UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
PRÓ-REITORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA
Curso de Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional
REJANE TEIXEIRA CARVALHO
A INTERVENÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA NA INTEGRAÇÃO
DOS ALUNOS RECEM INGRESSOS NA UFC: NA
UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DE PESQUISAS
OFERECIDOS PELA BIBLIOTECA DA FACULDADE
DE DIREITO-BFD
SOBRAL / 2010
Rejane Teixeira Carvalho
A INTERVENÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA NA INTEGRAÇÃO
DOS ALUNOS RECEM INGRESSOS NA UFC: NA
UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DE PESQUISAS
OFERECIDOS PELA BIBLIOTECA DA FACULDADE
DE DIREITO-BFD
Monografia apresentada à UniversidadeEstadual Vale do Acaraú como requisito parcialpara obtenção do Título de Especialista doCurso Especialização em Psicopeda-gogia Inst itucional e Clínica, daUniversidade Estadual Vale do Acaraú, sob aorientação da Professora Jannayna QueirozCarvalho, Ms.
Sobral – Ceará2010
Rejane Teixeira Carvalho
A INTERVENÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA NA INTEGRAÇÃO DOS
ALUNOS RECEM INGRESSOS NA UFC: NA UTILIZAÇÃO DOS
RECURSOS DE PESQUISAS OFERECIDOS PELA BIBLIOTECA
DA FACULDADE DE DIREITO-BFD.
Monografia apresentada à Universidade Estadual Vale do Acaraú como requisito
parcial para obtenção do Título de Especialista do Curso Especial ização em
Psicopedagogia Insti tucional e Clínica.
A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que seja feita de
conformidade com as normas da ética científica.
Monografia aprovada em _____/_____/_____
Orientador: _________________________________________________________
Professora Jannayna Queiroz Carvalho, Ms
1º Examinador: _____________________________________________________
2º Examinador: _____________________________________________________
Coordenador do Curso:
____________________________________________Prof. Esp. Luiz Boaventura de Souza
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado forças e me fazer acreditar que tudo posso naquele que mefortalece.
Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas ascoisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância,como a padecer necessidade.Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.Filipenses 4:12-13
A meus pais Almiro (in memoriam) e Berenice, por cada sacrifício e cada oração quefizeram por mim, pelo exemplo de pessoas íntegras e por todos os ensinamentosque me fizeram ser quem eu sou;
A minha filha Jamille, por ter entendido minhas ausências, pelo apoio dado nessesanos de Universidade, por ser meu motivo maior de querer aprender e por tudo querepresenta na minha vida;
A meu marido Thiago, pelo seu carinho, por suas massagens após várias horas dedigitação, pelo companheirismo, paciência, admiração e respeito;
A meus professores e colegas de curso, por todo conhecimento e apoiotransmitidos.
5
RESUMO
Baseando-se na importância da Biblioteca Universitária para o processoeducacional; tendo como objetivo a integração do aluno recém ingresso naUniversidade Federal do Ceará - UFC à biblioteca, e no sentido de atendersatisfatoriamente às necessidades dos usuários, a autora pretende fornecersubsídios através da psicopedagogia, que auxiliem o delineamento das diretrizespara o Sistema de Bibliotecas da UFC, tendo como foco principal a Biblioteca daFaculdade de Direito – BFD. A fim de obter maior participação no sistemaeducacional, às diretrizes apresentadas foram canalizadas para planejamento,qualificação profissional, acervo, atividades educativas e área. Nesse sentido, otrabalho dos servidores da biblioteca, é analisado neste estudo, discutindo-se suaassociabilidade à psicopedagogia. A aplicação, benefícios e limitações embibliotecas universitárias da área pública, bem como sugerindo alguns passos paraaplicação e implementação efetivas da prática psicopedagógica. A proposta dessetrabalho é ressaltar a importância e a responsabilidade social dos Serviços doProfissional Psicopedagogo, como membro no contexto do Sistema de Bibliotecasda UFC, adotando como modelo para avaliação a BFD. No conjunto de benefíciosgerados pelo estudo está a contribuição para com os bibliotecários administradores,devido ao seu caráter didático, o que transpõe a mera aplicação de um sistemapronto, que não preencha a real necessidade da (BFD). Portanto, conclui-se que umSistema de Gestão, auxiliado pelo Psicopedagogo para a Biblioteca da Faculdadede Direito - BFD, que compreenda questões institucionais, gerenciais, operacionais,organizacionais, humano-comportamentais e ambientais, constitui-se em um efetivoinstrumento de suporte à ação administrativa daquela Universidade.
Palavras Chave: Organizacional; Biblioteca universi tária; Administração debiblioteca, Psicopedagogia.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................6
CAPÍTULO I – A PSICOPEDAGOGIA ..................................................................10
1.1 A psicopedagogia e sua evolução histórica.....................................................10
1.2 A psicopedagogia e seu âmbito de ação.........................................................15
CAPÍTULO II – A EDUCAÇÃO COMO UM ESPAÇO DE INTEGRAÇÃO COM A
PESQUISA............................................................................................................20
2.1 A Educação brasileira e a pesquisa................................................................20
2.2 O teor da leitura na biblioteca..........................................................................21
2.3 A comunicação através de multi-veículos.......................................................25
2.4 A biblioteca e o consulente..............................................................................27
2.5 A biblioteca universitária na socialização do conhecimento............................28
CAPÍTULO III – A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA................................................33
3.1 Um breve perfil da biblioteca universitária.......................................................33
3.2 A psicopedagogia como auxílio ao sistema operacional da biblioteca............34
3.3 Um breve perfil do sistema de bibliotecas da Universidade Federal do
Ceará/UFC............................................................................................................45
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................58
7
INTRODUÇÃO
De acordo com (AGOSTINHO, 1999, p. 1, 5-6), “As bibliotecas desse
novo século transformam-se em portais na web brasileira, com conteúdos que
abrangem itens do acervo informacional bibliográfico, digital e multimídia e versam
sobre a literatura científica, tecnológica e cultural em âmbito mundial”. É notória a
contribuição científica das instituições que geram o novo conhecimento nas diversas
áreas, para disseminar seus produtos usando sistemas inteligentes de informação,
ao mesmo tempo em que são impelidas a criar ambientes interativos com infra-
estrutura adequada para importar tecnologias e implantar ferramentas que venham
facilitar o acesso eletrônico à informação.
(KRZYZANOWSKI, 1996, p.4; CORTE 1999, p. 60), explanam que,
“nessa perspectiva se incluem universidades, institutos, empresas, laboratórios,
indústrias dentre outros, considerados núcleos de excelência, geradores da
pesquisa, com quadro de pesquisadores altamente qualificados, que elevam a
demanda em níveis mais exigentes, na medida em que acompanham o avanço da
ciência”. A importância da informatização de serviços dessa natureza está na
aceleração dos processos, na agilidade do atendimento às necessidades de
informação, na qualidade e na eficiência do serviço prestado e, finalmente, na
igualdade de condições em usufruir das benesses frente aos centros mais
adiantados do país e do mundo.
A incorporação das Tecnologias da Informação pelas bibliotecas
universitárias brasileiras é de vital importância para o incremento de pesquisas que
resultarão em novas tecnologias que, de uma forma ou de outra, quando
disponibilizadas e aplicadas, influenciarão diretamente na melhoria da qualidade de
vida de toda comunidade em sua área de influência.
Sendo Assim, os agentes facilitadores do processo de informatização de
bibliotecas, que tornam mais ágil o acesso, capazes de prover informações a
comunidade científica, são:
8
1) Os recursos de tecnologia de informação existentes no mercado nacional e
internacional, como hardware, softwares – Aleph, Pergamum, Virtual, Informa,
Thesaurus, Ortodocs etc - e serviços (CORTE, 1999, p. 16-30; CAFÉ, 2001, p. 73);
2) A existência de sistemas consolidados e redes cooperativas que permitem o
compartilhamento de serviços, intercâmbio de informações e acervos - SIBI/USP,
SIBI/UFRJ, BIREME, BIBLIODATA, ISTEC, REBAP, PERGAMUM, BN etc;
3) A efetiva política nacional de bibliotecas universitárias e de instituições de
pesquisa, sob o comando da Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias,
CBBU, com 9 representações regionais, em atuação junto aos órgãos oficiais -
CAPES, MEC/SESu, CNPq, FINEP, IBICT;
4) Os consórcios nacionais e internacionais para assinatura e acesso eletrônico a
periódicos estrangeiros e para a alimentação de portais - Silverplatter, Periódicos
CAPES, Páginas Brasileiras, Ciência Tecnologia Educação, Scielo, Web of Science,
Teses Brasileiras etc.;
5) Programas de capacitação e treinamento de recursos humanos nas novas
tecnologias e ferramentas ministrados pelas agências de serviços e editoras -
CAPES, BIREME, Elsevier, Silverplatter, Ideal, High Wire, OVDI etc.
Nesse contexto é que se delineia a Biblioteca da Faculdade de Direito da
Universidade Federal do Ceará – BFD/UFC, que em seu processo de evolução
passou a fazer parte do Sistema Integrado de Bibliotecas.
Com o projeto do Sistema Informatizado, a biblioteca da Faculdade de
Direito passou a atender melhor a comunidade universitária, pela desburocratização
de procedimentos e pela facilidade em fornecer diversos suportes de informação
existente, homogeneização de atendimento ao usuário, devido ao treinamento da
equipe e na prestação de serviços. Espaços reservados, multifuncionais,
equipamentos modernos e uma equipe treinada estão à disposição dos alunos,
professores, servidores e usuários afins para orientá-los e contextualizá-los diante
das novas tecnologias.
9
A Biblioteca é, assim, um organismo universitário que busca organizar e
tornar acessíveis informações necessárias para atender aos diversos segmentos da
comunidade estudantil, bem como proporcionar atividades culturais ligadas aos
objetivos da Faculdade de Direito - BFD/UFC.
Este trabalho vem tratar do paradigma dos serviços prestados pelas
bibliotecas universitárias, em particular do Sistema de Bibliotecas da UFC, tendo
como foco principal a Biblioteca da Faculdade de Direito - BFD.
O objetivo deste trabalho é identificar a importância do psicopedagogo na
estrutura administrativa gerencial da Biblioteca, como instrumento da Gestão
Organizacional, na condução do processo de modernização e estruturação das
bibliotecas no momento atual, através da propagação e conscientização de sua
missão institucional de resolver os conflitos de interesses demandados pela
população usuária dos serviços bibliotecários.
Pretendemos diagnosticar a relação entre a Biblioteca da Faculdade de
Direito - BFD, e os usuários (alunos recém ingressos na Universidade Federal do
Ceará), podendo assim inteirar-nos das dificuldades dessa relação e contribuir para
que ela aconteça de forma mais positiva.
Para a elaboração deste trabalho, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica, que de acordo com Manzo (apud LAKATOS e MARCONI, 2000, p. 66)
“oferece meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como
também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram
suficientemente”. E ainda segundo Gil (2000, p. 48),
[...] é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicadoem livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível aopúblico em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo depesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma. O material publicadopode ser fonte primária ou secundária.
Sendo assim, a pesquisa bibliográfica é o método mais indicado para a
presente pesquisa, pois não é mera reprodução do que já foi escrito sobre
10
determinado assunto, mas favorece uma análise de um tema sob um novo foco ou
abordagem.
Esta pesquisa teve uma abordagem qualitativa realizada através de
consulta a livros e artigos (revista e internet), o que nos oferece a possibilidade de
conhecer as técnicas e estilos de trabalho dentro da BFD que faz parte do Sistema
de Bibliotecas da UFC, bem como a capacidade de influenciar pessoas ou a equipe
de trabalho em direção ao alcance dos objetivos, conquistando credibilidade,
confiança e aceitação.
Diversos autores fizeram parte do levantamento bibliográfico, e das bases
de dados eletrônicos via internet. Autores como Carvalho (1981, 2007 p.61), pela
definição de (GELFAND, 1968, p. 19), se referem às universidades, que serão o que
forem suas bibliotecas.
Assim, para atingir o objetivo proposto, esta monografia se estruturou
dentro do seguinte ordenamento: Além da Introdução e Considerações Finais, o
capítulo I aborda o Histórico e Conceitos sobre Psicopedagogia no limiar do século
XXI, e seu âmbito de ação. O capítulo II faz uma projeção da educação aliada à
pesquisa e a leitura; da comunicação através de multi-veículos, da biblioteca com o
consulente e na socialização do conhecimento. O capítulo III versa sobre as
reformas que vêm modificando a vida dos usuários no Sistema de Bibliotecas da
UFC, e de como Psicopedagogo poderá atuar como auxílio operacional à biblioteca
no sentido de facilitar e incentivar o uso dos serviços bibliotecários, pelo meio
acadêmico.
11
CAPITULO I
A PSICOPEDAGOGIA
1.1- A Psicopedagogia e sua Evolução Histórica
Os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na Europa, em
1946, por J. Boutonier e George Mauco, com direção médica e pedagógica. Estes
Centros uniam conhecimentos da área de Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, onde
tentavam readaptar crianças com comportamentos socialmente inadequados na
escola ou no lar e atender crianças com dificuldades de aprendizagem apesar de
serem inteligentes (MERY apud BOSSA, 2000, p. 39).
Na literatura francesa – que, como vimos, influencia as idéias sobrepsicopedagogia na Argentina (a qual, por sua vez, influencia a práxisbrasileira) – encontra-se, entre outros, os trabalhos de Janine Mery, apsicopedagoga francesa que apresenta algumas considerações sobreo termo psicopedagogia e sobre a origem dessas idéias na Europa, eos trabalhos de George Mauco, fundador do primeiro centro médicopsicopedagógico na França,..., onde se percebeu as primeirastentativas de articulação entre Medicina, Psicologia, Psicanálise ePedagogia, na solução dos problemas de comportamento e deaprendizagem (BOSSA, 2000, p. 37)
Esperava-se através desta união Psicologia-Psicanálise-Pedagogia,
conhecer a criança e o seu meio, para que fosse possível compreender o caso para
determinar uma ação reeducadora. Diferenciar os que não aprendiam, apesar de
serem inteligentes, daqueles que apresentavam alguma deficiência mental, física ou
sensorial era uma das preocupações da época.
12
Observamos que a psicopedagogia teve uma trajetória significativa
tendo inicialmente um caráter médico-pedagógico dos quais faziam parte da equipe
do Centro Psicopedagógico: médicos, psicólogos, psicanalistas e pedagogos.
Esta corrente européia influenciou significativamente a Argentina.
Conforme a psicopedagoga Alicia Fernández (apud BOSSA, 2000, p. 41), a
Psicopedagogia surgiu na Argentina há mais de 30 anos e foi em Buenos Aires, sua
capital, a primeira cidade a oferecer o curso de Psicopedagogia.
A ciência Psicopedagogia, apresenta um campo de atuação
extremamente vasto, restando ao profissional à tarefa imensa e complexa de
assumir a sua colocação com discernimento e compromisso, construídos sob uma
base sólida de formações teórico-práticas.
Segundo Bossa, o caminho da Psicopedagogia no Brasil é árduo. O
Psicopedagogo, profissional pós-graduado, precisa ser um multi-especialista em
aprendizagem humana, congregando conhecimentos de diversas áreas técnicas e
científicas, com o objetivo de intervir nesse processo, tanto com o intuito de
potencializá-lo, quanto de tratar dificuldades, utilizando instrumentos próprios para
este fim.
A referida autora cita que a Psicopedagogia surgiu da necessidade de
atendimento às crianças com dificuldades de aprendizagem. Sendo que este
problema apresentado por algumas crianças tornavam-nas inaptas dentro do
sistema convencional de educação e eram vistos como uma situação
desencadeadora de outros problemas, inclusive o fracasso e a evasão escolar. O
que se comprova, perante os comportamentos negativos com relação ao
desenvolvimento das atividades pedagógicas.
Uma vez estabelecido que a Psicopedagogia surgiu devido a
necessidade de atender crianças com dificuldades de aprendizagem, consegue-se
firmar o seu principal enfoque, ou seja, algo que se traduz em ser o seu objeto de
estudo.
No início do processo histórico, já podemos observar a Psicopedagogia
como uma ciência norteadora dos procedimentos necessários ao trabalho com
13
crianças que apresentavam algum tipo de barreira intransponível à sua
aprendizagem, objetivando o reconhecimento das capacidades individuais e
procurando eliminar os obstáculos que a impediam de aprender.
Esta difícil tarefa, fez com que a Psicopedagogia, se unisse às demais
áreas que lidam com o ser humano, procurando maiores fundamentações teórico-
práticas, hoje tidas veementemente como subsídios indispensáveis a todo e
qualquer tratamento Psicopedagógico.
Assim, dada a vasticidade de seu quadro teórico, a Psicopedagogia
apresenta fundamentação em estudos da área da Medicina, Pedagogia, Sociologia,
Filosofia, Odontologia, Fonoaudiologia, Neurologia, Psicologia e Lingüística, entre
outras. Podendo ainda contar com a contribuição da epistemologia genética.
Esta fundamentação, buscada através de outras áreas do conhecimento,
embasam e fortificam o corpo Psicopedagógico, que já possui a sua especificidade,
tanto quanto área de estudo, como especificidade de seu objeto de estudo,
constituindo uma nova área com corpo teórico próprio.
De acordo com Bossa, o objeto de estudo da Psicopedagogia é o próprio
processo de aprendizagem e seu desenvolvimento normal e patológico em contexto.
Sejam estes relacionados com a realidade interna ou com a realidade externa, sem
deixar de lado os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que mesmo de forma
implícita, estão inseridos em tal processo do trabalho com as questões de
aprendizagem.
De acordo com Lino de Macedo, in Moojen, 1998.
A Psicopedagogia é uma descoberta e invenção, como área deconhecimento, que alcançou sua especificidade (objeto, método,campos de aplicação, critérios de formação, etc.). “Apenas nesteséculo, ela reuniu e deu estatuto científico e profissional aconhecimentos antes produzidos e disseminados em muitas outrasáreas.
14
Com relação à citação de Moojen sobre os três momentos históricos,
temos que: O primeiro momento é descrito pelo nascimento da Psicopedagogia na
década de 60 na fronteira entre a Pedagogia, a Psicologia e a Medicina (mais
especificamente a Neurologia) e visava ao atendimento de crianças com “distúrbios”
de aprendizagem e, portanto, inaptas dentro do sistema educacional convencional.
Naquela época a Psicopedagogia, síntese simplificada de múltiplos conhecimentos
psicológicos, pedagógicos e neurológicos, tinha como objeto de estudo os distúrbios
de aprendizagem e sua etiologia.
Eram freqüentes os encaminhamentos a neurologistas, psicólogos e aos
“reeducadores”, visto que o indivíduo com distúrbios poderia realizar tratamentos
nessas três áreas concomitantemente. Tais distúrbios eram analisados de forma
individual, com perspectiva de origem psiconeurológica, e a prática
psicopedagógica.
Segundo Edith Rubinstein, (RUBINSTEIN, apud BOSSA, 1994, p.9).
estava voltada para o desenvolvimento de metodologias que melhoratendessem aos portadores de dificuldades, tendo como objetivofazer a reeducação ou remediação e desta forma promover odesaparecimento do sintoma.
Com relação ao aspecto reeducativo, daquela época, retratava-se uma
sobrevalorização quanto aos desenvolvimentos perceptivos e motor.
O segundo momento, nas décadas de 70 e 80, a preocupação da
Psicopedagogia voltava-se para o aspecto da aprendizagem.
De acordo com Nádia Bossa, (1994, pp.5-6).
o reconhecimento do caráter interdisciplinar significa admitir a suaespecificidade, uma vez que a Psicopedagogia, na busca deconhecimentos de outros campos, cria o seu próprio objeto, condiçãoessencial da interdisciplinariedade.
15
Nessas décadas de 70 e 80, a prática psicopedagógica é bastante
variada e depende das articulações feitas pelos psicopedagogos com as demais
ciências. O resultado é o Psicopedagogo com uma visão predominantemente
psicológica ou psicanalítica, o psicopedagogo com uma visão predominantemente
fonoaudiológica, o psicopedagogo com uma visão predominantemente
psicomotricista, o psicopedagogo especialista em Matemática, dentre outros.
O terceiro momento, reconhecido por estar ainda bem ligado ao segundo,
é marcado pela preocupação do ser em processo de construção do conhecimento. A
psicopedagogia no Brasil, há trinta anos, vem desenvolvendo um quadro teórico
próprio. “É uma nova área de conhecimento, que traz em si as origens e
contradições de uma atuação interdisciplinar, necessitando de muita reflexão teórica
e pesquisa” (BOSSA, op.cit,p.13).
A Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, o que adveio de
uma demanda – o problema de aprendizagem, colocando num território pouco
explorado, situado além dos limites da Psicologia e da própria Pedagogia – e evolui
devido à existência de recursos, para atender esta demanda, constituindo-se assim,
numa prática. Como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se
inicialmente do processo de aprendizagem.
Portanto vemos que a psicopedagogia estuda as características da
aprendizagem humana: como se aprende, como esta aprendizagem varia
evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as
alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Este
objeto de estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito adquire
características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo (Idem,
p.21).
Assim, de acordo com as pesquisas efetuadas e com estes autores que
descrevem o processo histórico, o fundamento da Psicopedagogia é o estudo da
aprendizagem humana, que se constitui a cada momento e em qualquer tempo.
Intrínseca ao ser humano, que se dá em todos os sentidos, em qualquer local e
continuamente.
Na ciência Psicopedagogia, podemos observar que a
interdisciplinariedade e a transdisciplinariedade, aliadas à reflexão da prática
16
profissional, são elos que contribuem para que a Psicopedagogia se mantenha
nessa caminhada junto às demais ciências. Sendo assim, o profissional
Psicopedagogo, é preparado para atuar com magnitude, em diversos campos de
ação.
1.2 - A Psicopedagogia e seu Âmbito de Ação
Entende-se que psicopedagogia é um campo do conhecimento que se
propõe a integrar, de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes
Ciências Humanas com a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os
variados processos inerentes ao aprender humano. Enquanto área de conhecimento
multidisciplinar interessa a psicopedagogia compreender como ocorrem os
processos de aprendizagem e entender as possíveis dificuldades, situadas neste
movimento. Para tal, faz uso da integração e síntese de vários campos do
conhecimento, tais como Psicologia, Psicanálise, Filosofia, Psicologia Transpessoal,
Pedagogia, Neurologia, e outros.
Ao psicopedagogo cabe o papel fundamental de ser mediador nos
processos de transmissão e apropriação dos conhecimentos. Estamos vivendo um
momento histórico no qual o conhecimento e as profissões contam com uma
conseqüência da era industrial: a especialização. Essa necessidade de conhecer
cada vez melhor alguns aspectos do todo, detalhar funcionamentos foi dividindo o
conhecimento em muitos fragmentos e conseqüentemente as profissões que se
apóiam neles também foram divididas. A Medicina é um exemplo desse fenômeno.
Existem especialistas para cada segmento de nosso corpo e, se
escolhermos um deles, o coração, por exemplo, temos várias especialidades
responsáveis por aspectos desse órgão em funcionamento. Existe o cardiologista
que faz o acompanhamento, outro que faz exames especializados, como a
angioplastia, outro que faz a cirurgia etc. O ortopedista pode se especializar em
ombro, em joelho, em mão, em pé...
A Psicologia, filha da Medicina, seguiu o exemplo de segmentação e
acabou por ter muitas especialidades: clínica, organizacional, escolar e hospitalar.
17
Dentro dessas, podem existir outras: a clínica, por exemplo, pode ter especialistas
em terapia individual, breve ou não; terapia grupal; terapia familiar; psicoterapia
infantil; psicoterapia para adolescente; psicoterapia para adultos; psicodiagnóstico;
dentre outros.
O excesso de segmentação pode provocar o descontentamento na área
de conhecimento ou na área profissional; regras podem passar a não valer para
todos; a linguagem pode ir se diferenciando, podendo dificultar a comunicação. Com
a intenção de minimizar esse risco, de integrar os conhecimentos e de possibilitar
uma visão mais inteira dos fenômenos é que a multidisciplinaridade e a
interdisciplinaridade foram sendo utilizadas tanto na academia, quanto nas práticas
profissionais.
A Psicopedagogia, como área que se constituiu a partir de muitas outras,
inclusive da Medicina e da Psicologia, precisa cuidar para não se transformar num
rol de especialidades. Já existem publicações que falam de Psicopedagogia
Institucional, Psicopedagogia Clínica, Psicopedagogia Empresarial e outras. Nossa
área de estudo e atuação é nova; surgiu em função da superespecialização; surgiu
como área que se propõe a integrar o conhecimento, a olhar o todo, a enxergar um
sujeito que, ao aprender, é afetivo, cognitivo, comunicativo, relacional, corporal,
biológico, social etc. ao mesmo tempo; que se propõe a perceber esse sujeito em
relação às instituições a que pertence a entender sua aprendizagem e não-
aprendizagem a partir da malha de relações na qual está imerso.
A Psicopedagogia acontece em diferentes espaços, com objetivos
específicos, mas a forma de pensar sobre o aprendiz, de ver o processo de
aprendizagem, de considerar o mundo e o conhecimento é a mesma. O objeto de
estudo – a aprendizagem – é o mesmo e, por isso, não precisamos seguir modelos
médicos e psicológicos e subdividir nossa área. Somos especialistas em
aprendizagem, independente do espaço no qual essa aprendizagem se processa.
Segundo (Nicolescu 1999 p. 279), um dos perigos da interdisciplinaridade,
que é o de fabricar outras disciplinas, decorrentes da necessidade de adotar
conhecimentos de uma área em outra área de estudo ou de atuação.
Conforme (FAGALI, 2001, p. 26)
18
Nestas novas construções que emergem diante de tais exigências,gostaria de destacar, dentre outras áreas de estudo de grandeimportância, aquela associada à Psicopedagogia. Esta, já nasorigens, procurou compreender mais profundamente como ocorre oprocesso de aprender, numa abordagem mais integrada, em que nãoexclui nenhum dos fatores, sejam psicológicos, pedagógicos, sócio-culturais, biológicos ou antropológicos. (...) Entretanto, muitasabordagens da Psicopedagogia, numa tentativa de buscar saídas defragmentação e de reducionismo, ainda trazem um olhar contaminadopelo velho dualismo sujeito-objeto do conhecimento e peloreducionismo e determinismo deste mesmo conhecimento.
Formar-se em Psicopedagogia, ou especializar-se nessa área, significa
aprender uma nova práxis. A formação anterior do sujeito faz parte do seu esquema
conceitual referencial operativo, chamado por Pichon-Rivière de ECRO, com o qual
vai assimilar as novas informações e transformar os conhecimentos já existentes;
porém, ser psicólogo, por exemplo, não garante uma melhor aprendizagem, pois ser
psicopedagogo não é ser psicólogo. Isso, pelo contrário, pode exigir do aluno um
grande esforço para algumas “desconstruções” que dizem respeito à sua formação
anterior.
O profissional com formação em Psicopedagogia reúne conhecimentos de
várias áreas, podendo transitar tanto entre os aspectos pedagógicos e psíquicos,
como em processos de desenvolvimento e de aprendizagem de sujeitos. Sua
intervenção possibilita que indivíduos, grupos e instituições desenvolvam seus
processos de aprendizagem de forma saudável, que resgatem o prazer de aprender
e descubram-se autores de seus próprios processos.
Esse campo de atuação está se ampliando, pois o que inicialmente
caracterizava-se somente no aspecto clínico, hoje pode ser aplicado no segmento
escolar, conhecida como Institucional, em segmentos hospitalares, empresariais e
em organizações que aconteçam à gestão de pessoas.
Hoje diversos autores que tratam da psicopedagogia enfatizam o seu
caráter interdisciplinar, buscando conhecimento em outros campos, cria o seu
próprio objeto, condição essencial da interdisciplinaridade. O termo Psicopedagogia
apresenta-se, hoje, com uma característica especial porque se trata de uma
aplicação da psicologia à pedagogia, porém tal definição não reflete o significado
que esse termo assume em razão do seu nascimento.
19
Quanto à sua prática e atuação, o psicopedagogo reúne conhecimento de
várias áreas e estratégias pedagógicas e psicológicas que o possibilita voltar-se
para o processo de desenvolvimento e aprendizagem, atuando numa linha
preventiva e/ou terapêutica.
Segundo Macedo apud Bossa (2005 p. 31) as atividades do
psicopedagogo são: orientação de estudos (organizar a vida escolar da criança
quando esta não sabe fazê-lo espontaneamente); apropriação dos conteúdos
escolares (propiciar o domínio de disciplinas escolares em que a criança não vem
tendo um bom aproveitamento); desenvolvimento do raciocínio (trabalho realizado
com o processo de pensamento necessário ao ato de aprender); atendimento de
crianças (atender deficientes mentais, autistas ou com comprometimentos orgânicos
mais graves).
Na linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de
aprendizagem diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando
pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas:
psicológica, psicomotora, fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são
multifatoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento.
O tratamento psicopedagógico define-se tanto pela adequação das
estratégias utilizadas quanto pelos seus objetivos e pela qualidade da relação
interpessoal que se estabelece entre o individuo atendido e o psicopedagogo.
No diagnóstico, o psicopedagogo volta-se para a apreciação de aspectos
psicomotores - perceptivos lingüísticos e cognitivos do indivíduo, tendo em vista as
dificuldades que se apresentam e busca a compreensão do significado dos sintomas
de aprendizagem na organização da personalidade do indivíduo e no seu contexto
familiar, escolar e social. O diagnóstico e o tratamento psicopedagógico envolvem
situações complexas que implicam na necessidade de uma constante revisão teórica
e podem requerer a prática com supervisão.
É importante conhecer os fundamentos e a formação da psicopedagogia
que hoje implicam refletir sobre suas origens teóricas. Os autores Neves, Kiguel,
Scoz, Golbert, Rubenstein, Veis, Barone e outros, assim como os argentinos
Fernandes, Paín, Visca, Muller, são unânimes quanto à necessidade de
20
conhecimento das diversas áreas que, articulados, deve fundamentar a constituição
de uma teoria psicopedagógica.
Entende-se que Psicopedagogia é um campo do conhecimento que se
propõe a integrar, de modo coerente, conhecimentos e princípios de diferentes
Ciências Humanas com a meta de adquirir uma ampla compreensão sobre os
variados processos inerentes ao aprender humano. Enquanto área de conhecimento
multidisciplinar interessa a Psicopedagogia compreender como ocorrem os
processos de aprendizagem e entender as possíveis dificuldades, situadas neste
movimento.
Para tal, faz uso da integração e síntese de vários campos do
conhecimento, tais como Psicologia, Psicanálise, Filosofia, Psicologia Transpessoal,
Pedagogia, Neurologia, e outros. Cabendo ao psicopedagogo o papel fundamental
de ser mediador nos processos de transmissão e apropriação dos conhecimentos.
A atuação do psicopedagogo não é preocupada especificamente com a
aprendizagem, o ser humano, em sua complexidade, sempre articula uma maneira
de pedir ajuda, quando está em dificuldades de qualquer natureza. A criança,
apresentando uma dificuldade específica na escola; o jovem, fazendo muitas vezes
uma verdadeira negação da escolaridade e enveredando pela marginalidade; o
idoso, entrando em depressão por se julgar incapaz de aprender e continuar
contribuindo para sua comunidade.
Sendo assim, quando esse pedido de ajuda se dá via aprendizagem, aí
deve atuar o psicopedagogo, por ser “o profissional cuja formação o habilita” para
compreender e atender tais solicitações.
CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO COMO UM ESPAÇO DE INTEGRAÇÃO
COM A PESQUISA
2.1 – A Educação Brasileira e a Pesquisa
Podemos dizer que a História da Educação Brasileira tem um princípio,
meio e fim bem demarcado e facilmente observável. Ela é feita em rupturas
marcantes, onde em cada período determinado teve características próprias.
Na verdade, apesar de toda essa evolução e rupturas inseridas no
processo, a educação brasileira não evoluiu muito no que se refere à questão da
qualidade. As avaliações, de todos os níveis, estão priorizadas na aprendizagem dos
estudantes, embora existam outros critérios. O que podemos notar, por dados
oferecidos pelo próprio Ministério da Educação, é que os estudantes não aprendem
o que as escolas se propõem a ensinar. Somente uma avaliação realizada em 2002
mostrou que 59% dos estudantes que concluíam a 4ª série do Ensino Fundamental
não sabiam ler e escrever.
Embora os Parâmetros Curriculares Nacionais estejam sendo usados
como norma de ação, nossa educação só teve caráter nacional no período da
educação jesuítica. Após isso o que se presenciou foi o caos e muitas propostas
desencontradas que pouco contribuíram para o desenvolvimento da qualidade da
educação oferecida.
É provável que estejamos próximos de uma nova ruptura. E esperamos
que ela venha com propostas desvinculadas do modelo europeu de educação,
criando soluções novas em respeito às características brasileiras. Como fizeram os
países do bloco conhecidos como Tigres Asiáticos, que buscaram soluções para seu
22
desenvolvimento econômico investindo em educação; ou como fez Cuba que, por
decisão política de governo, erradicou o analfabetismo em apenas um ano e trouxe
para a sala de aula todos os cidadãos cubanos.
Na evolução da História da Educação Brasileira a próxima ruptura
precisaria implantar um modelo que fosse único, que atenda às necessidades de
nossa população e que seja eficaz.
Sendo a comunicação humana um traço essencialmente cultural,
é impossível isolá-la de todo um processo. A secular narrativa de feitos heróicos,
poéticos, românticos, tradições e costumes são resgatados por Benjamim (1994),
quando, em seus estudos referentes à tradição, rememora a narrativa, relacionando-
a a uma cadeia dessa tradição, que transmite os conhecimentos de geração em
geração e consolida a trama do tecido social.
Dessa forma, vivendo, discutindo e observando o processo e as formas
de comunicação no presente e sua prática diária com nossa equipe de trabalho e
com nosso público, nos dispomos a contextualizá-la no passado e no atual momento
histórico da gestão das Bibliotecas.
Para determiná-la, faz-se necessário conhecer todo o conjunto do
processo histórico-cultural. A comunicação existe miticamente desde os primórdios:
“No princípio era o Verbo...”. Este mesmo Verbo evoluiu e transformou-se numa
velocidade vertiginosa em nossa época, afirma Rector (1997).
À luz da história, observa-se em sua evolução uma série de rupturas e
progressos. À primeira, ocasionada na forma de transmissão, com a disseminação
da escrita, o advento da imprensa e a construção da estrada de ferro. Em seguida,
entre o começo do século XIX até os nossos dias, a velocidade da comunicação se
acelerou com a evolução dos veículos a vapor, do telégrafo, do telefone e,
finalmente, com o rádio, a televisão, o computador e as redes de telecomunicações
que, através dos satélites, eliminaram teoricamente o espaço geográfico.
2.2 - O Teor da Leitura na Biblioteca
23
O hábito da leitura é fundamental para a educação. Ocorre que, muitas vezes, a
concepção de leitura para muitos professores permanece apenas na teoria e não é
aplicada em sala de aula, porquanto muitos acham que a leitura é “perda de tempo”,
ou algo desagradável e imposto. O estudante não tem culpa dessa situação, pois o
exemplo tem que vir do professor, que representa o modelo para o aluno, e se ele
não tiver o hábito e o prazer da leitura, certamente não conseguirá fazer com que
seus alunos criem o hábito ou sintam o prazer da leitura.
A falta de incentivo dos pais na educação intelectual de seus filhos
também desestimula o hábito de leitura. Se as crianças, desde a tenra idade, fossem
acostumadas a ouvir estorinhas infantis, elas descobririam sozinhas o tão falado
“Mundo Mágico” da leitura, e dessa forma, com o tempo e com livros à disposição,
elas certamente iriam procurá-los.
Outro fator que influencia o pouco hábito de leitura no país é o baixo
poder aquisitivo da população. Fica difícil para muitas pessoas adquirir livros,
revistas, jornais e outros, que as auxiliariam a crescer como pessoas, como também
as ajudariam a acompanhar as transformações que se processam dia a dia na
sociedade, na ciência, na tecnologia dentre outros.
Vivemos numa sociedade na qual o acesso à educação e à leitura ainda
é privilégio de poucos. Basta ler/ouvir diariamente as notícias que apontam para o
subdesenvolvimento da população e o alto número de analfabetos. A maior parte da
população brasileira é constituída de analfabetos, sendo este um dos problemas
mais graves que o país enfrenta.
Sabemos que o desenvolvimento de um país é impulsionado pelo acesso
do povo ao conhecimento transmitido pela palavra impressa. Por isso temos que
lutar para derrubar a barreira do analfabetismo, incentivando o hábito de leitura
desde o ingresso da criança no primeiro grau até sua formação como adulto. Assim,
colaboraríamos para que nossos alunos se posicionassem mais claramente e
conscientemente, aguçando seu espírito crítico em relação aos fatos que assistem e
vivem na sociedade.
Os professores brasileiros, inseridos no contexto educacional, não foram
acostumados a desenvolver o hábito de leitura e também a desenvolver técnicas
básicas de transmissão de conhecimento aos seus alunos. Muitas vezes esquecem
24
que o papel do professor não deve ser apenas transmitir conhecimento, mas
também orientar seus alunos para que encontrem, organizem e processem o saber.
É necessário, portanto, que favoreçam a aquisição das técnicas básicas: bom
domínio da leitura, da escrita e do cálculo.
Como afirma Silva (1986 p.49-50):
Na nossa sociedade, o acesso à escrita (ao livro) aparece como umprivilégio de classe, comprovado historicamente. A manipulação dopovo ocorre através de uma real contradição: ao mesmo tempo emque se prega o valor do livro e da leitura, tenta-se esconder o fato deque as condições de produção da leitura não são tão concretasassim.
(...) A inexistência de bibliotecas populares, a ausência de umapolítica para a promoção da leitura, são, em verdade, fenômenosmuito bem “calculados” pelo poder dominante - isto porque, umapessoa letrada que possui a capacidade de penetrar nos horizontescolocados em livros e similares, é capaz de colher subsídios paraposicionar-se frente aos problemas sociais. “A presença de leitorescríticos sem dúvida incomoda bastante a política da ignorância e daalienação, estabelecida pelos regimes ditatoriais e disseminadaatravés dos aparelhos ideológicos do Estado.
Podemos observar que os fatores anteriormente apresentados irão refletir
no desempenho dos alunos na universidade, os quais, por não terem o hábito de
leitura, não freqüentam a biblioteca e não sabem fazer uso dela.
É difícil imaginar um cenário diferente para os alunos de graduação e pós-
graduação. É nesta etapa do desenvolvimento intelectual do indivíduo que a
ausência anterior da leitura irá refletir.
Consideramos que as dificuldades encontradas no relacionamento dos
usuários com a biblioteca podem estar muito além das citadas na observação da
realidade e que a relação de amor e desamor para com a biblioteca inicia-se no
primeiro grau, onde o desenvolvimento do hábito da leitura e o incentivo à mesma
nem sempre fazem parte das prioridades do ensino. Sabemos que a biblioteca
torna-se mais importante para o aluno no terceiro grau e a pesquisa bibliográfica
é uma ferramenta básica para a construção de seu conhecimento.
25
Bordenave (1998, p.255), ao questionar a atitude de alguns professores
sobre por que os alunos lêem pouco, obteve as seguintes respostas:
eles egressam do ensino secundário sem o hábito de ler e, sobretudode freqüentar a biblioteca; as apostilas condicionam o aluno a nãoprocurar outras fontes; a carga horária excessiva não deixa tempopara que os alunos freqüentem a biblioteca; a biblioteca tem poucoslivros, facilidades precárias, mal atendimento; os alunos não sabemcomo utilizar a biblioteca; muitas obras de consulta indispensávelestão em idiomas que os alunos não compreendem; os professoresnão estimulam o uso da biblioteca: em geral os alunos não precisamfreqüentar a biblioteca para serem aprovados.
Entre os vários fatores que dificultam o uso da biblioteca pelos alunos,
está o porte da biblioteca. Em nosso caso, constatamos que a BFD/UFC é de porte
médio e possui certa complexidade para os usuários que não estão acostumados
com bibliotecas.
O uso correto da biblioteca requer treinamento, que a maioria dos alunos
recebem, mas de que não se conscientizam, daí a dificuldade de eles se servirem
dela. Diante dessas reflexões e visando especificamente a intervenção do
Psicopedagogo na integração do aluno recém ingresso na UFC com os recursos de
pesquisa oferecidos pelas bibliotecas, observamos que a literatura aponta para o
fato de que ao se definir padrões quantitativos deve-se ter por guia as bases
qualitativas que favoreçam a melhoria do desempenho e da produtividade das
unidades de informação.
Dentre os aspectos relacionados aos padrões de pessoal apontados pelo
documento elaborado por Carvalho, (1995, p.148) podemos destacar:
A biblioteca deve ter um número e uma variedade suficiente depessoal para desenvolver, organizar e manter as coleções, serviçode referência e informação para satisfazer às necessidades dauniversidade. O tamanho e a qualificação do quadro de pessoal serádeterminado por inúmeros fatores, entre os quais se incluem otamanho e o escopo das coleções, o número de bibliotecas setoriais,o número de pontos de serviço, o número de horas defuncionamento, a média de aquisição, a média de circulação, anatureza do processamento e a natureza da demanda por serviços.
26
Podemos dizer que o hábito da leitura influencia sobremaneira a
atitude dos alunos com relação à biblioteca. Se o aluno não foi estimulado a ler
desde criança, a freqüentar a biblioteca de sua escola, se não recebeu incentivo dos
pais, sua relação com a biblioteca, quando adulto, sofrerá as conseqüências dessa
ausência de estímulos. Porém, mesmo aqueles alunos que desde crianças foram
acostumados a ler, e a leitura sempre fez parte de sua vida, muitas vezes também
eles enfrentam problemas em sua relação com a biblioteca.
As bibliotecas existem para serem depositárias do conhecimento gerado
por todas as áreas do saber sendo, o único recurso para as pessoas que não tem
condição de adquirir livros. É impossível imaginar que alguém possua todos os livros
de todas as áreas contidas em uma biblioteca. O que geralmente ocorre é alguém
formar sua biblioteca particular em uma área específica.
No caso das bibliotecas universitárias, tendo como foco a BFD/UFC, a
preocupação fundamental é constituir suporte básico para que a Instituição possa
atingir seus objetivos de ensino, pesquisa e extensão, devendo assim refletir a
política da Instituição na qual está inserida.
Para Prado (1992, p. 13), a biblioteca universitária nada mais é que uma
universidade em si mesma. As universidades são centros transmissores do saber,
através do ensino e dos livros. Temos a palavra falada e a palavra escrita a serviço
da cultura.
As bibliotecas universitárias têm a preocupação fundamental de atender
seus usuários, tendo sempre como diretriz para o desenvolvimento do seu trabalho
os cursos oferecidos pela Instituição da qual faz parte, como afirma Figueiredo
(1994, p. 71):
Uma biblioteca é reconhecida, essencialmente como uma instituição detrabalho intensivo, porque a transferência de informação se baseia,largamente, na comunicação humana. É necessário que o administradorencontre os métodos mais adequados ao seu ambiente para tornar esteprocesso de comunicação o mais eficiente e eficaz possível.
2.3 - A Comunicação Através de Multi -Veículos
27
No mundo contemporâneo, é sensível e visível a presença da
comunicação que nos cerca e nos envolve por todas as formas e maneiras. Mas
nem sempre no passado esta presença foi tão explícita. É necessário, portanto,
acompanhar, principalmente, as inovações tecnológicas que permitiram ao homem
absorver o espaço entre indivíduos e povos entre si. Somente a marcha das
civilizações permite vislumbrar tal processo e verificar que uma civilização
planetária, tal como vivemos hoje, deu o seu primeiro passo no momento em que
dois indivíduos se compreenderam e se mutualizaram para uma ação comum.
Tal fenômeno teve como decorrência a ampliação do contato entre as
culturas. A partir desse processo, a comunicação é constante e decisiva, implicando
a construção e uso das estradas pelos persas, que se tornaram esteio na
hegemonia sobre outros povos. É lógico que, se tomarmos o mesmo exemplo hoje,
uma estrada é apenas meio de transporte, porque a função da estrada persa, no seu
momento histórico, teve seu sucedâneo atual nos satélites artificiais que transmitem
e captam notícias e informações, tal como objetivava aquele meio de dominação
persa.
O que aparece como permanente na história da comunicação é a
associação com o poder em suas várias esferas. Numa comunidade, a existência de
dominantes e dominados se faz através da pressão e da persuasão, na concepção
tradicional dos estudos da comunicação. No âmbito universal, esta relação se
reproduz e o exemplo das civilizações dominantes mostra que, ao ascenderem, elas
empregam técnicas herdadas e aperfeiçoadas ou são elas próprias portadoras de
inovações que lhes facilitam o processo de dominação.
O repensar desse processo tem acontecido através de estudos que se
fundamentam no pensamento de Gramsci, especialmente quanto à questão do
deslocamento do conceito de dominação para o de hegemonia, partindo do
pressuposto de que nem sempre quem exerce o poder político e econômico exerce
o poder hegemônico.
Martín-Barbero, teórico latino-americano, que dedica-se ao estudo da
comunicação através das mediações, afirma que: “O conceito de “hegemonia”
elaborado por Gramsci, possibilita pensar o processo de dominação social já não
como imposição a partir de um “exterior” e “sem sujeitos”, mas como um processo
28
no qual uma classe hegemoniza, na medida em que representa interesses que
também reconhecem, de alguma maneira como seus as classes subalternas e “na
medida” significa aqui que não “há” hegemonia, mas que ela faz e desfaz, se refaz
permanentemente num “processo vivido”, feito não só de força, mas também de
sentido, de aproximação pelo poder, de sedução e de cumplicidade”. (Martín-
Barbero, 1997).
2.4 - A Biblioteca e o Consulente
A avaliação das atividades técnico-administrativas pode assegurar a
melhoria permanente de todo o sistema de bibliotecas e arquivos. A necessidade do
estabelecimento de padrões mínimos, como medida para se planejar e avaliar os
serviços desenvolvidos em bibliotecas tem sido enunciado como importante na
literatura especializada, desde o início da década de 60.
A princípio, tentou-se estabelecer padrões quantitativos, a nível nacional e
internacional. Diversos estudos criados para este fim relataram ser tarefa de difícil
realização, tendo em vista a diversidade das características das instituições, região
ou nação.
Na literatura mais recente, o aspecto qualitativo de aceitação universal
é privilegiado, principalmente, por estudos de organizações nacionais ou
internacionais, deixando a cargo de cada instituição estabelecer padrões
quantitativos mais adequados às características locais.
“Os padrões são parâmetros de avaliação qualitativas e quantitativas que
têm como objetivo prestar auxílio para decisões e ações e estabelecer uma situação
considerada ideal para viabilizar seu desenvolvimento.” (Tarapanoff, 1995, p.123).
Arellano (2001, p. 12),
destaca a importância da biblioteca neste novo contexto, e observaque o avanço das tecnologias de informação, causou impactos emtodas as áreas. Cada vez mais a sociedade tem a necessidade deobter informação relevante e confiável, e desta maneira, asbibliotecas estão sendo designadas a desempenhar este papel, por
29
serem sistemas de informação que facilitam o acesso aos recursosde informação on-line.
É conveniente dizer que a Biblioteca Universitária necessita interagir cada
vez mais no ambiente a qual está inserida, acompanhando as mudanças,
adequando seus serviços e desenvolvendo novos produtos para atender todas as
demandas de informação existentes na universidade.
2.5 - A Biblioteca Universitária na Socialização do Conhecimento
Considerando a biblioteca universitária dentro do seu contexto mais
amplo – a Universidade ou a Instituição de Ensino Superior – é importante
compreender que sua gestão não poderá estar desvinculada do meio-ambiente
acadêmico e sua cultura.
A Universidade promove a construção de conhecimento através da
pesquisa, e realiza, por meio dos conteúdos curriculares, o contato do aluno com o
conhecimento já construído. A construção de conhecimentos através da pesquisa é,
antes de tudo, o pensar de forma crítica e com liberdade acadêmica. O
conhecimento construído em pesquisa é difundido e ampliado no ensino (e vice-
versa) e socializado na extensão, contexto em que novamente receberemos
subsídios que impliquem criação de novos conhecimentos.
Tudo isso, de forma contínua, em um contexto dinâmico, onde,
naturalmente, convivemos com os elementos que põem em funcionamento o
processo de construção de conhecimentos: a reflexão e a discussão sobre os
saberes teóricos e metodológicos e a motivação para a busca de soluções, ainda
que parciais e temporárias para problemas existentes em nosso mundo a cada
contribuição da Ciência.
A Universidade é, portanto, o lugar onde o conhecimento é criado e
comunicado. Diante deste contexto, López Yepez (2000) considera a Universidade
como foco de socialização dos saberes e a biblioteca universitária como instrumento
de socialização.
30
As funções básicas da biblioteca universitária derivam dessa dinâmica
social que, em um movimento circular, fornece insumos para sua própria
continuidade. Dentro dessa dinâmica, visualizamos as funções de:
• Armazenagem do conhecimento : desenvolvimento de coleções, memória da
produção científica e tecnológica, preservação e conservação;
• Organização do conhecimento: qualidade de tratamento temático e descritivo
que favoreça o intercâmbio de registros entre bibliotecas e sua recuperação;
• Acesso ao conhecimento : a exigência de informação transcende o valor, o lugar
e a forma e necessita de acesso. Por isso devemos pensar não só em fornecer a
informação, mas possibilitar o acesso simultâneo de todos.
Essas três funções estão presentes em toda a evolução do processo de
socialização do conhecimento realizado pela Universidade ao longo dos tempos,
mesmo considerando a permanente mudança dos formatos documentários para
registro do conhecimento e seu modo de acesso.
A biblioteca universitária insere-se em um contexto universitário cujos
objetivos maiores são o desenvolvimento educacional, social, político e econômico
da sociedade humana.
Atualmente, o contexto universitário brasileiro e internacional
está passando por uma flagrante transformação deduzida, segundo López Yepes
(2000), entre outros, pelos seguintes aspectos:
• aproximação da Universidade dos problemas das empresas e organizações
sociais, requerendo qualidade e adequação dos serviços universitários;
• demanda crescente de estudantes por acesso ao ensino universitário;
• incorporação das tecnologias de informação e da formação de capital humano
capacitado no uso de tecnologias de informação para o alcance da inclusão
digital e do acesso à informação em níveis mais amplos, evitando-se a divisão
da comunidade entre os que possuem e os que não possuem informação;
• o avanço da socialização do conhecimento pela Universidade Virtual,
agregando à interação presencial a interação virtual da comunidade “extra
muros”. Os aspectos citados demonstram que a socialização do
conhecimento pela Universidade vem ampliando seus níveis de abrangência
31
à medida que mais domínio possui das tecnologias de informação atuantes
como facilitadoras da geração, armazenagem e difusão do conhecimento.
Com sua inserção no processo de socialização do conhecimento, a
biblioteca universitária convive, de um lado com uma coleção de documentos
impressos e de outro com o desenvolvimento acelerado de uma coleção de
documentos com novos formatos presentes no ambiente digital das tecnologias de
informação.
A coleção dos novos formatos documentários e o processo de
socialização do conhecimento da Universidade também ampliou o conjunto de
usuários da biblioteca universitária que, tradicionalmente, atingia somente o usuário
local e agora atinge usuários virtuais...
Nesse sentido, a biblioteca universitária está modificando e reforçando
cada vez mais sua infraestrutura física, material e de recursos humanos para o
alcance e manutenção da biblioteca digital, favorecendo a existência de uma
dinâmica de intenso relacionamento social e alto grau de inter-conectividade
institucional para troca de conhecimento.
O desempenho das três funções – armazenagem, organização e acesso
ao conhecimento – necessitam, dessa forma, da existência de requisitos, tanto por
parte da infra-estrutura física e de materiais, quanto dos profissionais:
• pessoas com conhecimento teórico-prático;
• visão sistêmica para uma gestão estratégica;
• política de rede e sistema de informação;
• tecnologia de comunicação de dados para conexão com outros sistemas de
informação.
Os dois primeiros requisitos dizem respeito às pessoas com o
conhecimento teórico prático e sua contínua interação. Os dois últimos requisitos
estão atrelados às condições materiais e políticas da instituição e servirão para
facilitar a interação com o meio ambiente.
Os últimos anos exigiram e continuam exigindo profundas mudanças na
atuação das Bibliotecas, diante das tecnologias disponíveis, da evolução dos meios
de comunicação, das exigências e demanda da comunidade científica. A informação
32
necessita estar disponível em tempo real, simultaneamente para todos interessados,
em ambiente de trabalho. A Biblioteca precisa acompanhar o desenvolvimento de
outros setores da Universidade para que esta se torne competitiva no meio
científico.
A atuação de bibliotecas universitárias nesta análise caracteriza as fases
e os tipos de bibliotecas frente ao uso de tecnologias. Demonstra, especialmente,
que vamos conviver por muito tempo com a presença da biblioteca eletrônica em
função da coexistência da coleção de documentos impressos.
Destaca-se que a Biblioteca Digital está ligada à biblioteca eletrônica
porque as teses e dissertações ainda são geradas no formato impresso,
processadas como documentos impressos e depois digitalizadas, porque, os
pesquisadores dos programas de graduação e pós-graduação da universidade ainda
não estão gerando conhecimentos em documentos digitais e em ambientes digitais.
A análise revela, por último, que a internet possibilita a existência de
Home Page contendo o portal da biblioteca digital universitária e demonstrando
todos os serviços que a biblioteca dispõe com acesso on-line pela internet.
Dessa forma, otimiza e maximiza o acesso à informação em prol das
pesquisas desenvolvidas, como também participa de sistemas correlatos nacionais
e estrangeiros, através do estabelecimento de consórcios, parcerias, grupos
cooperativos, dentre outros, equiparando-se às Bibliotecas do primeiro mundo em
produtos e serviços.
Com a Biblioteca Digital, a Universidade torna acessível, de forma
gratuita, sua produção científica e posteriormente algumas coleções do seu acervo,
como: obras raras, mapas, coleções especiais, dentre outros.
Isto significa otimizar e agilizar a divulgação da pesquisa por ela
desenvolvida com acesso em tempo real, extrapolando as barreiras inerentes ao
formato em papel: consulta monousuário, se um documento é emprestado, todos os
demais interessados ficam impossibilitados da consulta, problema que a
disponibilização on-line resolve: acesso multiusuário, simultâneo, não limitado pelo
espaço físico, esteja o pesquisador onde estiver, desde que conectado à internet.
Este acesso facilitará e agilizará o uso da produção científica da Universidade,
contribuindo para o desenvolvimento das pesquisas em andamento o que traz, sem
33
dúvida alguma, uma maior projeção da Universidade na comunidade científica
nacional e internacional.
CAPÍTULO III
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
3.1 - Um Breve Perfil da Biblioteca Universitári a
Essencialmente, o objetivo geral da biblioteca universitária, conforme
Macedo e Dias (1992, p.43), é
promover a interface entre os usuários e a informação, direcionandosuas atividades ao cumprimento dos objetivos da instituição. Destaforma, a biblioteca deve organizar as coleções (seleção, coleta,representação descritiva e temática e armazenagem), disseminar ainformação e orientar seu uso, controlar operacionalmente o sistemade informações (do planejamento à avaliação).
A evolução para uma educação centrada no aluno, onde o processo de
ensino-aprendizagem busca focar suas estratégias para as habilidades e
competências de cada pessoa, é a tendência para este novo século.
O público alvo da biblioteca universitária, neste contexto, é composto
pelos administradores, corpo docente e discente, técnicos e corpo administrativo da
instituição, além da comunidade e interessados em geral, se for pública. Organizar,
preservar e disseminar a informação nas bibliotecas universitárias deve levar em
consideração as necessidades específicas de cada segmento de usuários. Produtos
e serviços específicos devem ser disponibilizados de acordo com suas
características, além também da adequação do espaço físico, de forma a atrair
usuários potenciais e manter condições ideais à motivação do seu uso.
35
Para um futuro próximo, segundo Cunha (2000), as bibliotecas
tradicionais como conhecemos, cujo principal suporte da informação é o papel,
passarão a ser digitais, onde o acesso dependerá exclusivamente de um conjunto
de mecanismos eletrônicos que facilitarão a localização da demanda informacional,
interligando recursos e usuários.
Caberá à biblioteca física o gerenciamento desta informação. E o grande
diferencial na formação da coleção passará do tamanho do acervo para a
quantidade de verba destinada ao acesso remoto à informação em bancos de dados
e redes de bibliotecas virtuais.
Os objetivos da biblioteca universitária hoje devem unir o papel tradicional
das bibliotecas acadêmicas de pesquisa, de adquirir e preservar material
bibliográfico impresso, ao papel inovador de incorporar as novas tecnologias da
informação e comunicação, procurando: selecionar, tratar e armazenar tanto
publicações impressas quanto outros tipos de materiais; disponibilizar acesso e
busca a informação por meios eletrônicos e digitais, de forma remota e segura; criar
novos formatos de disseminação da informação; treinar seus usuários para o uso
das novas tecnologias; manter constante atualização na identificação de novas
tecnologias necessárias à melhoria dos serviços prestados e às necessidades dos
usuários, entre outros.
3.2 - A Psicopedagogia Como Auxílio ao Sistema Oper acional da Biblioteca
Neste contexto, também podemos contar com a magnitude da
psicopedagogia através do profissional psicopedagogo, que ali, na biblioteca,
poderá ser parte integrante. Da parte dos servidores da biblioteca, sua imagem,
conceitos, atitudes em relação ao usuário começam a se formar antes de fazer
qualquer curso, quando ainda era apenas um usuário e observava outros usuários.
Essa formação passa por um aprimoramento teórico conceitual nos
bancos universitários e vai se renovando, atualizando, mudando com a prática
diária, ou melhor, com o contato direto com o usuário. A biblioteca tem que se
36
atualizar permanentemente face à própria variação das características psicossociais
do usuário, para tanto, o servidor atuante na biblioteca, necessariamente deve ser
um profissional pesquisador e apto em vários sentidos da sua formação, capaz de
interagir com o usuário de diversas formas.
Sem conhecer as características específicas dos usuários que atende, o
servidor da biblioteca corre o risco de tornar marcante, os aspectos negativos de seu
relacionamento com o usuário. Assim, é evidente que também as idéias, os
conceitos, as imagens que o servidor da biblioteca faz do usuário também precisam
ser objeto de pesquisa, pois certamente influirão em sua relação com ele.
Pelo exposto, todos os aspectos psicológicos considerados do prisma do
usuário também precisam ser pesquisados do lado do servidor da biblioteca, uma
vez que os dois conjuntos de variáveis psicológicas entram em jogo em qualquer
ocasião em que servidor da biblioteca e usuário venha a relacionar-se, quer esta
relação seja direta, quer seja indireta.
Apenas, para exemplo, recorreram-se aos aspectos de imagem,
conceito, atitudes. Muitos outros poderiam ser aqui arrolados: as formas de
comunicação (oral e escrita), a gesticulação, a forma de vestir, a movimentação do
corpo, a postura no sentar, a motivação, a afetividade, a atenção, etc. Todos os
comportamentos que são psicologicamente importantes de considerar do prisma do
usuário, também o serão para o caso do servidor da biblioteca.
Se a maneira de falar do usuário influi psicologicamente no servidor da
biblioteca determinando como este reagirá ao primeiro, é igualmente verdadeiro que
a maneira como fala o servidor da biblioteca também determina padrões específicos
de respostas no usuário.
Daí a importância da ação psicopedagógica como intervenção na
interação verbal e ações correlatas da biblioteca e na integração de alunos recém
ingressos na UFC, focalizando concomitantemente os elementos da relação,
(usuário e servidor da biblioteca).
Mas ainda, não é suficiente para um real desenvolvimento do
conhecimento na área, a realização de pesquisas descritivas e correlacionais, como
as que predominam na área da biblioteconomia. E o interesse por parte dos
governantes e gestores no sistema bibliotecário, se faz necessário. É mister
37
conduzir pesquisas de caráter experimental que mostrem as relações de causa e
efeito entre estas variáveis psicológicas e suas consequências na interação (servidor
bibliotecário - psicopedagogo - usuário).
Só dispondo desses dados será possível ter a necessária segurança
para um planejamento educacional curricular do psicopedagogo atuante na
biblioteca e poder informá-lo e instrumentá-lo para atuar de modo que esta interação
alcance os alvos pretendidos - o melhor atendimento ao usuário; o desenvolvimento
de suas habilidades na busca e no uso das fontes de referência; sua satisfação
como consulente e a garantia da manutenção de seu comportamento como
consumidor crítico e criativo das informações obtidas independentemente do meio
(livro, periódico, tape, computador, dentre outros).
A iniciativa da interação deveria ser do psicopedagogo, bibliotecário,
servidores, atuando preferencialmente em colaboração com o(s) professor (es). Do
psicopedagogo, deveria partir o esforço de uma caracterização geral da sua clientela
potencial o que poderia ser feito através da inclusão de alguns itens nos
questionários sócio-democráticos de inscrição no vestibular ou mesmo apensados a
alguma prova.
Assim ele (psicopedagogo), partiria para o primeiro contato conhecendo
as características de nível sócio-econômico, físicas, educacionais, de qualidade de
vida, de trabalho, de lazer, de experiência anterior com bibliotecas publicas e
privadas. Apoiado nas informações sobre as reações típicas das pessoas com estas
características poderá programar melhor a informação e os programas de treino e
formação do usuário.
No primeiro caso, pesquisas de levantamento recorrendo a uso de
questionários serão suficientes, já para verificar a eficiência dos programas,
investigações com delineamentos mais sofisticados são requeridas.
Supondo-se que o psicopedagogo enquanto servidor do sistema de
bibliotecas, tenha tido êxito nos seus primeiros contatos, que seu programa de
informação tenha sido eficiente, e que já tenha alguma base para um
relacionamento efetivo, ao atender pela primeira vez o aluno recém ingresso é
preciso, de início, detectar a motivação que o levou a buscar a biblioteca.
38
Para enriquecer seu relacionamento com sua clientela o psicopedagogo
necessitará tomar conhecimento das necessidades que levaram a pessoa a
procurar a biblioteca; seus interesses (gerais e específicos), sua história de vida
envolvendo as fontes de informação, as bibliotecas, os próprios servidores
bibliotecários; seus hábitos e nível de desempenho em leitura; sua reação
à comunicação visual, suas opiniões sobre a biblioteca, dentre outros.
Caso o psicopedagogo já disponha destes dados, de um perfil psicológico
geral de sua clientela poderá ter pistas seguras de como relacionar-se. Supondo
que tenha tido um curso adequado sobre psicologia, como é o caso da formação do
psicopedagogo, focalizando o adulto, a interação humana e suas consequências,
poderá ainda ter mais "dicas" de como atuar de modo a atender ao usuário com o
mínimo de esforço e o máximo de eficiência.
O aluno recém ingresso, provavelmente dadas às condições gerais das
bibliotecas universitárias brasileiras, e mesmo das bibliotecas públicas, é possível
que não tenha um conceito completo de biblioteca incluindo todas as dimensões
relevantes. Também é possível que tenha do servidor da biblioteca ou (bibliotecário)
uma imagem tendendo para o lado negativo. Algumas dúvidas e revisões devem ter
iniciado em decorrência de seu contato inicial e do programa de informação.
Todavia, é de seus primeiros contatos com o bibliotecário (que a nosso
ver, deveria ser o psicopedagogo), que muito irá depender a sua assiduidade futura
como consulente ou o seu afastamento total da biblioteca. Caso esse contato reforce
suas impressões pessoais negativas sobre os servidores atuantes na biblioteca,
poderá afastar-se da instituição, esquivar-se de novos contatos, não buscar
orientação quando necessitar, passando mesmo a difundir uma imagem negativa da
biblioteca e de sua equipe entre os seus colegas.
Caso o contato seja positivo tenderá a valorizar neste sentido tanto a
biblioteca como a sua equipe de profissionais. Embora os dados de pesquisa
forneçam pistas significativas é preciso que o servidor aprenda a discriminar em
cada caso, em cada situação de interação, que princípios psicológicos devem por
em prática para garantir êxito na interação.
Caso o aluno recém ingresso venha em busca de material indicado por
professor, o padrão de interação será um; se veio em busca de material
39
complementar, ou apenas para satisfazer suas necessidades específicas e pessoais
de informação, outro deve ser o relacionamento a ser mantido com ele.
Para um perfeito desempenho do trabalho da biblioteca, caso o servidor
da biblioteca atuante, não se disponha a concretizar pessoalmente os primeiros
contatos deverá treinar muito bem sua equipe para sensibilizá-la sobre como agir e
como detectar, em cada situação, qual será o melhor comportamento. Ao lado do
aluno recém ingresso pode estar um pós-graduando com problemas bem diversos,
sua ansiedade para obtenção de um material vai variar em função de sua utilização
para um trabalho de disciplina, para redigir um artigo, ou mesmo se é ou não para
sua dissertação ou tese.
Os aspectos psicológicos envolvidos na relação entre o servidor da
biblioteca e o usuário são complexos, variados e possivelmente, por esta razão,
insuficientemente estudados. Por um lado tem-se o servidor da biblioteca que, se
está caracterizado enquanto profissional com funções e papéis a desempenhar, em
um nível aceitável, (MARTINS, 1983 p.156) “é praticamente desconhecido como
pessoa, como ser psicológico, especialmente nas regiões onde a pesquisa na área é
ainda inexistente”.
Por outro lado, encontra-se o usuário que tem merecido mais atenção a
nível de pesquisa, mas que é ainda insuficientemente conhecido. Quando estas
pessoas interagem, entra em ação, de ambas as partes, um vasto complexo de
variáveis que vai influir decisivamente na quantidade, na qualidade, na direção, no
êxito do relacionamento.
Entre essas variáveis estão: motivação, necessidades imediatas, atitudes,
valores, autocontrole, auto-imagem, sociabilidade, conhecimento, afetividade, e
outras tantas características psicológicas que marcam a individualidade de cada
pessoa.
Permeando todos estes aspectos psicológicos e sociais que são
marcantes na interação do sistema de bibliotecas com o aluno recém ingresso
(usuário) não se pode ignorar que ele ocorre dentro de um contexto físico cujas
características ergonômicas poderão facilitar ou dificultar a relação.
Assim, um ambiente com temperatura inadequada poderá dificultar a
relação, da mesma forma que uma decoração sóbria poderá facilitá-la. Embora no
40
contexto do aqui exposto não se vá fazer especial referência a estes aspectos físico-
ambientais em que transcorre a relação em tela, não deve ser esquecida a atuação
do psicopedagogo, também nesta questão.
Nas pesquisas existentes, especialmente porque a grande maioria delas
diz respeito a realidades estrangeiras onde a formação e o perfil psicológico quer do
profissional da biblioteca quer de seu usuário não correspondem diretamente ao que
ocorre no cenário brasileiro. E considerando que há um imenso vazio de pesquisa
nessa área no Brasil, só um esforço interdisciplinar como o trabalho do
psicopedagogo, que devido a sua “formação”, é preparado para acompanhar
diagnósticos diversos, poderá produzir o conhecimento necessário em amplitude e
profundidade, a que se delineia a diretriz do trabalho no Sistema de Bibliotecas da
UFC.
A intenção aqui, foi apenas abrir o imenso leque de oportunidades que
focalizem os vários ângulos da interação do servidor da biblioteca - usuário, que
serão mais produtivas se realizadas interdisciplinarmente.
Um primeiro aspecto a considerar é a imagem ou conceito que o usuário
tem do acervo documental, dos livros, da biblioteca e principalmente dos servidores
da biblioteca. De como ele conceitua a biblioteca e os servidores, vai depender sua
forma de buscar contato, de relacionar-se, de frequentar ou não a instituição, de
recorrer ou não aos serviços que lhe são oferecidos.
Desde a pré-escola a criança começa a formar estes conceitos. Na
medida em que se desenvolvem eles vão se aprimorando, completando, refazendo-
se. Como eles se formam com o contato com as pessoas, com as bibliotecas e com
os servidores da biblioteca, torna-se particularmente importante não apenas
pesquisar estas imagens mantidas pêlos usuários das várias idades, escolaridade e
classe social, mas saber como e quanto à própria interação servidor da biblioteca -
usuário contribui para a sua formação.
Como na realidade brasileira, em algumas regiões ainda quase não
existem bibliotecas universitárias e quando existem não são regidas por
bibliotecários nem por profissionais da área, e sim por professores em fim de
carreira, não especializados, por este motivo não se pode esperar que conceitos
adequados e atitudes favoráveis sejam desenvolvidas.
41
Tendem assim a perpetuar-se estereótipos negativos e desfavoráveis à
interação servidor da biblioteca - usuário. O mesmo problema coloca-se em
bibliotecas que dispõem de bibliotecários, mas em que o atendimento ao publico
é feito via auxiliares nem sempre adequadamente preparados ou alertados para os
aspectos psicológicos da interação com o usuário e da relevância de seu próprio
comportamento na formação de imagens, de atitudes, de conceitos no usuário, os
quais por sua vez irão influir posteriormente na referida relação.
Como para o leitor leigo confundem-se e até mesmo se identificam como
uma só unidade, o servidor e o bibliotecário que ali esta, compondo um único perfil
psicológico. É importante observarmos e termos o “cuidado” de como ele é visto pelo
usuário, como seu comportamento influi na concepção de “servidor da biblioteca” do
consulente, e como treiná-lo para que de sua atuação surjam comportamentos que
viabilizem melhores interações no futuro.
Para que haja um real progresso no nível de conhecimento dos aspectos
psicológicos envolvidos na relação psicopedagogia - biblioteca - usuário e assim
torná-las mais produtivas há necessidade de algumas medidas: desenvolver
programas de pesquisas interdisciplinares; desde a graduação dar uma base sólida
de pesquisa ao futuro psicopedagogo para capacitá-lo a atuar como profissional -
pesquisador - bibliotecário; desenvolver em nível de graduação e pós-graduação
programas específicos de psicologia e biblioteconomia em que tópicos realmente
significativos para a atuação do psicopedagogo, como bibliotecário, sejam objeto de
estudo, tornando o psicopedagogo amplamente capacitado no sentido de atuar com
maior segurança ao praticar suas tarefas enquanto servidor de um sistema
bibliotecário; promover programas de estágio interdisciplinar de modo que
profissionais de áreas conexas, desde a graduação aprendam a trabalhar em um
esquema de elaboração e desenvolvam imagens mais objetivas uns dos outros;
empenho das universidades, dos órgãos de classe e das associações científicas de
psicopedagogia, na promoção de cursos e atividades que viabilizem a educação
permanente deste profissional no exercício de suas funções junto à biblioteca.
Estas medidas não podem ser implementadas de pronto. Certamente os
benefícios que trariam para todo o conhecimento do Sistema de Bibliotecas, para
sua imagem e para seu relacionamento com outras áreas do conhecimento, além da
Psicologia, compensariam sobremaneira o esforço despendido.
42
Tal esforço, na interação entre o bibliotecário de uma universidade e seu
consulente calouro, considerando todos os papéis e funções que o servidor
bibliotecário deve ter, o conhecimento disponível, bem como a especial atenção que
deve ter para com o aluno recém-ingresso, o ideal seria que ele fosse inicialmente
atendido por um psicopedagogo e não por um servidor bibliotecário, por melhor que
este possa ter sido treinado.
Neste último caso, variará com a etapa e com a pressão de tempo ou do
orientador a que esteja sujeito. Aqui também são relevantes as experiências
psicológicas que teve no uso anterior da biblioteca; o que aprendeu sobre o uso das
fontes de referência e dos serviços de informação; o perfil psicológico que faz da
equipe da biblioteca; como aprendeu a relacionar-se quer com a equipe, quer com
outros consulentes.
Sempre será um modelo potencial para outros usuários da biblioteca,
assim como tal deve merecer especial atenção do servidor da biblioteca, o qual,
envolvido no processo de atendimento, poderá não estar atento a essa
dimensão psico-educacional de sua relação com ele. Sendo neste caso, o
profissional psicopedagogo, o mais indicado, mediante suas peculiaridades da sua
formação profissional.
Pelo exposto, ainda que uma mesma variável possa estar presente no
comportamento de mais de um usuário, ela pode assumir dimensões, variações
quantitativas e qualitativas, diferentes que pedem padrões de interação distintos
para se alcançar o êxito esperado e ser satisfatória para ambos.
Este fato torna evidente que, não basta fazer pesquisas gerais, é
necessário conduzir pesquisas específicas e em profundidade de cada aspecto
psicológico envolvido. Mais ainda, estes devem ser programas permanentes de
pesquisa, pois, as características psicológicas variam em função de variáveis tais
como: exposições aos meios de comunicação de massa, tipo de interação pais-
filhos, tipo de escolarização, qualidade de vida, tipo e qualidade de trabalho, etc.
Fica latente a necessidade de pesquisa, de se poder contar com um
psicopedagogo em cada biblioteca, e que trabalhos conjuntos com psicólogos e
outros profissionais passem a integrar o seu cotidiano. Certamente muito pode
auxiliar a literatura de pesquisa estrangeira, especialmente no que tange
43
à metodologia e aos instrumentos de pesquisa, mas é imprescindível pesquisar a
realidade psicossocial do usuário, do servidor da biblioteca e das relações entre
eles, em cada estado do Brasil, pois as peculiaridades psico-educacional e social
determinam variações distintas em cada região.
Dessa forma, o psicopedagogo, pela sua própria formação é o profissional
capaz de através de sua atuação, desempenhar um papel significativo no processo
educativo para a construção de novos caminhos educacionais, desenvolverem
estratégias de trabalho, a fim de refletir, estudar, compreender e sinergicamente
construir novas formas de fazer educação junto a toda a comunidade acadêmica.
O psicopedagogo é o profissional que deve ter a capacidade de ver um
problema sob diversos ângulos, de ler o que não está escrito, de saber fazer as
análises, e estar comprometido coletivamente com a sua ação. Estar coletivamente
comprometido entende-se de que é preciso pensar no coletivo, construir
coletivamente que sujeito que queremos formar, conduzir amorosamente a prática,
tendo segurança da autoridade profissional.
As transformações tecnológicas trouxeram novas atividades e desafios
para dentro da biblioteca, contribuindo de maneira substancial na integração do
aluno com os novos programas.
Neste Contexto, a biblioteca necessita de profissionais que possuam
ligação direta com os usuários, sendo o interlocutor entre os novos procedimentos
de pesquisas e as necessidades específicas de cada indivíduo.
Para tanto, tentaríamos introduzir um Programa de Capacitação de
Usuários a ser desenvolvido pelo Sistema de Bibliotecas da UFC, começando pela
BFD, no sentido de passar orientação aos usuários recém ingressos, visando
aumentar o incentivo gosto pela leitura e uso dos serviços bibliotecários com maior
assiduidade, tornando-o apto a desenvolver o uso adequado do acervo bibliotecário,
e “um eterno” consulente. Seja na busca de fontes de informação online, na
elaboração de referências, nas citações ou na normalização de trabalhos
acadêmicos.
Contudo, além da inclusão do psicopedagogo no Sistema de Bibliotecas
da UFC, pretende-se com este trabalho desenvolver com os novos usuários, uma
44
orientação mais efetiva e eficaz, uma sistemática onde os mesmos possam interagir
e expor suas dúvidas freqüentemente.
Dentre as ferramentas a serem usadas inclui-se a ferramenta wiki (A
versão em língua portuguesa da enciclopédia livre e gratuita) proporcionando uma
maior interação entre os usuários e a biblioteca. Nela os usuários poderão expor
suas dúvidas e opiniões e os servidores do “Sistema de Bibliotecas”, poderão
responder e interagir com eles.
Promovendo dessa forma um aprendizado mais dirigido, auxiliando aos
servidores no processo de educação dos alunos recém ingressos (usuários) da
UFC, quanto ao uso dos recursos de pesquisa oferecidos pelo Sistema de
Bibliotecas, bem como, orientando na edição de textos, proporcionando assim, maior
facilidade de interação no ambiente colaborativo e maior controle das mudanças
recentemente integradas.
Ressaltamos que para um perfeito desempenho do trabalho por parte dos
servidores, além da integração com a Psicopedagogia e o usuário, também será
necessário que a Biblioteca Universitária visando o seu “perfeito desempenho”,
invista na capacitação de seus profissionais, fazendo uso de novas tecnologias para
a implantação de novos serviços que permitam colocá-la sempre em vanguarda.
Bibliotecários e servidores deverão estar capacitados, desenvolvendo projetos de
mestrado e doutorado que visem trazer inovações e aplicações práticas na sua
gestão e prestação de serviços.
Um aspecto importante a ser abordado e que Bordenave (1998 p. 225)
comenta, é a carga excessiva de horas de aula e a inexistência de horário exclusivo
para o aluno fazer suas leituras complementares na biblioteca. Este fato também
contribui para o pouco uso da biblioteca. Uma solução seria a criação de horários
exclusivos para o estudo em biblioteca, sendo uma tentativa de solução entre as
outras já citadas.
Estas práticas aliadas à psicopedagogia justificam-se pela necessidade
de oferecer aos usuários fontes adequadas de pesquisa. Afirmamos isto, levando
em consideração que os assuntos mais procurados costumam ser também os mais
atuais. Buscando parcerias com professores de Português, Literatura, Lingüística, e
outros, como conseqüência, haverá maior uso da biblioteca e também uma maior
45
satisfação do usuário em relação à instituição geradora do conhecimento, canal de
ligação e interação entre a literatura registrada e os seus possíveis usuários.
As funções de todas as bibliotecas são, basicamente, as mesmas:
adquirir material bibliográfico relacionado com os interesses de uma determinada
população ou usuário seja esta população real seja potencial; organizar estes
materiais e torná-los acessíveis aos usuários. Podemos dizer então que, num
contexto amplo, as bibliotecas são partes do processo de transferência de
informação, por meio de registro impresso e/ou eletrônico.
A biblioteca tem a missão de ampliar e disponibilizar sua coleção para seu
público, quando neste momento a necessidade de parcerias torna-se o elemento
chave. A instituição que não procurar extrapolar os seus limites físicos e ir ao
encontro das necessidades da sociedade, seja para buscar fundos, seja para levar a
informação, não estará sendo dinâmica e criativa. Prática é imprescindível nos dias
atuais.
É necessária uma reflexão dos serviços prestados pelas bibliotecas, cada
usuário que recebe um treinamento adequado e conhecimento básico das novas
tecnologias, representa dezenas de usuários indiretos. O exercício da
responsabilidade social nas bibliotecas, não é um somatório de problemas, mas sim,
um somatório de conquistas. É preciso, criar uma conscientização do papel social
das bibliotecas universitárias a fim de contribuir com a nova ordem social.
As transformações ocorridas na sociedade trouxeram novas
características à questão social. A desagregação social, a ineficiência dos gastos
públicos, o individualismo, são questões a serem discutidas e resolvidas. E para que
as bibliotecas universitárias sejam reconhecidas como, entidades socialmente
responsáveis, é necessário que as atividades direcionadas aos seus usuários
correspondam a toda comunidade indiscriminadamente.
O cuidado e atenção em transmitir a um pesquisador de que forma ele
poderá recuperar a informação, precisa ser o mesmo cuidado que se deve ter ao
transmitir os conhecimentos aos servidores dos serviços auxiliares. Mesmo que
não faça parte das atividades de um servidor do serviço de limpeza a utilização das
novas tecnologias de informação, o fato deste servidor, conhecer e aprender a
pesquisar na rede, além de ser uma importante contribuição das bibliotecas para a
46
inclusão digital, proporcionará a este servidor a recuperação da auto-estima, da
cidadania.
Qualquer biblioteca pode ser socialmente responsável, com uma equipe
pequena, com poucos recursos financeiros ou tecnológicos, mas, com muita vontade
de agir para o progresso do equilíbrio social.
Conforme (SILVEIRA, 2001 p. 99), “Miranda em 1977, registrava que o
usuário dos sistemas deveria ser qualquer indivíduo, em qualquer nível da atividade
humana.” O público atendido pela biblioteca universitária, não se restringe ao
pesquisador, ao professor, ao aluno da graduação, ele abrange qualquer cidadão
que necessite de seus serviços. É esta a diferença que permite uma biblioteca
exercer a sua responsabilidade social, nossa perplexidade pela falta de
conhecimentos básicos das novas tecnologias de informação de um cidadão, pode
ser transformada em criatividade, em ação.
O desenvolvimento das tecnologias de informação tanto pode isolar como
unir os usuários as suas bibliotecas. “Tão importante quanto o componente
bibliográfico na biblioteca, é o elemento humano, sua natureza de intrínseca
reciprocidade.” (GROGAN, 1995).
Conclui-se que, as transformações tecnológicas trouxeram novas
atividades e desafios para os servidores que fazem parte do Sistema de Bibliotecas.
E, a partir de atitudes simples o profissional psicopedagogo poderá, quando
integrante, contribuir de maneira substancial no sistema. Trata-se de um profissional
que possui ligação direta com os usuários, sendo o interlocutor entre os novos
procedimentos de pesquisas e as necessidades específicas de cada indivíduo.
3.3 – Um Breve Perfil do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do
Ceará/UFC
Dentre os órgãos suplementares da Universidade Federal do Ceará -
UFC, encontra-se a Biblioteca Universitária - BU, vinculada administrativamente à
Reitoria, e em cuja estrutura organizacional inclui-se a Biblioteca da Faculdade de
47
Direito – BFD (nosso principal foco nesta pesquisa) vinculada academicamente à
Faculdade de Direito.
Para a execução de suas atividades, a organização e estrutura da
biblioteca compreendem: Diretoria e 5 divisões.
A Diretoria é o órgão executivo da BU/UFC, a quem compete o
planejamento e controle de todas as atividades, compreendendo 4 divisões, sendo
elas: Divisão de Coordenação de Bibliotecas; Divisão de Processos Técnicos;
Divisão de Desenvolvimento do Acervo; Divisão de Apoio Administrativo.
Organograma do Sistema de Bibliotecas
Fonte: Dados fornecidos pela BU/UFC em Maio/2010.
No que diz respeito aos serviços aos usuários, o Sistema de Bibliotecas
oferece como um todo: empréstimo domiciliar de material bibliográfico; empréstimo
entre bibliotecas; busca retrospectiva; curso de acesso a bases de dados em CD-
ROM; orientação ao usuário; comutação bibliográfica; normalização de documentos;
disque-normas; audioteca; serviço de disseminação; treinamento de calouros;
48
empréstimo de material especial; intercâmbio de publicações; catalogação na fonte e
reprodução de documentos.
Mapeamento de Serviços, realizado pela Comissão de Serviços:
• Serviço de Biblioteca "Conjunto de serviços prestados ao público(empréstimo, informação, consulta) e funções técnicas efetuadas porBibliotecário (classificação, catalogação, aquisição)". Marisa BräscherBasílio Medeiros.
• Serviço de Referência "Serviço de informação que atende a perguntasespecíficas do usuário, que realiza pesquisas bibliográficas e orienta nabusca de informação". Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
• Serviço On-Line "Serviço obtido por meio de terminal ligado à unidadecentral de um sistema". Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
Serviços Descrição / ConceitosConsulta Livre Consulta livre, aos materiais dos acervos de livros, teses, revistas
especializadas, guias, "abstracts", filmes, vídeos, diapositivos, etc, que podemser feitas por qualquer pessoa interessada, comunidade interna e externa.
"Requisição de informação dirigida a uma unidade de informação".Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
EmpréstimoDomiciliar
Empréstimo domiciliar dos acervos do Sistema de Bibliotecas
"Processo de entrega, por parte da biblioteca, de uma publicação de seuacervo a uma pessoa ou instituição, por determinado período".Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
Catálogos On-Line porBiblioteca
Consulta ao catálogo de todas as bibliotecas, simultaneamente.
"São catálogos em linha abertos à consulta remota por parte de qualquerpessoa".Joana Barbosa Guedes.
Sistema de Auto-Atendimento
Realização, pela internet, de renovações, reservas, consulta de materialpendente, consulta de débitos, histórico de empréstimos, atualização de dadospessoais e cadastro de e-mail para receber as correspondências relacionadasa reservas e devoluções, através do Acesso Usuário.
"Os sistemas de auto-atendimento atualmente disponíveis apresentaminterfaces compatíveis com a maioria dos softwares empregados emautomação de bibliotecas. Além disso, os sistemas de auto-atendimentopossuem características próprias que os tornam plenamente operacionais parafuncionarem em bibliotecas que já utilizem sistemas de segurança eletrônicado acervo com etiquetas protetoras de tecnologia Eletromagnética (EM).Podem ainda operar em ambientes gerenciados por tecnologia deidentificação por rádio-frequência (RFID – Radio- Frequency Identification)".Isabel Cristina Nogueira.
LevantamentosBibliográficosAutomatizados
Realizar levantamento bibliográfico mediante solicitação do usuário,consultando fontes de referência do acervo e base de dados disponíveis nasrespectivas áreas.
Orientação Sobreo Uso da
Orientação sobre o uso da biblioteca e do acervo, através de treinamentos,visitas orientadas, material de apoio etc.
49
Biblioteca e doAcervo
Comutação Obtenção de fotocópias de artigos de revistas via internet pelo software Ariel eoutros meios.
"Operação que permite ao usuário obter uma cópia de documentos existentesem outras bibliotecas ou serviços de informação".Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
SCAD (ServiçoCooperativo deAcesso aDocumentos)
Acesso a documentos da área de Ciências da Saúde, da BIREME e dasbibliotecas cooperantes do serviço Scad.
Elaboração deFichaCatalográfica
Elabora fichas catalográficas para os trabalhos acadêmicos defendidos naUFC através de formulário digital na home page. O prazo para a confecção daficha e envio para o e-mail do solicitante é de 2 dias.
Ficha catalográfica: "Ficha de forma retangular, em cuja superfície é registradaa referência bibliográfica do documento".Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
Apoio àElaboração deTrabalhosAcadêmicos
Orientação aos usuários na aplicação das normas da ABNT para aapresentação de trabalhos técnico-científicos, revisão e correção dereferências bibliográficas.
Capacitação deUsuários
Visitas orientadas, com treinamento para melhor utilização dos recursosbibliográficos; capacitação para a elaboração de referências bibliográficas etreinamento em bases de dados.
"Atividades voltadas para instrução de usuários na obtenção de informações".Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
Intercâmbio dePublicações
Realizado através de um acordo bilateral e formalizado por solicitação, entreas Instituições interessadas em permutar suas publicações, com aspublicações da Universidade Federal do Ceará.
"Acordo entre bibliotecas para promover a troca de documentos duplicadose/ou não pertinentes à política de aquisição da respectiva biblioteca, ou dedocumentos editados pela instituição à qual a biblioteca está subordinada".Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
Distribuição deDuplicatas
Material disponível para doação ou permuta diretamente no setor deIntercâmbio.
Salas de Estudo Disponibilização de salas para estudo individual e em grupo.Acesso à Internet Estação de acesso à internet.Espaço paraExposições
Disponibilidade de espaço para exposições bibliográficas.
Auditório Uso do auditório mediante reserva prévia.Sala de Vídeo Uso da sala de vídeo para uso por alunos para assistir a vídeos da própria
biblioteca ou reservada por professores para ministrar aulas, mediante reservaprévia.
Exibição deFilmes
Exibição de filmes previamente nas salas de vídeo, previamente agendados.
Reprografia Reprografia de material bibliográfico respeitando a Lei de Direitos Autorais.
"Métodos, técnicas e processos utilizados para reprodução de documentos".Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
Fotocópia: "Reprodução de páginas impressas ou manuscritas, obtidadiretamente sobre papel, por processos fotográficos".Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
50
FAQ "Frequent Asked Question - Área dedicada a usuários, com finalidade deantecipar respostas às dúvidas mais freqüentemente feitas em relação aprodutos ou serviços prestados, evitando assim a necessidade de contatosindividuais com o fornecedor ou prestador de serviços".Wagner Junqueira de Araújo.
AlertaBibliográfico
"Publicações elaboradas com fins de divulgar informações especializadas deinteresse potencial dos usuários".Nice Medeiros de Figueiredo.
Boletim de Alerta "Publicação seriada contendo informações acerca de novos documentos,especialmente periódicos, adquiridos por uma unidade de informação".Marisa Bräscher Basílio Medeiros.
Fonte: Dados fornecidos pela BU/UFC em Maio/2010.
Quanto à estrutura de Recursos Humanos, o sistema conta com um
quadro único de pessoal para as bibliotecas central e setoriais; representado por um
corpo funcional de 111 pessoas, distribuídas nos diversos setores e serviços,
segundo as categorias que constituem o plano de cargos em vigor, conforme tabela
abaixo:
Quadro Funcional da Biblioteca – 2010
CARGO NúmeroAgente de Portaria 1Assistente Administrativo 32Auxiliar Administrativo 11Bibliotecário 47Contínuo 3Costureiro 1Encadernador 4Estatístico 1Motorista 2Operador de Máquina Copiadora 1Porteiro 1Recepcionista 1Secretário Executivo 1Servente de Limpeza 2Técnico Artes Gráficas 1Tipógrafo 1Vigilante 1TOTAL GERAL 111
Fonte: Dados fornecidos pela BU/UFC em Maio/2010.
A criação da Biblioteca da Faculdade de Direito remonta ao ano de
1903. A Lei nº 717, de 8 de agosto de 1904, determinou que a Biblioteca Pública do
Estado passasse a pertencer à Faculdade, o que resultou na fusão dos acervos em
51
1906. Funcionava a essa época nos salões térreos, baixos da Assembléia Estadual.
Em 1925, a Biblioteca Pública foi desanexada definitivamente da Biblioteca da
Faculdade de Direito.
O anexo ao edifício da Faculdade de Direito, situado na Praça Clóvis
Beviláqua foi inaugurado em 1959, destinando-se o andar térreo para a instalação
da Biblioteca, como órgão de apoio informacional às atividades de ensino, pesquisa
e extensão desenvolvidas pela UFC, onde funciona até hoje.
Oferecia, em 08/1999, um acervo bibliográfico de 72.611 títulos de livros
em 129.069 volumes, 4.944 títulos de periódicos nacionais e estrangeiros, 3.632
teses e dissertações, 6.136 folhetos, além de 1.712 materiais especiais, como
Braille, CD, diapositivos, discos, disquetes, filmes, fitas cassetes, normas técnicas,
partituras, microfichas, mapas, etc.
A coleção das bibliotecas teve sua formação e evolução de forma
diferenciada, acompanhando a história da criação da Universidade, não sendo,
portanto, uma coleção que tenha sido formada racionalmente, obedecendo a um
planejamento. Nos últimos anos tem existido a preocupação de adequar o acervo
aos programas de ensino, pesquisa e extensão, mas, ainda de uma forma incipiente
porque a própria estrutura da Universidade dificulta a consecução das informações
necessárias a esse tipo de planejamento.
Assim, os agentes facilitadores do processo de informatização de
bibliotecas, que tornam mais ágil o acesso, capazes de prover informações a
comunidade científica, são:
1) Os recursos de tecnologia de informação existentes no mercado nacional e
internacional, como hardware, softwares – Aleph, Pergamum, Virtual, Informa,
Thesaurus, Ortodocs etc - e serviços (CORTE, 1999, p. 16-30; CAFÉ, 2001, p. 73);
2) A existência de sistemas consolidados e redes cooperativas que permitem o
compartilhamento de serviços, intercâmbio de informações e acervos - SIBI/USP,
SIBI/UFRJ, BIREME, BIBLIODATA, ISTEC, REBAP, PERGAMUM, BN etc;
3) A efetiva política nacional de bibliotecas universitárias e de instituições de
pesquisa, sob o comando da Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias,
CBBU, com 9 representações regionais, em atuação junto aos órgãos oficiais -
CAPES, MEC/SESu, CNPq, FINEP, IBICT;
52
4) Os consórcios nacionais e internacionais para assinatura e acesso eletrônico a
periódicos estrangeiros e para a alimentação de portais - Silverplatter, Periódicos
CAPES, Páginas Brasileiras, Ciência Tecnologia Educação, Scielo, Web of Science,
Teses Brasileiras etc.;
5) Programas de capacitação e treinamento de recursos humanos nas novas
tecnologias e ferramentas ministrados pelas agências de serviços e editoras -
CAPES, BIREME, Elsevier, Silverplatter, Ideal, High Wire, OVDI, dentre outros.
Nesse contexto é que se delineia a Biblioteca da Faculdade de Direito
- BFD, que cumpriu em seu processo de evolução para Sistema Integrado de
Bibliotecas, que hoje reúne um conjunto de:
• Livros - Títulos : 12.087; Exemplares: 25.569;
• Dissertações - Títulos: 373; Exemplares: 752;
• Monografias - Títulos: 132; Exemplares: 132;
• Teses - Títulos: 180; Exemplares: 351;
• Periódicos – Títulos: 60 no Pergamum; Exemplares: 2.612. Perfazendo um
Total Geral de Periódicos – Títulos: 313; Exemplares: 6.393.
“Começa de fato, a existir uma instituição destinada a preservar e divulgar
as criações do conhecimento humano registrados em livros, periódicos
especializados, jornais, discos, filmes, vídeos, etc.” Waldomiro Vergueiro. (1993, p.
13).
A integração Sistema de Bibliotecas da UFC se faz pela circulação de
malotes diários, telefone, via internet (e-mail), e se completa através da
comunicação on-line do sistema de empréstimos. Com o Projeto do Sistema
Informatizado, a Biblioteca da Faculdade de Direito passou a atender melhor a
comunidade universitária, pela desburocratização de procedimentos e pela facilidade
em fornecer diversos suportes de informação existente, homogeneização de
atendimento ao usuário, devido ao treinamento da equipe e na prestação de
serviços.
Espaços reservados e multifuncionais, equipamentos modernos, e uma
equipe que vem sendo treinada, estão à disposição dos alunos, professores,
53
servidores e do usuário em geral, para orientar e contextualizá-los diante das novas
tecnologias.
A Biblioteca da Faculdade de Direito - BFD é, assim, um organismo
universitário que busca organizar e tornar acessíveis informações necessárias para
atender aos diversos segmentos da comunidade estudantil, bem como proporcionar
atividades culturais ligadas aos objetivos da Faculdade de Direito – FD/UFC.
54
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de ensino-aprendizagem sem um suporte informacional, quer
no ensino tradicional que está em grande parte no formato impresso e armazenado
nas bibliotecas, sem uso adequado, quer nas instituições modernizadas, necessita
dar a devida importância à pesquisa, que possibilita a democratização do acesso à
educação, e está em franca expansão, assim, também as bibliotecas, com seus
serviços tradicionais precisam se adaptar a esta nova realidade.
Por isso, a BFD fazendo parte do Sistema de Bibliotecas da UFC, não
poderia estar à margem dos projetos de pesquisa, ensino e extensão que em uma
ação inovadora estendeu seus serviços informacionais a todos os seus alunos e
usuários em geral.
Ao fazermos uma análise dos serviços prestados aos usuários remotos na
BFD/UFC, observamos um aumento considerável na demanda pelos serviços e
aumento expressivo da disponibilidade de recursos de informação. Com as
tecnologias de informação e comunicação (TIC’s), os serviços bibliotecários,
passaram por diversas transformações. Com isto, cada vez mais as atividades
desenvolvidas pela BFD devem visar à plena utilização da informação seja qual for
seu suporte.
A Biblioteca Universitária como principal veículo de disseminação da
informação científica deve acompanhar os processos de inovação tecnológica,
adequar seus serviços e produtos e promover cada vez mais o uso intensivo dos
recursos informacionais.
Nesse contexto, insere-se a Biblioteca da Faculdade de Direito - BFD, que
aliada às suas práticas cotidianas infere o profissional, servidor da biblioteca, frente
a essas mudanças, no sentido de estar preparado para executar suas funções em
novos ambientes de trabalho, com novas ferramentas, desenvolvendo novas
metodologias e novos produtos. Este profissional deve inovar suas práticas,
trabalhando para otimizar o uso dos recursos informacionais existentes na biblioteca
e acessíveis virtualmente.
55
As tecnologias devem ser vistas como aliadas nos serviços bibliotecários.
O foco de atuação do profissional da informação, no futuro deverá deslocar-se do
processo de busca e acesso à informação para a criação de infra-estrutura de
pesquisa, desenvolvimento de plataformas de publicação e programas para a
capacitação dos usuários. As maiores dificuldades enfrentadas pelo usuário
universitário na busca pela informação são provenientes de vários segmentos,
dentre eles: ausência da ajuda do profissional qualificado, pressa, e, sobretudo a
falta de conhecimento do usuário no processo de busca dessa informação.
Baseando-se na importância da Biblioteca Universitária para o processo
educacional, e tendo a sua excelência administrativa como um dos pressupostos
para atender satisfatoriamente às necessidades dos usuários, a autora pretende
fornecer subsídios, por meio deste estudo, que auxiliem, nas diretrizes da Biblioteca
da Faculdade de Direito - BFD, a fim de obter maior participação no sistema
educacional. As diretrizes apresentadas foram canalizadas para planejamento,
recursos humanos, acervo, atividades educativas, culturais e afins.
Dessa forma, pretende-se como psicopedagoga, intervir junto à Comissão
Bibliotecária, visando acrescentar ao Sistema de Bibliotecas da UFC, Serviços
Psicopedagógicos, no sentido de ampliar os serviços ora em uso. No sentido de
oferecer capacitação aos usuários com visitas orientadas, treinamento para melhor
utilização dos recursos bibliográficos, treinamento em bases de dados, orientação
aos alunos quanto ao acesso ao material informacional complementar, indicando
fontes de pesquisas, intermediando o contato a fontes impressas de informação
disponíveis em outras unidades, disponibilizando conteúdos referentes ao programa
disciplinar do curso, auxiliando nas buscas à base de dados e bibliotecas virtuais,
capacitando os alunos recém ingressos para uso dos recursos, facilitando através de
tutoriais ou treinamentos virtuais a localização de fontes de informação.
Enfim, colaborando no apoio à educação, proporcionando diferença nas
bases do conhecimento acadêmico do aluno. Dessa maneira, complementando a
integração usuários x biblioteca.
No que diz respeito aos serviços a serem disponibilizados aos usuários, a
autora da monografia, pretende com este estudo, contribuir na sistematização
destes serviços já citados, que são oferecidos pelo Sistema de Bibliotecas da UFC.
56
A principal função do psicopedagogo diante destas mudanças é
incentivar a aprendizagem e a construção do conhecimento de seus usuários. A
partir daí, a biblioteca universitária passa a ter um novo tipo de usuário. Um usuário
capacitado para utilização dos recursos informacionais, com maior autonomia no
acesso às informações e cada vez mais exigente quanto à qualidade dos serviços
prestados pela biblioteca.
As atividades desenvolvidas no acompanhamento da Capacitação do
Usuário possibilitarão uma ampla visão ao aluno recém ingresso, de como este,
poderá obter a informação e de que maneira estará apto para exercer, enfatizando
que a preparação deste aluno deve estar presente na graduação e ser aperfeiçoada
após a mesma através de processos de educação continuada.
No âmbito das universidades, um dos principais instrumentos de apoio
que se tem para cumprir seus princípios e finalidades, é a biblioteca, pois é nela que
se encontra a maior gama de matéria-prima do seu desenvolvimento e fator básico
para seu desempenho, especialmente, para o cumprimento das funções
indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão. O desenvolvimento dessas
atividades demanda bibliotecas bem organizadas, sistematizadas, tecnologicamente
atualizadas, dentre outros pontos, com um grande potencial de informação de todas
as áreas.
Assim, as bibliotecas seguem sendo peças cruciais do sistema de
educação e pesquisa. A estrutura de uma biblioteca universitária está estritamente
relacionada com a sua história e com o seu desenvolvimento. Com o aumento do
número de publicações e a importância cada vez maior dada à informação em
nossos dias, as bibliotecas tendem a crescer e a tornarem-se organizações
complexas.
Mesmo quando a instituição disponha de uma infra-estrutura adequada e
um corpo docente qualificado, é necessário que um profissional “conhecedor” da
informação se faça presente atuando como disseminador da informação e esteja
disponível para orientação à pesquisa. (SOUTO, 2002, p.15). No nosso estudo, o
profissional psicopedagogo.
As bibliotecas universitárias são instituições e, como tal, constituídas por
um conjunto de funções responsáveis, que vão desde a localização e organização
57
até a recuperação da informação. A sua estrutura organizacional está formada por
departamentos denominados de divisões e seções que, em muitos casos, são
designados com outros nomes. A cada departamento cabe a responsabilidade pelo
desenvolvimento de algum produto e/ou serviço, formando uma cadeia até a
execução final.
Neste sentido, há uma dependência grande entre as partes, se uma
dessas partes falha, afeta o sistema como um todo. A biblioteca universitária é parte
de uma organização mais ampla em função da qual existe e pela qual é financiada.
Ela está sujeita, portanto, a receber influências do ambiente que a cerca, externas e
internamente. Exidindo dos funcionários da biblioteca conhecimentos e habilidades
específicas, que os permitem atuar com eficiência neste cenário mutante e
economicamente instável (MACIEL e MENDONÇA, 2000).
E assim, conclui-se que “a área de biblioteca encontra-se atingida pelo
desafio da inovação. Mudar a forma de trabalhar e agir rapidamente, ou ser
superada pelas novas tecnologias”. (MATHESOON,1995 p. 7). Às suas funções
tradicionais devem ser incorporadas novas funções, compatíveis com os novos
paradigmas da informação. Novos papéis devem ser assumidos pelas bibliotecas,
no que afetará sua organização.
Dessa forma, podemos inferir que a biblioteca funciona como elo de
ligação entre o universo da produção intelectual registrada e as necessidades de
informações de seus usuários. Nesse cenário, são vislumbradas perspectivas
positivas com respeito à implementação de profundos câmbios qualitativos na vida
universitária, resultantes da proposição de novos paradigmas teóricos, orientador
das principais políticas nacionais destinadas à relevante área da educação superior.
Nessa perspectiva de construção de saberes que se articulam, o
psicopedagogo poderá ser aquele que instiga a participação do aluno evitando a
desistência, o desalento, o desencanto pelo saber. Talvez aquele que possibilite a
construção coletiva e percorre uma trajetória metodológica desobediente,
transgressora de receitas prontas e acabadas e construa de forma participativa com
seus consulentes novos saberes.
Nesse contexto, o trabalho dos servidores das bibliotecas, são
analisados neste estudo, discutindo-se sua associabilidade à psicopedagogia. A
58
aplicação, benefícios, limitações em bibliotecas universitárias da área pública, bem
como sugerindo alguns passos para aplicação e implementação efetivas da prática
psicopedagógica, aliada à magnitude do profissional psicopedagogo, que ali, na
biblioteca, poderá ser parte integrante, e de fundamental importância.
59
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGOSTINHO, Emily A L.; MARIA, Maíra C.S.; TASCA, Maria Cristina M. Auxílios finan-ceiros para bibliotecas universitárias: avaliação d e impacto dos projetos financia-dos pela FAPESP para o Sistema Integrado de Bibliot ecas da Universidade de SãoPaulo . São Paulo: SIBI/USP, 1999.
ALVES, Maria Dolores Fortes; BOSSA, Nádia. Psicopedagogia : em busca dosujeito autor. Nov. 2006.
BAMBERGER, Richard. Como Incentivar o Hábito de Leitura . São Paulo: Ática,1997.
BARBOSA, Laura Monte Serrat. A História da Psicopedagogia contou tambémcom Visca, in Psicopedagogia e Aprendizagem . Coletânea de reflexões.Curitiba, 2002.
BEATRIZ, Judith Lima Scoz. Subjetividade de professoras/es: sentidos doaprender e do ensinar Psicol. educ. n.26 São Paulo jun. 2008 e avaliação debibliotecas universitárias. Brasília: MEC. SESU. PNBU, 1995.
BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática.Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.
CAFÉ, Ligia. Proposta de um método para escolha de software de a utomação debibliotecas . Ciência da Informação, v.30, n. 2, 2001. Disponível em:http:www.ibict.br/cionline. Acesso em: 8/03/2010.
CARVALHO, Maria Carme Ronay de. Estabelecimento de padrões para bibliotecasuniversitárias. Fortaleza: Ed. UFC, Brasília: Associação dos Bibliotecários do DistritoFederal, 1981.
___________, Maria Carme Ronay de. Estatísticas e padrões para oplanejamento 1981.
CORTE, Adelaide R.; ALMEIDA, Ieda M. Avaliação de softwares para a automaçãode bibliotecas e centros de documentação . São Paulo: Polis, APB, 1999.
CRISTIANINI, Gláucia M.S.; MORAES, Juliana S. Bibliotecas e pesquisadores: a coo-peração vital na sociedade da informação. In: SEMINÁRIO Nacional de Bibliotecas Uni-versitárias, 10, fortaleza. Anais... Fortaleza: UFC, 1998. disquete.
CUNHA, Murilo B. Desafios na construção de uma biblioteca digital . Ciência da In-formação, Brasília, v. 28, n.3, p.257-268, set./dez.1999. Disponível em:http:www.ibict.br/cionline. Acesso em: 8/03/2010.
60
FAGALI, Eloísa Quadros. VALE, Zélia Del Rio do. Psicopedagogia InstitucionalAplicada: a aprendizagem escolar dinâmica e constru ção na sala de aula .Petrópolis – RJ. Editora Vozes, 1998.
KRZYZANOWSKI, Rosali F. Subsídios para análise, seleção e aquisição de soft wa-res para gerenciamento de bibliotecas: experiência de sistema integrado de bibliote-cas da USP. São Paulo: SIBI/USP, 1996.
MENDES, Mônica H. Psicopedagogia: contextualização, formação e atuaçã oprofissional. Porto alegre: Artes Médica Sul, 1991.
MOOJEN, S. Dificuldades ou transtornos de aprendizagem? In: Rubinstein, E.(Org.). Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São Paulo: Casa doPsicólogo, 1998
MORAIS , Maria Isabel Guimarães – Rio de Janeiro: Nova Fronteira,1991.
NICOLESCU, B. (2000). Transdisciplinarity and complexity: Levels of realityassource of indeterminancy. Bulletin interactif du CIRET (Centre deRecherche etEtudes Transdisciplinarité, 15, 71-75.Passet, R. (2001). Le dévelopment durable: Dela transdisciplinari.
_________. O manifesto da transdisciplinaridade . São Paulo: Trion, 1999.
PESQUISA FAPESP. Infra-estrutura 1- Revitalizando bibliotecas, museus e arquivos.São Paulo, n.63, abr. 2001. suplemento Especial.
RAPPAPORT, Clara Regina, FIORI, Wagner Rocha, DAVIS, Cláudia. Psicologia doDesenvolvimento: A idade escolar e a adolescência. Vol. 4. São Paulo:E.P.U.,1981-1982.
RUBINSTEIN, E. In: SCOZ et al. Psicopedagogia : contextualização, formação eatuação. Porto Alegre : Artes Médicas, 1992.
SAMPAIO, Simaia. Um pouco da história da psicopedagogia . Disponível em:http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=422. Acessado em21abr. 2010.
SAMPAIO, Maria Imaculada C. et al. Uso da internet em bibliotecas acadêmicas: pro-posta para estabelecimento de política para o usuário (primeira fase). Informação & So-ciedade. Estudos, v. 11, n.1, 2001. Disponível: http:www.informaçãoesociedade. ufpb.br.Acesso em 18/06/2010.
SILVA, M. C. A. Psicopedagogia: em busca de uma fundamentação teó rica.Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
SISTO, F.F. Aprendizagem e mudanças cognitivas em crianças . Petrópolis,Vozes, 1997.
SCOZ, Beatriz J. L. (org.); BARONE, Leda M. C.; CAMPOS, Maria C. M; UMAMudança de conceito com bases tecnológicas: programa modernizou as principaisbibliotecas do Estado. Pesquisa FAPESP. São Paulo, n.63, p. 4-7, abr. 2001.Suplemento Especial.
61
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ. Biblioteca Central . Gestão 1997-2001. Belém,2000.
___________. Relatório de atividades . 2000. Belém, 2000.
VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente . PortoAlegre, Artes Médicas, 1987.
___________. Psicopedagogia : novas contribuições; organização e traduçãoAndréa
Top Related