Avaliação da exposiçãoocupacional a agentes químicosocupacional a agentes químicos
Profa. Dra. Mary Rosa Rodrigues de MarchiIQ/UNESP
Araraquara-SP
Avaliação da exposição a agentes químicos
• Qualitativa:– Identificação do risco potencial– Orienta a Avaliação quantitativa
• Quantitativa• Quantitativa– Medida do risco– Define se o risco existe e se é ou não
aceitável
Avaliação Qualitativa
• Uso de ferramentas de avaliação de risco (Health and Safety Executive, Inglaterra), baseadas em:– Toxicidade do produto/substância química– Toxicidade do produto/substância química– Magnitude do uso– Possibilidade de dispersão no ambiente
(volatilidade ou “dustness”)
Avaliação Genérica de Risco
COSHH Essentials Approach
Potencial Perigo àsaúde
Potencial de
exposição
+ Avaliação do risco Controle
A quantidade utilizada, por dia, ou por processo, deve ser identificada.
SÓLIDOS
QUANTIDADE PÊSO GERALMENTE RECEBIDOS EM
Pequena Gramas Pacotes, recipientes pequenos
Média Quilogramas Sacas grandes ou tambores
Grande Toneladas Em caminhões (“bulk”)
LÍQUIDOS
QUANTIDADE VOLUME GERALMENTE RECEBIDOS EM
Pequena Mililitros Garrafas, recipientes pequenos
Média Litros Tambores
Grande Metros Cúbicos
Em caminhões (“bulk”)
Volatilidade (líquidos)
Ponto de Ebulição
(por exemplo, da Ficha de Segurança Química)
Este método classifica volatilidade em Baixa, Média e Alta
Tarefas executadas a temperatura ambiente
Volatilidade Alta
Ponto de Ebulição < 50oC
Volatilidade Média
50 oC < Ponto de Ebulição < 150oC
Volatilidade Baixa
Ponto de Ebulição > 150oC
Avaliação QuantitativaAlgumas definições
• Monitorização• Processo continuado de avaliação, incluindo medições,
interpretação dos resultados e tomada de decisão
• Amostragem• Tomada de uma amostra de ar, para quantificação do agente • Tomada de uma amostra de ar, para quantificação do agente
químico no ar
• Estratégia de amostragem: • Onde coletar as amostras? Quanto tempo coletar? Quando
amostrar? Quantas amostras?
Avaliação
• Quantitativa– Qual é o objetivo?
• Conhecer o nível de exposição dos trabalhadores?• Dimensionar medida de controle a ser implantada?• Avaliar controle já existente?• Avaliar controle já existente?• Localizar fonte de contaminantes
O objetivo definirá a estratégia de amostragem, os métodos de coleta e análise das amostras e os critérios para interpretação dos resultados e tomada de decisão
Avaliação QuantitativaAlgumas definições
• Tipos de monitorização– Inicial (rotina)
• Obtenção de dados iniciais de exposição e compará-los com os limites legalmente fixados
– Periódico (rotina)• Obtenção de dados de exposição a longo prazo e verificar
tendência das concentrações ambientais– Atividade específica (não-rotineira)
• Obter resultados de exposição para checar procedimentos adequados durante operações críticas ou eventos esporádicos
Avaliação Quantitativa
• Técnicas de amostragem e análiseDevem ser escolhidas em função dos objetivos,
das características da(s) substância(s) e do método de análise/interpretação do resultado método de análise/interpretação do resultado que será utilizado (seletividade, robustez, precisão, exatidão, limites máximo e mínimo de quantificação)
Avaliação QuantitativaTécnicas de amostragem e análise
• Instrumentos de leitura direta: tubos colorimétricos, sensores para gases (CO, SOx,Nox, etc), equipamentos analíticos portáteis (cromatógrafos e espectrofotometros IV, por exemplo)– Vantagem: resultado imediato– Vantagem: resultado imediato– Desvantagem: validação difícil– Recomendação: devem ser usados como uma
“primeira aproximação” para orientar controle e/ou a escolha da estratégia de amostragem
Avaliação QuantitativaTécnicas de amostragem e análise
• Coleta de um volume conhecido de ar, através de uma amostra de curta duração, para análise posterior em laboratório (sacos ou frascos plásticos a vácuo, seringas)
• Amostragem passiva (OVM): coleta por adsorção, para análise posterior no laboratório
• Amostragem ativa: bomba de sucção de baixa vazão e um sistema sorvente (impinger, tubos adsorventes, filtros), análise em laboratório
Avaliação QuantitativaTécnicas de amostragem e análise
• Laboratório– Programa interno de controle da qualidade
dos resultados e trabalhe com métodos validados tanto de análise quanto de coleta validados tanto de análise quanto de coleta das amostras
– A participação de programas interlaboratoriais de controle da qualidade de análise aumenta a confiabilidade dos resultados
Avaliação QuantitativaEstratégia de amostragem
• Refere-se mais especificamente a amostragem ativa
• Alem de estar de acordo com o objetivo definido, deve responder as questóesdefinido, deve responder as questóes
• Onde coletar as amostras?• Quanto tempo coletar?• Quando amostrar?• Quantas amostras?
Avaliação QuantitativaEstratégia de amostragem
• Quantos trabalhadores incluir na amostragem? (grupo homogeneo de risco)– Leidel (1977)*: tabela baseada na distribuicao
hipergeometrica, indicando o numero de hipergeometrica, indicando o numero de trabalhadores a amostrar(n) em um grupo de N trabalhadores, para que pelo inclua pelo menos 1 dos de maior risco de exposicao
* LEIDEL, BUSCH & LINCH. Occupational Exposure Sampling Strategy Manual, NIOSH, 1977
Avaliação Quantitativa
• Técnicas de amostragem e análiseDevem ser escolhidas em função dos objetivos,
das características da(s) substância(s) e do método de análise/interpretação do resultado método de análise/interpretação do resultado que será utilizado (seletividade, robustez, precisão, exatidão, limites máximo e mínimo de quantificação)
Avaliação QuantitativaTécnicas de amostragem e análise
• Instrumentos de leitura direta: tubos colorimétricos, sensores para gases (CO, SOx,Nox, etc), equipamentos analíticos portáteis (cromatógrafos e espectrofotometros IV, por exemplo)IV, por exemplo)– Vantagem: resultado imediato– Desvantagem: validação difícil– Recomendação: devem ser usados como uma
“primeira aproximação” para orientar controle e/ou a escolha da estratégia de amostragem
Avaliação QuantitativaTécnicas de amostragem e análise
• Coleta de um volume conhecido de ar, através de uma amostra de curta duração, para análise posterior em laboratório (sacos ou frascos plásticos a vácuo, seringas)
• Amostragem passiva (OVM): coleta por adsorção, para • Amostragem passiva (OVM): coleta por adsorção, para análise posterior no laboratório
• Amostragem ativa: bomba de sucção de baixa vazão e um sistema sorvente (impinger, tubos adsorventes, filtros), análise em laboratório
Avaliação QuantitativaTécnicas de amostragem e análise
• Laboratório– Programa interno de controle da qualidade
dos resultados e trabalhe com métodos validados tanto de análise quanto de coleta das amostrasdas amostras
– A participação de programas interlaboratoriais de controle da qualidade de análise aumenta a confiabilidade dos resultados
Avaliação QuantitativaEstratégia de amostragem
• Refere-se mais especificamente a amostragem ativa
• Alem de estar de acordo com o objetivo definido, deve responder as questóesdefinido, deve responder as questóes
• Onde coletar as amostras?• Quanto tempo coletar?• Quando amostrar?• Quantas amostras?
Avaliação QuantitativaEstratégia de amostragem
• Quantos trabalhadores incluir na amostragem? (grupo homogeneo de risco)– Leidel (1977)*: tabela baseada na distribuicao
hipergeometrica, indicando o numero de trabalhadores a amostrar(n) em um grupo de trabalhadores a amostrar(n) em um grupo de N trabalhadores, para que pelo inclua pelo menos 1 dos de maior risco de exposicao
* LEIDEL, BUSCH & LINCH. Occupational Exposure Sampling Strategy Manual, NIOSH, 1977
No= 0,1 N
P = 0,1 P = 0,05
N n N n
8 7 12 11 9 8 13-14 12
10 9 15-16 13 11-12 10 17-18 14 13-14 11 19-21 15 13-14 11 19-21 15 15-17 12 22-24 16 18-20 13 25-27 17 21-24 14 28-31 18 25-29 15 32-35 19 30-37 16 36-41 20 38-49 17 42-50 21
50 18 > 50 29
> 50 22
T = duração diária da exposição
Ci = concentração da amostra de duração ti
CT = concentração média durante o
período diário de exposição
ED = concentração média para a jornada de
trabalho (considerada como 8 horas)
Tipo de amostragem
A
B
C
D trabalho (considerada como 8 horas)D
E
F
Tipo A: ED = C1 x T/8
Tipo B : ED =
Tipo C: ED ~ C1 x T/8
Tipo D: ED ~
Tipo E: ED é a estimativa do valor mais provável da média e seu
(C1 x t1) + (C2 x t2) + (C3 x t3)
t1 + t2 + t3
x T/8
(C1 x t1) + (C2 x t2) + (C3 x t3)
t1 + t2 + t3x T/8
Tipo E: ED é a estimativa do valor mais provável da média e seu intervalo de confiança
Tipo F: ED ~
ou a estimativa do valor mais provável da média e seu intervalo de confiança
C1 + C2 + C3 + …+ Cn
Nx T/8
• Os tipos A e B são preferíveis, a escolha entre um e outro dependerá do método analitico. – Exemplo – são tomadas 4 amostras
consecutivas para avaliação da exposição a hexano, sendo os dados de amostragem e concentração obtidos, os seguintes:
Media ponderada no tempo = 1,36µg/m3
Media de 8 horas = 1,12µg/m3
Tempo concentraçao
2,0 horas 1,8 µg/m3
1,5 0,5
2,0 1,0
1,0 2,5
• Os tipo C e D supõem que a concentração do contaminante é constante durante todo o período de exposição– Exemplo. Na avaliação da exposição a tolueno,
com tempo total de exposição de 7,5 horas. Qual a média ponderada no tempo para 8 horas?
Tempo concentração
Resposta: 1,39µg/m3
Tempo concentração
2,0 horas 1,8 µg/m3
1,5 1,5
2,0 1,3
1,0 1,2
• Em uma sapataria um mesmo trabalhador tem diversas atividades. Para avaliar a exposição a hexano foram obtidos os dados a seguir. Calcular a média ponderada e a exposicão diária.
Tarefa Duração da exposição
Duração da amostragem Concentração medida
Reparos com solvente
3,5 horas 60 minutos 650 ppm
Reparos sem solvente
3,0 60 500
Outras tarefas dentro da sapataria
1,5 20 200
Outras tarefas fora da sapataria
1,0 10 50
Resposta: 515 ppm
(3,5 x 650) + (3,0 x 500) + (1,5 x 200) + (1,0 x 50)
3,5 + 3,0 + 1,5 + 1,0CT =
CT = 458 ppm
Concentração média da jornada (ED) = 458 x 9/8 = 515 ppm
• O tipo E esta baseado na coleta de amostras de igual duraçao distribuidas aleatoriamente pelo tempo de exposição. O tratamento dos resultados considera uma distribuiçao log-normal, sendo indicado o cálculo da concentração media através da media geométrica (MG).
• Exemplo: Foram coletadas 7 amostras para avaliação a diclorometano, em períodos curtos de tempo (5 minutos), sendo obtidos os resultados: 20 ppm, 37 ppm, 49 ppm, 26 ppm, 40 ppm, 50 37 ppm, 49 ppm, 26 ppm, 40 ppm, 50 ppm e 36 ppm. Estimar o valor da concentração média
MG = e = 35,3 ppm
Σ L i
n
Li = ln Ci
Ci = concentração de cada amostra
n = número de amostras
MG deve ser corrigido pelo valor da função φ (veja Guia Técnica para
Agentes Químicos, INSHT, Espanha), que está relacionada ao número de amostras
E ao desvio padrão geométrico (GSD). Devemos então, calcular o GSD.
�Σ (Lm – Li)2 Σ Li
SL = �Σ (Lm – Li)
n-1
2
= 0,332Σ Li
nLm =
GSD = e = 1,39SL
Para GSD = 1,39, φ assume o valor de 1,05
logo a estimativa da média = MG x φ = 37 ppm
• O tipo F baseia-se na amostragem de ciclos de trabalho. Um ciclo de trabalho é um conjunto de tarefas consecutivas que se repete ao longo da jornada de trabalho. O período de amostragem deve compreender toda a duração do ciclo. Se por conta do limite de determinação do método analíticoó limite de determinação do método analíticoó tempo de amostragem é maior que a duração do ciclo, devem ser amostrados diversos ciclos até atingir o mínimo de tempo de amostragem necessário.
• Exemplo: Em uma certa função em que há potencial exposição a monômero de estireno, as atividades compreendem 3 ciclos que se repetem durante toda a jornada. Foram amostrados 3 ciclos completos escolhidos aleatoriamente. Utilizando os resultados fornecidos a seguir, calcular a concentração média correspondente a exposição durante a jornada.
Ciclo Operação 1 Operação 2 Operação 3Ciclo Operação 1T = 10 min
Operação 2T = 12 min
Operação 3T = 8 min
A 10 ppm 20 ppm 15 ppm
B 12 ppm 17 ppm 16 ppm
C 15 ppm 22 ppm 20 ppm
A concentração em cada ciclo pode ser calculada como nas amostragens C/D e a concentração no tempo de exposição (CT), como a média das concentrações nos ciclos.
CA = [(10 x 10) + (12 x 20) + (8 x 15)] / 30 = 15,3 ppmCB = [(10 x 12) + (12 x 17) + (8 x 16)] / 30 = 15,1 ppmCC = [(10 x 15) + (12 x 22) + (8 x 20)] / 30 = 19,1 ppm
CT = (15,3 + 15,1 + 19,1) / 3 = 16,4 ppmSupondo que os ciclos se repitam por 6 horas e que a
jornada seja de 8 horas, teremos:ED = 16,4 x 6/8 = 12,3 ppm
Cálculo da dispersão dos resultados
• Para amostras tipo A, B, C ou D pode-se utilizar o desvio padrão relativo, também conhecido
CVM = CV da amostragem
� CVM + CVA2 2
CVT =
também conhecido como coeficiente de variação (CV)
CVM = CV da amostragem
CVA = CV da análise
Sistema de medida ou procedimento analítico CV
Tubos detectores de curta duração (colorimétricos)
0,14
Amostradores pessoais (apenas amostragem) 0,05
Valores aproximados de CV para alguns procedimentos de amostragem e análise
Tubos adsorventes de carvão ativo (amostragem e análise)
0,10
Poeira respirável (amostragem e gravimetria) 0,09
Poeira total (amostragem e análise) 0,05
Avaliação Ambiental na Legislação Brasileira NR15, anexo 11
• Não há nenhuma instrução específica para amostragens/medições não instântaneas
• Para as instântaneas, incluindo os tubos colorimétricos, é preconizado:– 10 amostragens em cada ponto, com intervalos de – 10 amostragens em cada ponto, com intervalos de
pelo menos 20 minutos entre elas– Tomada de amostra na zona respiratória– As concentrações de cada uma das amostras devem
ser menores ou iguais a LT x FD . LT = limite de tolerância e FD = Fator de desvio
L.T. (ppm ou mg/m3) F.D.
0 a 1 3
1 a 10 2
10 a 100 1,5
100 a 1000 1,25
acima de 1000 1,1
Conversão do LT em ppm para mg/m 3
LT (mg/m ) =(LT em ppm) x (Massa Molar do agente químico, em gramas)
24,04
3
Limites de exposição
• Para controlar os efeitos tóxicos daexposição a substâncias químicas hánecessidade de um conjunto de prioridades,metas e estratégias
• Limites de exposição ocupacional• Limites de exposição ocupacional– Baseados no conhecimento proveniente da
experiência industrial, de estudos científicos ou deacidentes.
– Consideram apenas a inalação– CONSTITUEM COMPROMISSOS INFORMADOS
E NEGOCIADOS, NÃO SÃO PADRÕES DESEGURANÇA
Limites de exposição
• Brasil � NR-15, anexos 11, 12 e 13– limites de “tolerância” – ~150 substâncias, baseados
nos valores da ACGIH de 1978, poucas atualizadas
• USA: limites fixados por NIOSH, OSHA e ACGIH, geralmente ACGIH mais restritiva e ACGIH, geralmente ACGIH mais restritiva e OSHA mais conservadora. ACGIH� revisões anuais
• Comunidade Européia: diretrizes gerais, mas limites fixados por cada membro. Espanha�versão 2004 (http://www.mtas.es/insht/practice/vlas.htm)
Limites de exposiçãoTWA (Time Weighted Average) é a concentração média
ponderada no tempo para uma jornada de trabalhode 8 horas ou 40 horas semanais. Concentrção soba qual acredita-se que aproximadamente todos ostrabalhadores possam estar expostos repetidamentesem sofrer efeitos adversos à saúde. � LTssem sofrer efeitos adversos à saúde. � LTsbrasileiros
STEL (Short Term Exposure Limit) é a concentração aqual o trabalhador pode estar expostos por umperíodo curto (15 minutos) sem sofrer irritação,danos crônicos ou irrevessíveis à saúde. Máximo de4 “picos” por jornada diária, com intervalo de pelomenos 60 minutos. O TWA também não pode serexcedido. � não existe na legislação brasileira
Limites de exposição
TLV-C (Threshold Limit Value - Ceiling) é umaconcentração que não pode ser excedida emnenhum momento da jornada de trabalho � valorteto brasileiro
Nível de ação : deve ser inferior ao limite de exposição,variando de um para outro país. Nos EUA é ½ dovariando de um para outro país. Nos EUA é ½ doTWA, na Alemanha é 1/5, no Brasil é ½ do LT
Notação “pele” : para agentes para os quais a viadérmica é importante. Varios países a adotam,inclusive o Brasil, neste caso a avaliação daexposição deve ser feita em conjunto com oindicador biológico do agente
Limites de exposição
Para os agentes químicos que têm efeitosagudos reconhecidos, mas cujos efeitoscrônicos são mais importantes, naavaliação da exposição deve-seavaliação da exposição deve-seconsiderar TWA e STEL
Para os agentes cujos efeitos sãoprincipalmente agudos (como osirritantes) deve ser considerado apenaso STEL
Exposição a misturas de agentes químicos
• Os limites são estabelecidos para substâncias individuais e não para misturas. Quando várias substâncias estão presentes no ambiente de trabalho e têm atuação similar sobre o organismo humano, deve-se considerar os efeitos como aditivos, a menos que existam informações diferentes sobre o efeito existam informações diferentes sobre o efeito combinado. Calcula-se a soma dos índices de exposição, se for maior do que 1 o limite para a mistura foi superado, ou seja:
EDi
LTiΣ ΣIi = > 1 � LT da mistura superado
Limites de exposição para agentes químicos cancerígenos e mutagênicos
• À luz dos conhecimentos científicos atuais, não existem níveis de exposição abaixo dos quais não exista risco de que os agentes mutagênicos e maioria dos carcinogênicos, produzam seus efeitos característicos sobre a saúde. Entretanto é aceito que exista uma relação entre a intensidade da exposição e relação entre a intensidade da exposição e probabilidade do efeito.
• Neste caso LT � referências máximas para a adoção de medidas de controle
• Na Legislação Brasileira� Anexo 13 + Anexo 13a (Benzeno) da NR15
Intervalo de confiança
• Para amostragens feitas em um só dia de trabalho é a faixa de concentração, geralmente expressa como intervalo do índice de exposição (Imin - Imax), na qual o valor verdadeiro está incluído, com uma probabilidade de 90% incluído, com uma probabilidade de 90%
• Para amostragens de mais de um dia de trabalho a dispersão dos resultados (CV das concentrações médias para cada dia) já define o intervalo de confiança
Intervalo de confiança(considerando-se a amostragem apenas em um dia de trabalho)
Primeiramente deve-se calcular o índice de exposição (I),
I = ED/LMexp
onde: onde: ED é a concentração média para a jornada
de trabalho e LMexp é o limite de exposição para a substância em questão
Intervalo de confiança(considerando-se a amostragem em um dia de trabalho apenas)
Caso 1: Se só está disponível uma amostra representativa de todo o período de exposição (amostragem tipo A ou C), os extremos do intervalos serão calculados como:
Imax = I + 1,645 x CVT e Imin = I – 1,645 x CVT
Caso 2: Se estão disponíveis várias amostras consecutivas para uma Caso 2: Se estão disponíveis várias amostras consecutivas para uma exposição uniforme(amostragem tipo B ou D), os cálculos serão:Imax = I + Imin = I -
1,645 x CVT
�n
1,645 x CVT
�n
Intervalo de confiança(considerando-se a amostragem em um dia de trabalho apenas)
Caso 3: Se estão disponíveis várias amostras consecutivas para uma exposição não uniforme (amostragem tipo E ou F), teremos
1,645 x CVT x � (t 1 x C1 ) +…+ (t n x Cn )2 2
Imax = I + 1,645 CV � (t C ) +…+ (t C )
LMexp x (t 1 +….+ tn) x �1 + CVT2
Imax = I +
Imin = I - 1,645 x CVT x � (t 1 x C1 ) +…+ (t n x Cn )
LMexp x (t 1 +….+ tn) x �1 + CVT
22
2
Comparação de um resultado com os limites diários (TWA
ou LT)• Sistema de decisão a partir de um pequeno
número de avaliações, n < 6– Permite decidir se a exposição é aceitável ou não,
embora possa ocorrer de não se chegar a nenhuma embora possa ocorrer de não se chegar a nenhuma destas conclusões
– Está baseado na probabilidade de exceder o LT. Não assegura qual vai ser o ED, mas se limita, com um grau elevado de confiabilidade, a predizer se em algum momento ED > LT
Sistemática1. Obter a concentração média ponderada para 8 horas
2. Dividir pelo valor limite, obtendo o índice de exposição da
jornada , I
3. Decidir de acordo com o resultado obtido para I:
� I < 0,1 � exposição aceitável. Pode-se considerar que é
improvável que o LT seja superado em qualquer jornada
� I > 1 � exposição inaceitável � controlar
� 0,1 < I < 1 � obter pelo menos mais dois valores para ED, � 0,1 < I < 1 � obter pelo menos mais dois valores para ED,
proceder como indicado nos ítens 1 e 2 e decidir como no ítem 4
Sistemática (continuação)4. Se todos os valores de I (para as diversas jornadas avaliadas) <
0,25 � exposição aceitável
5. Se pelo menos um dos valores de I > 1 � exposição inaceitável
� controlar
6. Se todos os valores de 0,25 < I < 1 � usar a média geométrica
dos índices:
7. MG < 0,5 � exposição aceitável
MG = � I1 x I2 x…x In
n
7. MG < 0,5 � exposição aceitável
8. MG > 0,5 � não é possível uma conclusão definitiva, podendo-
se optar por:
� obter mais valores de I e reiniciar a sistemática de decisão
� controlar a exposição e repetir a avaliação
Exemplo: Faz-se a avaliação da exposição de um agente
químico com LT = 200 ppm, em uma função cuja tarefa diária consta de várias operações com duração diferente. Sendo dados os resultados a seguir, apontar a decisão que se pode tomar.
Tarefa Duração (min) Concentração (ppm)Tarefa Duração (min) Concentração (ppm)
A 100 70
B 200 100
C 50 230
Resto da jornada
130 0
O cálculo de ED será feito como para o tipo B de amostragem:ED = [(100x70) + (200x100) + (50x230) + (130x0)] / 480 = 80,2 ppm
Logo, I1 = ED/LT = 80,2 / 200 = 0,4
� Como 0,1 < I1 < 1, devem ser obtidos mais dois valores de I, para jornadas distintas, que estão na tabela a seguir
Tarefa 2o. dia de 3o. dia de Tarefa 2o. dia de amostragem
3o. dia de amostragem
A 80 65
B 120 110
C 200 210
Resto da jornada
0 0
Calculando ED como anteriormente, teremosED2 = 87,5 ppm e ED3 = 81,3 ppm , correspondendo a
I2 = 0,44 e I3 = 0,41Como todos os índices situam-se entre 0,25 e 1, calcula-se a
média geométrica para os três:
MG = � 0,4 x 0,44 x 0,41 = 0,423
� Desta maneira pode-se concluir que a exposição é aceitável
= �
Sistema de decisão a partir de um grande número de avaliações, n > 6� É baseada na distribuição log-normal dos dados� Traçando-se um gráfico de % de probabilidade e log ED, o ponto em que a reta obtida intersecciona o eixo x, corresponde a probabilidade (P) de que o LT não seja superado, sendo 100-P a probabilidade do LT ser superado� O critério de decisão é apresentado em 3 níveis:� O critério de decisão é apresentado em 3 níveis:
� (100-P) < 0,1 % � zona verde � exposição aceitável
� 0,1% < (100-P) < 5% � zona amarela �planejar amostragens periódicas
� (100-P) > 5% � zona vermelha � controlar
Sistemática1. Ordenar os dados das ED em ordem crescente, numerando-
as, a partir do número 1 (n)2. Atribui-se um valor no eixo X (% probabilidade) para cada
valor de ED, de forma que %P = [(n-0,5)/N] x 100, onde N = número de valores
3. A cada ponto o valor da ordenada é igual ao ED correspondente
4. Ajusta-se a melhor reta aos pontos5. Traça-se a reta horizontal correspondente ao LT5. Traça-se a reta horizontal correspondente ao LT6. Lê-se o valor de X correspondente ao ponto de intersecção
da reta com a horizontal do LT. Este valor é a probabilidade de o LT não ser superado em nenhuma jornada de trabalho
7. O valor da média geométrica das ED é o ponto da reta com P = 50%
8. O valor da GSD pode ser obtido dividindo-se o valor de ED para P=84% pelo valor de ED para P = 50%
• Exemplo– Em um ambiente de trabalho é realizada a avaliação da
exposição a solventes, sendo obtidos os seguintes valores para a concentração média ponderada para 8 horas (ED).
Jornada Tolueno (mg/m3)
MEK (metil etil cetona) (mg/m3)
1 29 18
2 60 25
3 70 40
4 80 60
5 95 80
6 50 30
7 30 10
8 35 12
9 72 33
10 55 20
Deseja-se avaliar o risco da exposição simultânea a tolueno (LT = 191 mg/m3) e MEK (LT = 600 mg/m3).
Como são agentes químicos com possíveis efeitos aditivos, os índices globais de expoisção podem ser obtidos pela soma dos índices para as duas substância, em cada jornada.
ED Tolueno (mg/m3)
ED MEK (mg/m3)
Itolueno IMEK Iglobal
29 18 0,15 0,03 0,18
60 25 0,32 0,04 0,3660 25 0,32 0,04 0,36
70 40 0,37 0,07 0,44
80 60 0,42 0,10 0,52
95 80 0,55 0,14 0,69
50 30 0,26 0,05 0,31
30 10 0,16 0,02 0,18
35 12 0,18 0,02 0,20
72 33 0,38 0,06 0,44
55 20 0,29 0,03 0,32
Ordenam-se os índices globais em ordem crescente e lhes atribui uma %P = 100 x (n-0,5) /N, onde N= 10 , neste caso, e n é o número de ordfem correspondente a cada índice global.
n Iglobal % P
1 0,18 5
2 0,18 15
3 0,20 253 0,20 25
4 0,31 35
5 0,32 45
6 0,36 55
7 0,44 65
8 0,44 75
9 0,52 85
10 0,69 95
� Para maior facilidade, na construção do gráfico os valores de Iglobal foram multiplicados por 100
� Para exposição multipla a somatória dos índices de exposição deve ser menor do que 1, portanto a reta horizontal terá ordenada igual a 100 (1 x 100)
� Desta maneira, encontra-se P = 98,4% , portanto a probabilidade de o LT ser superado em algum dia de exposição probabilidade de o LT ser superado em algum dia de exposição é de (100-P) = 1,6%.
� � Neste caso deve planejar uma amostragem periódica
Avaliações periódicas de controle
• Objetivo: observar a tendência dos valores de concentração ambiental, quando a sistemática de avaliação de risco não assegura que o LT não será superado em nenhuma jornada
• Alguns casos específicos em que as avaliações periódicas são recomendáveis:– Quando MG está muito próxima do LT– Quando para qualquer MG a GSD é muito alta
Na Comunidade Européia são adotados os seguintes critérios para estipular a periodicidade destas avaliações (Norma UNE-EN 689):
1. Se I < 0,25 � próxima avaliação em até 64 semanas2. Se 0,25 < I < 0,5 � próxima avaliação em até 32 semanas3. Se 0,5 < I < 1 � próxima avaliação em até 16 semanas4. Se várias avaliações sucessivas situam-se muito abaixo do
valor limite (ED < 0,1 LT) � considerar exposição aceitável. 5. Se ED de qualquer avaliação for superior ao LT, buscar 5. Se ED de qualquer avaliação for superior ao LT, buscar
identificar as causas, corrigí-las e avaliar novamente
Média ponderada móvel
• Permite visualizar a tendência das concentrações médias
• Sejam Ci os valores de ED para as avaliações sucessivas e Mi os valores da mádia ponderada sucessivas e M os valores da mádia ponderada móvelque começa em M2, correspondente a segunda avaliação:
M2 = C1 + 0,2 (C2 – C1)Para qualquer outro valor:Mi = Mi-1 + 0,2 (Ci – Ci -1)
• ExemploPara avaliações de controle, sucessivas, de
tolueno em um determinado ambiente de trabalho, foram encontrados os valores a seguir. Avaliar a tendência das concentrações ambientais.
Jornada 1 2 3 4 5 6 7 8 9
O valor de M2 = 23 + 0,2 (34-23) = 25,2 e M3 = 25,2 + 0,2 (35-25,2) = 27,2
Calculando os demais, teremos a série: 23, 25,2, 27,2, 26,5, 28,8, 31,1, 32,2, 34,8, 33,4
Ao observar o gráfico notamos a clara tendência ascendente de ED
Jornada 1 2 3 4 5 6 7 8 9
ED 23 34 35 24 38 40 37 45 28
Comparação com LT
Seleção do tipo de amostragem (A, B, C, D, E, F)
e do número de amostras para uma jornada
Amostragem FAmostragem E ou F Amostragem A,B,C, D, E
Seleção aleatória de períodos ou ciclos
Obter resultados
(média e intervalo de confiança)
Obter resultados
Média aritmética de ciclosObter ED
(média e intervalo de confiança) Média aritmética de ciclosObter ED
Cálculo da concentração relativa (I)
Avaliação de uma jornada (Imax e Imin )
Conclusão com peq.número de avaliações Obter I para mais
jornadas
Conclusão Probabilidade de superar LT
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