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7/24/2019 A Questão Moral Em o Homem- Aranha

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A Questão Moral em “O Homem Aranha”

(Stephen Layman)

O filme Homem-Aranha retrata um mundo moral, repleto de bem e mal. Há muitos vilões depequeno porte, bem como um vilo de primeira classe, o !uende "erde. #, desde o come$o dofilme, os persona%ens do tio &en e da da tia 'ary destacamse como eemplos claros de virtude

moral pessoas honestas em quem voc* pode confiar, com um forte senso de certo e errado.+uando uma aranha %eneticamente modificada pica o ovem acad*mico -eter -arer, ele

adquire surpreendentes novos poderes da noite para o dia. /sando esses poderes, -eter derrotacom facilidade o bri%uento da escola o atl0tico 1lash 2hompson, para o assombro de seuscole%as. # quase imediatamente, ele 0 tentado a usar seus poderes para fins pr3prios. 4 fim decomprar um carro esporte e impressionar sua 'ary 5ane, a %arota de seus sonhos, -eter entraem um concurso de luta livre cuo pr*mio 0 6 mil d3lares. "ence o concurso, mas o promotor daslutas pa%a s3 788 d3lares, ale%ando que ele %anhou rápido demais. -eter responde9 :'as eupreciso desse dinheiro:, ao que o promotor replica9 :;o veo isso como problema meu:. -eter vai embora frustrado e, dali a al%uns momentos, um bandido armado rouba o promotor e, nafu%a, passa pelo rec0mpoderoso rapa<. -eter percebe o que está acontecendo, mas no fa<nada para impedir e o ladro fo%e. O promotor fica furioso9 :"oc* poderia ter acabado com

aquele sueito= 4%ora ele vai fu%ir com o meu dinheiro:. 'as -eter calmamente saboreia avin%an$a, di<endo9 :;o veo isso como problema meu:.

2odo o incidente levanta de maneira v>vida a clássica per%unta filos3fica9 :-or que ser moral?: -ara que fa<er a coisa certa, principalmente em um mundo onde as outras pessoas nofa<em? -or que -eter deveria audar o promotor de luta livre, que acabou de tapeálo, no lhedando os merecidos @.A88 d3lares? -or que no usar seus poderes especiais apenas quandofosse para sua vanta%em? -or que ser um superher3i, fa<endo sacrif>cios e se arriscando pelosoutros? +ual 0 a ra<o disso? Onde está a compensa$o?

Blaro, o tio de -eter á passou a %rande li$o de moral9 :Bom %rande poder, vem %randeresponsabilidade:. 'as será mesmo? 4final de contas, com %rande poder vem uma %randeoportunidade de satisfa<er seus deseos, e isso su%ere um slogan alternativo9 :Bom %randepoder, vem %rande satisfa$o pessoal:. 2alve< a id0ia de ser um superher3i perca parte de suaatratividade se um %rande poder trouer consi%o um peso maior de obri%a$o moral. -or que ser um superher3i, usando seus poderes para audar aqueles em necessidade, quando voc*poderia ter uma supervida, usando seus poderes para sua vanta%em e para o beneficio dosami%os e familiares?

Sea como for, se concordarmos que :com %rande poder vem %rande responsabilidade:,ento a per%unta :por que ser um superher3i?: parece uma verso mal disfar$ada de uma dasclássicas per%untas filos3ficas de todos os tempos9 :-or que ser moral?: O superher3itradicional tem um compromisso de promover o bem e combater o mal. #le 0 dedicado a ver a usti$a prevalecer contra a inusti$a, e esse 0 o principal interesse da moralidade, como um todo.Homem-Aranha no s3 propõe a per%unta :-or que ser moral?:

Há boas ra<ões para al%u0m ser moral? ;ossas ra<ões mais fortes para a%ir desta e nodaquela maneira sempre favorecem nosso dever moral? 4 maioria das pessoas responderia:sim: a essa per%unta. Se achamos estranho o comportamento de uma pessoa, mas depoisdescobrimos que ela estava cumprindo seu dever, convencemonos de que seu comportamentofoi racional. Os te3ricos 0ticos tamb0m costumam presumir que os motivos mais fortes semprefavorecem o cumprimento do dever. 4final de contas, a institui$o da moralidade no terá opoder da racionalidade se os motivos mais fortes não favorecerem sempre o cumprimento dodever. ;3s, humanos, temos uma tend*ncia para acreditar que os motivos mais fortes ousuperiores sempre nos ap3iam a cometer o ato que 0 moralmente necessário.

+ueremos saber qual 0 a situa$o no mundo real em que vivemos. #m especial, queremossaber se os motivos mais fortes para a%ir de uma maneira e no de outra sempre ap3iamaquelas coisas que, tradicionalmente, so vistas como certas ou boas sob o ponto de vista moral.

-or eemplo, os motivos mais fortes sempre favorecem evitar assassinato, roubo, adult0rio epuni$o dos inocentes? Sempre favorecem cumprir as promessas, di<er a verdade, a%ir com usti$a e audar quem precisa (quando a moralidade nos di< que temos de fa<er essas coisas)?Se a resposta fosse :no:, Cs ve<es seria irracional cumprir nosso dever moral no sentido de

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