Teologia Sistemática
Patriarcado de Lisboa| Instituto Diocesano de Formação Cristã Escola de Leigos | 1º Semestre 2014/2015
Fernando Catarino
Docente: Juan Ambrosio
PATRIARCADO DE LISBOA
ESCOLA DE LEIGOS
2014 | 2015
Tema da sessão
A Igreja
1. Identidade e Missão
2. Anúncio do Evangelho
3. Celebração da fé
4. Amor e serviço fraterno
5. Elementos estruturantes de uma comunidade cristã local.
TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
PATRIARCADO DE LISBOA
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2014 | 2015
Identidade e Missão
A Igreja tem dois modos fundamentais de realização:
A comunhão.
A missão.
São as dimensões estruturantes e fundamentais do ser e do viver da Igreja.
TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
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2014 | 2015
Identidade e Missão
Há uma dupla polarização:
A participação comum nos dons de Deus (participação e testemunho dos
dons de Deus num movimento de concentração (para dentro).
Testemunho dessa realidade em que se participa como impulso
missionário, para fora.
Há uma simultaneidade entre contemplação e ação, com uma realidade
mística e política.
TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
PATRIARCADO DE LISBOA
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Identidade e Missão
A Igreja é comunhão: “Povo congregado na unidade do Pai, do Filho e do
Espírito Santo”. Assim, ela exprime-se em três fórmulas:
Povo de Deus.
Corpo de Cristo.
Templo do Espírito Santo.
TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
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Identidade e Missão
A Igreja é missão, mistério de comunhão para a missão; é sinal e instrumento
de salvação para o mundo.
A sua razão de ser e o seu fundamento permanente é o plano salvífico de Deus.
A comunhão está na origem da missão, e é o seu objetivo final, bem como o seu
próprio caminho, condição do ser e do agir missionários da Igreja
A comunhão e a missão são indissociáveis.
O Cristão é chamado a participar na edificação da Igreja, e na edificação do
mundo.
TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
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Identidade e Missão
Isto acontece:
Na escuta comum da Palavra de Deus;
No acolhimento ativo da Fé;
No testemunho e transmissão da Fé
Na celebração comunitária da Fé;
No serviço (diaconia) comum;
Na transformação do mundo a partir da Fé.
O Dom e a Missão estão sempre antes de todas as diferenças (por mais
importantes que estas sejam).
TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
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Identidade e Missão
A realidade da Igreja concretiza-se em 3 funções fundamentais:
Testemunho (Martyria) – O anúncio do Evangelho pela Palavra e pela vida
(Pastoral Profética da Igreja).
Liturgia (Leiturgia) – A celebração da Fé no culto e nos Sacramentos
(Pastoral Litúrgica).
Amor e Serviço (Diakonia) – Construção da Comunidade a todos os níveis
(Pastoral social).
TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
PATRIARCADO DE LISBOA
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Identidade e Missão
Cada uma destas dimensões são lugares fundamentais da presença e da ação
do Senhor Ressuscitado e operante do seu Espírito.
É por elas que a Igreja é visibilidade, mediação e sacramento de Jesus Cristo
e do seu Espírito.
Cristo está presente na e pela Palavra anunciada e testemunhada, na
celebração da Fé no culto , nos sacramentos, no serviço da caridade.
TRIÉNIO
Nossa Senhora do Amparo
PATRIARCADO DE LISBOA
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2012 | 2013
Identidade e Missão
Não há realidade eclesial sem estas expressões da vida crente.
Estas funções e realizações distinguem a Igreja de outras comunidades
humanas (por mais meritória que a própria Igreja seja em termos de visão
do mundo, de construção de fraternidade entre pessoas e povos, de
sensibilidades às necessidades humanas).
Por outro lado, a Igreja não se pode delimitar numa perspeciva
“eclesiocêntrica”, mas deve ser vivida em abertura ao mundo e
consequente superação das “barreiras eclesiásticas”.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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2012 | 2013
Identidade e Missão
Estas 3 dimensões exprimem ao mesmo tempo o sentido global da Igreja.
Trata-se de viver o que a Igreja é em si mesma. Não são compartimentos
estanques. São interdependentes. É impossível considerar alguma delas superior
à outra.
Anúncio sem amor e serviço é estéril (e até contraditório);
Serviço e amor sem anúncio do evangelho podem ser filantropia, mas
não alcançam nem traduzem o específico cristão em toda a sua
profundidade e amplitude.
Estão tão ligados que o anúncio é uma forma de servir e de amar; amar e
servir são também uma forma de anunciar!
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Identidade e Missão
Há quem formule numa divisão quadripartida (Act 2,42):
Martyria (proclamação e doutrina)
Leiturgia (o culto divino)
koinonia (a vida em comunhão)
Diakonia (serviço mútuo e serviço ao mundo)
Atenção que a expressão koinonia tem um significado mais amplo do que a
simples vida em comum.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Anúncio do Evangelho
Anúncio do Evangelho
Está no início da identidade e missão da Igreja. A comunidade reúne para
escutar a Palavra de Deus e para celebrar a sua ação salvadora.
A Palavra tem lugar primordial. A revelação de Deus é entendida como
acontecimento “dialógico”, autodoação e autocomunicação de Deus que se
oferece e entra em diálogo com a humanidade. Já no AT, se sublinha a
importância da Palavra.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Anúncio do Evangelho
A Palavra de Deus interpela a atitude crente em todos os aspetos da vida
teologal:
Interpela a fé (é revelação)
Interpela a esperança (é promessa)
Interpela a caridade (é regra de vida)
Ela é encontro pessoal e salvífico com o próprio Deus.
Ela é atualização do Evangelho.
Ela é realização da Igreja.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Anúncio do Evangelho
A Palavra de Deus é meio de salvação, é modo de presença eficaz do Senhor
Glorificado, de encontro pessoal com o próprio Deus (dimensão sacramental da
Palavra). É a Palavra que torna percetíveis e eficazes todos os sinais cristãos.
A Igreja vive da pluralidade de formas de escuta e testemunho da Palavra de
Deus.
Sem a Palavra de Deus, a caridade seria ‘caridadezinha’ e a liturgia seria
magia.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Celebração da fé
Porque celebramos a Fé?
A celebração faz parte do viver humano, como indivíduos e como
comunidades.
Vive os acontecimentos e interpreta-os à luz da sua visão da vida.
Celebra-os, de quando em vez , dando-lhe um sentido mais profundo.
Recordando o passado, dá densidade ao presente e manifesta as
esperanças no futuro.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Celebração da fé
Assim os cristãos:
Vivem a sua fé.
Interpretam o que vivem a partir da visão cristã da vida.
Celebram os acontecimentos marcantes e significativos da existência à
luz da Fé.
• A celebração recorda (atualizando) as razões por que acreditamos,
revigora a nossa existência presente, renova (e alimenta) a esperança
cristã.
Teologicamente, a celebração litúrgica emerge como ato festivo e agradecido
pela ação de Deus em Jesus Cristo.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Amor e serviço fraterno
No sentido estrito da palavra, diakonia é o serviço do amor fraterno.
É Seguimento de Jesus, do seu modo de ser e viver.
É viver a centralidade evangélica do amor ao próximo.
Manifesta a prática do Amor como caminho de salvação.
Explicita o Amor Salvador de Deus.
É serviço à humanização deste mundo à luz de Deus.
Expressa a opção fundamental pelos pobres.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Amor e serviço fraterno
A diakonia não é apenas um dado envolvente, mas estruturante da existência
cristã. Não é de cristãos individuais, mas constitui a própria Igreja.
A diakonia é também condição de credibilidade do testemunho cristão. Ela é
expressão celebrativa quotidiana da fé (só assim a celebração cristã espelha a
unidade de amor de Deus e do próximo). A partilha do pão eucarístico não se
pode dissociar da partilha de serviços fraternos.
A experiência cristã é uma aprendizagem do sentido de diakonia presente na
vida.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Elementos estruturantes de uma comunidade cristã local
Experiência original na família – expressão como comunidade cristã paroquial.
As paróquias, em comunhão com o Bispo, manifestam, tornam visível e
atualizam a Igreja em cada local concreto.
É uma comunidade de pessoas, num determinado local, fundada pela Palavra,
pelos Sacramentos, pela Diaconia.
Unida e dirigida através do serviço ministerial, convocada para glória de Deus
e para o serviço do ser humano; em unidade com toda a Igreja, acredita que
Jesus é o Filho de Deus, Salvador, e testemunha a salvação que n’Ele é oferecida.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
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Elementos estruturantes de uma comunidade cristã local
Emerge sobretudo na Eucaristia. É uma comunidade que se reúne regular e
publicamente para celebrar a fé.
Realiza-se na unidade e na diversidade dos carismas, serviços e ministérios
que nela existem. Há uma tensão complementar entre as várias tarefas de
serviço e a co-responsabilidade inalienável e a missão específica de cada pessoa.
A estrutura é constituída pela relação entre o ministério ordenado e a
comunidade dos fiéis. O ministério ordenado está “dentro” da comunidade
cristã e “face a ela”. Ele é chamado a impulsionar e fortalecer todos os serviços e
ministérios.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
PATRIARCADO DE LISBOA
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Elementos estruturantes de uma comunidade cristã local
O Valor da experiência comunitária.
O uso preferencial do termo “comunidade” (colocando de algum modo
em segundo plano a expressão “paróquia”) sugere uma sensibilidade
diferente no modo de encarar a vida eclesial.
O termo “comunidade” não fixa tanto as perspetivas de reflexão e ação
teológico-pastorais em aspetos territoriais, mas sublinha o aspeto
“comunidade de pessoas”.
Não se deve desvalorizar, no entanto, o significado simbólico da
delimitação territorial.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
PATRIARCADO DE LISBOA
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2012 | 2013
Orientações Bibliográficas
José Eduardo Borges de Pinho, Igreja: identidade e Missão, Sebenta para uso dos
alunos da Licenciatura em Ciências Religiosas, Faculdade de Teologia, Ano letivo
2012/2013.
TRIÉNIO
S. Julião da Barra
Teologia Sistemática
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Fernando Catarino
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