Tecidos
Histologia e Embriologia Prof Enf Lidiane Dias dos Anjos
Biologia – 3º Semestre Centro Universitário Módulo
Tecidos
• 4 Fpos básicos:
• Epitelial • ConjunFvo • Muscular
• Nervoso
• Além destes, estudaremos carFlaginoso e ósseo
CaracterísFcas principais dos quatro Fpos básicos de tecido
Tecido Células Matriz celular Funções principais
Nervoso Longos prolongamentos
Quase nenhuma Transmissão de impulsos nervosos
Epitelial Células poliédricas justapostas
Pequena quanFdade RevesFmento da superRcie ou da cavidade do corpo, secreção
Muscular Células alongadas contráteis
QuanFdade moderada Movimento
ConjunFvo Vários Fpos de células fixas e migratórias
Abundante Apoio e proteção
Tecidos
• A maioria dos órgãos pode ser dividida em dois componentes
• Parênquima: composto pelas células responsáveis pelas principais funções Xpicas dos órgãos
• Estroma: tecido de sustentação
Com exceção do cérebro e da medula espinhal, o estroma é consFtuído de tecido conjunFvo
Tecidos
• Não existem sozinhos, mas sim em conjunto
• Formados por células e moléculas da matriz extra celular
• Formam órgãos e sistemas de todo o corpo
Matriz extracelular
• Complexo de componentes fibrosos que preenche o espaço extracelular unindo as células (animais ou vegetais) formando os tecidos
• Tem importância fundamental para as funções dos tecidos
Matriz extracelular
• A quanFdade de matriz é variável com o Fpo de tecido
• Abundante em tecidos conjunFvos: carFlagem, ossos e derme
• Escassa em tecidos nervoso e epitelial
• Fornece condições adequadas para crescimento e diferenciação das células dos vários tecidos
Lâmina Basal • é uma treliça de macromoléculas importante para a função das células
• É uma camada delgada formada pela matriz extracelular (células basais do epitélio e fibroblastos do tecido conjunFvo):
• Na interface do tecido epitelial com o tecido conjunFvo
• Em torno das células musculares • Nos capilares sanguíneos • Nos capilares linfáFcos
A matriz extracelular é consFtuída por:
• Complexo em proporções variáveis de inúmeras proteínas e polissacarídeos
• Formam uma rede, em parte responsável pela grande diversidade morfológica, funcional e patológica dos tecidos
Sobre a consFtuição da matriz:
• Basicamente por proteínas fibrosas (colágeno e elasFna)
• Embebidas em um gel hidrófilo de polissacarídeos associados ou não a proteínas
Componentes:
• Dois Fpos secretados por tecido conjunFvo:
1. ConsFtuídos por moléculas protéicas alongadas, se agregam e formam estruturas fibrilares ou fibrosas, como elasFna e o colágeno
2. ConsFtuintes que se agregam, mas não formam fibrilas ou fibras. Dois Fpos:
glicoproteínas alongadas (fibronecFna e laminina) com função principal de realizar adesão entre a matriz e a célula
glicosaminoglicanas ou proteoglicanas que tem como função formar um gel hidratado no qual estão imersos os outros componentes da matriz
Funções dos componentes • Colágeno e elasFna: responsáveis pelo arcabouço estrutural e elásFco de vários tecidos
• FibronecFna: responsável pela adesão das células não-‐epiteliais a matriz
• Laminina: responsável pela adesão das células epiteliais a lâmina basal
Funções dos componentes • Glicosaminoglicanas e proteoglicanas: formam o gel hidrófilo, semifluido que permite a circulação, nos tecidos conjunFvos, de nutrientes, hormônios e outros mensageiros químicos
Formam um complexo de pontes moleculares unindo as fibrilas do colágeno entre si, formando a caracterísFca de rigidez e discreta compressibilidade
Gel hidrófilo
• Importante nos processos de:
• Desenvolvimento embrionário
• Regeneração dos tecidos • Cicatrização • E interação do colágeno
A matriz também é importante em patologia
• Sua viscosidade retarda a penetração de microorganismos nos tecidos
• Mas bactérias que produzem enzimas capazes de digerir as macromoléculas da matriz extracelular se infiltram com mais facilidade nos tecidos. Ex.: estafilococos
As integrinas • Complexo de receptores celulares que prendem as células a matriz
• Localizados na membrana plasmáFca
• São proteínas transmembrana
• Ligam o colágeno e a laminina (extremidade externa-‐matriz) ao citoesqueleto (extremidade interna – citoplasma)
TECIDO EPITELIAL
• Os epitélios são consFtuídos por células poliédricas justapostas, com pouca substância extracelular
• As células epiteliais se aderem umas as outras por meio de junções intercelulares
• Assim elas se organizam como folhetos que revestem a super<cie externa e as cavidades do corpo ou que se organizem em unidades secretoras
Principais funções
• RevesFmento de superRcie (pele)
• Absorção das moléculas (intesFno)
• Secreção (glândulas)
• Percepção de esXmulos (neuroepitélio olfatório e gustaFvo)
• Contração (células mioepiteliais)
Formas e caracterísFcas das células epiteliais
• Podemos encontrar células colunares altas até células pavimentosas
• A forma poliédrica ocorre devido ao fato das células serem justapostas formando folhetos ou aglomerados tridimensionais
• O núcleo tem forma esférica até alongada, normalmente acompanha o formato das células
• PraFcamente todas as células epiteliais estão apoiados em tecido conjunFvo
• Esta camada de tecido conjunFvo recebe nome de:
• Lâmina própria: quando revestem cavidades ocas
• Quanto ao tecido epitelial: • Em contato com tecido conjunFvo: porção basal ou pólo basal • Oposto ao tecido epitelial: porção apical ou pólo apical • a superRcie do pólo apical é chamado de superRcie livre • E a superRcie em contato com outras células é chamado de
paredes laterais
Tecido conjuntivo – lâmina própria
Tecido epitelial
Células epiteliais
Porção basal
Cavidade oca: digestivo, respiratório, urinário
Paredes laterais
Porção apical
Superfície livre
Lâminas e membranas basais
Tecido conjuntivo
Tecido epitelial
Lâmina basal
A Lâmina basal é formada por uma rede de fibrilas denominada lâmina densa que pode apresentar em seu contorno lâminas lúcidas
Componentes: colágeno tipo IV, glicoproteínas: laminina e entactina, proteoglicanas
• As lâminas basais se ligam ao tecido conjunFvo por fibrilas de ancoragem formadas de colágeno Fpo VII
• Estas lâminas aprecem também em outros Fpos de tecidos que tenham contato com tecido conjunFvo
• Existe ainda a lâmina reBcular, formada de fibras reFculares que também ajudam a prender epitélios ao tecido conjunFvo
• Vistas ao microscópio eletrônico
Funções das lâminas:
• Tem papel estrutural • Filtração de moléculas • Influenciam na polaridade das células • Regulam a proliferação e diferenciação celular • Influenciam no metabolismo celular • Organizam proteínas nas membranas plasmáFcas de células adjacentes
• Serve como caminho e suporte para migração de células
Membrana basal
Membrana basal
• Camada abaixo dos epitélios, mais espessas que as lâminas pois é:
• Formada por duas lâminas basais ou por uma lâmina basal e uma reFcular
• Vista ao microscópio de luz
Especializações da membrana plasmáFca
• Estruturas que contribuem para coesão (adesão), vedação e a comunicação entre as células.
• Presente em vários tecidos
• Mas muito abundantes em tecido epitelial
• Estas especializações consFtuem as junções intercelulares
Junções intercelulares
• Do ponto de vista funcional, classificam-‐se em:
• Junções de adesão: zônula de adesão, hemidesmossomos, desmossomos
• Junções impermeáveis: zônula de oclusão (vedantes)
• Junções de comunicação: junções comunicantes ou junções de gap
A junção das células
Junção GAP
Citoesqueleto
Zônula de adesão
Zônula de oclusão
A junção das células • Reconhecimento e adesão celular
Estes processos biológicos acontecem, por exemplo quando temos necessidade de uma resposta imune:
• Reparo de uma ferida • Cessação de uma hemorragia
Para resolver estas situações é necessário que alguns tipos de células se juntem transitoriamente com outros tipos de células. Formando uniões transitórias entre as células
A junção das células
• Ex.: nos casos acima, as células do sangue (neutrófilos, monócitos, linfócitos, plaquetas) se conectam com as células endoteliais dos capilares sanguíneos para que possam iniciar a proteção do organismo. Pois se conectando o sangue consegue chegar ao tecido para:
• Cicatrizar a ferida ou cessar a hemorragia
• Ex.: Desenvolvimento embrionário, as células se dividem formando várias outras células, se reconhecem, e assim aderem-‐se umas as outras, formando uniões estáveis, para ajudar no desenvolvimento deste ser.
Junções estreitas ou zônula de oclusão
• Circunda a célula completamente
• Junção entre as camadas mais externas das membranas de células adjacentes
• Função: Funciona como barreira à entrada de macromoléculas entre células vizinhas, vedando o espaço intercelular. Tanto do ápice para a base como da base para o ápice.
Zônula de adesão
• Circunda toda a célula
• Função: Contribui para a aderência entre células vizinhas
• Estas células estão firmemente unidas devido a uma rede (trama terminal) formada por numerosos filamentos de acFna, filamentos intermediários e espectrina existente no citoplasma apical das células epiteliais
Complexo uniFvo
• Conjunto de zônula de oclusão e zônula de adesão que circunda toda a parede lateral da região apical da s células epiteliais
Desmossomos Discos de adesão entre as células, presente na superRcie da célula
Função: adesão entre as células tem grande resistência mecânica e por isso o número de desmossomos é proporcional ao grau de tensão ou esFramento a que são submeFdos.
Ex. epitélio da bexiga, são abundantes
a resistência mecânica ocorre devido a uma placa de ancoragem que fica entre a membrana e o citoplasma formada por 12 proteínas (caderinas), onde os filamentos intermediários de queraFna se inserem ou formam alças
Hemidesmossomos
Morfologia semelhante a meio desmossomo, encontrado na região de contato entre alguns Fpos de células epiteliais e sua lâmina basal
Função: Adesão das células epiteliais à lâmina basal
Os hemidesmossomos ou meio-‐desmossomo, é semelhante ao desmossomo, porém liga a membrana plasmáFca de uma célula a lamina basal adjacente, por meio de filamentos de queraFna que estão ligados à proteína de ancoramento integrinas (transmembranas)
Junções de gap ou comunicantes
• PraFcamente em qualquer local das membranas laterais
Grupos de proteínas (conexinas) das membranas plasmáFcas de células adjacentes que se dispõe formando canais (conexon) que atravessam a bicamada de lipídios
Função: Estabelecimento de canais de comunicação entre as células, fazendo troca moléculas como hormônios, íons, as quais fazem com que as células trabalhem de forma coordenada
Ex.: células do músculo cardíaco, onde as junções de gap são responsáveis pelo rítmo coordenado do coração
Especializações da superRcie das células
• Tem função de aumentar sua superRcie ou mover parXculas
Microvilos: absorção
Esteriocílios: aumentar superfície
Cílios: movimentação
Flagelo: movimentação
Tipos de epitélios
• Dois grupos principais:
• Epitélios de revesFmento
• Epitélios glandulares
Tipos de epitélios revesFmento -‐ células
Classificação • De acordo com o número de camadas de células: simples,
estraFficado e pseudo estraFficado
• E conforme a caracterísFca morfológica das células
• Simples: (uma camada de células) pavimentoso, cúbico e prismáFco (colunar ou cilíndrico)
• EstraFficado: (várias camadas de células) pavimentoso, cúbico, prismáFco e de transição
• Pseudo-‐estraFficado: uma camada de células com núcleos em diferentes alturas (parecendo várias camadas), apoiadas na lâmina basal
Tipos de epitélios Exemplos de ocorrência no corpo humano Função principal
pavimentoso simples
revesFmento interno dos vasos sangüíneos, pericárdio, pleura, peritônio
Facilita o movimento das vísceras, transporte aFvo por pinocitose, secreção de moléculas
cúbico simples revesFmento ovariano, ductos de glândulas, folículos Freoidianos
RevesFmento, secreção
prismáFco simples revesFmento do estômago e intesFno, vesícula biliar
Proteção, lubrificação, absorção, secreção
pavimentoso queraFnizado estraFficado
revesFmento da pele (epiderme) Proteção, previne perda de água
pavimentoso não queraFnizado estraFficado
Boca, esôfago, vagina, canal anal Proteção, secreção, previne perda de água
cúbico estraFficado
Glândulas sudoríparas, folículos ovarianos em crescimento
Proteção e secreção
prismáFco estraFficado
conjunFva Proteção
Transição estraFficado
revesFmento interno da bexiga e das vias urinárias Proteção, distensibilidade
pseudo-‐estraFficado
revesFmento da traquéia, fossas nasais e brônquios
Proteção, secreção, transporte, mediado por cílios de parXculas aderidas ao muco nas passagens aéreas
Epitélios glandulares
• Células especializadas na aFvidade de secreção: produção e liberação
• Grânulos de secreção: pequenas vesículas envolvidas por membrana que armazenam as moléculas a serem secretadas
• Função: armazenar, sinteFzar e secretar proteínas , lipídios carboidratos
• Ex.: Pâncreas – proteínas Glândulas sebáceas -‐ lipídeos
Glândulas salivares – complexo de carboidratos e proteínas
Glândulas mamárias – três Fpos acima
Tipos de epitélios glandulares
• Quanto ao número de células
• Glândulas Unicelulares: células glandulares isoladas. Ex. célula caliciforme no epitélio do intesFno
• Glândulas MulFcelulares: agrupamento de células
Formação das glândulas endócrina e exócrina
Formação das glândulas endócrinas e exócrinas • As glândulas se formam a parFr de epitélio de revesFmento cujas células se proliferam e invadem o tecido conjunFvo
• Podem ou não manter contato com a superRcie da qual se originam
• Quando o contato é manFdo (glândula I) formam-‐se glândulas exócrinas
• Quando o contato é desfeito (glândula II) formam-‐se glândulas endócrinas
Tipos de epitélios glandulares
• Quanto ao local da secreção:
• Glândulas endócrinas: as glândulas não possuem ductos e sua secreção ganha a corrente sangüínea, onde será distribuída para todo o corpo aos seus locais de ação
• Glândulas exócrinas:possuem porção secretora consFtuída pelas células responsáveis pelo processo secretório e ductos que transportam a secreção eliminada das células
Glândulas exócrinas
• Simples: somente um ducto não ramificado. Ex.: célula caliciforme do intesFno ou vias respiratórias
• Compostas: têm ductos ramificados, podem ter grande complexidade
• Dependendo da forma da porção secretora podem ser:
• As glândulas simples: tubulares, tubulares enoveladas, tubulares ramificadas ou acinosas
• As glândulas compostas: tubulares, acinosas ou túbulo-‐acinosas
• Dependendo da forma como a secreção sai da célula, as glândulas podem ser:
• Merócrinas: por meio de exocitose, sem perda de outro material celular (pâncreas)
• Holócrinas: o produto da secreção é eliminado junto com a célula que é destruída cheia de secreção (sebáceas)
• Apócrinas: o produto da secreção é liberado junto com citoplasma apical (mamária)
Biologia dos tecidos epiteliais
• Polaridade: diferentes partes da célula epitelial podem ter diferentes funções
• Existe uma diferente distribuição das organelas apoiada na lâmina basal em relação as organelas presentes no citoplasma (pólo apical)
• Existe também composição diferente nos pólos
Biologia dos tecidos epiteliais • Inervação: inervados por terminações nervosas provenientes da lâmina própria
Ex.:Inervação sensorial/inervação motora Córnea/aFvidade
• Renovação das células epiteliais: conFnuamente renovadas por aFvidade mitóFca
IntesFno: rápida, a cada semana Pâncreas e Rgado: lenta, um ano ou mais.......
Ex.: metaplasia
Biologia dos tecidos epiteliais
• Controle da aFvidade glandular: (endócrino e nervoso) ocorre pela ação de substâncias químicas chamadas mensageiros químicos
• Células que transportam íons: transporte aFvo, uFlizando ATP como fonte de energia Ex.: bomba de sódio e potássio
Biologia dos tecidos epiteliais
• Células que transportam por pinocitose: transportam moléculas de uma cavidade para o tecido conjunFvo, podendo ocorrer para os dois lados
• Células serosas: Complexo de Golgi, exocitose. Ex.: células acinosas do pâncreas e glândulas salivares
• Células secretoras de muco: Complexo de Golgi. Ex. Células caliciforme do intesFno, glândulas salivares
Referências
• JUNQUEIRA, L. C., CARNEIRO, J. Histologia básica. 10 ed. Rio de Janeiro. Guanabara, 2004.
• JUNQUEIRA, l.C., CARNEIRO, J.Biologia celular e molecular. 8 ed.Rio de Janeiro. Guanabara, 2005
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