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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
ALEITAMENTO MATERNO: FATORES RELACIONADOS AO
DESMAME PRECOCE
NAYANE ALVES DE OLIVEIRA
Cuiabá-MT, 05 de outubro de 2018
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
ALEITAMENTO MATERNO: FATORES RELACIONADOS AO
DESMAME PRECOCE
NAYANE ALVES DE OLIVEIRA
Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de
Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso
como parte dos requisitos exigidos para obtenção
do título de Bacharel em Nutrição, sob orientação
da professora Dra. Bruna Teles Soares Beserra.
Cuiabá-MT, 05 de outubro de 2018
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
ALEITAMENTO MATERNO: FATORES RELACIONADOS AO
DESMAME PRECOCE
NAYANE ALVES DE OLIVEIRA
Orientadora:
Professora Dra. Bruna Teles Soares Beserra
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
Julgado em: 05/10/2018
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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
AC – Alimentação Complementar
AME – Aleitamento Materno Exclusivo
HUJM – Hospital Universitário Júlio Muller
IgA – Imunoglobulina A
IgM – Imunoglobulina M
IgC – Imunoglobulina C
MS – Ministério da Saúde
OMS – Organização Mundial da Saúde
PPAM – Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno
SUS – Sistema Único de Saúde
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tipo de aleitamento materno, segundo faixa etária (n=28). Cuiabá – MT, 2018.
Tabela 2 – Consumo das crianças menores de seis meses de idade no primeiro dia em casa após
a alta hospitalar (n=15). Cuiabá – MT, 2018.
Tabela 3 - Alimentação das crianças nos últimos sete dias antes da entrevista, segundo a faixa
etária (n=28). Cuiabá – MT, 2018.
Tabela 4 - Duração do aleitamento materno exclusivo, segundo a faixa etária (n= 28). Cuiabá
– MT, 2018.
Tabela 5. Distribuição das crianças que receberam aleitamento materno, segundo faixa etária,
e o motivo do desmame (n=28). Cuiabá – MT, 2018.
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RESUMO
Introdução: A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo
exclusivo nos primeiros seis meses vida. Apesar dessa recomendação, a prevalência de desmame precoce no Brasil
continua alta. Objetivo Descrever os fatores relacionados ao desmame precoce relatado pelas mães das crianças
com até dois anos de idade. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado com as mães de
crianças com até dois anos de idade internados em um Hospital Universitário, no período de março de 2018 a
agosto de 2018. A coleta dos dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário adaptado do Ministério
da Saúde, que foi direcionado as mães ou acompanhantes das crianças. Os dados foram descritos em porcentagem,
média (desvio padrão) e mediana (intervalo interquartil). Resultados: Foram coletados dados de 28 crianças, de
ambos os sexos. Em relação as crianças menores de seis meses de idade foi observado que 73,3% estavam em
aleitamento materno exclusivo. Já nas crianças maiores de seis meses, foi observado que nenhuma delas receberam
aleitamento materno exclusivo até os seis meses. Os dois principais motivos relatados pelas mães que as levaram
a deixar de ofertar o leite materno foram: rejeição das crianças a amamentação e a volta das mães ao trabalho.
Conclusão: A prevalência do aleitamento materno exclusivo foi baixa nas crianças avaliadas e a presença de
doença na cavidade oral das crianças, rejeição das crianças a amamentação, produção de pouco leite pelas mães e
a volta das mães ao trabalho foram os fatores que levaram ao desmame precoce.
PALAVRAS-CHAVE: aleitamento materno exclusivo; amamentação; desmame precoce.
ABSTRACT Introduction: The World Health Organization recommends breastfeeding for two years or more, being exclusive
in the first six months of life. Despite this recommendation, the prevalence of early weaning in Brazil remains
high. Objective To describe the factors related to early weaning reported by the mothers of children up to two
years of age. Methodology: This is a descriptive cross-sectional study carried out with the mothers of children up
to two years of age hospitalized in a University Hospital from March 2018 to August 2018. Data collection was
performed through the application of a questionnaire adapted from the Ministry of Health, which was directed to
the mothers or companions of the children. Data were described in percentage, mean (standard deviation) and
median (interquartile range). Results: Data were collected from 28 children of both sexes. Regarding children
under six months of age, 73.3% were exclusively breastfed. In children older than six months, it was observed that
none of them received exclusive breastfeeding until six months. The two main reasons reported by the mothers
that led them to stop breastfeeding were: rejection of the children to breastfeeding and return of the mothers to
work. Conclusion: The prevalence of exclusive breastfeeding was low in the evaluated children and the presence
of disease in the oral cavity of the children, rejection of the children breastfeeding, production of little milk by the
mothers and the return of the mothers to work were the factors that led to weaning precocious.
KEY WORDS: exclusive breastfeeding; breast-feeding; early weaning.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9
2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 11
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 11
3. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 12
3.1 ALEITAMENTO MATERNO E SEUS BENEFÍCIOS ................................................. 12
3.2 FATORES ASSOCIADOS AO DESMAME PRECOCE ......................................... 13
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 16
4.1 TIPO, POPULAÇÃO E LOCAL DO ESTUDO ....................................................... 16
4.2 COLETA DE DADOS ............................................................................................... 16
4.3 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................... 16
4.4 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................ 17
5. RESULTADOS ................................................................................................................ 18
5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO .................................... 18
5.2 INFORMAÇÕES SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO ........................................ 18
6. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 22
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 25
ANEXOS ................................................................................................................................. 28
ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ................... 28
ANEXO 2 – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ........................................... 29
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1. INTRODUÇÃO
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança, uma vez que com a amamentação
torna-se possível um envolvimento e interação profunda entre mãe e filho, com repercussões
positivas em seu estado nutricional, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua
fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde
física e psíquica da mãe (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Além disso, o aleitamento materno
é reconhecido como o padrão alimentar capaz de diminuir a morbimortalidade e de assegurar o
crescimento físico adequado da criança (SOUZA et al., 2011).
Os primeiros anos de vida de uma criança, especialmente os dois primeiros, são
caracterizados por crescimento acelerado e enormes aquisições no intenso processo de
desenvolvimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Estima-se que, a amamentação tem o
potencial de reduzir em 13% as mortes em crianças menores de cinco anos. Assim como em 19
a 22% das mortes neonatais, principalmente se praticada na primeira hora de vida (VENANCIO
et al., 2010).
O aleitamento materno é um fator de proteção contra sobrepeso e obesidade em crianças
na idade pré-escolar, sugerindo desta forma, que crianças que recebem o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses de vida, desenvolvem hábitos mais saudáveis de alimentação
(BALABAN et al., 2004). Adicionalmente, essas crianças apresentam menores índice de
sobrepeso, são mais nutridas e apresentam melhor desenvolvimento cognitivo (CARVALHO
et al., 2016).
É inquestionável a importância da alimentação da criança nessa fase, uma vez que
deficiências nutricionais ou condutas inadequadas quanto à prática alimentar podem levar a
prejuízos imediatos na saúde da criança, além de deixar sequelas futuras como retardo de
crescimento, atraso escolar e desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda aleitamento materno por dois anos
ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses (OMS, 2001). O governo brasileiro e órgãos
representativos no Brasil, também fazem esta recomendação e orientam a adequação das
práticas da alimentação complementar ao leite materno a partir dessa idade (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2013).
Diante disso, é importante ressaltar que todos os profissionais da saúde precisam estar
capacitados para oferecer todo o apoio necessário para as mães e recém-nascidos, antes e
durante o aleitamento materno. Tendo em vista que, todas as informações sobre este assunto
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devem ser repassadas antes mesmo do nascimento do lactente, para que haja um trabalho de
conscientização sobre os benefícios do aleitamento materno (BAVARESCO, 2014).
Apesar disso, acredita-se que para muitas mães a amamentação não é a alimentação base
dos bebês durante os seis primeiros meses. Tendo em vista que, um número significativo de
mães recorre muito cedo ao uso de outros alimentos na dieta dos filhos, iniciando a alimentação
complementar (AC) precoce e erroneamente (CARVALHO et al., 2016). Na literatura,
encontra-se que, geralmente, as mães tem noção das vantagens do aleitamento materno e apesar
disso referem que os motivos associados ao desmame precoce são doenças maternas ou da
criança e o trabalho fora do lar. No entanto, as razões apontadas mais frequentemente, talvez se
devam ao fato de que atualmente a mulher possui uma vivência mais ansiosa e tensa
(FALEIROS, TREZZA e CARANDINA 2006).
No município de Cuiabá – Mato Grosso, a prevalência de crianças menores de 6 meses
em amamentação exclusiva foi de 27,1%, de acordo com a II Pesquisa de Prevalência de
Aleitamento Materno (PPAM) em munícipios Brasileiros, no ano de 2008 (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2009), permanecendo distante do recomendado pela OMS (2008) que é de 50 - 100%
para ser considerado bom ou muito bom. Portanto, as ações de promoção, proteção e apoio ao
aleitamento materno exclusivo (AME) constituem uma prioridade de saúde pública a nível
mundial, atualmente o Brasil integra uma das linhas de cuidado prioritárias da Área Técnica de
Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde e faz parte do elenco de
estratégias para a redução da mortalidade infantil (BAVARESCO, 2014).
Nesse contexto, o presente trabalho busca investigar se as crianças com até 2 anos de
idade internadas no Hospital Universitário Júlio Muller em Cuiabá, apresentaram fatores de
risco para interrupção do aleitamento materno, já que não existem dados acerca do aleitamento
materno exclusivo nessa população.
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2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Descrever os fatores relacionados ao desmame precoce relatado pelas mães das crianças
com até dois anos de idade, internadas em um Hospital Universitário.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Investigar o conhecimento das mães sobre a prática do aleitamento materno;
Verificar a prevalência do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade nas
crianças avaliadas;
Identificar os fatores relacionados ao desmame precoce.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 ALEITAMENTO MATERNO E SEUS BENEFÍCIOS
De acordo com o Ministério da Saúde (MS) (2009), o aleitamento materno representa
uma das experiências nutricionais mais precoces do recém-nascido, e é a mais sábia estratégia
natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para criança, além de constitui a mais sensível,
econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. O aleitamento
materno, permite ainda um grandioso impacto na promoção da saúde integral da dupla
mãe/bebê e regozijo de toda a sociedade. Segundo a OMS (1989) e o MS (2013), recomendam
aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até́ os dois anos ou mais.
O aleitamento materno é o único capaz de fornecer a melhor nutrição para a criança nos
primeiros seis meses de vida, tendo em vista que a amamentação é fundamental para um ótimo
desenvolvimento imunológico do bebê por meio da bioatividade do leite e do impacto no
desenvolvimento da microbiota intestinal saudável (ISOLAURI, 2012). Além disso, o leite
materno é o melhor alimento para os bebês por possuir efeito imunomodulador, protetor contra
infecções precoces, desenvolvimento cerebral e formação de hábitos alimentares saudáveis
(ODDY, 2017; KERZNER et al., 2015).
Vale destacar que, o leite materno possui numerosos fatores imunológicos que protegem
a criança. A imunoglobulina A (IgA) secretora é o principal anticorpo, que confere
imunoproteção contra a aderência ou penetração no trato gastrointestinal por patógenos e pela
fagocitose ou citotoxicidade de patógenos. A concentração de IgA é maior no colostro de leite
maduro, diminuindo ao longo do primeiro mês e permanecendo contante a partir de então,
fornecendo imunoproteção importante (DIETERICH et al., 2013).
Além da IgA, o leite materno possui outros fatores de proteção como a imunoglobulina
M (IgM), imunoglobulina C (IgC), macrófagos, neutófilos, linfócitos B e T, lactoferrina,
lisosima e fator bifído. O fator bifído, atua favorecendo o crescimento do Lactobacilus bifidus,
que é uma bactéria não patogênica capaz de acidificar as fezes, dificultando a instalação de
bactérias que causam diarréia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
Assim, a amamentação é capaz de promover menores taxas de diarreia, como também
menores taxas de infecções do trato respiratório e de outras infecções, contribuindo desta forma,
com a menor mortalidade infantil por doenças infeciosas (SANTOS et al., 2015). A introdução
de alimentos quando realizada de forme precoce, ou seja, anteriormente ao sexto mês de vida
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da criança, está relacionada com o aumento de risco e da frequência de infecções
gastrointestinais, devido à diminuição dos fatores protetores do leite materno e à introdução de
água e alimentos que podem ser veículos de agentes patogênicos (SCHINCAGLIA, 2015).
Vale ressaltar que as crianças amamentados exclusivamente por seis meses e
amamentados por até 12 meses de idade, possuem menores taxas de hospitalização por doença
diarreica em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). A diarreia é considerada um grave
problema de saúde pública, sendo a segunda maior causa de hospitalização infantil superada
apenas por infecções respiratórias, que são considerada a principal causa de mortalidade infantil
(BOCCOLLINI e BOCCOLLINI, 2011).
Além disso, estudos mostram que crianças menores de seis meses de idade, alimentadas
com fórmula láctea, quando comparadas com crianças alimentadas com leite materno possui
uma microbiota intestinal mais saudável, e essa microbiota está relacionada a um menor risco
de desenvolvimento de doenças alérgicas, devido a maior diversidade bacteriana
(ADLERBERTH et al., 2007; WANG et al., 2008).
Na literatura, são fortes as evidências do efeito protetor do leite materno contra a
obesidade. Desta forma, a introdução precoce e inadequada de alimentos pode desencadear o
início da obesidade já no primeiro ano de vida, pois, tornam as crianças mais suscetíveis à
exposição ao ambiente obesogênico (MASQUIO, GANEN e DÂMASO, 2014). A possível
causa de obesidade precoce, pode estar associada a interrrupção da amamentação e a adoção de
fórmulas lácteas artificiais, elevando assim o consumo energético infantil em 15-20%
(ANDRADE et al., 2015).
3.2 FATORES ASSOCIADOS AO DESMAME PRECOCE
Segundo a OMS (2002), a diminuição da oferta de leite materno e a introdução de
líquidos ou sólidos na dieta das crianças antes dos seis meses de vida caracterizam o início do
desmame precoce. Quando alimentos complementares são introduzidos precocemente, além de
haver uma redução no tempo de aleitamento, há também uma interferência na absorção de
nutrientes importantes presentes no leite materno, como ferro e zinco (ARANTES 2011).
A PPAM realizada nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, mostrou que o tempo
médio do período de AME no país aumentou um mês e meio, passando de 296 dias em 1999
para 342 dias, em 2008. A PPAM revelou também, um aumento do índice de AME em crianças
menores de quatro meses, sendo de 35% em 1999, passou para 52% em 2008 (MINISTÉRIO
DA SAÙDE, 2009).
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Apesar da amamentação ser uma ação determinada biologicamente, depende de fatores
que podem estar relacionados à mãe, como: a idade, nível de escolaridade, o querer amamentar,
o conhecimento em relação à amamentação, produção insuficiente de leite, bem como, fatores
relacionados à criança e ao meio ambiente, como as condições de nascimento e pós-parto, e há
também fatores ambientais, como o trabalho materno e circunstâncias da vida diária. Além
disso, os serviços de saúde, condições socioeconômicas, as crenças e a indústria de leite
artificial também podem interferir no processo de amamentação (SANTOS et al, 2015).
Diversos estudos têm procurado analisar os fatores associados ao desmame precoce e
referem resultados como: leite insuficiente, pouco leite, choro do bebê, cansaço materno, má
progressão do peso da criança, bloqueio dos ductos, ingurgitamento mamário e mastite
(ÓRFÃO, 2006; SANDES, 2007).
O meio em que a nutriz está inserida também pode influenciar diretamente na
amamentação, podendo gerar cansaço e desgaste nas puérperas, e desta forma dificultando o
enfrentamento das intercorrências comuns no início da amamentação. Nesse caso, os pro-
fissionais de saúde devem incentivar e valorizar a presença do parceiro e/ou familiares nas
consultas e atividades em grupo, incluindo-os na responsabilidade do apoio a puérpera e ao
aleitamento materno (ANDRADE et al., 2015).
Souza et al. (2011), identificou em um estudo realizado com 176 cuidadores de crianças
menores de seis meses assistidos pelas unidades de saúde do Riacho Fundo II – Distrito Federal,
que 54,5% das crianças não estavam em AME. Os motivos alegados para introdução precoce
de alimentos foram: trabalho materno (25%), hipogalactia (21,2%) e insaciedade da criança
(10,6%). Quanto aos motivos para introdução de água/chá prevaleceram a sede da criança
(11,4%) e a cólica (10,8%)
Para conhecer as razões que levam ao abandono do aleitamento materno exclusivo,
Henriques e Martins (2011), realizaram um estudo com 23 mães que abandonaram o
aleitamento materno antes do quarto mês da vida, e identificaram que as principais razões para
o abandono precoce do AME, apontados pelas mães, foram o choro intenso do bebê e o leite
insuficiente da mãe.
Escobar et al. (2002) identificou, através do seu estudo com uma amostra de 599
crianças e seus responsáveis, que 38,9% das mães referiram que o leite era "fraco", ou "secou"
ou que a criança "largou" o peito. Além disso, a maior escolaridade da mãe e presença de rede
de esgoto mostraram relação com maior tempo de aleitamento. Cavalcanti et al. (2015)
identificou que mulheres adolescentes (<20 anos) amamentaram seus filhos por menos tempo
do que as adultas.
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Diante disso, os autores Almeida et al. (2015) afirmam que as ações de incentivo,
promoção e apoio ao aleitamento materno devem ocorrer durante o pré-natal, o pré-parto, o
nascimento e puerpério. Além disso, torna-se essencial que os profissionais de saúde que estão
diretamente em contato com a gestante, durante cada etapa da gestação e puerpério,
desenvolvam este papel de acolhimento, esclarecimento de dúvidas, incentivando a troca de
experiências, e faça sempre que necessário uma avaliação singular de cada caso.
Vale ressaltar, que apesar da propagação frequente de informações sobre a importância
do aleitamento materno, que são fornecidas pela mídia nos dias atuais, no pré-natal, cursos de
gestantes, cartazes e folhetos disponíveis nos serviços de saúde, é no puerpério que a nutriz
necessita de orientação, apoio e assistência do profissional habilitado (ANDRADE et al., 2015).
Diante do exposto, é necessário conhecer os fatores que levam o desmame precoce em
crianças, uma vez que essa informação irá contribuir com as políticas públicas de incentivo ao
aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e complementado até os dois anos ou
mais.
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4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 TIPO, POPULAÇÃO E LOCAL DO ESTUDO
Estudo transversal descritivo, realizado em crianças internadas na Clínica da Pediatria
do Hospital Universitário Júlio Muller de Cuiabá – Mato Grosso.
A amostra do estudo foi constituída por crianças com até dois anos de idade internados
na Clínica Pediátrica do HUJM no período de março de 2018 a agosto de 2018. O método de
amostragem foi não probabilístico por conveniência.
Os critérios de inclusão foram crianças com até dois anos de idade internadas na Clínica
Pediátrica do HUJM.
4.2 COLETA DE DADOS
O instrumento de coleta de dados (ANEXO 2) foi um questionário adaptado adotado
pelo Ministério da Saúde para realização da II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno
nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal (II PPAM/Capitais e Distrito Federal), em 2008, e
recomendado pela OMS, que foi direcionado aos usuários, mais especificamente as mães ou
acompanhantes das crianças com até dois anos de idade, sendo o mesmo aplicado pela
pesquisadora (Ministério da Saúde, 2009; OMS, 1992)
O questionário é composto por perguntas fechadas em sua maioria, e inclui questões
relativas ao: sexo da criança, idade, tipo de parto, início do aleitamento, alimentação atual da
criança, uso de mamadeira e chupeta, perfil nutricional da criança, época do desmame e da
introdução de outros alimentos, idade materna, escolaridade, trabalho materno, pré-natal e
dados socioeconômicos.
4.3 ANÁLISE DOS DADOS
As análises de dados foram realizadas no programa STATA versão 11.0. As variáveis
contínuas foram sintetizadas em média e desvio padrão quando a distribuição foi simétrica ou
mediana e intervalo interquartil quando a distribuição foi assimétrica. Em contrapartida, as
variáveis categóricas foram descritas em categorias e frequência. Para avaliação da normalidade
dos dados foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk, se o resultado do teste de Shapiro-Wilk fosse
<0,05, rejeitava-se a normalidade dos dados.
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4.4 ASPECTOS ÉTICOS
O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Mato
Grosso através do parecer de número 2.671.969. Para os indivíduos aptos a participar da
pesquisa, foi apresentada à proposta do trabalho e efetuada o convite de participação para a mãe
ou acompanhante. A assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ocorreu neste
mesmo momento (ANEXO 1).
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5. RESULTADOS
5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO
Foram coletados dados de 28 crianças, sendo que 32,1% eram do sexo masculino e
67,9% do sexo feminino. A maioria dos questionário foram respondidos pelas mães das crianças
(96,4%). A média de idade das mães foi de 27,2 ± 6,3 anos e 18,5% das mães entrevistadas
eram primíparas enquanto que 81,5% já tinham outros filhos. A mediana de idade das crianças
foi de 5 (1 ; 9,5) meses de vida.
Com relação a escolaridade materna, foi possível observar que 77,8% das mães tinham
o ensino médio completo, 7,4% tinham o ensino fundamental completo, 7,4% o ensino superior
incompleto e 7,4% o ensino superior completo. Sobre o trabalho, 33,3 % das mães estavam
trabalhando fora de casa, 51,9% não estavam trabalhando e 14,8% estavam de licença
maternidade.
Além disso, a maioria das crianças (75%) nasceram em Cuiabá, sendo que 42,9%
nasceram no Hospital Santa Helena, 14,3% nasceram no Hospital Universitário Júlio Muller e
no Hospital Geral Universitário e 3,6% nasceram no Hospital Femina. Apenas 32,1% das
crianças residem no município de Cuiabá e 67,9% das crianças são de outros municípios do
Estado de Mato Grosso.
A média do peso ao nascer das crianças foi de 3,003 ± 0,48 kg, dados esses que foram
coletados apenas de 23 acompanhantes, tendo em vista que 5 não souberam informar o peso ao
nascer. A maioria das crianças nasceram de parto normal (60,7%), enquanto que 39,3%
nasceram de parto cesárea.
De todas as crianças avaliadas nesse estudo, 92,9% realizam a consulta médica de rotina
na rede pública (Sistema Único de Saúde) e 7,1% em serviço particular ou convênio.
5.2 INFORMAÇÕES SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO
De todas as mães entrevistadas, 81,5% (n=23) disseram ter recebido orientações sobre
a importância do aleitamento materno durante o pré-natal e 18,5% (n=5) não receberam
informações. Foi possível observar que 67,9% (n=19) das crianças mamaram na primeira hora
de vida, sendo que dessas crianças 73,7% (n=14) nasceram de parto normal e 26,3% (n=5) de
parto cesárea.
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A tabela 1 mostra os resultados obtidos sobre a prevalência do aleitamento materno
exclusivo e aleitamento materno de todas as crianças avaliadas. Foi possível perceber que
apenas 39,3% (n=11) das crianças avaliadas tiveram aleitamento materno exclusivo até os seis
meses de idade. É oportuno mencionar que, uma criança com idade menor que seis meses nunca
mamou, devido a presença de lábio leporino.
Tabela 1 - Tipo de aleitamento materno, segundo faixa etária (n=28). Cuiabá – MT, 2018.
Tipo de Aleitamento
Crianças menores de seis
meses (n=15)
% n
Crianças maiores de seis
meses (n=13)
% n
Aleitamento Materno
Exclusivo até os seis meses
73,3 11 0 0
Aleitamento Materno 20 3 23,1 3
Fonte: Do autor
Para as crianças menores de seis meses de idade (n=15), foram feitas perguntas
relacionadas ao primeiro dia em casa após a alta hospitalar, os resultados estão apresentados
logo abaixo na tabela 1.
Tabela 2 – Consumo das crianças menores de seis meses de idade no primeiro dia em casa após
a alta hospitalar (n=15). Cuiabá – MT, 2018.
Alimentação % n
Leite Materno 80 12
Fórmula láctea 6,7 1
Água 6,7 1
Chá 0 0
Fonte: Do autor
Também foram analisadas as informações sobre a alimentação das crianças nos últimos
7 dias antes da entrevista (Tabela 2). Vale destacar que, das crianças que se alimentaram de
comida salgada, 46,2% (n=6) já recebiam alimentação igual à da família e 38,5% (n=5) eram
preparadas exclusivamente para criança.
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Tabela 3 - Alimentação das crianças nos últimos sete dias antes da entrevista, segundo a faixa
etária (n=28). Cuiabá – MT, 2018.
Alimentação
Crianças menores
de seis meses (n=15)
% n
Crianças maiores de
seis meses (n=13)
% n
Mingau doce ou salgado 6,7 1 30,8 4
Fruta em pedaço ou amassada 0 0 84,6 11
Comeu comida salgada 0 0 84,6 11
Suco industrializado 0 0 7,7 1
Refrigerante 0 0 15,4 2
Água 13,3 2 92,3 12
Chá 0 0 15,4 2
Bolacha ou salgadinho 0 0 38,5 5
Mamadeira ou chuquinha 20 3 76,9 10
Fonte: Do autor
A duração do aleitamento materno exclusivo e o motivo pelo qual as crianças deixaram
de mamar, estão apresentadas na tabela 4 e 5, respectivamente.
Tabela 4 - Duração do aleitamento materno exclusivo, segundo a faixa etária (n= 28). Cuiabá
– MT, 2018.
Duração do aleitamento
materno exclusivo
Crianças menores de
seis meses (n=15)
% n
Crianças maiores de
seis meses (n=13)
% n
1 mês 13,3 2 15,4 2
2 meses 6,7 1 23,1 3
3 meses 0 0 23,1 3
4 meses 0 0 7,7 1
5 meses 0 0 0 0
Nunca mamou 6,7 1 7,7 1
Fonte: Do autor
Foi possível observar que 67,9 % das crianças avaliadas foram colocadas para mamar
na primeira hora de vida.
Das crianças que receberam o aleitamento materno (n=26), 53,84% (n=14) realizaram a
introdução de água antes dos seis meses de idade.
A prevalência do aleitamento materno até os dois anos de idade foi de 3,57% (n=1),
sendo que apenas 10,7% (n=3) das crianças que estavam em aleitamento materno eram maiores
de seis meses de idade.
21
Tabela 5. Distribuição das crianças que receberam aleitamento materno, segundo faixa etária,
e o motivo do desmame (n=28). Cuiabá – MT, 2018.
Motivo
Crianças menores de
seis meses (n=15)
% n
Crianças maiores de
seis meses (n=13)
% n
Rejeição das crianças a
amamentação
6,6 1 30,7 4
Volta das mães ao trabalho 0 0 15,4 2
Produção de pouco leite pelas mães 0 0 23,1 3
Doença na cavidade oral das
crianças
6,6 1 7,7 1
Fonte: Do autor
O presente estudo demonstrou que a prevalência do AME conforme a escolaridade
materna das mães entrevistadas foi de 50% (n=1) entre as que possuíam ensino fundamental
completo, de 42,8% (n=9) entre as que tinham o ensino médio completo e de 0% (n=0) entre as
que tinham o ensino superior completo.
22
6. DISCUSSÃO
Esse trabalho identificou alguns fatores relatados pelas mães e/ou acompanhantes que
influenciaram no desmame precoce de crianças com até 2 anos de vida, no qual foi possível
observar que a presença de doença na cavidade oral das crianças, rejeição das crianças a
amamentação, produção de pouco leite pelas mães e a volta das mães ao trabalho, como uns
dos principais motivos que levaram ao desmame precoce. Outros estudos realizados no Brasil
apontaram a produção de pouco leite e produção de leite fraco como os principais fatores que
levaram ao desmame precoce (ESCOBAR et al., 2002 e GALVÃO, 2006).
Vale ressaltar que, apesar das maiorias das mães do presente estudo, estarem cientes
sobre os benefícios do aleitamento materno, ainda encontrou-se crianças que tiveram o
desmame precoce, talvez um dos fatores que possa justificar esse fato, é a ausência de
acompanhamento das mães no puerpério por profissionais de saúde que possa lhe auxiliar na
amamentação, no sentido de esclarecer dúvidas e motiva-las para continuar com o aleitamento
materno. Como também a valorização da presença do parceiro e/ou familiares nas consultas de
pré natal para que assim eles consigam auxiliar a puérpera (ANDRADE et al., 2015).
Considerando a amostra total do presente estudo, apenas 39,3% (n=11) das crianças
tiveram aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, prevalência essa que
caracteriza índice de diagnóstico ruim segundo a OMS (2008). Fato semelhante aconteceu na
PPAM em munícipios Brasileiros, realizada em 2008, no qual identificou no município de
Cuiabá – MT a prevalência de 27,1% do AME em crianças menores de seis meses de idade.
Destaca-se que, a oferta precoce do leite materno, em especial na primeira hora de vida,
tem sido associada à redução da mortalidade neonatal (EDMOND et al., 2006 e MULLANY et
al., 2008). Além disso, estudos tem demonstrado que há grande influência entre a mamada na
primeira hora e a duração do aleitamento materno, isso pode ser explicado tanto pela criação
do maior vínculo com a criança, ou pelo desenvolvimento da mãe e do recém-nascido sobre as
habilidades de mamar (SOUZA et al., 2011 e MARTINS FILHO 2002).
Em relação a variável mamada na primeira hora de vida, a prevalência encontrada neste
estudo é considerada um bom indicador, de acordo com a OMS (2008), uma vez que a
prevalência está entre 50-89%.
A relação entre a escolaridade materna e o tempo de AME na literatura acaba sendo um
pouco complexa, tendo em vista que, alguns estudos não tenham evidenciado associação entre
esses fatores e várias referências indicam que um nível de escolaridade elevado da mãe
aumentam os índices de AME. No entanto, o estudo de Damião (2008), realizado no Município
23
do Rio de Janeiro, concluiu que quanto maior a escolaridade materna maior a prevalência do
AME, resultado contrário ao que encontramos neste estudo.
A duração do aleitamento materno até os dois anos de idade encontrada neste estudo,
está muito distante do recomendado pela OMS (1989), tendo em vista que, houve o início da
alimentação complementar mas não foi dada continuidade no aleitamento materno. Entretanto,
mesmo recebendo outros alimentos, a criança deve continuar mamando no peito até os dois
anos ou mais.
Pode-se considerar que a desinformação das mães a respeito da não necessidade de
introdução de água na dieta da criança antes dos seis meses, faz com que as mães tenham
percepções subjetivas sobre a necessidade de água ou chás, como sede e cólica do lactente. Vale
ressaltar, entretanto, que o leite materno é capaz de manter a hidratação da criança, pois 89%
de sua composição é água (SOUZA et al., 2011).
Além disso, o presente estudou constatou que não houve introdução precoce da
alimentação complementar em criança menores de seis meses de idade, quando se tratava de
alimentos semissólidos ou sólidos, contrapondo ao que foi identificado por Silveira e
Lamounier (2002) na região do Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais.
Os resultados do presente estudo vão de encontro aos da II PPAM, onde o consumo de
refrigerantes foi de 11,6% e bolachas e/ou salgadinhos de 71,7% entre crianças de 9 a 12 meses
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Sabe-se que a introdução de alimentos ultraprocessados,
já no primeiro ano de vida, influencia na formação de hábitos alimentares não saudáveis,
predisposição para obesidade e doenças crônicas não transmissíveis (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2013; SILVEIRA, 2007).
24
7. CONCLUSÃO
Apesar da maioria das mães conheceram a importância do leite materno e terem iniciado
o aleitamento materno, a prevalência do aleitamento materno exclusivo até os seis meses foi
baixa nas crianças avaliadas. De acordo com o que foi relatado durante a entrevista, os fatores
que levaram ao desmame precoce foram a presença de doença na cavidade oral das crianças,
rejeição das crianças a amamentação, produção de pouco leite pelas mães e a volta das mães ao
trabalho.
25
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28
ANEXOS
ANEXO 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Prezado(a) participante:
Sou estudante do curso de graduação na Faculdade de Nutrição da Universidade
Federal de Mato Grosso. Estou realizando uma pesquisa sob orientação do Professor Wesley
Santana Correa de Arruda, cujo objetivo é identificar os fatores relacionados ao desmame
precoce em crianças menores de dois anos de idade, internadas no Hospital Universitário Júlio
Muller de Cuiabá – Mato Grosso.
Sua participação envolve responder um questionário, sobre a alimentação da criança
internada.
A participação nesse estudo é voluntária e se você decidir não participar ou quiser
desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-lo.
Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida no mais
rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam identificá-lo(a).
Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará
contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a produção de conhecimento
científico.
Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pelo(s) pesquisador(es),
através do e-mail [email protected].
Atenciosamente,
___________________________
Discente: Nayane Alves de Oliveira
____________________________
Cuiabá - MT / /
__________________________________________________
Orientador: Wesley Santana Correa de Arruda
Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia deste termo
de consentimento.
_____________________________
Nome e assinatura do participante ______________________________
Cuiabá - MT / /
29
ANEXO 2 – INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
1. Data:
2. Município:_________________________________ 3. UF:_________
4. Data de nascimento da criança: / /
5. Sexo da criança: ( ) masculino ( ) feminino
6. A Sra. é mãe desta criança? ( ) sim ( ) não
7. A criança mora nesta cidade? ( ) sim ( ) não
- O (A) senhor (a) pode me dizer quais alimentos a criança tomou ou comeu nos
últimos 7 dias? (Q. 8 à Q. 23)
8. Tomou leite de
peito?
( ) sim ( ) não (passe p/ Q.10) ( ) não sabe (passe
p/ Q.10)
9. Quantas vezes? _____________ ( ) não sabe
10. Tomou água? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe
11. Tomou chá? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe
12. Tomou outro leite? ( ) sim ( ) não (passe p/ Q.14) ( ) não sabe (passe
p/ Q.14)
13. A criança recebeu
outro leite:
( ) só durante o dia ( ) só à noite ( ) de dia e de noite
( ) não sabe
14. Tomou mingau doce ou
salgado?
( ) sim ( ) não ( ) não sabe
15. Comeu fruta em pedaço ou
amassada?
( ) sim ( ) não ( ) não sabe
16. Comeu comida salgada? (de panela,
papa, sopa)
( ) sim ( ) não (passe p/ Q.20) ( )
não sabe (passe p/ Q.20)
17. Quantas vezes? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ou mais ( ) não sabe
(passe p/ Q.20)
18. A comida oferecida foi: (Leia as alternativas. Se necessário marque mais de
uma alternativa)
( ) Igual à da família?
( ) Preparada exclusivamente para a criança?
( ) Industrializada?
( ) Não sabe
19. A comida oferecida foi: (Leia as alternativas. Se necessário marque mais de
uma alternativa)
( ) Em pedaços?
( ) Amassada?
( ) Passada pela peneira?
( ) Liquidificada?
( ) Não sabe
20. Tomou suco industrializado? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe
21. Tomou refrigerante? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe
22. Comeu bolacha ou salgadinho? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe
23. Usou mamadeira ou chuquinha? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe
30
Fazer as perguntas do quadro abaixo para todas as crianças menores de 2 anos
(Q. 24 à 32)
24. Em que hospital esta criança nasceu? _________________________________
( ) Nasceu em casa ( ) Não sabe
25. Em que Município esta criança nasceu? ______________________________
26. Qual foi o tipo de parto? ( ) Normal ( ) Fórceps ( ) Cesárea ( ) Não
sabe
27. A criança mamou na primeira hora de vida,
na sala de parto?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não
sabe
28. A criança mamou até que idade? _______________________________
29. Porque parou de mamar?________________________________________
30. Com que idade a criança começou a tomar chá, suco, água ou refrigerante?
____________________________________________________________________
31. Qual o peso desta criança ao nascer? ___________ gramas (anote da caderneta)
( ) não sabe
32. Onde costumam levar a criança para
consulta médica de rotina?
(assinale apenas uma alternativa)
( ) Serviço particular ou convênio
( ) Rede Pública
___________________
( ) Não Sabe
Fazer as perguntas do quadro abaixo para as crianças menores de 6 meses de
idade (Q. 33-36)
No primeiro dia em casa, após alta da maternidade a criança:
33. Mamou no peito? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe
34. Tomou outro leite? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe
35. Tomou água? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe
36. Tomou chá? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe
Fazer as perguntas abaixo quando o acompanhante for a mãe da criança
(Q.37 – 43)
37. Qual é a idade da Sra.? _________ (Anos completos) ( ) Não sabe
38. Está criança é o primeiro filho?
39. A Sra. sabe ler e escrever?
40. Qual a sua escolaridade?
( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( ) Ensino superior incompleto ( )Ensino
superior completo
( ) sem escolaridade (Não frequentou escola)
41. Sobre o trabalho, neste momento a
Sra.:
( ) Está trabalhando fora
( ) Não está trabalhando
( ) Está de licença maternidade
42. A Sra. tem conhecimento sobre a
importância do Aleitamento Materno
( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe
43. Recebeu informações sobre o
Aleitamento Materno durante o pré natal?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não sabe
OBSERVAÇÃO:_________________________________________________________
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