EDUCAmazônia Educação, Sociedade e Meio Ambiente- ISSN 1983-3423
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Revista EDUCAmazônia:Educação Sociedade e Meio Ambiente, LAPESAM, GISREA/UFAM/CNPq-
EDUA - ISSN 1983-3423- Ano 2, Vol 2, Nº 2, Jul-Dez, 2009, Pág. 110-134.
AS CONCEPÇÕES DE FORMAÇÃO: APROXIMAÇÕES TEÓRICAS
Eliane Regina Martins Batista**
Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente/UFAM
Ana Alcídia de Araújo Moraes***
Universidade Federal do Amazonas
RESUMO: A formação para docência vem sendo objeto de muitos estudos desde os anos de 1980. Por
isso, entendemos ser imprescindível uma análise das concepções que vem fundamentando a formação de
professores, marcando o trabalho pedagógico, a relação professor-aluno, a relação escola-comunidade e a
metodologia de ensino. Acreditamos que a formação de professores precisa ser posta em pauta, não sendo
restrita aos pesquisadores da área, mas envolvendo as instituições formadoras, seus professores, seus
alunos e a sociedade. Formar profissionais que possam exercer uma profissão com ética e criticidade não
é uma tarefa simples, requer que todos os envolvidos nesse processo possam compreender que a formação
extrapola as instituições formais de ensino e ramifica-se na sociedade. Ao realizarmos este estudo
bibliográfico, pudemos compreender que a formação docente é um processo que se constrói ao longo da
trajetória de vida e formação de professores, e fundamentalmente, está relacionada à concepção de
homem e de mundo que pretendemos formar.
Palavras-chave: Concepções de formação. Formação docente. Formação contínua.
THE CONCEPTIONS OF TEACHING FORMATION:
THEORETICAL APPROACHES
ABSTRACT: The formation of teachers has been being object of many studies since the 1980‟s. For this
reason, we find it indispensable an analysis of the conceptions that is basing the teachers' formation,
marking the pedagogic work, the teacher-student relationship, the school-community relationship and the
teaching methodology. Therefore, we believe that it is necessary to put the formation of teachers on
discussion, not being restricted to the researchers of the area, but involving the institutions that form these
teachers, their teachers, their students and the society as well. Forming professionals that can exercise a
profession with ethics and criticity is not a simple task, it requires that all the subjects involved in that
process can understand that the formation extrapolates the formal teaching institutions and that it expands
to the whole society. To accomplish with this bibliographical study, we could understand that the teaching
formation is a process that is built along the teachers‟ life trajectories and their formation, and
fundamentally, it is related to the conceptions of the man and the world that we intended to form.
Keywords: Formation conceptions. Teaching formation. Continuous formation.
______________________________________________________________________________
*Recorte de uma pesquisa bibliográfica para elaboração da dissertação intitulada Docência no Ensino
Superior: histórias de formação de professores do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente, que foi
submetida ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas. **
Mestranda do Programa de Pós-Graduação da UFAM, professora auxiliar no Instituto de Educação,
Agricultura e Ambiente em Humaitá/AM.
***Professora Doutora e orientadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade
Federal do Amazonas.
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Introdução
A formação de professores é considerada um dos indicadores da qualidade de
ensino, isso não significar desconsiderar a influência de outros fatores nos resultados da
educação, como: desvalorização profissional e salarial dos profissionais da educação,
reestruturação do plano de carreira, infra-estrutura inadequada e/ou inexistentes das
instituições de ensino, dentre outros. Contudo, não iremos adentrá-los, tendo em vista
que não se constituem nesse momento o foco deste estudo.
A preocupação com a formação docente vem se firmando entre os pesquisadores
da área desde a década de 1980, são diferentes estudiosos que se dedicam a esta
temática, como: Schön (2000), Mizukami (2002), Pereira (2008), Contreras (2002),
Nóvoa (1992; 1999; 2004; 2007), Moraes (2002), Ghedin (2002), Giroux (1997), Garcia
(2000; 2001), Pimenta (2002; 2007), Pimenta e Anastasiou (2002) Imbernón (2009),
Tardif (2010) e outros que se debruçam sobre a necessidade de desvelar as concepções
que permeiam e legitimam a formação de professores.
Entendemos que a formação docente precisa considerar as teorias, mas também,
proporcionar uma reflexão do trabalho docente na sala de aula e na escola, e ainda,
propiciar a análise crítica dos fatores que de uma forma ou de outra podem influenciar
na dinâmica escolar, sobretudo, havendo o compromisso com a formação para cidadania
e a emancipação social.
A concepção assumida neste trabalho ampara-se na concepção de formação
contínua por entendermos que a formação não está restrita ao conjunto de
conhecimentos científicos, transmitidos em momentos formais, mas precisa envolver o
professor como pessoa e profissional.
Entretanto, não podemos afirmar que a concepção assumida responde a todos os
questionamentos inerentes a formação de professores, mas é a que apresenta uma
concepção que mais se aproxima de uma formação que priorize o professor, suas
aspirações e necessidades, no qual o trabalho docente seja tomado como núcleo que
oriente o formar-se permanentemente.
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1. As concepções de formação: aproximações teóricas
“[...] historicamente, percebem-se formas variadas de se trabalhar a formação
de professores (as), as quais, apoiadas em determinados paradigmas teóricos
de educação, expressam por sua vez, diferentes concepções de formação. É
preciso ressaltar que essas práticas e concepções que versam sobre a
formação docente, situadas em contextos históricos específicos refletem um
certo perfil de professor que se configurou em cada um desses contextos, no
processo histórico de construção e apropriação do saber. Tais práticas e
concepções não apenas compõem o fazer docente como também são
elementos constitutivos da identidade do professor” (MORAES, 2000, p.17).
Desde o momento que surge a necessidade de formar profissionais para atuar no
ensino formal, seja na educação básica ou no ensino superior, percebemos diferentes
características assumidas pelos docentes que evidenciam as concepções que
fundamentaram essa formação.
O posicionamento de Moraes (2000) citado acima nos auxilia a entender que
diferentes concepções definiram e legitimaram o trabalho docente, bem como, as
implicações que a atuação docente pode ter em sua profissão. Esse entendimento vem
conduzindo a reflexão sobre as concepções que historicamente definiram o papel
docente os quais amparados em paradigmas teóricos concretizavam e consolidaram um
determinado modelo de formação docente, visando a atender os objetivos propostos
pela sociedade.
Consideramos que a formação docente está imbricada de diferentes
entendimentos, em razão disso aprofundamos este estudo sobre as concepções que vem
permeado a formação de professores. Partindo desse pressuposto, concordamos com
Cunha (2005) ao afirmar que a concepção de formação não é neutra, como toda a
característica do ato humano. É preciso analisá-la numa perspectiva que se afaste da
concepção meramente técnica, é importante, ainda, lembrar que a pesquisa sobre
formação de professores pressupõe a não neutralidade, ou seja, está intimamente
imbricada com diferentes paradigmas e concepções.
Portanto, conhecer essas concepções de formação e analisá-las é essencial para
compreendermos de que forma vem se fundamentando e estruturando o processo de
formação dos professores. É o que fazermos a seguir.
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1.1. O especialista técnico:
A concepção de formação que há muito tempo vem fundamentando a formação
de professores é denominada de racionalidade técnica, propondo uma formação
assentada em um conjunto de fatos, princípios, regras e procedimentos que se aplicam
diretamente a problemas instrumentais.
Esse entendimento é enfatizado por Schön (2000, p.15) ao afirmar que “A
racionalidade técnica é uma epistemologia da prática derivada da filosofia positivista,
construída nas próprias fundações da universidade moderna, dedicada à pesquisa (Shils,
1978). A racionalidade técnica diz que os profissionais são aqueles que solucionam
problemas instrumentais, selecionando os meios técnicos mais apropriados para
propósitos específicos. Profissionais rigorosos solucionam problemas instrumentais
claros, através da teoria e da técnica derivada do conhecimento sistemático, de
preferência científico”.
Os professores são considerados especialistas, não participam da elaboração de
teorias, ou seja, são meros executores dos resultados obtidos pelos cientistas e
estudiosos, os quais desenvolvem procedimentos técnicos para análise, diagnóstico e
solução de problemas.
Podemos verificar que os cientistas e estudiosos elaboram as teorias e os
professores somente as executam, o que conduz ao entendimento de que os professores
são destituídos do processo de produção do conhecimento, havendo a separação pessoal
e institucional no processo de produção do conhecimento.
Essa separação pessoal e institucional, entre aqueles que elaboraram o
conhecimento (os pesquisadores), e os professores que os aplicam, evidencia uma
subordinação do aprendizado prático ao conhecimento teórico. Moraes (2000) elucida
essa questão ao esclarecer que a atividade do professor é instrumental, dirigida para a
solução de problemas previamente definidos, através da aplicação de teorias e técnicas
científicas.
Um exemplo dessa separação entre o teórico e prático, pode ser verificado em
relação aos programas de formação, nas quais as ideias de Schön (2000, p.19) ajudam-
nos a compreender o que vem sendo prioridade nesses cursos:
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As escolas profissionais da universidade moderna, dedicada à pesquisa, estão
baseadas na racionalidade técnica. Seu currículo normativo, adotado
inicialmente nas primeiras décadas do século XX, quando as profissões
especializadas buscavam ganhar prestígio através do estabelecimento de suas
escolas em universidades, ainda incorpora a idéia de que a competência
prática torna-se profissional quando seu instrumental de solução de
problemas é baseado no conhecimento sistemático, de preferência científico.
Assim, o currículo profissional normativo apresenta, em primeiro lugar, a
ciência básica relevante, em seguida, a ciência aplicada relevante e,
finalmente, um espaço de ensino prático no qual se espera que os estudantes
aprendam a aplicar o conhecimento [...].
Para Schön (2000) o modelo da racionalidade técnica vê a teoria como suprema,
ou seja, a teoria é superior à prática desvalorizando o papel da prática educativa. De
acordo com essa concepção, a prática é constituída de um tipo de saber secundário e
inferior no processo de formação docente.
Contreras (2002) alerta sobre a visão reducionista que se tem da prática na
formação ao observar que nos cursos de graduação é comum encontrar o período das
práticas no final desses cursos, como também seu estatuto formativo costuma estar mal
definido, relegado muitas vezes à mera experiência.
Este modelo de formação é bastante utilizado nos cursos e programas considera
que o conhecimento relevante é o que estabelece os meios eficazes para a solução de
problemas, transformando os professores em especialistas, com técnicas prontas para
lidar com os alunos, seguindo as orientações mais eficientes no processo educativo.
Para o autor a ação dos professores, dentro desse modelo, passa a ser entendida
como se apenas se estabelecessem ações técnicas, à margem da decisão sobre as
finalidades da educação, ou à margem dos contextos humanos e sociais nos quais as
práticas educativas ocorrem e de suas consequências sobre elas.
Entendemos que a prática docente se configura em um enfrentamento de várias
situações distintas e singulares, nas quais muitos fatores podem influenciá-la e, nem
sempre se apresentam com clareza. Desse modo, a prática docente e o processo
educativo não podem ser reduzidos às regras de causa e efeito, o que sugere a
impossibilidade de estabelecer técnicas prontas para um determinado problema, que
esteja de acordo com tais soluções fixas e bem definidas.
Pereira (2008, p.22) sugere que, para formar professores, é necessário ter como
horizonte outras preocupações:
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Assim, ao se preparar o profissional da educação, conteúdo científico e/ou
pedagógico é necessário, o qual servirá de apoio para sua prática. Durante a
prática, professores devem aplicar tais conhecimentos e habilidades
científicos e/ ou pedagógicos.
Nesse sentido, a formação deveria constitui-se de conteúdo científico,
pedagógico e prático que servirá de base para os docentes. Por isso, entendemos que a
formação não deve fechar-se no modelo da racionalidade técnica, onde o saber é
entendido como uma verdade absoluta e os professores são vistos como especialistas
que fazem uso das regras e das técnicas resultantes do conhecimento científico. A
formação ancorada, somente, nessa perspectiva desconsidera as dificuldades de
aprendizagem apresentadas pelos alunos na sala de aula e suas particularidades
individuais, priorizando o ensino dos conteúdos.
O modelo da racionalidade técnica prepararia o futuro professor, com
conhecimentos vindos de teorias e técnicas científicas, apresentando-se como uma
alternativa formativa para os professores. Entretanto, essa concepção não dá conta das
diversas situações que ocorrem na sala de aula, e o professor se vê destituído de sua
autonomia, tornando-se dependente dessas técnicas, e sua atividade reduzida ao
cumprimento de prescrições, perdendo de vista o controle de sua tarefa.
Essa dependência e subordinação, apresentada no modelo da racionalidade
técnica revela que muitos professores tendem a limitar seu mundo de ação e de reflexão
ao agir em sala de aula. Ghedin (2002) expõe a necessidade de transcender os limites
inscritos no trabalho docente, superando a visão meramente técnica, na qual os
problemas se reduzem a como cumprir as metas que a instituição já tem elaborado.
É importante que os professores possam expandir suas possibilidades de ação na
escola e na sala de aula, na resolução dos problemas que surgem no cotidiano,
constituindo-se protagonistas da ação educativa, e não submissos aos métodos e
técnicas advindas das ciências.
Giroux (1997, p.159) ressalta essa questão apontada por Ghedin (2002) ao
enfatizar que os professores: “[...] em vez de aprenderem a levantar questões acerca dos
princípios que subjazem nos diversos métodos didáticos, técnicas de pesquisa da teoria
da educação, os estudantes com frequência preocupam-se em aprender o “como fazer”,
“o que funciona” ou o domínio da melhor maneira de ensinar um “dado” corpo de
conhecimento”.
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Os professores quando amparados em pressupostos dessa natureza acabam
concebendo o ensino como um exercício técnico e tornando sua ação limitada a esse
contexto, estando mais preocupados com a aprendizagem de métodos e técnicas
específicas e não percebem as diversas problemáticas que envolvem a tarefa de ensinar.
Pimenta (2002) é enfática ao afirmar que a formação de professores não pode se
realizar nos moldes de um currículo normativo que primeiro apresenta a ciência, depois
a sua aplicação e por último um estágio que supõe a aplicação pelos alunos dos
conhecimentos técnicos profissionais. Essa autora acredita, ainda que, o profissional
quando formado dentro dessa concepção, não consegue dar respostas às situações que
emergem no dia-a-dia profissional, porque estas ultrapassam os conhecimentos
elaborados pela ciência e, as respostas técnicas que esta poderia oferecer ainda não estão
formuladas.
É importante, ainda, considerar que o processo educativo desenvolve-se em um
contexto específico e singular, então, mesmo que apareçam situações semelhantes, estas
não poderiam ser resolvidas com base em técnicas científicas, que em geral, não
consideram o contexto mais amplo no qual o ensino ocorre.
No dia-a-dia de sala de aula, as situações não são iguais e pré-determinadas, pois
segundo Mizukami (2002) o professor defronta-se com múltiplas situações divergentes,
com as quais não aprende a lidar durante seu curso de formação. Tais situações, não
constam em receituário, ou seja, em referenciais teóricos e técnicos. E, por isso, o
professor não dispõe de apoio direto dos conhecimentos adquiridos no curso de
formação para lidar com a prática.
A formação que se fundamenta restritamente na racionalidade técnica não
oportuniza ao professor uma reflexão sobre sua atividade profissional, sua ação está
determinada pelos limites da estrutura física da sala de aula. Não considera, ainda, os
aspectos do contexto histórico, econômico e social, em que as práticas educativas estão
imersas. Sendo assim, seu instrumental não atende as situações concretas do cotidiano
educativo.
Por isso, concordamos com Imbernón (2009) ao acreditar que a formação do
professor deve abandonar o conceito de professor/a tradicional, acadêmico ou
enciclopédico e o do especialista-técnico, próprio do enfoque da racionalidade técnica,
cuja função primordial é transmitir conhecimento mediante a aplicação mecânica de
receitas e procedimentos de intervenção projetados e oferecidos a partir de fora. Além
disso, propõe um papel mais ativo na formação do professor, a partir do qual ele possa
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participar do planejamento, desenvolvimento e avaliação das atividades por ele
realizadas, bem como, das reformulações necessárias para sua intervenção na realidade
educativa.
1.2. O Professor Reflexivo
O modelo da racionalidade prática enunciou uma nova concepção na formação
docente, sendo oposta à racionalidade técnica. Essa concepção concebe o professor
como sujeito ativo que poderá realizar suas ações a partir da reflexão.
De acordo com Pimenta (2007, p.31) “Essa perspectiva apresenta um novo
paradigma sobre a formação de professores e suas implicações sobre a profissão
docente. Tendo emergindo em diferentes países nos últimos 25 anos, apresenta
pesquisas e discute questões como teoria e prática no trabalho docente, o professor
prático-reflexivo [...]. A formação de professores reflexivos compreende um projeto
humano emancipatório”.
O conceito de professor reflexivo surgiu nos Estados Unidos da América como
reação à concepção tecnocrata de professor, (percebido como mero aplicador de pacotes
curriculares pré-fabricados), numa perspectiva descendente da racionalidade técnica,
que no dizer de Nóvoa (1992) tem reduzido a profissão docente a um conjunto de
competências técnicas sem sentido, impondo uma separação entre o eu pessoal e o eu
profissional e, criando nos professores uma crise de identidade.
Pimenta e Anastasiou (2002, p.88-89) exprimem essa preocupação ao afirmarem
que:
O desenvolvimento profissional dos professores tem constituído um objetivo
de propostas educacionais que valorizem a formação docente não mais
baseada na racionalidade técnica, que os considera meros executores de
decisões alheias, mas numa perspectiva que reconhece sua capacidade de
decidir. Ao confrontar suas ações cotidianas com as produções teóricas,
impõe-se a revisão das práticas e das teorias que as informam, pesquisando a
prática e produzindo novos conhecimentos para a teoria e a prática de
ensinar.
Para Alarcão (2005), essa concepção surge como alternativa proposta por Schön,
que sugere a necessidade de uma epistemologia da prática, que tenha como referência as
competências que se encontram subjacentes à prática, defendendo que a formação
inclua um forte componente de reflexão a partir de situações práticas reais.
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Schön (2000) critica o paradigma da educação profissionalizante que, baseando-
se no racionalismo técnico, se traduz num modelo da ciência aos problemas concretos
da prática educativa através da ciência aplicada. O autor compreende que, no mundo
real da prática, os problemas não são apresentados ao profissional como dados. Eles
devem ser percebidos a partir dos elementos das situações problemáticas, os quais são
enigmáticos, inquietantes e incertos.
Diante disso, a racionalidade prática propõe que os professores tornem-se
pesquisadores da sua prática, já que não podem depender somente das teorias ou/de
técnicas, e, sim possibilitar construções de novas formas de observar o problema e
resolvê-lo. A partir desse entendimento, o professor é visto como um profissional que
reflete, indaga suas ações, decisões e limitações, que se permite errar para experimentar
novas possibilidades na construção do conhecimento, pautando-se no conhecimento
prático que envolve o ensinar e o aprender.
Essa concepção apresenta novas possibilidades formativas, não mais centrada
unicamente em teorias, mas na reflexão, pois ao limitar-se ao campo teórico não prepara
aos professores para os confrontos reais.
Essa situação é exposta por Alarcão (2005, p.13-14) ao evidenciar que:
Nas instituições de formação, os futuros profissionais são normalmente
ensinados a tomar decisões que visam a aplicação dos conhecimentos
científicos numa perspectiva da valorização da ciência aplicada, como se esta
constituísse a resposta para todos os problemas da vida real. Porém, mais
tarde, na vida prática, encontram-se perante situações que, para eles,
constituem verdadeiras novidades. Perante elas, procuram soluções nas mais
sofisticadas estratégias que o pensamento racionalista técnico lhes ensinou;
por vezes em vão. A crença cega no valor dessas estratégias não os deixa ver,
de uma maneira criativa e com os recursos de que dispõem, a solução para os
problemas. Sentem-se perdidos e impotentes para os resolver.
Na maioria das vezes, nas instituições e nos cursos de formação, se prioriza uma
formação assentada na aquisição de conhecimentos científicos e técnicas, visando a sua
posterior aplicação. No entanto, nem sempre, essas técnicas podem realmente atender as
situações que poderão surgir na prática, não estamos com isso negando o valor do
conhecimento científico, mas reconhecendo que o ambiente educativo e dinâmico,
aquela teoria que auxiliou em determinada situação, em outra, poderá não ter validade,
pois os problemas educacionais não são definidos e acabados.
Schön (2000) ressalta a importância de uma formação que considere a prática
educativa, tendo em vista que os problemas da prática, do mundo real, não se
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apresentam aos profissionais com estruturas bem delineadas, pois, as zonas
indeterminadas da prática: incerteza, singularidade e conflitos de valores escapam aos
cânones da racionalidade técnica e, na maioria das vezes, não podem ser resolvidos,
apenas aplicando técnicas derivadas de sua bagagem de conhecimento profissional. Em
razão disto, os profissionais da educação não se sentem preparados para atuar em zonas
incertas da prática.
Essas situações indeterminadas da prática, segundo o autor, emergem no
ambiente educativo, e os professores se vêem sem respostas. Em relação a isso, Tardif
(2010) defende a perspectiva da racionalidade prática, considerando os professores
práticos refletidos ou reflexivos, que produzem saberes específicos no seu próprio
trabalho e são capazes de deliberar sobre suas práticas, de objetivá-las, de aperfeiçoá-las
e de introduzir inovações suscetíveis de aumentar sua eficácia.
Desse modo, o professor não é mais concebido como um especialista técnico,
mas, como aquele capaz de deliberar sobre o processo de ensino e sobre sua prática,
além de propor as possíveis soluções.
Nessa perspectiva, Schön (apud PIMENTA, 2002) esclarece:
[...] uma formação profissional baseada numa epistemologia da prática, ou
na valorização da prática profissional como momento de construção do
conhecimento, através da reflexão, análise e problematização desta, e o
reconhecimento do conhecimento tácito, presente nas soluções que os
profissionais encontram em ato. Esse conhecimento na ação é o
conhecimento tácito implícito, interiorizado, que está na ação e que, portanto
não a precede. É mobilizado pelos profissionais no seu dia-a-dia,
configurando um hábito. No entanto, esse conhecimento não é suficiente.
Frente a situações novas que extrapolam a rotina, os profissionais criam,
constroem novas soluções, novos caminhos, o que se dá por um processo de
reflexão na ação. A partir daí, constroem um repertório de experiências que
mobilizam em situações similares (repetição), configurando um
conhecimento prático. Estes, por sua vez, não dão conta de novas situações,
que colocam problemas que superam o repertório criado, exigindo uma
busca, uma análise, uma contextualização, possíveis explicações, uma
compreensão de suas origens, uma problematização, um diálogo com outras
perspectivas, uma apropriação de teorias sobre o problema, uma investigação,
enfim. A esse movimento, o autor denomina de reflexão sobre a reflexão na
ação. Com isso, abre perspectivas para a valorização da pesquisa na ação dos
profissionais [...] (p. 19-20).
A proposta da formação de professores como práticos reflexivos, defende que o
saber escolar e a ação de ensinar passe por um processo de reflexão-na-ação. Segundo
Mizukami (2002), é necessário superar o conflito existente entre o saber escolar e a
reflexão-na-ação dos professores e alunos, como parte de superação da crise na
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educação que vem se acentuando nas últimas décadas. Com isso, exige-se que se supere
a relação mecânica e linear entre conhecimento científico e técnico e a prática concreta
de sala de aula.
Tardif (2010, p. 288) acredita que essa superação pode ocorrer quando:
[...] a prática profissional ganha uma realidade própria, bastante independente
dos constructos teóricos dos pesquisadores e de procedimentos elaborados
por tecnólogos da ação. Por isso, ela constitui um lugar de aprendizagem
autônomo e imprescindível. Lugar tradicional de mobilização de saberes e de
competências específicas, a prática é considerada uma instância de produção
desses mesmos saberes e competências; ao incorporar uma parte da
informação, a prática torna-se, enfim, um espaço de comunicação e de
transmissão desses saberes e competências. Essa visão rompe profundamente
com o modelo tradicional que estabelecia uma separação nítida entre os
lugares de mobilização (o mundo do trabalho), de produção (o mundo da
pesquisa) e de comunicação (o mundo escolar) dos saberes e das
competências (p. 288).
Desse modo, na formação docente é importante considerar não somente o
conhecimento científico, mas as situações reais e concretas que envolvem o trabalho do
professor. Além disso, precisamos ter claro que a teoria e a prática devem fundamentar
a formação de professores e articularem-se em favor do processo educativo.
No trabalho docente, muitas vezes, uma situação problemática se apresenta
como um caso único, e cabe ao professor resolvê-lo a sua maneira, não havendo um
padrão para a sua resolução, ou seja, uma determinada situação que acontece na sala de
aula pode ser única e, assim, transcende as categorias da teoria e da técnica existentes,
portanto, não pode ser tratada como um problema instrumental a ser resolvido através
da aplicação de uma determinada regra, registrada em seu estoque de conhecimento
profissional. Os acontecimentos, situações e episódios que acontecem em sala de aula
não constam em manuais.
Schön (2000) acredita que, diante de uma situação problemática, o professor
precisa improvisar, inventar, testar estratégias situacionais que ele próprio vai
produzindo a partir de sua vivência, somente assim, os professores poderão tratar as
situações problemáticas de forma competente. Isso vai compondo o perfil de um
investigador da própria prática.
Os professores, nessa perspectiva, são vistos como produtores de conhecimento,
pois aplicam suas teorias e técnicas, para resolver as diversas situações problemáticas
que se apresentam. Assim, refletem sobre suas ações e as redimensionam, vislumbrando
as necessidades reais da sala de aula.
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Ghedin (2002, 135) reconhece a necessidade de uma prática reflexiva, mas
também de uma postura crítica:
A experiência docente é espaço gerador e produtor de conhecimento, mas
isso não é possível sem uma sistematização que passa por uma postura crítica
do educador sobre suas próprias experiências. Refletir sobre os conteúdos
trabalhados, as maneiras como se trabalha, a postura frente aos educandos,
frente aos sistemas social, político, econômico, cultural é fundamental para se
chegar à produção de um saber fundamentado na experiência. Deste modo, o
conhecimento que o educador „transmite‟ aos educandos não é somente
aquele produzido por especialistas deste ou daquele campo específico de
conhecimento, mas ele próprio se torna um especialista do fazer (teórico-
prático-teórico).
Para o autor, os professores devem refletir, não somente, a respeito dos
conteúdos que serão trabalhados, a sala de aula, a escola. Sua reflexão deve ir além,
para toda a sociedade e a forma com esta se organiza, sendo um investigador de sua
prática e da realidade social.
Esse entendimento é reforçado por Moraes (2000, p.28) ao afirmar que,
A atividade do professor não está limitada àquela prática pedagógica visível,
uma vez que aquilo que é educativo, não se esgota nas práticas exclusivas em
sala de aula, isto porque o educacional extrapola para outros âmbitos da
realidade escolar, indo até mais além, para o campo social mais amplo. A
prática pedagógica não se reduz às ações do professor no espaço circunscrito
da sala de aula, amplia-se na medida em que, trabalhando com a formação do
cidadão, a ação desse profissional tem repercussão, no social. Um social que
cada vez mais está a exigir do professor funções que extrapolem a mera
transmissão de conhecimentos e que preparem o aluno para enfrentar desafios
mais complexos.
Segundo a autora, é necessária uma formação que corresponda a diversas
exigências enfrentadas pelos professores, e de tantos outros desafios com que se
defrontam. Assim, os cursos planejados para formar professores devem prepará-los de
modo que os ajudem a ter um domínio, tanto quanto possível, da situação de ensino e de
outras situações que a sua função requer.
As críticas direcionadas à racionalidade prática emergem, principalmente,
quando há um privilegiamento da prática reflexiva do professor restrita ao contexto
educacional. Isso nos impõe a necessidade de ter clareza sobre o que seja realmente a
formação reflexiva dos professores. Essa preocupação é manifestada por Batista e
Batista (2004, p.20) desse modo:
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A despeito de um traço consensual sobre a formação reflexiva como uma
proposta fecunda e necessária, emerge uma significativa diversidade,
indicando que o conceito de reflexão apresenta ambigüidades e contradições.
É preciso que se explicite o que é tido como refletir, criando condições para
que o diálogo sobre os cenários e espaços educativos mais favoráveis à
reflexão se estabeleça, bem como problematizando as propostas de formação
que se comprometem com a formação do professor reflexivo.
Ghedin (2002), também manifesta sua preocupação quanto ao uso exclusivo na
prática e na produção de conhecimento restrito a essa concepção. De acordo com ele, a
ação docente não pode estar restrita à prática, deve sim, considerar a articulação entre
teoria e prática, a partir da qual a teoria ilumina a prática e a prática renova a teoria.
Esse autor esclarece sua posição quanto à crítica feita a Schön (2002):
[...] A grande crítica que se coloca contra Shön não é tanto a realização de
sua proposta, mas seus fundamentos práticos. A questão que me parece
central é que o conhecimento pode e vem da prática, mas não há como situá-
lo exclusivamente nisto. É decorrente dessa redução que se faz da reflexão
situada nos espaços da sala de aula que se situa sua crítica (p. 132-133).
Mas, de acordo com Pimenta (2002), a proposta de professor reflexivo, mesmo
com suas críticas e limitações possibilitou um avanço na formação de professores, tendo
em vista que:
Do ponto de vista conceitual, as questões levantadas em torno e a partir do
professor reflexivo, investindo na valorização e no desenvolvimento dos
saberes dos professores e na consideração destes como sujeitos e intelectuais,
capazes de produzir conhecimento, de participar de decisões e da gestão da
escola e dos sistemas, trazem perspectivas para a re-invenção da escola
democrática. O que é contraposto da concepção de professores na
racionalidade técnica, característica dos anos 1970, que resultou em controle
cada vez mais burocrático do trabalho destes, evidenciando uma política
ineficaz para a democratização do ensino, sem resolver a exclusão social no
processo de escolarização (p. 36).
Para a autora, é necessário superar o modelo de formação concebido pela
racionalidade técnica, que burocratiza a atividade docente, com técnicas prontas e
definidas, e não oportuniza ao professor a construção do conhecimento. O modelo da
racionalidade prática considera, sobretudo, que o professor pode produzir conhecimento
a partir da própria prática, desde que na investigação reflita intencionalmente sobre ela,
problematizando os resultados obtidos como suporte da teoria, e, desse modo, seja
pesquisador de sua própria prática.
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Assim, a reflexão é considerada como um momento em que o professor se
debruça sobre os problemas, para analisá-los, considerando as diversas hipóteses para
avaliar sua prática, para replanejá-la de modo a superar de forma mais satisfatória as
dificuldades impostas no cotidiano da docência, caso contrário, o professor continuará
exercendo uma atividade mecânica.
Pimenta (2002) considera indiscutível a contribuição da perspectiva da reflexão
no exercício da docência para a valorização da profissão docente, dos saberes dos
professores, do trabalho coletivo destes e da escola enquanto espaço de formação.
Assim, a reflexão apresenta-se como um fator importante não somente para os
professores, como também, para os demais profissionais que trabalham na instituição
escolar, mas o professor, ao refletir sobre sua prática, poderá produzir conhecimentos,
os quais serão questionados com o auxílio da teoria, visando a sua melhoria.
Ghedin (2002), ao entender ser necessário ir além, afirma que, na formação de
professores, há de se operar uma mudança da epistemologia da prática para a
epistemologia da práxis, pois a práxis é um movimento operacionalizado
simultaneamente pela ação e reflexão, isto é, a práxis é uma ação final que traz, em seu
interior, a inseparabilidade entre a teoria e a prática.
1.3. O intelectual crítico
A concepção de formação assentada na racionalidade crítica surge a partir da
proposta de Carr e Kemmis (1988), que defendem a auto-reflexão coletiva e a
investigação-ação no sentido emancipatório. De acordo com essa posição, a formação
docente deve fundamentar-se na reflexão crítica, no trabalho coletivo e na investigação
da própria prática no sentido transformador (ANDRÉ, 2001).
O modelo crítico de formação compreende o momento vivenciado pelo
professor e por seus alunos como oportunidades de questionar os conhecimentos
existentes, através de um processo democrático e centrado nos alunos, podendo
possibilitar a construção do conhecimento, e, sobretudo, contribuir para elucidar as
desigualdades sociais. Portanto, esse é um modelo que destaca uma prática intelectual
crítica relacionada com os problemas e experiências cotidianas.
Ao formar professores técnicos ou reflexivos, a racionalidade crítica considera
que tal formação tende a limitar a sua ação e reflexão à sala de aula, no qual o ensino é
entendido a partir da compreensão de seu contexto imediato. Diante disso, os
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professores encontram-se impossibilitados de perceberem a conjuntura que permeia a
instituição escolar e que nela interfere, sendo necessária, uma teoria crítica que permita
aos docentes perceberem as relações que se estabelecem na sociedade e, que
influenciam na escola e no seu trabalho.
De acordo com Lisita, Rosa, Lipovetsky (2001, p.112-113) nos anos 1980, Carr
e Kemmis propuseram:
[...] uma recontextualização da investigação-ação, que superasse as
dificuldades de produzir mudanças individuais na prática educativa. Para
eles, as mudanças só poderiam acontecer como processos de transformações
sociais – que se empreendem coletivamente – pois melhorar a educação
depende da transformação das formas socialmente estabelecidas que a
condicionam. A educação, por sua vez, é tarefa para comunidades críticas
comprometidas com as práticas educativas e com as condições concretas para
a sua realização, podendo constituir-se em processo de emancipação.
Dessa maneira, essa concepção propõe uma formação que permita aos
professores um envolvimento maior com a escola e com as questões que estão ao seu
redor, além disso, possibilita o desenvolvimento das bases para a sua crítica e
transformação.
Considerando a sociedade desigual e injusta em que vivemos, a qual é
estratificada em termos de raça, língua, etnia, sexo, classe. Zeichner (2008) argumenta
que os formadores de professores estão moralmente obrigados não apenas a prestar
atenção em assuntos sociais e políticos na formação docente, mas a colocar esses
assuntos como temas centrais no currículo dos cursos de formação de professores.
Nessa ótica, Ghedin (2002) entende que o modelo crítico, como uma alternativa
de mudança, ao propor um processo de oposição e resistência a uma missão inscrita na
definição institucional do papel docente, que se insere num contexto social a ser
transformado.
A concepção crítica considera que a formação dos professores deve levar em
conta as condições objetivas (técnica) e subjetivas (prática) na educação, avaliando
criticamente de que modo essas condições podem ser transformadas, a partir das
contradições existentes na sociedade. Em relação a isso, Carr e Kemmis (apud
PEREIRA, 2008, p.28) esclarecem que:
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No modelo da racionalidade crítica, educação é historicamente localizada –
ela acontece contra um pano de fundo sócio-histórico e projeta uma visão do
tipo de futuro que nós esperamos construir –, uma atividade social – com
conseqüências sociais não apenas uma questão de desenvolvimento
individual -, intrinsecamente política – afetando as escolhas de vida daqueles
envolvidos no processo – e, finalmente, problemática – „seu propósito, a
situação social que ela modela ou sugere, o caminho que ele cria ou
determina relações entre os participantes, o tipo no qual ele trabalha e o tipo
de conhecimento para o qual ele dá forma‟.
O modelo da racionalidade crítica propõe que os professores caminhem na
direção da autonomia, na construção de seu conhecimento, não condicionados à técnica
ou à prática, sugerindo que se tornem figuras críticas, que analisem e reflitam sobre suas
práticas iluminadas pela teoria, que é redimensionada e transformada.
Nessa perspectiva, Zeichner (2008, p.78) defende que:
[...] o chamado domínio „crítico‟ da reflexão está bem em frente aos
professores em formação em suas salas de aula e que o lugar para ajudá-los a
entrar em um processo de reflexão acerca das dimensões sociais e políticas de
sua prática de ensino inicia-se com as próprias definições de suas
experiências (por exemplo, lidar com alunos „problemáticos‟) e então facilitar
um exame de todos os diferentes aspectos dessas experiências, inclusive
como elas estão ligadas a assuntos de igualdade e justiça social.
Dessa maneira, os professores poderão, através de suas experiências em sala de
aula, questionar as situações problemáticas, as dificuldades de aprendizagem, as
deficiências da instituição escolar e o próprio relacionamento com a comunidade, com o
objetivo maior da emancipação e justiça social. No entanto, Pereira (2008) esclarece:
No modelo crítico, o professor é visto como alguém que levanta um
problema. Como se sabe, alguns modelos dentro da visão técnica e prática
também concebem o professor como alguém que levanta problemas.
Contudo, tais modelos não compartilham a mesma visão sobre essa
concepção a respeito da natureza do trabalho docente. Os modelos técnicos
têm uma concepção instrumental sobre o levantamento de problemas; os
práticos têm uma perspectiva mais interpretativa e os modelos críticos têm
uma visão política explícita sobre o assunto (p. 29).
Essa é uma concepção, que segundo Ghedin (2002, p.135), pode formar o
professor em outra direção, diferente da tecnicista:
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Fundar e fundamentar o saber docente na práxis (ação-reflexão-ação) é
romper com o modelo “tecnicista mecânico” da tradicional divisão do
trabalho e impor um novo paradigma epistemológico capaz de emancipar e
“autonomizar” não só o educador, mas, olhando-se a si e à própria
autonomia, possibilitar a autêntica emancipação dos educandos, não sendo
mais um agente formador de mão-de-obra para o mercado, mas o arquiteto da
nova sociedade, livre e consciente de seu projeto político.
Conforme se pode observar, o autor defende que os modelos de formação
necessitam ultrapassar a visão tradicional do ensino, priorizando, na formação, a
verdadeira emancipação dos sujeitos, enquanto participantes de uma sociedade. É nesse
contexto que emerge a idéia do professor como um intelectual crítico, que defende uma
formação que desenvolva um discurso interligado à linguagem da crítica com a
linguagem da possibilidade, a fim de que os educadores reconheçam que podem
promover mudanças, não somente na escola, mas além dela.
Em relação a isso, Giroux (1997, p.161) afirma que:
Ao encarar os professores como intelectuais, podemos elucidar a importante
idéia de que toda a atividade humana envolve alguma forma de pensamento.
Nenhuma atividade, independente do quão rotinizada possa se tornar, pode
ser abstraída do funcionamento da mente em algum nível. Este ponto é
crucial, pois argumentamos que o uso da mente é uma parte geral de toda a
atividade humana, nós dignificamos a capacidade humana de interagir o
pensamento e a prática, e assim destacamos a essência do que significa
encarar os professores como profissionais reflexivos. Dentro deste discurso,
os professores podem ser vistos não simplesmente como „operadores
profissionalmente preparados para efetivamente atingirem quaisquer metas a
eles apresentadas. Em vez disso, eles deveriam ser vistos como homens e
mulheres livres, com uma dedicação especial aos valores do intelecto e ao
fomento da capacidade crítica dos jovens‟.
De acordo com o modelo da racionalidade crítica, o processo de reflexão crítica
na formação dos professores permite que se avance para um processo de transformação
da prática pedagógica. Além disso, nessa perspectiva, os professores podem exercer um
papel ativo na sociedade, se articulando para colaborarem na elaboração de currículos e,
com o compromisso de concretizar uma sociedade mais justa e democrática. Assim, o
trabalho dos professores como intelectuais significa desenvolver um conhecimento
sobre o ensino que reconheça e questione a sua natureza socialmente construída e o
modo pelo qual se relaciona com a ordem social, bem como analisar as possibilidades
transformadoras implícitas no contexto social das aulas e do ensino (CONTRERAS,
2002).
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Desse modo, sua função se amplia para as práticas sociais em que a vida se
realiza, não fica condicionado ao ambiente escolar. Assim, os professores podem ser
vistos como intelectuais transformadores, pautado no seguinte argumento de Giroux
(1997, p.161):
[...] uma forma de repensar e reestruturar a natureza e atividade docente é
encarar aos professores como intelectuais transformadores. A categoria de
intelectual é útil de diversas maneiras. Primeiramente, ela oferece uma base
teórica para examinar-se a atividade docente como forma de trabalho
intelectual, em contraste com sua definição em termos puramente
instrumentais e técnicos. Em segundo lugar, esclarece os tipos de condições
ideológicas e práticas necessárias para que os professores funcionem como
intelectuais. Em terceiro lugar, ela ajuda a esclarecer o papel que os
professores desempenham na produção e legitimação de interesses políticos,
econômicos e sociais variados através das pedagogias por eles endossadas e
utilizadas (p. 161).
Esse autor defende a idéia de que os professores possam assumir a função de
intelectuais transformadores, que analisam não somente a prática e a teoria que
direcionam o seu fazer, o seu papel enquanto docentes, mas também, os interesses
políticos, sociais e econômicos, que estruturam a vida em sociedade. Giroux (1997)
recusa-se a aceitar as concepções puramente técnicas e instrumentais, defendendo o
trabalho docente como uma tarefa intelectual. Apesar de parecer uma tarefa difícil para
os educadores, esta é uma luta que vale a pena travar, pois proceder de outra maneira é
negar aos educadores a chance de assumirem o papel de intelectuais transformadores.
Por essa razão, o modelo da racionalidade crítica defende que os professores
devem ter a possibilidade de desvelar a realidade social, histórica, cultural e política que
condiciona a sua atuação em sala de aula, como professor e cidadão, comprometido com
a mudança.
Consideramos a relevância da racionalidade crítica, a qual aponta
direcionamentos necessários na formação docente, que não foram considerados na
técnica ou na prática, mas não significar dizer, que a formação deva se restringir a essa
concepção, correndo-se o risco de oferecer uma formação que, possivelmente, não
responderá aos desafios dos professores e da sua realidade.
Diante do exposto, entendemos que os programas de formação precisam
possibilitar uma formação ampla aos professores, que articule a técnica, a prática e a
crítica, de forma que eles possam atuar ativamente no ambiente educacional e na
sociedade. A partir disso, poderão compreender os fatores que envolvem a
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escola/universidade/sociedade e o seu trabalho, bem como, os fatores que poderão afetá-
los.
2. Formação ao longo da vida: outras concepções
Na esfera de preocupações para formar professores, surgem novas concepções
que abordam a formação sob outras perspectivas. Dentro desse contexto, surge a
formação contínua, a qual se constitui nosso objeto de análise neste tópico.
Essa concepção tem sua origem nas idéias de Nóvoa (2007) defendendo que a
formação deve conceber o professor como pessoa e profissional, não devendo se
realizar da forma como vem acontecendo, na qual se impõe a separação entre o eu
pessoal e o eu profissional, ou seja, os cursos e instituições não podem limitar-se a
formar simplesmente o profissional, sobretudo, precisa reconhecer as necessidades
pessoais e os conflitos que estes profissionais podem estar enfrentando, abrindo
possibilidades para compreendê-los.
Sugerindo essa perspectiva, Nóvoa (idem, p.25) esclarece:
[...] percebi melhor as dificuldades de mobilizar as dimensões pessoais nos
espaços institucionais, de equacionar a profissão à luz da pessoa (e vice-
versa), de aceitar que por detrás de uma -logia (uma razão) há sempre uma -
filia ( um sentimento), que o a auto e o hetéro são dificilmente separáveis,
que (repita-se a formulação sartriana) o homem define-se pelo que consegue
fazer com que os outros fazem dele.
Sendo assim, a formação de professores precisa considerar o contexto no qual a
pessoa do professor está inserida, e também a sua subjetividade, ou seja, as
necessidades que os professores sentem no cotidiano enquanto pessoas e profissionais.
Além disso, Nóvoa (2007) sugere a formação contínua como caminho para pensar a
formação de professores.
Alarcão (2005) defende a mesma compreensão de Nóvoa (2007), ou seja, de
formação a partir do princípio de continuidade, e que na formação se enfrente o desafio
de estabelecer a relação entre a reflexão e o conhecimento: conhecimento que é gerado
pela reflexão e conhecimento que sustenta a reflexão. A respeito desse entendimento,
Moraes (2000, p.27) acrescenta que:
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[...] essa área de formação de professores vem sendo reconceitualizada na
perspectiva de que seu enfoque considere não apenas a dimensão técnica-
profissional do professor, mas também a dimensão pessoal. Os novos estudos
voltam, o olhar para a vida e a pessoa do professor como um continuum no
desenvolvimento da formação pessoal e profissional.
A partir das idéias dos autores, até aqui expostas, entende-se que os aspectos que
envolvem o professor e o ato educativo devem ser objetos de reflexão, tais como: os
conteúdos, contextos de ensino e aprendizagem, conhecimentos e possibilidades dos
alunos, formas de desenvolver suas potencialidades. Esse modelo de formação apóia-se
na idéia de que a formação dos professores supõe um continnum, no qual o trabalho
docente seja tomado como núcleo que oriente o formar-se permanentemente.
De acordo com Pachane (2006, p.104) a:
[...] perspectiva de desenvolvimento profissional do professor não se isola
única e exclusivamente na melhoria do trabalho docente – do indivíduo como
professor, ou do professorado com o grupo – mas vê o desenvolvimento
docente como algo atrelado ao desenvolvimento institucional como um todo.
Zabalza (2004) também compartilha do mesmo pensamento de Nóvoa (1992) e
de Alarcão (2005), ou seja, reforça a idéia de que a formação transcende a etapa escolar
e os conteúdos convencionais da formação acadêmica, vinculando-se a todo ciclo vital,
e, constituindo, assim, um processo intimamente ligado à realização pessoal e
profissional dos indivíduos, ou seja, os sujeitos se formam ao longo da vida.
Estes autores acreditam que o processo de formação do professor não está
limitado a sua ação formativa no âmbito formal (escolar e acadêmico), mas em todas as
suas relações enquanto sujeito, considerando a pessoa e o profissional.
Para Nóvoa (1999), é impossível imaginar alguma mudança que não passe pela
formação de professores. O autor não se refere a mais um “programa de formação”
somando-se a tantos outros que todos os dias são lançados. Ele fala, da necessidade de
uma outra concepção, que situe o desenvolvimento pessoal e profissional dos
professores, ao longo dos diferentes ciclos* da sua vida.
* Sobre ciclo de vida profissional dos professores, ver HUBERMAN, 2007.
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A perspectiva de continuidade altera de modo notável o sentido e a orientação da
formação que os diversos agentes sociais devem proporcionar em cada um dos ciclos
vitais das pessoas. Enfim, partindo da nova ideia de que os sujeitos se formam ao longo
da vida, um novo marco de condições foi se configurando (estruturais, curriculares,
organizativas) para o desenvolvimento da formação contínua (ZABALZA, 2004).
Uma outra idéia reforça e completa o que dizem os autores até aqui citados é a
de Garcia (1992), para o qual a formação é entendida como um “continuun”, mas,
recomenda o conceito de “desenvolvimento profissional dos professores”, como o mais
apropriado aos profissionais do ensino. Este difere do conceito de formação inicial
proposto pela racionalidade técnica, como um momento formal e pontual, no qual se
adquire os conhecimentos das ciências, básica e aplicada, para sua posterior aplicação,
em caráter de terminalidade.
A idéia de desenvolvimento ao longo da vida supõe supera a concepção
fundamentada no modelo da racionalidade técnica, que trabalha nos cursos primeiro as
teorias visando a treinar o professor, para seguir determinações de conteúdos, de planos
de curso, para aplicar como profissional.
A formação de professores na perspectiva de Garcia (2000) propõe a superação
dessa visão mecânica e fragmentada da formação, entendendo que o formar num
contínuo representa um compromisso com a auto-formação, possibilitando o
desenvolvimento de todo o seu potencial.
Essa perspectiva ultrapassa a idéia de preparar os professores para o mercado de
trabalho. Direcionado para a qualificação ou preparação de profissionais, vai além, pois
está voltada para a formação humana em todos os seus aspectos. Para Nóvoa (2004), as
nossas matérias, os professores-pessoas, são “pedras vivas” e, neste campo, os verbos
conjugam-se nas suas formas transitivas e pronominais: formar e sempre formar-se.
Isaia e Bolzan (2007) acreditam que formação e desenvolvimento profissional
entrelaçam-se em um intrincado processo, tendo em vista que o professor é visto como
sujeito de sua própria vida e do processo educativo do qual é participante. Entretanto, as
autoras não desconsideram os fatores conjunturais que o cercam e entendem o
desenvolvimento profissional como um processo contínuo, sistemático, organizado,
envolvendo tanto os esforços dos professores em sua dimensão pessoal e interpessoal
como a intenção concreta, por parte das instituições nas quais trabalham, para criar
condições para que esse processo se efetive.
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Dessa maneira, a formação é entendida como um processo contínuo, partindo da
premissa de que todos os ambientes constituem-se como colaboradores do processo de
formação do professor, enquanto pessoa e profissional, não sendo limitada a cursos
programados por instituições educacionais formais. A partir desse entendimento, Tardif
(2010) considera que as fontes de formação profissional dos professores não se limitam
à formação inicial na universidade. Trata-se, no verdadeiro sentido do termo, de uma
formação contínua e continuada que abrange toda a carreira docente.
Concordamos com a proposição de Tardif (2009) de que o processo formativo
do docente, na perspectiva da continuidade, implica considerar que sua formação
transcende o espaço profissional, avançando além de suas atividades, de seu ambiente
de trabalho e de pesquisa, mas envolvendo-o integralmente.
Considerações Finais
A formação de professores é um dos elementos essenciais para o
desenvolvimento da educação, por isso acreditamos que os docentes precisam ser
considerados protagonistas do processo formativo, conhecendo as origens e concepções
que fundamentam a sua formação.
Este trabalho salientou a importância das diferentes concepções no processo de
formação, em que: a teoria, a reflexão e a crítica possam ser articuladas possibilitando
melhor entendimento da prática educacional não somente na escola, mas, sobretudo, na
sociedade. Mas, também, reconhecendo o professor como uma pessoa e profissional.
Por isso, assumimos a formação na perspectiva da continuidade, pois concordamos que
os professores se formam ao longo da vida, na escola, na família, com os amigos e no
trabalho. Sendo assim, a formação como continuun considera todas as possibilidades
formativas, sejam elas formais ou não formais.
É importante salientar que, os cursos de formação, precisam considerar os
docentes em suas necessidades reais, as quais podem se configurar nas diversas
atividades desenvolvidas na escola. Além disso, os cursos e de formação precisam ser
pensados em parceria, ou seja, envolvendo a instituição e os professores, para que seja
realizado um trabalho colaborativo e participativo, que tenha sentido para o professor e
para a instituição na qual exercer a docência.
As discussões em torno das diferentes concepções de formação representam um
avanço imprescindível para as instituições e cursos de formação de professores, que
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necessitam repensar e superar a concepção de formação docente assentada,
restritamente, na concepção de formação como algo pronto e terminal. Assim, a
formação precisa considerar as diferentes concepções de formação, sendo concebida
como um processo, no qual os professores passam por momentos de continuidades e
rupturas, em diferentes momentos de suas vidas.
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