II CONINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades
Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013
A NECESSIDADE DA RETOMADA DO CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE: UM ELO PERDIDO ENTRE HOMEM E NATUREZA
ABRAHÃO, KARLA C. F. J. (1); SOUZA, ROBERTA V. G. (2); ASSIS, ELEONORA S. (2)
1. UFMG – Universidade Federal de minas Gerais. EA-MACPS (Escola de Arquitetura – Mestrado em
Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável). [email protected]
2. Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Tecnologia da Arquitetura e do Urbanismo,
LABCON-Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética do Ambiente Construído. [email protected]; [email protected]
RESUMO Centenas de milhões de anos foram necessários para se chegar a um estado de equilíbrio da biosfera tal que pudesse acomodar a vida humana. Nos primórdios de sua existência o homem utilizava-se da natureza para abrigar e prover recursos estritamente necessários à sua sobrevivência. A evolução do pensamento filosófico transformou a relação entre homem e natureza para uma situação de domínio do homem sobre esta tendo como consequência a sobre-exploração de matéria e energia. Os processos de produção industrial para manter a sobrevivência do homem contemporâneo no atual padrão de vida demanda um intenso processo de transformação de energia e matéria-prima. A tendência de crescimento populacional combinada à tendência de crescimento de áreas urbanas coloca em discussão uma nova forma de consumo já que a população não tem como buscar recursos fora do planeta. Neste âmbito as construções são grandes oportunidades para retardar as transformações. Mas será necessária a adoção de práticas sustentáveis em grande escala para que seus efeitos sejam globalmente significativos. E para isto, deverá haver empenho global e mútuo entre os setores políticos, sociais, culturais e econômicos possibilitando o exercício do conceito de sustentabilidade, a qual o homem naturalmente exercia enquanto vivia integrado à natureza. Palavras chave: Sustentabilidade. Desenvolvimento sustentável. Relação Homem x Natureza. Habitat humano. Equilíbrio sistêmico global.
1. INTRODUÇÃO
“A história da vida na Terra tem sido uma história de interação entre os seres vivos e seus
arredores” (CARLSON, 1962, p.5). Por milhões de anos a natureza terrestre foi moldada por seus
próprios mecanismos através de um constante equilíbrio sistêmico. Centenas de milhões de anos
foram necessários para se chegar a um estado de equilíbrio da biosfera tal que esta pudesse
acomodar a vida humana. A evolução da vida na Terra passou por fases hostis e a estabilização
relativamente recente da espécie humana alcançou equilíbrio a partir apenas dos últimos milênios,
situação a qual levou ao desenvolvimento e domínio desta espécie sobre todas as outras.
A partir da estabilização da espécie humana na Terra, o homem veio a utilizar-se da natureza para
abrigar e prover recursos estritamente necessários à sua sobrevivência. Porém, desde que
aprendeu a cultivar plantas passou a alterar compulsivamente o ecossistema, e sua relação com a
natureza excedeu a questão de sobrevivência (LYLE,1999, p.15). Esta situação de domínio do
homem sobre a natureza resultou em transformação dos ambientes naturais e do habitat humano.
As transformações do habitat humano evoluíram de tal forma que a espécie humana passou a se
organizar em grandes núcleos ou aglomerações de habitações, o que veio mais tarde denominar-se
cidade ou centros urbanos. E foi além. O homem, com o desenvolvimento da indústria química
iniciada no século XIX, passou a desenvolver processos caracterizados pela emissão de elementos
químicos com composições diferentes das composições químicas naturais que se acumulam na
biosfera e facilmente se deslocam sobre os seus diversos canais (atmosfera, cursos d´água, lençóis
subterrâneos, etc.), afetando habitats em escala global (CARLSON, 1962, p.5). A partir de épocas
mais recentes, precisamente após o século XX, o desenvolvimento das sociedades e o aumento da
manipulação do ambiente pelo homem para manter seu estilo de vida tem levado a uma crescente
emissão de resíduos químicos. A escala de produção industrial necessária para manter a
sobrevivência do homem neste padrão de vida demanda grandes processos de transformação de
energia e matéria-prima (GUELLER, 2003). A natureza da biosfera recebendo todas estas
emissões resultantes destes processos vem sofrendo mudanças significativas (CARLSON, 1962,
p.6). Apesar do mecanismo de ajuste de equilíbrio sistemático da biosfera, a tendência de
desordem e irreversibilidade desta situação, fora do domínio humano, pode colocar em risco a
dinâmica do planeta (LOVELOCK, 1982). A alteração e contaminação química atmosférica, único
meio capaz de prover vida ao ser humano, resulta no risco de sobrevivência de sua própria espécie
(CARLSON, 1962; LOVELOCK, 1982).
A maneira como o homem ocupa o espaço é derivado da maneira como ele vive como sociedade e
como as decisões políticas, econômicas, sociais e culturais são tomadas neste âmbito. A forma
como uma sociedade lida localmente com os recursos naturais e se conecta à natureza determina
seu próprio potencial de vida. Desta forma, pode-se apreender muito de uma sociedade ao
analisar-se a maneira como esta lida com os recursos disponíveis, podendo-se inferir sobre seus
valores, seu potencial de desenvolvimento e seu nível cultural (DIAMOND, 2012).
2. A EVOLUÇÃO DA RELAÇÃO DE DOMÍNIO HOMEM x NATUREZA
O homem desenvolveu suas capacidades corporais, manipulou objetos, criou ferramentas e passou
a alterar o ambiente a sua volta. Social por natureza, e já dispondo de ferramentas, o homem vem
constantemente evoluindo seu habitat desde os primórdios de sua existência. O local escolhido
como habitat desde sempre foi medido pela busca do conforto através da proximidade aos recursos
que pudessem garantir a sua sobrevivência. Inicialmente vivendo em ambientes naturais hostis
utilizava-se das cavernas naturais como moradia, uma questão de sobrevivência. Em ambientes
naturais menos arriscados o homem construiu cabanas, formou aldeias. Vivendo em sintonia com a
natureza, utilizava-se dela apenas para a própria sobrevivência.
A partir do momento em que o homem conseguiu cultivar as espécies vegetais ele passou a
interferir e modificar compulsivamente a natureza em sua forma original (LYLE, 1999). A
alimentação dos aglomerados populacionais sempre foi um grande desafio. Desenvolvidas as
técnicas de agricultura de subsistência, transpôs o obstáculo do abastecimento alimentar das
populações, e seus habitats puderam ser conformados por grandes áreas construídas, habitações
aglomeradas: as cidades. Inicialmente sem grandes recursos de transporte, estas áreas agrícolas
aconteciam em áreas anexas às cidades, como, por exemplo, os terraços Incas escalonados e
irrigados nos Andes, que possibilitaram a vida da civilização Inca.
De forma geral, as cidades vêm cada vez mais ampliando suas fronteiras e causando diversos
impactos ambientais. A mudança de uso do solo, a necessidade de relocação das áreas agrícolas, o
deflorestamento, a crescente demanda de água potável e de canais (solo, cursos d’água) para
despejo de resíduos, dentre outros, são aspectos ambientais relevantes resultantes do crescimento
das cidades. No mundo contemporâneo, o transporte e a logística conseguiram resolver a questão
do abastecimento alimentício das cidades. Porém, outros problemas surgiram, principalmente
associados à demanda de recursos naturais e à crescente produção e destinação de resíduos não
reutilizáveis. As cidades transformaram-se em grande aglomerados de moradias, desordenadas,
com excesso de superfícies impermeáveis, com recursos naturais degradados, afastadas de
elementos naturais saudáveis e muitas vezes desprovidas de condições mínimas de saúde. Esta
forma de ocupação do solo no espaço urbano é considerada como o grande problema ambiental da
atualidade.
O distanciamento das atividades físicas do homem com a natureza no mundo contemporâneo pode
ser um elo para o entendimento de uma parte dos problemas ambientais que cercam o ambiente
construído da atualidade.
A relação “Homem x Natureza” é intrínseca às correntes do pensamento econômico sendo
necessária uma visão de sua evolução para a compreensão da atual problemática do ambiente
construído.
No período Greco (2000 a.C - 146 a.C) a natureza dominava o homem em um estado
filosoficamente passivo. Para o homem grego a natureza era eterna, parte da criação do etéreo e
por isso o homem não a questionava e nem tentava modificá-la. A explicação dos fenômenos
naturais se explicava através das ações dos deuses da mitologia grega. A filosofia clássica grega
buscou determinar princípios que regiam o mundo material e diferentemente da ciência, não
procurou explicar os fenômenos naturais (LENOBLE, 1969).
A filosofia cristã (século II até os dias de hoje) justificou a relação “Homem x Natureza” através da fé
divina, considerando ser Deus o criador da natureza e o único Ser eterno. Entre o século II e VIII, na
filosofia Cristã, dominou o movimento Patrístico que defendia exclusivamente a fé. Mas a relação
“Natureza e criação Divina” aparentemente harmoniosa levantou muitas contradições e fez-se
evoluir para a Escolástica.
A Escolástica, movimento dominante do século IX até o fim da Idade Média (século XVI) foi o
método de pensamento crítico que conciliava a fé com o pensamento racional. Aqui o racionalismo
humano iniciou a busca para a explicação dos fenômenos naturais. Mas somente na Era das Luzes,
ou Iluminismo, a partir do século XVII, solidifica-se o conceito de subjetividade e a filosofia rompe
com a doutrina Escolástica surgindo a então denominada Filosofia Moderna.
A partir da Filosofia Moderna são construídos grandes sistemas filosóficos unificadores de vários
campos ligando as ciências naturais às ciências políticas, ética, lógica, metafísica e outras. O
homem não só compreende a natureza como também passa a entendê-la e a experimentar o
comportamento de seus fenômenos. Desde então um novo entendimento baseado nos métodos
experimental e hipotético passaram a orientar o pensamento Iluminista à respeito da natureza. Os
fundamentos da concepção da natureza e sociedade moderna sustentavam-se na capacidade de
racionalidade do indivíduo em justificar a existência das coisas que o cercavam. Tudo deixou de ser
uma mera criação divina. A natureza, portanto, não pertencia à Deus mas ao próprio homem.
A época da Filosofia Moderna é coincidente com o período político Imperialista ou Colonialismo
(século XV ao XIX) marcado pela política de domínio territorial, cultural e econômico de uma nação
sobre as outras. Somente com a compreensão de alguns fenômenos naturais e de posse de teorias
existenciais foi possível ao homem europeu partir em busca de novos territórios, novas conquistas.
O período econômico entre os séculos XVI e XVIII denominado como Capitalismo Comercial foi
marcado pela busca de novos mercados e por novas colônias. A Europa, desprovida de riquezas
minerais e solos abundantes e férteis em seu território, necessitava ampliar suas atividades
comerciais para manter seus níveis de riqueza, principalmente através do acúmulo de metais, das
pedras preciosas e do comércio agrícola. No final do século XIX e início do século XX os países
Imperialistas se lançaram numa corrida por matéria-prima, por mercados consumidores e por
países com fragilidade política, com o intuito de colonizar para explorar recursos naturais. A
exploração da natureza era uma questão de sobrevivência dos grandes impérios. Ásia, África e a
recém-descoberta América abasteceram a sociedade européia por longos anos de ouro, prata,
especiarias, mão-de-obra escrava e outras matérias-primas não encontradas em solo europeu
(DAVIS, 2002). A busca por recursos naturais em territórios adjacentes colocou a relação “Homem x
Natureza” em uma situação de completo domínio e usufruto potencial do homem sobre a natureza,
de maneira muito além da questão da sua sobrevivência, ou seja, o domínio da natureza tinha como
objetivo principal o acúmulo de riqueza e poder.
Com um grande acúmulo de riqueza e de territórios abastecedores em situação de domínio os
grandes impérios mantinham em alta seus estoques de matéria-prima e energia, o que contribuiu
com uma mudança significativa no processo de produção ocorrida a partir do século XVIII que deu
inicio ao Capitalismo Industrial, principalmente na Europa. Conforme Davis (2002) o
Neocolonialismo, domínio econômico europeu, foi financiado pela exploração maciça dos recursos
dos países periféricos, principalmente Ásia e África, que sofreram epidemias de fome e mortes em
massa. As colônias pagavam a conta do bem estar social e riqueza dos grandes impérios (DAVIS,
2002).
Com o rápido enriquecimento de grandes grupos industriais a partir de meados do século XIX e ao
longo do século XX surge o era do Capitalismo Monopolista-financeiro, fundamentado nas molas
mestras dos sistemas bancários, nas grandes corporações financeiras e no mundo globalizado. O
capitalismo foi uma síntese da transformação das grandes nações imperialistas e seu potencial de
riqueza acumulada em uma nova ordem política global estruturada em grandes corporações
financeiras. E nesta fase a qual nos encontramos no momento, a perspectiva ambiental ainda
encontra-se vinculada e determinada pela evolução dos processos político-econômicos.
3. ECOSSISTEMAS HUMANOS EM DESEQUILÍBRIO SISTÊMICO
A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) proposta em 1968 por Ludwig Von Bertalanffy considera que
toda a relação entre duas ou mais partes ao se inter-relacionar determina e compõe um sistema
aberto ou fechado. Bertalanfy definiu os sistemas abertos como aqueles que interagem com o meio
ambiente, adaptando-se e reajustando-se constantemente para a manutenção de sua capacidade
reprodutiva ou de continuidade. Contrariamente, os sistemas fechados, são independentes ao meio
e não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, portanto não podem
influenciar ou serem influenciados por outros ambientes (BUCKLEY, 1971).
Conforme Rifkin (1981) a Terra pode ser considerada como um sistema fechado em relação ao
Universo porque apesar de trocar energia com o Universo não troca matéria. O autor ainda, em sua
visão de mundo, considera que a Terra nada mais é que um grande sistema regido pela 2ª lei da
termodinâmica, onde matéria e energia só podem ser transformadas em uma única direção.
A primeira lei da termodinâmica é a lei da conservação e estabelece que, embora a energia não
possa ser criada nem destruída, pode ser transformada de uma forma para outra. A segunda lei da
termodinâmica, que complementa a primeira, fundamenta-se na impossibilidade de se usar a
mesma energia repetidas vezes. A segunda lei estabelece que, a cada vez que a energia é
transformada de um estado para outro, ela se dissipa, reduz e degrada-se para a transformação
futura. Esta degradação energética a cada transformação chama-se entropia, medida da
quantidade de energia não mais capaz de ser convertida em trabalho. A medida que a entropia
aumenta, a energia disponível decresce. E conforme Rifkin (1981), esta energia não mais disponível
nada mais é que a poluição, que o lixo, um produto indisponível para um trabalho futuro.
A entropia é muitas vezes explorada por autores sob uma perspectiva catastrófica partindo da
análise de riscos e associadas às consequências das mudanças climáticas derivadas das
atividades humanas, principalmente para os ambientes hostis projetados para anos à frente. Rifkin
(1981) propõe a mudança para uma situação de baixa entropia, desmaterialista, o que impacta
diretamente sobre o estilo de vida ocidental contemporâneo, cujo valor humano e diferenciação
social é conferido à medida de sua capacidade de consumo material. Atrasar o processo de
mudança, reduzir o fluxo de energia e de consumo de matérias-primas, segundo Rifkin (1981)
poderiam retardar suas transformações.
Os grandes processos de transformação de energia e matéria-prima movidas pelas atividades
antrópicas vem aumentando a desordem do universo. Este processo pode ser claramente
compreendido ao se conhecer a trágica história da Ilha de Páscoa cuja população desapareceu
devido à sobre-exploração de seus recursos ambientais. A conjuntura na Ilha de Páscoa,
caracterizada por um sistema fechado, ou seja, uma ilha isolada sem contato com outras áreas e
populações, teve seu declínio a partir de decisões políticas inadequadas ao meio ambiente e aos
recursos naturais de que se provinham, resultando em um desenvolvimento desequilibrado, uma
típica situação de Entropia. A escassez de recursos colocou em risco as crenças que eram a
estrutura da sociedade colocando a população em conflito até seu completo colapso. O exemplo da
Ilha de Páscoa é comumentemente comparado ao planeta Terra. Como a população não tem como
buscar recursos fora do planeta, uma nova forma de consumo deverá ser implementada para que a
biosfera possa se manter em um estado no qual possa sustentar a vida humana em uma situação
de conforto por milhões de anos à frente (UNDP, 2008).
A partir da segunda metade do século XX observa-se uma aceleração do processo de urbanização.
“Cerca de metade da humanidade vive hoje em cidades” (UNITED NATIONS, 2012). Passamos por
um momento caracterizado pela ruptura do habitat humano com os ambientes naturais onde o
homem passa a eleger o território urbano como seu habitat. O Brasil também segue esta tendência
com a marca de 83% da população instalada em ambientes urbanos (TUCCI, 2008). O estilo de vida
contemporâneo elegendo o ambiente artificial como habitat humano impede a conexão regular com
a natureza, apesar de muitos projetos buscarem o conceito de biofilia, abordagem que “enfatiza a
necessidade de manter, melhorar e restaurar a experiência benéfica da natureza no ambiente
construído” (KELLERT et al apud KEELER e BURKE, 2010, p.104).
De acordo com o Relatório 2010 da United Nations (2011) a projeção média de crescimento
populacional para 2050 ultrapassa 9 bilhões de pessoas e excederá 10 bilhões em 2100. A
população atual é de 5,7 bilhões de pessoas (UNITED NATIONS, 2011, p.xv-xvi). O relatório ainda
estima que mais de 3 bilhões de pessoas, até 2100, alargará os números apenas dos países
não-desenvolvidos e dos em-desenvolvimento ou seja, o crescimento populacional será muito mais
representativo na África e América Latina, hoje com alto índice de população jovem, baixo índice
educacional e manutenção da alta taxa de fertilidade projetada para o futuro (UNITED NATIONS,
2011, p.1). Transpondo o cenário de grande crescimento para estes países, e somando-se ao
processo migratório crescente de áreas rurais para áreas urbanas é possível projetar um cenário de
ampliação caótica nos centros urbanos: ocupação territorial irregular, crescimento vertical e
horizontal desordenado, altas taxas de adensamento urbano, elevação do número de habitações
inadequadas à saúde, agravamento dos problemas de deslocamento e transportes, elevação da
produção e má disposição de resíduos, agravamento da poluição atmosférica, competição social,
violência e degradação de recursos ambientais.
Conforme Lovelock (1979) um indicador fundamental da continuidade do processo de vida humana
na Terra é a redução da entropia local, ou seja, reduzir as transformações de matéria e energia para
reduzir a degradação ambiental. Seria então o reverso da Entropia uma condição de vida
sustentável?
“Desde os anos 70 a atenção dada à problemática ambiental levou a uma reconceitualização do
desenvolvimento, em termos de ecodesenvolvimento, recentemente renomeado desenvolvimento
sustentável” (SACHS, 2005, p.36). O conceito de desenvolvimento sustentável foi definido em 1987
pela ONU com a publicação do relatório Our Commom Future (Nosso Futuro Comum) conhecido
como Relatório de Brundtland pela WCED (Word Comission on Environment and Development):
“Um desenvolvimento que responda às necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de responder às suas
próprias necessidades“ (ONU, COMISSÃO BRUNDTLAND, 1987 apud
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO,
1991, p.9).
Segundo o relatório, o desenvolvimento sustentável tem limitações impostas pelas atuais
conjunturas das sociedades e tecnologias relacionadas aos recursos naturais e às capacidades de
carga e de transformações da biosfera. O relatório considera que as sociedades e as tecnologias
podem ser geridas e aprimoradas para permitir que o crescimento econômico sustentável esteja
equilibrado ao potencial produtivo cambiante do planeta. E ainda, impera que o desenvolvimento
sustentável depende do empenho político (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO, 1991, p.9-10).
Só há desenvolvimento quando os benefícios do crescimento servem à ampliação das capacidades
humanas. (DA VEIGA, 2006).
Dentro da visão sistêmica, as leis de termodinâmica controlam a ascensão e a queda dos sistemas
políticos, a liberdade ou a sujeição das nações, os movimentos do comércio e da indústria, a origem
da riqueza e da pobreza e o bem estar físico geral da raça humana. A visão do capitalismo é
mantido pela extrema exploração de recursos naturais e humanos (DAVIS, 2002). É um sistema
econômico progressivo que sobrevive ao custo de uma grande parcela de populações vivendo em
situação de extrema pobreza, sendo assim insustentável uma vez que depende de outras áreas
para se manter (DAVIS, 2002). É insustentável porque explora a natureza além da sua capacidade
de reprodução natural, portanto altera, degrada e extingue.
4. O EXERCÍCIO DO CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE PARA A
RETOMADA DE EQUILÍBRIO
A sociedade contemporânea desenvolve-se em ambientes edificados que são incapazes de suprir
todos os recursos necessários ao desenvolvimento das necessidades básicas e atividades do
homem. Passam a ser um “ecossistema artificial e incompleto” com dependência de outras áreas
para fornecimento de seus suprimentos e também para o descarte de seus resíduos e rejeitos,
através de um processo ininterrupto. A pressão sobre as áreas de contorno dos grandes núcleos
urbanos, as áreas rurais, e sobre os recursos naturais será crescente e gradativa de acordo com as
projeções de crescimento populacional global da UNITED NATIONS (2011).
A ocupação populacional concentrada nos ambientes urbanos, o crescimento populacional, a
pressão sobre os ambientes e recursos naturais, o estilo de vida urbano contemporâneo, a
tendência de crescimento global da demanda de energia, a poluição atmosférica e dos recursos
hídricos, a crescente geração de resíduos, o aquecimento global, a destruição das matas nativas, a
mudança do uso do solo e a busca da qualidade ambiental do ambiente construído são aspectos
relevantes na tomada de consciência global para a adoção de práticas sustentáveis como meio de
retomada do equilíbrio (GELLER, 2003, p.18).
Após afastar seu habitat da natureza, o homem veio perceber que necessita restabelecer o
equilíbrio com o meio ambiente para que a biosfera continue provendo todos os benefícios
produtivos e principalmente garantindo condições de vida e de conforto condizentes com a
sobrevivência da espécie.
O crescimento populacional e a manutenção dos níveis de conforto do atual estilo de vida das
sociedades afetam a produção energética (GELLER, 2003). A demanda por maior produtividade de
energia contribui para a destruição de habitats naturais, para o desmatamento e para a degradação
da qualidade do ar e da água; bem como para a necessidade de ampliação de usinas geradoras de
grande escala (hidrelétricas, termelétricas) e da extração de gás natural e petróleo (KEELER e
BURKE, 2010, p.110). Daí a necessidade de se buscar fontes renováveis de energia.
A grande concentração populacional nos núcleos urbanos com ocupações irregulares sobre o solo
ocasiona alterações no microclima. As alterações do microclima, associadas à rugosidade das
superfícies impermeáveis, às características de condutibilidade térmica dos materiais de construção
e à exposição da radiação solar, exigem a reprodução artificial de níveis de conforto térmico nos
ambientes internos (GIVONI, 1989, p.2). A qualidade do ar nas cidades com grande concentração
de material particulado na atmosfera, resultante das atividades construtivas, industriais e queima de
combustíveis fósseis, agrava as condições de microclima, dificultando o escoamento e a dispersão
do calor, para situações de perda de qualidade de conforto higrotérmico e do ar. A dificuldade de
dispersão do calor e da poluição atmosférica por meio dos ventos dominantes (ventos de superfície)
e a redução do tempo de evaporação, devido à grande massa impermeável urbana, são os fatores
que mais associam a perda de qualidade de conforto ambiental no ambiente urbano. (GIVONI,
1989, p.1-2; LOMBARDO, 1985).
Trocas e interações complexas existem entre os edifícios e seus ambientes de entorno. As
interações entre natureza e habitat humano (ambiente construído) bem como suas influências
permanecem, porém em centros urbanos, passamos a lidar com a natureza modificada e suas
interações com o interior das edificações. As condições de conforto interno das edificações
dependem das condições de clima do seu entorno e a perda da qualidade do conforto ambiental
externo influencia negativamente o conforto interno (CHANDLER, 1976 apud GIVONI, 1989;
GIVONI, 1989, p.12).
A percepção da ocorrência de mudanças climáticas foi o grande marco para se buscar o
desenvolvimento sustentável. A Organização Meteorológica Mundial junto ao Programa Ambiental
da ONU publicaram em 1990 o FAR (First Assessment Report) que consistiu em uma avaliação
científica das mudanças climáticas. Os resultados deste relatório estabeleceram de forma
extremamente autoritária a necessidade da abertura de negociações e debates para o
estabelecimento de estratégias que pudessem resultar na implementação imediata e global de
políticas e programas para reverter o quadro das mudanças climáticas e suas consequências
apresentadas. A mudança de uso do solo, ou seja, a transformação do ambiente natural em um
ambiente modificado, foi considerada como a maior contribuição para as mudanças climáticas. As
mudanças climáticas, resultado da emissão de gases de efeito estufa estão portanto associadas
com atividades econômicas tais como energia, indústria, transporte e má utilização do solo.
O desenvolvimento sustentável busca, portanto, restabelecer as relações do homem com a
natureza, o elo perdido. A proposta deste modelo de desenvolvimento propõe mudanças
principalmente nas questões relacionadas com a forma de consumo dos recursos naturais para
abastecimento das populações e do mundo industrializado e com as fontes de energia que compõe
a matriz energética das nações. Planos e políticas governamentais, sistemas empresariais
baseados na acreditação do novo modelo de desenvolvimento, certificações “verdes” e programas
de avaliação de desempenho ambiental das edificações e de processos produtivos são alguns dos
meios atualmente utilizados como compromisso com o meio ambiente e como forma de
proporcionar a vida humana uma qualidade coerente com as disponibilidades do planeta.
A retomada do equilíbrio exige mudanças nas transformações da matéria prima, nas formas de
consumo e nas fontes de energia. A energia é hoje o motor de propulsão a favor do
desenvolvimento econômico de qualquer sociedade. Sem a produção e previsão de produção
energética não há crescimento econômico. É forte a correlação entre o IDH (índice de
Desenvolvimento Humano) e o consumo per capita de eletricidade, ou seja, para se alcançar o
desenvolvimento econômico e social deverá haver uma maior oferta de eletricidade em um país. O
início do século XXI iniciou-se em crise com o sistema político-econômico global e uma tendência
de crescimento de outros grupos periféricos, por exemplo, a China desestabilizando o núcleo
capitalista europeu e norte-americano (DAVIS, 2002). Os blocos econômicos com alta capacidade
de geração de energia podem criar novas situações de estrutura econômica global no século XXI.
Com a aplicação de conceito de desenvolvimento sustentável as nações buscam diversificar suas
matrizes energéticas e principalmente buscar plantas geradoras de energia baseadas nos conceitos
de energias renováveis: energia gerada a partir de fontes naturais renováveis e sem queima de
combustíveis fósseis.
“A tendência em relação à urbanização tem enormes implicações nos esforços para reduzir a
pobreza, gerir recursos naturais, proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas.
Enquanto cidades ocupam 2% da massa de terra no mundo, elas produzem até 70% da emissão de
dióxido de carbono. No entanto, cidades também podem ter a chave para as soluções para muito
dos desafios mundiais. Elas estão numa posição única para liderar o esverdeamento da economia
global ao melhorar a eficiência do uso da energia para transporte e construção, assim como para
água e sistemas de resíduos.” (UNITED NATIONS, 2012, p.1).
A sustentabilidade vem sendo buscada como ciência para o desenvolvimento de novas tecnologias
e representando um novo conceito na área da construção do ambiente construído com finalidade de
reduzir a pressão sobre o meio ambiente. Para enfrentar o desafio de atender a uma crescente
demanda de energia com redução de impactos negativos derivados de emissões de gases na
atmosfera, a indústria da construção civil, incluindo os projetos de edificações, deverão adotar
medidas para promover o consumo de energias renováveis, através de soluções energéticas e
gestão de processos para redução do consumo dos combustíveis fósseis. O princípio de projetos
para a produção de edificações sustentáveis baseia-se na tentativa de minimizar todos os impactos
isolados da edificação em relação ao seu meio (social e paisagem), aos insumos e à sua produção
de resíduos, bem como ampliar seu desempenho ambiental e energético e atenuar os impactos
globais proporcionados ao longo de toda a vida útil da edificação. Ou seja, atuar com melhor
desempenho atrasando os processos de mudança, reduzindo a exploração e consumo de
matérias-primas e reduzindo o fluxo de energia para retardar as transformações.
O conceito de sustentabilidade aplicado a edifícios envolve a noção deste inserido no universo
devendo o edifício ser visto como parte de um sistema holístico e interdisciplinar (EDWARDS,
2008). A atribuição do termo “eficiência” na concepção de uma edificação exige um pensamento
visionário e independentemente do papel de cada profissional ou de sua especialização, todos
aqueles envolvidos em edifícios que buscam alto desempenho devem utilizar o pensamento
triple-bottom criando decisões equilibradas, levando em conta igualitariamente os três fatores:
econômico, social e ambiental (ELKINGTON, 1998 apud HERDENSEN e CORTESE (2012). A área
de interceptação comum aos três fatores é a sustentabilidade. A construção sustentável desafia os
profissionais do setor de edificações a evoluir para uma visão sistêmica dos empreendimentos
integrando várias especialidades e áreas de conhecimento.
A geometria do espaço urbano através de sua forma, altura, dimensões, orientações, são fatores
que impactam no clima urbano. Um número de detalhes de um dado projeto de edificação deve ser
projetado para reduzir impactos negativos e influenciar positivamente as condições climáticas
urbanas. Estas decisões de projeto afetam diretamente as condições climáticas do interior da
edificação como daqueles que circulam nas ruas e certamente podem colaborar para a criação de
ambientes urbanos mais confortáveis (GIVONI, 1989, p.2).
Os programas de certificação de desempenho ambiental e energético de edifícios atuam sobre um
dado projeto de edificação através da análise de diversas características do edifício, desde a sua
relação de implantação e áreas vegetadas, a restauração e conservação de áreas verde e habitats,
as condições existentes de transporte coletivo do entorno, o controle de rejeitos emitidos nas redes
públicas de água pluvial, controle de produção de resíduos, incentivos ao uso de materiais e
recursos recicláveis, incentivo à eficiência energética e geração independente de energia até o
controle ambiental da qualidade do ar e das condições térmicas internas. Ou seja, estes programas
buscam analisar e contabilizar as relações diretas e indiretas da edificação com a natureza e seus
recursos. As análises são feitas em fase de projeto e fase de construção atuando como redutoras de
impactos ambientais ao longo da vida útil da edificação.
O mercado mundial atualmente oferece inúmeros sistemas tecnológicos capazes de auxiliar e
controlar as demandas de recursos de uma edificação ou até regular por dispositivos autômatos os
níveis e condições de conforto dos ambientes internos. Dada a complexidade da gestão sobre estes
sistemas tecnológicos é necessário um profissional permanente como gestor do sistema ao longo
da operação do edifício e bastante treinamento aos usuários. Outras vezes os dispositivos
tecnológicos são tão específicos que na ausência do tradutor de sistema passam a ser mal
utilizados quando não, desligados. Todos estes processos (programas de desempenho ambiental e
energético de edificações, gestão de sistemas tecnológicos e treinamento de usuários) devem
ganhar escala para que sejam uma solução efetiva para a sociedade global e somente nesta escala
poderiam colaborar na reversão de fato da entropia.
Através de um levantamento quantitativo da inserção de processos de rotulagem ambiental e
energético de edifícios no Brasil elaborado pelas autoras1 percebe-se que apesar de haver um
crescimento expressivo na procura dos programas de certificações de edifícios no Brasil, conforme
apresentam as figuras 1 e 2 a seguir, apenas 5% conseguem concluir os processos de certificação.
Várias questões estão envolvidas com esta dificuldade de se concluir processos de certificação no
Brasil: altos custos primários; escassez de incentivos políticos; desafios para equalizar os
investimentos necessários junto às economias operacionais; ausência da demanda do mercado;
acessibilidade a um item de status tecnológico; ausência de consciência do consumidor; escassez
de profissionais treinados para o mercado; desorganização das normas e regulamentações
brasileiras; dificuldade no atendimento de alguns parâmetros das normas internacionais, além da
inexistência de um Código de Boas Práticas voltado para este mercado.
1 Levantamento quantitativo realizado pelas autoras durante a disciplina do Mestrado do MACPS-UFMG em 2012.
561
60
1477
?
2
79
3
16
6
0
LEED (2004)
Processo AQUA (2008)
Etiqueta Edifícios PBE-EDIFICA (2009)
Selo CASA AZUL (2009)
BREEAM (2011)
CERTIFICAÇÕES no BrasilCenário até 25/02/2013
Processo Concluído Em processo
Figura 1 – Cenário quantitativo global das certificações no Brasil, em processo e com processo concluído.
Figura 2 – Cenário quantitativo das certificações no Brasil, em processo e com processo concluído.
Lyle (1999) adverte que ao projetar sobre um pedaço de terra, independente da escala do projeto,
estamos alterando algum ecossistema. Ignorar as interações pré-existentes de um ecossistema,
suas trocas de energia e materiais, tem causado muitos desastres não intencionais de
ecossistemas em ambientes projetados. E a criação destes ecossistemas deveria ser intencional,
ou seja, deveriam ser analisadas as máximas interações pré-existentes para que a nova unidade
edificada pudesse participar criativamente destes processos (LYLE, 1999, p.16).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise da evolução da relação “Homem x Natureza” apresentada mostrou que a partir do
desenvolvimento das habilidades intelectuais humanas auxiliadas por ferramentas e mais tarde por
tecnologia resultou em uma grande transformação do habitat humano e das relações do homem
com os recursos da natureza. O distanciamento das atividades físicas do homem com a natureza no
mundo contemporâneo pode ser um elo para o entendimento de uma parte dos problemas
ambientais que cercam o ambiente construído da atualidade. A projeção do crescimento
populacional à longo prazo coloca em discussão os caminhos a serem tomados nos processos de
transformação necessários para suprir o ambiente urbano e para manter o estilo de vida
contemporâneo. A ocupação populacional concentrada nos ambientes urbanos, a crescente
demanda de consumo dos recursos naturais e a grande demanda por transformação de energia e
matéria-prima, de acordo com a lei da entropia, aumenta a desordem do universo colocando em
risco a dinâmica do equilíbrio sistêmico do planeta. Como a população não tem como buscar
recursos fora do planeta, uma nova forma de consumo deverá ser implementada. E para isto
acontecer deverá ser retomado como ponto de partida o conceito de sustentabilidade, o qual o
homem exercia enquanto vivia integrado à natureza. Na atualidade, vivendo cada vez mais em
ambientes urbanos, as novas construções e grandes reformas passam a ser uma grande
oportunidade para exercitar o conceito de sustentabilidade. Porém, para que os resultados sejam de
baixa entropia é necessário que a adoção dos programas e conceitos de edifícios sustentáveis seja
em uma escala tal que tornem os resultados significativos globalmente. O exercício do conceito de
sustentabilidade é necessário para que o ambiente construído daqui para frente possa se
fundamentar sobre um alto desempenho de interações junto ao meio o qual está inserido à longo
prazo. E para isto, as decisões políticas deveriam influenciar as decisões sociais, culturais e
econômicas em direção a um empenho consciente colocando cada um, cada Homem, frente às
questões ambientais, recuperando o elo perdido “Homem x Natureza” através da compreensão,
respeito, ética e compromisso global.
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