AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO FUNDAMENTAL E GESTÃO
ESCOLAR
A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR
Eder Adilã Gimenes da Silva
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo.
BRASNORTE/2013
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO FUNDAMENTAL E GESTÃO
ESCOLAR
A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR
Eder Adilã Gimenes da Silva
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo.
“Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Metodologia do Ensino Fundamental e Gestão Escolar.”
BRASNORTE/2013
DEDICATÓRIA
Dedico a minha esposa e aos filhos pela compreensão e amor. Vocês são
a razão de minha vida. Amo Vocês!
Dedico também este trabalho ao meu orientador professor Ilso pela
compreensão, incentivo e ensinamentos que guardarei sempre e aos nossos amigos
que sempre me atenderam, diretamente ou indiretamente, que auxiliaram a
desenvolver este trabalho.
AGRADECIMENTOS
Eu, Eder, agradeço a Deus por ter iluminado a todos os momentos, à minha
família e principalmente a minha esposa que sempre apoiou para que fosse até o
fim deste curso.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................07
1.0 OS CONCEITOS E SEU QUADRO TEÓRICO ...................................................09
1.1. Ninguém escapa da educação....... ....................................................................09
1.2. Família: base da sociedade.................................................................................11
1.3. Escola: raiz da vida social ou diversidade humana.............................................15
1.4. Família e Escola: um ponto em comum..............................................................17
1.5. Participação: uma mudança na relação entre pessoas......................................19
1.6. Trabalho de campo..............................................................................................22
2.0 TRAJETÓRIA PERCORRIDA NA PESQUISA....................................................25
2.1. O que os sujeitos da pesquisa acreditam............................................................25
2.2. O entendimento sobre o conceito de participação e a importância da família no
contexto escolar.........................................................................................................25
2.3 Opinião dos pais e do educador sobre a participação na escola.........................27
2.4. Deveres dos pais e do professor referente à educação escolar.........................29
2.5 Relação dos pais e do educador com a escola....................................................30
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS............................................................................35
ANEXOS....................................................................................................................37
RESUMO
Esta presente monografia realizou um estudo de campo na instituição de
ensino de 1º Grau do Ensino Fundamental da Escola Municipal de Educação Básica
Cerejal do município de Brasnorte, MT.
O objetivo foi analisar a importância da participação da família no contexto
escolar. Para a avaliação deste trabalho, foram realizadas uma observação de
campo e coleta de dados em forma de entrevista. A pesquisa investigou a possível
existência da participação escolar dos pais, qual a participação que a escola espera
da família, a relação da família com a escola, de que forma a família participa da
educação escolar dos seus filhos e as opiniões dos pais em relação à importância
da família. Os resultados mostram que pais e professores se aproximam do
entendimento do que seja participação, e que falta pouco para essa parceria
acontecer.
Palavras-chave: Educação, Família, Escola e Participação
INTRODUÇÃO
Tradicionalmente, a família tem sido apontada como parte fundamental do
sucesso ou fracasso escolar. A busca de uma harmonia entre família e escola deve
fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a formação de um
indivíduo autônomo.
Essa harmonia entre escola e família baseia-se na divisão do trabalho de
educação de crianças, jovens e adultos, envolvendo expectativas recíprocas.
Levando em consideração que o ser humano aprende o tempo todo, nos mais
diversos interesses que a vida lhe apresenta, o papel da família é essencial, pois é
ela que determina, desde cedo, o que seus filhos precisam aprender, quais são
instituições que devem freqüentar, o que é necessário saberem para tomarem as
decisões que os beneficiem no futuro.
Com o passar do tempo, parecem não ter o mesmo objetivo em relação à
educação da criança. O objetivo deste presente trabalho compreender se é possível
à escola caminhar sem a participação da família e analisar quais são fatores que
contribuem e influenciam nessa participação e que, de certa forma, influenciam na
educação da criança.
É possível observar sem muitos estudos, em famílias de classe média, as
mães que acompanham assiduamente o aprendizado e o rendimento escolar do
filho, que organizam seus horários de estudo, verificam o dever de casa diariamente,
conhecem a professora e freqüentam as reuniões escolares. No estágio realizado,
foi possível também observar o discurso freqüente no âmbito da escola pública que
atende às famílias de baixa renda, as reclamações das professoras insatisfeitas com
as dificuldades de aprendizagem de seus alunos e que reclamam da falta de
participação dos pais.
Durante essas observações de campo realizadas na Escola Municipal de
Educação Básica Cerejal, localizada na comunidade Posto Paineira, município de
Brasnorte, MT. Percebeu-se que professores e coordenador sentem falta do
acompanhamento dos pais nas atividades escolares de seus filhos/dependentes.
Por isso, nasceu o interesse de entender qual é a participação que a escola espera
da família e o que a família espera da escola. Que participação é essa tão almejada
por ambas? Esse tema estudado é relevante devido à necessidade que a sociedade
contemporânea está passando, percebe-se os apelos que uma boa parte da
sociedade faz para as autoridades e comunidades, numa tentativa de resgatar a
família e seus valores. Participação familiar é uma necessidade contemporânea e
almejada por todos que fazem parte do contexto escolar. Daí a importância voltada
para identificar essa possível falta de participação da família no contexto escolar.
Porque educar é uma função de todo nós e quando a família participa da educação
da criança, elas podem sair-se muito melhor na escola e na vida.
Este trabalho monográfico está dividido em três capítulos.
O primeiro capítulo apresenta conceitos relevantes sobre as concepções de
educação, família, escola e participação, tendo como base os teóricos: BRANDÃO
(1982), (1993) MORAES (1997), LIBÂNEO (2002), MORIN (2006), TIBA (1996),
HEIDRICH (2009), PERRENOUD (2000), DEMO (2001), TEIXEIRA (2000),
BORDENAVE (1983).
O segundo capítulo, trata sobre as informações coletadas durante o trabalho
de campo. Também discorre sobre os recursos metodológicos usados durante o
estudo. A pesquisa se caracterizou como estudo de caso, o campo de atuação
explorado foi a Escola Municipal de Educação Básica Cerejal, e os sujeitos da
pesquisa, foram três pais dos alunos do ensino fundamental, composta por 112
(cento e doze) alunos, do turno matutino e noturno.
O terceiro capítulo retrata a análise de dados coletados durante a pesquisa,
utilizando o método indutivo e de caráter qualitativo. A abordagem metodológica
tomou como base, um estudo de caso, preconizado por LUDKE e ANDRÉ (1986),
que está ligado à pesquisa etnográfica, o estudo de caso serve para estudar o
funcionamento de uma instituição, determinar focos de mudanças ou de intervenção.
Precisa-se que o objeto de estudo seja escolhido e bem delimitado, é nesse sentido
que o estudo de caso veio a ser utilizado neste estudo.
E nas considerações finais, apresenta a conclusão dos dados obtidos, com
comentários críticos acerca da pesquisa desenvolvida.
.
08
1.0- OS CONCEITOS E SEU QUADRO TEÓRICO
Este capítulo apresenta conceitos relevantes sobre as concepções de
educação, família, escola e participação. A escola também exerce uma função
educativa junto aos pais, discutindo, informando, aconselhando, encaminhando os
mais diversos assuntos, numa tentativa conjunta de promover a educação. Não
podemos escapar dela, somente pela educação podemos sofrer transformações
contínuas. É uma ação intencional, pessoal e comunitária, é um elemento essencial
e permanente na vida do ser humano.
1.1- NINGUÉM ESCAPA DA EDUCAÇÃO
No ensino fundamental, por volta dos sete anos de idade, a educação torna-
se obrigatória. O Estado não pode deixar de atender à demanda por vagas de toda a
população infantil que nele ingressa e nem os pais devem deixar os filhos sem
freqüentar a escola, estando ambos sujeitos à penalidade legal. HEIDRICH (2009,
p.14), reconhece: "todos tem o direito de aprender. Ela deve visar o pleno
desenvolvimento da personalidade humana e capacitar todos a participar
efetivamente de uma sociedade livre.” Fica claro então que crianças, jovens devem
ter seus direitos assegurados não só pela família como também pela sociedade e
pelo Estado.
Conceituar educação não é nada fácil, já que ela envolve uma série de
conceitos e se amplia a diversas áreas como antropologia, sociologia, economia,
psicologia, biologia, história e pedagogia. LIBÂNEO (2002, p.70), especifica essa
amplitude quando diz que "para uns importa mais a educação como instituição
social; para outros, a educação como processo de escolarização.” Portanto, é
possível dizer que cada um conceitua educação de acordo com sua área de
atuação. LIBÂNEO (2002), enfatiza ainda que:
Talvez seja útil partirmos do sentido etimológico. Alguns autores que se ocupam em esclarecer o conceito apontam a origem latina de dois termos: educare (alimentar, educar, criar, referindo tanto às plantas, aos animais,
como às crianças); educere (tirar para fora de, conduzir para, modificar um estado). (p.72)
De acordo com BRANDÃO (1993, p.8-9),
educação são todos os processos sociais da aprendizagem, não há uma forma nem único modelo de educação, a escola não é um o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor (...).
Para ele, a educação existe onde não há escola, pois a educação é um
fragmento do modo de vida dos grupos sociais que criam e recriam entre tantas
outras invenções de sua cultura em sociedade, a educação é dinâmica. A educação
participa do processo de criação e idéias, de qualificações e especialidades que
envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que em conjunto constroem tipos
de sociedades. BRANDÃO (1982), refere-se também ao pensamento que o
educador tem sobre a educação, afirmando que o educador acredita que entre
homens, a educação é o que dá a forma e o polimento para que, a partir daí, a
pessoa possa se construir. A saber:
Na medida em que se transforma, pelo desafio que aceita e que lhe vem do meio para o qual volta sua ação, o homem se educa. E, na medida em que comunica os resultados de sua experiência, ele ajuda os outros homens a se educarem, tornando-se solidárioǁ (ROMANELLI, 2000,p. 23).
No entanto, a educação tem a possibilidade de nos dar um norte para
chegar onde queremos, pois já nascemos inclinados a aprender, com uma
potencialidade enorme, só precisamos de motivação, estímulos. Estímulos estes que
podem vir de professores, pais e amigos. Educação é um processo que se inicia
com o nascimento e nos acompanha em todos os momentos da nossa vida. É
vivência. É aprender a ser, no convívio com o outro, nas relações entre seus
conhecimentos e na vida cotidiana.
A educação pode existir livre e pode também ser imposta por um sistema
centralizado de poder, reforçando ainda mais a desigualdade social. Alguns autores
acreditam que educação e política não deveriam andar juntas, pois uma interfere na
outra. Apesar disso, muitas opiniões variam a esse respeito. Quando se fala em
educação, há uma tendência em relacioná-la à escola, predominando a idéia de que
a escola é a única responsável pela educação do indivíduo.
A educação está em constante crescimento, embora possua permanentes
atributos (transmissão de saberes), encontrando-se em constante variação, para se
adaptar às necessidades que vão surgindo no meio social. Acontece de modos
10
diferentes, nos mais diferentes lugares e ainda assim, todos participam dela, como
afirma MORAES (1997):
Para tanto, a educação deverá oferecer instrumentos e condições que ajudem o aluno a aprender a aprender, a aprender a pensar, a conviver e a amar. Uma educação que ajuda a formular hipóteses, construir caminhos, tomar decisões, tanto no plano individual quanto no plano coletivo. (p. 211).
A educação associa-se, pois, a processos de comunicação e interação pelos
quais os membros de uma sociedade assimilam saberes, habilidades, técnicas,
atitudes, valores existentes no meio culturalmente preparado e, com isso, ganham o
patamar necessário para produzir outros saberes, técnicas e valores.
Devemos aprender, sobretudo, a lidar com uma requilibração permanente
das sensibilidades, das emoções, da racionalidade, dos conhecimentos. Por que
nunca somos a mesma pessoa depois de ter aprendido alguma coisa significativa,
por menor que seja.
Segundo GADOTTI (1997, p. 162):
A mudança de qualidade nas relações que mantêm a sociedade ativa é fruto de uma lenta e por vezes violenta maturação quantitativa, no interior dessas mesmas relações. É uma guerra surda, cotidiana, e, até certo ponto, inglória. É o trabalho muitas vezes anônimo, do professor, por exemplo. A educação só pode ser transformadora nessa luta surda, no cotidiano, na lenta tarefa de transformação da ideologia, na guerrilha ideológica travada na escola.
É notório que o mundo na contemporaneidade pensa em educação e isso é
importante para que haja uma mudança real e profunda. E para que esta mudança
ocorra é necessário que cada um, Estado, sociedade, escola e família assumam
suas responsabilidades.
1.2 - FAMÍLIA: BASE DA SOCIEDADE
Família: conjunto de parentes por consangüinidade ou por afinidade;
descendência, linhagem, estirpe; conjunto de pessoas da mesma seita, fé, sistema,
profissão, etc. Esse é o significado de família o qual o dicionário Aurélio (FERREIRA,
2004), nos mostra. É notório que no ambiente familiar, as pessoas também se unem,
por amor, situação financeira e pela sobrevivência. A família sempre nos foi
apresentada como instância formadora e socializadora da criança. Battaglia apud
11
NOBRE (1987) conceitua a família dizendo que a família pode também ser
considerada como:
(...) um sistema aberto em permanente interação com seu meio ambiente interno e/ou externo, organizado de maneira estável, não rígida, em função de suas necessidades básicas e de um modus perculiar e compartilhado de ler e ordenar a realidade, construindo uma história e tecendo um conjunto de códigos (normas de convivências, regras ou acordos relacionais, crenças ou mitos familiares) que lhe dão singularidade. (p.118-119).
Dessa forma, escolher a escola adequada às esperanças da família e que,
ao mesmo tempo, seja do agrado da criança, é um empreendimento cujo sucesso
depende, em grande parte da habilidade dos pais ao avaliarem diferentes propostas.
Estar atento ao projeto educativo e ao perfil disciplinar da instituição que auxilia a
optar por aquela cujos valores e embasamento mais se assemelhem aos da família
em termos de exigências, posturas, visão de mundo. Conhecer as dependências e
possibilidades da escola, seus diferenciais, bem como os profissionais que estarão
encarregados da educação de seu filho, é importante para os pais avaliarem a
escola.
Segundo FALCÃO (2007, p.07), "(...) a Família foi perdendo seus principais
atributos, de tal forma e com tanta rapidez que se chegou a proclamar o seu fim."
Atualmente, observa-se que não existe um modelo tradicional de família, mas
apenas uma estruturação familiar e que dentre essa nova realidade, pode-se incluir
pais que trabalham por uma necessidade de sustentar família e os que deixaram de
estudar antes mesmo de serem alfabetizados, o que dificulta a participação
desejada no desenvolvimento escolar do filho.
A participação da família é uma necessidade contemporânea, almejada por
todos que fazem parte do contexto escolar, independente de ser ensino fundamental
ou educação infantil. Lidar com famílias hoje, é lidar com a diversidade. Famílias
intactas, famílias em processos de separação e muitas outras. Pode-se observar,
que existe, sem dúvida, uma alteração radical no modelo tradicional de família, em
que o homem era o único provedor, ficando evidente a mudança do papel da mulher
na família. Conforme BATTAGLIA, pode-se dizer:
Como construções sociais relativamente recentes, estas complexas reformulações familiares encontram-se sem modelo preestabelecido. Sendo assim, cada família necessita lidar com seus padrões e conceitos preestabelecidos para deles fazer emergir uma maneira original de constituir um grupo familiar com funções, direitos e deveres que atendam aos que dele participam. Nesta reformulação, as questões de gênero são
12
inevitavelmente questionadas e pressionadas a transformarem-se. (2002, p, 7).
A família tem um papel imprescindível na vida de seus filhos; é onde
acontece o desenvolvimento das primeiras habilidades, os primeiros ensinamentos
através da educação doméstica na qual o filho aprende a respeitar os outros, a
conviver com regras que foram criadas e reformuladas no decorrer da formação da
sociedade. E a escola, ela vem para reforçar esses valores primeiros,
acrescentando, mas não assumindo para si o papel inicial da família. Dessa forma,
podemos dizer que:
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que freqüentam. (TIBA, 1996, p. 111).
Família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano, são
marcos de referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais
positivos e significativos serão os resultados na formação do sujeito.
A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e
consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares e é
importante que pais, professores, filhos/alunos compartilhem experiências,
entendam e trabalhem as questões envolvidas no seu cotidiano sem cair no
julgamento ― culpado x inocente, porém buscando compreender as nuances de
cada situação.
A educação é responsável pela herança cultural, compreendendo assim, um
processo de socialização, uma vez que:
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontrem ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial que a criança particularmente se destine. (DURKHEIM, 1978, p, 41)
Percebe-se que alguns pais usam desculpas, dizem que tem pouco tempo
para os filhos e não tem tempo para educá-los, usando essa desculpa como
argumento. E para recompensar o tempo que não estão disponíveis, os pais usam
da lei da compensação, quando estão juntos, no pouco tempo que tem, deixam os
filhos fazerem tudo o que querem, sem nenhuma cobrança. TIBA (1996), ressalta
que o tempo deveria ser usado para reforçar a educação dos filhos e não deseducá-
13
los. Enquanto que OLIVEIRA (1999), vem alertar que se deve utilizar a
compensação de forma positiva e educativa quando diz que:
Quando um indivíduo adota, por exemplo, os mesmos valores organizacionais e comunga o conhecimento transmitido pela organização, ele é recompensado de diversas maneiras: o elogio afetuoso, a recompensa valiosa ou o alívio de ter escapado ao castigo. (p.77).
Muitos deles não sabem que o processo educativo começa ali mesmo, no
seio da família, a partir do momento em que a criança nasce. Afinal de contas, a
família é o primeiro ambiente de formação de valores, idéias e comportamento. Os
pais convivem com as crianças e muitas vezes não se dão conta de que suas
atitudes poderão influenciar positivamente ou negativamente na formação de seu
filho.
Conforme BRANDÃO (1982, p.12), “a educação existe sob tantas formas e é
praticada em situações tão diferentes, que algumas vezes parece ser invisível.”
Fazendo-nos, compreender que a vida é essencialmente educativa.
Tanto a convivência quanto o relacionamento familiar são fatores
fundamentais para o desenvolvimento individual. Entender o indivíduo como parte de
um sistema de um todo organizado, com elementos que interagem entre si,
influenciando cada parte e sendo por ela influenciado, traz uma luz à compreensão
acerca do desenvolvimento humano, contribuindo para a reflexão sobre os contextos
familiar e escolar, que tanto podem ser elementos de moderação, inclusão e
segurança.
Uma criança que vive num ambiente familiar harmonioso, com pais
compreensivos, certamente desenvolverá atitudes positivas em relação a ela e aos
outros que estão ao seu redor. Mas se isso não ocorre, existe uma grande
probabilidade dela se tornar uma criança sem personalidade e insegura, o que
poderá afetar a sua vida social.
Com um olhar atento, pode-se perceber quando uma criança está sendo
pressionada ou passando por algum problema familiar. Durante a fase de
observação, constatou-se que algumas crianças ficam inseguras durante as
atividades avaliativas, outras mostram comportamento e rejeição nas atividades e
deixam como se quisessem, de alguma forma chamar a atenção de alguém,
confirmando a importância de um bom relacionamento familiar no processo
educativo.
14
1.3 – ESCOLA: RAIZ DA VIDA SOCIAL OU DIVERSIDADE HUMANA
Nem sempre houve escola e nem sempre ela foi do jeito que a conhecemos.
Em vários momentos da história, tipos diversos de sociedades criaram diferentes
caminhos para percorrer a estranha aventura de lidar com o saber e os poderes que
ele carrega consigo.
A escola atual vem sendo objeto de estudo, críticas e projetos que muitas
vezes não levam em consideração os que fazem parte dela.
É notório que a presença dos pais na escola muitas vezes causa um certo
desconforto. Quando participam ou solicitam explicações, era entendido como
queixa e até como invasão. Hoje, a presença dos pais e da comunidade está sendo
considerada como uma ampliação das possibilidades de uma boa relação, tanto da
escola quanto das famílias.
O papel da escola, assim como o da família é ajudar no desenvolvimento e
formação da criança. A escola em todos os lugares representa o saber, a cultura e
às vezes se confunde com a própria educação. No conceito de muitas pessoas, a
escola é o lugar onde nasce a educação. Para HEIDRICH (2009, p.25), a escola foi
criada para servir à sociedade. Por isso, ela tem a obrigação de prestar conta de seu
trabalho, explicar o que faz e como conduz a aprendizagem das crianças e criar
mecanismos para que a família acompanhe a vida escolar dos filhos”,mas não é
apenas a escola que educa. A sociedade também tem uma parcela de contribuição
nesse processo, com as mais variadas manifestações culturais que exercem, de
algum modo, influência sobre o ser humano e segundo TIBA (1996, p. 121)
Cada aluno traz dentro de si sua própria dinâmica familiar, isto é, seus próprios valores (em relação a comportamento, disciplina, limites, autoridades, etc.) cada um têm suas características psicológicas pessoais.
A formação do caráter e personalidade do indivíduo ocorre ainda na infância
e as principais instituições responsáveis por este desenvolvimento são, sem dúvida,
a escola e a família. A escola, como segunda instância, oferece um maior grau de
socialização que a família. É lá que a criança passa a conviver com outras crianças,
experimenta um ambiente novo, com novas regras e novos conceitos educativos. É
um lugar para formar pessoas inteligentes.
Segundo MORIN (2006, p.24), "a escola, em sua singularidade, contém em
si a presença da sociedade como um todo”. É um local que possibilita novas
15
experiências, uma vivência social diferente daquele grupo familiar, no sentido de
proporciona um contato com o conhecimento sistematizado e com um universo de
interações com pessoas e ambientes diferentes, capazes de provocar
transformações no processo de desenvolvimento e formação. TIBA (1996, p. 189),
ainda complementa dizendo que “a escola oferece também atividades especificas
conforme a idade das crianças, o que geralmente não acontece em casa.”
A escola é, como qualquer outra instituição social, uma disseminadora de
saberes e ideologias e o professor que não é mais visto como um transmissor de
conhecimento e sim como um gestor de conhecimento, alguém que dá a direção na
aprendizagem e na relação da escola com esse aluno. LIBÂNEO (2002), coloca que
as práticas educativas é que, verdadeiramente, podem determinar as ações da
escola e seu comprometimento social com a transformação. E o professor é fonte de
informação, dentre outras tantas que estão discutidas atualmente, é também
transmissor de ideologia e o seu papel na sociedade é fundamental.
O papel do professor na sociedade seria o de um profissional que pode
colaborar para que os alunos tenham uma visão crítica do mundo, levando-os a ter
uma postura autônoma. E para um bom funcionamento desse papel, é conveniente
que haja uma ligação direta dessa instância com o educando.
Ter consciência da importância da educação é estabelecer um canal de
comunicação com as famílias, para criar confiança entre pais e escola. Segundo
MORAES (1997, p. 209), "a paz e a solidariedade, harmonia é alguma coisa que se
aprende sim na escola, e a escola é profundamente responsável por isso, não
através dos conteúdos que ela cria para pessoas e principalmente para as crianças”.
A escola é importante para o convívio em sociedade, mas é necessário também
estar preparado para aceitar a atualidade e os novos paradigmas. E GADOTTI
(1997, 160), vem ressaltar que:
A educação hoje está se repensando a partir de outra concepção que os educadores estão tendo dela: longe de ser um lugar imutável, ela está sendo descoberta como um lugar provisório, inacabado, precário, prolongamento de uma sociedade. E descobrindo sua precariedade abre-se para o profissional do ensino uma situação extremamente desconfortante, conflitante.
A precariedade está por toda parte. Ajudando ao aluno adquirir a entender e
participar socialmente e politicamente dos problemas de sua comunidade.
16
1.4 – FAMÍLIA E ESCOLA: UM PONTO EM COMUM
É um ponto em comum entre a escola e a família a necessidade de se
buscar formas de articulação entre a família e a escola. Fácil falar sobre ela, difícil
construí-la. Além do mais, hoje se vê a educação como algo permanente, por toda
vida, um processo continuado e não mais como uma etapa a ser realizada.
Talvez, segundo DEMO (2001), o atual desejo da escola como instituição
seja a família mais próxima dela, para enfrentar as atuais dificuldades, as
intencionalidades e obrigações decorrentes para efetivar a parceria desejada. Essa
relação não diz respeito apenas aos filhos/alunos, mas a todos, familiares,
professores e comunidade em geral.
Para que uma casa, uma comunidade, uma família ou uma escola, funcione,
segundo DEMO (2001), é necessário que funcione é necessário que cada uma
execute bem a sua respectiva função da melhor forma possível, para que os
objetivos sejam atingidos. Alguns atuam sozinhos e outros em equipe, mas todos
atuam em alguma parte da instituição de ensino, seja vigilante, bibliotecário,
merendeira e outros que também fazem parte do contexto escolar. São todos
educadores, apesar de, muitas vezes, não saberem disso.
A escola, com certeza, não quer que a família seja responsável pelos
conteúdos dados, mas que estimule ao filho em suas atividades. É uma parceria
entre instituições distintas. O papel da família seria o de estimular no filho o
comportamento de estudante e cidadão e o da escola seria orientar aos pais nos
objetivos que a escola espera que o aluno atinja e de criar momentos para que essa
integração aconteça. Embora PERRENOUD (2000, p.104), afirme que não seria
possível essa cooperação dos que fazem parte do contexto escolar se não houvesse
uma facilitação do diretor. Para Içami Tiba (1996, p.63),
as crianças precisam ser protegidas e cobradas de acordo com suas necessidades e capacidades, protegidas nas situações das quais não seguem se defender, e cobradas naquilo que estão aptas a fazer.
Por essa razão, escola e família possuem funções que se assemelham e se
aproximam, funções estas que poderiam se resumir, sinteticamente, em como
proteger e educar, dar autonomia à criança, pode permanecer no espaço da troca e
de suplementariedade, sem cair na armadilha da disputa, buscando acertos e
corrigindo erros. E entender que a relação que o aluno mantém com a escola está
relacionada não só com o tipo de família, como, também com as relações que seus
17
membros mantêm entre si. Porque é no momento que o filho é colocado na escola
que o sistema familiar fica exposto.
Por esses motivos, a parceria entre essas duas instituições é fundamental
para que o processo de aprendizagem tenha sucesso.
Se as desejamos eficazes temos de reconhecer as características de cada
uma e descobrir as pontes possíveis existentes para essa parceria. Ambas,
Segundo DEMO (2001), estão em ―crise, sendo criticadas pelo que ―não fazem e
deveriam fazer numa realidade de grandes transformações, embora em meio de
tantas críticas, ambas ainda sejam instituições valorizadas.
Podem ser compreendidas a escola e a família ou consideradas como
sistemas humanos em constantes interações que possuem como elemento de união
o filho-aluno. O aluno chega, segundo SZYMANSKI (2001), à escola com seus
modelos, seus medos, dificuldades e desejos, tendo que aprender os valores da
instituição e conviver com a diversidade. É um momento rico e delicado para ele,
sua família e para a escola.
A busca de uma boa relação entre família e escola, segundo SZYMANSKI
(2001), deve fazer parte de qualquer trabalho educativo que tem como foco a
criança. Além disso, a escola também exerce uma função educativa junto aos pais,
discutindo, informando, aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos,
para que família e escola, em colaboração mútua, possam promover uma educação
integral da criança. Uma relação baseada na divisão do trabalho de educação de
crianças e jovens, envolvendo expectativas recíprocas.
Quando se fala em parceria desejável e convoca-se os pais na participação
na educação, principalmente pelo dever de casa que é uma estratégia de promoção
de sucesso escolar, segundo SZYMANSKI (2001), não se leva em consideração as
mudanças históricas e as diversidades culturais nos modos de educação e
reprodução social.
Os professores da rede pública que trabalham com crianças das classes
populares têm reclamado muito do acúmulo de funções que estão tendo que
exercer. As questões sociais atingem diretamente a escola: crianças com fome,
guardando a merenda para levar para casa, crianças doentes ou com piolho, que
sofrem maus tratos, que revezam cadernos e materiais escolares com os irmãos,
junto com crianças arrumadas, penteadas, falantes, bem alimentadas.
18
Com o art.18 do Estatuto da Criança e do adolescente (E.C.A) rege que,―é
dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo
de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor. (BRASIL, 2004, p.13).
Dessa forma, quando a escola básica é, concebida como um campo em que
estão em jogo as conjunturas políticas, sociais e econômicas sobrepostas na
produção e disseminação dos códigos culturais e hegemônicos. Significa envolver
com o dado ampliador em que estão implicados o poder e suas múltiplas
dependências com o saber.
Não se pode deixar de citar algumas informações dadas por HEIDRICH
(2009, p. 26-30), conselhos que certamente podem auxiliar nessa participação tão
almejada por todos. São eles: acolhimento; apresentar a escola e os funcionários à
família; fazer uma entrevista com os pais e os alunos; assegurar a participação no
projeto político pedagógico. Essa clareza e exposição da situação deixam todos
mais tranqüilos e conscientes dos problemas e das possíveis soluções e imprevistos
que poderiam aparecer no caminho nos quais todos estariam ali, para dar sugestões
e escolher juntos possíveis soluções.
1.5 - PARTICIPAÇÃO: UMA MUDANÇA NA RELAÇÃO ENTRE PESSOAS
A participação tão desejada possui características de ser um processo, de
ter um meio e um fim. É um caminho para alcançar seus objetivos. Segundo DEMO
(2001), "dizemos que participação é conquista para significar que é um processo, no
sentido legítimo do termo: infindável, em constante vir-a-ser, sempre se fazendo."
(p.18).
No entanto, é possível acabar com esse jogo de culpado e inocente se a
família e a escola buscarem ações coordenadas, o que poderia garantir a ela que os
problemas seriam resolvidos ou, pelo menos, teriam um parceria, mas para que isso
aconteça é necessário que os professores sejam conscientizados em relação às
novas formações familiares e qual é o papel da família. E em contrapartida, a família
deveria conhecer melhor a escola na qual o seu filho será inserido e procurar a
melhor forma para ajudá-lo no seu desenvolvimento.
19
De acordo com PALATO (2009, p. 102-104), seria positivo se a família em
conversas com professores e coordenadores explicasse sua situação e qual seria a
melhor forma de participação para a educação de seu filho, com certeza tudo
poderia ser bem melhor. Ela relata que alguns mitos deveriam ser revistos ou
deixarem de existir. Neste trabalho, serão citados apenas três dos mitos
considerados mais importantes.
O primeiro seria conceber a família desestruturada como problema, quando
não é formada por pai, mãe e filhos; a dinâmica familiar mudou muito, hoje existe
uma diversidade familiar muito grande. É homossexual, mono parental, união livre,
mas isso não que dizer que o filho não esteja bem e que a família independente de
qualquer formação, não seja capaz de dar um suporte para a escola, acredito que
essa postura é uma questão de escolha.
O segundo mito seria a responsabilidade da família no aprendizado escolar
dos filhos. É do conhecimento que a família é responsável por boa parte da
educação e a escola ficaria com a menor parte. A família e a escola compartilham da
educação só que ambas com focos diferentes. A escola se responsabiliza pela
formação e a família compartilha da educação informal.
O terceiro mito seria dizer que os pais nunca estão presentes em atividades
escolares, mas como contar com pais se os horários não são adequados para o seu
comparecimento e não são promovidos trabalhos pedagógicos. DEMO (2001),
aponta a problemática entre participação e envolvimento:
Muitas desculpas são justificativas do comodismo, já que participação supõe compromisso, envolvimento, presença em ações por vezes arriscadas e até temerárias. Por ser um processo, não pode também ser totalmente controlada, pois já não seria participativa a participação tutelada, cujo espaço de movimento fosse previamente delimitado. (DEMO, 2001. p.19-20).
Quando DEMO (2001), fala em participação, ele mostra uma realidade que a
maioria das escolas públicas, os pais, professores e coordenadores não enxergam,
ou acham melhor não perceber para não ter que tomar uma posição que muitas
vezes é trabalhosa. Se os pais percebessem que a escola pública também tem sua
colaboração, que também é contribuição recolhida com seus impostos, ficaria mais
fácil perceber que a escola pública não é ―de graça, sendo que se os impostos
fossem somados, sairiam bem mais caros que uma escola particular. E o mais
impressionante, é que pais e responsáveis muitas vezes não acreditam que podem
20
cobrar da escola pública, o mesmo comportamento não acontece com os pais das
escolas particulares, pois consideram um alto investimento o pagamento das
mensalidades escolares.
Conforme BORDENAVE (1983), desde o começo da humanidade, os
homens têm participação no meio social, no meio familiar, nas tarefas de
subsistência e nos cultos religiosos. E essas participações são por ele definidas
como: participação de fato, a espontânea, a imposta, a voluntária, a provocada e a
concedida, uma vez que:
A participação social é transferida deste modo da dimensão superficial do mero ativismo imediatista, em geral sem conseqüência sobre o todo, para o âmago das estruturas sociais, políticas e econômicas. Em harmonia com o conceito, se uma população apenas produz e não usufrui dessa produção, ou se ela produz e usufrui, mas não toma parte da gestão, não se pode afirmar que ela participe verdadeiramente. (BORDENAVE, 1983, p.25).
Se todos que fazem parte da escola pública começassem a cobrar do
Governo e dos integrantes da escola o que lhe é de direito, a escola pública seria
muito mais valorizada. Como justifica BORDENAVE (1983), quando se refere à
educação e à qualidade da participação:
A qualidade da participação se eleva quando as pessoas aprendem a conhecer sua realidade; a refletir; a superar contradições reais ou aparentes; a identificar premissas subjacente; a antecipar conseqüência; a entender novos significados das palavras; a distinguir efeitos de causas, observações de inferência e fatos de julgamentos. (BORDENAVE, 1983, p.72-73).
É essa participação que se faz necessária, uma participação coerente e
consistente. É o poder que se tem nas mãos. Os pais das escolas públicas têm que
resistir ao processo histórico que nos impõe tais condições, como se pode ver:
Quem acredita em participação, estabelece uma disputa com o poder. Trata-se de reduzir a repressão e não de montar a quimera de um mundo naturalmente participativo. Assim, para realizar participação, é preciso encarar o poder de frente, partir dele, e, então, abrir os espaços de participação, numa construção arduamente levantada, centímetro por centímetro, para que não se recue nenhum centímetro. (DEMO, 2001, p. 20).
A escola deveria trabalhar a participação como proposta que oriente os
caminhos que possam ser construídos e percorridos pela comunidade escolar,
juntamente com a família e com outros grupos que podem apoiar o trabalho
realizado por todos os envolvidos no desenvolvimento cognitivo, psicológico, afetivo
do filho/aluno. Não é tarefa fácil mudar uma cultura, leva tempo, mas deve-se tentar,
21
afinal. Como foi dito anteriormente, ― participação é um processo, como afirma
TEIXEIRA (2000):
Não obstante, é necessário delimitar o conceito de participação. Para isso, é fundamental na sua caracterização o elemento poder político, que não se confunde com autoridade nem com Estado, mas supõe uma relação em que atores, usando recursos disponíveis nos espaços públicos, fazendo valer seus interesses, aspirações e valores, construindo suas identidades, afirmando-se como sujeitos de direitos e obrigações. (p.37).
Essa participação deve ser vista como uma ampliação das possibilidades de
acertos na educação do filho/aluno sendo uma esperança de fazer ficar visível à
criança com seus problemas e potencialidades. Afinal, a escola é um lugar que
possibilita novas experiências, uma vivência social diferente daquela do grupo
familiar, no sentido, em que proporciona um universo de interações pessoais e
ambientes diferentes, capazes de provocar transformações no processo de
desenvolvimento e na formação do indivíduo.
1.6-TRABALHO DE CAMPO
O método escolhido foi o indutivo, ou seja, a cadeia do raciocínio que
estabelece conexão ascendente do particular para o geral.
Por ter escolhido como campo de observação a escola de 1º Grau Cerejal,
localizado no Posto Paineira- Brasnorte no ensino fundamental. Este trabalho se
caracterizou como estudo de caso.
Segundo LUDKE e ANDRÉ (1986, p.17), o estudo de caso
é sempre bem delimitado, devendo ter seus entorno claramente definidos no desenrolar. “O caso pode ser similar a outros, mas é ao mesmo tempo distinto, pois tem um interesse próprio, singular.
E que, de acordo com LUDKE e ANDRÉ (1986), possuem características
fundamentais, são elas: visa a descoberta; enfatiza a interpretação do contexto;
busca retratar a realidade de forma completa e profunda; usa uma variedade de
fontes de informações; revela experiência vicária e permite generalização
naturalista; procura representar os diferentes e às vezes conflitantes pontos de vista
numa situação social e utiliza uma linguagem acessível.
As estratégias utilizadas foram as observações realizadas durante o período
do estágio na escola selecionada para a pesquisa e as entrevistas aplicadas ao
22
professor e pais de alunos. A observação é uma estratégia que abrange não só a
observação direta, mas todo um conjunto de técnicas metodológicas implicando uma
grande inclusão do pesquisador na situação estudada.
A estratégia de aplicação de entrevista foi escolhida pela necessidade de
ouvir os pais, suas opiniões e reações ao serem questionados, pois segundo
LAKATOS & MARCONI (2002):
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional, é um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social. (p.92).
Sendo assim, a entrevista é uma estratégia que exige disponibilidade de
tempo do entrevistador e do entrevistado, pois de acordo com THOMPSON (1992),
afirma o seguinte:
O argumento em favor de uma entrevista completamente livre em seu fluir fica mais forte quando seu principal objetivo não é a busca de informações ou evidências que valham por si mesmas, mas sim fazer um registro ―subjetivo de como um homem, ou uma mulher, olha para trás e enxerga a própria vida, em sua totalidade, ou em uma de suas partes. (p.258).
Foi realizada uma pesquisa de campo por meio de entrevista com Três pais,
cujos filhos fazem parte da Escola Municipal do 1º Cerejal , situada no Posto
Paineira.
Essa escola foi escolhida como objeto do estudo qualitativo, durante o
período de julho de 2012 a setembro 2012, referente à participação no curso de Pós-
Graduação proporcionado pela Faculdade Vale do Juruena para conclusão do curso
Metodologia do Ensino fundamental e Gestão escolar.
Os sujeitos desta pesquisa foram: um professor e três pais de alunos da
escola selecionada.
Essa entrevista se caracterizou em sete questões relacionadas aos pais e ao
educador. Concernentes às questões relacionadas aos pais, tenho: O que é
participação? O que você acha que a escola espera de você? O que você espera da
escola? Como é sua relação com a escola de seu filho? Quais são os seus deveres
como responsável por seu filho? De que forma? Você participa da educação escolar
de seu filho? Qual é a importância da família na educação escolar de seu filho?
23
Referente às questões relacionadas ao professor tenho: O que é
participação? O que você acha que a escola espera de você? Quais são os seus
deveres como professor na escola? De que forma você incentiva a participação dos
pais na escola? Qual é a participação que você espera da família? Na sua época de
escola, como era a participação da família na escola?
As questões aplicadas na entrevista foram escolhidas de modo a perceber o
que realmente estava por trás da pergunta chave: participação no contexto escolar.
Segundo LAKATOS & MARCONI (2002, p. 88), afirma que: "não consiste apenas
em ver ou ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja
estudar.”
E o objetivo dessa entrevista foi chegar o mais perto possível da resposta e
da confirmação de algumas questões levantadas na observação de campo
realizada.
24
2.0 TRAJETÓRIAS PERCORRIDAS NA PESQUISA
Este capítulo trata das trajetórias percorridas durante o estudo, realizado na
Escola de 1º Grau Cerejal, onde se analisa as respostas dos entrevistados a partir
de várias categorias de análise. As categorias de análise foram divididas em quatro:
o entendimento sobre o conceito de participação e a importância da família no
contexto escolar; opiniões dos pais e dos educadores sobre a participação na
escola; deveres dos pais e do professor referentes à educação do filho/aluno;
relação dos pais e educadores com a escola.
A análise de dados está presente em vários estágios da investigação,
tornando-se mais sistêmica e mais formal após o encerramento da coleta de dados.
Para a análise de dados, foi escolhido um critério de seleção dos nomes a
serem usados para proteger a identidade dos participantes. Foram usados números
e letra P. Exemplo: P1, P2 E P3 para pais. Para professor as letras PR. Como
afirma LUDKE E ANDRÉ (1986, p.48):
O primeiro passo nessa análise é a construção de um conjunto de categoria descritiva. O referencial teórico do estudo fornece geralmente a base inicial de conceitos a partir dos quais é feita a primeira classificação dos dados.
Com isso, as categorias de análise foram dividas em quatro: o entendimento
sobre o conceito de participação e a importância da família no contexto escolar;
opiniões dos pais e dos educadores sobre a participação na escola dos pais e do
professor referente à educação do filho/aluno; a relação dos pais e educadores com
a escola.
2.1 O QUE OS SUJEITOS DA PESQUISA ACREDITAM
Neste tópico será apresentado o que os sujeitos da pesquisa acreditam,
suas indagações, experiências e esperanças.
2.2 O ENTENDIMENTO SOBRE O CONCEITO DE PARTICIPAÇÃO E A
IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR
Ao ser questionado sobre o conceito de participação, o P1, disse que ―é
você tá presente nos momentos de dificuldade dele (...) é participar do lazer, das
coisas que ele venha fazer e desenvolver na escola, em casa ou na rua, para P2 ―
é tá presente e P3 diz que ―é está presente no dia-a-dia não só da criança, (...) na
sociedade também. (...) é está presente em tudo, em reuniões de escola, nos
afazeres do colégio ou qualquer tipo de afazeres que a crianças venham ter. Para o
C, é ―acompanhar cada desenvolvimento, cada tarefa, cada matéria. É está
sempre ali, atento a casa situação, a cada trabalho que eles têm que fazer.
Em relação ao professor, participação é ―estar em comum acordo nas
normas e nas regras, aqui dentro da escola. É ajudar na compreensão e fazer aquilo
que deve ser feito para ajudar não só o professor, mas também à escola
Ao tratar da importância da família no contexto escolar, o pai P1, diz que ―é
importante para dar apoio à escola nas dificuldades do filho, o P2, ―para saber se
ela está estudando, se está freqüentando a escola, P3 comenta ―que achava
importante que os pais viessem à escola pelo menos o primeiro dia, e acredito que
muitas violências que ocorrem nas escolas é porque os pais não acompanham o
filho e que as famílias deixam os filhos soltos relata que ―a família tem que corrigir
os erros da criança, sabe! Ou em casa ou na escola.
Observando os depoimentos desses pais, pode-se perceber que eles têm
um entendimento do que seja participação, embora de forma restrita. O pensamento
deles se aproxima do conceito dado por DEMO (2001), quando confirma o que
esses pais vêm dizendo durante toda essa pesquisa, que participação é um
processo e como processo precisa de acompanhamento diário e inacabado, mas
não podemos achar que a participação é algo corriqueiro, que acontece sem
obstáculos. Observa-se que o professor não comunga da mesma opinião dada pelos
pais dos alunos. Ele percebe a participação como um cumprimento de regras e
normas e como ajuda. Não vê a participação como um processo diário e voluntário.
Os pais, P1,P2 E P3 falam que a participação da família na escola é
importante para dar um bom desenvolvimento escolar das crianças. O P2 acha que
é importante para dar apoio nas dificuldades e P3 acredita que diminui a violência na
escola. Para ele é importante para saber se o filho está estudando e freqüentando a
escola. Com esses depoimentos, pode-se observar que os pais acreditam que é
importante a participação da família no contexto escolar e da sua importância para o
26
desenvolvimento de seu filho. O que precisa ficar claro para esses pais é que a
escola e a família educam de forma diferente, não há como uma substituir a outra. A
escola visa a formação intelectual e profissional do aluno e a família a formação do
caráter.
É no lar que a criança aprende a controlar seus impulsos e emoções,
respeitando pai, mãe, irmãos e as regras familiares para em seguida transferir para
as autoridades.
Estudos nos mostram a importância da presença da família na escola, as
crianças que pais participam têm um desenvolvimento melhor do que aqueles no
qual os pais pouco freqüentam. A troca de experiência entre família e escola
favorece ainda mais o desenvolvimento da criança. Como foi dito anteriormente por
TIBA (2007), é na família que a criança adquirir seus primeiros ensinamentos e é
fundamental, pois é ela quem vai ensinar as regras de convivência em sociedade e
seus valores. Compartilhando do mesmo pensamento a mãe DD no depoimento diz
que: ― (...) a educação começa em casa, e a base que ele leva da família é o que
ele vai se dedicar lá fora (...).
Quando os pais relatam sobre a importância da família no contexto escolar,
pode-se observar que eles sentem uma necessidade de participação maior, tanto
dos pais como dos professores.
2.3- OPINIÕES DOS PAIS E DOS EDUCADORES SOBRE A PARTICIPAÇÃO NA
ESCOLA
Ao perguntar aos pais como eles participam da educação escolar do seu
filho, o P1, participa (...) ―ajudando na lição, é dando o lazer, porque para que ele
sinta que como eu não só trabalho, ele também não pode só estudar. É tirando da
rua, porque se a rua fosse boa e tivesse boas coisas a violência não existia e assim
a gente vai ajudando a mãe com educação, educando e dando bons exemplos,
chamando atenção(...)Para você cobrar, você tem que dar o exemplo. E lá em casa
a gente trabalha assim. A gente cobra quando a professora dele fala assim, cobra,
pega no pé mesmo.(...) Ele faz a parte dele e a gente faz a nossa. A dele é estudar e
a nossa é fazer com que os momentos de lazer dele valham a pena todo o estudo.
(...)Ele tem o que merece, se estudar ele tem direito a tudo, mas se não estudar, não
27
tem direito a nada! Para P2, ―eu incentivo a ela estudar para ter uma boa educação
para amanhã ele ter um futuro na vida dela. P3 diz que:―eu tento participar da
melhor maneira possível, aquilo que eu vou fazendo e aquilo que eu posso fazer, eu
faço! De está ali tentando, ali orientando, olhe é por aqui, não é por aqui! Você tem
que obedecer, não pode ficar conversando na sala de aula, prestar a atenção a cada
palavra que está sendo dita, tem que obedecer a seus professores
Analisando os dados, o P1 diz que participa ajudando nas atividades
escolares, dando lazer, tirando da rua, educando e dando bons exemplos. P2e P3,
entendem que participa ajudando nas atividades escolares.
Perguntei aos pais o que eles acham que a escola espera deles, o P1 disse
que a escola espera ―(...) sempre acompanhando ele, sempre vindo às reuniões,
quando eu não posso a mãe vem, às vezes vem os dois, e procurar ajudar na escola
no que for necessário para que ele, quero dizer eles, não só ele, como também os
colegas deles(...), O P2 diz que a escola ―espera participação, dedicação e que
acompanhe a criança. Segundo o P3, a escola espera:― (...) que eu tenha mais
participação. É participar do desenvolvimento do aluno, não só pegue e eles
colocam na escola e deixam que a escola faça tudo (...).
Pode-se observar que os pais P1, P2 e P3 compartilham do mesmo
pensamento, dizendo que a escola espera que eles acompanhem e participem das
reuniões. Enquanto que a Mãe AC acredita que a escola espera uma boa educação
para sua filha.
Ao questionar o pai sobre o que você espera da escola de seu filho, P1
respondeu: ―eu espero que cumpram com o projeto pedagógico que eles tanto
falam e que tanto pedem. (...). É só isso que eu espero da escola, uma boa
educação, P2 espera ― que ela seja uma boa escola e que tenha bons professores
para eles e que ensinem a ela melhor e P3 diz: ― espero que eles ensinem bem,
um bom ensino, um bom desenvolvimento e que cada criança e cada aluno que
estiver aqui venha a aprender, venham somar e não diminuir.
Foi observado que todos os pais desejam que a escola tenha um bom
ensino, no entanto o P1 deseja também que a escola cumpra com o que promete e
a P3 deseja de que a escola dê ao seu filho uma boa base de ensino para competir
no mercado. Segundo TIBA (1996), ao falar da parceria entre escola e família, ele
28
retrata que quando ambas falam a mesma linguagem todos lucram. A família e a
escola devem demonstrar coerência e segurança, o que favorece o desenvolvimento
do aluno/filho. Com isso, a educação é uma ação ou soma de atos educativos
encadeados em função do desenvolvimento do ser humano, em vista de um fim.
2.4-DEVERES DOS PAIS E DO PROFESSOR REFERENTE À EDUCAÇÃO
ESCOLAR.
Perguntei aos pais quais são os seus deveres como responsável pelo seu
filho, cada pai mostrou sua particularidade. P1disse que ―meus deveres é dar boa
alimentação, dar uma boa educação doméstica, para que quando ela chegar aqui na
escola ele não peque, porque os filhos são o espelho dos pais. É dar carinho, amor,
afeto que ele tem e a senhora já teve a oportunidade de ver. E o meu dever com ele
é trabalhar para dar uma boa educação. P2 diz que ―é perguntar ao Colégio como
ela está saindo no Colégio, como é o relacionamento dela com os colegas, se está
recebendo uma boa educação, acho que é isso. É um direito meu chegar ao Colégio
e perguntar! O P3 respondeu que ―é incentivar a estudar, incentivar na educação.
Porque não adianta a gente pegar e colocar na escola e esperar que a escola faça o
seu papel! Eu tenho que fazer a minha parte!
Os pais apresentam diferentes pensamentos. O P1 fala que seus deveres
estão relacionados a dar uma boa alimentação, educação doméstica, carinho, amor
e afeto. Os pais P2 e P3 compartilham o mesmo pensamento, dizendo que seus
deveres são cuidar e saber da sua convivência com professores e colegas. Como
responsável do aluno é saber como o aluno está no colégio e seu relacionamento
com colegas e professores. De acordo como o artigo 4º do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA, BRASIL 2004):
é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referente à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária (p.11).
Observa-se que o discurso dos pais condiz com o Estatuto quando se refere
aos deveres em relação ao aluno/filho. Porque segundo o Estatuto, a sociedade, a
família, a comunidade e o poder público têm o dever de acompanhar o
29
desenvolvimento da criança para que os pais tenham uma visão melhor do filho em
relação à escola, é necessário que ele esteja bem informado e escutar à professora
com toda sua experiência em sala de aula, com alunos que têm a mesma idade de
seus filhos pode ser útil para a família, pois ambas podem trabalhar juntas as
dificuldades e o melhoramento do filho/aluno. E TIBA (1996, p.189-190), afirma ao
falar da escola, que deveria ser um trabalho em conjunto, no qual poderia ser ouvida
a voz do coração e a voz da razão dos personagens da educação: a mãe, o pai e a
escola.
O professor ao ser entrevistado, respondeu que seus deveres seriam ―
atender todas os alunos, transmitir para eles pra os alunos aprenderem ajudar no
que for possível dentro do Regulamento, dentro do que eles vêm para obter e que
eu estou aqui para transmitir conhecimentos; e fazer o possível para transmitir o
máximo para eles.
Observa-se que o professor entrevistado tem uma visão restrita do seu
papel como educador, acreditando que ele é apenas um mero transmissor de
conhecimentos e informações, sabe-se que o papel do professor é também refletir
sobre o seu compromisso social e ético. Conforme LIBÂNEO (2002), a característica
mais importante da atividade profissional do professor é o intermédio entre o aluno e
a sociedade, entre as condições de origem do aluno e sua destinação social na
sociedade, papel que cumpre provendo às condições e os meios que respaldem o
encontro do aluno com as matérias estudadas. Esses objetivos educacionais estão
ligados uns aos outros, pois “o processo de ensino é ao mesmo tempo um processo
de educação.” (LIBÂNEO, 1991, p. 71)
Ainda de acordo com LIBÂNEO (1991), a didática e as tarefas do professor
buscam os seguintes objetivos primordiais: assegurar ao aluno domínio do
conhecimento científico mais seguro e duradouro; criar meios para desenvolver
habilidades e capacidades intelectuais, para dominarem os métodos de estudo e de
trabalho intelectual para uma futura autonomia; e orientar as tarefas de ensino com o
objetivo educativo da formação da personalidade.
2.5- RELAÇÃO DOS PAIS E DO EDUCADOR COM A ESCOLA
30
Para finalizar a entrevista com os pais, perguntei sobre a sua relação com a
escola de seu filho, o P1 diz que tem uma ―boa, muito boa! Primeiro porque eu sou
funcionário da escola, e depois porque eu gosto daqui, eu gosto da escola (...).o P2
―tenho uma boa relação. P3 disse: ―bem, estou sempre acompanhando! Cada
reunião quando posso eu estou presente e quando eu não posso, eu venho procurar
saber depois!
Pode-se observar que P1, P2 e P3 comentam que têm uma boa relação com
a escola.
Segundo TIBA (1996,p.187),
a educação escolar é diferente da educação familiar. Não há como uma substituir a outra, pois ambas são complementares. Não se pode delegar à escola parte da educação familiar, pois esta é única e exclusiva, voltada à formação do caráter e aos padrões de comportamentos familiares.
A escola é um ambiente importante de convívio no qual recebem estímulos,
espaço para a socialização e tem o objetivo de preparar o aluno profissionalmente.
31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O procedimento da pesquisa proporcionou observar além das possibilidades
teóricas ou estereotipadas do ensino público e da participação dos pais no contexto
escolar. Como foi apresentado nos capítulos anteriores que a educação precisa ser
vista a partir de novas concepções que precisam ser transformadas, para assumir
seu papel nesse contexto atual como agente de mudanças, uma educação geradora
de mudanças, de conhecimentos, de formação de sujeitos independentes e
habilitados para intervirem e agirem na sociedade de forma crítica e, principalmente,
criativa. A família e a escola são as pontes para ajudarem ao aluno perceber,
através do espaço e do tempo, essas mudanças ocorridas no mundo, sem prejuízo
para seu desenvolvimento humano.
Participação familiar é uma necessidade contemporânea e desejada por
todos que fazem parte do contexto escolar. Quando da minha primeira vontade de
fazer Pedagogia aflorou em mim profissionalmente, foi a necessidade que tinha em
trabalhar com comunidades carentes que envolvessem crianças. Sempre considerei
importante o valor que a família tem em relação a tudo e por acreditar que uma boa
parte da solução do que vem ocorrendo no mundo seria minimizada se a família
estivesse por perto.
A falta de participação da família no contexto escolar já foi debatida no meio
acadêmico, tratado por diversos autores consagrados na área da Pedagogia,
Psicologia e Educação, além de ainda ser pano de fundo para várias questões
abordadas pela LDB, mas percebemos que ainda não foi dada a resposta para essa
questão sobre a participação dos pais na escola pública.
Portanto, o objeto de estudo deste trabalho, a Escola de 1º grau Cerejal,
vem apontar não para realidades estáticas ou conclusivas, mas vem propor algumas
diretrizes, de como ainda será possível encontrar elementos motivadores dessa
relação Escola-Família. Com base na observação in loco, nas informações
levantadas e nos dados obtidos, pode-se avaliar que a referida escola está
composta por alguns professores que já não têm mais o estímulo para conviver com
crianças, já não conseguem acompanhar o ritmo das novas crianças, em que estão
sendo educadas na era da tecnologia e da informação. O professor não é visto mais
como o único mediador da educação formal, a criança está aprendendo fora dela, o
que muitas vezes dificulta o controle da escola e da família.
Com as análises das falas dos pais, percebi que há um desejo enorme em
dar uma educação aos filhos e que eles não estão conseguindo atingir: uma
educação para um futuro melhor. Um futuro em que as crianças disponham de um
sistema de ensino público efetivo e eficiente, onde possam se sentir seguras e
capazes de ―competir com as crianças das escolas particulares (esta frase foi dita
por uma das mães entrevistadas durante o levantamento de dados). Ao ouvir os pais
sinto que o real desejo deles é que se criem escolas, não diria mais no modelo
tradicional, mas que tenham uma postura mais séria, de comprometimento com o
ensino de qualidade e que sejam profissionais capacitados, no intuito de garantir
para as crianças da rede pública condições para competir no mercado.
O que percebo é que participação sempre vai existir e existe nessa escola,
apenas alguns pais que participam mais do que outros. E muitas vezes, a postura de
alguns professores frente à essa falta de participação pode ser vista como senso
comum, como se incomodasse ou interferisse no comodismo da sala de aula. Ainda
tenho uma inquietude em relação a essa questão: será que os professores,
realmente querem essa participação?
Chego à conclusão de que o conceito de participação é muito complexo, que
envolve conceitos sociais, pessoais, históricos, dentre tantos outros. Os pais dos
alunos e os professores têm uma compreensão do que é participação. Pude
perceber que os pais sabem muito bem quais são seus deveres perante à escola de
seus filhos, ao mesmo tempo em que eles têm consciência da participação que a
escola espera da família.
Participação essa, que segundo o P3, usou de muita simplicidade e
coerência quando disse que participação ―é estar sempre presente em tudo, em
reuniões de escola, nos afazeres do colégio ou em qualquer tipo de afazeres que as
crianças venham ter. É realmente acompanhar o desenvolvimento da criança não só
na escola, mas em sua vida, como já foi dito anteriormente, quando foi escrito o
significado de participação, no qual DEMO (2001), confirma o que essas mães vêm
dizendo durante toda essa pesquisa, que participação é um processo e como
processo precisa de acompanhamento diário.
33
Observa-se que o professor não comunga da mesma opinião dada pelos
pais dos alunos. Ele percebe a participação como cumprimento de regras e normas
e como ajuda, não vê a participação como um processo diário e voluntário.
Assim, reafirmo a importância dessa parceria entre essas duas instituições
(escola e família) para o desenvolvimento e para o benefício de algo que ambas têm
em comum, isto é, a educação dos alunos/filhos. Sem pensar em facilidade, mas em
simplicidade, assim como fez o P1, ao dar um motivo para que o menino de 09 anos
estudasse a tabuada para uma prova no dia seguinte na escola. Em casa, fez com
que entrasse no quarto e olhasse ao seu redor.
O pai disse para o filho: ―Vê tudo isso que você tem aqui? É seu. Imagine
como se o seu quarto fosse um castelo e você, o príncipe. Imagine que para você
sair daqui, terá que conquistar muitos reinos. E explicou mais claramente que para
ele passar de ano sem recuperação, ele teria que estudar a tabuada e as outras
disciplinas para não perder o que já tinha conquistado anteriormente. Usou uma
didática de dar inveja a qualquer um. O resultado desse diálogo entre pai e filho, foi
excelente, que surpreendeu a todos, inclusive sua própria professora. Esse exemplo
mostra o quanto é importante a relação direta e firme, ao mesmo tempo, terna e
positiva, entre pais, filhos e a escola. A família e a escola necessitam uma da outra,
é uma parceira que ainda vale à pena.
Espero que este trabalho possa ter continuidade, pois esse tema gera
muitas discussões e é inesgotável. E que as escolas, principalmente as públicas
olhem para seus direitos e democraticamente busquem melhorar o ensino e ter
profissionais qualificados para a nova geração que vem passando por grandes
mudanças.
E aos que acreditam na parceria entre família/escola, que procurem seguir
exemplos daquelas que com muito trabalho e força de vontade conseguiram trazer
os pais à escola.
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA BATTAGLIA, Maria do Céu Lamarão. Terapia de família centrada no sistema. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em:www.rogeriana.com/battaglia/mestrado/tese02.htm, acessado em 17 ago 2012. BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é participação? São Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleção Primeiros Passos). BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? São Paulo: Brasiliense, 1982. (Coleção Primeiros Passos). __________ . O que é educação. 28 ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. BRASIL, Estatuto da criança e do adolescente. Brasília: MEC, ACS, 2004. DEMO, Pedro. Participação é conquista. São Paulo: Cortez, 2001. DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia. 11. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978. FALCÃO, Djalma Desafio da família: como formar líderes. In: Revista da Escola de Pais. Seccional de Salvador. nº28. Desafios da família. Salvador: Publigraf, p. 07, 2007. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed.Curitiba: Positivo, 2004. GADOTTI, Moacir. Autonomia da escola: princípios e preposições. São Paulo: Cortez, 1997. HEIDRICH, Gustavo. O direito de aprender. Revista Nova Escola/ Guia do Ensino Fundamental de 9 anos. n.225, p.14, São Paulo: Abril, 2009, __________. A escola da família. Revista Nova Escola/ Guia do Ensino Fundamental de 9 anos. n.225, p.25. São Paulo: Abril, 2009. LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Maria de A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1993. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo: Cortez, 2002. _________. Didática. São Paulo: Cortez, 1991. (Coleção Magistério 2º Grau). LUDKE, Menga e ANDRE, Marli. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MARCONI, Marina de Andrade. e LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisa, amostragem e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 5 ed.São Paulo: Atlas, 2002. MORAES, Maria Cândida. Paradigma educacional emergente. 5. ed. Campinas: Papyrus, 1997. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 11. ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2006. NOBRE, L. F. Terapia familiar: uma visão sistêmica. In: PY, L. A. et al. Gruppo sobre grupo. Rio de Janeiro: Rocco, 1987. OLIVEIRA, Sidney Nilton. Família e educação escolar no contexto neoliberal. Revista da FAEEBA/Universidade do estado da Bahia, Faculdade de educação do Estado da Bahia – ano 8, nº11, p. 77, jan./jun., Salvador:UNEB,1999. PALATO, Amanda. Sem culpar o outro. Revista Nova Escola/ Guia do Ensino Fundamental de 9 anos. p. 102-104. n.225, São Paulo: Abril, set. 2009. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patricia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. ROMANELLI, G. ZAGO, N. (Orgs). Família e escola: Trajetória da escolarização em camadas médias e populares. Petrópolis: Vozes, 2000. SEVERINO. Antônio J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000. SZYMANSKI, Heloisa. A relação família/escola: desafios e perspectivas. Brasília: Plano, 2001. TEIXEIRA, Elenaldo Celso. Sociedade civil e participação cidadã no poder local. Salvador: EDUFBA, 2000. THOMPSON, Paul. A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra S.A, 1992. TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa.. São Paulo: Gente, 1996. VIEIRA FILHO, Raphael Rodrigues. (org). Orientações para apresentação de trabalhos acadêmicos: monografia de conclusão de curso. Salvador: Portfolium, 2008. www.atarde.com.br. Acesso em 10 ago. 2012. www.http://pt.wikipedia.org/wiki/forte_de_Nossa_Senhora_do_Monte_do_Carmo. Acesso em 10 ago. 2012.
36
PRIMEIRA QUESTÃO: O QUE É PARTICIPAÇÃO PARA VOCÊ? RESPOSTA DOS PAIS P1: ―Participação é você tá presente nos momentos de dificuldades dele, se ele tiver uma dificuldade procurar ajudar, também participar do lazer dele, das coisas que ele venha fazer e desenvolver na escola, em casa ou na ruaǁ. P2: ―Participação pra mim é que tem que tá presenteǁ. P3: ― É a gente estar presente no dia-a-dia na vida não só da criança, não só na vida dos filhos, na sociedade também. Para mim participação é isso! É estar sempre presente em tudo, em reuniões de escola, nos afazeres do colégio ou qualquer tipo de afazerer que as crianças venham terǁ. SEGUNDA QUESTÃO: O QUE VOCÊ ACHA QUE A ESCOLA ESPERA DE VOCÊ? RESPOSTA DOS PAIS P1: ―Espero o que eu venho fazendo, sempre acompanhando ele, sempre vindo as reuniões, quando eu não posso a mãe vem, às vezes vem os dois, e procurar ajudar na escola no que for necessário para que ele, quero dizer eles, não só ele, como também os colegas deles possam ter uma escola mais, como posso falar: uma escola mais unidade, mais junta, mais completa, porque eu sempre achei que a escola é a extensão da casa. Então se ele vem de casa, eu trabalho aqui para fazer com que ele venha de casa e aqui ele estaria no quintal, se assim posso dizer!ǁ. P2: ―Espera participação, dedicação e que acompanhe a criançaǁ. P3:―Eu acho que a escola espera de mim, é que eu tenha mais participação. É participar do desenvolvimento do aluno, não só pegue e eles colocam na escola e deixam que a escola faça tudo, mas está sempre ali procurando saber como ele está, como está meu filho e como não tá. Pra mim participação é isso!ǁ TERCEIRA QUESTÃO: O QUE VOCÊ ESPERA DA ESCOLA DE SEU FILHO? RESPOSTA DOS PAIS P1: ―Eu espero que cumpram com o projeto pedagógico que eles tanto falam e que tanto pedem. Eles pedem a participação da gente e ai, eu como pai, eu quero que eles cumpram com que eles prometeram. Porque nós como pais vão participar e eles como professores já vivem nessa situação. Eu sei que às vezes é muito chato, o salário é pouco, mas quando eles escolheram essa área, eles escolhem por amor, não é pelo valor. Se fosse para falar do valor, eles seriam médicos advogados, doutores. E o que eu espero da escola é isso, que eles cumpram com que eles prometem fazer, para que meu filho amanhã ou depois o meu filho venha a ser professores se eles quiserem, ou escolha outra área. acho que ele tem uma base de educação. É só isso que eu espero da escola, uma boa educaçãoǁ P2: ―Espero que ela seja uma boa escola e que tenha bons professores para eles e que ensinem a ela melhorǁ. P3:―Eu espero que eles ensinem bem, um bom ensino, um bom desenvolvimento e que cada criança e cada aluno que estiver aqui venha a aprende, venham somar e não diminuir.ǁ QUARTA QUESTÃO: DE QUE FORMA VOCÊ PARTICIPA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR DE SEU FILHO? RESPOSTA DOS PAIS P1: ―Já falei que eu já trabalho aqui, é vindo, é ajudando na lição, é dando o lazer, porque para que ele sinta que como eu não só trabalho, ele também não pode só
estudar. É tirando da rua, porque se a rua fosse boa e tivesse boas coisas a violência não existia e assim a gente vai ajudando a mãe com educação, educando e dando bons exemplos, chamando atenção. Agora não adianta você chamar a atenção do filho e errar, --- e brigar. Então o que está fazendo para poder ....na minha casa é! A gente trabalha assim, dessa forma. A gente erra, todo casal discuti, mas a gente sempre atenção dele para que quando ele crescer não fique pensando que aquilo é um habito. Porque o que a gente ou o que os pais aprenderam é que eles hoje são o espelho dos pais deles e o filho dele é o espelho dele. Então não adianta eles exigirem, por um exemplo: um pai que é usuário de droga, quando o filho estiver usando dizer que não pode.ele como pai não vai ter a moral para dizer que está errado, que o filho não pode usar! Assim mesmo é o pais que bate. Se o pai dele bate na mãe dele, e o filho dele bater na filha de alguém ou a filha dele apanhar de alguém ele não vai poder falar! Pra você cobrar, você tem que dar o exemplo. E lá em casa a gente trabalha assim. A gente cobra quando a professora dele fala assim, cobra, pega no pé mesmo. É duzentos dias que ele passa sem moleza para quando chegar na vez dele ele também ter direito de dar uma saidinha. Ele faz a parte dele e a gente faz a nossa. A dele é estudar e a nossa é fazer com que os momentos de lazer dele valam apena todo o estudo. Dessa forma a gente acha que é a forma correta. Porque eu acho que cada pai age de uma forma de educar correta, e eu acho essa forma correta. Ele tem o que merece, se estudar ele tem direito a tudo, mas se não estudar, não tem direito a nada! P2: ―Eu incentivo a ela estudar para ter uma boa educação para amanhã ele ter um futuro na vida delaǁ. P3:―Eu tento participar da melhor maneira possível, aquilo que eu vou fazendo e aquilo que eu posso fazer, eu faço! De tá ali tentando, ali orientando, olhe é por aqui, não é por aqui! Você tem que obedecer, não pode ficar conversando na sala de aula, prestar a atenção a cada palavra que está sendo dita, tem que obedecer seus professores. É assim que eu faço! Sempre chamando a atenção: minha filha você é uma criança, você tem que se comportar. QUINTA QUESTÃO: QUAIS SÃO SEUS DEVERES DE RESPONSÁVEL PELO FILHO? RESPOSTAS DOS PAIS P1: ―Meus deveres é dá boa alimentação, dá uma boa educação doméstica, para que quando ela chegar aqui na escola ele não peque, porque os filhos são o espelho dos pais. É dá carinho, amor, afeto que ele tem e a senhora já teve a oportunidade de ver. E o meu dever com ele é trabalhar para dar uma boa educaçãoǁ. P2: ―É perguntar ao Colégio como ela está saindo no Colégio, como é o relacionando dela com os colegas, se está recebendo uma boa educação, acho que é isso. É um direito meu chegar ao Colégio e perguntar!ǁ P3: ―É incentivar a estudar, incentivar na educação. Porque não adianta a gente pegar e colocar na escola e esperar que a escola faça o seu papel! Eu tenho que fazer a minha parte!ǁ SEXTA QUESTÃO: COMO É A SUA RELAÇÃO COM A ESCOLA DE SEU FILHO? RESPOSTA DOS PAIS P1: ―Boa, muito boa! Primeiro porque eu sou funcionário da escola, e depois porque eu gosto daqui, eu gosto da escola. A educação não aqui, mas no modo
geral vem passando por mudanças----já vai fazer oito anos. E a gente vem acompanhando. No meu caso como eu ainda sou aluno também, ainda cria um vinculo, a gente fica com um diferencial do que eu aprendi com o que eu venho aprendendo. A metodologia é muito diferente, às vezes a gente quer ajudar em casa, mas não sabe, porque antigamente fazia português e na gramática tinha que aprender aqueles verbos todos e hoje em dia não, a forma é totalmente diferente, é um ensino totalmente diferente. Eu mesmo, no meu, eu às vezes me pego assim pensando: será que vou fazer uma avaliação boa, mas eu estou gostandoǁ. P2: ― tenho uma boa relação. P3: ―Bem, estou sempre acompanhando! Cada reunião quando posso eu to presente e quando eu não posso, eu venho procurar saber depois! Eu procuro o assunto, porque às vezes acontece que tenho que sair e não posso está presente! Mas sempre estou obtendo informações. SÉTIMA QUESTÃO: QUAL A IMPORTANCIA DA PRESENÇA FAMILIAR NA VIDA ESCOLAR DAS CRIANÇAS? PRESPOSTA DOS PAIS P1:― É importante para dar apoio a escola nas dificuldades do filhoǁ. P2: ―Para saber se ela está estudando, se está freqüentando a escolaǁ P3: Após parar de gravar, essa mãe ficou muito mais descontraída e eu mais atenta as coisas eu ela dizia. Ela desabafou dizendo que os alunos não respeitam o professores e que algumas famílias que ela já presenciou, não aceita ser chamado a atenção por causa de seus filhos. Que sempre dão razão a seus filhos e disse: ―se as professoras bem soubessem, gravariam o que as crianças fazem, para mostrar aos pais e continuou desabafando: ― e acredito que educação e algumas situações de comportamento do aluno vem de casa. A escola deveria ter uma psicóloga, para dar suporte a algumas crianças que tem problemas ou estão passando por alguma dificuldade emocional. Ela disse que achava importante que os pais viessem a escola pelo menos o primeiro dia, e acredita que muitas violências que ocorre nas escolas é porque os pais não acompanham o filho e que as famílias deixam os filhos ―soltosǁ. RESPOSTAS DO PROFESSOR ENTREVISTA COM PROFESSOR 1. QUAIS SÃO OS SEUS DEVERES COMO PROFESSORES NA ESCOLA? ―É atender todas a mães, transmitir pra eles –pra os alunos aprenderem -- ajudar no que for possível dentro do regularmente, dentro do eles que vem para obter e que eu estou aqui para transmitir; agora é faze o possível para transmitir o máximo que possível para eles; 2. O QUE É PARTICIPAÇÃO PARA VOCÊ?
―É está em comum acordo nas normas e nas regras, aqui dentro da escola. É ajudar na compreensão e fazer aquilo que deve ser feito para ajudar não só o professor, mas também a escola. 3. DE QUE FORMA VOCÊ INCENTIVA A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA ESCOLA? ―----tarefas e atividades dos filhos,’’’’o que acontece na escola, está sempre presente na escola procurando saber como é que está o filho para tentar ajudar também. Se não ---saber o que está acontecendo na escola, porque ele sempre dá razão ao filho errado. 4. O QUE VOCÊ ACHA QUE A ESCOLA ESPERA DE VOCÊ? ―Que eu cumpra com as minhas obrigações, que eu faça aquilo que eu vim aqui para fazer! A ajuda, a compreensão com as normas da escola também, ajudando também na escola, não só na sala de aula, mas na escola como um todo 58 5. QUAL A PARTICIPAÇÃO QUE VOCÊ ESPERA DA FAMÍLIA? ―É estar atento com o que ocorre na escola, procurando sempre saber sobre o seu filho com o professor, a professora dele---e ajudando também nas suas atividades e nas tarefasǁ. 6. NA SUA ÉPOCA DE ESCOLA, COMO ERA A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA ESCOLA? ―Na nossa época não existia tanta violência nas escolas, tantos problemas, como existe hoje! Então, no meu caso, como estudante, eu nunca dei trabalho a minha mãe é semi - analfabeta, apenas sabia ensinar o seu nome. Ela era da chapeira da Serdisc e meu pai trabalhava na previdência, mas não tinha problema. Ele sempre ia ou iam os dois para as reuniões e voltavam do mesmo jeito, porque graças a Deus eu só recebia elogios. Então quando não tinha reunião eles iam reclamar porque não tinha reunião, ai sempre a secretário do diretor que me conhecia, dizia assim: enquanto tem reunião e seus pais vêem, mas têm muitos outros que não vem. Então graças a Deus não tinha problema. Meus pais nas atividades sentavam e fazia—eu não tinha muito auxilio de pai e mãe ------eu já disse aos meus alunos que se eles continuam estudando tudo fica fácil, ------se você prestar atenção na aula, eles são capazes de sentar e fazer sozinho as atividades, então quando eu digo na escola particular. Participar da aula a mãe disse assim, meu filho chegou em casa pedindo para lhe ensinar, mas tem tanto tempo que não estudo, agora ....mas eu faço as atividades com eles, ai quando eu chego pra ensinar as atividades a eles daquele jeito que eu aprendi, ai ele diz que não mãezinha a pro me ensinou assim-----então porque ele vai ficar----porque ele prestou a atenção! Então a mãe vai ensinar pelo método dela, mas ai, pelo que aprendeu antes anterior, mas ai ele prestou atenção a aula e vai dizer que se faz assim, que a pro me ensinou assim....então se eles prestarem a tenção na aula eles vão saber fazer, vão errar? Vão! É claro!Mas ai fica fácil de corrigir, porque ele aprendeu e errando você vai aprender mais ainda, porque se
você aprendeu..então que bom ....você vai aprender mais ainda ....você fez sozinho, você consertou, você nunca mais vai esquecer. Então naquele tempo eu tinha... da minha mãe.... minha irmã que estudava.... não tínhamos problemas com isso, graças a Deus. Hoje não, cada um tem um problema...tem uns que é bom, presta atenção, mas tem outros conversa demais, tem outros que não presta atenção... todos já fazem atividades assim.... tem a irmã que já fez por ele....pra ele. Não vou dizer que não existia alunos assim, mas no meu caso não. 7. QUAL É A SUA ATITUDE AO SER QUESTIONADA POR UM PAI EM RELAÇÃO ÀS ATIVIDADES DO ALUNO? Geralmente quando os pais vem ...achando que tem razão. Os pais não chegam pra gente para questionar uma atividade ou que .....que é mentira. O aluno não copia a atividade, ai quando os pais vêem .... não tá passando atividades não? O que está acontecendo que na está levando para casa? Ai .... estão serve assim como agressão....ai se a gente pudesse também agiria da mesmo jeito (riso) ai procura saber ....procure saber dos colegas deles se alguém fez a atividade tal dia assim. Ele não copiou.... pergunte a ele se eu não reclamei com ele por ele não copiou o dever e todos copiaram. 60
Top Related