2
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço a toda a direção da Associação Nacional de Apoio ao
Idoso por terem aceite a realização do meu estágio curricular, em particular ao
Presidente, Professor Doutor José Ribeiro Ferreira, à Dr.ª Normélia e à Dr.ª Sónia
Vinagre, por todo o apoio que me proporcionaram aos longo de todos os meses de
estágio, pela partilha de ideias e pela confiança depositada.
Agradeço também, e em especial, a todos os utentes do centro de dia da ANAI, por me
terem recebido de braços abertos, por terem participado ativamente e de boa disposição
nas atividades proposta e sobretudo, por tudo o que me ensinaram através dos seus
exemplos de vida. Agradeço aos meus pais, à minha irmã, ao meu namorado, à minha
família e aos meus amigos, em especial à minha mãe que foi a minha maior
companheira ao longo de todo este percurso e desde sempre, pelo apoio incondicional,
pela confiança que sempre depositaram em mim ao longo de todo o meu percurso
académico, pela paciência inesgotável. Foram, sem dúvida, o meu maior pilar ao longo
deste cinco anos de vida académica.
Agradeço à professora Doutora Albertina Oliveira, minha orientadora de estágio, por
todos os conselhos que me deu, pela sua amabilidade, disponibilidade e confiança
transmitida ao longo de todo o estágio.
Por fim, agradeço à minha colega de estágio, Joana Albuquerque, pela amizade, por
todos os momentos partilhados durante o estágio, pela partilha e apoio nas ideias
desenvolvidas.
3
Resumo
O presente relatório de estágio insere-se no âmbito do Mestrado em Ciências da
Educação, na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de
Coimbra.
O estágio curricular decorreu na Associação Nacional de Apoio ao Idoso (ANAI),
durante um período de nove meses, direcionado para a valência do Centro de Dia e
Oficina do Idoso da ANAI.
O objetivo principal deste estágio incidiu em fomentar o Envelhecimento Ativo nos
utentes do Centro de dia e Oficina do Idoso da ANAI, apresentando atividades e
dinâmicas de (in)formação que lhes proporcionassem momentos de interação, formação
e educação.
O relatório divide-se assim em várias partes: em primeiro lugar, é exposto o
enquadramento teórico que fundamenta todo o trabalho realizado, e em seguida,
apresenta-se a caraterização da instituição, que pretende resumir a sua história, missão,
visão, valores e as valências que alberga. Posteriormente, é apresentado o projeto de
estágio, bem como as atividades desenvolvidas segundo os objetivos do mesmo. Por
fim, é descrito o projeto de investigação, tendo como amostra os utentes do Centro de
dia da ANAI, a fim de perceber qual o seu grau de satisfação com a qualidade dos
serviços prestados na Oficina do Idoso da ANAI.
Palavras-chave: Gerontologia Educativa/ Centro de dia/ Oficina do Idoso/
Envelhecimento Ativo.
4
Abstract
This report is a part of the curricular unit of Internship of the 2nd year of the Master’s
Degree in Educational Sciences, in the Faculty of Psychology and Educational Sciences
of the University of Coimbra.
The curricular internship took place at the National Association of Elderly Support,
(ANAI) during a period of nine months, within the valence of the Day Centre from
ANAI.
The main goal of the internship focused on promoting the Active Aging of the elders
that attend the mentioned Day Care, through the development of activities and dynamics
of training that would provide moments of interaction, development and education.
The report is divided into several parts: first, the theoretical framework as the
conceptual basis for all the work done is exposed; next, the characterization of the
institution is presented, taking in account data from its history, mission, vision and
values. Than, the internship project is also presented, as well as the activities that have
been developed according to the goals of that project. Finally, the research project is
described, focusing on the elderly satisfaction with the quality of the services provided
by ‘Oficina do Idoso’, from ANAI
Key words: Educational Gerontology/ Day Care Centre/ Elderly Workshop/ Active
Aging
5
Índice de siglas
ANAI – Associação Nacional de Apoio ao Idoso
UTL – Universidade do Tempo Livre
OFCI – Oficina do Idoso
SAD – Serviço de Apoio Domiciliário
BAT – Banco de Ajudas Técnicas
OSI – Observatório Social do Idoso
IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social
RUTIS – Redes das Universidades da Terceira Idade
EDP – Energias de Portugal
INE – Instituto Nacional de Estatística
DVD – Digital Video Disc
AISEC – Associação Internacional de Estudantes de Ciências Económicas e
Empresariais de Coimbra
GAES – Centros Auditivos
CDSSC - Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social do Centro
QSQPS – Questionário de Satisfação da Qualidade de Prestação de Serviços
6
Índice Agradecimentos…………………………………………………………………………2
Resumo………………………………………………………………………………….3
Abstract………………………………………………………………………………….4
Índice de Siglas……………………………………………………………….................5
Índice……………………………………………………………………………………6
Índice de tabelas…………………………………………………………………………9
Índice de quadros……………………………………………………………………….10
Índice de figuras………………………………………………………………………..11
Introdução………………………………………………………………………………12
Capítulo I – Enquadramento teórico………………………………………………...14
Educação Permanente…………………………………………………………………..15
Envelhecimento e velhice………………………………………………………………16
Envelhecimento ativo…………………………………………………………………..21
Gerontologia Educativa………………………………………………………………...22
Intervenção na Terceira Idade………………………………………………………….25
Benefícios da atividade física…………………………………………………………..27
Capítulo II– Caraterização da Instituição…………………………………………..30
Oficina do idoso/Centro de dia…………………………………………………………32
Universidade do tempo livre……………………………………………………………33
Serviço de apoio Domiciliário………………………………………………………….33
Observatório social do idoso…………………………………………………………...34
Banco de Ajudas Técnicas……………………………………………………………...34
Missão…………………………………………………………………………..............35
Valores………………………………………………………………………………….35
7
Visão……………………………………………………………………………………35
Recursos………………………………………………………………………………...35
Recursos humanos……………………………………………………………………...35
Recursos financeiros……………………………………………………………………35
Recursos materiais……………………………………………………………………...36
Parcerias………………………………………………………………………………...36
Capítulo III - Projeto de estágio e descrição das atividades……………………..…37
Objetivos gerais do estágio……………………………………………………………..39
1º Objetivo geral………………………………………………………………………..40
Objetivos específicos…………………………………………………………………...40
Objetivos Operacionais…………………………………………………………………40
Atividades desenvolvidas ……………………………………………………………...41
Dinâmicas de Informação………………………………………………………………47
2º Objetivo Geral……………………………………………………………………….64
Objetivos Específicos…………………………………………………………………..64
Objetivos operacionais…………………………………………………………………64
Atividades desenvolvidas………………………………………………………………66
“Luz, câmara e ação”…………………………………………………………………...68
Atividades lúdicas e dinâmicas…………………………………………………………76
Livro “Os meus tempos de escola”……………………………………………………..97
3º Objetivo Geral……………………………………………………………………...108
Capítulo IV- Avaliação……………………………….……………………………..109
Heteroavaliação……………………………………………………………………….110
Avaliação dos Idosos………………………………………………………………….110
8
Avaliação do Orientador do local de estágio………………………………………….110
Grelha de Avaliação de Competências transversais…………………………………..111
Autoavaliação…………………………………………………………………………112
Bibliografia……………………………………………………………………………114
Capítulo V – Projeto de Investigação………………………………………………115
Resumo………………………………………………………………………………..116
Abstract……………………………………………………………………………….117
Introdução…………………………………………………………………………….118
Método………………………………………………………………………………..119
Participantes…………………………………………………………………………..119
Técnica de Recolha de dados………………………………………………………….120
Procedimentos………………………………………………………………………...122
Resultados…………………………………………………………………………….123
Conclusões da Investigação…………………………………………………………..127
Considerações Finais…………………………………………………………………128
Apêndices……………………………………………………………………………..129
Anexos………………………………………………………………………………...141
9
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Planificação da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte I…...48
Tabela 2 – Plano da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte I………….48
Tabela 3 – Avaliação da Sessão “Os meus tempos de Escola” Parte I………………...50
Tabela 4 – Planificação da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte II….50
Tabela 5 – Plano da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte II…………50
Tabela 6 – Avaliação da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte II…….51
Tabela 7 – Planificação da Sessão de Grupo “Cuidados a ter em épocas de temperaturas
frias ou altas”…………………………………………………………………………...52
Tabela 8 – Plano da Sessão de Grupo “Cuidados a ter em épocas de temperaturas frias
ou altas”………………………………………………………………………………...53
Tabela 9 –Avaliação da Sessão de Grupo “Cuidados a ter em épocas de temperaturas
frias ou altas”…………………………………………………………………………..54
Tabela 10 – Planificação da Sessão de Informação “Prevenção e autoproteção de
Incêndios em casa”……………………………………………………………………..55
Tabela 11 – Plano da Sessão de Informação “Prevenção e autoproteção de Incêndios em
casa”…………………………………………………………………………………….55
Tabela 12 – Avaliação da Sessão de Informação “Prevenção e autoproteção de
Incêndios em casa”……………………………………………………………………..57
Tabela 13 – Planificação da Sessão de Informação “Gás: evite acidentes em casa”…..57
Tabela 14 – Plano da Sessão de Informação “Gás: evite acidentes em casa”…………58
Tabela 15 – Avaliação da Sessão de Informação “Gás: evite acidentes em casa”…….60
Tabela16 – Planificação da Sessão de Informação “Prevenção de
Cardiovascular”………………………………………………………………………...60
Tabela 17 – Plano da Sessão de Informação “Prevenção de Doenças
Cardiovasculares”………………………………………………………………………61
Tabela 18 – Avaliação da Sessão de Informação “Prevenção de Doenças
Cardiovasculares”………………………………………………………………………63 Tabela 19 – Planificação das sessões de “Luz, Câmara e…Ação”…………………….69
Tabela 20 - Tabela com as categorias do questionário e respetivas questões………...121
Tabela 21 -Estatísticas descritivas do questionário QSQPS…………………………124
Tabela 22 - Estatísticas descritivas por total de categoria……………………………126
10
Índice de Quadros
Quadro 1 – Objetivos Gerais…………………………………………………………...39
Quadro 2 – 1º objetivo Geral desdobrado em objetivos específicos e
operacionais…………………………………………………………………………….40
Quadro 3 – 2º objetivo geral desdobrado em objetivos específicos e
operacionais…………………………………………………………………………….65
Quadro 4 - 3º objetivo Geral desdobrado em objetivos específicos e operacionais
………………………………………………………………………………………...108
11
Índice de Figuras
Figura 1 – Página online da Instituição………………………………………………...41
Figura 2 – Logotipo da Instituição……………………………………………………..42
Figura 3 – Logotipo da Instituição……………………………………………………..43
Figura 4 – Caminhada Matinal…………………………………………………………66
Figura 5 – Caminhada Matinal…………………………………………………………66
Figura 6 – Caminhada Matinal…………………………………………………………66
Figura 7 – Capa do filme “Up Altamente”……………………………………………..70
Figura 8 – Capa do filme “A Gaiola Dourada”………………………………………...71
Figura 9 – Capa do filme “Anikki Bobó”………………………………………………72
Figura 10 – Capa do filme “Maria Papoila”……………………………………………73
Figura 11 – Capa do filme “Capitães de Abril”………………………………………...74
Figura 12 – Capa do filme “Grande Elias”……………………………………………..75
Figura 13 – Frequência sobre o sexo dos participantes……………………………….120
Figura 14 – Nível de Escolaridade dos participantes…………………………………123
12
Introdução
No âmbito do Mestrado em Ciências da Educação da Faculdade de Psicologia e de
Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, foi elaborado o presente relatório
de estágio vinculado à área de Educação e Formação de Adultos.
O estágio foi realizado na Associação Nacional de Apoio ao Idoso, na valência da
Oficina do Idoso, uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) que se situa
na Rua João Cabreira, nº 18 em Coimbra.
A duração do estágio foi de cerca de nove meses, tendo sido iniciado em setembro de
2015 e terminado em junho de 2016. A presença na instituição decorreu de segunda a
quinta, 28 horas por semana, das 9h às 17h30, sendo a sexta-feira dedicada à presença
nos seminários de orientação ou ao trabalho académico autónomo.1
Chegados à instituição, a nossa principal preocupação foi conhecê-la, os utentes com
quem iríamos trabalhar e todas as pessoas envolvidas na rotina da instituição (para que
isto acontecesse, foi fundamental a leitura dos regulamentos internos e documentos
relacionados com o funcionamento da instituição). Em conversa informal, foi realizada
uma análise de necessidades dos utentes.
Foi em função das necessidades dos utentes e da fundamental necessidade de aplicar
atividades direcionadas à promoção do envelhecimento ativo, que se estruturou o
projeto de estágio, o qual, baseado em temas e assuntos do interessante dos utentes e
úteis para o seu dia-a-dia, veio a orientar as dinâmicas e atividades desenvolvidas.
Neste sentido, todas as atividades foram pensadas em função da estimulação das
capacidades cognitivas, físicas e motoras dos utentes do centro de dia da ANAI, tendo
sempre em conta as suas limitações e necessidades. Todas elas foram previamente
definidas com base nos recursos disponíveis na instituição e com o apoio e orientação
fundamental da Dr.ª Sónia Vinagre e dos colegas de estágio. No final de cada atividade,
era realizada uma avaliação através de diálogos informais, onde os utentes partilhavam
a sua opinião e sugeriram ideias e melhorias para as sessões seguintes.
O relatório é constituído por cinco partes. A primeira diz respeito ao enquadramento
teórico, o qual aborda os temas chave em que se baseou toda a intervenção, como a 1 Contudo, devido ao facto de sermos trabalhadoras-estudantes, nem sempre foi possível cumprir
integralmente o horário das atividades previamente estipulados.
13
Educação Permanente, o Envelhecimento ativo e a Gerontologia Educativa.
Seguidamente, a segunda parte apresenta a caraterização da instituição, onde se
descrevem as suas valências, missão, visão e valores, entre outros aspetos. A terceira
parte, a mais longa, engloba o projeto de estágio, onde são descritos os seus objetivos
gerais, específicos e operacionais, bem como as atividades que lhes são
correspondentes. De seguida, é apresentada a avaliação do estágio, nomeadamente uma
auto-avaliação e a heteroavaliação, bem como a bibliografia referente ao relatório.
O último capítulo diz respeito ao Projeto de Investigação que teve por objetivo perceber
qual é a opinião dos utentes do centro de dia relativamente à Qualidade de Prestação de
Serviços que são prestados na instituição, através da realização de um questionário. Por
fim, apresentam-se as considerações finais, os apêndices e os anexos que fundamentam
todo o relatório.
14
Capítulo I
Enquadramento
teórico
15
O seguinte enquadramento teórico incidirá numa abordagem conceptual às atividades
educativas/formativas desenvolvidas na Oficina do Idoso da Associação Nacional de
Apoio ao Idoso, com os idosos em contexto de centro de dia.
Neste seguimento, começaremos por apresentar uma breve definição de Educação
Permanente, com o objetivo claro de demonstrar que a Educação deve estar presente em
todas as etapas e situações da vida humana. De seguida, será abordado o conceito de
envelhecimento, explicitando algumas das suas vertentes e aspetos gerais relacionados
com o seu processo natural. Neste âmbito, faz-se referência à promoção do bem-estar e
desenvolvimento ativo dos idosos, focando a importância de um envelhecimento ativo.
Por fim, a promoção do envelhecimento ativo não dispensa que se convoque
gerontologia educativa, ou seja, a grande relevância que assumem as dinâmicas
educativas e formativas e as suas vantagens para a promoção do bem-estar, qualidade de
via e redução do sedentarismo. No âmbito deste subdomínio da Educação Permanente,
será ainda imprescindível evidenciar a correta intervenção a levar a efeito com as
pessoas idosas, apresentando-se os princípios orientadores que devem estar subjacentes
à ação dos técnicos que trabalham com elas.
Educação Permanente
Sendo todo o nosso trabalho focado na aprendizagem em idade adulta avançada2, na
educação e formação de adultos e na defesa e implementação do direito de
aprendizagem ao longo de todo o ciclo de vida, é indispensável fazer referência ao
conceito de educação permanente e ao contributo das conferências Internacionais da
UNESCO sobre a Educação de Adultos. Assim sendo, e nas palavras de Knoll (2014,
cit. por Ireland e Spezia 2014, p. 13), a história das conferências internacionais da
UNESCO “demonstra as mudanças de perceção da educação de pessoas adultas, desde
a alfabetização à aprendizagem ao longo da vida, na qual a educação de pessoas adultas
é vista tanto como parte do continnum da educação, como uma entidade em si mesma”,
isto é, a educação permanente é algo que decorre ao longo de toda a vida e dela resultam
transformações e mudanças positivas na vida dos adultos.
2 De certa forma, o conceito de terceira idade é limitado, uma vez que é uma delimitação que vem de uma
convenção social, frequentemente associada à idade da reforma nas sociedades europeias. Preferimos usar
a expressão idade adulta avançada por não estar eivada de uma idade fixa. Esta expressão permite
também incluir as pessoas que, por vezes, frequentam os Centros de Dia com menos de 65 anos.
16
Em todas as conferências internacionais da UNESCO3 de Educação de Adultos foram
discutidos temas como a alfabetização universal, promoção da paz e cooperação
internacional, aceitação dos valores democráticos fundamentais, expansão das
oportunidades de aprendizagem para todos os grupos etários, igualdade de direitos entre
géneros e demanda pelo desenvolvimento sustentável (Ireland e Spezia 2014), a fim de
promover transformações positivas que melhorem a qualidade de vida dos adultos.
A Educação Permanente é um sistema concetual que visa integrar todas as formas e
níveis de educação ao longo da vida. O conceito, embora hoje em ‘desuso’ por causa da
utilização dominante do de ‘aprendizagem ao longo da vida’, surgiu nas décadas de
sessenta e setenta do século passado, sob a designação de Educação Permanente ou
Educação ao Longo da Vida (mundo alglófono).
Assim, segundo Alcoforado (2008), a Educação Permanente defende, a continuidade
temporal e espacial da educação. De forma crítica, relativamente aos sistemas
tradicionais de educação, coloca-se agora o sujeito da aprendizagem, no centro dos
processos educativos, já não encarados como limitados à escola, mas desafiando os
sistemas educativos a abrirem-se a todos os espaços da sociedade, defendendo-se “uma
educação verdadeiramente multidimensional” (2008, cit. por Gonçalves 2010, p. 86)
Assim, a Educação Permanente, encarando o ser humano de forma holística, acentua de
forma ímpar a necessidade de democratização do acesso à educação em todos os tempos
e espaços de vida, uma vez que não confere à escola a exclusividade da educação, pelo
contrário, defende que todos os espaços devem ser educativos, e que a mesma deve
existir para todas as pessoas durante toda a vida (Simões, 1979; Gonçalves, 2010).
Neste âmbito, as atividades educativas desenvolvidas com as pessoas de idade avançada
no Centro de Dia da Oficina do Idoso enquadram-se e contribuem para promover a
educação permanente.
Envelhecimento e velhice
3 As conferências internacionais da UNESCO de Educação de Adultos ocorreram em Elsinore em 1949,
em Montreal em 1960, Tóquio em 1972, Paris em 1985 e Hamburgo em 1997. Estas tinham como
objetivo “serem vistas como sinais de saltos para a frente” (Ireland e Spezia 2014, p. 13) ou seja,
impulsionar diferenças positivas a nível da educação de adultos. A última decorreu no Brasil em Belém
do Pará, em 2009.
17
Atualmente, o tema do envelhecimento é um dos mais debatidos na sociedade. A
longevidade das pessoas está a aumentar, devido à melhoria das condições de vida das
populações, demonstrando assim um aumento muito significativo do número de pessoas
idosas, o qual se prevê ir continuar a aumentar. Observemos o gráfico 1, onde estas
tendências são visíveis com grande clareza.
Gráfico 1: Previsão da evolução da população jovem e idosa4
Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), e analisando o gráfico 1, podemos
constatar o aumento significativo da população idosa em Portugal, o que se deve
também à diminuição da natalidade no país. Estas grandes alterações demográficas
levantam enormes desafios em vários sistemas, incluindo o da educação. A velhice não
é sinónimo de “paragem”, é sinónimo de novas aprendizagens e adaptações. Deve-se
assim criar as condições necessárias para que o envelhecimento seja ativo, saudável e
digno para todas as pessoas, como forma de garantir que a velhice, uma fase natural da
vida, seja olhada e vivida de forma mais construtiva e estimulante.
Habitualmente, quando se fala em envelhecimento existe a tendência para o considerar
como uma fase da vida, designada por “terceira idade” ou “quarta idade”, mas de facto
o envelhecimento não é um estado, mas um processo que se inicia no começo da própria
vida, uma vez que começamos a envelhecer desde que nascemos. Todavia, os sinais de
fragilidade só bastante tarde no desenvolvimento da pessoa se tornam notórios, isto
4 Fonte: http://www.prof2000.pt/users/elisabethm/geo10/index11.htm
18
porque ocorrem permanentemente processos de regeneração e de degeneração em todas
as pessoas, muito embora os processos regenerativos sejam dominantes durante grande
parte da vida humana. Só na fase mais avançada do ciclo de vida os fenómenos
degenerativos superam os regenerativos. Assim, “o envelhecimento não é um estado
mas sim um processo de degradação progressiva e diferencial” (Cancela, 2007, p.1) que
varia de pessoa para pessoa, de idade para idade e de dimensão para dimensão. Por sua
vez, a velhice, é a etapa final do curso de vida, em que fisicamente já são identificados,
na maior parte dos casos, múltiplos sinais de debilidade. Na nossa sociedade
convencionou-se identificar esta fase a partir 65 anos, correspondente, até agora, à idade
da reforma para a maior parte dos trabalhadores.
O envelhecimento humano ocorre em diferentes vertentes, nomeadamente a nível
biológico, cognitivo e social. O envelhecimento biológico tem a ver com mudanças
fisiológicas, anatómicas, hormonais, etc., que gradualmente conduzem ao declínio do
vigor e das capacidades do organismo. Do ponto de vista cognitivo, podemos referir
capacidades tais como a atenção, a aprendizagem, a memória, a inteligência/raciocínio.
Em termos socais, está normalmente implicado o conjunto de papéis sociais que a
pessoa de idade avançada continua ou não a desempenhar e a variabilidade e
intensidade desses papéis.
Considerando a dimensão cognitiva, a atenção é um dos fenómenos mais importantes
não só na idade adulta mas em todas as idades, fazendo parte da rotina diária das
pessoas. É um processo cognitivo no qual o indivíduo focaliza e seleciona estímulos,
estabelecendo relação entre eles. Especificamente os idosos necessitam de uma
estimulação precisa para a promover. Estes conseguem, em geral, concentrar-se e
manter a atenção sobre um determinado objeto, no entanto, têm dificuldade em repartir
a atenção por diversos aspetos, simultaneamente, ou desviar a atenção de um aspeto
para outro (Cancela, 2007). Esta divide-se em vários tipos: atenção seletiva, atenção
focalizada, atenção sustentada e atenção dividida (Simões, 2006). A atenção seletiva diz
respeito ao processo de filtragem de um conjunto de elementos ou estímulos, isto é,
direcionar a nossa atenção para o que mais nos interessa diante de vários estímulos.
Neste tipo de atenção, os mais velhos sentem dificuldade apenas em tarefas mais
complexas. Por sua vez, a atenção focalizada exige que o indivíduo se centre numa
fonte de informação, abstraindo-se das restantes à sua volta. As diferenças que ocorrem
ao nível deste tipo de atenção com o avanço da idade são praticamente nulas. A nível da
19
atenção sustentada, esta diz respeito à concentração do indivíduo numa fonte de
informação por um período longo de tempo. Segundo diversos estudos referidos por
Simões (2006), não existe concordância em relação a mudanças significativas
comparando jovens e idosos. Por último, a atenção dividida consiste em focar a atenção
em vários estímulos ao mesmo tempo, sendo que neste tipo de atenção, quando se fala
em realizar tarefas simples, não existem diferenças dos mais jovens para os mais velhos,
embora quando se trata de tarefas mais complexas, os mais velhos fiquem em
desvantagem perante os mais novos (Simões, 2006).
Uma das formas de incentivar a um envelhecimento ativo é através da estimulação
cognitiva. O treino cognitivo a usar na intervenção tem como função retardar a
degeneração cognitiva ou até mesmo recuperar perdas. A estimulação cognitiva leva
assim à melhoria dos défices cognitivos e funcionais, tendo um impacto positivo na
qualidade de vida da pessoa idosa (Alves 2014). O treino cognitivo nos idosos é um dos
pontos cruciais para combater as perdas e diminuir a rapidez com que o
“envelhecimento das capacidades gerais dos idosos” se poderão alastrar.
Neste âmbito, uma área muito importante a trabalhar é a memória. Esta deve ser
abordada em função do estado em que se encontra o indivíduo e sob uma ótica
funcional, isto é, “o efeito do treino é melhorar a performance, e não modificar uma
habilidade intrínseca já utilizada pelo sujeito” (Jacob e Fernandes, 2011, p.89). A
otimização da memória está relacionada com a autonomia, independência e a saúde do
idoso, sendo esta uma faculdade indispensável para a promoção de um envelhecimento
ativo.
Segundo Simões (2006), a memória é um dos domínios onde mais queixas existem por
parte dos idosos e também onde se verifica mais preconceito: “uma falha de memória,
quando observada num jovem, é simples lapso de memória, mas quando detetada num
idoso é senilidade e decrepitude” (p.58). Ou seja, a assimilação destes preconceitos por
parte dos idosos, pode acentuar os declínios e queixas, relativos à sua memória.
Considerando agora a inteligência, e segundo Simões (2006), é da máxima relevância
referir o Estudo Longitudinal de Seattle (Seattle Longitudinal Study - SLS). Este
iniciou-se em 1956 e teve como participantes adultos dos 25 aos 88 anos. Todos foram
20
avaliados em várias dimensões da inteligência (como significado de palavras, orientação
espacial, raciocínio indutivo, etc.) de 7 em 7 anos. Os principais resultados do estudo,
segundo Schaie (1996, p. 270, cit. Simões 2006, p.65) revelaram que são verificados
progressos no campo da inteligência até à quarta década de vida, seguindo-se um
período estável até aos 60 anos de idade e, por fim, registam-se a partir do final da sexta
década de existência declínios significativos. Porém, estes são apenas resultados
normativos, ou seja, o que acontece quanto à inteligência geral, à maioria das pessoas.
Se considerarmos dimensões específicas da inteligência, há muita variabilidade nas
trajetórias (por exemplo, o vocabulário mostra tendência para aumentar praticamente
durante toda a vida). Por outro lado, verificaram-se casos de pessoas (embora muito
reduzidos) em que não houve declínios nas capacidades intelectuais e mesmo outros em
que se verificou aumento das mesmas.
No campo da comunicação, os idosos têm em geral mais dificuldade na compreensão de
mensagens longas e complexas, ou em recuperar e reproduzir nomes ou termos
específicos. O seu discurso, devido à falta de coordenação ou até de memória, pode
tornar-se repetitivo; estes evidenciam ainda, uma maior dificuldade em atividades de
raciocínio que envolvam a necessidade de realizar uma análise mais pormenorizada e
organizada, assim como em desempenhar tarefas onde seja necessário planear, executar
e avaliar. No que diz respeito à noção de espaço, os idosos conseguem reconhecer caras
ou lugares que lhes sejam familiares, mas caso lhes sejam estranhos, o reconhecimento
torna-se lento e muitas vezes nem acontece (Cancela, 2007).
Por sua vez, o envelhecimento do ponto de vista social, está relacionado com eventos
sociais ou regras que influenciam o desempenho de atividades dos idosos, por exemplo,
o surgimento da aposentação, a atribuição da reforma. Estas situações, porém, podem
fazer com que surja um preconceito social, e que se confunda velhice com incapacidade
(Cancela, 2007). Em geral, este tipo de envelhecimento está associado a grandes
mudanças na estrutura de vida da pessoa e requer uma grande adaptação na
reorganização da sua vida para lhe poder fazer face. Os centros de dia, por exemplo,
representam uma resposta social que procura responder às necessidades das pessoas na
etapa da velhice, muitas das quais reformadas.
O processo de envelhecimento é assim um processo natural que precisa ser mais bem
compreendido por todos, sendo necessário desenvolver conceções bem formadas acerca
21
do mesmo, visto que “as perceções e suposições comuns sobre as pessoas mais velhas
são baseadas em estereótipos ultrapassados” (OMS, 2015, p.6). As pessoas idosas são
vistas como “transmissoras de experiência” devido à sua idade avançada, mas também
são encaradas como pessoas que se “desligam” da aprendizagem. Nada mais distorcido!
Em geral, são pessoas que ensinam e estão dispostas a ser ensinadas pelos mais jovens.
Tomemos como exemplo a aceitação de estagiários nos centros de dia ou lares. Os
estagiários, ao integrarem uma instituição ou equipa, seja por um curto ou longo período
de tempo, podem e devem modificar algumas das rotinas dos idosos para promover a
aprendizagem com vista a melhorar a sua qualidade de vida. Estes mostram-se, na sua
maioria, inicialmente resistentes, mas posteriormente acabam por participar ativamente
nas atividades propostas e criam em geral uma ligação forte com os mesmos.
Em conclusão, embora seja necessário ter em conta as mudanças normativas ligadas ao
processo de envelhecimento, o que nos dá algumas referências importantes, é
fundamental considerar as diferenças individuais para que a intervenção e o trabalho
educativo com as pessoas idosas possa ser eficaz (Simões, 2006, p.65).
Envelhecimento Ativo
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o envelhecimento ativo é “o processo de
otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança visando a melhoria do
bem-estar das pessoas à medida que envelhecem” (OMS, 2002, p.23).
Segundo López (2011), o envelhecimento ativo expressa a ideia de participação das
pessoas em questões relacionadas com o foro social, económico, cultural, educativo ou
espiritual, independentemente da condição em que se encontram ou da necessidade de
apoio que sentem. O autor é ainda defensor que este termo procura um novo modelo
para a sociedade, em que as pessoas devem ter a oportunidade de envelhecer à sua
maneira, sendo pró-ativas e dinâmicas nas suas atividades e serviços, eliminando a ideia
que os idosos são apenas destinatários de produtos ou de serviços.
É importante que este termo esteja associado a uma abordagem comunitária, isto é,
partir da realidade específica da população, criando ligações de proximidade entre a
22
comunidade e os idosos, para que estes tenham oportunidade de participar em tudo o
que lhes é de direito, tanto na esfera privada como comunitária (López, 2011).
Neste seguimento, este autor defende a independência dos cidadãos mais velhos, e
considera fundamental que estes se sintam livres e dignos de participar em tudo o que
lhes é proposto pela sociedade, tendo em conta os seus direitos e deveres. Defende ainda
que a palavra ativo “desafia la perspectiva tradicional de que la educación es cuestión
de los más jóvenes y ofrece oportunidades de desarrollo y aprendizaje a lo largo de
todo el ciclo vital” (López, 2011, p.285), isto é, a educação dita tradicional centra-se na
ideia de que a educação e as novas aprendizagens são direccionadas para os mais
jovens, mas a ideia de promover um envelhecimento ativo passa precisamente por
contrariar essa mesma conceção e expressar que a educação oferece oportunidades de
desenvolvimento e de aprendizagem, ao longo do ciclo da vida, tal como é
concetualizado e proposto, como vimos acima, pela educação permanente.
Gerontologia Educativa
Segundo Sherron e Lumsden (1978, p. 7, cit. por Oliveira e Figueiredo 2015, p. 3), a
gerontologia educativa “pode ser definida como o estudo e a prática dos
empreendimentos educativos para e sobre as pessoas idosas e em processo de
envelhecimento”, isto é, é vista como um campo pertencente à gerontologia mas
direcionada à parte educativa, querendo com isto dizer que abrange sobretudo a
promoção de práticas e dinâmicas educativas, que valorizem o envelhecimento ativo,
evitem o sedentarismo, e promovam ativamente o desenvolvimento humano em termos
individuais e de participação social.
Ainda, segundo os mesmos autores, a Gerontologia Educativa passou a constituir um
novo subdomínio do saber, sobretudo devido a três fatores: ao aumento generalizado da
proporção de pessoas com mais de 65 anos nas sociedades contemporâneas; à crescente
preocupação com a qualidade de vida das pessoas idosas, que apesar de ser uma faixa
etária desvalorizada, não deixa de ser tida em conta pela sociedade e pelas famílias, que
em parceria com as instituições, promovem o seu bem-estar e qualidade de vida; a
consciencialização do potencial das pessoas idosas. É associado a este último fator, que
23
se integra na Gerontologia Educativa a importância da promoção do bem-estar e
qualidade de vida dos idosos, ou seja, é graças a esta vertente da gerontologia que é
oferecido aos idosos um leque de oportunidades, a nível de educação, formação e
aprendizagem teórica e cientificamente sustentados.
Segundo Osório (2005, p. 280, cit. por Oliveira e Figueiredo 2015, p. 3), a gerontologia
educativa desenvolve-se na medida em que implica a seleção correta de métodos e
técnicas que permita ao público-alvo obter as ferramentas necessárias para desenvolver
uma correta aprendizagem adulta, isto é, saber usar técnicas que permitam aos idosos
serem capazes de atuar autonomamente em sociedade, adquirir novos comportamentos e
atitudes, valorizando sempre a importância da continuidade da aprendizagem.
Neste seguimento, e sendo que estamos a falar de uma educação direcionada aos idosos,
faz todo o sentido, a nosso ver, esclarecer em que princípios deve assentar essa mesma
educação. Posto isto, e de acordo com Oliveira e Figueiredo (2015), os princípios de
uma educação destinada a idosos devem também enquadrar-se no sistema da educação
permanente ou da educação ao longo da vida.
Assim sendo, essa ação educativa deve resultar no aperfeiçoamento e na transformação
positivas do ser humano, na medida em que o ajuda a questionar-se sobre o seu mundo e
a posição que nele assume, bem como a perspectivar-se na relação eu-mundo. É
importante que o idoso tenha consciência que o ser humano é um ser inacabado, e que
deve, em qualquer época da sua vida, procurar fomentar o seu desenvolvimento.
E ainda, sendo que com o avanço da idade as diferenças individuais aumentam, as
pedagogias que se focam no atendimento personalizado devem constituir a base da ação
educativa que é direcionada a idosos. Visto que cada idoso é um ser único com os seus
recursos, dificuldades e os seus próprios ritmos de aprendizagem, que devem ser
respeitados e compreendidos, como referem Oliveira e Figueiredo (2015, p.5), os
princípios básicos do modelo andragógico revelam-se igualmente importantes para o
trabalho educativo com idosos, nomeadamente:
1. Criar e manter uma relação afetuosa com a pessoa idosa, para que se crie um
ambiente de confiança, de respeito, saudável, que seja propício à aprendizagem;
24
2. Promover a autonomia da pessoa, a fim de diminuir a sua dependência do
educador ou formador, e para que seja capaz de viver em sociedade, de acordo
com as suas escolhas e opções.
3. Envolver as pessoas idosas em aprendizagens que lhes sejam significativas, isto
é, que lhes sejam úteis na vida do quotidiano, tendo sempre em conta o seu
contexto de vida, as suas dificuldades, os seus ritmos e os seus interesses.
Neste seguimento, o educador assume um papel que passa por incentivar “o iletrado a
sair da apatia e de conformismo de demitido da vida, em que quase sempre se
encontra”5 (Freire, 2008, cit. por Oliveira e Figueiredo 2015, p. 7), isto é, o educador
deve acima de tudo possibilitar que os educandos tenham uma visão clara de si mesmos,
da sociedade e do papel que devem assumir nela. Deve também focar a sua intervenção
tendo em conta as necessidades e expetativas do público-alvo, bem como os seus
interesses, a fim de os incentivar a participar o mais possível na educação. Neste caso,
como falamos numa educação direcionada aos idosos, no decorrer das atividades, o
educador deve fazer com que o seu público-alvo se sinta mais confiante e independente,
o que fará com que acreditem mais nas suas capacidades. Quanto à implementação de
atividades, estas devem ser realizadas em função dos idosos, das suas limitações e
necessidades, sugerindo-lhes uma maior participação nas atividades que lhes sejam
propostas, a fim de lhes ser proporcionada uma maior autonomia e responsabilidade.
Perspectiva da Gerontologia educativa crítica
Findsen (2007, cit. por Oliveira e Figueiredo 2015, p. 7) tendo em conta os princípios e
práticas educativas de Freire, desenvolveu sobre a Gerontologia Educativa de inspiração
crítica, uma série de princípios que achamos por bem mencionar:
1. O educador não impõe conhecimento, mas leva a que o mesmo seja construído
conjuntamente, isto é, o objetivo não é que os idosos produzam
independentemente o seu conhecimento, devem é ser capazes de, com o apoio
do formador, o construir e, posteriormente, aplicá-lo em situações do dia-a-dia
de forma autónoma;
5 No caso específico do nosso estágio, lidámos de perto com esta situação, uma vez que uma das utentes
da Oficina do Idoso é analfabeta.
25
2. Os educandos são encorajados a assumir responsabilidade crescente pela sua
aprendizagem e não a serem dependentes do educador na interpretação do
mundo, ou seja, os educandos devem recorrer à ajuda do formador
desenvolverem a capacidade de ser autónomos para interpretar o mundo.
3. Educador e educando aprendem reciprocamente na base de uma relação de
respeito mútuo e confiança, isto é, todos os seres humanos têm algo para ensinar
e algo para aprender. Somos seres continuamente inacabados.
4. A aprendizagem é um processo e resulta sobretudo do que os educandos fazem
por si próprios, querendo com isto dizer que é importante que os educandos
sintam necessidade de aprender mais e se esforcem para entender o que o
formador tem para lhes ensinar, quando esta situação acontece.
5. O educador não força a escolha, mas incentiva a tomada de decisões do
educando, isto é, sendo o formador um ser humano mais experiente noas campos
do ensino e da educação, cabe-lhe aconselhar o formando quanto a caminhos
viáveis para aprendizagens significativas e proveitosas.
6. A responsabilidade e liberdade estão sobretudo nas mãos do educando, mas o
educador não se isenta de exercer responsabilidade e de intervir ocasionalmente
nas situações. O autor pretende transmitir que o papel do formador é
fundamental na aprendizagem do educando, na medida em que o deve guiar para
que a aprendizagem seja válida e que, posteriormente, o educando a consiga
colocar em prática, de forma autónoma.
Intervenção na terceira idade
Os objetivos da intervenção na idade adulta avançada podem ser variados, sendo que
tudo depende do tipo de necessidades do idoso. O foco da intervenção deve basear-se
nos interesses e necessidades do idoso.
Posto isto, podemos assumir que a maior parte das intervenções educativas realizadas na
terceira idade são baseadas nas necessidades, nos défices e dificuldades e na forma de
como o idoso pode otimizar o seu desenvolvimento, sempre respeitando e sendo
consciente das suas limitações (Lima, 2013). A intervenção deve facilitar aos idosos,
uma maior compreensão dos processos e mudanças que ocorrem ao longo do tempo.
26
Neste seguimento, achamos fundamental sistematizar algumas das formas como os
técnicos que trabalham com pessoas idosas devem atuar:
a) Primeiramente, é fundamental que os técnicos estejam atualizados no
que diz respeito à literatura sobre o envelhecimento, a fim de ser mais
fácil responder às necessidades expostas pelos idosos;
b) Evitar os estereótipos que possam existir sobre o tema do
envelhecimento, para que os idosos não se sintam coagidos no seu
processo de aprendizagem;
c) Os técnicos devem focar a sua intervenção de forma específica para a
terceira idade, isto é, ter sempre em atenção que o foco da intervenção é
o idoso e as suas necessidades;
d) Devem assumir uma atitude multidisciplinar, ou seja, serem capaz de na
sua intervenção proporcionar aos idosos, a abrangência de vários
contextos e fatores que lhes permitam ter uma visão holística do mundo e
permitir uma reflexão do mundo e das relações entre si;
e) Saber ligar com o desgaste e a desmoralização que possam ocorrer. É
importante que o técnico saiba apresentar soluções que evitem a
desistência e saiba estimular os idosos para que não desistam da
aprendizagem, e tenham força para ultrapassar as dificuldades;
f) É importante que estejam familiarizados com as pessoas idosas, e saibam
trabalhar com elas. Querendo com isto dizer que o tema do
envelhecimento não pode ser um "tabu” para o técnico, não pode estar
tenso a falar sobre doenças relacionadas com o envelhecimento e mortes
de pessoas adultas.
g) Por fim, devem ter sempre em atenção o código deontológico e respeitar
o direito à privacidade e à participação nas decisões.
(Lima, 2013, p.19)
As intervenções na terceira idade justificam-se consoante as necessidades sentidas pelas
pessoas mais idosas. Uma das abordagens mais utilizadas neste tipo de intervenção são
as dinâmicas de grupo (sessões de grupo)6. Estas permitem desenvolver o auto-
6 Relacionado com os objetivos do estágio, foram realizadas algumas durante o estágio.
27
conhecimento, aumentam a sensibilidade perante os outros, e permitem estabelecer
relações interpessoais mais conscientes.
Neste seguimento, e segundo Lima (2013), há diversas vantagens no trabalho em grupo
com as pessoas idosas: instala a esperança, na medida em que juntas as pessoas idosas
partilham experiências humanas, o que contribui para a diminuição do isolamento;
promove a interação social, fomentando o desenvolvimento de novas relações; aumenta
a auto-estima quando o idoso se coloca no lugar do outro e sente que se podem ajudar
mutuamente; e por fim, promove a partilha de saberes e experiências, o que poderá levar
a mudanças.
Para que seja realizada uma intervenção correta, segundo a autora, a estrutura do grupo
deve seguir alguns princípios:
a) A duração deve ser de 60 a 90 minutos;
b) Periocidade de 2 a 3 vezes por semana;
c) 20 participantes no máximo, mas o ideal seriam de 12 a 15;
d) O grupo deve ser o mais heterogéneo possível;
e) A sala não deve ser a habitual onde veem televisão e convivem, a fim de
não haver distrações com outros estímulos;
f) As cadeiras devem ser colocadas em círculo, onde as pessoas com
dificuldades auditivas devem situar-se mais perto do técnico para
conseguirem ouvir melhor.
(Lima, 2013, p.27)
Benefícios da atividade física
Sendo que todo o nosso trabalho é focado na promoção de um envelhecimento ativo e
redução do sedentarismo e em todas as práticas que possam contribuir para a
diminuição do isolamento do idoso, achamos fundamental fazer referência à
importância do exercício físico neste contexto.
Assim sendo, não só para as pessoas idosas, mas para todos os seres humanos, o
exercício físico é algo fundamental, na medida em que contribui para a saúde de todos,
e por consequência, para a melhoria da qualidade de vida.
28
Na idade avançada, a prática de exercício físico, para além de beneficiar o corpo e a
mente, é um fator importante de prevenção de doenças crónicas, de melhoria do
equilíbrio, da flexibilidade, da elasticidade, da coordenação, da resistência e da destreza
motora e física, ou seja, a ideia é que independentemente da faixa etária em que se
começa a praticar exercício físico, os benefícios do mesmo são indiscutíveis (Direção
Geral de Saúde, DGS, 2008).
Sendo que estamos a falar de exercício físico direcionado em específico para as pessoas
idosas, é necessário ter em atenção e seguir algumas recomendações na prática do
mesmo. Segundo a DG, para praticar exercício físico de forma correta é necessário que
o idoso:
a) Não suspenda a respiração quando faz esforço muscular, a fim de evitar
um aumento da tensão arterial;
b) Aqueça sempre os músculos antes de realizar alguma atividade física;
c) Use sempre equipamento de segurança adequado à atividade física que
for realizar (joalheiras, capacete, cotoveleiras, etc…)
d) Tenha em atenção que os idosos não sentem sede mesmo quando estão
desidratados e por isso devem ingerir líquidos com frequência.
Ainda dentro do mesmo assunto, achamos relevante acentuar algumas orientações
gerais para que as pessoas idosas pratiquem exercício físico, respeitando as suas
dificuldades e limitações, e promovendo um envelhecimento ativo:
1) Fazer caminhadas diárias, de pelo menos trinta minutos;
2) Estipular objetivos diários a nível do exercício (por exemplo, caminhar pelo
menos 100 metros durante meia hora);
3) Aumentar os passos da caminhada de forma gradual, a fim de se tornar mais
ativo e desafiante;
4) Usar escadas em vez de elevador;
5) Organizar um grupo de caminhadas, a fim de se apoiarem uns aos outros,
respeitando sempre os ritmos de cada um.
(DGS, 2008)
Sendo o envelhecimento ativo um processo que permite otimizar as oportunidades de
saúde, de aprendizagem e de segurança das pessoas, é importante que os idosos se
29
sintam estimulados e com vontade de aprender cada vez mais e tenham um olhar crítico
sobre o mundo em seu redor e sobre as suas capacidades.
Concluindo, as pessoas de idade avançada devido à sua experiência e saber, são um
contributo fundamental para a nossa sociedade. É bom encarar este período da vida
como uma oportunidade para reviver o que já foi aprendido, melhorar capacidades já
esquecidas, realizar novas aprendizagens e promover um envelhecimento ativo, onde o
papel da Educação é crucial nesse processo (Quintela, 2014).
30
Capítulo II
Caraterização da
Instituição
31
O estágio curricular desenvolvido insere-se na área da Educação e Formação de
Adultos, no Mestrado em Ciências da Educação e decorreu na instituição designada por
Associação Nacional de Apoio ao Idoso (A.N.A.I) que se divide em várias vertentes: a
Universidade do Tempo Livre (UTL), Oficina do Idoso/Centro de Dia (sendo esta a
vertente onde se foca o meu estágio), o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), Banco de
Ajudas Técnicas (BAT) e Observatório Social do Idoso (OSI).
A Associação Nacional de Apoio ao Idoso (A.N.A.I) surgiu a 12 de julho de 1994, por
iniciativa de um grupo de cidadãos, que na maioria estava ligado ao Clube de
Empresários de Coimbra.
A 22 de agosto de 1994 inicia-se a atividade da A.N.A.I., e só a 23 de setembro de 1996
vem a obter o reconhecimento da Pessoa Coletiva de Utilidade Pública, que, por sua
vez, e por decisão da Assembleia Geral, é encarada como IPSS sem fins lucrativos.
Ao longo dos anos, a Associação Nacional de Apoio ao Idoso sofreu algumas alterações
no que diz respeito à sua localização. Assim sendo, inicialmente encontrava-se situada
na Quinta das Varandas, na Avenida Urbano Duarte de 1994 a 1998. A partir de 1998,
passou a estar sediada na Casa do Correio Mor, situada na rua Joaquim António de
Aguiar nº37, na freguesia de Almedina; posteriormente, volta a mudar de localização, e
desta vez, no ano de 2000, passa para a Casa da Cerca de S. Bernardo, na Ladeira do
Carmo devido a um contrato realizado com a Câmara Municipal de Coimbra até ao ano
de 2012. Ainda no ano de 2000, a A.N.A.I. celebra um contrato de comodato com a
Câmara Municipal de Coimbra para que lhe seja atribuído parte das instalações de dois
pisos, na Baixa da cidade, situado na Rua João Cabreira nº18, onde está atualmente
instalada a “Oficina do Idoso”. Por fim, a 15 de janeiro de 2013 tem lugar a inauguração
do novo espaço da A.N.A.I. destinado à Universidade do Tempo Livre (UTL), na Rua
Pedro Monteiro, nº68.
A Associação Nacional de Apoio ao Idoso tem como principais objetivos proporcionar
à pessoa idosa a prática de atividades que permita desenvolver aptidões físicas,
psicológicas e sociais, a fim de promover um envelhecimento ativo; pretende também
colocar à disposição da pessoa, e da comunidade em geral, respostas sociais que
promovam conceitos como a solidariedade, a criatividade, a cultura, o bem-estar e a
integração ativa em sociedade; prevenir a desinserção social, contribuindo assim para
uma integração saudável na comunidade e uma convivência cada vez mais permanente
32
com os outros; e também, proporcionar uma prestação de serviços adequados às
necessidades da pessoa idosa, para que esta se sinta digna e se possa evitar um possível
isolamento ou solidão.
Neste seguimento, a A.N.A.I. tem como respostas sociais várias valências,
nomeadamente Oficina do Idoso/Centro de Dia, Universidade do Tempo Livre (UTL),
Serviço de Apoio ao Domicílio (SAD), Observatório Social do Idoso (OSI) e o Banco
de Ajudas Técnicas (BAT).
Oficina do Idoso/Centro de dia
A Oficina do Idoso é um espaço cultural e ocupacional que tem como principal objetivo
o desenvolvimento de “Ateliêrs” de artes e ofícios tradicionais. Situa-se na baixa de
Coimbra e foi inaugurada a 5 de outubro de 2000. Esta surgiu através de um protocolo
celebrado entre a ANAI e o Município de Coimbra.
Os objetivos gerais desta oficina são promover a ocupação dos tempos livres e tornar os
idosos ativos, bem como assegurar o bem-estar e igualdade de vida do idoso. Querendo
com isto dizer que estes devem ser respeitados pela sociedade e inseridos na mesma sem
distinção. São seus objetivos específicos prestar ao idoso o acolhimento e a informação
necessários ao seu bem-estar; favorecer as relações interpessoais ao nível dos idosos e
fazer com que estes se relacionem com outros grupos etários.
O Centro de Dia funciona no mesmo edifício da “Oficina do Idoso” e encontra-se ligado
à mesma como resposta social. Fornece um conjunto de serviços que contribui para a
manutenção dos idosos no seu meio sócio-familiar. Tem como objetivos satisfazer as
necessidades básicas dos idosos, prestar ao idoso o acolhimento e a informação
necessários, e deve favorecer relações entre si mesmos e com outras faixas etárias. A
Oficina do Idoso enquadra-se num plano de atividades da autarquia que é destinado à
promoção da solidariedade e da qualidade de vida visto que tem com função prestar
pequenos serviços de manutenção e conservação de habitações de idosos e não idosos, e
ainda assegura a formação e ocupação dos tempos livres para jovens.
Esta tem como atividades a cerâmica, ginástica, hidroginástica, pintura a óleo, rendas e
bordados, teatro, festas temáticas, sessões de sensibilização, passeios culturais,
convívios e workshops.
33
Universidade do Tempo Livre (UTL)
Esta vertente da ANAI está inscrita na Rede de Universidades da Terceira Idade
(RUTIS), iniciou a sua atividade no ano letivo de 1994/1995 e situa-se na Rua Pedro
Monteiro nº68 em Coimbra. Tem como objetivo proporcionar aprendizagens ao longo
da vida, contribuindo para o bem-estar do público, e aumentar o desenvolvimento a
vários níveis, nomeadamente emocional, social, afetivo e cultural. Segundo o Dr. Sousa
Fernandes, a ANAI quando criou a UTL foi com o objetivo de “incentivar os seniores a
saírem do sofá para virem fazer qualquer coisa de que gostassem, ou por curiosidade
ou simplesmente para conviver” (José Ribeiro Ferreira, 2011).
A UTL tem como objetivos específicos reduzir a inatividade intelectual, física e social;
proporcionar à pessoa idosa um espaço de reminiscência, de aprendizagem, de convívio
e lazer que permita diminuir a solidão e o isolamento. Para minimizar o isolamento e
estimular as capacidades das pessoas de idade avançada, esta vertente da ANAI tem
diversas disciplinas como: alemão, literatura portuguesa, história de arte, história da
Cidade de Coimbra, História da Música, Informática, Inglês, Encadernação e Restauro
de Livros, Pintura, História da Música e Dancoterapia.
Por fim, a UTL é uma instituição reconhecida pelo Ministério da Educação como uma
instituição modelo no seu âmbito, e devido ao facto de ser pioneira, apadrinhou outra
Universidade dos Tempos Livres em Vila Real de Santo António, e posteriormente,
apoiou a criação de mais duas: uma em Buarcos e outra em Portimão.
Serviço de Apoio Domiciliário (SAD)
O Serviço de Apoio Domiciliário é outra resposta social da ANAI e define-se pela
execução de tarefas variadas, onde uma equipa de Ajudantes de Ação Direta se desloca
à residência das pessoas e presta todos os cuidados necessários e personalizados que
respondam às necessidades básicas ou atividades da vida diária.
As freguesias de Santo António dos Olivais, Sé Nova e Almedina são as zonas
percorridas pelas ajudantes de ação direta da ANAI. Inicialmente, o SAD era prestado
das 9h00 às 23h00, de segunda a sexta, e das 9h00 às 13h30 aos sábados, domingos e
feriados. Atualmente, o serviço de apoio domiciliário é prestado apenas de segunda a
sexta, das 8h30 às 17h30, com exceção de fins-de-semana e feriados.
34
Os cuidados prestados no domicílio passam pelo tratamento da higiene oral, tratamento
de roupas, higiene da habitação, fornecimento de alimentação, acompanhamento no
exterior (consultas médicas, exames de diagnóstico, …). É assim, um suplemento que
ajuda no auxílio das famílias.
Como objetivos desta resposta social temos a contribuição na melhoria da qualidade de
vida das pessoas e famílias e retardar ou evitar a institucionalização. Os objetivos
específicos passam por prevenir situações de dependência e promoção da autonomia,
bem como a prestação de cuidados de ordem física e psicossocial aos utentes e às
famílias.
Observatório Social do Idoso (OSI)
Este foi criado em 1996 com a finalidade de promover a criação de uma Base de dados
que reúna informações relativas aos serviços de proximidade e legislação do idoso, ou
seja, pretende criar um centro de documentação relativo à pessoa idosa.
Tem ainda como objetivo proceder a trabalhos de investigação, a fim de registar
situações detetadas em áreas de observação, para que posteriormente e caso seja
necessário, sejam encaminhas a entidades próprias para que se encontre uma solução.
Devido à falta de recursos e de meios, esta é a resposta social menos consistente e
visível da ANAI.
Ainda assim, a 2 de julho de 1996, a Associação Nacional de Apoio ao Idoso celebra
um protocolo com a Câmara Municipal de Coimbra com o principal objetivo de
“conhecer melhor a população de idosos carenciados, reformados e pensionistas das
zonas da Alta e Baixa de Coimbra” (Fernandes, 2011), sendo esta a principal missão do
Observatório Social do Idoso, e também deveria promover projetos e planos de
educação e assistência dentro da faixa etária dos idosos.
Banco de Ajudas Técnicas (BAT)
Este surge com a finalidade de melhorar as condições de vida e de bem-estar da pessoa
idosa na sua habitação através da disponibilização de equipamentos e materiais como
camas articuladas, cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas (…) e surge com um
regulamento próprio e da parceria entre a ANAI e a Fundação EDP que apoiou na
aquisição de equipamentos para a concretização do projeto.
35
Posto isto, visa alugar material técnico adequado às necessidades de dependência ou
recuperação dos beneficiários, diminuindo o tempo de hospitalização dos idosos. Em
1997, a Associação Nacional de Apoio ao Idoso, realizou uma campanha para obter
material para apoiar os idosos, recolhendo cadeiras de rodas, andarilhos, camas
articuladas, etc…
Missão: A ANAI tem como missão “promover a Proteção e Apoio ao idoso” através da
informação, do atendimento personalizado e do encaminhamento. Aliado a isto,
pretende ainda garantir a qualidade de prestação dos serviços que promova a integração,
o desenvolvimento e bem-estar dos utentes que alberga.
Valores: Sendo que a ANAI é uma instituição de solidariedade social, tem como valores
a ajuda, o apoio, confidencialidade, igualdade, respeito, dignidade, inovação e melhoria
da qualidade de vida.
Visão: A Associação Nacional de Apoio ao Idoso pretende ser vista como uma
instituição que promove a melhoria de todos os serviços prestados e aposta todos os dias
no desenvolvimento pessoal dos utentes, de modo a aumentar a qualidade da vida dos
utentes.
Recursos
Relativamente aos recursos, estes dividem-se em três categorias: recursos humanos,
financeiros e materiais.
Os recursos humanos são compostos pela Diretora Técnica/Técnica Superior de Serviço
Social, Dr.ª Sónia Vinagre, pelas funcionárias administrativas que atualmente são três,
seis ajudantes de ação direta, um grupo de professores contratados e os estagiários que
todos os anos colaboram no desenvolvimento das atividades
Quanto aos recursos financeiros, estes são assegurados pelas quotas dos sócios,
mensalidades dos alunos da Universidade dos Tempos Livres (UTL), mensalidades dos
utentes do Centro de Dia e da Oficina do Idoso (OFCI), mensalidade e contribuições do
Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), donativos de pessoas singulares, subsídios de
entidades coletivas e subsídios oferecidos por entidades oficiais.
36
Quantos aos recursos materiais referem-se aos equipamentos administrativos que estão
distribuídos pela Oficina do Idoso (tela, data show, extensões, televisão, DVD, …) que
são necessários para as atividades a realizar durante os estágios, e que se encontram
também nos restantes edifícios onde a ANAI atua. Para além disto, a ANAI dispõe
ainda de uma carrinha que permite a deslocação de quem está ao serviço do Serviço de
Apoio Domiciliário (SAD) e uma viatura de transporte de idosos, também afeta ao
Banco de Ajudas Técnicas (BAT).
Parcerias
Tratando-se de uma instituição particular de solidariedade social, foram assinalados
protocolos de cooperação com as empresas abaixo indicadas, com o objetivo de
proporcionar alguns benefícios aos sócios da ANAI:
Câmara Municipal de Coimbra
Enfermeiros PT
AISEC – Associação Internacional de Estudantes de Ciências Económicas e
Empresariais de Coimbra
Núcleo de Estudantes de Psicologia, de Ciências da Educação e de Serviço
Social da Associação Académica de Coimbra
Escola Superior de Educação de Coimbra
GAES – Centros Auditivos
Sindicato dos professores da região centro
Hotel Solneve
Restaurante Sabor e Arte
Sindicato dos bancários do centro
CDSSC - Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social do Centro
Idealmed
37
Capítulo III
Projeto de
Estágio
e descrição das
atividades
38
O projeto foi previamente definido, tendo em conta as necessidades da instituição e a
análise informal de necessidades, através de observações e conversas com os mesmos.
Este encontra-se estruturado em função de três objetivos principais, que se baseiam na
implementação de atividades e dinâmicas de (in)formação fomentadoras do
envelhecimento ativo. Todos os objetivos foram concebidos após o início do estágio na
ANAI, uma vez que foi necessário primeiramente conhecer a instituição, e também os
utentes do centro de dia da ANAI, para poder estabelecer objetivos que se focassem nas
suas necessidades e interesses. Para melhor os conhecer, foi fundamental o contacto
criado com a Diretora Técnica da Instituição, Dra. Sónia Vinagre, com a Dra. Normélia
Dias, vice-presidente da ANAI, com as funcionárias da instituição e com os utentes do
centro de dia e Oficina do Idoso. Neste seguimento, foi ainda fulcral, a leitura dos
regulamentos internos da instituição, bem como os processos individuais de cada utente.
O principal objetivo deste estágio foi fomentar o Envelhecimento Ativo dos utentes do
Centro de dia e Oficina do Idoso da ANAI, apresentando atividades e dinâmicas de (in)
formação que lhes proporcionassem momentos de interação, formação e educação.
De seguida, iremos apresentar os objetivos gerais, específicos e operacionais do
respetivo projeto:
39
Objetivos Gerais do Estágio
Quadro 1 – Objetivos Gerais
1º Objetivo
Mostrar capacidade para
desempenhar tarefas que
contribuam para o bom
funcionamento da A.N.A.I.
2º Objetivo
Fomentar o Envelhecimento Ativo
dos utentes da A.N.A.I.
3º Objetivo
Adquirir competências no domínio
da Educação e Formação de
Adultos.
40
1º Objetivo Geral: Mostrar capacidade para desempenhar tarefas que contribuam para
o bom funcionamento da A.N.A.I.
Quadro 2 – 1º objetivo Geral desdobrado em objetivos específicos e operacionais
Objetivos Específicos Objetivos Operacionais
1.1. Dominar os procedimentos e rotinas
inerentes ao funcionamento da Oficina do
Idoso da ANAI para conseguir responder
às necessidades diárias da mesma.
1.1.1. Conhecer a instituição: a sua
história, objetivos, valências, visão,
missão, valores e funcionamento geral até
dezembro de 2015.
1.1.2. Estar a par dos regulamentos e
contactos que envolvam a instituição e os
serviços prestados na mesma.
1.1.3. Colaborar com a equipa técnica da
instituição de forma permanente e eficaz.
1.2. Atuar para que a disponibilidade,
motivação, empenho e prontidão na
realização de tarefas sejam evidentes.
1.2.1. Demonstrar uma atitude proativa
na resolução de problemas do quotidiano.
1.2.2. Conhecer as principais
características de cada utente da A.N.A.I.
de forma a estabelecer relações
interpessoais significativas com os idosos
e promover um bom relacionamento
entre todos.
1.2.3. Proceder ao levantamento de dados
relativos às necessidades sentidas pelos
utentes da Oficina.
41
1.3. Demonstrar total disponibilidade e
motivação para realizar as tarefas
necessárias ao bom funcionamento da
A.N.A.I. durante o estágio.
1.3.1. Trabalhar em equipa, participando
nas rotinas da instituição, de forma ativa
e correta.
1.3.2. Participar ativamente nas
atividades estabelecidas na Oficina da
A.N.A.I que constituem a rotina dos
utentes.
1.3.3. Saber atender às necessidades e
questões dos idosos.
1.3.4. Planear sessões de sensibilização e
informação sobre temas que
correspondam às necessidades dos
idosos.
Atividades desenvolvidas no âmbito dos objetivos operacionais, relacionados com o
1º objetivo geral: Mostrar capacidade para desempenhar tarefas que contribuam para o
bom funcionamento da A.N.A.I.
Ao iniciar o estágio na ANAI, foi importante começar por conhecer a instituição: a sua
história, objetivos, valências, visão, missão, valores e funcionamento geral, bem como
todas as pessoas que se interligam a ela, para que assim nos conseguíssemos integrar de
uma forma dinâmica e proativa junto de todos. Neste seguimento, e seguindo o conselho
da diretora técnica da Instituição, foi-nos aconselhado o visionamento e leitura da
página da Instituição que se encontra online no seguinte enderenço eletrónico:
http://www.anai.pt/index.php.
Figura 1
42
Para além dessa leitura, foi ainda fundamental para melhor conhecer a
instituição, a leitura aprofundada de documentos relacionados com a mesma, por
exemplo, o regulamento interno da instituição. Ainda assim, o foco principal do nosso
estágio foi o Centro Dia e Oficina do Idoso da ANAI. Começámos por conhecer as
principais características de cada utente e, em conjunto com a colega de estágio,
também ela das áreas das Ciências da Educação e a diretora técnica da instituição, Dr.ª
Sónia Vinagre, ajudámos na atualização de alguns processos individuais dos utentes,
que já se encontravam um pouco desatualizados, e auxiliámos ainda na construção de
novos processos individuais, correspondentes a novos utentes que integraram a
instituição durante o nosso período de estágio. Para que a atualização de alguns
processos fosse possível, a convite e sugestão da Dr.ª Sónia Vinagre, acompanhámo-la a
algumas visitas ao domicílio. Em seguida, descrevemos duas das visitas que realizámos
ao domicílio:
Figura 2: Logotipo da Instituição
Visita ao Domicílio – Utente M. L. M
No dia 17 de novembro de 2015, pelas 14h30, acompanhei a Drª Sónia Vinagre
a uma visita domiciliária, à residência da utente Dª. M. L. M.
A utente recebeu-nos de uma forma calorosa pois gosta de receber visitas, aliás
segundo a mesma “até bato palmas quando elas chegam” (referindo-se às funcionárias
do Serviço de Apoio ao Domicílio). É uma senhora simpática, atenciosa, bem-disposta e
recetiva. A D.ª M. L. tem noventa e cinco anos de idade, mora com um dos seus filhos e
tem uma empregada permanente. Tem seis filhos, cinco netos e bisnetos. Em termos de
formação, tem o 4º ano da escola técnica, equivalente ao 8º ano atual. Veio para
Coimbra em 1964, mas casou em Moçambique. Demonstrou dificuldade na visão e
referiu ainda que adorava pintar o livro de pinturas que a filha lhe ofereceu mas sente-se
impossibilitada devido à dificuldade de visão (apesar se ter sido operada às cataratas
recentemente). Para além disto, tem pouca mobilidade, e por isso utiliza para se deslocar
43
um andarilho e cadeira de rodas, recorrendo ao Banco de Ajudas Técnicas (BAT) da
Associação Nacional de Apoio ao Idoso. Pelo que me apercebi, são poucas as vezes que
sai de casa porque mora no 2º andar de um prédio sem elevador (segundo a sua filha,
para se poder deslocar ao exterior, é necessário contactar com os bombeiros).
Em termos de satisfação relativamente ao apoio ao domiciliário, a utente usufrui
dos serviços de higiene pessoal e referiu que gosta do trabalho de todas as funcionárias
e, por isso, gostava que passassem mais tempo consigo. Concluindo, a utente sente-se
satisfeita com o apoio domiciliário que é prestado e refere que recomenda o mesmo a
qualquer instituição ou cidadão que procure esses serviços.
Estagiária Cátia Mendes
17-11-2015
Figura 3: Logotipo da Instituição
Visita ao Domicílio – Utente O.
No dia 19 de novembro de 2015, pelas 15h00, acompanhei a Drª Sónia
Vinagre a uma visita domiciliária, à residência da utente D.ª O. É uma utente que
usufrui do Serviço de Apoio ao Domicílio para receber a alimentação diariamente.
Durante a visita, a D.ª O. mostrou-se comunicativa (dentro das suas possibilidades) e
recetiva à nossa companhia. A utente mora com o seu esposo, Sr. R. de oitenta e dois
anos, estão casados há cerca de cinquenta e dois anos e residem há quarenta anos na
mesma habitação. Segundo a utente, tem saudades do seu trabalho (era modista),
principalmente de quando fazia vestidos de noiva mas infelizmente vê-se
impossibilitada porque já não se consegue deslocar de forma autónoma, estando
condicionada ao uso de cadeira de rodas.
No seguimento da visita, o esposo da utente referiu que têm quatro filhos, três
netos e que a D.ª O. gosta de recebê-los em sua casa e que quando se deslocam a casa
44
dos filhos, para passar a Páscoa ou o Natal, a utente sente-se mais comunicativa e
alegre.
Em relação aos serviços da ANAI, o Sr. R. fez uma pequena comparação relativamente
à instituição que os servia anteriormente à ANAI, e referiu que a mesma era mais
pontual no sentido de entregar a refeição mais perto da hora do almoço, mas que
preferia a ANAI por a entrega da refeição ser em mãos; pediu à Dr.ª Sónia Vinagre o
envio de uma ementa mensal e também referiu que a ANAI tem menos burocracia no
processo de funcionamento facilitando o acesso à instituição e aos seus serviços.
Estagiária Cátia Mendes
19-11-2015
O contacto estabelecido com os utentes do SAD, foi curto mas bastante
esclarecedor relativamente à satisfação positiva que estes têm perante a qualidade dos
serviços que são prestados pela ANAI. Tudo isto nos permitiu estabelecer relações
interpessoais com os idosos e promover um bom relacionamento entre todos, e através
de um diálogo informal, proceder ao levantamento de dados relativos às necessidades
sentidas pelos utentes da Oficina.
Ao longo de todo o estágio, e de forma a nos inteirarmos da rotina já estabelecida na
instituição antes da nossa chegada, foi fundamental saber trabalhar em equipa,
participando nas rotinas da instituição, de forma ativa e correta. Tomemos por exemplo,
a nossa participação ativa em atividades e convívios já estabelecidas na instituição:
o nas peças de teatro realizadas na Oficina de Teatro da ANAI, dirigidas pelo
voluntário Sr. Arménio Teixeira;
o no magusto na Oficina do Idoso; foi realizado um lanche convívio, onde
estiveram presentes os utentes, familiares e alguns elementos da instituição, no
dia 12 de novembro de 2015;
o na participação nas festas de aniversário de alguns utentes da Oficina do Idoso;
o na comemoração do dia Internacional do Idoso. Foi realizado um almoço
convívio na instituição, seguido de uma tarde de teatro e lanche no final;
o na preparação dos enfeites de Natal da Oficina do Idoso; com a ajuda de alguns
utentes, conseguimos realizar bonecos em feltro representantes da época do
45
Natal (estrelas, bonecos de neve, pinheiros, etc..) para colocar pendurados em
todas as lâmpadas, nas paredes e nas portas e janelas;
o na exposição e venda de Natal de artigos preparados pelos nossos utentes da
Oficina do Idoso, durante todo o ano. Esta decorre no mês de dezembro, sendo
assim considerada uma “Venda de Natal” que tem o objetivo de angariar fundos
para ajudar a instituição, mas principalmente tem o objetivo principal de manter
os nossos idosos ativos e dinâmicos durante todo o ano, o que vai ao encontro ao
nosso projeto de estágio;
o na festa de Natal da ANAI: iniciou-se a seguir ao almoço, onde foi apresentada a
Peça de Teatro intitulada “Um Conto de Natal”, bem como músicas alusivas à
época. De seguida, houve um lanche convívio que contou com os utentes e seus
familiares e amigos, e elementos da instituição;
o na festa de Carnaval: esta decorreu na Sala de Convívio da ANAI, uma vez que
não foi possível ser na discoteca “El Divino” em Cernache, onde estava
programada; os utentes vestiram os fatos de havaianos, juntamente com as
mascarilhas realizadas pelos mesmos e por nós estagiárias;
o na sessão de informação realizada por um GNR de Coimbra, onde foram
explicados todos os cuidados que os idosos devem ter na circulação da via e o
que devem fazer para prevenir assaltos nas suas casas ou na rua;
o Comemoração do Dia de São Valentim: elaboração de corações que
posteriormente foram pendurados nas lâmpadas da sala de convívio;
o Comemoração do dia da Mulher: realização de um almoço convívio, seguido de
uma tarde de partilha de cânticos populares. Para a celebração deste dia, foram
realizados uns ganchos para que todos os participantes do convívio pudessem
colocar na lapela;
o Visionamento da peça de teatro “D. Quixote” na Oficina Municipal do Teatro
“O Teatrão” em Coimbra;
o Visita à Sé Velha de Coimbra: esta visita, com a ajuda da Dr.ª Sónia Vinagre, foi
programada e delineada por nós estagiários; realizou-se da parte da manhã, no
dia 13 de abril de 2016;
o Almoço e convívio da Festa da Primavera. De seguida, foi realizada mais uma
peça de teatro na Oficina do Idoso da ANAI;
46
o Viagem para o Centro Social de Casal Comba, na Mealhada, onde foi
representada a peça de Teatro “Uma farsa – O Testamento” para os utentes do
centro de dia;
o Sardinhada de São João;
Todas estas atividades foram documentados por fotografias (autorizadas pelos
utentes), as quais podem ser vistas no Anexo I.
Para além da nossa participação ativa em todas as atividades que já fazem parte das
dinâmicas regulares da instituição, enquanto especialistas em Ciências da Educação,
achámos pertinente planear sessões de sensibilização e informação quanto a temas que
correspondessem às necessidades dos idosos, tendo em conta as suas necessidades e
interesses, mas também a fase do ciclo de vida em que se encontram. O nosso objetivo
foi abordar temas importantes e atuais relacionados com os idosos, e também criar
momentos informais de discussão sobre os mesmos. A este conjunto de dinâmicas de
(in)formação, demos o nome de “Viver ativamente, ajuda o coração e a mente”
De seguida, apresentamos as planificações das sessões de (in)formação que realizámos,
bem como a avaliação das mesmas:
47
Viver ativamente,
ajuda o coração e a
mente
Dinâmicas de (In) formação
Mestrado em Ciências da Educação
48
Sessão de Grupo “Os meus tempos de Escola”
Parte I
Tabela 1 – Planificação da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte I
Tema/Assunto Recordação das experiências escolares
Data 22 de fevereiro de 2016
Local Sala de convívio – Oficina do Idoso
Duração 1h30
Formadoras Cátia Mendes
Grupo-Alvo Idosos do centro de dia da ANAI
Objetivos gerais Perceber a importância da estimulação da memória;
Entender os benefícios de trabalhar em equipa.
Objetivos específicos Promover o trabalho em equipa;
Reviver experiências escolares passadas significativas;
Aprender a ouvir e a partilhar ideias, bem como a comunicar
construtivamente;
Relembrar qual a função e importância da memória na vida
diária.
Tabela 2 – Plano da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte I
Ação/Plano Descrição
das
Atividades
Metodologi
as
Recursos Atividades
dos
Formandos
Apresentação
dos objetivos
da ação
Pedir aos idosos
que partilhem as
suas experiências
escolares com o
grupo;
Expositiva;
Participativa;
Discussão em
grupo;
Humanos:
Estagiária Cátia e
idosos do centro
de dia da Oficina
do Idoso da
A.N.A.I.
Materiais: mesas,
Os formandos
devem reviver e
partilhar as suas
experiências no
tempo de escola,
colocando
questões
49
Cadeiras, canetas,
bloco de notas.
pertinentes acerca
do tema em
questão.
Desenvolvimen
to da Ação
Pedir aos idosos que
refiram como era a sua
escola, que materiais
utilizavam, como eram
as professoras e onde
se situava a escola.
A memória está
presente na nossa
rotina, na nossa vida a
todo o instante. Ela
serve de base para a
realização das nossas
tarefas e também para
relembrar as coisas
que mais/menos
gostamos.
A memória é uma das
funções cognitivas
mais importantes na
aprendizagem, visto
que é a partir da
informação que nós
memorizamos que
vamos adquirindo
conhecimentos que
servem de base ao
nosso
desenvolvimento,
linguagem,
pensamento, cultura e
conhecimento.
50
Tabela 3 – Avaliação da Sessão “Os meus tempos de Escola” parte I
Avaliação da
Sessão
Objetivos
específicos
Explicitar as vantagens da atividade para idosos;
Identificar e colocar dúvidas;
Conteúdos Identificação de vantagens da sessão para a resolução
de problemas de memória na vida diária;
Metodologias Participativa;
Recursos Estagiária Cátia e Idosos;
Atividade Avaliação da atividade através da recolha e partilha
de feedback a nível oral.
Sessão de Grupo “Os meus tempos de Escola”
Parte II
Tabela 4 – Planificação da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte II
Tema/Assunto Recordação das experiências escolares
Data 24 de fevereiro de 2016
Local Sala de convívio – Oficina do Idoso
Duração 1h30
Formadoras Cátia Mendes
Grupo-Alvo Idosos do centro de dia da ANAI
Objetivos gerais Elaboração de um desenho que complemente a informação
recolhida na Sessão Informativa parte I
Objetivos específicos Promover o trabalho em equipa;
Reviver experiências escolares passadas;
Aprender a ouvir e a partilhar ideias;
Promover a destreza motora – psicomotricidade fina;
Combater o sedentarismo e o isolamento;
Tabela 5 – Plano da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte II
Ação/Plano Descrição das Metodologi Recursos Atividades
dos
51
Atividades as Formando
s
Apresentaçã
o dos
objetivos da
ação
Pedir aos idosos que
partilhem as suas
experiências escolares
com o grupo;
Participativa;
Humanos:
-Estagiária Cátia
e idosos do
centro de dia da
Oficina do Idoso
da A.N.A.I.
Materiais:
- Mesas
- Cadeiras
- Canetas e lápis
de cor
- Folhas brancas
Os formandos
devem reviver
e partilhar as
sus
experiências
no tempo de
escola,
desenhando
algo que se
relacione com
o testemunho
que
partilharam na
parte I da
Sessão.
Desenvolvimen
to da Ação
Pedir aos idosos que
desenhem como era a
sua escola, os espaços
à sua volta, a sala de
aula, onde se situava a
escola, etc… É-lhes
pedido que desenhem
as brincadeiras que
tinham no recreio ou
os colegas de infância.
Tabela 6 – Avaliação da Sessão de Grupo “Os meus Tempos de Escola” Parte II
Objetivos Explicitar as vantagens da atividade para idosos;
Identificar e colocar dúvidas;
52
Avaliação da
Sessão
específicos
Conteúdos Identificação de vantagens da sessão para a resolução
de problemas de memória na vida diária;
Metodologias Participativa;
Recursos Estagiária Cátia e Idosos;
Atividade Avaliação da atividade através da recolha e partilha
de feedback a nível oral.
Sessão de (In)formação “Cuidados a ter em
épocas de temperaturas frias ou altas”
Tabela 7 – Planificação da Sessão de Grupo “Cuidados a ter em épocas de temperaturas
frias ou altas”
Tema/Assunto “Cuidados a ter em épocas de temperaturas baixas ou altas”
Data 24 de março de 2016
Local Auditório – Oficina do Idoso
Duração 1h00
Formadoras Cátia Mendes
Grupo-Alvo Idosos do Centro de Dia da ANAI
Objetivos gerais - Proporcionar orientações aos idosos para os cuidados a ter
em épocas de temperaturas baixas e altas (frio e calor
intensos);
- Promover a partilha de conhecimentos e cuidados entre
todos os participantes para protegerem a sua saúde
Objetivos específicos - Alertar para os cuidados a ter em épocas de frio e calor
intensos na terceira idade;
- Promover o diálogo e partilha de saberes com base na rica
experiência de vida das pessoas de idade avançada;
53
Tabela 8 – Plano da Sessão de Grupo “Cuidados a ter em épocas de temperaturas frias
ou altas”
Ação/Plano Descrição
das
Atividades
Metodologi
as
Recursos Atividades
dos
Formando
s
Apresentação
dos objetivos
da ação
Exposição do
tema com base
numa
apresentação em
PowerPoint que
explicite todos os
cuidados que os
idosos devem ter
em épocas de
temperaturas
baixas e altas;
Dinamização de
uma discussão
sobre o que
aprenderam a
fazer para se
proteger destas
situações com
base na sua
experiência.
Expositiva com
questões
interpelativas
Participativa:
Discussão em
grupo
Humanos:
Estagiária Cátia,
Estagiária Joana e
idosos
Materiais: Tela,
computador, data
show, colunas,
extensão e
carregador do
computador.
Participar na
atividade,
ouvindo a
informação
exposta pela
formadora da
sessão e
respondendo a
questões que
forem sendo
levantadas.
Colocação de
dúvidas.
Envolvimento
ativo,
recordando e
partilhando com
o grupo os
cuidados que
aprenderam a ter
a respeito do
assunto em foco.
54
Desenvolvimen
to da Ação
A sessão durará
cerca de uma hora
e será apresentada
em PowerPoint,
onde serão
divulgadas
informações
pertinentes e
imagens sobre o
assunto em
questão.
Dinamizar-se-á,
de seguida, uma
discussão sobre o
que costumam
fazer nestas
situações para se
protegerem. Para
envolver os
idosos, pedir-se-
lhe-á que digam
quais os seus
“truques” para
estas situações.
Tabela 9 – Avaliação da Sessão de Grupo “Cuidados a ter em épocas de temperaturas
frias ou altas”
Avaliação da
Sessão
Objetivos
específicos
Explicitar as vantagens da atividade para idosos;
Identificar e colocar dúvidas;
Conteúdos Identificação de vantagens da sessão para a resolução
de problemas de memória na vida diária;
Metodologias Participativa;
Recursos Estagiária Cátia, estagiária Joana e Idosos do centro
de dia da A.N.A.I;
Atividade Avaliação da atividade através da recolha e partilha
de feedback a nível oral.
55
Sessão de (In)formação “Prevenção e
autoproteção de Incêndios em casa”
Tabela 10 – Planificação da Sessão de Informação “Prevenção e autoproteção de
Incêndios em casa”
Tema/Assunto “Prevenção e autoproteção de incêndios em casa”
Data 2 de maio de 2016
Local Sala de Convívio da Oficina do Idoso
Duração 1h00
Formadoras Cátia Mendes
Grupo-Alvo Idosos do Centro de Dia da ANAI
Objetivos gerais - Proporcionar orientações aos idosos para os cuidados a ter
em caso de incêndio em casa;
- Promover a partilha de conhecimentos e cuidados entre
todos os participantes para protegerem a sua saúde
Objetivos específicos - Alertar para os cuidados a ter em caso de incêndio em casa
na terceira idade;
- Promover o diálogo e partilha de saberes com base na rica
experiência de vida das pessoas de idade avançada;
Tabela 11 – Plano da Sessão de Informação “Prevenção e autoproteção de Incêndios em
casa”
Ação/Plano Descrição
das
Atividades
Metodologi
as
Recursos Atividades
dos
Formando
s
Exposição do
tema com base
numa
apresentação em
PowerPoint que
Expositiva com
questões
interpelativas
Participativa
Humanos:
Estagiária Cátia,
Estagiária Joana e
idosos
Participar na
atividade,
ouvindo a
informação
exposta pelas
56
Apresentação
dos objetivos
da ação
explicite todos os
cuidados que os
idosos devem ter
caso ocorra um
incêndio
doméstico;
Dinamização de
uma discussão
sobre o que
aprenderam a
fazer para se
proteger desta
situação com base
na sua
experiência.
Discussão em
grupo
Materiais: Tela,
computador, data
show, colunas,
extensão e
carregador do
computador.
formadoras da
sessão e
respondendo a
questões que
forem sendo
levantadas.
Colocação de
dúvidas.
Envolvimento
ativo,
recordando e
partilhando com
o grupo os
cuidados que
aprenderam a ter
a respeito do
assunto em foco.
Desenvolvimen
to da Ação
A sessão durará
cerca de uma hora
e será apresentada
em PowerPoint,
onde serão
divulgadas
informações
pertinentes e
imagens
apelativas sobre o
assunto em
questão.
Dinamizar-se-á,
de seguida, uma
discussão sobre o
que costumam
fazer nestas
situações para se
57
protegerem. Para
envolver os
idosos, de forma
significativa,
pedir-se-lhe-á que
digam quais os
seus “truques”
para estas
situações.
Tabela 12 – Avaliação da Sessão de Informação “Prevenção e autoproteção de
Incêndios em casa”
Avaliação da
Sessão
Objetivos
específicos
Explicitar as vantagens da atividade para idosos;
Identificar e colocar dúvidas;
Conteúdos Identificação de vantagens da sessão para uma futura
autoproteção e proteção do lar em caso de incêndio;
Metodologias Participativa;
Recursos Estagiária Cátia, estagiária Joana e Idosos do centro
de dia da A.N.A.I;
Atividade Avaliação da atividade através da recolha e partilha
de feedback a nível oral.
Sessão de (In) formação “Gás: evite acidentes em
casa”
Tabela 13 – Planificação da Sessão de Informação “Gás: evite acidentes em casa”
Tema/Assunto “Gás: evite acidentes em casa”
Data 3 de maio de 2016
Local Sala de Convívio da Oficina do Idoso
Duração 1h00
Formadoras Cátia Mendes
58
Grupo-Alvo Idosos do Centro de Dia da ANAI
Objetivos gerais - Proporcionar orientações aos idosos para os cuidados que
devem ter na utilização do gás em casa;
- Promover a partilha de conhecimentos e cuidados entre
todos os participantes para protegerem a sua saúde
Objetivos específicos - Alertar para as regras de segurança na instalação, reparação
e manutenção de gás;
- Chamar a atenção para o que nunca se deve fazer quando se
tem gás em casa;
- Promover o diálogo e partilha de saberes com base na rica
experiência de vida das pessoas de idade avançada;
Tabela 14 – Plano da Sessão de Informação “Gás: evite acidentes em casa”
Ação/Plano Descrição
das
Atividades
Metodologi
as
Recursos Atividades
dos
Formando
s
Apresentação
dos objetivos
da ação
Exibição do tema
com base numa
apresentação em
PowerPoint que
explicite todos os
cuidados que os
idosos devem ter
para prevenir
acidentes com
gás.
Dinamização de
uma discussão
sobre o que
aprenderam a
fazer para se
proteger destas
situações com
base na sua
Expositiva com
questões
interpelativa.
Participativa
Discussão em
grupo
Humanos:
Estagiária Cátia,
Estagiária Joana e
idosos
Materiais: Tela,
computador, data
show, colunas,
extensão e
carregador do
computador.
Participar na
atividade,
ouvindo a
informação
exposta pela
formadora da
sessão e
respondendo a
questões que
forem sendo
levantadas.
Envolvimento
ativo,
recordando e
partilhando com
o grupo os
cuidados que
aprenderam a ter
a respeito do
59
experiência. assunto em foco.
Desenvolvimen
to da Ação
A sessão durará
cerca de uma hora
e será apresentada
em PowerPoint,
onde serão
divulgadas
informações
pertinentes e
imagens
apelativas sobre o
assunto em
questão.
Dinamizar-se-á,
de seguida, uma
discussão sobre o
que costumam
fazer nestas
situações para se
protegerem.
Para envolver os
idosos, de forma
significativa,
pedir-se-lhe-á que
digam quais os
seus “truques”
para estas
situações.
60
Tabela 15 – Avaliação da Sessão de Informação “Gás: evite acidentes em casa”
Sessão de (In) formação “Prevenção das Doenças
Cardiovasculares”
Tabela 16 – Planificação da Sessão de Informação “Prevenção de Doenças
Cardiovasculares” Tema/Assunto “Prevenção das Doenças Cardiovasculares”
Data 12 de maio de 2016
Local Auditório – Oficina do Idoso
Duração 2h00
Formador Professor Doutor Polybio Serra e Silva
Grupo-Alvo Idosos do Centro de Dia da ANAI e comunidade da A.N.A.I
Objetivos gerais - Proporcionar orientações aos idosos que lhes permitam
reduzir/prevenir as doenças cardiovasculares;
- Promover a partilha de conhecimentos e cuidados entre
todos os participantes para protegerem a sua saúde
Objetivos específicos - Alertar para os cuidados que os idosos devem tomar para
prevenir as doenças cardiovasculares;
- Especificar quais os fatores de risco das doenças
cardiovasculares;
- Promover o diálogo e partilha de saberes com o Professor
Doutor Polybio Serra e Silva.
Avaliação da
Sessão
Objetivos
específicos
Explicitar as vantagens da sessão para idosos;
Identificar e colocar dúvidas;
Conteúdos Identificação de vantagens da sessão para prevenir
possíveis acidentes com gás;
Metodologias Participativa;
Recursos Estagiária Cátia, estagiária Joana e Idosos do centro
de dia da A.N.A.I;
Atividade Avaliação da atividade através da recolha e partilha
de feedback a nível oral.
61
Tabela 17 – Plano da Sessão de Informação “Prevenção de Doenças Cardiovasculares”
Ação/Plano Descrição
das
Atividades
Metodologi
as
Recursos Atividades
dos
Formando
s
Apresentação
dos objetivos
da ação
Exposição do
tema com base
numa
apresentação em
PowerPoint que
explicite todos os
cuidados que os
idosos devem ter
para prevenir as
doenças
cardiovasculares;
Dinamização de
uma discussão
sobre o que
aprenderam a
fazer para se
proteger desta
situação com base
na sua experiência
e na formação
obtida na
formação com o
Professor Doutor
Polybio Serra e
Silva.
Expositiva com
questões
interpelativas
Participativa:
Discussão em
grupo
Humanos:
Professor Doutor
Polybio Serra e
Silva
Materiais: Tela,
computador, data
show, colunas,
extensão e
carregador do
computador.
Participar na
atividade,
ouvindo a
informação
exposta pelo
Professor
Doutor Polybio
Serra e Silva,
respondendo a
questões que
forem sendo
levantadas.
Colocação de
dúvidas.
Envolvimento
ativo,
recordando e
partilhando com
o grupo os
cuidados que
aprenderam a ter
a respeito do
assunto em foco.
62
Desenvolvimen
to da Ação
A sessão durará
cerca de duas
horas e será
apresentada em
PowerPoint, onde
serão divulgadas
informações
pertinentes e
imagens
apelativas sobre o
assunto em
questão.
Dinamizar-se-á,
posteriormente,
uma discussão
sobre a
importância da
sessão para a vida
quotidiana dos
idosos;
Para envolver os
idosos, de forma
significativa,
pedir-se-lhe-á que
digam quais os
seus “truques”
para estas
situações.
63
Tabela 18 – Avaliação da Sessão de Informação “Prevenção de Doenças
Cardiovasculares”
Avaliação da
Sessão
Objetivos
específicos
Explicitar as vantagens da sessão de informação para
idosos;
Identificar e colocar dúvidas;
Conteúdos Identificação de vantagens da sessão a fim de facilitar
a prevenção das doenças cardiovasculares;
Metodologias Participativa;
Recursos Estagiária Cátia e Idosos do centro de dia da A.N.A.I;
Atividade Avaliação da atividade através da recolha e partilha
de feedback a nível oral.
64
Dentro do mesmo modelo, apresentamos de seguida o 2º objetivo geral, apresentando as
atividades dinâmicas e lúdicas planeadas e executadas pelos estagiários:
2º Objetivo Geral: Fomentar o Envelhecimento Ativo dos utentes da A.N.A.I.
Quadro 3 – 2º objetivo Geral desdobrado em objetivos específicos e operacionais
Objetivos Específicos Objetivos Operacionais
2.1. Implementar uma atividade dedicada
à promoção do exercício físico diário.
2.1.1. Implementar uma caminhada diária
até ao início de Outubro de 2015.
2.2. Participar na mobilização e
acompanhamento dos utentes em
atividades no exterior.
2.2.1. Acompanhar e incentivar os utentes
a participarem nas atividades físicas
semanais, de modo a não haver faltas.
2.3. Executar tarefas que promovam a
aprendizagem do uso das novas
tecnologias.
2.3.1. Planear aulas de informática na
sala de computadores da ANAI.
2.3.2. Expor filmes significativos ao
longo do estágio, dando uso ao material
disponível na oficina do idoso da
A.N.A.I. (data show, tela e computador)
65
2.4. Colaborar ativamente em todas as
atividades e projetos implementados pela
instituição que promovam o
envelhecimento ativo.
para que os utentes percebam uma das
vertentes da sua utilização.
2.4.1. Apresentar um plano de atividades
lúdicas e educativas em parceria com a
colega estagiária.
2.4.2. Participar e ajudar na execução de
projetos e atividades da A.N.A.I.
direcionados à população idosa.
2.4.3. Participar nas viagens ao longo do
ano que são organizadas pela A.N.A.I e
destinadas aos utentes do Centro.
2.4.4. Participar em todas as feiras e
projetos relacionados com voluntariado
que se desenrolem na A.N.A.I.
2.5. Elaborar um livro/portfólio sobre as
experiências escolares dos utentes “Os
meus tempos de Escola” e promover
debates sobre “A escola de ontem e de
hoje”
2.5.1. Recolher junto dos utentes da
oficina, episódios importantes da sua vida
a nível educativo, para ressinificação de
momentos anteriores e elaboração de um
livro biográfico de experiências
escolares, cultural e historicamente
66
enraizado.
Atividades desenvolvidas no âmbito dos objetivos operacionais, relacionados com o
2º objetivo geral: Fomentar o Envelhecimento Ativo dos utentes da A.N.A.I.
Este objetivo foi sem dúvida o mais interessante deste projeto. Em primeiro lugar,
porque aquando da nossa entrada na instituição, e até antes, segundo as leituras e o
visionamento da página online da instituição, percebemos que os utentes precisavam de
ter mais atividades do que aquelas já disponibilizadas pela instituição. Ou seja, achámos
desde logo que o nosso contributo enquanto estagiários iria ser uma mais-valia para
fomentar o Envelhecimento Ativo dos utentes da A.N.A.I.
Aquando da nossa entrada, foi estabelecida uma caminhada matinal diária com o
objetivo de promover o exercício físico dos nossos utentes (ainda que alguns deles
frequentem as aulas de hidroginástica e ginástica proporcionadas pela instituição). Nas
primeiras semanas, não foi fácil conseguir motivar todos os utentes a participar na
mesma, até porque também não tínhamos ainda uma relação que lhes permitisse ter a
máxima confiança em nós. No entanto, pudemos constatar que após o primeiro mês, a
caminhada matinal entrou na rotina dos utentes do Centro de dia da ANAI, o que nos
deixou bastante alegres. A seguir, constam algumas imagens dessas mesmas
caminhadas, a título documentativo (figuras, 4, 5 e 6):
Figura 4 Figura 5 Figura 6
Como já foi referido anteriormente, alguns dos utentes do centro de dia e da Oficina do
Idoso da ANAI, participam todas as semanas em atividades realizadas no exterior da
instituição. Tomemos por exemplo, as aulas de hidroginástica e de ginástica. As aulas
de hidroginástica decorrem no Complexo de Piscinas Municipais Rui Abreu na
Pedrulha, todas as quartas-feiras, das 10h30 às 11h15 aproximadamente. Quanto às
67
aulas de ginástica, estas decorrem no mesmo horário, mas são postas em prática no
pavilhão da Palmeira em Coimbra, perto da instituição. Querendo com isto dizer, que
foi também realizado, pela nossa parte, enquanto estagiária, o acompanhamento dos
utentes a estas atividades.
Em conjunto com a colega de estágio da FPCE, também ela da área das Ciências da
Educação, e sendo que o seu estágio era direcionado para o uso das novas tecnologias
na idade avançada, pensámos em pôr em prática tarefas que promovessem o uso das
novas tecnologias. Assim sendo, para além das aulas que foram proporcionadas pelo
Professor Filipe, docente da Universidade dos Tempos Livres (UTL), que dentro das
capacidades dos nossos utentes, ensinou o mais básico que pode, nós, estagiárias,
utilizámos quase sempre as tecnologias digitais para as nossas atividades, tentando
transmitir aos utentes a importância das mesmas nos dias de hoje.
Neste seguimento, foi nossa preocupação expor filmes significativos, ao longo de todo o
estágio, dando uso ao material disponível na oficina do idoso da A.N.A.I. (data show,
tela e computador) para que os utentes percebam uma das vertentes da sua utilização e
sobretudo, para lhes proporcionar, momentos de lazer, descontração e interação. Posto
isto, apresentamos de seguida, a planificação das sessões de cinema e o conjunto de
filmes por nós apresentados na ANAI ao qual demos o nome de “Luz, Câmara
e…Ação!”:
68
69
Tabela 19 – Planificação das sessões de “Luz, Câmera e…Ação”
Sessões
Data
Recursos
Público-alvo
Recursos
Humanos
Duração
Up –
Altamente
29/10/2015
Tela;
Projetor;
Computador;
Colunas;
Tomada tripla;
10 Idosos;
2 Estagiários;
2h00
A Gaiola
Dourada
21/12/2015 9 Idosos;
1 Estagiário
2h00
Aniki Bóbó 12/01/2016 10 Idosos
2 Estagiários
2h00
Maria Papoila 25/01/2016 10 Idosos
2 Estagiários
2h00
Capitães de
Abril
02/03/2016 13 Idosos
2 Estagiários
3h00
O Grande
Elias
18/04/2016 11 Idosos
2 Estagiários
2h30
70
Luz, Câmara e…Ação!: “Up – Altamente”
Realizador: Pete Docter, Bob Peterson
Ano: 2009
Género: Animação, Aventura, Comédia
Tempo: 96 minutos
Figura 7
Resumo: É um filme produzido pela Disney Pixar sobre um vendedor de balões de 78
anos chamado de Carl Fredricksen, que após ficar viúvo, decide realizar o sonho da sua
vida, e parte numa grande aventura, e prende milhões de balões à sua casa e voa à
descoberta da América do Sul, onde estão as “Cataratas do Paraíso”, o sítio que a sua
esposa Ellie queria conhecer e onde queria viver.
Feedback dos utentes: O feedback dos utentes mostrou-se muito positivo, na medida
em que acharam de uma forma geral o filme interessante e que a mensagem principal
demonstrava que o “O Idoso provou que os mais velhos conseguem mexer-se e ir atrás
dos seus sonhos” (testemunho da D. A.)
No final de todas as sessões de cinema, em conjunto com a colega de estágio, uma vez
que o nosso estágio é direcionado para a prática de atividades e dinâmicas educativas,
em conversa informal com os utentes, procuramos encontrar um objetivo educacional
para cada filme. Esta atividade foi facilmente aceite pelos utentes, e a nosso ver, muito
construtiva a nível de perceber qual a finalidade do visionamento dos filmes. Assim
sendo, para este filme, o objetivo educacional é transmitir aos idosos que nunca se deve
desistir, independentemente da idade ou da condição física; lutar pelos sonhos mesmo
que surjam obstáculos difíceis de superar.
71
Luz, Câmara e…Ação!: “A Gaiola Dourada”
Realizador: Ruben Alves
Ano: 2013
Género: Comédia
Tempo: 90 minutos
Figura
Figura 8
Resumo: É um filme de comédia que retrata uma comunidade de portugueses que
residem em França. Maria e José são um casal humilde e bondoso que são acarinhados
por todos. No entanto, quando José recebe a notícia que ficou herdeiro de uma grande
fortuna e surge a hipótese de voltarem para Portugal, todos os seus patrões e família,
irão fazer de tudo para que estes não abandonem França visto que ajudam todos.
Feedback dos utentes: A maioria dos utentes gostou do filme, inclusive porque é
retratado um tema atual, a emigração, e também porque a banda sonora ajuda ao seu
visionamento. Apesar de todos considerarem o filme bom, alguns dos utentes criticaram
o facto de ao longo do filme serem ditos alguns impropérios.
Objetivo educacional: O principal objetivo deste filme, em conversa com os utentes, é
transmitir que “a mentira tem perna curta”. Segundo os idosos, mais vale uma verdade
dura, do que uma mentira boa. Ou seja, no final do filme, foi reconhecido o esforço do
trabalho dos emigrantes que tem que abandonar o seu país para irem procurar melhores
condições de vida, e também a importância de dizer sempre a verdade.
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Luz, Câmara e…Ação!: “ Aniki Bóbó”
Realizador: Manoel de Oliveira
Ano: 1942
Género: Drama
Tempo: 68 minutos
Figura 9
Resumo: É um filme que retrata as aventuras e os amores dos rapazes de baixa
condição social da cidade do Porto. Decorre na década da segunda guerra mundial e no
auge do regime fascista de Oliveira Salazar. Relata a paixão de um rapaz por uma
rapariga da sua escola, que o fará ultrapassar os limites que lhe foram ensinados, com o
objetivo de a conquistar. Nesta história está envolvido um triângulo amoroso: a
Teresinha, o Carlitos e o Eduardo. Ambos lutam para conseguir o amor de Teresinha.
Carlitos, inclusive, irá roubar na Loja das Tentações, uma linda boneca que Teresinha
adora. Com isto, consegue conquistar o seu amor mas no entanto, a culpa de ter roubado
a boneca, persegue-o. Teresinha, acaba por denunciá-lo mas tudo acaba bem porque o
dona da loja, compreendeu o porque da atitude de Carlitos e perdoo.
Feedback dos utentes: A maioria dos utentes gostou do filme, inclusive alguns nunca
o tinham visto. Acharam que retratava bem a época de Salazar e também revelaram as
saudades que tinham de ver um filme a preto e branco, como nos seus tempos de
juventude.
Objetivo educacional: O principal objetivo deste filme, em conversa com os utentes, é
relembrar épocas da história do nosso país e demonstrar que se deve lutar sempre pelo
que se pretende (neste caso, o Carlitos arriscou roubar a boneca para conquistar o amor
de Teresinha) mesmo que seja necessário arriscar para o conseguir.
73
Luz, Câmara e…Ação!: “ Maria Papoila”
Realizador: José Leitão de Barros
Ano: 1937
Género: Comédia
Tempo: 98 minutos
Figura 10
Resumo: Maria Papoila é uma rapariga da província, humilde e com bom coração, que
nunca tinha saído da sua aldeia e vem servir para Lisboa, onde conhece um recruta
chamado Eduardo, por quem se apaixona. Começam a namorar, até ao dia em que
Maria Papoila descobre que Eduardo, não pertence à sua condição social e namora com
uma rapariga da sua classe, Margarida Noronha Baptista. Com o desenrolar da história,
certo dia, a mãe de Margarida nota que as suas jóias foram roubadas durante a noite,
precisamente a noite em que Eduardo foi visto ao redor da casa, depois de acompanhar
Margarida em segredo.
Eduardo acaba por ser preso mas Margarida, para salvar a sua honra, nega o incidente.
Maria Papoila numa tentativa de salvar o seu amado, acaba por descobrir o verdadeiro
ladrão, Carlos, filho da sua patroa, e apresenta-se em Tribunal, dizendo, que passou a
noite com o arguido para poder salvar Eduardo. Com isto, Eduardo é libertado e Maria
Papoila, magoada com o acontecimento, decide voltar para a sua terra.
Feedback dos utentes: Todos os utentes adoraram o filme, principalmente por ser um
filme antigo. Disseram que os fazia reviver os seus tempos de infância e adolescência e
o tempo dos primeiros namoros, quando iam ao cinema. Foi portanto, um feedback
positivo por parte dos utentes.
Objetivo educacional: Segundo os utentes, o principal objetivo do filme é transmitir
que as pessoas devem ser humildes, fazer de tudo para ajudar quem mais amam, sem
magoar ninguém e sobretudo, as pessoas que praticam o bem, são sempre
recompensadas pelas suas boas atitudes.
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Luz, Câmara e…Ação!: “ Capitães de Abril”
Realizador: Maria de Medeiros
Ano: 2000
Género: Drama, ficção histórica
Tempo: 123 minutos
Figura 11
Resumo: A história deste filme decorre na noite de 24 para 25 de Abril de 1974,
começando pela emissão na rádio de uma canção proibida na altura: "Grândola, Vila
Morena", que se tratou de um código combinado com o clandestino Movimento das
Forças Armadas, que nessa madrugada levou um grupo de capitães a executar um golpe
de estado e acabar com o regime do Estado Novo. O capitão Salgueiro Maia marchou
com o seu regimento sobre Lisboa. Foi sem dúvida o golpe de estado militar que
transformou completamente o país, na altura sujeito à ditadura do Estado Novo e o
destino das colónias portuguesas em África e em Timor-Leste.
Feedback dos utentes: De todas as sessões de cinema realizadas ao longo do nosso
estágio, esta foi a que mais comoveu os nossos utentes. Segundo os mesmos, foi o
reviver de uma época antiga, que marcou a reviravolta na história de Portugal.
Objetivo educacional: O principal objetivo na apresentação deste filme foi reavivar as
memórias dos nossos utentes sobre um período muito particular da nossa história e
significativo para todos os presentes, uma vez que o filme se centra num dos
acontecimentos mais marcantes da história recente de Portugal – a transição para a
democracia. O modo de vida daquele tempo e os contrastes com o tempo atual foram
elementos considerados na discussão proporcionada pelo filme.
75
Luz, Câmara e…Ação!: “ O Grande Elias”
Realizador: Arthur Duarte
Ano: 1950
Género: Comédia
Tempo: 118 minutos
Figura 12
Resumo: A história deste filme retrata uma família modesta constituída por três
elementos: pai, mãe e filha. Estes recebem generosas quantias de uma tia do Brasil que
os julga ricos. O ponto de viragem desta história acontece quando um dia, chega a
notícia da visita da tia do Brasil, e tudo entra em polvorosa no sentido de manterem a
mentira, uma vez que a tia julga que são ricos.
Feedback dos utentes: Os utentes gostaram do filme porque gostaram de ver a forma
como a família encontrava “falcatruas” para conseguir desviar a atenção da tia para que
ela não descobrisse a verdade.
Objetivo educacional: Segundo os utentes, o objetivo deste filme está implícito no
provérbio popular “mais vale a dor de uma verdade, do que a alegria de uma mentira”.
Isto é, segundo eles, deve dizer-se sempre a verdade. Nesta caso, a família deveria
assumir a sua condição social perante a tia, para que ela os ajudasse a ultrapassar as
dificuldades.
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Para além da nossa participação em todas as atividades já constituintes do plano de
atividades do Centro de Dia da ANAI, foi nossa preocupação inovar no campo das
atividades e proporcionar os nossos idosos momentos de lazer, onde a educação e a
formação estivessem presentes. Assim sendo, apresentamos de seguida as atividades
lúdicas e dinâmicas que realizámos ao longo do estágio:
“ Jogo do Adivinha”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 1:30h
Objetivos: Promover o convívio e a diversão;
desenvolver o raciocínio lógico e a
memória.
Nº de participantes: 12
Recursos: Materiais: Computador, tela, colunas,
tomada tripla
Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Em primeiro lugar pedimos a todos os idosos que indicassem se conseguiam
ver bem a tela (uma vez que a atividade ia
funcionar a partir dali). Posto isto, explicámos aos
idosos que o jogo se dividia por várias categorias,
nomeadamente: profissões, regiões, atores,
escritores (…). De seguida, iniciámos a passagem
de imagens ou músicas, com o intuito dos idosos
associarem a um nome ou data.
Avaliação: Os idosos sentiram algumas dificuldades nesta atividade, uma vez que ela
requer uma boa memória. No entanto, todos gostaram do exercício e pediram para que
fosse repetido.
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“ Jogo de Cultura Geral”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 1h30
Objetivos: Desenvolver o raciocínio e a
concentração; promover o trabalho em
equipa e a socialização.
Nº de participantes: 10
Recursos: Materiais: Folha de papel e dados
Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Previamente elaborou-se, em conjunto com os idosos, uma folha de papel
com uma série de questões (aproximadamente 30) sobre cultura geral. O jogo inicia-se
com o lançamento do dado, para descobrirmos qual o número da questão que o utente
irá responder. Depois do lançamento, os idosos respondem à questão de acordo com o
número que sair. Caso não saibam, podem recorrer à ajuda de outros idosos ou passar a
vez de resposta.
Avaliação: Esta atividade mostrou-se um pouco difícil para os idosos, uma vez que
algumas das questões envolviam datas e nomes que muitos deles já não se recordavam.
“Adivinhas?”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 1h00
Objetivos: Proporcionar momentos de lazer, convívio
e socialização;
Nº de participantes: 11
Recursos: Materiais: Folha de papel e computador
Humanos: Estagiárias e idosos
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Descrição: Para a realização desta atividade, e visto que o objetivo era promover um
momento de lazer, colocámos uma música de fundo escolhida pelos utentes. De
seguida, questionámos os idosos para saber se algum queria partilhar adivinhas ou
anedotas com o restante grupo. Talvez por vergonha, nenhum dos utentes quis partilhar
com o grupo. Para “quebrar o gelo”, começámos por ler umas adivinhas que retirámos
da internet e a partir daí os utentes começaram a partilhar as que se lembravam e
inclusive, partilharam algumas brincadeiras que fazíamos intervalos da escola.
Avaliação: Esta atividade funcionou muito bem. Os utentes riram-se e divertiram-se ao
ouvir e ao partilhar as anedotas e adivinhas.
“Jogo do Mikado”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 1h00
Objetivos: Desenvolver a motricidade fina,
coordenação e concentração;
Nº de participantes: 3
Recursos: Materiais: Jogo do Mikado
Humanos: Estagiária Cátia e idosos
Descrição: Para a realização desta atividade, utilizámos o jogo do mikado que já
pertencia à instituição. Perguntámos aos idosos quem queria participar na atividade, e
apenas 3 nos responderam afirmativamente. Sentámo-nos numa das mesas da sala de
convívio e iniciámos o jogo.
Avaliação: Os idosos mostraram bastantes dificuldades neste exercício, uma vez que
sentem dificuldades em realizar atividades que necessitem de desenvolver as
capacidades motoras. No entanto, acharam a atividade divertida e sentiram-se
entusiasmados com o espírito de competição.
79
“Tertúlia da vida”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 2h00
Objetivos: Promover um debate sobre temas atuais;
partilhar saberes e opiniões;
Promover a interação construtiva
Nº de participantes: 13
Recursos: Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Antes de começar à atividade, pedimos aos idosos que pensassem num
nome para a Tertúlia. Uma vez que seriam discutidos diversos temas, os idosos
decidiram que ficaria o nome de “Tertúlia da vida”. O primeiro tema a ser discutido foi
o casamento. De seguida, discutiu-se sobre o tema da política e as várias transformações
que se passaram no nosso país dentro desse mesmo tema. À medida que os idosos iam
partilhando a sua opinião, promoveu-se o diálogo entre todos.
Avaliação: Os idosos gostaram muito desta atividade, pois permitiu-lhes dar a sua
opinião sobre determinados temas, e houve até, quem partilhasse episódios da sua vida,
o que contribuiu para que se conhecessem melhor uns aos outros.
“Jogos Tradicionais”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 3h00
Objetivos: Desenvolver a motricidade fina,
coordenação e concentração; Promover o
convívio e diversão;
Nº de participantes: 12
Recursos: Materiais: Anel, cadeiras Humanos:
80
Estagiárias e idosos
Descrição: Esta atividade divide-se em duas partes:
1) Jogo do “Anelinho”: Foi pedido aos nossos idosos que colassem as suas cadeiras
na forma de U (com a nossa ajuda claro) para que ficassem mais próximos uns
dos outros. O objetivo era que todos juntassem as duas mãos, de forma a deixar
um espacinho para que o anel pudesse cair. Cada um dos utentes teve a
oportunidade de segurar o “anelinho” e deixá-lo cair na mão de outro colega. No
final, tentavam adivinhar nas mãos de quem estaria o “anelinho”.
2) Jogo do “telefone”: Os idosos continuaram com as cadeiras na forma de U para
que fosse mais fácil passarem a mensagem ao colega. O jogo iniciou-se com
uma mensagem, com o objetivo da mesma ser transmitida a todos os idosos em
forma de “segredo” (dizendo ao ouvido baixinho) para que no final,
conseguissem perceber se era a mesma que foi dita inicialmente.
Avaliação: A atividade foi um sucesso. Os idosos apreciaram muito os dois jogos, pois
segundo eles “foi reviver brincadeiras que eu tinha no recreio da escola”. Além disso,
fez com que se aproximassem um dos outros e criou-se um momento de muitos risos e
animação.
“Espelho meu, Espelho meu”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 00h30
Objetivos: Desenvolver a estimulação sensorial
através do tato;
Nº de participantes: 12
Recursos: Materiais: Caixa e espelho
Humanos: Estagiárias e idosos
81
Descrição: No início da atividade foi pedido aos idosos que fossem sinceros nas
descrições que iam fazer relativamente ao objeto que iriam ver dentro da caixa. Posto
isto, e depois de ficarem na expetativa de ver o que era, a caixa passou de mão em mão,
e todos os idosos ficaram surpreendidos ao ver um espelho. Algumas das descrições que
fizeram (sem nunca revelarem o que era) foram “ é bonito”, “cinzento”, “clarinho”. No
final, o último idoso a pegar na caixa, retirou o espelho e todos se riram.
Avaliação: Os idosos divertiram-se com esta atividade, mostrando-se entusiasmados e
curiosos para saber o conteúdo da caixa. Verificou-se que cumpriram as regras do jogo
até ao fim e colaboraram connosco.
“Jogo da Mímica”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 1h00
Objetivos: Favorecer momentos de lazer e diversão;
Reforçar a destreza física e motora;
promover a capacidade de raciocínio e
concentração;
Nº de participantes: 12
Recursos: Materiais: Cesto e papel
Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Depois de explicar aos utentes em que consistia o jogo, muitos deles se
sentiram envergonhados por ter que fazer imitações de algo em frente aos colegas. Para
“quebrar o gelo”, nós fizemos a primeira imitação. Para começar, retirámos do cesto,
um papel onde estava escrito o que iríamos imitar (neste caso, era um macaco). Depois
disso, o jogo começou a fluir de forma sistemática e apenas um dos idosos não quis
participar.
Avaliação: Nesta atividade verificou-se que alguns dos idosos têm mais dificuldade na
orientação espacial e na capacidade de raciocínio.
82
“Descreve-me”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 1h00
Objetivos: Favorecer processos de socialização;
desenvolver o raciocínio e a concentração;
Nº de participantes: 13
Recursos: Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Antes de iniciar a atividade, foi explicado que a intenção da mesma era
conhecermo-nos um pouco melhor através da descrição física ou psicológica feita pelos
colegas. De seguida, começámos por explicar aos idosos que cada um teria que pensar
num colega e descrevê-lo através de palavras, física ou psicologicamente.
Avaliação: A atividade resultou muito bem, na medida em que através das descrições
que eram feitas, todos os idosos conseguiram adivinhar quem era quem, a partir da
descrição feita.
“Quem conta um conto, acrescenta um ponto”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 1h00
Objetivos: Estimulação de capacidades cognitivas, de
memória, concentração;
Nº de participantes: 12
Recursos: Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: A atividade consistia na elaboração de uma pequena história, onde cada um
dos idosos acrescentava uma palavra ao que já tinha sido dito, repetindo toda a frase. Ou
seja, a frase começava por “Hoje”, o idoso a seguir, teria que dizer “Hoje fui”, repetindo
toda a frase que foi dita e acrescentando a última palavra.
83
Avaliação: Os idosos sentiram muitas dificuldades nesta atividade, uma vez que muitos
se esqueciam facilmente do que havia sido dito. Revelaram assim, necessidades a nível
da concentração e memória.
“Dia de São Martinho”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 3h00
Objetivos: Promover a motricidade fina, articulação
dos membros superiores e
desenvolvimento intelectual;
Nº de participantes: 10
Recursos: Materiais: Cartolina, tesoura, cola,
marcadores, folhas secas e cordel;
Humanos: Estagiária Cátia e idosos
Descrição: Antes de iniciar a atividade, foi explicado aos idosos que esta assinalava o
Dia de São Martinho, o Magusto.
Seguidamente, juntaram-se duas mesas na sala de convívio da Oficina e sentámo-nos.
Cada um dos utentes recortou uma castanha que estava desenhada numa cartolina. No
final, cada um dos utentes, colou a sua castanha numa outra cartolina, a fim de
conseguir formar a imagem um “saquinho” com várias castanhas dentro.
Avaliação: Os idosos tiveram uma participação bastante ativa nesta atividade,
esforçando-se para recortar as castanhas de uma forma correta e aprovaram o resultado
final, que foi exposto na entrada da instituição.
“É Natal, é Natal”
Local: Sala de Informática da OFCI e Sala de
Convívio da OFCI
Duração: 14h00
84
Objetivos: Estimular a destreza física, motricidade
fina, concentração e flexibilidade;
Nº de participantes: 9
Recursos: Materiais: Computador, feltro, linha,
agulha, papel, caneta, tesoura, escadote,
“fio de pesca”, fita-cola, algodão,
purpurinas
Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Esta atividade foi repartida em várias partes:
1) Encaminhámos os idosos para a sala de informática, a fim de procurarem na
internet, os símbolos que mais gostavam de ver representados no Natal
(anjinhos, estrelas, pinheiros…). Com a nossa ajuda, cada um dos utentes
escolheu o seu símbolo e retirámos o molde de cada um, para ser produzido em
feltro;
2) Depois, cada um dos utentes recortou o seu molde e nós copiámos o símbolo
para o feltro e recortámos;
3) No fim de recortados os desenhos, pedimos às utentes do centro de dia, para
coser os feltros a fim de conseguirmos
posteriormente pendurá-los nas lâmpadas
da sala de convívio e colámos nas paredes
e portas da instituição;
4) O próximo passo foi a decoração de cada
um dos símbolos. Neste ponto, apenas
duas utentes participaram na atividade, colando algodão e purpurinas em alguns
dos elementos; os restantes foram decorados por nós;
5) Por fim, foram produzidos ao todo, 6 elementos (anjo, pinheiro de natal, estrela
cadente, rena mãe, rena bebé e azevinho), sendo que cada foi copiado várias
vezes;
6) Todos os elementos foram pendurados e espalhados por toda a instituição.
85
Avaliação: O feedback dos idosos foi positivo, pois acharam que os elementos de Natal
tinham um efeito colorido e engraçado na instituição. Sentiram algumas dificuldades na
pesquisa das imagens na internet. E apesar de terem sido poucos os participantes na
atividade, e termos tido uma intervenção muito ativa nesta atividade, os utentes
revelaram-se entusiasmados e originais na decoração dos símbolos.
“A cantar é que a gente se entende”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 2h00
Objetivos: Promover a interação entre o grupo;
proporcionar momentos de lazer, convívio
e descontração;
Nº de participantes: 13
Recursos: Materiais: Livro de Cânticos Populares
Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Esta atividade consistiu em relembrar e cantar músicas tradicionais
portuguesas. Todos os idosos participaram e para além das músicas que estavam
descritas no livro, sugeriram outras para cantarmos todos juntos.
Avaliação: Todos os idosos gostaram desta atividades, e sentiram-se entusiasmados
pelos cânticos populares. É uma forma de incentivar os idosos a participar nas
atividades, uma vez que nestes contextos se coloca de lado as atividades mais formais.
“O antigamente e o hoje”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 2h00
Objetivos: Favorecer o debate sobre questões
culturais e sociais; estimulação da
86
memória
Nº de participantes: 12
Recursos: Materiais: Folha de papel, marcador,
quadro de cortiça
Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: A atividade foi preparada previamente. Escrevemos numa folha de papel
vários temas que pudessem ser discutidos relativamente às mudanças que existiram com
o passar do tempo. Por exemplo, a condição da mulher, os casamentos, a política, etc.
A atividade foi explicada aos idosos e facilmente se iniciou um debate, onde expuseram
as suas opiniões e partilharam saberes.
Avaliação: Os idosos participaram ativamente no debate. As trocas de opinião foram
“controladas” e como seria de esperar, através dos temas pré-definidos, surgiram outros,
o que tornou a sessão ainda mais interessante a nível da aprendizagem e da formação.
“Jogo do Dominó”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 00h45
Objetivos: Estimular o raciocínio, a motricidade fina,
capacidade intelectual, concentração e
cálculo mental
Nº de participantes: 3
Recursos: Materiais: Jogo do dominó
Humanos: Estagiária Cátia e idosos
Descrição: Este jogo foi realizado várias vezes ao longo do estágio, uma vez que os
utentes se sentiam descontraídos e entusiasmados na sua prática.
87
Avaliação: Os idosos gostam de praticar este tipo de atividade,
uma vez que se afasta das atividades mais formais e gostam de
competir com o colega, de forma saudável.
“Jogo do Loto”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 1h00
Objetivos: Estimular o raciocínio, a motricidade fina,
capacidade intelectual, concentração
Nº de participantes: 13
Recursos: Materiais: Jogo do Loto
Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Entrega-se a cada um dos utentes um cartão numerado de 1 a 90. As bolas
são metidas dentro de uma saco e tiradas aleatoriamente. O número que sair é dito em
voz alta e essa bola é entregue à pessoa que tiver o número no cartão. O primeiro a
preencher o cartão, ganha.
Avaliação: Esta atividade foi realizada várias vezes, uma vez que promove a interação
do grupo e proporciona um momento de lazer e descontração que os idosos tanto
gostam.
“O que será?”
Local: Sala de Convívio da OFCI
Duração: 1h00
Objetivos: Estimular o sentido do tato
Nº de participantes: 13
Recursos: Materiais: Caixa com objetos
88
diferenciados dentro (estojo, lápis, régua,
tesoura, etc...)
Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Antes do início da atividade, pediu-se a cada idoso que respeitasse as regras
do jogo e não revelasse nenhum conteúdo que estava dentro da caixa, a não ser aquele
que tinha que adivinhar. O jogo iniciou-se numa ponta da sala, e o objetivo era que cada
idoso colocasse a mão dentro da caixa, e através do tato, adivinhasse qual o objeto que
estava a tocar.
Avaliação: Segundo os idosos, esta atividade foi muito divertida e engraçada porque
estavam curiosos para saber o que estava dentro da caixa e porque proporcionou mais
um momento de estimulação e diversão.
“Atira e vê se acertas”
Local: Pátio da Oficina do Idoso da ANAI
Duração: 1h00
Objetivos: Estimular o desenvolvimento motor;
treino da concentração e noção espacial;
desenvolver o espírito de competição
saudável;
Nº de participantes: 10
Recursos: Materiais: balde de plástico, 6 argolas
coloridas
Humanos: Estagiária Cátia e idosos
Descrição: Antes de iniciar a atividade, foi explicado aos idosos que teriam que se
deslocar para o pátio para poderem nela participar. Depois da deslocação de todos,
começámos por dividi-los em duas equipas: equipa azul e equipa vermelha (cada uma
constituída por 5 elementos). Posto isto, o jogo iniciou-se. Cada uma das equipas tinha
89
que acertar com a argola coloridas dentro do balde para poder pontuar. Por cada argola
que entrasse no balde, era dado um ponto à equipa.
Avaliação: Os idosos gostaram desta atividade porque lhes permitiu estar ao ar livre e
trabalhar em equipa. Para além disso, contribuiu para desenvolver o espírito de trabalho
em equipa e o espírito de competição.
“Construção de quadras”
Local: Sala de Convívio da ANAI
Duração: 4h00
Objetivos: Estimular o raciocínio, capacidade
intelectual, concentração
Nº de participantes: 10
Recursos: Materiais: Bloco de notas, caneta,
isqueiro, cola, impressora
Humanos: Estagiária Cátia e idosos
Descrição: Esta atividade dividiu-se em duas partes:
1) Foi pedido aos utentes que cada um indicasse uma caraterística sua ou algo que
o representasse; depois de recolhidas todas as sugestões, em conjunto com os
utentes, elaborámos uma quadra sobre cada um dos idosos do centro de dia;
2) Inserimos todas a quadras no computador e pedimos à Dr.ª Sónia que a
imprimisse. Foram assim impressas num papel do estilo “carta antiga” o que deu
ainda mais ênfase à atividade. Depois disto, com um isqueiro, queimámos o
rebordo das folhas de papel (uma para cada carta) e distribuímos todas as
quadras pela sala de convívio, a fim de a embelezar.
Avaliação: A atividade resultou muito bem, na medida em que através das caraterísticas
que todos os idosos fizeram de si mesmos, alguns utilizando a ajuda de colegas,
conseguiu-se construir quadras que descrevem cada um dos utentes.
90
“Vamos brincar ao Carnaval”
Local: Sala de Convívio da ANAI
Duração: 6h00
Objetivos: Estimular a motricidade fina e o
desenvolvimento intelectual; desenvolver
competências de trabalho de equipa
Nº de participantes: 11
Recursos: Materiais: Computador, impressora, feltro,
tesoura, algodão, purpurinas, brilhantes,
lápis
Humanos: Estagiárias e idosos
Descrição: Antes do iniciar a atividade, foi dito aos idosos que esta era alusiva ao
Carnaval e que posteriormente seriam usadas no Baile de Carnaval.
A atividade foi dividida em 3 partes distintas:
1) Pesquisa de mascarilhas de Carnaval na internet. Nesta primeira parte, dividimos
os idosos em 3 grupos (2 grupos de 4 elementos e um de três). Deslocámo-nos
com um grupo de cada vez à sala de informática da OFCI, e cada um dos utentes
escolheu através do google, a mascarilha de Carnaval que gostava de elaborar
para usar no baile;
1) Escolhidas as mascarilhas, pedimos à Dra. Sónia para que as imprimisse, a fim
de cada utente recortar o molde da sua, para copiar para o feltro. Assim sendo, a
maioria dos utentes recortou o seu molde (ainda que com a nossa ajuda) e depois
nós copiamos a lápis cada mascarilha para o feltro.
2) Por fim, cada um dos utentes decorou a sua mascarilha a seu gosto, utilizando os
materiais disponíveis (algodão, brilhantes, purpurinas).
Avaliação: Os idosos divertiram-se com esta atividade, mostrando-se entusiasmados
com o facto de poderem decorar a mascarilha a seu gosto, apesar de na sua maioria
terem revelado algumas dificuldades nos recortes.
91
“Vamos ver se me descobres”
Local: Sala de Convívio da ANAI
Duração: 1h00
Objetivos: Estimular a memória, concentração,
desenvolvimento intelectual e raciocínio
Nº de participantes: 4
Recursos: Materiais: Cartões com imagens de frutas
(um par de cada fruta)
Humanos: Estagiária Cátia e idosos
Descrição: Para a realização desta atividade, utilizámos cartões com imagens de frutas
(pares de fruta). Colocámos todos os cartões em cima da mesa, e depois de os baralhar,
virámo-los para baixo. O objetivo era os idosos conseguirem encontrar todos os pares
de fruta.
Avaliação: Os idosos revelaram muitas dificuldades na realização desta atividade. O
raciocínio e a memória são pontos que revelaram ter que ser muito trabalhados.
“A arte de saber-fazer”
Local: Sala de Convívio da ANAI
Duração: 1h00
Objetivos: Desenvolver a motricidade fina e a
agilidade; estimular a memória e a
estimulação sensorial;
Nº de participantes: 2
Recursos: Materiais: Folhas de papel A4
Humanos: Estagiária Cátia e utente Sr. J.
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Descrição: Esta atividade foi apenas direcionada para um utente, o Sr. J. A., uma vez
que é cego e necessita de um acompanhamento um pouco diferente. A atividade dividiu-
se em duas partes:
1) Reavivar memórias. Foi pedido ao idoso que através das
suas memórias, se situasse num sítio específico, e
descrevesse o que sentia, quais as sensações, os cheiros, etc..
O idoso referiu uma praia da região do Algarve, onde sentia
o cheiro da maresia, ouvia as gaivotas e os barcos a passar.
2) De seguida, pedimos que tentasse expressar numa folha de
papel tudo o que tinha descrito ou algo que quisesse
desenhar. Os resultados finais foram a construção de um barco e uma gaivota, e
o desenho de um burro, um automóvel, um cavalo e uma gaivota na praia (ver
anexo II)
Avaliação: Boa participação do idoso na atividade, uma vez que dentro das suas
limitações visuais, cumpriu com sucesso a atividade7.
“Jogo das Cadeiras”
Local: Sala de Convívio da ANAI
Duração: 00h45
Objetivos: Estimular a coordenação físico-motora;
Promover a motricidade, a mobilidade e a
coordenação
Nº de participantes: 12
Recursos: Materiais: 11 cadeiras
Humanos: Estagiária Cátia e idosos
7 As fotografias destas atividade encontram-se no anexo II.
93
Descrição: Em primeiro lugar foi referido que a atividade pretendia que os utentes
fossem rápidos e se movessem com alguma rapidez. De seguida, foi escolhido por todos
um CD de música, com o objetivo de serem essas as músicas que a tocar durante o jogo.
Posto isto, colocámos as onze cadeiras em roda e explicámos aos idosos que o objetivo
do jogo é conseguirem sentar-se numa cadeira, sem nunca ficarem em pé. Uma vez que
eram 12 utentes e só havia 11 cadeiras, um deles iria perder e sair do jogo caso não
ficasse com uma cadeira.
Avaliação: As atividades relacionadas com o exercício físico, no caso dos utentes do
Centro de Dia da ANAI, revelam as dificuldades que os utentes têm em termos de
mobilidade. No entanto, e apesar das dificuldades, são sempre apreciadas pelos idosos.
Esta atividade revelou-se divertida e proporcionou momentos de diversão e interajuda
entre todos.
“Colorir a ANAI”
Local: Sala de Convívio da ANAI
Duração: 12h00
Objetivos: Desenvolver a motricidade fina, a
concentração, a destreza manual;
promover situações de convívio e
interação;
Nº de participantes: 12
Recursos: Materiais: computador, papel autocolante,
canetas, tesouras, mesas, cadeiras, lápis
Humanos: Estagiária Cátia e idosos
Descrição: A realização desta atividade foi das mais duradoras porque
envolveu um grande trabalho em equipa e necessitou de ser dividida em
várias fases.
94
1) Foi explicado aos utentes que esta atividade pretendia dar cor à instituição, mais
precisamente à sala de convívio, onde os utentes passam a maior parte do seu
tempo;
2) Dirigimo-nos à sala de informática e escolhemos através do Google, imagens de
vasos de flores que pudéssemos imprimir para fazer de molde para a atividade;
imprimimos os moldes e entregámos a cada um dos utentes um molde;
3) De seguida, colocámos duas mesas no centro da sala de convívio e pedimos aos
idosos que se sentassem em volta delas. Depois, cada um deles desenhou o
molde no papel autocolante e no final cortaram o seu molde;
4) Assim, sucessivamente, reunimos uma boa quantidade de flores e vasos que nos
permitiram embelezar as janelas e portas da instituição, dando assim cor à
mesma.
Avaliação: Os idosos divertiram-se bastante na realização desta atividade, mostrando-se
entusiasmados e concentrados a fim de conseguir cortar os moldes corretamente. Além
disso, permitiu fortalecer as relações interpessoais entre os idosos e os estagiários, uma
vez que durante a realização da atividade, surgiram conversas informais.
“Dar cor à vida”
Local: Sala de Pintura e pátio da ANAI
Duração: 6h00
Objetivos: Desenvolver a motricidade fina, a
concentração, a destreza manual;
capacidade motora; trabalho em equipa;
promover situações de convívio e
interação;
Nº de participantes: 8
Recursos: Materiais: garrafas de plástico, tintas,
pincéis, panos, rolhas
Humanos: Estagiária Cátia e idosos
95
Descrição: Esta atividade dividiu-se em duas partes (dias distintos):
1) Em primeiro lugar, foi explicado aos utentes que teriam de se deslocar para a
sala de pintura e que cada um tinha que pintar uma garrafa de plástico da forma
que quisesse;
2) Já instalados na sala da pintura, foi distribuído por cada utente uma garrafa de
plástico, uma rolha e um pincel;
3) Cada um coloriu a garrafa à sua maneira, utilizando várias cores e pedindo ajuda
aos estagiários e aos colegas mais próximos;
4) Por fim, a garrafas foram colocadas ao sol para que pudessem secar para o dia
seguinte;
Segunda parte:
5) No dia seguinte, foi explicado aos utentes que a atividade seria realizada no
pátio da instituição e que seria necessário alguma mobilização para a realização
da mesma;
6) Na sua maioria os utentes aderiram e dirigimo-nos para o pátio, onde foram
feitas duas equipas: a equipa amarela e a equipa vermelha;
7) A atividade consistiu em acertar com uma argola colorida, em alguma (ou
várias) garrafas de plástico que se encontravam em cima do muro, que tinham
sido pintadas no dia anterior pelos utentes;
8) A equipa que colocasse mais argolas nas águas era a grande vencedora.
Avaliação: Segundo o feedback dos idosos participantes, a atividade resultou num
momento de convívio e diversão, que permitiu a deslocação ao pátio para “apanhar ar
fresco” e vinculou laços de amizade, partilha e trabalho de equipa entre os idosos e os
estagiários.
Para além das atividades educativas e formativas que decorreram
durante o nosso estágio, também participámos nas viagens ao longo do
ano que são organizadas pela A.N.A.I e destinadas aos utentes do
Centro.
Uma das viagens realizadas foi a Sé Velha de Coimbra8, sendo esta
planeada pelos estagiários com a ajuda da Diretora Técnica, Dr.ª Sónia
8 As fotografias desta atividade encontram-se no anexo I.
96
Vinagre. Esta decorreu no dia 13 de abril, quarta-feira, tendo início às 10h30. Chegados
à Se Velha, fomos acompanhados por um guia turístico, que nos apresentou um pouco
da história do monumento, nos guiou pela igreja e por fim, nos proporcionou a visita
aos jardins. O feedback da visita foi muito positivo por parte dos idosos, sendo ela
ligada intimamente à religião.
Outra das viagens em que participámos foi na ida ao Centro de
Interpretação Ambiental na Mealhada9, onde passámos uma manhã
dedicada ao ar puro e ao passeio entre árvores. Participámos também numa
atividade direcionada à cultura geral no campo da agricultura. Esta atividade
era semelhante ao “Quem quer ser milionário”, um jogo de questões do foro
geral, designando-se de “Moleiro”. Formámos duas equipas, e por cada
resposta acertada, a equipa recebia um feijão. No final, quem acumulasse
mais feijões, era o grande vencedor do jogo. Foi uma atividade lúdica, muito
interessante do ponto de vista cultural que promoveu mais um momento de convívio e
interação entre todos.
Depois um almoço no parque de merendas da cidade dirigimo-nos ao Centro Social de
Santa Comba na Mealhada, onde iríamos representar a peça de teatro que andávamos
a ensaiar há alguns meses “Casamento por conveniência”, aos utentes do centro de dia.
O objetivo foi proporcionar uma tarde de convívio e interação entre todos.
Foi do nosso interesse, participar em todas as feiras e projetos relacionados com
voluntariado que se desenrolem na A.N.A.I. como tal, estivemos presente na Exposição
e Venda de Natal, que decorreu no mês de dezembro na baixa de Coimbra, nas
instalações do metro mondego e também na Feira de Voluntariado da Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação, onde representámos a instituição,
acompanhadas de panfletos sobre as valências da instituição e as suas ofertas. Sendo o
nosso estágio direcionado para um contexto educativo e formativo de educação e
formação de adultos, colocámos a hipótese de realizar um livro/portfólio sobre as
experiências escolares dos utentes e recolhemos assim junto dos utentes da oficina do
idoso, episódios importantes da sua vida a nível educativo, para resinificação de
9 As fotografias desta atividade encontram-se no anexo I
97
momentos anteriores e elaboração de um livro biográfico de experiências escolares
cultural e historicamente enraizado. De seguida, apresentamos o livro elaborado:
“Os meus tempos de
Escola”
Recordar é viver
Estagiária Cátia Mendes
Mestrado em Ciências da Educação
Ano Letivo 2015/2016
98
Introdução
No âmbito do estágio curricular na área de Educação e Formação de Adultos,
direcionado para a Gerontologia Educativa, integrado no Mestrado em Ciências da
Educação, achámos relevante pôr em prática a elaboração de um Livro onde
estivessem presentes os testemunhos dos utentes da Oficina do Idoso da Associação
Nacional de Apoio ao Idoso relativamente aos seus tempos de escola.
O objetivo da elaboração do livro foi proporcionar aos utentes da Oficina,
momentos que lhes permitissem exercitar a memória, ressignificar as suas experiências
e criar um espaço de momentos de partilha de saberes e perspetivas com o
envolvimento de todos.
Para o efeito, foi-lhes pedido que desenhassem numa folha em branco, a sua
escola, os seus colegas e os espaços que a rodeavam. A maioria dos utentes conseguiu
lembrar-se de tudo o que lhes foi pedido, mas mostraram algumas dificuldades em
retratar em desenho e no papel as suas experiências. No entanto, cada um deles, com
o apoio e incentivo da formadora Cátia Mendes e colaboração da estagiária Joana
Albuquerque, conseguiu realizar o seu desenho e demonstrar o seu testemunho, num
ambiente que acabou por se tornar agradável, concentrado e estimulante.
Em termos de trabalho e discussão gerados, o feedback proporcionado pelos
utentes do Centro de Dia, ao participarem na elaboração deste livro, permitiu
perceber que ao recordarem aspetos da sua vida a nível escolar, dos quais já não
falavam há muito tempo, se tornou uma atividade bastante significativa. Para isso
também contribuiu o facto de terem trabalhado em grupo, que é o que a maioria
dos utentes mais gosta de fazer. O livro será cedido à instituição, a fim de poder ser
visto e consultado sempre que quiserem.
99
Testemunho da utente “Alegria”
“Nos meus tempos de escola, a disciplina que gostava mais era
ciências porque adorava estudar o corpo humano. A minha mãe era
quem me ajudava nos estudos. A escola tinha boas condições e na sala
de aula, os professores eram rígidos e havia muita disciplina. Eu gostava
de ter tudo em ordem, era muito organizada. Tive pena de deixar de
estudar. Só frequentei a escola até ao 5ºano mas tinhas boas notas. “
(“Alegria” 61 anos)10
10 Por uma questão de ética, de assegurar a confidencialidade e anonimato das pessoas, os nomes dos utentes foram substituídos por pseudónimos.
100
Testemunho da utente “Maria da Paz”
“Quando andava na escola, não gostava nada de letras. Ainda hoje não
gosto. Gostava muito de fazer “contas ”. A mochila era uma talega e
levava lá dentro os livros e o almoço que era broa com sardinha e um
bocadinho de queijo. Quem me ajudava nos estudos eram os rapazes
que andavam na tropa. O meu pai aprendia também com eles.”
(“Maria da Paz”, 79 anos)
101
Testemunho da utente “Maria da Luz”
“Frequentei a escola até à 4ª classe porque não quis estudar mais.
A minha disciplina favorita era matemática, sempre gostei de fazer
“contas”. A escola onde estudei tinha boas condições, era tipo um colégio:
almoçávamos e lanchávamos lá. Brincávamos no recreio e tínhamos
duas contínuas a vigiar-nos. Na sala de aula, utilizávamos a ardósia,
onde a professora mandava resolver os problemas e se tivessem mal, a
professora apagava e fazia de novo. “
(“Maria da Luz”,65 anos)
102
Testemunho da utente “Maria de Jesus”
“Andei na escola da Praia do Ribatejo até ao 9.º ano, e só deixei
de estudar para ir trabalhar. Aliás, cheguei a estudar e a trabalhar ao
mesmo tempo. Gostava muito de letras e tinhas notas boas. Nunca tive
problemas com os professores, nunca chumbei com nenhum.
No recreio, brincava à cabra cega, ao lencinho, ao pião, à macaca
e ao berlinde. Quem me ajudava nos estudos era o meu pai. “
(“Maria de Jesus”, 64 anos)
103
Testemunho do utente “Josefino”
“A minha escola ficava para os lados de Pombal, na Almagreira.
Andei na escola até à 4.ª classe. Não gostava de estudar. Levava uma
saca com livros, com lápis, caneta. A minha professora já era “velha”. Sai
da escola para ir trabalhar para o campo, a cultivar.”
(“Josefino”, 86 anos)
104
Testemunho da utente “Maria Constança”
“Nunca andei na escola. Quando era pequena, vivia em Ançã e
trabalhava no campo com a minha família. Cultivávamos azeitonas,
batatas, tudo o que fosse preciso.”
(“Maria Constança” , 74 anos)
105
Testemunho do utente “Joaquim”
“A minha escola era em Lisboa. Era um colégio de freiras no Estoril.
Estudei até ao 4º ano e a disciplina que mais gostava era matemática.
Era tão reguila que passava muito tempo de castigo, virado para a
parede com orelhas de burro. No recreio, brincava ao arco, à bola,
gacheta, saltava ao eixo, jogava às escondidas e brincava com o peão e
ao berlinde.”
(“Joaquim”, 77 anos)
106
Testemunho da utente “Alberta”
“Andei na escola algum tempo, já não me lembro ao certo até que
ano foi. Não gostava muito de letras mas a minha professora dizia que
era boa a fazer contas. A minha professora dizia “Lá vem a minha aluna
que é boa de contas”. Levava os livros numa saca de rede. Sai da escola
para criar uma irmã. “
(“Alberta”, 92 anos)
107
Testemunho da utente “Júlia”
“Andei na escola de São Bartolomeu até ao 3º ano e gostava de
estudar mas tive que desistir para tomar conta da minha irmã. Fugia de
casa para ir para a escola, adorava estudar. No recreio, brincava ao jogo
da macaca, às escondidas, à cabra cega e à bola. A disciplina que eu
gostava mais era de português. Levava uma sacola onde tinha a lousa e
o giz. “
(“Júlia”, 77 anos)
108
Este objetivo é, no seguimento dos anteriormente apresentados, a representação das
competências que é necessário desenvolver no campo da Educação e Formação para que
as atividades tenham o sucesso esperado. Assim, e por fim, apresentamos o 3º Objetivo
Geral: Adquirir competências no domínio da Educação e Formação de Adultos.
Quadro 4 – 3º objetivo Geral desdobrado em objetivos específicos e operacionais
Objetivos Específicos Objetivos Operacionais
3.1. Dominar os métodos de trabalho
mais adequados para trabalhar com a
população idosa.
3.1.1. Estimular as capacidades
cognitivas, relacionais, sensoriais e
psicomotoras dos idosos da oficina.
3.1.2 Planear, organizar e levar a efeito
sessões informativas/formativas sobre
temas relevantes para os idosos em
Centro de Dia;
3.1.3. Acompanhar os utentes em todos
os processos de aprendizagem, a fim de
esclarecer dúvidas.
3.2. Respeitar o tempo de aprendizagem
de cada utente.
3.2.1. Auxiliar os utentes em todas as
suas dificuldades, respeitando o seu ritmo
e tempo de aprendizagem.
3.3. Demonstrar capacidades para a
realização de uma investigação científica
no âmbito das Ciências da Educação, na
área de Educação e Formação de
Adultos.
3.3.1. Elaborar um trabalho de
investigação11 na área da Educação e
Formação de Adultos de forma a utilizar
a Gerontologia Educativa como recurso à
promoção do desenvolvimento cognitivo,
sensorial e psicomotor.
Esta é a fase final do projeto, onde é necessário ter a consciência que adquirimos
competências na área da Educação e Formação de Adultos, e crescemos enquanto
profissionais das Ciências da Educação. 11 O projeto de investigação será apresentado no capítulo V.
109
Capítulo IV
Avaliação
110
Heteroavaliação
No final da implementação de um projeto, é vantajoso realizar uma avaliação que nos
permita refletir sobre o trabalho realizado, o alcance das metas e dos objetivos pré-
estabelecidos, a fim de perceber qual a importância do projeto concebido.
Avaliação dos Idosos
A avaliação das atividades realizadas ao longo do estágio na instituição foi concretizada
de um modo predominantemente informal, através de diálogos e da observação. No
final de cada atividade, os idosos partilhavam sempre as suas dúvidas e opiniões sobre a
atividade realizada e davam sugestões sobre como melhorar para uma próxima vez.
Adotámos sobretudo esta estratégia, dado resultar bem com pessoas com um nível
socioeducativo em geral baixo.
No que diz respeito à realização das atividades, todos os idosos, funcionários e
estagiários contribuíram de uma forma positiva para que fosse possível a sua
concretização. Os recursos materiais fornecidos pela instituição, nomeadamente a tela,
os computadores, retroprojetor e as tomadas foram fundamentais para todas as sessões
de in (formação) realizadas.
Foi explicado desde início qual seria o nosso projeto, em que consistia e que a
participação de todos viria a ser fundamental para poder concretizá-lo. Neste ponto,
todos os idosos demonstraram interesse e empenho nas atividades desenvolvidas ao
longo do estágio.
De uma forma geral, a avaliação das atividades por parte dos idosos foi muito positiva,
na medida em que lhes permitiu fugir da rotina, “fazer coisas novas”, trabalhar funções
cognitivas e motoras que haviam entrado em declínio (em alguns casos) e também
permitiu promover o trabalho em equipa, a cooperação e o sentido de responsabilidade
no cumprimento das regras estipuladas para cada atividade.
Avaliação do Orientador do local de estágio
111
A Dra. Sónia Vinagre acompanhou sempre o desenvolvimento das atividades que foram
realizadas ao longo do estágio, bem como foi uma ajuda preciosa para a realização das
mesmas, graças à sua longa experiência e aos seus pertinentes conselhos. De seguida,
apresentamos a grelha de avaliação de competências transversais relativas ao nosso
desempenho como estagiária, aprovada pela FPCEUC para avaliação dos estágios
curriculares:
Grelha de avaliação de competências transversais relativas à estagiária:
112
Autoavaliação
O nosso primeiro dia na Oficina do Idoso da ANAI resume-se a dois sentimentos:
ansiedade e receio. Sentíamo-nos ansiosa pelo começo de mais uma etapa e receosa
porque não sabíamos quais as dificuldades que iríamos encontrar.
A adaptação à instituição, ao seu funcionamento e rotinas foi algo que ultrapassámos
com facilidade, no sentido em que foi-nos dado todo o apoio e ajuda necessários para
que tal acontecesse.
Contudo, tudo aquilo que estava relacionado com o trabalho de intervenção com os
idosos era para nós um campo desconhecido. O nosso primeiro passo neste sentido foi
estreitar a relação com os idosos, conhecê-los melhor e compreender as suas
necessidades, e de que forma nós os poderíamos ajudar.
Assim sendo, numa fase inicial, preocupámo-nos em dominar as normas, procedimentos
e rotinas da instituição, através da observação e de diálogos informais com a diretora
técnica da instituição e das funcionárias da Oficina.
A primeira dificuldade que encontrámos foi estabelecer um horário para a caminhada
matinal, visto que era algo que os idosos não estavam habituados a praticar e nem todos
aderiram logo de início à atividade. No entanto, e após uma conversa entre nós e os
idosos, estabelecemos o horário da caminhada e consoante as possibilidades motoras ou
disposição dos idosos seria definido diariamente o percurso da mesma.
Depois da adaptação inicial, começámos por planear todo o projeto e as respetivas
atividades a realizar durante o período de estágio. Em concordância com a Dra. Sónia
Vinagre e os idosos, e tendo em conta os horários pré-estabelecidos das atividades já
enraizadas na instituição (aulas de hidroginástica, ginástica, teatro e pintura), não foi
difícil chegar a um acordo relativamente à disponibilidade de horário para concretizar as
nossas atividades.
Na implementação das mesmas, a maior dificuldade por nós encontrada, era conseguir a
participação de todos os idosos. Devido às suas incapacidades motoras e cognitivas,
alguns idosos sentiam-se receosos quanto à participação nas atividades, sendo nossa
função incentivá-los a superar os medos, o que conseguimos com sucesso. À medida
113
que as atividades eram realizadas, é importante realçar que o espírito de interajuda e o
trabalho em equipa foram também reforçados e permitiram um maior sucesso no
cumprimento das atividades.
Relativamente às relações interpessoais, podemos referir que existiu sempre um bom
ambiente entre nós, as funcionárias da instituição e os utentes, o que facilitou a
concretização das atividades do nosso projeto. Referimos ainda que sempre que foi
necessário, prontificámo-nos a colaborar nas atividades já existentes na instituição,
como almoços de convívios, lanches, etc…
Por fim, podemos concluir que a nossa autoavaliação é bastante positiva, tendo em
conta que as atividades estabelecidas foram cumpridas com sucesso e a nossa relação
com os idosos do centro de dia da ANAI, cresceu de dia para dia consoante o que
estávamos dispostos a partilhar entre todos.
114
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Simões, A. (2006). A nova velhice: Um novo público a educar. Porto: Âmbar.
115
Capítulo V
Projeto de
Investigação
116
Resumo
O projeto de investigação foi realizado no âmbito do estágio curricular do Mestrado em
Ciências da Educação da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da
Universidade de Coimbra. Este diz respeito a uma investigação que tem por objetivo
perceber qual é a satisfação com a qualidade dos serviços prestação pela ANAI no que
respeita Oficina do Idoso.
Trata-se de um estudo não experimental, em que os dados foram recolhidos através de
um questionário, constituído por 31 questões, aplicado a 11 utentes na faixa etária dos
61 aos 86 anos.
Esta investigação perspetiva uma melhoria na prestação da qualidade dos serviços
prestados na instituição, contribuindo assim para o bem-estar dos idosos do centro de
dia da ANAI.
É de salientar que, segundo os resultados obtidos, os idosos estão, em geral, satisfeitos
com a prestação de serviços que recebem, sendo que o elemento mais crítico é a sua não
participação na elaboração das ementas alimentares.
Palavras-chave: Avaliação da satisfação; Qualidade de serviços; Centro de Dia;
Oficina do Idoso
117
Abstract
This research project is a request for the conclusion of the Master in Educational
Sciences, in the Faculty of Psychology and Educational Sciences of the University of
Coimbra. The research aims to investigate the satisfaction of the elders that daily attend
the Day Centre of Oficina do Idoso with the quality of the several services provided by
ANAI.
A non-experimental study was carried out through a questionnaire, composed by
31 structured questions, with a sample of 11 elders whose age ranged from 61 to 86
years old.
It is noteworthy that according to the obtained results, the elders are in general
very satisfied with the services provided, although they felt that concerning the meals
was essential that they participate more in the making the menus.
Key words: Satisfaction evaluation; Quality of services; Day Centre; Older
people/elders
118
Introdução
Este projeto de investigação resultou de inúmeras conversas informais com os idosos e
também com um corpo ativo da Associação Nacional de Apoio ao Idoso, a Diretora
Técnica, Drª Sónia Vinagre, sendo assim direcionado para ir ao encontro de uma
necessidade sentida pela instituição.
Assim, a investigação destina-se a perceber qual é a Satisfação com a Qualidade de
Prestação de Serviços da Associação Nacional de Apoio ao Idoso, segundo os idosos.
Em conversa com a Diretora Técnica, percebemos que esta era uma necessidade
premente da instituição, uma vez que esta serve de “segunda casa” para os seus idosos,
e, naturalmente, é considerado importante que estes se sintam bem servidos e o seu
bem-estar esteja assegurado.
Tendo em conta o crescente envelhecimento da população, serão cada vez mais os
idosos, e suas famílias, que procurarão uma instituição que os acolha em contexto de
centro de dia e os faço sentir ativos.
A associação Nacional de Apoio ao Idoso para além das valências que dispõe necessita
cada vez mais de captar e ligar mais pessoas à instituição, a fim de promover uma
intervenção diária, através de atividades educativas e formativas, que promovam o
convívio e o lazer. Com este estudo, pretende-se atrair população à instituição,
demonstrando a satisfação dos idosos que integram o centro de dia da ANAI,
favorecendo o bom ambiente institucional e o leque de escolhas formativas que existe.
A população em estudo tem idades compreendidas na faixa etária dos 61 aos 86 anos, e
os níveis de escolaridade não são muito elevados, variando entre a 2.ª classe e o 9º ano
de escolaridade, tendo ainda um idoso analfabeto. Outro aspeto a ter em conta é o facto
de todos os idosos se terem voluntariado para participar no estudo, revelando assim a
sua concordância com este.
Concluindo, a problemática principal desta investigação é identificar a satisfação com a
qualidade de prestação de serviços da ANAI, no âmbito da Oficina do Idoso, e em
função dos resultados, implementar mudanças ou melhorias, para que a prestação de
cuidados seja eficiente.
119
1. Método
1.1. Investigação
A investigação em estudo foi levada a cabo tendo em conta os seus objetivos e
problemática, e implicou assim um plano não-experimental descritivo, uma vez que não
houve qualquer tipo de manipulação das variáveis, e o que se pretendeu foi a
identificação do grau de satisfação com os serviços prestados. Assim sendo, o método
utilizado para avaliar a Qualidade de Satisfação de Prestação de Serviços da ANAI, foi
o questionário12.
1.2. Participantes
Os participantes13 neste estudo são utentes do centro de dia da Associação Nacional de
Apoio ao Idoso, e têm idades compreendidas na faixa etária dos 61 aos 86 anos, com
uma média de 73.72 e desvio padrão de 8.38. Na sua maioria são do sexo feminino
(81.8%), tendo apenas dois participantes do sexo masculino (18.2%).
12 O questionário encontra-se no Anexo III. 13 Decidimos direcionar a nossa investigação apenas para os utentes do centro de dia da ANAI, porque foi a população com que trabalhámos durante o ano de estágio, e são aqueles que regularmente usufruem dos serviços da instituição.
120
Para melhor explicitar a frequência de sexo dos participantes, apresentamos de seguida
o gráfico correspondente:
Figura 13
1.3. Técnica de recolha de dados
Como já referido anteriormente, para recolher os dados necessários para a investigação
em estudo, foi elaborado um questionário com 31 questões, com apenas respostas
fechadas, respondidas através da seguinte escala:
Nunca R- Raramente AV – Algumas vezes MV- Muitas vezes S- Sempre
Optámos por este tipo de recolha de dados por ser acessível, simples e por se tratar de
uma amostra com nível de escolaridade baixo, facilitando assim a resposta às questões,
que são de fácil compreensão e fechadas.
Deste modo, a construção do questionário teve em consideração as características
sociodemográficas de a quem se dirigia, apresentado a seguinte estrutura:
121
o Cabeçalho - Apresentação da investigação: foi apresentado o objetivo da
investigação, a entidade promotora e a escala de respostas;
o Dados sociodemográficos: neste caso, achámos relevante saber a idade, o sexo
e o nível de escolaridade dos participantes. É importante conhecer o público-
alvo, bem como os seus gostos e necessidades.
o Questões do inquérito: Para evitar vieses de resposta (aquiescência), optámos
pela aleatorização das questões no questionário, apesar de estas estarem
agrupadas por categorias, sendo elas:
a) Alimentação (correspondem às questões 3, 8, 9, 12 e 16).
b) Cuidados e serviços (correspondem às questões 2, 5, 6, 7, 10, 11, 15, 18, 19,
21, 23, 24, 28, 29, 30 e 31).
c) Atividades (correspondem as questões 1, 4, 13, 14, 17, 20, 22, 25 e 26).
Tabela 20: Tabela com as categorias do questionário e respetivas questões
A) Alimentação
3 Na instituição está satisfeito com os horários em que as refeições são servidas?
8 A minha alimentação é adequada às minhas condições de saúde.
9 As refeições são sempre servidas à temperatura adequada?
12 Estou satisfeito com as refeições que me são servidas.
16 Participo na elaboração das ementas.
B) Cuidados e Serviços
2 Os colaboradores estão devidamente identificados?
5 A assistência medicamentosa é assegurada de acordo com as indicações médicas.
6 Os horários estabelecidos na instituição são cumpridos?
7
Os colaboradores vestem-se de forma apropriada ao desempenho das suas
funções?
10 Os colaboradores têm os conhecimentos necessários para me prestarem cuidados.
11 Todos os serviços respeitam a minha privacidade e intimidade.
15 Estou satisfeito com os cuidados de saúde que me são prestados.
18 Todos os serviços respeitam os meus hábitos do quotidiano.
19 O plano de cuidados de saúde corresponde às minhas necessidades.
21 Considero boa opção receber estagiários na Oficina do Idoso.
23 Estou satisfeito com os cuidados de higiene que me são prestados.
24 Todos os colaboradores são atenciosos e mostram-se disponíveis.
27 Estou satisfeito com os serviços de transporte que a ANAI disponibiliza.
122
28 As minhas reclamações são sempre respondidas.
29 São respeitados os meus ritmos nos cuidados de saúde e higiene prestados.
30 Aos meus problemas são sempre apresentadas soluções.
31 Em geral estou satisfeito com o Centro de Dia.
C) Atividades
1 Sente-se satisfeito com a prestação de serviços que recebe na ANAI?
4 Estou satisfeito com as atividades da ANAI.
13 Gosto de participar nas atividades propostas por estagiários.
14 Considero importante que haja um leque de escolhas para atividades.
17 Estou satisfeito com o tipo de atividades realizadas na Oficina do Idoso.
20 Participo ativamente nas atividades propostas pela instituição.
22 Participar nas atividades propostas, faz-me sentir ativo.
25 Sou sempre avisado com tempo aquando da mudança de uma atividade.
26 Os estagiários revelaram-se inovadores e prestáveis nas atividades.
1.4. Procedimentos
A presente investigação foi sugerida pela Dra. Sónia Vinagre, diretora técnica da
instituição, a fim de se conhecer a satisfação dos idosos com o centro de dia da ANAI
relativamente à qualidade da prestação de serviços.
O questionário foi delineado em conjunto por nós, a diretora técnica da instituição e a
professora orientadora do nosso estágio na FPCEUC. Foram escolhidas as questões e
realizado um teste piloto com dois idosos da instituição. Optou-se por usar o
questionário como recolha de dados para a investigação, precisamente por facilitar a
interpretação dos dados, em especial sendo o questionário composto por questões
fechadas (não permite a divagação nas respostas). Pretende-se assim responder à
seguinte questão: Qual é a satisfação da Qualidade de Prestação de Serviços
prestados na Associação Nacional de Apoio ao Idoso?
O questionário foi direcionado para os utentes do centro de dia da ANAI, uma vez que
são eles que usufruem dos serviços e cuidados da instituição. Estes foram entregues a
cada um dos utentes, consoante a sua disponibilidade para o preenchimento do mesmo.
O respetivo preenchimento teve a duração de aproximadamente uma semana, sendo que
os estagiários, sempre que necessário, ajudavam os idosos no seu preenchimento,
123
clarificando melhor o teor das perguntas. Uma das idosas é analfabeta e, como tal,
preencheu o seu questionário, através da leitura das questões feita pelos estagiários.
É de salientar que para a realização dos questionários foi sempre assegurada a
confidencialidade das respostas dos participantes, não sendo identificados no
instrumento de avaliação.
2. Resultados
São agora apresentados e discutidos os resultados obtidos.
Analisando agora o nível de escolaridade, os resultados obtidos são que os participantes
têm maioritariamente o 4º ano, seguidos pelo 9º ano. Apresentamos de seguida o gráfico
relativo ao nível de escolaridade, sendo que a frequência é o número de idosos que tem
o respetivo ano de escolaridade:
Figura 14
Como já foi referido anteriormente, o questionário está dividido em três categorias,
sendo que a cada uma delas corresponde a um bloco de questões:
De seguida (tabela 21), apresentamos as estatísticas descritivas relativas às
questões/itens do questionário, organizadas em função das respetivas categorias:
Tabela 21: Estatísticas descritivas do questionário QSQPS
124
Categoria
Alimentação
N Mínimo Máximo Média Desvio
Padrão
QSQPS3 11 3,00 5,00 4,8182 ,60302
QSQPS8 11 2,00 5,00 4,4545 1,03573
QSQPS9 11 3,00 5,00 4,8182 ,60302
QSQPS12 11 3,00 5,00 4,4545 ,93420
QSQPS16 11 1,00 1,00 1,0000 ,00000
Categoria
Cuidados e
Serviços
N Mínimo Máximo Média Desvio
Padrão
QSQPS1 11 4,00 5,00 4,9091 ,30151
QSQPS2 11 4,00 5,00 4,9091 ,30151
QSQPS5 11 1,00 5,00 4,6364 1,20605
QSQPS6 11 3,00 5,00 4,8182 ,60302
QSQPS7 11 5,00 5,00 5,0000 ,00000
QSQPS10 11 4,00 5,00 4,9091 ,30151
QSQPS11 11 1,00 5,00 4,6364 1,20605
QSQPS15 11 2,00 5,00 4,7273 ,90453
QSQPS18 11 1,00 5,00 4,6364 1,20605
QSQPS19 11 2,00 5,00 4,7273 ,90453
QSQPS21 11 5,00 5,00 5,0000 ,00000
QSQPS23 11 5,00 5,00 5,0000 ,00000
QSQPS24 11 5,00 5,00 5,0000 ,00000
QSQPS27 9 1,00 5,00 4,5556 1,33333
QSQPS28 11 3,00 5,00 4,6364 ,80904
QSQPS29 11 5,00 5,00 5,0000 ,00000
QSQPS30 11 3,00 5,00 4,8182 ,60302
QSQPS31 11 3,00 5,00 4,8182 ,60302
Categoria
Atividades
N Mínimo Máximo Média Desvio
Padrão
QSQPS4 11 1,00 5,00 4,6364 1,20605
QSQPS13 11 2,00 5,00 4,6364 ,92442
QSQPS14 11 4,00 5,00 4,9091 ,30151
QSQPS17 11 1,00 5,00 4,6364 1,20605
QSQPS20 11 1,00 5,00 3,9091 1,30035
QSQPS22 11 5,00 5,00 5,0000 ,00000
QSQPS25 11 5,00 5,00 5,0000 ,00000
QSQPS26 11 5,00 5,00 5,0000 ,00000
125
É de salientar que o bloco de questões referente à categoria cuidados e serviços é o
maior visto que está mais centrada na principal questão da investigação.
Fazendo agora, uma análise dos dados por categoria:
Na categoria alimentação, podemos afirmar que segundo os resultados obtidos,
nenhum dos utentes participa na elaboração das ementas, sendo por isso que a questão
16 tem o valor mais baixo de todas. Segundo estes dados, podemos constatar que será
do interesse dos utentes participar na elaboração das ementas, uma vez que as refeições
são confecionadas para eles. Quanto ao valor mais alto, esse corresponde às questões 3 e
9 respetivamente.
Relativamente à categoria dos cuidados e serviços, existem questões que comprovam a
satisfação total dos utentes relativamente aos cuidados que lhes são prestados.
Nomeadamente:
a) Referem a forma apropriada como os colaboradores se vestem para o
desempenho das suas funções (aqui é de frisar que as funcionárias vestem
sempre uma “bata” com o seu nome na lapela e para servir os almoços, usam
uma touca na cabeça). Sendo o valor da média de 5,00.
b) Consideram boa opção receber estagiários na instituição, uma vez que lhes
proporcionam atividades de lazer e de promoção do envelhecimento ativo (o
valor da média é 5,00);
c) Estão satisfeitos com os cuidados de higiene que lhes são prestados e referem
que os colaboradores são meigos e atenciosos quanto à prestação de cuidados);
O valor da média corresponde a 5,00.
d) São respeitados os seus ritmos nos cuidados de saúde e higiene prestados
(alguns dos idosos do centro de dia da ANAI, tem limitações motoras o que por
vezes dificulta o auxílio dos colaboradores do centro). O valor da média nesta
questão é de 5,00.
Posto isto, e como podemos verificar na tabela 21, a satisfação é total uma vez que
nestas questões o valor mínimo e máximo é de 5.00, a média é igualmente de 5.00 e o
desvio padrão é 0.00. Observando a tabela 21, podemos ainda constatar que dois dos
utentes não responderam à questão número 27 “Estou satisfeito com os serviços de
transporte que a ANAI disponibiliza”.
126
A última categoria diz respeito às atividades. Segundo os resultados conclui-se que
existe questões com satisfação total, nomeadamente as questões 22, 25 e 26:
a) Sentem-se realizados por participarem nas atividades que lhes são propostas a
fim de sentirem mais ativos;
b) Afirmam ser sempre avisados aquando da mudança de uma atividade;
c) Concordam que os estagiários são inovadores e prestáveis nas suas atividades;
É de salientar que também nestas questões o valor mínimo, máximo, média e desvio
padrão apresentados na tabela a cima, demonstram os resultados acima descritos, ou
seja 5, pontuação máxima possível. Concluímos ainda que a questão número 20
“Participo ativamente nas atividades propostas pela instituição” é a que se encontra
com o valor mais baixo de 1,00, logo seguida da questão número 16, “Participo
ativamente na elaboração das ementas “que tem o mesmo valor mínimo de 1,00,
querendo assim significar que é necessário cativar os idosos a participar mais nas
atividades que têm à disposição, a fim de promover um envelhecimento ativo,
estimulando o desenvolvimento cognitivo e motor e promovendo momentos de lazer e
convívio entre todos.
Por fim, apresentamos a tabela 22 com os dados descritivos do questionário organizados
por categorias, salientando que QSQPS significa Questionário de Satisfação da
Qualidade de Prestação de Serviços. 14
Tabela 22: Estatísticas descritivas por total de categoria
Nº Mínimo Máximo Média
Desvio
Padrão
QSQPS_Alimentação 11 2,80 4,20 3,9091 ,51663
QSQPS_CuidadosServiços 11 3,53 5,00 4,7647 ,42905
QSQPS_Atividades 11 3,22 5,00 4,7374 ,51705
Como se observa na tabela XXX, o valor de satisfação mais elevado encontra-se
na categoria “Cuidados e serviços” (M=3.77), seguida da categoria
“Atividades”, com um valor muito próximo (M=4.74). A categoria relativa à
alimentação apresenta mais variabilidade nas respostas e uma média mais baixa
(M=3,91), embora igualmente acima do ponto médio da escala de resposta.
14 Os valores foram obtidos somando-se a pontuação de todos os itens da mesma categoria e dividindo
pelo número de itens, o que nos permite comparar a satisfação global por categoria.
127
3. Conclusões da investigação
A presente investigação apresentou vantagens no sentido em que conseguimos
caraterizar o público-alvo quanto à sua idade, sexo e nível de escolaridade; identificou-
se a sua opinião sobre a satisfação com os serviços de alimentação, cuidados e serviços
e com as atividades levadas a cabo no Centro de Dia da Oficina do Idoso.
Um dos resultados mais importantes que emergiu da investigação foi o facto de
clarificar que a satisfação com a qualidade dos serviços que são oferecidos na ANAI, é
muito boa, no sentido em que os idosos se sentem seguros e reconhecem a qualidade do
trabalho dos colaboradores que lidam consigo diariamente. Apurou-se ainda que, na sua
grande maioria (com uma média de 4,82) os idosos respondeu positivamente quanto a
estarem satisfeitos com o Centro de Dia. Ainda neste seguimento, é importante referir
que no campo da alimentação, é necessário melhorar algumas questões, neste caso,
promover a participação dos utentes na escolha e elaboração das ementas.
Verificou-se ainda que, para além de se sentirem satisfeitos com a prestação de cuidados
e serviços, apreciam positivamente o acolhimento de estagiários na Oficina do Idoso,
como agentes estimulantes de um envelhecimento mais ativo. As pessoas inquiridas
observaram que nem sempre participam ativamente nas atividades propostas pela
instituição, enquanto nas atividades postas em prática pelos estagiários, as faziam sentir
mais ativas, talvez pelo facto de inovarem as atividades e promoverem momentos de
interação com todos os utentes.
De um modo geral, à medida que os questionários iam ser respondidos, o feedback foi
sempre positivo. Os idosos apreciaram o facto de serem ouvidos sobre as suas
necessidades e interesses, a fim de se sentirem ainda mais acolhidos na instituição da
ANAI.
Concluímos assim que a Satisfação da Qualidade de Prestação de serviços prestados na
Associação Nacional de Apoio ao Idoso é muito boa, e que os idosos se sentem bem
tratados, que sentem os seus ritmos respeitados e gostam da forma como são recebidos e
acolhidos nesta instituição.
128
Considerações Finais
Neste momento de reflexão final, apraz-nos dizer que todo o estágio na Associação
Nacional de Apoio ao Idoso foi sem dúvida uma experiência enriquecedora, a todos os
níveis, pessoal, profissional e académico.
Este estágio foi a nossa primeira experiência enquanto técnicos superiores de Educação
e fez-nos perceber o quanto podemos fazer no futuro para melhorar a qualidade de vida
das pessoas idosas, promovendo através de simples gestos, uma vida muito mais ativa e
estimulante. Permitiu-nos ainda perceber a importância da presença de um profissional
em Ciências da Educação numa instituição de resposta social para pessoas de idade
avançada, justificando que este assegure e eleve o contexto educativo e formativo que,
por vezes, é descorado pelas instituições de cariz social.
É importante referir o sucesso das atividades educativas e formativas, bem como de
todas as sessões de sensibilização e informação por nós programadas e planeadas,
sempre com o apoio da Dra. Sónia Vinagre. Foi um trabalho sem dúvida gratificante, de
responsabilidade e de compromisso, que nos permitiu crescer enquanto profissionais e
enquanto ser humano.
É fundamental referir uma diferença na participação dos idosos nas atividades por nós
propostas do primeiro ao último mês, sendo que no final a adesão às atividades era
muito maior, o que denotou uma progressiva confiança no nosso trabalho até no fim se
tornar plena.
Por fim, realço toda a ajuda e companheirismo que recebi por parte da Dra. Sónia
Vinagre, bem como de todos os colaboradores da instituição, e claro, como não podia
deixar de ser, todo o carinho, apoio e confiança que recebi ao longo de todo o estágio
por parte dos utentes do centro de dia, para quem foi direcionado todo o meu estágio.
129
Apêndices
130
Apêndice I Cartaz de Divulgação da Visita à Sé Velha de Coimbra
131
Visita à Sé Velha
Dia 13 de abril de 2016 às 10h30
Utentes do centro de dia: 2.00€
Utentes da oficina do Idoso: 2.50€
Familiares e amigos dos utentes: 3.50€
Vamos todos passear
132
Apêndice II Panfleto de Divulgação da Visita à Sé Velha de Coimbra
133
134
Apêndice III Cartaz de Divulgação da Palestra sobre a Prevenção de
Doenças Cardiovasculares dirigida pelo professor Doutor
Polybio Serra e Silva
135
Palestra sobre “Prevenção
das Doenças
Cardiovasculares”
12 de maio de 2016
às 14h30 Dirigida pelo Professor Doutor Polybio
Serra e Silva
“O coração tem razões que a razão desconhece”
Blaise Pascal
136
Apêndice IV Panfleto de Divulgação da Palestra sobre a Prevenção de
Doenças Cardiovasculares dirigida pelo professor Doutor
Polybio Serra e Silva
137
138
Apêndice V Cartaz de Divulgação sobre a Sessão Fotográfica com a
fotógrafa Sandra Ventura
139
Sessão fotográfica com a
fotógrafa Sandra Ventura 14 de junho 2016 às 10h00
Junte-se a nós e deixe-se fotografar! Traga
consigo familiares e amigos que queriam ser
fotografados! Vamos todos sorrir para a foto!
140
Apêndice VI Panfleto de Divulgação sobre a Sessão Fotográfica com a
fotógrafa Sandra Ventura
141
Anexos
142
Anexo I
143
Fotos da Atividade do Magusto
144
Fotos da Atividade dos enfeites de Natal
Fotos da Festa de Carnaval
145
Fotos da Sessão de In (formação) com o GNR
146
Fotos da Visita à Sé Velha
147
Fotos da Visita ao Centro de Interpretação Ambiental e Centro Social Casal
Comba na Mealhada
148
149
150
Anexo II
151
Fotografias da atividade “A arte de saber-fazer”
152
153
Anexo III
154
Questionário de Satisfação da Qualidade da Prestação de Serviços
155
Anexo IV
156
Questionários preenchidos pelos utentes
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