0Clube do Pesquisador Mirim-Grupo Arqueologia na Amazônia 2 Semestre de 2000
Arte RupestreVeja como os primeiros moradores
da Amazônia se comunicavam
Conheça as culturas
Marajoará, Tapajônica e Maraca
ArqueólogosSaiba como eles trabalham
Organização: Alcemir de Souza Aires
Ilustrações: Jonilson Lima de Souza
Diretor Geral do MPEGPeter Mann de Toledo
Diretor Adjunto de PesquisaDavid Conway Oren
Diretor Adjunto de Difusão CientíficaAntonio Carlos Lobo Soares
Chefe do Serviço de Educação e Extensão CulturalHilma Cristina Maia Guedes
Coordenador do Projeto Clube do Pesquisador MirimLuiz FernandoFagury Videira
Instrutor do Grupo “Arqueologia na Amazônia”Alcemir de Souza Aires
EXPEDIENTE
EDIÇÃOClube do Pesquisador Mirim/Grupo “Arqueologia na Amazônia”
PESQUISA, TEXTO, REPORTAGENSIntegrantes do Grupo “Arqueologia na Amazônia”
ILUSTRAÇÕESJonilson Lima de Souza
APOIO CIENTÍFICO Ms.Vera Guapindaia e Dra.Edithe Pereira -DCH
COLABORAÇÃOEdileusa Sodré, Hilma Guedes, Rosana Corrêa, ana ClaudiaSantos, Alvadir Oliveira, Crystiane Amaral, Danilo Almeida,
Fabielly Marques-SEC/DMU
RECURSOS DIDÁTICOSBiblioteca Clara Galvão e Coleção Didática Emília Snethlage
REVISÃOIsabel Videira
Chefe do Departamento de MuseologiaLuiz FernandoFagury Videira
Andrius Favacho Dias
Bruna Brandão Moreira
César Murilo do Nascimento Borges
Danilo Alves Ponzi Pereira
Diana Aleixo Azevedo
Felipe Augusto Martins Abdelnor
Felipe S'Thiago Freitas Leite
Felipe Ricardo Farias de Sousa
Francisco Emidio Contente Pereira dos Santos
Gionaylke da Silva Abreu
Gioneyre da Silva Abreu
Giovanni Luiz Alves Listo
Henrique Ubirajara Trindade de Lima
Kalie Fares Akel
Laércios Marx Vaz da Costa
Léowilliams Barbosa Pinheiro
Mauricio Gomes da Rocha
Nayana Mota Carvalho
Nayara Moreira da Cunha
Rafael Ferreira do Carmo
Rayse Christine Monteiro de Oliveira
Saurí Moreira Moreira
Suane Reis Barbosa
Thiago Luiz Alves Listo
Yã Alamar Aguilla
Yan Luter Monteiro de Freitas
Alcemir de Souza Aires
onhecer o passado dos nossos ancestrais é uma tarefa
fascinante, e foi por isso, que o Grupo "Arqueologia na
Amazônia” do Clube do Pesquisador Mirim, resolveu enfrentar o
desafio de desvendar algumas questões referentes a este
assunto, a fim de conhecer um pouco mais da história dos
primeiros moradores da nossa região.
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Pedaços de cerâmica, pinturas em cavernas, ferramentas de
pedra e outros utensílios servem de base para o estudo dos
arqueólogos, a fim de tentarem montar um verdadeiro quebra
cabeça para descobrir a maravilhosa cultura Amazônica deixada
pelos povos do passado.
Ao ler a "'Arqueorevista", você poderá desfrutar de informações
valiosas a respeito de como os arqueólogos trabalham; conhecer
as culturas Maracá, Marajoara e Tapajônica, pinturas rupestres
e muito mais, além de se divertir com os passatempos que
elaboramos.
Uma boa leitura !
Págs. 4 e 5 * Descobertas Fantásticas; - Os pesquisadores Mirins do Grupo de Arqueologia viveram experiência,diferente neste semestre.
Págs. 6 a 8 * Conheça os Arqueólogos e como eles trabalham;
Pág. 9 * Um sítio diferente onde os Arqueólogos desenvolvem seus trabalhos;
Págs. 10 e 11* Entrevista com Arqueólogas do MPEG;
Pág. 12 * Saiba como viviam os primeiros moradores da nossa região;
Pág. 13 * Estudos Arqueológicos do MPEG;
Págs. 14 e 15 * Arte Rupestre na Amazônia; - Veja como nossos antepassados se comunicavam;
Págs. 16, 17, 18 * Conheça um pouco das Culturas Maracá, Marajoara e Tapajônica;.
Pág. 19 * Lenda do Muiraquitã;
Págs. 20 a 23 * Passatempos.
ocê já pensou em fazer uma "viagem ao passado" e viver como os povos pré-históricos?Nós, do Grupo “Arqueologia na Amazônia”, do Clube do Pesquisador Mirim, fizemos esta experiência fantástica e por algumas horas vivemos como os nossos antepassados. Realizamos nossa experiência no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. Com materiais existentes na natureza, aprendemos a confeccionar vasilhas para depositar alimentos; construímos armas de caça e pesca e extraímos tinta de vegetais e rochas para nos comunicarmos e etc.
Foi uma tarefa diferente para nós, principalmente, por estarmos acostumados com várias facilidades dos dias de hoje. Acreditamos que foi inspirada no que os nossos antepassados mais antigos nos deixaram.
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Para conhecermos um pouco mais sobre o passado do homem que viveu na Amazônia, realizamos vários debates, pesquisas bibliográficas; trabalhamos com argila na confecção de cerâmicas; utilizamos grafismo em cuias onde reproduzimos gravuras encontradas em rochas e cavernas e construímos maquetes de sítios arqueológicos.
Além da Revista, elaboramos o kit educativo "Quebra-cabeça Arqueológico" que aborda todos os assuntos trabalhados pelo nosso Grupo durante este semestre.
Foi uma experiência bastante válida e enriquecedora, pois tudo o que aprendemos sobre Arqueologia, nos ajudou a descobrir um pouco mais da cultura dos antigos moradores da nossa região, que é muito rica e cheia de fatos interessantes!
Pesquisadores Mirins
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A palavra Arqueologia tem origem nas palavras gregas Archaios=antigo e Logos= estudo.Portanto, estudo do que é antigo.
A Arqueologia é a ciência que estuda o passado do homem através dos restos materiais, que tanto podem ser pequenos objetos, como uma vasilha de cerâmica ou um machado de pedra polida; quanto grandes alterações no meio ambiente, como uma estrada, um canal ou uma roça. Assim, a Arqueologia se preocupa principalmente em reconstituir, a partir de restos materiais produzidos, utilizados e descartados nas atividades cotidianas ou especiais, o modo de vida das sociedades do passado.
Na Amazônia, os objetos de cerâmica por sua beleza e abundância tornaram-se o tipo de vestígio arqueológico mais famoso e por muito tempo o mais estudado pelos arqueólogos. Porém, atualmente, outros vêm sendo considerados, por exemplo, as pinturas e gravuras rupestres e os solos de terra preta. Esses são também vestígios arqueológicos importantes para se compreender as sociedades do passado.
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s arqueólogos são cientistas que estudam os vestígios deixados pelas sociedades do
passado. Encontrar e coletar com técnicas especializadas, desde o menor fragmento de um
objeto cerâmico ou de pedra até o aparentemente mais insignificante resíduo de solo,
pode ser um elemento importantíssimo para o estudo do passado.
Como todo cientista, o arqueólogo observa, descreve e analisa cada artefato encontrado,
pois só assim ele pode tentar desvendar os hábitos e costumes das sociedades antigas.
Os vestígios arqueológicos geralmente estão sob a terra, e os arqueólogos precisam realizar
escavações, com o objetivo de recolher o máximo de materiais para obterem dados e
informações a fim de tentarem compreender o funcionamento da sociedade que fabricou e
usou esses objetos.
O arqueólogo não trabalha sozinho, ele precisa da ajuda de outros profissionais como
geólogos, historiadores, antropólogos, paleontólogos, entre outros que contribuem para o
êxito de sua pesquisa!
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Levantamento bibliográfico da área a ser pesquisada
Estudo dos mapas da região
Localização da área com vestígios humanos;
Demarcação da área;
Escavação e registro com desenhos;
Registro com fotos e/o filmes dos objetos encontrados na posição original deixada
pelo homem primitivo;
Coleta e limpeza
Separação de material (lítico, cerâmica, ossos, etc...) e análise no laboratório.
Produção de relatório sobre a pesquisa
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Não se trata de um sítio onde você vai para se divertir num final de semana, e sim, de uma
área de estudo para o arqueólogo. O sítio é o local onde se encontram restos que indiquem a
presença humana no passado. Pode variar de poucos metros até alguns quilômetros quadrados.
Os sítios arqueológicos podem ser classificados de várias maneiras: pela sua função (habitação, acampamento, cemitério, oficina); pela sua situação geográfica (em caverna, sob-duna, ribeirinho),pela cronologia (pré-cerâmico, cerâmico), etc.
A classificação mais util izada é pela função, que é considerada a atividade principal desenvolvida no lugar. Abaixo estão alguns exemplos de classificação pela função:
Sítio habitação - local com evidências de ter sido utilizado para permanência demorada. Os vestígios mais comuns são: fragmentos de vasilhas de cerâmica, fragmentos de machados, manchas de estacas (utilizadas para fazer as casas), marcas de fogões, restos de alimento (ossos de animais, sementes queimadas)
Sítio Acampamento - local com evidências de ter sido utilizado para permanência temporária. Os vestígios mais comuns são: restos de fogueira e fragmentos de ferramentas.
Sítio Cemitério - local com evidências apenas de enterramentos (esqueletos, urnas e algumas vezes objetos de acompanhamento funerário).
Sítio Oficina - local com evidências de fabricação de artefatos. Os vestígios mais comuns são as pedras escolhidas de que eram feitos os machados, raspadores, lascas e pontas de flechas; polidores, afiadores, instrumentos não terminados e outros.
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Entrevista com Vera Guapindaia e Edithe Pereira, arqueólogas do Departamento de Ciências Humanas do Museu Goeldi
* Qual a importância de se estudar vestígios arqueológicos ?R- Os sítios arqueológicos são uma espécie de biblioteca de um passado muito distante. Acho que a principal importância do estudo dos vestígios encontrados nesses locais, é permitir com que as pessoas de hoje saibam que fazem parte de uma longa história. História, que na Amazônia começou pelo menos há 11 mil anos. Só possuindo a consciência de que os sítios arqueológicos guardam a memória das gerações passadas, é que as pessoas podem, então, reconhecer a importância desses locais e contribuir para sua preservação e utilização adequada.
* Quais os equipamentos básicos para procurar vestígios arqueológicos ?R- Mapas em escalas bastante aproximadas, um aparelho de posicionamento por satélite (GPS) e muitas informações das pessoas que vivem na área que está sendo pesquisada.É importante ter sempre à mão uma caderneta de campo para anotar todas as informações, e a máquina fotográfica para registrar o local
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* O que fazer quando encontrar um objeto arqueológico ?R- De preferência não mexer e não cavar. Registrar com fotos, filmadoras, desenhos, etc. e anotar informações sobre o local, do tipo quem mora por perto quem é o dono da propriedade. Observar com detalhes o local (se o solo é escuro, se existe outros objetos associados); perguntar se as pessoas que moram no local já encontraram outros objetos. Depois, é necessário informar a Superintendência Regional do Instituto do Património Histórico e Artístico (IPHAN) que é o órgão responsável pela proteção dos bens arqueológicos. É importante saber ainda, que mesmo se os bens arqueológicos forem encontrados em propriedades particulares não pertencem aos donos da propriedade. Pertencem a União Federal, por isso devem ficar guardados em locais como os museus, como as universidades Vender, trocar bens arqueológicos é crime federal com penalidade prevista em lei .
* Quantas peças existem na Coleção de Arqueologia do MPEG ?R- A coleção arqueológica reúne por volta de 81.000 peças e fragmentos de cerâmica, artefatos líticos e outras evidências coletadas em vários sítios arqueológicos da região.
* Qual o principal achado da arqueologia do MPEG ?R- Esta é uma pergunta complicada de responder. É muito difícil estabelecer graus de importância para os "achados " arqueológicos. Ainda mais, considerando que o Museu Goeldi tem 134 anos de existência, que a pesquisa arqueológica vem acontecendo desde a sua fundação e muita coisa importante tem sido descoberta. Então, falando muito rapidamente, podemos dizer que no século XIX as descobertas de Ferreira Penna, dos sítios da Ilha de Marajó, do rio Maracá no Amapá, e as de Lima Guedes e de Emílio Goeldi, também no Amapá foram muito importantes. Atualmente consideramos que merecem destaque a pesquisa das pinturas e gravuras rupestres; as pesquisas de sítios pré-cerâmicos na região de Carajás e as descobertas de novos sítios-cemitérios em grutas; no rio Maracá, no Amapá.
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O homem por onde passa sempre deixa as marcas de sua presença. Os
Objetos produzidos, utilizados e deixados por ele vão sendo enterrados pela ação do tempo. São evidências que ajudam os arqueólogos a entenderem como viviam as sociedades humanas no passado.
Na Amazônia, a história do homem pré-histórico começou aproximadamente há 11 mil anos. Graças aos estudos dos arqueólogos, descobrimos que os primeiros moradores habitavam em grutas e cavernas, viviam em grupos de aproximadamente 25 pessoas e eram nômades, ou seja, quando a comida terminava ou o local não estava adequado para sua sobrevivência, mudavam-se para outro lugar.
Devido praticarem a caça, coleta de raízes, frutos e sementes, foram denominados pelos cientistas de: Caçadores-coletores.
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O Museu Paraense Emílio Goeldi ao longo dos seus 134 anos, é referência
mundial para os estudos arqueológicos na região. O cientista Emílio Goeldi,
embora sendo um zoólogo, realizou diversas expedições científicas na
Amazônia, e encontrou em poços, vasos, urnas funerárias e outros artefatos de
cerâmica, que hoje são peças valiosíssimas da coleção arqueológica do Museu,
POIS são exemplares de uma cultura chamada Cunaní, não encontrados em
outros museus do mundo.
Hoje, pode-se dizer que o Museu Goeldi tem o maior, o mais importante e mais
bem estruturado centro de pesquisas arqueológicas na região e uma das mais
valiosas coleções pré-históricas do continente.
Há milhares de anos, a comunicação era bem diferente da utilizada nos dias de hoje por intermédio da televisão, de
cartas, telefones, internet, etc. . . Os povos antigos se
comunicavam através das pinturas ou gravuras feitas nas
rochas, chamada de arte rupestre.
A r t e r u p e s t r e é a
denominação dada aos desenhos elaborados nas superfícies das rochas, através de técnicas de pintura ou gravação. Na A m a z ô n i a , o s t e m a s rupestres são bastante variados e apresentam em cada região características próprias.
As pinturas rupestres eram feitas nas rochas como sangue de animais, carvão, etc. As gravuras eram desenhadas nas rochas com algum objeto que pudesse cavar a superfície, como: pedra, pau, osso etc.
Os temas representados nas pinturas e gravuras rupestres são: antropomorfas (forma humana), Zoomorfas (forma de animais) e os grafismos puros, conhecidos também como formas geométricas.
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Durante muito tempo, as explicações sobre a origem e significado desses vestígios foram as mais diversas. Vários pesquisadores acreditavam que os indígenas da região, por terem muito tempo livre, ficavam desenhando nas rochas figuras sem qualquer significado. Outros, atribuíam aos desenhos as mensagens deixadas por gregos e fenícios que percorreram a região.
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No entanto, na década de 80, os estudos científicos sobre pinturas e gravuras rupestres na Amazônia ganharam impulso do ponto de vista arqueológico e passaram a ser compreendidos como uma forma de expressão cultural dos antigos moradores da região.
Na nossa região, as gravuras rupestres podem ser encontradas em grande número ao longo dos rios Negro, Uatumã, Jatapu e Urubu (Amazonas), nos rios Araguaia, Tocantins, Xingu e Trombetas e na região de Prainha (Pará) e no rio Madeira (Rondônia); as pinturas rupestres são encontradas nas regiões de Monte Alegre, Alenquer, Serra das Andorinhas (Pará) e em Boa Vista (Roraima); além destes lugares, ainda existem sítios arqueológicos com arte rupestre localizados em pontos espalhados da região.
Localizada a sudoeste do Estado do Amapá, onde
o idealizador do Museu Goeldi, Domingos S.
Ferreira Penna, há mais de cem anos já havia
detectado sinais da Pré-história naquele local.
Uma grande quantidade de urnas funerárias foi
encontrada, e dentro de uma delas tinha uma
pulseira de vidro de contas brancas e azuis. Isso
comprova que os Maracá tiveram contato com os
primeiros exploradores europeus, no século XVI.
Esta urna antropomorfa representa a figura
humana sentada em banco. O rosto é bem
definido, com sobrancelhas, olhos, nariz e boca. A
cabeça corresponde a tampa da urna. os braços
estão curvados em posição não natural, com os
cotovelos para frente e as mãos estão apoiadas
uma em cada Joelho. No corpo estão os mamilos,
o umbigo e o Órgão sexual feminino.
Este exemplar de urna zoomorfa, apresenta traços
faciais humanos. A cabeça tem a forma de um disco
ou semi-círculo, o rosto é bem definido, com
sobrancelhas, olhos, nariz e boca. Apresenta órgão
genital.
Em 1995, no Amapá, foram descobertas por
Pesquisadores do Museu Goeldi mais de cem
urnas funerárias antropomorfas e zoomorfas da
Cultura Maracá.
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Esta cultura corresponde a diversos
sítios ocupados por pequenos grupos
de horticultores (complementavam
sua dieta alimentar, a partir do
cultivo de raízes, frutos e sementes)
que viviam no centro da Ilha do
Marajó (PA).
Pelos vestígios encontrados,os
cientistas acreditam que os chefes e
membros das famílias de prestígio
quando morriam, tinham seus ossos
descarnificados, desarticulados,
pintados e colocados em urnas
funerárias, ricamente decoradas,
cercadas de oferendas e objetos de uso
pessoal. As urnas com tampas eram
enterradas cuidadosamente.
Nesta cultura, os objetos de cerâmica,
são bem elaborados. Os vasos e urnas
funerárias são decorados com figuras
humanas, que são misturadas com as
de animais, como onça, anta, jacaré,
tartaruga, escorpião, urubu-reí entre
outros.
Em alguns períodos utilizavam também
a cremação dos corpos.
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Os Tapajó habitavam à foz do rio
Tapajós, produziam objetos de
cerâmica e pedra, teciam algodão
e palha (cestaria). A cerâmica tem
como característica marcante a sua
modelagem: os vasos, de tamanho
pequeno, destacam-se pela beleza
e delicadeza, não havendo em
nenhuma outra cultura Amazônica
um trabalho como este. As
representações nas cerâmicas são
todas baseadas em figuras de
animais e humanos.
Os Tapajó não enterravam seus
mortos. Os arqueólogos supõem
que os ossos que restavam dos
cadáveres, eram moídos e
colocados no vinho, sendo bebido
pelos familiares do morto e pelo
resto da tribo. Por isso, não
fabricavam urnas funerárias.
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A Pedra verde, que segundo a crença popular, foi confeccionada pelas Amazonas.
Antigamente, havia uma tribo de mulheres guerreiras chamadas Icamiabas ou Amazonas que eram protegidas por
Iaci (a lua). Elas não, tinham maridos e não deixavam ninguém se aproximar de suas casas. As tribos que tentavam tal façanha, eram derrotadas, pois manejavam o arco e flecha com uma certa habilidade e para isso queimavam o seio direito.
Uma vez por ano recebiam em suas casas os guerreiros Guacari, como se fossem seus maridos. Quando ficavam gestantes, esperavam por eles até o nascimento da criança. Caso nascesse um menino, era entregue imediatamente aos guerreiros para criá-lo, porém se fosse menina, ficava com as Amazonas.
Um ritual interessante ocorria no encontro das Amazonas com os Guacari. Pouco antes da meia noite, quando a lua estava no ponto mais alto, elas iam em procissão para o lago levando nos ombros potes cheios de perfumes que derramavam no rio. Dançavam e cantavam e se atiravam na água para o banho purificador. A meta noite, mergulhavam e traziam lá do fundo um barro verde de várias formas, como sapo, peixe, tartaruga e outros animais, porém a mais comum era a forma de sapo por ser a mais original. Elas davam esses amuletos aos Guacari, que traziam pendurados no pescoço, enfiados numa trança de cabelos das noivas.
Depois de secos, os Muiraquitãs, como são chamados, ficam duros como ferro. A Mãe das pedras verdes foi quem deu aos guerreiros o barro do fundo do lago e foi quem lhes ensinou a fabricar os amuletos. No Brasil, podemos encontrar os Muiraquitãs em toda a Amazônia, principalmente em Santarém, Marajó, Óbidos, Manacapuru entre outro. Até hoje, acredita-se que o Muiraquitã traz felicidades a quem o possui, portanto é considerado um poderosíssimo amuleto.
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Agora divirta-se com os passatempos que elaboramos para você.
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Você que acabou de ler a nossa Revista, agora é hora de testar seus conhecimentos.
Complete as frases e depois procure as palavras no diagrama.
1-Os_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _são cientistas que estudam os vestígios deixados pelos povos pré- históricos.
2-A_ _ _ _ _ _ _ _é o vestígio arqueológico mais encontrado na Amazônia.
3-Sítio_ _ _ _ _ _ _ _ _são locais com evidências apenas de enterramentos (esqueletos, urnas e algumas vezes objetos de acompanhamento funerário).
4-_ _ _ _ _ _ _eram grupos que quando a comida tornava-se escassa e o local não estava adequado para sua sobrevivência, mudavam-se para outro lugar.
5-O cientista Emílio Goeldi durante uma de suas expedições científicas na Amazônia encontrou em poços, vasos, urnas funerárias e outros artefatos de cerâmica da cultura chamada_ _ _ _ _ _.
6-A cerâmica_ _ _ _ _ _ _ _ _ _tem como característica marcante a sua modelagem, os vasos de tamanho pequeno, destacam-se pela beleza e delicadeza.
7- As urnas funerárias que tinham o formato de homem são chamadas de_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _e as urnas que tinham a forma de animais são_ _ _ _ _ _ _ _ _.
8- Arte_ _ _ _ _ _ _ _é a denominação dada aos desenhos elaborados nas superfícies das rochas.
9- _ _ _ _ _ _ _ _ _ _é a pedra verde que segundo a crença popular foi confeccionada pelas Amazonas.
A U E F U A L C R U P E S T R E IP O S A G V R R O H C P E U T I OA L E L O A I T A O I A P D A L TC Q D O V R N P T K X M C L N J UI R A L I Q K F I U O F E P T B FN U M O A U E A U A C I M A R E CO T O E I E L G Q I A P I U O S IJ O N M T O A O A O I T T D P T YA Y O A E L B X R I H G E L O I PP S R A A O I U I L A P R I M R BA T D I L G D R U A E O I P O D UT W G H T O C N M I T P O E R U SO Y U A U S U X J K Z S D I F E AZ O O M O R F A S U V E H O A A ÇA L N A Y S I M Y A T U I T S G UT H M J R Y S L R S I C U N A N IU P R I L A P E Y A L E A T R U G
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Em nossa revista, trabalhamos três culturas
indígenas da Amazônia. No quadro abaixo,
identifique as cerâmicas e diga a qual cultura elas
pertencem.
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Elaboramos um dominó de pinturas e gravuras rupestres, encontradas em nossa região, para você montar em casa.
Instruções para montagem: Recorte as peças onde estiver indicado, cole numa cartolina; no verso das peças cole a logomarca do Clube do Pesquisador Mirim, depois divirta-se.
Fontes Consultadas: Catálogo Arte daTerra-SEBRAE/MPEG, Álbum paraColorir “A Ocupação Pré-histórica naAmazônia” e Informativo DestaqueAmazônia - do Museu Goeldi.
A U E F U A L C R U P E S T R E IP O S A G V R R O H C P E U T I OA L E L O A I T A O I A P D A L TC Q D O V R N P T K X M C L N J UI R A L I Q K F I U O F E P T B FN U M O A U E A U A C I M A R E CO T O E I E L G Q I A P I U O S IJ O N M T O A O A O I T T D P T YA Y O A E L B X R I H G E L O I PP S R A A O I U I L A P R I M R BA T D I L G D R U A E O I P O D UT W G H T O C N M I T P O E R U SO Y U A U S U X J K Z S D I F E AZ O O M O R F A S U V E H O A A ÇA L N A Y S I M Y A T U I T S G UT H M J R Y S L R S I C U N A N IU P R I L A P E Y A L E A T R U G
MARAJOARA
MARAJOARA
MARAJOARA
TAPAJÔNICA
TAPAJÔNICA
MARAJOARA
MARACÁ
MARACÁ
TAPAJÔNICA
Departamento de MuseologiaServiço de Educação e Extensão Cultural
Para maiores informações sobre o "Clube do Pesquisador Mirim" procure o Serviço de Educação e Extensão Cultural do Museu Goeldi, ou ligue para 219 3320, 219 3321, 219 3322, 219 3324 e 249 0760.
Home page www.museu-goeldi.br
Endereço do Museu GoeldioMagalhães Barata n 376
CEP 66. 040-170Belém-Pará-Brasil
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