NEUROCINCIA COGNITIVA
Tatiane Milani
Pedagoga e Mestre em Neurocincias
NEUROCINCIA
Neurocincia o estudo do sistema nervoso: sua
estrutura, seu desenvolvimento, funcionamento,
evoluo, relao com o comportamento e a mente,
e tambm suas alteraes.
Neurocincia cognitiva vincula o sistema nervoso ao processamento cognitivo.
NEUROPEDAGOGIA
A Neuropedagogia se atm a um principio bsico: como
o crebro humano aprende e como retm este
aprendizado.
Estudar e compreender o crebro como propulsor do
aprendizado e levar isto para a escola considerando
acima de tudo os mtodos e metodologias que iro
interferir de forma significativa para o verdadeiro
aprender.
IMPORTNCIA DO CREBRO
2% do peso total do corpo
25% do oxignio do corpo
70% do consumo de glicose
100 bilhes de neurnios
1 quadrilho de conexes
Em um feto, o crescimento dos neurnios ocorre a
uma taxa de 250 mil por minuto.
Uma pessoa nasce com praticamente todos os
neurnios que ter ao longo da vida , mas as redes
neurais ainda no esto amadurecidas.
O cerbro esticado teria cerca de 2,3 metros.
Ns utilizamos 100% do nosso crebro - algumas
funes complexas como a memrias envolvem
vrias reas de uma s vez.
Massa cinzenta- crtex
Neurnios
Clulas nervosas com diferentes tipos e funes;
Detectam, transmitem, analisam, e utilizam informaes geradas por estmulos
sensoriais e transformaes do ambiente
interno e externo.
Organizam e coordenam o funcionamento de quase todas as funes do organismo.
Substncia ou massa branca
Responsvel pela estrutura e nutrientes
NEURNIOS
DENTRITOS
Recebem o sinal inibitrios ou excitatrios
AXNIOS
Enviam os neurotransmissores
NCLEO
Processamento
SINAPSE
As sinapses nervosas so os estmulos (Impulsos Nervosos) que
passam de um neurnio para o seguinte por meio de mediadores
qumicos, os neurotransmissores, atravs da fenda sinptica.
Cada regio teria uma funo mas todas se conectam
e interagem.
H partes diferentes para funes diferentes, no entanto os mdulos so altamente interconectados e nenhum deles funciona sem o apoio dos outros.
Em geral as funes inferiores como o registro das sensaes so bem localizadas, mas as funes superiores como a memria e a linguagem resultam das interconexes entre reas cerebrais.
Lobo Frontal
Responsvel pelas aes planejadas
Processamento
Comportamento
Interaes sociais.
Lobo Parietal
Sensaes - crtex somatossensorial
Movimento - crtex motor
Hemisfrio direito - habilidade de sentir o mundo apropriadamente
Hemisfrio esquerdo - onde est cada parte do nosso corpo (propriocepo)
Lobo Temporal
Responsvel pela audio:
Sensao e percepo
Direito: sons
Esquerdo: linguagem
Lobo Occipital
o centro do processamento visual.
HEMISFRIOS
ESTRUTURA DO INDIVIDUO
NEURLOGICA
PSIQUICA
COGNITIVA
SURTO DE CRESCIMENTO
*Os primeiros 4 surtos de crescimento do crebro
coincidem com os 4 estgios desenvolvidos por
Piaget.
O crebro no cresce e se desenvolve
de maneira uniforme, em vez disso ele
tende a crescer em massa durante
perodos.
Perodo repentino de desenvolvimento.
NEUROPLASTICIDADE
a capacidade do sistema nervoso, especialmente
dos neurnios de adaptao s condies do
ambiente que ocorrem dia a dia. Conceito que se
estende desde a resposta a leses traumticas
destrutivas at a sutis alteraes resultantes dos
processos de aprendizagem e memria.
Ambientes ricos e estimulantes
levam a ganhos tanto no peso
cerebral quanto ao nmero de
sinapses e neurnios.
Nmero de fatores de risco associados a
dficits no desenvolvimento
PERODO CRTICO
Perodo no qual o desenvolvimento
cerebral mais sensvel a
determinada experincia ou perodo
de desenvolvimento no qual o
evento possui uma influncia
duradoura sobre o crebro.
MOTIVAO
Qual o significado da aprendizagem para a criana
em seu contexto?
As aprendizagens propostas so interessantes para
ela?
CONCEITO DE EMOO
Vygotsky
"Para compreender o funcionamento cognitivo
(razo ou inteligncia), preciso entender o aspecto
emocional. Os dois processos so uma unidade: o
afeto interfere na cognio, e vice-versa. A prpria
motivao para aprender est associada a uma
base afetiva."
O emocional e a
aprendizagem
CONCEITO DE EMOO
Piaget
"O psiclogo valoriza o termo afetividade, em vez de emoo, e diz que ela influencia positiva ou negativamente os processos de aprendizagem, acelerando ou atrasando o desenvolvimento intelectual." - Lino de Macedo
O que sente nosso aluno?
Em relao a aprendizagem;
Em relao a escola;
Em relao aos colegas;
Em relao a ele mesmo?
EMOO
Determinados estmulos (inclusive pensamentos e
imaginao) causam mudanas no corpo ao ativar
determinadas regies do crebro. Os sentimentos
conscientes acontecem quando os sinais
provenientes dessas reas so enviados para o
crtex pr frontal, responsvel pela conscincia.
NECESSIDADE acolhimento
(se no atendida causa traumas)
DESEJO
(relaciona-se com a frustrao. No pode ser excessivo nem escasso.)
BULLYNG
Assdio escolar direto;
Assdio escolar indireto, tambm conhecido como agresso social caracterizada por forar a vtima ao isolamento social. Este isolamento obtido por meio de uma vasta variedade de tcnicas, que incluem:
Espalhar comentrios;
Recusa em se socializar com a vtima;
Intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vtima;
Ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vtima, religio, incapacidades etc).
SENSAES
A nossa percepo do mundo vem dos nossos
sentidos que captam diferentes formas de energia
do mundo.
Os sentidos correspondem a traduo para
linguagem neural de diferentes formas de energia
contida no ambiente.
Na ausncia de estimulo externo, as reas sensoriais permanecem
ativam e acredita-se que gerem experincias que conhecemos como
sonhos, alucinao e imaginao.
SENTIDOS
Viso: cores, deteco de formas, movimentos
Audio: Reconhecimento de tons, timbres,
ritmos
Somestesia: tato, dor, sensibilidade trmica
Gustao: doce, amargo, dalgado, azedo e
temperado.
Olfato.
Localizao espacial Determinao da intensidade Determinao da durao
BRINCADEIRAS/ LDICO
Fundamental para formao da criana sadia
porque a partir dela que a criana se expressa e
faz fluir a sua imaginao.
Objeto simblico
Operatrio concreto - Piaget
PERCEPO
a capacidade de vincular os sentidos a outros
aspectos da existncia, como o pensamento.
filtrada por mecanismos de ateno, emoo,
sono etc. e por isso nem sempre se torna
inteiramente disponvel a nossa conscincia.
Nem tudo
que est no
meio
percebido.
Na maior parte do tempo, recebemos informaes
de vrias reas sensoriais de uma s vez, como na
combinao dos sinais auditivos e visuais em um
show de fogos de artifcio. Esses sinais podem ser
comunicados as reas de associao, que misturam
todas as informaes. Se esses itens de informao
associada tornam-se conscientes, eles formam o
que conhecido como percepo multissensorial.
SELEO E ATENO
O crebro bombardeado com informaes
sensoriais mas apenas uma parte chega a
conscincia.
Dados mais barulhentosou importantes prendem a ateno, tornando-se conscientes.
Porm ns recebemos influncia mesmo dos
estmulos que no lembramos -> fazem parte do
nosso contexto
ATENO E PERCEPO
Meio pelo qual processamos ativamente uma
quantidade limitada de informao a partir da
enorme quantidade disponvel.
Os processos de ateno podem ser resultados de uma
ativao de algumas reas do crebro, de atividade inibida
em outras ou da combinao de ambas.
O mundo sensorial meramente uma criao do crebro,
por isso crebros diferentes podem criar experincias
sensoriais diferentes. Ex: cor da rvore.
A percepo ser diferente para cada individuo em razo
dos registros pr existentes a respeito de determinados
estmulos.
Cada estimulo captado e enviado para rea do crebro
especfica, para s ento haver o registro e a percepo.
PERCEPO
Capacidade de associar as informaes sensoriais a
memria e a cognio de modo a formar conceitos
sobre o mundo e sobre ns mesmos e orientar o
nosso comportamento. filtrada por mecanismos de
ateno, emoo, sono etc.
Espectro visvel 400 a 700 nanmetros
ATENO
Direcionamento da conscincia, focalizando os processos mentais em uma nica tarefa principal e colocando as demais em segundo plano. Isso s possvel porque conseguimos sensibilizar seletivamente um conjunto de neurnios de certas regies cerebrais que executam a tarefa principal inibindo as demais.
A ateno controla e dirige a conscincia.
Funciona como uma caneta marca texto que ressalta algumas partes do mundo, diminuindo o restante.
Seleciona a caracterstica mais importante do ambiente e amplifica a resposta do crebro.
No captamos nem
de perto a
informao que
pensamos. Apenas
pouqussimos
estmulos.
ATENO
Ateno focal: a capacidade de selecionar um
objeto do ambiente e responder a ele.
Ateno alternada: a passagem rpida de um
estmulo a outro , o que requer um tipo diferente de
resposta cognitiva.
Ateno dividida: Multitarefa, divide a ateno
em duas ou mais tarefas concorrentes
CONSOLIDAO DA APRENDIZAGEM
Denominada memria poder ser imediata, curta ou de longa durao e sua seleo se d por estmulos:
Mais relevantes para cognio;
Mais marcantes emocionalmente;
Mais focalizados pela ateno;
Mais fortes sensorialmente...
Enquanto a consolidao
Contnua exposio a informao ou repetio prtica de uma tarefa;
Memria marcante
Aprender o processo de adquirir novas informaes, enquanto a
memria se refere a persistncia de
aprender... (Larry Squire)
Somos aquilo que recordamos pois nossas lembranas e aprendizagens do significado ao nosso modo de ser e nos comunicarmos. Memria forma nossa individualidade. (Izquierdo)
MEMRIA
1. Palmini defini a memria como termo que os processos mentais que permitem as pessoas armazenar experincias e percepes para evocao posterior.
2. Larry Squire (1987) diz que: Aprender o processo de adquirir novas informaes, enquanto a memria se refere a persistncia de aprender...
3. Izquierdo: Somos aquilo que recordamos pois nossas lembranas e aprendizagens do significado ao nosso modo de ser e nos comunicarmos. Memria forma nossa individualidade.
FUNO DA MEMRIA
Fornecem a base de informaes que
contextualiza um indivduo no seu tempo e lugar,
conferem-lhe uma identidade nica , forjada no
conjunto de suas experincias passadas e
organizam a evocao de fatos relevantes para sua
identidade cultural.
MEMRIA
No lembramos exatamente do que ocorreu pois
misturamos informaes prvias, interpretaes etc.
Ex: teste de velocidade do carro - Se perguntarmos
a testemunhas de um acidente qual a velocidade
que um carro estava quando: encostou, colidiu,
bateu, amassou ou esmagou o outro carro. A
velocidade aumenta conforme o verbo utilizado.
* muito utilizado por advogados.
O ESQUECIMENTO uma propriedade normal e
desempenha um papel muito importante como
mecanismo de preveno de sobrecarga nos
sistemas cerebrais dedicados a memorizao.
LINGUAGEM
um sistema de comunicao com regras definidas
que deve ser empregadas por um emissor para que
a mensagem seja compreendida pelo receptor.
Fonemas: sons distintos que associados a outros
criam slabas e palavras
Semntica: relao das palavras e frases numa
lngua com seu significado.
Prosdia: mudanas no tom de voz, gestos e
expresso facial que do colocao emocional a
fala.
Sinttica: relacionado s regras gramaticais.
ENVIO
1. Planejamento do contedo
2. Formulao
3. Articulao planejamento dos movimentos necessrios emisso da voz.
4. Envio dos comandos.
COMPREENSO
1. Identificao fonolgica;
2. Identificao lxica;
3. Identificao sinttica;
4. Compreenso semntica.
LEITURA E ESCRITA
Para aprender a ler e a escrever, uma criana deve traduzir as formas das letras nos sons que produzem quando ditas em voz alta. Apenas quando a palavra for traduzida nos sons que se ouve ao ser pronunciada que a criana pode combin-la ao seu significado.
Para aprender a escrever usa-se ainda mais o crebro. Adquirir essa capacidade envolve a integrao das reas de linguagem, referentes a compreenso, as visuais, para decodificao do texto, e ainda, as relacionadas destreza manual.
COMO A ALFABETIZAO AFETA O CREBRO
Testes mostraram que, quando pessoas
alfabetizadas ouvem um som falado que no
reconhecem como palavra, uma rede mais ampla de
reas cerebrais ativado que a de pessoas que no
sabem ler nem escrever. Isso as torna capazes de
comparar a palavra desconhecida com um nmero
maior de correspondncias possveis, pois ouvem
componentes fonolgicos de forma mais precisa.
NEURNIOS ESPELHO
Determinados neurnios so ativados quando voc
se movimenta e tambm quando v a outra pessoa
se mover. Isso significa que imitamos
inconscientemente as aes dos outros e, portanto,
compartilhamos a experincia deles.
Eles tambm nos permitem saber o que outra
pessoa sente. Espelhamento das emoes.
(empatia)
Imitao Os alunos prestam mais ateno nas suas aes do que palavras.
AES
Determinadas reas cerebrais so especializadas
em produzir movimento corporal. Os mdulos do
tronco enceflico controlam as aes automticas
como a respirao. Nas atividades conscientes, o
crtex motor primrio envia mensagens aos
msculos a fim de criar movimentos.
voluntrias involuntrias
COGNIO
Ato de conhecer. a capacidade que as pessoas
tem de elevar seus pensamentos e aes a um nvel
acima das meras reaes do ambiente, tornando-os
abstratos e pr ativos
O controle cognitivo possibilita os comportamentos
inteligentes. Aqueles que coordenam e dirigem os
pensamentos e aes.
CONCEITO DE INTELIGNCIA
Refere-se a capacidade de aprender sobre, de
aprender com, de compreender e interagir com o
ambiente. Engloba habilidades como:
Destreza fsica
Fluncia verbal
Raciocnio abstrato e concreto
Discriminao sensorial
Sensibilidade emocional
Habilidades matemticas
Capacidade de estar bem em sociedade
Relacionada com a ligao dos lobos frontais
(planejam e organizam) aos parietais (que integram
a informao sensorial)
Nutrio durante a gestao e infncia
Gentica
Fatores sociais ambientes ricos e interao.
TESTES DE QI
Bagagem scio-cultural do indivduo,
Lngua materna
Deficincias comunicativas, motoras e sensoriais
associadas
Concepo de inteligncias mltiplas
Inteligncia nica conjunto de inteligncias
SONO E APRENDIZAGEM
Ritmo circadiano cada individuo tem seu relgio interno.
Estados de viglia ateno
O sono fundamental para atividades que exigem conscincia como pensar, raciocinar ou resolver problemas complexos.
O sono profundo tambm teria importncia na consolidao de aprendizagens (memria)
CONSCINCIA O crebro gera um conceito de si mesmo que permite a
apropriao das experincias e conecta os nossos pensamentos s intenes e ao corpo. A percepo de si mesmo tambm possibilita o exame de nossa mentes e o uso do que vemos para guiar o nosso comportamento.
Percebemos o mundo ao nosso redor atravs do EU.
At os 3 anos a criana egocntrica, essa a idade em que ela desenvolve a teoria da mente:
1. Ter senso de ns mesmos (quem somos e pensamos).
2. Ter senso do que a outra pessoa esta pensando e sentindo.
3. Possibilidade de modificar o outro a partir da nossa modificao.
Autistas
tem
dificuldad
e
Nos
diferencia
dos animais
CONSCINCIA
A conscincia tem diferentes modos (emoes, sensaes, pensamentos e percepes), vivenciados em nveis distintos de atividade neural, foco e concentrao.
O nvel de atividade neural determina sua intensidade;
O foco pode direcionar-se ao mundo exterior ou interior;
A concentrao pode ter alvo indefinido ou ser fixa.
A conscincia se divide tambm em trs estados:
1. Percepo do momento (o crebro registra e reage aos eventos a cada instante);
2. Conhecimento consciente (os fatos so registrados e codificados na memria
3. Autoconscincia (as aes so registradas e rememoradas, a pessoa tem conscincia de faz-lo)
CRIATIVIDADE
a capacidade de reformular o que conhecemos , em geral sob a luz de uma informao nova, e de desenvolver um conceito ou uma ideia original. A fim de ser criativa a pessoa precisa ser crtica, seletiva e inteligente.
A abertura de nossas mentes para informaes novas promove o arranque do processo criativo. Para isso o crebro desativa a ateno aguda e permite o relaxamento mental e a ociosidade. Desse modo, o estmulo que de outra forma poderiam ser ignorados, tornam-se conscientes, gerando novos pensamentos e ideias.
CRIATIVIDADE
Ex: ao vermos um co ns rotulamos mentalmente
como um cachorro e paramos de captar todos os
detalhes. Os lobos frontais gerenciam esse
processo e h indcios de que, se a atividade nessa
rea for inibida, as pessoas tendem a captarmais fazendo as habilidades criativas virem tona.
ILUSES COGNITIVAS
Ocorrem quando os dados
sensoriais so
confrontados com as
nossas suposies sobre
como as coisas so. O
crebro tenta combinar a
informao. A confuso
resultante nos permite
vislumbrar como ele
funciona.
A percepo um processo ativo, direcionado por informaes que j esto no nosso crebro, e por outras, do mundo externo. A troca ocorre porque o crebro busca a interpretao mais significativa da imagem. Normalmente ele estabelece com rapidez usando regras bsicas, mas as figuras ambguas confundem essas regras.
Coelho
pato
Clice
pessoas
Quantas pernas tem este elefante?
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