FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA-UNIR
Campus de Ji-Paraná
Departamento de Ciências Humanas e Sociais - Campus de Ji-Paraná
Curso de Pedagogia
A INSERÇÃO DA LINGUAGEM MUSICAL NA SALA DE AULA: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Angela da Silva Celestino
Professora Orientadora: Neidimar vieira Lopes Gonzales
Ji-Paraná, RO – 2018
ANGELA DA SILVA CELESTINO
A INSERÇÃO DA LINGUAGEM MUSICAL NA SALA DE AULA: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Monografia apresentada a Fundação Universidade Federal de
Rondônia – UNIR, Campus de Ji-Paraná/RO, Departamento de
Ciências Humanas e Sociais, como requisito avaliativo de
conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia, sob
orientação da professora Neidimar Vieira Lopes Gonzales.
Ji-Paraná, RO - 2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Fundação Universidade Federal de Rondônia
Gerada automaticamente mediante informações fornecidas pelo(a) autor(a)
_____________________________________________________________________________
C392i Celestino, Angela da Silva.
A inserção da linguagem musical na sala de aula: Formação e
desenvolvimento da criança / Angela da Silva Celestino. -- Ji-Paraná, RO, 2018.
73 f. : il.
Orientador (a): Prof.ª Ma. Neidimar vieira Lopes Gonzales
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) - Fundação
Universidade Federal de Rondônia
1.Criança. 2.Música. 3.Educação. 4.Desenvolvimento. 5.Formação. I. Gonzales, Neidimar vieira Lopes. II. Título.
CDU 37.015.3:78
_____________________________________________________________________________ Bibliotecário (a) Alex Almeida CRB 11.853
Dedicatória
A Deus, o autor e consumador da minha fé!!! ―Mas ele me disse: Minha graça é suficiente a você, pois o meu
poder se aperfeiçoa na fraqueza". 2 Coríntios 12:9
―Milhares de pessoas cultivam a música; poucas, porém têm a revelação dessa grande arte‖. Ludwig Beethoven.
Ao meu amado e querido papaizinho, que ainda no ensino Fundamental, com suas palavras de sabedoria disse: Filha aproveite
todas as oportunidades, abrace tudo aquilo que eu poderei lhe ofertar e quando não mais, então você rompa.
A minha amada mãezinha Maria José, que me inseriu no mundo musical desde a minha infância.
Aos meus amados e queridos filhos, Richard e Christian, pela
brilhante participação e dedicação, sem eles não teria chegado até aqui, foram companheiros e amigos extremamente pacientes e compreensíveis durante a jornada acadêmica, que cada dia era inexplicável. Vocês são minha verdadeira inspiração!!!
Ao meu adorável e amado esposo, Joel Januário, por sua imensa
bondade, amigo e parceiro em todos os momentos dessa jornada, que acreditou no meu sonho, apoiando-me em todos os momentos para que tudo pudesse acontecer, amo-te muito...
A minha Orientadora, Professora, amiga Neidimar Vieira Lopes
Gonzales, que com muito carinho aceitou-me como sua orientanda, acreditando em meu potencial, acompanhou meus passos desde o primeiro dia da jornada acadêmica, me incentivando em tudo com
seus excelentes saberes, inspirando-me a ser melhor a cada dia como pessoa, amiga e profissional. Só tenho a agradecer...
Dedico este trabalho a todos que amam e acreditam que a música merece um lugar na escola ocasionando mudanças e fazendo a diferença...
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde, força, persistência e sabedoria ao longo dessa trajetória, pois na busca de realização e conquista do meu
sonho houve muitos atravancamentos pelo caminho, ele foi e é meu porto seguro em inúmeras vezes em que chorei sozinha pelas noites frias, mal dormidas e em muitas vezes incompreendidas.
Ao meu esposo e filhos, amigos de todas as horas, agradeço em especial pelos incentivos, carinhos, pelas incontáveis vezes em que toleraram meus anseios e
neura, sei que não foi fácil ao longo dessa caminhada compreender minha ausência como esposa, companheira, principalmente, como mãe. Quero que saibam que nada nesse mundo, nem todos os agradecimentos seriam suficientes para retribuir o
que fizeram por mim. Seguraram minhas lágrimas, apoiaram dando-me força, encorajamento para prosseguir a tão longa e importante jornada da minha vida. Sem vocês, não teria trilhado o caminho para esse brilhante processo de construção.
Aos meus amados pais e irmãos pela motivação e incentivo em especial minha irmã Giscelia que mesmo longe me aconselhou, dando força para prosseguir a jornada,
obrigada por todo carinho. Ao papai e mamãe pela educação e valores que estão enraizados dentro de mim. Sou grata por tudo, pois torceram pelo meu sucesso, são a peça fundamental para que eu fosse o que sou e chegar até onde cheguei.
Obrigada pela força, intercessão e por terem acreditado em mim. A minha professora orientadora que tanto tem me inspirado, Neidimar Vieira Lopes
Gonzales, agradeço de maneira especial, pelos ensinamentos, competência, dedicação e respeito demonstrado por todos nós, pelas oportunidades concedidas a mim desde os meus primeiros passos na universidade, pela paciência, por ter me
aceitado há quase dois anos no projeto (Ler e Escrever). Não consigo mensurar o tamanho da gratidão que sinto, obrigada por não ter me abandonado nunca, obrigada por ter me ensinado a dar os primeiros passos, a caminhar e hoje já
consigo correr, correr para romper. Meus sinceros agradecimentos. Aos demais professores que foram bem mais além do que contribuições
valiosíssimas, dedicando-se com muito carinho e entusiasmo a cada aula aplicada, esperando o melhor de nós, cada um em particular com sua essência, deixou-me uma marca que lembrarei por toda minha carreira profissional e pessoal, pois os
mesmos colaboraram para a realização desta conquista e em especial ao professor Paulo Sérgio Dutra, que com muito carinho acreditou em nosso potencial, incentivando-nos e impulsionando-nos para o sucesso. Sempre grata.
Aos amigos que fiz ao longo dessa caminhada, em especial Josiane, Lidiani, Eliene, Luciana, obrigada por todo carinho, companheirismo e compreensão, juntas
conseguimos ultrapassar inúmeras etapas, rompemos grandes barreiras, a cada dia alcançamos coisas incríveis e inexplicáveis para assim realizarmos nossos sonhos e conquista. Obrigada meninas por sempre me motivar nos momentos mais difíceis e
compartilharem dos momentos alegres e únicos, desejo que permaneçam sempre presentes em minha vida.
As minhas irmãs e amigas da Igreja Ilzenita e Jeane, todo carinho, companheirismo,
sempre presente em minha vida, que compreenderam meus muitos momentos, os meus choros, dando maior força, ombro amigo, incentivo em constante oração.
Aos meus amigos do projeto Ler e Escrever: Eis a questão, Angélica e Everton, por termos construído uma linda amizade, aprendendo um com o outro e sempre respeitando a integridade e a essência de cada um. Meu, muito obrigada pelo
carinho, por sempre me ouvir em diversos momentos em que mencionava sobre o tema escolhido. Obrigada por serem pacientes comigo em todo o tempo, pelo incentivo por meio de mensagens e palavras de motivação.
As professoras Carma Maria Martini e Suzana Rocha de Souza Azevedo que contribuíram com seus conhecimentos preciosos e transmitiram seus saberes
durante a realização do curso de Pedagogia, e bem como na conclusão.
A Diretora, professores e aos pais da E.M.E.I.E.F Escola Municipal de Educação
Infantil e Ensino Fundamental Professor Celso Augusto Rocco, que abriram as portas com muito carinho, se dispuseram com seus conhecimentos, profissionalismo e dedicação, contribuindo com a pesquisa com toda paciência do mundo, para que
tudo desse certo, sem eles não teria alcançado resultado almejado. A Ilustre Diretora que deu-me palavras de incentivo e apoio. Obrigada por tudo.
A todos os outros funcionários que fazem parte da Universidade em especial a equipe da limpeza que sempre mantiveram um ambiente limpo e aconchegante, aos guardas que cuidaram e cuidam com carinho do patrimônio e zelam pela nossa
proteção de ir e vir no campus universitário, em especial um guarda que sempre me motivou com seu jeito simples de viver e olhar as coisas, com seus gestos na portaria ou pelos corredores do campo, em dia de aflição me inspirava conforto e motivação, ao seu Milton pela amizade e pelas atividades desenvolvidas dentro do
Campus, sempre alegre a sorrir e cantar. Enfim, pelas horas dedicadas e palavras escolhidas para escrever, não foi muito fácil
não consegui conter as muitas lágrimas, sei que as muitas palavras não expressarão o tamanho da gratidão, não há como mensurar. Obrigada a todos, pelo apoio e compreensão durante todos esses meses, anos e período de estudo, para
concretizar mais umas das metas da minha vida. Obrigada por cada momento, pelo solo que piso, pelo ar que eu respiro, pelo céu que observo a cada instante é mágico e inexplicável, obrigada pela vida.
O meu muito obrigada!!!
A educação musical é a suprema, visto que, mais que qualquer
outra coisa, o ritmo e a harmonia conseguem penetrar os mais
secretos recantos da alma.
Platão
RESUMO No processo de aprendizagem e do desenvolvimento da criança na escola, esta passa por fatores influentes positivos e negativos, tais como o desinteresse pelos
estudos e indisciplina comportamental, ocasionando então conflitos e baixo índice no processo de aprendizagem. Diante disso, este trabalho tem como objetivo identificar se a música influencia no cognitivo, na aprendizagem e no comportamento da
criança na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental. Para isso, foi realizada a pesquisa de abordagem qualitativa por meio de um levantamento bibliográfico e estudo de caso. Utilizou-se como referenciais teóricos os estudos de
Weigel (1988), Brito (2003), Schroeder (2011), Figueiredo (2012), Fonterrada (2005), PCN (1997), RCNEI (1998), Cage (1985), Mársico (1982), dentre outros. A pesquisa foi realizada em uma escola pública do município de Ji-Paraná, tendo como sujeitos
participantes quatro professoras e uma instrutora do projeto de música e três (3) pais de alunos da educação infantil, 1º e 2º ano do Ensino Fundamental. Como resultado é possível perceber que a inserção da linguagem musical na sala de aula, contribui
para o desenvolvimento cognitivo da criança, auxiliando no processo de aprendizagem, psicomotora, cultural, social, bem como no comportamento. Sendo assim, importa compreender a educação musical como parte principal do processo
educativo. Diante disso, ao inserir a linguagem musical na sala de aula, trabalhando seus conceitos, o educador pode garantir bons resultados no desenvolvimento intelectual de seus alunos, proporcionando de maneira eficaz a formação e o
desenvolvimento da criança no processo educacional, sendo que por meio da música o desenvolvimento da criança pode ser facilitado, esse por sua vez se desenvolve por diversas formas de expressões e amplia a linguagens, estimulando a
criatividade, habilidade, movimento, o cognitivo, e bem como atenção para a aula. Dessa forma, permitindo a criança um novo método de desenvolvimento de aprendizagem, sendo esse de forma prazerosa e dinâmica.
Palavras-chave: Criança. Música. Educação. Desenvolvimento. Formação.
LISTA DE FOTOS
Figura 1: Visão geral da escola............................................................................47
Figura 2: Espaço amplo para lazer e atividades lúdicas......................................48
Figura 3: Espaço para recreação.........................................................................48
Figura 4: quadra esportiva....................................................................................48
Figura 5: Auditório espaço onde ocorrem as aulas musicais................................49
Figura 6: sala de aula............................................................................................49
Figura 7: Horta executada pelos alunos................................................................50
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais
RCNEI - Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MPB - Música Popular Brasileira
DCNEB - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica
PPP - Projeto Politico Pedagógico
EMEIEF - Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13
1. COMPREENDENDO A MÚSICA A PARTIR DO PANORAMA HISTÓRICO....... 15
1.1 Estilos musicais: ouvir e apreciar a música no contexto da sociedade atual....... 19
2. REGULAMENTAÇÃO DA MÚSICA POR MEIO DOS DOCUMENTOS LEGAIS... 26
2.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96................................ 28
2.2 Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil...................................... 30
2.3 Resolução Nº 4, de 13 de julho de 2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Básica........................................................................................................
32
3. A MÚSICA NA SALA DE AULA..................................................................................
3.1 A música como instrumento didático pedagógico....................................................
35
39
4. DADOS DA PESQUISA............................................................................................ 43
4.1 Objetivos.................................................................................................. ................ 43
4.2 Sujeitos da pesquisa............................................................................................... 43
4.3 Problema a ser investigado....................................................................................
4.4 Procedimentos metodológicos...............................................................................
43
44
4.5 Procedimentos ou técnicas da Coleta de Dados...................................................
4.6. O perfil dos envolvidos...........................................................................................
45
45
4.7 Conhecendo a escola EMEIEF- Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino
Fundamental.................................................................................................................
46
4.8 Conhecendo a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental
Celso Augusto Rocco............................................................................................. ......
5. ANÁLISE DOS DADOS: As marcas da educação musical presentes na criança e
na escola.......................................................................................................................
47
51
5.1 O que dizem os professores?.................................................................................. 52
5.2 O que dizem os pais?.............................................................................................. 62
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 66
REFERÊNCIAS............................................................................................................. 69
APENDICES ................................................................................................................
ANEXOS....................................................................................................................... .
73
75
13
INTRODUÇÃO
Atualmente, muito tem-se falado sobre a importância da aprendizagem e o
desenvolvimento da criança na escola. A discussão acerca desta temática sugere o
questionamento a respeito dos motivos que levam a criança a desinteressar-se pela
escola, bem como por suas atividades, ocasionando então conflitos no processo de
aprendizagem.
O presente trabalho tem como foco, a inserção da linguagem musical na sala
de aula como metodologia didática para a formação do desenvolvimento da criança.
Logo, a musicalização está presente na vida do ser humano, e por meio dessa o
desenvolvimento da criança pode ser facilitado e o educador pode garantir bons
resultados no desenvolvimento intelectual de seus alunos.
Sendo assim, importa compreender a educação musical como parte principal
do processo educativo. E com isso, identificar nas atividades educativas o uso da
música no espaço escolar para uma didática significativa e um compromisso
revelador, pois, muitos são os recursos didáticos pedagógicos existentes e, que
servem de auxílio para o professor durante sua prática em sala de aula.
Em especial, destacamos a música como um instrumento valiosíssimo que,
utilizada de forma organizada e planejada poderá ser, capaz de tornar as aulas mais
prazerosas e dinâmicas, bem como auxiliar no processo e desenvolvimento da
aprendizagem psicomotora, cognitiva, cultural, social e no comportamento da
criança na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.
Ao analisar algumas obras, foi perceptível a preocupação literária de vários
autores em seus aportes teóricos, relacionada à música como um recurso que traz
consigo importantes contribuições, que influencia no desenvolvimento e proporciona
a aquisição do conhecimento e do processo de aprendizagem do aluno na educação
infantil.
Esta pesquisa tem como embasamento teórico os estudos de Amorim (1956),
Weigel (1988), Brito (2003), Schroeder (2011), Figueiredo (2012) entre outros.
Tendo em vista os fatos apresentados, vale ressaltar que trata-se de uma
pesquisa de campo de abordagem qualitativa, que realizada em uma escola pública
do município de Ji-Paraná, para identificar se a música influencia no cognitivo, na
aprendizagem e no comportamento da criança na educação infantil e anos iniciais
do ensino fundamental. Tendo como sujeitos participantes quatro (4) professores e
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uma (1) instrutora do projeto de música, que atendem turmas da educação infantil e
dos anos iniciais do ensino fundamental e três pais de alunos.
O resultado deste estudo foi organizado e apresentado em estruturas
constituídas, em quatro capítulos.
Apresentando-se no primeiro capítulo a compreensão da música a partir do
panorama histórico e estilos musicais: sobre o ouvir e apreciar a música no contexto
da sociedade atual, e entre outras definições a partir de vários autores, bem como
os aportes importantes para o processo de desenvolvimento social e cultural do ser
humano.
No segundo capítulo é abordada a regulamentação da música por meio dos
documentos legais, envolvendo as diversas leis que tratam sobre a importância da
música na educação.
O terceiro capítulo trata da música na sala de aula enquanto instrumento
didático pedagógico.
No capítulo quatro, são apresentados os diversos campos de estudo que
compõe o desenvolvimento da pesquisa e o seu resultado, bem como os
procedimentos metodológicos. E por fim as Considerações Finais.
15
1. COMPREENDENDO A MÚSICA A PARTIR DO PANORAMA HISTÓRICO
"Música é a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com
ordem, equilíbrio e proporção dentro do tempo." (MED, 1996, p. 11). A linguagem
musical é percebida e interpretada por seus valores distinta e mágica combinações
e/ou organizações de diferentes período e cultura, e essa arte de combinação
proporciona sons agradáveis para serem depreciados, ampliando a percepção e
despertando o consciente, permitindo ao ser humano trazer a memória momentos
vivenciados, bem como, apresenta conceitos sociais, históricos e ideológicos. A
linguagem musical é um meio gerador de conhecimento e significados.
Conforme o autor Bohumil Med (1996), A música é uma arte que combina
sons, e a mesma é composta por três partes: Harmonia, melodia e ritmo, desse
modo: harmonia (sons simultâneos, ou seja, aqueles que são tocados ao mesmo
tempo), melodia (sons sucessivos, ou seja, aqueles que são tocados um após o
outro) e ritmo (o andamento, velocidade da música).
Por outro lado, Cage considera que:
[...] a música não é só uma técnica de compor sons (e silêncios), mas um meio de refletir e de abrir a cabeça do ouvinte para o mundo. [...] Com sua recusa a qualquer predeterminação em música, propõe o imprevisível como lema, um exercício de liberdade que ele gostaria de ver estendido à própria vida, pois tudo o que fazemos (todos os sons, ruídos e não sons incluídos) é música. (CAGE, 1985, p. 5).
Dado ao exposto, a música simultaneamente ocorre de maneira organizada,
por meio da junção de sons e ritmo, a música vai muito além de só composição, ela
influencia meios de reflexões, permeando as habilidades humanas desde a
intelectual, a motora e suas emoções. Sendo assim, já da para imaginar o que é a
música, e como a mesma é constituída.
Brito (2003) nos chama a atenção, que as vibrações dos sons são ―parte da
integração entre o Homem e o mundo em que vivemos‖.
De acordo com Weigel (1988, p. 10):
A música é composta por som (vibrações audíveis e regulares de corpos elásticos, que se repetem com a mesma velocidade, como as do pendulo do relógio; as vibrações irregulares são denominadas ruídos), ritmo (é o efeito que se origina da duração de diferentes sons, longos ou curtos), melodia (é a sucessão rítmica e bem
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ordenada de sons) e harmonia (é a combinação simultânea, melódica e harmoniosa dos sons).
Conforme o autor, som são as vibrações audíveis aquilo que soa e ouvimos e
de tal modo o que não ouvimos chamamos silêncio ou tudo àquilo que não podemos
ouvir.
Brito (2003) enfatiza ―Som é tudo o que soa! Tudo o que o ouvido percebe sob
a forma de movimentos vibratórios‖. Desse modo, se som é tudo que soa e ouvimos
então o que é a música? Vejamos que esta pergunta vem sendo feita e refeita há
vários anos, em diferentes contextos, culturas, e aportes teóricos. Nesta perspectiva,
o Referencial Curricular para a Educação Infantil aponta que:
A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos ao lado da matemática e da filosofia. (BRASIL, 1998, p. 45)
De acordo com a citação acima, a música por sua vez é o som que ouvimos e
está presente em todos os lugares, em diferentes contextos, desde uma organização
cerimonial ao simples lazer, fazendo parte da educação desde as civilizações da
antiga Grécia. A musicalização é uma linguagem que desperta a imaginação,
percepção, bem como a atenção, desse modo é a ferramenta imprescindível para
estimular a memória, essencial para auxiliar o aluno no processo de
desenvolvimento social e intelectual, preparando para a vida acadêmica.
Em virtude dos dados apresentados, a música atualmente também tem sido
fonte riquíssima a ser usada em tratamento e terapia até mesmo nos problemas que
surgem na educação relacionada à diversidade de déficits de aprendizagem.
Para o filósofo Platão (430 – 347 a.C.), a música é uma arte que altera o
estado da alma, caráter e valores, mediante, a cada repertório musical escutada
pelo ouvinte. Importa frisar que, sem ambiguidades, a música é o artificio que, cujos
efeitos penetram no mais profundo do ser humano. ―Para Platão e todos os gregos,
a literatura, a música e a arte têm grande influência no caráter, e seu objetivo é
imprimir ritmo, harmonia e temperança à alma. Por isso deve-se preservá-la como
tarefa do Estado.‖ (FONTERRADA, 2008, p. 27).
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Segundo a autora Bréscia (2011, p.25) ―na Grécia Antiga, a música estava
presente em todas as manifestações da coletividade, tanto nas festas religiosas
como nas profanas‖. Sendo assim, compreende-se que a música de fato é um
componente presente em toda a cultura humana, independente do tempo, ambiente
e lugar.
A educação musical brasileira deu-se por volta do século XX, teve por
influências o canto orfeônico iniciado pelo projeto de Villa Lobos e diversos autores,
sendo que cada um, com seus diferentes métodos e práticas, porém voltado para o
mesmo fator, a contribuição para a educação Musical na sala de aula. Dentre os
estudiosos podemos destacar: Zoltán Kodaly (1882-1967), Émile-Jaques Dalcroze
(1865-1950), Edgar Willems (1890-1978), Carl Orff (1895-1982) e Shinichi Suzuki
(1898-1998).
Cada um apresentou métodos precisos para o desenvolvimento da
aprendizagem e habilidades do indivíduo por meio da música, onde as crianças
puderam se integrar e interagir de maneira profunda e ativa.
Segundo Figueiredo (2012) na educação musical do século XX, a formação
da música brasileira teve influências e contribuições de autores estrangeiros com
seus métodos referenciando-se as práticas da educação musical. Aponta ainda,
diversos autores na revista: A música na Escola, ―Émile Jacques-Dalcroze (Suíça,
1865-1950) que apresentou uma proposta de educação musical que relaciona a
música ao movimento corporal‖. (FIGUEIREDO 2012, p. 86)
A educação musical foi marcada pelos ensinamentos de Willems um Suíço
(1890-1978), que teve como proposta que deve-se partir da relação feita entre o som
e a natureza humana partindo do sensorial, afeição mental e auditiva, ponto
fundamental de sua proposta. O seu ensinamento musical foi abrangente para todas
as crianças a partir de 3 anos de idade.
Já Zoltán Kodály (Hungria, 1882-1967) ―idealizou e desenvolveu uma
proposta de educação musical dirigida a todas as pessoas. A prática vocal em
grupo, o treinamento auditivo e o solfejo são atividades centrais para esta
metodologia‖. Kodály teve também seu método baseado nos aspectos culturais,
para ele a criatividade, movimentos corporais, o desenvolvimento do intelecto e as
emoções, são partes de elementos fundamentais para o desenvolvimento humano.
O instrumentalista Carl Orff nascido na (Alemanha, 1895-1982) traz como
proposta para a educação musical, a articulação do ritmo e da fala por meio de
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atividades vocais e instrumentos em grupo combinando música e dança. O mesmo
defende que, ao colocar a criança para tocar em grupo, faz com que interaja
diretamente com o fazer musical, propiciando desenvolvimento na aprendizagem, e
assim por meio desse forte improviso do fazer musical aprendem a agir de forma
compassada no jeito de ser.
Por outro lado, ―Shinichi Suzuki de origem japonesa (Japão, 1898-1998)
baseou sua proposta pedagógica para o ensino de música, na aquisição da língua
materna pelas crianças, considerando que haveria um paralelismo entre aprender a
língua e aprender um instrumento musical‖. Desta forma, percebe-se que na
proposta de Suzuki, as crianças desenvolvem sua língua materna por meio do
ambiente em que estão inseridas e vão se formando pela escuta de tudo que está a
sua volta, dando-se início ao aprendizado por meio de uma repetição.
Todos esses aportes históricos trazem reflexões acerca do referencial e
origem da educação musical e sua influência na educação brasileira.
Logo, a música é o som que comumente ouvimos, e que ultimamente está
inserida com mais veracidade no meio em que vivemos, proporcionando-nos
experiência direta a partir de sua essência e tudo que nela há. Em outras palavras é
possível observar que, a música é um elemento presente, que desperta sentimentos
tais como alegria, tristezas, emoções, e influência intelectual, bem como no
comportamento humano em todos os seus aspectos.
Cabe ressaltar que, a educação musical está presente desde a Grécia antiga,
tinha por Platão e Sócrates componente de muita importância para a formação do
comportamento e caráter do ser humano. Nos primórdios a música era usada como
meio de manifestar o estado físico e emocional, percebe-se que suas manifestações
eram indispensáveis no meio da comunidade.
Partindo desse pressuposto, a música brasileira teve sua formação advinda
pelos colonos portugueses, tendo por mistura dados culturais europeus, africano e
indígena que tinham a suas manifestações feitas por instrumentos como flautas,
tambores e chocalhos. Ao longo da trajetória, a música brasileira foi ganhando novos
rumos, passou por diversas transformações e foi ganhando diferentes repertórios.
No Brasil, teve a influência da religião que adveio por intermédio dos
professores jesuítas que tinham como missão ensinar aos indígenas.
Simultaneamente, o contexto musical não poderia estar limitado somente à igreja,
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desse modo, o ensino da música passou por diversas mudanças, ganhando novos
rumos, sendo marcada pela a obrigatoriedade por meio de decretos.
Dentre os períodos de mudanças, a música teve a influência de Villa Lobos
em 1931, ainda que por associação governamental, o ingresso do ensino por meio
do canto orfeônico nas escolas de nível médio. Desde então, foram surgindo às
diversas composições musicais influenciando a música brasileira, desde os gêneros
eruditos, a popular, a religiosa e a folclórica, com os diversos estilos e ritmos
musicais, MPB (Música Popular Brasileira), Bossa Nova, Rock, o pop, o funk,
samba, choro, Hip Hop, sertanejo, gospel, jazz, Rap entre outros gêneros.
Em cada momento se concebeu uma proposta para a música na escola, estabelecendo valores e conceitos que se completam ou se contrapõem. Assim, conceitos que ainda sobrevivem até hoje são, de certa forma, resultado de práticas educacionais anteriores que consolidaram formas de pensar e agir sobre o currículo escolar (FIGUEIREDO, 2011, p.6).
Atualmente, a música vem desempenhando um papel relevante na sociedade,
na religião e nas atividades do dia-a-dia. Com o avanço tecnológico, essa tem
conquistado inúmeros repertórios de diferentes formas, e em todos os lugares,
principalmente nas escolas cooperando para a aquisição de conhecimento e valores
morais e sociais. Dentro dessa ótica, o panorama musical passou a fazer parte do
desenvolvimento humano devido sua manifestação natural e cultural como aquisição
de conhecimento.
1.1 Estilos musicais: ouvir e apreciar a música no contexto da sociedade atual
A música é um instrumento em contínuo processo de construção, envolvendo
muitos tipos de expressão; como o apreciar, criar, refletir e a percepção, uma
excelente ferramenta pedagógica na formação dos seres humanos, um verdadeiro
fato social que está empregado em muitos campos de atuação e organização,
interligada em diversos fatores desde o sentido afetivo, intelectual ao social.
O interesse pela temática se manifestou por razão pessoal e educacional,
pelo fato da música estar inserida em meu cotidiano desde a infância, e por perceber
que as brincadeiras de roda, as pequenas canções ensinadas por minha mãe,
cantigas que ao longo do tempo foram esquecidas e não mais praticadas ex: Tanta
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laranja madura…, Se eu fosse um peixinho..., Meu barco é pequeno..., O que
começa com A, abacate, avião..., A barata diz que tem..., Ciranda cirandinha...,
essas cantigas por sua vez, contribuíram para o meu desenvolvimento e
aprendizagem, a sensibilidade, habilidade expressiva e crítica.
No contexto educacional, a proposta do tema se justifica uma vez que os
resultados de pesquisas científicas e empíricas têm demonstrado a relevante
contribuição da educação musical para o processo de aprendizagem da criança,
auxiliando na aquisição de conhecimento.
Ao longo do tempo, a linguagem musical tem obtido diversos estilos e
gêneros, tendo em sua própria essência a composição e diferente maneira de
improviso e interpretação ao ouvi-la. Brito (2003, p.25) considera que ―A linguagem
musical tem sido interpretada, entendida e definida de várias maneiras, em cada
época e cultura, em sintonia com o modo de pensar, com valores e as concepções
estéticas vigentes‖. Sendo assim, essa linguagem sonora ao ser apreciada
proporciona meios para expressões sentimentais e reflexão se integrando ao
indivíduo, e o interagir com o outro, acarretando formas diversificadas de ampliar o
conhecimento.
Em todos os momentos as crianças estão aprendendo, seja do modo formal
ou informal. Ao ouvir e/ou apreciar a música, estimula a atenção e capta o interesse,
proporcionando concentração e a interatividade da criança sobre o objeto musical, o
passeio ao parque, na refeição escolar, nos momentos de brincadeiras enfim, em
todos os passos. Na educação infantil desde o berçário até a pré-escola e início do
ensino fundamental I.
As cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem que os bebês desenvolvam um repertório que lhes permitirá comunicar-se pelos sons; os momentos de troca e comunicação sonoras musicais favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculo forte, tanto com os adultos quanto com a música. (BRITO, 1998, p.49).
Apreciando as experiências com as crianças no cotidiano, o professor poderá
propor rodas de cantigas com situações de imitar, fazer gestos do cantor ou criar
gestos próprios. Para o ensino fundamental o professor poderá propor aos alunos a
recriação de paródias ao mesmo tempo, manifestar em pensamento a lembranças,
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além de promover o gosto e o prazer musical, propiciando a formação integral do
processo de desenvolvimento da criança até a fase adulta.
As muitas músicas da música – o samba ou o maracatu brasileiro, o blues e o jazz norte-americanos, a valsa, o rap, a sinfonia clássica europeia, o canto gregoriano medieval, o canto dos monges budistas, a música concreta, a música aleatória, a música da cultura infantil, entre muitas outras possibilidades – são expressões sonoras que refletem a consciência, o modo de perceber, pensar e sentir de indivíduos, comunidades, culturas, regiões, em seu processo sócio histórico. (BRITO, 2003, p. 28).
Reconhecida como linguagem universal, a música perpassa por todas as
áreas de conhecimentos e faz parte de todas as culturas, logo faz necessário
conhecer e explorá-la principalmente as tradições culturais, em especificidade
regional, a exploração musical tanto na educação infantil como no ensino
fundamental e identificado projetos e trabalhos pedagógicos com datas
comemorativas. Ainda assim, podemos dizer que, a música deve ser explorada na
educação bem além das datas comemorativas ou como mero por passa tempo, ou
atividade pouco significativa. A música faz parte do componente curricular Arte,
devendo ser redimensionado seus conceitos e abordagens, pois a linguagem
musical integra e reflete no processo de construção e formação de conhecimento e
desenvolvimento do aluno.
Algumas canções, pelos temas que enfocam, podem servir ao desenvolvimento de outras atividades, musicais ou não. Às vezes, é a canção que nos remete a outros conteúdos, ao passo que outras vezes ocorre o contrário: algum projeto que vem sendo desenvolvido pelo grupo pode estimular a introdução de determinada canção. (BRITO, 2003, p.119)
Aos poucos a música faz com que o aluno entre em contato com o mundo a
sua volta de maneira prazerosa, permeando a consciência do aluno, e constrói sua
identidade, ampliando sua forma de pensar, agir e sentir integrando-se ao outro, e
nessa interação amplia o conhecimento, sensibilidade, frisando que nem todas são
favoráveis.
Essa linguagem riquíssima abrange toda área de conhecimento,
principalmente nas áreas que refletem a consciência, e nas diferentes maneiras de
expressões. Brito (2003, p. 28) aponta como é importante esse artifício ―por isso, é
importante conhecer e preservar as tradições musicais e conhecer a produção
22
musical de outros povos e culturas e, de igual modo, explorar, criar e ampliar os
caminhos e os recursos para o fazer musical‖.
O repertório infantil é composto por diversos gêneros musicais, com
linguagem própria da cultura infantil e são riquíssimas para serem trabalhadas na
escola, na creche, e estão presentes nas rodas de brincadeiras, cantadas, nas
parlendas, nos jogos, nos acalentos etc. Para Brito ―A cultura popular e,
especialmente, a música da cultura infantil são ricas em produtos musicais que
podemos e devemos trazer para o ambiente de trabalho das creches e pré-escolas‖.
(BRITO, 2003, p.94).
Dessa forma, ao utilizar-se desse recurso devem-se aproveitar também as
contribuições e conhecimento prévio do aluno, ou seja, trabalhar com a música que
os alunos trazem e gostam, pois abrange toda a fase, introduzindo-a em sala de
aula, essa por sua vez, ocasionará diversos benefícios ao serem ouvidas pelas
crianças, pois, a música é imersa em diversidade e riqueza que permite
aproximação entre o ser e o outro.
Nesta perspectiva, a música é de fato uma ponte para aproximação de outras
culturas e de contexto históricos distintos. Sendo assim, ao trabalhar a música
clássica em sala de aula, permite que o educando melhore a concentração,
desenvolve o prazer em aprender, melhora o controle emocional e autoestima, visto
que a música clássica é um gênero musical erudito, representada sob forma de
ópera entre outros tipos musicais que podem variar conforme o tempo histórico.
Por meio deste gênero musical, podem-se destacar para a criança os
principais compositores desse estilo, que são: Johann Sebastian Bach, Ludwig van
Beethoven, Johannes Brahms e Wolfgang Amadeus Mozart. Todavia, é importante
apresentar aos educandos a biografia destes compositores que deixou um precioso
legado para o meio musical. Existem variadas linguagens musicais em diferentes
culturas humana, algumas ao longo dos anos foram até esquecidas ou não
apreciadas.
Atualmente há uma grande variedade e estilos musicais, quase tornando
impossível classificá-la de maneira clara. Além dos diversos gêneros, existe uma
infinidade de cantores e compositores populares. Desta forma, os gêneros musicais
mais procurados são o sertanejo, MPB (música popular brasileira), gospel, rock,
pagode, pop e o funk. Os cantores sertanejos como Michel Teló, Paula Fernandes,
23
Chitãozinho e Xororó e Zezé de Camargo e Luciano são alguns dos cantores em
destaque e mais populares desse gênero musical. Já o MPB, tem por destaque
Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Marisa Monte, Adriana Calcanhoto,
entre esses e outros gênero musicais.
As canções da MPB estão vinculadas com a poesia, onde pode ser cantada e
trabalhada o ritmo a frase enriquecendo o conhecimento da criança por meio dessa
cultura, ao trazer a música popular brasileira para a sala de aula o educador poderá
instigar a criança por meio da letra e o seu ambiente de vivência. Nesse enfoque, o
compositor Dorival Caymmi tem por canção ―Maracangalha‖ conforme Brito (2003, p.
129) ―Por meio de Maracangalha podemos estimular a imaginação e a
dramatização: Onde fica Maracangalha? Será longe ou perto, onde eles estavam? E
quem será Anália? Será que ele foi só? Será que ela foi com ele?‖. Nesse
pressuposto, podem ser trabalhados os estímulos, a criatividade dentre diversas
outras canções ou forma de atuação.
Um repertório muito ouvido hoje pelos adolescentes, jovem e até mesmo as
crianças é o funk que deixou seu ritmo lento para o batidão, ou seja, agitado, e está
presente nas mídias e festas, e sua linguagem é importante para o aprendizado e
influência na formação da criança, ainda que pouco compreendido pelos pais, pois,
sabem que o funk tem uma linguagem estereotipada e o mesmo pode contribuir de
forma positiva quanto negativa, por falar da sensualidade das mulheres, em algumas
denigre a imagem feminina, racial, entre outras.
Desta maneira, percebe-se seu significado na construção dos valores éticos,
culturais e morais, pois, o funk abre espaço para ter diálogo aberto sobre como
proceder na conduta, comportamento e respeito ao próximo, e assim, despertar na
criança um olhar crítico. Consequentemente, cabe ao educador saber escolher o
repertório para ensinar os alunos, e bem como saber mediar e os auxiliar entre as
escolhas dos alunos, incentivando-o ao gosto e apreciação adequada, tornando-os
mais críticos e não preconceituosos.
Dessa forma, entre os estilos e gêneros musicais podemos destacar também
o clássico, romântico e as tradições brasileiras boi-bumbá, ciranda, samba, as
parlendas, que envolvem as brincadeiras das crianças, o movimento corporal como
serra, serra serrador, palminhas de guiné, dedo mindinho, amanhã é domingo, um
dois feijão com arroz, entre outras.
O documento RCNEI referencial curricular nacional da educação infantil
24
aprecia os aspectos culturais da música na educação infantil:
Em todas as culturas as crianças brincam com a música. Jogos e brinquedos musicais são transmitidos por tradição oral, persistindo nas sociedades urbanas nas quais a força da cultura de massas é muito intensa, pois são fonte de vivências e desenvolvimento expressivo musical. Envolvendo o gesto, o movimento, o canto, a dança e o faz-de-conta, esses jogos e brincadeiras são expressão da infância. Brincar de roda, ciranda, pular corda, amarelinha etc. são maneiras de estabelecer contato consigo próprio e com o outro, de se sentir único e, ao mesmo tempo, parte de um grupo, e de trabalhar com as estruturas e formas musicais que se apresentam em cada canção e em cada brinquedo. Os jogos e brinquedos musicais da cultura infantil incluem os acalantos (cantigas de ninar); as parlendas (os brincos, as mnemônicas e as parlendas propriamente ditas); as rondas (canções de roda); as adivinhas; os contos; os romances etc. Os acalantos e os chamados brincos são as formas de brincar musical características da primeira fase da vida da criança. Os acalantos são entoados pelos adultos para tranquilizar. (BRASIL, 1998, p.71)
Todas essas músicas fazem com que a criança se aproxime da realidade, e
podem ser explorada em diversas outras maneiras, como em interpretação,
matemática, ciência, geografia e arte. Como podemos averiguar em Fonterrada, ―a
criança deve ser posta em contato desde cedo com a literatura musical, pois
somente assim sua musicalidade se desenvolverá com tranquilidade e sem
sobressaltos‖. (FONTERRADA, 2005, p. 188).
Por conseguinte, as diversidades musicais são de acordo com cada região e
cultura brasileira. Cabe à escola saber qualificar o gênero e estilo que facilita no
processo de desenvolvimento de aprendizagem e conhecimento do aluno, buscando
compreender o conceito cultural e histórico de cada música que repercute na vida
das crianças, proporcionando com que apreciem e tenham apreço pela cultura.
Em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em Arte:
Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na formação do cidadão, é necessário que todos tenham a oportunidade de participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores tanto de dentro e de fora da sala de aula. [...] Incentivando a participação em shows, festivais, concertos, eventos de cultura popular e outras manifestações musicais, que pode proporcionar condições para uma apreciação rica e ampla onde o aluno aprenda a valorizar os momentos importantes em que a música se inscreve no tempo e na história (BRASIL 1997, p. 77).
Deste modo, é importante para o aluno conhecer os mais diferentes estilos e
25
gêneros musicais, pois possibilita ao aluno o ouvir, apreciar, interagir e desenvolver
valores éticos necessários para a construção social.
26
2. REGULAMENTAÇÃO DA MÚSICA POR MEIO DOS DOCUMENTOS LEGAIS
A inserção da educação musical está além de ser percebida para formação
de músico ou profissionais da área, a Educação Musical auxilia no desenvolvimento
cultural e psicomotor, estimula o contato com diferentes linguagens. Quanto a isso
Brito (2003, p.46) afirma que ―A educação musical não deve visar á formação de
possíveis músicos do amanhã, mas sim, a formação integral das crianças de hoje‖.
Um dos motivos que faz necessária a inserção da música no currículo
educacional escolar é o rico conteúdo didático pedagógico presente em suas letras,
que se bem planejado pode facilitar a aprendizagem e contribuir para a sociabilidade
e democratização ao acesso à arte.
Em 2012, a Música tornou-se conteúdo obrigatório em toda Educação Básica
a partir da criação e promulgação da Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. Está
lei foi criada para estabelecer a obrigatoriedade do ensino por meio da educação
musical nas escolas de educação básica. Contudo, para que essa proposta seja de
fato persistente torna-se necessário superar os muitos desafios frente à educação,
sendo um deles o real objetivo a ser alcançado com educação musical.
O objetivo de tal medida não seria o de formar músicos, mas desenvolver a criatividade, a integração dos alunos, e a sensibilidade musical. O fato é que o dispositivo não é claro quanto à formação específica do professor para o ensino de música. (AZEVEDO, 2013, p.1)
Neste contexto, percebe-se que o ensino por meio da educação musical não
está em formação de músicos, mas de integrar o aluno, proporcionando momentos
prazerosos sensibilizando-o, a música é uma arte que contribui para despertar o ser
criativo e assim obter um bom desenvolvimento intelectual, social e cultural.
Contrapondo, muitos são os conflitos gerados para essa nova retomada da
educação musical, principalmente na formação do educador, já que para tal ensino
necessita de formação especifica voltada para o ensino da educação musical.
Pesquisas empíricas apontam que, a música em muitos casos, tem sido
usada como mero lazer ou recreação no âmbito educacional, sendo deixado de lado
o seu real significado. Entretanto é preciso ter um olhar compreensivo sobre cada
momento construtivo desse cenário, voltado para o ensino com a educação musical,
pois, não podemos deixar de lado sua importância e influência.
27
A música por sua vez é o som que ouvimos em todos e variados lugares em
diferente contexto, ou seja, é uma linguagem que abrange um sentido Universal.
Quanto ao conceito de música os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998)
enfatizam que:
A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos ao lado da matemática e da filosofia. (BRASIL, 1998, p. 45).
Considerando o conceito acima, o uso da linguagem musical no espaço
escolar agregará em cada momento, o crescimento e formação do ser humano. As
práticas pedagógicas que levam ao trabalho em conjunto propiciam momentos de
estimulação e equilíbrio na hora do raciocínio e concentração.
Nesse sentido a linguagem musical faz parte do componente curricular Arte, é
um direito do aluno. Por sua vez, a música é uma linguagem diversificada, trata-se
de um repertório lúdico no universo infantil que propicia momentos dinâmicos e de
interação entre o educador e aluno. Logo, o educador enfrentará desafios ao lançar
olhares direcionados à compreensão de teoria e prática relacionada à música no
campo escolar.
Na Educação Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as interações e a brincadeira, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se, a organização curricular da Educação Infantil na BNCC está estruturada em cinco campos de experiências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural. (BNCC, 2018, p. 38).
A linguagem musical tem sido uma ferramenta importante, utilizada na
educação, na saúde e no lazer. Embora sua inserção na sala de aula atualmente
tem sido pouco percebida. É notório que, pouquíssimas escolas introduzem a
linguagem musical em seu currículo, tendo como de praxe a utilização mecânica do
28
ato de cantar com os alunos, não levando em consideração o desenvolvimento dos
sentidos e percepções que a mesma proporciona no sujeito, bem como suas
especificidades.
2.1 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96
A música passou a ser incluída no currículo escolar com mais seriedade a
partir dos anos de 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação nº 9394/96.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é o documento norteador
de toda a educação brasileira, que traz em seu texto a competência,
responsabilidade, os princípios e orientações acerca da educação. E a LDB
estabelece no art. 26, § 2º e § 6º que:
§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. § 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste artigo.
Em 2016 foi dada nova redação ao § 6º do artigo art.26 da LDB 9394/96, pela
Lei nº 13.278, de 2016, retirando a música como conteúdo obrigatório, ficando
assim: ―§ 6o As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que
constituirão o componente curricular de que trata o § 2o deste artigo‖.
Nesta vertente, mediante as alterações, a música continua juntamente com as
outras linguagens, sendo conteúdo obrigatório no componente curricular de Arte,
porém não é uma exclusividade apenas de Arte e sim demais componente do
currículo, uma vez que há evidências cientificas acerca do relevante papel da
música frente ao desenvolvimento, formação e construção de aprendizagem do
aluno sobre as relações multiculturais, afetivas entre outras.
Contudo, nesse caso há uma discrepância na lei, ocasionando espaço para
discussões, bem como interpretações variáveis.
Atualmente, tem-se discutido acerca das mudanças e transformações na
educação, o que leva a diversas reformulações no currículo educacional, visando à
melhoria no processo de ensino e aprendizagem. E quanto à educação musical
Fonterrada diz:
29
Atualmente, em face das profundas e rápidas mudanças que ocorrem em todas as áreas, a educação musical pede uma reformulação que possa servir de guia aos profissionais e membros da comunidade. Hoje, há uma enorme necessidade de compreensão da música e dos processos de ensino e aprendizagem dessa arte. Até que se descubra seu real papel, até que cada individuo em particular, e a sociedade como um todo, se convençam de que ela com uma parte necessária, e não periférica, da cultura humana, até que se compreenda que seu valor é fundamental, ela terá dificuldades para ocupar um lugar proeminente no sistema educacional. (FONTERRADA, 2005, p.12)
Em consonância a Fonterrada, é importante frisar que faz necessário
reformular os conteúdos, o planejamento de forma clara e objetiva para ensinar a
música na educação básica. Outro fator fundamental está em compreender o
significado da educação musical no processo de construção do indivíduo, mediante
a cada faixa etária, valorizando-a na escola como parte fundamental dessa
construção social.
É imprescindível ressaltar que, a implantação da obrigatoriedade da música
no currículo do componente curricular Arte na educação básica, pela Lei de
Diretrizes de Bases (9394/96) foi muito discutida, pois são muitos obstáculos e
desafios existentes, uma vez que nem sempre o professor tem formação em Arte ou
mesmo em música para trabalhar tais conteúdos. E a situação agrava-se diante do
grande avanço tecnológico, pois o docente se depara com a necessidade de
formação continuada para oferecer uma educação de qualidade, uma vez que terá
que desencadear o desenvolvimento artístico, habilidades e competências de
saberes para aplicar aos estudantes.
Desse modo, torna-se necessário à preparação dos educadores para dar um
real significado a educação musical na escola, pois, sem essa preparação voltada
para a inserção da educação musical torna-se difícil a prática pedagógica do
educador, desse modo, a música continua sendo percebida sem maiores
probabilidades de alcançar mudanças no processo de ensino/aprendizagem, bem
como no desenvolvimento social, cultural e no conhecimento do aluno.
30
2.2 Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
A música está presente em todo momento no dia-a-dia do indivíduo,
principalmente na rotina do estudante da educação infantil, podendo ser trabalhado
de diferentes formas de acordo com eixo norteador, envolvendo a criança como um
todo por meio dos objetivos almejado ao fazer musical.
De acordo com o RCNEI (1998, p. 59):
O canto desempenha um papel de grande importância na educação musical infantil, pois integra melodia, ritmo e — frequentemente — harmonia, sendo excelente meio para o desenvolvimento da audição. Quando cantam, as crianças imitam o que ouvem e assim desenvolvem condições necessárias à elaboração do repertório de informações que posteriormente lhes permitirá criar e se comunicar por intermédio dessa linguagem. É importante apresentar às crianças canções do cancioneiro popular infantil, da música popular brasileira, entre outras que possam ser cantadas sem esforço vocal, cuidando, também, para que os textos sejam adequados à sua compreensão. Letras muito complexas, que exigem muita atenção das crianças para a interpretação, acabam por comprometer a realização musical. O mesmo acontece quando se associa o cantar ao excesso de gestos marcados pelo professor, que fazem com que as crianças parem de cantar para realizá-los, contrariando sua tendência natural de integrar a expressão musical e corporal.
Tanto o Referencial Curricular, e outros documentos defendem que, a música
é uma linguagem importante, para o ensino, uma vez que a criança interage de
forma participativa e aprende por meio das brincadeiras e da escuta.
Conforme o RCNEI, ―Aprender música significa integrar experiências que
envolvem a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada
vez mais elaborados‖. (BRASIL, 1998, p. 46). Dessa forma, ao trabalhar a música
transversalmente o professor amplia o processo de aprendizagem, trazendo certa
integração da criança com o meio, elevando-a para um nível cada vez maior de
preparo.
O referencial salienta que o canto desempenha um papel relevante que irá
repercutir em toda a vida social do individuo. E destaca ainda,
É muito importante brincar, dançar e cantar com as crianças, levando em conta suas necessidades de contato corporal e vínculos afetivos. Deve-se cuidar para que os jogos e brinquedos não estimulem a imitação gestual mecânica e estereotipada que, muitas vezes, se apresenta como modelo às crianças. (RCNEI, 1998, p. 59)
A música é muito importante para o desenvolvimento da criança, desde que
31
seja levada em conta suas necessidades e experiências de vida. Quando ela brinca
tem oportunidade de vivenciar várias situações ou expressões, tais como de perda,
decepções, aceitações entre outras. Para que a criança tenha essa oportunidade e
desenvolva as habilidades em sua formação é necessário que o educador esteja
atento quanto às atividades que está propondo ou mesmo cantando, criando por
meio da prática possibilidades e condições, para que venha suscitar o
desenvolvimento das crianças.
Sabe-se que as cantigas, as músicas independente de seu gênero são um
meio de interações para os seres humanos, e por meio delas a criança entra em
contato com um mundo de conhecimento em relação à arte, som e melodia, que
desperta em cada pessoa um jeito de ser e de pensar, tanto para dentro quanto para
fora, pois, transformando o afetivo, emocional e intelectual.
Nesta perspectiva, proporcionar o ensino utilizando- se da música enquanto
conteúdo que faz parte do Componente Curricular Arte, oportuniza ao aluno
vivenciar e interessar-se pela arte valorizando-a, uma vez que faz parte da cultura
brasileira. Cabe o educador propor o que fazer e como fazer para desenvolver essa
linguagem. Logo, a criança terá a oportunidade de interagir com o meio e a música,
pois essa provoca descoberta a outros lugares, países, desperta os sentimentos, a
imaginação, ocasiona atenção e prazer, entre outras habilidades, fazendo com que o
aluno crie e recrie em sua formação de aprendizado. Conforme RCNEI, (1998,
Pag.53) ―explorar e identificar elementos da música para se expressar e interagir
com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo‖.
Consequentemente, a utilização da música é um processo desafiador, mas
que despertará prazer tanto na criança sem deficiência quanto aquelas que
possuem algum tipo de deficiência.
Segundo o RCNEI Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(1998):
O trabalho com a música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que apresentem necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e do autoconhecimento, além do poderoso meio de integração social (BRASIL, p, 49).
Logo, percebe-se que, a música envolve a todos, independente de sua
situação, uma vez que ela se faz presente na vida antes da alfabetização, pois se
32
encontra presente nas brincadeiras infantis, onde é possível perceber as variadas
formas de expressão, diversão, alegria e aprendizagem. Essa relação com a música
reforça a importância do bem estar afetivo emocional e intelectual da criança, além
do mais, o educador estará proporcionando diferentes maneiras e situações para
desenvolver o equilíbrio, autoconhecimento dos saberes da criança frente ao
processo de ensino/aprendizagem, e isso reflete na escola, na família e na
sociedade.
2.3 Resolução Nº 4, de 13 de julho de 2010 – Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Básica
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (DCNEB) é uma
normatização que abrange a educação básica tendo como foco a orientação de
currículos, eixos temáticos e planejamento para uma boa organização da escola, de
forma a garantir a educação básica. Em seu Art.º 14 § 2º ressalva que é importante
pensar na organização dos componentes curriculares, uma vez que e desempenho
do conhecimento depende desta organização e esclarece:
Os componentes curriculares são organizados pelos sistemas educativos, em forma de áreas de conhecimento, disciplinas, eixos temáticos, preservando-se a especificidade dos diferentes campos do conhecimento, por meio dos quais se desenvolvem as habilidades indispensáveis ao exercício da cidadania, em ritmo compatível com as etapas do desenvolvimento integral do cidadão (BRASIL, DCNEB, 2013, p. 32).
Dessa forma, os componentes curriculares são documentos organizados para
oferecer um bom desempenho do atendimento no processo educacional e o
desenvolvimento das habilidades e conhecimento, sendo fundamental ao educador
gerenciador fazer análise da prática pedagógica, voltada para a construção
indispensáveis do conhecimento. Logo, o ensino da educação musical, visa o
desenvolvimento integral da criança, tendo em vista as diferentes culturas para um
bom desenvolvimento do conhecimento social.
A educação musical, ainda que pouco explorada de forma sistematizada,
continua sendo um dos artifícios inseridos e acolhidos em diferentes manifestações,
principalmente frente à educação. No entanto, é relevante mencionar que a
33
linguagem musical é ampla, um elemento cultural riquíssimo, que contribui para o
desenvolvimento do ser humano. Ao interagir com o meio se apropria da fala e
escrita, trabalha a dicção, a linguagem corporal, movimentos e ritmos influenciando
em diversos campos do saber, bem como a forma de pensar e agir. É uma
ferramenta rica e estimuladora ao desenvolvimento do aluno.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica destaca que a
educação envolve múltiplo saberes:
A escola precisa acolher diferente saberes, diferentes manifestações culturais e diferentes óticas, empenhar-se para constituir, ao mesmo tempo, em um espaço de heterogeneidade e pluralidade, situada na diversidade em movimento, no processo tornado possível por meio de relações intersubjetivas, fundamentada no princípio emancipador. (BRASIL, DCNEB, 2013, p. 27)
Ainda neste ponto de vista, completa:
Na Educação Básica, os conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expresso nas políticas públicas e que são gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico; no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e corporais; na produção artística (...) que assim se traduzem: (...) IV- na Arte em suas diferentes formas de expressão, incluindo-se a música; (BRASIL, DCNEB, 2013, p.31-32).
No contexto cultural, a música é uma arte que expressa saberes e
conhecimento, ao trabalhar com a música considerando a componente curricular
arte, tendo em vista as diferentes formas de expressões, despertando no aluno a
sensibilidade, transformando seu caráter e comportamentos abrangendo as relações
sociais, contribuindo para o desenvolvimento afetivo e cognitivo da criança.
Desta forma, por ser conteúdo interdisciplinar, é ferramenta importante para
ser inserida e usada como recurso propicio para integrar na vida social, promovendo
diferentes tipos de saberes, ao cantar, no brincar, no fazer musical, auxiliando no
comportamento e disciplina, proporcionando bem estar nas relações sociais.
A música é uma ferramenta que influencia significativamente na
aprendizagem do sujeito, que ao ser utilizada pelo educador oportunizará o
conhecimento de maneira prazerosa, trabalhando nas mais diferentes área de
comunicação, da linguagem oral e escrita, lógico-matemática, conhecimento
34
científico, acadêmico e intelectual. Neste contexto, o currículo de arte deve
impulsionar o ensino interdisciplinar, bem como as várias possibilidades que permeia
a educação musical.
35
3. A MÚSICA NA SALA DE AULA
Porque trabalhar música em sala de aula? Mediante este questionamento,
muito há o que se responder. Há muito tempo essa linguagem faz parte da vida do
ser humano.
Haja vista que, ao utilizar-se dessa ferramenta é impossível à criança manter
se insensível, a mesma desperta de forma prazerosa o movimento, ritmo, gestos
corporais, motoras, e a criança automaticamente se integra e começa ampliar o
entendimento interagindo de forma automática, contribuindo para a formação e
construção da aprendizagem da criança.
Neste contexto, como separar a música da criança, ou do meio educacional,
sendo que essa abarca toda a realidade, iniciando para algumas desde o ventre, as
festinhas de aniversário, desenho animado, os jogos, brincadeiras de roda, entre
outras. Além de tudo, muitos são os instrumentos utilizados pelo educador na sua
prática, e ainda estão em constante busca de recurso com o intuito de estimular o
processo de desenvolvimento intelectual, motor e afetivo da criança.
Conforme RCNEI (BRASIL, 1998, p.21):
A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Ampliando suas relações sociais, interações e formas de comunicação, as crianças sentem-se cada vez mais seguras para se expressar.
A criança é um ser que tem sentimentos e capacidade afetiva que para se
expressar necessita sentir-se segura. Logo, a escola é o ambiente propício para
ampliar as relações sociais, assim oferecer meios para que a mesma sinta-se
segura e abranja o desenvolvimento de maneira sucedida e ampla, promovendo
articulações, conhecimento e saberes de forma dinâmica, motivando-a e
preparando-a para ser crítica e responsável.
A música está presente na cultura humana, ela possibilita a interação com o
mundo, com os adultos a sua volta, é considerada um instrumento importante para a
aquisição do conhecimento. Porém faz-se necessário percebê-la bem mais do que
aquisição, ela favorece oportunidade de comunicação, expressar as emoções,
construindo de forma tranquila a interação por meio de cada atividade, fazendo com
que haja troca de experiência entre o ser e o outro, e à medida que vai ocorrendo
36
vão construindo significados importantes e equilíbrio para a vivência social e
emocional.
Em relação a isso Nogueira (2003, p.01) explica que: a música é entendida
como experiência que:
―[...] acompanha os seres humanos em praticamente todos os momentos de sua trajetória neste planeta. E, particularmente nos tempos atuais, deve ser vista como umas das mais importantes formas de comunicação [...]. A experiência musical não pode ser ignorada, mas sim compreendida, analisada e transformadas criticamente‖.
Salienta ainda que, a criança passa por diversas fases de desenvolvimento, e
que diante de cada fase necessita de atividades que proporciona interação e
comunicação com o meio, promovendo momentos de descontração e
aprendizagem, e ao trabalhar a música na sala de aula não podemos deixar de
considerar o conhecimento prévio do aluno, oportunizando-o momentos para que ele
exponha seu conhecimento musical, reconhecendo a sua cultura e usando como
ponto de partida e a partir dessa troca influenciando-o por meio desse ambiente que
está inserido.
Brito (2003) enfatiza que a música está integrada ao cotidiano do ser humano,
promovendo diversas mudanças e proporcionando momentos espontâneos e
criativos.
[...] as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem que os bebês desenvolvem um repertório que lhes permitirá comunicar-se pelos sons; os momentos de troca e comunicação sonoro-musicais favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculos fortes tanto com os adultos quanto com a música (BRITO 2003, p,35).
É impossível a criança não ter aproximação com a música ou o som, sendo
que, a mesma está envolvida desde cedo em seu cotidiano. Dessa forma, por fazer
parte de seu meio, promove interação e permite de forma vasta a troca de
comunicação por meio dos sons, pois, ao ouvi-lo a criança corresponde a esse,
favorecendo o aprendizado, desenvolvendo a comunicação além do mais esse é o
momento de troca e interação com o adulto.
A música tem uma influência grande no processo de desenvolvimento. Desde
37
muito cedo os mais diferenciados sons fazem parte da criança, começando pelo
ventre por meio da voz materna e segue ao longo de toda a vida, e vai se
intensificando conforme o meio, e as pessoas com as quais interage.
A criança é um ser em constante mobilidade e utiliza-se dela para buscar conhecimento de si mesma e daquilo que a rodeia, relacionando-se com objetos e pessoas. A ação física é necessária para que a criança harmonize de maneira integradora as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas. (BRASIL, 1997, p.49).
O desenvolvimento da criança é constante em todos os momentos e por meio
do ambiente que está inserido. Logo, o universo infantil é todo envolvido por música,
até mesmo nos brinquedos e brincadeiras de rodas, que trazem certas influências
em diversos fatores, principalmente na habilidade, concentração, criatividade e
afetiva, nesse sentido, se torna um elemento condutor que estimula o processo de
aprendizagem, instigando o desenvolvimento cognitivo, intelectual e afetivo do
educando.
Segundo Macedo (2005, p.10):
[...] o desenvolvimento e aprendizagem expressam, assim, as duas fontes do conhecimento: uma endógena, que é interior a uma pessoa, grupo ou sistema; e outra exógena, que se produz no exterior. No primeiro caso, como o desafio é desdobrar-se para fora, conservando uma identidade ou envolvimento. No segundo, o que interessa é incorporar algo que, sendo externo, há de se tornar nosso individual ou coletivamente.
Conforme o autor, a música é um instrumento muito importante para a
construção do conhecimento. Para ter conhecimento é preciso passar pelo processo
de aprendizagem, para que o aluno se envolva nesse processo torna-se necessário
que os recursos façam sentido, tornando os construtores do seu próprio
conhecimento, pois assim o aluno interage com o que é proposto, proporcionando
motivação e comprometimento, tanto individual quanto coletivo.
Todos os aspectos do desenvolvimento estão intimamente relacionados e exercem influência uns sobre os outros, a ponto de não ser possível estimular o desenvolvimento de um deles sem que, ao mesmo tempo, os outros sejam igualmente afetados. (WEIGEL, 1988, p.13).
A música de maneira geral, mesmo sem planejamento, faz parte dos
38
conteúdos, sendo trabalhada nos diversos espaços escolares, em especial nas
datas comemorativas, na hora do lanche, para ensinar a higienização e também nos
momentos cívicos, mas nem sempre é trabalhada de forma correta, e logo, a criança
vai perdendo o interesse por tal prática, por não saber ao certo o seu significado.
Quanto a isso, Brito afirma,
[...] continuamos apenas cantando canções que já vêm prontas, tocando instrumentos única e exclusivamente de acordo com as indicações prévias do professor, batendo o pulso, o ritmo etc., quase sempre excluindo a interação com a linguagem musical, que se dá pela exploração, pela pesquisa e criação, pela integração de subjetivo e objetivo, de sujeito e objeto, pela elaboração de hipóteses e comparação de possibilidades, pela ampliação de recursos, respeitando as experiências prévias, a maturidade, a cultura do aluno, seus interesses e sua motivação interna e externa. (BRITO, 2003, p.52).
Entretanto, a música, por sua vez, perpassa diferente etapa do
desenvolvimento da criança, cabe ao educador explorar esse elemento na sala de
aula de forma que traga gosto para criança apresentando o conteúdo de forma que
resgate a cultura do país, da criança e até mesmo da própria música.
Deste modo, é um componente responsável por direcionar a conduta moral e
social do indivíduo, transforma e auxilia no desenvolvimento da criança, aperfeiçoa o
conhecimento, a socialização, a alfabetização, a capacidade expressiva,
coordenação motora desenvolvendo todas as habilidades que engloba os aspectos
humanos na infância.
A música é transformadora e inovadora, ao ser inserida no ensino educacional
promoverá um ambiente mais agradável, dinâmico e criativo, que por sua vez,
ocasionará influência na formação e desenvolvimento da criança, produzindo
concentração, atenção percepção e principalmente a interação com o mundo,
contribuindo para que o professor/aluno interaja trazendo êxito no processo de
ensino/aprendizagem.
O professor intermediador e facilitador deve antes de tudo criar condições
para que o educando explore sua criatividade, criticidade, movimento corporal e seja
guiado pela sensibilidade de sentir, ouvir, e interagir com o outro. Em conformidade
com o documento Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil - RCNEI
(BRASIL, p.65), ―As crianças podem perceber, sentir e ouvir, deixando-se guiar pela
sensibilidade, pela imaginação e pela sensação que a música lhes sugere e
39
comunica‖.
Por conseguinte, há muito que repensar na importância que a música
proporciona frente ao processo de aprendizagem da criança, fazer com que essa
pratica seja consistente e que os exercícios não sejam superficiais e nem desligados
dos objetivos do eixo temático.
O RCNEI (BRASIL, 1998, p. 67) reconhece que:
Integrar a música à educação infantil implica que o professor deva assumir uma postura de disponibilidade em relação a essa linguagem. Considerando-se que a maioria dos professores de educação infantil não tem uma formação específica em música, sugere-se que cada profissional faça um contínuo trabalho pessoal consigo mesmo no sentido de: sensibilizar-se em relação às questões inerentes à música; reconhecer a música como linguagem cujo conhecimento se constrói; entender e respeitar como as crianças se expressam musicalmente em cada fase, para, a partir daí, fornecer os meios necessários (vivências, informações, materiais) ao desenvolvimento de sua capacidade expressiva.
Consoante ao RCNEI (1998) vale ressaltar que, a música é importante para a
formação da criança e de seu intelecto, a música também proporciona meio para o
desenvolvimento da interação social da criança, constituído em harmonia, a mesma
facilita a integração e a inclusão. Atualmente, existe uma múltipla definição para
música, sendo considerada de um modo geral uma arte, que coloca em jogo muitos
critérios culturais e históricos.
Por conseguinte, a democratização da educação musical no currículo escolar,
traz como objetivos expor um olhar que descortina diversas possibilidades para
promover à sensibilização e a formação de individuo integrado à sociedade,
estimulando o desenvolvimento da criança e adolescentes, e bem como melhorar o
desempenho na prática educacional, intelectual e social, para compreender o mundo
de fato como ele é.
3.1 A música como instrumento didático pedagógico
A educação se reflete na sociedade, a mesma é percebida como um alicerce
para a construção do conhecimento e da cultura social. Neste contexto, há várias
formas para o planejamento do fazer musical, deve ser bem organizada e planejada
para envolver e atender a todos, independentemente do seu contexto histórico, sócio
40
econômico, suas crenças, estrutura física, mental e étnica, ou seja, ensinando a
todos os valores éticos.
A musicalização na educação é uma ferramenta de suma relevância, que visa
contribuir para o desenvolvimento da sensibilidade, concentração, psicomotricidade,
a linguagem oral, a interação dos seres, socioafetividade dentre outras.
Nesta perspectiva, a música deve ser trabalhada durante todo o ensino infantil
e anos iniciais do ensino fundamental, estimulando a área do cérebro e
proporcionando o desenvolvimento de outras linguagens ―o que faz a criança imergir
numa sonoridade poderosa, que motiva a executar música em grupo desde os
primeiros estágios‖ (FONTERRADA, 2005, p. 149). Uma vez trabalhada essa
linguagem desde cedo, à criança será instigada a viver em grupo respeitando a
essência da individualidade de cada um.
Ao longo do tempo a educação musical vem abrangendo várias finalidades
por ser uma linguagem diversificada presente no cotidiano, por isso pode-se
estabelecer como um recurso importantíssimo para o ensino, já que é de fácil
acesso e proporciona aproximação do aluno com a realidade social.
Brito (2003, p.19) afirma ―Perceber, produzir e relacionar-se com e por meio
de sons faz parte da história de vida de todos nós‖.
A educação musical, por sua vez, além de proporcionar um ambiente
prazeroso, transformará saberes, despertando nos alunos gosto pelos estudos
ocasionando espontaneidade e interação, vez que o ensino tem olhar voltado pela
obrigação e pressão de estudar, produzindo evasão e baixo índice de aprendizagem.
Entretanto, para não haver o desinteresse por parte do estudante, faz-se necessária
a inserção da educação musical na escola, uma vez que está contribuirá para
estimular e oportunizar resultados eficazes quanto ao desenvolvimento da
aprendizagem.
Neste contexto, subentende que trabalhar a música por meio da arte na
educação é um excelente recurso propiciará a formação da criança auxiliando no
desenvolvimento das competências e habilidades do seu ser criativo e reflexivo,
promovendo concentração e interação do aluno com o meio.
A arte desenvolve as habilidades, capacidade de pensar e questionar, atributo
essencial para a formação dos seres humanos.
Brito (2010, p.91), enfatiza que o ensino de música,
41
[...] é importante na educação porque a música é importante no viver, como uma das formas de relação que estabelecemos conosco, com o outro, com o ambiente. Somos seres musicais, dentre outras características que nos constituem, e o jogo expressivo que estabelecemos com sons e silêncios, no tempo/espaço, agencia dimensões que por si só são muito significativas. Fazendo música trabalhamos nossa inteireza, o que é essencial. Hoje a música é considerada uma linguagem que tem enorme contribuição na formação de seres humanos no que tange aos conhecimentos sensíveis, criativos e reflexivos. Pesquisas comprovam que as vivências sonoras ocorrem desde quando o ser está no útero materno.
A autora Brito considera que, a música é um importantíssimo recurso e sua
linguagem proporciona contribuição no desenvolvimento do ser humano com total
inteireza. A partir dessa análise constata-se que a música por si só envolve o aluno,
fazendo com que seja trabalhada a concentração e atenção, vez que, diante dos
recursos tecnológicos, os jogos digitais, os educadores já não conseguem trazer a
atenção e concentração do aluno frente à prática pedagógica, logo a música tem por
benefício estimular a atenção e concentração, integrando-os para atingir o mais
profundo do desenvolvimento cognitivo e habilidades essenciais para a vida social,
acadêmica e profissional.
Nesse sentido, o avanço tecnológico tem facilitado o uso da música por meio
dos aparelhos de comunicações, essa por sua vez, é um recurso propicio ao ensino
podendo ser usada a todos, pois, como linguagem universal, contem diversos
valores e conceitos.
Logo, a música transmite de fato ideia ou expressão para quem a ouve,
fazendo com que haja interação por esse meio de tempo e espaço, exercendo
certas influências no conhecimento de forma instantânea.
Dessa forma, a inserção da educação musical como recurso pedagógico na
educação, oferece espaço como ferramenta facilitadora do processo de construção,
aproximação com o outro, desfaz a ideia de ambiente rigoroso, proporcionando um
ambiente aconchegante e alegre, no qual os alunos sintam-se a vontade para
expressar e questionar sobre o meio e ter incríveis descobertas na construção do
saber.
O PCN em Arte expressa que:
Precisa abrir espaço para o aluno trazer música para a sala de aula, acolhendo-a, contextualizando-a e oferecendo acesso a obras que possam ser significativas para os eu desenvolvimento pessoal em
42
atividades de apreciação e produção. A diversidade permite ao aluno a construção de hipóteses sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade, aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções e as dos outros. (PCN´S, 1997, p.83).
Para Brito (2003, p.45), ―é importante considerar legítimo o modo como às
crianças se relacionam com os sons e silêncios, para que a construção do
conhecimento ocorra em contextos significativos, que incluam criação, elaboração
de hipótese, descobertas, questionamentos, experimentos etc‖. Consoante o
pensamento da autora é importante deixar o aluno se relacionar com esse universo,
em sua forma de conhecer e compreender o mundo, com sua maneira de produzir,
interagir e partilhar ideias, dando possibilidades e estimulando-o a criatividade.
Segundo Oliveira (1999, p. 73),
O educador deve ser capaz de observar, reconhecer e avaliar o nível de desenvolvimento das crianças e suas necessidades. Fundamental nesse processo é a atitude de tentar colocar-se no lugar da criança para captar sua forma de ser e as hipóteses que está construindo sobre o mundo em cada momento.
É relevante o papel do educador, o que requer um trabalho intencional, que
exige a apropriação de instrumentos, estratégias e procedimentos relativos à pratica
cultural.
Conforme Brito:
Existem muitas teorias sobre a origem e a presença da música na cultura humana. A linguagem musical tem sido interpretada, entendida e definida de várias maneiras, em cada época e cultura, em sintonia com o modo de pensar, com os valores e as concepções estéticas vigentes. O emprego de diferentes tipos de sons na música é uma questão vinculada á época da cultura. (BRITO, 2003, p. 25)
Percebe-se na fala de Brito, que a origem musical perpassa-se há muito
tempo na vida humana e em toda cultura, e tem por função e objetivo contribuir para
diferente contexto sociocultural. E no processo de construção de conhecimento, o
homem tem tido diferentes visões e interpretações dessa linguagem mediante a
cultura, tornando-a como veículo expressivo, por meio de jogos, reflexão,
relacionamentos, emoções, expressão de sentimentos, desencadear sensibilidade
enfim, uma ferramenta indispensável para o cotidiano da vivência humana, vinculada
ao tempo e espaço.
43
4. DADOS DA PESQUISA
4.1 Objetivos
Objetivo geral:
Identificar se a música influencia no cognitivo, na aprendizagem e no
comportamento da criança na educação infantil e anos iniciais do ensino
fundamental.
Objetivos específicos do estudo
Compreender qual a concepção que o professor tem acerca da música
enquanto recurso didático pedagógico para o ensino aprendizagem,
Verificar se o professor da educação infantil e do ensino fundamental utiliza a
música como recurso didático pedagógico em sala de aula;
Reconhecer quais são os conteúdos trabalhados por meio da educação
musical pelo professor;
Identificar quais são os estilos e gêneros musicais usados para o ensino e
aprendizagem;
Analisar se e de que forma a música contribui para o desenvolvimento
cognitivo/formação intelectual das crianças.
4.2 Sujeitos da pesquisa
Os sujeitos colaboradores com a pesquisa são três professoras do ensino
fundamental (1°, 2° e 3° ano) uma professora da educação infantil, uma instrutora de
música que desenvolve o projeto de música em uma escola pública municipal de Ji-
paraná, dois pais de alunos, sendo um aluno que estuda música e um que não
estuda música.
4.3 Problema a ser investigado
Será que a música influencia no cognitivo, na aprendizagem e no
comportamento da criança na educação escolar?
44
4.4 Procedimentos metodológicos
Primeiro para compreender a pesquisa, e ver se a música influencia no
cognitivo, na aprendizagem e no comportamento da criança na educação escolar.
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e estudo de caso, a fim de que, proporcione
um nível de compreensão e/ou explicação acerca da temática.
Conforme Lakatos e Marconi (1987, p. 66),
A pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisados, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações, material cartográfico, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o mesmo.
O estudo de caso consiste em fazer uma análise mais aprofundada e crítica
sobre o caso pesquisado. Segundo Gil (2002, p.54) ―consiste no estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já
considerados‖.
Esta pesquisa apresenta dados qualitativos, e pesquisa bibliográfica, pois, é
fundamental a seleção de documentos que possibilitarão compreender a temática
relacionada à música e sua influência no processo de aprendizagem da criança.
Conforme Lakatos e Marconi (2003, p.158), ―A pesquisa bibliográfica é um
apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de
importância, por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados
com o tema‖.
Para este trabalho realizamos leituras de livros, textos e periódicos. Além da
prévia estruturação dos tópicos e estudo bibliográfico, ressalto que para coletar
dados mais significativos e fidedignos realizou-se a observação.
Segundo Gil (2002, p. 134) a observação dar-se-á mediante análise
qualitativa por meio dos dados coletados.
A análise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Pode-se, no entanto, definir esse processo como uma sequência de atividades.
45
Nesse contexto, para alcançarmos os resultados e realização da pesquisa,
apresentamos os dados coletados e ferramentas que nortearam a investigação,
abordando a percepção dos professores com relação à inserção da educação
musical no ensino.
4.5 Procedimentos ou técnicas da coleta de dados
Além da pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa, foi realizado um
estudo de caso. Usamos como instrumento para a coleta de dados um questionário
aberto semi estruturado aplicado às professoras, a instrutora e aos pais dos alunos.
Selltiz (1965, p. 281) citado por Lakatos e Marconi, apresentam os motivos para
aplicação de questionário: "a forma é atraente, a extensão, as facilidades para seu
preenchimento e sua devolução‖.
Para este procedimento decorrer de forma objetiva e clara, foi usada técnica
de cunho descritivo, conforme Gil (1991, p. 45), ―as pesquisas têm como objetivo
primordial a descrição das características de determinada população ou fenômenos
ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.‖ Assim sendo, foi
elaborada de maneira descritiva por meio de questionários para abarcamos a
respeito da problemática e assim respondermos acerca dos objetivos do estudo.
4.6 Técnica de interpretação e análise dos dados
A análise será realizada de acordo com os dados obtidos por meio da
pesquisa. Posteriormente, serão tabulados conforme análise de conteúdo proposta
por Laurence Bardin.
Para Bardin (2011, p.24) ―A análise de conteúdo é uma técnica de
investigação que tem por finalidade a descrição objetiva, sistemática do conteúdo
manifesto da comunicação‖.
46
4.7 O Perfil dos envolvidos
Os dados apresentados no quadro abaixo são referentes ao questionário que
aplicado às quatro professoras e a Instrutora que desenvolve o projeto musical em
uma Escola Municipal de Ji- Paraná.
Para manter sigilo e ética quanto à identidade das professoras envolvidas na
pesquisa, será usada a letras P para professora e as letras iniciais do nome de cada
uma delas.
O quadro a seguir mostrará os dados pessoais, profissionalização, tempo de
experiência e o tempo de atuação como professora.
Quadros 1 - Dados do perfil dos professores
Professora Idade Curso de Graduação
Curso de Especialização
Tempo de Experiência na Docência
Jornada de
Trabalho
PE Entre 30-39 Licenciatura Pedagogia
Psicopedagogia Clinica e
institucional
9 anos 25 h
PD Entre 40-49 Licenciatura Pedagogia
Orientação, Supervisão,
Gestão.
9 anos 40 h
PD1 Entre 40-49 Licenciatura Pedagogia
Orientação, Supervisão,
Gestão.
8 anos 40 h
PS Entre 20-29 Licenciatura Pedagogia
Não Respondeu 6 anos 40 h
PI Entre 40-49 Licenciatura Física
Curso Técnico em Música
Não Respondeu
30 h
Fonte: Instrumento elaborado com dados da Pesquisa (2018).
O quadro acima apresenta os dados coletados sobre o perfil das professoras.
É possível perceber que todas têm mais de 6 anos de experiência docente, com
exceção da professora PI que não respondeu há quanto tempo está na docência.
A idade das professoras varia entre 20 a 49 anos, sendo que as que
apresentam menor idade são as professoras PS e PE.
Conforme relata os dados, a jornada de trabalho varia de 25 a 40 horas
semanal.
Com relação à área de formação a professora PI é habilitada em Física, esse
dado nos chama a atenção, pois a mesma atua desenvolvendo um projeto de
47
música, o que geralmente não é comum, quando se trata de um profissional da área
de Exatas. Os dados apontam que todas as professoras possuem curso de
graduação em Pedagogia. As professoras PD e PD1 são especialistas em
Orientação, Supervisão, Gestão Escolar, PS não respondeu.
Contudo, é importante frisar que com relação ao curso de graduação e/ou
especialização, percebe-se que as educadoras não possuem graduação e/ou
especialização em música, somente a professora PI, possui formação por meio de
um curso técnico em música.
4.8 Conhecendo a Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino
Fundamental Celso Augusto Rocco
A pesquisa foi realizada na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino
Fundamental Professor Celso Augusto Rocco, localizada na Rua da Paz, nº. 4037-
Bairro Habitar Brasil, no Município de Ji-Paraná, RO.
Sua criação aconteceu para atender a população de baixa renda residente do
bairro. A escola é bem estruturada, possui um ambiente amplo, espaço para
recreação e lazer, quadra esportiva, auditório onde acontecem respectivas aulas de
música, salas de aula amplas e organizadas.
Abaixo apresentamos na figura 1 a foto com a vista externa da escola.
Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa – 2018.
Figura 1: Visão externa da escola
48
A figura 2 traz uma foto com a vista interna do pátio da escola.
As figuras 3 e 4 exibem fotos com a vista dos espaços recreativos para
esporte e lazer da escola.
A figura 5 apresenta o espaço interno onde ocorrem as aulas musicais na escola.
Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa – 2018.
Figura 3: Espaço para recreação Figura 4: Quadra esportiva
Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa – 2018.
Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa – 2018.
Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa – 2018.
Figura 2: Espaço amplo para lazer e atividades lúdicas
49
Abaixo na figura 6 apresentamos as salas de aula.
A figura 7 apresenta a horta escolar.
Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa – 2018.
Figura 6: Salas de aula
Figura 5: Auditório
Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa – 2018.
Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa –
2018. Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa –
2018.
50
A escola desenvolve suas atividades em conformidade com a LDB 9493/96-
Leis e Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O projeto político pedagógico prima
pelo atendimento à identidade da instituição, cuja finalidade e princípios norteadores
estão voltados para o atendimento das necessidades da comunidade local.
Por meio da pesquisa, foi possível constatar que a escola atende a educação
infantil no período matutino e o ensino fundamental em tempo integral. Dessa forma,
além das aulas regulares, a escola oferece diversos projetos integradores,
atividades lúdicas, aulas de iniciação esportivas com monitor, aulas de educação
física priorizando a coordenação motora e a socialização, bem como a prática de
esportes sob a coordenação de um professor graduado na área.
A escola também oferece em contra turno atividade supervisionada e
explorada em horta, conforme faixa etária dos alunos.
A escola contava com o projeto ―Mais educação‖, atualmente mediante as
mudanças educacionais já não trabalha com o projeto, passando então a ofertar
aulas musicais no lugar do projeto ―mais educação‖, sendo essa explorada por meio
do ritmo e a musicalização infantil, com instrutora e monitores, a escola oferece
aulas de judô e inicialização teatral entre outros.
Sob essa ótica, é possível compreender que a escola reconhece o contexto
histórico da comunidade atendida e de forma respeitosa disponibiliza os diferentes
recursos para a integração do ser social, para sanar possíveis defasagens e
diferenças sociais futuras, priorizando meios para despertar o olhar reflexivo e crítico
do educando para refletir sobre o meio ao qual está inserido e intervindo no
processo de desenvolvimento dos mesmos.
Figura 7: Horta cultivada pelos alunos
Foto: acervo pessoal da pesquisadora, Dados da pesquisa – 2018.
51
5. ANÁLISE DOS DADOS: As marcas da educação musical presentes na
criança e na escola
A pesquisa foi realizada numa escola pública localizada no município de Ji-
Paraná. Cujo objetivo geral foi Identificar se a música influencia no cognitivo, na
aprendizagem e no comportamento da criança na educação infantil e anos iniciais
do ensino fundamental.
Para realização da pesquisa nos dirigimos à instituição, aonde fomos bem
recebidas pela diretora. Tendo em vista este objetivo, foram elaborados dois
questionários totalizando quatorze perguntas, sendo um com nove questões que foi
aplicado aos educadores e as outras cinco perguntas aplicadas aos pais. Entretanto,
a diretora optou pela aplicação do questionário com a ausência da acadêmica,
deixando sobre sua responsabilidade a escolha dos participantes e a coleta dos
questionários.
No dia em que buscamos os questionários, tivemos a oportunidade de
conhecer o espaço da escola e registrar por meio de fotos, com o acompanhamento
da diretora. Foi observado que, a escola possui um ambiente propicio e amplo e
muito bem organizado para proporcionar o bem estar dos alunos.
Neste tópico apresentaremos as marcas da música e sua contribuição na
criança e na escola, sendo que os resultados coletados da pesquisa foram de muita
importância, mostrando que a música tem como marca evidente sobre a influência
do cognitivo e aprendizagem e no comportamento da criança, promovendo interação
e comunicação social.
Observamos por meio da análise dos dados, que as professoras utilizam a
música em suas aulas como recurso didático pedagógico, cantam com as crianças,
músicas de rodas, parlendas, clássico popular, proporcionando momentos
prazerosos e dinâmicos em suas aulas, buscando trabalhar as habilidades,
coordenação motora, linguagem, ritmos, o desenvolvimento da expressão da criança
e o equilíbrio, pois, tudo isso contribui para o desenvolvimento de aprendizagem do
aluno.
Contudo, a instituição pesquisada também oferece espaços de aula musicais
onde a professora instrutora musical dirige a ação dos alunos, visando que a mesma
tem autonomia escolhendo seu repertório e a forma de dirigir a música. Também foi
mencionado pela diretora em outra oportunidade que a partir do uso da música
52
como recurso pedagógico na escola, houve diversas mudanças, os alunos ficaram
mais responsáveis, ajudam cuidar da limpeza da escola, são mais respeitosos e
disciplinados.
Em outra observação, quando tivemos a oportunidade de conhecer a
instituição verificamos que o local improvisado para as aulas musicais é bem
comum, tendo cadeiras em círculos, sem muito acessórios ou objetos para serem
usados nas aulas, nesse espaço de tempo socializando com a professora instrutora,
foi enfatizado pela mesma, que faz uso da música para alfabetizar os alunos,
trabalhar a postura, o comportamento e disciplinas, pois, os mesmos não tinham
nenhuma.
Com relação à criança ou o estudante, os resultados da pesquisa
demonstraram por meio da análise dos dados concedidos pelas educadoras e pelos
pais, que o comportamento da criança que estuda música melhorou não somente o
comportamento, mas na interação e a concentração.
5.1 O Que Dizem os Professores?
Para compreender e saber o ponto de vista das professoras acerca da música
na escola. Foram questionadas, sobre qual a sua concepção, acerca da música na
educação? As respostas foram:
PE: Ela ajuda a criança a se desenvolver na aprendizagem, na formação de hábitos, atitudes e comportamentos. Aos poucos vai formando sua identidade e integrando-se uns com os outros. PD: A música desenvolve a oralidade, habilidades cognitivas e motoras, auxilia na formação da personalidade. P D1: A música é a linguagem infantil e a educação infantil precisa de música para trabalhar com as crianças. PS: Música faz parte do desenvolvimento humano é preciso ligar o conhecimento pedagógico à música. PI: O estudo da música em idade escolar é muito importante para o, desenvolvimento para o raciocínio lógico, pois música é uma área exata.
Por meio das falas das professoras é possível perceber que elas não têm
muita clareza quanto à concepção acerca da música na educação, pois não a
conceituaram como uma metodologia didática, que pode ser usada nas diferentes
53
áreas do saber científico, nem disseram como ser usada na educação. Nota-se que
apontaram apenas os aspectos que consideram positivos em relação ao uso da
música na escola.
Para Brito (2003) a música é uma linguagem que pode ser definida e
expressada em diferentes concepções. Contudo, percebe-se que na resposta de
cada educadora não há conhecimento teórico sobre a concepção da música na
educação, mas as mesmas enfatizam que a música é importante para o
desenvolvimento da criança. Para embasamento a respeito de tal assunto o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, aponta que:
A música no contexto da educação vem, ao longo de sua história, atendendo a vários objetivos, alguns dos quais alheios às questões próprias dessa linguagem. Tem sido em muitos casos, suporte para atender a vários propósitos, como formação de hábitos, atitudes e comportamentos (BRASIL, 1998, p. 46).
Em consonância com o Referencial Curricular, a música tem efetivamente
atendido a vários propósitos e contexto, inclusive a educação escolar,
proporcionando integração e conhecimento.
Com relação à segunda questão indaga: você como professor acredita que a
música pode ser usada como um recurso didático pedagógico, para o
ensino/aprendizagem na educação infantil e/ou fundamental até o terceiro ano? As
respostas foram as seguintes:
PE: Sim. É muito importante para o desenvolvimento da linguagem, hábitos rotineiros, atitudes e comportamentos. É um meio excelente para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio e da autoestima. PD: Sim. Pois desenvolve na criança habilidades necessárias a esta faixa etária como coordenação motora, habilidades relacionadas à linguagem, percepção, concentração, ritmos etc. PD1: Com certeza. A música é um excelente recurso didático e trabalhado com planejamento auxilia na aprendizagem por ser lúdica. PS: Sim. Pois a linguagem musical atinge as crianças. PI: Sim. Sendo na área das exatas ela abre o raciocínio para as demais disciplinas.
Todas as professoras, bem como a instrutora I, foram unânimes ao afirmar
que a música pode ser usada é um recurso didático pedagógico, tanto na educação
infantil quanto nos anos iniciais do ensino fundamental, trará diversas contribuições
54
para o desenvolvimento da criança, pois, a sua linguagem interage com as pessoas
e o ambiente, se apropriando da fala e escrita, proporcionando as mais diversas
formas de expressão, linguagem corporal, motora, isto é, sem bem planejada.
A professora E, enfatiza em sua resposta que Música desenvolve na criança
diversas habilidades necessárias, uma delas o desenvolvimento da expressão, ou
seja, ela reconhece que essa linguagem faz parte da vida (rotina) do indivíduo,
especialmente, na vida das crianças.
Quanto a isso, o Referencial Curricular Nacional considera que a linguagem
musical é excelente para o desenvolvimento da expressão.
O trabalho com a música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de entendimento acessível às crianças. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social (BRASIL, 1998, p. 49).
Percebe-se então, que o uso da música na escola poderá auxiliar no processo
de desenvolvimento da criança, sendo por meio da integração, autoestima e
equilíbrio emocional, e consequentemente poderá promover de forma facilitada o
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.
A questão de número três traz como indagação: Professor/a, você costuma cantar
em suas aulas e utilizar a música como recurso didático pedagógico?
As professoras responderam com seguinte afirmação:
PE: Sim, todos os dias, Tanto na forma coletiva, como oral. Acredito ser muito importante para o desenvolvimento da linguagem. PD: Sim. As cantigas de roda são excelentes recursos pedagógicos, pois divertem, trabalham rimas, brincadeiras com as palavras, movimentos e são indispensáveis para o processo de alfabetização. PD1: A música faz parte da rotina da minha sala de aula, apesar de não ser Educ. Infantil. As crianças precisam ser estimuladas e a música é uma ótima ferramenta. PS: Sim PI: Sim. O canto facilita a absorção e fixação do conhecimento transmitido.
Acerca do questionamento se as educadoras costuma cantar em suas aulas e
utilizar a música como recurso didático pedagógico, todas afirmaram que sim,
55
cantam em suas aulas, a professora D, ressalta inclusive, que trabalha os conteúdos
e acredita que as cantigas são indispensáveis para o processo de alfabetização. Foi
perceptível na fala da professora E, que ―canta todos os dias” e trabalha a música de
forma coletiva.
Brito (2003) ressalva que trabalhar a música de forma coletiva proporciona ao
aluno momento para aprender a ouvir-se, ouvir o outro, bem como o grupo. Assim,
desenvolve a personalidade da criança, o respeito ao outro e habilidades de
trabalhar em grupo.
A música é um recurso de inúmeras possibilidades e ao introduzi-la na sala de
aula, proporciona aulas mais prazerosas e dinâmicas. Assim sendo, importante para
estimular o desenvolvimento da expressão desde que seja bem orientada, pois,
cantar de maneira mecanizada todo o tempo não significa fazer musical ou até
mesmo usar como recurso apropriado para desenvolver o conhecimento. Segundo
Brito (2003, p. 92) ―É importante brincar e cantar com as crianças, pois, o vínculo
afetivo e prazeroso que se estabelece nos grupos em que se canta é forte e
significativo‖.
Dessa forma, percebe-se nas respostas das entrevistadas que, as mesmas
fazem o uso do canto em sala de aula, visando, a importância da música para o
processo de desenvolvimento da criança, mas o educador tem que saber como gerir
essa ferramenta mesmo que não saiba cantar, pois, a musicalização é uma
linguagem imprescindível para estimular a criança, proporcionando fácil absorção e
memorização.
As cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem que os bebês desenvolvem um repertório que lhes permitirá comunicar-se pelos sons; os momentos de troca e comunicação sonoras musicais favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculo fortes tanto com os adultos quanto com a música. (BRITO, 2003, p.35)
E nesta perspectiva, as educadoras questionadas trouxeram em suas
respostas que consideram importante as cantigas, canções de rodas, parlendas
entre outros gêneros musicais, e o que proporcionam a criança tanto no afetivo
quanto no cognitivo.
Para aprofundamento acerca do questionamento anterior, perguntamos as
professoras por meio da questão número quatro, quais os estilos e gêneros musicais
56
consideram mais apropriados para ser utilizado na educação musical para ensinar
as crianças? As respostas foram:
PE: Cantiga de roda, cantigas de embalar e movimentar o corpo, (pop, dance, tradicionais e culturais). PD: Gosto muito das cantigas de rodas, parlendas cantadas. Não trabalho outros ritmos. PD1: Todas as músicas são válidas, todas são ritmos, são música. Mas faz-se necessário a adequação para cada idade, pois existem músicas ambíguas e de cunho sexual e não devem estar presentes na sala de aula ou para este público. PS: Cada gênero musical tem um público. Utilizo apenas músicas infantis, como cantigas, e músicas específicas para crianças. Não acredito que utilizar outros gêneros nesta idade seja agrupado para a aula. PI: Estilos infantis: cantigas de roda, clássico, popular, valsa, canto coral.
A fala da educadora D1 chama a atenção para reflexão acerca da escolha do
estilo musical a ser trabalhado em sala de aula, ressalvando a adequação para cada
idade, a mesma faz menção às músicas ambíguas e de cunho sexual.
Vale ressaltar que o professor deve estar atento ao que está posto nas letras
das músicas, pois algumas letras desvalorizam a imagem feminina, reforçam o
preconceito racial, as desigualdades sociais, entre outros. Dessa forma, a educadora
D1 enfatiza a importância de escolher o repertório e de fazer adaptação a cada
idade, fazendo necessário qualificar os estilos musicais, pois, a música pode
influenciar tanto de forma positiva quanto negativa.
As cantigas de roda são significativas, e já não é tão presente no cotidiano
das crianças como antigamente, talvez seja devido ao avanço tecnológico.
Entretanto, estão presentes na educação infantil e nas brincadeiras de rodas, que
ainda são passadas de geração a geração.
Cascudo (2001, p.102) afirma:
Essas melodias passam de geração em geração, entoadas pelos adultos ajudam a entreter, embalar e fazer adormecer as crianças. Hoje em dia elas não são tão presentes na realidade infantil como antigamente devido às tecnologias existentes como os computadores, celulares, tablets, entre outras tecnologias.
Sabe-se que estas canções se integram com o meio em que vivenciamos, faz
57
com que se passa do mundo imaginário para o mundo real, tornando possível a
construção do conhecimento, e por ser de pouca duração e não repetitiva as
crianças gostam.
Contudo, é importante frisar que, é bem mais do que só cantigas de roda, elas
fazem com que a criança memorize com facilidade, e auxilia no aprendizado da
leitura de texto ou palavras, seja na escola ou no seu dia-a-dia, uma vez que a
criança é um ser brincante e interage por esse meio, cantando, pulando, fazendo
movimentos, gesticulando desde pequena.
O RCNEI (1998, p.18) explica que, ―a criança se expressa e se comunica por
meio dos gestos das mímicas faciais e interagem utilizando fortemente o apoio do
corpo‖.
A questão número cinco traz o seguinte questionamento: Quais os estilos e
gêneros musicais você utiliza em sala de aula. Assim, obtivemos as seguintes
respostas.
PE: Cantiga de roda, canções tradicionais, pop, dance. PD: Cantiga de Roda e Parlendas Cantadas. PD1: Cantigas, Infantis com letras adequadas, os gêneros são bem diversificados. PS: Utilizo apenas músicas infantis, como cantigas e músicas específicas para crianças. PI: Clássico, popular e valsa.
A partir dos relatos das professoras, os estilos são mais infantis. A professora
PE citou ―canções tradicionais, pop e dance” e a professora I, destacou ―clássico,
popular e valsa‖, ou seja, estilos mais eruditos e formais.
Na fala das educadoras é possível perceber que as mesmas tem consciência
quanto à escolha adequada do estilo que melhor atenderá a necessidade da criança,
bem como reconhecem a importância das cantigas de roda, parlendas entre outros
gêneros musicais, para se trabalhar os conteúdos de maneira significativa para o
conhecimento, construção e desenvolvimento da criança.
A sexta pergunta, indaga o seguinte: Cite quais os conteúdos você trabalha
por meio da música com a sua turma? As respostas foram:
PE: Expressão corporal rítmica: gestos, palmas e movimentos
58
corporais; - Sequência numérica de 1 a 10; - Órgãos dos sentidos; - Orientação espacial; - Animais: explorando os sons dos animais; - Lateralidade e coordenação motora. PD: Temas transversais; como valores étnicos respeito às diferenças e conteúdos como interpretação textual, circular palavra chaves, textos lacunados, fatiados, números.
PD1: Linguagem, expressão corporal, números: sequências, quantidades. Muitos conteúdos Interdisciplinares são trabalhados com músicas. PS: A música permite transitar por diferentes habilidades, e os conteúdos são diversificados desde as habilidades matemáticas como formas e quantidades, lateralidade, até letras, sons e outros. PI: Alfabetização musical.
Através das falas das professoras, notamos que são trabalhados os mais
diversos conteúdos que perpassam por todas as áreas de conhecimento, inclusive
os temas transversais, citado pela professora PD. Podemos assim entender que, a
linguagem musical é um recurso didático pedagógico rico para ser explorado em
sala de aula, pois auxilia na apresentação de conteúdos de todas as áreas que
compõem o currículo escolar, podendo ser trabalhada de forma interdisciplinar
desde conceitos matemáticos, linguagem, ciências, história e até mesmo o respeito
a diversidade, uma vez que promove habilidade motora, raciocínio, concentração,
entre diversas expressões, estabelecendo diferentes meios para o ensino
aprendizado e a construção social harmoniosa.
Conforme Brito (2010, p.91), o ensino da música,
[...] é importante na educação porque a música é importante no viver, como uma das formas de relação que estabelecemos conosco, com o outro, com o ambiente. Somos seres musicais, dentre outras características que nos constituem, e o jogo expressivo que estabelecemos com sons e silêncios, no tempo/espaço, agencia
dimensões que por si só são muito significativas.
Seguindo com o questionário indagamos: Professora, você acredita que a
música influencia no cognitivo, na aprendizagem e no comportamento da criança?
De que forma? As respostas foram:
PE: Sim. Aprimorando na sua habilidade motora, expressando seus sentimentos, ideias, valores culturais, auxiliando também na comunicação do individuo com o mundo exterior. Promove a interação e a comunicação social, tornam-se mais amplos e este contato vai envolver também o aumento de sua habilidade e
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fazê-la descobrir o mundo a sua volta de forma prazerosa. PD: Sim. Além de influenciar no cognitivo, na aprendizagem e no comportamento, desenvolve atitudes e habilidades necessárias para o ensino aprendizagem. Apesar das cantigas de roda não possuir um repertório tão rico, comparado a outros gêneros... Contribui em relação ao cognitivo e formação intelectual à medida que desenvolve outras habilidades que interligadas, proporcionarão desenvolvimento. Ex: habilidades da oralidade, desenvolvimento na fala, desenvoltura, socialização, concentração, movimentos, ritmos, percepção etc. PD1: Existem pesquisas que provam que a música estimula as áreas de cérebro. Desde já respondemos estímulos. Educar é provocar o aluno e a música é ferramenta de provocação de aprendizagem. A aprendizagem é um processo e quando adequado e significativo maior a aprendizagem do aluno. É falar na mesma linguagem deles. PS: A aprendizagem é um processo e quando adequado e significativo maior a aprendizagem do aluno. É falar na mesma linguagem deles. PI: Sim. Na concentração, na coordenação motora fina e grossa. Na concentração, o aluno aprende a ouvir e ver com vários graus de visão. Comportamento, concentração e desenvolvimento motor.
Percebe-se nas respostas de cada professora, apontamentos importantes
sobre os benefícios que a música pode promover para o indivíduo, as mesmas
enfatizam que a música realmente influência no cognitivo, contribuindo para a
aprendizagem e o comportamento da criança. A professora PE destaca, ―auxiliando
também na comunicação do indivíduo com o mundo exterior”. A professora PD1,
aponta que “estimula as áreas do cérebro” e a professora PI, enfatiza que por meio
da música é possível “aprender a ouvir e a ver com vários graus de visão‖, o que nos
leva a entender que a música possibilita novos olhares.
Vale destacar que a musicalização possui um papel fundamental na vida do
indivíduo, principalmente na educação.
Para Bréscia (2003, p. 81)
―[...] o aprendizado de música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo‖.
De acordo com a Bréscia, a música vai além do desenvolvimento de
aprendizado, tem a capacidade de envolver a pessoa e ampliar as atividades
cerebrais, melhorando no desempenho e estímulo. Ao analisar as respostas, haja
vista, que a professora PD1 trouxe como apontamento resultados concretos
60
referentes aos estímulos das áreas do cérebro, e que desde cedo respondemos a
este estimulo, dando ênfase sobre a música como ferramenta de provocação de
aprendizagem.
Para Pinto (2009, p.13-14)
Estudos já comprovaram que o desenvolvimento musical tem início na gestação e a continuidade deste processo ocorre após o nascimento. A educação musical deveria ser oferecida o mais cedo possível, tendo a possibilidade de desenvolver tanto a estrutura cognitiva como a emocional, a social e a habilidade musical.
Dado ao exposto, podemos observar que a música quanto mais cedo integrar
a criança mais desenvolvida será sua estrutura emocional, social e afetiva. Dessa
forma, possibilitará o desenvolvimento na área do conhecimento, da estrutura
emocional equilibrada e trará resultados positivos no campo intelectual ampliando a
aprendizagem. O Referencial curricular nacional para a educação infantil (1998, p.
48) aborda que:
A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social, conferem caráter significativo à linguagem musical. É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação infantil, particularmente. (BRASIL, 1998, p.45).
O RCNEI expõe ainda que, Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mãos etc., são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem a necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva. Aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados.
Como está exposta nas citações acima, a educação musical é considerada
como conteúdo que estimula e desenvolve a criança, além de atender a
necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva.
A oitava questão, solicita as educadoras envolvidas na pesquisa que citem
algum/uns caso/os concretos de aluno/s que melhoraram a aprendizagem e o
comportamento por influência da música. Logo, as educadoras mencionaram que:
61
PE: Com meus alunos é nítido ver o quanto melhoraram na fala e no comportamento. Alguns se mostravam muito tímidos e recatados no início das aulas, tendo dificuldades em se relacionar. Com a música sendo cantada diariamente, esses alunos começaram naturalmente com os demais alunos, tendo um ótimo entrosamento. PD: No nosso caso, da forma como trabalharmos a música com objetivos mais direcionados a questão pedagógica da aprendizagem, percebemos a evolução na aprendizagem, mas sabemos que ela contribui também para a mudança comportamental.
PD1: Criança com dificuldade em conhecer/reconhecer letra do alfabeto e sequência numérica; já utilizei para ensinar cores, isso com conteúdos básicos. A música ajuda a criança se concentrar e o retorno fundamental nesta faixa etária.
PS: Casos de alunos com baixa dicção desenvolveram melhor fluência.
PI: Sim, alguns que no momento vem para aula sem pegar no instrumento, sem conseguir ouvir, um som, sem postura, e com 3 ou 4 meses de aula, já conseguir ouvir os colegas, distinguir os sons diferentes, e obedecer os sinais de comando, aprendem a calcular o tempo, e o andamento da música e passam a se sentir importante, confiscando os sons e descobrindo novos caminhos dentro deles mesmos.
Por fim, após análise dos relatos das professoras envolvidas na pesquisa,
percebemos que as mesmas, tem vasto entendimento sobre a importância de utilizar
a música como recurso didático pedagógico, ferramenta riquíssima para auxiliar no
processo de desenvolvimento da criança. As educadoras enfatizam que, a educação
musical trabalha de forma abrangente a linguagem oral, o comportamento,
habilidades, concentração, amplia a percepção entre outros. Aspectos importantes
para a construção do ser humano e para um melhor aprendizado.
Bréscia (2003, p. 15) afirma:
O trabalho de musicalização deve ser encarado sob dois aspectos: os aspectos intrínsecos à atividade musical, isto é, inerentes à vivência musical: alfabetização musical e estética e domínio cognitivo das estruturas musicais; e os aspectos extrínsecos à atividade musical, isto é, decorrentes de uma vivencia musical orientada por profissionais conscientes, de maneira a favorecer a sensibilidade, a criatividade, o senso rítmico, o ouvido musical, o prazer de ouvir música, a imaginação, a memória, a concentração, a atenção, a autodisciplina, o respeito ao próximo, o desenvolvimento psicológico, a socialização e a afetividade, além de originar a uma efetiva consciência corporal e de movimentação.
62
Sob o ponto de vista da autora, a educação musical é essencial para ser
usada em sala de aula, sobre os aspectos que visam contribuir no sentido amplo do
processo de desenvolvimento do individuo, auxiliando em toda área do
conhecimento.
A música na sua essência oportuniza as crianças a aproximação com
diversos tipos de cultura, adentrando todas as áreas do conhecimento, entre outros
aspectos decorrentes da vivência musical. Assim sendo, cabe ao educador ponderar
as escolhas adequadas desse repertório, para proporcionar um desenvolvimento
eficaz e de qualidade no aprendizado de seus alunos. (BRÉSCIA, 2003).
5.2 O que dizem os pais?
Neste tópico são apresentados os dados referentes ao processo de
desenvolvimento do aluno dado por meio da educação musical, apontando os
resultados obtidos por meio dos questionários aplicados a três pais de alunos que
participam das aulas de música.
Para cruzamento de dados e melhor compreensão sobre a influência da
música na aprendizagem e no comportamento da criança na educação escolar, foi
questionado aos pais o seguinte. Qual a importância da música para a criança?
Para tal questionamento obtemos as seguintes respostas dos pais.
Pai 1: As crianças gostam e elas aprendem. Pai 2: É importante para a criança se desenvolver pois elas gostam de música e acabam se soltando. Pai 3: A música ajuda. Porque a criança gosta.
Por meio das respostas adquiridas, percebe-se que a música é importante
para o aprendizado das crianças e os relatos apontam que as crianças gostam e
aprendem. Conforme a fala do Pai 2 a música ajuda a criança a desenvolver-se
interagindo com o meio. Os pais não responderam a questão de forma clara, apenas
citaram que elas gostam e aprendem (Pai1) e a música ajuda (Pai3). Subentende
que eles acreditam que a música seja importante, no entanto, não afirmaram isso
em suas falas. Apenas o Pai2.
Contudo, pode-se assegurar que a educação musical é importante para o
desenvolvimento da criança, na sua maneira de se expressar, aprender e perceber,
63
principalmente no desenvolvimento escolar. Teca Brito (2003, p.41) enfatiza que ―o
modo como às crianças percebem, apreendem e se relacionam com os sons, no
tempo-espaço, revela o modo como percebem, apreendem e se relacionam com o
mundo que vêm explorando e descobrindo a cada dia‖.
Na questão número 2 foi questionado aos pais: você acredita que a música
utilizada como um recurso didático pedagógico influencia no conhecimento, na
aprendizagem e no comportamento da criança na educação infantil? Para tal
indagação as respostas foram:
Pai 1: Ajuda. Para aprender e brincar juntos. Pai 2: Sim. A música ajuda a chegar à criança, pois, é como se fosse a linguagem delas. É interessante para elas. Pai 3: Elas Escutam a música e já vão cantando.
Os pais 1 e 2, destacaram acreditam que a música utilizada como um recurso
didático pedagógico influencia no conhecimento, na aprendizagem e no
comportamento da criança na educação infantil. Já o pai 3 não respondeu o que foi
solicitado. A música é uma linguagem que estimula a criança e esse estímulo se dá
por meio das brincadeiras e pelo ouvir.
Prosseguindo com o questionário, a pergunta número três indagou o seguinte:
Para você a música facilitou ou ajudou no desenvolvimento da aprendizagem de seu
filho (a)? As respostas dos pais foram.
Pai 1: Ajudou muito, porque com as musiquinhas ele já consegue falar as letras e números, e chama a atenção das crianças. Pai 2: Ficou menos tímida, ajudou a interagir melhor com a professora e coleguinhas. Ficou mais responsável e mais atenciosa. Pai 3: Sim. A criança se desenvolve na fala e ela aprende cantando porque não esquece. Ele gosta de ouvir músicas.
Partindo da análise das falas dos pais é possível destacar que eles
consideram que a música ajudou no desenvolvimento e aprendizado do/a seu/a
filho/a, o Pai 1 destacou ―as letras e os números‖, o Pai 2 afirmou que a música
ajudou a sua filha a superar a timidez e melhorou a sua atenção, já o Pai 3,
destacou que houve melhora na fala.
Com relação à questão número quatro perguntamos aos pais, Se, e de que
64
forma a música contribui para o desenvolvimento afetivo e formação intelectual das
crianças? Como tem percebido isso em seu filho (a)?
Os mesmos trouxeram a seguinte resposta.
Pai 1: Fazendo ele esperar sua vez para cantar ou bater palma. Ele não conseguia porque era agitado. Pai 2: Elas gostam da música e tem ajudado muito. Pai 3: Elas falam muitas coisas e eles ouvem.
Nas falas dos pais, não é possível perceber se a música contribui para o
desenvolvimento afetivo e intelectual, pois nenhum deles respondeu o que foi
questionado.
Com relação à contribuição da música para a formação intelectual, Bueno
afirma,
[...] as experiências rítmico-musicais que permitem uma participação ativa (vendo, ouvindo e tocando) favorecem o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons, ela desenvolve sua acuidade auditiva, ao acompanhar gestos ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção, ao cantar ou imitar sons, ela está descobrindo suas capacidades e estabelecendo relações com o ambiente em que vive. (BUENO, 2011, p.182)
A questão de número cinco, indaga aos pais se observaram melhora quanto
ao desenvolvimento do/a filho/a após a educação musical. Cite algum caso concreto
As respostas foram:
Pai 1: Ele ficou mais concentrado porque gosta da hora da música
Pai 2: Ajudou a conversar melhor, pois, era tímida e não conversava nem com a professora. Melhorou a atenção e ficou mais calma.
Pai 3: Não me lembro.
Por meio das falas dos pais percebemos que a música ajudou a melhorar a
concentração, conforme fala do Pai1, ajudou na dicção, comunicação e nas relações
interpessoais, conforme destacou o Pai 2.
De fato, a música melhora a aprendizagem, influencia no comportamento e na
concentração da criança por meio da experiência com o meio.
Segundo Brito (2003, p.187) a música proporciona, ―aprender a escutar, com
concentração e disponibilidade, para tal faz parte do processo de formação de seres
65
humanos sensíveis e reflexivos, capazes de perceber, sentir, relacionar, pensar,
comunicar-se‖.
Para Weigel (1998, p.13): ―consequentemente, as brincadeiras musicais
contribuem para reforçar todas as áreas do desenvolvimento infantil, representando
um inestimável benefício para a formação e o equilíbrio da personalidade da criança
e do adolescente‖.
Desta forma, a música perpassa todo o sistema biológico, ficando gravada na
memória, sendo dificilmente esquecida, principalmente as cantigas e as músicas
com rimas repetitivas, pois fazem com que a criança aprenda de maneira rápida
reproduzindo-a por diversas vezes, a partir desse contexto dar-se-á o inicio do
aprendizado, na qual a criança começa a fazer ligação da música com o conteúdo
recebido, transmitido pelo educador mediador.
66
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em virtude dos fatos apresentados, esse estudo busca suscitar reflexões e
análise para a compreensão sobre a influência da música no cognitivo, na
aprendizagem e no comportamento da criança. Sabe-se que, atualmente diante do
baixo nível de aprendizagem e indisciplina do aluno, faz necessário a busca e a
inserção de recursos pedagógicos para auxiliar nas práticas educacionais.
Considerando que a música já esteve presente na educação nos séculos
passados, diferenciando do contexto atual que não é mais uma obrigatoriedade,
conforme disposto no art. 26 da LDB nº 9394/96. Desse modo, foi dada a nova
redação por meio da Lei nº 13.278, de 2016, retirando a música como conteúdo
obrigatório, estabelecendo então o seu ensino apenas no componente curricular de
Arte que também é obrigatório como uma linguagem artística no ensino educacional.
É importante frisar que, a música, bem como os outros meios artísticos,
oportuniza espaço para que a criança interaja e participa de maneira ativa,
exercendo uma função formidável para o seu desenvolvimento. A musicalização nas
escolas é percebida como ferramenta que visa solucionar de forma criativa e
dinâmica os conflitos, vistos como embaraços no processo educativo, ocasionando
de tal modo o despertar de interesse dos alunos, promovendo assim, um
aprendizado eficaz e satisfatório.
Consequentemente, mesmo diante das dificuldades e obstáculos frente ao
processo educacional, o educador mediador deve estar atento e apresentar métodos
educacionais que valorizem o saber da criança, utilizando-os como ponto de partida
para alcançar bons resultados na educação. Adequando ao processo de mudança,
que atualmente está acelerado, as crianças estão chegando mais cedo às escolas e,
parte delas estão apresentando baixo aprendizado e concentração entre outros
aspectos que afetam o desenvolvimento de aprendizagem, devido aos estímulos
que recebem do meio e do avanço tecnológico.
Contudo, pode-se afirmar que, por meio da música vários campos do
conhecimento podem ser estimulados, a linguagem, atitudes e comportamentos
contribuindo para o desenvolvimento da aprendizagem da criança e facilitando a
expressão de ideias, sentimentos, bem como a valorização da arte cultural.
Conforme foi relatado pelas professoras, as mesmas fazem uso da música
em suas aulas, reconhecendo como recurso didático pedagógico indispensável ao
67
processo de aprendizagem. Afirmaram que escolhem o repertório musical que
consideram adequado a fase em que o estudante se encontra e citaram as cantigas
de roda, parlendas, canções tradicionais, pop, dance, clássico, popular e valsa.
Repertório excelente para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio,
autoestima, coordenação motora, habilidades relacionadas à percepção,
concentração e ritmos, etc.
Desta forma, ao analisar as falas dos pais sujeitos participantes desta
pesquisa, podemos afirmar que a música enquanto recurso didático pedagógico
influencia no conhecimento, na aprendizagem e no comportamento da criança e que
a linguagem musical estimula a criança por meio das brincadeiras e pelo ouvir,
favorecendo desenvolvimento no aprendizado do/a seu/a filho/a, desinibindo-o e
melhorando a sua atenção.
Destarte, a música na educação favorece ainda o desenvolvimento estético e
artístico, por si só é relevante para a construção cognitiva do ser humano, recurso
imprescindível para a formação do intelecto da criança, que ao chegar à fase de
maturação, atinja a competência de pensar por conta própria e desempenhar a
criatividade de maneira crítica e livre, além de tudo isso, a música é fundamental no
desenvolvimento do cognitivo, auxiliando nas funções neurológicas, concentração, e
contribui para o caráter terapêutico em caso de deficiências e outros déficits.
A música pode ser utilizada em vários momentos, faz-se necessário ressalvar
que, o educador deve percebê-la como um recurso didático para o ensino-
aprendizagem, sabê-la escolher, pois a música tanto pode instigar o lado positivo
quanto o negativo, então faz necessário ter o olhar crítico para tal planejamento e
escolha.
Por conseguinte, acreditamos que a música é uma linguagem que ajuda no
processo de desenvolvimento cognitivo e intelectual da criança, e bem como no
comportamento abrangendo as habilidades e competências tornando-se relevante,
tanto quanto as outras áreas do conhecimento. A música pode e deve ser usada de
forma interdisciplinar e didática.
Contudo, tem-se ouvido falar sobre os eixos norteadores do campo de
experiências, importantes para o desenvolvimento da cultura da criança sendo eles;
Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza, Sociedade e
Matemática. De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil,
esses eixos são ferramentas para serem utilizadas pelo educador no cotidiano,
68
propondo meios de conhecimento e construção de diferentes linguagens para a
criança, mediante os fatores sociais, afetivos, psicológicos, familiares, econômicos.
Haja vista, que esses fatores são considerados importantes para o equilíbrio e
aprendizagem do aluno dentro do contexto escolar quanto para a vida social.
Por conseguinte, o uso da linguagem musical oportuniza aos educando
diversas condições necessárias para um bom desempenho da aprendizagem, pois
cria estímulos cerebrais para o desenvolvimento.
Vale salientar que esta pesquisa não se esgota apenas neste trabalho, uma
vez que trata de um assunto que exige reflexão, pois a música faz parte do
cotidiano, está presente em todos os momentos e ocasiões na vida de uma pessoa
e na sociedade, sendo podendo ser utilizada para fins diversos e até mesmo
contraditórios, por exemplo, a música está presente em situações de alegria, festas,
comemorações e de tristeza, eventos fúnebres. No entanto, que essa temática seja
estudada, discutida buscando formas e meios para que seja explorada nos
ambientes educacionais enquanto recurso didático pedagógico.
69
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73
APÊNDICE A – Questionário aplicado aos Professores
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE JI-PARANÁ
Departamento de Ciências Humanas e Sociais – DCHS 7º Período de Pedagogia
1. Qual a sua concepção acerca da música na educação?
2. Você acredita que a música pode ser usada como um recurso didático pedagógico para o ensino/aprendizagem na educação infantil e/ou fundamental até o terceiro ano? Justifique sua resposta
3. Professor/a, você costuma cantar em suas aulas e utilizar a música como recurso didático pedagógico?
4. Quais os estilos e gêneros musicais você considera mais apropriados para ser
utilizado na educação musical para ensinar as crianças?
5. Cite quais os estilos e gêneros musicais você mais utiliza em suas aulas.
6. Cite quais os conteúdos você trabalha por meio da música com a sua turma para o ensino e aprendizagem?
7. Professor/a, você acredita que a música influencia no cognitivo, na aprendizagem e no comportamento da criança na educação escolar? De que forma? Justifique e exemplifique a sua resposta.
8. Tem como você citar algum/uns caso/os concretos de aluno/s que melhoraram a
aprendizagem e o comportamento por influência da música?
74
APÊNDICE B – Questionário aplicado aos pais referente aos alunos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE JI-PARANÁ
Departamento de Ciências Humanas e Sociais – DCHS 7º Período de Pedagogia
1. Pais, para você qual a importância da música na educação infantil?
2.Você acredita que a música sendo utilizada como um recurso didático pedagógico
influencia no conhecimento, na aprendizagem e no comportamento da criança na educação infantil? De que forma? Justifique e exemplifique a sua resposta.
3.Para você a música facilitou ou ajudou no desenvolvimento e aprendizagem de
seu filho (a)?
4. Em sua opinião de que forma a música contribui para o desenvolvimento afetivo e formação intelectual das crianças? Você percebe isso em seu filho (a)?
5. Tem como você citar algo concreto se, e como a música melhorou a aprendizagem e o comportamento de seu filho?
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ANEXO A – Autorização de pesquisa
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA – UNIR
CAMPUS DE JI-PARANÁ
Curso de Pedagogia Ji-Paraná, 19 de agosto de 2018.
Da: Profa. Neidimar Vieira Lopes Gonzales Para: Direção da Escola E.E.E.F. Escola Profª Celso Rocco Assunto: SOLICITA AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA DE INICIAÇÃO CIENTIFICA
Senhor (a) Diretor (a):
O Curso de Pedagogia da Fundação Universidade Federal de Rondônia do Campus de Ji-Paraná, contempla em sua Matriz Curricular o componente Elaboração de Monografia. Venho, por meio deste, solicitar o aceite e a autorização de inserção do/a estudante: ANGELA DA SILVA CELESTINO nesta renomada instituição, para realizar atividades em consonância com os objetivos referentes à elaboração de sua Monografia. E, caso o/a estudante precisar fazer coleta de dados individualmente (questionário, entrevista, fotos, documentos) com membros da comunidade escolar adultos, o/a mesmo/a deverá providenciar por escrito, a respectiva autorização individual com a população envolvida, conforme necessário à sua Metodologia. E, em sendo crianças ou adolescentes menores de 18 anos a autorização para uso de imagem, dados orais, escritos ou qualquer tipo de produção dos mesmos deverá ser dada pelos respectivos pais ou responsáveis. Salientamos que os/as estudantes deverão respeitar todas as normas de funcionamento praticadas nesta instituição, bem como seguir rigorosamente todas as instruções da direção, equipe gestora, pedagógica e docente da escola onde realizarão sua visita. E, em respeito às crianças, os/as acadêmicos/as não estão autorizados/as a permanecer sozinhos/as com elas, por isso orientamos que, em estando com crianças, o/a estudante atue sempre e somente com a presença do/as professoras (es) das turmas presente ou junto com alguém designado pela escola.
Antecipadamente, expressamos nossos sinceros agradecimentos pela compreensão e colaboração desta renomada Instituição na co-formação de nossos/as professores/as. Colocamo-nos a disposição para maiores esclarecimentos ou solucionar eventuais situações decorrentes deste pleito pessoalmente.
Reiterando sinceros votos de estima e apreço,
Profa Neidimar Vieira Lopes Gonzales
Professora Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso.
Telefones:
Recebido e aceito pela Instituição em _______/____________________ de 2018
CARIMBO (ou nome por extenso) e assinatura do/a responsável da instituição
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