APLICAÇÃO DO CICLO PDCA NA
GESTÃO DO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
DA UFES
Marta Monteiro da Costa Cruz
(UFES)
Luisa Vargas Ferreira Pinto Aboudib
(UFES)
Pedro de Almeida Barino
(UFES)
Resumo Nos últimos anos, a busca pela excelência em gestão tem se expandido
para diversos setores e se mostrado importante para os mais diferentes
tipos de organização. Este artigo apresenta como foi adotada uma
lógica de gestão voltada para a quaalidade no Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil da UFES. Nesse processo, a
aplicação do ciclo PDCA foi fundamental para a busca clara pela
melhoria contínua no Programa.Durante o ciclo, foram estabelecidas
metas, como o alcance do conceito 4 da CAPES e a melhoria dos
processos da secretaria; foram executadas diversas ações em prol
desses objetivos; foram verificados os resultados, através de pesquisa
de opinião e indicadores da CAPES; e foram tomadas medidas para
que as melhorias alcançadas fossem mantidas. Observou-se, por fim,
que de fato a utilização do ciclo PDCA, que representou um incentivo
às ações de melhoria e permitiu um alinhamento maior com os
objetivos, contribuiu de maneira definitiva para que as metas do
programa fossem alcançadas e a gestão pela qualidade fosse
implantada na prática no Programa.
Palavras-chaves: ciclo PDCA, padronização, qualidade, gestão de
Programa de Pós-Graduação
20, 21 e 22 de junho de 2013
ISSN 1984-9354
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1. Introdução
Para acompanhar a grande demanda de conhecimento e de profissionais, corrente no contexto
de globalização em que estamos inseridos, tem se tornado importante a utilização de
estratégias administrativas que permitam uma busca contínua pela excelência, pelas
instituições de ensino superior. Muitas dessas estratégias podem ser originadas do mundo dos
negócios, dentre as quais estão o desenvolvimento de lideranças, o gerenciamento baseado em
dados sólidos e o planejamento racional, que permitem a essas instituições uma maior eficácia
e eficiência no alcance de seus objetivos. (Michael 2004)
O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFES iniciou suas atividades em
1997 oferecendo o curso de Mestrado Acadêmico. Atualmente, o curso possui três áreas de
concentração – Construção Civil, Estruturas e Transportes – e foi avaliado pela CAPES como
nível 3. Em 2010, o PPGEC sofreu uma mudança na coordenação do curso e, desde o início
dessa nova gestão, busca-se seguir uma lógica de gestão voltada para a excelência, baseada no
conceito de melhoria continua, diante de muitos problemas organizacionais detectados
naquele momento.
Um dos problemas identificados foi a falta de padronização das atividades. Embora a
secretaria do curso realizasse cada atividade rotineira de uma maneira específica, até então a
maneira de realizá-las ainda não havia sido detalhada. Com a padronização dos
procedimentos, cada vez que houver uma mudança de funcionários na secretaria ou na própria
coordenação do curso, a maneira de realizar certas atividades já estará especificada e
armazenada, o que evitará bastante retrabalho.
Este artigo apresentará a aplicação de um primeiro ciclo PDCA, abordado posteriormente,
para a melhoria da gestão do PPGEC e discutirá a forma como certos procedimentos
recorrentes foram padronizados durante o ciclo.
2. Revisão Bibliográfica
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2.1 Gestão da Qualidade Total
Uma inovadora visão administrativa, surgida após a Segunda Guerra Mundial, permitiu o
desenvolvimento da TQM (Total Quality Management – Gestão da Qualidade Total).
Segundo Shiba (1997), a TQM é um sistema de gestão voltado para a qualidade, em que, por
meio da melhoria contínua de produtos e serviços, busca-se o aumento da satisfação dos
clientes. De acordo com Morgan e Murgatroyd (1995), na década de 80 a gestão pela
qualidade tornou-se mais ampla, abrangendo dimensões como capacitação de pessoas,
empoderamento, liderança, motivação e pensamento sistêmico.
Segundo Martin (1998), a TQM é a melhoria contínua envolvendo todos os componentes da
organização, desenvolvendo uma cultura voltada tanto para pequenos refinamentos quanto
para grandes aprimoramentos que, sendo contínuos, encaminham a organização para um nível
de excelência. Sendo assim, não importa o impacto isolado que cada pequena melhoria
exercerá, e sim, a constância de melhorias, que permitirá um avanço na qualidade dos
processos da instituição como um todo.
De acordo com Umeda (1995) a TQM é mais conhecida no Japão por TQC (Total Quality
Control – Controle da Qualidade Total), visto que proporciona um maior controle dos
processos por parte da organização como um todo. Fica entendido, portanto, desta linha de
gestão pela qualidade, que controlar um processo é conduzi-lo na direção da satisfação do
cliente, através da análise do processo, da sua padronização e do estabelecimento de sistema
de verificação, confirmando-se, por dedução, o ponto de vista de Campos (2004).
A norma ISO 9001:2000 traz um modelo para construir sistemas de gestão da qualidade. Sua
principal finalidade é garantir a qualidade externa, fornecida aos clientes, e a interna,
operações e processos internos sendo realizados conforme o planejado e processos de
melhoria contínua sendo mantidos. A padronização dos processos e a aplicação do ciclo
PDCA são formas de se atingir essa qualidade interna. (Carvalho et al.,2005)
Para buscar essa qualidade, é importante entender seu significado. Mais especificamente,
definindo qualidade para o serviço público, O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(1991) afirma que essa deve ser avaliada como a qualidade de um serviço qualquer,
independente do fato de ser público ou privado. Ou seja, os resultados do serviço devem ser
otimizados diante da quantidade de recursos e esforços aplicados, buscando primordialmente
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a satisfação do usuário. De acordo com Deming (1990), embora as repartições públicas, em
sua maioria, não possuam um mercado a ser buscado, seus serviços devem ser prestados de
maneira econômica, com o objetivo de destacar-se pela sua boa execução.
2.2 Processos e padronização
A NBR ISO9004-2 define serviço como “resultado gerado por atividades na interface entre
fornecedor e cliente e por atividades internas do fornecedor para atender às necessidades do
cliente”. Paralelamente, para a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ, 2008), processos são
compostos por uma série de atividades préestabelecidas e sequenciadas, que conduzirão a um
resultado que atenda às necessidades e expectativas dos clientes e das partes interessadas.
Sendo assim, cada serviço depende de um processo para ser realizado.
Para a execução de um processo eficiente e eficaz, é necessário que os seus integrantes
tenham total conhecimento deste, sendo capazes de identificar seu objetivo. Atualmente, a
padronização dos processos em uma organização busca documentar sua funcionalidade,
permitindo a análise de seu desempenho baseada em seus objetivos, e possibilita a
identificação de pontos de melhorias. (Barbará 2006)
No que se refere à padronização de processos, Frederick Taylor foi um dos pioneiros. Sua
proposta de “mecanização” dos movimentos trouxe uma enorme contribuição à administração
em geral, pois, a partir daí, iniciou-se uma espécie de visão sistêmica dentro das organizações.
A mesma contribuição pode ser atribuída à linha de montagem de Henry Ford, cuja
introdução em 1913 resultou em um aumento significativo da produtividade de sua empresa.
(Womack et al.,1992)
Além de propiciar a análise dos processos e o aumento da produtividade, o mapeamento
permite à organização codificar o conhecimento a respeito daquele processo. Essa codificação
o torna acessível aos que precisarão dele em algum momento e o mantem na organização
diante de uma mudança de funcionários, por exemplo. (Davenport e Prusak 1998)
2.3 Ciclo PDCA
O ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act – Planejar, Executar, Verificar, Agir), ou ciclo de
Shewhart, foi desenvolvido e disseminado no Japão por Edward Deming. Segundo Werkema
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(1995), esse é um método de gestão estudado no TQC que representa o caminho a ser seguido
para que as metas estabelecidas sejam atingidas.
O método consiste em sucessivos ciclos que se iniciam com um intenso planejamento, com o
intuito de realizar pequenos testes, que permitam analisar os potenciais efeitos de ações mais
abrangentes nos processos. Depois de analisadas e aprovadas, trabalhe-se com o propósito de
aumentar a abordagem das ações testadas. Caso sejam encontradas falhas, trabalha-se para
corrigi-las. Em seguida, dando continuidade ao ciclo, estipulam-se novos objetivos e são
feitos novos testes. Na aplicação do PDCA pode ser necessária a utilização de outras
ferramentas, que auxiliam, por exemplo, na avaliação das falhas do processo. Os passos do
PDCA foram aplicados no PPGEC como apresentado na Figura 1 abaixo:
Figura 1 - Ciclo PDCA do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil.
Fonte: (Adaptado FNQ, 2008)
Plan: Estabelecer os objetivos e os processos necessários para alcançar tal efeito ou identificar
um problema, analisá-lo e formar um plano de ação;
Do: Implementar os novos processos, preferencialmente em pequenas escalas, baseando-se no
planos de ação;
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Check: Analisar os resultados obtidos e comparar com os esperados no planejamento
Act: Agir de acordo com a análise, promovendo as devidas mudanças nos processos e
expandindo sua abrangência.
De acordo com Scholtes (1999), “Gerentes devem ver a si mesmos como experimentadores
que lideram a aprendizagem” e a utilização do ciclo PDCA enfatiza este papel, uma vez que
permite a interação planejada entre teoria e aplicação e proporciona a geração de
aprendizagem.
Dessa forma, este artigo abordará: todo o planejamento realizado no início da atual gestão do
PPGEC; exatamente o que foi implementado; a avaliação realizada sobre este primeiro ciclo e
a correção de algumas implementações.
3. Metodologia
A metodologia utilizada foi embasada em precedentes teóricos bastante conceituados na área
da qualidade, como CAMPOS (2004), WERKEMA (1995) e WOMACK et al (1992). O Ciclo
PDCA foi a base de desenvolvimento do projeto, o que norteou a criação dos planos de ação e
dos processos de controle. Durante a aplicação do ciclo, fluxogramas e planilhas foram
utilizados para auxiliar a padronização dos processos.
4. Desenvolvimento
4.1 Plan: Localização de problemas,
estabelecimento de metas e de um plano
de ação.
No início da gestão da nova coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Civil da UFES, em 2010, foram levantados os principais problemas da secretaria. Os mais
claros eram a desorganização geral da secretaria e as inúmeras dissertações que estavam
acumuladas e precisavam ser entregues aos membros de bancas examinadoras de defesas, que
já haviam acontecido há algum tempo. Esses problemas precisavam ser resolvidos
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emergencialmente para, em seguida, começar a idealizar um modelo de gestão administrativa
que aumentasse a qualidade do curso de pós-graduação.
Resolvidos os problemas emergenciais, deu-se início ao planejamento. Uma meta
estabelecida, de uma forma geral, foi que o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
da UFES atingisse o conceito 4 da CAPES, uma vez que atualmente possui conceito 3.
Para isso, seria preciso definir um plano de ação que tivesse como objetivo a melhoria
contínua do mestrado. Principalmente, deveria ser incentivado e cobrado o aumento do
número de publicações em periódicos reconhecidos nacional e internacionalmente por
membros do PPGEC. Paralelamente, outras medidas administrativas deveriam ser tomadas
para acompanhar a busca pela excelência.
Uma dessas medidas necessárias era a melhoria dos procedimentos mais recorrentes no
mestrado, visto que eram encontrados muito erros e vários procedimentos precisavam ser
refeitos. Dessa forma, a melhoria dos procedimentos da secretaria foi também uma meta do
primeiro ciclo PDCA.
Para uma melhor análise sobre o primeiro ciclo de PDCA na gestão do Mestrado, foi criado
um formulário a ser respondido pelo Corpo Docente e Discente. Durante duas semanas os
alunos e professores poderiam responder anonimamente a esse formulário que foi enviado ao
email de cada um deles, este formulário permitiria a verificação dos resultados decorrentes
das melhorias implementadas no PPGEC.
4.2 Do: Condução e execução do plano
de ação
Servidor único de arquivos:
Uma das primeiras definições implementadas foi a criação de um servidor único contendo
todos os arquivos que estavam na rede do PPGEC. Assim, criou-se uma pasta compartilhada
com todos os computadores da secretaria. Essa ação teve como objetivo unir e então organizar
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os arquivos que possuíam certo tipo de ligação em uma mesma pasta, na qual, caso
necessário, os documentos estariam divididos por ano. Dessa forma, tornou-se mais fácil e
lógica a localização de arquivos importantes, como, por exemplo, a pasta ligada à PROAP
(Programa de Apoio à Pós-Graduação da UFES) na qual estão contidos formulários de
pedidos de passagens, reembolsos, diárias para membro interno e externo, etc.
Atualização do Regimento interno:
Em 2010, o Regimento interno foi alterado de forma a se adequar ao novo regimento da Pró-
Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PPRPG) da UFES. O texto inclui exigências mínimas
de publicação por parte tanto de alunos quanto de professores, mantendo um bom índice de
produtividade intelectual do programa, utilizando a busca pela melhoria contínua como
justificativa. Além disso, foram estabelecidas novas questões a respeito dos alunos especiais e
houve um fortalecimento da autonomia nas decisões para cada área de concentração do
Mestrado. Por fim, foi incluída a possibilidade de fazer reuniões do colegiado online,
permitindo uma maior flexibilidade para agendamento de reuniões, facilitando a participação
de todos e agilizando a tomada de decisões. O Regimento Interno atual pode ser acessado
através do site do PPGEC: HTTP://civil.ufes.br
Viagens de membros do PPGEC:
A solicitação de auxílio para viagens feitas tanto pelo corpo docente como pelo discente para
participação em congressos fazem parte de uma das atividades mais recorrentes no Mestrado,
que estimula a publicação de artigos entre os membros. Com o servidor único de arquivos
funcionando, foi possível arquivar todos os documentos necessários para cada tipo de viagem,
como pedido de passagens, de diárias e reembolso da inscrição no congresso em questão.
Dessa forma, cada professor ou aluno tem seus dados preenchidos pela secretaria nesses
formulários que são posteriormente enviados à PROAP (Programa de Apoio à Pós-
Graduação) ou ao PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional), ambos da UFES. A respeito
da prestação de contas, foi pedido um feedback aos clientes desse processo, para que os
funcionários do PPGEC pudessem ter certeza de como ela de fato deveria ser feita e, desde
então, não houve mais erros nem atrasos.
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Infraestrutura:
As instalações físicas do PPGEC mudaram consideravelmente nos últimos 2 anos,
especialmente quando se trata da secretaria. Com a liberação de uma sala que estava
inutilizada, formou-se um laboratório com 10 computadores onde atualmente são ministradas
aulas do Mestrado e, ainda na mesma sala, porém em um ambiente separado, está localizada a
nova Secretaria do Mestrado, que antes era alocada em uma sala menor.
Ambos os ambientes da nova sala tiveram uma reforma recente, com pintura das janelas e
implantação dos novos layouts da secretaria e do laboratório. Atualmente, está sendo feita
uma reforma em um novo prédio onde todos os Programas de Pós-Graduação farão suas
atividades. Assim o PPGEC terá em breve novas salas e uma nova sede para sua secretaria.
Além das melhorias nas instalações físicas, houve uma renovação dos equipamentos do
PPGEC, como de projetores, notebooks e computadores e foi realizado o descarte de
patrimônio inutilizado.
Cadastramento de novos bolsistas da CAPES:
Um dos primeiros processos a ser padronizado foi o pedido de bolsa CAPES para os alunos,
para o qual foi redigido um passo a passo, que depois resultou na criação de um fluxograma a
partir do MS VISIO 2007, como apresentado na Figura 2. Essa figura é um exemplo dos
fluxogramas que foram criados para os procedimentos da secretaria.
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Figura 2 - Fluxograma de Bolsas CAPES
Documentos de defesa de dissertação:
Após uma análise das defesas de dissertação já realizadas pelo PPGEC e com o intuito de
facilitar a criação dos diversos documentos necessários para a defesa, utilizando o MS
OFFICE EXCEL 2007, criou-se uma planilha para os alunos preencherem e uma cópia dessa
planilha, de uso exclusivo da secretaria, na qual seriam feitas alterações necessárias nos dados
preenchidos a partir do uso de fórmulas e macros.
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Após o aluno preencher a planilha e enviar ao PPGEC, os dados dessa planilha são copiados
para a planilha da secretaria. Em seguida, é possível extrair da planilha da secretaria os dados
que forem convenientes para a formulação dos documentos de defesa no MS OFFICE WORD
a partir da utilização de uma mala direta.
Como a planilha é usada sempre que é necessária a formulação de documentos de defesa de
dissertação, eventualmente foram encontrados erros, de forma que a planilha da secretaria foi
sendo melhorada a cada utilização.
Os documentos base foram divididos em 3 tipos, dependendo da composição da banca.
Abaixo segue a composição da banca da defesa em cada um dos tipos:
1) 1 membro externo, 1 membro interno e o orientador do aluno.
2) 1 membro externo, o co-orientador e o orientador do aluno.
3) 1 membro externo, 1 membro interno, o co-orientador e o orientador do aluno.
Assim, existem vários documentos que foram modelados para cada tipo de composição de
banca, entre eles: ata de defesa de dissertação, atestado de participação para cada membro da
banca, declaração de que o aluno se formou, folha de rosto, Check list para defesa, Registro
de Julgamento da Comissão, Parecer Único da Comissão, etc.
Após a planilha da secretaria e os documentos base ficarem prontos, foi formulado um
fluxograma e um passo a passo de como utilizar a macro da planilha e a mala direta para o
Word para que a informação seja despersonalizada, de forma que todos que venham a
trabalhar no PPGEC tenham como aprender a utilizar a planilha da secretaria e que ela venha
a ser melhorada também, com o pensamento da melhoria contínua. Além disso, foi criada uma
check-list para cada defesa de tese, evitando falhas e permitindo a qualquer pessoa realizar
esse procedimento.
Planilha de controle interno dos alunos
Identificou-se a necessidade de criação de uma planilha de controle interno dos alunos
matriculados, desligados e formados no Programa. Essa planilha permite a rápida visualização
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de informações que demandariam uma pesquisa mais prolongada nos arquivos da secretaria.
Nela os alunos são separados por área de concentração e por condição especial, regular,
desligado ou formado, e diversas informações a seu respeito são ali registradas. Tais
informações facilitam a visualização, por exemplo, dos possíveis alunos a serem desligados,
como os que estão excedendo o prazo de formatura ou estão sem matrícula; da quantidade de
defesas e desligamentos realizados no semestre; da quantidade de dissertações em cada linha
de pesquisa; da quantidade de orientandos por orientador; dos créditos obtidos por cada aluno;
dentre diversas outras informações importantes para a secretaria.
Na medida em que a demanda de novas informações é identificada no dia a dia, a planilha se
encontra em constante aprimoramento. Para que não ocorram erros em seu preenchimento foi
criado um passo-a-passo para a sua utilização que descrimina cada situação em que será
preciso mexer nos dados registrados. Além disso, fluxogramas a respeito de todo o processo
de matrículas, trancamentos e desligamentos foram criados a fim de padronizar esses
procedimentos.
Outros implementos:
Além dos implementos já citados, houve também mudanças em outros aspectos da secretaria,
como, por exemplo, melhorias no pedido de Diploma dos alunos; a padronização da
organização dos contatos do e-mail do Programa que facilita a comunicação com o corpo
docente e discente; a organização dos armários da secretaria onde se encontram todos os
arquivos do Programa, em que todas as pastas foram catalogadas, registradas em planilha e
etiquetadas de forma padronizada, facilitando o acesso aos documentos e criando uma
disposição mais lógica dos materiais e pastas; a criação de um documento de sugestões para
os próximos editais do processo seletivo, fazendo um registro para que essas informações não
se percam e facilitando a realimentação da melhoria; dentre outras pequenas ações.
4.3 Check: Análise das medidas tomadas e verificação de cumprimento
das metas do Primeiro Ciclo
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Após a implementação das medidas citadas, houve uma grande percepção de melhoria do
curso. Os próprios alunos e professores se manifestaram de maneira positiva a respeito da
mudança de localização da Secretaria do Mestrado e também sobre as questões que envolvem
viagens a congressos. Ainda sobre as viagens, as prestações de conta foram elogiadas pelo
PROAP, uma vez que se mantiveram no formato pedido e dentro dos prazos. Houve também
o sucesso em alguns editais de compras de novos materiais para laboratórios, como por
exemplo, o Edital Pró-Equipamentos que foi aprovado e está em trâmite.
Além disso, observou-se que o número de publicações de membros do programa em
periódicos reconhecidos tem aumentado consideravelmente nessa nova lógica de gestão
incorporada pelo PPGEC. Em 2012, os membros produziram duas publicações A1 (mais alto
nível), algo que já não ocorria há algum tempo.
O formulário criado no planejamento para a posterior verificação de resultados foi enviado
novamente aos alunos e professores do PPGEC, em 2012, pra que assim fosse possível a
comparação entre a situação do mestrado antes e depois das ações. Após o recolhimento
online das respostas, foram criados os seguintes gráficos:
Gráfico 1 – Qualidade das salas de aula Gráfico 2 – Qualidade da estrutura física da secretaria
O Gráfico 1 demonstra que foi observada uma melhoria no PPGEC em relação as salas de
aula, porém essa não é totalmente satisfatória, uma vez que poucos as consideram muito boas
ou ótimas.
Já o Gráfico 2 demonstra que foi observada uma melhoria bastante significativa no PPGEC
em relação a estrutura física da secretaria, uma vez que não há mais avaliação ruim do quesito
e agora se tem um número considerável de avaliações nos níveis Ótimo e Muito bom.
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Gráfico 3 – Qualidade dos serviços prestados pela secretaria. Gráfico 4 – Qualidade dos equipamentos utilizados em
sala de aula
O Gráfico 3, por sua vez, além de mostrar uma ótima melhoria na avaliação dos serviços
prestados pela secretaria, também comprova que a maioria dos que responderam à pesquisa
consideram muito boa qualidade tais serviços prestados atualmente.
Por outro lado, o Gráfico 4 permite a percepção de que não houve uma melhoria na qualidade
dos equipamentos utilizados em sala de aula, sendo assim, esse é um ponto a ser discutido
pelo Colegiado do Programa Pós-Graduação, que deve ponderar quanto à necessidade e à
possibilidade de melhoria deste quesito.
Gráfico 5 – Qualidade dos equipamentos utilizados pelo PPGEC Gráfico 6 – Qualidade dos laboratórios
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O Gráfico 5 evidencia que também não houve uma melhoria na qualidade dos equipamentos
utilizados pelo PPGEC numa análise geral, portanto este é também um ponto a ser discutido
pelo Colegiado quanto à viabilidade de realização de melhorias.
Finalmente, o Gráfico 6 demonstra que houve sim uma melhoria na qualidade dos
laboratórios, porém essa não foi muito significativa, o que nos indica um outro ponto a ser
melhor estudado e aprimorado.
3.4 Act: Manter o sucesso e corrigir o insucesso
A partir da análise dos gráficos foi possível perceber que existem questões que foram
melhoradas de forma satisfatória no PPGEC, como por exemplo, a qualidade dos serviços
prestados pela secretaria, que envolve a padronização das atividades mais frequentes. Os
fluxogramas, as instruções e check-lists criados permitirão que as atividades continuem sendo
realizadas de maneira padronizada, de forma a manter essa qualidade alcançada.
Dentre essas atividades padronizadas, a formulação dos documentos de defesa de dissertação,
por exemplo, tornou-se muito mais ágil e prática. Isso se deve ao uso da planilha
automatizada que, embora ainda esteja em fase de teste, já demonstrou uma visível redução de
erros no preenchimento dos documentos de defesa e um grande aumento na rapidez da
realização deste procedimento.
Por outro lado, o número de publicações dos integrantes de um programa de pós-graduação é
de suma importância, dentre os indicadores de avaliação da CAPES, para que o curso seja
considerado de qualidade. O encerramento do primeiro ciclo do PDCA tem como marco o
desenvolvimento do relatório trienal da CAPES, referente aos anos de 2010, 2011 e 2012, que
trará o resultado do novo conceito do curso após o primeiro ciclo e posicionará as ações para
o segundo ciclo PDCA.
Sendo assim pretende-se, a princípio, no próximo ciclo PDCA, realizar um plano de ação que
vise a incentivar ainda mais a publicação científica e melhorar todas as atividades/serviços
que ainda não atingiram um nível satisfatório. Além disso, a mudança da secretaria e das salas
do Programa para um prédio novo, que está sendo finalizado é também um dos objetivos
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propostos. A melhoria deve ser contínua, mas a manutenção dos sucessos desse primeiro ciclo
precisa ser também priorizada, com constantes reavaliações, para que não haja perda, mas sim
ganho, de qualidade.
4. Conclusões
Cada fase do primeiro ciclo PDCA na gestão do Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Civil da UFES ficou bastante clara no desenvolvimento deste trabalho e, dessa forma, foi
possível analisar exatamente as ações tomadas, suas motivações e resultados, evidenciando a
cultura de melhoria contínua implantada na organização.
Assim, a partir da análise dos gráficos da pesquisa de satisfação é possível destacar as
melhorias alcançadas e os pontos que demandam um novo estudo e novas ações de
aprimoramento, de forma que essa avaliação auxiliará na criação de um plano de ação para o
próximo ciclo PDCA. Além disso, a última avaliação do curso feita pela CAPES evidenciou
vários pontos em que é preciso melhorar, sendo o principal deles o número de publicações dos
membros. Porém, a maior virtude do PPGEC hoje é a vontade de melhorar desenvolvida em
cada um dos que estão envolvidos no programa. Um bom ambiente de trabalho é essencial
para que se alcance a qualidade.
Analisando a diferença que a aplicação do ciclo PDCA trouxe à gestão administrativa do
PPGEC, percebe-se que é preciso muita disciplina para manter os resultados que já foram
atingidos e que o Programa encontra-se agora no caminho certo, objetivando um serviço de
excelência que acarretará no resultado maior: o aumento do conceito do curso frente ao
Ministério da Educação (MEC).
5. Referências bibliográficas
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