Alice Vieira
Alice de Jesus Vieira Vassalo Pereira da Fonseca (Lisboa, 20 de março de 1943) é uma escritora e jornalista portuguesa. Licenciou-se em Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1958, encetou a sua colaboração no Suplemento Juvenil do Diário de Lisboa e a partir de 1969 dedicou-se ao jornalismo.
Em 1979, iniciou-se no romance para jovens com Rosa, Minha Irmã Rosa, editado pela Editorial Caminho, obra que foi galardoada com o Prémio de Literatura Infantil «Ano Internacional da Criança». Em 1983, com Este Rei que Eu Escolhi, recebeu o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil e em 1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra. Recentemente foi indicada pela Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People) como candidata portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen. Trata-se do mais importante prémio internacional no campo da literatura para crianças e jovens, atribuído a um autor vivo.
Atualmente, Alice Vieira dedica-se somente ao trabalho literário, tendo editado em vinte anos de atividade quatro dezenas de livros para crianças e jovens. É também conhecida pelos artigos e crónicas que continua a publicar em jornais e revistas. Alice Vieira é constantemente convidada para palestras e encontros com os seus jovens leitores, em escolas e bibliotecas.
É uma das escritoras portuguesas mais traduzidas e divulgadas no estrangeiro, mas diz que abandonaria mais facilmente os livros do que a sua profissão de sempre: o jornalismo.
Mário Castrim, marido de Alice Vieira, escritor e jornalista falecido em 2002.
Há mais de 30 anos que escreve livros. Mas foi há mais tempo que Alice Vieira enviou o primeiro texto para um jornal. Não o publicaram. Tinha 14 anos e recebeu uma carta do "Diário de Lisboa" a pedir que não desistisse. Essa carta foi assinada pelo diretor do jornal, Mário Castrim com quem mais tarde veio a casar e do qual tem dois filhos: Catarina, também jornalista e escritora e André, professor universitário.
Alice Vieira numa sessão de autógrafos.
Alice Vieira ainda jovem.
Alice Vieira com a filha Catarina Fonseca.
Sempre amei por palavras muito mais
do que devia
são um perigo
as palavras
quando as soltamos já não há
regresso possível
ninguém pode não dizer o que já disse
apenas esquecer e o esquecimento
acredita
é a mais lenta das feridas mortais
espalha-se insidiosamente pelo nosso
corpo
e vai cortando a pele como se um barco
nos atravessasse de madrugada
e de repente acordamos um dia
desprevenidos e completamente
indefesos
um perigo
as palavras
mesmo agora mesmo agora
aparentemente tão tranquilas
neste claro momento em que as deixo em desalinho
sacudindo o pó dos velhos dias
sobre a cama em que te espero
***
in O que Dói às Aves, Caminho, 2009
“Os livros foram os meus amigos, os meus brinquedos. Uma das recordações mais antigas que tenho é estar diante do espelho a contar-me histórias.”
“ Em casa a vida não era muito fácil e o liceu era o escape. Não tenho saudades nenhumas, nem de infância, nem de adolescência. Acho que só fui feliz depois dos 18 anos.”
“ Ser jornalista está-me na massa do sangue e passaria muito mal se não tivesse onde escrever. “
“ Sou muito egoísta quando estou a escrever; sou eu, a máquina e mais ninguém, e escrevo para mim. Sou muito, muito exigente, mas é comigo, já deitei fora romances completos quando os ía entregar.”
Alice Vieira escreve, essencialmente, para um público juvenil.
1º livro publicado - Prémio de Literatura Infantil - Ano
Internacional da Criança - 1979
Literatura Infantil
Algumas histórias tradicionais
Livros para adultos
Poesia
Senhora Sant’Ana Senhora Sant’Ana subiu ao monte onde se sentou nasceu uma fonte vieram os anjos beberam dela ó que água tão boa que senhora tão bela. in Eu bem vi nascer o Sol - Antologia da
poesia popular portuguesa, 1994
Alice Vieira também escreveu livros em co-autoria com outros escritores
Alice Vieira escreveu, ainda, dois livros de crónicas
Neste 3º período, os nossos alunos do 7º ano de escolaridade vão
estudar esta obra, destinada à leitura orientada na sala de aula . É uma peça de teatro para crianças e jovens (com um enredo em
muitos aspetos semelhante ao de "Rei Lear", de Shakespeare). A peça baseia-se numa narrativa popular. Um pai decide repartir o reino pelas filhas e põe-nas à prova, acabando, contudo, por deserdar a mais nova. Esta vem a revelar-se, afinal, a única que era merecedora da sua generosidade. Vítima do próprio orgulho e castigado pela sua cegueira, o rei expia as culpas mergulhando na miséria, até ser finalmente salvo e perdoado pela filha mais nova entretanto reencontrada.
O Meu Primeiro Dom Quixote corresponde a uma adaptação do clássico espanhol destinada ao
pEm 2005, ano em que se comemoraram os 400 anos sobre a edição do romance de Miguel de Cervantes, as Publicações Dom Quixote editaram "O Meu Primeiro Dom Quixote", traduzido do castelhano por Alice Vieira e ilustrado pelo humorista espanhol Mingote.
“O Meu Primeiro Dom Quixote” corresponde a uma adaptação do clássico espanhol destinada ao público infanto-juvenil, traduzida por Alice Vieira. aOproximações aOproximaçOutras obões à caricatura, as compreender a
realidade tal qual elOa é, caindo em vários enganos e sendo vítima da sua imaginação prodigiosa. | Ana Margarida Ramos
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