UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
ADUBAÇÃO NITROGENADA EM COBERTURA EM FUNÇÃO
DA FENOLOGIA DO ALGODOEIRO
Acadêmico: Caio Neves Barbosa
Orientador: Fernando Giovannetti de Macedo
Tangará da Serra, MT.2011
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................2
2. OBJETIVOS...........................................................................................................4
2.1. Objetivo geral............................................................................................................4
2.2. Objetivos específicos...............................................................................................4
3. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................5
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................6
4.1. Adubação nitrogenada no algodoeiro....................................................................6
4.2. Épocas de adubação nitrogenada..........................................................................8
5. MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................................11
5.1. Caracterização do local..........................................................................................11
5.2. Cultivares.................................................................................................................11
5.3. Delineamento experimental...................................................................................12
5.4. Condução do experimento....................................................................................13
5.5. Características a serem avaliadas.......................................................................14
5.6. Análises estatísticas...............................................................................................15
6. RESULTADOS ESPERADOS..............................................................................16
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................17
8. CRONOGRAMA...................................................................................................20
9. ORÇAMENTO......................................................................................................21
9.1. Material de consumo..............................................................................................21
9.2. Material permanente...............................................................................................21
9.3. Serviços de terceiros (pessoa física)...................................................................21
9.4. Serviços de terceiros (pessoa jurídica)................................................................21
1
1. INTRODUÇÃO
A cotonicultura brasileira apresentou significativas alterações em
produtividade e distribuição geográfica. Ocorreram mudanças tecnológicas,
constituídas principalmente pela adoção de novos cultivares, com características de
maior potencial produtivo, melhor qualidade de fibra e, também, maior exigência
nutricional (FREITAS et al., 2007).
O Brasil se destaca no cenário mundial de algodão como o quinto maior
produtor da fibra. A estimativa para a safra 2010/2011 é de uma área plantada de
1.361,2 mil ha de algodão, superior em 62,9% à cultivada na safra anterior, e com
uma produtividade de algodão em caroço de 3.812 kg ha-1. O estado de Mato
Grosso é o maior produtor nacional com uma área plantada de 703,8 mil ha e
produtividade estimada para a safra 2010/2011 de 3.810 kg ha-1 (CONAB, 2011).
Dentre as culturas anuais, o algodoeiro é a que possibilita as maiores taxas
de retorno ao produtor agrícola; porém, oferece maiores riscos e exige alto nível
tecnológico e investimento para sua implantação (AGRIANUAL, 2005).
O algodão possui uma das mais complexas morfologias entre as plantas
cultivadas, tendo cultivares de ciclos precoces e tardios, características que
impossibilitam a confecção de uma escala única para aplicações ou realização de
tratos culturais para todas as condições de plantio ao redor do mundo. É usual dizer
que uma prática ou observação ocorre aos “tantos“ dias após a emergência, no
entanto, a caracterização das fases de desenvolvimento da cultura pelo parâmetro
cronológico resulta em variações importantes quanto ao real estádio fenológico, por
serem altamente influenciáveis pelo ambiente (MARUR E RUANO, 2001).
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O nitrogênio (N) é o nutriente extraído do solo em maior quantidade pelo
algodoeiro e sua resposta à adubação nitrogenada é em função de uma série de
fatores, destacando-se: intensidade de cultivo da área, cultura anterior e
disponibilidade de outros nutrientes (FURLANI JÚNIOR et al., 2001). Entretanto,
também deve ser levada em conta a época de aplicação do N e a duração do ciclo
da cultivar.
O algodoeiro não é uma planta esgotante do solo, pois a quantidade de
nutrientes retirada da lavoura pela fibra e pelas sementes é relativamente pequena,
se comparado ao que é extraído por outras culturas de importância econômica
(CARVALHO et al., 1999). Porém, Segundo Azevedo et al. (1998), o algodoeiro
exige relativamente grandes quantidades de N, quando comparado com a demanda
por outros elementos, para obtenção do rendimento máximo.
A adubação nitrogenada em cobertura no algodoeiro se feita precocemente,
pode ser ineficiente e causar perda do nutriente por lixiviação, contaminando lençóis
freáticos e, tardiamente pode estimular o crescimento vegetativo e aumentar o ciclo
da cultura, tornando a planta mais suscetível a pragas e doenças (FUNDAÇÃO MT,
2001).
Apesar da importância desse nutriente, há divergências entre autores sobre
as épocas de adubação nitrogenada em diferentes regiões do Brasil, tornando
necessário buscar uma recomendação específica com aplicabilidade no Cerrado e
Estado de Mato Grosso, cujo respaldo científico poderá ser útil à utilização pelos
cotonicultores.
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Estabelecer épocas de adubação nitrogenada em cobertura para cultura do
algodoeiro de acordo com seu ciclo fenológico.
2.2. Objetivos específicos
Verificar a influência da aplicação do nitrogênio em diferentes épocas de
cobertura no desenvolvimento vegetativo e estruturas reprodutivas do
algodoeiro;
Averiguar se os cultivares de algodoeiro requerem o suprimento de nitrogênio
de acordo com seus ciclos (precoce, médio e tardio);
Elaborar um parâmetro para recomendação de adubação nitrogenada mais
adequada para as regiões de Cerrado do Estado de Mato Grosso.
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3. JUSTIFICATIVA
Há informações conflitantes na literatura em relação às épocas de adubação
nitrogenada em diferentes regiões do país, onde as recomendações sempre são
dadas em dias após a emergência (DAE). Entretanto, a duração do ciclo das
cultivares de algodão pode variar de 130 até 220 dias, evidenciando que essa
recomendação de aplicação do N em cobertura baseada em DAE possa ser
considerada tardia para alguns cultivares e precoce para outros, dependendo da
duração do ciclo. Devido a essa disparidade de informações é de suma importância,
a realização de um trabalho científico com a finalidade de se obter informações para
determinar épocas de adubação nitrogenada em cobertura em função da fenologia
das cultivares, e assim sugerir a recomendação que se enquadre melhor às
necessidades da planta, contribuindo com o aumento da produção nas lavouras.
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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. Adubação nitrogenada no algodoeiro
Dentre os efeitos da adubação nitrogenada sobre a qualidade do algodão,
destaca–se a influência sobre: precocidade, massa de sementes e capulho,
produtividade, comprimento de fibra, índice de micronaire, maturidade e resistência
de fibra e ainda regulariza o ciclo das plantas, evitando antecipação na maturação
dos frutos (SILVA et al.,1994).
A recomendação de adubação nitrogenada em função da análise de solo ou
análise foliar é uma tarefa muito difícil devido à dinâmica desse nutriente no solo,
pois mais de 95% do nitrogênio do solo encontra-se na forma orgânica, enquanto
apenas uma pequena parte está disponível nas formas de amônio e nitrato, que são
absorvidas pelas plantas (STEVENSON, 1986).
Resultados de experimentos de campo com o algodoeiro têm demonstrado que é possível
relacionar a resposta ao nitrogênio com a intensidade do uso da área e com o potencial de
produtividade. As doses de N a serem aplicadas podem variar em função dessa
expectativa de produtividade da cultura, podendo chegar a até 130 kg ha -1 almejando
uma produtividade de 6 t ha-1 de algodão em caroço (SOUZA e LOBATO, 2004).
Os maiores rendimentos foram relatados em plantas que receberam
dosagem de até 150 kg ha-1 de N em cobertura (MEDEIROS et al., 2001). Porém,
para Grespan e Zancanaro (1999) a resposta de produtividade do algodoeiro à
adubação nitrogenada é linear até a aplicação da dosagem de 120 kg ha-1.
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O requerimento de N pelo algodoeiro é maior durante a fase reprodutiva,
quando os capulhos importam grandes quantidades de N das folhas, o que causa
um declínio na atividade fotossintética (BONDADA et al.,1997).
A marcha de absorção de N dá uma idéia dos níveis de adubação que
possivelmente deverão ser utilizados e de quando o nutriente estará realmente
sendo utilizado pela planta. A intensidade de absorção do N pelo algodoeiro é muito
baixa nos primeiros 40-45 dias, até o aparecimento dos botões florais, a partir deste
ponto a intensidade de absorção aumenta muito, até atingir valores da ordem de 5,5
kg ha-1 dia-1, por volta dos 75 a 80 DAE, declinando a seguir (ROSOLEM, 2001).
Do total absorvido durante o pico de absorção, 48% a 50% são exportados na
forma de fibra e sementes, de modo que pelo menos metade do N extraído retorna
ao solo nos restos culturais (FERREIRA e CARVALHO, 2005).
O algodoeiro apresenta uma grande limitação interna no metabolismo do N,
em função da competição que estabelece entre a redução de CO2 e a do nitrato.
Assim, para que ocorra o máximo de fotossíntese, o algodoeiro, planta com
metabolismo C3, necessita duas vezes mais N nas folhas do que espécies com
metabolismo C4 (BELTRÃO e AZEVEDO, 1993).
Os sintomas de deficiência de N em algodoeiro são caracterizados por uma
clorose uniforme de plantas, baixa velocidade de crescimento, internódios curtos e
poucos ramos vegetativos. O amarelecimento evolui para coloração vermelho-
carmim ou mesmo bronzeado, com seca e queda das folhas mais velhas,
encurtamento do ciclo e baixa produção. Coberturas efetuadas com 20 a 60 kg ha-1
de N antes ou ao se iniciar a sintomatologia resolvem o problema (SILVA, 1996).
Em doses adequadas o N estimula o crescimento e o florescimento,
regulariza o ciclo da planta, aumenta a produtividade e melhora o comprimento e a
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resistência da fibra. No entanto, em doses elevadas e aplicadas tardiamente verifica-
se um aumento no crescimento vegetativo da planta em detrimento da produção e
formação tardia das estruturas reprodutivas do algodoeiro (STAUT et al., 2002).
4.2. Épocas de adubação nitrogenada
Em função dos fluxos de absorção de N e da sua alta exigência nutricional
tardia, o comportamento do nitrogênio no solo e condições climáticas, há a
necessidade de parcelamento da adubação nitrogenada, em duas ou três vezes, a
fim de aumentar a eficiência desse nutriente no sistema solo-planta (GRESPAN e
ZANCANARO, 1999).
A aplicação e o parcelamento da adubação nitrogenada nas doses de 20 até
70 kg ha-1 promoveram respostas positivas quando foram realizadas aos 40 DAE
(FURLANI JÚNIOR et al., 2001).
Baseando-se na marcha de absorção de N pelo algodoeiro a aplicação do N
em cobertura deve ser feita antes dos 90 DAE, pois após esse período o N
absorvido pela planta será acumulado nas folhas da parte mediana e do ponteiro da
planta. Em plantas bem nutridas, menos de 30% do nitrogênio absorvido nesta
época será destinado aos frutos. O uso de mais de dois parcelamentos ou a
aplicação de N além dos 90 DAE não se mostra efetivo, além de ser inviável pela
necessidade de aumento de máquinas das propriedades (ROSOLEM, 2001).
Pedroso Neto et al. (1999) recomendam para o Estado de Minas Gerais,
parcelar a aplicação de N aos 25 e 40 DAE do algodoeiro, devendo a primeira
aplicação ser de pelo menos 30 kg ha-1.
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Estudos realizados no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), comprovam
que para o Estado de São Paulo a adubação nitrogenada em cobertura deve ser
realizada entre 30 e 40 DAE da cultura, e se necessário a aplicação da segunda
cobertura deve ser feita em pleno florescimento, entre os 50 e 70 DAE (SILVA e
RAIJ, 1996).
As recomendações acima citadas divergem em relação ao número de DAE
em que o N deve ser aplicado, deixando claro que entre as diversas pesquisas sobre
o assunto, foram utilizadas cultivares com diferentes ciclos (precoces e tardios), fator
que pode estar contribuindo para os diferentes resultados sobre a melhor época
para se realizar a adubação nitrogenada de cobertura.
Segundo Mendes (1965), a absorção máxima de N ocorre em duas fases,
sendo a primeira entre 25 e 60 dias, coincidindo com o aparecimento dos botões
florais, flores e maçãs e a segunda aos 80 e 110 dias com o pleno desenvolvimento
das maçãs. Furlani Júnior et al. (2001) obtiveram dois períodos de alta demanda por
N, de 38 a 48 e de 88 a 98 DAE da cultura.
Para os solos de Cerrado a recomendação é que o N em cobertura seja
aplicado aos 30 DAE, e para doses superiores a 40 kg ha -1 deve-se parcelar em
duas vezes a aplicação, aos 30 e 50 DAE, especialmente nos solos com teor de
argila menor que 15% (SOUZA e LOBATO, 2004).
Essa recomendação vem sendo usada nas lavouras de algodão do Cerrado
e do Estado Mato Grosso há alguns anos, porém, como os cotonicultores usam
variedades de algodoeiro com diferentes ciclos, a adubação nitrogenada em
cobertura em função dos DAE pode ser eficiente para algumas cultivares e
ineficientes para outras, pois a maior demanda e período de absorção de N pelo
algodoeiro se dá em fases como o aparecimento dos primeiros botões florais e
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durante o florescimento da cultura (CARVALHO et al., 2007). Tais eventos que não
devem ser baseados em DAE, pois irão variar de acordo com o ciclo da cultivar.
A importância de uma época adequada para a adubação nitrogenada não
diz apenas respeito a aumento de produtividade, mas também para evitar perdas,
pois doses elevadas de N e aplicadas durante o período reprodutivo da cultura
provocam abortamento das estruturas reprodutivas ou formação tardia das mesmas
(STAUT et al., 2002) e a escassez no período vegetativo diminui a produtividade.
De acordo com a escala fenológica do algodoeiro preconizada por Marur e
Ruano (2001), pode-se dividir o ciclo em estádios, o que facilita a identificação das
épocas em que o algodoeiro mais necessita de N, contribuindo para a precisão na
época da adubação em cobertura.
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5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1. Caracterização do local
O experimento será realizado em ambiente protegido (casa de vegetação)
na área experimental do campus da Universidade do Estado de Mato Grosso
(UNEMAT), situado no município de Tangará da Serra, MT, localizado às
coordenadas 14°37’10” S e 57°29’09” W e altitude de 321,5m (INMET, 2002).
O clima da região é o Tropical Úmido (KOPPEN, 1948) com temperatura
média anual de 24,4ºC. A precipitação média anual é de 1.500 mm e a umidade
relativa do ar fica entre 70 e 80% (VELA et al., 2006).
5.2. Cultivares
As cultivares a serem utilizadas apresentam alto potencial produtivo, boa
qualidade de fibra e resistência às adversidades do algodoeiro (FUNDAÇÃO MT,
2011).
FMT 523: Cultivar de ciclo precoce (120 a 130 dias) e porte médio/baixo com
baixa exigência no uso de regulador de crescimento. O manejo deve ser
diferenciado deixando a planta crescer bem para depois aplicar o regulador. Devido
ao ciclo, porte e arquitetura é um material recomendado para fechamento de plantio
e plantio safrinha com grande potencial em plantios adensados.
FMT 707: Cultivar de ciclo médio (150 a 160 dias) e porte mediano, com
média exigência em regulador de crescimento, e bastante responsiva à aplicação do
mesmo. Apresenta alta suscetibilidade aos nematoides Meloidogyne incognita e
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Rotylenchulus reniformes. Devido ao ciclo, porte, arquitetura e resistência às
doenças é também um material com grande potencial de uso em plantios
adensados.
FMT 701: Cultivar de ciclo tardio (180 a 200 dias) e porte alto, bastante
exigente em regulador de crescimento. Sua reação para a virose atípica é de
suscetibilidade sendo necessário manter o pulgão em baixos níveis de infestação.
Apresenta alta tolerância aos nematoides Rotylenchulus reniformis e Meloidogyne
incognita.
Embora sejam utilizados 3 cultivares, o experimento não tem objetivo de
avaliar a interação entre eles sendo portanto 3 experimentos distintos.
5.3. Delineamento experimental
O delineamento usado será o inteiramente casualizado (DIC) com 5
tratamentos e 5 repetições, onde serão utilizados vasos com capacidade de 12 L
para os tratamentos. Cada parcela experimental será constituída por 5 vasos, sendo
uma planta por vaso, totalizando 25 parcelas.
Será utilizado para cultivo em vaso um Latossolo Vermelho distrófico de
textura média (EMBRAPA, 2006), cuja amostra será coletada à uma profundidade
de 0-20 cm e submetida à análise química laboratorial.
Os tratamentos constarão de 5 épocas de adubação nitrogenada em
cobertura, sendo o tratamento testemunha (Tratamento 1) a aplicação de acordo
com o preconizado por Souza e Lobato (2004), aos 30 e 50 DAE.
Já para os demais tratamentos serão realizadas as coberturas de acordo
com a escala fenológica do algodoeiro preconizada por Marur e Ruano (2001), e
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baseada na adubação nitrogenada em cobertura na cultura do milho, como sugerida
por Vargas (2010) com intervalo de quatro estádios entre a primeira e segunda
cobertura, de modo que os tratamentos serão:
Tratamento 1: adubação aos 30 e 50 DAE;
Tratamento 2: adubação nos estádios V2 e V6;
Tratamento 3: adubação nos estádios V3 e V7;
Tratamento 4: adubação nos estádios V4 e V8 ou B1;
Tratamento 5: adubação nos estádios V5 e B2.
Onde V representa o estágio vegetativo e B representa o estádio reprodutivo
caracterizado por botões florais. O Tratamento 4 sugere a 2ª aplicação de cobertura
em V8 ou B1 pelo fato deste ser um estádio de transição, podendo a planta atingir
V8 e posteriormente B1 ou de V7 já passar para o período reprodutivo B1.
5.4. Condução do experimento
O experimento será conduzido entre os meses de outubro de 2011 à março
de 2012. Na semeadura serão usadas cinco sementes de algodão por vaso, a uma
profundidade de 0,2 m. Aos 20 DAE será feito o desbaste para que permaneça
apenas uma planta por vaso.
Após realização da análise de solo serão feitas (se necessário) as correções
quanto à necessidade de calagem, e ainda a adubação de semeadura de acordo
com Souza e Lobato (2004) em todos os tratamentos.
As irrigações serão feitas com regador antes e posteriormente à semeadura
com o intuito de manter a capacidade de campo do solo e atendendo as
necessidades das plantas em seus respectivos vasos.
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Com exceção das épocas, todos os tratamentos terão a quantidade da
adubação nitrogenada em cobertura de acordo com as recomendações de Souza e
Lobato (2004), sendo a uréia utilizada como fonte de N. As quantidades utilizadas
serão proporcionais ao cultivo de uma população de plantas de 90.000 plantas ha-1.
Os tratos fitossanitários serão realizados no decorrer do experimento de
acordo com a incidência de pragas e doenças para que estes problemas não
interfiram no desenvolvimento da cultura e não influenciem nos resultados do
experimento.
5.5. Características a serem avaliadas
Para verificação do efeito da época de adubação nitrogenada nas plantas de
algodão, serão avaliadas aos 30, 60 e 90 DAE a altura das plantas, sendo a medida
do colo da planta até a inserção da última folha no ápice da haste principal; o
número de nós, a partir do nó cotiledonar até o ápice, e o estádio fenológico em que
a planta se encontra, de acordo com a escala de Marur e Ruano (2001).
Aos 90 DAE será feita a contagem dos botões florais, flores e capulhos por
planta, e avaliação da parte da planta em que se encontram, dividindo-se a planta
em terço inferior, médio e superior.
Para a diagnose foliar do estado nutricional das plantas será coletada a
quinta folha na haste principal, a partir do ápice da planta durante o período de
florescimento da cultura (MALAVOLTA et al., 1997).
A colheita será feita manualmente e posteriormente o algodão em caroço
será pesado para avaliação da produtividade. Para avaliação do rendimento de fibra,
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a mesma será separada do caroço e será feito o deslintamento manual (retirada da
fina camada de fibras aderida ao tegumento da semente).
5.6. Análises estatísticas
Aos resultados obtidos, será aplicada a análise de variância, seguindo-se do
teste de Tukey para comparação de médias nos casos em que o teste F for
significativo.
Também serão realizados estudos de correlação entre as épocas de
cobertura nitrogenada e as características agronômicas avaliadas. O software de
análises estatísticas a ser utilizado será o ASSISTAT (SILVA e AZEVEDO, 2002).
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6. RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que ao final desta pesquisa seja possível determinar em que
época a adubação nitrogenada em cobertura irá influenciar no desenvolvimento e na
produção dos cultivares de algodão de diferentes ciclos.
Pretende-se ainda que este trabalho, sirva de base para futuras pesquisas à
campo relacionadas ao tema da adubação nitrogenada em cobertura em função dos
estádios fenológicos do algodoeiro, contribuindo para elaboração de uma
recomendação que possa ser seguida pelos cotonicultores do Estado de Mato
Grosso e regiões de Cerrado, contribuindo para uma adubação mais precisa,
aumento da produtividade e redução de custos.
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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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19
8. CRONOGRAMA
Descrição das atividades
2011 2012
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Análise de solo X
Aquisição de vasos X
Preparo do substrato
X
Preparo dos vasos com substrato
X X
Semeadura em vasos
X
Desbaste X
Adubaçãonitrogenada
X X X
Controle depragas
X X X X X X X X
Controle dedoenças
X X X X X X X X
Avaliações duranteo ciclo da cultura
X X X X X X X
Tabulação eanálise de dados
X X X
Revisãobibliográfica
X X X X X X X X X
Entrega da monografia
X
Defesa da monografia
X
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9. ORÇAMENTO
9.1. Material de consumo
Item Descrição Quant. Valor Unit. (R$) Total (R$)1 Sementes de algodão (saco) 1 100,00 100,002 Uréia (saco) 1 50,00 50,003 Fertilizantes (P e K) 1 150,00 150,004 Cartucho para impressora 1 25,00 25,005 Papel A4 100 0,20 20,006 Inseticidas 1 50,00 50,007 Fungicidas 1 150,00 150,008 Enxada 2 30,00 60,009 Pá de bico 1 25,00 25,00
10 Carrinho-de-mão 1 130,00 130,0011 Vaso (12 L) 125 8,00 1.000,00
Subtotal 1760,00
9.2. Material permanente
Item Descrição Quant. Valor Unit. (R$) Total (R$)1 Casa de vegetação 1 15.000,00 15.000,002 Notebook 1 2.000 2.0003 Impressora 1 250,00 250,00
Subtotal 17.250,00
9.3. Serviços de terceiros (pessoa física)
Item Descrição Quant. Valor Unit. (R$) Total (R$)1 Mão de obra
(preparo do substrato)3 30,00 90,00
Subtotal 90,00
9.4. Serviços de terceiros (pessoa jurídica)
Item Descrição Quant. Valor Unit. (R$) Total (R$)1 Encadernação 6 10,00 60,002 Fotocópia 150 0,10 15,003 Análise de solos 1 40,00 40,004 Análise foliar 5 56,00 280,00
Subtotal 395,00
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