Aula 13Enfermagem em Saúde Mental e
Psiquiatria
Profª Enfª: Neide Hermanson
RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO ENFERMAGEM-PACIENTE
1. Introdução
Trata-se da maior ferramenta de trabalho para aenfermagem psiquiátrica. O relacionamento da equipede enfermagem deve estar pautado no respeito à dor dooutro e na experiência de sofrimento psíquico que opaciente experimenta nos momentos de crise. Devetambém estar embasado no acolhimento do pacienteneste momento e na ética profissional.
2. OBJETIVOS
Estimular a auto-realização, auto-aceitação, incentivandoo auto-respeito;
Incentivar um claro senso de identidade pessoal e umnível intensificado de integração pessoal;
Incentivar a melhora do funcionamento e a maiorcapacidade para satisfazer necessidades.
3. CARACTERÍSTICAS
Respeitar as diferenças sócio-culturais; Desprover-se de preconceitos e pré-conceitos; Valorizar a história de vida do paciente; Permitir que o paciente expresse seus pensamentos e
emoções, classificando áreas de conflitos e ansiedades; Desenvolver a capacidade de “escuta” do enfermeiro
psiquiátrico.
4. FASES DO RELACIONAMENTO
1. Fase de Pré-interação
Inicia-se antes do primeiro encontro A equipe de enfermagem deve explorar os próprios
sentimentos, fantasias e temores (pacientes psiquiátricos =violência);
Analisam-se as próprias qualidades e limitaçõesprofissionais;
Junta-se dados sobre o paciente, quando possível; É conhecida como a fase da escolha.
2. Fase Introdutória ou de Orientação
Durante esta fase a enfermagem ( enfermeiros etécnicos) e o paciente encontram-se pela primeira vez.Uma das tarefas principais desta fase é a formulação docontrato terapêutico.
Contrato terapêutico: apresentação de ambos, papéis daenfermagem e do paciente, finalidade do relacionamento, locale horário para os encontros, sigilo e condições para o términodo relacionamento;
Explorar as percepções, pensamentos, sentimentos e ações dopaciente;
Identificar problemas pertinentes do paciente; Definir objetivos mútuos e específicos com o paciente; É comum que o paciente apresente comportamentos de
manipulação ou testagem da equipe de enfermagem.
3. Fase do Trabalho Propriamente Dito
É a fase mais longa e trabalhosa do relacionamentoterapêutico, nela a equipe de enfermagem procederá defato sua ação terapêutica.
Os pacientes geralmente exibem maior resistênciadurante esta fase porque ela abrange uma parte maiordo processo de resolução de problemas;
A equipe de enfermagem deve promover odesenvolvimento de estratégias para resolutividade dequestões trazidas pelo paciente, nunca as resolvendopor ele;
Deve-se estimular o uso de mecanismos construtivosde enfrentamento;
Explorar estressores relevantes;
A enfermagem ajuda ao paciente a controlar suasansiedades, a aumentar sua independência eresponsabilidade;
A equipe deve estimular o desenvolvimento dacidadania e da individualidade.
4. Fase Final ou de Encerramento
O término da relação terapêutica se dá nesta fase, estapode ter seu fim por motivos diversos: a transferência dopaciente ou da equipe, a alta hospitalar, óbito.
Examinar o progresso da terapia e a conquista dos objetivos;
Estabelecer a realidade da separação;
O paciente deve ser preparado para esta fase desde o início do relacionamento terapêutico.
5. DIFICULDADES VIVENCIADAS PELO EQUIPE DE ENFERMAGEM
Transferência
É uma resposta inconsciente em que o pacienteexperimenta sentimentos e atitudes pela técnico deenfermagem ou enfermeiro que estavam originalmenteassociados a figuras significativas em sua vida.
O termo refere-se a um conjunto de reações que tentamreduzir ou aliviar a ansiedade. Essas reações detransferência só são perigosas para o processoterapêutico quando permanecem ignoradas, sendo osprincipais tipos, as reações hostis e as reaçõesdependentes.
Contratransferência
É um impasse terapêutico criado pelo profissional,freqüentemente em resposta a uma resistência dopaciente. Refere-se a uma resposta emocional especificadada pelo (a) enfermeiro (a) técnico (a) ao paciente, asquais não são justificadas pelos fatos reais, mas sim, umconflito prévio experimentado com tópicos comoautoridade, afirmação sexual e independência.
Em geral, essas reações são de três tipos: reações deamor ou preocupação intensos, reações de hostilidade ouaversão intensa, reações de ansiedade intensa.
6. Situações que podem ocorrer
Dificuldade de criar empatia com o paciente emdeterminados aspectos do problema.
Sentir-se deprimido durante ou depois da sessão.
Falta de empenho na implementação do acordo, comochegar atrasada ou acelerar a prorrogação.
Sentir raiva ou impaciência com a falta de vontade demudar do paciente.
Estimular a dependência, o elogio ou o afeto dopaciente.
Envolvimento pessoal ou social com o paciente.
Discutir com o paciente ou tender a “empurrar” opaciente antes que este esteja pronto.
Tentar ajudar o paciente em questões não relacionadascom os objetivos de enfermagem identificados.
Devaneios ou preocupações com o paciente.
Fantasias sexuais ou agressivas em relação ao paciente.
Ansiedade recorrente, intranqüilidade ou culparelacionadas com o paciente.
Tendência a focalizar apenas um aspecto dainformação apresentada pelo paciente ou visualizá-laapenas de uma maneira.
Necessidade de defender as intervenções de enfermagemcom o paciente perante os outros.
Transgressão de limites
Ocorrem quando o profissional sai dos limites dorelacionamento terapêutico e estabelece umrelacionamento social, comercial ou pessoal com umpaciente.
O paciente sai com a enfermeira (O) ou técnica (O)para almoçar ou jantar.
O relacionamento profissional transforma-se emrelacionamento social.
A enfermeira (O) técnica (O) vai a uma festa a convitedo paciente.
A enfermeira (O) técnica (O) regularmente fazrevelações de cunho pessoal ao paciente.
O paciente apresenta a enfermeira (O) técnico (O) aosmembros da família, como a um filho ou filha, coma finalidade de um relacionamento social.
A enfermeira (O) técnica (O) aceita presentes vindosdo trabalho do paciente.
A enfermeira (O) técnica (O) concorda em encontraro paciente para tratamento fora do ambiente usual,semjustificativa terapêutica.
A enfermeira(O) técnica (O) freqüenta as obrigaçõessociais do paciente.
O paciente dá à enfermeira (O) técnica (O) umpresente caro.
A enfermeira mantém algum tipo de relaçãocomercial com o paciente.
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