23/5/2014 A silenciosa sovietização dos Estados Unidos
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A silenciosa sovietização dos Estados UnidosPOR PAUL CRAIG ROBERTS
– ON 23/04/2014
CATEGORIAS: HOME AUTOR, INTERNET, MUNDO, POSTS
“Desfrutando a maravilhosa sensação de segurança nos Estados Unidos” (charge de Monte
Wolverton, no Alternet)
Há sessenta anos, censura a “Doutor Jivago” resultou em desastre midiático. Hoje,
russos são mais livres, na vida privada, que norte-americanos
Por Paul Craig Roberts | Tradução Cauê Seignemartin Ameni
A propaganda americana no período da Guerra Fria teve pouco, ou nada, a ver com o
colapso da União Soviética. No entanto, ao dramatizar as mentiras soviéticas o mundo
ficou cego com as de Washington.
Quando as autoridades soviéticas recusaram-se a publicar Doutor Jivago, obra do
destacado escritor soviético Boris Pasternak, a CIA transformou o gesto num golpe
midiático. Um jornalista italiano e membro do Partido Comunista soube do manuscrito
censurado e se ofereceu para levá-lo a um editor de Milão, próximo dos comunistas:
Giangiacomo Feltrinelli, que publicou o livro em italiano em 1957, apesar das objeções
soviéticas. Feltrinelli acreditava que o Doutor Jivago era uma obra-prima e que o
governo da União Soviética era tolo, ao não capitalizar em seu favor a obra de um
grande escritor. Em vez disso, o Kremlin, dogmático e inflexível, caiu na arapuca da CIA.
Os soviéticos fizeram tanta sujeira com o livro, que a controvérsia elevou o perfil da obra.
De acordo com documentos recentemente revelados pela CIA, o órgão de espionagem
norte-americano vislumbrou uma oportunidade para os cidadãos soviéticos se
perguntarem por que o romance de um proeminente escritor russo só estava disponível
no exterior.
A CIA organizou uma edição na língua russa, publicada e distribuída aos cidadãos
soviéticos na Feira Mundial de Bruxelas, em 1958. O golpe midiático foi consumado
quando Pasternak recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em outubro de 1958.
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O uso do romance de Pasternak para minar a confiança dos cidadãos soviéticos em
seu governo continuou até 1961. Naquele ano eu era um membro do programa de
intercâmbio de estudantes EUA / URSS. Fomos encorajados a levar conosco cópias de
Doutor Jivago.
Disseram-nos que era improvável algum inspetor aduaneiro soviético saber inglês, e
ser capaz de reconhecer o título dos livros. Se perguntassem algo, fomos instruídos a
responder que se tratava de “leitura de viagem”. Se as cópias forem reconhecidas e
confiscadas, não devíamos nos preocupar. Elas eram muito valiosas para serem
destruídas. Os funcionários iriam lê-las primeiro, e vendê-las em seguida no mercado
negro — uma forma eficiente para espalhar a distribuição.
Leia a reportagem do Washington Post a respeito das ações da CIA aqui; e os
documentos secretos da agência, aqui.
O que me impressiona sobre os memorandos da CIA é como o governo dos Estados
Unidos de hoje se assemelha com o governo soviético de 1958. A chefe da Divisão
Soviética da CIA descreve, numa análise de julho de 1958, por que Doutor Jivago era
uma ameaça para o governo soviético. A ameaça residia na “mensagem humanista de
Pasternak”, segundo a qual “cada pessoa tem o direito a uma vida privada e merece
respeito como ser humano”.
Diga isso para a Agência de Segurança Nacional (NSA), para os detidos em
Guantánamo, para os torturados nas prisões pela CIA. Nos Estados Unidos, a
privacidade individual não existe mais. A NSA coleta e armazena cada e-mail, cada
compra com cartão de crédito, cada conversa telefônica, todas as pesquisas de internet,
cada uso das mídias sociais de todos os cidadãos. Pasternak tinha muito mais
privacidade do que qualquer norte-americano hoje. Os viajantes soviéticos jamais foram
submetidos a tateamento genital ou a porno-scanners. As penalidades impostas aos
cidadãos soviéticos, por dizerem verdades inconvenientes ao governo, não eram mais
graves do que as sanções impostas a Bradley Manning, Julian Assange e Edward
Snowden.
E hoje, os cidadãos russos são mais livres em sua vida privada do que os norte-
americanos. A imprensa russa é mais vívida e crítica ao governo do que a imprensa
norte-americana…
Escrevi em uma das minhas colunas que, quando o comunismo alemão se dissolveu,
a Stasi [temida polícia secreta da Alemanha Oriental] mudou-se para Washington…
Sobre o mesmo tema:
Paul Craig Roberts
Paul Craigs Robert foi secretário assistente do Tesouro dos EUA
e editor associado do Wall Street Journal. Seu último livro é
"Como os Estados Unidos se perderam". Para biografia, consulte
a Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Paul_Craig_Roberts
TAGS: agências de inteligência, censura, espionagem, Estados Unidos, KGB, nsa,
Rússia, Stasi, União Soviética
3 Comments
Esdras Pereira Alves NetoPosted abril 24, 2014 at 1:41 PM
Eu quero que o retrocesso continue cada vez mais na vida dos Norte Americanos,
para eles sentirem como isso é horrível de se viver; sem nenhuma privacidade e
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sensação de estar sendo vigiado o tempo todo.
Armando (Porto Alegre)Posted abril 25, 2014 at 10:27 AM
Ainda não li a matéria, mas faria um pequeno reparo no pouco que li. Porque
adjetivar a falta de liberdade ou liberdade vigiada de russos ou norte-americanos
de “sovietização”, uma vez que a origem do termo remete aos “soviets” ou
conselhos populares surgidos durante o período revolucionário anterior a 1917.
No caso, deveria então dizer “burocratização” ou “estalinização” da sociedade.
Acharia mais apropriado.
jackson-SampaPosted maio 23, 2014 at 12:36 PM
O texto seria melhor ” Gestapolização” .
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