CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA Programa de Pós-Graduação Ciências da Reabilitação
Mestrado Acadêmico
ANÁLISE ERGONÔMICA DOS DISCENTES E DA
RELAÇÃO CADEIRA-MESA: AVALIAÇÃO E PROPOSTA DE AÇÕES MITIGADORAS
VANDERLÉIA MARIA DE FARIA
CARATINGA
Minas Gerais - Brasil 2010
ii
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA Programa de Pós-Graduação Ciências da Reabilitação
Mestrado Acadêmico
ANÁLISE ERGONÔMICA DOS DISCENTES E DA RELAÇÃO CADEIRA-MESA: AVALIAÇÃO E PROPOSTA
DE AÇÕES MITIGADORAS
VANDERLÉIA MARIA DE FARIA
Dissertação apresentada ao Centro Universitário de Caratinga – UNEC, como parte das exigências do programa de Pós - Graduação em Ciências da Reabilitação para obtenção do título de Magister Scientiae.
Profa. Dra.Lamara Laguardia Valente Rocha - Orientadora
Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto – Co-Orientador
CARATINGA
Minas Gerais - Brasil 2010
iii
Sistema de Bibliotecas - UNEC Ficha Catalográfica
616.9803 F224a 2010
FARIA, Vanderléia Maria de. Análise ergonômica dos discentes e da relação cadeira-mesa: avaliação e proposta de ações mitigadoras. Vanderléia Maria de Faria. Centro Universitário de Caratinga – UNEC: Mestrado Acadêmico em Ciência da Reabilitação, 2010. 58p; 29,7 cm. Dissertação (Mestrado – UNEC – Área: Mestrado Acadêmico em Ciência da Reabilitação). Orientadora: Profª. DSc. Lamara Laguardia Valente Rocha. Co-orientador: Prof. DSc. Marcus Vinícius de Mello Pinto.
1. Ergonomia. 2. Antropometria. 3. Mobiliário Escolar. I. Título II. Profª. DSc. Lamara Laguardia Valente Rocha.
iv
VANDERLÉIA MARIA DE FARIA
ANÁLISE ERGONÔMICA DOS DISCENTES E DA RELAÇÃO CADEIRA-MESA: AVALIAÇÃO E PROPOSTA
DE AÇÕES MITIGADORAS
Dissertação apresentada ao Centro Universitário de Caratinga – UNEC, como parte das exigências do programa de Pós - Graduação em Ciências da Reabilitação para obtenção do título de Magister Scientiae.
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dra.Lamara Laguardia Valente Rocha
(Orientadora)
Prof. Dr. Vernon Furtado da Silva Examinador externo
Prof. Dr. Marcus Vinícius Mello Pinto Examinador interno
v
“É melhor tentar e falhar,
que preocupar-se e ver a vida passar;
é melhor tentar, ainda que em vão,
que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar,
que em dias tristes em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco,
que em conformidade viver ..."
Martin Luther King
vi
À minha família meu sustento, ninho de aconchego e amor. Em especial aos
meus pais Nair e Evânio pela vida e ensinamentos.
A meu marido Marcílio por todo carinho e compreensão das inúmeras horas de
ausência. Amo muito vocês!!!
vii
AGRADECIMENTOS
A Deus que iluminou meu caminho e me deu força e persistência nos momentos mais difíceis que culminaram em vitórias em minha vida.
A Profa. Dra.Lamara Laguardia Valente Rocha: Com você aprendi muito mais que dados estatísticos...
Aprendi o real significado do que é “Ser Humano”. O ensino precisa de pessoas como você, dedicada, absoluta e firme em todos os seus propósitos. Obrigada pelos ensinamentos e apoio nos momentos mais
difíceis.
Ao Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto: Pelo incentivo e confiança em mim depositados.
Com você aprendi que sonhos, quando acreditamos e buscamos podem se realizar.
Ao Prof. Dr. Vernon Furtado da Silva: O maior responsável por eu chegar até aqui.
Obrigada pelo apoio, incentivo, por sonhar junto comigo. Sinto-me imensamente privilegiada em tê-lo como mestre e amigo.
Ao Prof. Dr. Sebastião David dos Santos-Filho: Ser sua aluna foi um grande privilégio e aprendizado.
Obrigada pelos ensinamentos, pelo apoio, principalmente nos momentos mais difíceis. Você me ensinou que é possível ser, ao mesmo tempo, mestre e
amigo.
viii
AGRADECIMENTOS
Aos professores: Amédis Germano dos Santos, Antônio de Pádua Magalhães,
Hélio Ricardo dos Santos e Luiz Guilherme Barbosa pelos ensinamentos e
convivência que levo comigo, grande afeto e admiração.
Aos amigos que estiveram ao meu lado nesta caminhada, o meu muito
obrigada. Vocês me redirecionam sempre que necessito. Amo vocês!!
Aos meus alunos, obrigada pelo apoio e participação neste estudo. Vocês são
parte importante dessa minha vitória.
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Comparação das variáveis mensuradas na cadeira com os valores estabelecidos pelas normas da ABNT e com as medidas antropométricas obtidas pelo Software Antroprojeto, considerando-se os Grupos conforme as classes de altura dos 95 alunos do curso de Educação Física de uma IES no Vale do Aço, Minas Gerais................................................................................37
Tabela 2 - Proposta de medidas de uma cadeira-mesa mais adequada às medidas antropométricas dos 95 discentes do Curso de Educação Física de uma IES do Vale do Aço, Minas Gerais. .............................................................................................43
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Critérios ergonômicos para uma boa postura segundo Bergmiller,
Souza e Brandão (1999)....................................................................................22
Figura 2 – Vista frontal da cadeira-mesa utilizada como padrão em uma IES do
Vale do Aço, Minas Gerais................................................................................28
Figura 3 – Vista lateral esquerda da cadeira-mesa utilizada como padrão em
uma IES do Vale do Aço, Minas Gerais.............................................................29
Figura 4- Representação das medidas através Software Antroprojeto para
estimativa antropométrica:Castro, 2003............................................................30
Figura 5 - Comparação entre as alturas médias dos 95 alunos do curso de
Educação Física de uma IES do Vale do Aço de Minas Gerais, considerando o
gênero................................................................................................................33
Figura 6 - Comparação entre os valores do Peso e do Índice de Massa Corporal (IMC) dos 95 alunos do curso de Educação Física de uma IES do Vale do Aço de Minas Gerais, considerando o gênero................................................................................................................34 Figura 7 - Comparação entre as medidas dos segmentos corporais, avaliados
pelo Programa Antroprojeto, dos 95 alunos do curso de Educação Física de
uma IES do Vale do Aço de Minas Gerais, considerando as diferentes classes
de altura (m).......................................................................................................35
Figura 8 – Fotos de discentes assentados em vista lateral esquerda...............41
xi
RESUMO
FARIA, VANDERLÉIA MARIA DE. Centro Universitário de Caratinga, dezembro de 2010. Análise ergonômica dos discentes e da relação cadeira-mesa: avaliação e proposta de ações mitigadoras. Orientadora: Profa. Dra.Lamara Laguardia Valente Rocha e Co-Orientador: Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto.
A pesquisa teve como objetivo avaliar aspectos ergonômicos na relação
discentes e uso cadeira-mesa com o propósito de sugerir medidas mitigadoras
para os possíveis problemas de ajuste biomecânico identificados em uma
Instituição de Ensino Superior (IES) do Vale do Aço, MG. Trata-se de uma
pesquisa quali quantitativa de caráter inferencial e descritivo, cuja amostra
constituiu-se de 95 estudantes do Curso de Educação Física na faixa etária de
18 a 30 anos. Para estimativa antropométrica dos segmentos corporais foi
utilizado o software Antroprojeto (Castro, 2003). Para as cadeiras-mesas a
avaliação deu-se pela comparação de suas medidas com as determinadas
pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR
14006:2008) e com medidas antropométricas dos alunos. Os resultados
obtidos permitiram conhecer a realidade do mobiliário de IES e verificou-se que
as dimensões da cadeira estavam fora das normas técnicas da ABNT em
alguns itens e inadequada para as medidas antropométricas dos alunos
quando comparada com médias antropométricas dos grupos divididos por
classes de altura. Com isso verifica-se a urgência em se adequar estas
medidas que se encontram dispares. O presente estudo apresenta as possíveis
medidas de uma cadeira-mesa que se ajuste melhor aos discentes,
considerando-se as medidas antropométricas obtidas pelo software
Antroprojeto.
Palavras chave: ergonomia, antropometria, mobiliário escolar, discentes.
xii
ABSTRACT
FARIA, VANDERLÉIA MARIA DE. Centro Universitário de Caratinga, December 2010. Ergonomic analysis of learners and Chair-mesa: evaluation and proposal for mitigating actions. Advisor: Profa. Dra.Lamara Laguardia Valente Rocha e Co-Advisor: Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto.
Search aimed to evaluate the ergonomic aspects in the relationship between
students and use desk-chair in order to suggest possible mitigation measures
for biomechanical adjustment problems identified in a Higher Education
Institution (IES) of the Vale do Aço, Minas Gerais, Brazil. This is a quantitative
and qualitative research of character an inferential and descriptive nature,
whose sample consisted of 95 students of Physical Education in the age group
18 to 30 years. For anthropometric estimation of body segments Antroprojeto
software developed by Castro in 2003, was used. For tables, chairs the
evaluation took place by comparing your measurements with those determined
by the standards of the Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR
14006:2008) and with measurements of the students. The results obtained
allowed to know the reality of the furniture and IES was found that the
dimensions of the chair were outside the ABNT standards on some items and
unsuitable for the measurements of the students when compared with averages
of anthropometric groups divided by height classes. Thus there is the urgency
to adapt these measures that are disparate. The present study provides the
possible measures of a chair-desk that best fit the students, considering
anthropometric measurements obtained from the software Antroprojeto
Keywords: ergonomics, anthropometry, school furniture, students
xiii
Conteúdo
LISTA DE TABELAS..................................................................................................viii
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................ix
RESUMO ........................................................................................................ ..x
ABSTRACT.........................................................................................................xi
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 01
2 OBJETIVOS............................................................................................. 04
2.1 Geral ........................................................................................................ 05
2.2 Específicos............................................................................................... 05
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................. 06
3.1 Ergonomia................................................................................................ 07
3.2 Antropometria e ergonomia...................................................................... 10
3.3 Antropometria e gênero............................................................................ 12
3.4 Posição sentada....................................................................................... 13
3.5 Avaliação Biomecânica na posição sentada ............................................ 16
3.6 Mobiliário escolar ..................................................................................... 18
3.7 Mobiliário escolar e a ABNT NBR14006 .................................................. 20
4 METODOLOGIA ...................................................................................... 24
4.1 Área em estudo ........................................................................................25
4.2 Delineamento da pesquisa e definição da amostra.................................. 25
4.3 Antropometria........................................................................................... 26
4.4 Medida da cadeira-mesa padrão utilizada na IES.....................................27
4.5 Avaliação dos segmentos corporais......................................................... 29
4.6 Comparar as variáveis mensuradas na cadeira com os valores
estabelecidos pelas normas da ABNT e com as medidas antropométricas
obtidas pelo Software Antroprojeto....................................................................30
4.7 Proposta de medidas de uma cadeira-mesa mais ajustada as medidas
antropométricas dos discentes avaliados..........................................................31
4.8 Análise estatística dos dados......................................................................31
xiv
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................. 32
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 46
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 49
ANEXOS .......................................................................................................... 56
1
1 INTRODUÇÃO
2
O ambiente escolar, principalmente o físico, quando bem estruturado,
auxilia no conforto e comodidade facilitando o processo de aprendizagem. Para
Coromano e Nunes Sobrinho (2001), Souza et al (2010), a ergonomia envolve
a física e a anatomia e amplia os objetivos destas duas áreas do conhecimento
quando considera o homem e o ambiente, onde este vive e exerce funções,
como seu alvo de estudo. No exercício de atividades variadas, o funcionamento
do corpo humano apresenta limitações, capacidades e adaptações às
demandas ambientais, e passam a ser considerados como importantes focos
de estudo da ergonomia. Esta, portanto é uma ciência que se apresenta como
facilitadora nos estudos e compreensão da biomecânica humana, estimulando
a pesquisa que possibilita a evolução das estruturas físicas ambientais para
vivência do homem. Como cita Werner, Linden e Ribeiro (2003) “a busca por
métodos e ferramentas que permitam avaliar e selecionar assentos para uso
em determinadas situações de trabalho tem sido uma preocupação constante
no campo da ergonomia.”
A postura, como enuncia Correia e Pereira (2005), deve ser tratada
como algo que pode estar envolvida na qualidade de vida do indivíduo e que
pode interferir negativamente na produtividade do mesmo quando esta não for
adequada.
No ambiente escolar passamos um bom tempo de nosso dia, onde o
foco é o trabalho mental, o raciocínio e ali, o assentar-se é um movimento
natural. Mas, quando esta posição não traz conforto e organização
biomecânica do corpo, leva a um desajuste postural acarretando danos
articulares e musculares que podem comprometer o processo de
aprendizagem (REIS, REIS e MORO, 2005).
A atitude postural altera-se em função do tipo de mobiliário utilizado, do
tempo de permanência nesta postura, da atividade desenvolvida e da
adequação do mobiliário ao sujeito (COROMANO; TANAKA, 1992 e
SIQUEIRA, 2010).
A boa postura, segundo Correia e Pereira (2005), é o estado de
equilíbrio muscular e esquelética que protege as estruturas de suporte do corpo
contra lesões ou deformidade progressiva, enquanto a má postura é uma
relação defeituosa entre várias partes do corpo que produz maior tensão sobre
3
as estruturas de suporte ocasionando menos equilíbrio e eficiência das funções
corporais.
Estudos como de Coromano e Tanaka (1992), Correia e Pereira (2005),
evidenciam a necessidade de orientação à postura dos estudantes, e que,
ajustes em relação ao sistema cadeira-mesa e sujeito precisam existir para
melhor postura, evitando assim complicações ortopédicas e favorecendo
tarefas específicas.
Ao se tratar de estudantes, estes ficam na posição sentada no mínimo
quatro horas diária em salas de aula. Uma postura incorreta ou um móvel que
não facilita a escrita, a visualização, apoio para os pés, pode levar a um maior
desconforto, cansaço, tensão muscular, dificuldade do retorno venoso, o que
pode atrapalhar a aprendizagem.
Ter uma mesma cadeira-mesa padronizada sem ajustes independente
da altura e diâmetro de cada pessoa é não pensar ergonomicamente a
biomecânica do homem.
A educação postural como enuncia Braccialli e Vilarta (2000), tem a
finalidade de possibilitar a pessoa ser capaz de proteger ativamente seus
segmentos móveis de lesões dentro das condições de vida diária e profissional.
Isso permite a realização gestual dentro de um espaço de segurança, ou seja,
uma posição que possivelmente não causará danos ao corpo.
Visando uma melhor adaptação em relação à postura de universitários e
mobiliários, o presente estudo pretende através de análises cadeira-mesa e
medidas antropométricas de alunos de uma IES (Instituição de Ensino
Superior), propor possíveis ajustes para melhor adequação ergonômica de
cadeiras-mesas a indivíduos de diferentes alturas.
4
2 OBJETIVOS
5
2.1 GERAL:
Avaliar aspectos ergonômicos na relação discentes e uso cadeira-mesa
com o propósito de sugerir medidas mitigadoras para os possíveis problemas
de ajuste biomecânico identificados.
2.2 ESPECÍFICOS:
- Caracterizar a amostra segundo o gênero, idade, peso, altura e o Índice de
Massa Corporal (IMC),
- Determinar os diferentes parâmetros de medidas das cadeiras-mesas
utilizadas em uma IES do Vale do Aço, Minas Gerais.
- Determinar as medidas antropométricas dos discentes envolvidos no estudo
utilizando o Software Antroprojeto.
- Comparação das variáveis de medidas da cadeira-mesa com os valores
estabelecidos pelas normas da ABNT e com as medidas antropométricas
obtidas pelo Software Antroprojeto.
- Determinar as possíveis medidas de uma cadeira-mesa que se ajuste melhor
aos discentes, considerando-se as medidas antropométricas obtidas pelo
software Antroprojeto.
6
3 REVISÃO DE LITERATURA
7
3.1 Ergonomia
A ergonomia pode ser definida como um conjunto de ciências e
tecnologias que procuram a adaptação confortável e produtiva entre o ser
humano e o trabalho, procurando aperfeiçoar o bem estar do homem e suas
características às condições do meio em que vive. A palavra ergonomia é
originada dos termos gregos ergo (trabalho) e nomos (regras), e significa
regras para organizar o trabalho (COUTO, 1995).
A Ergonomia surgiu nos anos 40 e constituiu uma abordagem do
trabalho humano e suas interações no contexto social e tecnológico, que busca
mostrar a complexidade da situação de trabalho e a multiplicidade de fatores
que a compõe. Historicamente, a Ergonomia tem uma de suas bases ancorada
na Psicologia Experimental (ABRAHÃO; PINHO, 2002).
Os conhecimentos adquiridos são usados pela ergonomia através das
habilidades e capacidades humanas e estudam as limitações dos sistemas,
organizações, atividades, máquinas, ferramentas e produtos de consumo de
modo a torná-los mais seguros, eficientes e confortáveis para uso humano. A
ergonomia baseia-se em muitas disciplinas no estudo dos seres humanos e
seus ambientes, incluindo a engenharia, a fisiologia, a psicologia e a
antropometria, que faz adaptação do homem aos instrumentos em relação à
medidas, biomecânica, faz relação a ângulos torque, etc (MOREIRA, 2005).
Para Oliveira (2006) e Siqueira et al (2010), a ergonomia tem por
objetivo prático assegurar a proteção, a satisfação e o bem estar de humanos,
gerando maior harmonia entre estes e seus sistemas produtivos.
Rodriguez-Añez (2001) afirma que a ergonomia é a ciência do trabalho
que envolve as pessoas que o fazem, a forma como ele é feito, os
equipamentos (mobiliário) utilizados, espaços onde são realizados e os
aspectos psicossociais envolvidos nas situações de trabalho. Souza et al
(2010) acrescenta que o uso da ergonomia para mobiliário vem crescendo,
devido a busca do consumidor por maior qualidade, segurança e conforto.
A Associação Internacional de Ergonomia (2000) a divide em três
domínios de especialização. São eles:
Ergonomia Física: que lida com as respostas do corpo humano à carga
física e psicológica. Tópicos relevantes incluem manipulação de materiais,
8
arranjo físico de estações de trabalho, demandas do trabalho e fatores tais
como repetição, vibração, força e postura estática, relacionada com lesões
músculo-esqueléticas.
Ergonomia Cognitiva: também conhecida engenharia psicológica,
refere-se aos processos mentais, tais como percepção, atenção, cognição,
controle motor e armazenamento e recuperação de memória, como eles afetam
as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Tópicos
relevantes incluem carga mental de trabalho, vigilância, tomada de decisão,
desempenho de habilidades, erro humano, interação humano-computador e
treinamento.
Ergonomia Organizacional: ou macroergonomia, relacionada com o
aperfeiçoamento dos sistemas socio-técnicos, incluindo sua estrutura
organizacional, políticas e processos. Tópicos relevantes incluem trabalho em
turnos, programação de trabalho, satisfação no trabalho, teoria motivacional,
supervisão, trabalho em equipe, trabalho à distância e ética.
Estudantes, como enunciado por Oliveira (2006), lidam com uma grande
variedade de informações em seu processo de aprendizado que dependem de
uma série de aspectos mentais. A ergonomia cognitiva trata desses processos
como a percepção, a memória, o raciocínio, as respostas mentais dentre outros
aspectos.
Na organização teórica da ergonomia cognitiva, o conhecimento é
considerado como resultado do acúmulo de situações de aprendizagem
vivenciadas pelo ser humano, é considerado também como ferramenta prática
importante na análise detalhada das causas de falha humana (COUTO, 1995).
Segundo Vidal (2001) a ergonomia física é direcionada à situação de
trabalho, a qual o corpo apresenta de várias formas ao longo da jornada de
trabalho ou estudo. Esta busca adequar estas exigências aos limites e
capacidades do corpo, com o intuito de ajustar o relacionamento físico homem-
máquina ou mobiliário. A utilidade da ergonomia física está na contribuição
decisiva que fornece os muitos problemas verificados nos sistemas de
trabalho. No campo dos postos de trabalho ou estudo, problemas
antropométricos e posturais efetivamente se verificam numa grande
quantidade sejam eles industriais, agrícolas, escolares ou de serviços.
9
A ergonomia no ambiente escolar nos remete a relação entre a
estruturação da posição sentada dos estudantes e a capacidade de
aprendizagem dos mesmos. Esta estruturação deve ser avaliada e analisada
ergonomicamente utilizando recursos instrumentais, nos permite identificar
como e porque estudantes sentam em determinada posição, para que haja
evolução tecnológica melhorando o ambiente humano (REIS; REIS; MORO,
2005 e CHIAPETA, 2010).
A posição sentada por um longo período de tempo pode nos trazer
desconforto. Segundo Werner, Linden e Ribeiro (2003), a dificuldade na
avaliação de assentos começa com a falta de uma definição geral para o
conforto, posto que este seja subjetivo, dependente em grande parte da
percepção da pessoa que está vivenciando a situação. Para o senso comum, e
para alguns autores, o conforto é a ausência de desconforto.
A adaptação do homem e do meio ambiente, ocorre pela intervenção
da ergonomia, onde a mesma permite novos estudos, análises, possibilitando a
evolução de equipamentos utilizados pelo homem, buscando uma melhor
harmonia na execução das atividades.
A análise ergonômica do trabalho é realizada através de
detalhamento nas diversas ações técnicas que compõem a tarefa e
identificando, em cada ação, a existência de fatores que possam levar uma
pessoa a ter algum comprometimento relacionado ao trabalho (COROMANO;
TANAKA, 1992 e MORO, 2005).
A organização do ambiente de trabalho de forma a favorecer o
desenvolvimento das atividades do indivíduo, leva ao maior desempenho na
execução de suas funções e melhor qualidade de vida, favorecendo assim a
sua produção. O desenvolvimento de atividades que visam à organização do
ambiente laboral, bem como aquelas que promovam alterações do próprio
corpo é considerado como atitudes posturais, e podem ocorrer em função do
tipo de mobiliário utilizado, do tempo de permanência nesta postura e da
atividade desenvolvida (CORREIA; PEREIRA, 2005).
No âmbito da educação para a saúde, verifica-se que posturas sentadas
de estudantes precisam ser investigadas com o intuito de promover
contribuições úteis em planejamento de medidas visando a manutenção, a
melhora e a promoção do bem estar dos mesmos (REIS; REIS; MORO, 2005).
10
3.2 Antropometria e ergonomia
Antropometria é o ramo da ciência que estuda as medidas do corpo, seu
tamanho, sua forma. Esta área do conhecimento é complementar com a
ergonomia na organização do homem em seu meio, levando em conta as
dimensões, tamanhos, estrutura e composição corporal considerando o
mobiliário, o espaço e a estrutura de trabalho, buscando sempre uma harmonia
(RODRIGUEZ-AÑEZ, 2001).
Para Anaruma e Casaroto (1996) a Antropometria estuda as medidas
dos segmentos corporais do homem (membros superiores, inferiores, cabeça e
tronco), com o objetivo de aplicá-lo à concepção de objetos, instrumentos ou
postos de trabalho, adaptados à população que irá utilizá-los. Quando
máquinas estão mal projetadas, o indivíduo muitas vezes adota posturas
incorretas para manuseá-las, o que pode levar ao aparecimento de dores na
coluna. O avanço do conhecimento na área de ergonomia ampliou seu campo
de atuação: o ambiente doméstico e o escolar também puderam ser estudados
do ponto de vista ergonômico no estudo das atividades humanas.
Saber sobre antropometria e ergonomia, é fundamental, também para o
educador físico, que na sua prática, precisa fazer intervenções e trabalhar
hábitos posturais adequados com seus alunos. Como enuncia Rodriguez-Añez
(2001), uma das grandes aplicabilidades das medidas antropométricas na
ergonomia é no dimensionamento do corpo ao trabalho. Neste caso na
organização escolar, proporcionando maior conforto ao aluno durante suas
atividades escolares. Marcolino et al (2009) acrescenta que a condição de estar
e permanecer sentado deve merecer atenção especial, e a antropometria das
cadeiras deve permitir alternância postural.
O espaço de realização de atividades durante as aulas são na superfície
horizontal. Por isso a mesa (carteira) deve estar bem posicionada em relação
ao corpo do indivíduo permitindo alcance aos objetos, linha visual e
principalmente posição dos braços ao escrever. Assim também se faz
necessário que a cadeira onde o indivíduo está sentado esteja na altura correta
proporcional ao seu corpo, permitindo um ajuste postural adequado durante as
aulas (MORO, 2005).
11
Para Rodriguez-Añez (2001), Marcolino et al (2009), a altura da mesa e
cadeira em relação a atividades realizadas na posição sentada é de suma
importância. Sendo duas variáveis as responsáveis para a determinação da
sua altura; a altura do cotovelo, que depende da altura do assento e o tipo de
trabalho a ser executado. A altura da mesa resulta da soma da altura poplítea e
da altura do cotovelo. Com relação ao tipo de trabalho deve-se considerar se
este será realizado em nível da mesa ou em elevação.
Os autores Reis, Reis e Moro (2006) enunciam que:
Atualmente, nos ambientes escolares do Brasil, são utilizados
mobiliários não adequados às diferenças regionais e às situações
didáticas, expondo crianças a um local, não só desfavorável para o
bom andamento do aprendizado, mas também para a sua saúde.
Segundo Anaruma e Casarotto (1996), “um equipamento mal
dimensionado vai se refletir na queda do desempenho e muitas vezes no
aparecimento de lesões no sistema músculo-esquelético.” Os autores Chiapeta
(2010) e Marcolino et al (2009) confirmam em seus estudos as inadequações
de mobiliário escolar que favorecem e ou contribuem para o aparecimentos
destas lesões.
A contribuição da ciência das medidas tem favorecido à evolução e
adequação do homem com o meio ambiente desde a história das civilizações.
Assim, a antropometria possui uma importância muito grande no planejamento
do posto de trabalho e no desenvolvimento de projetos de ferramentas e
equipamentos. As relações entre antropometria clássica, a biomecânica e
engenharia antropométrica são tão estreitas e inter-relacionadas que é difícil e
muitas vezes desnecessário delimitá-las. A antropologia física é obviamente a
base para cada uma delas e a designação do ambiente humano para atender
as suas dimensões e atingir as suas capacidades é o resultado (RODRIGUEZ-
AÑEZ, 2001).
Medidas avaliativas se fazem necessárias para adequação do homem
ao meio ambiente, pois estas interferem diretamente na estruturação do
espaço físico que vivemos.
12
Para Siqueira et al (2008) a adequação ergonômica do ambiente é tão
importante quanto o programa de ensino de uma instituição, pois a adequação
ergonômica envolve determinadas condições de ordem física, como limpeza,
organização, a conservação, a iluminação, a temperatura, o ruído e o mobiliário
escolar para que os alunos possam realizar suas funções de forma satisfatória.
3.3 Antropometria e gênero
Ao observar as pessoas verifica-se que as mesmas possuem dimensões
e estruturas corporais diferentes. Em detrimento a isto, roupas, sapatos,
objetos entre outros precisam ter tamanhos diferenciados para atenderem a
este universo. Tudo isso se deve a Antropometria, responsável por dados
objetivos de certa população para verificação de suas medidas (SANTOS;
FUJÃO, 2003).
Sheldon, W. (1940) citado por Santos e Fujão (2003), enunciam três
tipos de características dominantes individuais:
O endomorfo - indivíduo de formas arredondadas e macias, com grandes
depósitos de gordura. A sua forma externa extrema é semelhante a uma pêra
(estreita em cima e larga em baixo). O abdômen é grande e cheio e o tórax
parece ser relativamente pequeno. Os braços e pernas são curtos e flácidos.
Os ombros e cabeça são arredondados. Os ossos são pequenos. O corpo tem
baixa densidade podendo flutuar na água. A pele é macia.
O mesomorfo - indivíduo musculoso, de formas angulosas. Apresenta cabeça
cúbica, maciça, ombros e peito largo, bem como um abdômen pequeno. Os
membros são musculosos e fortes. Possui pouca gordura subcutânea.
O ectomorfo - indivíduo de corpo e membros finos, com um mínimo de gordura
e músculos. Os ombros são largos mais descaídos. O pescoço é fino e
comprido, o rosto é magro, queixo recuado e testa alta, tórax e abdômen
estreitos e finos.
Segundo os autores supracitados, muitos indivíduos não se encaixam
nestas características, sendo uma mistura das mesmas. Isto se atribui a
mistura genética.
Estudo realizado por Escobar e Liberali (2010) com indivíduos em uma
academia em Brusque/SC, mostrou que as variáveis antropométricas (peso,
13
altura, circunferência da cintura, %G e RCQ) demonstraram diferenças
estatisticamente significativas entre o gênero masculino e feminino, mostrando
assim, que é um grupo muito heterogêneo quanto às variáveis antropométricas.
Apenas o IMC e circunferência do quadril não tiveram diferença significativa.
Santos e Fujão (2003), enunciam ainda que:
Homens e mulheres apresentam diferenças
antropométricas significativas, não apenas em dimensões
absolutas, mas também nas proporções dos diversos
segmentos corporais. A maioria dos homens excede a
estatura da maioria das mulheres da mesma origem
étnica. Os homens apresentam braços mais compridos,
devido ao antebraço serem maiores. Os homens
ultrapassam as mulheres em quase todas as variáveis
antropométricas (exceto na largura e circunferência da
anca).
Em estudo realizado por Pontes, Sena e Ferreira (2008), com garis
também demonstra diferença significativa entre os gêneros no que diz respeito
a altura e peso, não havendo diferença significativa entre o IMC.
Para Weineck (2000) citado por Sena e Ferreira (2008) a diferença da
estatura média entre os sexos deve-se a características constitucionais
inerentes a cada sexo. Que mulheres adultas são 10-15 cm menores que os
homens adultos, o que se deve a maturação mais rápida do esqueleto e ao
fechamento mais precoce dos discos de crescimento.
Quanto ao peso corporal, Wilmore (2001) diz que a diferença entre os
gêneros deve-se as alterações endócrinas, ou seja, sob a influência da
testosterona e do estrógeno, leva as mulheres a terem um menor peso corporal
total quando comparadas aos homens.
3.4 Posição sentada
Os cuidados com o corpo e a saúde vêm se tornando cada vez mais
uma preocupação interdisciplinar entre diferentes profissionais, cada qual com
14
sua especificidade multiplicando conhecimento e reinventando novas formas e
tecnologias para auxiliar no cuidado com o homem. Cada vez mais buscam a
perfeição, o funcionamento correto, a adaptação adequada em determinadas
posições ou na execução do trabalho através da ergonomia (SOUZA et al.,
2010).
O estilo de vida de uma pessoa ou até mesmo seu trabalho, muitas
vezes já a identifica pela postura adotada. O corpo nos representa num
contexto social e cultural. Deve compreender que os gestos transmitem uma
linguagem de identificação e comunicação. É importante compreender como o
corpo foi se tornando um reduto de cuidados e desassossegos, até tornar-se
esse objeto que é visto hoje. Essa percepção do corpo será sempre diferente
para cada pessoa, já que os olhares também são mutáveis. Durante o
desenvolvimento de uma criança, mudanças irão acontecer em seu corpo,
agregando valores, experiências, formas, transformando seu corpo biológico,
imprimindo-lhe características de acordo com o meio ambiente que vive. Assim,
a postura adotada de forma inadequada durante toda uma vida escolar pode
deixar marcas, que este levará sempre (SILVA; SANTOS, 2006).
A posição sentada é a mais freqüentemente adotada pela maioria das
pessoas nas atividades profissionais, em sala de aula, domésticas e no lazer.
Pessoas que passam longos períodos sentados, como os estudantes, sofrem
mais de dor nas costas do que pessoas que se movimentam mais. Desta
forma, é importante considerar como ficar sentado, que tipo de cadeiras
utilizarem e o que pode ser feito para prevenir a dor nas costas (SILVA, 1999).
A posição sentada, quando não ajustada de forma anatômica adequada
pode aumentar o estresse total sobre os elementos do corpo, principalmente na
coluna. Os problemas posturais, principalmente relacionados à coluna vertebral
têm origem no período de crescimento e desenvolvimento corporais. Durante
estas fases os indivíduos estão sujeitos a comportamento de risco
principalmente quando mantém posições errôneas ao sentar e mochilas ao
transportar materiais escolares podendo acarretar alterações posturais laterais
e ou antero-posterior (DETSCH; LUZ, 2007).
Para Reis, Reis e Moro (2005), na postura sentada, a circulação
sanguínea sofre uma alteração significativa, onde o retorno do sangue pelas
veias até o coração se torna difícil, pois nesta posição, a pressão, na parte
15
posterior das coxas, funciona como um obstáculo para a circulação. Esta
situação, muitas vezes agravada devido às más condições materiais do
mobiliário escolar e pela ausência do apoio dos pés no chão, afetam a coluna
vertebral, causando desconforto que interfere no comportamento dos
educandos e reflete, também, no ensino-aprendizagem.
Para Ferreira e Righi (2009), a postura sentada é adotada quando a
tarefa prevista estabelece requisitos de precisão, manejo fino, com
manipulação de cargas leves. Nestas situações o posto de trabalho é fixo e
requer dimensionamento para acomodar os membros inferiores. O
dimensionamento inadequado do posto e de pausas pode provocar incidência
de dores musculares nas costas, pescoço, braços e pernas.
A escolha da cadeira adequada, ajustada de acordo com tamanho da
pessoa a utilizá-la é fundamental, por isso sentar bem, requer primeiramente
uma cadeira com dimensões apropriadas para o nosso corpo. Ao sentar em
uma cadeira, os pés devem estar apoiados no chão, o assento deve ser firme e
profundo o suficiente para suportar o peso dos membros inferiores, não
forçando o ângulo posterior dos joelhos e não aumentando a flexão da coluna
lombar, forçando as articulações vertebrais. A cadeira deve ter apoio para os
antebraços quando necessário. As bordas anteriores do assento devem ser
arredondadas facilitando o ajuste postural (CAROMANO; TANAKA, 1992).
Os autores supracitados relatam que a manutenção da postura ereta é
uma tarefa difícil já que há fadiga dos músculos estabilizadores do tronco. O
apoio lombar exerce um suporte na coluna, recuperando a lordose lombar
fisiológica e reaproximando a coluna de sua conformação anatômica, reduzindo
assim a fadiga muscular. O suporte lombar ajustável permite ao indivíduo
experimentar diferentes posições até encontrar a mais confortável para a sua
coluna.
Para Zapater e Silveira (2004), a postura sentada gera várias alterações
nas estruturas músculo-esqueléticas da coluna lombar. O simples fato de o
indivíduo passar da postura em pé para a sentada aumenta em
aproximadamente 35% a pressão interna no núcleo do disco intervertebral e
todas as estruturas (ligamentos, pequenas articulações e nervos) que ficam na
parte posterior são esticadas – isso se o sujeito estiver sentado nas melhores
condições possíveis. Em virtude disso faz-se necessário a orientação e
16
verificação postural em estudantes, visto que os mesmos na maioria das vezes
sentam de forma incorreta e que também o mobiliário não atende aos padrões
adequados para as proporções corporais dos indivíduos. Uma forma de
minimizar os efeitos adversos da postura sentada para as estruturas corporais,
segundo Zapater e Silveira (2004) “é o planejamento e/ou replanejamento do
ambiente físico, com adoção de mobiliários ajustáveis a diferentes requisitos da
tarefa e as medidas antropométricas individuais.” Esta seria uma forma de
minimizar os efeitos causados pela postura sentada.
Os problemas posturais como enunciam Correia e Pereira (2005),
Siqueira et al (2008), são preocupações que envolvem a qualidade de vida do
indivíduo e pode interferir negativamente na produtividade funcional do mesmo.
Os problemas posturais podem ser desencadeados por traumatismo, fatores
emocionais, sócio-culturais, hereditário ou ainda por indumentária e posições
inadequadas.
A boa postura é aquela que o corpo assume tendo um bom equilíbrio
muscular e esquelético o qual protege a estrutura corporal contra lesões ou
deformidades progressivas, independente de quais estruturas estejam
envolvidas diretamente na atividade proposta (CORREIA; PEREIRA, 2005).
Assim, estudantes universitários e ou escolares, precisam tomar
conhecimento sobre a importância da manutenção de uma boa postura e o uso
de mobiliário adequado respeitando as variáveis antropométricas dos mesmos
com o intuito de melhorar sua qualidade de vida, não deixando que estes
fatores atrapalhem seu desenvolvimento acadêmico e ou acarretando dores e
problemas de saúde através de um efeito cumulativo ( REIS; REIS; MORO,
2005).
3.5 Avaliação biomecânica na posição sentada
A biomecânica elucida como a estrutura corporal deve se organizar em
determinada posição, qual o melhor ângulo, menor força e compressão
favorecem o bem estar corporal em uma posição sentada, por exemplo. Esta
área do conhecimento também classifica o trabalho muscular em dinâmico e
estático. O trabalho dinâmico alterna movimentos de contração e relaxamento
17
muscular enquanto o trabalho estático explora a contração muscular até a
fadiga (FERREIRA; RIGHI, 2009).
Para Araújo (2008) a postura sentada por tempo prolongado promove
desconforto nos membros superiores e pescoço e gera alterações nas
estruturas musculo-esqueléticas. Este desconforto pode ser aliviado através de
mudanças freqüentes da postura, melhorando-se o posicionamento de
materiais a serem utilizados ou ainda providenciando-se apoio para partes do
corpo com o objetivo de reduzir as contrações estáticas dos músculos.
A posição sentada exige muito dos músculos do dorso e do ventre, além
da coluna vertebral para sustentação durante atividades manuais
principalmente. O mobiliário deve permitir mudanças de posições para aliviar
um pouco às tensões causadas pela postura sentada (SILVA; SANTOS, 2006).
A coluna vertebral é de suma importância ao ser humano, ela dá
sustentação e é o eixo do corpo, que por sua vez possui dois fatores
biomecânicos contraditórios como a flexibilidade e a rigidez. Isso permitirá os
movimentos de flexão do corpo e a capacidade de sustentação do mesmo.
Muitos movimentos osteo-musculares ocorrem de acordo com as leis
mecânicas de acordo com a posição relativa da força, do fulcro e da resistência
(DERTCH; LUZ, 2007).
Oliver e Middleditch (1998) enunciam que a postura é uma ação
integrada dos músculos reajustando o corpo de acordo com a gravidade de
uma postura adotada. Fatores biomecânicos vêm sendo objeto de estudo no
mundo todo, permitindo o estabelecimento do risco ergonômico com
metodologias cientificamente validadas. Esses fatores (que podem existir
isoladamente ou em conjunto) são: força excessiva feita com os membros
superiores; repetitividade de um mesmo padrão de movimento; exigência de
posturas críticas dos membros superiores, com destaque especial para a
postura estática, compressão de estruturas dos membros superiores, incluindo
aquela ligada à vibração segmentar.
Para Mochizuk e Amádio (2003), o controle postural é tão complexo
quanto o controle de movimentos. Duas grandezas que podem ser obtidas por
meio da biomecânica para o estudo da postura, sendo eles o centro de massa
do corpo e o centro de pressão resultante das forças aplicadas no apoio.
18
Na postura sentada não é diferente, o controle postural e sua
reorganização são constantes de acordo com as atividades realizadas pelo
aluno. O tempo todo o corpo está em desequilíbrio se ajustando para um
possível equilíbrio. O indivíduo precisa se adequar da melhor maneira possível
para evitar eventuais danos causados por esse “desequilíbrio” constante,
procurando ficar em uma posição o mais confortável possível. Neste momento
o mobiliário faz toda diferença para manutenção de uma melhor postura para
execução de atividades, como aponta Moro (2005) em seu estudo: ...”melhor
arranjo do mobiliário pode diminuir as sobrecargas músculo-esqueléticas
durante as atividades sentadas”,
3.6 Mobiliário escolar O mobiliário escolar normalmente é adquirido em grandes quantidades,
seja para escolas públicas ou particulares, decorrentes de licitações, que,
geralmente ganha o menor preço, consequentemente uma menor qualidade do
produto, não levando em conta as proporções corporais de estudantes, sendo
todo mobiliário “padrão”, de uma mesma medida, o que acarreta grandes
problemas posturais em estudantes (REIS; REIS; MORO, 2005).
O mobiliário escolar, normalmente envolve custos em sua produção,
quanto à qualidade, critérios ergonômicos, material que gere durabilidade entre
outros. Porém há uma necessidade de verificar critérios pedagógicos,
antropométricos, biomecânicos, visto que estudantes os utilizam no mínimo
quatro horas por dia na posição assentado. A aplicação da ergonomia em
cadeiras-mesa mostra-se importante, uma vez que esse mobiliário é utilizado
por diferentes pessoas, com idades, tamanhos e comportamentos distintos,
proporcionando maior segurança, conforto e bem-estar (SOUZA et al, 2010).
Para os autores Reis, Reis e Moro (2005), pode parecer simples
construir um mobiliário escolar, mas o importante não são os estofamentos e
sim suas dimensões. Devem-se oferecer mobiliários que se adaptem ao ser
humano e ao seu trabalho, para que assim, possamos evitar danos à saúde,
principalmente na idade escolar que é uma fase de crescimento. Após essa
fase, se torna mais difícil obter resultados em termos de correção postural,
devido à consolidação do crescimento ósseo.
19
Alunos ao entrarem sadios na escola saem anos depois com a postura
comprometida de alguma forma. A causa desses problemas são as cadeiras
inclinadas para trás ou retas, com a superfície da mesa na horizontal, onde, na
tentativa de se acomodar, as crianças inclinam-se sobre a superfície da mesa,
comprimindo as suas vértebras lombares. A pressão mantida por diversas
horas sobre os ossos em formação das crianças irá ocasionar transformações
posturais permanentes, que irão lhes incomodar para o resto de suas vidas
(MORO, 2005).
No mobiliário tradicional, algumas crianças são forçadas a se
posicionarem nas bordas do assento, na tentativa de evitar que os pés fiquem
sem o apoio do chão, para alcançar o caderno ao escrever e, também, diminuir
a pressão excessiva na parte posterior da coxa. Portanto, as alturas de mesas
e cadeiras geralmente não são reguláveis, sendo do ponto de vista
ergonômica, impróprias para o uso, podendo originar problemas posturais de
relativa gravidade, isto é demonstrado em pesquisa realizada por Souza et al
(2010) com cadeiras os quais constataram elevadas alturas dos assentos os
quais podem causar diversos problemas na saúde dos usuários como má
circulação e varizes.
As Normas Brasileiras (NBR 140006/2008) prevêem esse problema,
dividindo a carteira escolar em classes de medidas de tamanho para mesas e
assentos em todas as instituições educacionais, onde deverão ser observadas
as variáveis antropométricas de cada aluno. Porém, na prática, essa norma
nunca foi obedecida. O motivo, pouco se sabe, talvez seja custo, pouca ou
nenhuma informação sobre a antropometria dos alunos, ou até mesmo o
descaso com a educação e saúde dos estudantes (MORO, 2005).
Estudo realizado por Silva e Santos (2006), sobre mobiliário escolar,
aponta que a maioria do mobiliário é inadequada para determinado nível de
ensino. Com tantas faixas etárias envolvidas, um único tipo de mobiliário acaba
por tornar-se impróprio para algumas delas, constatando-se que os alunos de
seis a dez anos são os que mais poderão sofrer com uma inadequação que se
observa quando a mobília é demasiadamente grande para as crianças.
Conseqüentemente, tal situação poderá induzir as posturas corporais
inadequadas que desencadearão acometimentos físicos e posturais a curto,
médio e longo prazo. Além do mais, desconfortos podem gerar desatenção e
20
desinteresse pelas atividades pedagógicas, prejudicando não somente a saúde
como também a aprendizagem dos alunos. A partir do estudo, verificou-se que
um espaço físico e uma mobília escolar inadequada prejudicam o
desenvolvimento das crianças.
Moro (2005) enuncia que se observa no ambiente escolar uma grande
lacuna de aplicações e adequações ergonômicas. A atividade escolar por não
tratar-se de uma situação de trabalho, muitas vezes fica a mercê da
"causalidade", ou seja, ainda não existe um critério que lhes atenda nos
requisitos de saúde e segurança para a concepção do mobiliário escolar.
Portanto, informar-se e conhecer o assunto é uma necessidade urgente para
que cresça a consciência social sobre este tema.
3.7 Mobiliário escolar e a ABNT NBR14006
Para Bergmiller, Souza e Brandão (1999), o mobiliário escolar é um
elemento de apoio ao processo de ensino. Os confortos físicos e psicológicos
do aluno vão influenciar de forma direta seu rendimento na aprendizagem. Com
isso é necessário entender e analisar as mais diversas questões do meio
educacional para estabelecer as relações do mobiliário com os critérios
pedagógicos, ergonômicos e tecnológicos.
Estudo realizado por Chiapeta (2010) mostra a inadequação do
mobiliário escolar quando comparados e classificados seguindo as normas da
ABNT NBR 14006:1997 e as medidas antropométricas de alunos. Onde
apenas a largura do assento foi classificada como ideal neste estudo.
A qualidade atual do móvel escolar brasileiro precisa ser revista e
melhorada. O controle de qualidade do material e os aspectos ergonômicos de
acordo com a utilização é o ponto fundamental para a correspondência do
produto ao ser humano. E para se pensar nesse controle é preciso estabelecer
critérios de qualidade como apresentam Bergmiller, Souza e Brandão (1999).
Estes critérios referem-se ao usuário (ergonomia), ao uso (pedagogia) e
aqueles relacionados a aspectos construtivos (tecnologia).
A necessidade de intervenção da ergonomia em relação ao mobiliário
escolar se faz necessária visando o conforto e à saúde dos usuários, visto que
21
esses fatores a longo período de permanência em posturas estáticas podem
trazer desequilíbrios e dores músculo esqueléticas (VIGO et al, 2010).
A NBR 14006 refere-se a questões relativas a recomendações
ergonômicas e antropométricas do mobiliário escolar prevendo classes
dimensionais para mesa e cadeira. A adoção dessa norma pela ABNT indica a
preocupação não apenas com as questões posturais dos alunos nas salas de
aula, mas também elevando esta preocupação à saúde pública (BERGMILLER,
SOUZA e BRANDÃO, 1999).
Para Souza et al (2010) “a aplicação da ergonomia em cadeiras
mostra-se importante, uma vez que este mobiliário é utilizado por diferentes
pessoas, com idades, tamanhos e comportamentos distintos, proporcionando
maior segurança, conforto e bem-estar”.
Bergmiller, Souza e Brandão (1999) apresentam critérios mínimos para
uma boa postura do indivíduo sentado como mostra na figura 1. A existência
de espaço livre entre a parte inferior da mesa e a parte superior da coxa do
aluno (a) segundo os autores se faz necessário para permitir movimentação do
mesmo durante suas atividades, a altura da mesa (b) deve ser tal que o
cotovelo apóie sobre a mesma ou uma altura ligeiramente superior
proporcionado melhor angulação para a escrita. Quanto à angulação da perna
(c) o espaço livre deve existir (raio mínimo 40 mm) da parte posterior da perna
e borda frontal da superfície do assento que deve ser arredondada com o
objetivo de evitar pressão sobre a musculatura da perna do usuário. A altura do
assento (f) deve permitir que as plantas dos pés apóiem totalmente no solo,
não havendo com isso pressão do assento contra os músculos inferiores da
coxa e a profundidade do assento da cadeira (g) deve ser determinada pelo
menor comprimento de coxa do usuário, considerando como limite deste
comprimento a região sacra. O encosto da cadeira (d) deve permitir apoio
lombar adequado (entre a terceira e quinta vértebra) e dorsal, com isso deve
existir um espaço livre entre apoio e assento (e) para acomodação glútea.
22
Figura1: Critérios ergonômicos para uma boa postura segundo Bergmiller,
Souza e Brandão (1999)
A seta em vermelho (letra c) na figura acima apresenta que, além da
profundidade útil do assento possui também uma tolerância de 10 mm a 20 mm
(1 a 2 cm) e um raio da aba frontal do assento de 30 mm a 90 mm (3 a 9 cm)
que deve existir segundo a NBR 14006:2008 entre a parte posterior da perna e
a borda anterior do assento auxiliando assim a circulação. Como cita Panero e
Zelnick (2002) assentos com pouca profundidade podem causar falta de
suporte corporal (coxas) dando a sensação de cair do assento enquanto
23
assentos com muita profundidade podem causar compressão nos tecidos e
gerar desconforto no indivíduo.
A NBR 14006:2008 aborda requisitos importantes quanto ao
dimensionamento do mobiliário em conjunto ao aluno considerando as
diferenciações antropométricas. São identificadas pelo tamanho através da
numeração de zero a sete e pelas cores relacionadas com faixas de estatura: -
0 – branco; estatura 80 a 95cm; 1- laranja; estatura 93 a 116 cm; 2 – lilás;
estatura 108 a 121cm; 3 – Amarela; estatura 119 a 142 cm; 4 – Vermelha;
estatura 133 a 159 cm; 5 – Verde; estatura 146 a 176,5 cm; 7 – Marrom;
estatura 174 a 207 cm.
O regulamento de avaliação da conformidade para os móveis escolares
para conjunto aluno NBR 14006:2008 aborda que, para fabricação de
mobiliário escolar deve ser verificado suas dimensões, qualidade no
acabamento e identificação, passar por ensaios de resistência mecânica e
estabilidade da cadeira e da mesa, requisitos quanto ao material utilizado na
fabricação assim como requisitos para pintura e tratamento das partes
metálicas do mobiliário.
Estudo realizado por Vigo et al (2010) com alunas universitárias (23) do
curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Paraná demonstra que,
apesar das medidas das cadeiras esta em consonância com as normas da
ABNT, ela não se adéqua às medidas antropométricas da amostra estudada,
dentre todas as variáveis analisadas neste estudo, a altura do encosto lombar
da cadeira-mesa utilizada nesta IES foi a de maior inadequação, segundo os
autores tal fator pode gerar perda de movimento e desconforto na coluna
lombar.
24
4 METODOLOGIA
25
4.1 Área em estudo:
Instituição de Ensino Superior (IES) de iniciativa particular está voltada
para a educação e a cultura. Nessa concepção, a Instituição é o centro de
irradiação de conhecimento, coordenando o ensino, a pesquisa e a extensão,
em busca da educação do homem. Apresenta, então, metas bem definidas.
Prepara o homem para sua própria existência e o cidadão para a sua dignidade
social. Condiciona o aluno-gente-cidadão para seu meio regional, para sua
nacionalidade e para um mundo humano. A comunidade estudantil é a primeira
preocupação. Presta aos estudantes serviços educativos e assistenciais de
elevado interesse público, com eficiência e elevado calor humano.
O curso de Educação Física nesta Instituição iniciou em 2004. A primeira
turma formou-se no ano de 2007. No período de 2007 a 2010 formaram-se
quatro turmas de licenciados em Educação Física. Para absorção desses
profissionais possuem clubes, academias, escolas, projetos de governo entre
outros empreendimentos que os insere no mercado de trabalho. A percepção e
conscientização da sociedade voltada cada vez mais para a qualidade de vida
e saúde vêm de encontro à lei da oferta e procura relacionada a pratica de
atividade física e ao Educador Físico. É o que propõe a instituição dentro de
um conceito social que auxilia o aluno nesta inserção através de estágios em
instituições pertinentes.
4.2 Delineamento da pesquisa e definição da amostra:
Trata-se de uma pesquisa quali quantitativa de caráter inferencial e
descritiva, cuja amostra foi obtida entre os 125 estudantes do Curso de
Educação Física de uma Instituição de Ensino Superior do Vale do Aço MG.
Para cálculo do tamanho da amostra utilizou-se a fórmula de Barbetta (2001),
considerando o erro médio de 5%, obtendo-se, desta maneira, o total de 95
indivíduos.
26
- Critérios de inclusão
Pessoas adultas na faixa etária de 18 a 30 anos, ser estudante do Curso
de Educação Física na IES.
- Critérios de exclusão
Pessoas com estatura acima de um metro e noventa centímetros de
altura e abaixo de um metro e quarenta centímetros de altura.
Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Centro
Universitário de Caratinga/MG, segundo o parecer de protocolo número 113/10.
Todos os alunos que aceitaram participar do estudo assinaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Atendendo assim a resolução 196/96.
4.3 Antropometria
De acordo com Heyward e Stolarczyk (1996), o IMC é um indicador
antropométrico da relação conjunta entre a massa corporal e a estatura, obtido
por meio da divisão da massa corporal em quilogramas (kg) pelo quadrado da
estatura em metros (m).
IMC= Massa Corporal (kg)
Estatura2 (m)
Para analisar o IMC, foram consideradas três categorias, sendo
considerado IMC normal aquele compreendido entre 18,5 a 24,9kgm-2
(categoria de referência), como sobrepeso os valores entre 25,0 a 29,9kgm-2 e,
como obesidade, o IMC igual ou superior a 30,0kgm-2 (OMS, 2004). Foi
utilizada uma balança com estadiômetro da marca Filysola, precisão de 0,1
quilogramas, unidade de medida em kg, tendo capacidade de medição na faixa
de 01 a 150 kg. Antes de utilizar a balança para aferição do peso, este
27
instrumento foi calibrado manualmente, somente após ter-se a certeza desta
etapa é que se realizava a pesagem dos indivíduos. Se fosse observada a
necessidade de nova calibração entre uma pesagem e outra, este
procedimento era repetido.
Para a avaliação antropométrica, o participante estava descalço, com
vestimentas leves, posicionando-se sobre a plataforma da balança, de costa
em relação ao estadiômetro e com a postura ereta normal, olhando para a
frente. Foi realizada apenas uma medida sendo o resultado expresso em kg
com precisão de 100g (GORDON et al. 1988; HEYWARD e STOLARCZYK,
1996). A cada nova medida a escala da balança era zerada manualmente.
Para verificar a estatura, foi utilizado estadiômetro da própria balança,
com comprimento total de 2m. Após o posicionamento adequado do
participante, como descrito acima, e a fixação do estadiômetro na parte mais
superior da cabeça, realizou-se a leitura. No momento da obtenção da medida,
foi solicitado ao participante que se mantivesse a apnéia inspiratória profunda
enquanto o avaliador obtinha a altura no estadiömetro.
4.4 Medidas da cadeira-mesa padrão utilizadas na IES:
Utilizando uma fita métrica de 1,50m determinaram-se as medidas da
cadeira-mesa identificadas nas fotos abaixo, realizadas por máquina fotográfica
da marca cânon 7.1 mega pixels. As fotos foram, então, trabalhadas no
PowerPoint e montadas conforme se observa nas figuras 2 e 3.
28
1 Figura 2 – Vista frontal da cadeira-mesa utilizada como padrão em uma IES
do Vale do Aço, Minas Gerais.
1 LEGENDA: 1- Altura do assento; 2- largura do assento; 4- altura do encosto; 5- largura do encosto; 6- altura do encosto em relação ao assento; 7- ponto médio do encosto em relação ao assento.
5
4 7
2
1
6
29
2 Figura 3 – Vista lateral esquerda da cadeira-mesa utilizada como padrão em
uma IES do Vale do Aço, Minas Gerais.
4.5 Avaliação dos segmentos corporais:
A partir do software para estimativa Antropométrica (Castro, 2003)
calculou-se o comprimento dos segmentos corporais na posição assentado dos
95 indivíduos que compõem a amostra. As medidas consideradas para o
cálculo destes segmentos encontram-se identificadas no esquema
representado na Figura 4.
2 LEGENDA: 3- Profundidade do assento; 8- altura da borda anterior do braço da cadeira-mesa ao solo; 9- comprimento total do braço
9
3
8
30
3Figura 4- Representação das medidas a serem avaliadas para obtenção do comprimento das partes do corpo assentado em função da estatura (fonte Software Antroprojeto para estimativa antropométrica: Universidade Federal de Juiz de Fora; Departamento de Engenharia de Produção; Engenheiro Eduardo Beviglieri Pereira de castro, 2003.
4.6 Comparar as variáveis mensuradas na cadeira com os valores
estabelecidos pelas normas da ABNT e com as medidas antropométricas
obtidas pelo Software Antroprojeto.
Foi construída uma tabela onde se lançou os dados obtidos na avaliação
antropométrica feita pelo Sofware Antroprojeto, as normas da ABNT (NBR
14006, 2008).e as medidas da cadeira-mesa utilizada na IES. Os valores foram
então comparados e a cadeira-mesa considerada adequada ou inadequada
segundo a ABNT e o software Antroprojeto. A amostra, nesta comparação, foi
dividida em classes conforme a altura. Assim, trabalharam-se quatro grupos
3 Legenda – a: altura do assento, b: largura do assento, c: profundidade do assento; d: largura do encosto, e: ponto do encosto em relação ao assento, f: borda anterior do braço em relação ao solo. As medidas das alturas lançadas na figura correspondem a fatores de correção utilizados pelo Sofware Antroprojeto para determinar as medidas após o lançamento da altura H.
a
c
d
b
f
e
0,384H
31
(Grupo 1: 1,58-1,64; grupo 2: 1,65 – 1,71; grupo 3: 1,72 – 1,78; grupo 4: 1,79 –
1,84).
Com auxilio de uma máquina fotográfica da marca cânon 7.1 mega
pixels, foram obtidas fotos na posição assentado confortavelmente e com vista
lateral esquerda de quatro participantes, cada um deles pertencentes a uma
das classes de altura usadas a fim de se observar também a adequação ou
não das cadeiras-mesas.
4.7 Propostas de medidas de uma cadeira-mesa mais ajustada às medidas
antropométricas dos discentes avaliados.
Foram estabelecidas medidas mínimas e máximas para parâmetros
(observar as figuras 1 e 2) que uma cadeira-mesa ajustável e adequada
ergonomicamente a todos os discentes do curso de Educação Física de uma
IES do Vale do Aço. Estes resultados foram apresentados na forma de tabela e
comparados com o que é recomendado pela ABNT.
4.8 Análise estatística dos dados:
Os dados quantitativos foram analisados usando teste de variância e a
comparação entre dois grupos foi feita pelo teste paramétrico t student e na
comparação múltipla de mais de dois grupos a significância entre os resultados
foi obtida pelo Método de Dunn’s. Considerou-se significativa as diferenças
para P<0,05.
Dados qualitativos foram apresentados em tabelas e apresentados como
valores médios distribuídos segundo a classificação por altura em grupos,
conforme descrito anteriormente.
32
5- RESULTADOS E DISCUSSÃO _____________________________________________________
33
Participaram do estudo 95 estudantes do curso de Educação Física de
uma IES do Vale do Aço Minas Gerais, sendo 67,37% mulheres e 32,63%
homens na faixa etária de 18 a 30 anos de idade.
1,60
1,65
1,70
1,75
1,80
1,85
Mulheres Homens
Alt
ura
(m
)
Figura 5 – Dados representativos das alturas médias dos 95 alunos do curso de Educação Física de uma IES do Vale do Aço de Minas Gerais, considerando o gênero.
• P<0,0001 para o teste t student.
De acordo com o resultado a média de altura das mulheres é de 1,67 cm
e homens 1,73 cm, mostrando diferença significativa quanto à altura entre os
gêneros, as quais as mulheres são mais baixas quando comparadas aos
homens na amostra estudada.
As medidas antropométricas (peso e altura) entre os gêneros (Figuras 5
e 6) apresentaram diferença significativa, conseqüentemente estrutura
biomecânica e ergonômica do mobiliário precisa ser diferenciado auxiliando no
conforto e acomodação.
*
34
Marcolino et al (2009) relata em seu estudo que, dimensionamento dos
mobiliários são empregados valores médios sem levar em conta as diferenças
de tamanho entre os gêneros.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
Peso (Kg) IMC (Kg/m2) Peso (Kg) IMC (Kg/m2)
Mulheres Homens
Figura 6 – Dados representativos dos valores médios do Peso e do Índice de Massa Corporal (IMC) dos 95 alunos do curso de Educação Física de uma IES do Vale do Aço de Minas Gerais, considerando o gênero.
• P<0,00194 para o teste t student. Quanto ao peso, percebe-se que os homens apresentaram uma média de
67 kg e as mulheres 55 kg, mostrando que os homens possuem mais peso
corporal quando comparados às mulheres desta amostra. Em relação ao IMC e
os gêneros não se observou diferença significativa, pois os homens
apresentaram média de 21,6 kg/m2 e as mulheres 20,4 kg/m2.
Para Estrazula et al (2010) grande parte da população não possui
mobiliário escolar que garanta um padrão mínimo de conforto e qualidade de
acordo com suas características antropométricas e biomecânicas.
*
35
Em estudo realizado por Pontes, Sena e Ferreira (2008), com garis
também demonstra diferença significativa entre os gêneros no que diz respeito
a altura e peso, não havendo diferença significativa entre o IMC.
Para Bergmiller, Souza e Brandão (1999), a adoção de um único padrão
de cadeira-mesa, não é a solução adequada, pois sacrificará a postura dos
alunos de menor estatura, em faixas etárias mais baixas. Padrões
diferenciados permitem melhor adequação do mobiliário às diferentes estaturas
de alunos.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
cotovelo aoGlúteo
Coxa Perna Quadril Ombros Cotoveloao gluteo +
perna
Segmentos corporais
valo
res
abso
luto
s (m
)
Grupo 1: 1,58 - 1,64
Grupo 2: 1,65 - 1,71
Grupo 3: 1,72 - 1,78
Grupo 4: 1,79 - 1,84
4Figura 7 – Dados das medidas dos segmentos corporais, avaliados pelo Programa Antroprojeto, dos 95 alunos do curso de Educação Física de uma IES do Vale do Aço de Minas Gerais, considerando as diferentes classes de altura (m). 4 * Comparação entre a medida do segmento cotovelo ao glúteo entre as classes de altura: Diferença significativa entre grupos 1 x 2, grupos 1x 3, grupos 1x 4, grupos 2 x 3, grupos 2 x 4 (P < 0,0001 para o teste de comparação
múltiplas método de Dunn’s).; ** Comparação entre a medida do segmento coxa entre as classes de altura: Diferença significativa entre grupos 1 x 2, grupos 1x 3, grupos 1x 4, grupos 2 x 3, grupos 2 x 4 (P < 0,0001 para o teste de
comparação múltiplas método de Dunn’s).; ○ Comparação entre a medida do segmento perna entre as classes de altura: Diferença significativa entre grupos 1 x 2, grupos 1x 3, grupos 1x 4, grupos 2 x 3, grupos 2 x 4 (P < 0,0001
para o teste de comparação múltiplas método de Dunn’s); ● Comparação entre a medida do segmento quadril entre as classes de altura: Diferença significativa entre grupos 1 x 2, grupos 1x 3, grupos 1x 4, grupos 2 x 3, grupos 2 x 4
(P < 0,0001 para o teste de comparação múltiplas método de Dunn’s); ▲ Comparação entre a medida do segmento ombro entre as classes de altura: Diferença significativa entre grupos 1 x 2, grupos 1x 3, grupos 1x 4, grupos 2 x 3,
grupos 2 x 4 (P < 0,0001 para o teste de comparação múltiplas método de Dunn’s); □ Comparação entre a medida do segmento cotovelo ao glúteo mais a perna entre as classes de altura: Diferença significativa entre grupos 1 x 2, grupos 1x 3, grupos 1x 4, grupos 2 x 3, grupos 2 x 4 (P < 0,0001 para o teste de comparação múltiplas método de Dunn’s).
*
**
○
● ▲
□
36
A figura acima apresenta medidas médias dos segmentos corporais (
cotovelo ao glúteo, coxa, perna, quadril, ombros e cotovelo ao glúteo + perna)
comparando-os as classes de altura ( grupo1- 1,58 a 1,64; grupo2- 1,65 a 1,71;
grupo3- 1,72 a 1,78; grupo4- 1,79 a 1,84) para verificação de diferenças de
tamanho dos segmentos corporais e classes de altura.
Na comparação entre as dimensões dos segmentos corporais e classes
de altura (Figura 7), verifica-se que entre a maioria dos grupos de classes de
alturas consideradas houve diferença significativa, apenas entre os grupos com
altura variando de 1,72-1,78m (grupo 3) e de 1,79-1,84m (grupo 4) não
apresentou diferença significativa entre as medidas antropométricas. Esta
altercação reforça também a impossibilidade de se usar uma mesma cadeira-
mesa para todos os alunos que compõem a amostra, apontando para a
necessidade de se ter uma cadeira-mesa ajustável ou cadeira-mesa que
contemple as especificações de cada indivíduo.
Vigo et al (2010) em estudos ergonômicos com universitários constatou
que algumas medidas da cadeira mesmo estando de acordo com a ABNT não
se ajustava aos padrões antropométricos de sua amostra. E que há uma
necessidade de intervenção ergonômica em relação ao mobiliário e ao
ambiente visando conforto e saúde dos alunos. Chiapeta (2010) aborda que há
uma grande dificuldade em adaptar o mobiliário ao aluno devido à diferença de
estatura e peso daqueles que utilizam as mesmas cadeiras.
37
TABELA 1 - Apresentação das variáveis mensuradas na cadeira com os valores estabelecidos pelas normas da ABNT e com as medidas antropométricas obtidas pelo Software Antroprojeto, considerando-se os Grupos conforme as classes de altura dos 95 alunos do curso de Educação Física de uma IES no Vale do Aço, Minas Gerais.
5A tabela 1 mostra as medidas mensuradas das cadeiras-mesa das salas de aula obtidas pela pesquisadora, bem como a classificação (adequada ou inadequada), segundo as normas da ABNT 14006:2008, assim como os resultados das medidas antropométricas segundo as classes de altura, obtidas através do software.
55* Somente valores em negrito foram considerados adequados no Programa Antroprojeto e em relação à condição da cadeira esta se apresentou apropriada. **Os valores que não estão em negrito foram considerados inadequados segundo o Programa Antroprojeto e a cadeira inadequada,
Medida Antropométrica (cm) por classe de altura – medidas realizadas segundo o software Antroprojeto Variável
Medidas da cadeira
Valor ABNT (cm)
ABNT Grupo 1
1,58-1,64 Grupo 2
1,65-1,71 Grupo 3
1,72-1,78 Grupo 4
1,79-1,84 1-Altura do assento
46 43 a 51 Adeq 40,72 41,73 43,34 44,43
2-Largura do assento
42 >39 Adeq 33,22 34,02 35,31 36,20
3-Profundidade do assento
40 38 a 46
tol- 2cm
Adeq 45,80 46,93 48,74 49,97
4-Altura do encosto
26 15 a 20 Inad **** **** **** ****
5-Largura do encosto
36 >35 Adeq 37,45 38,39 39,86 40,85
6-Altura do encosto em relação ao assento
10 22 Inad **** **** **** ****
7-Ponto médio do encosto em relação ao assento
18 17 a 23 Adeq 22,08 22,64 23,50 24,08
8-Altura da borda anterior do braço da cadeira ao solo
68 66 a 86 Adeq 62,80 64,36 66,84 68,51*
9-Comprimento total do braço
64 **** **** 41,57 42,57 44,21 45,31
38
Na tabela 1 verifica-se que apenas a altura da borda anterior do braço
da cadeira ao solo foi classificada como adequada em relação a medida da
cadeira-mesa, normas da ABNT e dados médios antropométricos da amostra.
Nas demais medidas duas foram consideradas inadequadas quando
comparadas as normas da ABNT, apresentando assim, condições
inapropriadas para os estudantes avaliados, conforme demonstra a tabela.
Em relação ao assento observou-se que possuía acolchoamento
proporcionando um maior conforto, porém o mesmo não apresentava a borda
anterior arredondada e encurvada para baixo conforme a Norma de Ergonomia
(NR-17) esta borda reta pode ocasionar pressão na coxa, dificultando a
circulação e causando desconforto.
A altura média do assento foi de 46 cm, estando de acordo com as
normas da ABNT, a qual estabelece que a altura do assento possa ser de 43 a
51 cm. Mesmo assim, devido às variações de altura da amostra, este padrão
não beneficia os alunos desta IES, pois para atender o grupo1 (grupo mais
baixo no estudo) a cadeira deveria baixar para 40,72 cm e para o grupo 4
(grupo mais alto) baixar para 44,43 cm do piso. Estudo realizado por Panero e
Zelnik (2002), recomenda que esta altura de cadeira deva variar de 40,60 cm a
41,30 cm e Siqueira et al (2008) cita que para as cadeiras de instituição
superior a altura do assento deveria variar de 36,8 cm a 38,8 cm. Desta forma
como enuncia o mesmo autor, o ideal que as cadeiras possuíssem regulagens
de forma a favorecer a manutenção do ângulo reto nas articulações do joelho e
tornozelo, permitindo que a dobra do joelho ficasse de 3 a 5 cm acima do
assento, proporcionando uma posição confortável.
Em relação à largura do assento, encontrou-se a medida de 42 cm nas
cadeiras da IES estando dentro dos padrões da ABNT que cita medidas
mínimas de 39 cm. Quanto as medidas antropométricas da amostra, o grupo 4
com estatura mais alta apresenta 36,20 cm. Portanto autores como Panero e
Zelnik (2002) recomenda a largura mínima de 40,60 cm e máxima de 43,20 cm,
levando em conta a largura do ombro do indivíduo para melhor acomodação do
quadril. Vigo et al (2010) em seu estudo encontrou esta medida de 48 cm em
sua amostra (feminina), e enunciou que, quando sentamos há um aumento do
quadril, e que, larguras menores de cadeiras implicam em perda de
39
estabilidade e insegurança para mudança de postura, levando o indivíduo a
manter uma mesma posição por períodos prolongados.
A profundidade do assento segundo as normas da ABNT deve ser de 38
cm a 46 cm com tolerância de 2 cm para estaturas de 119 cm a 207cm como é
a amostra deste estudo. A cadeira-mesa da IES apresenta a medida de 40 cm
estando em consonância com as normas, porém não esta de acordo com as
medidas antropométricas encontradas no grupo 1 que foi de 45,80cm, no grupo
2 de 46,93cm, no grupo 3 de 48,74cm e no grupo 4 de 49,97 cm. Contudo os
dados demonstram que apenas a média antropométrica dos indivíduos do
grupo1 (45,80 cm) esta dentro das normas da ABNT (38 a 46 cm), mas não
nas medidas da cadeira-mesa universitária da IES (40 cm). As medidas dos
outros grupos (2, 3 e 4), não estão de acordo com as normas da ABNT nem
com as medidas da cadeira da IES em questão. Siqueira et al (2008) cita que a
profundidade do assento deve ser adequado de forma a evitar compressão de
vasos sanguíneos, tendões e nervos na parte de trás do joelho e na
extremidade da coxa. Vigo et al (2010) acrescenta que, profundidade maiores
que a distancia nádega-poplítea é plausível de lesões e pouca profundidade
implica em sensação de instabilidade e diminuição de concentração.
Quanto à altura do encosto da cadeira-mesa os dados obtidos indicam
medida de 26 cm não estando dentro dos padrões da ABNT, que preconiza o
valor de 15 cm a 20 cm. Os dados antropométricos não foram possíveis de
serem mensurados pelo software. Os autores Panero e Zelnick (2002), Vigo et
al (2010) citam em seus estudos que o encosto da cadeira deve permitir o
apoio da região lombar evitando desconforto e perda de movimento na coluna
lombar
A largura do encosto segundo a ABNT deve ser maior que 35 cm, a
medida da cadeira da IES foi de 36 cm, estando esta de acordo com as
normas, porém quanto aos dados antropométricos dos grupos, estes
apresentaram médias superiores a encontrada na cadeira-mesa, ou seja, o
grupo 1 apresentou 37,45 cm, grupo 2 38,39 cm, grupo 3 39,86 cm e grupo 4
40,89 cm. Demonstrando assim que, apesar de a medida da cadeira-mesa
estar dentro das normas da ABNT, não atende aos aspectos ergonômicos dos
estudantes da IES.
40
A altura do encosto em relação ao assento apresentado na cadeira-
mesa da IES foi de 10 cm, estando fora das normas sugeridas pela ABNT que
é de 22 cm. Os dados antropométricos não foram possíveis de serem
mensurados pelo software. Estudo realizado por Siqueira et al (2008) esta
medida também se encontrava fora dos padrões da ABNT e de acordo com as
medidas antropométricas de sua amostra a altura do encosto em relação ao
assento deveria ser de 14,4 cm para melhor adequação da região lombar.
O ponto médio do encosto em relação ao assento segundo a ABNT deve
ser de 17 a 23 cm. A medida encontrada na cadeira-mesa da IES foi de 18 cm,
estando de acordo com a ABNT, assim como as medidas antropométricas do
grupo 1 (22,08cm) e grupo 2 (22,64cm), porém o grupo 3 (23,50cm) e o grupo
4 (24,08) apresentaram medidas superiores das recomendadas pela ABNT e
todos os grupos (1, 2, 3 e 4) apresentaram média antropométricas superiores a
medida da cadeira-mesa da IES (18 cm). Estudo realizado por Siqueira et al
(2008) encontrou a média de 22,7 cm em sua amostra nesta medida estando
em consonância com as medidas encontradas neste estudo. O mesmo autor
aborda a importância do encosto na posição adequada, pois, se este ficar
apoiado na região torácica, movimenta a coluna lombar para cifose e,
conseqüentemente, aumenta a pressão discal e se for na região lombar
movimenta a coluna para posição de lordose.
Recomenda-se pela ABNT que a altura da borda anterior do braço da
cadeira ao solo seja de 66 a 86 cm, porém no presente estudo verificou-se que
esta medida é de 68 cm na cadeira-mesa estando dentro dos padrões, portanto
de acordo com o software Antroprojeto de medidas antropométricas esta
medida apresenta-se inadequada para o grupo 1 (62,80cm), grupo 2 (64,36cm)
e grupo 3 (66,84cm) estando ideal apenas para o grupo 4 (68,51cm). Perez
(2000) enuncia que cadeiras escolares precisam ter altura adequada
ergonomicamente a cada aluno e que o ângulo de escrever deve ter uma
inclinação de 10 a 15 graus para auxiliar na visualização e organização
postural.
Verificou-se que o comprimento total do braço da cadeira-mesa (tampo)
(64 cm), é superior as medidas encontradas pela soma das medidas do
antebraço e mão dos alunos de acordo com o software (grupo 1- 41,57cm;
grupo 2 - 42,57cm; grupo 3 - 44,21cm e grupo 4 - 45,31cm) .
41
A observação do material fotográfico de alguns discentes na posição
assentados nas cadeiras-mesas da IES avaliados no presente trabalho ilustram
as inadaptações ergonômicas do mobiliário em questão (Figura 8).
6 6 Figura 8 – Fotos de discentes assentados em vista lateral esquerda. . A- Discente pertencente ao Grupo 1 (1,58 – 1,64m); B- Discente do grupo 2 (1,65m a 1,71m), C- Discente pertencente ao Grupo 3 (1,72m – 1,78m); D- Discente do grupo 4 (1,79m a 1,84m), seta vermelha mede o raio mede o espaço livre entre a parte posterior da perna e a borda frontal da superfície do assento.
D
A B
C
42
A análise da figura 8 permite confirmar a inadaptação das cadeiras-
mesas descritas anteriormente, quando se relacionou as medidas da mobília e
o recomendado pela ABNT e os resultados obtidos na medida dos segmentos
corporais feitos pelo software Antroprojeto. Desta maneira, na figura 8-A, a
aluna não apóia os pés no chão e em 8-C, o aluno não apóia a lombar no
encosto da cadeira-mesa. Registrou-se também as diferenças nas medidas do
raio que mede o espaço livre entre a parte posterior da perna e a borda frontal
da superfície do assento, sendo igual a 1,87mm na docente do grupo 1,
2,89mm na aluna do grupo 2 e nos grupos 3 (C) e o 4 (D) encontrou-se os
valores de 5,17mm e 5,4mm, respectivamente.
Para Vigo (2010) assentos altos impedem contato dos pés com o solo,
(figura 5 A), comprimindo os vasos sanguíneos da coxa, bloqueando o retorno
venoso. Ao contrário, assentos baixos (figura 8 D) tornam os ângulos de
inclinação do quadril e do joelho mais agudos, dificultando circulação e
aumentando a pressão na região glútea, causando fadiga e desconforto.
Siqueira et al (2008) aborda que assentos horizontalizados favorece o
deslizamento do corpo para frente, como mostra a figura 8 C, transferindo a
descarga de peso das tuberosidades isquiáticas para as nádegas,
sobrecarregando a coluna lombar. Braccialli e Vilarta (2000) também relatam
em seu estudo que encosto mal posicionado na coluna torácica, falta de
inclinação posterior e formato plano do encosto são fatores que contribuem
para aparecimento de dores lombares, e assentos horizontalizados, sem
inclinação permite o deslizamento das nádegas anteriormente acarretando
danos posturais.
Na mesma linha de interpretação, Chiapeta (2010) enuncia em seu
estudo que mobiliário escolar inadequado quanto à antropometria do indivíduo
oferece risco à saúde, causando dores nas costas, nas regiões cervicais,
glúteas, lombares e nos membros inferiores.
Estes resultados demonstram que a inadequação das cadeiras-mesa
associada à manutenção de uma postura inadequada, mantida por um período
longo de tempo, no caso quatro horas, são fatores determinantes para o
aparecimento de dores e desconforto.
43
Tabela 2 - Proposta de medidas de uma cadeira-mesa mais adequada às
medidas antropométricas dos 95 discentes do Curso de Educação Física de uma IES
do Vale do Aço, Minas Gerais.
A tabela 2 apresenta valores mínimos e máximos que pode variar as
medidas de uma cadeira-mesa regulável que atenda aos alunos do curso de
Educação Física de uma IES. Foi considerado o valor mínimo e máximo
encontrado na amostra nos grupos de altura e adaptado algumas medidas com
recomendações de alguns autores para melhor ajuste ergonômico.
Quanto a altura da cadeira-mesa, considera-se as medidas
antropométricas dos discentes com altura mínima de 40,72 cm e altura máxima
de 44,43 cm, portanto segundo Siqueira et al (2008) é importante que a altura
da cadeira-mesa favoreça a manutenção do ângulo reto nas articulações dos
joelhos e tornozelos permitindo que a dobra do joelho fique acima do assento
Variável Medidas da
cadeira Valor ABNT
(cm) ABNT
Valores mínimos e máximos de medida antropométricos (cm) a serem considerados na cadeira-mesa regulável adequada a avaliação segundo a altura feita software Antroprojeto
1-Altura do assento
46 43 a 51 Adeq 35,72 a 44,43
2-Largura do assento
42 >39 Adeq >42
3-Profundidade do assento
40 38 a 46
Tol. 2cm Adeq 35,80 a 50
4-Altura do encosto
26 15 a 20 Inad ***
5-Largura do encosto
36 >35 Adeq 40,85
6-Altura do encosto em relação ao assento
10 22 Inad ***
7-Ponto médio do encosto em relação ao assento
18 17 a 23 Adeq 22,8 a 24,08
8-Altura da borda anterior do braço da cadeira ao solo
68 66 a 86 Adeq 62,80 a 68,51
9-Comprimento total do braço
64 **** **** 41,57 a 45,31 – espaço de alcance
Mais a amplitude do tampo para materiais de 64.
44
(3 a 5 cm) proporcionando uma posição confortável para os membros
inferiores, nádegas e coluna. Com isso faz-se necessário permitir ajustes mais
baixos da altura do assento para melhores ajustes posturais, ou seja, o
presente estudo sugere com isso a medida mínima de altura de 35,72 cm,
cinco centímetros a menos na medida antropométrica encontrada na amostra
para melhor adaptação ergonômica.
A largura do assento foi mensurada através da medida do quadril dos
alunos da IES, porém segundo Vigo (2010) e Siqueira et al (2008) é importante
que o assento tenha a largura máxima do ombro do indivíduo, por isso a
medida poderá se estender ate a largura máxima do ombro da classe mais alta
que foi o grupo 4 no estudo. Com isso percebe-se que a largura recomendada
é a largura já existente na cadeira-mesa da IES
Quanto a profundidade do assento encontrada na antropometria da
amostra grupo1 (45,80) média de menor altura e grupo 4 média de maior altura
(49,97) porém Siqueira et al (2008) alerta para a necessidade de se ter um
espaço entre a perna e a borda anterior do assento de 10 cm para evitar
compressão de vasos sanguíneos, tendões e nervos na aparte de trás do
joelho e na extremidade da coxa. Com isso, se faz mister a cadeira-mesa
sugerida neste estudo ser ajustável de 35 cm a 50 cm como mostra na tabela.
Como não foi possível mensurar na antropometria da amostra quanto a
altura do encosto e altura do encosto em relação ao assento sugere seguir as
normas da ABNT (15 a 20cm e 22cm respectivamente), porém colocando um
encosto de 18cm de altura ligeiramente grande e côncavo na região torácica
favorecendo o alinhamento da coluna como cita Magee (2005). O mesmo deve
ser ajustável com possibilidade mínima de 15 cm e máxima de 22 cm de altura
em relação ao assento atendendo as diferentes medidas antropométricas. Com
o encosto ajustável, o ponto médio do encosto em relação ao assento também
é atendido nesta regulagem (22,64 cm a 24,08 cm).
Para o autor supracitado o encosto deve ser grande e côncavo, de
acordo com os dados antropométricos encontrados na amostra o encosto deve
variar de largura (37,45 cm a 40,85 cm), porém nesta medida não há como ter
ajuste, com isso a pesquisadora sugere manter a medida máxima (45,84 cm),
pois se o mesmo for côncavo atende a medidas menores, visto que a ABNT
recomenda medida acima de 35 cm.
45
Quanto à altura da borda anterior do braço da cadeira ao solo, o
presente estudo indica uma regulagem de acordo com medidas
antropométricas encontradas na amostra (62,80cm a 68,51cm) para atender as
necessidades dos grupos com diferentes alturas.
O comprimento total do braço é abordado no estudo através de medidas
antropométricas do antebraço e mão, porém é necessário um espaço maior
para organização de materiais didáticos. Portanto sugere manter o
comprimento encontrado na cadeira-mesa da IES (64cm) e aumentar a largura
favorecendo ao aluno melhor ajuste postural no momento da escrita.
No presente estudo não foi aferido ângulos da cadeira-mesa em
questão, contudo estudos realizados por Panero e Zelnik (2002) citam que o
ângulo entre o assento e encosto da cadeira deve ser de 105 graus, pois
ângulos maiores poderiam prejudicar o movimento e menores causar
desconforto ao usuário, já a ABNT recomenda a variação de 95 a 110 graus.
Siqueira et al (2008) cita em seu estudo que “vários autores concluíram que
uma cadeira com apoio na região lombar e inclinação do encosto em 100 graus
seria a mais adequada.”
Quanto a inclinação do assento a ABNT recomenda -2 a -5 graus para
melhor acomodação glútea.
Na angulação do braço (tampo) da cadeira-mesa, Perez (2002) enuncia
que o ideal é 10 a 15 graus de inclinação favorecendo o trabalho de escrita do
aluno e colocando mais próximo aos olhos.
46
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
_______________________________________________________________
47
Apesar de uma tecnologia avançada na ergonomia, da preocupação
com a saúde, bem estar, conforto, entre outros, o mobiliário escolar e
universitário continua estagnado, mostrando um distanciamento da ciência e
seu desenvolvimento, logo no ambiente que se faz a ciência ou que deveria.
Existe uma incompreensível resistência em não ver o ser humano como
um todo e em todos os ambientes que o mesmo executa suas atividades.
Com isso, na avaliação da adequação ergonômica das cadeiras-mesas
aos alunos de uma IES do Vale do Aço MG, foi verificado que há diferenças
significativas entre os gêneros quanto à altura e medidas antropométricas não
sendo aconselhável ter o mesmo mobiliário escolar para atendimento e
conforto destes alunos.
As medidas encontradas na cadeira-mesa da IES, apesar de grande
parte delas estarem dentro das normas da ABNT NBR 14006:2008,
apresentaram-se inadequadas às medidas antropométricas dos alunos obtidas
pelo software Antroprojeto.
A comparação das medidas antropométricas dos discentes divididos em
grupos conforme suas classes de alturas auxiliaram na identificação das
diferenças em relação às medidas dos segmentos corporais e as dimensões
mais adequadas e diferenciadas de uma cadeira-mesa que possa se ajustar
ergonomicamente a fim de atender a todas as faixas de variações de altura
aqui analisadas. A utilização padronizada de uma cadeira-mesa não traz
ajustes ergonômicos necessários para as mais variadas classes de alturas
como mostra a pesquisa, ou seja, as quatro classes de altura apresentadas,
em nem uma a cadeira-mesa padrão da IES se ajustou nas medidas
antropométricas dos estudantes.
Quando comparadas as variáveis de medidas da cadeira-mesa com os
valores estabelecidos pelas normas da ABNT e com as medidas
antropométricas obtidas pelo Software Antroprojeto, constatou-se inadequação
em todas as medidas, exceto a altura do tampo da mesa no grupo 4, o que não
representa ajuste ergonômico para este grupo, pois para isso deveria atender
as nove medidas apresentadas na tabela.
Portanto, de acordo com os resultados apresentados, ressalta-se a
importância de aperfeiçoamento ergonômico em cadeiras-mesas de IES,
visando adequação que atenda a requisitos ergonômicos melhorando a
48
qualidade de vida desses alunos prevenindo possíveis lesões e ou alterações
músculo-esqueléticas.
Ao levantar o problema neste estudo, foi com o intuito de estimular
adequações ergonômicas possíveis no ambiente escolar e que as estratégias
apresentadas se tornem real, atingindo assim a verdadeira cidadania.
As medidas apresentadas na ultima tabela como ações mitigadoras, vem
mostrando as possibilidades de uma mesma cadeira-mesa que atenda a
classes de altura diferentes através de ajustes, ou seja, diferentes estudantes
poderão utilizar uma mesma cadeira-mesa, basta ajustá-la à sua antropometria
no momento de se assentar. Assim o ambiente universitário, será mais
ergonômico e os estudantes terão mais qualidade de vida, evitando assim
dores, desconforto, lesões e ou alterações musculares.
Para melhor avaliação dos estudantes, sugere-se a utilização do
software SAPO (USP, 2007) para avaliação de ângulos, alinhamentos,
assimetria e comprimentos dos membros para levantar um perfil mais
detalhado como forma de enriquecer a avaliação e ou a utilização do software
Alcimagem de Baraúna.
49
REFERÊNCIAS
50
ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia - A certificação do ergonomista
brasileiro - Editorial do Boletim 1/2000. Disponível em
<www.abergo.org.br>.Acesso em 23/Nov./2009.
ABRAHÃO, J. I. e PINHO, D. L. M. As transformações do trabalho e desafios teórico-metodológico da ergonomia. Estudos de Psicologia. Vol 7.Natal, 2002. ANARUMA, C. A. e CASAROTTO, R. A. Um enfoque ergonômico para a
Educação Física. Revista motriz, Vol 2, n 2, 1996.
ARAUJO, C. G.; ALBUQUERQUE, D. B. L.; FERNANDES, M. G. e FARIAS, A.
P S. Apreciação ergonômica dos mobiliários utilizados por crianças da 1 a 4
série de um colégio particular localizado em Jaboatão dos Guararapes PE.
XXVIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Rio de Janeiro, 13 a 16
de out de 2008.
BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às ciências sociais. Florianópolis: UFSC,
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BERGMILLER, K.H; SOUZA, P.L.P; BRANDÃO, A.B.M. Ensino Fundamental: mobiliário escolar. Brasília: FUNDESCOLA-MEC, série cadernos técnicos I, n° 3, 70 p, 1999. BRACCIALLI, L. M. P. e VILARTA, R. Aspectos a serem considerados na
elaboração de programas de prevenção e orientação de problemas posturais.
Revista Paulista de Educação Física, Vol 14 n 2, p 159-171, 2000.
CASTRO, E. B. Software antroprojeto para estimativa antropométrica:
Universidade Federal de Juiz de Fora; Departamento de Engenharia de
Produção; 2003.
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ANEXOS
57
ANEXO 1
Prezado(a) Senhor(a):
A Mestranda (Vanderléia Maria de Faria), do Programa de Pós-Graduação stritu senso em Ciência da Reabilitação, da Universidade de Caratinga – UNEC MG, pretende realizar um estudo que se intitula como: ANÁLISE ERGONÔMICA DOS DISCENTES E DA RELAÇÃO CADEIRA-MESA: AVALIAÇÃO E PROPOSTA DE AÇÕES MITIGADORAS, com o objetivo de estabelecer uma metodologia de análise ergonômica de cadeiras universitárias. No presente estudo será realizado testes de antropometria: peso corporal e estatura, avaliação das medidas dos segmentos corporais na postura sentada através do Software Antroprojeto de Castro (2003). Onde os voluntários receberão gratuitamente uma avaliação física e todas as informações dos resultados obtidos do estudo.
Com o intuito de aprimorar conhecimento através de pesquisa, venho solicitar a
vossa senhoria o consentimento da utilização do espaço físico de sua instituição, assim
como os voluntários que a freqüentam, sem nenhum ônus para a entidade.
Ipatinga, 18 de agosto de 2010
Assinatura
Nome Completo (legível)
Identidade nº
CPF nº
Em atendimento à Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, o presente Termo é confeccionado e assinado em duas vias, uma de posse do permissionário e outra que será encaminhada ao Comitê de Ética da Pesquisa (CEP) da Universidade de Caratinga – UNEC MG.
Carta de Consentimento Institucional para
Participação em Pesquisa
Título Proposta de análise simplificada em relação a postura sentada em cadeiras universitárias.
Orientador Profa. Dra. Lamara Laguardia Valente Rocha
Pesquisador Responsável
Vanderléia Maria de Faria – [email protected]
Fone: (31) 91461410
58
ANEXO 2
Prezado Senhor(a):,
A Mestranda Vanderléia Maria de Faria, do Programa de Pós-Graduação
stritu senso em Ciência da Reabilitação, da Universidade de Caratinga – UNEC MG
pretende realizar um estudo com as seguintes características:
Título do Projeto de Pesquisa: ANÁLISE ERGONÔMICA DOS DISCENTES E DA RELAÇÃO CADEIRA-MESA: AVALIAÇÃO E PROPOSTA DE AÇÕES MITIGADORAS. Objetivo do Estudo: Avaliar aspectos ergonômicos na relação discentes e uso cadeira-
mesa com o propósito de sugerir medidas mitigadoras para os possíveis problemas de
ajuste biomecânico identificados.
Descrição dos Procedimentos Metodológicos: No presente estudo serão
realizados testes de antropometria: peso corporal e estatura. A partir do software para
estimativa Antropométrica (Castro, 2003) irá calcular o comprimento dos segmentos
corporais na posição assentado.
Descrição de Riscos e Desconfortos: Não Há
Benefícios para os Participantes: Receber gratuitamente uma avaliação física
completa e receber todas as informações dos resultados obtidos do estudo.
Forma de Obtenção da Amostra: Será uma pesquisa quali quantitativa de
caráter descritivo, cuja amostra será obtida entre os 125 estudantes do Curso de
Educação Física da Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC. Para calculo
do tamanho da amostra utilizará a fórmula de Barbetta (2001), considerando o erro
médio de 5%.
Uso de Placebo: Não há
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
para Participação em Pesquisa
Título Proposta de análise simplificada em relação a postura sentada em cadeiras universitárias.
Orientador Prof. Dr. Lamara Laguardia Valente Rocha
Pesquisador Responsável
Vanderléia Maria de Faria – [email protected]
Fone: (31) 91461410
59
Garantia de Acesso: Em qualquer fase do estudo você terá pleno acesso aos
profissionais responsáveis pelo mesmo nos locais e telefones indicados
Garantia de Liberdade: Sua participação neste estudo é absolutamente
voluntária. Dentro desta premissa, todos os participantes são absolutamente livres para,
a qualquer momento, negar o seu consentimento ou abandonar o programa se assim o
desejar, sem que isto provoque qualquer tipo de penalização.
Mediante a sua aceitação, espera−se que compareça nos dias e horários
marcados e, acima de tudo, siga as instruções determinadas pelo pesquisador
responsável, quanto à segurança durante a realização das avaliações e/ ou
procedimentos de intervenção.
Direito de Confidencialidade: Os dados colhidos na presente investigação
serão utilizados para subsidiar a confecção de artigos científicos, mas os responsáveis
garantem a total privacidade e estrito anonimato dos participantes, quer no tocante aos
dados, quer no caso de utilização de imagens, ou outras formas de aquisição de
informações. Garantindo, desde já a confidencialidade, a privacidade e a proteção da
imagem e a não estigmatização, escusando-se de utilizar as informações geradas pelo
estudo em prejuízo das pessoas e/ou das comunidades, inclusive em termos de auto-
estima, de prestigio ou de quaisquer outras formas de discriminação.
Despesas e Compensações: As despesas porventura acarretadas pela pesquisa
serão de responsabilidade da equipe de pesquisas. Não havendo por outro lado qualquer
previsão de compensação financeira.
Em caso de dúvidas ou perguntas, queira manifestar-se em qualquer momento,
para explicações adicionais, dirigindo-se a qualquer um dos pesquisadores.
Após a leitura do presente Termo, e estando de posse de minha plenitude mental
e legal, ou da tutela legalmente estabelecida sobre o participante da pesquisa, declaro
expressamente que entendi o propósito do referido estudo e, estando em perfeitas
condições de participação, dou meu consentimento para participar livremente do
mesmo.
Ipatinga, ______ de _____________de 2010.
Assinatura do Participante ou Representante Legal
Nome Completo (legível)
Identidade nº CPF nº
Em atendimento à Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, o presente Termo é confeccionado e assinado em duas vias, uma de posse do avaliado e
60
outra que será encaminhada ao Comitê de Ética da Pesquisa (CEP) da Universidade de Caratinga – UNEC MG.
ANEXO 3
ANÁLISE ESTATÍSTICA ENTRE GRUPOS DE CLASSES DE ALTURA
61
62
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64
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66
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