A Psicanálise e a
aplicabilidade à educação
•A obra de Freud nos remete, à palavra "educação“;
•Embora ele não tenha efetuado formulações diretas sobre o tema:
• "Não contribui com coisa alguma para a aplicação da Psicanálise à educação,...
• ...mas é compreensível que as investigações da vida sexual das crianças e de seu desenvolvimento psicológico
• ...tenham atraído a atenção de educadores e lhes mostrado seu trabalho sob uma nova luz“...
Freud
• Na fase final de usa produção científica, quando se voltou para o social, que Freud fez referências à educação...
• Em “O futuro de uma ilusão”, mostrou o papel repressor da religião e da cultura;
• Apontou a educação como repressão
efetiva
• Em “O mal - estar da civilização”, seu posicionamento se torna ainda mais claro:
• "Vamos tornar claro para nós mesmos qual a primeira tarefa da educação:
• “A criança deve aprender a
controlar seus instintos”.
• É impossível conceder-lhe liberdade de pôr em prática todos os seus impulsos sem restrições.
(...) Por conseguinte, a educação deve inibir, proibir e suprimir..."
• "Tem-se afirmado (...) que toda educação possui um objetivo tendencioso, que ela se esforça por fazer a criança alinhar-se conforme a ordem estabelecida da sociedade, sem considerar qual o valor ou qual o fundamento dessa ordem como tal.
• (...) à educação segundo uma linha psicanalítica (...) deve dar finalidades outras e mais elevadas, isentas das exigências reinantes na sociedade"
(S. Freud, Obras completas, vol. XXIII, p. 184)
• A obra de Freud voltou-se dominantemente para a terapia;
• Ao estabelecer analogia com a educação, ele diz:
• "A educação e a terapêutica acham-se em relação atribuível uma com a outra.
• A educação procura garantir que algumas das disposições (inatas) da criança não causem qualquer prejuízo ao indivíduo ou à sociedade.
• A terapêutica entra em ação se essas mesmas disposições já conduziram ao resultado não desejado dos sintomas patológicos (...)
• (...) A educação constitui uma profilaxia, que se destina a prevenir (...) tanto a neurose quanto a perversão;
• a psicoterapia procura desfazer o menos estável dos dois resultados e instituir uma espécie de pós-educação.
• Freud não tinha a intenção de apresentar uma proposta de educação;
• A Psicanálise influenciou o pensamento educacional
• A psicanálise efetuou um estudo do desenvolvimento dos seres humanos, de suas forças interiores, de suas inter-relações
• A Psicanálise pôde clarificar a compreensão dos processos de aprendizagem e ensino
• Referindo-se à importância da relação professor-aluno no processo de aprendizagem, num artigo intitulado
• "Algumas reflexões sobre a psicologia do escolar", Freud disse:
• "É árduo decidir se o que nos afetou mais e foi de maior importância foi nosso interesse pelas ciências que eram ensinadas ou pelas personalidades de nossos professores.
• É verdade, pelo menos, que este segundo interesse constituiu uma perpétua corrente oculta em todos nós e, em muitos de nós, o caminho às ciências passava apenas através de nossos professores".
• Neste mesmo artigo, Freud falou das emoções conflitantes que ele e seus colegas experimentavam em relação aos professores:
• o intenso ódio a alternar-se com o amor;
• A procura das fraquezas dos professores e,
• Simultaneamente, seu orgulho em descobrir que eles tinham boas qualidades e grande conhecimento
• Implícito nesta fala, está o caráter transferencial da relação pedagógica, ao qual Freud faz outras referências, como:
• "Na 2ª metade da infância, dá-se uma mudança na relação do menino com o pai (...) o menino começa a vislumbrar o mundo exterior e não pode deixar de fazer descobertas que solapam a alta opinião original que tinha sobre o pai e que apressam o desligamento do seu primeiro ideal.
• É nessa fase do desenvolvimento de um jovem, que ele entra em contacto com os professores (...) estes homens (...) tornaram-se nossos pais substitutos"
(Obras completas, vol. XIII, p. 288)
• É sabido que a criança reage ao professor como um substituto paterno;
• O professor não reage com a emoção própria dos pais;
• Atender-se à criança de maneira diferente;
• Capacitando-a a encontrar novas satisfações para suas necessidades;
• O Professor pode, assim, abrir o caminho para a aprendizagem;
• O papel da transferência na relação da criança com o professor, se compreendido por este, pode facilitar o atendimento às manifestações;
• Às vezes desconcertantes, quando os alunos tratam seus professores como centros de amor, idealização, medo e ódio, orgulho e inveja
• O professor não é um terapeuta;
• É necessário que ele conheça os fenômenos que permeiam a sua relação com a criança ;
• Com o seu discernimento, evite reagir às provocações da criança de maneira indesejável;
• A identificação com o professor é um processo da maior importância tanto para o desenvolvimento da personalidade da criança quanto para sua aprendizagem
• A identificação é um processo inconsciente
• Este mecanismo encontra-se na base de toda aprendizagem, desde aquela da criança com a mãe até a que se processa no interior da escola
• Na escola o aluno tem o desejo de tornar-se igual à pessoa admirada,
• Tornar-se o professor, seu conhecimento e suas qualidades, parte de si próprio
• As fantasias das crianças são expressas no brinquedo e na fala e o professor pode, desde a fase pré-escolar, ser orientado para lidar com elas
• Os mecanismos de defesa, amplamente usados pelas crianças, devem ser identificáveis pelos professores
• O professor pode auxiliá-las, retomando os problemas que as levaram a usar tais mecanismos e fazendo com que elas os encarem;
• A regressão, modo de lidar como uma ansiedade por um retorno a maneiras primitivas de consolo, deve ser percebida pelo professor, a fim de que ele ajude o aluno a superar suas dificuldades;
• O professor ou aquele que tem algum conhecimento da Psicanálise pode compreender os comportamentos infantis e atender às necessidades das crianças, selecionar e adotar medidas para fornecer as oportunidades escolares de que a criança pode fazer melhor uso em cada ocasião
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