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FACULDADE PAN AMAZÔNICA
ALINE CRISTINA VIANA SOUZA
ARLICINHA RODRIGUES DE ALMEIDA
DRYELLE CAROLINE CAMPOS DA SILVA
AÇÕES HUMANIZADORAS NO CENTRO CIRÚRGICO
Belém - Pará
2017
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ALINE CRISTINA VIANA SOUZA
ARLICINHA RODRIGUES DE ALMEIDA
DRYELLE CAROLINE CAMPOS DA SILVA
AÇÕES HUMANIZADORAS NO CENTRO CIRÚRGICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Faculdade Pan Amazônica como requisito
para obtenção do grau de Bacharel em
Enfermagem
Orientador: Enf. Msc. Maria José do
Nascimento Silva
Belém - Pará
2017
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ALINE CRISTINA VIANA SOUZA
ARLICINHA RODRIGUES DE ALMEIDA
DRYELLE CAROLINE CAMPOS DA SILVA
AÇÕES HUMANIZADORAS NO CENTRO CIRÚRGICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Faculdade Pan Amazônica como requisito
para obtenção do grau de Bacharel em
Enfermagem
Orientador: Enf. Msc. Maria José do
Nascimento Silva
Aprovado em:
Banca Examinadora
___________________________ - Orientadora
Prof. Maria José do Nascimento Silva
___________________________
Prof. Margarete Feio Boulhosa
___________________________
Prof. Ana Patrícia Gomes Vasconcelos
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AGRADECIMENTO
Dedico esse trabalho em primeiro lugar a Deus, pois tudo é realizado no
tempo Dele, foram 4 longos anos onde Ele foi meu alicerce, meu esteio, quem me
ajudou a seguir em frente em meio as dificuldades, as rasteiras da vida e graças ao
Pai recebi a oportunidade de poder realizar um sonho.
Agradeço aos meus familiares que estiveram direta e indiretamente me
apoiando em tudo que puderam. Em especial a minha mãe Francisca Maria a quem
estou dando o orgulho de ter uma filha formada, pois ela sempre incentivou a
estudar dizendo sempre “o estudo é a única coisa que eu posso lhe oferecer” ,
obrigada mãe te amo!
Também não poderia deixar de agradecer aos meus incríveis amigos e
amigas que são para mim irmãos que a vida me deu de presente que me
acompanharam durante toda essa caminhada, que entenderam os meus “nãos” para
algum passeio por motivos acadêmicos, que me apoiaram, me incentivaram e que
dividem comigo essa felicidade, amo vocês.
A minha equipe de projeto Arlicinha e Dryelle, que sem elas esse trabalho não
existiria, todas assumimos a responsabilidade, nos ajudamos, nos apoiamos e
graças a Deus conseguimos. A minha equipe de estágio Ana, Bechir Célia e a
Dryelle que foi a mais companheira, a mais participativa, uma ajudando a outra sem
uma achar que era melhor que a outra. E a todos os meus colegas de classe que
tiveram sua particularidade durante toda essa trajetória.
Agradeço em especial a minha orientadora Maria José que desde o início
esteve ao nosso lado vivendo este projeto, ajudando em tudo se disponibilizando a
qualquer hora para tirar as dúvidas e nos auxiliar no que fosse necessário ela é um
ser iluminado, humilde e de grande coração, meu muito obrigada prof.
Por fim agradeço a todos os profissionais da FAPAN professores,
funcionários, a coordenação por toda sua dedicação e empenho para que pudessem
nos proporcionara grandes conhecimentos durante a vida academia e que levarei
para vida profissional, ao pessoal da Xerox que com muita gentileza me ofertavam
café todos os dias.
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A todos os que foram relevantes durante essa fase da minha vida eu deixo
meu muito obrigada, e que Deus continue nos abençoando sempre.
ALINE CRISTINA VIANA SOUZA
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AGRADECIMENTO
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida,
autor do meu destino, meu guia, socorro presente em todas as horas.
A minha mãe heroína Maria Aunecinha, pelo amor incondicional, e toda a
minha família e em especial a minha avó Neuza e em memória dos meus avós Silvio
e Humberto, pela educação oferecida, por todas as lições que me ensinavam e
repassaram, e que me formaram caráter do ser humano que sou. Em especial a
minha querida sogra Carmen e Naíze que abraçaram e me apoiaram, me
incentivaram incansavelmente para a realização do meu sonho.
Rodolfo Augusto (in memória), dedico esta etapa vencida, pois sei que o
brilho dele esta presente em mim, o qual o mesmo me ensinou o verdadeiro amor ao
próximo, foi onde descobrir, me encantei e me apaixonei pela enfermagem.
Aos meus filhos Robert, Rodrigo e Robson e ao meus esposo Marcelino pela
paciência de minha ausência, nas horas que mais precisavam da minha companhia,
eles são responsáveis pela força que me movem, que me ensinaram e me
mostraram que eu seria capaz, o quanto eu podia trabalhar, estudar e transformar
hoje a técnica de enfermagem que fica e a melhor guerreira que se forma em
enfermeira. Hoje emocionada em dizer que vocês são minhas riquezas e divido com
vocês o meu sonho, nós conseguimos.
Agradeço a minha amiga Aline, Endy, Dryelle, que sempre estiveram comigo,
me deram apoio, incentivo nas horas fáceis e difíceis de desânimo, cansaço, apesar
de todas dificuldades me fortaleceram e que para mim foi muito importante, amigas
foi válido as noites de sono, estresse que passamos foi valioso para o meu
aprendizado.
Meus agradecimentos a minha querida orientadora Maria José pelo grande
incansável suporte do tempo que lhe coube, pelas suas correções, incentivos e pelo
empenho dedicado a elaboração do nosso grande sonho.
Meus agradecimentos aos meus colegas companheiros de sala, estágios,
trabalhos e amigos e irmãos de verdade Aline, Endy, Dryelle, Ingrid Lisha, Adriana
Bechir, Juliana, Angelina e Carla que irão continuar presentes em minha vida com
certeza e fazem parte da minha formação.
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Obrigada, meus tios, tias, irmãos, primos, primas e sobrinhos que nos
momentos de minha ausência me incentivaram a me dedicar ao estudo superior,
sempre me fizeram entender que o futuro é feito a partir da constante dedicação no
presente.
Meus agradecimentos a minha igreja em especial aos pastores Klelson e
Josiane pelas constantes orações dedicadas a mim. A minha amiga Naldilene que
sempre acreditou em mim, me incentivou com quem convivi ao longa desses anos e
adquiri experiências.
Por fim agradeço a instituição a todos os professores, preceptores por nos
proporcionar conhecimento, orientação, apoio e confiança, pelo ambiente amigável,
a FAPAN pela oportunidade de fazer o curso, a todo o corpo docente, a direção
administrativa, em especial aos membros da xérox, a todos que direta ou
indiretamente fizeram parte da nossa formação, meu muito obrigada. Que Deus
abençoe à todos.
ARLICINHA RODRIGUES DE ALMEIDA
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AGRADECIMENTO
A Deus, que é dono da minha vida e a quem devo toda honra e toda glória
todo o meu agradecimento por todo o cuidado, por toda a força e por ter me
sustentado durante toda essa caminhada que foi difícil mas muito gratificante, sem
ele, nada sou.
Agradeço a todos os meus amigos que estiveram ao meu lado durante esses
4 anos, cada um de maneira singular contribuiu para uma evolução pessoal ou
profissional. A minha equipe de projeto Aline e Arlicinha o meu muito obrigado por
todo o apoio nesse momento tão especial e tão esperado por todas nós, sem vocês,
nada disso seria possível, foi um ano de muita batalha, muito aprendizado, mas que
valeu muito a pena. Muito Obrigada, amo vocês!
A palavra de Deus fala que existem amigos mais chegados que irmãos. E
posso afirmar que sim, mas dessa vez, Deus me presenteou com uma segunda
mãe. Que esteve comigo desde o primeiro dia de aula, e permaneceu sendo leal até
o final desses 4 anos, e vai permanecer pro resto da minha vida. Adriana Bechir,
Obrigada mamãe, por tudo o que tu fez por mim, por todo esforço e sacrifício, por
sempre estar comigo, te admiro muito, nunca vou esquecer nenhum momento que
passamos juntas, com toda certeza você foi essencial para a minha formação, nunca
esquecerei nada o que fez por mim, tudo valeu a pena, também sou um fruto teu.
Muito Obrigado, te amo.
Agradeço também a toda a minha família, que esteve comigo em todos os
momentos, me ajudando, me incentivando nas lutas diárias em que tive que travar
durante essa caminhada. A toda a dedicação de cada um deles, não poderia deixar
de enfatizar que sem eles, eu não teria chegado até onde cheguei, afinal, esse foi
um sonho que não sonhei sozinha, mas, existe um pedacinho de cada um nessa
realização pessoal tão idealizada.
Com certeza, eu tive que separar um momento especial para agradecer a
minha MÃE, que é a pessoa mais importante que tenho em minha vida. Em vários
momentos, a força para recarregar minhas energias veio dessa mulher, Valmere
Campos, a mulher mais guerreira que conheço na vida, a mulher que nunca desistiu
de mim e da sua família, teu sorriso ao me ver chegando em casa depois de tantas
longas viagens para conseguir realizar tudo o que sonhamos era o meu incentivo,
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era o meu combustível, e eu voei mãe, alto, para agora pousar em teus braços e
poder dizer que não foi fácil, mas que com a tua garra, eu consegui vencer todas as
barreiras que se levantaram em meu caminho. Foi por mim Mãe, foi por ti, foi por
nós.
Em memória ao meu Herói, ao meu amor, ao Homem da minha vida, o ser
com o maior coração que conheci na vida, o meu PAI (Raimundo Nonato). Que foi
em vida um dos homens mais honrado e cheio de valor e caráter que tive honra de
conhecer, e privilégio de ser chamada por ele de filha. O meu maior orgulho foi te
dar orgulho, e vai continuar sendo assim, pois não há nada que eu faça em minha
vida, que eu não tenha você na minha mente e no meu coração. O meu mais puro e
sincero agradecimento, por ter cuidado de mim, ter me dado tudo o que eu
precisava, e por ter me feito a mulher que sou hoje, tudo isso devo a ti meu amor.
Infelizmente, Deus te levou pra pertinho dele por motivos que estão a cima dos
meus entendimentos humanos, mas sou grata por ele ter cuidado de ti até o seu
último dia. OBRIGADA PAI, OBRIGADA POR TUDO, TE AMO MEU AMOR!
Por fim, agradeço a todos os profissionais desta instituição por todo o
empenho e dedicação nesses anos de muitos conhecimentos e crescimento em
minha vida acadêmica, tenho a certeza que serei uma profissional qualificada,
graças a cada um de vocês. Em especial, a minha Orientadora Maria José, que foi
uma das pessoas mais importantes nesse ano, por todo o carinho, por toda a
dedicação e profissionalismo desde que foi confiada a essa responsabilidade, estará
pra sempre em minhas orações para que Deus abençoe sua vida, muito obrigada
por tudo!
A todos que indiretamente ou diretamente foi importante em minha formação
eu deixo aqui o meu muito obrigado. Que Deus continue me abençoando nessa
nova fase da minha vida, que ele esteja sempre ao meu lado. AMÉM!
DRYELLE CAROLINE CAMPOS DA SILVA
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RESUMO
Introdução: O espaço do CC se caracteriza por uma área crítica, com uma
disposição de mobiliário específico, muita iluminação, vestimentas que são usadas
somente neste setor, com uma estrutura cada vez mais sofisticada e burocrática.
Objetivos: Descrever a percepção da equipe de enfermagem sobre as ações
humanizadoras na assistência ao pacientes e familiares no ambiente cirúrgico.
Elencar as ações humanizadoras da equipe de enfermagem no centro cirúrgico e
analisar o conhecimento da equipe de enfermagem sobre o significado de
humanização. Metodologia: Pesquisa exploratória, descritiva de abordagem
qualitativa, o local de estudo foi um CC de um hospital público, a coleta de dados foi
realizada através da aplicação de questionários com perguntas abertas aos
profissionais de enfermagem do CC. Resultados: Apresentam significados
diversificados como: atitudes, aspirações, valores e motivos. Isto permite
compreendê-las no próprio ambiente onde foram descritas, evitando assim situações
que poderiam dissimular a realidade. Conclusão: Que apesar de presente a
humanização dentro do CC está caminhando devagar pelos obstáculos encontrados
pela equipe e está por sua vez esforça-se para que se desenvolva um trabalho de
qualidade, digno e humanizado.
Palavras chaves: Ações humanizadoras, Centro Cirúrgico, Enfermagem
ABSTRACT
The CC space is characterized by a critical area, with a specific furniture layout, lots
of lighting, clothing that is used only in this sector, with an increasingly sophisticated
and bureaucratic structure. This study aims to: Describe the perception of the nursing
team about the humanizing actions in the care of patients and their families in the
surgical environment. List the humanizing actions of the nursing team in the surgical
center and analyze the knowledge of the nursing team about the meaning of
humanization. Exploratory research, descriptive of qualitative approach, the study
site was a CC of a public hospital; data collection was performed through the
application of questionnaires with open questions to the nursing professionals of the
CC. The results present different meanings such as: attitudes, aspirations, values
and motives. This allows them to understand them in the environment where they
were described, thus avoiding situations that could conceal reality. We conclude that
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although the humanization within the CC is present, it is walking slowly through the
obstacles encountered by the team and is in turn striving for a quality, dignified and
humanized work.
Keywords: Humanizing actions, Surgical Center, Nursing
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LISTA DE SIGLAS
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
CC – Centro Cirúrgico;
EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares;
HUJBB – Hospital Universitário João de Barros Barreto;
HUBFS – Hospital Universitário Betina Ferro de Souza;
PNH – Programa Nacional de Humanização;
REHUF – Reestruturação dos hospitais Universitários;
SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem;
SAEP – Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória;
SUS – Sistema Único de Saúde.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO. ...................................................................................................... 14
1.1 Problematização e objeto de estudo ............................................................... 14
1.2 Justificativa e relevância do estudo ............................................................... 15
1.3 Objetivos ............................................................................................................. 16
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................... 16
1.3.2 Objetivo específicos ......................................................................................... 16
2 REFRENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 17
2.1 Contextualizando a Humanização e o Programa Nacional de Humanização
(PNH) ....................................................................................................................... 17
2.2 O ambiente cirúrgico em relação ao paciente cirúrgico ................................ 18
2.3 A humanização no Centro Cirúrgico e a contribuição da enfermagem........ 20
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 23
3.1 Tipo de estudo. .................................................................................................. 23
3.2 Cenário da pesquisa ......................................................................................... 23
3.3 Sujeitos da pesquisa ........................................................................................ 24
3.4 Coleta de dados. ................................................................................................ 24
3.5 Análise dos dados ............................................................................................. 25
3.6 Aspectos éticos ................................................................................................. 25
3.7 Riscos e benefícios... ........................................................................................ 26
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 41
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42
APÊNDICE... ............................................................................................................. 47
APÊNCIDE I .............................................................................................................. 48
APÊNDICE II ............................................................................................................. 50
APÊNDICE III ............................................................................................................ 53
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ANEXOS ................................................................................................................... 54
ANEXO I.................................................................................................................... 55
ANEXO II................................................................................................................... 57
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Problematização e objeto de estudo
A experiência de submeter-se a um procedimento cirúrgico é estressante e
geradora de sentimentos como medo, insegurança, dúvidas, ansiedade, são
experiências vivenciadas por quem vai se submeter a um procedimento cirúrgico,
independente do grau de complexidade da cirurgia, além de outras situações que a
internação hospitalar proporciona (ASCARI, 2013).
Para a Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico,
Recuperação Pós-anestésica e Centro de Material e Esterilização – SOBECC
(2017), o Centro Cirúrgico é um conjunto de áreas e instalações destinadas à
realização de procedimentos anestésico-cirúrgicos, recuperação anestésica (RA) e
pós-operatório imediato (POI), de forma a promover segurança e conforto para o
paciente e equipe.
O centro cirúrgico é um ambiente desconhecido para o cliente, possuem
rotinas e equipamentos que diferem dos encontrados nas unidades de internação,
com isso o paciente tem a sua ansiedade aumentada, podendo expressar
sentimentos de medo, angústia e insegurança, alterando sua autoestima e até
causando frustrações. Também as suas necessidades básicas psicológicas e
fisiológicas são afetadas levando a uma alteração do equilíbrio físico e emocional
(BARBOSA, TERRA, CARVALHO, 2014).
Portanto, nesse ambiente a enfermagem é responsável pela recepção e
acolhimento dos pacientes que necessitam de cuidado especial em função da
dependência de um procedimento cirúrgico, como também é responsável pela
gerência e administração da unidade e das equipes de enfermagem
(BERARDINELLI, GIRON, ESPÍRITO SANTO, 2014).
Assim, a atuação profissional vem se modificando com o passar das décadas,
pois os profissionais da área sentiram a necessidade de chegar mais próximo do
doente, numa relação interpessoal mais intensa e terapêutica, já que o cuidado de
enfermagem é que ministra assistência direta aos mesmos. Com o propósito de
estabelecer um vínculo entre a clientela assistida e sua família, reduzindo as
dificuldades encontradas por eles, o enfermeiro, apoiado por sua equipe, deve
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demonstrar conhecimento, acessibilidade, segurança e interesse, superando as
expectativas dos adoentados (PARCIANELLO, FONSECA, ZAMBERLAN, 2011).
Portanto, torna-se fundamental a importância da relação entre a equipe de
enfermagem e o paciente cirúrgico, para a percepção e a experiência cirúrgica, pois
a atmosfera que envolve o paciente no período perioperatório (pré, trans e pós-
operatório) pode incluir sentimentos, como medo do desconhecido, da morte,
comprometimento da relação do paciente com seus familiares, preocupação com o
retorno ao trabalho, entre outros. A experiência cirúrgica é subjetiva e requer um
cuidado humanizado, qualificado e seguro (OLIVEIRA JUNIOR, MORAES,
MARQUES NETO, 2012).
O objeto de estudo desta pesquisa são identificar as ações humanizadoras de
enfermagem no centro cirúrgico, visando um melhor atendimento ao paciente
durante sua permanência no ambiente.
A questão Norteadora é: Qual o entendimento da equipe de enfermagem
sobre a humanização no Centro Cirúrgico?
1.2 Justificativa e relevância do estudo
Este trabalho surgiu de nossas inquietações por ocasião das visitas ao Centro
Cirúrgico durante o estágio, em que pudemos perceber através de conversas com
os pacientes que esperavam para se submeterem a procedimentos cirúrgicos, um
misto de apreensão, medo, ansiedade, talvez pelo fato de se sentirem vulneráveis,
desprotegidos em um local desconhecido. Esse fato nos levou a refletir, sobre como
estão sendo realizadas ações humanizadas no centro cirúrgico.
A partir dessas inquietação este estudo pretende demonstrar a importância que
a equipe multiprofissional, e em especial a de enfermagem tem com o trabalho
humanizado, através da sensibilização desses profissionais com o paciente,
aumentando assim o relacionamento entre eles, tornando um ambiente mais
aconchegante, confortável e seguro para o paciente e sua família.
Sendo o centro cirúrgico o ambiente em que o enfoque tecnológico está
mais presente, o enfermeiro acaba por ocupar a maior parte do seu tempo na
execução de trabalhos administrativos, contribuindo assim para o distanciamento de
ações importantes, como tocar o paciente, ouvi-lo, explicá-lo sobre o procedimento
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cirúrgico, compreender seus medos e frustrações, tentar deixá-lo mais tranquilo
quanto ao desconhecido, promovendo uma abertura para a compreensão do grau da
complexidade e das consequências deste procedimento para sua vida (SILVA, et al
2014).
Dessa forma, de acordo com Giron e Berardinelli (2015), a assistência de
enfermagem vai além de prestar os cuidados no Centro Cirúrgico, abrange os
familiares com respeito aos sentimentos, emoções e anseios. Seguindo normas
específicas que regem desde sua arquitetura até os procedimentos, o centro
cirúrgico deve assistir a segurança e humanização do paciente em todas as etapas.
Este estudo torna-se relevante para a busca da ampliação do conhecimento
dos profissionais de enfermagem e acadêmicos frente as ações humanizadoras em
centro cirúrgico, de acordo com as diretrizes do SUS, com vista a proporcionar
entendimento sobre a temática em destaque.
Para a sociedade a pesquisa poderá contribuir para uma melhor assistência
humanizada respeitando o cliente na sua individualidade e a construção de laços de
confiança com os usuários.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Descrever a percepção da equipe de enfermagem sobre as ações
humanizadoras na assistência ao paciente e familiares no ambiente cirúrgico.
1.3.2 Objetivos específicos
- Elencar as ações humanizadoras da equipe de enfermagem no centro cirúrgico.
- Analisar o conhecimento da equipe de enfermagem sobre o significado de
humanização.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Contextualizando a Humanização e o Programa Nacional de Humanização
(PNH)
O termo Humanização é de difícil conceituação, pois apresenta características
subjetivas e complexas e, apesar do qualificativo positivo, pode assumir distintos
significados, em razão de diferenças culturais e de valores individuais. O que é
humanizado para uma pessoa pode não ser para outra.
Para Mendonça et al (2016), o termo humanização pode ser considerado uma
referência ética de orientação para as práticas de saúde. Não se trata apenas de
chamar o paciente pelo nome ou demonstrar empatia, significa compreender seus
medos, suas angústias e incertezas, oferecendo apoio e atenção contínua.
Para Bonfim (2013), humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o
coração na tarefa a ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro
e saber ouvir com ciência e paciência as palavras e os silêncios. O relacionamento e
o contato direto fazem crescer, e é nesse momento de troca, que a humanização
acontece, porque só assim pode-se reconhecer e identificar como gente, como ser
humano. Assim percebe-se a importância que a equipe de enfermagem demonstra
quando está atenta a percepção de dor que o paciente muitas vezes relata é
fundamental para o reconhecimento de uma linguagem corporal tornando o trabalho
humanizado (PIMENTA, MOURA, LÉBEIS, 2015).
Em relação ao Centro Cirúrgico a busca pela humanização não se limita
apenas ao atendimento prestado ao paciente, mas se preocupa com a satisfação do
mesmo e estende-se aos familiares, vindo ao encontro dos objetivos propostos para
a cura. (OLIVEIRA JUNIOR, MORAES, MARQUES NETO, 2012).
Por outro lado, a literatura de enfermagem no centro cirúrgico contextualiza a
humanização da assistência à saúde, perpassando pela história da profissão, a
humanização do enfermeiro, seus múltiplos discursos até a Política Nacional de
Humanização. Os diferentes enfoques sobre a humanização no centro cirúrgico
analisam o cuidado de enfermagem oferecido aos usuários que necessitam resolver
seus problemas de saúde (BERARDINELLI, GIRON, ESPÍRITO SANTO, 2014).
Referem Calegari, Massarollo e Santos, (2015) que para a população
atendida, a desumanização do atendimento à saúde foi decorrente de problemas
como as filas, a insensibilidade dos trabalhadores da saúde frente ao sofrimento das
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pessoas, os tratamentos desrespeitosos, o isolamento imposto ao paciente em
relação à sua família e rede social durante procedimentos e hospitalizações, a
gestão autoritária e a degradação do ambiente e das relações de trabalho, que
expressaram não apenas falhas éticas e individuais, mas, inclusive, a forma de
organização do serviço de saúde no Brasil. Assim, o Ministério da Saúde, ao
identificar as queixas dos usuários, buscou, em conjunto com a sociedade, maneiras
de resgatar e humanizar o atendimento aos usuários.
Dessa forma, em 2003, foi lançada a Política Nacional de Humanização da
Atenção e Gestão do SUS (PNH/Humaniza SUS) que, como movimento de
mudança dos modelos de atenção e gestão, desdobra-se como política pública de
saúde, entendendo a humanização como “a valorização dos diferentes sujeitos
implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores,
visando melhor assistência aos usuários e melhores condições para os
trabalhadores (CALEGARI, MASSAROLLO, SANTOS, 2015).
Para a implantação do PNHAH foram criados Grupos de Trabalho de
Humanização Hospitalar. Esses grupos seriam os elementos agregadores e
difusores do conceito de humanização, contemplando os conceitos subjetivos e
éticos, bem como as propostas do programa. No seu processo de trabalho, o
enfermeiro tem como foco principal o desenvolvimento do cuidado e o
gerenciamento de enfermagem e para atender as constantes transformações nas
organizações de saúde, busca utilizar modelos gerenciais capazes de assegurar aos
usuários uma assistência integral por meio da humanização (GUEDES, et al 2014).
O programa de humanização, para os profissionais, constrói-se na
oportunidade de resgatar o real sentido de sua prática: o valor do seu trabalho e do
trabalhar em equipe; a busca pelo aprimoramento das relações que estabelecem
entre si, com os usuários e com a administração. Não se pode deixar de lado,
porém, a conveniência de uma adequada relação entre o hospital e a comunidade,
de modo que os aspectos de sua dimensão humana sejam valorizados como devem
ser (RIBEIRO, SILVEIRA, 2015).
2.2. O ambiente cirúrgico em relação ao paciente cirúrgico
O Centro Cirúrgico (CC) é considerado para os pacientes um lugar frio, sem
janelas onde não se sabe se é dia ou noite, se chove ou faz sol, onde se perde
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totalmente a noção da hora, não há ambiente decorado, todos usam a mesma roupa
sem estilo ou estética, ou seja, uma sala com uma mesa estreita e fria onde tem
uma luminária que clareia como um campo de futebol, por estes fatores é causado o
pânico e desconforto quando o paciente não foi preparado para este momento
(PIMENTA, MOURA, LÉBEIS, 2015).
Essa unidade hospitalar reflete uma realidade complexa de interação entre os
aspectos físicos, psicológicos, sociais e ambientais da condição humana, onde se
lida com a doença e a morte, e o objeto de trabalho é a vida humana, gerando assim
um ambiente tenso e estressante tanto para os profissionais quanto para o usuário
(BONFIM, 2013).
E com o avanço tecnológico o Centro cirúrgico, começou a se tornar uma
unidade de alta tecnologia, necessitando estar preparado para o atendimento das
mais sofisticadas cirurgias, tornando-se necessário a sistematização das ações de
enfermagem no perioperatório, contribuindo para melhores condições de trabalho,
de modo a oferecer uma ambiente mais tranquilo e com segurança para a clientela
(LASAPONARI, BRONZATTI, 2013).
Para Salbego et al, (2015) as equipes de enfermagem e de saúde são
responsáveis pelo cuidado perioperatório ao cliente, desde a recepção no pré-
operatório, até a recuperação anestésica no pós-operatório.
Segundo Oliveira e Mendonça (2014), a Sistematização da Assistência de
Enfermagem Perioperatória (SAEP) é uma atividade exclusiva do enfermeiro, que
engloba as fases do pré, trans e pós-operatório imediato, viabilizando o
desenvolvimento de ações destinadas a prevenção, controle, conforto e segurança
do cliente, com o objetivo de reduzir eventos biopsicossociais advindos do processo.
A abordagem inicial da SAEP se enquadra no período do pré-operatório no
acolhimento do paciente, está visita é o primeiro contato do enfermeiro com o
paciente e representa a essência do sucesso da sistematização, tem como objetivo
detectar, solucionar e encaminhar se algum problema for identificado. Uma
assistência adequada e humanizada pode interferir diretamente na recuperação e
até mesmo no tempo de internação do usuário.
No entanto apesar de tudo isso, é comum que os pacientes se surpreendam
quando são bem tratados, em função de experiências prévias de descuidado ou de
descaso das instituições públicas, de profissionais e serviços de saúde, quando na
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verdade o ser humano é o foco da assistência de qualquer profissional de saúde
comprometido com a sua prática (BERARDINELLI, GIRON E ESPÍRITO SANTO,
2014).
Desse modo, a equipe de enfermagem deve se preocupar em prestar uma
assistência em que as necessidades do paciente que vivencia a experiência
cirúrgica sejam atendidas, valorizando as peculiaridades inerentes ao ambiente
cirúrgico e aos sentidos e significados que esse momento tem para o paciente.
Nesse contexto, torna-se essencial saber ler a linguagem corporal do paciente;
comunicar-se com ele de forma adequada, utilizando da comunicação verbal e não
verbal; disponibilizar-se a ouvi-lo; ser gentil e prestar um atendimento com
competência técnica (MENDONÇA, et al 2016).
2.3 A humanização no Centro Cirúrgico e a contribuição da enfermagem
Diversos são os cenários em que a enfermagem tem se proposto a refletir
sobre o cuidado humanizado, dentre os quais se inscreve o centro cirúrgico (CC).
Esse setor é marcado por rotinas e equipamentos que diferem daqueles
encontrados nas unidades de internação, tornando-se um ambiente desconhecido
e ameaçador para o paciente
Portanto a relação entre a equipe de enfermagem e o paciente cirúrgico é de
fundamental importância para a percepção e a experiência cirúrgica. A atmosfera
que envolve o paciente no período perioperatório (pré, trans e pós-operatório) pode
incluir sentimentos, como medo do desconhecido, da morte, comprometimento da
relação do paciente e seus familiares, preocupação com o retorno ao trabalho, entre
outros. A experiência cirúrgica é subjetiva e requer um cuidado humanizado,
qualificado e seguro (OLIVEIRA JUNIOR, MORAES, MARQUES NETO, 2012).
O período pré-operatório é o momento ideal para que haja contato entre
enfermeiro e paciente, quando o profissional, pode, por meio da visita de
enfermagem, passar as informações necessárias sobre o procedimento anestésico-
cirúrgico e promover um preparo emocional eficiente e eficaz do paciente, sendo as
informações passadas de vital importância para minimizar o nível de ansiedade do
mesmo, além de ser uma forma de acolhimento e comunicação entre o profissional e
o paciente, favorecendo a interação entre eles e promovendo uma assistência mais
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efetiva e humanizada (GIRON, BERARDINELLI, 2015, GONÇALVES, MEDEIROS,
2016).
Corrobora Rocha e Pereira (2015), e quando diz que a cirurgia é um processo
que causa muitos transtornos emocionais ao cliente e a sua família, pois está ligado
ao desconhecimento da técnica e ao surgimento de dúvidas quanto ao pós-operató-
rio.
A respeito da atuação da equipe de enfermagem, a assistência prestada vem
mudando ao longo do tempo, cada vez mais, preocupa-se em oferecer um cuidado
especializado, individualizado e humanizado aos pacientes cirúrgicos. Para isso o
enfermeiro tem como método a Sistematização da Assistência de Enfermagem
Perioperatória (SAEP), que possibilita o planejamento do cuidado individualizado e
identifica os diagnósticos de enfermagem, como no caso do cuidado de um paciente
no período pós-operatório anestésico imediato, profissional deve ter conhecimento
específico, especializado com relação ao padrão de cuidado a ser instituído
(SARAIVA, SOUZA, 2015).
Pode-se destacar como fator limitante para a implantação da Sistemática de
Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP), o escasso número de
enfermeiros, já que, frequentemente, existe apenas um profissional por turno para
desenvolver as atividades administrativas e assistenciais, o que requer que o
enfermeiro priorize atividades para atender às exigências legais e institucionais
(SILVA, et al 2014).
Ainda para o autor acima, a conduta impessoal dos profissionais que atuam
no centro cirúrgico pode ser decorrência da grande demanda por serviços, cujos
clientes não raras vezes se encontram em situação eminente de morte. Esses
fatores, sem dúvida, geram estresse, desgaste físico e psicológico tanto para a
família do paciente como para o enfermeiro, o que reduz as interações mútuas.
O fato de o profissional de enfermagem realizar cuidados diretos ao paciente
lhe coloca na responsabilidade de prestar uma assistência humanizada que o
enxergue de maneira holística, com suas particularidades e necessidades
individuais. A pessoa que está doente deve ser tratada com solidariedade, carinho e
respeito (CARVALHO, et al 2015).
No entanto considerando que a arte do cuidar se dá através da relação entre
o profissional e o paciente, torna-se impossível pensar em cuidar sem considerar
esse tipo de relação. Logo, entende-se que o cuidado de enfermagem está
22
diretamente relacionado ao cuidar do outro, de um ser humano, que pensa e
interage com o meio e que está em constante interação não só com o próximo mas
também com a natureza que o cerca (MENDONÇA et al, 2016).
O enfermeiro é o profissional que produz um território vivo e comum no
cotidiano de sua prática e pode proporcionar flexibilização nas suas tarefas no intuito
de responder às demandas dos usuários. Assim, há de se estabelecer uma
comunicação verbal ou não verbal. A comunicação verbal envolve o diálogo, ouvir o
que o usuário tem a dizer nesse momento, o que conduzirá a sua prática de cuidado
em relação a esse indivíduo (PIMENTA, MOURA, LEBÉIS, 2015).
Assim, ação humanizada deve ser motivada nos profissionais enfermeiros,
pois é a aproximação da profissão com o cliente que tornará a assistência
individualizada tão singular quanto à realização de um procedimento técnico. A
articulação entre o cuidar e o domínio da tecnologia visa à realização dessa
assistência de uma forma sistemática, para que seja satisfatória no que se refere ao
suprimento das necessidades do paciente (SILVA et al, 2014).
E com um centro cirúrgico envolto em tanta tecnologia, torna-se um desafio
para a enfermagem manter seus valores humanísticos na assistência ao cliente, pois
as atividades com o avanço tecnológico estão se tornando cada vez mais
mecanicistas, mesmo não sendo esse seu objetivo, pois com esse avanço o
enfermeiro passou a assumir cada vez mais encargos administrativos, afastando-se
gradualmente do cuidado ao paciente (BONFIM, 2013).
Para Oliveira Junior, Moraes e Marques Neto (2012) a humanização de
enfermagem fundamenta-se no conceito de integridade do ser, de modo que a
família também seja acolhida em todos seus aspectos. Essa humanização deve
resultar de uma sensibilização comportamental dos segmentos envolvidos e não de
uma imposição de direitos e deveres; e como se trata de inter relação de pessoas,
só pode haver assistência humanizada se houver uma postura de respeito ao ser
humano, de cordialidade e constante diálogo.
A humanização, nesse cenário, pressupõe, essencialmente, uma mudança de
atitudes e comportamentos, por parte dos gestores e dos profissionais. Mesmo
cientes de que todo o trabalho de humanização se dá a partir da equipe, esses
trabalhadores ainda apontam a existência de dificuldades nas relações de trabalho,
na comunicação e no reconhecimento do papel efetivo de cada um dos integrantes
na própria equipe (RIBEIRO, SILVEIRA, 2015).
23
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de pesquisa
Pesquisa exploratória, descritiva de abordagem qualitativa. Exploratória,
permite ao pesquisador aumentar sua experiência em torno de um problema.
Qualitativa, porque procura reduzir a distância entre a teoria e os dados, entre o
contexto e a ação, usando a lógica da análise fenomenológica, ou seja, da
compreensão dos fenômenos pela sua descrição e interpretação (TEIXEIRA, 2011).
3.2 Cenário da Pesquisa
A pesquisa foi realizada no Hospital Universitário João de Barros Barreto
(HUJBB), que é uma instituição pública e de ensino, totalmente destinada ao
atendimento aos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente Os
hospitais universitários João de Barros Barreto (HUJBB) e Bettina Ferro de Souza
(HUBFS), formam Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Desde outubro de 2015, o Complexo Hospitalar da UFPA é filiado à Ebserh
(Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), estatal vinculada ao Ministério da
Educação que administra 39 hospitais universitários federais. O objetivo da Empresa
referida é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de
atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover
o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas. Esse órgão, foi criado em dezembro de
2011, responde também pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos
Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades
existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh (PORTAL HUJBB, 2017).
A unidade de análise para essa pesquisa foi o Centro Cirúrgico (CC). No
período da pesquisa esse setor estava localizado temporariamente no térreo do
hospital, por motivos de reformas em sua estrutura física localizada no 2º andar.
Dispunha de 02 salas cirúrgicas, 04 leitos de recuperação pós-anestésica.
Atualmente o novo bloco cirúrgico do Barros Barreto foi reestruturado com
quatro salas de cirurgias, duas de recuperação pós-anestésico, farmácia satélite e
sala da patologia para exame de congelação, no local os profissionais contam com
áreas comuns, como sala de repouso para a equipe de plantão, secretaria,
recepção, copa, sala de utilidades, posto de enfermagem, vestiários e banheiros
24
masculino e feminina, funcionando com um sistema de refrigeração com fluxo
laminar.
O centro cirúrgico prevê recursos materiais e humanos para a realização dos
procedimentos anestésico-cirúrgicos e presta assistência a pacientes das unidades
de internação e ambulatórios. É realizado um agendamento diário que estabelece
cirurgias programadas, extra programadas e urgências nas seguintes
especialidades: geral, urológica, torácica, plástica, vascular, pediátrica, bucomaxilo,
proctológicas, cabeça e pescoço, endoscopias e broncoscopias.
3.3 Sujeitos da Pesquisa
A população do estudo foi constituída pelos 20 profissionais de enfermagem:
enfermeiros e técnicos do Centro Cirúrgico.
Foram critérios de inclusão nesse estudo, ser profissional do Centro
Cirúrgico do hospital em estudo, estar no exercício de suas funções, aceitar
participar da pesquisa.
Como critérios de exclusão, estar afastado da unidade por motivo de férias,
licença à saúde e outros afastamentos legais, não pertencer ao quadro de
profissionais do centro cirúrgico, e não se disponibilizar a participar da pesquisa.
Da população de 20 profissionais, 4 (quatro) são plantonistas de fim de
semana e noturno como respondem por dois setores, Centro Cirúrgico e Central de
Esterilização, não aceitaram participar da pesquisa, 3(três) são profissionais
atuantes do CC, mais não aceitaram participar da pesquisa por ocasião da pesquisa
Com nesses critérios, a amostra ficou constituída de 13 profissionais.
3.4 Coleta de Dados
O período da coleta dados foi realizado em setembro a novembro de 2017, e
se deu em dois momentos.
O primeiro momento foi através da aplicação dos questionários com perguntas
abertas aos profissionais de enfermagem do CC, com a finalidade de identificar na
visão da equipe as ações humanizadoras realizadas pela enfermagem (APÊNDICE
I).
25
O segundo momento deu-se através da observação direta, desde a entrada
dos pacientes no centro cirúrgico, até a saída para a sala de recuperação
anestésica.
A entrada no campo ocorreu após agendamento prévio com a apresentação
do estudo à enfermeira responsável pelo CC do Hospital. O preenchimento dos
questionários pela equipe foi realizado em horários disponibilizados pela Enfermeira
responsável, não havendo prejuízo no desempenho de suas atribuições.
Todos os participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (APÊNDICE II).
3.5 Análise dos dados
Os dados coletados foram inseridos em um banco de dados eletrônico do
Programa Excel-2010 para tratamento e apresentação. Foi utilizada a estatística
descritiva para sintetizar e apresentar os dados em tabelas e para os dados
qualitativos foi feita uma organização das informações coletadas e realizada análise
de conteúdo que é caracterizada como um método que, historicamente e
cotidianamente, produz sentidos e significados na diversidade de amostragem
presentes no mundo acadêmico.
A técnica utilizada foi a Análise de Conteúdo tipo temático, proposta por
Minayo (2010) onde as respostas foram descritas, mediante as fases de pré-análise,
exploração do material e tratamento e interpretação dos resultados, correlacionando-
os com a produção científica sobre humanização.
A análise dos resultados permitiu a delimitação de três núcleos
temáticos: Ações humanizadoras na visão da equipe de enfermagem, Dificuldades
para implementação das ações humanizadoras e Conhecimento do grupo de
trabalho da humanização e sua importância no centro cirúrgico.
3.6 Aspectos Éticos
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Universitário João de Barros Barreto, número do parecer 2.403.094. CAAE:
78898117.70000.0017 (ANEXO A).
Após os esclarecimentos dos objetivos da pesquisa e anuência dos
profissionais envolvidos neste estudo, foi apresentado o Termo de Consentimento
Livre Esclarecido, para ser assinado livremente pelos participantes (Apêndice II).
26
Foi-lhes assegurado a garantia de anonimato e sigilo, bem como foram esclarecidos
que os dados seriam utilizados somente para fins científicos, cujos resultados serão
publicados em periódicos especializados e divulgados em eventos científicos.
Caso ocorresse desejo de excluir-se da pesquisa, foi assegurada ao
profissional sua exclusão sem nenhum prejuízo.
Todo o procedimento seguiu as diretrizes traçadas pela Resolução n. 466/12 do
Conselho Nacional de Saúde.
3.7 Riscos e Benefícios
Nesta pesquisa os riscos e desconfortos foram mínimos, e podendo ser
quanto ao constrangimento em responder alguma pergunta ou a preocupação
quanto ao sigilo da pesquisa.
No entanto os participantes não seriam submetidos a nenhum procedimento
invasivo que lhes causem desconforto ou risco de vida.
A pesquisa apresentará como benefícios, uma assistência de qualidade
baseada na política de humanização da equipe de enfermagem frente ao pacientes
e familiares no ambiente cirúrgico.
27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tal pesquisa foi realizada in loco, cuja quantidade de sujeitos entrevistados foi
dimensionada em 13 profissionais de enfermagem, sendo 08 técnicos de
enfermagem e 05 enfermeiros.
A tabela 1 mostra o perfil dos entrevistados, que tem como características:
faixa etária entre 30 e 60 anos; tempo de atuação de 05 a 28 anos trabalhando no
mesmo setor.
Tabela 1 - Distribuição dos profissionais quanto a sexo, idade e tempo de atuação
do CC do HUJBB. Belém – PA, Brasil, 2017.
Variáveis Nº %
Categoria profissional (n=13)
Enfermeiro 05 (38.46)
Técnico de enfermagem 08 (61.54)
Sexo (n=13)
Feminino 12 (92.31)
Masculino 01 (7.69)
Idade (n=13)
30 – 40 anos 03 (23.08)
41 – 50 anos 04 (30.77)
51 – 59 anos 04 (30.77)
60 – 64 anos 02 (15.38)
Tempo de atuação no CC (n=13)
05 – 10 anos 05 (38.36)
11 – 16 anos 03 (23.08)
17 – 22 anos 03 (23.08)
23 – 28 anos 02 (15.38)
Fonte: Elaborado pelas autoras (2017).
Os resultados evidenciaram que, dos 13 profissionais de Enfermagem
participantes do estudo, 12 eram do sexo feminino e 1 do sexo masculino.
28
O predomínio do sexo feminino, como evidenciado nesse estudo, constitui
uma característica da Enfermagem, pois mulher ainda representa o maior percentual
da força de trabalho na referida profissão.
Essa característica nos reporta à própria história da profissão, que, ao se
organizar, exigia pessoas com atributos tidos como intrínsecos à natureza feminina,
como o cuidado discreto, silencioso, caridoso e abnegado. A questão do gênero
feminino na profissão da enfermagem no Brasil, contextualiza-se durante a Reforma
Carlos Chagas, na década de 1920, na qual o sanitarista Carlos Chagas ensejou a
vinda de um grupo de enfermeiras norte-americanas com a missão de promover o
controle da população mais pobre, mediante a vigilância e a educação sanitária. A
partir de então, foi criada a primeira Escola de Enfermagem composta
exclusivamente de mulheres e que valorizava, ao mesmo tempo, o cuidado técnico e
abnegado, entendido como uma extensão do papel da mulher no lar,
desempenhando funções ligadas ao cuidado do outro (CHERNICHARO, SILVA,
FERREIRA, 2014).
Aos poucos está mudando a representatividade masculina da enfermagem,
está se tentando quebrar o tabu de que o cuidado humano é visto apenas sob a
ótica do feminino (SOUZA, et al, 2014).
Quanto à faixa etária, observou-se uma maior proporção dos profissionais
entre 30 e 64 anos.
A prevalência da faixa etária situada acima de 30 anos de idade, pode estar
relacionada ao fato do Hospital realizar a contratação dos profissionais de
enfermagem mediante a seleção pública, sem estabelecer limites de idade.
Em relação à escolaridade da equipe de Enfermagem, entre os 13
entrevistados, representado pelos profissionais do CC, dos (08) técnicos (01) tem
apenas o ensino médio, (02) possuem ensino superior completo, (03) com pós –
graduação, (02) com superior incompleto, em relação aos enfermeiros (05) todos
possuem pós – graduação.
Os resultados complementam o estudo de Correa et.al (2012) em relação à
iniciativa de buscar aperfeiçoamento profissional através da continuidade dos
estudos, principalmente em relação aos Técnicos de Enfermagem que buscam
maior qualificação na realização de cursos superiores, como mostra o resultado
desse estudo. Por se tratar de um hospital federal a elevação de salário deve-se a
sua capacitação profissional, como no caso do hospital da pesquisa.
29
Para assegurar o sigilo aos sujeitos da pesquisa, os mesmos foram
identificados por números (1–13) e por letras (E=enfermeiro e TE=técnico de
enfermagem).
Por se tratar de uma pesquisa qualitativa as informações coletadas
apresentam significados diversificados como: atitudes, aspirações, valores e
motivos. Isto permite compreendê-las no próprio ambiente onde foram descritas,
evitando assim situações que poderiam dissimular a realidade.
Os dados coletados foram analisados repetitiva e arduamente para que os
resultados demonstrassem a fidelidade da pesquisa. Portanto, 03 núcleos foram
selecionados, os quais são: Ações humanizadoras na visão da equipe de
enfermagem; Dificuldades para implementação das ações humanizadoras e
Importância das ações humanizadoras no centro cirúrgico.
Núcleo temático 1 - Ações humanizadoras na visão da equipe de enfermagem
Emergiram como caracterizadores da humanização a empatia, os valores
morais e éticos, a subjetividade e outras questões que estão inseridas nos valores
morais e éticos, mas que mereceram destaque por aparecerem diversas vezes nos
conteúdos expressos pelos entrevistados, como o respeito, cidadania e a
solidariedade.
Quando se discute a questão da empatia, quase que em associação,
ocorrendo simultaneamente, surge a ideia de humanização, devido ao fato de que,
quando o indivíduo se coloca no lugar do outro, é possível compreendê-lo e agir
segundo as expectativas do próprio sujeito, permitindo um encontro de valores e
concepções. Já os valores morais e éticos são aqueles que ditam a melhor maneira
de articular o cuidado, assim como o respeito ao outro, a solidariedade e a
compreensão do papel de cidadão dos sujeitos inseridos no processo saúde-
doença, permitem que a humanização seja implementada de forma a atender aos
preceitos da PNH em sua totalidade.
Por fim, mas não menos importante, emergem as questões subjetivas, que
foram caracterizados pelos profissionais como o amor, o pensamento, a valorização
do ser, estabelecimento de vínculo, atenção, o querer, a compreensão e o carinho.
Estas questões, apesar de não se apresentarem como um valor
quantitativamente relevante, estão fortemente vinculadas como um valor qualitativo
que se traduz nos discursos dos sujeitos como questões inerentes à humanização
30
As falas revelaram diferentes percepções sobre ações humanizadoras:
[...] “Respeito, dignidade tentando priorizar conforto e bem estar ...”
(TE1)
[...] “Cuidado com muita atenção e carinho...” (TE10)
[...] “Receber o cliente com palavras de carinho...” (TE10)
[...] “Atitudes diárias voltadas a qualidade no atendimento ao cliente...”
(TE2)
[...] “São ações que compreende a valorização dos diferentes
sujeitos...” (E12)
[...]” atitudes, de respeito tanto com a equipe multiprofissional e
sobretudo com o paciente...” (E13).
Ao falar em cuidado, logo se pensam tratar o outro com carinho, amor e
respeito, de modo a fortalecer o vínculo entre os profissionais, pacientes e
familiares, já que estes são pré-requisitos para a humanização, mas o que se
observa na prática, é que esse envolvimento não acontece, daí, tem-se a
desumanização. E para se ter uma assistência humanizada também é preciso
articular os avanços tecnológicos com as relações humanas, uma vez que a
tecnologia é importante para a qualidade da assistência, mas ela não pode substituir
o humano (BARBOSA, TERRA, CARVALHO, 2014).
A humanização implica na utilização de tecnologias leves no processo de
cuidado que consistem na produção de relações que se expressam através das
práticas humanizadas de acolhimento, vínculo, e autonomia no sentido de
desenvolver a capacidade da pessoa de autogovernar-se (TRENTINI. PAIM;
VÁSQUEZ, 2011).
Nas falas a seguir, as ações humanizadoras é retratada como cirurgia segura.
Evitar lesões e danos nos pacientes decorrentes do cuidado que tem como objetivo
ajudá-los.
“Sim... o bem estar passa a ser a nossa responsabilidade ... acolhemos
e passamos segurança ao paciente ... é sempre bom lembrar que
trabalhamos salvando vidas...” (TE1)
[...] “Cirurgia segura, amor a profissão...” (TE3)
31
[...] “Estão iniciando o processo para o check- list de cirurgia segura...”
(E5)
O importante é ressaltar que o desenvolvimento contemporâneo da área de
segurança do paciente permitiu um novo olhar sobre o cuidado de saúde, na medida
em que foi influenciado por disciplinas de outros campos do conhecimento que se
voltaram para estudar o erro humano, os acidentes e sua prevenção. Desta forma,
representa uma importante contribuição para a melhoria do cuidado de saúde
(ANVISA, 2013)
O procedimento anestésico–cirúrgico lançado pela Organização Mundial de
Saúde preconiza uma ação de eficácia e baixo custo no centro cirúrgico. Com isso
surgiu o Check list, “Cirurgias seguras salvam vidas” que são três momentos
fundamentais para o bom andamento de uma cirurgia; “Antes da indução
anestésica”, “Antes de iniciar a cirurgia”, "Antes de o paciente sair da sala de
cirurgia”, garantindo assim o sucesso da mesma (PIMENTA; MOURA; LEBÉIS,
2015)
O cuidado pode ser expresso em duas formas de sobrevivência ou de carinho
onde há o interesse por outra pessoa e quando se deseja o bem estar do outro, e
este último não se refere somente ao bem estar físico, mas também ao bem estado
emocional, gerado por segurança, confiança, comunicação e demonstração de
carinho (OLIVEIRA JUNIOR, MORAES, MARQUES NETO, 2012).
O contato da equipe de enfermagem com o paciente, permite explicar o
procedimento cirúrgico, o processo de recuperação, diminuindo os temores,
inseguranças e apreensões, além de proporcionar interação através da
comunicação.
É importante também considerar que a humanização pode e deve estar
presente em todas as atividades de cuidados, realizadas diariamente e
rotineiramente pela equipe cirúrgica. A atuação do Enfermeiro na implementação da
Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP), pautada na
humanização, traz como benefícios, além da redução do medo, das incertezas e do
estresse enfrentado pelo paciente cirúrgico, auxilia também na recuperação do
mesmo, como podemos comprovar pela fala dos participantes:
32
“[…] no CC já é implantado a visita pré - operatória ... termos contato
prévio com o paciente ... conhecimento da patologia ... esclarecendo
dúvidas, diminuindo ansiedade ...” (E5).
[...] “Admissão do procedimento pelo enfermeiro... sistematização
(SAEP)” (E5).
[...] “Singularidade de tratamento com doentes...” (E6.)
[...] “Orientações e atenção aos familiares...” (TE7).
[...] “Ações pensadas e assistência digna...” (E4)
[...] “Ações diferenciadas ao paciente...” (E6)
[...] “Restauração da saúde do paciente...” (TE67
[...] “Importância das ações e contextualização do cuidado e do viver
bem...” (TE9)
[...] “Processo de produção participação coletiva no processo de gestão
e atenção...” (TE11).
É de extrema importância o envolvimento do paciente nos procedimentos e
cuidados que estão sendo realizados, possibilitando a participação ativa do mesmo,
através de perguntas, possíveis dúvidas, havendo interação com o profissional,
facilitando a compreensão e cooperação do paciente em seus cuidados.
Corrobora com este estudo, Oliveira e Mendonça (2014) quando afirma que
visita pré-operatória de Enfermagem é a atividade primordial do Enfermeiro, pois
além de representar o primeiro contato entre Enfermeiro e paciente, possibilita ao
profissional detectar, solucionar e/ou encaminhar problemas identificados, e sua
importância vai mais além, pois beneficia todas as partes envolvidas no processo do
cuidado, proporcionando o bem-estar do paciente, promovendo a visibilidade ao
cuidado do profissional Enfermeiro, além de fornecer subsídios ao planejamento da
assistência de forma contínua e individualizada. A visita pré-operatória representa a
essência para o sucesso da SAEP e, somente a partir desta, é possível dar
continuidade à assistência nas fases subsequentes.
O processo de trabalho em CC tem por objetivo a assistência curativa e
individualizadas, assim a sistematização das ações de enfermagem no
perioperatório tem contribuído para documentar os procedimentos realizados pelas
equipes interdisciplinares possibilitando uma análise qualitativa e quantitativa do
33
cuidado prestado e para o reconhecimento social do enfermeiro (LASAPONARI;
BRONZATTI, 2013).
Portanto, a SAEP deve se tornar o alicerce que sustenta as ações de
enfermagem no CC além de promover interação da assistência nos períodos pré,
trans e pós operatório (SOBECC, 2017).
No Centro Cirúrgico do hospital em estudo, de acordo com informações
colhidas no próprio setor, a permissão de entrada do acompanhante na sala de
cirurgia antes de iniciar o procedimento e após o procedimento na sala de
recuperação anestésica, foi um processo adotado gradativamente, visto que o
acompanhamento das crianças reflete benefícios tanto para as mesmas quanto para
os pais. Essa ação humanizadora foi citado por alguns participantes da pesquisa:
[...] “Visita pré – operatória, possibilidade da mãe entrar com o filho...”
(TE8; TE9; TE 11; E12).
Anastácio, Souza e Aquino (2014) citam que em um estudo sobre os aspectos
organizacionais e assistenciais da SRPA em hospitais brasileiros encontraram que
60,9% das instituições pesquisadas, a presença do acompanhante na SRPA é
permitida em situações específicas. Contudo em 34,8% destas, a presença de
acompanhante é proibida em quaisquer circunstâncias.
No entanto, Bonfim e Carvalho (2011), concordam que quando o familiar está
presente na SRPA, a interação é de extrema importância para os componentes da
equipe de enfermagem e da equipe médica, pois estes profissionais podem orientar
os pais ou acompanhantes.
A busca da humanização da assistência de enfermagem não corresponde
apenas a atender às necessidades da criança. O tratamento ideal exige um
acompanhamento psicológico apropriado para a criança doente e para os seus pais,
compreendendo-se que o objetivo final do tratamento não consiste apenas na cura
cirúrgica, mas na saúde em todos os sentidos (BONFIM; CARVALHO, 2011).
Uma outra ação humanizadoras observada, mas que não foi citada por
nenhum participante da pesquisa, é a entrega de brinquedos para as crianças na
recepção do Centro Cirúrgico, fazendo com que a criança e os pais se sintam
acolhidos pela equipe de enfermagem, que representa o elo mais forte entre o
cliente e o ambiente onde este se encontra, por serem esses os profissionais que
34
por mais tempo exercem atividades junto aos mesmos (ANASTÁCIO, SOUZA E
AQUINO, 2014).
Neste mesmo sentido, Pott, et al (2013) refere a humanização do cuidado,
parte integrante da filosofia da Enfermagem, representa um conjunto de iniciativas
capaz de conciliar a melhor tecnologia disponível com promoção de acolhimento e
respeito ético cultural ao paciente no intuito de construir uma realidade mais
humana.
Ainda sobre a percepção dos participantes da pesquisa em relação as ações
humanizadoras no Centro Cirúrgico, percebeu-se durante a pesquisa, o recebimento
dos pacientes pela equipe de enfermagem, demonstrando o que as falas revelaram
o acolhimento como uma das ações realizadas pelo hospital da pesquisa:
[...] “Prioritariamente temos que nos identificarmos ... perguntar se as
contenções não estão machucando ... termos cuidado com a exposição
do paciente... e desejar uma boa recuperação...” (TE1)
[...] “As orientações sobre o procedimento...” (TE2)
[...] “Não realizar comentários desagradáveis...” (E4)
“Esclarecer ao paciente todo processo que ele irá se submeter no C.C
desde sua entrada…” (E13).
A humanização tem como diretriz o acolhimento que vem sendo pensado como
arte de interagir, construir algo em comum, descobrir nossa humanidade mais
profunda na relação com os outros e com o mundo natural, esse imenso âmbito que
inclui os sentimentos, emoções, intuições e subjetividades. O acolhimento em saúde
é instrumento fundamental para recuperação da saúde do usuário (POTT et al.,
2013).
Acolher com a intenção de resolver os problemas de saúde das pessoas que
procuram uma unidade de saúde pressupõe que todas as pessoas que procuram a
unidade, por demanda espontânea, deverão ser acolhidas por profissional da equipe
técnica. O profissional deve escutar a queixa, os medos e as expectativas, identificar
os riscos e a vulnerabilidade, acolhendo também a avaliação do próprio usuário, e
se responsabilizar para dar uma resposta ao problema (BRASIL, 2010)
A fala a seguir nos apresenta os princípios Programa Nacional de
Humanização (PNH) que são: Transversalidade, representada pelo aumento do grau
35
de comunicação transformando os modos de relação e de comunicação entre os
sujeitos implicados nos processos de produção de saúde; Indissociabilidade entre
atenção e gestão e a Integralidade do cuidado e integração dos processos de
trabalho.
[...] “Devemos atender com segurança e informações ... ser
compreensivo ... princípios de humanização do SUS...” (E5).
No processo de qualificação do modelo de assistência, o acolhimento tem se
configurado como uma das principais diretrizes operacionais para reforçar e
materializar os princípios do SUS, particularmente os da integralidade da atenção à
saúde, universalização do acesso e equidade. É importante ressaltar também o
acolhimento está vinculado com mudança no processo de trabalho e gestão dos
serviços de saúde, visando à humanização desses serviços (GUERRERO, et al
2013).
Em se tratando de legislação relacionada ao processo de humanização e
assistência de enfermagem, nota-se que o Código de Ética dos profissionais de
enfermagem (2004, p.34) no capitulo III, artigo 16º menciona que é de
responsabilidade do profissional enfermeiro “assegurar ao paciente uma assistência
de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência, ou
imprudência (PIMENTA; MOURA; LEBÉIS, 2015).
As falas abaixo deixam claro como significado de cuidado o estreitar laços
com os familiares, a importância de acolher, aproximar a família do processo saúde-
doença do paciente. Aproximação entre equipe e familiares desperta na família
sentimentos de valorização, respeito, união, humanidade. Ainda, representa a
possibilidade de serem ouvidos, de terem voz no processo de enfermidade de seu
familiar:
“Acolhimento, segurança e confiança em companhia de seus
familiares...” (TE9; TE11)
Nessa perspectiva, consolida-se a família como parte integrante da prática de
cuidado, valorizando angústias, dúvidas e expectativas, a fim de desenvolver um
cuidado congruente e de qualidade, iniciando desde o período pré-operatório até o
pós-operatório, com o apoio da equipe, neste caso em particular, a de enfermagem
(SALBEGO et al, 2015).
36
Núcleo Temático 2 - Dificuldades para implementação das ações
humanizadoras
Os profissionais de enfermagem consideram importante a assistência
humanizada, entretanto, na prática encontram dificuldades para a implementação da
humanização, devido à demanda de trabalho, principalmente pela parte burocrática.
Assim, torna-se relevante a preocupação de se ter a concepção de
humanização não apenas voltada ao cliente, mas também ao profissional, abrindo
espaços de encontros entre eles, que permitam trocas de sentimentos e ideias,
articulando estratégias para se alcançar uma assistência humanizada, conforme
citado pelos participantes da pesquisa, como dificuldades de implementação a falta
de tempo, relações interpessoais e falta de recursos humanos e material.
.
[...] “Falta de material adequado para o trabalho ...” (TE1)
[...] “Não existe essa dificuldade, uma vez que temos uma equipe
preparada...” (TE2; TE3; E4; E5; TE8)
[...] “Relações interpessoais com alguns membros da equipe ...” (E6)
[...] “Alguns casos sim, quando não depende apenas da equipe de
enfermagem e sim, da atuação da equipe multidisciplinar...” (TE7)
“Tempo...” (TE9; TE10; TE1)
“As funções gerenciais muitas vezes sobrepõe as assistências...”
(E12)
“Quando temos pouco recursos humanos. O que vem comprometer a
assistência” (E13).
O aspecto humano do cuidar, com certeza, é um dos mais difíceis de ser
implementado. A rotina diária e complexa que envolve o ambiente de unidades
críticas faz com que, muitas vezes, os membros da equipe de enfermagem
negligenciem o tocar, conversar e ouvir o ser humano que está à sua frente.
Nas instituições hospitalares a estrutura organizacional apresenta um
quantitativo de profissionais de enfermagem frequentemente reduzido, insuficiente
quando comparado à demanda imposta pelo processo de cuidar holístico e
37
humanizado. Esse aspecto pode resultar em priorização de algumas ações
cuidativas, instrumentais e mecanicistas que, quando acrescidas da escassez de
recursos materiais, prejudica, por vezes, o diálogo, a troca de informações e
experiências, e o desenvolvimento de um trabalho solidário, fragilizando as relações
estabelecidas entre profissionais, pacientes e familiares (SALBEGO, et al 2015).
A dificuldade do enfermeiro em assistir o usuário de maneira integral, suscita
em repensar sobre a humanização, pois, é parte integrante da assistência
qualificada. Salienta-se que a realização dos procedimentos, os medicamentos e
materiais exercem condições importantes para uma boa assistência, mas precisam
estar articulados com uma assistência que respeite as características físicas e
emocionais do usuário, tornando o cuidado humano não só mecanicista (GIORDANI,
BISOGNO, SILVA, 2012).
No entanto para Bonfim (2013), ressalta que não precisamos de muito para
humanizar na frieza de um ambiente tão tecnológico como o Centro Cirúrgico,
pequenas atitudes como informar, orientar, respeitar diferenças, fazem parte da
assistência de enfermagem.
Para Pimenta, Moura, Lebéis (2015) Para a humanização realmente acontecer
a equipe multiprofissional deve estar com o mesmo propósito, isto implica em
estruturas de centros cirúrgicos projetados para que esta ocorra, e que possa ser
proporcionado o devido conforto tanto para o paciente como para os profissionais.
.
Núcleo Temático 3 - Importância das ações humanizadoras no Centro
Cirúrgico.
Em relação a esse núcleo, os respondentes foram quase que unânimes ao citar
a qualidade da assistência, como resultado importante das ações humanizadoras
para a recuperação dos pacientes como pode-se comprovar pelas falas dos
participantes:
[...] “Qualidade e o resultado final do trabalho ... infelizmente a nossa
realidade não é a realidade da maioria dos outros hospitais onde
muitas vezes os colaboradores são tratados todos com uma
sobrecarga de trabalho e onde seus administradores ou gestores visam
apenas quantidade e não qualidade...” (TE1)
38
“O resultado de um bom trabalho nesse sentido gera satisfação...”
(TE2)
“Proporcionar ao paciente segurança e qualidade na assistência
cirúrgica...” (E4)
[...] “São para assegurar a segurança do paciente...” (E5)
“Fundamental para melhoria e qualidade da assistência e recuperação
do paciente...” (E6)
“O paciente se recupera melhor quando se encontra em ambiente que
se sente valorizado...” (TE8)
“Acolhimento, segurança e confiança em companhia de seus
familiares...” (TE9; TE11)
“O bem estar do cliente...” (TE10)
“A importância da humanização do processo de trabalho no CC é
apresentar conforto e segurança ao paciente” (E13).
“Recuperação do paciente, ambiente de trabalho tranquilo ...” (TE3)
A melhoria da qualidade assistencial deve ser considerada pelos enfermeiros
como um processo dinâmico e exaustivo de identificação dos fatores intervenientes
no processo de trabalho, requerendo a implementação de ações e a elaboração de
instrumentos que possibilitem avaliar, de maneira sistemática, os níveis de qualidade
dos cuidados prestados (AMARAL; BOCCHI, 2017).
A busca pela humanização prestada dentro de um CC não se trata apenas
de um atendimento direcionado ao cliente, mas tem como interesse a satisfação do
mesmo e dos seus familiares para que o objetivo da cura seja alcançado (OLIVEIRA
JUNIOR, MORAES, MARQUES NETO, 2012).
Para alguns profissionais entrevistados, enxergar o paciente como um todo é
fator importante no contexto da humanização, sendo essencial no cuidado ao ser
humano. Os discursos demonstram a importância da prestação de um cuidado
individualizado que ver o paciente de maneira holística, numa perspectiva
biopsicossocial, conforme se pode observar nas falas (E12), (TE7):
“É indispensável que a equipe do CC seja sensibilizada e preparada para
fazer a diferença ... o enfermeiro é responsável por receber o paciente
orientando, tirando suas dúvidas... não esquecendo que a equipe necessita
39
de um ambiente adequado para realizar o seu trabalho... não devemos
esquecer dos valores éticos e morais...” (E12).
“Seu estado emocional abalado, ansioso e angustiado ... ambiente estranho
com pessoas que nunca viu, é de fundamental importância essas ações
humanizadoras ...” (TE7)
Observa-se que ambiente, segurança e qualidade são termos que aparecem
em várias falas demonstrando que o ambiente contribui para uma assistência de
qualidade consequente segura para o paciente cirúrgico.
Os autores Andreu e Deghi (2013) definem o Centro Cirúrgico como um setor
específico que necessita de profissionais preparados e treinados para cumprir o
exercício da enfermagem com responsabilidade e competência e o enfermeiro como
parte da equipe multidisciplinar trabalha com diversos interesses, cliente, familiares,
instituição, com a preocupação em oferecer aos clientes cirúrgicos uma assistência
especializada, personalizada e humanizada.
Quanto ao conhecimento do Grupo de Trabalho de Humanização na instituição
estudada, apenas quatro responderam conhecer, mas não sabem como atuam, e
oito disseram desconhecer a existência desse grupo.
Como poderemos observar nas falas a seguir:
“Sim... houve período que este grupo esteve mais atuante ... porém as
jornadas científicas e os cursos de educação continuadas estão
sempre presentes.” (TE1)
“Não existe grupo específico, porém como profissionais executamos
essa prática em nossas atividades.”(TE2)
“Não.” (TE3; E6; TE7; TE8; TE9; TE10; TE11)
“Sim ... seria interessante estratégias de abordagem das pacientes na
entrada do Centro Cirúrgico.”(E4)
“Conheço o grupo ... embora admita que ainda nada tem
implementado para o CC.”(E12).
No entanto no hospital em estudo, possui um Grupo de Trabalho em
Humanização, mais não possui ações direcionadas para o centro cirúrgico, o que
não impede que o Centro Cirúrgico realize as ações humanizadoras.
O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAN),
criado pelo Ministério da Saúde em 2001, propõe um conjunto de ações integradas
40
que visam a mudar substancialmente o padrão de assistência ao usuário nos
hospitais públicos do Brasil, melhorando a qualidade e a eficácia dos serviços hoje
prestados por estas instituições. O objetivo principal do PHNH, é aprimorar relações
entre profissionais de saúde e clientes, dos profissionais entre si e do hospital com a
comunidade (ANASTÁCIO, SOUZA, AQUINO, 2014).
41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A humanização na assistência foi caracterizada pelos profissionais de
enfermagem como uma prática de todos os profissionais, por estar embasada em
uma relação profissional/cliente, por incluir características pessoais, por olhar para
as necessidades, pelo diálogo, escuta atentiva, visão holística, empatia, valores
morais e éticos, e por incluir questões subjetivas como o amor, o pensamento, a
valorização do ser, estabelecimento de vínculo, atenção, o querer, compreensão e
carinho.
Em contrapartida, os profissionais caracterizam a não humanização, pelas
dificuldades em relação ao tempo, as relações interpessoais e falta de recursos
humanos e material.
Assim, propõe-se uma assistência humanizada que atenda aos princípios da
Política Nacional de Humanização que é aquela que engloba todos os participantes
do processo de cuidar, tornando-os coautores, protagonistas desse processo,
incluindo questões pessoais, subjetivas, morais, éticas e relacionais, e que no
entanto apesar do desconhecimento de alguns participantes da pesquisa do PNH da
instituição estudada, realizam as ações humanizadoras no Centro Cirúrgico.
Para tanto, torna-se imprescindível que novos estudos sejam realizados a fim
de aprofundar tais questões em contextos assistenciais diferentes, buscando
identificar as convergências e divergências de tais significações, assim como ampliar
o debate entre profissionais, clientes e gestores sobre a humanização, propondo
estratégias que estejam ao alcance de cada realidade, para que todos
compreendam a relevância das práticas humanizadas que vão além dos manuais do
Ministério da Saúde.
Esse estudo limita-se por ter sido apenas um setor escolhido para a coleta de
dados. Entretanto, os resultados mostram-se relevantes à medida que os objetivos
propostos foram atendidos, contribuindo, assim para uma melhoria da qualidade da
assistência através da humanização.
42
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47
APÊNDICE
48
APÊNDICE I
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Parte I – Caracterização da amostra
Idade: _____________ anos
Gênero: ( ) masculino ( ) feminino
Nível de formação: Superior completo ( ) superior incompleto ( )
Pós Graduação ( )
Tempo de formado: _____________
Profissão: ( ) enfermeiro ( ) técnico de enfermagem
Tempo que trabalha no CC __________________________
Parte II – A ações humanizadoras na percepção da equipe de enfermagem
1. O que você entende por ações humanizadoras?
2. Você identifica no seu processo de trabalho a preocupação com o cuidado
humanizado?
3. Que ações adotadas no CC podem ser consideradas como humanizadoras?
4. Que dificuldades você encontra para realizar as ações humanizadas em seu
ambiente de trabalho?
5. Na sua opinião, qual é a importância das ações humanizadoras no processo de
trabalho no CC?
49
6. Você conhece o Grupo de Trabalho de Humanização de sua instituição e quais as
ações que este Grupo realiza que permite ser implementadas o Centro Cirúrgico?
50
APÊNDICE II
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Estudo descritivo, exploratório que tem como objetivos descrever a percepção da
equipe de enfermagem sobre as ações humanizadoras na assistência ao paciente e
familiares no ambiente cirúrgico. Elencar as ações humanizadoras da equipe de
enfermagem no centro cirúrgico. Essas informações estão sendo fornecidas para a
sua participação neste estudo que você será convidado (a) a responder no próprio
ambiente de trabalho através de um questionário algumas pergunta sobre seus
dados pessoais e dados relacionados a humanização no Centro Cirúrgico. Estes
dados são relacionados à sua idade, profissão, tempo de atuação no centro
cirúrgico, sua opinião sobre a humanização da assistência no Centro Cirúrgico. Caso
você não saiba alguma pergunta ou lhe provoquem algum constrangimento, você
terá a liberdade para não responder. A pesquisa trará riscos e desconforto mínimos
a você, eles poderão ser quanto a sua preocupação ao sigilo da pesquisa ou quanto
ao constrangimento de responder alguma pergunta. A pesquisa não causará danos
a sua dignidade. Ao participar desta pesquisa você não terá o benefício direto,
porém, como benefício indireto a pesquisa fornecerá informações importantes para
uma assistência de qualidade e humanizada ao paciente cirúrgico. Em qualquer
etapa do estudo você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para
esclarecimento de eventuais dúvidas. O principal pesquisador é Aline Cristina Viana
Souza que pode será através do telefone (91)983301622, Arlicinha Rodrigues de
Almeida, telefone (91) 980247871 e Dryelle Caroline Campos da Silva (91)
983428757, ainda como orientadora a Prof. Msc., Maria José do Nascimento Silva,
telefone (91)99750022 se tiver alguma consideração ou dúvida quanto à ética da
pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética e Pesquisas (CEP) na Rua dos
Mundurucus nº4487 ou pelo telefone 91-32016754, e-mail: [email protected].
É garantida a sua liberdade de recusar-se a participar ou retirar seu consentimento,
em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma. As informações obtidas
serão analisadas em conjunto com as dos outros participantes, não sendo divulgada
a identificação de nenhum participante. Em qualquer momento você tem o direito de
se manter atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa, ou de resultados que
sejam de conhecimento do pesquisador.
51
Não haverá despesa pessoal para você em qualquer fase do estudo, assim como
não haverá compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir
qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa. Os
dados coletados serão utilizados somente nesta pesquisa e depois de finalizada
os resultados serão divulgados em eventos ou revista científica.
Ao receber este documento onde você dará seu consentimento em participar ou não
desta pesquisa, a pesquisadora fará uma leitura deste documento na qual o
explicará verbalmente com o objetivo de esclarecer dúvidas e questionamentos a
você, sobre o objetivo, a justificativa, os procedimentos e métodos desta pesquisa,
podendo ser interrompida a qualquer momento para sua reorientação.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li
ou que foram lidas para mim, sobre o estudo AÇÕES HUMANIZADORAS NO
CENTRO CIRURGICO. Eu discuti com a pesquisadoras Aline Cristina Viana Souza,
Arlicinha Rodrigues de Almeida e Dryelle Caroline Campos da Silva, sobre minha
decisão de participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os objetivos
do estudo, os procedimento a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as
minhas garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou
claro também que minha participação é isenta de despesas. Concordo
voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar meu consentimento a
qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou
perda de quaisquer benefícios que eu possa ter adquirido. Também ficará garantida
uma via deste documento assinada por mim e pelo pesquisador.
________________________________________ Belém: ____/_____/______
Assinatura do sujeito pesquisado
_________________________________________Belém:____/_____/______
Assinatura do sujeito que colheu o TCLE
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido deste profissional para a participação neste estudo.
52
_________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Nome:
Endereço: telefone:____________ ____Belém,____/____/_____
53
APÊNDICE III
FACULDADE PAN-AMAZÔNICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
TERMO DE ACEITE DO ORIENTADOR
Eu, professor (a) Maria José do Nascimento Silva, do Curso de Graduação em
Enfermagem, da Faculdade Pan-Amazônica, declaro aceitar ser orientadora do
trabalho intitulado “Ações Humanizadoras no Centro Cirúrgico” de autoria dos
alunos: Aline Cristina Viana Souza, Arlicinha Rodrigues de Almeida e Dryelle
Caroline Campos da Silva. Declaro, ainda, ter total conhecimento das normas de
realização de trabalhos científicos vigentes, segundo a Comissão Nacional de Ética
em Pesquisa - CONEP e Conselho Nacional de Saúde - CNS Resolução Nº466 de
12/12/2012, estando inclusive ciente da necessidade de minha participação na
banca examinadora por ocasião da qualificação do projeto e da defesa do Trabalho
de Conclusão de Curso.
Belém-PA, 06 de dezembro de 2017.
Email: [email protected]
54
ANEXOS
55
ANEXO I
UFPA - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO DA
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Pesquisador: Maria José do Nascimento
Área Temática:
Versão: 1
CAAE: 78898117.7.0000.0017
Título da Pesquisa: AÇÕES HUMANIZADORAS NO CENTRO CIRÚRGICO
Instituição Proponente: ASSOCIACAO OBJETIVO DE ENSINO SUPERIOR –
ASSOBES
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 2.403.094
Apresentação do Projeto:
As diversidade de sentimentos vividas pelo usuário no ambiente hospitalar, sendo
acentuadas no Centro Cirúrgico por ser um espaço pouco conhecido dos usuários e
da maioria dos profissionais do hospital, gera alterações emocionais e estresse nos
pacientes, e é nesse momento que a equipe de enfermagem deve ter prudência
para que o cliente não se torne somente um paciente a mais, outro procedimento,
outrotratamento ou um número de prontuário, de forma a não valorizar a sua própria
identidade e individualidade (OLIVEIRA JUNIOR, MORAES, MARQUES NETO,
2012;GIRON, BERARDINELLI, 2015). Portanto, nesse ambiente a enfermagem é
responsável pela recepção e acolhimento dos pacientes que necessitam decuidado
especial em função da dependência de um procedimento cirúrgico, como também é
responsávelpela gerência e administração da unidade e das equipes de enfermagem
(BERARDINELLI, GIRON, ESPÍRITO SANTO, 2014). Assim torna-se fundamental a
importância da relação entre a equipe de enfermagem e o paciente cirúrgico, para a
percepção e a experiência cirúrgica, pois a atmosfera que envolve o paciente no
período perioperatório (pré, trans e pós-operatório) pode incluir sentimentos, como
medo do desconhecido, da morte, comprometimento da relação do paciente com
seus familiares, preocupação com o retorno ao trabalho, entre outros. A experiência
cirúrgica é subjetiva e requer um cuidado humanizado, qualificado e seguro
56
(OLIVEIRA JUNIOR, MORAES, MARQUES NETO, 2012). Esta pesquisa objetiva
descrever a percepção da equipe de enfermagem sobre as ações humanizadoras na
assistência ao paciente e familiares no ambiente cirúrgico.
Endereço: Rua dos Mundurucus 4487
Bairro: Guamá CEP: 66.073-000
UF: PA Município: BELÉM
Telefone: (91) 3201-6754 FAX: (91) 3201-6663 E-mail: [email protected]
57
ANEXO II
[Ciência & Saúde] Agradecimento pela
Submissão
Quarta-feira, 6 de Dezembro de 2017 19:22
De:
"Prof. Dr. Márcio Vinícius F. Donadio" <[email protected]>
Para:
"Maria José Nascimento Silva"
Maria José Nascimento Silva,
Agradecemos a submissão do seu manuscrito "AÇÕES HUMANIZADORAS EM
CENTRO
CIRÚRGIGO" para Ciência & Saúde. Através da interface de administração
do sistema, utilizado para a submissão, será possível acompanhar o
progresso do documento dentro do processo editorial, bastanto logar no
sistema localizado em:
URL do Manuscrito:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/author/submission/29389
Login: marasilva
Em caso de dúvidas, envie suas questões para este email. Agradecemos mais
uma vez considerar nossa revista como meio de transmitir ao público seu
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Prof. Dr. Márcio Vinícius F. Donadio
Ciência & Saúde
Prof. Márcio Donadio
Editor
Revista Ciência & Saúde
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