54, em 1950, avaliou quantitativamente as alterações na largura dos arcos
dentários, por meio de pontos da face e da estrutura dentária, utilizando telerradiografias
tomadas em norma frontal e lateral. As tomadas radiográficas iniciaram-se aos 3 anos de
idade e depois a cada 6 meses. Posteriormente, aos 5 anos de idade e uma vez ao ano até os
15 anos de idade. A amostra se caracterizava por 14 jovens do sexo feminino e 14 do
masculino. 25 jovens apresentavam oclusão normal ou maloclusão de Classe I de Angle,
de Cl II não tratada, uma maloclusão de Cl III não
tratada e uma maloclusão de Cl I tratada. Observou-se que as medidas absolutas variaram
consideravelmente, mas o padrão de crescimento mostrou-se uniforme. A média das
medidas da face revelou-se maior nos jovens do sexo masculino. A largura bizigomática
aumentou em uma taxa menor que as outras dimensões, por volta dos 10-11 anos nas
meninas e aos 13 anos nos meninos. A largura bigoníaca aumentou de modo similar em
ambos os sexos até 12 anos, após essa idade os jovens do sexo masculino apresentam
valores menores. A principal diferença entre os sexos, encontrada neste estudo, foi que
todas as dimensões nos jovens do sexo feminino são menores do que as do masculino.
BAUME3, em 1950, com a finalidade de conhecer a quantidade de migração
fisiológica dentária e os mecanismos que determinam o desenvolvimento da oclusão,
avaliou 30 crianças, dos 3 aos 5 anos de idade, por meio de modelos de gesso, e observou
que dos 4 anos até a erupção dos primeiros molares perma
arcos não muda. Do mesmo modo, a distância intercaninos e intermolares, dos 3 aos 5 ½
anos, não se altera. Os arcos tipo I não mudam para o tipo II e nem vice-versa. Os
espaçamentos comuns são entre o incisivo lateral superior e o canino superior decíduo e
entre os caninos e primeiros molares inferiores decíduos referidos como espaços primatas.
Os arcos tipo I e II são de caráter hereditário. Nos arcos tipo II é comum encontrar
19
apinhamento anterior, sendo 1,5 mm mais estreitos que os tipo I. A ausência de espaços
não se deve somente à largura dos dentes decíduos anteriores, mas, também, à falta de
crescimento alveolar ou à combinação dos dois fatores. Na relação ântero-posterior não
ocorrem modificações no plano terminal, a não ser que exista influência ambiental. A
maioria dos casos (mais de 70%) apresenta plano terminal reto. O degrau mesial pode ser
devido à variação morfológica na dimensão dos segundos molares superiores e inferiores.
Geralmente o molar superior decíduo é menor que o inferior, o que leva a um plano
terminal reto. Embora não ocorra aumento das dimensões dos arcos, após a formação da
-se crescimento vertical dos processos alveolares e aumento
sagital na mandíbula levando, ao aparecimento de espaço na região retromolar para o
posterior desenvolvimento da dentadura permanente.
BAUME4, neste mesmo ano, avaliou a migração fisiológica dos dentes posteriores
superiores e inferiores durante o desenvolvimento da oclusão, na dentadura mista, antes e
após a erupção do primeiro molar permanente, utilizando 60 modelos de gesso. O autor
revelou que, quando existe o degrau mesial, não há necessidade de ajuste para erupção do
primeiro molar permanente para boa relação oclusal. No caso do plano terminal reto, os
primeiros molares permanentes obtêm relação de topo, e no degrau distal o ajuste oclusal
dos molares ocorre na mesialização tardia. Nos arcos tipo I, o espaço primata é aproveitado
para a mesialização e intercuspidação dos primeiros molares permanentes e no tipo II, a
intercuspidação ocorre durante a fase de esfoliação dos molares decíduos e erupção dos
-molares. Dessa forma, o padrão anatômico dos arcos da dentadura decídua normal,
assim como a migração mesial, é fundamental na obtenção da r
dentadura permanente.
20
BAUME5, em outro trabalho, ainda no mesmo ano, analisou as mudanças nos arcos
dentários, durante e após a erupção dos incisivos permanentes, em relação à largura e ao
comprimento dos arcos, por meio de 60 modelos de estudo. Observou que o alinhamento
dos incisivos inferiores permanentes ocorre com o aumento da distância intercaninos, em
três fases: durante a formação dos arcos decíduos, após o período de lactação; durante a
erupção dos incisivos permanentes e durante a erupção dos caninos permanentes e pré-
molares. O crescimento para frente e lateral do processo alveolar permite o alinhamento
dos incisivos superiores permanentes. No arco inferior, o maior crescimento lateral ocorre
durante a erupção dos incisivos laterais permanentes e no arco superior, durante a erupção
dos incisivos centrais permanentes.
LANDE34, em 1952, estudou as resultantes da quantidade de crescimento do perfil
facial. A amostra do estudo consistia em telerradiografias tomadas em norma lateral, de
crianças do sexo masculino, sem qualquer tratamento ortodôntico prévio. Vinte séries de
traçados incluíam crianças entre 3 aos 7 anos, trinta e uma séries dos 7 aos 12 anos e vinte
sete séries dos 12 aos 18 anos. Escolheu os pontos: N, ENA, A, B, Pog, Gn, Go no
delineamento do perfil, em adição aos planos SN e FH traçados. A superposição dos
-se na linha SN com o registro em N. Avaliou as medidas lineares: N-ENA,
N-A, N-B, N-Gn, Go-Gn, S-N e medidas angulares: S-N-ENA, S-N-A, S-N-B, S-N-Pog,
S-N-Gn, N-S-Gn, SN-GoGn, N-A-Gn e FH-SN. Dos 3 aos 7 anos de idade ocorreu pouca
mudança significativa entre os pontos A, B e Gn, dos 7 aos 12 anos o Gn exibiu um
movimento anterior significante de 1,3mm sem qualquer alteração dos pontos A e B,
enquanto que dos 12 aos 18 anos o diagrama mostrou um movimento anterior do ponto A
de 1mm, do ponto B de 2,2mm e Gn de 3,7mm. Em relação às alterações da convexidade
facial medida pelo ângulo N-A-Gn, observou-se uma quantidade de deslocamento ântero-
21
posterior do início ao final de cada série de 3,75mm a +12,75mm. Na maioria das séries o
ponto B avançou menos do que o Gn e em poucos casos os dois pontos deslocaram na
mesma quantidade, mostrando a diminuição da convexidade da face na maioria. Os
achados revelaram que grande mudança na forma do perfil na direção ântero-posterior,
geralmente ocorre depois dos sete anos de idade. O estudo mostrou que se a relação facial
muda em uma direção, essa mesma relação se manterá alterada nos períodos tardios. O
aumento do prognatismo mandibular, em relação ao maxilar, além de diminuição da
convexidade facial, mostrou-se de acordo com os estudos apresentados anteriormente.
HIGLEY e HILL28, em 1954, estudando as medidas craniofaciais de crianças
saudáveis, dos 4 aos 8 anos de idade, utilizaram modelos das arcadas dentárias, fotografias
de frente e perfil, radiografias intrabucais obtidas 2 vezes por ano, telerradiografias
póstero-anterior e lateral, tomadas a cada 3 meses até os 5 anos de idade e 2 vezes ao ano
s completarem 5 anos de idade. Os autores incluíram 89 crianças do sexo
masculino e 86 do sexo feminino, das quais 73 crianças do sexo masculino e 75 do sexo
feminino participaram da amostra desde os 3 anos de idade. 97 % eram descendentes de
norte europeus residentes de Iowa, com oclusão aceitável e harmonia facial. O estudo
determinou por meio de tabelas, 17 medidas lineares e 20 medidas angulares, obtidas das
telerradiografias, tomadas em norma lateral, de 25 meninos e 25 meninas dos 4 aos 8 anos.
A partir dos resultados, estabeleceram o padrão de medidas cefalométricas de crianças
leucodermas americanas e descendentes de europeus. No cefalograma traçaram 2
quadriláteros, a partir de pontos, planos e linhas (NMGZ: união de plano mandibular e
facial / plano nasion-sela e plano posterior do ramo e FMGT: união dos planos facial e
Frankfort / plano facial e mandibular / união dos planos posterior do ramo e mandibular /
união dos planos Frankfort e plano posterior do ramo). Definiram o tamanho e a relação
22
das estruturas dentárias e craniofaciais de um paciente, através de um cefalograma padrão,
referente a cada idade, a fim de se determinar os limites normais de crescimento de cada
jovem.
BRODIE15, em 1955, avaliou o crescimento de cada parte da base craniana e sua
relativa contribuição para o crescimento total do base do crânio, de 12 crianças do sexo
feminino e 18 do sexo masculino, leucodermas, dos 3 aos 18 anos de idade, com
maloclusão de Classe I, por meio de 11 telerradiografias, tomadas em norma lateral. Para a
análise de registro utilizou um arco passando pela Sela Túrcica e Násion, as bissetrizes
entre os ângulos formados de Básion a Sela e de Sela a Násion nomeadas de Junção
Esfenocciptal (SO) e Junção Esfenoetmoidal (SE), respectivamente. A partir disso,
comparou cada ângulo com o ângulo total de Ba-C-Na, onde C seria o centro do arco. Para
todos os jovens (3 aos 18 anos) a proporção da parte posterior da base do crânio de Ba-SO
para o total da base mostrou um valor de 25%, o valor da porção média de SO-SE foi de
37% e a porção anterior de SE-Na em relação à base total mostrou o valor de 38%. Cada
componente da base em relação ao total, manteve-se praticamente inalterados dos 4 aos 18
anos de idade. O crescimento apresentou-se acelerado até os 5 anos de idade, dos 5 aos 13
ocorreu diminuição da quantidade de crescimento, principalmente dos 9 aos 13 anos de
idade. Após 13 anos ocorreu um ligeiro aumento do crescimento com uma posterior
diminuição na maturidade (aos 20 anos). No período de desaceleração da quantidade de
crescimento, não existiu diferença estatisticamente significante em ambos os sexos. O
comprimento da base do crânio apresentou-se com o dobro do tamanho em relação ao
-natal. Aos 3 anos de idade mais de 50% do crescimento da base do crânio se
completaram, e aos 13 anos já ocorreram 90% do crescimento total. O crescimento da face
23
é influenciado pelo aumento proporcional da base craniana anterior e posterior e pelo
crescimento adicional das suturas
Intencionado em obter informações a respeito do mecanismo de crescimento
maxilo-mandibular em um período de observação de 2 anos, BJÖRK8, em 1955, utilizou-
se de três a quatro implantes metálicos na maxila e mandíbula, os quais revelariam, através
das radiografias, o padrão de crescimento de cada estrutura. O autor descreveu o estudo,
utilizando 5 casos com diferentes padrões de crescimento dos 4 aos 6 anos, dos 6 aos 8
anos, dos 7 aos 9 e dos 13 aos 15 anos de idade. Dos 4 aos 6 anos o crescimento no sexo
masculino exibiu um padrão vertical, resultando um abaixamento da mandíbula, enquanto
a protrusão maxilar permaneceu inalterada. Ocorreu um crescimento condilar para cima e
para frente, levando a uma rotação mandibular, acompanhada por uma reabsorção na
margem inferior da região do ângulo da mandíbula. Ao mesmo tempo o ramo exibiu um
crescimento do periósteo na borda posterior e uma reabsorção na borda anterior. A maxila
cresceu mais dorsalmente na região da tuberosidade em relação ao crescimento frontal
causado pelas suturas dos ossos palatinos. Dos 7 aos 9 anos, no sexo feminino, o
crescimento facial mostrou-se predominantemente sagital, nesse caso a maxila deslocou-se
para baixo e para frente sem sofrer nenhuma rotação, e a mandíbula cresceu para frente
sem nenhuma rotação no sentido horário, devido a um crescimento condilar na região
posterior. Observou-se apreciável crescimento periosteal da região posterior do ramo e
marcada reabsorção na região anterior, enquanto o deslocamento inferior do assoalho nasal
ocorreu mais pronunciado se comparado as 4 e 6 anos. O jovem do sexo masculino, dos 7
aos 9 anos, com oclusão dentária normal, exibiu crescimento condilar vertical
acompanhado de reabsorção na região do ângulo, com o deslocamento maxilar para baixo,
devido ao crescimento sutural. O caso seguinte mostrou um adolescente dos 13 aos 15
24
anos, do sexo masculino, com aplasia dentária. A criança apresentou um crescimento facial
em ambas as direções vertical e sagital, porém com rotação tanto da mandíbula quanto da
r apresentou um caso de maloclusão de Classe II, de uma
jovem do sexo feminino dos 6 aos 8 anos de idade. A altura do crescimento condilar
mostrou-se aumentada e com rotação mandibular, enquanto a maxila deslocou-se para
frente e para baixo com tendência à rotação. O crescimento mandibular revelou
essencialmente vertical e o seu padrão de crescimento acompanhou a reabsorção da região
do ângulo. Por outro lado, a mordida caracterizou-se pela retrusão do perfil facial da
mandíbula em relação à maxila. Percebeu-se que o conhecimento do desenvolvimento
vertical da face e o modo de erupção dos dentes estão intimamente relacionados entre si, e
que sofrem influência de fatores mecânicos tais como pressão de dentes adjacentes e
Objetivando quantificar o crescimento craniofacial, por meio de telerradiografias,
tomadas em norma lateral, de jovens leucodermas, longitudinalmente, NANDA39, em
1955, avaliou 10 jovens do sexo masculino e 5 do sexo feminino, dos 4 aos 20 anos de
idade. Estudou cada série de radiografias avaliando a curva de crescimento e o incremento
relativo. Analisou sete medidas lineares a partir dos pontos Násion, Sela, Próstion,
Infradentário, Gnátio e Gônio. Mediu a distância de Sela-Násio, Násio-Próstio, Násio-
Infradental, Sela-Gônio, Gônio-Gnátio e Sela-Gnátio. O crescimento de Sela-Násio e
Násio-Gnátio mostrou-se semelhante à curva de crescimento do esqueleto. Os valores de
Sela-Násio e Gônio-Gnátio iniciaram o crescimento com a mesma intensidade,
aumentando rapidamente aos 5 anos, mantendo-se uniforme aos 8 anos, quando se
diferenciam após o surto circumpuberal. A dimensão Sela-Násio assemelhou-se ao
crescimento neural e esquelético. O comprimento Násio-Próstio exibiu uma diminuição
25
temporária de tamanho durante a perda de dentes decíduos, acompanhada da reabsorção do
osso alveolar. A medida Infradentário-Gnátio aumentou durante o surto de crescimento, da
mesma forma. A curva de incremento de Sela-Gônio e Gônio-Gnátio exibiu o crescimento
da altura do ramo e comprimento do corpo mandibular, respectivamente, ao passo que a
curva Gônio-Gnátio exibiu valores maiores se comparado ao Sela-Gônio, dos 6 aos 9 anos
de idade, o que ocorreu devido à acomodação dos segundos molares permanentes no arco
dentário. Por outro lado, dos 13 aos 16 anos, Sela-Gônio mostrou aumentos proporcionais
maiores, se comparado ao Gônio-Gnátio, que cessa seu crescimento aos 19 anos, enquanto
Sela-Gônio continua. O estudo mostrou que o crescimento da face acompanha o
crescimento circumpuberal máximo, no entanto, o crescimento circumpuberal facial ocorre
ligeiramente mais tarde em relação à altura corporal. Houve uma diferença significante dos
valores de Sela-Násio e Sela-Gônio, mostrando-se maior no sexo masculino, aos 10 anos
de idade, indicando que a intensidade do crescimento é maior nesse sexo.
Em 1956, DOWNS20 analisou as variações das alterações faciais e dentárias, citou
sua importância no planejamento do tratamento, utilizando a cefalometria na observação
das mudanças que ocorrem na face durante o crescimento e na terapia ortodôntica,
baseadas em um grupo de 20 jovens do sexo masculino e 20 sexo feminino com 14,5 ± 2,5
anos de idade, apresentando oclusão excelente e harmonia facial. Observou que o tipo
facial pode ser definido pela relação ântero-posterior da parte superior da face, pela face
média e parte inferior da mandíbula, através do ângulo de convexidade facial. O padrão
dento-facial pode ser definido, segundo o autor, pelo padrão esquelético superior e dentário
tnica, a convexidade facial em diferentes raças exibiu uma
grande diferença, na qual os negros apresentaram um prognatismo mais desenvolvido em
relação a japoneses, chineses, australianos. A relação entre idade e o padrão dento-facial
26
mostrou-se significativa quando comparados os mais jovens com os mais velhos. Existe
um aumento do ângulo facial e uma diminuição da convexidade facial de uma faixa etária
mais jovem para os mais maduros. Os jovens do sexo feminino apresentaram poucas
mudanças no tamanho e proporções faciais após 14-15 anos, enquanto que no sexo
masculino ocorreu crescimento até 20 anos. Os arcos convexos foram encontrados em
casos de retrognatismo, e os arcos côncavos em faces prognatas. O autor enfatizou a
importância da cefalometria como um método eficiente para a observação das relações
existentes entre as partes que compõem a face, parte dentária, crânio e das mudanças
decorrentes do crescimento que poderão fornecer dados estatísticos a respeito das
variações médias e dos desvios da normalidade.
COHEN18, em 1959, com o intuito de conhecer e estudar as variáveis que atuam no
desenvolvimento da maloclusão, observou que essa apresenta etiologia multifatorial.
Quando o fator é hereditário, principal causa da maloclusão, podem existir discrepâncias
entre o tamanho dos dentes e dos arcos dentários, relação desfavorável dos arcos entre si e
com o crânio, além de alterações na forma e na função da musculatura facial e da língua.
Os fatores locais estão relacionados com o ambiente, como perda precoce de dentes
decíduos, retenção prolongada, supra-numerários ou ausentes, anomalias de tamanho e
forma dos dentes, freios labiais anormais, cistos, hábitos deletérios e tumores, assim como
problemas sistêmicos e anomalias congênitas. Na dentadura mista, as
freqüentes são as mordidas cruzadas anterior e/ou posterior, dentes decíduos “submersos”,
primeiros molares impactados, erupção dentária ectópica, apinhamento dos incisivos
inferiores, sobremordida acentuada e maloclusão de Classe II de Angle. O autor inferiu
como principais fatores predisponentes no desenvolvimento das maloclusões: perda
precoce de dentes decíduos, retenção prolongada de dentes decíduos, dentes supra-
27
numerários, caninos impactados, agenesias, alterações na posição e/ou eru
incisivos centrais superiores, alterações patológicas locais e hábitos deletérios.Concluiu
que os problemas oclusais são resultantes de um desequilíbrio entre osso, músculo e
estrutura dentária, cada um com seu determinante genético e modificadores ambientais,
desse modo, a maloclusão não possui causa específica e varia desde um fator ambiental até
uma complexa relação com a genética de cada um, ou ambos podem estar associados.
Estudando o tratamento precoce na dentadura decídua, WEST53, em 1960, revelou
a importância do tratamento precoce no estabelecimento do crescimento favorável da
relação oclusal e facial, e seus três objetivos: remoção de interferências na função e no
crescimento normal, manutenção da função normal e correção de desarmonias
esqueléticas. A remoção das interferências, segundo o autor, consiste no ajuste de
restaurações, movimentação de dentes ou segmentos mal posicionados, que interferem no
fechamento normal da mandíbula e injúrias no côndilo. As mordidas cruzadas, portanto,
deveriam ser corrigidas por meio de dispositivos ortodônticos, devido a sua não auto-
correção. A manutenção da função normal estaria associada ao gerenciamento de espaços
necessários para o bom posicionamento dos dentes permanentes, mantendo o comprimento
e a simetria dos arcos. A perda prematura de dentes decíduos, cáries interproximais, dentes
anquilosados, hábitos orais deletérios são alguns dos fatores envolvidos no
desenvolvimento normal das funções orais. Grandes desarmonias esqueléticas podem ser
diagnosticadas precocemente. A maloclusão severa de Classe II de Angle pode ser
diagnosticada por meio de exame clínico e corrigida precocemente, enquanto que na
maloclusão de Classe III o exame radiográfico complementar nos permite avaliar o grau de
severidade do problema. O autor inferiu, portanto, que estabelecimento precoce da posição
normal dos arcos mandibular e maxilar seria um guia favorável para o crescimento
28
craniofacial. Em um período tardio, o tratamento dessas maloclusões seria dificultado; no
caso do tratamento em duas fases, a segunda contaria com pouco crescimento do paciente.
GRESHAM26, em 1963, comparou as partes dentárias e faciais de 46 crianças de
origens étnicas similares, que viviam em países diferentes, dos 7 aos 9 anos, crianças
norte-americanas e da Nova Zelândia, e de origem européia, com oclusão aceitável.
Distribuiu os jovens por sexo (25 do sexo masculino e 21 do sexo feminino) e por idade,
dos quais, seis crianças encontravam-se com 7 anos, vinte e cinco com 8 anos e treze com
9 anos de idade. O autor utilizou telerradiografias tomadas em norma lateral, aplicando o
método de Broadbent-Bolton, no grupo de crianças norte-americanas, e o método de
Margólis, usado para obtenção das radiografias de crianças da Nova Zelândia. Utilizou,
também, as medidas angulares para comparar padrões esqueléticos e dentários de cada
criança dos dois grupos e as medidas lineares para comparar os tamanhos absolutos.
Avaliou os traçados das radiografias construindo um diagrama, através dos pontos S, N,
Pog, C (ângulo do queixo), D (ângulo mandibular), E (articular), A e ponto B, revelando o
padrão dentário e esquelético de cada criança. Para o padrão esquelético, utilizou os
ângulos S, N, C, D, E, ângulo de convexidade de DOWNS e a diferença SNA e SNB. Para
estudar o padrão dentário, o autor avaliou os ângulos: incisivo maxilar, SN, incisivo
mandibular com plano mandibular e incisivo superior com inferior. GRESHAM construiu
polígonos a partir das médias lineares e angulares de crianças da Nova Zelândia e norte-
americanas, separadamente. Mensurou as medidas lineares a partir das distâncias de N,
ENA e Gn, projetada a uma linha perpendicular ao plano de Frankfort (alturas faciais
inferior, superior e total). Existiu uma diferença significativa em apenas um ângulo do
polígono, o ângulo do ponto S. No grupo da Nova Zelândia, esse ângulo encontrava-se
mais obtuso em relação aos norte-americanos, sugerindo uma face inferior mais retrusiva e
29
com maior divergência das bases apicais, já que os outros valores apresentavam-se
aproximadamente iguais em ambos os grupos. No entanto, observou-se uma diferença
significante entre as bases apicais no grupo norte-americano; conseqüentemente, o ângulo
de convexidade da face mostrou-se semelhante entre os dois grupos, revelando que outros
fatores devem estar envolvidos com o aumento do ângulo de convexidade do norte-
americano. Além disso, o comprimento do corpo mandibular de crianças da Nova Zelândia
dos 7-9 anos encontrava-se maior do que as norte-americanas, compensando o maior
ângulo de S. Encontraram-se diferenças significativas na inclinação axial do incisivo
inferior para o plano mandibular, com a média de 97,045° para a amostra norte americana,
e 92,568° para a da Nova Zelândia (dentro da normalidade). Em relação à altura facial
superior e à total, as crianças norte-americanas mostraram valores menores. Basicamente,
existiu uma similaridade no padrão esquelético entre os grupos.
Objetivando analisar o crescimento facial da vida fetal à idade adulta, por meio de
telerradiografias, tomadas em norma lateral, de crianças com oclusão normal ou
maloclusão de Classe I de Angle, SCOTT44, em 1963, utilizou o retângulo facial descrito
anteriormente. Construiu o retângulo facial através dos pontos S, N, a partir dos quais
ralelas entre si e perpendicular à S e N, onde a base inferior do retângulo
era representada por uma linha paralela à linha SN passando por Gn. Através do ponto S
traçou um arco passando por Gn cortando a coluna vertebral, avaliando a quantidade de
crescimento mandibular considerando a coluna vertebral. O estudo revelou 3
características: mudanças das proporções faciais, da posição mandibular em relação à base
craniana anterior e do comprimento da mandíbula em relação à coluna vertebral. Os
resultados mostraram que dos 3 aos 6 meses de idade, a profundidade da face encontra-se
maior do que a altura facial, do que do primeiro aos 3 anos de vida. Essa medida aumenta
30
em relação à profundidade, continuando seu crescimento na vida adulta. Nos 10 casos de
estudo longitudinal, observou-se grande mudança do ângulo SN.Gn, dos 3 aos 10 anos de
idade, mostrando uma alteração significante da posição ântero-posterior da mandíbula em
relação à base craniana. A partir dos 5 anos de idade, os resultados revelaram que, em uma
grande quantidade de crianças, o arco SN.Gn cortou a 5ª e a 6ª coluna vertebral aos 6 anos,
e a 5ª coluna dos 7 aos 18 anos; portanto, existe uma tendência de se alcançar a 4ª coluna
com aumento da idade provavelmente pelo crescimento posterior da mandíbula. Observou-
se que as mudanças significativas em relação ao período de crescimento e em proporções
, aos 5 anos de idade, período esse que necessita de muitos
estudos.
BURSTONE17, em 1964, propôs descrever o desenvolvimento normal da oclusão
distinguindo-o do desenvolvimento da maloclusão. Estudou as mudanças que ocorrem
durante o processo de desenvolvimento normal da oclusão, nas inclinações axiais
dentárias, na forma e dimensão do arco, na intercuspidação, sobressaliência e
sobremordida, diferenciando o estágio normal do desenvolvimento da oclusão da alteração
da normalidade. Constatou que na dentadura decídua, os incisivos superiores e inferiores
apresentam-se verticalizados em relação ao plano oclusal e a face. As inclin
sentido vestíbulo-lingual e no mésio-distal sofrem modificações durante a fase de
dentadura mista e permanente. Durante a passagem da fase “patinho feio”, as raízes dos
incisivos centrais tendem a divergir em relação à linha média. Com a er
permanentes, esses incisivos assumem uma posição mais vertical. Observou-se que as
mudanças nas inclinações dos molares estão relacionadas com o aumento do comprimento
do arco posterior, sendo que na mandíbula esse aumento é produzido pelo crescimento
posterior do corpo e ramo, e, na maxila, através do crescimento da tuberosidade e
31
crescimento para baixo e para frente do processo alveolar. A dentadura decídua exibiu
espaços generalizados na região anterior, que permanecem até a erupção dos permanentes.
Por outro lado, o apinhamento na dentadura mista apresentou prognóstico desfavorável na
ausência de espaço. A relação do molar permanente mostrou-se dependente da posição e
diâmetro mesio-distal dos segundos molares decíduos, e no sentido ântero-posterior, a
normalidade relacionou-se à posição do canino inferior à frente do superior. A face da
-se diferente do adulto. Com a maturidade, a mandíbula cresce
horizontalmente em uma taxa mais rápida que a maxila e a convexidade da face se reduz.
Embora a proporção da face superior em relação à face como um todo permaneça a
mesma, a altura vertical aumenta com o crescimento para frente e para baixo da mandíbula,
tornando a face madura mais longa, devido ao maior vetor de crescimento vertical da face.
Diante da complexidade e dinamismo do crescimento dento-facial, a decisão de intervir
precocemente ou acompanhar o crescimento deve ser criteriosa.
SINGH e SAVARA45, em 1966, avaliaram o crescimento da maxila de 50 crianças
norte-européias, do sexo feminino, dos 3 aos 16 anos de idade, leucodermas, por meio de 7
dimensões representadas na maxila (altura, comprimento e largura); utilizaram
telerradiografias, tomadas em norma lateral e frontal anuais, analisadas durante um período
de 6 anos. A análise cefalométrica baseou-se nos seguintes pontos: NMS (junção
nasomaxilar, frontomaxilar e frontonasal), ENA (espinha nasal anterior), PTM (fissura
pterigomaxilar), ZMS (o ponto mais inferior da sutura zigomática), IOM (o ponto mais
ita), DAM (margem distal do segundo molar decíduo ou segundo pré-molar)
e o PRO (próstion). A medida em altura de NMS a PRO aumentou ligeiramente dos 3 aos
6 anos que precedem a perda dos incisivos. De NMS a ANS ocorreu um aumento máximo
dos 3 aos 5 anos e um declínio após os 12 anos. O crescimento de ANS a PRO varia muito
32
dos 5 aos 8 anos e diminui após os 12 anos. Existiu em DAM a IOM, na largura entre PTM
de um lado e outro, e na medida de ANS para PTM um aumento significativo dos 3 aos 6
anos.Os autores observaram que em altura a maxila diminui com a perda de incisivos
decíduos, e que as medidas relacionadas ao crescimento em comprimento e em largura da
maxila revelam alterações pouco significativas. A largura apresentou um aumento maior na
erosidade em relação à largura zigomática na idade mais jovem. As
dimensões relacionadas à altura maxilar apresentam crescimento em fase precoce se
comparada com as medidas em largura e comprimento. Além disso, o crescimento em
que o da largura, até os 8 anos, e acelera após os 8 anos. A
forma da face, então, é influenciada pela quantidade de crescimento em altura, menos em
comprimento e em largura maxilar, respectivamente.
MERRIFIELD38, em 1966, objetivando desenvolver um guia específico, com o
intuito de auxiliar os ortodontistas a alcançar uma estética agradável, utilizou 40
telerradiografias tomadas em norma lateral, obtidas de uma amostra de mais de 100 faces
normais, não tratadas ortodonticamente, e 40 de uma amostra de casos que se submeteram
ao tratamento ortodôntico. 26 radiografias pertenciam ao sexo masculino e as demais ao
sexo feminino. O traçado incluiu a linha do perfil tegumentar e estruturas ósseas, além dos
pontos anatômicos convencionais, lábio, queixo, nariz, incisivos centrais superiores e
inferiores e primeiros molares permanentes. O autor utilizou o plano de Frankfort como
referência, assim como o plano mandibular (da sínfise passando pela borda inferior da
mandíbula ao ângulo goníaco posteriormente) e o longo eixo do incisivo central inferior,
formando o triângulo de Tweed (ângulos FMA, IMPA e FMIA). Traçou a linha de perfil
tangente ao pogônio tegumentar ao ponto mais proeminente do lábio inferior ou superior
(linha de perfil) até o plano de Frankfort. O ângulo inferior, formado pela interseção do
33
plano de Frankfort e a linha do perfil, denominou-se de ângulo Z. Após a análise dos
resultados, percebeu-se que as medidas angulares do triângulo de diagnóstico proposto dos
areciam com as mesmas da amostra tratada de Tweed e que a
espessura total do mento é importante para a avaliação do perfil. A linha do perfil mostrou-
se esteticamente melhor, quando se relaciona com o ponto mais anterior do lábio superior.
O autor observou que, nesse estudo, as jovens do sexo feminino alcançam a maturidade
mais rápido e mostram menos mudanças após o tratamento ortodôntico do que os do sexo
masculino. A espessura do mento é igual ou maior que a do lábio superior nas jovens do
sexo feminino tratadas e menor nos do masculino. O ângulo Z mostrou-se normal para
adultos quando mediu 80 ± 5º. O sexo feminino apresentara um valor desse ângulo maior
em relação ao sexo oposto, semelhante aos valores do adulto, em jovens normais não
facial vertical pode alterar o equilíbrio facial em jovens com medida do
ângulo Z normal. O ângulo Z e a linha do perfil fornecem uma descrição mais crítica da
face inferior do que a simples “aparência”.
Estudos cefalométricos do crescimento mandibular prévios investigaram uma ou
duas dimensões em diferentes amostras, além disso, não exibiram valores do crescimento
em altura, largura e comprimento da mandíbula, da infância à adolescência. TRACY e
SAVARA50, em 1966, visando estudar o tamanho e incrementos anuais de 5 medidas
anatômicas mandibulares, de crianças do sexo feminino, avaliaram 50 jovens,
leucodermas, dos 3 aos 16 anos de idade, em estudo semi-longitudinal. Os autores
examinaram as crianças anualmente, 30 delas durante a infância e 20 durante o p
adolescência. A seleção da amostra baseou-se no período de 6 anos de acompanhamento de
cada criança. Estudaram-se as cinco dimensões por meio de cefalogramas póstero-anterior,
lateral e com a boca aberta, para cada jovem. As medidas realizadas para cada idade
34
basearam-se na altura do ramo, no comprimento do corpo mandibular, no comprimento
máximo do corpo, na largura bigoníaca e na largura bicondilar. Observou-se que a altura
do ramo exibiu pouco crescimento (1,72cm) durante o período de 3 a 16 anos, mostrando-
se constante de 4 a 6 anos, diminuindo aos 7 anos, tornando-se regular após essa idade;
entretanto, notou-se um maior crescimento dos 11,5 aos 12,5 anos de idade. O
comprimento do corpo mandibular exibiu um aumento de 2,29cm durante todo período, os
incrementos diminuíram dos 4 aos 5 anos de idade, mantendo-se constantes aos 7 anos, e
diminuindo novamente, dos 8 aos 9 anos, com um aumento dos 11,6 aos 12,6 anos de
idade. No comprimento máximo da mandíbula, percebeu-se um aumento de 3,09cm dos 3
aos 16 anos. O crescimento diminuiu dos 3 aos 9 anos, aumentou dos 11,1 aos 12,1 anos,
porém menos do que aos 4 anos de idade. Em relação à largura bigoníaca, observou-se um
aumento de 2,05cm durante o período de estudo. Os incrementos mostraram-se constantes
dos 4 aos 6 anos de idade, diminuindo até os 9 anos. O crescimento circumpuberal
máximo, ocorrido dos 11,2 aos 12,2 anos, exibiu valores menores se comparado com as
medidas anteriores aos 7 anos. A grandeza bigoníaca mostrou incrementos menores
quando comparada às outras. A largura bicondilar aumentou 2,05cm dos 3 aos 16 anos. O
incremento bicondilar diminuiu dos 4 aos 7 anos, aumentou aos 8 anos, diminuindo aos 9
anos. O aumento máximo da distância bicondilar, durante o período circumpuberal,
ocorreu dos 11,1 aos 12,1 anos, mostrando-se menor do que o ocorrido aos 4 anos de
idade. A mandíbula cresceu muito em profundidade (comprimento máximo e comprimento
do corpo), menos em largura (largura bicondilar e bigoníaca), seguida pela altura (altura do
ramo). A quantidade de crescimento mandibular diminuiu na infância, aumentou até o
surto de crescimento e diminuiu subseqüentemente. O estudo de TRACY e SAVARA50
está de acordo com outros, que mostram o momento, a quantidade e a taxa de crescimento
com uma aceleração durante o período circumpuberal. O aumento circumpuberal exibiu
35
valores maiores no comprimento máximo da mandíbula, na altura do ramo e na largura
bicondilar, quando comparado ao comprimento do corpo e largura bigoníaca.
Em 1970, GIANELLY22, com a finalidade de observar o desenvolvimento
craniofacial de jovens com maloclusão e dos que possuem oclusão normal, avaliou a
influência da idade e do sexo nas relações esqueléticas e dentárias em jovens com
maloclusão de Classe II de Angle, 1a divisão e com oclusão normal. A amostra englobou
252 pacientes com maloclusão de Classe II, 1a divisão, e 137 jovens com oclusão
satisfatória, dos 8 aos 13 anos de idade, dividindo-a em grupos de acordo com o sexo e em
grupos de idade: dos 8 aos 9 anos, dos 19 aos 11 anos e dos 11 aos 13 anos de idade. O
autor utilizou a análise de Steiner na comparação das relações dentofaciais de cada jovem.
Os resultados mostraram pouca redução da convexidade facial com a idade e pouca
diminuição da inclinação do plano mandibular. As diferenças entre os dados analisados
mostraram-se pequenas e de pouca consistência. No grupo normal de jovens do sexo
masculino, ocorreu de 1mm a 2mm de protrusão dos incisivos superiores, 1mm de
projeção do queixo. Quando comparados ambos os sexos, o autor observou um
prognatismo maxilar de 2° e 1mm de protrusão dos incisivos superiores maior nos jovens
do sexo feminino em idade mais avançada. Avaliando ambos os sexos com maloclusão,
verificou-se que os jovens do sexo masculino mais novos apresentaram 1mm de queixo
mais proeminente (PO-NB) e no sexo feminino, na idade média avaliada, ocorreu
diminuição de projeção dos incisivos inferiores de 1mm. Nenhuma diferença básica no
padrão facial existiu entre 8 e 13 anos de idade, em ambos os sexos, exceto um ligeiro
aumento do queixo e protrusão do incisivo nos jovens do sexo masculino sem maloclusão.
36
Em 1971, BAUMRIND e FRANTZ6, considerando a importância do uso freqüente
de telerradiografias em estudos craniofaciais, tomadas em norma lateral, analisaram a
quantidade de erros na identificação dos pontos cefalométricos, avaliando os erros
subseqüentes das medidas angulares e lineares, por meio de superposições radiográficas.
-graduação da Universidade da Califórnia traçaram 20
radiografias escolhidas aleatoriamente e identificaram 16 pontos cefalométricos. Os
estudiosos utilizaram a linha SN como referência na superposição das radiografias e o eixo
X e Y para estimar a localização dos pontos escolhidos. O gônio e o ápice dos incisivos
inferiores mostraram pontos de localização mais variável; por outro lado, o pório, a sela, o
násion, o incisal dos incisivos superiores e inferiores revelaram uma quantidade de erro de
-se o erro de cada ponto para que, em sua úni , o
desvio padrão pudesse ser calculado. Os pesquisadores inferiram que a quantidade de erros
relacionados à identificação varia de ponto para ponto e que o controle e a redução dos
erros podem ser melhorados por meio do uso de equipamentos computadorizados na rotina
do diagnóstico radiográfico.
BUGG, CANAVATI e JENNINGS16 em 1973, objetivando estabelecerem padrões
dentários e faciais de crianças latino-americanas, com oclusão normal, boas proporções
faciais, em 60 jovens, dos 4 aos 5 anos de idade, avaliaram, por meio de telerradiografias
tomadas em norma lateral, medidas angulares e lineares de traçados realizados. As crianças
apresentavam oclusão normal com os caninos em CLI de Angle, e molares em plano
terminal reto ou degrau mesial. Comparando os valores obtidos com as medidas de adultos,
os autores observaram que o movimento dos pontos A e N encontravam-se estáveis em
ambos os grupos, com diminuição do ANB e SNB, maior valor do eixo Y de crescimento
das crianças, indicando um movimento anterior da mandíbula, com diminuição dos planos
37
mandibular e oclusal em relação ao S-N; e que os incisivos superiores decíduos
posicionam-se mais verticalizados e os inferiores, mais vestibularizados em relação aos
permanentes. Os autores enfatizaram que as diferenças étnicas devem ser consideradas
quando analisamos e comparamos grupos étnicos distintos.
VANN Jr., DILLEY e NELSON52, em 1978, com o intuito de estabelecerem
normas cefalométricas de crianças leucodermas, na idade de 4 anos e aproximadamente 6
meses, por meio de telerradiografias tomadas em norma lateral, analisaram dezessete
medidas cefalométricas de 32 crianças leucodermas. Os jovens apresentavam a face
simétrica com perfil reto a ligeiramente convexo, dentadura decídua completa, sem
cias de erupção dos primeiros molares permanentes na cavidade bucal, relação CLI
de Angle de caninos e molares em plano terminal reto ou degrau mesial, sem apinhamentos
ou mordida aberta anterior e posterior, sobressaliência de 1mm a 4mm e sobremordida de
1mm a 3,5mm. Com o auxílio de 12 pontos em cada traçado, os autores não observaram
diferença estatisticamente significante para qualquer variável cefalométrica para crianças
do sexo masculino e feminino, exceto para a posição do incisivo central superior.
Comparando-se ambos os sexos, o ângulo entre o UI (incisivo superior) e S-N mostrou-se
maior nas crianças do sexo masculino, enquanto que o ângulo I-I (interincisivo) e Oc-SN,
menor. O ângulo SNB correlacionou-se muito com o SNPg, como o FNB com o FNPg.
Esses achados são significantes, pois sugerem que, para as crianças de 4 anos, o ponto
anterior do queixo não começou a se expressar, porque o ponto pogônio e o B estão em
posições iguais relativas aos planos de Frankfort e SN. O SNA revelou-se similar para
crianças e adultos quando comparados, devido ao movimento do A e Násion para frente
em relação à Sela. O SNB e SNPg são menores nas crianças (78,1° e 77,4°) do que nos
adultos (80,0° e 83,0°), enquanto que o ANB encontrou-se maior nas crianças (4,9°) do
38
que nos adultos (2,0°). Esses achados sustentam o conceito de que o componente do
crescimento mandibular para frente excede àquele da maxila durante o período da idade
-escolar à idade adulta, e que o crescimento da mandíbula muda de horizontal para
vertical com a idade, evidenciado pela diminuição dos ângulos Occ-SN e SN-MP da
criança (18,8° e 35,3°) em relação ao adulto (14,5° e 32,0°). Os incisivos decíduos
superiores mostraram-se mais verticalizados do que os permanentes, evidenciados pelos
ângulos UI-SN e UI-F para crianças (92,4° e 97,6°) e adultos (104° e 110°) e os inferiores
decíduos mais lingualizados do que os permanentes. O ângulo I-I é mais aberto nas
crianças (148,4°) do que nos adultos (130,0°), refletindo a inclinação verticalizada dos
incisivos centrais decíduos.
JARVINEN31, em 1981, preocupado em verificar a necessidade de intervenção
ortodôntica em crianças dos 3 aos 5 anos de idade, examinou 931 crianças nessa faixa
etária, durante o período de 1 ano. A avaliação da necessidade de inter
de um acompanhamento do caso baseou-se no grau de patogenicidade da maloclusão na
dentição. O autor analisou a prevalência da maloclusão, do traumatismo, da perda precoce,
de cáries e variações quanto ao número de dentes. Obtiveram-se dados sobre a presença de
hábitos orais durante o preenchimento da ficha clínica. Observou-se o percentual de 25,8%
da necessidade interceptora e preventiva na maloclusão das crianças. O tratamento
-se necessário em 14,4% de crianças portadoras de mordida cruzada
anterior, lateral, e perda precoce dos primeiros molares decíduos. A necessidade de
tratamento foi de 11,8%, 16,9% e 16,6% para as crianças de 3, 4 e 5 anos de idade,
respectivamente. A ocorrência de mordida cruzada anterior e lateral aumentou com a
idade: 6,9% aos 3 anos; 9,9% aos 4 anos; e 11,6% aos 5 anos. Observou-se diminuição do
hábito de sucção com a idade, indicando que a remoção do hábito ocorre espontaneamente.
39
Estimou-se a necessidade de restaurações interproximais pela presença de cárie em 12,2%
das crianças, observando um aumento dessa proporção com a idade. A variação do número
de elementos dentários mostrou um valor de 1,4%, e a perda de molares decíduos
precocemente, com necessidade de tratamento ortodôntico, foi de 0
na região de incisivos de 5,5%. A maloclusão de classe III ocorreu em 0,4% das crianças.
Diante da possibilidade do diagnóstico precoce da maloclusão, o tratamento interceptor e
preventivo deve ser instituído tão logo o problema seja identificado, a fim de que ocorra
um desenvolvimento normal das estruturas craniofaciais.
SMITH47, em 1982, relatou que a relação oclusal muda de acordo com o
desenvolvimento da dentadura decídua, permanente e mista, e que o exame da oclusão
deve ser realizado, por vista oclusal e lateral, examinada a relação dos dentes com lábios e
face. Na dentadura permanente não existe crescimento em largura, e o comprimento do
arco ocorre na parte posterior para acomodar os segundos e terceiros molares permanentes.
O arco superior deve posicionar-se mais anterior do que o inferior em oclusão, com os
côndilos na fossa articular, enquanto a relação de molares permanece em CL I de Angle.
Normalmente, os incisivos superiores cobrem de 1mm a 2 mm a coroa dos inferiores,
posicionando-se anteriormente aos inferiores, com as linhas médias superior e inferior
coincidentes. No exame facial, observa-se o selamento passivo labial, a tonicidade dos
músculos mental e orbicular com o paciente em repouso, com a quantidade de exposição
gengival de 1mm ou 2 mm no sorriso. Conclui-se que é difícil predizer como será a
oclusão na dentadura permanente, baseada no desenvolvimento da dentadura decídua. Os
espaços primatas, geralmente, favorecem a boa erupção dos permanentes. A sobremordida
aumenta ou a mordida aberta tende a piorar com o crescimento. A relação sagital dentária
também é variável e dependente da largura mesiodistal dos segundos molares decíduos. A
40
criança apresenta a face mais convexa e a mandíbula menos desenvolvida que o adulto, e,
com o tempo, o perfil torna-se mais reto com o nariz, tendendo a crescer até o final da
adolescência. O autor revelou que uma observação longitudinal da oclusão de uma criança
é importante para o acompanhamento das mudanças que ocorrem no desenvolvimento de
uma oclusão normal.
FOSTER e GRUNDY21, em 1986, sugeriram que várias características da oclusão
são transferidas da dentadura decídua para a permanente e persistem, mesmo após a
completa troca dos dentes. Em um estudo longitudinal, os autores avaliaram a oclusão de
60 crianças, aos 5 e aos 12 anos, sem perda prematura de dentes, com a completa mudança
de dentição entre as duas idades. Por meio de modelos de estudos, mediram a
sobressaliência, a sobremordida, a relação molar e de canino e o apinham
resultados indicaram que o valor médio da sobressaliência aos 5 anos encontrava-se em
3,2mm e aos 12 anos, em 4,3mm, o que mostra um ligeiro aumento entre as duas
dentaduras. Verificou-se, ainda, que 18% dos jovens apresentaram uma diminuição da
sobressaliência e que, na maioria das crianças, não ocorreram mudanças na sobremordida,
ao passo que 30% exibiram um aumento e 16%, uma diminuição. Aproximadamente na
metade das crianças não se observou alteração na relação dos caninos, mas aquelas que
apresentaram mudanças obtiveram relação de CLII. Na relação molar, a maioria dos jovens
não exibiram mudanças entre os segundos molares decíduos, aos 5 anos, e primeiros
molares permanentes, aos 12 anos. Comparando o número de espaços na dentadura
decídua, da mesial do primeiro molar decíduo, aos 5 anos, com a quantidade de
apinhamento da mesial do primeiro molar permanente, aos 12 anos, os pesquisadores
verificaram que crianças com ausência de espaço na dentadura decídua possuem maior
probabilidade de desenvolver apinhamentos na dentadura permanente, contudo não
41
exclusivamente. Concluíram que precauções individuais são necessárias para predizer o
Devido à diversidade de misturas raciais presentes na população americana e com o
objetivo de identificar as variações existentes entre os grupos étnicos, JOHNSON32 em
1992, estudou as medidas cefalométricas em cada um deles. Algumas “normas” das
medidas cefalométricas, definidas por meio de idade, sexo, tamanho e raça, mostraram
valores diferentes de um grupo étnico comparado a outro. A protrusão ou a inclinação dos
incisivos superiores e inferiores pode ser identificada pela avaliação do ângulo
interincisivo; nesse caso, os leucodermas apresentam os incisivos mais retroinclinados,
lábio superior pouco projetado e uma convexidade facial menor em comparação com
outros grupos raciais. Na avaliação da relação da base craniana com as bases apicais SNA,
SNB e N-Pog, e do plano mandibular, existe uma diferença das normas dos leucodermas.
O trespasse horizontal apresenta-se significante na raça negra e em japoneses, por outro
lado, o vertical é mais evidente nos leucodermas. A relação do plano oclusal com a base do
crânio exibiu semelhança entre leucodermas, em japoneses, filipinos, chineses e havaianos;
no entanto, os chineses mostraram um maior ângulo do plano oclusal e os americanos, um
menor ângulo. A altura facial de japoneses, coreanos, havaianos, filipinos e chineses
apresentou-se menor quando comparada com a dos leucodermas, enquanto que os
americanos e negros apresentaram valor maior. Por outro lado, a distância bizigomática
facial exibiu valores maiores no primeiro grupo. O autor inferiu que o diagnóstico e o
plano de tratamento não devem ser alterados de um grupo racial para o outro, sem
considerar as normas raciais de cada grupo.
42
NANDA40, no mesmo ano, investigou a relação entre o crescimento da base do
crânio com o da maxila e da mandíbula, por meio de telerradiografias, tomadas em norma
lateral, avaliando 18 crianças, do sexo feminino, leucodermas, entre 3 a 26 anos de idade,
selecionadas em um Centro de Pesquisa de Denver. A seleção da amostra baseou-se na
proporção entre a altura facial inferior (ENA-Me) e a altura facial total (N-Me) durante os
13 anos e 6 meses. A porcentagem média dessa proporção variou entre 52% a 56%. O
método de medida baseou-se em quatro medidas lineares e quatro angulares. Dentre as
medidas lineares, considerou-se S-N, ENA-ENP, Ar-Pog e S-ENA, enquanto que nas
angulares mediu-se ENA-S-N, ENA-N-S, Gn-S-N e Gn-N-S. As medidas absolutas de S-
N, S-ENA, ENA-ENP e Ar-Pog exibiram diferenças significantes para cada idade,
revelando um crescimento crescente até a pré-adolescência, a partir da qual se estabilizou.
Os resultados mostraram que o padrão de crescimento da mandíbula é diferente das outras
dimensões, desacelerando lentamente até os 13 anos de idade. O crescimento mandibular é
retardado em 4 anos em relação ao comprimento da base do crânio nessa idade, e em 2
anos, se comparado ao comprimento da maxila aos 5 anos de idade. Ocorreu um
crescimento para baixo de S-N e Ar-Pog, enquanto o deslocamento da espinha nasal
anterior e do Násion mantém o ângulo SN.ENA constante. O ângulo SN.Gn mostrou-se
aumentado, devido ao aumento do comprimento mandibular e ao deslocamento anterior do
Násion. Na idade de 4 anos, a proporção das dimensões faciais mostrou um crescimento de
S-N de 88,29%, seguido pelo S-ENA, com 84,7%, ENA-ENP, com 83,79% e Ar-Pog, com
78,46%. Aos 5 anos, observaram-se 90% do crescimento do tamanho absoluto de S-N do
adulto, 90% de S-ENA, o mesmo valor de ENA-ENP aos 7 anos e de Ar-Pog aos 9 anos de
idade. O crescimento mandibular é o maior contribuinte para o aumento da profundidade
da face, seguido pela maxila e pela base craniana anterior. O ângulo SN.Gn aumentou em
0,56°, dos 4 aos 18 anos, verificando-se os maiores valores, após os dez anos de idade. A
43
direção de crescimento da maxila expressa pelo ângulo SN. ENA exibiu um aumento de
2,63°, dos 4 aos 18 anos, mostrando flutuações no sentido vertical -ENP
no sentido horizontal, durante todo o período estudado. O crescimento das quatro
dimensões faciais avaliadas não ocorreu de forma homogênea, mas essas mantiveram as
mesmas relações, da infância à idade adulta. A quantidade de crescimento da maxila e da
mandíbula não é semelhante e não atinge um mesmo tamanho relativo na idade adulta.
-N são atingidos aos 4,5 anos; o ENA-ENP, aos 6,3
anos; o S-ENA, aos 6,5 anos; e o Ar-Pog, aos 8,5 anos. Verificaram-se discrepâncias
esqueléticas maxilo-mandibulares, dos 4 aos 10 anos de idade, relacionadas com as
características do desenvolvimento normal nessa faixa etária. A mandíbula cresceu mais
lentamente durante um tempo maior em relação à maxila, contribuindo para a d
da convexidade facial durante todo o período de desenvolvimento. Os clínicos poderiam
caracterizar erroneamente a discrepância observada na pré-adolescência como displasia
esquelética Os critérios utilizados para identificar a relação esquelética anormal nos
adultos não são apropriados para a avaliação das crianças e pré-adolescentes. A utilização
de aparelhos ativadores funcionais no estágio da dentadura mista pode comprometer o
resultado facial no final do crescimento do jovem.
GIMENEZ, SIQUEIRA & NEGREIROS23, em 2000, avaliaram a oclusão de 29
jovens leucodermas do sexo feminino e 21 do sexo masculino, sem alterações
morfológicas, teciduais ou sistêmicas, na faixa etária de 3 a 5 anos de idade, na fase da
dentadura decídua. Os autores priorizaram a análise da relação terminal dos segundos
molares decíduos, considerando sua importância sobre o desenvolvimento da oclusão na
dentadura permanente. A amostra submeteu-se à anamnese, ao exame clínico da oclusão e
das condições dentárias e às duas tomadas radiográficas interproximais de ambos os lados
44
para a avaliação da relação terminal dos molares decíduos. A análise das radiografias
baseou-se na classificação da relação terminal em plano reto, degrau mesial e degrau distal.
tidos, os autores observaram uma maior porcentagem (58%) de
relações terminais em plano reto, seguida das relações em degrau mesial em 24% e de uma
reduzida parcela com degrau distal em 18%. Enfatizaram que a dentadura decídua merece
um estudo detalhado, com acompanhamento longitudinal durante a fase de transição para a
dentadura permanente, no intuito de detectar possíveis alterações, e assim conduzir uma
Ortodontia interceptora, tratando as maloclusões do tipo Classe II e Classe III de Angle
precoce e adequadamente.
MENDLOVITZ37, em 2002, estudando as características cefalométricas ântero-
posteriores de jovens do sexo masculino, de 4 e 5 anos de idade, com oclusão normal,
através de 42 telerradiografias tomadas em norma lateral, e avaliando medidas angulares
(SNA, SNB, ANB, SN.GoGn, ângulos interincisivos, S-N, ENA-ENP, trespasse horizontal
e altura do ramo mandibular), observou que os jovens de 5 anos apresentam os incisivos
superiores e inferiores mais verticalizados dentro de suas bases ósseas, quando comparados
aos jovens de 4 anos, e que todas as medidas lineares do grupo de 5 anos mostraram-se
superiores às encontradas no grupo de 4 anos, apresentando significado estatístico somente
-A, Co-Gn e diferença maxilo-mandibular. Dessa forma, Co-Gn, S-N,
ENA-ENP, Co-Go, aos 4 anos, mediram 89,86mm, 64,50mm e 46,73mm, 41,36mm, em
média, respectivamente. As mesmas medidas foram, respectivamente, de 95,88mm,
65,20mm, 48,00mm, 42,70mm, aos 5 anos.
PEREIRA41, no mesmo ano, estudou o crescimento, as características esqueléticas
e dentárias no sentido vertical de jovens, do sexo feminino, na fase de dentadura decídua,
45
entre 4 e 5 anos de idade, brasileiros, leucodermas, da região de Belo Horizonte, com
oclusão normal, sem nenhum tratamento ortodôntico prévio, através de 20 telerradiografias
tomadas em norma lateral para cada idade. Foram avaliadas medidas lineares, angulares,
proporcionais, altura dento-alveolar e o polígono de BJÖRK. Os resultados mostraram que
AFI foi maior que AFS nas jovens de 5 anos, em média, 2,13mm; a AFPI (ENP-Go)
aumentou de 33,63mm para 35,10mm, dos 4 para 5 anos, alterando a AFPI em 1,47mm; e
o ângulo Ba-Na.PTM-Gn diminuiu 2,85º, dos 4 para 5 anos. Na avaliação dessas três
medidas, observou-se um crescimento vertical da face dos 4 para 5 anos. As proporções
entre Ar-Go/S-Go, ENA-Me/ N-Me e S-Go/N-Me exibiram valores de 58,42%, 58,68% e
60,49%, respectivamente, aos 4 anos, e 57,10%, 58,96% e 60,36%, nessa ordem, para a
idade de 5 anos.
SHIMIZU46 et al., em 2003, da mesma forma, avaliaram a incidência dos planos
terminais dos segundos molares decíduos, dos tipos de arcos, segundo a classificação de
Baume e dos espaços primatas, assim como o dimorfismo sexual, de 85 crianças
brasileiras, 44 do sexo masculino e 41 do sexo feminino, leucodermas e melanodermas,
com idade entre 3 e 6 anos, da rede pública e particular de ensino da cidade de Curitiba,
PR. Os resultados mostraram que o plano terminal reto incidiu em 60 quadrantes (70,59%);
o degrau mesial, em 16 quadrantes (18,82%); e o degrau distal, em 9 quadrantes (10,59%).
Não se observou nenhuma diferença estatisticamente significante em relação ao
dimorfismo sexual com a incidência das relações distais dos molares decíduos. Em relação
aos tipos de arcos, na arcada superior, o do tipo I incidiu em 34 quadrantes (40%), 18
(40,91%) para o sexo masculino e 16 (39,02%) para o sexo feminino; e o arco tipo II, em
51 quadrantes (60%), sendo 26 (59,09%) para o sexo masculino e 25 (60,98%) para o sexo
feminino. Para o arco inferior, o arco tipo I apresentou 36 quadrantes (42,35%), sendo 16
46
(16,36%) para o sexo masculino e 20 (48,78%) para o sexo feminino; e o arco tipo II, 49
quadrantes (57,65%), dos quais 28 (63,64%) para o sexo masculino e 21 (51,22%) para o
sexo feminino. Mais uma vez o dimorfismo sexual não apresentou diferenças
estatisticamente significantes. O espaço primata na arcada superior, do lado direito,
ocorreu em 85,88%, e do lado esquerdo, em 83,53%. Para a arcada inferior, 56,47% das
ocorrências foram para o lado direito, e a mesma incidência para o lado esquerdo.
48
3. PROPOSIÇÃO
Os autores dessa pesquisa, baseados nas informações obtidas, propuseram:
1. Identificar as possíveis alterações que ocorrem nas estruturas esquel -
mandibulares, lineares e proporcionais, durante o crescimento craniofacial em
crianças dos 4 aos 6 anos de idade; e
2. Identificar a existência de dimorfismo sexual durante o crescimento craniofacial na
fase dos 4 aos 6 anos de idade.
3. Avaliar o grau de associação entre as medidas cefalométricas.
50
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Material
A amostra do estudo constou de 47 telerradiografias, tomadas em norma lateral, de
crianças brasileiras, leucodermas, de ambos os sexos, com oclusão normal, na fase de
dentadura decídua e dentição mista, dos 4 aos 6 anos de idade, que não se submeteram a
. Nesta amostra foi organizado um grupo de 16 crianças do
sexo feminino aos 4 anos e 12 dessas crianças aos 6 anos, e um grupo de 11 jovens do sexo
masculino aos 4 anos e 8 desses jovens aos 6 anos.
As telerradiografias das crianças aos 4 anos pertencem ao arquivo de documentação
ortodôntica da Clínica de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, oriundas de pesquisas desenvolvidas
anteriormente. As mesmas crianças, aos 6 anos, realizaram novas tomadas radiográficas,
em norma lateral, para o presente estudo.
4.2 Métodos
4.2.1 Critério para a seleção da amostra
Avaliou-se o crescimento craniofacial de crianças brasileiras, leucodermas, dos 4
aos 6 anos de idade, diante da escassez de estudos relacionados ao tema. Selecionaram 27
crianças das quais realizaram 47 telerradiografias, a partir do exame clínico de crianças
matriculadas em jardins de infância, das redes municipal, estadual e particular de ensino,
- MG. Previamente ao exame clínico e radiológico de cada
51
jovem, solicitava-se a autorização à direção de cada instituição, seguida da autorização dos
Conduziram-se os exames clínicos das crianças, aos 6 anos de idade, avaliando a
normalidade oclusal e facial, de acordo com BAUME3,4,5 e SMITH47. (ANEXO B)
1. Perfil facial reto a ligeiramente convexo, com o selamento labial passivo,
com ausência de tonicidade dos músculos mental e orbicular com o paciente
em repouso;
2. Dentadura completa, exceto pelas exfoliações fisiológicas;
3. Relação de molar em normalidade e de caninos presentes;
4. Plano terminal entre as superfícies distais dos segundos molares decíduos
retos ou degrau mesial;
5. Trespasse horizontal e vertical normais;
6. Ausência de mordidas cruzadas e abertas;
7. Ausência de patologias, síndromes e anomalias.
Após o exame clínico e seleção da criança, informou-se aos pais a respeito da
natureza do estudo, e de sua aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP), da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, sob o processo de número 2001/02
(ANEXO C). Caso os responsáveis concordassem com a participação do filho no estudo,
assinavam um Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO D), autorizando a tomada
radiográfica.
4.2.1.1 Critério de inclusão das telerradiografias
Os critérios de seleção das telerradiografias das crianças aos 4 anos, utilizadas para
a realização da pesquisa, foram baseados nos seguintes aspectos:
52
Ø Pertencerem a uma criança brasileira, leucoderma1, com oclusão normal e com
equilíbrio facial, não submetida a tratamento ortodôntico prévio, com bom estado
de saúde geral, e de idade cronológica de 4 anos;
Ø Apresentarem imagens radiográficas sem distorção; nitidez e contraste adequados
para uma boa visualização; e identificação das estruturas dentárias, esqueléticas e
faciais de interesse à pesquisa.
Os critérios de seleção das telerradiografias das crianças aos 6 anos exibiam as
Ø Pertencerem à mesma criança aos 4 anos, que apresentasse oclusão normal e
equilíbrio facial, não submetida a tratamento ortod
de saúde geral, e de idade cronológica de 6 anos;
Ø Apresentarem imagens radiográficas sem distorção e magnificação; nitidez e
contraste adequados para uma boa visualização; e identificação das estruturas
e faciais de interesse à pesquisa.
4.2.1.2 Critérios de exclusão das telerradiografias
Os critérios de exclusão das telerradiografias utilizadas para a realização da
pesquisa apresentaram os seguintes aspectos:
Ø Pertencerem a uma criança apresentando maloclusão do tipo Classe II ou Classe III,
ou mordida cruzada, aberta, profunda; perda precoce de dentes; problemas
respiratórios, alérgicos e hormonais; distúrbios de desenvolvimento;
53
Ø Apresentarem imagens radiográficas com magnificações, com distorções,
inadequadas para uma boa visualização e identificação das estruturas dentárias,
esqueléticas e faciais de interesse à pesquisa.
4.2.2 Obtenção das telerradiografias
Realizaram-se as 47 telerradiografias das crianças aos 4 e aos 6 anos, em norma
lateral, por um mesmo operador, no aparelho de Raios-X do modelo Siemens (Orthophos
CD) calibrado de 77 Kvp e de 14 mA, com tempo de exposição variando de 0,32 a 0,64
segundos, dependendo da densidade óssea da criança. Para os jovens que apresentavam
mais expressiva, o tempo de exposição era maior, a fim de se obter um
melhor contraste da radiografia. Realizaram-se as telerradiografias, posicionando-se a
cabeça da criança, através do cefalostato com chassi fixo, orientado com o plano de
Frankfurt paralelo ao solo, com os dentes em oclusão, com a distância filme-foco variando
de 10 a 11 cm, de acordo com o tamanho da cabeça de cada criança, e a distância fonte-
objeto (plano sagital mediano) de 1,53cm (FIG. 1 e 2). Utilizou-se o filme radiográfico da
marca Kodak, de tamanho 18cm x 25cm, provido de Ecran intensificador Lanex. A
revelação realizou-se por meio de uma processadora DENT-X900, fabricada pela DENT-X
Corporation, com 6 minutos de processamento, e os produtos químicos utilizados foram da
Kodak. Solicitou-se que todos os pacientes permanecessem com os lábios relaxados e os
lábios e os dentes em oclusão, durante a tomada radiográfica.
54
4.2.3 Obtenção do traçado cefalométrico
Após a seleção das telerradiografias de acordo com os critérios descritos
anteriormente, confeccionaram-se os traçados cefalométricos manualmente, em sala
escurecida com o auxílio de um negatoscópio, papel acetato do tipo Ultraphan
transparente, com dimensões de 17,5cm X 17,5cm, utilizando uma lapiseira com grafite de
0,3mm de diâmetro (Marca Pentel), borracha, compasso, régua com subdivisão em mm e
fita adesiva. O traçado constou do desenho anatômico, das medidas cefalométricas (planos
e linhas) e das grandezas lineares cefalométricas (FIG.3).
FIGURA 1 –Vista frontal da tomada radiográfica
FIGURA 2 – Vista lateral da tomada radiográfica
55
4.2.3.1 Delimitação do desenho anatômico
Na realização dos traçados, identificaram-se as seguintes estruturas dento-
esqueléticas e o perfil tegumentar (FIG.3):
Ø Contorno dos ossos frontais, nasais, do perfil tegumentar, das superfícies anterior e
Ø Contorno das regiões supramentoniana e mento, contorno interno da sínfise e
Ø Contorno inferior das órbitas;
Ø Superfícies superior e inferior do palato ósseo;
Ø Contorno da espinha nasal anterior e região subespinhal, estendendo-se à crista
alveolar entre incisivos centrais superiores;
Ø Fossa pterigomaxilar;
Ø Borda inferior da mandíbula;
Ø Bordas do ramo mandibular;
Ø Contorno dos incisivos centrais superiores e inferiores mais vestibularizados;
Ø Contorno dos primeiros molares oclusos superiores e inferiores mais mesializados.
Obs: Todas as estruturas bilaterais visíveis na telerradiografia foram traçadas, exceto
incisivos e molares, optando-se pelos mais vestibularizados e mais mesializados,
respectivamente.
56
4.2.3.2 Identificação e demarcação dos pontos cefalométricos
De acordo com os estudos de DOWNS19,20, JACOBSON e CAUFIELD30, KROGMAN
e SASSOUNI33, SASSOUNI e NANDA42,43, McNAMARA JR36, STEINER48, TWEED51,
utilizaram-se os seguintes pontos cefalométricos para de a demarcação das linhas e
medição das estruturas (FIG.4):
1. Násion (N)- Situado na região mais anterior da sutura frontonasal;
2. Sela (S)- Situada na região central da imagem da sela túrcica do osso esfenóide;
3. Espinha nasal anterior (ENA)- Situada na região mais anterior na espinha nasal
anterior;
FIGURA 3 – Delimitação do traçado cefalométrico
57
4. Espinha nasal posterior (ENP)- Situada na região mais posterior do osso palatino;
5. Articular (Ar)- Interseção do basiocciptal e da borda posterior do côndilo
mandibular;
6. Condílio (Co)- Situado na região mais superior e posterior do côndilo mandibular;
7. Pogônio (Pog)- Situado na região mais anterior do mento ósseo;
8. Mento (Me)- Situado na região mais inferior da sínfise mentoniana;
9. Gnátio (Gn)- Situado na região mais inferior e anterior do contorno do mento
10. Gônio (Go)- Ponto localizado pela bissetriz do ângulo formado pelo plano
mandibular e plano posterior do ramo mandibular. No caso de duas imagens,
traçou-se o lado direito e esquerdo, determinando o Go, localizando a média de
ambos;
11. Básion (Ba)- Situado na região mais anterior e inferior do forame magno.
Obs: Nos casos de pontos bilaterais, o ponto adotado baseou-se no ponto médio.
58
4.2.3.3 Demarcação dos planos e linhas cefalométricos:
Após a identificação dos pontos cefalométricos, observando-se os trabalhos de
McNAMARA36 e WYLIE55, traçaram-se as seguintes linhas (FIG.5):
1. Linha S-N- Determinada pela união dos pontos S e N;
2. Plano Palatino- Determinado pela união dos pontos ENA e ENP;
3. Plano Mandibular- Determinado pela união dos pontos Go e Gn.
FIGURA 4 – Traçado cefalométrico com localização dos pontos
59
4.2.3.4 Mensuração das grandezas cefalometricas lineares:
Utilizaram as seguintes grandezas lineares, preconizadas por BRODIE13,14, McNAMARA
Jr.36, STEINER48, na avaliação dos componentes craniofaciais: (FIG.5)
1. S-N: Distância do ponto Sela ao ponto Násio, representando o comprimento da
base anterior do crânio.
2. S-Ba: Distância do ponto Sela ao ponto Básio, representando a altura facial
posterior superior.
3. ENA-ENP: Linha unindo Espinha Nasal Anterior a Espinha Nasal Posterior,
representando o comprimento da maxila.
4. Go-Gn: Linha unindo o Gônio a Gnátio, representando o comprimento do corpo da
5. Co-Go: Linha unindo o Condílio a Gônio, representando a altura do ramo
mandibular.
6. N-Me: Distância entre os pontos N e Me, representando a altura facial anterior
superior (AFA).
7. N-ENA: Distância entre os pontos N e ENA, representando a altura facial anterior
superior (AFAS).
8. ENA-Me: Distância entre os pontos ENA e Me, representando a altura facial
anterior inferior (AFAI).
9. S-Go: Distância entre os pontos S e Go, representando a altura facial posterior total
(AFPT).
10. Ar-Go: Distância entre os pontos Ar e Go, representando a altura facial posterior
inferior (AFPI).
60
4.2.3.5 Mensuração das grandezas proporcionais
As seguintes grandezas proporcionais foram utilizadas para avaliar as proporções
verticais craniofaciais (FIG.6):
1. ENA-Me/ N-Me- Proporções entre a altura facial ântero-inferior e a altura facial
anterior total. Indica as alterações proporcionais ocorridas durante o crescimento
anterior da face dos 4 aos 6 anos;
FIGURA 5 - Demarcação de planos e linhas e mensuração das grandezas lineares
61
2. S-Go/N-Me- Proporções entre a altura facial posterior total e a altura facial ânterior
total. Indica as alterações proporcionais anteriores e posteriores ocorridas durante o
crescimento da face dos 4 aos 6 anos;
3. Ar-Go/S-Go- Proporções entre a altura facial posterior inferior e a altura facial
posterior total. Indica as alterações proporcionais posteriores ocorridas durante o
crescimento da face dos 4 aos 6 anos;
4. Ar-Go/ENA-Me- Proporções entre a altura facial inferior anterior e posterior.
proporcionais anteriores e posteriores inferiores ocorridas
durante o crescimento da face dos 4 aos 6 anos.
FIGURA 6 – Mensuração das medidas proporcionais
62
4.2.4 Metodologia estatística empregada para a análise estatística
A imagem radiográfica pode ser ampliada ou distorcida, durante as tomadas.
Conseqüentemente, duplicações das medidas são importantes no controle de erro ao acaso,
pois o aumento das medidas lineares proporcionais e o deslocamento dos pontos podem ser
compensados por sistemas de comparação. Dessa forma, realizou-se a calibração dos
examinadores, por meio de réplicas dos traçados, com um tempo de um mês, para as 2
medições de uma mesma radiografia, obtendo-se a média para cada variável cefalométrica.
Segundo HOUSTON29, em 1983, a duplicação das medidas é suficiente quando 2 grupos
são comparados, em estudo longitudinal.
Todas as radiografias foram traçadas pelo mesmo pesquisador, com um intervalo de
um mês, sendo reavaliadas por outro profissional experiente na área, obtendo-se a média
para cada variável cefalométrica, objetivando aumentar o grau de exatidão e confiabilidade
dos dados, obtendo uma calibração dos pesquisadores.
Conduziu-se o ensaio, por meio do delineamento inteiramente casualizado em
arranjo fatorial 2 x 2, sendo os sexos masculino e feminino em duas idades aos 4 e 6 anos
de idade. As crianças que participaram da amostra aos 4 anos foram as mesmas avaliadas
aos 6 anos de idade. A amostra aos 4 anos de idade foi composta por 16 e 11 crianças dos
sexos feminino e masculino, respectivamente.
Realizou-se a análise estatística descritiva das variáveis para cada grupo
experimental. Os parâmetros estimados foram média, desvio padrão, máximo, mínimo,
coeficiente de variação, intervalo de confiança e o gráfico de box-plot.
Utilizaram-se os testes de Lilliefors para verificar a normalidade, e o de Bartlett
para avaliar a homogeneidade das variâncias intra-grupos nas respostas estudadas, para a
compreensão das pressuposições da análise de variância. As médias dos grupos
63
experimentais foram comparadas pela análise de variância (teste Fisher) aos níveis de 5% e
1 % de probabilidade, apresentado 95% e 99% de confiabilidade nas conclusões
apresentadas.
Estimaram-se os coeficientes de correlação de Pearson com o intuito de avaliar de a
65
5. RESULTADOS
Com o intuito de avaliar as alterações que ocorrem nas estruturas esqueléticas
maxilo-mandibulares e a existência de dimorfismo sexual, através das medidas
cefalométricas lineares e proporcionais, avaliaram-se 16 telerradiografias do sexo
feminino, aos 4 anos e 12 telerradiografias aos 6 anos de idade, e 11 telerradiografias do
sexo masculino, aos 4 anos e 8 aos 6 anos. O valor médio, o desvio padrão e o valor
mínimo e máximo das variáveis, para cada sexo e idade, estão ilustradas nas Tabelas 2, 3, 4
e 5. As Tabelas 6, 7 e 8 representam a análise de variância das medidas avaliadas em
ambos os sexos e aos 4 e 6 anos de idade, enquanto que a comparação entre as médias dos
grupos experimentais é apresentada nas Tabelas de 9 a 23.
5.1 Análise dos dados
As tabelas de resultados e interpretação do significado das medidas e comparações
dos grupos experimentais são apresentadas a seguir.
Na Tabela 1, realizou-se o teste de Lilliefors(D) e o de Bartlett(M/C), para verificar
a normalidade e a homogeneidade de erros, respectivamente, para as respostas avaliadas
nos grupos experimentais. Como se observa, o valor de D calculado foi menor que o de D
tabelado, e M/C calculado, menor que χ2 tabelado, em todas as respostas. Assim, pode-se
concluir que os dados apresentam distribuição normal e homocedasticidade. Os objetivos
dessas análises foram de atender as pressuposições da análise de variância.
66
TABELA 1 – Testes de Lilliefors (D) e de Bartlett (M/C) para verificação da normalidade e da homogeneidade de variâncias das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, respectivamente.
Variáveis DCalculado* M/CCalculado** S-N 0,1013 6,5224 S-Ba 0,1430 3,6876
C. maxila 0,1490 6,1157 C. mandíbula 0,1048 6,1545
C. ramo 0,0724 1,0866 S-Go 0,0531 0,3351 N-Me 0,1071 3,1961 Ar-Go 0,1332 1,8633 N-ENA 0,1196 6,1620
ENA-Me 0,0842 3,5535 ENA-Me / N-Me 0,1173 10,8103
S-Go / N-Me 0,0924 0,0805 Ar-Go / S-Go 0,1027 2,1011
Ar-Go / ENA-Me 0,1330 3,6790 * D tabelado de 0,129 e 0,150 aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. ** M/C tabelado de 7,815 e 11,345 aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
Nas Tabelas 2, 3, 4 e 5, realizou-se estatística descritiva, com apresentação das
seguintes medidas:
1. Média representando o valor central e o que ocorre com maior freqüência na população;
2. Desvio padrão e coeficiente de variação, indicando a variação da resposta na
; o desvio expressa na mesma unidade da média e do coeficiente de variação uma
medida de variação relativa;
3. Calcularam-se valores máximo e mínimo para cada resposta, mostrando que as
4. O cálculo de intervalo de confiança indica os limites entre os quais 95% das médias de
amostras estariam incluídas, como, por exemplo, na resposta S-N. Em 100 amostras
retiradas da população de crianças do sexo feminino, com 4 anos de idade, 95 delas
estariam incluídas entre 62,15 ± 0,95 = 61,20 a 63,10, indicando que o intervalo é estreito
e, portanto, de grande credibilidade.
67
Como se observa na Tabela 2, os índices ENA-Me / N-Me (CV=2,86%) e S-N (CV
= 2,87 %) sofreram menos variação, enquanto Ar-Go / ENA-Me (7,97%), C. ramo e S-Ba
(7,49%) exibiram variação maior.
TABELA 2 – Estatísticas descritivas de S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, avaliadas no grupo de 16 crianças do sexo feminino com quatro anos de idade.
Variável Média Desvio padrão Máximo Mínimo
Intervalo de confiança*
Coeficiente de variação (%)
S-N 62,15 1,78 64,40 57,75 62,15 ± 0,95 2,87 S-Ba 39,95 2,99 42,95 31,50 39,95 ± 1,59 7,49
C. maxila 44,93 1,47 48,50 43,05 44,93 ± 0,78 3,28 C. mandíbula 60,70 2,73 65,50 55,45 60,70 ± 1,45 4,49
C. ramo 38,66 3,07 42,50 34,25 38,66 ± 1,63 7,94 S-Go 59,15 3,19 63,50 51,80 59,15 ± 1,70 5,39 N-Me 96,98 4,69 105,25 87,75 96,98 ± 2,50 4,84 Ar-Go 34,84 2,34 39,95 31,50 34,84 ± 1,24 6,70 N-ENA 42,56 1,99 46,30 40,00 42,56 ± 1,06 4,65
ENA-Me 55,87 3,37 60,00 48,75 55,87 ± 1,80 6,04 ENA-Me / N-Me 0,58 0,02 0,61 0,54 0,58 ± 0,009 2,86
S-Go / N-Me 0,61 0,04 0,67 0,53 0,61 ± 0,020 6,33 Ar-Go / S-Go 0,59 0,03 0,64 0,54 0,59 ± 0,016 4,97
Ar-Go / ENA-Me 0,62 0,05 0,76 0,53 0,62 ± 0,026 7,97 * P = 0,05
No grupo do sexo feminino, aos 6 anos de idade, S-N e ENA-Me/ N-Me exibiram
menor variação, e Ar-Go/ENA-Me (TABELA 3), maior instabilidade.
TABELA 3 – Estatísticas descritivas de S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, avaliadas no grupo de 12 crianças do sexo feminino com seis anos de idade.
Variável Média Desvio
padrão Máximo Mínimo Intervalo de
confiança* Coeficiente de variação (%)
S-N 63,99 1,60 65,75 60,75 63,99 ± 1,02 2,51 S-Ba 40,71 3,12 44,40 32,50 40,71 ± 1,98 7,67
C. maxila 46,22 2,78 51,25 40,75 46,22 ± 1,76 6,01 C. mandíbula 63,86 5,29 68,55 47,90 63,86 ± 3,36 8,29
C. ramo 41,78 3,22 47,70 37,25 41,78 ± 2,04 7,70 S-Go 61,74 3,31 67,15 56,75 61,74 ± 2,10 5,35 N-Me 100,71 5,02 106,10 91,00 100,71 ± 3,19 4,98 Ar-Go 36,44 3,14 40,20 32,25 36,44 ± 1,99 8,61
N-ENA 43,82 1,79 46,75 41,15 43,82 ± 1,13 4,06 ENA-Me 57,93 3,57 61,50 50,00 57,98 ± 2,26 6,15
ENA-Me / N-Me 0,58 0,02 0,60 0,55 0,58 ± 0,008 2,41 S-Go / N-Me 0,62 0,04 0,70 0,56 0,62 ± 0,025 6,48 Ar-Go / S-Go 0,59 0,04 0,64 0,54 0,59 ± 0,022 6,06
Ar-Go / ENA-Me 0,63 0,07 0,80 0,52 0,63 ± 0,044 11,03 * P = 0,05
68
No grupo do sexo masculino, aos 4 anos de idade, as respostas mais estáveis foram
C. maxila e S-N e a mais instável, ENA-Me/ N-Me (TABELA 4).
TABELA 4 – Estatísticas descritivas de S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, avaliadas no grupo de 11 crianças do sexo masculino com quatro anos de idade.
Variável Média
Desvio padrão
Máximo Mínimo Intervalo de confiança*
Coeficiente de variação (%)
S-N 64,10 2,81 67,27 58,80 64,10 ± 1,89 4,38 S-Ba 39,60 2,82 44,75 33,00 39,60 ± 1,90 7,12
C. maxila 45,53 1,82 49,50 43,00 45,53 ± 1,22 3,40 C. mandíbula 59,69 4,99 68,75 53,50 59,69 ± 3,36 8,36
C. ramo 38,93 2,72 42,80 34,25 38,93 ± 1,83 6,70 S-Go 60,22 2,96 66,30 56,75 60,22 ± 1,99 4,91 N-Me 99,10 7,49 111,25 91,30 99,10 ± 5,04 7,56 Ar-Go 35,49 3,40 44,25 32,50 35,49 ± 0,08 9,58 N-ENA 41,38 2,52 47,50 38,75 41,38 ± 1,70 6,09
ENA-Me 56,27 4,75 66,60 48,00 56,27 ± 3,19 8,44 ENA-Me / N-Me 0,57 0,04 0,63 0,50 0,57 ± 0,028 7,29
S-Go / N-Me 0,61 0,04 0,68 0,52 0,61 ± 0,028 6,91 Ar-Go / S-Go 0,59 0,04 0,67 0,53 0,59 ± 0,029 7,34
Ar-Go / ENA-Me 0,63 0,08 0,77 0,51 0,63 ± 0,056 13,24 * P = 0,05
No grupo do sexo masculino, aos 6 anos de idade, as medidas S-Ba, S-N, C. maxila
e S-Go variaram menos, enquanto as medidas Ar-Go e Ar-Go/ENA-Me (TABELA5)
variaram mais. Porém, observa-se que as instabilidades de todas as variáveis exibiram
valores baixos, indicando que o ensaio foi conduzido sem a introdução de fatores externos
(com alta precisão experimental), que interferissem nas comparações dos grupos. Sendo
assim, o intervalo de confiança de cada resposta mostrou-se bastante estreito, o que
aumenta a credibilidade do mesmo.
69
TABELA 5 – Estatísticas descritivas de S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA, ENA-Me, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me, avaliadas no grupo de 8 crianças do sexo masculino com seis anos de idade.
Variável Média Desvio padrão
Máximo Mínimo Intervalo de confiança*
Coeficiente de variação (%)
S-N 65,15 3,21 69,50 60,00 65,15 ± 2,68 4,92 S-Ba 41,77 1,55 45,25 40,40 41,77 ± 1,29 3,71
C. maxila 47,15 2,67 51,00 43,60 47,15 ± 2,23 5,67 C. mandíbula 62,22 3,86 73,50 61,25 62,22 ± 3,22 5,92
C. ramo 41,39 2,28 43,55 38,20 41,39 ± 1,90 5,50 S-Go 62,30 2,75 66,20 58,70 62,30 ± 2,29 4,41 N-Me 104,99 6,45 115,00 97,05 104,99 ± 5,38 6,14 Ar-Go 36,85 2,82 40,50 33,20 36,85 ± 2,35 7,64 N-ENA 45,24 3,59 50,25 40,00 45,24 ± 3,00 7,94
ENA-Me 59,43 5,00 69,15 53,55 59,43 ± 4,17 8,41 ENA-Me / N-Me 0,57 0,04 0,61 0,50 0,57 ± 0,031 6,60
S-Go / N-Me 0,60 0,04 0,64 0,53 0,60 ± 0,031 6,35 Ar-Go / S-Go 0,59 0,04 0,68 0,55 0,59 ± 0,034 6,92
Ar-Go / ENA-Me 0,62 0,05 0,71 0,54 0,62 ± 0,043 8,29 * P = 0,05
O ensaio foi conduzido no delineamento inteiramente casualizado em esquema
fatorial 2x2, considerando os sexos masculino e feminino e as idades de 4 e 6 anos. As
variâncias individuais intragrupos foram estatisticamente iguais, permitindo, assim, a
Nas Tabelas 6, 7 e 8, encontram-se as análises de variâncias.
Os resultados mostram que as variáveis C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-
Me, N-ENA e ENA-Me apresentaram o mesmo comportamento. Foi mostrado efeito não
significativo de sexo, efeito significativo de idade e ausência de interação entre sexo e
idade. A ausência de interação indica que a taxa de crescimento é a mesma para ambos os
sexos, ou seja, o aumento das variáveis estudadas ocorre na mesma magnitude (TABELAS
6 e 7).
A variável S-N apresenta efeito significativo para sexo e idade e efeito não
significativo na interação, indicando a ausência de interação (TABELA 6).
70
Para as variáveis S-Ba, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go /
ENA-Me, foi observado efeito não significativo para sexo, idade e ausência
(TABELA 8). Os coeficientes de variação apresentaram baixos valores (menor que 10%)
em todas as variáveis estudadas, indicando alta precisão experimental e, conseqüentemente,
eficiência experimental bastante adequada.
TABELA 6 – Análise de variância das medidas S-N, S-Ba, C. maxila, C. mandíbula e C. ramo de crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis anos de idade.
Quadrados médios F.V. GL
S-N S-Ba C. maxila C. mandíbula C. ramo Sexo ( S ) 1 26,76* 1,36ns 6,52 ns 0,32 ns 0,04 ns Idade ( I ) 1 23,16* 23,83 ns 23,47* 208,99 ** 86,04** S x I 1 1,75ns 5,50 ns 0,30 ns 15,53 ns 1,15 ns Erro 43 5,27 7,85 4,66 17,98 8,50 CV (%) 3,61 6,94 4,72 6,84 7,29 ns – não significativo ao nível de 5% de probabilidade. *, ** - significativo aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. TABELA 7 – Análise de variância das medidas S-Go, N-Me, Ar-Go, N-ENA e ENA-Me de crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis anos de idade.
Quadrados médios F.V. GL
S-Go N-Me Ar-Go N-ENA ENA-Me Sexo ( R ) 1 7,34 ns 113,32ns 3,12 ns 0,004 ns 9,99 ns Idade ( I ) 1 60,45* 255,30* 24,15 ns 67,04** 75,43* S x I 1 0,75 ns 12,85ns 0,16 ns 21,47ns 3,36ns Erro 43 9,60 33,95 8,40 5,76 16,53 CV (%) 5,11 5,84 8,11 5,56 7,12 ns – não significativo ao nível de 5% de probabilidade. *, ** - significativo aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente. TABELA 8 – Análise de variância das medidas ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-Me de crianças do sexo masculino e do feminino aos quatro e seis anos de idade.
Quadrados médios F.V. GL
ENA-Me / N-Me S-Go / N-Me Ar-Go / S-Go Ar-Go / ENA-Me Raça ( R ) 0,000684 ns 0,001129ns 0,000024 ns 0,000002 ns Idade ( I ) 0,000030 ns 0,000372 ns 0,000012 ns 0,000136 ns R x I 0,000006 ns 0,000916 ns 0,000002 ns 0,001018 ns Erro 0,000774 0,001604 0,001343 0,004214 ns CV (%) 5,12 6,56 6,21 9,88 ns – não significativo ao nível de 5% de probabilidade. *, ** - significativo aos níveis de 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
71
As Tabelas de 9 a 23 representam as comparações entre as médias dos grupos
experimentais.
Para as variáveis C. maxila, C. mandíbula, C. ramo, S-Go, N-Me, N-ENA e ENA-
Me, o resultado foi o mesmo. A medida aos 6 anos de idade é estatisticamente maior que
aos 4 anos, resultado esse observado em ambos os sexos. Entretanto, numa mesma idade,
não há diferença entre os sexos masculino e feminino, ou seja, aos 4 anos de idade a
medida é idêntica em ambos os sexos, o que ocorre também aos 6 anos de idade. A taxa de
crescimento, ou seja, o aumento dessas medidas de 4 para 6 anos é estatisticamente igual
nos sexos masculino e feminino (TABELAS 11, 12, 13, 14, 15, 17 e 18).
Na Tabela 9, a variável S-N mostrou que o sexo masculino apresenta-se
estatisticamente superior ao sexo feminino, tanto na idade de 4 anos quanto aos 6 anos, ou
seja, na mesma idade (4 ou 6 anos), o sexo masculino apresenta S-N (em mm) maior que o
sexo feminino. Quanto à idade, a medida é estatisticamente superior aos 6 anos, tanto no
sexo masculino como no feminino. Esse comportamento indica que a variação de 4 para 6
anos é a mesma em ambos os sexos (ausência de interação).
Nas variáveis S-Ba, ENA-Me / N-Me, S-Go / N-Me, Ar-Go / S-Go e Ar-Go / ENA-
Me, não foram observadas diferenças nas médias entre os sexos e as idades, ou seja, as
médias foram estatisticamente iguais tanto aos 4 como aos 6 anos em ambos os sexos
(TABELAS 10, 19, 20, 21 e 22).
TABELA 9 – Comparações entre médias de S-N em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 62,15 63,99 63,07 B Masculino 64,10 65,15 64,62 A Média 63,12 b 64,57 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.
72
TABELA 10 – Comparações entre médias de S-Ba em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 39,95 40,71 40,33 A Masculino 39,60 41,77 40,68 A Média 39,77 a 41,24 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de
TABELA 11 – Comparações entre médias de C. maxila em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 44,93 46,22 45,57 A Masculino 45,53 47,15 46,34 A Média 45,23 b 46,69 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.
TABELA 12 – Comparações entre médias de C. mandíbula em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 60,70 63,86 62,28 A Masculino 59,69 65,22 62,45 A Média 60,19 b 64,54 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.
TABELA 13 – Comparações entre médias de C. ramo em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 38,66 41,78 40,22 A Masculino 38,93 41,39 40,16 A Média 38,79 b 41,58 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.
73
TABELA 14 – Comparações entre médias de S-Go em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 59,15 61,74 60,45 A Masculino 60,22 62,30 61,26 A Média 59,68 b 62,02 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de
TABELA 15 – Comparações entre médias de N-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 96,98 100,71 98,84 A Masculino 99,10 104,99 102,05 A Média 98,04 b 102,85 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.
TABELA 16 – Comparações entre médias de Ar-Go em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 34,84 36,44 35,64 A Masculino 35,49 36,85 36,17 A Média 35,16 a 36,64 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de lidade.
TABELA 17 – Comparações entre médias de N-ENA em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 42,76 43,82 43,29 A Masculino 41,38 45,24 43,07 A Média 41,83 b 44,53 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de
74
TABELA 18 – Comparações entre médias de ENA-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 55,87 57,93 56,90 A Masculino 56,27 59,43 57,85 A Média 56,07 b 58,68 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.
TABELA 19 – Comparações entre médias de ENA-Me / N-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 0,5759 0,5750 0,5755 A Masculino 0,5688 0,5664 0,5676 A Média 0,5724 a 0,5707 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de .
TABELA 20 – Comparações entre médias de S-Go / N-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 0,6109 0,6142 0,6126 A Masculino 0,6099 0,5950 0,6024 A Média 0,6104 a 0,6046 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.
TABELA 21 – Comparações entre médias de Ar-Go / S- Go em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 0,5894 0,5900 0,5897 A Masculino 0,5904 0,5919 0,5912 A Média 0,5899 a 0,5909 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de
75
TABELA 22 – Comparações entre médias Ar-Go / ENA-Me em crianças do sexo masculino e feminino aos quatro e seis anos de idade.
Idade Sexo
4 6 Média
Feminino 0,6252 0,6313 0,6283 A Masculino 0,6353 0,6222 0,6287 A Média 0,6303 a 0,6268 a
Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, diferem entre si pelo teste de Fisher ao nível de 5% de probabilidade.
Na Tabela 23, verifica-se o grau de associação entre as variáveis estudadas
(coeficientes de correlações). Nota-se que existe associação significativa e de alta
magnitude (acima de 70%) nas seguintes variáveis:
1. C. ramo com S. Go de 74,40 % ;
2. C. ramo com Ar-Go de 72,26 % ;
3. N-Me com N- ENA de 74,06 % ;
4. Ar-Go com Ar-Go / S- Go de 74,24 % .
Essas correlações mostram que, à medida que uma variável cresce, a outra também
cresce, ou seja, a correlação entre elas é positiva. Correlações entre outras variáveis foram
significativas, porém de baixa magnitude. Nesses casos, a importância das variáveis é
pequena.
78
6. DISCUSSÃO
6.1 Discussão sobre a amostra utilizada
O padrão morfogenético craniofacial se estabelece precocemente, aos 3 meses de
vida pós-natal, aumentando proporcionalmente em todas as superfícies, de forma distinta
em tamanho e direção, nas diferentes estruturas13,27. O tamanho do crânio do recém-
nascido é equivalente ao do adulto, porém a face apresenta-se menor em relação à calota
craniana, e, após 6 anos de idade, a superfície interna do crânio não exibe aumentos
significativos em relação às estruturas da face que se alteram13.
É difícil predizer como será a oclusão na dentadura permanente, baseada apenas no
desenvolvimento da dentadura decídua. No entanto, sabe-se que, do nascimento ao início
da dentadura mista, a mandíbula apresenta-se mais retrognática, quando comparada a
pacientes em faixas etárias superiores. Além disso, com a idade, o perfil torna-se mais
reto16,17,44,47,50 .
Desde 1926, TODD49, sugeriu a realização de estudos mais precisos, para se obter
medidas confiáveis a respeito do crescimento ântero-posterior da face, da maxila, da
mandíbula e do osso frontal, do nascimento à erupção completa dos dentes decíduos na
cavidade oral, em diferentes faixas etárias. Os clínicos poderiam caracterizar uma
discrepância observada em uma idade mais jovem, como displasia esquelética, entretanto
os critérios utilizados para identificar a relação esquelética
apropriados para a avaliação de crianças e pré-adolescentes40.
Além disso, considerações a respeito do padrão de crescimento da face têm sido
observadas, principalmente, em crianças norte-americanas. A literatura é escassa no que se
refere às alterações craniofaciais, da mesma forma, as faixas etárias estudadas variam das
idades abaixo dos 5 anos e acima dos 18 anos25.
79
BUGG, CANAVATI e JENNINGS16,em 1973, relataram que diferenças étnicas
devem ser consideradas na avaliação do crescimento craniofacial, quando analisamos e
comparamos grupos raciais distintos. DOWNS20, 1956, observou em seu estudo que jovens
da raça negra apresentam prognatismo maior em relação aos australianos, japoneses e
chineses.
A tendência média e o ajuste do crescimento facial nas crianças do sexo feminino
não ocorrem simultaneamente, como no sexo oposto. O crescimento em profundidade dos
maxilares nas meninas ocorre tardiamente e continua até a acomodação dos terceiros
-se antes da erupção dos dentes e continua por mais tempo.
No sexo masculino, de 3 a 4 anos, o crescimento para frente e para baixo é contínuo e
uniforme, enquanto no sexo feminino, o crescimento e o ajuste não ocorrem
simultaneamente. Enquanto se observa alteração -posterior
não exibe nenhuma diferença27. Tendo em vista o dimorfismo sexual relatado por alguns
autores9,22,25,27,54,55 e a relativa freqüência desse dimorfismo no nosso cotidiano, optamos
pelo estudo de ambos os sexos no crescimento craniofacial.
Diante da escassez de estudos na literatura em relação ao padrão de crescimento
craniofacial de crianças brasileiras, leucodermas, de 4 a 6 anos de idade, de ambos os
sexos, objetivou-se avaliar o crescimento craniofacial da base craniana, da maxila, da
mandíbula, por meio de medidas lineares, bem como suas proporções.
A dentadura decídua merece um estudo detalhado, com acompanhamento
longitudinal, durante a fase de transição para a dentadura permanente, no intuito de
eis alterações, assim como conduzir uma ortodontia interceptora, para tratar
23.
80
6.2 Discussão sobre a metodologia empregada
Como ocorre na maioria dos estudos de crescimento, a amostra obtida pode ser
considerada casual em relação à população em geral; no entanto, a validade dos membros
dependeu da boa vontade das crianças, da disponibilidade dos pais em levá-las ao local do
estudo, e também da idade atual de cada criança, assim como do estado de saúde geral e
As crianças de 4 anos selecionadas foram buscadas em creches e escolas
-econômico semelhantes, evitando qualquer interferência ambiental ou
nutricional.
Com relação à normalidade da oclusão, optou-se por jovens que apresentassem a
seguinte característica: relação entre as superfícies distais dos segundos molares decíduos
em degrau mesial ou reto. Segundo BAUME5 e BURSTONE17, essa relação evoluirá para
uma relação oclusal entre os primeiros molares permanentes em normalidade, durante a
fase de dentição mista; relação oclusal de caninos em normalidade17, trespasse horizontal e
vertical normais47; e para os arcos do tipo I ou II de BAUME3, associados à presença ou
não de espaços primatas.
Excluíram-se deste estudo crianças com presença de lesões cariosas interproximais,
pois a perda de tecido dentário comprometeria a relação ântero-posterior dos molares
decíduos e conseqüentemente dos dentes permanentes, devido à migração fisiológica dos
mesmos4,23.
Após o exame clínico das 27 crianças que já participavam da pesquisa desenvolvida
anteriormente, aos 6 e 7 anos de idade, e com a autorização por escrito dos responsáveis
pelos jovens, procedeu-se às tomadas das telerradiografias em norma lateral de 20
pacientes que preenchessem os critérios citados anteriormente. O mesmo ocorreu com as
crianças que já participavam da pesquisa, aos 4 anos de idade.
81
Em 1956, DOWNS20, citou a importância da cefalometria no planejamento do
tratamento, como um método eficiente para a observação das relações existentes entre as
partes que compõem a face, parte dentária, crânio e das mudanças decorrentes do
crescimento. A técnica preconizada por BROADBENT10, em 1931, permite eliminar as
incertezas das alterações craniofaciais por comparações de dimensões de indivíduos
diferentes ou iguais, em idades sucessivas, além disso, medidas diretas e precisas de
estruturas ósseas faciais de crianças vivas tornaram-se viáveis.
O Raio-X, como uma luz, descreve seu percurso em linha reta, a partir de um ponto
de origem. O maior caminho percorrido, com o filme mais perto do objeto, diminui a
magnificação da imagem. Dessa forma, por convenção, os filmes cefalométricos foram
posicionados a 150cm de distância da fonte ao objeto, com magnificação de 5 a 7%, entre
jovens, dependendo da profundidade facial.
Observou-se a distorção como falta de reprodução exata das estruturas, em termos
de proporções. Ela ocorre quando partes diferentes da mesma estrutura não aumentam
proporcionalmente. No entanto, como a reprodução é realizada por projeção de estruturas
tridimensionais em uma superfície achatada, a distorção não pode ser evitada.
Verificou-se a nitidez pelo grau de clareza da imagem radiográfica, sendo essa
dependente do tempo de exposição da criança ao Raio-X, da distância objeto-filme. Quanto
maior for a distância objeto-fonte, menor será a nitidez. Utilizaram-se placas
intensificadoras, para diminuir o tempo de exposição, e colimadores, com o intuito de
direcionar o Raio-X, impedindo radiações secundárias, de acordo com BROADBENT10,
em 1931.
As tomadas radiográficas das crianças que participam da pesquisa do curso de
Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais são realizadas semestral e anualmente. LEITE35, em 1985, estudando a maturação
82
esquelética, avaliou o crescimento esquelético, a partir dos 3 meses, com tomadas
radiográficas semestrais, até os 4 anos e meio de idade, e, em seguida, anuais. Segundo o
autor, o ideal seria tomadas radiográficas com tempos menores para o estudo do
crescimento, no entanto, tal procedimento seria inviável devido à grande exposição
radiográfica. Da mesma forma, BROADBENT10, em 1931 relatou que radiografias
realizadas em uma mesma criança, com intervalos de 3 e 6 meses, nos primeiros cinco
anos, e anualmente, após essa idade, é significante para a interpretação do crescimento da
face.
Incrementos anuais em algumas dimensões da face são estatisticamente pequenos e
imperceptíveis, especialmente em determinadas idades27. Tomadas radiográficas podem ser
realizadas de 3 em 3, 4 em 4 ou de 6 em 6 meses, até os 4 anos de idade, e anualmente a
partir dessa idade. Diante disso, neste estudo adotaram-se medições bianuais, dos 4 aos 6
anos de idade9, 12,27, 28.
Calculou-se a média, desvio padrão, máximo, mínimo, coeficiente de variação,
intervalo de confiança, para descrever e demonstrar o comportamento da resposta
-plot para ilustrar a variabilidade da resposta dentro de cada
grupo e entre grupos. Nesse gráfico o ponto dentro da caixa é a mediana, que divide a
amostra em duas partes iguais, ou seja, 50% das crianças estão acima dessa média e 50%
Utilizaram-se os testes de Lilliefors para verificar se os dados apresentavam
distribuição normal, o de Bartlett para verificar o erro cometido durante
experimento atribuído ao pesquisador, o teste de Fisher para avaliar as médias dos grupos e
o coeficiente de correlação de Pearson com intuito de avaliar associação entre as variáveis.
83
6.3 Discussão sobre o resultado obtido
BRODIE13, em 1941, inferiu que a distância S-N é de 48,5mm aos 6 meses e
aumenta até 61mm aos 8 anos. Por outro lado, HIGLEY28, 1954, avaliando a medida de S-
N, de 4 aos 8 anos de idade, em ambos os sexos, descendentes de norte europeus, revelou,
aos 4 anos, um valor de 64,2mm e aos 6 anos, 67,1mm, no sexo masculino e 62,7mm aos 4
anos e 64,7mm aos 6 anos de idade, no sexo feminino. NANDA39, 1955, observou que os
valores de Sela-Násio mostraram-se maior no sexo masculino, aos 10 anos de idade,
indicando que a intensidade do crescimento é para baixo e maior nesse sexo. Em 1992, o
mesmo autor40 verificou diferenças significativas até a pré-adolescência: S-N exibe, aos 4
anos, 88,29%, do seu crescimento total e 90% aos 5 anos de idade, sendo 80% do
crescimento máximo atingidos aos 4,5 anos de idade. MENDLOVITZ37, em 2002, inferiu
que em jovens do sexo masculino, as medidas lineares aos 5 anos são superiores às dos 4
anos, apresentando significado estatístico para S-N, medindo, aos 4 anos, 64,50mm e
65,20mm, aos 5 anos. Por outro lado, BROADBENT31, em 1931, observou que S-N, dos 9
meses aos 20 anos de idade, relaciona-se ao crescimento médio e anterior da base do
crânio, não sofrendo grandes alterações nesse período, em uma mesma criança, por isso é
traçados. O crescimento da face é influenciada pelo aumento
proporcional dessa medida15. Entretanto, a intensidade de crescimento da base do crânio
diminui dos 3 aos 7 anos em relação à maxila e à mandíbula12.
Em nossa avaliação verificou-se que a medida de S-N apresenta dimorfismo sexual
e efeito com a idade, sendo 62,15mm aos 4 anos e 63,99mm aos 6 anos no sexo feminino e
64,10mm, aos 4 anos e 65,15mm aos 6 anos, no sexo masculino. VANN, DILLEY e
NELSON52, em 1978, verificaram que em crianças de 4 anos de idade S-N exibe valores
maiores no sexo masculino (GRÁFICO 1).
84
Na variável S-Ba, não foi observada diferenças nas médias entre os sexos e as
idades (39,77mm, aos 4 anos, e 41,24mm, aos 6 anos), ou seja, as médias foram
estatisticamente iguais, tanto aos 4 como aos 6 anos, em ambos os sexos. Em relação ao
sexo, a medida exibiu valores médios de 40,33mm no sexo feminino e 40,68mm no sexo
masculino. Nenhuma referência quanto a essa medida observou-se na literatura,
provavelmente devido à sua pouca aplicabilidade clínica (GRÁFICO 2).
BROADBENT10, em 1937, observou que um crescimento significativo em relação
ao comprimento do palato duro só ocorre com a erupção dos segundos molares
GRÁFICO 1
GRÁFICO 2
Gráfico da variável S-N em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
F-4 F-6 M-4 M-655.0
57.5
60.0
62.5
65.0
67.5
70.0
Grupos
S-N
(mm
)
Gráfico da variável S-Ba em crianças do sexo masculino(M) e feminino(F) aos 4 e 6 anos de idade
F-4 F-6 M-4 M-630
35
40
45
50
Grupos
S-B
a(m
m)
85
permanentes, sem dimorfismo sexual. MENDLOVITZ37, em 2002 inferiu que, em jovens
do sexo masculino, a medida linear ENA-ENP aos 5 anos é superior à dos 4 anos,
apresentando significado estatístico, medindo aos 4 anos, 46,73mm e 48,00mm, , aos 5
anos. NANDA40, em 1992, relatou que essa medida se altera de forma significativa até a
-adolescência, que 80% do crescimento máximo dessa medida se atingem aos 6,3 anos,
mostrando um crescimento de 83,79% aos 4 anos, sendo 90% do crescimento total é
exibidos aos 7 anos. O padrão de crescimento da mandíbula é diferente do crescimento de
ENA-ENP e não adquire um mesmo tamanho relativo na idade adulta.
Em nosso estudo observamos que o comprimento da maxila (ENA-ENP)
apresentou aumento significativo dos 4 aos 6 anos, porém a taxa de crescimento exibiu o
mesmo valor em ambos os sexos, com o valor médio de 44,93mm aos 4 anos e 46,22mm
aos 6 anos, para o sexo feminino, e 45,53mm aos 4 anos, e 47,15mm aos 6 anos,
respectivamente, no sexo masculino (GRÁFICO 3).
BRODIE12, em 1940, estudando o crescimento mandibular em crianças do sexo
masculino, observou que dos 3 meses aos 7 anos de idade ocorre deposição óssea na borda
posterior do ramo e na tuberosidade maxilar, resultando em um posicionamento anterior da
F-4 F-6 M-4 M-6 40.0
42.5
45.0
47.5
50.0
52.5
Grupos
C. m
axila
(mm
)
GRÁFICO 3
Gráfico da variável C. maxila em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
86
face, e aposição óssea na superfície superior do côndilo levando a um deslocamento inferior
do mento. Além disso, a taxa de crescimento do comprimento da base do crânio, dos 3
meses aos 7 anos, diminuiu, enquanto o crescimento da borda inferior da mandíbula do
gnátio a gônio aumentou, indicando que o crescimento é menor até a dentadura se completar.
O mesmo autor14, em 1941, observou uma alteração do ponto Gn, devido à projeção do
mento até os quatro anos.
A curva de incremento de sela-gônio e gônio-gnátio acompanha o crescimento da
altura do ramo e comprimento do corpo mandibular, respectivamente, sendo que a curva
gônio-gnátio exibe valores maiores se comparado sela-gônio, dos 6 aos 9 anos de idade,
devido à acomodação dos segundos molares permanentes no arco dentário39. NANDA39,
1955, observou um aumento significativo de ambas as medidas, no sexo masculino, aos 10
anos de idade, indicando que a intensidade do crescimento é maior neste sexo.
A intensidade do crescimento mandíbular desacelera lentamente dos 3 anos até 13
anos de idade, ela é retardada em 4 anos em relação à S-N e em 2 anos se comparada com
o comprimento da maxila40. Crianças do sexo masculino, entre 3 e 7 anos de idade, exibem
aumento do prognatismo mandibular em relação ao maxilar, além de diminuição da
convexidade facial34.
MENDLOVITZ37, em 2002, inferiu que nos jovens do sexo masculino, as medidas
lineares de Co-Gn, aos 5 anos, são superiores às medidas dos 4 anos, apresentando valor de
89,86mm aos 4 anos, e 95,88mm, aos 5 anos.
GIANELLY22, em 1970, verificou que o sexo masculino, dos 8 aos 13 anos de
idade, exibe 1 mm a mais de proeminência do mento, em relação ao sexo feminino, sendo
o de normas cefalométricas, em idade e sexo, dessa medida.
O comprimento mandibular (Go-Gn), neste estudo, da mesma forma, revelou
valores significativos quanto à idade, exibindo crescimento expressivo dos 4 aos 6 anos,
87
com a mesma taxa, em ambos os sexos, com a medida de 60,70mm aos 4 anos, 63,86mm
aos 6 anos, no sexo feminino, e 59,69mm e 62,22mm, aos 4 e 6 anos, no sexo masculino,
nessa ordem. Os valores médios menores apresentados no sexo masculino relacionam-se
ao fato de que jovens do sexo feminino alcançam a maturidade precocemente, comparados
com o sexo oposto. (GRÁFICO 4). Além disso, com a idade, a mandíbula cresce
horizontalmente mais rápido que a maxila, diminuindo a convexidade da face17.
Nos estudos de WYLIE55, em 1946, a altura condílio-gônio exibiu valores de
56,5mm no sexo masculino e 48,5mm no sexo feminino, na dentadura decídua. Em nosso
estudo, o comprimento do ramo (Co-Go), assim como a altura da face inferior mostraram
valores menores de 41,78mm no sexo masculino e 38,66mm no sexo feminino, de Co-Go,
e uma diferença de 4,9mm da altura facial inferior no sexo masculino e 3,97mm no sexo
feminino, indicando que essas diversidades se devem à variedade de etnia das crianças da
nia e brasileiras.
Avaliando o crescimento mandibular de crianças do sexo feminino, dos 3 aos 16
anos de idade, TRACY e SAVARA50, em 1966, constataram que o crescimento da altura
F-4 F-6 M-4 M-6 40
50
60
70
80
Grupos
C. m
and
íbu
la(m
m)
GRÁFICO 4
Gráfico da variável C. mandíbula em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
88
do ramo apresenta-se constante dos 4 aos 6 anos de idade, medindo, respectivamente,
4,11cm e 4,42cm. A mandíbula cresce muito em profundidade (comprimento máximo e
comprimento do corpo), dos 4 aos 6 anos, porém menos em largura (largura bicondilar e
bigoníaca), seguida pela altura (altura do ramo). A quantidade de crescimento mandibular
diminui na infância, aumenta até o surto de crescimento e diminui subseqüentemente.
BURSTONE17, em 1964, constatou que a altura vertical total relaciona-se com o
crescimento da mandíbula.
Dos 3 meses aos 7 anos, ocorre aposição óssea na superfície su
levando à um deslocamento inferior do mento, ao passo que o ângulo da base do crânio
com a borda inferior da mandíbula se mantém constante12. Observamos, em nossa
avaliação, que as medidas do comprimento do ramo aos 6 anos são estatisticamente
maiores do que aos 4 anos (40,22mm aos 4 anos e 40,16mm aos 6 anos) (GRÁFICO 5).
A curva de incremento de sela-gônio acompanha o crescimento da altura do ramo e
o comprimento do corpo mandibular; já a curva gônio-gnátio exibe valores maiores, se
F-4 F-6 M-4 M-6 30
35
40
45
50
Grupos
C. r
amo
(mm
)
GRÁFICO 5
Gráfico da variável C. ramo em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
89
comparada à de sela-gônio, dos 6 aos 9 anos de idade, devido à acomodação dos segundos
molares permanentes 39
NANDA39, 1955, observou um aumento significativo de S-Go, no sexo masculino,
dos 6 aos 9 anos de idade, semelhantemente, verificamos que essa medida aumenta com a
idade, mas nenhuma diferença ocorre em relação ao sexo (GRÁFICO 6).
GRESHAM26, em 1963, verificou que a altura facial superior, a altura facial
inferior, e a distância de N-Me exibiram valores de 48,47mm, 60,31mm e 108,79mm,
respectivamente, nas crianças da Nova Zelândia, e 46,04mm, 58,43mm e 104,47mm, nessa
ordem, nas americanas, existindo uma similaridade no padrão esquelético entre os grupos.
Verificamos que o comprimento de N-Me exibiu aumento significativo dos 4 aos 6
anos, sendo a intensidade de crescimento em ambos os sexos, a mesma. Aos 4 anos, no
sexo feminino, mostrou-se o valor de 96,98mm e aos 6 anos, 100,71mm, enquanto o sexo
masculino, aos 4 anos, exibiu valores de 99,10mm e aos 6 anos, 104,99mm, sem nenhuma
importância quanto ao gênero. WYLIE55, em 1946, por outro lado, observou a ausência de
diferença estatisticamente significante, quanto ao sexo e à idade na dent
F-4 F-6 M4 M-6
50
75
Grupos
S-G
o(m
m)
GRÁFICO 6
Gráfico da variável S-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
90
1 mês aos 7 anos de idade o násio move-se para frente e para cima, enquanto o gnátio se
desloca para frente e para baixo aumentando o comprimento vertical da face12,27,25
(GRÁFICO 7).
Em relação à medida de Ar-Go não ocorreram diferenças estatisticamente
significativa, entre o sexo masculino e feminino, e idade, sendo 35,64mm no sexo
feminino e 36,17mm no masculino, e 35,16mm aos 4 anos e 36,64mm aos 6 anos em
média. Nenhuma referência quanto a essa medida foi citada na literatura, nessa idade,
provavelmente devido à sua estabilidade (GRÁFICO 8).
F-4 F-6 M-4 M-6 50
75
100
125
Grupos
N-M
e(m
m)
GRÁFICO 7
F-4 F-6 M-4 M-6 30.0
32.5
35.0
37.5
40.0
42.5
45.0
Grupos
Ar-
Go
(mm
)
GRÁFICO 8
Gráfico da variável N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
Gráfico da variável Ar-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
91
GOLDSTEIN25, em 1936, verificou que, dos 2 aos 20 anos de idade, a altura facial
superior (Násion-Próstion) cresce mais rapidamente do que a inferior até os 9 aos 11 anos,
quando se altera devido ao crescimento do comprimento mandibular. O crescimento
maxilar, dos 3 aos 19 anos, resulta do seu deslocamento para baixo, no momento em que
ocorre um crescimento da superfície superior do côndilo e inferior da fossa glenóide,
deslocando a mandíbula para baixo e para frente, aumentando o comprimento total da
face13. NANDA39, em 1955, observou uma diminuição do comprimento násion-próstion
com a perda de dentes decíduos, e um aumento da medida infradentário-gnátio durante o
surto de crescimento, em ambos o sexos, dos 4 aos 20 anos de idade. SINGH e
SAVARA45, em 1966, verificaram que em crianças norte-européias, do sexo feminino, dos
3 aos 16 anos de idade, a distância de NMS (junção nasomaxilar, frontonasal e
frontomaxilar) a ENA aumenta, dos 3 aos 5 anos, anterior à perda dos incisivos declinando
A altura da face inferior (ENA-Me) nos jovens do sexo masculino foi em média de
63,9mm, no sexo feminino de 61,9mm, não ocorrendo diferenças significativas quanto à
idade e sexo, na dentadura decídua, nos estudos de WYLIE55.
A altura facial superior cresce mais rapidamente do que a inferior até 9 anos de
idade, quando se altera devido ao crescimento horizontal da mandíbula. Entretanto, o
desenvolvimento da face para frente e para baixo é evidente e ativo, entre 3 a 5 anos, 9 a
11 anos e dos 13 aos 15 anos25.
Em nossa avaliação verificamos um aumento significativo das medidas N-ENA e
ENA-Me com a idade, no entanto, não ocorreu alteração significante quanto ao sexo
Verificamos que o comprimento de N-ENA e ENA-Me exibiram aumentos
significativos dos 4 aos 6 anos, sendo a intensidade de crescimento, em ambos os sexos, a
92
mesma. Aos 4 anos, o sexo feminino exibiu 42,56mm em N-ENA, 55,87mm em ENA-Me;
aos 6 anos, 43,82mm em N-ENA e 57,93mm em ENA-Me, enquanto o sexo masculino,
aos 4 anos, exibiu valores de 41,38mm de N-ENA, 56,27mm de ENA-Me e aos 6 anos,
45,24mm e 59,43mm, respectivamente (GRÁFICOS 9 e 10).
NANDA40, em 1992, observou que a porcentagem média na proporção entre a
altura facial inferior (ENA-Me) e a altura facial total (N-Me) dos 3 aos 26 anos, variou
entre 52% a 56%, revelando um crescimento até a pré-adolescência. O autor verificou que
os critérios utilizados para identificar a relação esquelética anormal nos adultos não são
as crianças para essas medidas. A proporção da face superior
com o total permanece a mesma, e a altura vertical total aumenta com o crescimento da
mandíbula, tornando a face madura mais longa devido ao maior vetor de crescimento
vertical da face17. Da mesma forma, WYLIE55, em 1946,verificou que não existe diferença
significativa quanto a sexo e idade nessa proporção.
PEREIRA41, em 2002, constatou um padrão de crescimento mais vertical, dos 4 aos
5 anos, sendo AFI maior que AFS, no sexo feminino, aos 5 anos, em média, 2,13mm. As
proporções entre Ar-Go/S-Go, ENA-Me/ N-Me e S-Go/N-Me exibiram valores de 58,42%,
GRÁFICO 9
F-4 F-6 M-4 M-60
10
20
30
40
50
60
Grupos
N-E
NA
(mm
)
F-4 F-6 M-4 M-6 40
50
60
70
Grupos
EN
A-M
e(m
m)
GRÁFICO 10
Gráfico da variável N-ENA em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
Gráfico da variável ENA-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
93
58,68% e 60,49%, respectivamente, aos 4 anos, e 57,10%, 58,96% e 60,36%, nessa ordem,
para a idade de 5 anos. Em nossa avaliação, não ocorreram alteraç
-Go/S-Go (58,99% aos 4 anos e 59,09% aos 6 anos), ENA-Me/N-Me (57,24%
aos 4 anos e 57,07% aos 6 anos), S-Go/N-Me (61,04% aos 4 anos e 60,46% aos 6 anos), em
idade e sexo (GRÁFICOS 11,12 e 13).
F-4 F-6 M-4 M-6
0.50
0.75
Grupos
Ar-
Go
/S-G
o
GRÁFICO 13
F-4 F-6 M-4 M-6 0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
Grupos
EN
A-M
e/N
-Me(
mm
)
GRÁFICO 11
GRÁFICO 12
F-4 F-6 M-4 M-6
0.50
0.75
Grupos
S-G
o/N
-Me(
mm
)
Gráfico da variável ENA-Me/N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
Gráfico da variável S-Go/N-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
Gráfico da variável Ar-Go/S-Go em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
94
Não ocorreu aumento das proporções Ar-Go/ENA-Me (63,03% aos 4 anos e
62,68% aos 6 anos); as medidas exibiram valores estatisticamente iguais aos 4 e aos 6
anos, com ausência de significância entre os sexos (62,83% no sexo feminino e 62,87% no
sexo masculino); de maneira semelhante, nenhuma diferença foi encontrada nas medidas
lineares de Ar-Go e ENA-ENP (GRÁFICO 14) .
SCOTT44, em 1963, relatou que mudanças significativas no período de crescimento
em proporções, ocorrem do período de vida fetal aos 5 anos de idade.
MERRIFIELD38, em 1966, inferiu que os jovens do sexo feminino alcançam a
maturidade das estruturas craniofaciais mais rápido em relação ao sexo oposto.
A média das medidas da face, dos 3 aos 15 anos de idade, nos jovens do sexo
masculino é maior em relação ao sexo oposto54, de forma que, dos 3 aos 18 anos de idade,
o crescimento acelera até os 5 anos, e dos 5 aos 13 anos ocorre uma diminuição da
quantidade de crescimento15.
É difícil predizer, exatamente, o desenvolvimento de uma maloclusão, por meio da
avaliação da dentadura decídua, devido a fatores ambientais
F-4 F-6 M-4 M-6 0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
Grupos
Ar-
Go
/EN
A-M
e(m
m)
GRÁFICO 14
Gráfico da variável Ar-Go/ENA-Me em crianças do sexo masculino (M) e feminino(F) aos 4e 6 anos de idade
95
forma, estabelecer padrões dentários e faciais de crianças brasileiras, de ambos os sexos,
-se fundamental para o planejamento ortodôntico, assim como
fazer o diagnóstico precoce, aconselhando o tratamento tão logo se identifique o problema,
permitindo o desenvolvimento normal das estruturas craniofaciais16,31.
97
7. CONCLUSÕES
Considerando-se as características da amostra utilizada e da metodologia
empregada neste estudo, e baseando-se nos resultados obtidos no decorrer desta
investigação, pode-se concluir que:
7.1 Em relação às estruturas esqueléticas maxilo-mandibulares.
a- O crescimento do comprimento da maxila, do comprimento do ramo, da distância S-Go
(59,68mm aos 4 anos e 62,02mm aos 6 anos), N-Me (98,04mm aos 4 anos e 102,85mm aos
6 anos), N-ENA (41,83mm aos 4 anos e 44,53mm aos 6 anos) e ENA-ME (56,07mm aos 4
anos e 58,68mm aos 6 anos) apresentaram crescimento significativo;
b- Ocorreu crescimento significativo de S-N (63,12mm aos 4 anos e 64,57mm aos 6 anos);
c- Não ocorreu crescimento na medida S-Ba (39,77mm aos 4 anos e 41,24mm aos 6 anos)
e Ar-Go (35,16mm aos 4 anos e 36,64mm aos 6 anos);
d- Não ocorreu aumento das proporções ENA-Me/N-Me (0,5724% aos 4 anos e 0,5707%
aos 6 anos), S-Go/N-Me (61,04% aos 4 anos e 60,46% aos 6 anos), Ar-Go/S-Go (58,99%
aos 4 anos e 59,09% aos 6 anos) e Ar-Go/ENA-Me (63,03% aos 4 anos e 62,68% aos 6
anos). As medidas exibiram valores estatisticamente iguais aos 4 anos e aos 6 anos.
7.2 Em relação ao dimorfismo sexual
a- O comprimento da maxila, o comprimento mandibular, o comprimento do ramo, S-Go
(60,45mm sexo feminino e 61,26mm no sexo masculino), N-Me (98,84mm no sexo
feminino e 102,05mm no masculino), N-ENA(43,29mm no sexo feminino e 43,07mm do
masculino) e ENA-ME (56,90mm no sexo feminino e 57,85mm no masculino) não
apresentaram dimorfismo sexual significante;
98
b- A medida S-N, no sexo masculino, apresentou valor maior (64,62mm e 63,07mm no
sexo feminino), porém com a mesma quantidade de crescimento, em relação ao sexo
oposto;
c- Em relação à medida de S-Ba (40,33mm no sexo feminino e 40,68mm no masculino),
Ar-Go (35,64mm no sexo feminino e 36,17mm no masculino), ENA-Me/N-Me (57,55%
no sexo feminino e 56,76% no sexo oposto), S-Go/N-Me (61,26% no sexo feminino e
60,24% no masculino), Ar-Go/S-Go (58,97% nas meninas e 59,12 nos meninos) e Ar-
Go/ENA-Me (62,83% no sexo feminino e 62,87% no outro sexo) não exibiram dimorfismo
sexual estatisticamente significante;
7.3 Grau de associação entre as medidas cefalométricas avaliadas.
a- Ocorreu uma correlação positiva de uma variável para outra na maioria das amostras
estudadas, porém o comprimento do ramo x S-Go (74,40%), o comprimento do ramo x Ar-
Go (72,26%, N-Me x N-ENA (74,06%) e Ar-Go x Ar-Go/S-Go (74,24%) mostraram-se
estatisticamente significantes; portanto, quando uma dessas medidas aumenta, a outra
também cresce.
100
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107
ANEXO A – Carta de autorização dirigida aos pais para a realização de exame clínico.
Aos Pais,
Eu, Simone Meymi Okano, cirurgião-dentista e aluna do curso de Mestrado em
Ortodontia do Centro de Odontologia e Pesquisa da PUC-MG, dando continuidade ao
trabalho anteriormente realizado, realizarei uma nova pesquisa em sua criança, agora com
6 ou 7 anos de idade. Inicialmente, farei um exame clínico, na nossa instituição, com o
objetivo de confirmar a normalidade da oclusão, para que telerradiografias, tomadas em
norma lateral seja requerida. A criança será avaliada quanto à necessidade ou não de algum
tipo de procedimento clínico e/ou ortodôntico, sendo que vossas senhorias serão
informados posteriormente. Peço, portanto, uma nova -lo (a).
Certo de sua colaboração agradeço,
Simone Meymi Okano
Autorização:____________________________________ Belo Horizonte:__/__/__
Assinatura do responsável
108
ANEXO-B: Ficha de exame clínico
DADOS PESSOAIS: DATA: __/__/__
Nome:_______________________________________________________
Idade:_____anos____meses. Data de nasc.:__/__/__
Filiação: Pai:__________________________________________________
Mãe:_________________________________________________
Responsáveis:_________________________________________________
Endereço do responsável:________________________________________
Telefone de contato:________________
Escola:___________________________
Endereço da Escola:____________________________________________
Telefone da Escola:_________________
DADOS CLÍNICOS
1. Estado de saúde geral: ( ) gripes ( ) alergias Outros:_________
2. Perfil facial harmônico: ( ) sim ( ) não
3. Relação caninos: ( ) CLI ( ) CLII ( ) CLIII ( ) ausente
4. Plano terminal: ( ) reto ( ) degrau mesial ( ) degrau distal
5. Relação molar: ( ) CLI ( ) CLII ( ) CLIII
6. Sobressaliência: ( ) normal ( ) acentuada
7. Sobremordida: ( ) normal ( ) acentuada
8. Mordida cruzada: ( ) presente ( ) ausente
9. Utilizou algum tipo de aparelho: ( ) sim ( ) não
10. Hábitos de sucção: ( ) presente ( ) ausente
77
ANEXO D: Modelo de formulário de Consentimento esclarecido apresentado aos
Eu,_________________________________________________________, portador (a) da
célula de identidade N°_________________, reponsável
por___________________________
concordo que meu filho (a) participe da trabalho de pesquisa a ser realizado no curso de
mestrado em ortodontia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Estou ciente de que, para participar do projeto de pesquisa, meu filho (a) será
submetido a exame clínico e a uma tomada de uma telerradiografia em norma lateral.
Estou ciente de que a realização da radiografia não acarretará em custos financeiros
para mim, ou seja, será financiada pelo pesquisador, bem como danos à saúde de meu filho
(a), pois todo o procedimento será realizado dentro das normas de segurança sugeridas, e
dos com a utilização do avental de chumbo e do emprego das
placas intensificadoras (écrans). Havendo, respectivamente, a preservação de saúde, a qual
não estará exposta a radiação e a quantidade de radiação necessária será reduzida.
A telerradiografia em norma lateral, será utilizada para a obtenção do traçado
cefalométrico, que além da finalidade própria da pesquisa, servirá como controle do
crescimento craniofacial em meu filho (a), ou seja, de sua saúde bucal e facial.
Sei que os resultados da pesquisa serão publicados na dissertação de mestrado e em
revistas de literatura Científica e concordamos com isso, autorizo a utilização da
radiografia de meu filho com esses fins científicos.
Ciente de todos os termos desse documento, permito meu filho (a) de participar da
pesquisa.
Belo Horizonte,__________de__________________de 200__.
110
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