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Autor
Roberto Dib Bittar
Orientadora
Nádia Maria Farias Vaz
A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA VIA INTERNET PROPICIA RENDIMENTO E CONHECIMENTO DESEJADOS ASSIM COMO INCENTIVA DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA INTELECTUAL DO ESTUDANTE. CASO ESPECÍFICO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM MOODLE NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS - UNUCSEH
RESUMO
Por meio de pesquisa bibliográfica sobre educação a distância (EAD) e análise de caso envolvendo sua utilização em disciplinas do curso de ciências contábeis da Universidade Estadual de Goiás na Unidade Universitária de Ciências Socioeconômicas e Humanas na cidade de Anápolis estado de Goiás (UnUCSEH) no ano de 2010. É possível através da análise da ementa, objetivos e metodologia das referidas disciplinas, assim como pela verificação de aprovação ou reprovação do aluno e respectiva média final obtida, assim como comparação de resultados de duas outras disciplinas ministradas presencialmente, comprovar a eficácia do uso da EAD para o aprendizado e desenvolvimento da autonomia intelectual do estudante.
Palavras-Chave: Educação á distância, aprendizado, qualidade, internet, Moodle.
ABSTRACT
Through research literature online distance learning (ODL) and analysis of its use in cases involving the disciplines of accounting science course at the Universidade Estadual de Goiás in the Unidade Universitária de Ciências Socioeconômicas e Humanas in the city of Anápolis state of Goiás (UnUCSEH). It is possible by examining the disciplines ementa, objectives and methodology, as well as the verification of approval or disapproval of the student and their final average, and comparison of results from two other subjects taught in person, prove the efficacy of ODL for learning and intellectual development of student autonomy.
Keywords: On line distance learning, education, quality, internet, moodle. Anhanguera Educacional S.A.
Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected]
Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE
Artigo Original / Informe Técnico / Resenha Recebido em: 30/12/1899 Avaliado em: 30/12/1899
Publicação: 22 de setembro de 2009
2 Título do artigo somente Substantivos Próprios com as primeiras letras em maiúsculoPropicia Rendimento e Conhecimento Desejado. Incentiva o
Desenvolvimento da Autonomia Intelectual
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1. INTRODUÇÃO
O presente artigo visa comprovar a eficácia da utilização da educação à distância
via internet para o aprendizado e desenvolvimento da autonomia intelectual do
estudante, com a realização de estudo específico sobre o ambiente virtual de
aprendizagem Moodle na Universidade Estadual de Goiás (UEG) na Unidade
Universitária de Ciências Socioeconômicas e Humanas na cidade de Anápolis estado de
Goiás (UnUCSEH).
É utilizada a pesquisa bibliográfica para obtenção de informações
fundamentadas ao desenvolvimento do tema. Apesar de tratar de assunto relativamente
novo, já possui razoável literatura que trata diretamente do assunto, além do vasto
conteúdo que trata do processo ensino aprendizagem tradicional. Segundo (MARCONI e
LAKATOS 2010, 166) , a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou
escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou
abordagem, chegando a conclusões inovadoras.
Desta maneira, pretende-se comprovar que o aluno obtém o rendimento
recomendado quando estuda via ensino à distância pela internet, assim como, os que
fazem uso desta modalidade de aprendizado desenvolvem a autonomia na aquisição do
conhecimento, senda esta uma das características da educação à distancia. No referido
caso, como já citado, é analisada como ferramenta de ambiente virtual de aprendizagem o
sistema Moodle.
EAD é objeto de estudo e utilização de grande parte das instituições de ensino
superior tanto brasileiras como mundiais. No nosso país o crescimento do mercado é
exponencial, ao mesmo tempo, questiona-se muito sobre a qualidade do ensino que
acontece atualmente através da educação à distância, desta forma, justifica-se a relevância
e demonstra-se a oportunidade do assunto por atender a interesses gerais de respostas.
Despertei o interesse pelo assunto, entre outros motivos, pela minha atuação
como professor em disciplinas tradicionais e mais especificamente desde 2009 em
disciplinas ministradas na UEG, UnUCSEH dos cursos de administração e ciências
contábeis. O caso especifico analisado, será o do curso de ciências contábeis da matéria
Núcleo Interdisciplinar de Estudos Independentes que participei desde sua implantação,
percebendo características, tanto técnicas quanto pedagógicas, vivenciando dificuldades e
buscando soluções junto aos colegas professores e estudantes. Outra característica
interessante da referida disciplina é a natureza interdisciplinar, não acontece sozinha,
deve amarrar os assuntos tratados pelas disciplinas do referido período.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Aspectos comuns e específicos (educação tradicional e à distância)
Alguns assuntos e definições que dão sustentação a este texto foram e continuam
sendo assuntos para acaloradas discussões e inúmeros trabalhos acadêmicos, e não faz
parte do escopo deste trabalho aprofundar tais discussões que em sua maioria dizem
respeito à própria evolução da educação. EAD pode ser aplicada em várias etapas da
vida, seja formal/acadêmica, seja pessoal, mas é importante ressaltar que neste trabalho é
analisada a educação ofertada por Instituições de Ensino Superior de público adulto que
frequenta disciplinas curriculares, obrigatórias ou optativas ofertadas via internet, em
turmas de até no máximo 50 alunos, não caracterizando, portanto educação em massa.
O que é educação? Afinal de contas, estamos tratando de educação à distância.
“A palavra educação tem sido utilizada, ao longo do tempo, com dois sentidos:
Social e individual.
Do ponto de vista social, é a ação que as gerações adultas exercem sobre as gerações mais jovens, orientando sua conduta por meio da transmissão do conjunto de conhecimentos, normas, valores, crenças, usos e costumes aceitos pelo grupo social. Nesse sentido a educação tem sua origem no verbo latino educare, que significa alimentar, criar. Esse verbo expressa portanto, a ideia de que a educação é algo externo, concedido a alguém.(...) Do ponto de vista individual, a educação refere-se ao desenvolvimento de aptidões e potencialidades de cada individuo, tendo em vista o aprimoramento de sua personalidade. Nesse sentido, o termo educação se refere ao verbo latino educare, que significa fazer sair, conduzir para fora. O verbo latino expressa, nesse caso, a ideia de estimulação e liberação de forças latentes. Como podemos verificar a palavra educação nos dois sentidos está ligada ao aspecto formativo.” (HAYDT 2006, 11)
Exatamente por acreditar na educação no seu aspecto formativo, como também
citado por (SEVERINO 2007, 25) que ressalta que a atividade de ensinar e aprender estão
intimamente vinculados ao processo de construção do conhecimento e que o processo de
educar (ensinar e aprender) significa conhecer; e conhecer, por sua vez, significa construir
o objeto e que esse conhecimento é mesmo a única ferramenta de que o homem dispõe
para melhorar a sua existência (SEVERINO 2007, 27) que vejo como o estudante pode e
deve aprender.
De acordo com (SAVIANI 2007, 43) a educação visa o homem, desta forma, é
ainda questionado pelo autor sobre qual sentido teria a educação se não estivesse voltada
para a promoção do homem. O ser humano não deve ser passivo, deve estar em constante
busca da compreensão do que o cerca ao mesmo tempo em que é pela educação que
obtém os recursos para que possa interagir, reagir perante a situação, operar sobre o meio,
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superar os condicionamentos da situação, intervir pessoalmente para aceitar, rejeitar ou
transformar a si e ao meio onde está inserido.
Ainda citando (SAVIANI 2007, 46) há clara indicação do que é promover o ser
humano pela educação.
“Do ponto de vista da educação o que significa, então, promover o homem? Significa tornar o homem cada vez mais capaz de conhecer os elementos de sua situação para intervir nela transformando-a no sentido de uma ampliação da liberdade, da comunicação e colaboração entre os homens. Trata-se, pois, de uma tarefa que deve ser realizada. Isto nos permite perceber a função da valoração e dos valores na vida humana. Os valores indicam as expectativas, as aspirações que caracterizam o homem em seu esforço de transcender-se a si mesmo e à sua situação histórica; como tal, marcam aquilo que deve ser em contraposição àquilo que é. A valoração é o próprio esforço do homem em transformar o que é naquilo que deve ser. Essa distância entre o que é e o que deve ser constitui o próprio espaço vital da existência humana;”
Percebe-se então claramente que o objetivo do professor educador deve ser:
ensinar de forma que permita ao aluno aprender no sentido de realizar sua
autotransformação, não simplesmente repassar informações como citam inúmeros autores
críticos do sistema costumeiramente classificado como o que tem ênfase no ensino, figura
do professor tratada por (GIL 2009, 7) quando cita Paulo Freire (2002, 86) que trata da
educação conhecida como bancária onde o educador educa e os estudantes são educados
como sujeito passivo.
“a narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memo¬rização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em "vasilhas", em recipientes a serem "enchidos" pelo educador. Quanto mais vá enchendo os recipientes com seus "depósitos", tanto melhor educador será. Quanto mais se deixarem totalmente "encher", tanto melhores educandos serão.” Paulo Freire (2002, 86) apud (GIL 2009, 7)
Muito se fala da relação ensino aprendizagem, dentre vários conceitos de
aprendizagem, acredito no que estabelece que todos têm papel atuante no processo,
especialmente quando se trata de educação de adultos. Devemos lembrar que o adulto já
tem consigo experiência de vida, fatos vividos que claramente influenciam o seu
aprendizado.
É importante perceber que o aprendizado é do aluno, dele e para ele, somente
posteriormente poderá ser utilizado também como transformador da sociedade em que
está inserido. Não quer dizer de forma alguma que o professor também não aprenda,
deve sim, e a todo o momento, aprender com seus alunos, uma troca de experiência,
realizar o papel de mediador do conhecimento transformador como já foi citado, do
conhecimento que irá permitir a transformação do aprendiz e quem sabe da própria
sociedade. Por isso mesmo destaco o seguinte conceito de aprendizagem.
“Aprendizagem refere-se à aquisição cognitiva, física e emocional, e ao processamento de habilidades e conhecimento em diversas profundidades, ou seja, o quanto uma pessoa é capaz de compreender, manipular e/ou comunicar esse conhecimento e essas habilidades.” (DEAQUINO 2007, 6)
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O que indica que deve haver aquisição, apropriação do que se deseja aprender,
não somente repetição em determinado período do que foi ensinado com explícito
objetivo de responder a avaliações e obter nota necessária para aprovação. A aquisição
ocorre em uma ou mais esferas: cognitiva, física e ou emocional havendo processamento
de habilidades, desta forma, permite que o aprendiz utilize o conteúdo, apropriando-se
do referido conhecimento e ou habilidade, reprocessando-o conforme sua própria
necessidade de maneira pessoal, com sua própria vivência e contexto.
Mesmo tratando de educação à distância, não há troca de papéis, pode ocorrer
ajustes no modelo tradicional, onde o aluno pode e deve participar mais do processo de
ensino aprendizagem e cabe aí ao professor a ação fundamental de ser um maestro
regente, deve buscar ter pleno conhecimento do que se propõe a ministrar e estar
atualizado, pois via internet é exponencialmente maior a quantidade de recursos e
formatos, disponibilidade de conteúdos e rede de contatos possível, tanto para educador
quanto para o aprendiz.
É importante perceber que na Educação a distância alguns aspectos da educação
são ainda mais acentuados como citado por (MAIA e MATTAR 2007, 3) quando fala sobre
o método da médica italiana Maria Montessori que compreende a educação como
autodeterminada, onde o aluno escolhe a ordem que utiliza o material didático e o
professor é facilitador das atividades. Há em EAD explícita influência do construtivismo
conforme demonstra ainda (MAIA e MATTAR 2007) quando expõe que “o
construtivismo concebe o conhecimento como um processo contínuo de construção,
invenção e descoberta por parte do aluno, ressaltando a importância de sua intenção com
os objetos e outros seres humanos.”
A educação à distância é normalmente referenciada sob a sigla EAD, (MAIA e
MATTAR 2007, 6) cita que “A EAD é uma modalidade de educação em que professores e
alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de
comunicação.”.
Ou seja, são apontadas duas diferenças entre EAD e a educação presencial ou
tradicional, como costumamos chamar, são elas: a)professores e alunos que poder estar
separados tanto no tempo quanto no espaço e b)utilização de diversas tecnologias de
comunicação, que prefiro me referir como tecnologias de informação e comunicação, as
chamadas TICs.
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2.2. Planejamento (aspecto fundamental em comum)
Antes de tratar das diferenças, é importante frisar que a necessidade do
planejamento acontece em qualquer formato de educação que se deseja realizar. Não se
deve iniciar atividade de ensino regular sem que previamente tenha havido
planejamento, quando tratamos de EAD a necessidade do planejamento é ainda maior
pois não haverão oportunidades do educador criar algo de última hora, em primeiro
lugar porque não há hora ou local pré marcado para a ocorrência da aula, o educando
pode acessar o conteúdo praticamente a qualquer hora de qualquer lugar. Outra
característica relevante é que a não necessidade do contato presencial inviabiliza ao
professor sentir a turma em determinado momento e mudar ou criar estratégias de acordo
com essa percepção.
Por exemplo, muitas vezes antes de iniciarmos uma aula presencial, percebemos
uma situação específica, certa agitação ou apatia na turma e se opta por realizar uma
dinâmica antes ou mudar a estratégia de aplicação do conteúdo visando obter maior
sucesso (=aprendizado), porém em EaD essa possibilidade é praticamente nula com os
recursos que utilizamos, no caso do ambiente Moodle que será tratado posteriormente, a
única opção dentro da ferramenta que permite algo parecido é o chat, ou sala de bate
papo que só ocorreria em data e horário pré determinados, mesmo assim não temos a
percepção visual dos estudantes.
Conforme (GIL 2009, 16) os cursos oferecidos nas universidades e faculdades
devem ter objetivos. Tanto amplos referentes ao profissional que se deseja formar como os
específicos que se referem aos conhecimentos e habilidades esperados dos alunos ao final
de cada unidade de ensino, estes, são normalmente, definidos pelos professores que a
partir dai deverão definir os conteúdos, estratégias de ensino, recursos e técnicas de
avaliação.
Oportunamente, esses objetivos que compõem o plano didático de ensino devem
estar alinhados com o planejamento pedagógico do curso ou curricular que de acordo
com (GIL 2009, 98) “tem como objeto a organização do conjunto e ações que precisam ser
desenvolvidas no âmbito de cada curso com vistas a favorecer ao máximo o processo
ensino-aprendizagem” e ainda deve estar inserido no planejamento pedagógico
institucional e assim por diante se encaixando nas demais das esferas superiores.
Como estamos tratando especificamente de disciplina ofertada por Instituição de
Ensino Superior é importante ressaltar que tanto a instituição de ensino quanto cursos
devem estar devidamente regulamentados junto ao Ministério da Educação e Cultura.
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2.3. Aspectos específicos da educação à distância
Tratando especificamente dos diferenciais da Educação à distância em relação ao
modelo tradicional, temos como citado anteriormente, professores e alunos separados que
será abordado. Vários meios podem ser utilizados em EAD, baseando-se em (LITTO,
Fredric Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel; (orgs) 2009, caps 1 e 2) e (MAIA e
MATTAR 2007, cap 2) resumidamente pode-se dizer que houve progresso histórico dos
meios. Desde aulas por correspondências em 1728 na Gazette de Boston, EUA quando foi
feito o primeiro registro da modalidade educação a distância no mundo. Posteriormente,
com o surgimento e evolução dos meios de comunicação em massa ocorre sua adoção,
como no caso da rádio em 1928 pela BBC.
Em 1969 a Open University britânica utilizou-se dentre outros do rádio, TV,
vídeos, fitas cassetes e centros de ensino, quando foram desenvolvidas várias experiências
pedagógicas que teriam difundido o interesse pela EAD no mundo. Já no Brasil, em 1900
existiam anúncios de cursos profissionalizantes por correspondência e em 1923 era
fundada a rádio Sociedade do Rio de Janeiro que tinha como principal função possibilitar
a educação popular.
O registro do uso da televisão data as décadas de 1960 e 1970, com a criação, por
exemplo, em 1972 do Programa Nacional de Teleducação (Prontel) que teve vida curta. O
exemplo mais visível ocorrido na modalidade televisiva no nosso país é o do Telecurso da
Fundação Roberto Marinho, hoje denominado Telecurso 2000. Calcula-se que mais de 4
milhões de pessoas já foram beneficiadas. Atualmente todos esses modelos coexistem sem
que haja prejuízo de um pelo outro, porém é importante reforçar que nossa análise recai
sobre o uso das tecnologias da informação e telecomunicação, especificamente a Internet.
Encontro em local marcado = lugar
Já, a característica específica da EAD, da não obrigação de estarem presentes ao
mesmo tempo, em local e hora previamente estabelecidos, o professor e o estudante, é um
dos aspectos que causa a maior ruptura do modelo tradicional. Não há necessidade de
estabelecer um lugar de encontro para onde o estudante deve se deslocar, nem muito
menos existe um momento determinado para aprender, a aprendizado pode ser
assíncrono, ou seja, o professor já disponibilizou todo o conteúdo e/ou atividades a serem
desenvolvidas pelo aluno que irá buscá-las e realizá-las de acordo com sua
disponibilidade em momento que julgar interessante, utilizando o dispositivos de acesso
que dispor no momento, pois, como estamos tratando especificamente de internet, temos
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hoje inúmeras possibilidades, desde computadores de mesa, passando por netbooks,
celulares e tablets, dentre outros.
Existe, é claro, para os cursos curriculares, uma temporalidade necessária por
aspectos curriculares, pois o estudante segue uma sequencia para obter notas em
determinado lapso de tempo.
Não há necessariamente uma total separação entre professor e alunos, há
possibilidade de encontros presenciais e diferentes estratégias são utilizadas por cada
instituição de ensino em disciplinas distintas. Tudo depende da estrutura, estratégias e
quais tecnologias da informação e telecomunicação são utilizadas. O próprio professor
pode utilizar, por exemplo, de salas de bate bapos, vídeo conferência, webcasting que é a
transmissão de aula usando áudio, vídeo e outros recursos pela internet que permite
interação dos envolvidos.
Horário marcado = tempo
Conforme citado em (MAIA e MATTAR 2007, 7) cabe reflexão sobre “tempo
real” e “tempo virtual”. Mesmo em EAD costuma-se medir o tempo de aprendizado em
tempo em horas, é idéia enraizada, uma convenção pedagógica instituída e seguida até
hoje.
“O tempo virtual, entretanto, ao contrário do tempo real, que mede as aulas presenciais, pode ser controlado pelo aluno em EaD. O tempo virtual difere sensivelmente do tempo real (assim como o tempo real é distinto do tempo do inconsciente, por exemplo). Logo, seria necessário respeitar a especificidade do tempo virtual em EaD em vários sentidos. Na superação da ideia das horas-aula, por exemplo. Também no uso dos recursos de tempo diferido, da comunicação assíncrona; porque insistir em atividades síncronas significa insistir no tempo presencial, em que todos precisam estar presentes nos mesmo horário, enquanto a EaD possibilita a comunicação diferida. E também no respeito ao tempo de aprendizado de cada aluno, pois os seres humanos progridem em ritmos próprios e, muitas vezes, bastante diferentes uns dos outros no processo de aprendizagem. Por fim, ainda, no respeito ao uso do tempo diferenciado por parte dos alunos: estudar mais em alguns momentos, menos em outros. E assim por diante.” (MAIA e MATTAR 2007, 7)
Pode-se dizer que há possibilidade de distorção do tempo a favor do
aprendizado, pois é o aluno que estabelece quando quer o poder estudar. Ao mesmo
tempo em que há essa liberdade ocorre a necessidade do amadurecimento do aluno de se
livrar da necessidade de ter outra pessoa responsável por estabelecer seu ritmo de estudo,
não existe a figura do professor, cobrando que o aluno preste atenção em determinado
conteúdo naquele momento específico da aula, não há necessariamente, como dito, aula
com data e local agendado.
É responsabilidade do aluno realizar o que tradicionalmente chamamos de
frequentar a aula, prestar atenção, ter e tirar dúvidas, realizar as tarefas requisitadas,
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interagir com o grupo, ele é que realiza ações que são provocadas essencialmente pela
mediação do professor que, como já citado, deve ter se planejado, estabelecido objetivos e
escolhido conteúdo e metodologia necessária para os atingir.
O educador, como ocorre na sala de aula tradicional, deve estar atento aos
acontecimentos, pois os alunos, mesmo não necessariamente presentes e visíveis,
sinalizam direta ou indiretamente pelas ações realizadas se estão compreendendo os
objetivos e seguindo os passos para realizá-los. Cabe aí ações avaliativas constantes por
parte do educador para obter essas indicações dos educandos e fazer as adequações
necessárias.
Conceito pedagógico da distância transacional
Quanto maior é a interação entre os participantes menor será a percepção de
distância. Na educação à distância é utilizado o conceito pedagógico da distância
transacional, este conforme citado em (MAIA e MATTAR 2007, 14), foi desenvolvido por
Michael Moore (MOORE s.d.) e trata de novo espaço pedagógico e psicológico quando
comparado à educação tradicional dimensionado de acordo com a distância ‘física’ e
‘temporal’
“Ou seja, à distância transacional não interessa a distância física entre professor e aluno, ou mesmo entre os alunos, mas sim as relações pedagógicas e psicológicas que se estabelecem na EaD. Portanto, independentemente da distância espacial ou temporal, os professores e os alunos podem estar mais ou menos distantes em EaD, do ponto de vista transacional. Assim, a distância transacional varia consideravelmente em EaD.” (MAIA e MATTAR 2007, 14)
“A transação a que denominamos Educação a distância ocorre entre professores e alunos num ambiente que possui como característica especial a separação entre alunos e professores. Esta separação conduz a padrões especiais de comportamento de alunos e professores. A separação entre alunos e professores afeta profundamente tanto o ensino quanto a aprendizagem. Com a separação surge um espaço psicológico e comunicacional a ser transposto, um espaço de potenciais mal-entendidos entre as intervenções do instrutor e do aluno. Este espaço psicológico é a distância transacional.” (MOORE n.d., 2)
Reforça-se então o que foi dito anteriormente sobre a necessidade da interação
entre os participantes. O professor deve acompanhar o que é realizado pelos estudantes,
deve fazer parte do seu planejamento e realizar ações no sentido de diminuir a distância
transacional, há necessidade de contato com os educandos, deve-se se perceber os
educandos, orientá-los, dialogar, principalmente se for o primeiro contato com a
metodologia. Minha experiência com turmas que realizaram disciplinas via EAD, no caso
específico via Moodle, indica que o primeiro contato dos alunos com a metodologia causa
estranheza para boa parcela. Mesmo que se tenham declarado habituados a navegar na
internet, participar de redes de relacionamentos digitais e utilizar fortemente e-mail, além
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de outros recursos da TIC, a apresentação pessoal para realização de inscrição do na
referida plataforma, posteriormente na disciplina especifica, perceptivelmente aumenta a
segurança e adesão dos estudantes.
O acompanhamento, ou melhor, diálogo conforme descrito por (MOORE n.d.)
como sendo uma interação ou série de interações que possuem qualidades positivas que
outras interações podem não ter, é intencional, construtivo e valorizado pelas partes e
deve ocorrer durante todo o curso. Há ferramentas disponíveis em cada AVA, dentre
essas destaco: a) o fórum de debate, b) utilização de mensagens eletrônicas que se
ajustam automaticamente dentre as opções on line ou e-mail de acordo com o status do
participante e c) verificações do log de atividades, onde é possível verificar o que cada um
realizou, por exemplo, o caso de um aluno que participa dos fóruns de debate propostos
costumeiramente e previamente acessou pouco os conteúdos disponibilizados pode
indicar incoerências. Destes, destaque especial é dado ao fórum de debates que permite
maior interação entre todos os envolvidos, propicia diálogo e diminui a distância
transacional além de favorecer a construção do conhecimento pelo que se chama de
engajamento na inteligência coletiva que é tratado por (MOORE n.d., 10) e cita Kowitz e
Smith(1987) que a definem como:
“(...) a terceira e mais avançada forma de instrução, após o ensino de conhecimentos básicos e de habilidades técnicas. Grupos e ‘grupos virtuais’ também oferecem a oportunidade de exercícios orientados para o desenvolvimento de habilidades de análise, síntese e crítica do conhecimento, assim como testagem e avaliação. De fato, o computador pessoal está abrindo novas oportunidades através da combinação de assincronia e relativa.” (MOORE n.d., 10)
2.4. Incentivo à autonomia do aprendiz
O aluno é sujeito ativo no processo ensino aprendizagem, quando se trata de
ensino à distancia há maior peso para essa necessidade de execução de passos por parte
do estudante. Como já citado anteriormente, é ele que realiza etapas propostas, ele que
vai atrás da aula, em alguns momentos sugere ações e ou assuntos a serem acessados por
todos e nesse diálogo está construindo seu conhecimento, autonomia, além de colaborar
para inteligência colaborativa do grupo que está inserido, sendo e se sentindo valorizado
pelas suas ações. A autonomia faz parte do terceiro conjunto de variáveis que descreve o
comportamento dos alunos conforme tratado na teoria da distância transacional, sendo o
diálogo educacional o primeiro e a estrutura do programa o segundo, conforme abordado
anteriormente.
“A autonomia do aluno é a medida pela qual, na relação ensino/aprendizagem, é o aluno e não o professor que determina os objetivos , as experiências de aprendizagem , é o aluno e não o professor quem determina os objetivos, as experiências de
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aprendizagem e as decisões de avaliação do programa de aprendizagem.” (MOORE n.d.)
Ainda no mesmo texto é feita citação de Malcolm Knowles que diz que o
comportamento autônomo deveria ser natural para o adulto que, sendo adulto, tem seu
próprio conceito de independência, porém essa afirmação não implicava que todos
estivessem preparados para tal.
Os alunos tradicionalmente vêm do modelo onde prevalece o papel do professor
que indica tudo que deve ser feito e cobra que os alunos realizem cada etapa em um
determinado momento, ou seja, são conduzidos no processo ensino/aprendizagem, já
quando se trata de educação de adultos deve ser valorizado o papel ativo e a educação à
distância valoriza esse tipo de abordagem. Maria Elizabeth Almeida em (LITTO, Fredric
Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel; (orgs) 2009, cap 15, 107) que cita, Paulo
Freire (1980 e 1997) onde aborda a utilização de diálogos problematizadores como
metodologia a ser utilizada na intenção de buscar a ‘razão de ser’ da experiência e como
transforma-la para que seja eficaz na alcance de seus propósitos. A autora trata ainda no
mesmo texto sobre o conceito da heutagogia (heuta – auto, próprio – e agonus - guiar)
(Hase e Kenyon, 2000) que trata sobre abordagem para formação de pessoas que possam
ser proativas em lugar de simplesmente reativas.
“Evidencia-se, nas ideias desses autores uma abordagem educacional que enfatiza a aprendizagem por meio de experiências compartilhadas, reconstrução de conhecimento e negociação de sentidos e saberes, envolvendo a tomada de consciência. Cada pessoa é um se r de relações, constituindo em suas múltiplas dimensões (histórica, social, biológica, psicológica, afetiva e politica), situado em um contexto especifico, que ajuda a produzir e, dialeticamente é produzido. Atuar nesse contexto significa, para o professor, renunciar ao poder centralizador sobre o conhecimento e criar metodologias que propiciem aos aprendizes o desenvolvimento da criatividade, autonomia e liberdade para a autogestão da aprendizagem, a busca e seleção de diferentes contextos em que tenham interesse em interagir, compartilhar experiências e co-gestar a formação” (LITTO, Fredric Michael; FORMIGA, Manuel Marcos Maciel; (orgs) 2009, cap 15, 107)
Outros autores tratam do assunto no mesmo sentido, por exemplo, (MAIA and
MATTAR 2007, 84) trata do aprender a aprender, do aprendiz virtual não apenas se
encher de conhecimentos, mas sim a capacidade de pesquisar e avaliar fontes de
informação, transformando-a em conhecimento. Em EAD há necessidade de
reprocessamento, o aluno acessa conteúdos de tipos distintos, realiza leituras, sugere
interações em um ambiente rico e é incentivado a interagir não apenas com o professor
mas também com seus colegas de estudo.
O moodle é um ambiente virtual de aprendizagem que incentiva esse tipo de
abordagem, disponibiliza inúmeras ferramentas para que o professor ou mesmo equipe
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de instrutores planejem e executem ações nesse sentido, o trabalho em grupo é
privilegiado, organizado e estruturado no sentido da já referida inteligência coletiva.
2.5. Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) específicos para uso
em EAD – Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA)
O ambiente virtual de aprendizagem equivale à sala de aula do modelo
presencial, no que diz respeito de ser o chamado local de encontro dos envolvidos no
processo de ensino aprendizagem, normalmente, professor, estudantes e possivelmente
tutores. Não é local físico, existe na internet, ou seja, é digital.
“Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), também conhecidos como Learning Management System (LMS) ou Sistema de Gerenciamento do Aprendizado, são softwares que, disponibilizados na internet, agregam ferramentas para a criação, tutoria e gestão de atividades que normalmente se apresentam sob a forma de cursos. Sendo constituídos a partir do uso de diferentes mídias e linguagens, a intenção é proporcionar não só a disponibilização de conteúdos, mas principalmente plena interatividade e interação entre pessoas e grupos, viabilizando, por consequência, a construção do conhecimento.” (SILVA 2011, 18)
Existem inúmeros ambientes virtuais de aprendizagem, por exemplo : Teleduc,
Sakai, Atutor OLAT Moodle que é , (MOODLE, Moodle - Contrato de Licença s.d.)
software livre; pode-se redistribuí-lo e/ou modificá-lo sob os termos da GNU General
Public License como publicada pela Free Software Foundation, versão 2 ou qualquer
versão posterior.
É um pacote de software para a produção de cursos e web sites em internet. A
palavra Moodle é originalmente um acrônimo para Modular Object-Oriented Dynamic
Learning Environment (Ambiente de Aprendizagem Dinâmico Modular Orientado a
Objeto), útil principalmente para programadores e profissionais da educação. É também
um verbo que descreve o processo de se passar por algo tranquilamente, fazendo as
coisas quando surgir oportunidade, uma divertida atividade manual que pode nos levar a
ter insights criativos. Como tal, aplica-se tanto ao modo como o Moodle foi desenvolvido,
quanto ao modo como um estudante ou professor pode abordar o estudo ou o ensino em
um curso on-line (MOODLE, Moodle - Sobre o Moodle s.d.)
Alguns recursos já estão disponíveis no moodle por padrão no momento da
instalação, outros devem ser instalados e alguns podem ser acrescentados via plug-ins
que são programas de terceiros ou não, blocos que são encaixados no ambiente e a partir
daí se integram a ele, por exemplo WiZiq em www.wiziq.com (SILVA 2011, 38). Como é
uma ferramenta baseada em navegação baseada utiliza html (hypertext mark-up
language) linguagem padrão da internet e desta forma permite acesso a praticamente
Autor : Roberto Dib Bittar, Orientadora : Nádia Maria Farias Vaz 13
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
todos formatos de conteúdo disponíveis na grande rede, cabendo ao professor e ou
equipe selecionar e ou produzir e disponibilizar aos estudantes.
Algumas opções já foram citadas, como fóruns de debate, mensagens, salas de
bate papo, inúmeras outras estão disponíveis como páginas de texto simples, páginas da
web, inserção a links de vídeo para youtube entre outros, criar e disponibilizar diretórios
para guardar arquivos a serem acessados, álbum de fotos e imagens, questionários com
questões subjetivas e objetivas, no caso de objetivas podem ser de vários tipos, como
verdadeiro ou falso, múltipla escolha com possibilidade de correção automática e
atribuição de nota pelo próprio sistema de acordo com a pontuação atribuída pelo
professor. Um fato importante é que há possibilidade de já no momento da resposta do
aluno apresentar-lhe o feedback da sua resposta. Outra opção é o estabelecimento de
tarefas que serão executadas e depois enviadas para apreciação e correção, sendo este
recurso usado para requerer aos alunos escrita de resenhas, artigos e outros textos. Existe
um calendário de atividades que vai sendo gerado para os alunos de acordo com as
tarefas e prazos estabelecidos pelos professores e ou equipe de desenvolvimento de
conteúdo. Outro bloco interessante a ser instalado é o do WIKI que permite a construção
colaborativa de documentos, textos e bibliografias. Como citado anteriormente, inúmeros
outros podem ser adicionados de acordo com a instalação e configuração, os acima
citados já são suficientes para realização dos objetivos estabelecidos no planejamento
ensino/aprendizagem, falo por experiência no referido caso que será apresentado e
avaliado posteriormente.
2.6. Geração de usuários
Se pensarmos na atual e futura geração de estudantes e também professores,
percebemos que o acesso às tecnologias de informação e telecomunicação é cada vez
maior. O custo do acesso à internet é cada vez menor, tanto no que diz respeito a
aquisição de equipamentos, como computadores ou outros dispositivos de acesso quanto
ao custo dos planos de internet enquanto que a velocidade é cada vez maior. O número
de usuários da internet só aumenta e é exatamente essa geração que esta sendo e será
atendida pela educação a distância.
É importante ressaltar que a própria educação à distância vem evoluindo a
passos largos no nosso país, conforme citado em (MORAN, Políticas e Legislação em EAD
2011, 17)
“Há avanços significativos. Diante das dificuldades em atender a milhares de pessoas sem formação adequada, o Governo vem aderindo e incentivando ações à distância. Ao assumir a Universidade Aberta a Distância - ideia antiga que nunca vingou no Brasil e
14 Título do artigo somente Substantivos Próprios com as primeiras letras em maiúsculoPropicia Rendimento e Conhecimento Desejado. Incentiva o
Desenvolvimento da Autonomia Intelectual
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
que agora renasce não como uma universidade própria, mas como apoio às iniciativas das universidades públicas na formação de professores e na interação entre empresas e universidades para formação profissional - o Brasil entra numa etapa de amadurecimento da Educação a Distância, de legitimação e de consolidação das instituições competentes. Constatamos que muitas universidades estão se capacitando para atuar, buscando responder rapidamente às demandas oficiais. (...) O crescimento exponencial dos últimos três anos é um indicador sólido de que a EAD é mais aceita do que antes. (...) O Brasil passou da fase importadora de modelos, para a consolidação de modelos adaptados à nossa realidade.(...) As instituições estão aprendendo rapidamente a fazer EAD e isso é uma grande vantagem. Queimamos etapas, aprendemos fazendo. Mas os modelos costumam caminhar para uma certa simplificação, um nível de exigência menor que o inicial, diante de demandas grandes.”
A Portaria nº 4.059 do MEC de 10 de dezembro de 2004, conforme explicado em
(MORAN 2011, 4) permite às universidades, centros universitários e centros tecnológicos
oferecer até 20% da carga horária dos cursos já reconhecidos na modalidade à distância.
Por estar inserida nesse novo contexto o curso de Ciências Contábeis da Universidade
Estadual de Goiás da UnUCSEH (Unidade Universitária de Ciências Socioeconômicas e
Humanas na cidade de Anápolis) inclui em seu projeto pedagógico de curso matéria de
caráter interdisciplinar chamada de Núcleo Interdisciplinar de Estudos Independentes –
NIEI, do primeiro ao quarto ano de sua grade, oferecida no formato educação a distância.
2.7. Análise do caso específico – Universidade Estadual de Goiás – UnUC-
SEH - Curso de Ciências Contábeis no ano de 2010 da disciplina Núcleo
Interdisciplinar de Estudos Independentes para a turma do 1º e 2º ano
Conforme citado anteriormente, faz parte da matriz curricular do curso de
ciências contábeis, desde o ano de 2009, a disciplina Núcleo Interdisciplinar de Estudos
Independentes (NIEI). É anual e ocorre em cada ano de curso entre o primeiro e quarto
ano, praticamente com a mesma nomenclatura variando apenas no que se refere ao ano
cursado, ou seja: NIEI 1º ano, NIEI 2º ano assim sucessivamente. Ocorre através da
discussão e articulação entre o Colegiado do Curso, a partir de um trabalho
Interdisciplinar de pesquisa, de organização e sistematização de informações resultando
em apresentação dos estudos, sob forma de paper, artigo, portfólio, seminário e/ou por
meio de publicações impressas ou eletrônicas. Utiliza-se de ambiente virtual de
aprendizagem (AVA) moodle e tem como objetivo principal:
“Habilitar a formação de profissionais, em consonância com as prerrogativas legais, altamente qualificados, para participarem como agente decisório, atendendo o mercado de trabalho na área da contabilidade com embasamento técnico-científico e humanista, habilitado e habituado a utilizar ferramentas de tecnologia da informação e telecomunicação, contemplando as vertentes: científica, técnica, ética, social e cultural.” (UEG, 2010, Plano de Curso - NIEI)
E específicos
Autor : Roberto Dib Bittar, Orientadora : Nádia Maria Farias Vaz 15
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
• “Conhecer e utilizar ferramentas de tecnologia da informação e telecomunicação com enfoque analítico nas atividades realizadas.
• Interligar conteúdos de diferentes disciplinas para desenvolver de forma crítica atividades acadêmicas e profissionais;
• Realizar o controle do patrimônio das entidades, com visão gerencial e com plena utilização de inovações tecnológicas;
• Estimular o desenvolvimento de ações que promovam a integração da prática contábil com as demais áreas gerenciais de uma entidade, fornecendo subsídios para tomadas de decisão;
• Compreender como e atuar de forma ética e responsável no exercício da profissão; • Compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras, em
âmbito geral e nos diferentes modelos de organização; • Desenvolver pesquisas e estudos no campo das Ciências Contábeis com o fim de
compreender e intervir na realidade da sociedade.” (UEG, 2010, Plano de Curso - NIEI)
No anexo A consta as impressões das telas do 1º e 2º anos da referida disciplina
que ocorreram em 2010. Percebe-se que a mesma ocorre no modelo online, classificando a
pela definição abaixo.
“Outro modelo a distância predominante é via redes, mais conhecido como educação on-line, onde o aluno se conecta a uma plataforma virtual e lá encontra materiais, tutoria e colegas, para aprender com diferentes formas de organização da aprendizagem: umas mais focadas em conteúdos prontos e atividades, até chegarmos a outras mais focadas em pesquisa, projetos e atividades colaborativas, onde há alguns conteúdos, mas o centro é o desenvolvimento de uma aprendizagem ativa e compartilhada.” (MORAN, Diretrizes da educação a distância: modelos educacionais 2011, 6)
A disciplina valeu-se de características tanto conteudistas quanto de pesquisa,
sendo esta última bastante valorizada conforme indicado acima nos objetivos da
disciplina, pois visa a autonomia do estudante e, como citado, desenvolve a
aprendizagem ativa e compartilhada.
A matéria ocorre em módulos que são bimestrais e giram em torno de um eixo
temático definido preferencialmente no colegiado do curso, caso não ocorra em tempo
hábil para ser aplicada no do período, a escolha então é feita pelo professor titular junto
com o coordenador do curso. Em ambos os casos, busca-se incentivar a
interdisciplinaridade das matérias do respectivo ano cursado. A duração de cada módulo
é bimestral na intenção de cumprir o lançamento de notas da verificação de
aprendizagem. As presenças são contadas a partir do acesso dos alunos ao material
disponibilizado e participação nas atividades de cada módulo.
As atividades são em sua maioria de produção de textos que podem ter caráter
científico ou não. Essa característica vem de encontro aos objetivos da disciplina. Os
alunos acessam o material disponibilizado pelo professor, em alguns momentos, buscam
e sugerem itens relacionados ao eixo temático, discutem entre si, através do fórum de
debate, respondem as atividades e produzem ao final de cada módulo, pelo menos um
texto envolvendo o eixo temático. Ou seja, há sempre, por parte do aluno, a reelaboração
do conteúdo disponibilizado pelo professor, ele se torna responsável direto pela aquisição
16 Título do artigo somente Substantivos Próprios com as primeiras letras em maiúsculoPropicia Rendimento e Conhecimento Desejado. Incentiva o
Desenvolvimento da Autonomia Intelectual
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
do que deve ser aprendido e ao realizar escrita envolvendo discussões prévias,
desenvolve a sua capacidade crítica, de leitura e escrita sobre o assunto abordado, desta
forma exercita a pesquisa e desenvolve sua autonomia.
Para análise de resultados, serão verificadas informações obtidas através da
análise dos mapas de notas para publicação, documento oficial emitido pela secretaria
acadêmica, no caso específico, da Universidade Estadual de Goiás da Unidade
Universitária de Ciências Sócio-Econômicas e Humanas para disciplinas do curso de
ciências contábeis do ano de 2010.
São analisadas três disciplinas de cada período, ou ano da grade do curso.
Destas, duas são ministradas na forma presencial e uma utiliza EAD, conforme citado,
AVA moodle. Estas são distintas e não existe pré requisito de cursar a disciplina no
primeiro ano para cursar a do segundo. Como citado, possuem mesmo objetivo, buscam
interdisciplinaridade das disciplinas do ano que estão inseridas, cada uma tem seu
respectivo professor, metodologia e conteúdo.
Será apresentado o número de matriculados, quantidade de trancados e
desistentes, obtendo então a quantidade de alunos que frequentaram a disciplina até seu
término. Deste total será verificado situação de aprovação ou reprovação e a tendência
das médias finais obtidas pelos aprovados para cada disciplina que ocorre por educação a
distância comparando com outras duas disciplinas presenciais. Busca-se então, desta
forma, com a comparação verificar que as disciplinas que ocorrem no formato à distância
tem aprovação na mesma proporção que as presenciais e graduação de médias finais
também na mesma proporção que as presenciais.
A escolha das disciplinas presenciais para comparação ocorreu de maneira
casual por parte de colaboradores da referida secretaria acadêmica. Requisitei para o
presente trabalho os mapas de notas das disciplinas NIEI e pedi que aleatoriamente
buscassem o mesmo documento para outras duas disciplinas de cada ano. Cópias dos
referidos documentos estão anexadas a este trabalho, anexo B, com o número da
matrícula, nome dos alunos e professores omitidos por questões éticas.
Conforme (LÜDKE e ANDRÉ 1986) não está sendo analisada a variável de forma
fria, é claro que está sendo evidenciado uma quantificação de ocorrência de determinado
fenômeno baseado na aprovação ou reprovação e nas médias finais obtidas pelos
aprovados. Também (LÜDKE e ANDRÉ 1986, 4) trata da “crença numa perfeita separação
entre o sujeito da pesquisa, o pesquisado, e seu objeto de estudo”. Esta não se justifica,
pois dentre outros fatores, cita “o papel do pesquisador é justamente o de servir como
veículo inteligente e ativo entre esse conhecimento acumulado na área e as novas
Autor : Roberto Dib Bittar, Orientadora : Nádia Maria Farias Vaz 17
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
evidências que serão estabelecidas a partir da pesquisa”. Este é o papel realizado nesta
pesquisa, ser um veículo e transcrever pelo menos um dos aspectos desta situação
vivenciada, e por isso mesmo demonstra-se a crença na eficácia do uso da EAD quando
bem direcionada, foi vivenciada pelo pesquisador e através da análise de dados seguir
espero chegar a esta comprovação, não apenas pelos números apresentados e sim pelo
significado destes valores. Conforme abordado por (LÜDKE e ANDRÉ 1986, 11), o estudo
foi realizado no ambiente em que ocorreu naturalmente, sem qualquer manipulação
intencional do pesquisador, surgindo a oportunidade desta pesquisa posteriormente à
conclusão das referidas disciplinas que foram ministradas por professores diferentes. Ao
mesmo tempo não houve escolha, conforme descrito anteriormente, de quais disciplinas
seriam utilizadas para fins de comparação com disciplinas presenciais. A comparação é
realizada para efeito de enriquecimento e como poderá ser verificado, acabou trazendo
um ótimo cruzamento de dados, como ocorre na comparação entre situação de
reprovação entre as diferentes disciplinas cursadas pelo mesmo aluno, que num primeiro
momento não era um dado inicialmente buscado.
2.8. Analise e discussão de resultados
Nas Tabela de 1, 2, 3 e 5 a indicação de ‘desistentes/reprovados faltas’ é
realizada pela inclusão em pelo menos uma das situações descritas:
• número de faltas acima ou igual à 30% das aulas e/ou
• não ter realizado avaliações em dois ou mais períodos e também não ter realizado prova final.
Tabela 1 – Resumo geral das disciplinas analisadas que utilizam EAD.
Matriculado
s Trancados
Desistentes/
reprovados faltas
Frequentaram até final
Dos que frequentaram até final foram aprovados
Dos que frequentaram até final foram
reprovados
NIEI – 1º
Ano 52 0 19 33 31 2
NIEI – 2º
Ano 30 1 4 25 24 1
Fonte: Mapas de nota para publicação – secretaria acadêmica UEG-UnUCSEH.
A seguir é apresentado a tabela 2 onde é relacionado os dados para efeito
comparativo das disciplinas presenciais de contabilidade Geral e matemática, cursadas na
grade do primeiro ano do curso
18 Título do artigo somente Substantivos Próprios com as primeiras letras em maiúsculoPropicia Rendimento e Conhecimento Desejado. Incentiva o
Desenvolvimento da Autonomia Intelectual
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
Tabela 2 – Resumo geral das disciplinas analisadas que utilizam EAD.
Matriculado
s Trancados
Desistentes/
reprovados faltas
Frequentaram até final
Dos que frequentaram até final foram aprovados
Dos que frequentaram até final foram
reprovados
NIEI – 1º
Ano 52 0 19 33 31 2
Contabilidade
geral 47 0 14 33 31 2
Matemática 40 0 14 36 17 11
Fonte: Mapas de nota para publicação – secretaria acadêmica UEG-UnUCSEH.
Pode-se perceber que os números gerais são compatíveis entre as disciplinas,
havendo inclusive maior quantidade de reprovações em matemática. Na próxima tabela
também será possível observar que não existe tendência de reprovação pelo fato da
disciplina ocorrer via EAD, porém, o contrário é evidenciado. O aluno que tem situação
de reprovação na disciplina NIEI que é ministrada via EAD, principalmente por
desistência e ou número de faltas tem grande tendência de estar também reprovado em
outra. Dos vinte e um (21) em situação de reprovação, que é igual à soma dos que
frequentaram até o final e foram reprovados, dois (2) + dezenove (19), um (1) foi
reprovado no NIEI 1ª ano e não em outra disciplina e outro foi também reprovado no
NIEI 1º ano e não frequentava nenhuma das outras duas comparadas. Ou seja, a situação
de reprovação especifica, considerando os dois (2) casos acima citados equivalem a
10,52% do total de reprovações, indicando que os outros dezessete (17) que equivalem a
89,43% dos reprovados também foram reprovados em outras disciplinas.
A seguir é apresentada a tabela 3 onde é feita análise comparativa de cada aluno,
em cada disciplina analisada que foi cursada no primeiro ano da grade. Alinha da tabela 3
é referente a um determinado aluno. Quando não há média final = MF e situação = Sit é
porque o aluno não cursou a referida disciplina no ano em que ocorre esta análise.
Reprovação = RP (fundo laranja indica ‘desistentes/reprovados faltas’ e verde indica não
obtenção de média final maior ou igual a 5,0)
Tabela 3 : Médias Finais e Situação Final individual por aluno – disciplinas 1º ano da grade
NIEI 1º ANO Contabilidade Geral Matemática
MF Sit MF Sit MF Sit
7,60 AP 8,10 AP 7,6 AP
7,80 AP 6,20 AP 2,6 RP
7,70 AP
Autor : Roberto Dib Bittar, Orientadora : Nádia Maria Farias Vaz 19
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
8,90 AP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
8,20 AP 8,10 AP 7,7 AP
8,10 AP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
8,10 AP 8,00 AP 5 AP
7,90 AP 5,80 AP 7,1 AP
7,20 AP 7,60 AP
8,40 AP 6,50 AP 4 RP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
8,20 AP 8,00 AP 9,4 AP
5,10 AP 7,10 AP
9,10 AP 7,20 AP 3,8 RP
8,00 AP
7,10 AP 5,00 AP 2,7 RP
2,80 RP 2,10 RP
7,70 AP 6,10 AP 3,3 RP
1,80 RP 3,20 RP 4,1 RP
0,00 RP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
8,10 AP 7,10 AP 7,7 AP
8,50 AP 9,50 AP 7,1 AP
8,70 AP 7,00 AP 7 AP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
0,00 RP
2,80 RP 1,90 RP 1,7 RP
5,80 AP
0,00 RP
7,70 AP 4,30 RP 2,5 RP
0,00 RP 7 AP
7,90 AP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
7,10 AP 7,00 AP 3,3 RP
8,50 AP 5,00 AP 2,9 RP
1,20 RP 1,40 RP 0 RP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
8,60 AP 7,70 AP 7,1 AP
1,50 RP 5,70 AP 3,1 RP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
20 Título do artigo somente Substantivos Próprios com as primeiras letras em maiúsculoPropicia Rendimento e Conhecimento Desejado. Incentiva o
Desenvolvimento da Autonomia Intelectual
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
6,30 AP 5,50 AP 5 AP
7,90 AP 8,70 AP
8,20 AP 5,90 AP 7,3 AP
7,80 AP 7,40 AP 7 AP
8,00 AP 7,50 AP 6,8 AP
8,40 AP 9,80 AP
2,10 RP 2,60 RP 3 RP
0,00 RP 0,00 RP 0 RP
2,60 RP 6,40 AP 5,2 AP
8,10 AP
8,30 AP 8,00 AP 5 AP
8,40 AP 7,00 AP 7,2 AP
Fonte: Mapas de nota para publicação – secretaria acadêmica UEG-UnUCSEH
Na tabela 4 é realizada o mesmo tipo de análise e comparação que foi feita na
tabela 2, porém com disciplinas cursadas no segundo ano grade, incluindo a disciplina
analisada: NIEI 2ª ano.
Tabela 4 – Médias Finais e Situação Final individual por aluno – disciplinas 2º ano da grade
Matriculados Trancados
Desistentes/
reprovados faltas
Frequentaram até final
Dos que frequentaram até final foram aprovados
Dos que frequentaram até final foram
reprovados
NIEI – 2º
Ano 30 1 4 25 24 1
Direito e
legislação 38 1 6 31 31 0
Contabilidade
comercial 39 1 8 30 30 0
Fonte: Mapas de nota para publicação – secretaria acadêmica UEG-UnUCSEH
Novamente percebe-se a tendência da mesma qualidade do uso da educação à
distância na disciplina NIEI – 2º ano comparativamente às demais que ocorrem
presencialmente. A quantidade de aprovados na disciplina que foi de 96% dos que
frequentaram até o final, com uma (1) reprovação é compatível com os 100% das outras 2
disciplinas analisadas. Se for verificado em números absolutos, analisando a quantidade
de matriculados versus os aprovados, independente das desistências. No NIEI 2º ano a
relação é de vinte e quatro (24) aprovados para trinta (30) matriculados que equivale a
82,75% de aprovação. Em Direito e legislação a relação é de trinta e oito (38) matriculados
para trinta e um (31) aprovados que significa 81,57% de aprovação e em Contabilidade
Comercial a relação é de trinta e nove (39) matriculados para trinta (30) aprovados que
Autor : Roberto Dib Bittar, Orientadora : Nádia Maria Farias Vaz 21
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
totaliza o índice de 76,92%. Ou seja, se analisarmos sob esse aspecto o índice de aprovação
da disciplina que ocorre via EAD é o maior dentre as três.
Na tabela 5 é feita o mesmo tipo de comparação que na tabela 3, porém
analisando os dados das disciplinas no 2º ano. É apresentado a situação de aprovação ou
reprovação e a média final de cada uma das disciplinas analisadas.
Assim como ocorre na tabela 3, também na tabela 5, cada linha é referente a um
determinado aluno. Quando não há média final = MF e situação = Sit é porque o aluno
não cursou a referida disciplina no ano em que ocorre esta análise. Reprovação = RP
(fundo laranja indica ‘desistentes/reprovados faltas’ e verde indica não obtenção de
média final maior ou igual a 5,0)
Tabela 5 : Médias Finais e Situação Final individual por aluno – disciplinas 2º ano da grade
NIEI 2º ANO DIREITO E LEGISLAÇÃO
Contabilidade Comercial
MF Sit MF Sit MF Sit
9,20 AP 9,10 AP 8,60 AP
6,20 AP 9,30 AP 7,70 AP
9,60 AP 9,30 AP 7,60 AP
7,30 AP 7,20 AP 5,30 AP
6,50 AP 7,30 AP 5,30 AP
0,00 RP 8,20 AP 0,00 RP
9,10 AP
2,90 RP 4,50 RP 2,70 RP
8,60 AP 1,10 RP
9,30 AP 9,20 AP 9,20 AP
9,50 AP 7,50 AP 7,00 AP
7,50 AP 5,50 AP
7,20 AP 8,60 AP 5,20 AP
2,00 RP 8,20 AP 7,30 AP
2,00 RP 8,30 AP 5,60 AP
8,00 AP 5,00 AP
7,70 AP 5,20 AP
7,30 AP 8,50 AP 5,00 AP
9,80 AP 8,70 AP 8,00 AP
9,60 AP 9,60 AP 8,30 AP
2,50 RP 0,00 RP
0,00 RP 0,00 RP
7,10 AP 8,20 AP 8,10 AP
7,10 AP 7,00 AP 7,70 AP
22 Título do artigo somente Substantivos Próprios com as primeiras letras em maiúsculoPropicia Rendimento e Conhecimento Desejado. Incentiva o
Desenvolvimento da Autonomia Intelectual
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
7,90 AP 8,10 AP 7,30 AP
9,30 AP 7,80 AP 9,10 AP
1,80 RP 0,00 RP
5,20 AP 7,80 AP 5,10 AP
7,80 AP 8,60 AP 5,30 AP
2,10 RP 0,70 RP
5,90 AP 7,60 AP 5,20 AP
0,00 RP 0,00 RP 0,00 RP
9,50 AP 9,60 AP 7,50 AP
6,00 AP 8,80 AP 8,80 AP
7,60 AP 8,60 AP 7,50 AP
7,00 AP 8,60 AP 8,60 AP
8,10 AP 8,10 AP 5,70 AP
8,40 AP 7,00 AP 5,10 AP
Fonte: Mapas de nota para publicação – secretaria acadêmica UEG-UnUCSEH
Dos quatro (4) desistentes / reprovados por faltas na disciplina NIEI 2º ano, três
tem mesma situação em pelo menos uma das outras disciplinas analisadas. Ocorrendo
apenas uma reprovação por nota especificamente na disciplina, podendo então verificar
que essa tendência não acontece devido ao uso da educação a distância.
Na tabela 6 e gráfico 1 é apresentada as médias finais obtidas pelos alunos
aprovados de cada uma das disciplinas do primeiro ano da grade para que seja verificada
a quantidade de alunos que ficaram dentro das faixas de notas.
Tabela 6 : Quantidade de alunos por média final obtida pelos aprovados- 1 º ano da grade
NIEI 1º ano
Contabilidade geral
Matemática
Entre 5,0 e 6,0 1 7 4
Maior que 6,0 até 7,0 1 7 4
Maior que 7,0 até 8,0 13 11 8
Maior que 8,0 até 9,0 15 4 0
Maior que 9,0 1 2 1
Fonte: Mapas de nota para publicação – secretaria acadêmica UEG-UnUCSEH
Autor : Roberto Dib Bittar, Orientadora : Nádia Maria Farias Vaz 23
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
Gráfico 1: Quantidade de alunos por média final obtida pelos aprovados. - 1 º ano da grade
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Entre 5,0 e 6,0 Maior que 6,0 até
7,0
Maior que 7,0 até
8,0
Maior que 8,0 até
9,0
Maior que 9,0
NIEI 1º ano Contabilidade geral Matemática
Fonte: Mapas de nota para publicação – secretaria acadêmica UEG-UnUCSEH
A média final dos aprovados na disciplina NIEI 1º ano concentra-se em faixa de
nota mais alta que as demais, conforme pode ser visto na tabela 6 e gráfico 1, a maior
ocorrência é entre 7,0 e 9,0, enquanto que as demais há maior ocorrência de notas
menores que 7,0. Independente do valor da nota atribuída por cada professor é possível
perceber que a tendência das médias alcançadas pelos aprovados, que representam
93,94% dos que concluíram a disciplina (31 de 33 alunos que finalizaram), conforme
tabela 1 indica o aproveitamento dos alunos e consecutivamente a eficácia da utilização
da educação à distância.
Na tabela 7 e gráfico 2 é é feito o mesmo tipo de análise que ocorre na tabela 6 e
gráfico 1, sobre as médias finais obtidas pelos alunos aprovados de cada uma das
disciplinas, porém com dados das disciplinas do segundo ano da grade para que seja
verificada a quantidade de alunos que ficaram dentro das faixas de notas.
Tabela 7 : Quantidade de alunos por média final obtida pelos aprovados- 2 º ano da grade
NIEI 1º ano
Direito e Legislação
Contabilidade Comercial
Entre 5,0 e 6,0 3 0 13
Maior que 6,0 até 7,0 3 2 1
Maior que 7,0 até 8,0 8 9 8
Maior que 8,0 até 9,0 2 14 5
Maior que 9,0 8 6 3
24 Título do artigo somente Substantivos Próprios com as primeiras letras em maiúsculoPropicia Rendimento e Conhecimento Desejado. Incentiva o
Desenvolvimento da Autonomia Intelectual
Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
Fonte: Mapas de nota para publicação – secretaria acadêmica UEG-UnUCSEH
Gráfico 2: Quantidade de alunos por média final obtida pelos aprovados. - 2 º ano da grade
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Entre 5,0 e 6,0 Maior que 6,0 até
7,0
Maior que 7,0 até
8,0
Maior que 8,0 até
9,0
Maior que 9,0
NIEI 2º Ano Direito e Legislação Contabilidade Comercial
Fonte: Mapas de nota para publicação – secretaria acadêmica UEG-UnUCSEH
Há também, dentre os alunos aprovados, que equivalem 96% dos que
frequentaram a disciplina NIEI 2º ano, maior ocorrência de médias finais acima de 7,0 que
permite deduzir, que houve aproveitamento por parte dos alunos, comprovando então a
eficácia da utilização da educação à distância na referida disciplina. Mesmo realizando
comparação com disciplinas presenciais, percebe-se que há equivalência ou até mesmo,
maior valor obtido nas médias finais pelos alunos.
3. CONCLUSÃO
Conforme apresentado através da verificação de aproveitamento dos alunos nas
disciplinas que utilizam educação à distância através do ambiente virtual de
aprendizagem Moodle verificou-se que tanto a situação de aprovação das disciplinas não
fica abaixo de outras utilizadas para comparação como tem níveis comparativamente
superiores. Da mesma forma as médias finais obtidas pelos alunos também foram
proveitosas, sendo, a maior parte, acima de 7,0 sem necessidade de prova final.
O tipo de avaliação aplicado às duas disciplinas analisadas, conforme citado
anteriormente, é fundamentalmente, na modalidade de produção de textos de caráter
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Nome da Revista • Vol. , Nº. 0, Ano 2009 • p. 1-42
científicos que equivalem a 60% a 70 % da nota, como resenhas, dissertações críticas e
artigos. Parte da nota, normalmente entre 10% a 20% acontece pela participação dos
estudantes nos fóruns de debates e também por outros meios de interação como: sugestão
de material ou links que tenham ligação com o eixo temático. O restante da nota é obtido
por exemplo, por acesso ao material, questionários e outras interações.
Ou seja, o estudante precisa emitir opinião própria sobre cada assunto tratado, o
valor das notas atribuídas aos alunos que compõe a média final não pode ser visto apenas
como um fator quantitativo, um número. Não é este o caso, existe construção de novos
conhecimentos, há aprendizado, do contrário não seria possível aos estudantes realizar as
produções de texto. Existe claramente processamento de informações que inicialmente é
disponibilizada em diferentes formatos no ambiente virtual de aprendizagem. A partir
dai, ocorre interação entre os participantes através dos fóruns, mensagens e sugestões de
material. Na etapa final de cada etapa, que equivale ao bimestre, é realizada a produção
do aluno que é utilizada para verificação da construção do conhecimento e
consequentemente para composição de nota.
“Já, o conhecimento é o que cada indivíduo constrói como produto do processamento, da interpretação, da compreensão da informação. É algo construído por cada um, muito próprio e impossível de ser passado para o outro - o que é passado é a informação que advém desse conhecimento, porém nunca o conhecimento em si.(...) Uma outra interpretação para o conceito de aprender é o de construir conhecimento. Para tanto, o aprendiz deve processar a informação que obtém interagindo com o mundo dos objetos e das pessoas. Essa interação coloca o aprendiz diante de problemas e situações que devem ser resolvidos e, para tanto, é necessário buscar certas informações. No entanto, para aplicar estas informações é necessário a interpretação e o processamento das mesmas, o que implica a atribuição de significado e, portanto, de construção de novos conhecimentos.” (VALENTE 2003, 139)
O uso da educação à distância é tão eficaz quanto o presencial quando
considerado a quem se quer atingir e o que se quer ensinar. Existem fatores a serem
analisados antes de eleger uma disciplina ou mesmo todo um curso para ser realizado via
EAD. Há de ser analisado o perfil dos alunos, a disciplina em si, a disposição de recursos
materiais e humanos, além, por exemplo, de fatores culturais. No caso dos cursos
superiores, existem disciplinas que podem ser identificadas e trabalhadas com sucesso,
como demonstrado, utilizando a educação à distância e desta forma está lançado mais
este desafio para os educadores.
AGRADECIMENTOS
À minha esposa e filhas pela paciência por inúmeros finais de semana “liberados” e à
minha orientadora por me mostrar uma visão mais aprofundada sobre educação
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Roberto Dib Bittar
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ANEXO A
Imagens obtidas das telas das disciplinas NIEI 1º ano e NIEI 2º ano
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Autor : Roberto Dib Bittar, Orientadora : Nádia Maria Farias Vaz 33
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ANEXO B
Mapas de notas para publicação com número da matrícula, nome dos alunos e
professores omitidos por questões éticas.
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