Elmo Molica Júnior
ANÁLISE TÉCNICO-TÁTICA DAS COPAS DO MUNDO DE FUTEBOL EM 2002, 2006 e 2010
Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG
2011
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Elmo Molica Júnior
ANÁLISE TÉCNICO-TÁTICA DAS COPAS DO MUNDO DE FUTEBOL EM 2002, 2006 e 2010
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Treinamento Esportivo da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Treinamento Esportivo.
Orientador: Prof. Dr. Pablo Juan Greco
Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG
2011
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Dedicatória
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que me iluminou em cada pensamento,
consulta e escrita. A minha querida esposa (Ana Paula) que sempre foi e será minha
companheira, minhas irmãs (Juliana e Daniela), também a meus pais (Elmo e Maria
Francisca) que desde cedo me incentivaram nos estudos e em tudo que decidi fazer, e
ainda a meus dois filhos (Arthur e Luca) que chegaram nos dias da conclusão deste
trabalho e me dão força para superar cada obstáculo da vida e fazer com que eu lute a
cada dia.
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Epígrafe
―Futebol se joga no estádio? Futebol se joga na praia,
futebol se joga na rua, futebol se joga na alma.
A bola é a mesma forma sacra, para craques e
pernas de pau, mesmo a volúpia de chutar,
na delirante Copa do Mundo ou no árido espaço
do morro, são vôos de estátuas súbitas,
desenhos feéricos, bailados. De pés e troncos
entrançados, instantes lúdicos: flutua o jogador,
gravado no ar- afinal, o corpo triunfante
da triste lei da gravidade‖
(Carlos Drummond de Andrade)
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Agradecimentos
O primeiro agradecimento deve ser destinado ao nosso pai, o pai que está no céu e
nos conduz a caminhos de sucesso. Foi Ele que colocou na minha vida está pessoa
maravilhosa que é minha esposa (Ana Paula), que me acompanha em todos os
momentos, que é guerreira e me incentiva nesta caminhada e que me deu a maior
felicidade de todas, o privilégio de ser pai, ainda mais de dois ao mesmo tempo,
obrigado minha pequena. A minha família que me proporcionou momentos de
aprendizado a cada dia, além de minhas irmãs devo citar meu pai e minha mãe em
especial, que vieram do interior para trabalhar em Belo Horizonte, ainda menores de
idade e construíram uma família maravilhosa, que com toda dificuldade fizeram de tudo
para nos oferecer o melhor da educação e respeito.
Não posso deixar de citar o futebol, que me oportunizou conhecer o mundo, pessoas,
culturas, crescimento como ser humano e que hoje me oferece também a oportunidade
de aprender no meio acadêmico, pois se não fosse por ele não estaria inserido no
aprendizado teórico e científico que os estudos oferecem. Também agradeço a todos
professores da graduação e especialização pelos ensinamentos e em especial ao
Professor Pablo Juan Greco pela orientação e conselhos.
A todos, o meu muito Obrigado!
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LISTA DE FIGURAS, QUADROS E GRÁFICOS
Figura 1: Classificação dos esportes de cooperação/oposição.............................
Quadro 1: Análise descritiva de gols á favor da Copa do Mundo de 2002..........
Gráfico 1: Distribuição de gols do Brasil em 2002.................................................
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48
50
Figura 2: A dimensão estratégico-tática.................................................................
Quadro 2: Análise descritiva de gols á favor da Copa do Mundo de 2006...........
Gráfico 2: Distribuição de gols da Alemanha em 2002..........................................
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48
50
Figura 3: Sistema de jogo de 1930 e WM inglês....................................................
Quadro 3: Análise descritiva de gols á favor da Copa do Mundo de 2010...........
Gráfico 3: Distribuição de gols da Itália em 2006...................................................
35
48
51
Figura 4: Sistema de jogo da Hungria 1954 e Brasil 1962.....................................
Quadro 4: Análise descritiva de gols sofridos da Copa do Mundo de 2002..........
Gráfico 4: Distribuição de gols da França em 2006...............................................
35
49
52
Figura 5: Evolução dos sistemas de jogo 1970 e 1974..........................................
Quadro 5: Análise descritiva de gols sofridos da Copa do Mundo de 2006..........
Gráfico 5: Distribuição de gols da Espanha em 2010............................................
36
49
52
Figura 6: Sistemas utilizados na década de 80 e 90..............................................
Quadro 6: Análise descritiva de gols sofridos da Copa do Mundo de 2010..........
Gráfico 6: Distribuição de gols da Holanda em 2010............................................
37
49
53
Figura 7: Evolução dos sistemas de jogo a partir do ano 2000............................
Quadro 7: Número de faltas, cartões dos finalistas do mundial 2002....................
Gráfico 7: Porcentagem dos gols dos campeões e vices......................................
37
54
55
Figura 8: Sistema de jogo utilizado pelo Brasil, Copa do Mundo 2002..................
Quadro 8: Número de faltas, cartões dos finalistas do mundial 2006....................
Gráfico 8: Porcentagem do total de gols do três mundiais.....................................
39
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56
Figura 9: Sistema utilizado pela seleção alemã, Copa do Mundo 2002................
Quadro 9: Número de faltas, cartões dos finalistas do mundial 2010....................
Gráfico 9: Porcentagem de faltas dos campeões e vices......................................
40
54
56
Figura 10: Sistema de jogo utilizado pela Itália, Copa do Mundo 2006.................
Quadro 10: Número total de faltas e cartões durante os três mundiais.................
41
54
7
Gráfico10: Porcentagem de cartões dos campeões e vices.................................. 57
Figura 11: Sistema de jogo utilizado pela França, Copa do Mundo 2006.............. 42
Figura 12: Sistema de jogo utilizado pela Espanha, Copa do Mundo 2010........... 43
Figura 13: Sistema de jogo utilizado pela Holanda, Copa do Mundo 2010........... 44
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SUMÁRIO
RESUMO..............................................................................................................
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................
1.1 História do futebol....................................................................
1.2 História do Futebol no Brasil....................................................
1.3 História das Copas do Mundo..................................................
1.4 Objetivo Geral...........................................................................
1.4.1 Objetivo Específico ...............................................................
1.5 Justificativa................................................................................
2. REVISÃO DE LITERATURA...........................................................................
2.1 Características do Jogo............................................................
2.1.1 Resistência............................................................................
2.1.2 Força.....................................................................................
2.1.3 Velocidade............................................................................
2.1.4 Flexibilidade...........................................................................
2.1.5 Coordenação.........................................................................
2.1.6 Mobilidade...........................................................................
2.1.7 Fatores psicológicos..............................................................
2.1.8 Classificação do jogo.............................................................
2.1.9 Tática....................................................................................
2.1.10 Técnica................................................................................
2.1.11 Variáveis decisivas..............................................................
2.1.12 Sistemas táticos..................................................................
2.1.13 Evolução dos sistemas táticos............................................
3. METODOLOGIA..............................................................................................
3.1 Caracterização do estudo..........................................................
3.2 Amostra....................................................................................
3.3 Variáveis ..................................................................................
3.4 Instrumento para coleta de dados ............................................
3.5 Procedimento de coleta de dados.............................................
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46
46
46
47
47
9
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................
4.1 Análise dos resultados..........................................................
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................
REFERÊNCIAS.................................................................................................
48
55
59
61
10
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo realizar uma analise técnico e tática das
trajetórias dos seis últimos finalistas das três últimas Copas do Mundo de futebol
(2002, 2006 e 2010). Descrevendo, explicando e documentando o número de gols,
faltas e cartões aplicados durante todo o torneio, ainda analisando os sistemas de
jogo de cada seleção, além da distribuição de gols por funções dos atletas em
campo. A importância deste estudo se relaciona com a importância que se outorga
do maior evento futebolístico do mundo. Sua análise revela a evolução de
determinadas variáveis e possibilita contribuir para uma oferta de informações
técnico-táticas aos profissionais e pessoas envolvidas com o futebol. Utilizou-se
dados do índice técnico pesquisados no site da FIFA e do trabalho de Ribas (2010),
além dos jogos finais analisados em dvd. Foram analisadas e pesquisadas 39
partidas, além de catalogar o número total de gols, faltas e cartões dos mundiais de
2002, 2006 e 2010. Conclui-se que teve um decréscimo no número de gols do
mundial de 2002 para o de 2010, mas não detectou-se qualquer relação com a
diminuição dos gols com o número de faltas, pois as mesmas diminuíram do primeiro
mundial analisado para o último, ocorrendo um aumento somente no mundial de
2006. Mas observou-se um aumento no número de cartões aplicados mesmo com a
diminuição no número de faltas, talvez pelos árbitros terem aumentado o rigor na
punição das infrações ou pelas faltas cometidas terem sido mais rigorosas em vista
do aumento das disputas.
Palavras Chave: Copa do Mundo de futebol, gols, faltas, técnica, tática.
11
ABSTRACT
The purpose of this study was to do a technical and tactical analysis of the course of
action of the last 6 final competitors of the three last Football World Cups (2002 – 2006
– 2010). It describes, explains and documents the amounts of goals, fouls and cards
delivered during all the tournament, still analyzing the game systems of each selected
team, in addition to the distribution of goals according to the athletes´ functions in the
playing field. The importance of this study is related to the importance that is given to
the world greatest football event. Its analysis shows the evolution of certain variable
features and makes it possible to contribute for the offer of some technical and tactical
information to the professionals and other people related to football. Data from the
technical index researched in Fifa´s site and from the Ribas’s work (2010), besides the
final games analyzed in DVD were used. 39 matches were analyzed and researched
and also the total number of goals, fouls and cards from the world tournaments of
2002, 2006 and 2010 were catalogued. It is concluded that in the World Cup
tournament there was a decrease in the number of goals from 2002 to 2010. However,
no relation was detected between the decrease of goals and the amount of fouls
because the last ones diminished from the first world tournament that was analyzed up
to the last one. There was an increase only in the 2006 tournament. It was observed
that the number of cards that were delivered increased even with the decrease in the
number of fouls maybe because the referees have raised the punishment level of the
infringements or because the fouls that were committed have been severer, compared
to the higher number of games.
KEY WORDS: football world cup, goals, fouls, techniques, tactics
12
1 - INTRODUÇÃO
1.1 HISTÓRIA DO FUTEBOL
O futebol é um esporte apaixonante, ele exerce um fascínio inexplicável na
população, sendo ele capaz de reunir e igualar as classes sócio-econômicas mais
desenvolvidas, com as menos favorecidas. Busca-se uma explicação do gosto do
brasileiro pelo futebol, alguns entendem que pela facilidade de praticá-lo, outros que é
a maneira mais rápida de se obter o sucesso profissional, mas a maioria pratica-o
simplesmente por amá-lo. Uma breve análise de como este esporte surgiu mostra sua
grandeza, busca-se a origem do seu aparecimento e conseqüentemente sua evolução.
Pela paixão que o futebol desperta no público algumas controvérsias sobre as
primeiras práticas deste desporto geram incertezas sobre seu surgimento. A China é
dita como o berço do futebol, mas coube aos ingleses a verdadeira fama sobre sua
criação.
Destaca-se ainda o surgimento de um esporte na Grécia antiga, onde gregos jogavam
bola com bexiga de boi, coberta com uma capa de couro, era chamado EPYSKIROS.
Romanos praticavam um esporte com bola chamado HARPASTUM. Na França o jogo
de bola era conhecido como SOULE, e na Itália o CALCIO eram os jogos que
predominavam, mas com um conteúdo de muita violência no jogo. A grande transição é
quando esse esporte atinge as Escolas Superiores e a Corte inglesa. Desta forma o
jogo começa a ser organizado, com jovens ingleses deixando de lado esportes
preferidos, como a esgrima e a caça, passando a praticar o futebol. Como lembra
Giulianotti (2002), estes jogos de bola eram praticados em condados ingleses e
escoceses a partir do século XIII como passatempo do povo em dias santos. Na
Inglaterra, o jogo ganhou regras diferentes, foi organizado e sistematizado. Segundo
Duarte (1997,p.3), em 1660 começam as regulamentações, principalmente quanto ao
número de participantes. Define-se também o tamanho do terreno de jogo (80 por 120
metros), surgem os gols, que eram dois postes com largura de um metro. Cada
contexto histórico que envolve o futebol proporciona polêmicas quanto ao seu
13
surgimento. Duarte (1997, p.6), lembra que a partir de 1840, o esporte foi introduzido
nas Escolas Públicas inglesas, sendo um ponto importante para analisar sua
popularização e seu desenvolvimento na Inglaterra. Os ingleses, contudo, adotaram o
futebol como seu esporte principal na era Vitoriana, quando a rainha Vitória estava no
poder e deu ao país anos de paz e desenvolvimento econômico (DUARTE,1997,p.7).
Um fato importante consiste na fundação da International Football Association Board
em Londres em 1886, sendo ela a responsável em manter, modificar e harmonizar as
regras do jogo (DUARTE,1997,p.6). E em 1904 surge a FIFA (Fédération Internationale
Football Association), (DUARTE,1997,p.5).
1.2 HISTÓRIA DO FUTEBOL NO BRASIL
A história do futebol no Brasil pode ser divida em diferentes períodos. Levine
(1982, p. 23), utiliza a seguinte estruturação: (a) primeira fase (1894-1904), (b) fase
amadora (1905-1933), (c) fase do profissionalismo (1933-1950), (d) fase do
reconhecimento internacional e da comercialização do futebol (1950 até dias atuais).
Neste estudo não se objetiva narrar historicamente passo a passo a chegada do futebol
no Brasil, mas apresentar rapidamente como o esporte se difundiu no país. A primeira
fase é marcada pela chegada do futebol ao país e a criação de clubes urbanos por
imigrantes europeus. O futebol surge no Brasil no final do século XIX, quando o inglês
Charles Miller retorna da Inglaterra em 1894, trazendo consigo materiais próprios desse
esporte: bolas, camisas, calções e chuteiras. É Charles Miller quem introduz o futebol
no Brasil, inicialmente no estado de São Paulo, entre os jovens da elite paulistana. O
futebol aparece como elemento da modernidade, ―uma novidade moderna e elegante‖,
sendo praticado por ingleses nas fábricas e nos colégios (PEREIRA, 2000, p. 16). O
futebol era praticado nos colégios de elite paulistas e nos cariocas Alfredo Gomes e
Anglo-brasileiro (CALDAS, 1990, p. 23).
Com a modernização e profissionalização do futebol, as regras e competições
foram regularizadas e ampliadas mundialmente, mas o estilo do brasileiro jogar foi se
consolidando e encantando o mundo, principalmente após a Copa do Mundo de 1950
realizada no Brasil, onde os olhos do mundo se voltaram a beleza plástica das jogadas
14
dos atletas. Segundo Rodrigues Filho (1964), foi o futebol, feito de magia, dribles, ginga
e improviso que construíram a identidade do nosso futebol, conhecido por todos como
futebol arte. O futebol brasileiro é intuitivo, artístico, espetáculo, natureza, individual,
dom, agilidade, habilidade, malandro, improvisado, jogo dionisíaco, barroco, futebol
arte (DAMO, 2002, p.125).
Deve-se citar a fase da modernização, podendo ser datada de 1970 aos dias
atuais. Caracteriza-se pelo crescimento de recursos financeiros no futebol, aumento do
nível salarial de atletas, a televisão investindo grandes somas para transmissão ao vivo
dos jogos, conseqüentemente o aumento de patrocinadores. Com a busca cada vez
maior por resultados, os treinadores e preparadores físicos são mais valorizados e
ocorre o aparecimento de outros profissionais envolvidos neste processo, como:
fisioterapeutas, médicos, nutricionistas, psicólogos, gerentes, assessores de imprensa
para clubes e jogadores, que dedicam seu tempo para atletas, além dos agentes de
jogadores, conhecidos como ‖empresários‖, que administram a carreira de cada atleta.
A modernização do futebol possibilitou a comercialização do espetáculo futebolístico, a
introdução da publicidade ao redor do gramado e nas camisas dos times. A mudança
no estilo brasileiro de jogar tornou-se mais evidente nesse período, especialmente
quando os clubes e a seleção nacional adotaram novos métodos de treinamento,
dando ênfase à preparação física e à armação tática das equipes em campo. Como
Lembra Rodrigues (2004), podemos aludir aqui ao futebol-força, ou futebol científico,
ambas as conseqüências da crescente comercialização do futebol, que foram adotados
no Brasil pela maioria dos clubes.
15
1.3 HISTÓRIAS DAS COPAS DO MUNDO
Através da consulta a informações em meios virtuais e online, observa-se que o
ano de 1930 representou o nascimento do futebol mundial porque no Uruguai, foi
realizada a primeira edição da Copa do Mundo da FIFA. O torneio foi disputado por
apenas 13 equipes. Todas elas participaram da competição a convite, já que não houve
eliminatórias. Os anfitriões uruguaios levaram a melhor, erguendo pela primeira vez o
cobiçado troféu. Quatro anos mais tarde, na Itália, o interesse pelo torneio seria muito
maior. Tanto é verdade que 32 países participaram de uma fase eliminatória para
definir os 16 participantes da segunda edição da Copa do Mundo da FIFA. Mais uma
vez, o país anfitrião conquistou o título. A terceira edição da Copa do Mundo da FIFA
aconteceu em 1938 na França. Os anfitriões conseguiram chegar às quartas de final,
mas foi só. A Itália destruiu os sonhos franceses e sagrou-se bicampeã mundial em 19
de junho de 1938. Por causa da Segunda Guerra Mundial, uma nova edição do torneio
mais importante do planeta só se realizaria em 1950. Em homenagem ao presidente da
FIFA, Jules Rimet, que não mediu esforços para manter vivo o espírito do futebol
durante os anos da guerra, o troféu passou a ser chamado Taça Jules Rimet. Em 1950,
mais uma vez apenas 13 seleções marcaram presença no Brasil. Depois de uma etapa
classificatória, a fase final acabou sendo disputada por Brasil, Suécia, Espanha e
Uruguai. Bastava um empate para a Seleção se tornar campeã mundial, mas o Uruguai
virou em cima do Brasil e venceu o jogo em pleno Maracanã por 2 a 1 diante de um
público oficial registrado em 199.954 pessoas. A Copa do Mundo da FIFA 1954 foi um
sucesso até então inigualado. Pela primeira vez se inscreveram no torneio equipes da
Ásia e África. A competição de 1958, na Suécia, revelou um garoto de 17 anos
chamado Pelé que ajudou o Brasil a conquistar a Taça Jules Rimet pela primeira vez.
Também pela primeira vez, os jogos receberam cobertura televisiva internacional.
Quatro anos mais tarde o Brasil se tornaria bicampeão no Chile antes que, em 1966,
novamente um país anfitrião conquistasse o título. A Inglaterra, nação que deu origem
ao futebol, finalmente levantava a taça. Em 1970, os brasileiros, festejaram o seu
terceiro triunfo e ganharam a posse definitiva da Taça Jules Rimet. A grande novidade
do torneio realizado no México foi a transmissão em cores para o mundo todo. Em
16
1974, a Alemanha conquistou em casa a nova Taça do Mundo FIFA. Uma grande
nação do futebol, até então pouco citada, daria a volta por cima em 1978. A Argentina
não apenas recebeu as melhores seleções do mundo como pôde, finalmente, festejar o
seu tão esperado primeiro título mundial. Quatro anos mais tarde, 24
países compareceram à edição da Espanha, mas a Holanda, vice-campeã em 1974 e
1978, não se classificou. O que Pelé é para o Brasil, sem dúvida nenhuma, Diego
Maradona é para a Argentina. Foi ele quem levou a Albiceleste ao seu segundo título
em 1986 no México e para a grande final de 1990 na Itália, novamente contra a
Alemanha. Foi a seleção alemã que, sob o comando de Franz Beckenbauer,
conquistou o tricampeonato, como já haviam feito anteriormente o Brasil e a Itália. Na
edição de 1994, 147 países participaram das eliminatórias para o Mundial dos Estados
Unidos — nunca antes na história tantas nações se inscreveram. Vinte e quatro
equipes se classificaram para o torneio e pela primeira vez a final foi decidida nos
pênaltis. O Brasil levou a melhor sobre a Itália e se tornou o primeiro país a conquistar
o troféu pela quarta vez. Os recordes foram sendo quebrados nos anos seguintes: a
16ª edição da Copa do Mundo da FIFA, em 1998 na França, foi até então o maior
torneio de todos os tempos. Participaram da competição 32 países e o craque do
torneio foi Zinedine Zidane, que deu à França o primeiro título mundial do país com
uma vitória sobre o Brasil na decisão. Graças ao pentacampeonato conquistado na
edição da Coreia do Sul e do Japão em 2002, o Brasil pode afirmar que é o único país
do mundo a ter levantado a taça em todos os continentes onde o torneio foi disputado.
Em 2006, a Itália derrotou a anfitriã Alemanha na semifinal e foi a Berlim disputar a
decisão com a França. Após a cobrança de pênaltis, os italianos acabaram vencendo e
conquistando o seu quarto título. Em 2010, pela primeira vez, a maior competição do
futebol mundial foi disputado no continente africano e também pela primeira vez a
Espanha conquistou o título mundial.
Desta forma busca-se uma relação com toda história e evolução do futebol ao
decorrer dos anos. Relaciona-se o futebol tático, técnico, físico e ciêntífico com todos
processos evolutivos. Os jogos se tornam mais estudados e variáveis específicas do
jogo são mais treinadas e decisivas. Identifica-se o futebol como um fenômeno que
17
envolve multidões que atrai cada vez mais os olhares do público, patrocinadores e a
mídia. Estudos que envolvem este desporto revelam uma busca por detalhes e
evidências que auxiliem, tantos os profissionais envolvidos no processo, como para um
simples torcedor e aficcionados pelo futebol.
1.4 OBJETIVO GERAL
- Analisar a trajetória técnico-tática dos seis últimos finalistas da Copa de Mundo de
futebol FIFA (2002, 2006 e 2010).
1.4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Avaliar as variáveis que interferem como fatores decisivos nas Copas do Mundo de
2002, 2006 e 2010.
- Fazer uma análise descritiva dos níveis de rendimento técnico e tático entre os seis
últimos finalistas da Copa do Mundo de futebol.
1.5 JUSTIFICATIVA
Somente a Copa do Mundo de futebol, que ocorre de quatro em quatro anos tem
a capacidade de parar um país em dias de jogo da seleção. No Brasil, Mascarenhas et
al. (2004) descrevem que para milhões de brasileiros o calendário futebolístico é um
elemento balizador que contribui para demarcar o tempo da vida cotidiana. Durante a
Copa do Mundo, jornais, revistas, televisões, enfim, todos os meios de comunicação
dedicam a maior parte do seu tempo ao futebol. Não surpreende que na mente da
grande maioria dos brasileiros, a primeira imagem bem sucedida ao se ouvir o hino
nacional é a da seleção brasileira de futebol postada solenemente no gramado
(MASCARENHAS, 2004, p. 88). Da Matta (1982) cita que as profundas desigualdades
na sociedade brasileira oportunizam ao futebol condições ímpares de aglutinação das
diferentes camadas sociais, atuando como poderosa ―máquina de socialização‖. A
igualdade que se observa nestes momentos leva a certeza que o futebol é um
18
fenômeno artístico, cultural e social, que encanta milhares de pessoas. Não há dúvidas
que durante a realização da Copa do Mundo, o combalido espírito patriótico emerge e
se agiganta, colorindo os espaços públicos e mobilizando a sociedade em todos os
níveis (MASCARENHAS, 2004).
O estudo direcionado ao futebol e principalmente a aspectos relacionados a Copa do
Mundo torna-se de interesse para uma maior verificação do que se define um campeão
do mundo. Avalia-se a grande participação dos componentes físicos, técnico, táticos e
psicológicos que contribuem ou não para o sucesso. Uma movimentação correta na
hora do passe decisivo, uma finalização bem executada, uma tomada de decisão
acertada no momento de definir qual jogada executar, todos os detalhes podem fazer a
diferença, principalmente quando a evolução tecnológica atingiu um patamar onde
estes detalhes se tornam ainda mais importantes. Treinadores e jogadores observam
cada vez mais as características dos adversários, tornando o jogo cada vez mais
estudado e detalhado. Através da análise das variáveis deste estudo pôde-se alcançar
o objetivo desta pesquisa. Observa-se desta forma como os sistemas de jogo
evoluíram e se tornaram mais estudados e treinados. Como as equipes tendem a ser
mais defensivas ou ofensivas em determinados momentos do jogo, sendo assim os
gols podem aumentar ou diminuir. Além de um estudo sobre o jogo mais pautado em
marcações individuais e mais consistentes, o que leva a necessidade da melhora nas
capacidades físicas, técnica, tática e psicológica dos atletas. Desta maneira, é de
grande relevância estudar elementos técnico-táticos que possam definir uma partida,
busca-se desta maneira evidências que possam auxiliar técnicos e estudiosos do
futebol o aperfeiçoamento de suas análises, treinamento e táticas utilizadas.
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2- REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CARACTERÍSTICAS DO JOGO
O futebol é apaixonante, envolve multidões. Sendo ele fácil e barato de jogar,
sinal de oportunidades iguais, o futebol tem sido considerado por muitos especialistas
como um ritual de maior substância da ―cultura das multidões‖ no Brasil e metáfora
privilegiada de nossas estruturas básicas‖ (Da Matta, 1982). O futebol profissional é um
esporte de alto nível e traz consigo momentos que envolvem vários aspectos, por
exemplo, fatores fisiológicos, psicológicos e cognitivos. Na medida que transcorre um
jogo se desenvolvem variações nas exigências físicas, técnicas, táticas e psicológicas.
Assim é necessário que o atleta defina sua forma de participação em uma determinada
jogada. Alguns fatores relevantes devem ser analisados, como o nível técnico,
conhecimento tático e mecanismos cognitivos dos atletas envolvidos, segundo
WEINECK (2000,p. 15), um conceito tático só e executável sobre os alicerces de uma
base técnica, condição física, capacidades volitivas (dependentes da força de vontade)
e intelectuais compatíveis. Portanto ocorre uma interdependência destas capacidades.
Bangsboo (1992) citado por Rebelo (2004) fala que um jogador pode percorrer uma
distância de 13-14 Km, com uma frequência cardíaca média de160-170 batimentos por
minuto, no qual a perda de água corporal pode atingir 3-4 litros, desta forma uma
preparação que envolve todas as capacidades é fundamental. O futebol é
caracterizado como sendo uma atividade predominantemente aeróbia, mas
mecanismos anaeróbios também definem determinadas ações e para o sucesso dos
jogadores de hoje é necessário que haja grande potência anaeróbia. Segundo Aoki
(2002, p.45) capacidade física é o potencial anátomo-fisiológico que o atleta possui.
Cabe ao profissional responsável, utilizar métodos de treinamento e controle para que
o treinador possa usufruir deste atleta em sua plenitude física.
20
2.1.1 RESISTÊNCIA
A resistência no futebol é uma necessidade, pois partidas de alto nível
demandam uma reserva energética satisfatória para suportar a intensidade do jogo,
entende-se como ―resistência‖ a capacidade geral psicofísica de tolerância á fadiga em
sobrecargas de longa duração, bem como a capacidade de uma rápida recuperação
após estas sobrecargas (WEINECK, 2000,p.23).
A resistência é a capacidade psicofísica do esportista, de suportar a fadiga ou de
recuperar-se rapidamente do esforço físico (GRECO; BENDA, 1998, p.37).
Hollman & Hettinger (1976, citado por Greco; Benda,1998), classificam a
resistência de acordo com a massa muscular envolvida, a forma de ganho de energia e
ao tipo de trabalho da musculatura:. Conforme a quantidade de massa muscular,
resultam duas formas diferentes de expressão desta capacidade. Resistência geral:
independente do esporte praticado na qual participa mais de 1/6 ou 1/7 da musculatura
no exercício; Resistência especial ou resistência localizada: Orientada para um tipo
especial de esporte, participando de 1/3 da musculatura total do corpo, no exercício.
Em relação ao ganho de energia, observam-se duas formas diferentes de utilização:
Aeróbia: o oxigênio disponível na célula é suficiente para combustão oxidativa;
anaeróbia: o suprimento de oxigênio não é suficiente para combustão oxidativa, o que
leva a uma mobilização de energia através de vias anaeróbias lática e alática. Para o
jogador de futebol, deve-se desenvolver e treinar a resistência em suas formas de
manifestações, pois as exigências especificas do jogo requerem um alto grau de
desenvolvimento das mesmas.
21
2.1.2 FORÇA
Assim como a resistência, a força tem características determinadas
fundamentalmente pelos processos energéticos, assim como lembram Greco; Benda
(1998, p.37). O treinamento de força tem papel fundamental na execução de tarefas
esportivas. Weineck (1989) citado por Greco; Benda (1998) classifica a força muscular,
baseando-se na especificidade da ação muscular, em força geral e especial. A força
geral é entendida como a ―força de todos os grupos musculares‖, e força especial
compreende o ―desenvolvimento da força em grupos musculares específicos‖. A força
máxima pode ser gerada por um músculo ou por um grupo muscular, é comum a
pratica na avaliação dos programas de treinamento (POWERS, HOWLEY, 2000,
p.385). O treino de força no futebol visa prioritariamente os membros inferiores, que
desenvolvidos de maneira ideal à faixa etária, proporciona ao jogador de futebol uma
performance ideal para exercer as demandas de um jogo, como força no chute, saltos,
capacidades de aceleração, entre outros, porém não podemos deixar de lembrar que a
força não beneficia somente as demandas citadas acima, mas também aos
fundamentos e habilidades exigidas.
Segundo Aoki (2002, p.54) deve-se observar os limites de carga para não
provocar o aumento excessivo da massa muscular, que inevitavelmente conduzira a
lesões articulares. Como lembra Weineck (2000, p.188.), o jogador de futebol necessita
da qualidade física força em vários aspectos, como na elevação da performance
específica do futebol, como profilaxia de lesões e no treinamento de força como
profilaxia para musculatura responsável pela manutenção da postura.
2.1.3 VELOCIDADE
Para acompanhar o desenvolvimento do jogo deve-se destacar a velocidade,
pois com o avanço no treinamento das capacidades físicas ligadas ao futebol a
velocidade pode ser fator preponderante a definição de determinadas ações no jogo.
De acordo com Powers; Howley (2000), a velocidade é a qualidade física que permite
realizar uma ação em um menor tempo possível.
22
Segundo Greco; Benda (1998, p.37), a velocidade é uma terceira capacidade motora,
sendo ela intermediária, pois está ligada tanto a processos de condução do sistema
nervoso central, quanto a aspectos motores de consumo energético. A velocidade é
classificada como ―capacidades mistas‖, juntamente com a flexibilidade, pois ambas
tem fortes inter-relações, tanto com as capacidades motoras, quanto com as
coordenativas (GRECO; BENDA, 1998,p.51).
Com isso a velocidade de deslocamento dentro do campo de jogo em zonas
desocupadas pode surpreender a equipe adversária e segundos podem fazer a
diferença em uma definição de jogada. Tanto no ataque como também na defesa a
velocidade decide freqüentemente entre a vitória e a derrota. (WEINECK, 2000).
2.1.4 FLEXIBILIDADE
Apesar de polêmicas quanto ao treino da flexibilidade deve-se citá-la, sendo ela
indispensável á prática esportiva (GRECO; BENDA,1998, p.51). BLANKE (1994 citado
por Greco; Benda,1998) define flexibilidade como a habilidade em mover as
articulações do corpo, utilizando a amplitude de movimento (ADM), para qual foram
projetadas. Para se trabalhar a flexibilidade deve-se realizar alongamentos, que são
conjuntos de técnicas utilizadas para se manter ou se aprimorar os graus de amplitude
de movimento de uma articulação ou conjunto de articulações, de maneira segura e
eficaz (GRECO; BENDA, 1998, p.52). Segundo WEINECK (2000, p.480) o
alongamento não deveria ser subordinado a nenhum ciclo anual, mas sim ser realizado
durante todo o ano e se possível diariamente, mas pode-se citar que não há
conclusões que o alongamento evita ou previne lesões.
Segundo (BARROS; GUERRA, 2004), é recomendado que onde haja deficiência
na flexibilidade dos atletas é onde se deve dar uma ênfase especial, principalmente aos
músculos posteriores da coxa e adutores.
23
2.1.5- COORDENAÇÃO
Para se realizar determinada tarefa objetiva-se controlar ou ajustar o movimento
de uma maneira ideal para sua execução, desta forma alcançar o sucesso na
realização de determinado movimento. Etimologicamente, coordenar significa ―ordenar
junto‖ e no esporte esta característica se agrega á função de harmonização dos
processos parciais do movimento (GRECO; BENDA, 1998,p.41). Defini-se ainda como
a capacidade de realizar movimentos de forma ótima, com o máximo de economia, de
esforços da mente e corpo proporcionando a combinação motora que permitira a
realização de uma série de movimentos com o máximo de eficiência e economia
(BARROS; GUERRA, 2004, p.34).
. A coordenação esta intimamente relacionada ao aspecto técnico. O jogador de
destaque na atualidade possui, além do preparo físico bem desenvolvido, a
coordenação evidenciada, e isto é demonstrado na qualidade técnica que os mesmo
possui (AOKI, 2002, P.73).
2.1.6 MOBILIDADE
A mobilidade é capacidade de realizar grande volume de movimentos
dependente da elasticidade dos ligamentos, dos tendões e músculos, bem como, do
estado do sistema nervoso central, que influenciam na capacidade muscular e
reguladora das funções da coordenação (GOMES, 1999, p.14). No futebol a mobilidade
também é uma capacidade importante, essencial nas articulações do tornozelo, joelho
e coxa-femural, que são as mais solicitadas na prática desse esporte, onde incidem o
maior número de lesões e traumas. Segundo Weineck (2000,p.480), a mobilidade é a
única qualidade física que alcança o seu ponto máximo já na infância e com o não
treinamento sofre piora.
O desenvolvimento ideal, quer dizer, adaptado as necessidades do jogo de
futebol, tem efeito complexo positivo sobre os fatores físicos responsáveis pela
performance, como a força, velocidade, entre outros (WEINECK, 2000, p.464). De 1990
até os dias atuais, a velocidade e a resistência são as capacidades físicas
24
determinantes para o êxito das equipes, seguidas pela força. A coordenação, que está
diretamente ligada aos aspectos técnicos, caiu para quarto lugar na lista das
prioridades e a mobilidade manteve-se em quinto lugar (GRECO ; BENDA 1998, p.36).
2.1.7 FATORES PSICOLÓGICOS
Cita-se também fatores psicológicos e de estresse que fazem parte do universo
do futebol. Declarações públicas ou privadas de jogadores, treinadores, dirigentes,
resulta a percepção de que cada vez mais freqüente outorgar fatores psicológicos um
papel destacado na determinação de resultados (FONSECA, 2004, p. 263). Um atleta
de futebol, mesmo de alto nível, é um simples ser humano e ao entrar em campo para
decidir uma Copa do Mundo, com bilhões de espectadores o observando e estando em
seus pés, a felicidade, mesmo que passageira, de uma nação inteira ele possivelmente
estará psicologicamente alterado. Nesta medida poderia se esperar que o treino das
competências psicológicas dos jogadores fosse uma das áreas mais privilegiadas pelos
treinadores (FONSECA, 2004, p. 263). Mesmo sabendo que ocorre ainda uma rejeição
dos esportistas em relação ao ―treinamento psicológico‖.
A Psicologia do Esporte no Brasil descobriu este fenômeno fascinante que é o
futebol, um jogo que mobiliza milhões de pessoas através de sua beleza, sua luta e
principalmente pelas suas emoções e paixões (GARGANTA,OLIVEIRA & MURAD apud
SAMULSKI & GRECO, 2004, p.271).
O estresse dentro do futebol engloba os atletas, treinadores, árbitros e por que
não dirigentes e torcedores. De Rose Jr. (1997 citado por Samulski & Greco, 2004),
relata em seu estudo que os sintomas mais freqüentes de estresse pré-competitivo,
são as preocupações com o resultado, medo de decepcionar as pessoas, medo de
cometer erros. Brandão (2002, citado por Samulski & Greco, 2004) revelou uma
pesquisa com atletas da Seleção Brasileira de futebol sub-21 e os fatores como, não
estar bem fisicamente, falta de preparo psicológico, falta de união do grupo, conflito
com treinador e companheiros, perder de goleada os afetam no período pré-
competitivo. Moreira (1995, citado por Samulski & Greco, 2004), relata que 53,84% dos
treinadores se sentiam estressados em sua profissão e que 61,54% dos treinadores se
25
sentiam mais estressados durante os jogos. Analisando estes dados deve-se dar uma
ênfase maior na parte psicológica dos atletas. Sendo que a capacidade, física, técnica,
tática e também a psicológica influenciarão diretamente no sucesso de equipes de
futebol.
2.1.8 CLASSIFICAÇÃO DO JOGO
Com base na proposta formulada por Moreno (1994) o futebol se encontra
dentro dos denominados jogos esportivos coletivos, que aponta que o processo de
treinamento e aprendizagem dos desportos deve ser realizado considerando-se três
fatores: as características do indivíduo, a estrutura do desporto e o planejamento
metodológico. Desta maneira, se o conhecimento da estrutura do desporto é um fator
determinante para o seu desenvolvimento, adota-se a classificação das modalidades
como ponto de partida para um estudo mais aprofundado das mesmas.
A) Desportos psicomotrizes ou individuais: o indivíduo atua sozinho, de maneira que
seu comportamento motor ou estratégia motriz não sofre interferência de outro
participante. Neste grupo, a técnica ou o modelo de execução tem um papel
prioritário, o que já não se pode dizer do comportamento estratégico do
participante. Ex.: natação, ginástica olímpica, atletismo, esqui e vela.
B) Desportos de oposição: a presença de outro indivíduo, na qualidade de
adversário, determina a ação, de maneira que a conduta dos participantes
apresenta objetivos opostos. A estratégia aqui está mais valorizada do que no
grupo anterior. Ex.: luta livre, karatê, judô e tênis.
C) Desportos de cooperação: a ação resultante ocorre entre dois ou mais
indivíduos, que atuam de maneira coordenada entre si e em mútua colaboração.
Na grande maioria dos desportos deste grupo, a técnica corresponde a modelos
26
já pré-determinados. Ex.: patinação artística (duplas), ginástica rítmica
(conjunto), natação e atletismo (revezamento).
D) Desportos de cooperação/oposição: são denominados assim os desportos onde a
ação é o resultado das interações dos participantes, produzidas de maneira que uma
equipe coopera entre si para opor-se à outra que, por sua vez, atua também em
cooperação para opor-se à primeira. As estratégias, junto com a comunicação, formam
o núcleo principal deste grupo.
Segundo a classificação de Moreno ( 1994), o futebol enquadra-se no grupo de
desportos de cooperação/oposição, onde os jogadores utilizam um espaço comum, o
campo, e mantêm uma forma de participação simultânea.
Desta forma, a perfeita harmonia, entre companheiros de equipe, análise da oposição,
ou seja, o adversário e situações de variáveis que ocorrem dentro do jogo contribuem
para um maior sucesso. Para se estruturar esta idéia o autor observou como cada
esporte utiliza o espaço, a relação entre os participantes, tanto o(s) companheiro(s) de
equipe e o(s) adversário(s), sendo esta relação importante se observarmos em outros
parâmetros. A partir do adversário que se enfrenta pode-se definir por determinada
tática, da mesma forma, pela característica de seu companheiro de equipe define-se
qual jogada realizar. Neste contexto, Moreno e Sanchez(1994) citado por Moreno
(1994) apresentam uma subdivisão dos desportos de cooperação/oposição,
onde as modalidades estão divididas conforme critérios de espaço e participação,
como podemos observar na Figura 1.
27
FIGURA 1 Classificação dos esportes de cooperação/oposição
Fonte: Moreno & Sanchez(1994) in Cafruni(2001, p.47)
A estrutura do desporto, relacionada aos jogos desportivos coletivos dependem
do seu companheiro de equipe, do adversário que está enfrentando e também do
ambiente onde está sendo realizado aquele jogo. Pode-se analisar que cada jogador
tem sua própria tomada de decisão, através de uma adaptabilidade tático-cognitiva e
que pode decidir por determinada jogada, sendo ela executada com sucesso ou não.
De acordo com o adversário que irá enfrentar pode-se definir por determinada tática,
mais ofensiva ou defensiva e também o local onde aquele jogo está sendo realizado.
No futebol observa-se cada vez mais está realidade, onde equipes se enfrentam
Espaço Participação
Comum Simultânea Alternada
Basquete
Handebol
Futebol
Hockei
Pelotas (duplas)
Squash (duplas)
Separado
Voleibol
Tênis (duplas)
Badminton (duplas)
CAI Companheiro – Adversário – Meio Ambiente
28
definindo previamente como jogar determinadas partidas. A participação simultânea e
no mesmo espaço, como observa-se no quadro, requer cada vez mais um
comportamento voltado a ações individuais e coletivas do jogo, fazendo com que se
conheça as características do companheiros de equipe, dos adversários além de
fatores ambientais para que se obtenha o melhor resultado possível.
2.1.9 TÁTICA
De acordo com Greco; Benda (1998, p.59) tática é o sistema de planos de ação
– delimitados pelo espaço-tempo e situação – que desencadeiam tomadas de decisão,
as quais objetivam a estruturação de ações motoras direcionadas à obtenção da meta
desejada. Desta forma ocorre uma análise da situação de momento, que provocará
uma ação sendo ela correta ou não, mas com intencionalidade de se obter um êxito.
Mutti (2003, p.177), define tática como uma forma racional e planejada de aplicar um
sistema e seus vários esquemas, a fim de combinar um jogo de ataque e defesa,
tirando proveito de todas as circunstâncias favoráveis da partida, com o objetivo de
dominar o adversário e conseguir a vitória. Com a evolução do futebol, treinadores tem
introduzido em suas equipes cada vez mais o aspecto tático, que aliado á condição
física, técnica e psicológica dos atletas tem transformado um jogo considerado simples,
em complexo, que deve ser cada vez mais detalhado e estudado por treinadores. A
complexidade que envolve cada movimento, sendo do companheiro de equipe ou do
adversário revelam a necessidade do aprofundamento neste campo de estudo, pode-
se pensar na variabilidade de jogadas dentro do jogo para surpreender o adversário e
mesmo se analisarmos pelo aspecto físico a equipe que não encontrar soluções ou
capacidade de resolver problemas com jogadas diferentes, poderá desgastar
fisicamente determinados atletas e se tornar previsível, sendo assim o conhecimento
tático de grande importância. Deve-se citar desta forma os conhecimentos declarativo e
processual para que atletas tenham conhecimento da modalidade que praticam. Chi e
Glaser (1980) citado por Giacomini & Greco (2008) afirmam que o conhecimento
processual verifica-se na ação motora em si, que solicita a utilização de processos
cognitivos necessários a execução da mesma, este conhecimento é utilizado em
29
momentos de tomada de decisão, selecionando o que será mais adequado naquele
momento. Já o conhecimento declarativo segundo McPherson (1999) citado por
Giacomini & Greco (2008), descreve que este conhecimento incluí uma seleção de
ações, além de definir o conhecimento de posições e estratégias da equipe. Segundo
Garganta (2002) a especificidade desportiva implica um conhecimento declarativo,
relacionado com o conhecimento das ações e um conhecimento processual com o
conhecer e como utilizar estas ações. A ação tática inteligente concretiza-se através de
um comportamento tático que se visualiza externamente a partir da execução técnica,
isto é, do conhecimento processual, automatizado e internalizado na memória, Greco
(2006) citado por Da Lapa (2009). O atleta observa as opções que lhe são disponíveis
naquela situação e através da utilização de sua técnica finaliza determinada jogada.
Costa, Garganta, Fonseca & Botelho (2002, v.2, p.8), cita que as ações táticas
distinguem-se das restantes ações desportivas, porque seu desenvolvimento dá lugar a
processos intelectuais muito mais alargados e qualitativamente superiores. Para se
alcançar objetivos dentro do jogo o treinador deve possuir atletas inteligentes e que
saibam tomar a decisão acertada para determinada jogada. O futebol está inserido nos
Jogos Esportivos Coletivos (JEC), onde ocorrem interações entre os atletas, observa-
se então que toda ação que um atleta realiza, nas diferentes situações de jogo com as
quais se defronta, tem uma finalidade tática, Pérez; Greco (2007, v.21,p.291). Dentro
da capacidade tática do futebol destaca-se as movimentações dos atletas dentro do
campo de jogo, o que oportunizará o seu companheiro lhe dar um passe em boas
condições. Neste contexto Giacomini e Greco (2008,v.8,p.128) citam que os jogadores
sem bola devem a todo instante procurar posições no campo nas quais possam
receber a bola de um companheiro, a fim de possibilitar a seqüência do mesmo:
transportar a bola para o objetivo, conseguir o espaço necessário para quando receber
a bola, definir a situação. Garganta (2002, citado por da Lapa, 2009) revela que o ato
tático no futebol desenvolve-se e realiza-se através de um complexo mecanismo que
engloba a percepção, a análise da situação, a decisão a tomar e a execução, sendo
assim o atleta deve ter uma capacidade de solucionar problemas em um curto espaço
de tempo, tendo atitudes táticas capazes de favorecer sua equipe. O atleta de futebol
deve saber qual decisão tomar em determinadas situações, formulando, organizando e
30
externando o que fazer, qual momento agir, o espaço que ele poderá utilizar para um
determinado passe ou antecipação de uma jogada e de que maneira executá-la.
Garganta (1997), adaptou a (figura 2) para estas tomadas de decisões, criando uma
situação dentro de determinada tática e o momento de executá-las, podendo alcançar
resultados positivos ou negativos.
_ +
Figura 2- A dimensão estratégico-tática, campo de configuração e território de sentido de tarefas do
jogador no decurso do jogo.
Fonte: Adaptação: Garganta,1997, p. 8
2.1.10 TÉCNICA
Além da parte tática, os elementos técnicos dos atletas são capazes de decidir
uma partida de futebol, um passe bem feito, um bom domínio da bola no momento
decisivo de fazer o gol e outras variáveis que podem fazer a diferença se executados
com precisão. A técnica é a interpretação, no tempo, espaço e situação, do meio
instrumental operativo inerente à concretização da resposta para solução de tarefas ou
problemas motores (GRECO; BENDA, 1998, p.55). Um padrão de movimento correto
no momento adequado, sendo ele eficiente, pode fazer com que a solução encontrada
tenha êxito e o objetivo seja alcançado. Segundo Bayer (1986) citado por Greco;
ESTRATÉGIA / TÁTICA
RESULTADO
SITUAÇÃO
O QUÊ
(OBJETIVO)
QUANDO (MOMENTO)
ONDE (ESPAÇO)
COMO (FORMA)
31
Benda (1998), a técnica individual representa todo repertório de gestos próprios da
especialidade esportiva. Quando um atleta economiza energia, sendo eficiente e
preciso, ele pode definir um jogo sem estar se desgastando erroneamente ou acima do
necessário e no final este detalhe pode ser um diferencial em uma decisão, como uma
Copa do Mundo.
O aprimoramento da técnica deve ser feito com treinamentos para que o
indivíduo seja capaz de utilizar estes recursos individuais para resolver problemas do
jogo. Capinussú & Reis (2004, p.92), citam os elementos técnicos no futebol que são:
passe, controle de bola, condução de bola, chute, drible, finta, marcação e
desmarcação, jogo de cabeça ou cabeceio e jogo do goleiro. Nenhum atleta é completo
e capaz de executar todos estes elementos sendo completamente eficiente em todos,
cada atleta tem sua característica específica, mas uma boa execução de determinados
fundamentos em certos momentos do jogo, podem levar a vitórias.
2.1.11 VARIÁVEIS DECISIVAS
O futebol de alto nível está sendo cada vez mais estudado pelo envolvidos no
processo, o futebol da era romântica deu lugar ao futebol científico, onde pequenos
detalhes podem representar o êxito ou fracasso em um jogo ou mesmo em uma
competição. Debate-se se o melhor é fazer o gol ou não sofrê-lo, com 1x0 á favor no
placar as equipes preferem se defender do que tentar o segundo gol, principalmente se
analisarmos os jogos de Copa do Mundo, uma competição rápida onde pequenos erros
afetam todo o planejamento e em certas circunstâncias afetam até o cotidiano do
cidadão, pelo envolvimento que alguns países tem com o futebol e a Copa do Mundo.
Observa-se cada vez mais um jogo pautado em marcações, poucas oportunidades de
gol, decididos muitas vezes no tempo extra ou decisão por pênaltis. Neste contexto
cita-se a seleção suíça que através de consulta por meios virtuais e online, verificou-se
que ela completou 394 minutos sem levar gol em Copas do Mundo, até o mundial de
2010, e este número aumentou, pois ela sofreu gol somente no segundo jogo da
32
competição da África do Sul/2010 contra a seleção chilena aos 30 minutos do segundo
tempo, completando então 559 minutos sem levar gol, quebrando o recorde que
pertencia a seleção italiana que era de 550 minutos. Em 14 edições da Copa do Mundo
jamais ocorreu decisão do título mundial em cobranças de pênaltis, a partir do mundial
do Estados Unidos em 1994 até a o mundial de 2010, ou seja, em cinco mundiais, a
competição foi decidida por duas vezes desta maneira, em 1994 e 2006 e no último
mundial a Espanha sagrou-se campeã com um gol aos onze minutos do segundo
tempo da prorrogação, ou seja, por pouco estes números não aumentam.
Alguns estudos e análises têm sido feitos para verificar a participação de
determinadas variáveis que possam interferir nos resultados dos jogos. Pode-se fazer
uma descrição do número de faltas durante os jogos e neste contexto Lamas e Borges
(2005, v.13,p.86) citam que o aumento das infrações faltosas e da indisciplina presente
nos campos pode estar funcionando como componente colaborador para diminuição da
beleza das jogadas e criatividade do jogador. A busca por resultados imediatos, a
manutenção de emprego, cobrança da torcida e mídia podem influenciar cada vez mais
este aspecto, sendo uma preliminar de pressão cidadã por vitórias. Como lembram os
mesmos autores citados, Lamas e Borges (2005,v.13,p.85), a falta tem sido um
expediente de defesa usual para neutralizar qualquer iniciativa ofensiva, e é ainda um
recurso tático mais amplo para parar as jogadas. Da mesma maneira como a falta pode
ser um artifício utilizado para coibir o futebol e as vitórias, verifica-se que muitas faltas
podem interferir de maneira negativa para as equipes indisciplinadas, pois várias in-
frações podem levar a expulsões e gols, tanto para tiros diretos a meta, pênaltis, como
jogadas treinadas e alçadas na área.
Para Roberto Carlos ex- lateral esquerdo da seleção brasileira:
―E gol de bola parada destrói, arrebenta qualquer
esquema de jogo‖(captado no site http://placar
.abril.com.br, de 28/10/10).
Este breve comentário de um dos maiores laterais da história de nosso futebol
demonstra que este aspecto relacionado e ocasionado por uma falta pode determinar
vitórias ou derrotas.
33
Nesta perspectiva observa-se um número crescente de análises que auxiliem
treinadores na busca da otimização de seus atletas, demonstrando através do
treinamento de campo, utilização de recursos visuais, como vídeos e datashow, como
proceder durante os jogos, sendo ofensivamente ou defensivamente. Garganta (2001,
citado por Barletta, 2009), refere-se que a análise de jogo possui diferentes fases que
vão desde a nomeação de acontecimentos, anotação dos dados e interpretação dos
mesmos. Seguindo este raciocínio aparece mais um profissional envolvido no processo
evolutivo do futebol, o estatístico.
Alguns estudos foram feitos sobre gols de bola parada (falta lateral, frontal,
pênalti, escanteio) no futebol em Copas do Mundo. Dentre os estudos está o de López
(1999), que verificou que no mundial de 1994 nos Estados Unidos ocorreram 32% de
gols desta forma, no mundial seguinte da França este número subiu para 34% e na
Copa do Mundo Coréia/Japão 2002 este número foi de 31%.
Evidentemente que gols acontecem das mais variadas formas, além dos gols de
bola parada, cita-se os gols com a bola em movimento, podendo ser chutes de dentro
ou fora da área de gol, cruzamentos na área seguidos de cabeceio, jogadas individuais,
gol contra sua própria meta, contra-ataque, que ocorre quando uma equipe recupera a
posse de bola e com movimentações e tomada de decisão acertada ocasionam vários
gols. Neste contexto, Saes, Jesus e Souza (2007, p.1288), citam que devido a grande
quantidade de ações técnicas em uma partida de futebol, alguns fundamentos tem sido
estudados de forma isolada, dentre eles o gol tem sido estudado de forma especial.
Muitos treinadores não retêm as informações necessárias para uma analisa mais
detalhada do jogo, desta forma se torna pertinente um estudo abrangendo estas
variáveis.
2.1.12- SISTEMAS TÁTICOS
As variações de sistemas táticos podem ocorrer por necessidade do jogo ou
mesmo para testar determinada tática. E tudo que se faz com o objetivo de vencer o
jogo é tática (DRUBSCKY, 2003, p.55).
34
Cada seleção ou equipe possui determinadas maneiras de jogar por isso
diferencia-se esquemas táticos de sistema tático. Sistema tático é o conjunto das
táticas que determinam as ações e características de uma equipe em campo
(DRUBSCKY, 2002,p.93). Desta forma adotam as numerações (4x4x2, 3x5x2) para
nomear quantos jogadores estão distribuídos em certas posições e funções. Como
lembra Drubscky (2003), o esquema tático é um elemento importante do sistema tático,
é uma movimentação de campo previamente determinada e treinada entre alguns
jogadores e setores da equipe. É importante salientar que estes sistemas podem e são
geralmente modificados durante os jogos e a dinâmica de cada sistema e dos
jogadores é que surpreende os adversários.
2.1.13- EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS TÁTICOS
Com a evolução do futebol foi inevitável que sistemas utilizados anteriormente
fossem perdendo espaço no futebol, pois o jogo tornou-se mais estudado, competitivo
e profissional. Alguns acham que o futebol regrediu como espetáculo pelo simples fato
de ter passado de um jogo extremamente ofensivo e cheios de gol para grandes
disputas de meio campo e poucos gols (DRUBSCKY, 2003, p.113). Mas está foi a
ordem encontrada com as cobranças feitas por torcedores, diretores de equipe e mídia,
que se importam com o resultado final, pois os altos investimentos não tem retorno por
uma grande jogada ou drible e sim por vitórias e títulos conquistados.
Com o passar dos anos a forma de posicionar os atletas em campo de acordo
com suas funções foi se modificando e de acordo com Ribas (2010, p. 490) estas foram
as evoluções detectadas em Copas do Mundo.
As figuras seguintes destacam os sistemas utilizados desde a Copa de 1930 no
Uruguai até a de 2010 na África do Sul.
35
Figura 3: Sistema de 1930 com 2 defensores, três meio campistas e cinco atacantes.
Nos dias atuais seria impossível imaginar um esquema nestes padrões, o
seguinte foi o revolucionário WM, com o recuo de um meio campista para defesa e
também o recuo de uma atacante para o meio campo, este sistema foi inovador e
preconizou sistemas que sã utilizado até hoje.
Figura 4: Hungria 1954 e Brasil 1962.
36
A seleção húngara de 1954 perpetrou uma das maiores inovações táticas,
manteve a linha de três defensores WM inglês com um atacante recuando para armar
jogadas e os pontas ficavam um pouco atrás dos outros atacantes, já o Brasil de 1962,
jogou em um clássico 4x2x4 e Zagallo inovou, sendo ele atacante recuava para auxiliar
a marcação no meio campo (RIBAS, 2010, p.491).
Figura 5: Evolução dos sistemas de jogo em 1970 e 1974.
Surge a figura do defensor que sai com qualidade para o ataque, denominado
líbero (livre, em italiano), desta forma as equipes atuavam em 4x3x3, com laterais
ajudando no apoio ao ataque, em 1974 ocorreu a maior revolução tática vista em
Copas do Mundo, o ―carrossel holandês‖, ninguém tinha posição fixa, todos se
movimentavam em campo (RIBAS, 2010, p. 492).
Este sistema holandês revolucionou o futebol, muitas vezes vários atletas
estavam posicionados em um setor do campo fazendo a marcação e quando
retomavam a posse de bola saiam rápido em contra ataque.
37
Figura 6: Sistema utilizados na década de 80 e 90.
No início dos anos 80, os treinadores passaram a flexibilizar a idéia que os
atacantes (pontas) só poderiam atuar pelos lados do campo, então surge a função dos
atacantes que atuavam mais centralizados e com apenas um mais aberto. Com a
necessidade de reforçar a marcação surge o 4x4x2, com o recuo de um atacante e o
meio campo formado por quatro atletas (RIBAS, 2010,p.493).
Figura 7: Evolução dos sistemas de jogo a partir do ano 2000.
38
A partir do mundial de 2002 observou-se uma volta ao sistema com três
zagueiros e que deu certo, a seleção brasileira conquistou o mundial, jogando no
3x5x2, mas muitas equipes variavam seus esquemas em 4x4x2 ou 4x5x1.
Já nas figuras seguintes destaca-se os sistemas utilizados pelos seis últimos
finalistas mundiais de futebol, mesmo sendo destacados brevemente acima observa-se
novamente com mais aprofundamento o que foi utilizado nas três últimas Copas.
Mesmo que momentaneamente ou inicialmente estes eram os desenhos formados
pelos atletas em campo. Pertinentemente estas equipes mantinham suas formações
iniciais, visto que as mesmas conquistaram seus objetivos, mas para experts ocorriam
mudanças dentro do jogo que na maioria das vezes não era percebida pela maioria do
público.
Na figura 8 observa-se a formação do selecionado brasileiro na Copa de 2002,
onde o sistema escolhido era 3x5x2. Este sistema é composto inicialmente por três
zagueiros com características bem definidas ―bons marcadores‖, o meio campo é
formado por cinco jogadores, sendo que dois atuam pelas alas do campo e os outros
três compõem a zona central do campo, já a frente é composta por dois atacantes
(MELO, 1999).
Nota-se que neste sistema de jogo pode-se utilizar no meio campo dois
jogadores com maiores características de marcação e apenas um armador de jogadas,
o Brasil jogou desta forma, com dois volantes mais recuados tendo a função de
marcadores e de fazer a cobertura dos alas e um meia mais adiantado tendo a
liberdade de movimentar dos dois lados do campo e com uma aproximação aos
atacantes.
Em algumas situações ocorriam trocas e um zagueiro ou volante era substituído
por mais um jogador de criação de jogadas, mas o sistema 3x5x2 prevaleceu na
campanha vitoriosa do Brasil.
39
ataque
Figura 8: O 3x5x2 da seleção brasileira em 2002.
O sistema 3x5x2 vem da escola européia e muitos treinadores brasileiros tem
usado este sistema como forma de corrigir algumas deficiências defensivas das
equipes (DRUBSCKY, 2003, p.126). Mas está formação passa uma falsa impressão de
defensiva, pois os laterais atuam como alas e são praticamente mais dois atacantes,
visto que a cobertura do apoio ao ataque é realizada por um dos meio campistas
defensores e até mesmo por um dos zagueiros.
A figura 9 destaca-se a seleção alemã, vice campeã em 2002. No desenho
observa-se uma formação evoluída no futebol, podendo ocorrer diversas variações
táticas no sistema utilizado, sendo está uma característica marcante no futebol alemão,
jogadores inteligentes, com um grau elevado do entendimento do jogo. O treinador
utilizava um 4x5x1, que variava rapidamente para um 4x3x3 quando a equipe atacava
o adversário.
40
ataque
Figura 9: O 4x5x1 ou 4x3x3 da seleção alemã em 2002.
A análise da movimentação de quando se ataca e quando se defende deve ser
feita através dos atletas que atuavam nas laterais do campo no setor ofensivo, que
quando estavam no ataque se deslocavam para laterais do campo para opção de
passe ou abrir espaço para o avanço de um meio campista ofensivo ou para o atacante
mais fixo. Na perda de bola eles recuavam até o meio campo contendo o avanço dos
meias adversários. Drubscky (2003), cita que o 4x3x3 representou uma considerável
evolução tática no futebol, pois o simples posicionamento dos atletas em campo já
demonstrava a preocupação dos técnicos em ocupar todos os espaços do campo.
A figura 10 destaca-se o sistema utilizado pela seleção italiana no mundial de
2006 na Alemanha, a formação observada é um 4x4x2, que muitos classificavam como
um 4x4x1x1, pois um dos atacantes atuava um pouco mais recuado, apoiando o meio
campo na função de marcação. No sistema 4x4x2 a distribuição dos jogadores
apresenta, quatro atletas previamente definidos como defensores, sendo um lateral
direito, zagueiro central (lado direito), um quarto zagueiro (lado esquerdo) e um lateral
esquerdo. O setor de meio campo dispõe de quatro atletas e o setor ofensivo de dois
atacantes (MELO, 1999).
41
Ataque
Figura 10: O 4x4x2 da seleção italiana em 2006.
O 4x4x2 surge com a alta competitividade do futebol moderno que transferiu de
vez a decisão dos jogos para o meio campo (DRUBSCKY, 2003,p.123).
A figura 11 destaca o desenho tático escolhido pela comissão técnica francesa
durante o mundial da Alemanha 2006, o sistema é bem parecido com o utilizado pela
seleção alemã no mundial de 2002, ocorrendo somente uma variação, a França atuava
com dois meias com características mais ofensivas, ou seja, também pode ser definido
com o um sistema 4x5x1 ou 4x3x2x1, nesta maneira de atuar deve ser utilizado
defensores com características bem definidas de marcação, com coberturas e
antecipações de jogadas precisas pois contra ataques rápidos podem ocasionar
espaços no setor defensivo e conseqüentemente derrotas.
42
ataque
Figura 11: Sistema 4x3x2x1 da seleção francesa em 2006.
Desta forma a seleção francesa chegou em duas finais nos quatro últimos
mundiais (finalista em 1998 e 2006). Estas evoluções na forma de jogar dependem de
atletas conscientes taticamente e bem condicionados fisicamente, pois requerem um
alto poder de recomposição na perda da bola e uma saída bem rápida para o ataque
no momento ofensivo de sua equipe. Com a descida dos atacantes (os que atuam
pelas laterais do campo), ocorre a formação de um tripé no meio campo para cobertura
em um possível contra ataque.
A figura 12 revela o sistema de jogo que a seleção holandesa utilizou no mundial
da África do Sul e á levou até a final do mundial. A equipe atuava no 4x3x3 com
variação para um 4x2x3x1, sendo estás modificações observadas em alguns
momentos do jogo. O estudo do jogo em si, revela uma evolução muito grande nos
sistemas utilizados no mundial de 2010, tanto a seleção holandesa como a espanhola
encontraram formas parecidas de jogar, talvez para um torcedor este jogo não
43
demonstra uma beleza plástica, mas para experts e estudiosos do futebol a
movimentação dos atletas dentro do jogo revela um avanço tático e um retrocesso ao
passado, quando se utilizava três ou mais atacantes. O avanço deve ser citado a partir
da análise da movimentação dos atletas, observa-se muitas vezes os meia atacantes
fazendo a marcação até a intermediária do seu campo defensivo e após uma retomada
da posse de bola ocorre uma saída veloz ao campo de ataque, neste momento que se
destaca uma volta ao passado onde as equipes atuavam com três ou quatro atacantes,
sendo dois deles ponteiros que jogavam bem próximos as linhas laterais ofensivas e
durante o mundial destacou-se estes sistemas. GODIK (1996) citado por Cunha;
Binotto; Barros (2001) relata que o futebol moderno requer que os jogadores estejam
em constante deslocamentos, estando com ou sem posse de bola, e esse aumento
considerável de suas funções lhes rendeu inclusive a denominação de jogadores
―universais‖.
ataque
Figura 12: Sistema de jogo 4x2x3x1 da seleção holandesa em 2010.
A figura 13 revela uma formação parecida com utilizada pela Holanda, a seleção
espanhola que pela primeira vez conquistou o título mundial, utilizou também um
sistema 4x2x3x1, que na verdade é uma variação moderna do 4x3x3, pois seus
44
jogadores de meio campo apóiam ao ataque no momento em que a equipe está em
posse de bola e no momento da marcação os mesmos se encontram atrás da linha da
bola auxiliando os defensores na marcação. Verifica-se neste sistema uma evolução
nos sistemas de jogo, com jogadores conscientes em suas funções, inteligentes
taticamente e com um grande poder de tomada de decisão em momentos cruciais da
partida. Um grande dado para verificar está evolução é que os dois meio campistas do
selecionado espanhol estão entre os três melhores atletas de futebol do ano de 2010,
escolhido pelos treinadores das seleções e capitães das equipes do futebol mundial,
eleição realizada pela FIFA.
ataque
Figura 13: Sistema 4x2x3x1 da seleção espanhola em 2010.
Sendo 4x2x3x1 ou um 4x3x3, observou-se um grande marco nos sistemas de
jogo, pois a desenvoltura e as movimentações dos atletas se devem muito a
preparação física que proporciona aos atletas a capacidade de atuar nesta forma
intensa de jogar durante 90 minutos ou mais.
De acordo com os estudos e análises descritos acima verifica-se a eficiência de cada
sistema, dentro dos objetivos propostos pelas comissões técnicas, que quando
45
utilizados de forma correta auxiliam na busca por resultados positivos. Destaca-se a
seguir como as variáveis, número de gols, faltas e o sistemas de jogo proposto por
cada treinador podem ter contribuído para o sucesso das equipes e se ocorreram
evoluções que influenciaram nestas conquistas.
46
3 – METODOLOGIA
3.1 – CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
Para construção deste estudo optou-se por utilizar uma pesquisa do tipo
descritiva, explicativa e documental. No que se refere a análise descritiva, o objetivo foi
estudar a relação entre as variáveis: número de faltas, cartões e número de gols a
favor e contra, de cada uma das seleções envolvidas nas finais dos três últimos
mundiais, incluindo também os números totais destas variáveis em cada Copa do
Mundo. Observou-se também os sistemas táticos utilizados pelas equipes e a
distribuição de gols pelos atletas de cada equipe. Na análise explicativa identifica-se os
fatores que determinam e contribuem para que fosse observada alguma evolução ou
declínio nas variáveis estudadas. Para a avaliação documental explora-se fontes
documentais por meios virtuais e online da FIFA através de utilização de índices
técnicos (scout) das variáveis e o estudo de Ribas (2010). Foram contabilizados o
número total de gols e número de cartões e faltas que determinada equipe cometeu
durante aquele mundial, chegando assim o somatório e média de faltas e gols por jogo.
3.2 – AMOSTRA
A amostra foi composta por um total de trinta e nove partidas que as seis
equipes disputaram nos três mundiais, sendo seis partidas até a final para cada equipe
e a final, completando assim treze partidas analisadas em cada torneio. Além da
análise do total de gols, faltas e cartões do torneio.
3.3 – VARIÁVEIS
- Número de faltas e cartões
- Número de gols
- Sistemas de jogo utilizados pelas equipes
47
3.4 – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
Para coleta dos dados foram pesquisados o ―scout‖ de cada partida que estavam
envolvidos os finalistas através do site da FIFA, catalogando os gols, faltas e cartões
das equipes. Da mesma forma utilizou-se o trabalho de Ribas (2010) pesquisando e
catalogando estes mesmos dados, desta forma pôde-se comparar os números
analisados em duas fontes e determinar as variáveis pesquisadas.
3.5 - PROCEDIMENTO PARA COLETA DE DADOS
Foi realizada uma pesquisa observacional para determinar o índice técnico de
cada uma das 39 partidas das seis seleções. Fonte de dados fora o site da FIFA e
dados coletados por Ribas (2010), computando os gols marcados, a posição (zagueiro,
lateral, meio campista ou atacante) do atleta que realizou o gol, o número total de gols
daquele mundial, a média de gols da equipe e de todo o torneio, número de faltas
daquela equipe e de toda Copa do Mundo, além de uma análise dos sistemas táticos
utilizados por cada seleção.
48
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os aspectos gerais dos resultados obtidos das variáveis do estudo são descritos
abaixo. Em cada quadro foram descritos separadamente os valores encontrados para
cada competição e ao final fez-se uma comparação entre os torneios, verificando as
evoluções ou declínios em cada variável.
Quadro 1: Análise descritiva de gols á favor da Copa do Mundo de 2002.
Copa
do Mundo
Número
de gols total
Número
de jogos
Média
de gols por jogo
Número
de gols campeão
Número
de jogos campeão
Média de
gols do campeão
Número
de gols vice
Número
de jogos vice
Média
de gols do
vice
2002
161
64
2.5
18
7
2.6
14
7
2.0
Quadro 2: Análise descritiva de gols á favor da Copa do Mundo de 2006.
Copa do Mundo
Número de gols total
Número de jogos
Média de gols por jogo
Número de gols campeão
Número de jogos campeão
Média de gols do campeão
Número de gols vice
Número de jogos vice
Média de gols do
vice
2006
147
64
2.3
12
7
1.7
9
7
1.3
Quadro 3: Análise descritiva de gols á favor da Copa do Mundo de 2010.
Copa do Mundo
Número de gols total
Número de jogos
Média de gols por jogo
Número de gols campeão
Número de jogos campeão
Média de gols do campeão
Número de gols vice
Número de jogos
vice
Média de gols
do vice
2010 145
64
2.2
8
7
1.1
12
7
1.7
Nestes 3 primeiros quadros observa-se um declínio no número de gols de uma
edição para outra, mesmo que do ano de 2006 para 2010 este número foi praticamente
igual. Como o número de partidas destes mundiais são semelhantes pode-se fazer
uma análise que do mundial de 2002 para o mundial de 2010, obtivemos uma queda de
16 gols, sendo que o campeão de 2002 marcou mais do que o dobro de gols do
campeão de 2010 e mesmo o vice campeão do ano de 2002 superou todos os outros
campeões e vices dos anos seguintes. Desta forma a média de gols obtida do mundial
de 2002 para o mundial de 2010 teve um declínio. Os gols do campeão de 2002
49
equivaleram a 11% dos gols do mundial daquele ano. Em 2006 este número caiu para
8% e em 2010 diminui mais ainda, chegando somente aos 5%.
Da mesma forma obteve-se os valores dos gols sofridos por estas seis seleções
nos três últimos mundiais.
Quadro 4: Análise descritiva de gols sofridos da Copa do Mundo de 2002.
Copa do Mundo
Número de gols sofridos pelo
campeão
Número de jogos
Média de gols sofridos pelo campeão
Número de gols sofridos pelo vice
Número de jogos
Média de gols sofridos pelo vice
2002 4 7 0,57 3 7 0,43
Quadro 5: Análise descritiva de gols sofridos da Copa do Mundo de 2006.
Copa do Mundo
Número de gols sofridos
pelo campeão
Número de jogos
Média de gols sofridos pelo
campeão
Número de gols sofridos
pelo vice
Número de jogos
Média de gols sofridos pelo
vice
2006 2 7 0,28 3 7 0,43
Quadro 6: Análise descritiva de gols sofridos da Copa do Mundo de 2010.
Copa do Mundo
Número de gols sofridos pelo
campeão
Número de jogos
Média de gols sofridos pelo campeão
Número de gols sofridos pelo vice
Número de jogos
Média de gols sofridos pelo vice
2010 2 7 0,28 6 7 0,86
Da mesma forma que o campeão de 2002, teve uma valor maior de gols á favor,
também obteve uma maior média de gols contra, já em 2006 e 2010 observa-se uma
queda na média de gols sofridos, talvez pelo aumento na eficácia do setor defensivo ou
pela preocupação de não levar gol primeiro. A média caiu de 0,57 para 0,28,
contabilizando os dados dos campeões
A distribuição de gols pelos atletas da equipe podem demonstrar um equilíbrio
dentro do sistema de jogo e uma participação maior dos atletas e desta forma evitando
que os adversários encontrem uma maneira de neutralizar os jogadores mais eficazes,
pois toda equipe tem uma participação considerável. Desta forma, Saes, Jesus e
Souza (2007, p.1288) citam que em 2002 a seleção brasileira utilizou 17 atletas para as
manobras dos 18 gols que a seleção realizou.
Abaixo verifica-se estes dados, onde consta a participação dos atletas, dividido
por sua função tática (zagueiros, meio campistas, laterais, atacantes e gol contra) nos
gols de suas respectivas seleções.
50
Gráfico 1: Distribuição de gols da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2002.
44%
39%
6%
11%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Atacantes Meias Zagueiros Laterais
Observa-se uma participação maior dos atacantes com 44% dos gols marcados,
os meio campistas contribuíram com 39% dos gols, os laterais com 11% e os zagueiros
com 6%. Ocorreu uma distribuição dos gols com a participação de todos os setores do
time nos tentos assinalados.
Gráfico 2: Distribuição de gols da seleção alemã no mundial de 2002.
64%
29%
7%
0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Atacantes Meias Zagueiros Laterais
08 gols 07 gols 01 gol 02 gols
09 gols 04 gols 01 gol 0 gol
51
Já a seleção alemã concentrou a maioria de seus gols nos atacantes com 64% e
meio campistas com 29%, já os zagueiros foram responsáveis por somente 7% dos
gols.
Gráfico 3: Distribuição de gols da seleção italiana na Copa do Mundo de 2006.
41%
25%
17% 17%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Atacantes Meias Zagueiros Laterais
No gráfico 3 observa-se um grande equilíbrio na distribuição dos gols do
selecionado italiano, no total dos 12 gols assinalados durante o mundial 41% foram
feitos pelos atacantes, 25% pelos meio campistas e 17% para os zagueiros e também
17% para os laterais. Pode-se pensar que desta forma a equipe sempre apresentará
um elemento surpresa nos ataques contra a equipe adversária, o que realmente ocorre,
sendo que os laterais surgem como atacantes no momento do contra ataque e as
jogadas de bola parada (escanteio, faltas laterais alçadas na área), têm grande
contribuição para este desempenho.
05 gols 03 gols 02 gol 02 gols
52
Gráfico 4: Distribuição de gols da seleção da França durante o mundial de 2006.
33%
67%
0% 0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Atacantes Meias Zagueiros Laterais
Uma considerável diferença em relação a seleção italiana é notada no gráfico
acima, observa-se que os gols da seleção francesa foram marcados somente por
atacantes com 33% e meio campistas com 67%.
Gráfico 5: Distribuição de gols da seleção espanhola no mundial de 2010.
62%
25%
13%
0%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Atacantes Meias Zagueiros Laterais
03 gols 06 gols 00 gol 00 gol
05 gols 02 gols 01 gol 00 gol
53
Da mesma forma revela-se que a seleção espanhola obteve pouca distribuição
de seus oito gols na Copa do Mundo, somente três atletas fizeram os gols, sendo
quase 62% sendo feito pelo mesmo atacante, 25% pelo mesmo meio campo e pouco
mais de 12% sendo feito por um zagueiro.
Gráfico 6: Distribuição de gols da seleção da Holanda no mundial de 2010.
42% 42%
8% 8%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Atacantes Meias Contra Laterais
Neste gráfico ocorre pouca distribuição dos gols mas uma igualdade nos setores
de ataque e meio campo que fizeram juntos 84% dos gols durante o torneio, sendo
42% para cada setor, as laterais contribuíram com 8%, assim como um gol contra com
os também 8%.
Desta forma concluí-se que independente da forma de distribuição dos gols cada
equipe possui um sistema de jogo que os levou a grandes participações nos torneios
pesquisados, mas também pode-se observar uma ilustração de como estas manobras
para se chegar ao gol pode acontecer de formas variadas, com atacantes se
sobressaindo, como o de costume, mas com participações importantes de outros
setores, no caso do título do Brasil em 2002 e da Itália em 2006.
05 gols 05 gols 01 gol 01 gols
54
Abaixo situa-se a variável número de faltas, cartões amarelo e vermelho que
cada uma das equipes cometeu no respectivo mundial, desta maneira pode-se realizar
uma comparação dos resultados encontrados.
Quadro 7: Número de faltas e cartões do campeão e vice da Copa do Mundo/2002
Copa
do Mundo
Número
de faltas do Campeão
Número
de jogos
Média
de faltas
Cartões
amarelo campeão
Cartões
vermelho campeão
Número
de faltas vice
Número
de jogos
Média
de faltas
Cartões
amarelo vice
Cartões
vermelho vice
2002 106 7 15,2 7 1 133 7 19 16 1
Quadro 8: Número de faltas e cartões do campeão e vice da Copa do Mundo/2006.
Copa do Mundo
Número de faltas do
Campeão
Número de jogos
Média de faltas
Cartões amarelo campeão
Cartões vermelho campeão
Número de faltas
vice
Número de jogos
Média de faltas
Cartões amarelo vice
Cartões vermelho vice
2006 106 7 15,2 11 2 125 7 17,8 16 1
Quadro 9: Número de faltas e cartões do campeão e vice da Copa do Mundo/2010
Copa
do
Mundo
Número
de faltas
do
Campeão
Número
de
jogos
Média
de
faltas
Cartões
amarelo
campeão
Cartões
vermelho
campeão
Número
de
faltas
vice
Número
de
jogos
Média
de
faltas
Cartões
amarelo
vice
Cartões
vermelho
vice
2010 81 7 11,6 8 0 126 7 18 22 1
No quadro 10 contabilizou-se os números totais de faltas e cartões distribuídos durante
os mundiais de 2002, 2006 e 2010, fazendo-se também uma média desta variável.
Copa do Mundo Número total de
faltas
Média de faltas por
jogo
Número total de
cartões amarelos
Número total de
cartões vermelhos
2002 2.300 36 260 17
2006 2.349 36,7 307 28
2010 2.011 31,4 245 17
Como observado, o mundial de 2006 foi o mais faltoso dos três analisados, com
um número superior de faltas cometidas, cartões amarelo e cartões vermelhos.
Lamas e Borges (2005, p.85), relatam que a busca incessante pelo resultado
tem-se observado grande aumento no número de faltas cometidas durante as partidas
55
de futebol, ora por intenção, ora de maneira não intencional. Com valores aumentados
no mundial de 2006 os árbitros foram mais rígidos em suas punições no próximo
mundial. Em 2010 ocorreram cobranças na área disciplinar e as equipes se
conscientizaram que com um jogador a menos em campo pode fazer uma grande
diferença, ainda mais no que se diz respeito a uma Copa do Mundo. Esta variável teve
uma redução no mundial de 2010, conscientizando assim as equipes e jogadores para
um jogo mais limpo.
4.1 – ANÁLISE DOS RESULTADOS
Nos gráficos a seguir serão ilustrados em porcentagem as variáveis pesquisadas
neste estudo.
Gráfico 7: Porcentagem do número de gols que cada mundial representou no
total das três últimas Copas do Mundo de futebol, somando os gols dos campeões e
vice campeões.
200244%
200629%
201027%
56
Fica bem claro como a Copa do Mundo de 2002 realizada em conjunto por
Japão e Coréia do Sul a porcentagem de gols feitos pelos finalistas ( Brasil e
Alemanha) tem um percentual superior aos demais mundiais, ainda observa-se que
mesmo com valores próximos em 2006 e 2010 a queda no número de gols dos
finalistas caiu mais ainda. Brasil e Alemanha fizeram 32 gols juntos, o que representou
os 44% no gráfico acima, já Itália e França fizeram juntos 21 gols com uma
porcentagem de 29% e Espanha e Holanda fizeram somente 20 gols com uma
porcentagem de 27%.
Gráfico 8: : Porcentagem de gols que cada mundial representou no total das três últimas Copas do Mundo.
200235,5%
200632,5%
201032%
Analisando também todos gols feitos nos três mundiais, ou seja por todos os
participantes, observa-se ainda um leve vantagem para o mundial de 2002, e uma
vantagem mínima para o mundial de 2006 para o de 2010. Foram feitos 453 gols
somando-se as três últimas Copas do Mundo, neste total 35,5 % de gols forma feitos
em 2002, 32,5% em 2006 e 32% em 2010.
57
Gráfico 9: : Porcentagem do número de faltas que cada mundial representou na soma
das três últimas Copas do Mundo, somando os resultados dos finalistas.
200235,5%
200634%
201030,5%
No gráfico 9 tenta-se buscar uma relação entre a queda no número de gols com
o aumento no número de faltas, mas o que observa-se é uma relação bem estreita nos
números e que o número de faltas diminui do mundial de 2002 para o mundial 2010.
Brasil e Alemanha pararam o jogo por 239 vezes, representando 35,5 % do total, já
Itália e França, fizeram 231 faltas com 34% do total e Espanha e Holanda fizeram 207
faltas representando 30,5% do total.
58
Gráfico 10: Porcentagem do número de cartões (amarelo e vermelho) que cada
mundial representou na soma das três últimas Copas do Mundo, somando os números dos finalistas
200229%
200635%
201036%
Já no número de cartões (amarelo e vermelho) dos finalistas, encontra-se um
aumento nos números de um mundial para o outro. Em 2002 foram distribuídos 25
cartões para Brasil e Alemanha, com uma representatividade de 29%, em 2006 Itália e
França receberam 30 cartões sendo um total de 35% e em 2010 Espanha e Holanda
receberam 31 cartões representando 36% do total de cartões da análise. Desta forma
pode-se avaliar que os árbitros podem ter sido mais rigorosos em suas punições,
principalmente pelo grande número de faltas da Copa de 2006, e para coibir o jogo
faltoso aplicou mais cartões, ou os atletas mais rígidos na marcação com o receio de
que determinada jogada poderia ocasionar gols contra sua equipe.
59
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na observação dos sistemas de jogo utilizados por cada seleção observa-se
uma evolução, ou seja, uma inovação dos sistemas básicos, como o 4x4x2 ou 3x5x2. A
seleção brasileira campeã em 2002, utilizou o sistema 3x5x2, que para muitos era
considerado um sistema defensivo, mas na prática foi ofensivo, com a Brasil chegando
a expressiva marca de 18 gols naquele mundial. Observou-se que as equipes
européias utilizavam esquemas inovadores nos sistemas de jogo desde o mundial de
2002, onde atletas faziam funções de atacantes e meio campistas marcadores. É
observável como a evolução depende das peças que serão utilizadas, somando-se as
características dos atletas e também do envolvimento dos mesmos. Certo é que todos
os sistemas foram eficazes, mesmo para os vice campeões e que o futebol com
grandes movimentações e troca de posições de Espanha e Holanda no mundial de
2010, são interessantes de se ver e estudar.
Ainda conclui-se que nas variáveis observa-se um declínio do número de gols nos três
últimos mundiais. No torneio de 2002 foram 161 gols com uma média de 2,5 gols por
jogo, cita-se o campeão com 18 gols marcados e uma média superior a de todo o
campeonato, já em 2006 a média caiu para 2,3 gols por jogo e diminui ainda mais em
2010, com 2,2 gols por jogo, mesmo que os números de 2006 e 2010 sejam bem
próximos. Pode-se relacionar esta queda com sistemas de jogo mais equilibrados ou
defensivos, prefere-se relacionar com sistemas mais equilibrados, onde atletas têm
determinadas funções dentro do jogo e cumpre-as de tal forma que dificulta as ações
ofensivas adversárias, não pode-se dizer que são defensivas pois desde o Brasil
campeão em 2002 a Espanha campeã em 2010, observa-se no momento ofensivo do
jogo pelo menos 5 atletas próximos a área adversária. É certo que os gols vêm
diminuindo, desde que foi introduzido o mundial com 64 partidas, o ano de 2010 teve a
pior média de gols. A diminuição dos gols pode estar relacionada com o número de
faltas durante a partida, mas também não pôde ser comprovado por esta variável, pois
detectou-se na pesquisa um declínio neste número do ano de 2002 para 2010, cita-se
a seleção espanhola que cometeu somente 81 infrações durante todo o torneio. Um
dado que interfere nesta variável é que o número de cartões aumentou de 2002 para
60
2010 (analisando os números dos finalistas), mesmo o número de faltas diminuindo.
Talvez pelo rigor dos árbitros ou pelo rigor das faltas, pois as equipes preferem muitas
vezes ―parar‖ o jogo para evitar contra ataques. Menos gols, menos faltas, porém mais
cartões distribuídos aos finalistas, desta forma observa-se uma grande preocupação
em defender e não levar gols, sendo assim os árbitros foram mais rigorosos em suas
punições para coibir o jogo faltoso e possibilitar aos atacantes uma maior chance de se
chegar ao gol, que é o maior momento do jogo.
Com todos estes números e variáveis, ainda é possível discutir o que realmente define
uma partida de futebol. Certo é que investigações acerca deste desporto estão
crescendo na proporção da evolução científica que ele necessita. Porém, gols, faltas,
troca de posições, variações táticas e novos sistemas serão implantados para que a
paixão que o futebol desperta aumente cada vez mais e dificulte conclusões de como
vencer uma partida onde se envolve infinitas variáveis.
61
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