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Revista Práticas de Linguagem – v.5 n.1 – ESPECIAL (jan. 2015)
Aprendizagem móvel na escola pública:
relato de uma prática na aula de Língua Inglesa
Joyce Vieira Fettermann59
Introdução
Tendo em vista o número de aparelhos celulares levados diariamente para a
escola e usados ininterruptamente pelos alunos, e buscando levar algo novo para as
aulas, no período de 02 a 09 de Junho de 2015 (quatro aulas, em dois dias no total),
no 2º bimestre letivo, cheguei à minha turma do 1º ano do Ensino Médio do turno da
noite do CIEP 263 Lina Bo Bardi, em Itaperuna-RJ, com o objetivo de fazer com que
eles despertassem para diferentes usos de seus celulares, além de falar com os
amigos através do Whatsapp ou Facebook. De acordo com o currículo mínimo
estabelecido pela Secretaria de Estado de Educação, os alunos desse segmento devem
estudar sobre notícias, manchetes, publicidade, entre outros assuntos relacionados a
isso nas aulas de Língua Inglesa, por isso a proposta dessa atividade.
No primeiro momento, conversamos sobre os diferentes usos que eles fazem de
seus smartphones, os aplicativos que possuem, os sites que costumam visitar a partir
de seus telefones, entre outros. Então, propus que todos pesquisassem sobre as
últimas notícias ao redor do mundo (preferencialmente, em inglês). Em seguida,
pedi que se sentassem em grupos (cada um deveria ter, pelo menos, uma pessoa que
possuísse acesso à Internet no celular) e que utilizassem seus aparelhos para iniciar a
pesquisa. A regra foi clara: os celulares deveriam ser utilizados apenas para a
realização da tarefa. Nessa etapa, eles selecionaram as notícias solicitadas e
anotaram informações-chave em seus cadernos para facilitar o entendimento de suas
pesquisas.
No segundo momento, quem pesquisou notícias em português teve que fazer a
versão para o inglês. Fiquei assessorando cada grupo, com a ajuda de um aluno
monitor que estuda na turma, quando ele terminou seu trabalho. Quando surgia
alguma dúvida, eles podiam consultar dicionários ou o Google Tradutor por meio da
conexão com a internet. Os grupos que pesquisaram em inglês, também contribuíram
com os outros, emprestando seus telefones ou ajudando-lhes de outras formas. Por
59 Mestra em Cognição e Linguagem pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
(UENF). E-mail: [email protected]
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fim, cada grupo compartilhou em inglês as notícias encontradas com os demais
colegas. Como professora da turma, pude perceber o quanto a aprendizagem através
do aparelho móvel foi prazerosa, interativa, colaborativa, contextual (UNESCO, 2014)
e, principalmente, de conscientização quanto aos diferentes usos que podem ser feitos
a partir do próprio celular.
1 Contextualização do projeto
Sou professora de Língua Inglesa no CIEP 263 Lina Bo Bardi, um colégio público
da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC), localizado no
município de Itaperuna. A cidade possui cerca de 100 mil habitantes e é considerada
um polo universitário regional, pois recebe estudantes de várias partes do Brasil para
cursar faculdade. Posso dizer que o CIEP 263 é uma escola grande, se comparada a
outras pertencentes à Diretoria Regional, e que possui ótimas instalações e localização
geográfica.
O colégio citado passou por mudanças em sua gestão há pouco tempo e isso
tem possibilitado novas práticas em todas as áreas de atuação dos diversos
profissionais que nele atuam diariamente. A maior preocupação da direção tem sido
propiciar aos alunos um ensino de qualidade, passando pelos trabalhos realizados
pelos professores, atendimentos aos seus familiares, merenda escolar, entre outros
aspectos.
Para isso, são oferecidos aos educadores um laboratório de informática, um
auditório amplo com caixa de som e aparelho de data-show, uma biblioteca espaçosa
com diversos exemplares de livros, refeitório que pode ser usado para outras
atividades, como café da manhã com os alunos e seus responsáveis que costumam
participar das reuniões de pais e outros eventos organizados pela equipe pedagógica,
além dos demais espaços que a escola contém.
Os alunos que nela estudam provêm de diversos municípios que fazem limite
com Itaperuna e apresentam realidades diversas. Os 20 participantes deste projeto
estudam na turma 1004 da 1ª série do Ensino Médio do turno noturno. São jovens
adultos que durante o dia, em grande parte, trabalham em variados ramos, como
atendentes em lojas, consultórios, escritórios, mecânicos em oficinas, ajudantes de
pedreiros, e outros.
Há também os que estudam em cursos técnicos ou preparatórios e escolas de
idiomas nos outros turnos, e quando chegam à escola no início da noite, por volta das
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18h, muitas vezes com fome e cansados, precisam estar dispostos para estudar até às
22h. Estes mesmos alunos, apesar do contexto em que estão inseridos, são
comunicativos e demonstram gostar das minhas aulas de inglês, pois sempre
participam com entusiasmo e realizam as tarefas propostas.
Como professora, pude notar, logo nos primeiros encontros do ano, que há
alunos na turma que não possuem contato algum com o idioma fora da escola, o que
faz com que eles mostrem muita dificuldade para aprender inglês. Há bloqueios
quanto ao desempenho das quatro habilidades essenciais do idioma: fala, escrita,
compreensão oral e leitura. Esses bloqueios atrapalham os mesmos a fazerem
apresentações e seminários, por exemplo, mas os estudantes são sempre motivados
por mim a tentar, ainda que cometam erros, pois estas atividades são peças
importantes no processo de ensino e aprendizagem.
Na mesma turma, em contradição ao que foi dito, há um aluno que possui nível
pré-avançado do idioma, que já estudou em curso de idioma, já viajou para o exterior
e se comunica muito bem em inglês. Com ele, sempre falo em inglês, e o coloquei
como monitor da disciplina, para que me ajude durante as atividades, auxiliando seus
colegas. Essa atitude fez com que o mesmo se sentisse mais motivado e pré-disposto
a estudar com a turma, pois pode participar ativamente do processo de ensino e
aprendizagem da língua, utilizando seu conhecimento para ajudar os outros.
Em curto prazo, meu maior desafio tem sido conscientizá-los de que o
conhecimento da língua inglesa é importante e um diferencial nos dias atuais. E eles
já estão tomando esta consciência. O trabalho a ser feito em médio prazo demanda
tempo e dedicação da parte de todos nós (minha e deles). No decorrer desse tempo,
como também é exigido no currículo mínimo estabelecido pela SEEDUC, desejo que
eles sejam capazes de reconhecer recursos linguísticos, compreender funções da
língua, formular frases e parágrafos, ler pequenos textos e expressar-se oralmente
(ainda que com suas limitações).
Pensando no panorama demonstrado, e no empenho de fazer com que estes
estudantes tenham sempre prazer em estar na escola após um dia de trabalho e
outras atividades, e, além disso, tentando despertar neles um interesse ainda maior
pelos estudos da Língua Inglesa, tive a ideia de levar para a sala de aula algo que
fosse mais próximo de sua realidade cotidiana: o uso do aparelho celular para
pesquisar notícias do dia-a-dia.
Nesse sentido, em minha rotina no magistério, tem sido fácil observar que os
alunos em geral levam seus celulares para a escola, apesar da existência de uma lei
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estadual (Lei nº 5222, de 11 de abril de 2008) que proíbe seu uso nas dependências
escolares (“[...] salvo com autorização do estabelecimento de ensino, para fins
pedagógicos”), e os utilizam o tempo todo (até mesmo durante as aulas). Basta um
aviso de mensagem no Whatsapp para que suas atenções se voltem para os aparelhos
e eles esqueçam que estão em aula. Isso me fez pensar: por que não unir o útil ao
agradável, mostrando aos meus alunos que eles podem fazer outros usos de seus
celulares?
Nesse sentido, para conectar essa problemática à necessidade que temos de
estar atualizados com o que acontece no mundo das notícias, à disciplina estudada na
escola, e à tarefa que lhes foi proposta, houve grupos que realizaram a pesquisa em
inglês. Os que sentiram maior dificuldade pesquisaram em português, mas com a
minha ajuda e a do aluno monitor, através da ferramenta Google Tradutor, fizeram a
versão das notícias para inglês logo após. A etapa seguinte foi a apresentação das
notícias em inglês. Treinamos as frases juntos e eles reportaram suas pesquisas para
toda a turma. A pesquisa foi interessante também para mostrar-lhes que através do
idioma inglês podemos encontrar uma variedade maior de notícias, pois ele abrange
vários países do mundo.
O planejamento para essa aula foi simples, como os das demais. Contei apenas
com os celulares dos alunos com internet, seus cadernos e canetas ou lápis.
Os objetivos de ensino-aprendizagem foram os seguintes: 1) levar os alunos a
compreenderem que há diferentes usos para seus celulares, além de falar com os
amigos através do Whatsapp ou Facebook; 2) pesquisar as últimas notícias ao redor
do mundo (preferencialmente em inglês) através da Internet, utilizando o aparelho
celular; e 3) reportar a pesquisa para a turma em inglês.
Nessa perspectiva, torna-se relevante ressaltar o que diz nas diretrizes de
políticas para a aprendizagem móvel da UNESCO (2014, p. 12):
Hoje, as tecnologias móveis são comuns, mesmo em áreas onde
escolas, livros e computadores são escassos. À medida que o preço dos
telefones celulares vai diminuindo, provavelmente, cada vez mais
pessoas, adquirem aparelhos móveis e aprendem a usá-los, inclusive
aquelas que vivem em áreas mais vulneráveis.
Assim, buscou-se com este projeto propiciar aos alunos envolvidos uma
aprendizagem prazerosa, interativa, colaborativa e contextual.
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2 Execução das atividades
Para que este trabalho pudesse ser executado foram necessários três
encontros, durante duas semanas do 2º bimestre de 2015 (de 02 a 16 de junho),
para realizar as seguintes etapas: 1) conversa com os alunos sobre os diversos usos
que podemos fazer dos aparelhos celulares (para que eles utilizam seus celulares,
quais aplicativos possuem, quais sites costumam visitar a partir de seus telefones
etc.); 2) conscientização dos mesmos sobre como podemos utilizar esta tecnologia
para diversas atividades, inclusive educacionais; 3) pesquisa em inglês sobre notícias
atuais; 4) preparação para a apresentação das notícias (formulação de frases e/ou
tradução do que foi pesquisado em português para a língua inglesa); e 5) relato das
notícias para a turma.
Desde a apresentação do projeto até sua culminância, os alunos
demonstraram grande interesse pelo tema, visto que quase todos possuem
smartphones e os levam para a escola. Todos participaram das discussões, dando
suas opiniões e realizando a pesquisa proposta com entusiasmo.
Como elucidado na seção do planejamento, a diversidade encontrada foi
quanto aos diferentes níveis de conhecimento do idioma, a falta de contato e de
prática dos alunos com a língua inglesa fora da escola. A esse respeito, procurei
agrupá-los de forma que quem sabia um pouco mais pudesse ajudar quem sabia
menos. Ainda, utilizei a ajuda do aluno monitor da disciplina, que auxiliava um grupo
enquanto eu assistia os outros. Dessa forma, foi possível perceber a interação entre
os alunos e verificar que o aprendizado se dava de forma dinâmica e autônoma, pois
eles participavam ativamente do processo de ensino e aprendizagem.
Nesse percurso, alguns obstáculos surgiram, sendo os principais a conexão
com a internet, que não era muito eficaz, não permitindo que a pesquisa fosse feita
com mais rapidez; o fato de os alunos não saberem os significados de algumas
palavras encontradas nas pesquisas; e a timidez/dificuldade na hora das
apresentações de suas pesquisas. Buscando contornar as situações apresentadas,
quanto à conexão ineficaz com a internet e o não conhecimento de determinadas
palavras, peguei um celular emprestado de outro aluno que já havia terminado o
trabalho para ajudar quem ainda estava procurando informações online, e acessar
dicionários virtuais. Já com relação à timidez/dificuldade nas apresentações, procurei
incentivá-los a não desistir e a continuar até o final, ainda que cometessem erros. Não
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permiti que nenhum colega risse ou fizesse piadas sobre a pronúncia de quem estava
relatando as notícias encontradas, para que todos se sentissem um pouco mais à
vontade perante a turma.
Para mim, esse projeto por inteiro foi muito significativo, pois se tratou de
algo atual e me ajudou a levar meus alunos a refletir sobre utilizar uma ferramenta
que eles possuem para o processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa.
Mesmo assim, posso destacar que vê-los apresentando seus trabalhos em inglês foi
para mim a concretização de uma ideia que parecia muito abstrata no papel, mas que
funcionou de verdade. Ver cada um vencendo seu medo de falar em público, de falar
errado, ou de “pagar mico” diante dos colegas foi o meu prêmio ao final daquela aula.
3 Resultados
Como destacado anteriormente, os objetivos de ensino-aprendizagem na
realização deste projeto foram: 1) levar os alunos a compreenderem que há
diferentes usos para seus celulares, além de falar com os amigos através do
Whatsapp ou Facebook; 2) pesquisar as últimas notícias ao redor do mundo
(preferencialmente em inglês) através da Internet, utilizando o aparelho celular; e 3)
reportar a pesquisa para a turma em inglês.
Nessa perspectiva, percebi que foi possível atingir as metas propostas através
de conversas com os alunos participantes. Em momentos de trocas de experiências
sobre o assunto em aulas posteriores, percebi que sua mentalidade em relação ao uso
de tecnologias para fins educacionais foi modificada, que eles agora percebem que
podem unir ferramentas tecnológicas que usam no seu cotidiano ao seu aprendizado,
tanto na escola quanto fora dela. Os dois últimos objetivos também foram
alcançados, tendo em vista que todos os alunos presentes realizaram a pesquisa
sobre as últimas notícias ao redor do mundo, ainda que nem todos a tenham feito em
inglês, e as apresentações foram feitas em inglês por todos os grupos.
Posso afirmar que os alunos aprenderam palavras novas e suas pronúncias,
além do conhecimento sobre as notícias que pesquisaram. Porém, para garantir o
aprendizado dos estudantes e levá-los a continuar praticando a língua inglesa mesmo
após a data de atuação no projeto, tenho procurado sempre levar assuntos práticos,
atuais e relevantes para eles nas aulas, incentivando-os a (re)produzir frases
oralmente por meio de jogos, simulações de situações reais e diálogos entre eles no
idioma.
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Desse modo, pude chegar à conclusão de que minha prática foi positiva e deu
estímulo a eles, levando-os a ter mais autoconfiança para aprender inglês. Isso me
fez pensar em dar continuidade a esse trabalho ou, até mesmo, realizar um novo
projeto, que pode abordar também a utilização de redes sociais virtuais para a
produção, divulgação e compartilhamento de textos escritos em inglês por alunos do
Ensino Médio.
Com essa experiência, aprendi que as situações adversas vividas em sala de
aula não podem permitir que o professor deixe de tentar novas opções, ou de apostar
no potencial de seus alunos. Apesar de possuir discentes provindos de diversos
contextos, resolvi acreditar que eles podiam realizar as tarefas que lhes proporia e
motivá-los a aceitar meu desafio. E deu certo. Eles toparam a ideia que eu lhes
apresentei e, em troca, eu fui premiada com aulas divertidas, agradáveis a eles e a
mim, sorrisos, vontade de aprender e compartilhar aprendizagens, além dos trabalhos
realizados. Posso dizer que isso fortaleceu ainda mais minha trajetória profissional!
Abaixo seguem alguns depoimentos dos alunos participantes:
“Foi de grande ajuda pois é um método de fácil acesso”.
“Eu não sou a favor nem contra, tem que usar quando a professora
pede”.
“Em alguns momentos o celular pode ser uma ferramenta importante”.
“Foi bom porque eu aprendi mais a falar as palavras em inglês e traduzir
elas melhor, my friends!”
“Eu achei ótimo interagir melhor, aprendi com mais facilidade. Uma
forma interessante de aprender inglês”.
“Na minha opinião foi bom o uso do celular na sala de aula, porque
muitos professores deixam de dar algum exercício para os alunos por
falta de poder usar o celular, às vezes tem uma brincadeira para usar
como aula no celular e não pode pelo fato de não poder usá-lo”.
“Eu achei muito bom porque a gente aprende mais”.
“Foi muito importante, porque é raro alguém usar o aparelho de celular
para pesquisar coisas importantes”.
“Foi uma aula muito interessante”.
“Foi legal porque usamos o celular para pesquisar coisas interessantes”
(Fonte: dados da pesquisa).
Ler esses comentários me permitiu obter um feedback positivo dos alunos, mas
para mim, os pontos que mais marcaram foram a cooperação e a colaboração de
todos os envolvidos. Desde as pesquisas em grupos, a monitoria do aluno que elegi
para me ajudar na turma, os empréstimos de aparelhos aos colegas, a atitude deles
em ouvir o que os outros haviam pesquisado, enfim, tudo isso foi muito proveitoso.
O que eu poderia fazer para tornar este trabalho ainda melhor, talvez fosse
direcionar temas específicos para cada grupo pesquisar. Assim, um pesquisaria
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notícias sobre política, outro sobre cultura, outro sobre educação, e assim por diante.
Isto pode facilitar a procura por informações online.
Percebo que ainda há o desafio de levá-los a não esquecer que seus
smartphones podem assumir diversas funções, que eles podem usar as diversas redes
sociais para se comunicar com amigos, mas também para aprender coisas novas, ler
notícias, consultar dicionários, praticar a língua inglesa e outros idiomas, e tantas
outras. Além disso, com a marcante presença do idioma inglês nos dias atuais, torna-
se essencial entender palavras, frases e até textos para obter uma variedade maior de
informações em âmbito virtual.
Acredito que a experiência vivida por mim possa ser replicada por outros
professores que vivem realidades similares, seja no ensino de inglês e também de
português, como de outros idiomas; em outras escolas públicas, particulares, em
cursos livres e em cursos superiores, como o curso de Letras, Pedagogia, e outros.
Além disso, pode (e deve) haver variações quanto aos objetivos e propostas de
tarefas, uma vez que as tecnologias têm sido cada vez mais levadas para o ambiente
de sala de aula, possibilitando uma conexão do real com o virtual.
Para que essa replicação aconteça, torna-se necessário ter um bom acesso à
Internet através dos celulares dos alunos (talvez, uma rede sem fio) e propósitos
traçados previamente pelos docentes, pois possíveis dificuldades podem ocorrer,
como a falta de conexão por algum motivo, o que dificilmente pode ser resolvido no
momento da aula.
Os professores podem esperar em relação ao aprendizado dos alunos que eles
tomem uma nova atitude frente à sua maneira de se conectar através de seus
aparelhos móveis, adquiram novos vocabulários, obtenham mais informação sobre o
que acontece ao redor do mundo e passem a perceber a importância de usar seus
celulares em aula quando forem solicitados.
Referências
UNESCO. Aprendizagem móvel. 2014. Disponível em: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/communication-and-information/access-to-
knowledge/ict-in-education/mobile-learning/. Acessado em: 04 nov. 2015.
UNESCO. Diretrizes de políticas para a aprendizagem móvel. 2014. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002277/227770por.pdf. Acessado em: 05 nov. 2015
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ANEXOS
1. Planejamento
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2. Fotos da realização das atividades
Figura 1: Pesquisando com o celular
Fonte: Acervo da professora
Figura 2: Pesquisando com o celular e usando ferramenta Google Translator
Fonte: Acervo da professora
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Figura 3: Pesquisando com o celular em grupo
Fonte: Acervo da professora
Figura 4: Produzindo de texto em inglês
Fonte: Acervo da professora
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As contribuições da mídia contemporânea
no primeiro segmento do ensino fundamental
Cíntia Cristina de Campos Silva60 Raquel Vianelo Sell61
Apresentação
O presente relato tem o objetivo de descrever um projeto de letramento,
realizado no decorrer do primeiro semestre de 2015, com os alunos do 5º ano do
Ensino Fundamental, da Escola Municipal Professor Renato Eloy de Andrade.
Diante do constante crescimento das tecnologias na atualidade e da grande
preocupação mundial com a escassez de água, viu-se a possibilidade de conciliar os
recursos midiáticos com a prática do professor em sala de aula, contribuindo
significativamente para a prática do letramento.
Caracterização da Escola
A Escola Municipal Professor Renato Eloy de Andrade, que está localizada na
Rua Oscar Vidal s/n, Centro, tel: 3258-1113, Coronel Pacheco-MG, oferece o Ensino
Fundamental de nove anos e é mantida pelo poder público municipal, funcionando,
atualmente, em prédio cedido pelo estado de Minas Gerais.
O prédio da escola comporta 09 salas de aula, 1 biblioteca, 1 secretaria, 1 sala
de professores, 1 sala de direção, 1 refeitório, 1 sala para equipamentos de Educação
Física, 4 banheiros para alunos, 1 banheiro para professor,1 sala de supervisão, 1
quadra de esportes e um pátio de tamanho razoável. Para atender a acessibilidade, a
escola passou por adaptações necessárias, exigidas pelo Projeto Incluir. A arquitetura
do prédio é de alvenaria.
O Ensino Fundamental de 1º ao 9º ano funciona em três turnos. O turno da
manhã é formado pelas turmas de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, totalizando
60 Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Juiz de Fora, pós-graduada em Psicopedagogia
Clínica e Institucional pela Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora e Coordenação Pedagógica pela Universidade Federal de Ouro Preto. Concluindo especialização em Tutoria em EAD pela Universidade Cândido Mendes. Coordenadora pedagógica na Escola Municipal Professor Renato Eloy de Andrade e tutora online na Universidade Federal de Juiz de Fora. E-mail: [email protected] 61 Graduada em Pedagogia pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e especialista em Psicanálise: Subjetividade e Cultura pela Universidade Federal de Juiz de Fora e Tutoria em EAD pela Universidade Cândido Mendes. Professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental na Escola Municipal Professor Renato Eloy de Andrade e tutora online na Universidade Federal de Juiz de Fora. E-mail: [email protected]
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