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Repercussões

Concordo plenamentecom o artigo"Revolucione a sala deaula". É preciso quevalorizemos o serhumano, seja eleestudante, sejaprofessor. Acredito naimportância de aprendera respeitar nossoslimites e superá-los,quando possível, o queserá mais fácil sepudermos desenvolver acapacidade derelacionamento em salade aula. Como arquitetaconcordo com apostura de valorizaçãodo indivíduo, emqualquer situação: seprocurarmos umarelação de respeito ecolaboração,seguramente estaremoscriando a base sólida deuma vida melhor. Tania Bertoluci de Souza -Porto Alegre, RS

Revolucione a Sala de Aulafonte www.kanitz.com.br

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Artigo: Revolucione aSala de Aula

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Qual a profissão mais importante para o futuro de umanação? O engenheiro, o advogado ou o administrador?Vou decepcionar, infelizmente, os educadores, queseriam seguramente a profissão mais votada pela maior parte dos leitores. Na minhaopinião, a profissão mais importante para definir umanação é o arquiteto. Mais especificamente o arquiteto de salas de aula.

Na minha vida de estudante freqüentei vários tipos de sala de aula. A grandemaioria seguia o padrão usual de um monte de cadeiras voltadas para um quadronegro e uma mesa de professor bem imponente, em cima de um tablado. As aulaseram centradas no professor, o "lócus" arquitetônico da sala de aula, e nunca noaluno. Raramente abrimos a boca para emitir nossa opinião, e a maior parte dosalunos ouve o resumo de algum livro, sem um décimo da emoção e dosargumentos do autor original, obviamente com inúmeras honrosas exceções.

Nossos alunos, na maioria, estão desmotivados, cheios das aulas. É só lhesperguntar de vez em quando. Alguns professores adoram ser o centro dasatenções, mas muitos estão infelizes com sua posição de ator obrigado a entreterpor cinqüenta minutos um bando de desatentos.

Não é por coincidência que somos uma nação facilmente controlada por políticosmentirosos e intelectuais espertos. Nossos arquitetos valorizam a autoridade, nãoo indivíduo. Nossas salas de aula geram alunos intelectualmente passivos, e nãolíderes; puxa sacos, e não colaboradores. Elas incentivam a ouvir e obedecer, adecorar, e jamais a ser criativos.

A primeira vez que percebi isto foi quando estudei administração de empresas noexterior. A sala de aula, para minha surpresa, era construída como anfiteatro,onde os alunos ficavam num plano acima do professor, não abaixo. Eramconstruídas em forma de ferradura ou semicírculo, de tal sorte que cada alunoconseguia olhar para os demais. O objetivo não era a transmissão deconhecimento por parte do professor, esta é a função dos livros, não das aulas.

As aulas eram para exercitar nossa capacidade de raciocínio, de convencer nossoscolegas de forma clara e concisa, sem "encher lingüiça", indo direto ao ponto.Aprendíamos a ser objetivos, a mostrar liderança, a resolver conflitos de opinião, achegar a um comum acordo e obter ação construtiva. Tínhamos de convencer osoutros da viabilidade de nossas soluções para os problemas administrativosapresentados no dia anterior. No Brasil só se fica na teoria.

No Brasil, nem sequer olhamos no rosto de nossos colegas, e quando alguém vira opescoço para o lado é chamado à atenção. O importante no Brasil é anotar aspérolas de sabedoria.

Talvez seja por isto que tão poucos brasileiros escrevem e expõem as suas idéias.Todas as nossas reclamações são dirigidas ao governo - leia-se professor - enunca olhamos para o lado para trocar idéias e, quem sabe, resolver os problemassozinhos.

Se você ainda é um aluno, faça uma pequena revolução na próxima aula. Coloqueas cadeiras em semicírculo. Identifique um problema de sua comunidade, da favelaao lado, da própria faculdade ou escola, e tente encontrar uma solução. Comecea treinar sua habilidade de criar consenso e liderança. Se o professor quisercolaborar, melhor ainda. Lembre-se de que na vida você terá de ser aprovadopelos seus colegas e futuros companheiros de trabalho, não pelos seus antigosprofessores.

Stephen Kanitz é administrador (www kanitz com br)

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Como ser aprovado? Como dividir a sala de aula?Qual a melhor profissão?

Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br)

Publicado na Revista VEJA, Editora Abril, edição 1671, Ano 33, nº 42 de 18 deoutubro de 2000, página 23

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