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UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENGENHARIA BIOMEacuteDICA

KEITY PRISCILE BARONI

Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia

Com Equipamento De Fluoroscopia

DISSERTACcedilAtildeO

CURITIBA

2015

1

KEITY PRISCILE BARONI

AVALIACcedilAtildeO DA DOSE OCUPACIONAL EM EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

COM EQUIPAMENTO DE FLUOROSCOPIA

Dissertaccedilatildeo apresentada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica Orientadora Profordf Drordf Anna Silvia Setti Penteado da Rocha

Curitiba 2015

2

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo

Baroni Keity Priscile

B266a Avaliaccedilatildeo da dose ocupacional em exame de uretrocistografia 2015 com equipamento de fluoroscopia Keity Priscile Baroni-- 2015

56 f il 30 cm Texto em portuguecircs com resumo em inglecircs Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Universidade Tecnoloacutegica Federal

do Paranaacute Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Curitiba 2015

Bibliografia p 52-56 1 Fluoroscopia 2 Radiologia meacutedica 3 Radiaccedilatildeo -

Dosimetria 4 Uretra - Doenccedilas 5 Engenharia biomeacutedica - Dissertaccedilotildees I Rocha Anna Silvia Penteado Setti da orient II Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute - Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica III Tiacutetulo

CDD Ed 22 -- 61028

Biblioteca Central da UTFPR Cacircmpus Curitiba

3

UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute

Campus Curitiba

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica

Tiacutetulo da Dissertaccedilatildeo Nordm 041

ldquoAvaliaccedilatildeo de dose ocupacional em exame de uretrocistografia com equipamento de fluoroscopiardquo

por

Keity Priscile Baroni

AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Fiacutesica Meacutedica

LINHA DE PESQUISA Fiacutesica meacutedica e Radiologia

Esta dissertaccedilatildeo foi apresentada como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do grau de MESTRE EM CIEcircNCIAS (MSc) ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica (PPGEB) ndash da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute (UTFPR) Campus Curitiba agraves 15h00min do dia 17 de setembro de 2015 O trabalho foi aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores

________________________________

Profordf Anna Silvia Penteado Setti da Rocha Drordf

(Presidente ndash UTFPR)

________________________________ Prof Marcelo AntoniassiDr

(UFPR)

________________________________ ProfordfNeysa Aparecida Tinoco Regattieri Drordf

(UTFPR)

Visto da coordenaccedilatildeo

________________________________ Profordf Leandra UlbrichtDrordf (Coordenadora do PPGEB)

4

Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim

dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de

mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais

difiacuteceis com muito carinho dedico

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas

obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a

satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos

Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade

Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila

compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo

Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos

emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento

Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os

dosiacutemetros utilizados

Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em

especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos

dosiacutemetros

A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela

compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia

Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes

a vida impotildee

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo

desse trabalho

6

RESUMO

Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo

dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo

Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos

anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho

foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram

realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara

de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros

termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais

especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o

procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para

avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados

revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na

horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma

diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se

apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura

do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite

Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito

de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila

Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e

Uretrocistografia

7

ABSTRACT

Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of

patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should

not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the

health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate

of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations

were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and

thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific

locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position

of the examination table was varied during exposure to assess whether this has

influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease

in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the

patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented

below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax

on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work

procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security

level

Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de

fluoroscopia20

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do

intensificador de imagens21

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de

fluoroscopia23

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde

foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B

e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo

espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de

um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no

experimento29

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os

posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a

bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento

dos espalhadores com a mesa na horizontal37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

horizontal38

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

vertical38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39

9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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Page 2: Avaliação Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1926/1/CT_PPGEB_M_Baroni... · Avaliação Da Dose Ocupacional Em Exame

1

KEITY PRISCILE BARONI

AVALIACcedilAtildeO DA DOSE OCUPACIONAL EM EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

COM EQUIPAMENTO DE FLUOROSCOPIA

Dissertaccedilatildeo apresentada como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ciecircncias do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica Orientadora Profordf Drordf Anna Silvia Setti Penteado da Rocha

Curitiba 2015

2

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo

Baroni Keity Priscile

B266a Avaliaccedilatildeo da dose ocupacional em exame de uretrocistografia 2015 com equipamento de fluoroscopia Keity Priscile Baroni-- 2015

56 f il 30 cm Texto em portuguecircs com resumo em inglecircs Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Universidade Tecnoloacutegica Federal

do Paranaacute Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Curitiba 2015

Bibliografia p 52-56 1 Fluoroscopia 2 Radiologia meacutedica 3 Radiaccedilatildeo -

Dosimetria 4 Uretra - Doenccedilas 5 Engenharia biomeacutedica - Dissertaccedilotildees I Rocha Anna Silvia Penteado Setti da orient II Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute - Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica III Tiacutetulo

CDD Ed 22 -- 61028

Biblioteca Central da UTFPR Cacircmpus Curitiba

3

UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute

Campus Curitiba

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica

Tiacutetulo da Dissertaccedilatildeo Nordm 041

ldquoAvaliaccedilatildeo de dose ocupacional em exame de uretrocistografia com equipamento de fluoroscopiardquo

por

Keity Priscile Baroni

AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Fiacutesica Meacutedica

LINHA DE PESQUISA Fiacutesica meacutedica e Radiologia

Esta dissertaccedilatildeo foi apresentada como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do grau de MESTRE EM CIEcircNCIAS (MSc) ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica (PPGEB) ndash da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute (UTFPR) Campus Curitiba agraves 15h00min do dia 17 de setembro de 2015 O trabalho foi aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores

________________________________

Profordf Anna Silvia Penteado Setti da Rocha Drordf

(Presidente ndash UTFPR)

________________________________ Prof Marcelo AntoniassiDr

(UFPR)

________________________________ ProfordfNeysa Aparecida Tinoco Regattieri Drordf

(UTFPR)

Visto da coordenaccedilatildeo

________________________________ Profordf Leandra UlbrichtDrordf (Coordenadora do PPGEB)

4

Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim

dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de

mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais

difiacuteceis com muito carinho dedico

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas

obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a

satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos

Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade

Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila

compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo

Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos

emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento

Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os

dosiacutemetros utilizados

Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em

especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos

dosiacutemetros

A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela

compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia

Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes

a vida impotildee

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo

desse trabalho

6

RESUMO

Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo

dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo

Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos

anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho

foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram

realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara

de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros

termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais

especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o

procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para

avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados

revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na

horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma

diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se

apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura

do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite

Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito

de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila

Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e

Uretrocistografia

7

ABSTRACT

Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of

patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should

not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the

health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate

of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations

were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and

thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific

locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position

of the examination table was varied during exposure to assess whether this has

influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease

in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the

patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented

below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax

on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work

procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security

level

Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de

fluoroscopia20

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do

intensificador de imagens21

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de

fluoroscopia23

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde

foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B

e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo

espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de

um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no

experimento29

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os

posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a

bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento

dos espalhadores com a mesa na horizontal37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

horizontal38

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

vertical38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39

9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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Page 3: Avaliação Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia …repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1926/1/CT_PPGEB_M_Baroni... · Avaliação Da Dose Ocupacional Em Exame

2

Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo

Baroni Keity Priscile

B266a Avaliaccedilatildeo da dose ocupacional em exame de uretrocistografia 2015 com equipamento de fluoroscopia Keity Priscile Baroni-- 2015

56 f il 30 cm Texto em portuguecircs com resumo em inglecircs Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Universidade Tecnoloacutegica Federal

do Paranaacute Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica Curitiba 2015

Bibliografia p 52-56 1 Fluoroscopia 2 Radiologia meacutedica 3 Radiaccedilatildeo -

Dosimetria 4 Uretra - Doenccedilas 5 Engenharia biomeacutedica - Dissertaccedilotildees I Rocha Anna Silvia Penteado Setti da orient II Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute - Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica III Tiacutetulo

CDD Ed 22 -- 61028

Biblioteca Central da UTFPR Cacircmpus Curitiba

3

UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute

Campus Curitiba

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica

Tiacutetulo da Dissertaccedilatildeo Nordm 041

ldquoAvaliaccedilatildeo de dose ocupacional em exame de uretrocistografia com equipamento de fluoroscopiardquo

por

Keity Priscile Baroni

AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Fiacutesica Meacutedica

LINHA DE PESQUISA Fiacutesica meacutedica e Radiologia

Esta dissertaccedilatildeo foi apresentada como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do grau de MESTRE EM CIEcircNCIAS (MSc) ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica (PPGEB) ndash da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute (UTFPR) Campus Curitiba agraves 15h00min do dia 17 de setembro de 2015 O trabalho foi aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores

________________________________

Profordf Anna Silvia Penteado Setti da Rocha Drordf

(Presidente ndash UTFPR)

________________________________ Prof Marcelo AntoniassiDr

(UFPR)

________________________________ ProfordfNeysa Aparecida Tinoco Regattieri Drordf

(UTFPR)

Visto da coordenaccedilatildeo

________________________________ Profordf Leandra UlbrichtDrordf (Coordenadora do PPGEB)

4

Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim

dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de

mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais

difiacuteceis com muito carinho dedico

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas

obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a

satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos

Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade

Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila

compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo

Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos

emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento

Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os

dosiacutemetros utilizados

Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em

especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos

dosiacutemetros

A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela

compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia

Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes

a vida impotildee

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo

desse trabalho

6

RESUMO

Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo

dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo

Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos

anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho

foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram

realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara

de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros

termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais

especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o

procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para

avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados

revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na

horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma

diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se

apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura

do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite

Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito

de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila

Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e

Uretrocistografia

7

ABSTRACT

Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of

patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should

not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the

health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate

of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations

were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and

thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific

locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position

of the examination table was varied during exposure to assess whether this has

influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease

in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the

patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented

below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax

on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work

procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security

level

Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de

fluoroscopia20

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do

intensificador de imagens21

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de

fluoroscopia23

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde

foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B

e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo

espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de

um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no

experimento29

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os

posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a

bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento

dos espalhadores com a mesa na horizontal37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

horizontal38

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

vertical38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39

9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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3

UNIVERSIDADE TECNOLOacuteGICA FEDERAL DO PARANAacute

Campus Curitiba

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica

Tiacutetulo da Dissertaccedilatildeo Nordm 041

ldquoAvaliaccedilatildeo de dose ocupacional em exame de uretrocistografia com equipamento de fluoroscopiardquo

por

Keity Priscile Baroni

AacuteREA DE CONCENTRACcedilAtildeO Fiacutesica Meacutedica

LINHA DE PESQUISA Fiacutesica meacutedica e Radiologia

Esta dissertaccedilatildeo foi apresentada como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do grau de MESTRE EM CIEcircNCIAS (MSc) ndash Aacuterea de Concentraccedilatildeo Fiacutesica Meacutedica pelo Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia Biomeacutedica (PPGEB) ndash da Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute (UTFPR) Campus Curitiba agraves 15h00min do dia 17 de setembro de 2015 O trabalho foi aprovado pela Banca Examinadora composta pelos professores

________________________________

Profordf Anna Silvia Penteado Setti da Rocha Drordf

(Presidente ndash UTFPR)

________________________________ Prof Marcelo AntoniassiDr

(UFPR)

________________________________ ProfordfNeysa Aparecida Tinoco Regattieri Drordf

(UTFPR)

Visto da coordenaccedilatildeo

________________________________ Profordf Leandra UlbrichtDrordf (Coordenadora do PPGEB)

4

Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim

dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de

mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais

difiacuteceis com muito carinho dedico

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas

obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a

satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos

Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade

Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila

compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo

Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos

emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento

Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os

dosiacutemetros utilizados

Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em

especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos

dosiacutemetros

A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela

compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia

Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes

a vida impotildee

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo

desse trabalho

6

RESUMO

Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo

dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo

Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos

anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho

foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram

realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara

de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros

termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais

especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o

procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para

avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados

revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na

horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma

diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se

apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura

do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite

Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito

de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila

Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e

Uretrocistografia

7

ABSTRACT

Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of

patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should

not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the

health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate

of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations

were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and

thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific

locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position

of the examination table was varied during exposure to assess whether this has

influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease

in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the

patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented

below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax

on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work

procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security

level

Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de

fluoroscopia20

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do

intensificador de imagens21

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de

fluoroscopia23

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde

foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B

e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo

espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de

um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no

experimento29

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os

posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a

bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento

dos espalhadores com a mesa na horizontal37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

horizontal38

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

vertical38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39

9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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4

Aos meus pais pelo amor carinho e apoio a mim

dedicados Ao meu marido que compartilhou tatildeo junto de

mim todas as fases desse trabalho e que com seu apoio me incentivou nos momentos mais

difiacuteceis com muito carinho dedico

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas

obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a

satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos

Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade

Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila

compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo

Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos

emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento

Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os

dosiacutemetros utilizados

Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em

especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos

dosiacutemetros

A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela

compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia

Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes

a vida impotildee

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo

desse trabalho

6

RESUMO

Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo

dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo

Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos

anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho

foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram

realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara

de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros

termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais

especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o

procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para

avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados

revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na

horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma

diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se

apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura

do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite

Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito

de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila

Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e

Uretrocistografia

7

ABSTRACT

Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of

patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should

not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the

health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate

of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations

were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and

thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific

locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position

of the examination table was varied during exposure to assess whether this has

influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease

in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the

patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented

below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax

on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work

procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security

level

Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de

fluoroscopia20

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do

intensificador de imagens21

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de

fluoroscopia23

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde

foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B

e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo

espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de

um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no

experimento29

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os

posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a

bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento

dos espalhadores com a mesa na horizontal37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

horizontal38

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

vertical38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39

9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que coloca em nossas vidas

obstaacuteculos que por vezes julgamos intransponiacuteveis mas que ao superaacute-los temos a

satisfaccedilatildeo de identificar o tamanho da forccedila que Dele recebemos

Ao meu marido pela paciecircncia parceria e cumplicidade

Agrave Professora Doutora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha pela confianccedila

compreensatildeo incentivo e orientaccedilatildeo

Ao fiacutesico Joatildeo Gilberto Tilly Jr pela colaboraccedilatildeo pelos equipamentos

emprestados e disponibilidade de auxiliar no experimento

Agrave Professora Msc Danielle Fillipov pelas ideias e pelo apoio com os

dosiacutemetros utilizados

Ao pessoal do Laboratoacuterio de Fiacutesica das Radiaccedilotildees Ionizantes da UTFPR em

especial a Akemi Yagui pelo suporte com os equipamentos de leitura dos

dosiacutemetros

A todos da minha famiacutelia por fazerem parte da minha vida e pela

compreensatildeo nos momentos de dificuldades e ausecircncia

Aos meus amigos que sempre compreenderam a distacircncia que muitas vezes

a vida impotildee

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuiacuteram para a realizaccedilatildeo

desse trabalho

6

RESUMO

Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo

dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo

Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos

anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho

foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram

realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara

de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros

termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais

especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o

procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para

avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados

revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na

horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma

diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se

apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura

do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite

Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito

de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila

Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e

Uretrocistografia

7

ABSTRACT

Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of

patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should

not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the

health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate

of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations

were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and

thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific

locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position

of the examination table was varied during exposure to assess whether this has

influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease

in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the

patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented

below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax

on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work

procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security

level

Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de

fluoroscopia20

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do

intensificador de imagens21

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de

fluoroscopia23

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde

foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B

e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo

espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de

um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no

experimento29

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os

posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a

bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento

dos espalhadores com a mesa na horizontal37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

horizontal38

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

vertical38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39

9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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6

RESUMO

Baroni Keity P Avaliaccedilatildeo Da Dose Ocupacional Em Exame De Uretrocistografia Com Equipamento De Fluoroscopia 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Ao longo da evoluccedilatildeo dos equipamentos e exames radioloacutegicos a exposiccedilatildeo

dos pacientes e trabalhadores envolvidos tem aumentado em grande proporccedilatildeo

Esta exposiccedilatildeo natildeo deve ser subestimada uma vez que acumulada ao longo dos

anos pode trazer riscos para a sauacutede do indiviacuteduo exposto O objetivo deste trabalho

foi verificar a taxa de exposiccedilatildeo de trabalhadores agrave radiaccedilatildeo ionizante Foram

realizadas simulaccedilotildees do exame de uretrocistografia utilizando-se de uma cacircmara

de ionizaccedilatildeo para verificar a taxa de exposiccedilatildeo colocando-se dosiacutemetros

termoluminescentes de em cada espalhador verificando a dose efetiva em locais

especiacuteficos do corpo do indiviacuteduo ocupacionalmente exposto durante o

procedimento A posiccedilatildeo da mesa de exames foi variada durante a exposiccedilatildeo para

avaliar se esta tem influencia na dose recebida pelos trabalhadores Os resultados

revelaram uma grande diminuiccedilatildeo da dose quando a posiccedilatildeo da mesa estaacute na

horizontal O aumento da distacircncia dos espalhadores ao paciente teve uma

diminuiccedilatildeo significativa da taxa de exposiccedilatildeo A maioria dos resultados se

apresentou abaixo dos limites preconizados poreacutem o dosiacutemetro colocado na altura

do toacuterax do espalhador posicionado mais proacuteximo ao paciente excedeu este limite

Portanto os procedimentos de trabalho devem ser sempre observados com o intuito

de manter os limites dentro de um niacutevel de seguranccedila

Palavras Chave Fluoroscopia Radioproteccedilatildeo Dosimetria Ocupacional e

Uretrocistografia

7

ABSTRACT

Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of

patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should

not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the

health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate

of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations

were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and

thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific

locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position

of the examination table was varied during exposure to assess whether this has

influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease

in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the

patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented

below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax

on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work

procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security

level

Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de

fluoroscopia20

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do

intensificador de imagens21

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de

fluoroscopia23

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde

foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B

e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo

espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de

um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no

experimento29

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os

posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a

bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento

dos espalhadores com a mesa na horizontal37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

horizontal38

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

vertical38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39

9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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7

ABSTRACT

Baroni Keity P Occupational Dose Evaluation In urethrocystography Exam With Fluoroscopy Equipment 2015 117 f Dissertaccedilatildeo ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em engenharia Biomeacutedica Universidade Tecnoloacutegica Federal do Paranaacute Curitiba 2015

Throughout the evolution of radiological equipment and tests the exposure of

patients and workers involved has increased to a great extent This exhibition should

not be underestimated since accumulated over the years can bring risks to the

health of the exposed individual The objective of this study was to determine the rate

of exposure of workers in an X-ray room Examining urethrocystography simulations

were performed using an ionization chamber to verify the exposure rate and

thermoluminescent dosimeters in each cap to check the effective dose in specific

locations of the individuals body occupationally exposed in the examen The position

of the examination table was varied during exposure to assess whether this has

influence on the dose received by the workers The results showed a large decrease

in dose when the table position is horizontally Increased distance spreaders of the

patient had a significant decrease in exposure rate The majority of results presented

below recommended limits but the dosimeter positioned at the height of the thorax

on the spreader lens closest to the patient exceeded this limit Therefore work

procedures should always be observed in order to keep within the limits of a security

level

Keywords Fluoroscopy Radiological Protection occupational dosimetry and urethrocystography

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de

fluoroscopia20

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do

intensificador de imagens21

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de

fluoroscopia23

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde

foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B

e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo

espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de

um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no

experimento29

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os

posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a

bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento

dos espalhadores com a mesa na horizontal37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

horizontal38

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

vertical38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39

9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de

fluoroscopia20

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do

intensificador de imagens21

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de

fluoroscopia23

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde

foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B

e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA25

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo

espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar26

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de

um leitor de TLD e agrave direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR28

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no

experimento29

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os

posicionamentos em antero-posterior axial Obliquo e perfil32

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando a

bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior33

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento

dos espalhadores com a mesa na horizontal37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

horizontal38

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo

vertical38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo39

9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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9

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de

acordo com seu posicionamento tiacutepico41

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical

para o meacutedico 142

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizozntal e vertical

para o meacutedico 243

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo43

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 145

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e

vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 146

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra47

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia17

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros39

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Horizontal40

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo

Vertical40

Tabela 5 Valores de Dose efetiva estimados para um ano40

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros41

Tabela 7 Valores de Dose efetiva estimados para um ano42

Tabela 8 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 9 Valores de Dose efetiva na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical44

Tabela 10 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa horizontal44

Tabela 11 Valores de Dose efetiva na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo

com a mesa vertical45

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a

cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal45

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon ndash Pareado47

11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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11

SUMAacuteRIO

Paacuteg

1 INTRODUCcedilAtildeO 12

11 OBJETIVOS 13

111 Objetivo geral 13

112 Objetivos especiacuteficos 13

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 14

21 A FLUOROSCOPIA 18

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA 23

23 DOSIMETRIA 26

24 GRANDEZAS E UNIDADES 28

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS 33

31 ENSAIO 33

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL 35

4 RESULTADOS 39

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 39

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP 41

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO 42

5 DISCUSSAtildeO 47

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 51

REFEREcircNCIAS 52

12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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12

1 INTRODUCcedilAtildeO

Pouco tempo apoacutes a descoberta dos raios X por Wilhelm Conrad Roumlntgen

em 8 de novembro de 1895 o equipamento de fluoroscopia foi inventado por

Thomas Alva Edison em 1896 e tecircm sido usado frequentemente em estudos

radioloacutegicos para avaliaccedilatildeo do movimento do meio de contraste radioloacutegico em

cavidades os chamados exames dinacircmicos

Hoje muito se evoluiu na construccedilatildeo destes equipamentos com a utilizaccedilatildeo

de intensificadores de imagem e monitores de televisatildeo que mostram em tempo real

a imagem radiograacutefica Isto tornou os equipamentos de Fluoroscopia indispensaacuteveis

em procedimentos radioloacutegicos e ciruacutergicos minimamente invasivos chamados de

intervencionistas como uroloacutegicos vasculares ortopeacutedicos dentre outras diversas

especialidades (SILVA et al 2008)

Conforme Martins (2011) uma das diferenccedilas entre a radiografia convencional

e a fluoroscopia eacute que a primeira utiliza uma maior intensidade de radiaccedilatildeo que eacute

medida pela corrente em mili Ampeacuteres (mA) Na fluoroscopia esta corrente eacute

reduzida pois o equipamento possui um sistema de intensificaccedilatildeo de imagem que

multiplica o sinal recebido pelos foacutetons de raios X Poreacutem a fluoroscopia eacute

responsaacutevel por maior dose de radiaccedilatildeande tempo de duraccedilatildeo dos procedimentos

no qual eacute utilizado alguns podem chegar agrave durar ateacute dezenas de minutos

Os meacutetodos intervencionistas e os exames radioloacutegicos contrastados satildeo

comumente responsaacuteveis pelo registro de dose ocupacional devido agrave frequecircncia

com que a equipe meacutedica deve permanecer na sala de exames seja para o

acompanhamento contenccedilatildeo injeccedilatildeo do contraste ou para a realizaccedilatildeo do

procedimento ciruacutergico (BONTRAGER 2010 ICRP 2000)

Diversos oacutergatildeos nacionais e internacionais (BRASIL 1998 ICRP 2000

Comunidade Europeia 2001) apontam para a real necessidade e indicaccedilatildeo da

execuccedilatildeo de exames radioloacutegicos que devido ao aumento dos avanccedilos

tecnoloacutegicos nesta aacuterea vem sendo utilizados inconsequentemente em detrimento

de um exame clinico e uma anamnese adequados Em muitas instituiccedilotildees

hospitalares o uso de exames radioloacutegicos faz parte de um protocolo e muitas vezes

poderia ser dispensado Este fato pode levar o doente a um acumulo de dose no

que se refere ao efeito estocaacutestico aleacutem da exposiccedilatildeo de trabalhadores a uma dose

que poderia ser evitada aumentando-se os custos com diagnoacutestico atraveacutes de

13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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13

exames complementares e muitas vezes natildeo essenciais para o acompanhamento

da evoluccedilatildeo da patologia

A utilizaccedilatildeo correta da fluoroscopia e o questionamento de rotinas de

diagnoacutestico satildeo fundamentais e devem ser discutidos entre uma equipe

multidisciplinas composta por fiacutesico tecnoacutelogo e meacutedico radiologista

Devido a este longo tempo de exposiccedilatildeo e a preocupaccedilatildeo em relaccedilatildeo a

quantidade de dose durante os processos a motivaccedilatildeo deste trabalho estaacute em

avaliar a taxa dose de radiaccedilatildeo na entrada da pele em indiviacuteduos ocupacionalmente

expostos com o intuito de realizar adequadaemnte enfatizando sobre a importacircncia

de se evitar a exposiccedilatildeo ocupacional

O trabalho seraacute voltado para o exame contrastado de uretrocistografia no

Hospital de Clinicas em Curitiba PR onde os meacutedicos utilizam a fluoroscopia digital

e processamento de imagens convencional

11 OBJETIVOS

111 Objetivo geral

Avaliar a dose de radiaccedilatildeo recebida pelos profissionais envolvidos em exame

contrastado de uretrocistografia utilizando equipamento de fluoroscopia

112 Objetivos especiacuteficos

Observar a rotina e frequecircncia de realizaccedilatildeo de exames na sala de exames

contrastados

Verificar os paracircmetros teacutecnicos utilizados na rotina de realizaccedilatildeo de exames

de uretrocistografia

Desenvolver simuladores para representaccedilatildeo dos indiviacuteduos

ocupacionalmente expostos

Avaliar a dose efetiva recebida nas superfiacutecies da tireoide cristalino toacuterax e

extremidades

Constatar as melhores maneiras de acompanhar o exame dentro da sala de

modo mais seguro conforme os procedimentos de radioproteccedilatildeo

14

2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA

A utilizaccedilatildeo das radiaccedilotildees ionizantes para o diagnoacutestico e terapia eacute uma

praacutetica comum e seus benefiacutecios satildeo inquestionaacuteveis Poreacutem mesmo havendo

justificativa para a realizaccedilatildeo do procedimento e comprovando seu real benefiacutecio em

detrimento ao risco ao paciente as normas de proteccedilatildeo radioloacutegica devem ser

utilizadas rigorosamente como preconiza a Comissatildeo Internacional em Proteccedilatildeo

Radioloacutegica (ICRP) O Desta forma o paciente deve receber a menor dose possiacutevel

de acordo com o princiacutepio ALARA (as low as reasonably achievable) para que se

diminua a probabilidade de ocorrecircncia de efeitos bioloacutegicos devido agrave exposiccedilatildeo agrave

radiaccedilatildeo

Poucos estudos satildeo encontrados aacute respeito da dose ocupacional em exames

contrastados com utilizaccedilatildeo de tecnologias combinadas de fluoroscopia para guiar o

procedimento associados agrave radiografia convencional A maioria dos trabalhos aborda

procedimentos de radiologia intervencionista por fluoroscopia pois esta representa

uma alta dose ocupacional por ser responsaacutevel por longos tempos de fluoroscopia

De qualquer forma para fins de proteccedilatildeo radioloacutegica os efeitos estocaacutesticos

devem ser considerados e mesmo com a incidecircncia de uma baixa dose efetiva de

radiaccedilatildeo devem ter seus iacutendices acompanhados tendo em vista a grande

frequecircncia de realizaccedilatildeo com que ocorrem estes procedimentos (Scremin 2006)

Os exames que utilizam a fluoroscopia satildeo responsaacuteveis pelas maiores

exposiccedilotildees ocupacionais O IRCP em 2010 aponta que as exposiccedilotildees ocupacionais

nestes exames estatildeo relacionadas agrave ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos afetando

principalmente oacutergatildeos como a tireoide e o cristalino O IRCP ainda recomenda o uso

de vestimentas plumbiacuteferas aleacutem de evitar as aacutereas onde ocorrem as maiores taxas

de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria proacuteximo ao tubo e ao paciente

O uso intensivo dos raios X em mudo contiacutenuo ou pulsado leva a equipe

meacutedica a receber altas doses que podem comprometer sua sauacutede com agravos

como cataratas ou cacircncer (FERRAZ amp MUumlHLEN 2011)

Lins L et al ( 2008) atraveacutes de um estudo com ratos expostos agrave uma baixa

dose de radiaccedilatildeo 03 gray (Gy) obtida com 70kV e 10mA e 30 segundos emitidos

por um equipamento odontoloacutegico verificou uma grande incidecircncia de hemorragia

cerebral e danos neuroloacutegicos No estudo 27 dos embriotildees das cobaias

15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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15

apresentaram hemorragia cerebral moderada e 73 hemorragia cerebral severa

aleacutem de danos ao tecido nervoso

Arbique ( 2006) aponta para o paciente uma dose de 035 mSvimagem e na

fluoroscopia 0039 mSvs A dose em gocircnadas representa 50 da dose efetiva de

entrada e este caracteriza o maior risco para o paciente

Sousa e Lanccedila (2013) obtiveram em seu estudo sobre dosimetria

ocupacional uma dose efetiva anual por teacutecnico de radiologia de 028 mSv para a

radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para os exames contrastados e 308

mSv para a radiologia intervencionista sobre o avental e 0513 mSv sob o avental

Silva LP et al (2008) avaliou a exposiccedilatildeo dos meacutedicos em cardiologia

intervencionista e verificou que a dose equivalente dos profissionais que usavam

protetor de tireoide foi de 03 mSv e sem protetor 29 mSv A dose equivalente no

toacuterax por fora do avental chegou a 24 mSv em matildeos 25 mSv no cristalino 09

mSv Este artigo demonstra com ecircnfase a grande importacircncia da utilizaccedilatildeo do

avental de chumbo que mostrou a reduccedilatildeo da dose em 10

Num estudo de Pinto et al (2008) verificou-se uma dose efetiva anual meacutedia

de 019 mSv a 039 mSv para os meacutedicos nos setores de radiologia convencional e

intervencionista respectivamente Neste mesmo estudo a dose efetiva em

extremidades para o meacutedico da radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Oliveira et al (2003) relata que os funcionaacuterios do setor de hemodinacircmica

satildeo expostos a maior dose meacutedia mensal de 032 mSv e do setor de

radiodiagnoacutestico estatildeo em segundo lugar tendo uma dose meacutedia de 012 mSv Os

funcionaacuterios do centro ciruacutergico apresentaram a maior dose meacutedia mensal de 013

mSv durante os procedimentos de ortopedia

Silva (2011) verificou as doses meacutedias na equipe de cardiologia e radiologia

intervencionista em um hospital universitaacuterio onde num periacuteodo de trecircs anos os

profissionais receberam em meacutedia 027 mSv e 010 mSv respectivamente no corpo

inteiro abaixo do avental e 154 mSv e 132 mSv respectivamente na altura do

ombro acima do avental

Alonso (2005) verificou as doses meacutedias anuais de meacutedicos de uma equipe

de hemodinacircmica de um hospital universitaacuterio durante cinco anos Neste periacuteodo os

seis meacutedicos receberam 171 mSv 382 mSv 354 mSv 433 mSv 372 mSv 793

mSv e 114 mSv Neste caso dos seis profissionais cujas doses foram avaliadas

16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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16

todos ultrapassaram o limite de 20 mSv como meacutedia anual preconizado pelas

normas nacionais Mesmo os que apresentaram valores a baixo de 20 mSv tiveram

em um ano uma dose meacutedia maior que 50 mSv que tambeacutem excede o limite

estabelecido na Portaria 453 (BRASIL 1998)

De acordo com Leyton et al (2014) estima-se que 42 dos indiviacuteduos

expostos a 100 mSv teratildeo um cacircncer independentemente da exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

e 1 teraacute um cacircncer induzido pela radiaccedilatildeo Este risco em crianccedilas pode ser trecircs a

quatro vezes maior e em populaccedilotildees com mais de 80 anos pode ser 50 menor

comparado com um grupo de pacientes adultos aleacutem disso eacute 38 maior em

mulheres que em homens

Exames contrastados em geral representam uma dose ocupacional maior

quando comparado a exames convencionais radiograacuteficos Um estudo voltado para

os teacutecnicos de radiologia chegou agrave valores de 7017x10-4mSvh e a um valor de

dose efetiva anual estimado em 130mSv enquanto exames radiograacuteficos

convencionais representam 0284 mSv ano ou seja 20 do valor dos exames

contrastados (SOUSA 2013)

O estudo de Travassos et al em 2009 sobre procedimentos pediaacutetricos

demonstra uma grande variaccedilatildeo entre as rotinas de exames devido agraves diferenccedilas

entre os casos dos pacientes Isto pode representar de 6 ateacute 18 exposiccedilotildees e de 82

a 1240 segundos de tempo de fluoroscopia Para os pacientes as doses de entrada

na pele podem variar de 112 a 2983 mGy

O CNEN em 2011 na norma CNEN-NN-301 estabelece como niacutevel de

registro uma dose efetiva maior que 02 mSv mensal por trabalhador O niacutevel de

investigaccedilatildeo estabelecido eacute de 1 mSv mensal ou 6 mSv anual para monitoraccedilatildeo

individual No que se refere agrave dose equivalente a Resoluccedilatildeo CNEN nordm 1192011

DOU 01122011 alterou o niacutevel de investigaccedilatildeo sendo que para pele matildeos e peacutes

eacute de 150 mSv por ano ou 20 mSv em qualquer mecircs Para o cristalino o niacutevel de

investigaccedilatildeo eacute de 6 mSv por ano ou 1 mSv em qualquer mecircs

A legislaccedilatildeo brasileira preconiza uma dose efetiva anual de 20 mSv por ano

na meacutedia de cinco anos consecutivos natildeo podendo ultrapassar 50mSv em qualquer

ano A dose equivalente anual natildeo deve exceder 500 mSv para extremidades e 150

mSv para o cristalino O niacutevel de registro estabelecido para monitoraccedilatildeo mensal do

tronco eacute de 010 mSv A mesma Portaria recomenda a utilizaccedilatildeo dos dosiacutemetros

17

para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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para a monitoraccedilatildeo de dose individual na altura do toacuterax sobre um avental de natildeo

menos que 025 mm de chumbo com protetor de tireoide para proteger a integridade

da sauacutede dos trabalhadores aleacutem da limitaccedilatildeo da dose e otimizaccedilatildeo dos

procedimentos radioloacutegicos (BRASIL 1998)

As instituiccedilotildees internacionais recomendam a utilizaccedilatildeo de dosiacutemetros

estrategicamente localizados nas aacutereas de interesse dos indiviacuteduos mais expostos

Deve-se colocar um abaixo do avental plumbiacutefero agrave altura do toacuterax direcionado para

a fonte de radiaccedilatildeo na altura da tireoide sobre o avental e um terceiro proacuteximo ao

cristalino ou na regiatildeo das matildeos Neste estudo satildeo abordadas estas regiotildees

indicadas (ICRP 2010)

Ambas exigem que a autoridade sanitaacuteria verifique se a instalaccedilatildeo radioloacutegica

oferece vestimentas de proteccedilatildeo individual adequadas para os profissionais

ocupacionalmente expostos aos pacientes e aos acompanhantes

Para o ICRP (2010) a cistografia e a uretrografia podem representar uma

dose meacutedia no paciente de 1 a 2 mSv um produto dose-aacuterea de 10 Gy cmsup2 e 6 Gy

cmsup2 respectivamente e dose efetiva de 18 mSv e 11 mSv respectivamente Neste

estudo satildeo abordados os dois exames da bexiga e da uretra juntamente conforma

eacute realizada a rotina no hospital

Em procedimentos uroloacutegicos a dose eficaz meacutedia para o meacutedico pode chegar

ateacute 127 μSv com carga horaacuteria meacutedia tiacutepica de 5 procedimentos por semana isso

pode implicar uma dose eficaz de 3 mSv por ano Esta carga de trabalho pode levar

a 8-25 mGy anuais quando se considera 30 a 100 Gy por processo nas matildeos e na

regiatildeo da cabeccedila e do pescoccedilo 5 a 10 mGy ao ano considerando 20 a 40 Gy por

procedimento conforme o ICRP (2010)

Um tempo de fluoroscopia meacutedia de 25 min a dose meacutedia de radiaccedilatildeo

recebida pode chegar para o meacutedico radiologista a 01 mSv por procedimento para

a enfermeira e o tecnoacutelogo que acompanham o exame chega a 004 mSv Numa

carga de trabalho anual prevista de 250 casos a dose recebida em extremidades eacute

de cerca de 40 mSv no cristalino de 25mSv e para o corpo inteiro eacute de 3mSv

bastante abaixo do limite anual sendo que por exemplo o limite de dose eacute de 500

mSv para extremidades (ICRP 2007b)

Os procedimentos uroloacutegicos geralmente estatildeo abaixo dos limites indicados

pela ICRP quando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo seguidos poreacutem

18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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18

quando ocorre o contraacuterio o acuacutemulo de diversas exposiccedilotildees pode causar lesotildees

Quando membros da equipe meacutedica estatildeo presentes na sala de exames satildeo

expostos a elevados niacuteveis de radiaccedilatildeo Esta exposiccedilatildeo depende do tempo

blindagem e carga de trabalho e pode ser reduzida aplicando protetores de radiaccedilatildeo

como a cortina de fluoroscopia e avental plumbiacutefero

Alguns efeitos que a fluoroscopia pode causar quando utilizada em um longo

tempo de exposiccedilatildeo estatildeo relacionados na tabela 1 Embora estes efeitos sejam

raros dentro dos setores de radiodiagnoacutestico seus limiares devem ser observados

para fins de comparaccedilatildeo com as doses utilizadas

Tabela 1 Limiares para ocorrecircncia de efeitos determiniacutesticos em fluoroscopia adaptado de ICRP 85

Efeito Limiar aproximado

de dose [Gy]

Tempo de apariccedilatildeo

do efeito

Minutos de

fluoroscopia para

uma taxa de alta

dose de 200

mGymin

Eritema imediato transiente

2 2-24 horas 10

Depilaccedilatildeo temporaacuteria 3 Aproximadamente 3 semanas

15

Depilaccedilatildeo permanente

7 Aproximadamente 3 semanas

35

Escamaccedilatildeo seca 14 Aproximadamente 4 semanas

70

Escamaccedilatildeo uacutemida 18 Aproximadamente 4 semanas

90

Ulceraccedilatildeo secundaacuteria

24 gt 6 semanas 120

Necrose deacutermica gt 12 gt 52 semanas 75

21 A FLUOROSCOPIA

O conceito de fluoroscopia tambeacutem conhecida como radioscopia origina-se

desde a descoberta dos raios X em o8 de novembro de 1895 quando Wilhelm

Conrad Roumlntgen visibilizou a fluorescecircncia de uma tela de platinocianuro de baacuterio

sob a exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo Poucos meses depois Thomas Alva Edison utilizou

telas de tungstato de caacutelcio que tambeacutem satildeo fluorescentes para construir o primeiro

fluoroscoacutepio (SILVA 2008)

19

Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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Lakowicz (2009) define fluorescecircncia como a capacidade de um material

emitir luz ao ser exposto a radiaccedilotildees como os raios catoacutedicos raios X ou Raios

Utra-violeta Este fenocircmeno ocorre quando um eleacutetron apoacutes ser excitado para um

niacutevel quacircntico de maior energia relaxa e retorna ao seu estado fundamental

liberando esta energia na forma de um foacuteton de luz

Enquanto o equipamento estaacute emitindo radiaccedilatildeo proporcionalmente formam-

se imagens da parte exposta que pode ser visibilizada em tempo real Desta forma

podem ser feitas gravaccedilotildees de viacutedeo e tomadas de imagens estaacuteticas de um

determinado momento importante facilitando o diagnoacutestico pela visibilizaaccedilatildeo de

diversos oacutergatildeo no corpo humano guiando implantes e cateteres ou ateacute mesmo

intervenccedilotildees ciruacutergicas minimamente invasivas (NOBREGA 2006)

Figura 1 ndash Antigo equipamento de radiologia que utilizava a teacutecnica de fluoroscopia Fonte Cejas 2011

Nobrega (2006) conta que no iniacutecio o observador ficava agrave frente da tela

fluorescente e qualquer movimentaccedilatildeo aparecia em tempo real Este

posicionamento acarretava em uma altiacutessima exposiccedilatildeo pois o feixe primaacuterio atingia

diretamente o profissional e vaacuterios oacutergatildeos bastante radiossensiacuteveis como cristalino

e tireoide como visto na figura 1

A evoluccedilatildeo da estrutura dos equipamentos levou a implantaccedilatildeo de uma

cacircmera que captura esta imagem e a mostra em um monitor de televisatildeo As

20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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20

imagens dinacircmicas podem ser observadas nestes monitores para acompanhamento

e gravadas para posterior avaliaccedilatildeo Imagens estaacuteticas podem ser obtidas de forma

analoacutegica quando captadas por um filme radioloacutegico ou digital quando captados por

placas de imagens Esta funccedilatildeo depende de cada equipamento utilizado

(BUSHONG 2010)

O equipamento de fluoroscopia possui um tubo que gera um feixe de raios X

com um poder de penetraccedilatildeo que varia conforme a diferenccedila de potencial (kVp)

entre os polos positivo e negativo aplicada A corrente aplicada ao filamento do tubo

(polo negativo) determina a quantidade de eleacutetrons que atingiratildeo o alvo (polo

positivo) a produziratildeo os feixes de raios X Nestes paracircmetros nada se difere do

equipamento convencional poreacutem um importante componente que distingue o

fluoroscoacutepio eacute intensificador de imagem uma estrutura eletrocircnica que converte em

luz os feixes de raios X recebidos aumentando a intensidade de sinal dos mesmos

(BONTRAGER amp LAMPIGNANO 2010)

Figura 2 ndash Desenho esquemaacutetico demonstrando a estrutura interna do intensificador de imagens

Fonte Adaptado de wwworauorg

Como demonstra o esquema da figura 2 O tubo intensificador eacute constituiacutedo

de um invoacutelucro de vidro Os feixes que atingem a placa tem sua energia convertida

em luz Esta luz atinge o fotocaacutetodo de ceacutesio e antimocircnio que emite eleacutetrons a partir

da sensibilizaccedilatildeo onde o sinal pode ser multiplicado em ateacute 75 vezes Estes satildeo

dirigidos ao anodo que eacute constituiacutedo de sulfeto de zinco caacutedmio e eacute chamado de

foacutesforo de saiacuteda devido a uma diferenccedila de potencial aplicada de 25 kV A

intensificaccedilatildeo da energia gera uma luz de alta intensidade onde o ganho de brilho

21

pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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pode chegar em ateacute 30 mil vezes Finalmente o sinal eacute convertido em luz

novamente na tela de saiacuteda que estaacute acoplado a uma cacircmera que transmite a

imagem para o monitor de onde o exame pode ser acompanhado

instantaneamente (MARTINS 2008 BUSHONG 2010)

Conforme Bushong (2010) a imagem formada pelo feixe de raios X eacute

convertida em luz visiacutevel de alta intensidade aumentando a acuidade visual devido

ao brilho ser captado na regiatildeo dos cones do olho humano

A ampliaccedilatildeo da imagem pode ser feita diretamente pelo tubo da fluoroscopia

e estaacute relacionada com o ponto focal dos eleacutetrons acelerados O tubo multicampo

trabalha com trecircs foacutesforos de entrada de tamanhos diferentes Quanto menor o

tamanho da entrada mais proacuteximo eacute o ponto focal e maior a imagem eacute demonstrada

Para compensar a magnificaccedilatildeo o equipamento aumenta a corrente aumentando a

dose no paciente poreacutem aumentando a resoluccedilatildeo espacial e de contraste da

imagem na fluoroscopia

Outros recursos podem ser utilizados como o ajuste do brilho pela tela do

monitor a possibilidade de se ter vaacuterios monitores para que mais observadores

possam acompanhar a gravaccedilatildeo da imagem para posterior manipulaccedilatildeo aleacutem do

modo pulsado no qual o feixe de raios X pulsa periodicamente a cada segundo para

evitar exposiccedilatildeo desnecessaacuteria O controle de brilho eacute uma caracteriacutestica importante

na fluoroscopia e que pode ser manipulado para deixar mais confortaacutevel para a visatildeo

humana o que favorece o diagnoacutestico Para obter o maacuteximo de detalhes na imagem

eacute necessaacuterio aumentar o niacutevel de brilho O controle deve ser feito por meio dos

fatores de tensatildeo e corrente e dependem da estrutura examinada e anatomia do

paciente Geralmente deve-se utilizar uma alta tensatildeo e baixa corrente para

minimizar a dose (BUSHONG 2010 BONTRAGER 2010 NOBREGA 2006)

Alguns tipos de equipamentos como os arcos em C o tubo fica em baixo da

mesa outros como os equipamentos telecomandados o tubo encontra-se acima da

mesa e o receptor de imagem em baixo Estes equipamentos denominam-se

telecomandados pois podem ser manipulados pelo lado de fora da sala em uma

mesa de comando Estes possuem um controle da mesa e do tubo permitindo que

ela tenha uma grande amplitude de movimentos que podem ser controlados por uma

sala geralmente separada por uma parede com vidro plumbiacutefero para que todos os

movimentos sejam observados O console de um equipamento de fluoroscopia

22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

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possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

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Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

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Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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22

digital eacute muito mais complexo Possui mais funccedilotildees e geralmente satildeo utilizados dois

monitores um para acessar informaccedilotildees do paciente e outro para a manipulaccedilatildeo da

imagem (BUSHONG 2010 NOBREGA 2006) Neste trabalho seraacute utilizado um

equipamento de radiologia telecomandado com sistema de fluoroscopia utilizado

para a realizaccedilatildeo de exames contrastados como pode ser verificado na figura 3

Figura 3 ndash Imagem do equipamento telecomandado com sistema de fluoroscopia

Fonte Adaptado do cataacutelogo da Siemens em httpwwwsiemenscomeg

Durante a exposiccedilatildeo na fluoroscopia utiliza-se normalmente uma corrente de

baixiacutessima intensidade aproximadamente menos de 5 mAs poreacutem devido ao longo

tempo de exposiccedilatildeo este eacute um dos exames no qual a dose no paciente eacute maior

quando comparada agrave uma radiografia convencional O controle da tensatildeo pode ser

feito de maneira automaacutetica por um sistema de controle automaacutetico de exposiccedilatildeo

(CAE) e depende da estrutura que estaacute sendo exposta mas para ambos existe a

possibilidade de alteraccedilatildeo e controle por parte do operador (BUSHONG 2010

CARROLL 2007)

As imagens fluoroscoacutepicas satildeo adquiridas na forma de pulso progressivo ou

seja vaacuterias imagens durante um determinado espaccedilo de tempo aparecendo em

sequencia no monitor O tempo para se adquirir estas imagens satildeo de 100ms

antecedidos de 1 ms de tempo de apuraccedilatildeo e precedidos de 1 ms de tempo de

extinccedilatildeo Esta forma de aquisiccedilatildeo eacute uma maneira de reduzir a dose no paciente e

23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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23

preservar o tubo que poderia desgastar-se por aquecimento (BUSHONG 2010)

Costa et al (2009) afirmam que a colocaccedilatildeo de filtros de cobre ou de

alumiacutenio ou ateacute mesmo quando associados aumentam a qualidade das imagens e

permite consideraacutevel reduccedilatildeo na dose de radiaccedilatildeo Este tipo de equipamento possui

internamente agrave saiacuteda do tubo alguns filtros de cobre e a possibilidade de seleccedilatildeo

de sua espessura ( de 1 a 3 mm) para que haja reduccedilatildeo de dose e melhora da

qualidade do feixe de raios X

A captura da imagem digital na fluoroscopia eacute feita por meio de um dispositivo

de carga acoplada (DCA ou sigla CCD em inglecircs charge-coupled device) que eacute um

semicondutor composto por uma placa de siliacutecio com micro fileiras de pixels

formando uma matriz de tamanho 2048x2048 Quando o siliacutecio eacute iluminado gera um

sinal eleacutetrico para os pixels formando a imagem Estes dispositivos tem uma

resposta linear e satildeo bastante sensiacuteveis agrave luz desta maneira tem menor ruiacutedo do

que a cacircmera utilizada na fluoroscopia convencional Isto resulta numa alta razatildeo

sinal ruiacutedo melhor alcance dinacircmico e boa resoluccedilatildeo de contraste

Bushong (2010) e Nobrega (2006) enumeram as vantagens do DCA como a

alta resoluccedilatildeo espacial a baixa dose no paciente a vida ilimitada a resposta linear

a reduccedilatildeo de dose no paciente etcNos equipamentos mais modernos pode ser

substituiacutedo por um receptor de imagem de placa plana (RITP) de iodeto de ceacutesio ou

siliacutecio amorfo Estes satildeo tambeacutem associados aos monitores de tela plana (Flat

pannel) tem a vantagem de serem mais leves possuirem mais brilho e acomodam

melhor a visatildeo Estes dispositivos vem sendo largamente utilizados em fluoroscopia

de imagem intervencionista

22 PROTECcedilAtildeO RADIOLOacuteGICA EM FLUOROSCOPIA

Para Carroll (2007) o uso de intensificadores de imagem eacute responsaacutevel por

uma grande parte da dose recebida no radiodiagnoacutestico A reduccedilatildeo de dose pode

ser feita de vaacuterias maneiras mas uma das mais eficazes eacute a reduccedilatildeo do tempo de

emissatildeo do feixe

Os trecircs princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica tempo distancia e blindagem

defendidos pela portaria 45398 devem ser sempre utilizados O tempo no qual um

indiviacuteduo fica exposto eacute proporcional agrave quantidade de radiaccedilatildeo recebida assim o

trabalhador deve permanecer o menor tempo possiacutevel em sala poreacutem durante

24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

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Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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24

alguns exames eacute necessaacuteria a presenccedila de alguns profissionais para contenccedilatildeo

acompanhamento ou realizaccedilatildeo de procedimentos imediatos ao exame

Para o ICRP ( 2007) os tempos prolongados de fluoroscopia podem causar o

aparecimento de lesotildees na pele Um tempo maior que 90 minutos em modo

fluoroscopia (003 Gymin) pode levar a epilaccedilatildeo temporaacuteria

De acordo com Travassos et al (2009) e La Salvia et al (2011) o tempo de

fluoroscopia eacute muito variaacutevel durante o exame pois depende da qualidade do

equipamento radioloacutegico do grau de conhecimento e habilidade do radiologista da

experiecircncia do teacutecnico em radiologia da dificuldade do exame da cooperaccedilatildeo do

paciente da regiatildeo do tamanho e da patologia que esta sendo examinada A dose

recebida pelo paciente e espalhada aleacutem dos fatores citados acima eacute dependente

tambeacutem das teacutecnicas radiograacuteficas empregadas e do tamanho do paciente Neste

caso os outros dois princiacutepios devem ser rigorosamente empregados

Manter distancia da fonte de radiaccedilatildeo eacute um meacutetodo eficaz Quando falamos

da fonte de radiaccedilatildeo a dose se reduz ao quadrado da distacircncia Poreacutem quando

falamos em fluoroscopia o paciente torna-se uma fonte devido agrave radiaccedilatildeo espalhada

pelo seu corpo e esta regra jaacute natildeo eacute vaacutelida Sousa e Soares (2008) afirmam que

quando os biombos natildeo satildeo utilizados dois passos de distacircncia da mesa de exame

pode reduzir pela metade a radiaccedilatildeo secundaacuteria A figura 4 representa a curva do

KERMA (acrocircnimo de kinetic energy released per unit mass) ao redor do

equipemnto onde se observa que a uma altura de aproximadamente 125 cm acima

do chatildeo eacute onde ocorre o pico de energia depositada devido ao espalhamento

causado pelo corpo do paciente

Figura 4 ndash Curvas das medidas do Kerma com a mesa horizontal e vertical onde foram utilizados em A e C fluoroscopia contiacutenua 63kV 08mA com anti-isowatt e B e D fluoroscopia contiacutenua 110kV 3mA

Fonte Adaptado do Manual Siemens AXIOM Iconos R200

25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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25

A figura 5 ilustra as curvas de taxa de dose da radiaccedilatildeo secundaacuteria que

ocorre devido a interaccedilatildeo da radiaccedilatildeo com o corpo do paciente e o ar Pode-se

verificar que o cristalino e a tireoide satildeo aacutereas bastante atingidas Isto ocorre devido

ao posicionamento do tubo que no caso foi colocado acima do paciente Em

equipamentos utilizados na hemodinacircmica ou em centros ciruacutergicos esta posiccedilatildeo

pode ser invertida Conforme Bontrager amp Lampigano (2010) e Nobrega (2006) com

o tubo abaixo do paciente garante a diminuiccedilatildeo da radiaccedilatildeo espalhada e os oacutergatildeos

radiossensiacuteveis natildeo seriam tatildeo expostos poreacutem nos equipamentos de fluoroscopia

telecomandados tipicamente utilizados em exames contrastados esta natildeo eacute uma

opccedilatildeo existente

Figura 5 ndash Curvas das medidas da taxa de dose demonstrando a radiaccedilatildeo espalhada pela interaccedilatildeo com o corpo do paciente e com o ar

O uso de equipamentos telecomandados possibilita ao teacutecnico realizar seu

trabalho sem que esteja exposto agrave radiaccedilatildeo ionizante devido as manipulaccedilotildees pelo

painel de comando poreacutem alguns casos exigem sua presenccedila dentro da sala de

exames durante o disparo Neste momento o uso do vestimentas de chumbo eacute

fundamental O uso do modo de congelamento de imagem e fluoroscopia pulsada

tambeacutem podem ajudar agrave reduzir a dose ocupacional (TILLY JR 2010)

Conforme a legislaccedilatildeo a blindagem eacute de uso obrigatoacuterio nos serviccedilos de

radiologia visando a proteccedilatildeo dos profissionais que executam os exames Neste

caso quando possiacutevel o trabalhador deve posicionar-se atraacutes de uma barreira

26

protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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protetora como um biombo de chumbo ou uma parede baritada Quando tiver que

permanecer na sala de exames deve utilizar o avental plumbiacutefero e o protetor de

tireoide com 05mm de equivalente de chumbo (BRASIL 1998 BRASIL 2005)

Para Carroll (2007) alguns meios de reduzir a dose satildeo o uso de bons

intensificadores de imagem com alta capacidade de conversatildeo alta sensibilidade

de contraste e resoluccedilatildeo espacial aleacutem do uso da colimaccedilatildeo e da filtraccedilatildeo adicional

de cobre que evitam a formaccedilatildeo de radiaccedilatildeo espalhada

23 DOSIMETRIA

O uso de monitoraccedilatildeo individual eacute obrigatoacuterio dentro das salas de exames ele

deve ser utilizado na altura do peito e fornece a dose efetiva ocupacional Para o

valor demonstrado devemos considerar que o colete plumbiacutefero atuou como barreira

e o corpo por baixo do colete temos que aplicar um fator de 110 para astimar a dose

efetiva (BRASIL 1998) De acordo com a legislaccedilatildeo nacional a dose efetiva do

indiviacuteduo ocupacionalmente exposto deve ser limitada em 20 mSv meacutedia de cinco

anos consecutivos natildeo podendo exceder 50 mSv em um uacutenico ano Outra garantia

que assegura a sauacutede do trabalhador eacute a legislaccedilatildeo trabalhista que por meio das

NR 7 e 9 exige a realizaccedilatildeo de exames perioacutedicos que incluem o hemograma com

contagem de plaquetas

Os dosiacutemetros termoluminescentes (TLD) satildeo detectores de radiaccedilatildeo

utilizados para a verificaccedilatildeo da dose ocupacional Eles devem possuir caracteriacutesticas

fundamentais tais como ser tecido equivalente ser passiacutevel de calibraccedilatildeo

adequado para o modo de aplicaccedilatildeo e intensidade do feixe Para captar a dose

ocupacional o ideal eacute que o dosiacutemetro funcione no modo integraccedilatildeo ou seja

acumular dose durante o mecircs todo para posterior leitura (TAUHATA 2003)

A luminescecircncia eacute a capacidade de emitir luz apoacutes uma preacutevia excitaccedilatildeo

(BATISTA 2011) Os dosiacutemetros TL possuem este nome porque fornecem uma

resposta luminosa quando aquecidos que eacute proporcional agrave exposiccedilatildeo que houve agrave

radiaccedilatildeo Quando aquecido seus cristais restauram-se e voltam ao seu estado

normal podendo ser reutilizado

Existem diversos tipos de dosiacutemetros termoluminescentes cada um com

composiccedilotildees e aplicaccedilotildees diferentes Os dosiacutemetros satildeo materiais ceracircmicos de

faacutecil aplicaccedilatildeo devido ao seu reduzido tamanho e variaacutevel aplicabilidade Os que

27

possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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possuem base de Liacutetio como os LiFMgTi LiFMgCuP e Li2B4O7Mn satildeo os mais

comumente utilizados na dosimetria devido agrave sua equivalecircncia com o tecido Devido

agraves suas diferentes composiccedilotildees eles possuem aplicaccedilotildees distintas para tipos de

radiaccedilatildeo ou determinadas faixas de doses

Os dosiacutemetros compostos por Fluoreto de Liacutetio (LiF-100) tecircm caracteriacutesticas

de absorccedilatildeo da radiaccedilatildeo de tecidos moles Possui um nuacutemero atocircmico efetivo de

82 densidade de 264 x 10 sup3 kgmsup3 e temperatura de pico de 195degC Eacute sensiacutevel para

doses de 5 mrad (50 microGy) com doses superiores a 10 rad (01 Gy) possui exatidatildeo

maior que 5 Poreacutem mais sensiacutevel que o LiF-100 o MCP (LiFMgCuP) ou seja

fluoreto e liacutetio dopado com magneacutesio comparado com os demais ele possui maior

estabilidade de respostas podendo ser utilizado dosimetria para baixas ou altas

energias (DUGGAN 2004) Poreacutem para doses maiores que 30kGy o MCP pode

apresentar um comportamento discrepante (OBRYK et al 2013)

A leitura destes dosiacutemetros eacute feita por um equipamento associado a um

computador que estaacute sendo ilustrado na figura 6 Este equipamento aquece os

dosiacutemetros fornecendo uma resposta de forma graacutefica que demonstra a uma curva

da luminosidade emitida em funccedilatildeo da temperatura Os valores fornecidos satildeo

convertidos em dose baseados na calibraccedilatildeo feita por uma cacircmara de ionizaccedilatildeo

(PODGORSAK 2005)

Figura 6 ndash Agrave esquerda Ilustraccedilatildeo esquemaacutetica que demonstra a parte interna de um leitor de TLD e agrave

direita a leitora do laboratoacuterio da UTFPR

28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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28

Outro tipo de detector de radiaccedilatildeo muito utilizado eacute a cacircmara de ionizaccedilatildeo

pode ser utilizada para verificaccedilatildeo de doses instantaneamente Segundo Tauhata

(2003) ela coleta os sinais atraveacutes dos pares de iacuteons gerados dentro do volume

sensiacutevel do detector Diferentes transferecircncias lineares de energia (LET) possibilitam

a funccedilatildeo de discriminaccedilatildeo de partiacutecula Camadas de acuacutemulo de partiacuteculas satildeo

necessaacuterias para melhorar a eficiecircncia de detecccedilatildeo de radiaccedilatildeo na mediccedilatildeo de

foacutetons de alta energia mas eles devem ser removidos quando medir foacutetons de baixa

energia (10-100 keV) Devido a sua estabilidade eacute muito utilizada como instrumento

de calibraccedilatildeo para outros instrumentos (PODGORSAK 2005)

Figura 7 ndash Cacircmara de Ionizaccedilatildeo posicionada para a verificaccedilatildeo da dose no experimento

24 GRANDEZAS E UNIDADES

Quando falamos em dosimetria para melhor compreensatildeo torna-se

necessaacuterio o conhecimento de algumas grandezas e unidades radioloacutegicas

O Kerma nome derivado de um acrocircnimo do inglecircs Kinectic Energy Released

per unit of Mass que eacute a energia liberada por unidade de massa Eacute aplicaacutevel a

foacutetons e necircutrons O kerma quantifica a meacutedia da energia transferida indiretamente

das radiaccedilotildees ionizantes para os eleacutetrons por unidades de massa A unidade de

kerma eacute Joule por quilograma (J kg) mas seu nome usual eacute o gray (Gy) onde 1

onde 1 Gy = 1 Jkg (PODGORSAK 2005)

Nem toda interaccedilatildeo gera transferecircncia de energia em razatildeo de diferentes

formas de interaccedilatildeo e materiais mas para a energia absorvida existe a unidade

29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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29

Dose absorvida (D) que eacute definida como a quantidade de energia absorvida em um

determinado ponto por unidade de massa Sua unidade tambeacutem eacute o gray mas

antigamente tambeacutem era utilizado o rad onde 100 rad=1 Gy (TAUAHATA 2005

PODGORSAK 2005)

A Dose Equivalente (HT) eacute a dose absorvida meacutedia em oacutergatildeo ou tecido

humano seu conceito vem da equivalecircncia para produzir o mesmo efeito bioloacutegico

atraveacutes de diferentes radiaccedilotildees Sua unidade tambeacutem eacute dada por joule por quilo

mas no sistema internacional eacute dado por Sievert (Sv) O equivalente de dose pode

ser aplicado em um oacutergatildeo especiacutefico quando o equivalente de dose eacute multiplicado

por um fator (Wt)que corresponde agrave radiossensibilidade do tecido definido pelo

ICRP 26 e ICPR 60 (TAUAHATA 2005)

Ateacute agora as grandezas citadas relacionam a energia pela quantidade de

massa mas a Exposiccedilatildeo eacute a relaccedilatildeo com a carga de iacuteons liberados em uma massa

de ar Sua unidade eacute o Coulomb por quilo no sistema internacional que se equivale

agrave unidade especial roentgen (R) na proporccedilatildeo de 1R= 258 x10-4 Ckg

(TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005)

As condiccedilotildees dos trabalhadores da radiologia meacutedica satildeo monitoradas pelos

dosiacutemetros mensalmente e tem a finalidade de estimar sua dose efetiva e em

alguns casos sua dose equivalente no cristalino e extremidades A ldquodose efetivardquo eacute a

grandeza que estima o risco total da induccedilatildeo de efeitos estocaacutesticos provenientes de

uma exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo

25 EFEITOS BIOLOacuteGICOS DA RADIACcedilAtildeO

Os efeitos bioloacutegicos da radiaccedilatildeo satildeo classificados em estocaacutesticos e

determiniacutesticos Os estocaacutesticos satildeo aqueles acumulados ao longo do tempo agrave cada

exposiccedilatildeo e natildeo dependem de limiares jaacute os determiniacutesticos acontecem logo apoacutes

as exposiccedilotildees em dias ou horas que acontecem quando o dano ao tecido eacute muito

grande e o organismo natildeo consegue se recuperar a tempo levando agrave perda de

ceacutelulas (TAUAHATA 2005 PODGORSAK 2005 TILLY 2010)

Os limiares para os efeitos determiniacutesticos vatildeo de 150 mSv que se atingisse

os testiacuteculos causaria esterilidade temporaacuteria ateacute 25000 mSv que sobre a pele

poderia causar necrose Estes valores satildeo baseados em evidecircncias de grandes

30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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30

acidentes nucleares mas em radiologia diagnoacutestica eacute pouco provaacutevel que venham a

ocorrerem Dificilmente a realizaccedilatildeo dos exames contrastados iraacute atingir a dose

limiar para o efeito determiniacutestico pois o tempo para cada captura de imagem dura

apenas poucos segundos

Mesmo somando os tempos de todas as tomadas de fluoroscopia de um

exame completo contrastado de uretrocistografia tiacutepico o limiar miacutenimo estimado

para o efeito determiniacutestico natildeo seraacute atingido Desta maneira a principal

preocupaccedilatildeo a respeito de dose na fluoroscopia eacute com o efeito estocaacutestico

Este efeito eacute grande importacircncia para os pacientes poreacutem de muito maior

importacircncia para os trabalhadores que diariamente acompanham os procedimentos

26 EXAME DE URETROCISTOGRAFIA

Escolhemos o exame de uretrocistografia devido a sua grande frequecircncia na

rotina diaacuteria jaacute que corresponde a 20 de todos os exames contrastados realizados

na instituiccedilatildeo estudada considerando um periacuteodo de quatro anos consecutivos

Aleacutem disso existe a necessidade de se fazer a injeccedilatildeo de contraste iodado via

ureteral e para isto a presenccedila de um meacutedico radiologista um meacutedico residente e do

auxiliar de enfermagem na sala de exames eacute necessaacuteria em certos momentos

Este trabalho engloba os dois tipos de uretrocistografia a miccional e a

retroacutegrada A uretrocistografia retroacutegrada geralmente realizada em homens eacute

utilizada a pinccedila de Knutson para a fixaccedilatildeo da glande injeccedilatildeo do meio de contraste

e posicionamento do pecircnis para o estudo da uretra masculina em casos de trauma e

obstruccedilatildeo A miccional geralmente indicada para crianccedilas para o estudo de refluxo

vesico ureteral e infecccedilotildees por repeticcedilatildeo ou mulheres para estenoses de uretra

Dependendo da indicaccedilatildeo e da idade do paciente a quantidade de exposiccedilotildees pode

variar

As tomadas em fluoroscopia satildeo feitas para visualizaccedilatildeo do fluxo do contraste

pelo corpo do paciente antes da utilizaccedilatildeo da radiografia Em meacutedia foram

constatadas 12 aquisiccedilotildees de imagem por exame sendo que para cada uma destas

satildeo feitas de uma a trecircs escopias para verificar o correto posicionamento do

paciente antes de adquirir a imagem no filme convencional

Logo apoacutes a preparaccedilatildeo da sala a execuccedilatildeo do exame inicia-se com uma

31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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31

radiografia do abdome em projeccedilatildeo acircntero-posterior (AP) com o paciente em

decuacutebito dorsal Esta serve como guia para a teacutecnica radiograacutefica verficaccedilatildeo do

preparo abdominal e outras anomalias anatocircmicas

Para as proacuteximas aquisiccedilotildees eacute inserido um cateter na uretra para a injeccedilatildeo do

contraste Geralmente satildeo feitas imagens radiograacuteficas em projeccedilotildees antero-

posterior obliacutequas e perfil ateacute o completo enchimento da bexiga com o contraste

iodado diluiacutedo Para o estudo de micccedilatildeo muitos serviccedilos tecircm o haacutebito de elevar a

mesa para a posiccedilatildeo vertical para tornar esta fase mais confortaacutevel As mesmas

projeccedilotildees podem ser utilizadas Para finalizar o estudo uma ultima radiografia do

abdome eacute feita para verificar o esvaziamento e a presenccedila de refluxo vesicoureteral

Os principais posicionamentos estatildeo demonstrados na figura 8 as imagens

fazem um protocolo baacutesico que deve incluir pelo menos as sete incidecircncias listadas

- Uma imagem preacutevia sem contraste na projeccedilatildeo (AP)

- Uma imagem em AP com a bexiga cheia de contraste

- Duas imagens em posiccedilatildeo obliacutequa Para a direita e para a esquerda

- Uma miccional em AP e se necessaacuterio obliacutequas miccionais

- Aleacutem de uma poacutes-miccional com a bexiga vazia

Outras imagens podem ser incluiacutedas dependendo da patologia demonstrada

Figura 8 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia demonstrando os posicionamentos em

antero-posterior axial Obliquo e perfil Fonte Adaptado de Bontrager (2010 P 559-560)

32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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32

As principais indicaccedilotildees para o exame satildeo Infecccedilatildeo do trato urinaacuterio trauma

obstruccedilatildeo da uretra avaliaccedilatildeo de infecccedilatildeo urinaacuteria de repeticcedilatildeo refluxo vesico

ureteral e anomalias congecircnitas da bexiga e da uretra Tambeacutem eacute indicado para

pacientes que sofreram um trauma da pelve e consequente trauma de uretra ou

pacientes poacutes-tratamento de cacircncer de proacutestata reto ou colo de uacutetero com

radioterapia pois esta pode afetar o canal urinaacuterio Vaacuterios destes pacientes tecircm

dificuldades de movimentar-se e por isso precisam ser acompanhados dentro da

sala de exames pelos profissionais adequados (Bontrager e Lampigano 2010

Travassos et al 2009)

Em crianccedilas este exame eacute bastante comum e leva um agravante quando se

trata de dose pois haacute necessidade de imobilizaccedilatildeo que geralmente acontece

atraveacutes de algum profissional A dose de entrada na pele e em gocircnadas deve ser

controlada devido ao risco inerente agrave idade

Figura 9 ndash Imagens ilustrativas do exame de uretrocistografia masculina (acima) e feminina (abaixo)

demonstrando a bexiga uretra e ureteres com contraste iodado em seu interior

33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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33

3 MATERIAIS E MEacuteTODOS

Este trabalho foi realizado em Hospital Universitaacuterio na cidade de Curitiba no

setor de Radiologia Utilizamos nesta pesquisa o equipamento Telecomandado do

modelo ICONOS R100 da marca SIEMENS com o intensificador de imagem com

30 cm de diacircmetro Este equipamento utiliza a fluoroscopia digital mas as imagens

satildeo processadas de maneira convencional As imagens pulsadas foram de 30qs

com pixels de 1024x512matriz de 10 bits e filtragem digital

Primeiramente foi realizado um levantamento da quantidade de exames

anuais do numero de imagens feitas por procedimento da rotina dos exames

comportamento e posicionamentos dentro da sala de exames

Um ensaio foi feito com os paracircmetros verificados de uma maneira mais

simplificada que resultou na elaboraccedilatildeo de um artigo cientiacutefico

31 ENSAIO

Para a elaboraccedilatildeo de um ensaio teacutecnico foram utilizados 4 galotildees de 95 litros

de aacutegua com dimensotildees de 30 cm x 25 cm x 18 cm como espalhadores de radiaccedilatildeo

para simular o corpo de quatro indiviacuteduos ocupacionalmente expostos dois meacutedicos

um teacutecnico em radiologia e um auxiliar de enfermagem Estes foram dispostos nas

posiccedilotildees tiacutepicas e colocados a uma altura de 127 m do piso Para representar o

paciente utilizamos um tronco de manequim preenchido com aacutegua e colocado sobre

a mesa de exames Foram colocados na parte frontal e central de cada espalhador

dosiacutemetros TLD para monitoraccedilatildeo individual De forma complementar um monitor

de radiaccedilatildeo marca RADCAL CORP de seacuterie 17828 com cacircmara de ionizaccedilatildeo de

180 cm3 foi posicionado agrave frente dos espalhadores e efetuaram-se as medidas das

taxas de dose

A mesa foi colocada em duas posiccedilotildees diferentes Uma na horizontal

representando o paciente em decuacutebito dorsal com distacircncia foco centro do

espalhador de 95 cm distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do

meacutedico 2 ao paciente de 100 cm distacircncia meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 80 cm e

distacircncia enfermagem ao paciente de 300 cm Foram feitas trecircs fluoroscopias

antecedendo cada radiografia Para as fluoroscopias foi utilizada a teacutecnica de 85 kVp

34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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TRAVASSOS Leonardo Vieira et al Avaliaccedilatildeo das doses de radiaccedilatildeo em uretrocistografia miccional de crianccedilas Radiol Bras v 42 p 21-5 2009 httpwwwscielobrpdfrbv42n106pdf

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34

e 22 mAs Para as radiografias 85 kVp 816 mAs 292 ms com foco fino e

colimaccedilatildeo no tamanho de um cassete 24X30cm A disposiccedilatildeo dos elementos estaacute

demonstrada na figura 10 onde podemos obervar os espalhadores que representam

a enfermagem e os meacutedicos agrave esquerda e o tronco que representa o paciente sobre

a mesa

Para a simulaccedilatildeo da posiccedilatildeo ortostaacutetica foram mantidos os espalhadores haacute

127 m do piso com distacircncia foco centro do espalhador (paciente) de 95 cm

distacircncia do meacutedico 1 ao paciente de 60 cm distacircncia do meacutedico 2 ao paciente de

96 cm distacircncia do meacutedico 1 ao meacutedico 2 de 90 cm distacircncia da enfermagem ao

paciente de 220 cm Foram feitas trecircs escopias para cada radiografia A fluoroscopia

com teacutecnica de 87 kVp e 24 mA Para as radiografias foram utilizadas as teacutecnicas

de 85 kVp 816 mAs 292 ms e foco fino Esta disposiccedilatildeo pode ser visualizada na

figura 11

Para que os dosiacutemetros TL tivessem uma leitura suficiente fizemos a

simulaccedilatildeo da rotina totalizando 150 exposiccedilotildees com trecircs tomadas de escopias

antes de cada exposiccedilatildeo Os dados foram coletados e analisados

Figura 10 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na horizontal

35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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35

Figura 11 ndash Arranjo do ensaio com a mesa na vertical

Como no ensaio foi verificado que a dose recebida pelos indiviacuteduos mais

afastados era muito baixa foi decidido utilizar apenas as posiccedilotildees dos dois meacutedicos

pois apresentavam valores mais relevantes

32 EXPERIMENTO DE DOSIMETRIA OCUPACIONAL

Para a medida da dose ocupacional foram feitas simulaccedilotildees de posiccedilotildees de

exames onde na sala permaneceriam duas pessoas representadas pelos bonecos

Como espalhador foi utilizado o mesmo tronco de manequim masculino

preenchido com aacutegua Para o lugar dos meacutedicos que geralmente acompanham o

paciente na sala foram utilizados dois manequins masculinos preenchidos com aacutegua

mas sem o avental plumbiacutefero e protetor de tireoide

A disposiccedilatildeo destes manequins estaacute demonstrada pelo esquema da figura 12

que representa duas plantas baixas com a mesa posicionada de forma horizontal e

vertical respectivamente onde o ponto laranja denominaremos de meacutedico 1 e o

ponto azul de meacutedico 2

36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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36

Figura 12 ndash Planta baixa da sala com marcaccedilatildeo dos pontos de posicionamento dos

espalhadores com a mesa na horizontal

Cada um dos manequins teve suas articulaccedilotildees vedadas e seu interior

preenchido por aacutegua para produzir o espalhamento da radiaccedilatildeo Eles foram

posicionados de maneira que o espalhador mais proacuteximo ficasse a 60cm do centro

do espalhador e segundo ficasse a 110cm Os dosiacutemetros MCP foram posicionados

entre os olhos no pescoccedilo no toacuterax e nas matildeos Estas posiccedilotildees para cada

simulador e em cada posiccedilatildeo da mesa horizontal e vertical com podemos observar

as figuras 13 e 14 respectivamente

Uma cacircmara de ionizaccedilatildeo foi posicionada do lado oposto do primeiro boneco

para complementar as medidas de dose Podemos observar seu posicionamento na

figura 15

As medidas primeiramente foram feitas com dosiacutemetros LiF-100 poreacutem estes

natildeo apresentaram resultados significativos devido a falhas teacutecnicas e a baixa

sensibilidade para o meacutetodo A dose total utilizada para a elaboraccedilatildeo do

experimento foi baixa para resultar em valores significativos aleacutem disso o acrescimo

de filtraccedilatildeo de cobre pode terreduzido a mesma significativamente Posteriormente

foram utilizados os dosiacutemetros MCP e removida a filtraccedilatildeo o que demonstrou uma

resposta mais significativa

37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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37

Figura 13 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo horizontal

Figura 14 ndash Foto da medida de dosimetria ocupacional com a mesa na posiccedilatildeo vertical

38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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38

Figura 15 ndash Foto do posicionamento da cacircmara de ionizaccedilatildeo

Os lotes foram devidamente calibrados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo conforme

os dados relacionados na tabela 2 As mesmas teacutecnicas habituais foram utilizadas

tanto para a escopia quanto para as radiografias Foram feitas 10 radiografias e

quinze minutos de escopia para cada posiccedilatildeo da mesa

Tabela 2 Valores utilizados para a calibraccedilatildeo dos dosiacutemetros

Tensatildeo (kVp)

Corrente (mAs)

Tempo (ms)

Dose Integrada (mGy)

1 90 32 1259 2651

2 90 32 1250 5296

3 90 32 1257 7954

4 90 32 1260 1061

5 90 32 1261 1326

39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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39

4 RESULTADOS

41 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

No ensaio como resultado das leituras da cacircmara de ionizaccedilatildeo para cada

trecircs fluoroscopias e uma radiografia obtivemos os seguintes valores apresentados

na Tabela 3 para a mesa posicionada horizontalmente Na Tabela 4 estatildeo

relacionados os valores obtidos para a mesa posicionada verticalmente

Tabela 3 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Horizontal

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGymin)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGy min)

Meacutedico 1 29881 0133 98798

Meacutedico 2 7900 0057 10281

Enfermagem 0456 0018 0052

Operador 0035 0017 0113

Vidro 0076 0013 0061

Tabela 4 Valores obtidos na Cacircmara de Ionizaccedilatildeo com Mesa na posiccedilatildeo Vertical

Espalhador

Meacutedia Fluoroscopia

(microGy min)

Desvio Padratildeo

Fluoroscopia

Radiografia

(microGymin)

Meacutedico 1 34429 0137 90775

Meacutedico 2 29529 0005 55180

Enfermagem 4779 0023 6060

Operador 0099 0013 0113

Vidro 0070 0040 zero

Projetando estes valores para um ano consideramos o tempo e quantidade

de 10 imagens para cada exame e o valor da meacutedia anual de exames realizados

que foi de 368 uretrocistografias Os resultados podem ser obervados na Tabela 5 a

seguir

Tabela 5 Valores de Dose aborvida estimados para um ano

Espalhador

Mesa Horizontal (microGy)

Mesa Vertical (microGy)

Soma (microGy)

Meacutedico 1 202499 208524 411022

Meacutedico 2 36516 154477 190992

Enfermagem 1518 21917 23435

Operador 0234 0431 0665

40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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40

Os dados da tabela 3 e 4 estatildeo dispostos comparativamente no graacutefico 2

Verificar a grande diferenccedila entre o trabalhador que fica atraacutes de barreira de

proteccedilatildeo os que em pregam uma certa distacircncia aleacutem da diferenccedila entre as doses

recebidas devido agraves grafias e as escopias

Graacutefico 1 ndash Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu

posicionamento tiacutepico

Jaacute a leitura os dosiacutemetros apresentada na tabela 6 apresentaram resultado

em apenas dois que foram colocados no espalhador mais proacuteximo ao paciente um

somente na posiccedilatildeo horizontal recebeu 02mSv e outro que permaneceu em ambas

posiccedilatildeo da mesa que recebeu 03mSv os demais receberam apenas a dose de

fundo (background) ou seja menor que 02 mSv

Tabela 6 Valores de Dose efetiva nos dosiacutemetros

Dosiacutemetros Posiccedilatildeo

Momento

Leitura

mensal

(microSv)

Estimativa

anual

(microGy)

1 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na horizontal BG -

2 Frente espalhador 1 acima do avental Todo procedimento 02 736

3 Frente espalhador 1 acima do avental Somente na vertical BG -

4 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na horizontal BG -

5 Frente espalhador 2 acima do avental Todo procedimento 03 1104

6 Frente espalhador 2 acima do avental Somente na vertical BG -

7 Frente espalhador 3 acima do avental Todo procedimento BG -

8 Frente espalhador 1 abaixo do avental Todo procedimento BG -

9 Frente espalhador 2 abaixo do avental Todo procedimento BG -

10 Frente espalhador 3 abaixo do avental Todo procedimento BG -

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Meacutedico 1 Meacutedico 2 Enfermagem Operador Vidro

Comparaccedilatildeo entre as quantidades de dose recebidas por profissional de acordo com seu posicionamento tiacutepico

Escopia Horizontal

Grafia Horizontal

Escopia Vertical

Grafia Vertical

microGy

41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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41

42 EXPERIMENTO COM OS DOSIacuteMETROS MCP

No experimento a dosimetria foi realizada com os dosiacutemetros MCP O desvio

padratildeo ficou em 127 nas leituras Para os 15 minutos de escopia com 10 grafias

em cada posiccedilatildeo da mesa pudemos obter os resultados dispostos na tabela 7 e

comparados no graacutefico 2 abaixo

Tabela 7 Valores de Dose absorvida estimados para um ano

Local

Posicionado

Dose Total

Mesa Horizontal

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Horizontal

(microGy)

Dose Total

Mesa Vertical

(mGy)

Desvio Padratildeo

Mesa Vertical

(microGy)

Cristalino Meacutedico 1 1144 0081 1800 0032

Tireoacuteide Meacutedico 1 0800 0174 1599 0099

Toacuterax Meacutedico 1 1399 0042 2327 0244

Matildeo Direita Meacutedico 1 0674 0018 1919 0009

Matildeo Esquerda Meacutedico 1 0541 0001 0908 0052

Cristalino Meacutedico 2 0220 0031 0944 0053

Tireoacuteide Meacutedico 2 0317 0003 1195 0046

Toacuterax Meacutedico 2 0276 0005 1374 0131

Matildeo Direita Meacutedico 2 0000 0000 1120 0011

Matildeo Esquerda Meacutedico 2 0082 0008 0000 0000

Graacutefico 2 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

00

05

10

15

20

25

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

Toacuterax Meacutedico1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

Matildeo EsquerdaMeacutedico 1

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 1

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

microGy

42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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42

Graacutefico 3 ndash Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

43 EXPERIMENTO COM CAcircMARA DE IONIZACcedilAtildeO

A cacircmara de ionizaccedilatildeo colocada agrave esquerda do paciente tanto nas grafias

como nas escopias obteve os seguintes resultados demonstrados nas tabelas 8 9

10 e 11 e relacionados no graacutefico 4

Graacutefico 4 ndash Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo

00

02

04

06

08

10

12

14

16

CristalinoMeacutedico 2

Tireoacuteide Meacutedico2

Toacuterax Meacutedico 2 Matildeo DireitaMeacutedico 2

Matildeo EsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para o meacutedico 2

Dose TotalMesa Horizontal (mGy)

Dose TotalMesa Vertical(mGy)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Grafia Mesa Vertical Grafia Mesa Horizontal Escopia Mesa Vertical Escopia MesaHorizontal

Valores de dose total em microGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo

43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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43

Tabela 8 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Escopia horizontal KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 86 21 0 a 05 4458

44580 0743000

2 86 22 05 a 6 4432 4444 4458 44447 0740778

3 86 23 3 a 6 4772 4792 4816 47933 0798889

4 86 23 6 a 9 4781 4774 4812 47890 0798167

5 86 23 9 a 12 4757 4789 4769 47717 0795278

6 86 23 12 a 15 4795 4781 4799 47917 0798611

0786344

Tabela 9 Valores de Dose absorvida na escopia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a

mesa vertical

Escopia Vertical KV mA Tempo

medida 1

medida 2

medida 3

meacutedia (microGymin)

meacutedia (microGys)

1 93 28 0 a 3 7775 779 7783 7783 1297111

2 93 28 3 a 6 7689 7747 7803 7746 1291056

3 93 28 6 a 9 779 7725 7783 7766 1294333

4 93 28 9 a 12 7795 7811 7775 7794 1298944

5 93 28 12 a 15 779 7818 7811 7806 1301056

12965

Tabela 10 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa horizontal

Grafia horizontal KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose 1 - microGyminuto

Dose 1 - microGysegundo

1 90 3218 2562102 1256 15430 257 032

2 90 3218 2564143 1255 15430 257 032

3 90 3218 2564143 1255 14190 237 030

4 90 3218 2566188 1254 18450 308 039

5 90 3218 2566188 1254 49330 822 103

6 90 3218 2566188 1254 69240 1154 145

7 90 3218 2568236 1253 34400 573 072

8 90 3218 2568236 1253 26830 447 056

9 90 3218 2570288 1252 47070 785 098

10 90 3218 2568236 1253 22870 381 048

soma 90000 32180 256639 125390 313240 5221 654

media 9000 3218 25664 12539 31324 522 065

desv pad 000 000 024 012 18486 308 039

44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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44

Tabela 11 Valores de Dose absorvida na grafia estimados com a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical

Grafia vertical KV mAs mA

Tempo (ms)

Dose (microGyminuto) Dose (microGys)

1 9000 3218 25662 12540 70590 1177 148

2 9000 3218 25662 12540 51160 853 107

3 9000 3218 25662 12540 68570 1143 143

4 9000 3218 25621 12560 72780 1213 152

5 9000 3218 25641 12550 47030 784 098

6 9000 3218 25662 12540 79600 1327 166

7 9000 3218 25682 12530 41760 696 087

8 9000 3218 25662 12540 39990 667 084

9 9000 3218 25662 12540 58480 975 122

10 9000 3218 25662 12540 35590 593 074

soma 90000 32180 256578 125420 565550 9426 1182

media 9000 3218 25658 12542 56555 943 118

desv pad 000 000 016 008 15606 260 033

Tabela 12 Valores de Dose efetiva na grafia comparados entre os dosiacutemetros e a cacircmara de ionizaccedilatildeo com a mesa vertical e horizontal

Posiccedilatildeo da Mesa Dosiacutemetro na

altura do toacuterax

Dosiacutemetro na altura do cristalino

Dosiacutemetro na altura da tireoacuteide

Cacircmara de Ionizaccedilatildeo

Vertical 2327 1801 1599 11787

Horizontal 1399 1144 0800 07143

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

0

1

1

2

2

3

Dosiacutemetro naaltura do toacuterax

Dosiacutemetro naaltura do cristalino

Dosiacutemetro naaltura da tireoacuteide

Cacircmara deIonizaccedilatildeo

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Vertical

Horizontal

45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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45

Graacutefico 6 ndash Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara

de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

A anaacutelise estatiacutestica das diferenccedilas entre os valores dados para as diferentes

posiccedilotildees das mesas foi verificada com o programa ACTION pois o teste T de

Wilcoxon para amostras pareadas que baseia-se nos postos das diferenccedilas

intrapares demonstrando que as diferenccedilas entre as duas situaccedilotildees satildeo

estatisticamente significativas Os resultdos estatildeo plotados no graacutefico 7 e

relacionados na tabela 13

Tabela 13 - Teste De Wilcoxon - Pareado

Informaccedilatildeo Valor

V 54

P-valor 000390625

Hipoacutetese Nula 0

Meacutetodo Wilcoxon signed rank test

(Pseudo) Mediana 080641439

Intervalo de Confianccedila 95

Limite Inferior 0507793012

Limite Superior 1024099974

32 22 39

19 15 6 9 8 0

2 50

45

65

54 25 26 33 38 31

0

150

50

50

500 500

150

50 50

500 500

CristalinoMeacutedico 1

TireoacuteideMeacutedico 1

ToacuteraxMeacutedico 1

Matildeo DireitaMeacutedico 1

MatildeoEsquerdaMeacutedico 1

CristalinoMeacutedico 2

TireoacuteideMeacutedico 2

ToacuteraxMeacutedico 2

Matildeo DireitaMeacutedico 2

MatildeoEsquerdaMeacutedico 2

Valores de dose total em mGy para a mesa na posiccedilatildeo horizontal e vertical para a cacircmara de ionizaccedilatildeo e dosiacutemetros do meacutedico 1

Dose Total com Mesa Horizontal em 368 exames por ano (mSv)

Dose Total com Mesa Vertical em 368 exames por ano (mSv)

Limites anuais de dose Equivalente efetiva ocupacional (mSv)

46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

52

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46

Graacutefico 7 ndash Dotplot das diferenccedilas da amostra

-05 00 05 10 15

Dotplot das diferenccedilas das amostras

Limite Inferior Limite Superior (Pseudo) Mediana Hipoacutetese Nula

47

5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

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5 DISCUSSAtildeO

Atraveacutes do Graacutefico 1 podemos comparar os resultados obtidos pela cacircmara

de ionizaccedilatildeo com a mesa nas duas diferentes posiccedilotildees e verificarmos uma

diminuiccedilatildeo da dose recebida pelos trabalhadores de 3 para o medico 1 podendo

chegar a uma reduccedilatildeo de 93 para o enfermeiro O operador e o dosiacutemetro

colocado atraacutes do vidro natildeo receberam doses significativas sendo seu valor

praticamente nulo

Para a leitura dosimeacutetrica feita no ensaio se considerarmos o resultado dos

dosiacutemetros que obteve a maior leitura 030 mSv e multiplicarmos este valor pela

meacutedia de vinte e oito exames de uretrocistografia mensais obteremos o valor de

056 mSv Os valores mensais maiores que 02 mSv estatildeo no niacutevel de registro

valores maiores que 12 mSv estatildeo no niacutevel de Investigaccedilatildeo e valores maiores que 4

mSv como os encontrados estatildeo caracterizados no niacutevel de intervenccedilatildeo (Tauhata

2003) Portanto considerando apenas este tipo de exame que nesta instituiccedilatildeo

representa 20 do total a dose estaria em niacutevel de registro conforme os criteacuterios da

CNEN

Se projetarmos os valores acima para o intervalo de ano teremos 684 mSv

que estaacute dentro limite anual estabelecido pela portaria 453 (BRASIL 1998) O

trabalho de Sousa (2013) fez o levantamento dosimeacutetrico em exames contrastados

chegando a um valor de 130 mSv no mesmo periacuteodo Ressaltamos que este exame

representa apenas um quinto do total executado no estabelecimento estudado

poreacutem a maioria dos demais exames natildeo exige uma frequecircncia tatildeo grande da

presenccedila de pessoas na sala de exames

A realizaccedilatildeo de fluoroscopias tem grande significacircncia no aumento da dose

uma vez que para o primeiro espalhador esta representa aproximadamente um terccedilo

da dose de uma radiografia (Travassos 2009 Sousa 2013 Martins 2011) Como

em meacutedia foi verificada a realizaccedilatildeo de trecircs fluoroscopias para cada radiografia

praticamente a dose total duplica para este primeiro espalhador com o uso da

fluoroscopia

O experimento feito com os dosiacutemetros LiF 100 foi inconclusivo devido agrave

baixa exposiccedilatildeo recebida pelos mesmos Isto correu devido a adiccedilatildeo de filtros de

cobre que estatildeo inseridos entro do cabeccedilote do aparelho Sua seleccedilatildeo faz com que

48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

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48

o feixe de raios X tenha uma maior penetrabilidade e menor dispersatildeo da radiaccedilatildeo

secundaacuteria melhorando inclusive as imagens radioloacutegicas como descrito por Costa

et al em 2009 Conforme Nicholson (1995) o uso da filtraccedilatildeo adicional de 7mm de

cobre reduz de 57 a 70 da radiaccedilatildeo secundaacuteria

Desta maneira um novo experimento teve que ser feito utilizando dosiacutemetros

com maior sensibilidade (MCP) e removendo as filtraccedilotildees adicionais Dessa maneira

O experimento com os dosiacutemetros MCP e com a cacircmara de ionizaccedilatildeo permitiu

verificar baixas doses recebidas e diferenciar as provenientes das grafias e as da

escopia

Primeiramente os Graacuteficos 2 e 3 demonstram com clareza que a posiccedilatildeo

vertical da mesa eacute sempre a que apresenta maior dose Na posiccedilatildeo do meacutedico 2

podemos verificar praticamente um aumento de cinco vezes a dose na altura do

toacuterax quando a mesa fica na posiccedilatildeo vertical Isto ocorre devido ao retro

espalhamento do feixe de raios X quando este atinge o espalhador que representa o

paciente O toacuterax do meacutedico 1 eacute o que recebe maior valor de dose independente da

posiccedilatildeo da mesa poreacutem com a mesa na vertical esta dose fica 66 maior A tiroide

no caso da mesa vertical recebe o dobro da dose da mesa horizontal Tanto o toacuterax

quanto a tireoide estatildeo protegido geralmente pelo avental plumbiacutefero portanto a

dose verificada deve ser dividida por 10 para se poder estimar o que realmente o

trabalhador recebe

Existem alguns locais nos quais natildeo se tem o costume de usar proteccedilatildeo

Neste caso o cristalino recebe uma dose eacute bastante significativa e aumenta em 57

com a verticalizaccedilatildeo da mesa As matildeos do meacutedico 1 tambeacutem recebem uma dose

significativa devido a sua posiccedilatildeo logo ao lado da mesa de exames

A uacutenica medida que ultrapassa os limites anuais eacute a do toacuterax do meacutedico 1 na

mesa vertical As outras quando comparadas aos limites anuais natildeo ultrapassam o

limite preconizado

As taxas de doses obtidas para a fluoroscopia na cacircmara de ionizaccedilatildeo para a

mesa horizontal e vertical respectivamente foram 0786 e 1297 microSvs Estas estatildeo

abaixo do que foi encontrado por Arbque em 2006 de 390 microSvs em um

intensificador de imagens Para as grafias foram encontrados 522 microSv e 943microSv

por imagem bem abaixo tambeacutem dos 350 microSv por imagem encontrado pelo autor

A dose efetiva anual encontrada por Sousa e Lanccedila em 2013 por teacutecnico de

49

radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

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radiologia de 028 mSv para a radiologia convencional 130 mili-sievert (mSv) para

os exames contrastados e 308 mSv para a radiologia intervencionista sobre o

avental e 0513 mSv sob o avental Estaacute bem abaixo do que encontramos quando

projetamos as doses verificadas para um ano considerando uma meacutedia de 368

exames por ano Neste caso sobre o toacuterax foram estimados 387 mSv e 651 mSv

para a mesa horizontal e vertical respectivamente Estes dados poreacutem estatildeo bem

acima dos encontrados por Oliveira et al (2003) no setor de hemodinacircmica de 384

mSv anuais Estatildeo acima tambeacutem os dados estimado por Silva (2011) de 1584

mSv anuais para os meacutedicos cardiologistas acima do avental plumbiacutefero

Comparando o estudo de Silva LP et al em 2008 onde avaliou a exposiccedilatildeo

dos meacutedicos em cardiologia intervencionista e verificou que a dose equivalente dos

profissionais em cristalino 052 Sv considerando 1500 procedimentos por ano Em

um ano estimamos para o meacutedico 1 com a mesa na vertical o maacuteximo de 504 mSv

considerando 368 exames em um ano Poreacutem se considerarmos os mesmos 1500

exames poderiacuteamos neste ponto chegar agrave 12905 Sv

Agrave respeito da dose recebida mas extremidades encontramos como resultado

para a dose anual os valores meacutedios para o meacutedico 1 de 168 mSv e 396 mSv para

a mesa horizontal e vertical respectivamente Comparando com o trabalho de Pinto

et al de 2008 na radiologia intervencionista chegou aacute 7643 mSv

Alonso 2005 estimou a dose de seis profissionais da hemodinacircmica sendo

que a meacutedia entre elas resultou em 374 mSv anuais que condiz com as doses

meacutedias encontradas entre as situaccedilotildees dos experimento entre as dierentes

posiccedilotildees dos meacutedicos e das mesas de 375 mSv

Observamos uma grande vantagem em realizar as exposiccedilotildees com a mesa

na horizontal ou seja o paciente em decuacutebito A posiccedilatildeo ortostaacutetica normalmente

usada na fase miccional do exame para maior conforto do paciente resulta na maior

exposiccedilatildeo dos trabalhadores A fase miccional pode ser feita em decuacutebito e em

alguns casos eacute necessaacuteria como por exemplo em pacientes parapleacutegicos Como a

movimentaccedilatildeo da mesa eacute automaacutetica a implementaccedilatildeo desta accedilatildeo pode ser

facilmente empregada e resultaraacute em uma grande reduccedilatildeo de dose para os

trabalhadores

O uso de vestimentas de proteccedilatildeo plumbiacuteferas eacute imprescindiacutevel para a

realizaccedilatildeo de qualquer forma de exposiccedilatildeo durante exames radioloacutegicos (Soares

50

2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

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2011) pois pode reduzir de 60 a 95 da dose recebida de radiaccedilatildeo O afastamento

do feixe primaacuterio tambeacutem funciona como uma forma de proteccedilatildeo radioloacutegica devido

ao decaimento da intensidade da radiaccedilatildeo ao inverso do quadrado da distacircncia

Como pudemos observar no levantamento o espalhador que estava posicionado

mais proacuteximo ao feixe primaacuterio obteve uma dose maior que o dobro do segundo

espalhador

Por mais que esta traga facilidade no serviccedilo de radiologia principalmente

para pacientes em situaccedilotildees mais delicadas verificando o posicionamento

adequado antes de se radiografar um uso menor da funccedilatildeo de fluoroscopia deve

ser preconizado O posicionamento pode ser verificado atraveacutes de pontos de

referecircncia superficiais no paciente por exemplo

Durante a revisatildeo da literatura verificou-se a inexistecircncia de artigos que se

enquadrassem perfeitamente no molde deste estudo Poreacutem foram encontrados

diversos estudos sobre a exposiccedilatildeo ocupacional a radiaccedilotildees ionizantes Estes

concentram-se principalmente nas doses recebidas pelos profissionais pela

utilizaccedilatildeo de equipamentos de fluoroscopia Todos afirmam que esta a funccedilatildeo

requer maior atenccedilatildeo em termos de exposiccedilatildeo individual pela ocorrecircncia de doses

efetivas e equivalentes (cristalino e extremidades) mais elevadas

51

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

ser diminuiacutedos com pequenas mudanccedilas na rotina de serviccedilo como reduccedilatildeo do

tempo de exposiccedilatildeo mudanccedilas no posicionamento da mesa e aumento da

distancia pelo trabalhador da fonte e do paciente Vale ressaltar que o uso dos

equipamentos de proteccedilatildeo radioloacutegica como aventais e protetores de tiroide oacuteculos

e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

pela praacutetica diaacuteria e se corrigir os paracircmetros teacutecnicos em que as doses se

mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

mudanccedila de haacutebitos como a diminuiccedilatildeo da utilizaccedilatildeo da observaccedilatildeo pela

fluoroscopia considerando a dose que forneceraacute ao paciente

No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

sugere-se como proposta futura a realizaccedilatildeo de um estudo semelhante realizado

em diversos exames contrastados na radiologia realizando a dosimetria in vivo nos

na proacutepria rotina de trabalho

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Os valores levantados estatildeo dentro dos limites preconizados poreacutem podem

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e luvas plumbiacuteferas poderiam diminuir significativamente a dose equivalente

recebida pelos oacutergatildeos sensiacuteveis como cristalino e tireoide aleacutem de reduzir a dose

nas extremidades observando os princiacutepios de proteccedilatildeo radioloacutegica

Considerando que a maior dose foi verificada na altura do toacuterax do

profissional que fica mais proacuteximo ao paciente devemos sugerir outras medidas de

contenccedilatildeo e acompanhamento do mesmo para que haja reduccedilatildeo nesta medida

Treinamento com base nestes resultados e o comprometimento da equipe

com vistas na proteccedilatildeo radioloacutegica satildeo fundamentais para a melhoria do serviccedilo e

reduccedilatildeo da dose nos trabalhadores

A quantificaccedilatildeo da dose de radiaccedilatildeo em um determinado exame eacute tarefa

relevante pois existe a oportunidade de definir o real niacutevel de exposiccedilatildeo produzido

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mostraram eventualmente elevadas A mudanccedila na praacutetica requer colaboraccedilatildeo e

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No seguimento deste trabalho para poder tirar conclusotildees mais precisas

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