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CURSO DE PS-GRADUAO LATO SENSU
NCLEO DE PS-GRADUAO E EXTENSO - FAVENI
APOSTILA RELACIONAMENTO
INTERPESSOAL E TICA PROFISSIONAL
ESPRITO SANTO
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INTRODUO
http://www.unione.art.br/dnfile/io1h91o7numoql76hjms_def/jpg/cursos/0/arquivo-
io1h91o7numoql76hjms_def.jpg
Prezados alunos, com imenso prazer que lhes apresento a apostila de
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E TICA PROFISSIONAL, esta uma
apostila pertencente ao ncleo comum da FAVENI.
Aproveite esse material, o mesmo foi elaborado com muito carinho e
dedicao.
Leia com ateno os contedos aqui abordados, pois os mesmos sero
necessrios na sua formao profissional.
Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez,
alcanar o equilbrio e contribuio no processo de conhecimento de todos!
Em caso de dvidas, no hesitem em perguntar, estamos aqui para
melhor servi-los.
Equipe Pedaggica da FAVENI.
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RELAES INTRAPESSOAL E INTERPESSOAL
http://3.bp.blogspot.com/-Tqw8DZVbdws/UR44yDy8aaI/AAAAAAAAABM/fROiNhH7GJE/s1600/equipe.jpg
Apostila elaborada com base no texto de Elisngela Santana de Jesus Castro.
As relaes interpessoais tiveram como um de seus primeiros
pesquisadores o psiclogo Kurt Lewin. MAILHIOT (1976: 66), ao se referir a uma
das pesquisas realizadas por esse psiclogo, afirma que ele chegou
constatao de que A produtividade de um grupo e sua eficincia esto
estreitamente relacionadas no somente com a competncia de seus membros,
mas, sobretudo com a solidariedade de suas relaes interpessoais.
Schutz, um outro psiclogo, trata de uma teoria das necessidades
interpessoais: necessidade de ser aceito pelo grupo, necessidade de
responsabilizar-se pela existncia e manuteno do grupo, necessidade de ser
valorizado pelo grupo. Tais necessidades formam a trade de que fala MAILHIOT
(1976: 67), quando este faz referncia aos estudos de Schutz: necessidades de
incluso, controle e afeio, respectivamente.
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Ao discorrer acerca da humanizao no ambiente de trabalho, COSTA
(2002: 21) aponta as relaes interpessoais como um dos elementos que
contribuem para a formao do relacionamento real na organizao:
necessrio observar a operao real da organizao, aqui includas, as
relaes interpessoais, que constituem a sua seiva vital. Os elementos formais
(estrutura administrativa) e informais (relacionamento humano, que emerge das
experincias do dia-a-dia) integram-se para produzir o padro real de
relacionamento humano na organizao: como o trabalho verdadeiramente
executado e quais as regras comportamentais implcitas que governam os
contatos entre as pessoas esta a estrutura de contatos e comunicaes
humanas a partir da qual os problemas de poltica de pessoal e de tomada de
decises podem ser compreendidos e tratados pelos administradores Os autores
so unnimes em reconhecer a grande importncia do tema relaes
interpessoais tanto para os indivduos quanto para as organizaes,
relativamente produtividade, qualidade de vida no trabalho e efeito sistmico.
Falar sobre Relacionamento no fcil, entend-lo tambm no.
Principalmente quando levamos em considerao os nveis de relacionamento e
os provveis personagens do mesmo.
Sendo interpessoal, intrapessoal, com o cliente interno ou externo, o
relacionamento fator fundamental e, muitas vezes definitivo na vida dos
indivduos. necessrio possuir habilidades para manter um bom convvio
consigo, com os clientes, colegas de trabalho, amigos ou com algum que,
simplesmente, s precisa de um minuto de sua ateno para esclarecer uma
dvida.
Todos somos capazes e estamos aptos a desenvolver tais habilidades,
em muitos casos, uns personagens conseguem superar ou unir a habilidade
personalidade, tornando-se parceiros / companheiros desejveis ao convvio.
Outros nem sempre conseguem atingir nveis de satisfao to relevantes e
perceptveis, o que no quer dizer que eles sejam incapazes de manter um
relacionamento com algum. Na verdade no nada fcil, mesmo. Porm, como
tudo na vida, preciso treino e perseverana. Pessoalmente e
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profissionalmente, as pessoas que no conseguem ou no esto preparadas
para conviver com os semelhantes e administrar conflitos esto fadadas
solido e ao fracasso. O que tambm no quer dizer que isso seja o fim.
Quando nos aproximamos de algum porque temos uma necessidade
para ser satisfeita. O mercado quando dispe e uma vaga exige como
competncia o relacionamento. Gostamos de falar e ser ouvidos, queremos
ateno, ficamos felizes com bons resultados em equipe, sorrimos quando
somos compreendidos, ficamos polivalentes quando o grupo est entrosado.
https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS4_CN5mbWabZ-
OuRglOVDmCMw0r1J4PbRVUjW1KrO8k5dV5SR8
As habilidades e os "macetes" dos relacionamentos inter e intrapessoais
perpassam por estas atitudes, que posteriormente geram sentimentos como o
da fidelidade. A percepo a primeira destas. Ao estarmos atentos ao que
acontece em nossa casa, trabalho, reunies fraternas e detectamos que algo
est diferente, os indivduos que mantm relaes conosco respondem com a
"verdade" ao que foi percebido.
E tambm acontece quando tratamos da relao EU COMIGO.
Trabalhar a percepo pode ser fcil e divertido.
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Inicialmente esteja atento a sua realidade e interrogue-se, respondendo
sinceramente. A verdade vem como a segunda habilidade. Todo e qualquer
relacionamento baseado essencialmente na confiana. A criana confia nos
pais, logo a ama; o amigo confia na amiga, logo se confidenciam; o cliente confia
no produto e no vendedor, logo compra e defende.
Apresentar e oferecer o que somos realmente capazes de realizar para
nos aproximar, e fidelizar um dever. Alm disso, a flexibilidade e ser um
negociador no fazem mal algum. Nada est totalmente correto ou equivocado.
Tudo depende do ponto de vista de cada um. Viso esta, que est diretamente
ligada as pr-experincias e a bagagem cultural de cada indivduo. Visto que,
as relaes interpessoais so o resultado de tudo que cada pessoa j
estabeleceu durante a vida.
http://www.acomsistemas.com.br/wp-content/uploads/2015/02/acom-trabalho-de-equipe.jpg
Para completar o ciclo do relacionamento, a responsabilidade com que
devem ser tratadas as expectativas do outro considervel e irrestrita. Como j
foi mencionado, todos querem se realizar durante o relacionamento. Ora
recebendo a ateno desejada, ora obtendo bons resultados nos negcios. Para
isso, a empatia vem como auxiliador. Respeitar o outro e assumir por um instante
a posio dele faz do convvio uma interao.
Tornamos a repetir, estar em contato com o semelhante uma atividade
que precisa ser mantida, aprimorada e reciclada, sempre. A cada dia novos
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conceitos sobre o bem estar, mercado e comportamento surgem. No existem
seres iguais e por esta razo que somos chamados de indivduos. Cada qual
recebe a informao e a compreende de maneira diferente. No devemos nos
apegar apenas as praxes e protocolos, o bem do relacionamento a conexo
entre as pessoas e a possibilidade de ficarmos diferentes com isso.
COMUNICAO HUMANA
http://www.ruadireita.com/info/img/contar-a-historia-com-habilidade.jpg
Quem nunca ouviu falar sobre as aventuras de Robson Cruso, um
navegante que ficou a ermo numa ilha deserta, cercada de gua por todos os
lados e sem ter para onde ir? Ao se deparar com a solido naquele lugar, Cruso
logo sentiu uma grande dificuldade que, talvez, muitos de ns ainda no
dedicamos um tempo para reflexo: a necessidade de comunicar-se com
algum.
A comunicao, sem dvida, o centro de todo relacionamento, seja ele
pessoal, profissional, etc. Ela a chave para o desenvolvimento de uma relao
saudvel com o outro, uma vez que pode ser considerada a arte do entender e
do fazer-se entender.
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Em poucas palavras, a comunicao o processo verbal ou no verbal
de transmitir uma informao a uma outra pessoa de maneira que ela entenda o
que est sendo expresso. A comunicao, portanto, no est limitada fala,
linguagem oral, mas tambm possvel por meio de gestos, smbolos,
expresses, bem como qualquer outra forma que contenha em si um significado
inteligvel, compreensvel.
A comunicao, portanto, ocorre quando, ao emitirmos uma mensagem,
nos fazemos entender por uma pessoa e modificamos seu comportamento. Isso
possvel atravs da linguagem, que a representao do pensamento por meio
de sinais que permitam a comunicao e a interao entre as pessoas.
Podemos encontrar pelo menos quatro nveis de comunicao:
Nvel quatro uma comunicao altamente superficial, em que os
indivduos apenas se olham ou falam estritamente o necessrio,
limitando-se, no mximo, a um bom dia ou a uma pequena informao.
Nvel trs uma comunicao ainda superficial, mas aqui as pessoas
tratam-se com um mnimo de cordialidade e sorrisos. Neste nvel os
indivduos ainda no saram das suas cascas para tornar conhecido aos
outros o que pensam e sentem, ou seja, a comunicao ainda est
limitada.
Nvel dois aqui os indivduos comeam a relatar suas ideias e
pensamentos, o que marca o incio de uma comunicao real. As pessoas
esto dispostas a correr o risco de expor suas ideias e solues prprias,
mas ainda impem barreiras para a comunicao plena, talvez como
mecanismo de defesa e forma de conhecer os outros passo a passo. o
to conhecido p atrs, mas a comunicao neste nvel abre
possibilidades para o aprofundamento das relaes interpessoais e dos
laos de confiana, imprescindveis na comunicao de nvel um.
Nvel um uma comunicao total. As pessoas esto dispostas a
compartilhar seus sentimentos, ideias e pensamentos. Esta comunicao
est baseada na honestidade e na abertura completa, ou seja,
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subentende-se que neste nvel de comunicao as pessoas possuem um
alto grau de conhecimento e confiana umas nas outras, estabelecendo
um relacionamento interpessoal pleno e baseado no dilogo como forma
de soluo de problemas e conflitos.
A forma de comunicao humana mais utilizada , sem dvida, a
comunicao verbal. E todo ato de comunicao envolve sempre seis
componentes essenciais. So eles:
O emissor (ou locutor) aquele que diz algo a algum
O receptor (ou interlocutor) aquele com quem o emissor se comunica
A mensagem tudo o que foi transmitido do emissor ao receptor
O cdigo o conjunto de sinais convencionados socialmente que
permite ao receptor compreender a mensagem (ex: a lngua portuguesa
e os sinais de trnsito)
O canal (ou contato) o meio fsico que conduz a mensagem ao
receptor (e: o som e o ar)
O referente (ou contexto) o assunto da mensagem
Todos esses elementos so indispensveis comunicao verbal, e podem
ser assim esquematizados:
Mensagem
Referente
Emissor ----------------------------------------------------- Receptor
Canal
Cdigo
O mais importante da atividade comunicativa, como j foi dito, a
compreenso do que se est querendo expressar e, atravs deste ato, podemos
tornar conhecida a nossa maneira de ser, pensar e agir. Isto quer dizer que a
forma como nos comunicamos denuncia quem somos na realidade. Atravs da
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maneira peculiar como cada um se comunica e pelo fato de cada indivduo
possuir um jeito prprio de ser, a comunicao tende a enfrentar algumas
barreiras, as quais surgem da heterogeneidade de pensamentos, sentimentos e
ideias. Mas, preciso saber como lidar com essas barreiras, de forma que a
comunicao no fique comprometida e os possveis conflitos possam ser
resolvidos da maneira mais adequada.
BARREIRAS COMUNICAO
http://blog.beruby.com/pt/files/2012/03/comunidade-beruby.jpg
A comunicao se realiza adequadamente e o seu objetivo atingido,
quando a mensagem for interpretada da mesma maneira pelo comunicador e
pelo recebedor da comunicao. Quando se fazem interpretaes semelhantes,
cada um dos participantes transmite ao outro o seu pensamento e o seu
sentimento sobre o objeto da comunicao. Isto no significa que os
participantes precisem concordar totalmente com o pensamento sobre o objeto
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da comunicao. Podem discordar, mas, se um apreende precisamente os
pensamentos do outro, a comunicao foi satisfatria.
Quando a comunicao se estabelece mal ou no se estabelece entre
pessoas ou entre grupos, resultam alguns fenmenos psquicos chamados
BLOQUEIOS, FILTRAGEM E RUDOS.
Rudo a interrupo da comunicao atravs de mecanismos externos,
sons estranhos comunicao, visualizaes que comprometem a
comunicao, ou mecanismos utilizados pelo locutor, que seja incompreendido
pelo interlocutor. A partir do momento em que se elimina o rudo a comunicao
tende a se estabelecer.
Bloqueio a interrupo total ou provisria da comunicao e
paradoxalmente parecem comprometer menos a evoluo da comunicao do
que a filtragem.
Filtragem o mecanismo de seleo, danosa, dos aspectos da
comunicao que erroneamente interessam aos interlocutores.
Desde que surge um bloqueio, ele obriga os interlocutores a questionar
suas comunicaes e geralmente lhes permite reat-las e restabelec-las em
clima mais aberto e em uma base mais autntica. Desde que cada interlocutor,
tenha tomado conscincia de que neles, e entre eles, existem obstculos s suas
trocas.
Em caso de filtragem, a comunicao tende a acompanhar-se de
reticncias e de restries mentais, degradando-se pouco a pouco em
mensagens cada vez mais ambguas e equivocadas.
Alguns aspectos podem ser refletidos com a finalidade de minimizar as
barreiras na comunicao:
Comunicao sempre uma via de mo dupla. Uma das melhores
maneiras de fortalecer a comunicao desenvolver a habilidade no
apenas de falar, mas de ouvir tambm. Dar a ateno completa, inclusive
com os olhos e as expresses faciais. Quando concentramos nossa
ateno, mostrando que no estamos apenas escutando com os ouvidos,
poderemos nos identificar com o que a outra pessoa est sentindo ou
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experimentando. Consequentemente, a pessoa que nos fala tambm nos
dar a ateno que desejamos quando formos ns os locutores.
preciso o momento certo para se comunicar. s vezes passamos
por cima dos sentimentos das pessoas, sem observarmos se esto
preparadas para ouvirem determinadas coisas ou se aquele momento
adequado para uma conversa mais sria. preciso boa vontade e
discernimento para saber qual a melhor ocasio para que o dilogo seja
eficaz.
A precipitao ao responder pode ser prejudicial. Esperar o outro
terminar de dizer o que pensa, para que ento se possa emitir o prprio
pensamento, pode ser uma grande arma para resolver uma barreira de
comunicao. s vezes pensamos que sabemos o que o outro vai dizer
e, sem vacilar, cortamos o seu momento na conversa. Somente depois
descobrimos que no era nada daquilo que iria falar, correndo o risco de
criarmos uma barreira ainda maior.
preciso estar aberto cordialidade. Nunca ser demais estarmos
dispostos a desejar um bom dia, pedir desculpas, dizer obrigado, pedir
por favor... e a sorrir. s vezes, gestos como estes desarmam
mecanismos de defesa e formas de ser no muito dadas ao contato
pessoal, ao dilogo e interao.
Colocando-se no lugar do outro, poderemos fazer da comunicao um
importante instrumento de fortalecimento das relaes interpessoais.
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COMUNICAO ORGANIZACIONAL
http://noticias.universia.pt/pt/images/investigacion/c/co/com/comunicacao-shutterstock.jpg
Artigo escrito por Prof. Dr. Joo Jos Azevedo Curvello,
Comunicao, Trabalho e Aprendizagem nas Organizaes
A aprendizagem, como j vimos, pressupe uma busca criativa da
inovao, ao mesmo tempo em que lida com a memria organizacional e a
reconstri. Pressupe, tambm, motivao para aprender. E motivao s
possvel se as pessoas se identificam e consideram nobres as misses
organizacionais e se orgulham de fazer parte e de lutar pelos objetivos. Se h
uma sensao de que bom trabalhar com essa empresa, pode-se vislumbrar
um crescimento conjunto e ilimitado. Se h tica e confiana nessa relao, se
no h medos e se h valorizao livre troca de experincias e saberes.
Nesse aspecto, possvel perceber que a comunicao organizacional
pode se constituir numa instncia da aprendizagem pois, se praticada com tica,
pode provocar uma tendncia favorvel participao dos trabalhadores, dar
maior sentido ao trabalho, favorecer a credibilidade da direo (desde que seja
transparente), fomentar a responsabilidade e aumentar as possibilidades de
melhoria da organizao ao favorecer o pensamento criativo entre os
empregados para solucionar os problemas da empresa (Ricarte, 1996).
Para Ricarte, um dos grandes desafios das prximas dcadas ser fazer
da criatividade o principal foco de gesto de todas as empresas, pois o nico
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caminho para tornar-se uma empresa competitiva a gerao de ideias criativas;
a nica forma de gerar ideias atrair para a empresa pessoas criativas; e a
melhor maneira de atrair e manter pessoas criativas proporcionando-lhes um
ambiente adequado para trabalhar.
Esse ambiente adequado pressupe liberdade e competncia para
comunicar. Hoje, uma das principais exigncias para o exerccio da funo
gerencial certamente a habilidade comunicacional. As outras habilidades
seriam a predisposio para a mudana e para a inovao; a busca do equilbrio
entre a flexibilidade e a tica, a desordem e a incerteza; a capacidade
permanente de aprendizagem; saber fazer e saber ser.
Essa habilidade comunicacional, porm, na maioria das empresas, ainda
no faz parte da job-description de um executivo. ainda uma reserva do
profissional de comunicao, embora devesse ser encarada como
responsabilidade de todos, em todos os nveis.
O desenvolvimento dessa habilidade pressupe, antes de tudo, saber
ouvir e lidar com a diferena. preciso lembrar: sempre apenas metade da
mensagem pertence a quem a emite, a outra metade de quem a escuta e a
processa. Lasswell j dizia que quem decodifica a mensagem aquele que a
recebe, por isso a necessidade de se ajustarem os signos e cdigos ao repertrio
de quem vai process-los.
Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construo de um ambiente
propcio criatividade, inovao e aprendizagem esto na autoestima, na
empatia e na afetividade. Sem esses elementos, no se estabelece a
comunicao nem o entendimento. Embora durante o texto tenhamos exposto
inmeros obstculos para o advento dessa nova realidade e que poderiam nos
levar a acreditar, tal qual Luhman (1992), na improbabilidade da comunicao,
acreditamos que essa uma utopia pela qual vale a pena lutar.
Mas preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanas, que traz consigo
uma radical mudana no processo de troca de informaes nas organizaes e
afeta, tambm, todo um sistema de comunicao baseado no paradigma da
transmisso controlada de informaes, favorece o surgimento e a atuao do
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que chamo de novos Messias da comunicao, que prometem internalizarem
nas pessoas os novos objetivos e conceitos, estimularem a motivao e o
comprometimento nova ordem de coisas, organizarem rituais de passagem em
que se d outro sentido aos valores abandonados e introduz-se o novo.
http://www.ibccoaching.com.br/wp-content/uploads/2013/09/comunicacao.jpg
Hoje, no raro encontrar-se nos corredores das organizaes
profissionais da mudana cultural, agentes da nova ordem, verdadeiros profetas
munidos de frmulas infalveis, de cartilhas iluministas, capazes de minar
resistncias e viabilizar uma nova cultura e que se autodenominam
reengenheiros da cultura.
Esses profissionais se aproveitam da constatao de que a comunicao
, sim, instrumento essencial da mudana, mas se esquecem de que o que
transforma e qualifica o dilogo, a experincia vivida e praticada, e no a
simples transmisso unilateral de conceitos, frases feitas e frmulas acabadas
to prprias da chamada educao bancria descrita por Paulo Freire.
E a viabilizao do dilogo e da participao tem de ser uma poltica de
comunicao e de RH. A construo e a viabilizao dessa poltica , desde j,
um desafio aos estrategistas de RH e de comunicao, como forma de criar o tal
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ambiente criativo a que Ricarte de referiu e viabilizar, assim, a construo da
organizao qualificante, capaz de enfrentar os desafios constantes de um
mundo em mutao, incerto e inseguro.
GRUPOS
O GRUPO
(Paulo Cavalcanti de Moura)
O grupo assim:
Gente que gente
E que no sabe que os outros so gente
Como a gente,
Com um lado bom e outro ruim
No grupo tem de tudo:
Botucudo e tupiniquim.
Tem falador e tem mudo,
Mas ningum igual a mim.
Tem doutores e tem tmidos,
Agressivos e dominados
Tem me e tem filhos,
Tem at mascarados.
E o grupo vai girando,
Mudando a vida da gente
O calado sai falando,
O pessimista contente
O gruo e como a vida,
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Mas se entra, j vamos indo
Quem ri acaba chorando,
Quem chora, acaba rindo
Uma coisa a gente aprende:
Que o outro como eu
Chora, ri, ama e sente
Mas quase tudo depende da gente:
Que grupo danado! Que vivncia atroz!
O eu e o tu se atacam
Mas depois eles se amam,
Em benefcio de ns.
Em Sociologia, um grupo um sistema de relaes sociais, de interaes
recorrentes entre pessoas. Tambm pode ser definido como uma coleo de
vrias pessoas que compartilham certas caractersticas, interajam uns com os
outros, aceitem direitos e obrigaes como scios do grupo e compartilhem uma
identidade comum para haver um grupo social, preciso que os indivduos se
percebam de alguma forma afiliados ao grupo.
Segundo Costa (2002), o grupo surgiu pela necessidade de o homem
viver em contato com os outros homens. Nesta relao homem-homem, vrios
fenmenos esto presente; comunicao, percepo, afeio liderana,
integrao, normas e outros. medida que ns nos observamos na relao eu-
outro surge uma amplitude de caminhos para nosso conhecimento e orientao.
Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e d retorno ao
outro, atravs do feedback.
Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade em aprender se
faz necessria. S aprendemos aquilo que queremos e quando queremos.
Nas relaes humanas, nada mais importante do que nossa motivao
em estar com outro, participar na coordenao de caminhos ou metas a alcanar.
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Um fato merecedor de nossa ateno que o homem necessita viver com
outros homens, pela sua prpria natureza social, mas ainda no se harmonizou
nessa relao.
Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre o qual o indivduo
se sustenta e se satisfaz. Um instrumento para satisfao das necessidades
fsicas, econmicas, polticas, sociais, etc.
http://www.insightgestao.com.br/images/portfolio_images/treinamento-comunicacao.jpg
FASES DO GRUPO
a) INICIAL o momento e que o grupo est na expectativa, faz
perguntas quanto s normas e as regras do jogo. As atitudes
so torpes e mal coordenadas, tambm denominada de
Infncia Grupal.
b) INTERMEDIRIA - momento de confrontao e conflitos de
dependncia e contra dependncia pode ser uma fase
dificultadora. Aborda o movimento e o momento do grupo,
denominada de Adolescncia Grupal.
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c) FINAL apoia a ideia do outro, pode ser tambm uma fase
dificultadora, se os membros do grupos formarem relaes
duais, desfacelando o grupo. Aqui temos a Maturidade Grupal.
FEEDBACK
http://www.unileverhealthinstitute.com.br/assets/posts/images/03_07_Post_Manifesto(1).jpg
Texto adaptado de Carla Isabel Vieira Branco, Elen Sabrina O. de Souza,
Luiz Alexandre de Souza Costa e Marcela Ferreira Guimares
O que Feedback ?
Feedback um termo muito utilizado na eletrnica que significa
realimentao, ou seja uma parcela do sinal da sada de algum circuito
eletrnico, sendo aplicado novamente na entrada para que seja novamente
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aproveitado. Isso pode gerar uma situao desejvel ou no, pois em certos
casos essa realimentao no desejada. o caso do som da microfonia.
O Feedback tambm utilizado onde necessrio um controle de alguma
situao ou objeto, quando poder ser positivo ou negativo e em funo disso,
um circuito de controle estabilizar a sada.
Nas relaes interpessoais que dependem do comportamento humano, o
termo Feedback apresenta grande importncia por verificar que todo
comportamento dirigido requer Feedback negativo, pois sinais do objetivo so
necessrios para a orientao do comportamento.
Na viso de Rosenblueth, Wiener e Bigelow (1943), o comportamento
pode ser dividido em dois tipos, os "de Feedback" e "no-Feedback".
O comportamento de Feedback poder ser dividido em duas partes:
previsvel e no previsvel e o comportamento de no feedback ocorre quando
no h retorno do objeto no decorrer de determinadas atitudes.
O processo de Feedback poder ser til na modificao de
comportamentos, comunicao de uma pessoa ou um grupo no sentido de
fornecer informaes de como essa pessoa est sendo afetada, contribuindo
assim para direcionar seus objetivos. Para ser eficaz e contribuir para essas
mudanas necessrio que seja:
Descritivo ao invs de avaliativo: Quando no h envolvimento emocional,
o sujeito se torna menos defensivo, se sentindo vontade para utilizar as
informaes de retorno e aplic-las da melhor forma possvel.
Especfico ao invs de Geral: Em determinado momento que voc diz a
algum que ele "dominador", isso poder ter menos importncia do que
demonstrar isso quando ele se comportar assim, em determinada
ocasio.
Compatvel com as necessidades: O Feedback pode ter carter destrutivo
quando apenas as necessidades do comunicador forem levadas em
considerao e as do receptor esquecidas.
Dirigido: Poder gerar frustrao caso o receptor s reconhea suas
falhas, naquilo em que no tem o controle para mudar.
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Solicitado ao invs de Imposto: Ser mais proveitoso quando o receptor
indagar algo que os que observam possam responder.
Oportuno: O Feedback ser mais proveitoso logo aps um determinado
comportamento, onde o sujeito estar mais flexvel, mas depender de
alguns fatores como emocionais e receptividade.
Esclarecimento para assegurar comunicao precisa: Um modo de
comprovar uma ideia o receptor repetir o Feedback, para que o
transmissor possa se assegurar de que foi bem entendido. Quando em
um Grupo de Treinamento, o Feedback poder ser comparado e
compartilhado entre os participantes do grupo.
Na prtica, observado a dificuldade de se dar e receber Feedback, que
poder ser comprovado atravs da observao dos insucessos frequentes na
comunicao interpessoal.
https://planningit.files.wordpress.com/2012/10/conflito-comunicacao-ambiente-trabalh.png?w=230&h=230
As dificuldades de dar e receber feedback:
O Homem sofre grande dificuldade em aceitar as suas limitaes,
principalmente ter que as admitir diante de pessoas que ele no confia ou em
caso de ambiente de trabalho podem at afetar a sua imagem (status). O receio
do que as pessoas podem pensar, o sentimento de invaso de privacidade e/ou
medo de no obter o apoio que esperam para suas limitaes e necessidades,
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faz com que elas se fechem, dificultando assim a abertura para a interao e
troca de Feedback, to necessrio em uma relao.
Quando nos percebemos que estamos contribuindo para o problema e
que precisaremos mudar algo em ns mesmos para melhorarmos a validao
do Feedback, poderemos agravar o problema, nos fechando (negao) e
passando ao outro toda culpa, apontando seus erros e at mesmo agredindo-o
A resoluo de alguns problemas pode se d atravs do reconhecimento
de alguns traos da nossa personalidade que at ento tentamos disfarar.
Procurando pensar no assunto, poderemos melhorar nossa conduta,
contribuindo assim para uma melhor relao e troca de Feedback.
Muitas vezes as pessoas no esto preparadas, psicologicamente para
receber feedback, sendo assim elas os interpretam mal e se sentem magoadas
com a interveno, pois feedback em nossa cultura, ainda percebido como
uma crtica e implicar em reaes emocionais imprevisveis. Mesmo com toda
a dificuldade muito importante para ns darmos e recebermos feedback, seja
ele positivo ou negativo para que possamos avaliar e corrigir os nossos erros e
com isso melhorarmos como pessoas.
Para superar as dificuldades de dar e receber Feedback, necessrio
uma relao de confiana recproca e o reconhecimento de que Feedback um
processo conjunto, diminuindo assim as barreiras entre o comunicador e o
receptor. Devemos aprender a ouvir e expressar nossas opinies sem reaes
emocionais defensivas e/ou ofensivas intensas.
Todos ns gostamos de dar conselhos, pois de certa forma, isso nos faz
sentirmos importantes, porm poder vir da o perigo de pensar no Feedback
como uma forma de mostrar nossa inteligncia e habilidade, no contribuindo
assim para a verdadeira utilidade do Feedback para o receptor.
Feedback de Grupo:
O grupo tambm tem necessidade de receber informaes sobre o seu
desempenho. Ele pode precisar saber se h muita rigidez nos procedimentos,
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se est havendo utilizao de pessoas e de recursos, qual o grau de confiana
no lder e outras informaes sobre o seu nvel de maturidade como grupo.
Os mesmos problemas envolvidos no feedback individual esto presentes
no grupo em maior ou menor grau. Assim, o grupo pode receber feedback de:
Membros atuando como participantes-observadores.
Membros selecionados para desempenhar uma funo especfica de
observador para o grupo.
Consultores externos ou especialistas que vm para fazer observaes,
valendo-se de perspectivas mais objetivas.
Formulrios, questionrios, folhas de reao, entrevistas.
http://www.ib7.org/_novo/wp-content/uploads/2012/06/conflito.jpg
medida que os membros amadurecem e desenvolvem suas habilidades
em dar e receber feedback individual, tornam-se, tambm, hbeis em dar
feedback ao grupo como um todo, sempre que necessrio e oportuno.
Os resultados individuais tambm servem de feedback individual: cada
membro do grupo recebe um quadro com auto percepo e heteropercepo de
seu superior imediato e de trs subordinados seus.
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A sesso de feedback uma das mais ricas do laboratrio de treinamento,
tanto a nvel individual quanto a nvel grupal, permitindo aos membros
processarem as informaes individuais e grupais, sem defensividade, num
clima aberto, de apoio mtuo e com abordagem de resoluo de problemas.
Alguns aspectos importantes que devem ser considerados dentro de uma
organizao para facilitar a interao interpessoal, satisfazendo o prprio
funcionrio, o chefe e a empresa.
Fatores que contribuem para que a organizao tenha equipes
consolidadas ou em formao em que seus participantes tenham tais
capacidades:
Propor mudanas nas quais acreditam;
Discutir as mudanas propostas, procurando compreender suas causas e
avaliando as consequncias;
Encorajar uns aos outros a expressarem suas ideias e seu potencial;
Buscar e repassar os conhecimentos;
Assumir a responsabilidade pelos resultados que a equipe produz;
Identificar e administrar conflitos na equipe, entre equipes, com
fornecedores e clientes;
Negociar e otimizar recursos;
Dar e solicitar feedback;
Dar e solicitar apoio;
Desenvolver nas pessoas essa difcil habilidade de dar e buscar feedback;
Otimizar os resultados da empresa;
Ajudar a evitar erros e potencializar acertos;
Apoiar a linha de frente a deixar no cliente um gostinho de "quero mais";
Implantar acompanhamento e feedback do desempenho:
Definio de resultados a serem atingidos;
Sistemtica de mensurao de resultados;
Definio de planos de autodesenvolvimento;
25
Sistemtica de feedback;
Acompanhar evoluo das pessoas:
Definir resultados a serem atingidos;
Pesquisar periodicamente a satisfao do cliente;
Acompanhar planos de autodesenvolvimento;
Dar periodicamente feedback aos fornecedores;
Rever continuamente os procedimentos para garantir resultados;
COMPREENSO EMPTICA
http://sucesso.powerminas.com/wp-content/uploads/2010/01/Empatia.jpg
A compreenso dos outros, um dos aspectos mais importantes nas
relaes humanas, a aptido de se colocar no lugar do outro, ou seja, ver e
perceber com os olhos do outro. A essa aptido denominamos sensibilidade
social ou empatia.
Entende-se que empatia diferente de simpatia, de antipatia ou d apatia.
Simpatia voc sente em relao ao outro, quando esse outro lhe remonta
26
lembranas, atitudes, ideias que lhe so agradveis, que lhe atraem. Tem-se
simpatia por Maria, sinto-me alegre se ela est alegre, triste se est triste e vibro
com seus sucessos.
Na atitude emptica compreendo como Maria se sente (alegre ou triste) e
sua maneira de agir em funo desses sentimentos, mas no me envolvo neles.
Sou capaz de compreend-la, mas no de sentir o que ela sente (simpatia). A
atitude emptica independe da simpatia, no precisamos gostar nem simpatizar
com a pessoa, precisamos ter sensibilidade para compreender como a pessoa
se sente frente a uma determinada situao ou sentimento.
Se voc for lidar com pessoas, voc dever:
a) Compreender as pessoas (sensibilidade social, empatia);
b) Ter flexibilidade de ao (comportamento) em funo das
atitudes e sentimentos que voc conseguiu empatizar.
Flexibilidade de comportamento significa que voc deve conduzir-se
apropriadamente numa situao dada, com determinada pessoa. Veja os casos
que seguem:
Se Maria criana de 05 anos me agride;
Se Paulo um adolescente de 13 anos me agride;
Se meu pai um adulto me agride;
Se meu chefe tambm adulto me agride;
Se minha namorada a quem amo, me agride...
...no posso ter uma reao uniforme para com todos os casos. Se assim
agir, no terei flexibilidade de comportamento, me faltou empatia (compreender
o comportamento de cada um, com as suas peculiaridades).
Isso significa que devo ter um repertrio de condutas que varia conforme
a situao e a pessoa.
27
Este tipo de comportamento voc poder desenvolver submetendo-se a
um treinamento em sensibilidade social e flexibilidade de comportamento.
Voc poder comear a desenvolver sensibilidade social e flexibilidade de
comportamento atravs- de:
a) Melhor conhecimento de si prprio;
b) Melhor compreenso dos outros;
c) Melhor convivncia em grupo;
d) Desenvolvimento de aptides para um relacionamento mais
eficiente com os outros.
MOTIVAO
http://carreiras.empregos.com.br/imagens/221210/motivacao.jpg
RELAES
HUMANAS
EMPATIA
FLEXIBILIDADE
DE
COMPORTAMENTO
REPERTRIO
DE
CONDUTA
28
Conceito de Motivao
Conjunto de foras internas que mobilizaro o indivduo para atingir um
dado objetivo como resposta a um estado de necessidade, carncia ou
desequilbrio.
A palavra motivao vem do latim movere, que significa "mover". A
motivao , ento, aquilo que susceptvel de mover o indivduo, de lev-lo a
agir para atingir algo (o objetivo), e de lhe produzir um comportamento orientado.
Ciclo motivacional:
1. Necessidade. o motivo, a razo de ser da ao. provocada por um estado
de desequilbrio devido a uma carncia ou privao (ex.falta de alimento no
organismo).
2. Impulso ou pulso. a atividade desenvolvida pela necessidade ou motivo,
isto , a energia interna que impele o indivduo a agir num dado sentido. (Ex.fora
que move o indivduo para obter comida).
3. Resposta. a atividade desenvolvida e desencadeada pela pulso para
atingir algo. (ex.procurar comida).
4. Incentivo. o objetivo para o qual se orienta a ao. (Ex. ingerir o alimento).
5. Saciedade. a satisfao decorrente de se ter atingido o objetivo pretendido
(depois de se ter ingerido o alimento, a fome desaparece).
Este comportamento sequencial volta a repetir-se sempre que se repete
a necessidade que o provoca.
29
Tipos de Motivao
http://noticias.universia.com.br/br/images/imagenes%20especiales/m/mo/mot/motivacao-trabalho-
shutterstock.jpg
No existe uma classificao para as motivaes, mas vrias. As
motivaes podem classificar-se em dois grandes grupos:
1. Motivaes fisiolgicas (primrias, bsicas, biolgicas, orgnicas): as
que esto ligadas sobrevivncia do organismo e no resultam de uma
aprendizagem. Elas provocam no organismo certos impulsos para o
restabelecimento do seu equilbrio. Estas motivaes encontram-se
estreitamente ligadas com determinado estado interno do organismo. Exemplos:
respirao, fome, sede, sexo, evitar o frio e o calor, sono, etc. A homeostasia
designa o mecanismo que regulao o equilbrio interno do organismo.
2. Motivaes sociais (secundrias, culturais): as que dependem
essencialmente de aprendizagens, isto , foram adquiridas no processo de
socializao. Exemplos: Necessidade de convivncia (afiliao), de
reconhecimento, de xito social, de segurana, etc. Este grupo pode ser
subdividido, por exemplo, entre motivaes sociais centradas no indivduo e ou
centradas na sociedade.
a) Centradas no indivduo (autoafirmao): desejo de segurana, de ser aceito,
de pertencer a um grupo, de alcanar um estatuto social elevado, de enriquecer,
etc.
30
b) Centradas na sociedade (independentes dos nossos interesses particulares):
respeito pelo prximo, de solidariedade, de amizade, de amor, etc.
H que questione esta diviso das motivaes, afirmando que todas elas
tm um fundo comum: a busca do prazer, o nico e verdadeiro motivo de todas
as aes humanas.
FRUSTRAO
http://www.pucminas.br/imagedb/pucinforma/PIM_ARQ_IMAGE_GRAND20131101142940.jpg
Quando o indivduo est motivado para atingir um dado objetivo, e por um
obstculo qualquer no o consegue atingir, vive um estado de frustrao. Este
sentimento depende de muitos fatores: personalidade do sujeito, idade, natureza
da motivao, tipo de obstculo, etc.
Reaes frustrao. No existe uma reao tipo para determinada
frustrao, as respostas s frustraes dependem de muitos fatores como acima
aludimos.
Comportamentos resultantes da frustrao:
31
1. Agresso (direta ou deslocada). Esta agresso denomina-se direta quando
dirigida contra a fonte que provocou a frustrao, e deslocada se dirige para
outras pessoas ou objetos. Ex. A criana agride o pai que a impede de brincar
(agresso direta); A criana proibida de brincar, destri os brinquedos com que
o pai a impede de brincar (agresso deslocada);
Ao longo do processo de socializao, o indivduo aprende a lidar com as
frustraes, inibindo, deslocando, dissimulando, ou compensando as suas
manifestaes de agressividade. Em situaes extremas, o indivduo pode dirigir
as suas manifestaes de agressividade deslocada para ele prprio
(autoagresso).
2. Apatia (indiferena ou inatividade). Face a contnuas frustraes o indivduo
pode cair na reao aptica (indiferena perante a fonte da frustrao). A pulso
motivadora do comportamento reduzida ou eliminada.
CONFLITO
Estado de tenso que resulta de uma tenso interior vivida pelo sujeito
quando se debate com motivaes inconciliveis.
Kurt Lewin classificou os conflitos em trs grupos:
1. Conflito aproximao/ aproximao. Deciso sobre duas coisas desejveis,
mas incompatveis. Ex.: Escolher entre uma festa e uma viagem;
2. Conflito afastamento/ aproximao. Deciso sobre algo que comporta
aspectos positivos, mas tambm negativos. Ex. Fazer uma viagem, mas ficar
sem dinheiro.
3. Conflito afastamento/ afastamento. Deciso sobre duas coisas igualmente
desagradveis, mas inevitveis. Ex.: Para uma criana - comer a sopa ou ir para
a cama.
32
TEORIAS DA MOTIVAO
http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/img/frases-de-motivacao-para-facebook.jpg
Principais teorias
1. Teoria de Abraham Maslow. Este psiclogo, fundador da psicologia
humanista, descreve o processo como o indivduo passa das necessidades
bsicas, como se alimentar, a necessidades superiores como as cognitivas ou
estticas. Maslow estabelece uma estrutura hierarquia das necessidades
partindo da ideia que se no se satisfaz uma necessidade bsica, torna-se
impossvel satisfazer outras de ordem superior. Se tivermos fome (necessidade
fisiolgica), por exemplo, somos incapazes de nos concentrarmos em atividades
estticas. Esta ideia aplica-se a todas as atividades da vida humana, afirmando
tambm que todos os homens aspiram auto realizao plena das suas
potencialidades.
33
Hierarquia das motivaes (por ordem crescente):
1. Necessidades fisiolgicas (gua, luz solar, alimento, oxignio, sexo,
alojamento);
2. Necessidades de segurana (estar livre do medo e das ameaas, de no
depender de ningum, de autonomia, de no estar abandonado, de proteo, de
confidencialidade, de intimidade, de viver num ambiente equilibrado);
3. Necessidades de afeto ou de pertena (afiliao, afeto, companheirismo,
relaes interpessoais, conforto, comunicao, dar e receber amor);
4. Necessidades de prestgio e estima social (respeito pela prpria dignidade
pessoal, elogio merecido, autoestima, individualidade, identidade sexual,
identidade sexual, reconhecimento);
5. Necessidades de auto realizao e criatividade (auto expresso, utilidade,
criatividade, produo, diverso e cio);
6. Cognitivas e de curiosidade, de conhecer o mundo (saber, inteligncia, estudo,
compreenso, estimulao, valia pessoal);
7. Estticas (realizao de possibilidades, autonomia pessoal, ordem, beleza,
intimidade, verdade, objetivos espirituais).
http://zarife.com.br/blog/wp-content/uploads/2013/09/motivac%CC%A7a%CC%83o-no-trabalho_capa.jpg
2. Teoria Psicanaltica. O comportamento do indivduo motivado por uma
energia libidinal, que se manifesta sob a forma de pulses. As satisfaes destas
pulses diminuem a tenso no indivduo, mas tambm produzem prazer. Nem
sempre est satisfao se revela aceitvel, o que origina frustraes e conflitos.
A fim de evitar as frustraes e os conflitos, e tendo em vista diminuir a
tenso interna, os mecanismos de controlo do ego (Eu), recorrem a vrias
34
estratgias para a controlarem estas tenses e obterem alguma satisfao das
pulses Na maior parte tratam-se de respostas elaboradas pelo inconsciente,
sem que o indivduo se d conta disso.
Principais mecanismos de defesa do ego:
- Recalcamento: Processo de esquecimento inconsciente de lembranas
desagradveis. Os desejos e sentimentos inaceitveis so mantidos no
inconsciente.
- Represso: Processo voluntrio e consciente pelo qual o indivduo esquece ou
repele da conscincia lembranas desagradveis.
- Regresso: Retorno do indivduo a formas de comportamento prprias de uma
idade inferior sua, nomeadamente a aquelas em que se sentia seguro e
confiante.
- Projeo: Os desejos prprios so atribudos a outras pessoas. O indivduo
atribui a outros desejos que so seus.
- Identificao. Adoo de comportamentos daqueles que nos impressionam e
se nos impe como modelos de comportamento.
- Sublimao: Substituio do objetivo da pulso por outro socialmente aceite e
estimvel. Deste modo o desejo satisfeito de modo indireto.
- Racionalizao: Justificao, a posteriori, com o intuito de evitar sentimentos
de inferioridade que ponham em risco a autoestima.
- Compensao: Realizao de atividades inferiores para compensar outras
tidas como superiores, mas face s mesmas o indivduo manifesta medos ou
assume certas incapacidades para a sua realizao.
- Transferncia: Mudana de um objeto proibido das pulses para outro,
relacionado com aquele, mas socialmente aceitvel e socialmente aceitvel.
- Fantasia.
35
INTELIGNCIA EMOCIONAL
http://www.peakcursos.com.br/imagens/cursos/Inteligencia_emocional_no_trabalho.jpg
O QUE INTELIGNCIA EMOCIONAL?
A Inteligncia Emocional est relacionada a habilidades tais como motivar
a si mesmo e persistir mediante frustraes; controlar impulsos, canalizando
emoes para situaes apropriadas; praticar gratificao prorrogada; motivar
pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu
engajamento a objetivos de interesses comuns. (Gilberto Vitor)
Daniel Goleman, em seu livro, mapeia a Inteligncia Emocional em cinco
reas de habilidades:
1. Auto - Conhecimento Emocional - reconhecer um sentimento
enquanto ele ocorre.
2. Controle Emocional - habilidade de lidar com seus prprios
sentimentos, adequando-os para a situao.
3. Auto - Motivao - dirigir emoes a servio de um objetivo essencial
para manter-se caminhando sempre em busca.
4. Reconhecimento de emoes em outras pessoas.
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais.
36
As trs primeiras acima se referem Inteligncia Intrapessoal. As duas
ltimas, a Inteligncia Interpessoal.
IMPORTNCIA DAS EMOES
o Sobrevivncia: Nossas emoes foram desenvolvidas
naturalmente atravs de milhes de anos de evoluo. Como
resultado, nossas emoes possuem o potencial de nos servir
como um sofisticado e delicado sistema interno de orientao.
Nossas emoes nos alertam quando as necessidades humanas
naturais no so encontradas. Por exemplo, quando nos sentimos
ss, nossa necessidade encontrar outras pessoas. Quando nos
sentimos receosos, nossa necessidade por segurana. Quando
nos sentimos rejeitados, nossa necessidade por aceitao.
o Tomadas de Deciso: Nossas emoes so uma fonte valiosa da
informao. Nossas emoes nos ajudam a tomar decises. Os
estudos mostram que quando as conexes emocionais de uma
pessoa esto danificadas no crebro, ela no pode tomar nem
mesmo as decises simples. Por qu? Porque no sentir nada
sobre suas escolhas.
o Ajuste de limites: Quando nos sentimos incomodados com o
comportamento de uma pessoa, nossas emoes nos alertam. Se
ns aprendermos a confiar em nossas emoes e sensaes isto
nos ajudar a ajustar nossos limites que so necessrios para
proteger nossa sade fsica e mental.
o Comunicao: Nossas emoes ajudam-nos a comunicar com os
outros. Nossas expresses faciais, por exemplo, podem
demonstrar uma grande quantidade de emoes. Com o olhar,
podemos sinalizar que precisamos de ajuda. Se formos tambm
verbalmente hbeis, juntamente com nossas expresses teremos
uma possibilidade maior de melhor expressar nossas emoes.
37
Tambm necessrio que ns sejamos eficazes para escutar e
entender os problemas dos outros.
o Unio: Nossas emoes so talvez a maior fonte potencial capaz
de unir todos os membros da espcie humana. Claramente, as
diferenas religiosas, cultural e poltica no permitem isto, apesar
dar emoes serem "universais".
TICA E CIVILIZAO
http://www.professoresdosucesso.com.br/wp-content/uploads/etica.jpg
Texto elaborado com base no texto de Marcos Leite
38
Os seres humanos agem conscientemente, e cada um de ns senhor
de sua prpria vida. Mas como resolvemos o que fazer? Voc em algum lugar j
pensou em como voc toma as decises sobre o que fazer em determinada
situao? Voc age impulsivamente, fazendo o que der na telha ou analisa
cuidadosamente as possibilidades e as consequncias, para depois resolver o
que fazer?
A filosofia pode nos ajudar a pensar sobre a nossa vida. Chama-se tica
a parte da filosofia que se dedica a pensar as aes humanas e os seus
fundamentos. Um dos primeiros filsofos a pensar a tica foi Aristteles, que
viveu na Grcia no sculo IV aC . Esse filsofo ensinava numa escola qual deu
o nome de Liceu, e muitas de suas obras so resultado das anotaes que os
alunos faziam de suas aulas. As explicaes sobre a tica foram anotadas pelo
filho de Aristteles chamado Nicmaco, e por isso esse livro conhecido por ns
com o ttulo de tica a Nicmaco.
Em suas aulas, Aristteles fez uma anlise do agir humano que marcou
decisivamente o modo de pensar ocidental. O filsofo ensinava que todo o
conhecimento e todo trabalho visa a algum bem. O bem a finalidade de toda
ao. A busca do bem o diferente o que difere a ao humana da de todos
os outros animais.
Ele perguntou: Qual o mais alto de todos os bens que se podem alcanar
pela ao? E como resposta encontrou: a felicidade. Essa resposta formulada
pelo filsofo encontra eco at nossos dias. Tanto o homem do cotidiano como
todos os grandes pensadores esto de acordo que a finalidade da vida ser
feliz. Identifica-se o bem viver e o bem agir com o ser feliz.
No entanto, disse Aristteles, a pergunta sobre o que felicidade no
respondida igualmente por todos. Cada um de ns responde de uma forma
singular. Essa singularidade na resposta partilhada por outros indivduos com
os quais convivemos. Portanto, no processo de nossa educao familiar,
religiosa e escolar aprendemos a identificar o ser feliz com os valores que
sustentam nossas aes.
39
Toda a produo humana consiste em criar condies para que o homem
seja feliz. Todas as religies, as filosofias de todos os tempos, as conquistas
tecnolgicas, as teorias cientficas e toda a arte so criaes humanas que
procuram apresentar condies para a conquista da felicidade. O processo
civilizatrio iniciou-se com a promessa da felicidade.
RACIONALIDADE E LIBERDADE
O mesmo Aristteles caracterizou os humanos como seres racionais que
falam. A dimenso anmica ou psquica (psique=alma) dos seres humanos foi
concebida pelo filsofo como um conjunto de duas partes: uma racional e a outra
privada de razo. A primeira se expressa pela atividade filosfica e matemtica.
A Segunda, por seus elementos vegetativos e apetitivos. Isso permitiu a
hierarquizao dos seres humanos.
Pela Segunda parte da alma, somos iguais a todos os outros animais.
Movidos pelos instintos primrios (fome, sede, sono, reproduo), somos
guiados pela necessidade de sobrevivncia. Todos os seres humanos tem em
comum um problema nico a resolver: como sobreviver. Necessitamos de
alimentos para aplacar nossa fome; de gua para saciar a sede: dormir para
perpetuar a espcie. Mas o que nos diferencia dos outros animais? Segundo
Aristteles, a racionalidade. Ns somos capazes de planejar nossas aes, de
realizar escolhas e julg-las, determinando seu valor. Agimos acreditando que
estamos fazendo o bem e, mesmo quando julgamos mal nossas aes, sempre
o bem que estabelece o critrio de tal julgamento.
Assim, os seres humanos identificam-se como tais pelas distines que
so capazes de estabelecer com os outros animais e, por conseguinte, com todo
o reino da natureza. Os seres humanos definem-se pela capacidade de pensar,
falar, trabalhar e amar. Ainda com Aristteles, podemos identificar trs coisas
que controlam a ao: sensao, razo e desejo. A primeira no princpio para
julgar ao, pois tambm os outros animais possuem sensao, mas no
participam da ao.
40
http://overlane.files.wordpress.com/2012/04/etica_trabajo.jpg
A ao um movimento deliberativo, isto , a origem da ao a escolha.
Os homens diferem dos demais animais porque so capazes de realizar
escolhas. O desejo est na raiz dessas escolhas: a razo o seu guia. Para
Aristteles, o desejo a fora motriz, o impulso gerador de todas as nossas
aes. Mas esta fora motriz deve seguir o curso traado pela razo. A razo
guia, conduz o desejo ao encontro de seu objetivo.
Realizar escolhas eleger objetos para o desejo. O critrio das escolhas
sempre racional. O motivo sempre emocional, ou seja, impulsionados pelo
desejo movemo-nos em direo aos objetos. Nesse sentido, a capacidade
racional de realizar escolhas permite-nos afirmar nossa condio de liberdade.
O exerccio da liberdade a capacidade de escolher. Nisso os seres humanos
podem se desviar do determinismo pelo padro gentico de suas espcies.
Quando olhamos um filhote de cachorro, por exemplo, somos capazes de dizer
seu comportamento futuro. Ao olhar para um beb impossvel prever seu
comportamento, suas aes e suas intenes.
a escolha que define o carter de um ser humano. Suas virtudes se
manifestam nas escolhas que realiza no curso de sua condio mortal. Aqui se
apresentam algumas questes ticas de grande relevncia. Quais os critrios
que norteiam as escolhas que um homem faz em sua vida? Quais so os valores
41
que pautam suas aes? Quais objetivos pretende atingir com quais meios
efetivar sua realizao? Afirma-se que toda ao deve ser justa e boa. Mas, o
que determina a justia e a bondade? O que ser justo? O que ser bom?
http://editoraargos.org/wp-content/uploads/2011/10/yosoy.jpg
No exerccio da liberdade, cada um de nos se relaciona com outros
indivduos e dessas relaes emerge a realidade social. Chamamos sociais
nossas relaes com os outros no mundo. A sociedade uma construo
histrica pautada numa lei fundamental: proibido matar o semelhante. No
entanto, numa rpida olhada em qualquer jornal, por exemplo, descobrimos que
o assassinato praticado das mais diferentes formas: guerras, fome, assaltos,
atentados, terroristas...Vez ou outra, ouvimos dizer que essas aes so
desumanas. Mas como, se foram praticadas por seres da mesma espcie,
animais racionais?
CIVILIZAO E VALORES
A civilizao parece no respeitar a lei fundamental que criou para que
pudesse existir. proibido matar! Se existem prticas homicidas, os critrios de
bondade e justia no so cumpridos. Os assassinatos revelam o conflito
irremedivel entre a liberdade e a lei. A lei foi constituda para garantir o exerccio
42
da liberdade. No entanto, acaso deveramos julgar livres os indivduos que
praticam crimes? Seriam eles livres em suas aes ou no? O critrio de justia
determina a priso (perda da liberdade) para quem cometer homicdio. Mas por
que os pobres so condenados priso? Por que os chamados crimes de
colarinho-branco no so punidos com a priso? Observe que essas questes
remetem ao chamado da reflexo tica.
Em 1930, um mdico vienense chamado Sigmund Freud o criador da
psicanlise publicou um livro com o sugestivo ttulo O mal-estar na civilizao.
Nessa obra, Freud fez um diagnstico do processo civilizatrio e constatou que
os seres humanos esto condenados a viver nesse conflito irremedivel entre as
exigncias pulsionais (a liberdade) e as restries (as leis).
Freud Retoma a clssica questo aristotlica que atravessa toda a histria
ocidental: O que os homens pedem da vida e o que desejam nela realizar? A
resposta categrica: a felicidade. Os homens querem ser felizes e assim
permanecer. Toda ao tem em vista a conquista da felicidade.
Par analisar por que nos afastamos desse propsito, Freud apresenta
uma reflexo decisiva para pensarmos a tica civilizatria como processa de
felicidade: Grande parte das lutas humanas centraliza-se em torno da tarefa
nica de encontrar uma acomodao conveniente isto , uma acomodao
que traga felicidade entre essa reinvindicao do indivduo (liberdade) e as
reivindicaes culturais do grupo (leis), e um dos problemas que incide sobre o
destino da humanidade o saber se tal acomodao pode ser alcanada por
meio de alguma especfica de civilizao (religio, cincia, filosofia, arte) ou se
esse conflito irreconcilivel (p.116). A posio de Freud clara: o conflito
irremedivel.
A tarefa da civilizao humanizar esse animal racional chamado
homem. Acompanhando os argumentos de Freud na obra citada, podemos
encontrar elementos para caracterizar o processo civilizatrio construdo pelos
seres humanos. A civilizao concebida como tudo aquilo por meio do que a
vida humana se elevou acima de sua condio animal. Os humanos so seres
da cultura. A cultura a morada do homem. O acesso aos bens culturais
43
produzidos em toda a histria o que define nossa condio humana. O homem
um animal cujo maior desejo tornar-se humano.
https://encrypted-
tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR0IPBuGim2Hl5jGT4kp_9e6RPNUGzfdugpgfxbjFOxERkqiB1e
A elevao apontada por Freud o que diferencia dos outros animais. A
vida humana difere da vida dos animais em dois aspectos: os conhecimentos e
as capacidades adquiridas para controlar as foras da natureza; e os
regulamentos (leis, normas, regras) para ajustar as relaes dos homens uns
com os outros.
Na luta pela sobrevivncia em um mundo sombrio e assustador, o animal
racional teve de enfrentar trs grandes desafios: o poder superior da natureza,
que nos ameaa com foras de destruio, a fragilidade de seu prprio corpo,
condenado dissoluo; e as leis que regulam suas aes sociais. Os
conhecimentos cientficos e tecnolgicos procuram responder a esses desafios.
As prticas religiosas, os sistemas de crenas tambm. As teorias filosficas e
as produes artsticas inserem-se nessa tarefa de encontrar caminhos para
esses desafios humanos.
A concluso derradeira de Freud que a civilizao tem que ser defendida
contra o indivduo e que seus regulamentos, suas instituies e suas ordens
dirigem-se a essa tarefa (...) fica-se com a impresso de que a civilizao algo
que foi imposto a uma maioria resistente por uma minoria que compreendeu
como obter a posse dos meios de poder e coero, somos submetidos ao
processo civilizatrio. Desde o nascimento at a morte, somos atravessados
pelos critrios que sustentam a civilizao: o bem e a justia.
44
Finalmente, como relacionar tica (instncia individual) e civilizao
(instncia coletiva)? A tica, pensada no campo da lei, leva-nos s mesmas
concluses que Freud. Ao obter a posse dos meios de poder e coero, uma
minoria impes seus valores grande maioria que resiste. Mas a concluso de
Freud nos permite pensar o poder tambm como resistncia por parte da
maioria. Nesse caso, o Estado aparece como o grande gerenciador desse
conflito, por meio de seu sistema de leis e prticas de coero (priso, por
exemplo).
http://www.fleury.com.br/Util/img/conteudo/img-codigo-conduta.jpg
H outra forma tambm de pensarmos a tica: como exerccio esttico.
Em meio a esse conflito irreconcilivel entre as exigncias individuais por
liberdade e as restries impostas pelo regulamento social, podemos criar
condies para instaurar uma tica da beleza: fazer da vida uma obra de arte,
criar condies para que cada um produza sua prpria vida como quem esculpe
o mrmore ou pinta uma tela. O mrmore ou a tela seriam as
imposies/restries impostas pela civilizao e das quais podemos escapar,
mas, como sujeitos de nossa vida, podemos esculpir/pintar com o formo e o
pincel de nossa liberdade.
45
TICA E VALORES
http://gti.projetointegrador.com.br/~131M154200064/images/charge-conselho-ou-etica.jpg
Ser Humano Influenciado pelo ambiente
(A famlia qual pertence; a classe econmica da qual faz parte aquela famlia;
a raa da qual faz parte; a religio; o pas onde nasceu ...).
Conjunto de informaes a respeito da vida entre tantas informaes questes
ligadas a Justia Social. Ocorrncia: Valores diferenciados para fatos e coisas.
Exemplo:
Na escala de valores de uma famlia de baixa renda, o valor atribudo s
necessidades bsicas, certamente, encontra-se em patamar superior ao do valor
atribudo s necessidades menos imediatas, como o lazer. Esse quadro
diferente quando a escala de valores de uma famlia de alta renda, cujas
necessidades bsicas j esto, a priori, totalmente atendidas.
46
Portanto, quanto maior o distanciamento verificado entre as condies de
vida das pessoas, certamente maior ser a diferena no que se refere ao
conjunto de informaes recebido de forma individual, da mesma forma que
diferentes sero as necessidades a que cada um a busca atender de maneira
mais imediata, vale dizer, maior ser o distanciamento entre seus valores.
Objetivos diferentes Conflitos Escala de valores
TICA E LEI
https://encrypted-
tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRUWubSXqjtpfE69uGhOP6oAgBQB_n3dUZaIaznZ7o8jSSKsGW
c
O conceito ou preceito tico uma regra aplicvel conduta humana. O
preceito possui duas caractersticas essenciais:
- Destina-se a adequar a ao humana ao conceito do bem e da moral.
- Pode ser aplicado pela simples determinao do ser humano,
independentemente de qualquer coao externa.
Como os preceitos ticos so regras, muitos estudiosos aplicam-lhes o
princpio tpico das normas jurdicas da possibilidade de no atendimento
sem violao dos princpios. Essa corrente de pensamento aceita a ideia de que
47
um comportamento pode no ser exatamente de conformidade com a regra
tica, mas mesmo assim pode no contrariar esse preceito. Para qualificar esse
comportamento, tais pensadores utilizam a palavra atico, que um
comportamento que no tico, mas que tambm no contraria a regra tica.
No concordamos com tal corrente de pensamento. Por essa razo, para ns
os comportamentos valorados luz das regras tica s podem ser ticos ou
antiticos.
A lei uma norma aprovada pelo povo de um pas, que possui as seguintes
caractersticas fundamentais:
- Resulta de um processo formal de elaborao, do qual a sociedade participa
diretamente ou atravs de seus representantes.
- dotada de sano, ou seja, a sua desobedincia gera uma penalidade.
- sempre atribuda, o que significa que cada direito outorgado a algum
impe um dever, para a mesma ou para outra pessoa.
CONCEITO DA TICA
http://www.grupoa.com.br/uploads/imagensTitulo/20120123015941_TAILLE_Moral_Etica.gif
Pode-se, de forma simplificada, definir o termo tica como sendo um ramo
da filosofia que lida com o que moralmente bom ou mau, certo ou errado.
48
Uso popular do termo tica: tica diz respeito aos princpios de
conduta que norteiam um indivduo ou grupo de indivduos.
A expresso tica pessoal normalmente aplicada em referncia
aos princpios de conduta das pessoas em geral.
A expresso tica profissional serve como indicativo de conjunto de
normas que baliza a conduta dos integrantes de determinada profisso.
Os filsofos referem-se tica para denotar o estudo terico dos padres
de julgamentos morais, inerentes s decises de cunho moral.
A reflexo tica no pode pretender converter os agentes sociais
em indivduos ticos, mas pode instrumentaliz-los para que decidam
consequentemente, de acordo com o que a coletividade espera deles.
A tica representa, pois, uma tomada de posio ideolgico-
filosfica que remete aos interesses sociais envolvidos.
A moral, como sinnimo de tica, pode ser conceituada como o conjunto
de normas que, em determinado meio, granjeiam a aprovao para o
comportamento dos homens.
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A tica, como expresso nica do pensamento correto, conduz ideia da
universalidade moral, ou ainda, forma ideal universal do comportamento
humano, expressa em princpios vlidos para todo o pensamento normal e sadio.
CONCEITOS DA TICA PROFISSIONAL
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Texto elaborado com base nos textos de Antnio Roberto Oliveira
As lideranas sociais tm um poder e uma responsabilidade decisivos em
relao tica. Nenhuma nao, povo, ou grupo social pode realizar seu projeto
histrico sem lideranas. A liderana social o elemento de ligao entre os
interesses do grupo social e as oportunidades histricas disponveis para realiz-
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los. A responsabilidade tica da liderana, portanto, se pudesse ser medida, teria
o tamanho e o peso dos direitos reunidos de todos aqueles que ela representa e
lidera.
A liderana social tem uma tripla responsabilidade tica: institucional,
pessoal e educacional. Institucional, porque devem cumprir fiel e estritamente os
deveres que lhe so atribudos.
Liderana pessoal porque devem ser cada uma delas, um exemplo de
cidadania: justas e eticamente ntegras. Liderana educacional porque, alm de
ser um exemplo, deve dialogar com os que ela lidera, de modo a ampliar a sua
conscincia poltica e a faz-los crescer na cidadania.
A moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo. Tratam
dos costumes, deveres e modo de proceder dos homens com os outros homens,
segundo a justia e a equidade natural, ou seja, os princpios ticos e morais so
na verdade os pilares da construo de uma identidade profissional e sua moral
mais do que sua representao social contribui com a formao da conscincia
profissional.
Os princpios ticos e morais so, na verdade, os pilares da construo de
um profissional que representa o Direito Justo, distinguindo-se por seu talento e
principalmente por sua moral e no pela aparncia.
De forma sinttica, Joo Baptista Herkenhoff (2001) exterioriza sua
concepo de tica; o mundo tico o mundo do deve ser (mundo dos juzos
de valor), em contraposio ao mundo do ser (mundo dos juzos de realidade).
Todavia, a moral a parte subjetiva da tica. O homem nem sempre pode o
que quer, nem quer sempre o que pode. Ademais, sua vontade e seu poder no
concordam com seu saber. Quase sempre as circunstncias externas
determinam a sua sorte. (DHONDT, 1966, p. 105).
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A TICA PROFISSIONAL E A FILOSOFIA DO AGIR
HUMANO O SER TICO/AXIOLGICO.
a vida do bem em organizaes humanas. A vida plenamente humana,
programa pedaggico esse que visa formar o jovem Tcnico em Metalurgia, que
participa da cidadania, assumindo com plena conscincia a recproca relao
entre direitos e deveres, consiste essa mesma existncia da esfera profissional.
Esse mundo humano ser tico/axiolgico no uma ddiva da natureza.
uma conquista cultural. Destino das sociedades institucionalizadas, em sua
dimenso tico-profissional, a de enveredarem pelos obscuros caminhos da
cidade sem lei.
A tica aplicada no campo das atividades profissionais. Assim, a tica
profissional do estudante de Tcnico de Metalurgia e demais outras profisses.
A tica ainda indispensvel ao profissional, porque na ao humana o
fazer e o agir esto interligados. O fazer diz respeito competncia,
eficincia que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profisso.
O agir se refere conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve
assumir no desempenho de sua profisso.
O estudo e o conhecimento da Deontologia (do grego deontos = dever e
logos = tratado) se voltam para a cincia dos deveres, no mbito de cada
profisso.
o estudo dos direitos, emisso de juzos de valores, compreendendo a
tica como condio essencial para o exerccio de qualquer profisso.
A tica indispensvel ao profissional, porque na ao humana o fazer e
o agir esto interligados. O fazer diz respeito competncia, eficincia que
todo profissional deve possuir para exercer bem a sua profisso. O agir se refere
conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no
desempenho de sua profisso.
Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que visam estabelecer
certa previsibilidade para as aes humanas. Ambas, porm, se diferenciam.
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A moral estabelece regras que so assumidas pela pessoa, como uma
forma de garantir o seu bem-viver. Independe das fronteiras geogrficas e
garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam
este mesmo referencial moral comum.
O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada
pelas fronteiras do Estado. As leis tm uma base territorial, que valem apenas
para a rea geogrfica onde uma determinada populao ou seus delegados
vivem.
A tica o estudo geral do que bom ou mau, correto ou incorreto, justo
ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos seus objetivos a busca de
justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela diferente
de ambos Moral e Direito pois no estabelece regras.
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TICA PROFISSIONAL: QUANDO SE INICIA
ESTA REFLEXO?
Esta reflexo sobre as aes realizadas no exerccio de uma profisso deve
iniciar bem antes da prtica profissional. A fase da escolha profissional, ainda
durante a adolescncia muitas vezes, j deve ser permeada por esta reflexo. A
escolha por uma profisso optativa, mas ao escolh-la, o conjunto de deveres
profissionais passa a ser obrigatrio.
Geralmente, quando voc jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o
conjunto de deveres que est prestes a assumir, tornando-se parte daquela
categoria.
Toda a fase de formao profissional, o aprendizado das competncias e
habilidades, referentes prtica especfica numa determinada rea, devem
incluir a reflexo, antes do incio dos estgios. Ao completar a formao em nvel
superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adeso e
comprometimento com a categoria profissional onde formalmente ingressa. Isso
caracteriza o aspecto moral da chamada tica Profissional, a adeso voluntria
a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o
seu exerccio.
fundamental ter sempre em mente que h uma srie de atitudes que no
esto descritas nos cdigos de todas as profisses, mas que so comuns a todas
as atividades que uma pessoa pode exercer.
Atitudes de generosidade e cooperao no trabalho em equipe, mesmo
quando exercidas solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior
de atividades que dependem do bom desempenho desta.
Uma postura proativa, por exemplo, no ficar restrito s tarefas
solicitadas, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que
temporrio.
Se sua tarefa varrer ruas, voc pode se contentar em varrer e juntar o
lixo, mas voc pode tambm tirar o lixo que v que est prestes a cair na rua,
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podendo futuramente entupir uma sada de escoamento e causando uma
acumulao de gua quando chover.
TICA PROFISSIONAL E RELAES SOCIAIS
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O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de
gua da chuva; o auxiliar de almoxarifado que verifica se no h umidade no
local destinado para colocar caixas de alimentos; o mdico cirurgio que confere
as suturas nos tecidos internos antes de completar a cirurgia; a atendente do
asilo que se preocupa com a limpeza de uma senhora idosa aps ir ao banheiro;
o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que no maquia o balano
de uma empresa; o engenheiro que utiliza o material mais indicado para a
construo de uma ponte, todos esto agindo de forma eticamente correta em
suas profisses, ao fazerem o que no visto, ou aquilo que, algum vendo, no
saber quem fez.
As leis de cada profisso so elaboradas com o objetivo de proteger os
profissionais, as pessoas que dependem deles. H, porm muitos aspectos no
previstos especificamente e que fazem parte do compromisso do profissional
com a tica, aquele que, independentemente de receber elogios, faz a coisa
certa.
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QUAIS OS LIMITES DE UM CDIGO DE TICA?
Um cdigo de tica no tem fora jurdica de lei universal, porm deveria
ter fora simblica para tal. Embora um cdigo de tica possa prever sanes
para os descumprimentos de seus dispositivos, estas dependero sempre da
existncia de uma legislao, que lhe juridicamente superior, e por ela limitado.
Por essa limitao, o cdigo de tica um instrumento frgil de regulao dos
comportamentos de seus membros.
Essa regulao s ser tica quando o cdigo de tica for uma convico
que venha do ntimo das pessoas. Isso aumenta a responsabilidade do processo
de elaborao do cdigo de tica, para que ele tenha a fora da legitimidade.
Quanto mais democrtico e participativo esse processo, maiores as
chances de identificao dos membros do grupo com seu cdigo de tica e, em
consequncia, maiores as chances de sua eficcia.
O princpio fundamental que constitui a tica este: o outro um sujeito de
direitos e sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser. O fundamento
dos direitos e da dignidade do outro a sua prpria vida e a sua liberdade
(possibilidade) de viver plenamente.
As obrigaes ticas da convivncia humana devem pautar-se no apenas
por aquilo que j temos, realizamos, somos, mas tambm por tudo aquilo que
poderemos vir a ter, a realizar, a ser. As nossas possibilidades de ser so parte
de nossos direitos e de nossos deveres. parte da tica da convivncia.
A atitude tica uma atitude de amor pela humanidade. A moral tradicional
do liberalismo econmico e poltico acostumaram-nos a pensar que o campo da
tica o campo exclusivo das vontades e do livre arbtrio de cada indivduo.
Nessa tradio, tambm, a organizao do sistema econmico-poltico-jurdico
seria uma coisa neutra, natural, e no uma construo consciente e
deliberada dos homens na sociedade.
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TICA E SISTEMA ECONMICO
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etica.jpg
O sistema econmico o fator mais determinante de toda a ordem (e
desordem) social. o principal gerador dos problemas, assim como das
solues ticas. O fato de o sistema econmico parecer ter vida prpria,
independente da vontade dos homens, contribui para ofuscar a responsabilidade
tica dos que esto em seu comando.
O sistema econmico mundial, do ponto de vista dos que o comandam,
uma vasta e complexa rede de hbitos consentidos e de compromissos
reciprocamente assumidos, o que faz parecer que sua responsabilidade tica
individual no existe.
A moral dominante do sistema econmico diz que pelo trabalho qualquer
indivduo pode ter acesso riqueza. A crtica econmica diz que a reproduo
da misria econmica estrutural. Sendo assim, dentro de uma viso tica, pode
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se dizer que se exigem transformaes radicais e globais na estrutura do sistema
econmico.
TICA E MEIO AMBIENTE
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A voracidade predatria do sistema econmico vigente o faz enxergar a
natureza to somente como fonte de matrias-primas para a produo de
mercadorias. Com isso, a natureza torna-se ela prpria uma mercadoria.
O trabalho a ao humana que transforma a natureza para o homem.
Mas, para que cumpra essa finalidade de sustentar e humanizar o homem deve
realizar-se de modo autossustentvel para a natureza e para o homem. A
voracidade predatria de nosso sistema econmico est rompendo
perigosamente o equilbrio de autossustentabilidade entre a natureza e o
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homem. Preservar e cuidar da natureza o mesmo que preservar e cuidar da
humanidade, das geraes atuais e futuras. Preservar e cuidar do meio ambiente
uma responsabilidade tica diante da natureza humana.
O pensamento ps-moderno rejeita o conceito defendido pela modernidade
de que existem verdades absolutas e fixas. Toda verdade relativa e depende
do contexto social e cultural em que as pessoas vivem. Cada um percebe a
verdade de sua prpria forma. No h verdade, mas sim verdades que no
se contradizem, mas se complementam. Isso inclui verdades religiosas.
Conceitos como Deus so totalmente relativos. A nica inverdade que
existe insistir em dizer que existe verdade fixa e absoluta!
Nesta poca de ps-modernidade, surgiu o conceito do politicamente
correto na mentalidade pluralista e inclusivista, a opinio e as convices de
todos tm de ser respeitadas. A razo para esse respeito que a opinio de
um vista como to verdadeira quanto do outro. Assim, torna-se politicamente
incorreto criticar as opinies, a conduta e as preferncias morais, polticas e
religiosas de algum.
O contemporneo incerto e ainda problemtico, precisando de
ressignificaes dos papis e das funes, cujos atores humanos tm a plateia
humana sem bssola e sempre os temas centrais dos atos so a tica.
Existem quatro eixos de contedos relativos tica. So eles: respeito
mtuo, justia, dilogo e solidariedade.
Quando nos referimos ao espectro tico em uma determinada prtica
social/profissional, de maneira que possamos reconhecer a existncia de
expectativas e de avaliaes, cabe-nos sempre uma profunda indagao: o que
se tem feito e dito a respeito de ns, profissionais da rea Metalrgica?
Qual a nossa imagem de tica vivenciada? Essa imagem de um educador
se considerada como tica revela a essncia de minha funo profissional e
obscurece uma prtica contrria aos princpios que acredito existirem?
A transgresso da tica surge pela inconformidade e pela falta do
conhecimento e no necessariamente pela m-f, se no estiverem atreladas ao
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no moral. No entanto, no podemos esquecer que no campo da tica, no
devemos estabelecer configuraes apriorsticas.
As regras dificilmente sero as mesmas, porm, mesmo quando o
conhecimento e as competncias so diferentes, a funcionalidade processual
formal deve ser explicitada. Caso haja rompimentos de regras, preciso rever o
contrato e refletir a prtica no campo da dialtica, nascendo semente tica do
sucesso de qualquer profisso.
A ao do Tcnico em Metalurgia, a exemplo, que observa sob uma viso
multilocular o mesmo fenmeno, realizando mltiplas leituras para interpretar a
realidade, refletida na compreenso global do real, deve de forma clara e
competente transformar o universo interdisciplinar e multidisciplinar de sua
formao acadmica, atravs de um suporte dialtico e interacional do
conhecimento, a partir de suas prprias experincias sociais e humanas.
Reconstruir valores de forma contnua, convergentes e integradores ao
conhecimento de outras disciplinas, permite desenvolver, no campo filosfico,
espaos para a compreenso existencial sob vrios ngulos da prtica humana
que do real sentido vida social e profissional.
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Numa perspectiva mais ampla e comparativa, se o tecido social resulta dos
diversos vetores individuais e coletivos, no demais admitir que o vcuo tico
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nas relaes entre profissionais, organizaes, fornecedores e consumidores
tem forte correlao com a fragilidade da tica pessoal, est hoje bem
caracterizada pelo excessivo interesse do indivduo por si prprio, pelo
individualismo exacerbado, pelo narcisismo desmedido e pelo frgil sentido de
solidariedade.
Com efeito, se as organizaes so dirigidas por pessoas que assimilam
no virtudes, e se estas pessoas moldam as crenas das organizaes, na
medida em que o homem despreza valores humanos, as organizaes tendem
a fazer o mesmo e a resvalar na moral e, s vezes, a abandonar a tica.
DEVERES PROFISSIONAIS
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Quando direcionamos nossas capacidades e nveis de competncias para
permitir um desempenho eficaz da profisso escolhida, estamos exercitando
deveres ticos. A satisfao de quem recebe esses benefcios o referencial
das nossas atitudes que governam as aes do indivduo perante o outro, ele
prprio, a sociedade e o Estado.
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O compromisso diante de um agregado de deveres ticos compatveis com
a tarefa profissional, precisa superar o complexo de valores pertinentes a cada
profisso, at tornar-se um valor mais amplo da tica profissional universal.
O primeiro dever est na escolha da profisso seguida do conhecimento
sobre ela para finalmente ser capaz de exerc-la dentro de uma prtica plena de
conduta cujos lastros de valorao profissional sejam os valores adotados pela
classe, sociedade e pelo prprio indivduo. preciso que o sujeito e sua
profisso faam um casamento pleno de prazer e influxos de amor.
A escolha das tarefas deve ser a provenincia do dever a ser cumprido,
visando qualidade da execuo, dentro de uma conduta valorosa e refletida
por prticas teis e cheias de usufrutos e benefcios. A, sim, ocorrer o pleno
dever tico.
A identificao prazerosa com as tarefas de um trabalho precisa de
convices da escolha e dos sentimentos envolvidos com a escolha autnoma,
pois quando um aluno perguntou a Mozart: O que devo compor mestre?
Ele respondeu: - preciso esperar. A impacincia do aluno o fez retrucar,
dizendo que o mestre j compunha desde os 5 anos, ao que o gnio da msica
lhe respondeu: Mas eu nunca perguntei a ningum o que deveria compor.
O dever deve fluir como um sentimento que faz bem e no como algo que
precisa ser cumprido a todo preo, para rapidamente se livrar do peso provocado
pela falta de condies essenciais de opo. A conscincia que monitora as
transgresses ticas que violentam a vontade humana e ela mesma
responsvel pela corrupo que fragmenta o ser ao longo da vida.
Quem aceita tarefas sem ter a capacidade de exerc-las, condenvel
como prtica antitica em funo dos prejuzos que pode vir a causar a terceiros,
desde que anteriormente seu juzo os tenha identificado. Essa infrao tica
precisa ser superada pelo dever profissional de buscar conhecimentos e
competncias necessrios para a execuo de tarefas desafiadoras. No
reconhecer que uma deciso faz a grande diferena diante das possveis
consequncias, j significa uma premissa antitica.
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Como profissional deve-se permanentemente refletir sobre a condio
humana para se reconhecer permanentemente aprendizado com os outros
identificando situaes em que o exigvel no executvel. Ainda, o profissional
em Metalurgia tem o dever de conhecer e aprimorar-se no exerccio da sua
prtica profissional como tambm produzir avaliaes sobre os nveis de
competncias emocionais, profissionais, intelectuais e cognitivas necessrias
para que o exigvel seja algo natural e sem traumas.
Encontrar-se com os sentimentos que nutrem o dever tico profissional
buscar a conscincia necessria para dominar o conhecimento, ter posse
relativa do saber, percepo integral do objeto de trabalho e traar seus objetivos
voltados qualidade ou eficcia das tarefas. No se deve esquecer os limites do
cumprimento dos deveres e das condies pelas quais o dever da tica fica
comprometido pelas circunstncias alheias vontade humana, permitindo que
foras externas se sobreponham.
Os achismos do quase bom ou das intenes por negligncia, que levam
a aceitar o menos mal no podem ser justificativa para o trabalho ineficaz. O
alcance da plenitude tica decorrente do xito profissional e do caminho
percorrido pela prtica valorosa e virtuosa em interao humana, social e
institucional, interagindo com suas competncias intrapessoais voltadas para o
xtase das realizaes e aos sentimentos do dever cumprido.
dessa matriz que surgem o zelo e a busca constantes da excelncia que
faz o grande encontro com os sentimentos de lealdade com aquele que
beneficiado. Cada virtude identifica uma capacidade desejvel ou u
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