Atividade Física
e doenças
Ósteo-músculo-articulares
Prof. Fabíola Caruso
As pessoas ativas
diminuem a probabilidade
de desenvolverem
importantes doenças
crônicas, e melhoram os
seus níveis de aptidão
física e disposição mental.
Alguns estudos associam pouca atividade
física com altas taxas de mortalidade por
todas as causas, e estima-se que 250.000
mortes por ano nos Estados Unidos da
América poderiam ser evitadas por atividade
física habitual.
Estudos populacionais permitiram estabelecer
relações de causa e efeito entre atividade física
e a menor incidência de algumas doenças,
destacando-se a doença coronariana, a
hipertensão arterial, diabetes do tipo II,
obesidade, osteoporose, neoplasias do cólon,
ansiedade e depressão.
Quanto mais calorias forem gastas em atividade
física habitual maiores serão os benefícios para a
saúde, mas as maiores diferenças na incidência de
doenças ocorrem entre os sedentários e os pouco
ativos. Entre estes e as pessoas mais ativas, a
diferença não é grande. O mínimo de atividade
física necessário para reduzir a incidência de
doenças é de 200 Kcal/dia em média.
• Aumento da Massa Muscular;
• Aumento da massa óssea;
• Ganho ou manutenção da flexibilidade;
• Melhora Cardiovascular;
• Melhora “Emocional”
Benefício dos Exercícios
O aumento da massa muscular tem vários benefícios: eleva a taxa
metabólica basal, facilitando a redução do tecido adiposo;
aumenta a quantidade de tecido com sensibilidade à insulina
aumentada e portanto captador de glicose; aumenta a proteção
de articulações anatomicamente instáveis por sedentarismo,
processos degenerativos ou inflamatórios, diminuindo as dores;
diminui a possibilidade de quedas por facilitar a recuperação
postural nas situações de desequilíbrios do corpo; possibilita a
realização de tarefas comuns que exigem força muscular; diminui
a freqüência cardíaca e a pressão arterial durante os esforços da
vida diária.
O tecido ósseo é dinamicamente responsivo à
demanda funcional que lhe é imposta, o que gera
alterações de sua massa e força. Essas mudanças
resultam da força gravitacional e da ação intensa dos
músculos ligados aos ossos.
A resposta adaptativa do osso dependerá, portanto,
da magnitude da carga e da freqüência de aplicação,
as quais, sendo regularmente repetidas,
desencadeiam efeitos osteogênicos.
A massa óssea responde por cerca de 80% da variação na
força óssea, mas outros fatores como geometria óssea,
arquitetura interna e propriedades mecânicas também
afetam a força de um osso específico.
O estresse contínuo provocado pelo exercício físico
resulta em adaptações morfológicas, tais como: aumento
da espessura cortical e maior conteúdo ósseo na inserção
musculotendínea.
O aumento da mobilidade articular permite a
realização de atividades comuns da vida diária,
freqüentemente impossibilitadas nos idosos
sedentários por diminuição da flexibilidade.
Aumenta o número e a densidade dos capilares
sangüíneos dos músculos esqueléticos,
oferecendo ainda maior incremento em seus
diâmetros durante a realização dos esforços
físicos.
Eleva o conteúdo de mioglobina dos músculos
esqueléticos e aumenta a quantidade de
oxigênio dentro da célula, o que facilita a
difusão do oxigênio para as mitocôndrias.
Melhora a estrutura e as funções dos
ligamentos, dos tendões e das articulações.
(BLAIR et alii,1994 ; BOUCHARD et alli,1994 ; YAZBEK & BATTISTELLA,1994 ; citado por GUEDES,1995).
• Preferência pessoal Aptidão necessária Risco de patogenia
• Profilaxia de doenças • Tratamento de
• Melhora da qualidade de vida. • Eficiência• Segurança • Motivação
Escolha dos Exercícios
A Osteoartrite e/ou Osteoartrose (Artrose) é conhecida
como uma patologia degenerativa que apresenta sem causa
definida, e que provoca dor articular com níveis variados de
incapacidade motora, sendo uma patologia degenerativa na
cartilagem articular, caracterizada como um distúrbio
inicialmente assintomático, de evolução lenta, resultante em
erosões focais que se transformam em ulcerações maiores e
posteriormente em grandes áreas da cartilagem destruídas
sobre a superfície articular.
(ANDREOLI et al. 1989; COTRAN, KUMAR, COLLINS, 2000)
Osteoartrite
a principal característica tecidual da
osteoartrose é a formação de osteófitos nas
margens das articulações afetas, provocando
estreitamento do espaço articular interósseo e
a esclerose subcondral.
Osteoartrite
A prática de atividade aeróbica de baixo impacto e
o treinamento de força são benéficos em termos
de redução da dor e melhora do desempenho
articular. Além disso, esses pacientes são mais
capazes de praticar as atividades do dia-a-dia.
Fraturas e Quedas
A atividade física tem um papel importante na
progressão da osteoporose, além de ajudar a
reduzir o risco de quedas,por fortalecimento
muscular e esquelético-articular, melhora do
equilíbrio e, conseqüentemente, de fraturas.
Dor
Os indivíduos sedentários apresentam risco
aumentado de dor, em especial dor lombar,
especialmente quando têm que realizar atividades
não usuais, como carregar peso e outros trabalhos
que exigem força.
Dor Lombar
A atividade física tem um papel benéfico no alívio
da dor lombar crônica, embora não seja
recomendado que os pacientes com dor lombar
aguda e súbita pratiquem exercício físico. Além do
fortalecimento ósteo-muscular, o exercício ajuda a
melhorar as atitudes do paciente frente aos seus
sintomas.
A síndrome da fibromialgia se caracteriza por dor crônica
generalizada, distúrbio do sono e fadiga.
Estes pacientes, caracteristicamente exibem diminuição da
aptidão cardiorrespiratória. Há evidência de que a atividade
física modula a dor em pacientes com FM.
Há forte evidência de que o exercício aeróbio supervisionado
reduz a dor, o número de pontos dolorosos, depressão,
ansiedade, melhora a qualidade de vida, e outros aspectos
psicológicos.
Fibromialgia
Poderia a Atividade Fisica
Induzir Analgesia
em Pacientes com Dor Cronica?
Juliana Barcellos de Souza
Rev Bras Med Esporte – Vol. 15, No 2 – Mar/Abr, 2009
O fortalecimento e o alongamento também têm efeitos
terapêuticos. O alongamento tem sido usado como intervenção-
controle, mas não é um placebo ideal, pois foi observada alguma
melhora. É interessante observar que os aspectos emocionais e
psicológicos foram modificados pelo exercício aeróbio, mas não
pelo alongamento. Quando os componentes físicos e psicológicos
foram agrupados, ficou claro que o condicionamento aeróbio é
superior ao alongamento. Uma hipótese para explicar esta
observação é que o treino aeróbio provoca mudanças
neuroendócrinas necessárias para a melhora do humor (aumento
de serotonina e norepinefrina) e o alongamento não.
A dor e uma percepção subjetiva, desagradável e vital. A
interpretação do estimulo nocivo protege o organismo através
desse sinal de alarme denominado dor.
Estima-se que, mundialmente, 80% das consultas medicas
devam se a presença da dor. Um recente estudo brasileiro
demonstra que 75% dos pacientes que consultam serviços
públicos de saúde relatam a presença de dor crônica.
O tratamento clássico da dor (aguda) consiste em repouso e
uso de fármacos para o alivio do sintoma, para favorecer a
cicatrização da lesão e a redução do processo inflamatório.
Aceita-se que a atividade física seja benéfica no tratamento da
dor. Esse fenômeno - analgesia induzida pelo exercício e
sobretudo confirmado pelo aumento do limiar da dor em
atletas quando comparados com a população não atleta.
Contudo, os efeitos neurofisiológicos que explicam esse
fenômeno ainda são incertos. Uma das hipóteses mais aceitas e
a influencia do exercício nos mecanismos endógenos de
controle da dor.
MECANISMOS ENDOGENOS DE CONTROLE DA DOR
A dor e um fenômeno dinâmico. Ao longo de todo o trajeto
nervoso, as aderências nociceptivas recebem inúmeras influencias
excitatórias e inibitórias de diferentes mecanismos de modulação
da dor.
Essa modulação do sinal nociceptivo (dor potencial) ocorre no
sistema nervoso periférico (SNP) pela ação de neuromediadores
(ex.: bradicinina, prostaglandinas e serotonina) e no sistema
nervoso central (SNC) pela liberação de neurotransmissores (ex.:
noradrenalina, serotonina, encefálicas e dopamina).
MECANISMOS ENDOGENOS DE CONTROLE DA DOR
O estimulo nociceptivo aciona receptores que, por
sua vez, ativam fibras aferentes do SNP que
transmitem a mensagem de “lesão potencial” ao
SNC .
O exercício físico, sobretudo o aeróbico, interage como
modulador do aspecto desagradável da dor por intermédio do
córtex, motivacional psicológico e da dopamina; no SNA
(dopamina e opioides); nos mecanismos descendentes
(noradrenalina, serotonina e peptídeos opioides); na medula
espinhal, (opioide, gaba, fibras Aδ).
Ao contrario do que era proposto na década de 1990, o exercício
aeróbico não precisa ser de alta intensidade ou de intensidade
submáxima para ter um efeito sobre a dor.
Exercício físico aeróbico de intensidade moderada, mantido por
mais de 10 minutos, pode ativar os mecanismos endógenos de
controle da dor (em indivíduos sadios). trissemanal.
Indivíduos com dores crônicas devem passar por
avaliação sensitiva, para verificar a presença de distúrbios
na modulação da dor, como a anodinia e hiperalgesia; e
avaliação biomecânica funcional, para verificar a
presença de desequilíbrios musculares e instabilidade
articular que possam causar dor crônica de origem
mecânica. sugere-se que essa atividade seja em uma
freqüência trissemanal.
Os exercícios de alongamento e fortalecimento são prescritos em
função das observações clinicas, mas, para favorecer a adesão ao
tratamento, metas pessoais devem ser previamente negociadas
com os indivíduos. A atividade cardiovascular e essencial para o
reequilíbrio neuro-hormonal, podendo ser de intensidade
moderada (40 a 60% FCmax), no mínimo durante 10 minutos. Para
favorecer os efeitos fisiológicos e neurofisiológicos, sugere-se que
essa atividade seja em uma freqüência trissemanal.
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