IV CONGRESSO SERGIPANO DE HISTÓRIA & IV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH/SE
O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64
ARTIGO CIENTÍFICO: CONTRIBUIÇÕES À CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO NO ENSINO SUPERIOR
Hortência de Abreu Gonçalves1
Lílian de Lins Wanderley2
Marilene Batista da Cruz Nascimento3
RESUMO
O artigo científico é o trabalho regido pela norma da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), Norma Brasileira Registrada número 6022 (NBR6022), com a
finalidade de comunicar os resultados de um estudo ou pesquisa sobre determinado
tema. A sua elaboração exige do autor o domínio dos conteúdos tratados, visando o
alcance de uma contribuição científica no âmbito do conhecimento, servindo, portanto,
para incrementar novas abordagens. Outra relevância contempla a publicação em revista
científica e em eventos de diversos tipos, áreas e modalidades. Também é utilizado
como trabalho de conclusão de curso, enquanto instrumento avaliativo de defesa em
banca examinadora. Objetivou-se compreender a importância do artigo científico e suas
contribuições na construção do conhecimento no ensino superior. Com ênfase numa
abordagem descritiva e analítica levou-se em conta o objeto temático pretendido e a
problemática proposta, em conformidade com a literatura pesquisada. Assim, constata-
se que, além de promover a investigação científica, o artigo é uma fonte de informação
utilizada com frequência em todas as áreas do saber, visando a divulgação do
conhecimento.
Palavras-chave: Artigo científico. Divulgação do conhecimento. Ensino superior.
1 Pós-doutorado em Estudos Culturais pelo Programa Avançado de Cultura Contemporânea/PACC-FCC-
UFRJ (2009) e doutora em Geografia – UFS (2007). Atua como professora na educação a distância da
Universidade Tiradentes. E-mail: <[email protected]>. 2 Doutorado em Geografia - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP- Rio Claro.
Geógrafa. Professor - associado da Universidade Federal de Sergipe nos cursos de graduação, mestrado e
doutorado em Geografia. Atualmente pós-doutoranda no PPGG/Universidade Federal do Ceará. E-mail:
<[email protected]> 3 Doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2012). Mestra
em Educação pela Universidade Tiradentes (2011). Atua como professora da Universidade Tiradentes nos
cursos presenciais e a distância. E-mail: <[email protected]>.
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INTRODUÇÃO
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Norma
Brasileira Registrada (NBR), o Artigo Científico “é uma publicação com autoria
declarada, que apresenta e discute [...] [ideias], métodos, técnicas, processos e
resultados nas diversas áreas do conhecimento.”4 Nos últimos anos, o artigo passou a
ser adotado com frequência no ambiente acadêmico não apenas para comunicar os
resultados alcançados com a investigação científica, como também na forma de
instrumento utilizado como recurso de avaliação da capacidade lógica, interpretativa e
demonstrativa de estudantes de graduação e de pós-graduação e, em especial na forma
de trabalho de conclusão de curso. Servindo para ampliar o conhecimento não apenas
em relação ao objeto estudado, mas principalmente pela possibilidade de extrair dele,
todas as contribuições diretas e indiretas que visam ao bem estar social. Buscou-se
compreender a importância do artigo científico e suas contribuições na construção do
conhecimento no ensino superior.
TIPOS E GÊNEROS DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
Para ser considerado artigo científico, o autor deve observar algumas
características básicas, no momento de sua elaboração, dentre elas: lógica da
fundamentação teórica, com a discussão de fatos, ideias, opiniões e posicionamentos
pessoais em conformidade com o contexto analisado; estilo apurado e organizado, com
4 ABNT. Nbr6022: Informação e documentação - Artigo em publicação periódica científica impressa –
Apresentação. São Paulo: Provir, 2003. Disponível em:<http://porvir.org/wp-
content/uploads/2013/08/abntnbr6022.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2014. p.2.
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uma redação clara, objetiva e simples para que possa ser entendida por todos os leitores,
porém devendo manter a complexidade que o tema exige; relevância temática, para que
tenha utilidade no âmbito da comunidade científica; rigor documental e metodológico,
significando a precisão na identificação das fontes, explicações, análises, demonstrações
e material de consulta utilizado (fontes primárias e/ou secundárias).5
Igualmente, que pressuponha em sua elaboração, a presença do método científico
utilizado no estudo ou pesquisa, em relação ao objeto analisado, com o intuito de
alcançar as provas necessárias à sustentação dos resultados obtidos. Quanto ao estilo,
são duas as formas de apresentação, independente do destinatário e área de atuação,
conforme especificados a seguir:6
a) Artigo de Revisão: Parte de uma publicação que resume, analisa e discute
informações já publicadas;
b) Artigo Original: Parte de uma publicação que apresenta temas ou abordagens
originais.
Igualmente, antes de iniciar a redação de um artigo científico convém verificar na
temática selecionada, o estilo pretendido com o texto e ainda, a sua adequação ao tipo
original (estudo de caso, relato de experiência de pesquisa, relato de experimentos etc.)
ou ao tipo revisão (amplo debate com os autores pesquisados). Porém, em ambos os
casos exige-se o marco teórico conceitual ou quadro teórico adotado.
Nesse sentido, cabe ressaltar a importância da presença da revisão da literatura na
consecução do texto, por se tratar de um debate entre os autores pesquisados, com a
finalidade de identificar posturas, ideias e opiniões. Também deve ser observada a
contemplação do “Estado da Arte” na seleção das fontes bibliográficas, com o intuito de
5 SECAF, 2000 apud GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de artigos científicos. 2.ed. São Paulo:
Avercamp, 2013. p. 17. 6 Op. Cit., nota 4, p.2.
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alcançar o momento atual do tema na literatura da área de conhecimento e ainda, a
sustentação teórica dos argumentos apresentados, demonstrados e/ou defendidos pelo
autor do artigo.
De acordo com a sua abordagem, o artigo pode contemplar formatos
diferenciados, assim estabelecidos:7
a) Argumento Teórico: Apresenta argumentos favoráveis ou contrários a uma
opinião a fim de comprová-la ou refutá-la;
b) Classificatório: Classifica os aspectos de um determinado assunto e explica suas
partes;
c) Analítico o de Análise: Prioriza o estudo de cada elemento constitutivo do
assunto e sua relação com o todo.
Além disso, o conteúdo abordado deve contemplar a liberdade por parte do autor,
podendo versar sobre um estudo pessoal ou sobre questões controvertidas, atualização
de informes e aspectos sugeridos em pesquisas para futuras investigações, desde que
demonstre exposição lógica e reflexiva dos argumentos apresentados, seguida de alto
nível interpretativo, rigor metodológico e julgamento pessoal.8
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO FORMAL DO ARTIGO CIENTÍFICO
Em sua estrutura formal, o artigo obedece a dois grandes paradigmas, conforme a
área de conhecimento. O primeiro direcionado às Ciências Humanas e Sociais, sob a
7 LAKATOS; MARCONI, 2001 apud Op. Cit., nota 5, p.25. 8 SEVERINO, 2002 apud Op. Cit., nota 5, p.26.
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sigla IDC (Introdução, Desenvolvimento e Conclusão) e o segundo, utilizado nas áreas
das Ciências Naturais, Exatas, Tecnológicas e da Saúde, sob a nomenclatura IRMRDC
(Introdução, Revisão da Literatura, Materiais e Métodos, Resultados, Discussão e
Conclusão).
No modelo IDC, a introdução do artigo deve dizer ao leitor, do que se trata,
explicando o tema e a sua delimitação. Também apresentar os objetivos do estudo ou
pesquisa, as questões ou as hipóteses de trabalho que o nortearam, a justificativa da
escolha do tema e a problemática que foi investigada, seguida da metodologia adotada.
O desenvolvimento deve tratar da apresentação, explicação e demonstração do conteúdo
abordado com ênfase no referencial teórico. Em sua argumentação, o texto pode ser
subdividido em capítulos sequenciais, numa perspectiva dedutiva, se possível com
gráficos, quadros, tabelas e/ou ilustrações, conforme as descrições e elucidações
necessárias ao seu entendimento. Já na conclusão, são confirmadas as hipóteses
apresentadas ou as soluções para as questões norteadoras do estudo ou pesquisa.
No modelo IRMRDC, a introdução deve conter os objetivos pretendidos, a
problemática investigada ou estudada, as hipóteses de trabalho e a justificativa da
escolha do tema. A revisão da literatura contempla um debate entre os autores
pesquisados, visando identificar ideias, posturas e opiniões referentes ao conteúdo
abordado, buscando uma sustentação teórica. Para materiais e métodos, fica reservada a
descrição da metodologia da pesquisa, inclusive com a identificação de equipamentos e
maquinário. Em relação aos resultados obtidos, a tabulação gráfica precisa demonstrar o
que foi encontrado ou alcançado com a investigação realizada. Preferencialmente na
forma de gráficos, quadros e tabelas, podendo ainda conter ilustrações complementares.
A análise e a explicação analítica dos resultados aparecem sob o título discussão,
momento em que se utiliza de uma literatura atualizada, visando concordar ou discordar
com os achados, por meio de generalizações ou identificação de falhas. Na conclusão,
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são confirmadas/negadas as hipóteses ou respondidas às questões propostas para a
pesquisa. As referências compreendem as fontes secundárias impressas e digitais.
Em relação aos aspectos da linguagem escrita, Pádua9, observa algumas
características que devem ser consideradas na redação de um artigo científico, sendo
elas:
- Impessoalidade: redigir o trabalho na 3ª pessoa do singular;
- Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as expressões: “eu
penso”, “eu acho”, “parece-me” que dão margem a interpretações
simplórias e sem valor científico;
- Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem
racional, firmada em dados concretos, onde pode-se apresentar
argumentos de ordem subjetiva, porém dentro de um ponto de vista
científico;
- Vocabulário técnico: a linguagem científica serve-se do vocabulário
comum, utilizado com clareza e precisão, mas cada ramo da ciência
possui uma terminologia técnica própria que deve ser observada;
- A correção gramatical é indispensável, onde se deve procurar relatar
a pesquisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas,
intercaladas com parênteses, num único período. O uso de parágrafos
deve ser dosado na medida necessária para articular o raciocínio: toda
vez que se dá um passo a mais no desenvolvimento do raciocínio,
muda-se
o parágrafo.
- Os recursos ilustrativos como gráficos estatísticos, desenhos, tabelas
são considerados como figuras e devem ser criteriosamente
distribuídos no texto, tendo suas fontes citadas em notas de rodapé.
Cabe ressaltar que o “parágrafo é a unidade em que se desenvolve uma ideia
central que se encontra ligada às ideias secundárias devido ao mesmo sentido.”
Igualmente que, o parágrafo
9 BARBA, Clarides Henrich de. Orientações básicas na elaboração do artigo científico. Disponível em:
<http://sbe-educacional.com.br/modelo_trabalho_conclusao/MODELO_4-Elaboracao_de_Artigo_
Cientifico.pdf>. Acesso em 10 ago.2014. p.4.
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segue a mesma circularidade lógica de toda a redação: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Convém iniciar cada parágrafo através
do tópico frasal (oração principal), onde se expressa a ideia
predominante. Por sua vez, esta é desdobrada pelas ideias secundárias;
todavia, no final, ela deve aparecer mais uma vez. Assim, o que
caracteriza um parágrafo é a unidade (uma só ideia principal), a
coerência (articulação entre as ideias) e a ênfase (volta à ideia
principal).10
Quanto aos aspectos da formatação do artigo científico, devem-se observar as
determinações da ABNT NBR 6022, considerando a padronização dos aspectos gráficos
e de digitação, associados às normas de submissão do periódico (revista), no qual se
pretende publicar. Também cabe acrescentar a importância do cumprimento das normas
técnicas do uso coerente da citação e da nota de rodapé, bem como da referência
utilizada, sendo elas respectivamente as NBR’s 10520 e 6023.
CONTRIBUIÇÕES DO ARTIGO CIENTIFICO NA CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO NO ENSINO SUPERIOR
São inúmeras as contribuições do artigo científico para o ensino superior. Por
intermédio desse tipo de produção, promove-se o ensino pela pesquisa, possibilitando a
que o estudante universitário colabore com a construção do conhecimento, buscando os
porquês e a soluções fundamentadas em teorias e observações, utilizando procedimentos
metodológicos, técnicos e científicos. Esse fazer pedagógico possibilita uma ação
participativa, crítica e criativa que desperta no aluno a busca de novos saberes. De
acordo com Forattini11, o impacto de um artigo científico:
10 Id. Ibid., p.4. 11 FORATTINI, Oswaldo Paulo. A tríade da publicação científica. São Paulo: Departamento de
Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1996. Disponível em:<
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Advém [...] sob dois pontos de vista, o cultural e o econômico, sem
contudo apresentarem coexistência obrigatória. Ambos são dotados de
poder inovador. O impacto cultural poderá ser entendido como sendo
aquele que objetiva essencialmente enriquecer o acervo de
conhecimentos. [...]. Por outro lado, o segundo ponto de vista diz
respeito ao impacto imprescindível à natureza intrínseca do estudo
aplicado. Tem, como mola mestra, o crescimento econômico,
entendido em seus variados aspectos. Nesse sentido, trata-se realmente
de impacto que pode ser medido pelo dos produtos resultantes do
aperfeiçoamento tecnológico. Isso se traduz em comissões
(“royalties”), patentes, direitos vários, etc. Em outras palavras, avalia-
se o aproveitamento, mediato ou imediato, dos conhecimentos
obtidos.
Ainda segundo o mesmo autor, a avaliação do impacto de um artigo, pauta-se no
alcance dos propósitos almejados, tanto da “criação e do desenvolvimento industrial, da
origem de novos empregos e, no final das contas, pelo incremento de necessidades
criadas para o consumo progressivamente maior.” Assim, pode-se afirmar que o
“impacto do artigo científico cada vez mais será avaliado pelo cumprimento da
finalidade tecnológica, a qual nem sempre é precipuamente direcionada para a melhoria
da qualidade de vida.” 12 Complementando, no âmbito da divulgação científica, o
impacto gerado pela publicação de um artigo representa a produção do conhecimento
que contribui para legitimar e promover a memória da ciência contemporânea.
Além disso, se tem contato com a pesquisa científica, atividade primordial para a
coleta de dados e informações sobre determinado tema, visando responder e/ou
solucionar uma problemática proposta, independente da área de conhecimento, da forma
de abordagem e do nível investigativo. Entende-se que a “informação científica é o
http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v30n1/5037.pdf?origin=publication_detail>. Acesso em: 20 mar. 2014.
p.6. 12 Id. Ibid., p.4.
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insumo básico para o desenvolvimento científico e tecnológico de um país.” Esse tipo
de informação, resultado das pesquisas científicas, é divulgado à comunidade por meio
de revistas. Os procedimentos para a publicação dessa informação foram estabelecidos
pelo sistema de comunicação científica, o qual vem se consolidando ao longo de mais
de três séculos”13, a exemplo de repositórios conceituados, como no caso dos periódicos
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) e de
inúmeras plataformas universitárias e científicas, dentre elas, o Sistema Eletrônico de
Editoração de Revistas (SEER) que integra o Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia (IBICT), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCTI). Complementando, Silva Rosa e Carneiro14, afirmam
que:
o acesso ao conhecimento científico é meio importante para informar
e validar posições na formulação de políticas públicas. O recurso aos
conhecimentos é, contudo, problemático diante da diversidade e
extensão dessa produção. Entendendo que a comunicação entre os
campos da ciência e da política depende da divulgação do
conhecimento produzido e das possibilidades de acesso [...].
Para Henz15, “a publicação de um artigo é a finalização de várias etapas da
pesquisa científica, que devem ser seguidos de forma sequencial. Pode-se dividir esta
13
KURAMOTO, Hélio. Informação científica: proposta de um novo modelo para o Brasil. Ci. Inf.,
Brasília, v. 35, n. 2, p. 91-102, maio/ago. 2006. Disponível em:
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=
cache:http://www.scielo.br/pdf/%0D/ci/v35n2/a10v35n2.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2014. p.91. 14 SILVA ROSA, Teresa da; CARNEIRO, Maria José. O acesso livre à produção acadêmica como
subsídio para políticas públicas: um exercício sobre o Banco de Teses da Capes. Hist Cienc Saude
Manguinhos;
17(4): 955-974, out.-dez. 2010. Disponível em: Disponível em: <http://pesquisa.bvsalud.org/portal/
resource/pt/lil-572385>. Acesso em: 21 dez. 2014. [n.p.]. 15 HENZ, G.P. Como aprimorar o formato de um artigo científico. Horticultura Brasileira, Brasília, v.
21, n. 2, p. 145-148, abril/junho, 2003. Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?
q=cache:http://www.scielo.br/pdf/%0D/hb/v21n2/a04v21n2.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2014. p. 143.
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série de atividades em: 1. a identificação de um tema; 2. revisão bibliográfica; 3.
definição de uma abordagem de estudo; 4. planejamento e execução dos experimentos;
5. coleta, análise e interpretação dos resultados; 6. Divulgação dos resultados”, numa
sequência lógica redacional que deve imprimir confiabilidade ao texto final.
No cotidiano da sala de aula no ensino superior, o artigo contribui para a
assimilação contínua e progressiva dos conteúdos pesquisados, proporcionando ao
professor e ao estudante, um instrumento metodológico de trabalho efetivo e criativo,
com a valorização do raciocínio lógico e amadurecimento intelectual, cominando,
portanto, num impacto positivo em relação à vida acadêmica e ao futuro profissional.
Diante disso, o artigo tem sido adotado com frequência como um dos trabalhos de
conclusão de curso para avaliação final em banca examinadora e se aprovado, a
obrigatoriedade de sua publicação em periódico especializado.
Para Stenhouse16, o trabalho pedagógico voltado à produção científica,
deve ir além do professor, ou seja, deve ter um fim de divulgação e
publicação em instâncias que extrapolam a sala de aula. Este objetivo
é atingido através da publicação de um caderno técnico com os artigos
produzidos, representando um fator de motivação para os alunos.
Nesse sentido, solicitar que escrevam “numa linguagem científica (ou,
simplesmente, que escrevam) é muito interessante, pois exige que os alunos organizem
o pensamento de modo a poder comunicá-lo, o que demanda um exercício de reflexão
diferente do usado na solução de problemas técnicos.” Além disso, “a busca do rigor na
16 KERN, Vinícius Medina; SARAIVA, Luciana Martins. Aplicação da revisão pelos pares no ensino de
graduação. Revista Alcance. Itajaí: Editora da UNIVALI, 1999. Disponível em:
<http://kern.ispeople.org/publ/AlcancePeer.pdf>. Acesso em: 10 ago.2014. p. 7.
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capacidade de se comunicar por escrito é um modo muito eficaz de desenvolver a
capacidade de crítica.” 17
Assim, pode-se afirmar que o ato de publicar artigos científicos significa a prova
efetiva da atividade realizada pelo aluno em uma pesquisa científica.18. Ressalta-se
ainda, a relevância e o prestígio do periódico científico em que o artigo após avaliação e
aceite, foi publicado, enquanto fator indicativo da qualidade do texto, considerando-se
nessa seara, o estímulo ao desenvolvimento da capacidade redacional e investigativa do
estudante e seus reflexos positivos na construção da aprendizagem significativa
acadêmica e científica.
CONCLUSÃO
Para Moro19 escrever um artigo científico,
não é muito diferente de produzir uma obra de arte. Qualquer artista
(pintura, escultura, música...) precisa de inspiração, idéias [sic]
originais, conhecimento de técnicas, um conjunto de ferramentas e um
meio de divulgação de sua obra. Igualmente, um pesquisador (seja
professor ou aluno) precisa de inspiração, ideias [sic] originais
(problemas e soluções), conhecimento de técnicas de escrita, um bom
computador e um meio de divulgação de sua obra (eventos, livros,
periódicos...).
Ainda na mesma linha de pensamento, o cuidado com a elaboração do título deve
ser considerado relevante, contemplando apenas o assunto abordado pelo fato de ser a
17 Id. Ibid., p. 6. 18 MIRANDA, D.B.; PEREIRA, M.N.F. O Periódico científico como veículo de comunicação: uma
revisão de literatura. Ciência da Informação, Brasília, v. 25, n. 3, p. 375-382, 1996. p.376. 19 MORO, Mirella. A arte de escrever artigos científicos. [S.l.:s.n.], 2004. Disponível em:
<http://minerva.ufpel.edu.br/~dubois/umc/aula4/Ativ2_EstilosIndice_depois.pdf>. Acesso em: 14
ago.2014. p. 3.
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principal referência ao estudo ou pesquisa realizado. “Um bom título contém poucas
palavras, o necessário para descrever adequadamente o conteúdo do artigo.” 20
Complementando, Nahas e Ferreira21 asseveram que a clareza e a objetividade
devem ser contempladas no texto científico,
pois este é um dos pontos que serão julgados pelos revisores. Um
texto longo não significa que será mais bem compreendido pelo leitor.
Nestes casos, dados e ideias[sic] expostos em excesso podem tornar a
leitura mais árdua. Além disso, os periódicos procuram reduzir os
textos para obter redução de custo. Desta forma, o estilo deve ser
conciso, procurando-se eliminar frases introdutórias óbvias como: “Os
autores apresentam, neste estudo, os resultados obtidos....”.
De acordo com Lyra22, um bom artigo deve “ser escrito com clareza, precisão e
fluência de tal forma que o leitor se sinta interessado em sua leitura, e seja capaz de
entender o seu conteúdo facilmente.” Além disso, “deve apresentar adequadamente os
objetivos, a metodologia utilizada e os resultados encontrados,” levando em conta a
ortografia e a gramática utilizada em sua redação. “A publicação de um artigo é o
principal meio de divulgação do trabalho científico. Ela serve, também, para estabelecer
a prioridade sobre as descobertas relatadas bem como a responsabilidade sobre o
conteúdo do material publicado.”23
20 Id. Ibid., p.3. 21 NAHAS, Fabio Xerfan , FERREIRA, Lydia Masako. 5. A arte de redigir um trabalho científico. Acta
Cirúrgica Brasileira - Vol 20 (Supl. 2) 2005 – 17. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/acb/v20s2/v20s2a05.pdf>. Acesso em: 14 ago.2014. p. 17. 22 LYRA, C.S. Como escrever um artigo científico. [S.l.:s.n.], 2013. Disponível em:
<http://www.freewebs.com/infinitetrans/artigo.html>. Acesso em: 20 mar. 2014. [n.p.]. 23 ALMEIDA, Osvaldo P. Autoria de artigos científicos: o que fazem os tais autores? Rev ABPAPAL;
20(4):
113-6, out.-dez. 1998. Disponível em: <http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-248767>.
Acesso em: 20 mar. 2014. [n.p.].
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Assim, “antes de começar a escrever, é preciso selecionar a revista (analisar fator
de impacto, indexação e público- alvo) e ler com atenção as suas normas.” Em paralelo,
é preciso localizar e identificar a literatura disponível da área, demarcando a
abrangência temporal das publicações, preferencialmente, originárias de periódicos
científicos que fazem parte do sistema Qualis Capes ou de outros repositórios de mesma
natureza e utilidade. Cabe ressaltar que nessa fase, é importante que se faça o
planejamento da redação, o qual deve incluir “a estrutura do fluxo de [...] [ideias], que
precisa ter começo, meio e fim. É mais fácil começar pelos materiais e métodos e
resultados, para depois encarar a introdução e a discussão, que têm redação mais
trabalhosa.” 24 Lembrando ainda, da necessidade da presença da sequência lógica nos
conteúdo abordados e suas conexões, de modo a torná-lo compreensível em todos os
seus aspectos. Igualmente que, “os problemas abordados nos artigos podem ser os mais
diversos: podem fazer parte quer de questões que historicamente são polemizadas, quer
de problemas teóricos ou práticos novos.”25
24 YOSHIDA, Winston Bonetti. A redação científica. J Vasc Bras, Vol. 5, Nº4, 2003. Disponível em:
<http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:http://www.scielo.br/pdf/%0D/
jvb/v5n4/v5n4a02.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2014. p.245. 25 BARBA, Clarides Henrich de. Op. Cit., p.1.
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