UNIVERSIDADE SANTA CECILIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE FARMÁCIA
NATHALIA PAULINO LOPES
ROSE BATISTA DA SILVA
VIVIANE SANTOS MOURA
ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM UMA
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA
Santos – SP
Dezembro/2010
UNIVERSIDADE SANTA CECILIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CURSO DE FARMÁCIA
NATHALIA PAULINO LOPES
ROSE BATISTA DA SILVA
VIVIANE SANTOS MOURA
ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM UMA
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como exigência parcial para obtenção do titulo
de Bacharel em Farmácia, a Banca
Examinadora da Universidade Santa Cecília,
sob orientação do Prof. Valter Garcia Santos.
Santos – SP
Dezembro/2010
NATHALIA PAULINO LOPES
ROSE BATISTA DA SILVA
VIVIANE SANTOS MOURA
ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM UMA INSTITUIÇÃO DE
LONGA PERMANÊNCIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial
para obtenção do titulo de Bacharel em Farmácia à Banca Examinadora da
Universidade Santa Cecília.
Data da Aprovação: 01/12/2010.
Banca Examinadora
_______________________________________________________________
Orientador: Prof. Valter Garcia Santos
_______________________________________________________________
Prof. Leonardo Watanabe
_______________________________________________________________
Prof. José Eduardo Pandini Cardoso Filho
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares
e verdadeiros amigos que nos apoiaram a
seguir nossos sonhos e objetivos.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos principalmente a DEUS pela sabedoria e forças para
completar esta importante etapa de nossas vidas, à coordenadora da Instituição por
ter nos dado acesso aos prontuários dos pacientes institucionalizados e ao nosso
Ilustríssimo orientador e amigo VALTER GARCIA SANTOS que com paciência,
tempo e dedicação tornou possível a realização deste trabalho.
Eu, Nathalia, agradeço aos meus pais, Luiz e Celeste, que são razões de
meu viver e que sempre me indicaram o melhor caminho. Sempre serei grata ao
meu irmão, tios, primos e avós que acompanharam e apoiaram minha trajetória.
Obrigada Viviane e Rose pela amizade, companhia, confidências e pelos dias de
tormento e desespero virarem momentos de alegria e esperança que nos dão forças
para continuar seguir nossos caminhos. E aos outros amigos, ficam meus sinceros
agradecimentos pelo companheirismo durante este longo período.
Eu, Viviane, agradeço especialmente aos meus pais, Deri e Milton, pelo
incentivo e pela condição financeira que conseguiram me proporcionar uns dos
maiores bens, a EDUCAÇÃO. Ao meu namorado Herculis, pela paciência nos dias
de choro sem fim. Às minhas amigas Rose e Nathalia, por fazerem dessas longas
horas de estresse momentos divertidíssimos. E ao meu amigo Japa: “Somos eu e
Vª. Senhoria voando, Feiticeiro Pagão!”
Eu, Rose, agradeço aos meus pais, Waldemar e Luzia por toda
dedicação e amor. Minha irmã Rosana, pelo apoio. Aos amigos sinceros que
sempre me apoiaram ajudando a seguir em frente, entre eles a Nathalia e Viviane
que com muito humor me ajudaram não só na realização deste trabalho, mas em
todos os momentos que precisei. A Solange e Michel, por sua amizade e ao Carlos
por me aconselhar sempre como um irmão mais velho. Ao meu esposo Ivanildo por
toda compreensão, carinho e paciência que teve comigo, mesmo quando acreditava
não estar fazendo nada por mim.
E aos queridos Professores e Coordenador do curso de Farmácia, que
com sua paciência e instrução acadêmica puderam tornar nosso sonho em possível
realidade.
EPÍGRAFE
“Farmacêutico, entre posologia e contra
indicações, continua enfrentando todas as
reações adversas, pois o efeito colateral é
causado por aqueles que não valorizam o que
nós sempre buscamos: o benefício. Assumindo
assim todos os riscos.” (Autor Desconhecido)
RESUMO
Atualmente as ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos) são
estabelecidas para atendimento integral institucionalizado em cuidados prestados a
pessoas com mais de 60 anos, dependentes ou independentes, que não dispõem de
condições para permanecer com familiares ou em seu domicilio. A qualidade de vida
dos pacientes idosos pode ser acentuadamente melhorada, e sua vida prolongada,
pelo uso inteligente de fármacos. O trabalho tem por objetivo demonstrar a atuação
do profissional farmacêutico no acompanhamento à pacientes internados em uma
ILPI. Trata-se de um estudo prospectivo onde será realizado levantamento dos
dados através das fichas dos 23 idosos residentes em uma ILPI localizada no bairro
Boqueirão da Cidade de Santos no Estado de São Paulo. Como resultado observou-
se que 65,22% dos pacientes são do gênero feminino e 34,78% masculino, possuem
idade média de 76,52 anos (55 – 89 anos) e utilizam uma média de 5,3
medicamentos diferentes (1-14). Foram identificados através do Clinical
Pharmacology versão 2.30 – 2008 o número médio de interações de 5,4 (0- 32),
distribuídas em muito alta intensidade (0,80%), alta intensidade (25,12%), moderada
intensidade (53,15%) e baixa intensidade (20,93%). O Farmacêutico é o profissional
de saúde que melhor pode conhecer a medicação completa de um paciente e o
acompanhamento farmacoterapêutico do paciente idoso é etapa fundamental para a
promoção do uso correto de medicamentos. A abordagem educativa possibilita a
ação colaborativa entre a equipe multiprofissional, favorecendo o esclarecimento de
dúvidas, atenuando as ansiedades pela convivência com problemas semelhantes já
solucionados, e proporcionar maior efetividade na aplicação de medidas
terapêuticas.
Palavra Chave: Idoso; Instituição de Longa Permanência; Atenção
Farmacêutica.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – TABELA DE INTERAÇÃO DOS PACIENTES DA INSTITUIÇÃO DE
LONGA PERMANÊNCIA............................................................................................73
TABELA 2 - CLASSES DE MEDICAMENTOS PARA TRATAMENTO DE
HIPERTENSÃO..........................................................................................................85
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES RESIDENTES EM UMA
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIAQUE UTILIZAM MEDICAMENTOS DE
ACORDO COM O GÊNERO......................................................................................76
GRÁFICO 2 – FAIXA ETÁRIA DOS MORADORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE
LONGA PERMANÊNCIA............................................................................................77
GRÁFICO 3 – NÚMERO DE MEDICAMENTOS UTILIZADOS PELOS MORADORES
DA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA........................................................77
GRÁFICO 4 – TIPOS DE DOENÇAS CRÔNICAS ACOMETIDAS EM IDOSOS DA
INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA..............................................................78
Sumário
1. Introdução ...................................................................................................... 11
1.2. Fisiologia do Idoso ................................................................................. 14
1.3. Farmacêutico x Idoso ............................................................................ 17
1.4. Idosos: Grande Consumidores de Medicamentos ................................. 18
2. Instituição de Longa Permanência .............................................................. 20
2.1. Origem histórica das Instituições de Longa Permanência para Idosos ...... 24
3. Assistência à Saúde ...................................................................................... 24
4. Assistência farmacêutica.............................................................................. 25
5. Assistência Farmacêutica x Instituição de Longa Permanência ............... 27
6. Atenção farmacêutica ................................................................................... 28
7. Interações medicamentosas ......................................................................... 31
8. Objetivo .......................................................................................................... 34
9. Metodologia ................................................................................................... 35
10. Resultados ..................................................................................................... 36
10.1. Ficha dos Pacientes e Orientações ......................................................... 36
10.2. Doenças relacionadas aos idosos da instituição ................................ 79
10.2.1 Alzheimer ....................................................................................... 79
10.2.1.1 O cérebro de Alzheimer .................................................... 79
10.2.1.3. Os sintomas da doença de Alzheimer ............................. 80
10.2.1.4. O diagnóstico da doença de Alzheimer ........................... 80
10.2.1.5. Como reduzir suas chances de contrair a doença de
Alzheimer ........................................................................................ 81
10.2.1.6. O tratamento da doença de Alzheimer ............................ 83
10.2.2. Hipertensão Arterial ...................................................................... 83
10.2.2.1. Tratamento de Hipertensão Arterial ..................................... 84
10.2.3. Diabete mellitus ............................................................................ 86
10.2.3.1. Tratamento da Diabetes Mellitus .......................................... 88
10.2.4. Acidente Vascular Cerebral .......................................................... 90
10.2.4.1. Fatores de risco para o AVC ................................................. 92
10.2.5. Dislipidemia .................................................................................. 92
10.2.5.1. Tratamento da dislipidemia .................................................... 93
11. Discussão....................................................................................................... 95
12. Conclusão ...................................................................................................... 98
13. Referências Bibliográficas ........................................................................... 99
14. Anexo 1 - Modelo de Prontuário da Instituição ......................................... 105
15. Anexo 2 - Ficha de Orientação Farmacêutica ........................................... 106
16. Anexo 3 - Aprovação do Comitê de Ética .................................................. 107
17. Anexo 4 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................ 108
11
1. Introdução
O envelhecimento pode ser conceituado como um processo dinâmico e
progressivo, no qual há alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, que vão
alterando progressivamente o organismo, tornando-o mais suscetível as agressões
intrínsecas e extrínsecas que terminam por levá-lo a morte. (NETTO, 2005).
Não se pode mais dizer que o Brasil é um país jovem, já que a
Organização Mundial de Saúde (OMS) considera uma população envelhecida
quando a proporção de pessoas com 60 anos ou mais atinge 7% com tendência a
crescer. De acordo com o censo populacional de 2000, os brasileiros com 60 anos
ou mais representavam 8,6% da população total. De acordo com essas projeções da
OMS, entre 1950 e 2025, a população de idosos no país crescerá dezesseis vezes,
contra cinco vezes a população total, o que nos colocará, em termos absolutos,
como a sexta população de idosos do mundo. (NETTO, 2001).
A cidade de Santos localizada no litoral de São Paulo, a 72 km da capital,
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) relatam que no ano
de 2009, a população habitacional na cidade é de 417.098 habitantes. Sendo deles
77.839 idosos (considerados maiores de 60 anos), ou seja, aproximadamente 20%
da população são de idosos na cidade. (Diário Oficial, 2009
Acessado em: 21 ago.
2010)
Atualmente, considera-se que o envelhecimento relaciona-se
fundamentalmente com alterações das proteínas que compõem o organismo. Elas
constituem cerca de 15% dos componentes orgânicos e são os elementos
responsáveis pela formação de estruturas nobres do organismo como células,
tecidos, órgãos, sendo também componentes dos sistemas bioquímicos
relacionados à produção de energia. O envelhecimento manifesta-se como o
declínio dessas funções dos diversos órgãos que caracteristicamente, tende a ser
linear em função do tempo, não conseguindo definir um ponto exato de transição,
como nas demais fases. Não há dúvida de que com o avançar da idade vão
ocorrendo alterações estruturais e funcionais, que embora variem de um individuo a
12
outro, são encontradas em todos os idosos e são próprias do processo de
envelhecimento normal. É óbvio também que as doenças podem induzir tais
modificações que, com freqüência, assumem maior intensidade, exteriorizando-se
comumente de maneira a tornar possível sua caracterização. (NETTO, 2005)
Diante do envelhecimento populacional, o objetivo deixa de ser apenas
prolongar a vida, mas, principalmente, a manutenção da capacidade funcional de
cada indivíduo, de forma que ele permaneça autônomo e independente pelo maior
tempo possível. Para isso, o sistema de saúde de rápido envelhecimento, como o
Brasil, precisa garantir: Acesso universal aos cuidados primários, políticas públicas
para o controle de fatores de risco e estímulos a estilos de vida saudáveis,
condições para estabelecer indicadores capazes de identificar indivíduos de alto
risco, ênfase em promoção da saúde e prevenção de doenças e que os idosos
sejam avaliados de forma holística, com o objetivo principal de manutenção da
capacidade funcional. (NETTO, 2001).
Para que ocorram mudanças nos sistemas de saúde e a sua adequação
ao envelhecimento populacional é essencial a participação de profissionais da
saúde. O papel do farmacêutico na orientação de cuidados primários e de prevenção
tem sido relegado o segundo plano e subutilizado pelos serviços de saúde. Convém
lembrar que é a ele que muitas vezes algumas pessoas recorrem primeiro quando
apresentam qualquer sintoma. (SPIRDUSO, 2005)
Por serem freqüentemente acometidos por muitas doenças crônicas, os
idosos consomem mais medicamentos, além de apresentarem particularidades
farmacocinéticas e farmacodinâmicas que os tornam mais vulneráveis a efeitos
adversos. Problemas com medicamentos são freqüentes entre idosos e o
farmacêutico tem um papel primordial na sua prevenção. (SPIRDUSO, 2005)
Sabe-se que a farmacologia para os idosos tem peculiaridades, pois com
a idade diminui a massa muscular e a água corporal. Num aspecto mais geral,
destacam-se as modificações na farmacocinética de vários medicamentos em
virtude de alterações fisiológicas associadas ao envelhecimento. O metabolismo
hepático, os mecanismos homeostáticos, assim como a capacidade de filtração e de
excreção renal pode ficar comprometido. Disso decorre a dificuldade de eliminação
de metabólitos, o acúmulo de substâncias tóxicas no organismo e a produção de
13
reações adversas. Pode inclusive, haver superposição entre essas últimas e os
quadros mórbidos pré-existentes. (NOVAES, 2007).
Na medida em que as pessoas envelhecem, as metas de manter a
independência social, a mobilidade funcional e a capacidade cognitiva aumentam de
importância e é um grande desafio. Os prejuízos funcionais acompanham
freqüentemente, o processo de envelhecimento e podem levar a uma inabilidade na
resposta às demandas da vida diária. Estudos com idosos maiores de 75 anos
mostram que 20% têm declínio significativo em um ano. As doenças podem causar
um declínio similar nas capacidades físicas. O declínio funcional dos idosos é, em
geral, o sintoma inicial da doença e, em alguns casos, o único sintoma. Tais
prejuízos podem afetar o modo considerável a qualidade de vida, podendo ter
grande influencia no tratamento futuro. (NETTO, 2001)
No cuidado com o paciente idoso é essencial a necessidade de
determinar se ocorreu perda congenitiva e funcional, devido á variação do grau nos
quais envelhecimento e doença podem resultar em incapacidade. Para isso é
necessário reconhecer o problema e saber lidar com os agravantes; as avaliações
devem ser altamente individualizadas para iniciar um tratamento de base e realizar a
prevenção das complicações. (NETTO, 2001)
Alguns autores relatam o envelhecimento como a fase final de todo
continuum que é a vida, começando com a concepção e terminando com a morte.
Ao longo desse continuum é possível identificar fases como desenvolvimento,
puberdade e maturidade, nas quais podem ser evidenciados marcadores fisio-
biológicos que representam pontos de transição entre uma fase e outra. O
envelhecimento por sua vez, é aquele período de vida que, sucede a fase da
maturidade e é caracterizado por declínio das funções orgânicas, e, em decorrência,
acarreta maior susceptibilidade á eclosão de doenças, que terminam por levar o
idoso à morte. Essa diminuição da capacidade funcional é caracteristicamente linear
em função do tempo. Por outro lado, não é possível evidenciar um ponto de
transição com fase precedente, dada a inexistência de um marcador bio-fisiológico
eficaz e confiável do fenômeno. (NETTO, 2001).
14
1.2. Fisiologia do Idoso
Desde as últimas décadas do século passado, o Brasil se depara com um
declínio rápido e acentuado da fecundidade, fenômeno sem precedentes na sua
história, e que se sobressai mesmo em comparação com outros países, seja do
mundo desenvolvido, seja entre aqueles em desenvolvimento. Como aconteceu na
maioria destes países, esse declínio, combinado com a queda da mortalidade,
acarretou um processo de envelhecimento populacional e de aumento da
longevidade da população. Apesar do processo de envelhecimento não estar,
necessariamente, relacionado a doenças e incapacidades, as doenças crônico-
degenerativas são freqüentemente encontradas entre os idosos. Assim, a tendência
atual é termos um número crescente de indivíduos idosos que, apesar de viverem
mais, apresentam maiores condições crônicas. E o aumento no número de doenças
crônicas está diretamente relacionado com maior incapacidade funcional. Diversos
estudos demonstram associações importantes entre doenças crônicas e
incapacidade funcional dos idosos. As diversas condições crônicas existentes não
possuem impactos similares na funcionalidade. Em um idoso que apresente várias
afecções crônicas, a incapacidade de realização de muitas ou de todas as atividades
pode dever-se ao efeito de uma única condição de morbidade ou ao efeito
independente de várias condições, cada uma delas afetando somente determinadas
atividades. Poucos pesquisadores têm se preocupado em investigar o efeito de uma
doença crônica específica na capacidade funcional dos idosos, ou seja, o impacto
independente de cada doença. (ALVES, 2007)
O que é possível afirmar categoricamente é que os distúrbios funcionais
referidos são comuns a todas as pessoas, não são induzidos por doenças e
sobrevêm simplesmente em conseqüência do avançar dos anos. Essas
modificações são, portanto, decorrentes do envelhecimento natural, termo este que
tem como sinônimos senescência, envelhecimento intrínseco, envelhecimento
primário e eugeria, para diferenciar de alterações funcionais decorrentes de doenças
que são comuns na terceira idade, que constitui a senilidade, envelhecimento
secundário ou patologia. A questão a ser levantada é sobre o tempo que as
alterações eugênicas podem ser mantidas sem que ocorram as primeiras
15
manifestações de doenças associadas, sabendo-se que esta é mais freqüente e
mais grave em idosos e que modificações fisiológicas e do envelhecimento e seu
término pela “morte eugênica” é que o declínio da função vai ocorrendo ate o ponto
no qual o meio interno compatível com a vida da célula não pode ser mantido por
mais tempo. Outro fato que merece destaque é a grande variabilidade de
comportamento do declínio das funções de um órgão a outro, como também entre
idosos da mesma idade, a ponto de hoje se considerar, dentro da categoria de
envelhecimento fisiológico, duas formas: o usual ou comum e o bem- sucedido ou
saudável. Assinale-se que sob o rótulo de idosos são incluídas as pessoas
relativamente jovens, com seus 60 anos ou pouco mais, com também aqueles que
são extremamente velhos, com 90, 100, ou mais anos de idade. As conseqüências
sobre a variabilidade de comportamento referida, em face da grande amplitude da
faixa etária geriátrica, são por si só, obviamente esperadas. (SPIRDUSO, 2005)
O peso do cérebro diminui significativamente com o envelhecimento, ou
seja, apresenta em média redução de 5% aos 70 anos e cerca de 20% aos 90 anos
de idade. A quantidade de neurônios, que é de aproximadamente 10 bilhões, sofrem
diminuição de 50 mil 100 mil por dia, sendo que esta perda se dá maior ao córtex do
que ao hipotálamo, ponte e medula. Esta perda neuronal, entretanto não é uniforme.
Assim, por exemplo, o giro temporal superior pode apresentar perda de 50% de seus
neurônios, enquanto o inferior perde menos de 10%. Esta heterogeneidade de perda
neuronal ocorre também em outras partes do sistema nervoso. (SPIRDUSO, 2005).
Uma teoria que é usada para tentar explicar o envelhecimento é polêmica,
pode aparecer prematuro desenvolver teorias do envelhecimento antes de se chegar
a uma definição consensual. Contudo, elas prosperam. As teorias modernas sobre o
envelhecimento, uma conseqüência dos avanços surpreendentes da ciência e da
tecnologia, são sofisticadas e complexas. Tanto homens quanto mulheres perdem
altura, porém as mulheres perdem mais e mais rápidas. Perdas ósseas e da
compressão de cartilagem entre as vértebras fazem com que as mulheres percam
altura e desenvolva a corcunda de viúva, característica da osteoporose. Tanto os
homens quanto as mulheres ganham peso até a meia-idade, quando o peso das
mulheres se estabiliza e o peso dos homens diminui. Embora o peso corporal se
estabilize a composição corporal continua a mudar. Homens e mulheres jovens
possuem cerca de 15% a 25% de gordura corporal e aproximadamente 36% a 45%
16
de músculo. Iniciando-se no final dos 20 e 30 anos, a relação de gordura corporal
para músculo muda sempre. Perde-se massa muscular especialmente nos homens
e a gordura corporal aumenta. A água corporal total diminui com o envelhecimento.
As combinações entre a diminuição da água e o aumento de gordura total
representam problemas na estabilização da temperatura corporal em temperaturas
ambientais extremas. Também influencia na hora da prescrição de medicamentos
por que tanto a idade quanto a temperatura corporal influencia no tempo de ação do
medicamento, ou seja; o tempo que levará para este ser depurado pelo sistema.
Além das mudanças visíveis que ocorrem na aparência física, mudanças
relacionadas à idade na composição corporal também tem implicações na função
física e na saúde. Notamos que as mudanças físicas que ocorrem na época do
envelhecimento são fundamentais para caracterização do mesmo, porém a pele é a
grande “reveladora do envelhecimento” dentre todas as mudanças, através da pele
notamos claramente os traços desfeitos e sinais da idade. (SPIRDUSO, 2005)
A marca característica do envelhecimento não está no nível funcional
basal, mas na maneira como esse órgão adapta-se ao estresse externo. Por
exemplo, um indivíduo idoso pode ter glicemia plasmática normal em jejum, mas não
conseguir lidar com uma sobrecarga de glicose que esteja dentro dos parâmetros
normais para indivíduos mais jovens. O mesmo padrão de decréscimo da resposta
ao estresse pode ser observado na função de outros sistemas endócrinos, ou do
sistema cardiovascular. Um indivíduo idoso pode ter freqüência de pulso e débito
cardíaco normais em repouso, mas não conseguir produzir aumentos adequados
desses parâmetros durante o exercício. Em algumas situações, as alterações
associadas ao envelhecimento funcional globalmente de outras maneiras para gerar
resultados aparentemente normais em repouso. Por exemplo, embora a filtração
glomerular e o fluxo sanguíneo renal diminuam com a idade, muitos indivíduos
idosos têm níveis séricos normais de creatinina, graças às reduções concomitantes
da massa muscular e da produção desse metabólito. (KANE, 2004)
17
1.3. Farmacêutico x Idoso
O farmacêutico é o profissional de saúde que melhor pode conhecer a
medicação completa de um paciente na farmácia, incluindo os medicamentos OTC
(medicamentos de venda livre, sem necessidade de prescrição) e a fitoterapia.
Portanto, para detectar PRM (Problema Relacionado a Medicamentos), será
necessário manter uma comunicação adequada com a família do paciente e com
seu médico de família ou o geriatra. Em alguns casos são necessários ajustes
posológicos e/ ou o cuidado para evitar possíveis interações, ineficácia do
medicamento ou mesmo intoxicação, que serão feitos pelo médico. (SPIRDUSO,
2005)
O fato da utilização de mais de quatro fármacos já supõe em si mesmo
um fator de risco para que surja PRM, fato pelo qual, no idoso, o aparecimento
destes é muito mais freqüente por estarem normalmente polimedicados. Devemos
levar em conta, muito especialmente, as reações adversas a medicamentos (RAM)
que ocorrem nesses pacientes, visto que a idade por si só é modificadora do efeito
de um fármaco. É função de o farmacêutico orientar o paciente a procurar o médico
que lhe prescreveu à receita, que por sua vez preencherá um formulário chamado
“ficha de notificação de medicamentos”, o qual será encaminhado para o laboratório
farmacêutico para análise e comunicação às autoridades sanitárias. (SPIRDUSO,
2005).
Um dos principais problemas apresentados por um paciente polimedicado
é a ausência de aderência ao tratamento; desta forma, antes de tudo devemos
diferenciar este termo de outro similar, que é aderência. Aderência: é o grau no qual
o comportamento de um paciente, em relação á tomada de um medicamento,
coincide com o aconselhamento de saúde fornecido. Aderência ao tratamento:
implica, além do anterior, um compromisso do paciente; este adquire uma
responsabilidade sobre sua terapêutica, em conjunto com o profissional da saúde.
(SPIRDUSO, 2005)
18
1.4. Idosos: Grandes Consumidores de Medicamentos
Associado ao aumento no número de indivíduos idosos, o consumo de
medicamentos por tal população também aumentou, principalmente, em virtude da
elevada prevalência de doenças crônico-degenerativas associadas ao
envelhecimento. (NOVAES, 2007).
Em 2025, o Brasil terá a 6ª maior população de idosos do mundo, cerca
de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Dessa forma, nas próximas
décadas, deve haver aumento significativo da proporção de idosos dentre aqueles
que procuram os serviços de saúde. Em Estado epidemiológico com população
idosa no Brasil (Epidoso), constatou-se que a maioria (72%) usava algum
medicamento de forma crônica, com média de 2 fármacos/dia; 54% utilizavam algum
medicamento cardiovascular, 21%, algum medicamento relacionado ao trato
alimentar e metabolismo, e 18%, drogas para o sistema nervoso. A polimedicação
foi observada em 32% dos idosos e que já foi vista de forma de prescrição
inapropriada, porém, em se tratando de idosos, como múltiplas patologias que
precisam ser tratadas, ela é uma realidade a ser encarada, reavaliada meticulosa e
periodicamente com reajustes de doses e com a suspensão de medicamentos em
caso de o risco exceder o benefício ao paciente. As alterações fisiológicas
relacionadas à idade afetam a farmacocinética e a farmacodinâmica das drogas
alterando o efeito desejado. Duas etapas merecem maior atenção: participação das
isoenzimas no metabolismo hepático, quando se analisa a interação
medicamentosa, e a eliminação renal das drogas, prejudicada nos idosos. (RAMOS,
2005)
A qualidade de vida dos pacientes idosos pode ser acentuadamente
melhorada, e sua vida prolongada, pelo uso inteligente de fármacos. Entretanto,
existem vários obstáculos à aderência do paciente ao tratamento que devem ser
identificados pelo médico. O tratamento farmacológico tem um considerável
potencial de produzir efeitos tanto úteis quanto prejudiciais no paciente geriátrico. O
equilíbrio pode ser direcionado para a posição correta, se forem seguidos alguns
princípios: (1) Obter uma cuidadosa história medicamentosa. A doença a ser tratada
pode ser induzida por fármacos, ou os medicamentos que o paciente está tomando
19
podem resultar em interações com fármacos a serem prescritos. (2) Prescrever
apenas com uma indicação específica e racional, por exemplo, não prescrever
omeprazol pra “dispepsia”. (3) Definir o objetivo do tratamento farmacológico. A
seguir, iniciar com pequenas doses titular para a resposta desejada. Aguardar pelo
menos 3 meias-vidas (ajustadas para idade) antes de aumentar a dose. Se não
ocorrer a resposta esperada com a dose normal para adultos, verificar os níveis
sanguíneos. Se não for observada a resposta esperada na presença de níveis
sanguíneos apropriados, deve-se passar para um fármaco diferente. (4) Manter um
elevado índice de suspeita quanto a reações e interações farmacológicas. É preciso
saber quais os outros medicamentos que o paciente está tomando. (5) Simplificar o
esquema o máximo possível. Quando forem prescritos diversos fármacos, procurar
utilizar aqueles que podem ser tomados no mesmo horário e sempre que possível,
reduzir o número de fármacos prescritos. (KATZUNG, 2005)
O número médio de medicamentos usados pelos idosos está entre 2 e 5 e
tende a aumentar quando são considerados os medicamentos de venda livre. O fato
da utilização de mais de 4 fármacos já supõe em si mesmo um fator de risco para
que surja PRM (Problema Relacionado a Medicamentos), fato pelo qual, no idoso, o
aparecimento destes é muito mais freqüente por estarem normalmente
polimedicados. O Farmacêutico é o profissional de saúde que melhor pode conhecer
a medicação completa de um paciente na farmácia, incluindo os medicamentos de
venda livre sem necessidade de prescrição e a fitoterapia. Portanto, para detectar
PRM, será necessário manter uma comunicação adequada com a família do
paciente, com seu médico de família ou com o geriatra. Em alguns casos são
necessários ajustes posológicos e/ou o cuidado para evitar possíveis interações,
ineficácia do medicamento ou mesmo intoxicação. (MOLPECERES, 2005)
A ocorrência de reações adversas em idosos é estimada em 50,1 para
cada 1000 pessoas por ano, das quais, 27,6% seriam evitáveis. Outros autores
apontam que 30% dos internamentos em pacientes idosos têm ligação com
problemas relacionados com medicamentos ou efeitos tóxicos destes. Estima-se que
os custos totais dos PRM cheguem a 177,4 bilhões de dólares por ano somente nos
EUA. (CORRER, 2007)
20
Como os sinais e sintomas podem ser inespecíficos ou simular outras
doenças, as reações adversas aos fármacos podem ser ignoradas ou passar
despercebidas. Em alguns casos, os médicos prescrevem um outro fármaco para
tratar esses sinais e sintomas, contribuindo assim para a polifarmácia e aumentando
a probabilidade de haver uma interação farmacológica adversa. O problema da
polifarmácia é agravado pelas consultas com vários médicos, que podem prescrever
ainda mais fármacos. O prontuário médico do paciente deve ajudar a evitar
polifarmácia desnecessária, quando muitos médicos estiverem envolvidos na
assistência ao paciente. Vários fármacos prescritos comumente para a população
geriátrica podem interagir e causar efeitos adversos. Os tipos mais comuns de
interações farmacológicas potencialmente adversas são deslocamento dos fármacos
dos seus locais de ligação protéica por outras substâncias que têm grande afinidade
com essas proteínas; indução ou supressão do metabolismo de outros fármacos; e
efeitos aditivos dos diversos fármacos na pressão arterial e na função mental
(humor, nível de consciência etc.). Além da possibilidade de interagir com outros
fármacos, várias substâncias podem interagir adversamente com os distúrbios
clínicos preexistentes na população geriátrica, causando interações entre “fármaco-
paciente”. Um bom exemplo desse problema é o aumento do risco de internação em
hospital por insuficiência cardíaca congestiva entre os pacientes idosos tratados com
diuréticos e que recebem prescrição de um agente antiinflamatório não-esteróide.
(KANE, 2004)
2. Instituição de Longa Permanência
O primeiro asilo para idosos foi fundado no Rio de Janeiro, em 1782, com
capacidade para 30 leitos. Considera-se ainda asilo o lugar onde ficam isentos da
execução das leis, os que a ele se recolhem. Relacionam-se assim, a idéia de
guarita, abrigo, proteção ao local denominado de Asilo, independentemente do seu
caráter Social, Político ou de cuidados com dependências físicas e/ou mentais.
Atualmente as ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos), são
estabelecidas para atendimento integral institucionalizado em cuidados prestados a
pessoas com mais de 60 anos, dependentes ou independentes, que não dispõem de
http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/05/06/saude-geriatria/instituicoes-de-longa-permanencia-para-idosos-ilpi/
21
condições para permanecer com familiares ou em seu domicilio. Essas instituições
são conhecidas por denominações diversas: abrigo, asilo, lar, casa de repouso,
clínica geriátrica e ancianato. Elas devem proporcionar serviços na área social,
médica, psicológica, enfermagem, terapeuta ocupacional, odontologia, entre outras,
conforme necessidades desse segmento etário. Esse atendimento é realizado em
locais, fisicamente adequado e equipado para proporcionar cuidados aos idosos,
mediante pagamento ou não, durante um período indeterminado. Estes locais
devem reproduzir um ambiente residencial, mantendo as características de um lar.
Não devem ser marcados pelo isolamento, afastados da vida urbana, nem ser
espaço de uniformização da vida de seus usuários. Devem prever, na medida do
possível, a participação dos usuários na qualidade individual dos ambientes,
especialmente naqueles mais íntimos e reservados – os quartos, por exemplo. Além
disso, esse local deve fornecer o uso de elementos que atuem de forma positiva
sobre a memória física dos idosos e, ocasionando uma relação e aprendizagem com
o novo lar, e novo espaço, devem ser facilitadas incluindo objetos que sejam
capazes de resgatar antigos hábitos, experiências, recordações, fazendo com que
seu cotidiano atual seja o mais parecido com a sua antiga residência. Deve dispor
de um quadro de profissionais capacitados para atender às necessidades de
assistência social, alimentação, higiene, repouso e lazer dos usuários e desenvolver
outras atividades que garantam sua qualidade de vida. Sempre que possível, as
atividades deverão ser planejadas em parceria e com a participação efetiva dos
idosos, respeitando suas demandas e características sócio-culturais. (MEDEIROS,
2010)
Hoje as ILPIs devem estar adaptadas e regulamentadas perante as leis
para manter um padrão mínimo de funcionamento. A ANVISA (AGencia Nacional
Vigilância Sanitária) estabelece normas a serem aplicadas em todas ILPIs,
governamental, ou não, destinadas a moradia coletiva com pessoas de 60 anos ou
mais, com ou sem suporte familiar. Atendendo pessoas idosas com variações de
dependência, ou seja, aquelas que requerem o auxilio de outras, e equipamentos
especiais para realização das Atividades da Vida Diária (AVDs). Para se manter
uma assistência adequada em cuidados específicos para os idosos, as ILPIs devem
manter um quadro de profissionais capacitados dependendo do grau de
dependência de cada paciente:
http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/05/06/saude-geriatria/instituicoes-de-longa-permanencia-para-idosos-ilpi/http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/05/06/saude-geriatria/instituicoes-de-longa-permanencia-para-idosos-ilpi/
22
- grau de dependência I – são independentes, mas precisam de
equipamentos de auto-ajuda, portanto, um cuidador para cada 20 idosos, com carga
horária de 8 horas/dia;
- grau de dependência II – são dependentes com ate três atividades de
auto-cuidado para AVDs, portanto, um cuidador para cada 10 idosos, ou fracionado
por turno;
- grau de dependência III – são idosos com dependência que necessitam
da assistência em todas as atividades de auto-cuidado para as AVDs, ou com
comprometimento intelectual, portanto, um cuidador para cada 6 idosos, ou
fracionado por turno.(. Acesso em: 19 mar. 2010)
A Política Nacional do Idoso, promulgada em 1994 e regulamentada em
1996, assegura direitos sociais à pessoa idosa, criando condições para promover
sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade e reafirmando o
direito à saúde nos diversos níveis de atendimento do SUS (Lei nº 8.842/94 e
Decreto nº 1.948/96) MINISTÉRIO DE ESTADO DA SAÚDE.
(. Acesso em: 19 mar. 2010)
“As ILPIs são consideradas um sistema social organizacional”
(Creutzberg,2007), promovendo uma assistência que atende as necessidades mais
amplas possíveis, desde os cuidados básicos da enfermagem à integração da
equipe multidisciplinar, que também está envolvida no planejamento e execução dos
cuidados, levando ao bem-estar e satisfação dos idosos. As ILPIs adaptadas e
regulamentadas estão cada vez mais em evidências com relação aos profissionais
capacitados e especializados na área de geriatria que vem se empenhando para os
serviços prestados aos idosos. O objetivo não é substituir as famílias, mas sim em
garantir e proporcionar uma qualidade de vida aos idosos satisfatória e digna.
Porém, algumas instituições são carentes de recursos financeiros, com isso,
procuram mão-de-obra não-qualificada na área por serem mais barata, os chamados
cuidadores formais. Particularmente, ficam muito comprometedores os cuidados
23
designados pelo enfermeiro geriatra a esse pessoal não qualificado, em relação ao
processo inevitável do envelhecimento, pois a capacitação e o conhecimento
técnico-teórico são de real importância para os cuidados oferecidos aos idosos,
principalmente se esses profissionais forem especializados na área de saúde na
função de técnico/auxiliar de enfermagem ao idoso. (NOVAES, 2007)
A Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA / RDC nº 283, de 26 de
setembro de 2005, que aprova o Regulamento Técnico que estabelece as normas
de Funcionamento para as Instituições de Longa Permanência para Idosos no Brasil,
definem tais instituições como instituições governamentais ou não governamentais,
de caráter residencial, destinadas a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou
superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade,
dignidade e cidadania. (CHRISTOPHE, 2009)
São prováveis que os termos asilo e instituição asilar continuem a ser
empregados, pela manutenção do caráter assistencial que prevalece ainda na
maioria dessas instituições. A introdução da expressão Instituições de Longa
Permanência para Idosos expressa mais do que uma adaptação idiomática: é a
tradução de um novo paradigma. Mesmo quando ainda chamadas coloquialmente
de asilos, já mostram transformações resultantes da transição demográfica e
epidemiológica, tais como o aumento de residentes com enfermidades
degenerativas, concentração de residentes muito idosos, e ao mesmo tempo
convivendo com problemas de pobreza. A expressão é uma adaptação do termo
utilizado pela Organização Mundial de Saúde Long-Term Care Institution, apesar de
não ser literal, já que, a prevalecer à designação em inglês, a expressão deveria ser
Instituição de Cuidados Prolongados ou de Cuidados de Longa Duração. Em seu
artigo sobre linguagem médica, propõe substituir a expressão traduzida do inglês por
outra do vernáculo nacional, gerocômio ou gerontocômio, termos sancionados pela
Academia Brasileira de Letras. Na prática das instituições, estas continuam a se
autodenominar asilos, residências para idosos, casas de repouso, casas geriátricas,
ancianato, entre outras, terminologia também da linguagem coloquial.
(CHRISTOPHE, 2009)
24
2.1. Origem histórica das Instituições de Longa Permanência para Idosos
Uma das alternativas encontradas para o cuidado com o idoso
dependente, aquele com dificuldades ou impossibilidade de prover o próprio
cuidado, seja por deficiência física ou cognitiva, ou por falta de rendimentos para o
seu sustento, eram os chamados asilos. Sua história pode ser recuada até a Grécia
antiga, como denota a existência de gerontokomeion para cuidar dos idosos.
Provém do Império Bizantino a mais antiga legislação de funcionamento destes
estabelecimentos, perpetuada no Código Justiniano, que data de 534 da era cristã.
No mundo ocidental, o primeiro gerontocômio parece ter sido fundado pelo Papa
Pelágio II (520-590), que Transformou sua própria casa em hospital para idosos. Na
Idade Média, no século X, na Inglaterra, construíam-se casas, junto aos
monastérios, chamadas almshouses, destinadas à caridade (alms) e hospitalidade
em geral, que serviam de abrigo para idosos desamparados e pessoas
necessitadas. A mais antiga almshouse de que se tem notícia foi estabelecida em
York, em meados do século X. Como mais antiga ainda em funcionamento cita-se o
Hospital de St Cross, em Winchester, criado entre 1133 e 1136. Além de recursos
dos mosteiros, estas instituições recebiam doações de outros benfeitores, que com
isso tinham o poder de determinar quem poderia ou não receber a caridade. No
início do século XIII, as almhouses recebiam muitas doações de heranças.
(CHRISTOPHE, 2009)
3. Assistência à Saúde
Certamente vamos querer ter uma boa assistência à saúde nos
esperando em nossos anos dourados. Porém, o que vem a ser uma boa
assistência? Na assistência ao paciente idoso, 11 princípios fundamentais devem
ser levados em consideração: (1) o papel do médico como fator de integração do
modelo biopsicossocial e espiritual; (2) a continuidade do tratamento; (3) apoio à
família; (4) a habilidade na comunicação; (5) a construção de uma relação médico-
25
paciente ressonante; (6) a necessidade de exame e avaliação completos; (7)
prevenção e manutenção da saúde; (8) tratamento sensato com atenção à tomada
de decisões éticas; (9) colaboração interdisciplinar; (10) respeito ao idoso pela sua
utilidade e valor; e (11) assistência compassiva. A incorporação desses 11 princípios
forma um padrão de excelência ao qual todos nós podemos aspirar. (GALLO, 2001)
Os princípios da assistência recomendada para pacientes com doenças
crônicas é conceitualmente diferente da assistência que é necessária nas doenças
agudas. Para que os cuidados de longa duração sejam eficazes, é necessário dispor
de um sistema de informações orientado longitudinalmente, que possa detectar
alterações. Em essência, cada consulta clínica com um paciente portador de doença
crônica é parte de um episódio de assistência contínua, ou seja, tem história e
futuro. Para se cuidar de um paciente que apresenta doença crônica, principalmente
quando houver vários problemas simultâneos, é necessário ter boa memória, uma
vez que a lista de problemas do paciente é elucidada e a história, os tratamentos e
as expectativas associadas a cada qual são revistos. (KANE, 2004)
O aprimoramento da assistência à saúde de idosos com doenças crônicas
exige que os profissionais envolvidos trabalhem conjuntamente em função do melhor
interesse do paciente. Esse trabalho exige um genuíno esforço de colaboração que
irá efetivar um sistema que melhor irá ao encontro das necessidades do idoso
fragilizado. Essa colaboração será muito mais importante dentro das novas formas
de gerenciamento dos planos de saúde e das opções de assistência a longo prazo
baseadas na comunidade envolvendo prestação de assistência domiciliar, incluindo
o paciente terminal e outros serviços. (GALLO, 2001)
4. Assistência farmacêutica
Assistência Farmacêutica é o conjunto de ações desenvolvidas pelo
farmacêutico, e outros profissionais de saúde, voltadas à promoção, proteção e
recuperação da saúde, tanto no nível individual como coletivo, tendo o medicamento
como insumo essencial e visando o acesso e o uso racional. Envolve a pesquisa, o
desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua
26
seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia de qualidade
dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na
perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida
da população. (STORPIRTIS, 2008)
A população idosa no Brasil aumenta consideravelmente a cada ano, fruto
da longevidade que vem alcançando e a assistência farmacêutica está se
implementando de forma crescente, o que requer dos futuros profissionais de
farmácia um conhecimento mais específico da farmacoterapia aplicada na
população idosa. Neste contexto este trabalho pode ajudar a entender como se
processa a assistência farmacêutica ao idoso e como esta atenção pode contribuir
para se evitar acidentes com medicamentos, além de fornecer informações aos
acadêmicos e farmacêuticos que pretendem atuar na assistência farmacêutica
direcionada aos idosos. (COSTA, 2009)
O atendimento multidisciplinar do idoso apresenta vantagens e
desvantagens. O custo para sua manutenção é grande, porém é minimizado para o
sistema público devido à grande demanda pelo atendimento. Já no setor privado, o
custo limita sua expansão. Apesar do custo maior, essa assistência possibilita uma
abordagem mais ampla do paciente, permite a formação de novos vínculos sociais
entre os trabalhadores, possibilita o trabalho em grupo e também o controle de
qualidade do serviço prestado por cada componente. Essas equipes podem ser
formadas por vários profissionais, dentre eles encontram-se farmacêuticos, médicos,
enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,
fonoaudiólogos, assistentes sociais, entre outros especialistas. O grupo formado
dependerá das necessidades do paciente. De acordo com o local onde a assistência
é prestada, a equipe também pode ser reformulada visando o melhor atendimento
ao idoso. (NOVAES, 2007)
Infere-se que em função do limitado acesso à atenção farmacêutica
os níveis de morbimortalidade associados ao uso de medicamentos não param de
crescer, em especial nos idosos. Isto é justificado pelos mesmos conviverem mais
freqüentemente com problemas crônicos de saúde. Assim, buscam, mais os serviços
de saúde e, por conseqüência apresentam um elevado consumo de medicamentos,
o que contribui, também, a um maior risco à saúde. (NOVAES, 2007)
27
5. Assistência Farmacêutica x Instituição de Longa Permanência
A internação em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs)
representa um modelo excludente e que causa uma importante deterioração na
autonomia e capacidade funcional. Nas internações de idosos, mesmo nas de curta
permanência para tratamento de casos agudos, ocorre uma importante queda da
capacidade funcional. O retorno aos cuidados domiciliares não tem como finalidade
baratear custos ou transferir responsabilidades. A assistência domiciliar aos idosos,
cuja capacidade funcional está comprometida, demanda programas de orientação,
informação e assessoria de profissionais capacitados em saúde do idoso e depende
do apoio informal e familiar, constituindo-se uns dos aspectos fundamentais na
atenção à saúde desse grupo populacional. (NOVAES, 2007)
As alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos
nessa população, entre outros problemas relativos a medicamentos, ocasionam o
aumento no risco do idoso sofrer reações adversas, interações medicamentos as
clinicamente relevantes e deletérias, além da baixa adesão ao tratamento. Dessa
forma, a assistência farmacêutica, se integrada à equipe multiprofissional, é
essencial nos cuidados ao paciente idoso nos diferentes cenários (ambientes), tais
como o domiciliar, hospitalar e o institucional de longa permanência. (NOVAES,
2007)
A atenção farmacêutica ao idoso, ou a qualquer outro paciente, pode ser
desenvolvida desde a assistência básica até a assistência de alta complexidade nos
diferentes locais de atuação do farmacêutico: drogarias, farmácias ambulatoriais, no
hospital, em farmácias de manipulação, no centro de saúde e até mesmo em casa,
no caso, por exemplo, dos farmacêuticos atuantes no Programa Saúde da Família
ou outros programas de promoção da saúde. (BISANOTO, 2007)
O idoso, quando institucionalizado, é transferido para um mundo
diferente, onde encontra novas pessoas, um novo ambiente, novas regras e nova
rotina diária e necessita de apoio psicossocial para facilitar a sua adaptação. A
assistência integral ao idoso requer a atuação de uma equipe multidisciplinar e o
ideal é que estas instituições contem com assistência médica, odontológica, de
28
enfermagem, nutricional, psicológica, farmacêutica, atividades de lazer, atividades
de reabilitação como fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, serviço
social, apoio jurídico e administrativo, e serviços gerais. Todavia, como estas
instituições não possuem recursos financeiros para manter esses serviços,
oferecem, basicamente, serviços de enfermagem, assistência médica e psicológica,
especialmente quando contam com a ação de voluntários para a execução desses
serviços. (CALKINS, 1997)
Em relação à prescrição para o idoso, deve ser considerado, além das
peculiaridades da farmacocinética e farmacodinâmica dessa faixa etária, o custo, o
grande número de medicamentos prescritos e as dificuldades na adesão ao
tratamento. No entanto, é comum encontrar, em suas prescrições, dosagens e
indicações inadequadas, interações medicamentosas, associações, como também
redundância (uso de fármacos pertencentes à mesma classe terapêutica) e
medicamentos sem valor terapêutico. Tais fatores podem gerar reações adversas
aos medicamentos, algumas delas classificadas quanto à causalidade e fatalidade,
como graves e fatais. (MARTINEZ, 2007) (BERGAMAN, 2007) (WILSON, 2007)
O acompanhamento farmacoterapêutico do paciente idoso é etapa
fundamental para a promoção do uso correto de medicamentos. A abordagem
educativa possibilita a ação colaborativa entre a equipe multiprofissional,
favorecendo o esclarecimento de dúvidas, atenuando as ansiedades pela
convivência com problemas semelhantes já solucionados, bem como proporciona
maior efetividade na aplicação de medidas terapêuticas. (KARNIKOWSKI, 2004)
(NÓBREGA, 2005) (LAMPELA, 2007)
6. Atenção farmacêutica
Amplamente divulgada em países como Estados Unidos, Espanha,
França e Chile, a Atenção Farmacêutica chega ao Brasil com o objetivo de inovar os
serviços de farmácia. O farmacêutico, assumindo o papel de membro da equipe de
saúde, responsabiliza-se por auxiliar a eficácia dos tratamentos médicos, visando
sempre o incremento da qualidade de vida do paciente. (CHRISTOPHE, 2009)
29
É um modelo de prática farmacêutica desenvolvida no contexto da
assistência farmacêutica. Compreendem atitudes, valores éticos, comportamentos,
habilidades, compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças e na
promoção e recuperação da saúde, de forma integrada á equipe de saúde. É a
interação direta do farmacêutico com o usuário, visando a uma farmacoterapia
racional e á obtenção de resultados definitivos e mensuráveis, voltados para a
melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções
dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades biopsicossociais sob a ótica
integralidade das ações de saúde. O farmacêutico tem como ação fundamentada em
suas práxis, interagir e responder ás demandas dos usuários do sistema de saúde,
buscando a resolução de problemas de saúde que envolva ou não medicamentos.
Este processo pode compreender escuta ativa, identificação de necessidades,
análises da situação, tomada de decisões, definição de condutas documentação e
avaliação dentre outros. (BISSON, 2007)
O Código de Ética da profissão diz que “o farmacêutico é um profissional da
saúde, cumprindo-lhe executar todas as atividades inerentes ao âmbito profissional
farmacêutico, de modo a contribuir para a salvaguarda da saúde pública e, ainda,
todas as ações de educação dirigidas à comunidade na promoção da saúde”. O
farmacêutico atuará sempre com o maior respeito à vida humana, ao meio ambiente
e à liberdade de consciência nas situações de conflito entre a ciência e os direitos
fundamentais do homem. A dimensão ética da profissão farmacêutica é
determinada, em todos os seus atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade e
ao meio ambiente, sem qualquer discriminação. (RESOLUÇÃO Nº 417 DE 29 DE
SETEMBRO DE 2004)
Infere-se que em função do limitado acesso à atenção farmacêutica os
níveis de morbimortalidade associados ao uso de medicamentos não param de
crescer, em especial nos idosos. Isto é justificado pelos mesmos conviverem mais
freqüentemente com problemas crônicos de saúde. Assim, buscam, mais os serviços
de saúde e, por conseqüência apresentam um elevado consumo de medicamentos,
o que contribui, também, a um maior risco à saúde. (NOVAES, 2007).
A prática da Atenção Farmacêutica (AF) em estabelecimentos de atuação
do farmacêutico como drogaria, farmácia com ou sem manipulação, hospitais, posto
30
de saúde, farmácias ambulatoriais, unidades básicas de saúde, PSF (Programa de
Saúde da Família), visa garantir uma farmacoterapia segura, racional e custo-
efetivo, não interferindo no diagnóstico estipulado pelo prescritor. Devido o aumento
da expectativa de vida no Brasil, torna-se mais provável o crescimento de doenças
crônico-degenerativas. Com isso, a preocupação com o idoso é enfatizada e vários
programas direcionados para a terceira idade estão sendo montados. No âmbito
farmacêutico também ocorreu uma preocupação especial com a classe dos idosos.
Baseado na polifarmácia, grande número de medicamentos administrados pelos
idosos, a Atenção Farmacêutica foi também direcionada para eles, envolvendo a
promoção do uso racional de medicamentos através de ações educativas na área da
saúde. Na Atenção Básica (AB) não é diferente. A inserção do farmacêutico nas
Unidades Básicas facilita o processo de AF em comunidades carentes. No PSF,
essa AF acontece durante a dispensação de medicamentos e nas vidas diárias
(VDs). As VDs são indispensáveis, pois muitos pacientes idosos são acamados ou
têm muita dificuldade de locomover até o posto de saúde. O PSF adotou,
principalmente, atenção ao idoso com ações de promoção, prevenção e tratamento
de diabete mellitus e hipertensão arterial, considerados como problemas de Saúde
Pública. Essa proposta, com o foco na promoção da qualidade de vida e intervenção
nos fatores de risco a saúde, permite a identificação acurada e um melhor
acompanhamento dos indivíduos diabéticos e hipertensos. Este acompanhamento é
feito através da AF. Embora a Atenção Farmacêutica não seja específica para uma
exclusiva faixa etária, há uma maior preocupação com os idosos. A polimedicação
presente em quase todas as prescrições para idosos pode implicar em sérias
conseqüências para este paciente. Uma vez que há alterações nos processos
farmacocinéticos e farmacodinâmicos, interferindo no processo de metabolização
dos fármacos e conseqüentemente podendo ocorrer problemas de toxicidade
relativa a fármacos. As reações adversas e interações medicamentosas também são
freqüentes. Outro problema notificado nos idosos é a não-adesão ao tratamento
prescrito, expondo o paciente a um risco maior de hospitalização e morbidade.
Portanto, o acompanhamento farmacoterapêutico exercido na AF é indispensável
para esses pacientes. (NASCIMENTO, 2009)
31
7. Interações medicamentosas
Em paciente graves, idosos e de unidades de terapia intensiva, a
prescrição médica envolve diversas drogas. Nestes casos, não raramente os
paciente apresentam insuficiência renal e/ou hepática, que favorece o
desenvolvimento de inúmeras interações entre os medicamentos, alterando o efeito
farmacológico, aumentando a eficácia ou provocando reações adversas e nocivas.
As interações entre drogas podem ser significativas se a doença tratada é grave ou
potencialmente fatal. A incidência das interações oscila de 3% a 5% nos pacientes
que recebem poucos medicamentos e até 20% naqueles que recebem de 10 a 20
drogas. (BISSON, 2007)
As interações medicamentosas ocorrem quando as ações de um
medicamento são alteradas pela presença de outro medicamento. A alteração pode
acarretar diminuição da eficácia ou aumento de efeitos farmacodinâmicos que
produzem eventos medicamentosos adversos. Algumas interações são de fácil
compreensão e mesmo previsíveis, por suas causas subjacentes simples.
Mecanismos de interação podem ser divididos em dois grupos: interações
farmacodinâmicas e interações farmacocinéticas. As primeiras resultam da
capacidade de um medicamento interagir com o seu sítio de ação pretendido
(receptores), enquanto as últimas resultam de uma alteração da concentração do
medicamento no seu sítio de ação e ocorrem devido a uma alteração da absorção,
distribuição, metabolismo e/ou excreção do medicamento. (BACHMANN, 2006)
Pode ser definida como a influência recíproca de um medicamento sobre
outra substância. Ou seja, quando um medicamento é administrado isoladamente,
produz um determinado efeito. Porém, quando este é associado á outro
medicamento, a alimentos ou outras substâncias (como o tabaco, drogas de abuso,
ou mesmo substâncias que o paciente possa entrar em contato, como inseticidas,
produtos de limpeza, cosméticos, etc.) ocorre um efeito diferente do esperado,
caracterizando uma interação. (HOSPITAL GERAL DE BRASÍLIA, 2008)
O risco de ocorrência de uma interação medicamentosa (IM) depende do
número de medicamentos usados, da tendência que determinadas drogas têm para
32
a interação e da quantidade tomada do medicamento. Muitas IMs são descobertas
durante testes de medicamentos. Médicos, enfermeiras e farmacêuticos podem
reduzir a incidência de problemas sérios mantendo-se informados a respeito de IMs
potenciais. (MERCK SHARP & DOHME, 2007)
As respostas decorrentes das IMs podem ser desejadas ou indesejadas.
São desejadas e necessárias na medida em que reduzem os efeitos colaterais ou
melhoram a eficácia terapêutica dos agentes combinados. São indesejadas quando
prejudiciais à terapia, podendo aumentar as RAMs e causar ineficácia terapêutica.
(GUASTALDI, 2006)
Para Guastaldi (2006), as IMs que afetam a absorção, pode ocorrer com
medicamentos administrados por via oral, tópica e parenteral, tendo como fatores
importantes, as mudanças no pH do sistema digestório, a velocidade de
esvaziamento gástrico, o tônus e a motilidade da musculatura intestinal e a presença
de substratos como, cálcio, alumínio, magnésio e sais de ferro e formulações
farmacêuticas. As IMs que afetam a distribuição dos medicamentos, ou seja, o
transporte destes da corrente sanguínea para órgãos e tecidos, ocorrem quando
agentes que possuem alta ligação às proteínas plasmáticas (PP) deslocam outros
de seus sítios de ligação às PP, aumentando a fração livre elevando, assim, o nível
sérico. Esta fração livre é responsável pela atividade farmacológica do
medicamento. A alteração no processo de metabolismo dos medicamentos
decorrentes de IMs ocorre através das enzimas hepáticas, as quais podem ser
inibidas ou induzidas por alguns medicamentos denominados inibidores e indutores
enzimáticos, respectivamente. E por final, as IMs que modificam a excreção
encontram-se relacionadas às alterações na capacidade de filtração glomerular,
secreção e reabsorção no túbulo renal, que conseqüentemente, interferem no tempo
de ação dos medicamentos.
Para a mesma autora, as interações farmacodinâmicas são aquelas que
provocam mudanças nas respostas dos pacientes sem alterar a farmacocinética do
medicamento e sem mudanças no nível sérico. Podem ocorrer através de
sinergismo e antagonismo.
A IM que resulta em sinergismo ocorre quando há combinação de dois ou
mais medicamentos, e o resultado clínico da combinação é maior que os efeitos
33
isolados. O antagonismo é um tipo de IM em que o medicamento possui efeitos
opostos ao outro administrado no mesmo regime. Esta IM, geralmente, acontece
quando há competição pelos mesmos sítios de ligação da molécula-alvo.
(GUASTALDI, 2006)
34
8. Objetivo
O trabalho tem por objetivo demonstrar a atuação do profissional
farmacêutico no acompanhamento à pacientes internados em uma Instituição de
Longa Permanência no município de Santos-SP que fazem uso de medicamentos.
35
9. Metodologia
Trata-se de um estudo prospectivo onde foi realizado levantamento dos
dados através das fichas dos 23 idosos (anexo 1) residentes em uma Instituição de
Longa Permanência localizada no bairro Boqueirão da Cidade de Santos no Estado
de São Paulo, que fazem uso de medicamentos.
Como critérios de inclusão foram avaliados as fichas dos idosos que
fazem uso de medicamentos.
Foram excluídos do estudo os idosos que não fazem uso de
medicamentos.
Após o levantamento dos principais medicamentos utilizados foi
elaborado tabela de orientação farmacêutica (anexo 2) aos idosos e/ou seus
cuidadores, informando-os sobre o uso correto dos medicamentos, efeitos colaterais,
horários de administração, guarda e conservação adequados, a fim de demonstrar a
importância do profissional farmacêutico no atendimento/acompanhamento dos
pacientes pertencentes ao estudo. As interações medicamentosas foram
identificadas através do programa Clinical Pharmacology versão 2.30 – 2008.
Dados como idade, sexo, patologias prevalentes, medicamentos
utilizados foram apresentados e comparados com a literatura quando pertinentes. As
intervenções realizadas durante o projeto foram compiladas e serviram de subsídios
para avaliar a importância da atuação do profissional farmacêutico no atendimento
aos idosos residentes em Instituição de Longa Permanência.
O nome e idade dos residentes são preservados. Os dados levantados
foram retirados através da análise de fichas de prontuário dos mesmos, não
havendo contato nenhum entre o pesquisador e o sujeito da pesquisa.
36
10. Resultados
10.1. Ficha dos Pacientes e Orientações
Paciente 1 Nome: ASO
Idade: 89 anos Sexo: F ( ) M ( x ) Dependência: ( ) Total ( x ) Parcial
Diagnóstico: Alzheimer, hipertensão arterial
Medicação Posologia
1. captopril 25mg 1 cp as 8h,20h
2. bromazepan 3mg 1 cp as 20h
3. Beminal® vitamina B1, vitamina B2,
vitamina B6, nicotinamida,
pantotenato de cálcio, vitamina C,
vitamina B12
1 cp as 10h
4. carbocisteína 1 med 8h, 15h, 22h
5. levofloxacino 500mg 1 cp as 20h (7dias )
PACIENTE ASO (Interações)
Alta intensidade: levofloxacino x complexo B; levofloxacino x alimentos.
Moderada intensidade: levofloxacino x cafeína; captopril x complexo B; captopril x
bromazepan.
37
Ficha de Orientação Farmacêutica
Nome do paciente: ASO
Horário de
administração Medicamento Observação importante
8h
carbocisteína Não há interações.
captopril
Interage com álcool,
Beminal®, alimentos em
geral e bromazepan.
10h
Beminal® - vitamina B1,
vitamina B2, vitamina B6,
nicotinamida, pantotenato de
cálcio, vitamina C, vitamina B12
Interage com álcool,
captopril e levofloxacino.
15h carbocisteína Não há interações.
20h
captopril
Interage com álcool,
Beminal®, alimentos em
geral e bromazepan.
levofloxacino
Interage com álcool e
alimentos (leite e
derivados, suco de
laranja), cafeína e
Beminal®
bromazepan Interage com álcool e
captopril.
22h carbocisteína Não há interações.
38
Paciente 2 Nome: D.G.A
Idade: 67 anos Sexo: F( X ) M( ) Dependência: ( X ) Total ( ) Parcial
Diagnóstico: AVC
Medicação Posologia
1. captopril 25 mg 1 cp as 8:00, 14:00 e 22:00 hs
2. respiridona 2 mg 1 cp as 17:00 hs
3. baclofeno 10 mg 1 cp as 8:00 e as 20:00 hs
4. fluoxetina 20 mg 1 cp as 20 hs
5. biperideno 15 mg 1 cp as 20:00 hs
6. bromoprida 4mg/ml tomar 4 gts 8:00 hs e as 20:00 hs
7. dimeticona 75 mg 30 gts as 8:00, 16:00, 24:00 hs
PACIENTE DGA (Interações)
Moderada intensidade: captopril x baclofeno; fluoxetina x risperidona; captopril x
risperidona.
39
Ficha de Orientação Farmacêutica
Nome do paciente: DGA
Horário de
administração
Medicamento Observação importante
6h captopril Interage com álcool,
baclofeno, risperidona.
8h
baclofeno Interage com álcool,
captopril.
bromoprida Não há interações.
dimeticona Não há interações.
14h captopril Interage com álcool,
baclofeno, risperidona.
16h dimeticona Não há interações.
17h risperidona Interage com álcool,
fluoxetina, captopril.
20h
baclofeno Interage com álcool,
captopril.
fluoxetina Interage com risperidona.
biperideno Interage com álcool.
bromoprida Não há interações.
22h captopril Interage com álcool,
baclofeno, risperidona.
24h dimeticona Não há interações.
40
Paciente 3 Nome: E.C.V
Idade: 86 anos Sexo: F( x ) M( ) Dependência: ( ) Total ( x ) Parcial
Diagnóstico: Alzheimer, hipertensão arterial
Medicação Posologia
1. fluoxetina 20 mg 1 cp as 8:00 hs
2. bromazepan 3 mg 1 cp as 8:00 hs
3. captopril 25 mg 1 cp as 8:00 e as 20:00 hs
4. cumarina+ rutina (assoc) 15 mg 1 cp 8:00 e as 20:00 hs
5. clonazepan 0,5 mg 1 cp as 20:00 hs
PACIENTE ECV (Interação)
Moderada intensidade: clonazepan x fluoxetina; clonazepan x alimentos;
bromazepan x fluoxetina; bromazepan x cumarina/rutina; bromazepan x captopril.
Baixa intensidade: clonazepan x cafeína
41
Ficha de Orientação Farmacêutica
Nome do paciente: ECV
Horário de
administração Medicamento Observação importante
6h cumarina+ rutina (assoc) Interage com bromazepan.
8h
captopril Interage com álcool.
fluoxetina Interage com clonazepan,
bromazepan.
10h bromazepan
Interage com álcool,
fluoxetina, cumarina/
rutina.
18h cumarina+ rutina (assoc) Interage com bromazepan.
20h
clonazepan
Interage com álcool,
fluoxetina, alimento (suco
de laranja).
captopril Interage com álcool.
42
Paciente 4 Nome: E.F.H
Idade: 75 Sexo: F( x ) M( ) Dependência: ( ) Total ( x ) Parcial
Diagnóstico: Alzheimer
Medicação Posologia
1. Cinarizina 75 Mg 1 cp as 20:00 hs
PACIENTE EFH (Interações)
Não foi encontrada nenhuma interação, uma vez que o paciente faz uso de apenas
um medicamento.
Ficha de Orientação Farmacêutica
Nome do paciente: EFH
Horário de
administração Medicamento Observação importante
20h Cinarizina Interage com álcool
43
Paciente 5 Nome: E.M.L
Idade: 69 anos Sexo: F( x ) M( ) Dependência: ( ) Total ( x ) Parcial
Diagnóstico: AVC, diabetes mellitus, dislipidemia
Medicação Posologia
1. digoxina 0,25 mg 1 cp as 8:00 hs
2. losartan 50 mg 1 cp as 8:00 e as 20:00 hs
3. clopidogrel 75 mg 1 cp as 8:00 hs
4. furosemida 25 mg 1 cp as 8:00 hs
5. espironolactona 25 mg 1 cp as 8:00 hs
6. glibenclamida 5 mg 1 cp 12:00 hs
7. metformina 850 mg 1 cp 12:00 hs
8. alprazolan 12 mg 1 cp 20:00 hs
9. sinvastatina 10 mg 1 cp as 20:00 hs
10. clonazepan 2 mg 1 cp 20:00 hs
11. trimebutina 200 mg 1 cp as 8:00 e as 20:00 hs
12. metildopa 500 mg 1 cp de 12/12 hs
13. S. boulardii 200 mg 1 cp de 12/12 hs
PACIENTE EML (Interações)
Alta intensidade: losartan x espironolactona; sinvastatina x alimentos
Moderada intensidade: clonazepan x metildopa; metildopa x espironolactona;
alprazolan x clonazepan; alprazolan x digoxina; alprazolan x metildopa;
alprazolan x alimentos; digoxina x metformina; digoxina x sinvastatina;
digoxina x espironolactona; digoxina x glibenclamida; losartan x metformina;
losartan x metildopa.
Baixa intensidade: alprazolan x cafeína; espironolactona x alimentos;
clonazepan x cafeína.
44
Ficha de Orientação Farmacêutica
Nome do paciente: EML
Horário de
administração Medicamento Observação importante
6h espironolactona Interage com losartan, álcool,
metildopa, digoxina.
8h
losartan Interação com espironolactona,
metformina, metildopa, álcool.
clopidogrel e
furosemida Não há interações.
digoxina
Interação com alprazolan,
metformina, sinvastatina,
espirolactona, glibenclamida.
trimebutina e S.
boulardii Não há interações.
10h metildopa Interage com álcool, espirolactona,
alprazolan, losartan.
12h
glibenclamida Interage com álcool, digoxina.
metformina Interage com álcool, digoxina,
losartan.
18h alprazolan
Interação com álcool, clonazepan,
digoxina, metildopa, alimento (suco
de laranja).
20h
clonazepan Interação com álcool, metildopa,
alprazolan.
Sinvastatina Interação com alimentos (suco de
laranja), digoxina.
losartan Interação com espironolactona,
metformina, metildopa, álcool.
S. boulardii e trimebutina Não há interações.
22h metildopa Interage com álcool, espirolactona,
alprazolan, losartan.
45
Paciente 6 Nome: EPA
Idade: 71 anos Sexo: F( ) M( x ) Dependência: ( x ) Total ( ) Parcial
Diagnóstico: Alzheimer
Medicação Posologia
1. Insulina NPH SC 20u às 8h
2. repaglinida 1mg 1 cp às 8h
3. cloridrato de memantina 10 mg 1 cp às 12h
4. rivastigmina 3mg 1 cp às 8h e 20 h
PACIENTE EPA (Interações)
Alta intensidade: Insulina x Repaglinida
Ficha de Orientação Farmacêutica
Nome do paciente: EPA
Horário de
administração Medicamento Observação importante
8h insulina NPH SC Interage com Repaglinida
rivastigmina Não há interação.
10h repaglinida Interage com Insulina
NPH, álcool.
12h cloridrato de memantina Não há interação.
20h rivastigmina Não há interação.
46
Paciente 7 Nome: H.B
Idade: 89 anos Sexo: F( x ) M( ) Dependência: ( ) Total ( x ) Parcial
Diagnóstico: Alzheimer
Medicação Posologia
1. biperideno 2 mg 1 cp as 8:00 hs
2. risperidona 1mg 1 cp as 8:00 hs
3. Supla-Z® - magnésio, vitamina C,
vitamina B3, zinco, vitamina E,
vitamina B5, manganês, cobre,
vitamina B6, vitamina B2, vitamina
B1, vitamina A, molibdênio, ácido
fólico, cromo, biotina, vitamina K,
selênio, vitamina D3, vitamina B12
1 cp as 12:00 hs
4. ciprofloxacino 500 mg 1 cp 12/12 hs
5. sinvastatina 20 mg 1 cp 20:00 hs
6. vimpocetina 5 mg 1 cp 8:00 e 20:00 hs
PACIENTE HB (Interações)
Alta intensidade: ciprofloxacino x alimento; sinvastatina x alimento
Moderada intensidade: ciprofloxacino x risperidona; ciprofloxacino x cafeína
47
Ficha de Orientação Farmacêutica
Nome do paciente: HB
Horário de
administração Medicamento Observação importante
8h
biperideno Interage com álcool.
ciprofloxacino
Interage com alimento
(lácteo, suco de laranja,
alimentos rico em cálcio e
ferro), risperidona e
cafeína
vimpocetina Não há interações.
10h risperidona Interage com álcool,
ciprofloxacino.
12h
Supla Z® - magnésio,
vitamina C, vitamina B3,
zinco, vitamina E, vitamina
B5, manganês, cobre,
vitamina B6, vitamina B2,
vitamina B1, vitamina A,
molibdênio, ácido fólico,
cromo, biotina, vitamina K,
selênio, vitamina D3,
vitamina B12
complexo B interage com
álcool.
20h
ciprofloxacino
Interage com alimento
(lácteo, suco de laranja,
alimentos rico em cálcio e
ferro) risperidona, cafeína
sinvastatina Interage com alimentos
(suco laranja).
vimpocetina Não há interações.
48
Paciente 8 Nome: HDHF
Idade: 63 anos Sexo: F( ) M( x ) Dependência: ( ) Total ( X ) Parcial
Diagnóstico: AVC
Medicação Posologia
1. fluoxetina 20mg 1 cp as 8h
2. levodopa/carbidopa 200mg/50mg 1 cp as 8h
3. fenitoína 100mg 1 cp as 8h, 20h
4. nimodipina 30mg 1 cp as 8h,20h
5. acetazolamina 250mg 1 cp as 8h,20h
6. sinvastatina 20mg 1 cp as 8h, 20h
7. ciprofloxacino 500mg 1 cp as 6h, 18h ( 6 dias)
8. metronidazol 400mg 1 cp as 8h,16h, 24h (6 dias)
9. complexo B 1 cp as 8h, 20h
10. dimenidrinato+ vit B6 30 gts as 6h,12h, 18h, 24h
11. omeprazol 20mg 1 cp as 7h jejum
12. sulfato ferroso 1 flac. 11h, 18h
13. carbonato cálcio + vitamina D
600mg 1 cp as 8h (2ª, 4ª e 6ª feira)
14. SF + vitamina C + complexo B 2 x ao dia
PACIENTE HDHF (Interações)
Alta intensidade: ciprofloxacino x complexo B; ciprofloxacino x sulfato ferroso;
ciprofloxacino x alimentos; sulfato ferroso x levodopa / carbidopa; sulfato ferroso x
omeprazol; fluoxetina x fenitoina; complexo B x fenitoina; complexo B x omeprazol;
levodopa /carbidopa x alimentos; nimodipina x alimentos; sinvastatina x alimentos
Moderada intensidade: fenitoina x levodopa / carbidopa; fenitoina x sinvastatina;
fenitoina x nimodipina; fenitoina x omeprazol; fenitoina x dimenidrinato; nimodipina x
fluoxetina; ciprofloxacina x fenitoina; ciprofloxacina x cafeína; complexo B x
sinvastatina; carbonato cálcio +vitamina D x sulfato ferroso
49
Baixa intensidade: complexo B x nimodipina; acetazolamida x fenitoina;
acetazolamida x ciprofloxacino; fenitoina x cafeína; fenitoina x complexo B; fenitoina
x dimenidrinato; sulfato ferroso x vitamina c; omeprazol x complexo B; carbonato
cálcio + vitamina D x cafeína; carbonato cálcio + vitamina D x alimento; carbonato
cálcio + vitamina D x nimodipino
Ficha de Orientação Farmacêutica
Nome do paciente: HDHF
Horário de
administração
Medicamento Observação importante
6h ciprofloxacino
Interage com sulfato ferroso,
álcool, cafeína, complexo B,
alimentos (derivados de leite e
cítricos), acetazolamida, fenitoína.
dimenidrinato+ vit B6 Interage com fenitoína, álcool.
7h omeprazol Interage com sulfato ferroso,
fenitoina, compelxo B, álcool.
8h
fluoxetina Interage com fenitoína, nimodipino.
complexo B
Interage com fenitoína,
sinvastatina, ciprofloxacino,
omeprazol.
levodopa/carbidopa
Interagem com alimentos (leite e
derivados), sulfato ferroso,
fenitoína.
SF + vitamina C +
complexo B
Interage com ciprofloxacino,
omeprazol, fenitoína, sinvastatina.
carbonato de cálcio +
vitamina D
Interage com fenitoina, sulfato
ferroso. – somente 2ª, 4ª e 6ª feira
metronidazol Interage com álcool.
acetazolamina Interage com fenitoina.
50
Horário de
administração
Medicamento Observação importante
10h fenitoina
Interage com fluoxetina,
sinvastatina, nimodipino,
dimenidrinato, álcool, omeprazol,
cafeína, levodopa / carbidopa,
carbonato de cálcio + vit D,
ciprofloxacino, complexo B
11h sulfato ferroso
Interage com omeprazol,
carbonato de cálcio + vitamina D,
ciprofloxacino, levodopa /
carbidopa.
12h
dimenidrinato + vit B6 Interage com fenitoína, álcool.
sinvastativa Interage com alimentos (suco de
laranja) álcool, fenitoina.
nimodipino Interage com fenitoina, fluoxetina,
álcool, alimentos (suco de laranja).
16h Metronidazol Interage com álcool
18h
ciprofloxacino
Interage com sulfato ferroso,
álcool, cafeína, complexo B,
alimentos (derivados de leite e
cítricos), acetazolamida, fenitoína.
Dimenidrinato + vit B6 Interage com fenitoína, álcool.
20h
Sulfato ferroso
Interage com omeprazol,
carbonato de cálcio + vitamina D,
ciprofloxacino, levodopa /
carbidopa.
complexo B
Interage com fenitoína,
sinvastatina, ciprofloxacino,
omeprazol.
SF + vitamina C +
complexo B
Interage com ciprofloxacino,
omeprazol, fenitoína, sinvastatina.
Acetazolamina Interage com fenitoina.
51
Horário de
administração
Medicamento Observação importante
22h fenitoína
Interage com fluoxetina,
sinvastatina, nimodipino,
dimenidrinato, álcool, omeprazol,
cafeína, levodopa / carbidopa,
carbonato de cálcio + vit D,
ciprofloxacino, complexo B
24h
sinvastativa Interage com alimentos (suco de
laranja) álcool, fenitoina.
metronidazol Interage com álcool.
nimodipino Interage com fenitoina, fluoxetina,
álcool, alimentos (suco de laranja).
dimenidrinato+ vit B6 Interage com fenitoína, álcool.
52
Paciente 9 Nome: I.M.H.M
Idade: 81 Sexo: F( x ) M( ) Dependência: ( ) Total ( x ) Parcial
Diagnóstico: Alzheimer e hipertensão arterial
Medicação Posologia
1. captopril 25 mg 1 cp 8:00, 16:00 e 22:00 hs
2. bromazepan 3 mg 1 cp as 8:00 e as 20:00 hs
3. rutina + cumarina 15 mg ( assoc.) 1 cp as 8:00 e as 20:00 hs
4. biperideno 2 mg 1 cp as 8:00 e as 20:00 hs
5. lorazepan 2 mg 1 cp as 20:00 hs
6. prometazina 25 mg 1 cp as 20:00 hs
7. fluoxetina 20 mg 1 cp as 8:00 hs
8. Supla-Z® - magnésio, vitamina C,
vitamina B3, Zinco, vitamina E,
vitamina B5, manganês, cobre,
vitamina B6, vitamina B2, vitamina
B1, vitamina A, molibdênio, ácido
fólico, cromo, biotina, vitamina K,
selênio, vitamina D3, vitamina B12
1 cp as 8:00 hs
9. clorpromazina 25 mg 1 cp as 20:00 hs
PACIENTE IMHM (Interações)
Muito alta intensidade: fluoxetina x clorpromazina
Alta intensidade: clorpromazina x prometazina;
Moderada intensidade: biperideno x prometazina; lorazepan x prometazina;
biperideno x clorpromazina; clorpromazina x lorazepan; bromazepan x
rutina/cumarina; captopril x bromazepan
Baixa intensidade: lorazepan x cafeína
53
Ficha de Orientação Farmacêutica
Nome do paciente: IMHM
Horário de
administração Medicamento Observação importante
8h
rutina + cumarina
( assoc.)
Interage com
bromazepan.
captopril Interage com álcool,
bromazepan.
fluoxetina
Interage com
clorpromazina (deve ser
evitada essa combinação).
Supla Z® - magnésio,
vitamina C, vitamina B3,
Zinco, vitamina E,
vitamina B5, manganês,
cobre, vitamina B6,
vitamina B2, vitamina B1,
vitamina A, molibdênio,
ácido fólico, cromo,
biotina, vitamina K,
selênio, vitamina D3,
vitamina B12
O complexo B interage
com álcool.
biperideno Interage com álcool,
clorpromazina.
10h bromazepan
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