FACULDADE CENTRO MATOGROSSENSE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES PSICOMOTORAS NAS AULAS
DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ELOÍZE ARSEGO
SORRISO-MT
DEZEMBRO/2010
FACULDADE CENTRO MATOGROSSENSE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA- LICENCIATURA
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES PSICOMOTORAS NAS AULAS
DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ELOÍZE ARSEGO
Trabalho de Conclusão de Curso,
apresentado ao curso de Educação Física –
Licenciatura da FACEM – Faculdade
Centro Mato - Grossense, como requisito
parcial para a obtenção do Título de
Licenciado em Educação Física, sobre
orientação da professora Ms. Jussara
Cristina Mayer Ceron.
SORRISO-MT
DEZEMBRO/2010
iii
FACULDADE CENTRO MATOGROSSENSE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA- LICENCIATURA
FOLHA DE APROVAÇÃO
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES PSICOMOTORAS NAS AULAS DE
EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
ELOÍZE ARSEGO
Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em 07 de Dezembro de 2010, pela
Banca Avaliadora.
________________________________
Orientador(a) Ms. Jussara Cristina Mayer Ceron
(Facem - Faculdade Centro Mato-Grossense)
_______________________________
Professor(a) Esp. Adriana Telles Mathias de Camargo
(Facem - Faculdade Centro Mato-Grossense)
_______________________________
Professor(a) Ms. Mario Mecenas Pagani
(Facem - Faculdade Centro Mato-Grossense)
iv
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos meus pais, que são
fundamentais na minha vida, por estarem
sempre ao meu lado em todos os momentos,
me dando carinho e proteção e me auxiliando
para que eu pudesse alcançar meus objetivos, e
concretizar esta etapa de minha vida.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por guiar os meus passos e me dar forças para chegar até aqui.
Agradeço em especial
Aos meus pais Luiz Carlos e Maria Assunta e minha irmã Eveline pela paciência,
preocupação, incentivo e apoio em todos os momentos da minha vida.
A professora e orientadora, Ms. Jussara Cristina Mayer Ceron por sua competência e
conhecimento compartilhado.
As minhas amigas Andreia, Daiane e Diana, pela ajuda, e amizade. Que fique como
lembrança de nossa jornada juntas as aventuras compartilhadas.
Aos demais amigos e colegas de turma, pelas descobertas e emoções vividas durante o
curso, serão muito lembrados, amados e jamais esquecidos.
Obrigada!
vi
EPÍGRAFE
“O brinquedo é o trabalho da criança, é o seu
ofício, sua vida”.
KERGOMARD
vii
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................ viii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 3
2.1. GERAL ............................................................................................................................... 3
2.2. ESPECÍFICOS .................................................................................................................. 3
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 4
3.1. EDUCAÇÃO FÍSICA COMO COMPONENTE CURRICULAR ............................... 4
3.2. O MOVIMENTO DA CRIANÇA .................................................................................... 5
3.3. CONCEPÇÕES DE PSICOMOTRICIDADE ................................................................ 7
33.1 Visão Histórica da Psicomotricidade .............................................................................. 7
3.3.2. Abordagens Teórico Metodológicas da Educação Física na Escola........................... 8
3.4. UMA DISCUSSÃO SOBRE A COORDENAÇÃO MOTORA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL ................................................................................................................................. 9
3.5. SABERES ACADÊMICOS E RELAÇÕES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
INFANTIL ............................................................................................................................... 11
3.6. PERÍODOS DE DESENVOLVIMETO DA CRIANÇA ............................................. 13
3.6.1. Período Sensório Motor ............................................................................................... 14
3.6.2. Período Pré-Operacional ou objetivo-simbólico ........................................................ 16
3.6.3. Período das Operações Concretas ............................................................................... 17
3.6.4. Período das Operações Formais .................................................................................. 18
3.7. A PSICOMOTRICIDADE E A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA ......................... 19
4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 24
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 25
viii
RESUMO ELOÍZE A. A Importância das atividades Psicomotoras nas aulas de Educação Física na
educação Infantil. Sorriso – MT, 2010. 25p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) –
FACEM – Faculdade Centro Mato-Grossense.
A pesquisa aqui apresentada foi realizada com o objetivo de analisar a importância
das atividades psicomotoras nas aulas de educação Física na Educação Infantil através de uma
pesquisa bibliográfica. A psicomotricidade é uma ciência de extrema importância para o
desenvolvimento do ser humano e deve ser compreendida como tal e, a partir de atividades
psicomotoras nas aulas de Educação Física, o professor deve proporcionar aos seus alunos
uma variedade de movimentos e expressões que colaborem com o desenvolvimento afetivo,
motor e cognitivo dessas crianças, sendo de grande valia e importância para o seu
desenvolvimento global.
O presente estudo discorre sobre aspectos relevantes relacionados ao tema da
pesquisa, como a relação entre o movimento e a psicomotricidade com a Educação Física.
Palavras-chaves: Psicomotricidade, Educação Física, Educação Infantil.
1
1. INTRODUÇÃO
A Educação Física como área educacional, acompanhou o processo de evolução da
sociedade, passando a se preocupar com a formação de um indivíduo global. Neste sentido, a
Educação Física como componente curricular não pode ser vista de maneira isolada, mas
integrada as outras disciplinas, interferindo no cotidiano escolar e participando diretamente da
construção das bases éticas, morais, cognitivas e plurais da sociedade.
A educação física compreende os processos interativos entre os sujeitos e o meio,
proporcionando o desenvolvimento de propostas pedagógicas interdisciplinares. Como
temário introdutório que contextualiza esta área, segue a cultura do movimento e a descoberta
das aptidões características do universo infantil.
O movimento é um dos conteúdos que fortalecem o processo de ensino-
aprendizagem por ser relevante para as crianças. As atividades lúdico-motoras facilitam a
aquisição das noções simbólicas fundamentais para as aprendizagens escolares, promovendo a
espontaneidade, a imaginação e o pensamento criativo, constituindo em uma experiência
multi - sensorial da dinâmica de aprender. Como o movimento é parte inerente da
psicomotricidade e das aulas de educação física, este não pode ser desconsiderado ao analisar
o processo de alfabetização.
As atividades psicomotoras são grandes aliadas e proporcionam ao educando a
atitude de aprender a ler e a escrever, pois é possível desenvolver muitas habilidades nas
crianças com a ajuda da psicomotricidade, que refina todas as habilidades desenvolvidas. É
por meio dos sentidos e do movimento que a criança começa a se conhecer, dá início à sua
interação com os outros e com o ambiente. Justifica-se assim, o desenvolvimento das
pesquisas que abordandam a importância da psicomotricidade no processo de alfabetização.
De acordo com Ferreira (2000) “O desenvolvimento de uma criança é o resultado da
interação de seu corpo com os objetos de seu meio, com as pessoas com quem convive e com
o mundo onde estabelece ligações afetivas e emocionais”.
Considerando que a Educação Infantil é a primeira etapa da educação básica, e que
tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança, em seu aspecto psicológico,
intelectual, social e físico, esta produção pretende demonstrar a importância do
desenvolvimento psicomotor na Educação Infantil, a partir do estudo sobre Psicomotricidade,
suas principais características e finalidades, o papel do professor ao desenvolver tais
atividades e sua contribuição.
2
Busca-se, primeiramente uma visão teórica da Psicomotricidade, priorizando uma
conceituação do tema, mostrando que o estudo da Psicomotricidade permite compreender a
forma como a criança toma consciência do seu corpo e de suas possibilidades para poder
expressar-se, localizando-se no tempo e no espaço, e que através do desenvolvimento de
atividades educativas de movimento corporal contribui para a formação de sua personalidade.
Portanto, evidencia-se que o esquema corporal é um elemento para sua formação.
A propósito, esta pesquisa centrou-se na analise da importância da Psicomotricidade
para o processo de aprendizagem na alfabetização focalizando a disciplina de Educação Física
em suas contribuições neste processo de aquisição da leitura e da escrita. Dentre os objetivos
específicos destacam-se os fundamentos psicomotores mais relevantes para a alfabetização, a
contextualização do papel da Educação Física como componente curricular, além de
investigar a relação existente entre os professores de sala de aula com o professor de
Educação Física e como estes percebem e discutem a Educação Física como contribuidora do
processo de socialização e desenvolvimento da Educação Infantil.
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2. OBJETIVOS
2.1. GERAL:
Identificar como a psicomotricidade e sua relação com os saberes escolares, com as dimensões
e relações presentes na escola no processo educativo contribuem para o desenvolvimento
global da criança.
2.2. ESPECÍFICOS:
Propiciar aos professores da Educação Infantil um trabalho de renovação de suas
potencialidades, de incentivo as suas capacidades e reflexão sobre as suas habilidades a partir
do trabalho com o tema proposto.
Estudar atividades práticas, dinâmicas, sensibilizações, teorias e vivências psicomotoras.
Provocar discussões sobre a prática educativa na relação Educação Física e psicomotricidade.
Refletir sobre o processo didático – pedagógico na educação infantil e a formação do docente
que atua com Educação Física neste nível.
Destacar a importância do trabalho com a psicomotricidade na Educação Infantil.
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. EDUCAÇÃO FÍSICA COMO COMPONENTE CURRICULAR
No século passado, a Educação Física esteve estreitamente vinculada às instituições
militares e à classe médica. Esses vínculos foram determinantes, tanto no que diz respeito à
concepção da disciplina e suas finalidades quanto ao seu campo de atuação e à forma de ser
ensinada (PCNs, 2001).
Na década de 30, no Brasil, dentro de um contexto histórico e político mundial, com
ascensão das ideologias nazistas e fascistas, ganham força novamente as idéias que associam
a eugenização da raça à Educação Física. O exército passou a ser a principal instituição a
comandar um movimento em prol do "ideal" da Educação Física que se mesclava aos
objetivos patrióticos e de preparação pré-militar. O discurso eugênico logo cedeu lugar aos
objetivos higiênicos e de prevenção de doenças, este sim, passíveis de serem trabalhados
dentro de um contexto educacional (PCNs, 2001).
Apenas em 1937, na elaboração da Constituição, é que se faz a primeira referência
explícita à Educação Física em textos constitucionais federais, incluindo-a no currículo como
prática educativa obrigatória (e não como disciplina curricular), também havia um artigo
naquela Constituição que citava o adestramento físico como maneira de preparar a juventude
para a defesa da nação e para o cumprimento dos deveres com a economia (PCNs, 2001).
Já na década de 70, a Educação Física ganhou, mais uma vez, funções importantes
para a manutenção da ordem e do progresso. Nesse período estreitam-se os vínculos entre o
esporte e nacionalismo (PCNs, 2001).
Na década de 80, o Brasil não se tornou uma nação Olímpica e a competição
esportiva da elite não aumentou o número de praticantes de atividades físicas. Iniciou-se então
uma profunda crise de identidade nos pressupostos e no próprio discurso da Educação Física,
que originou mudanças: antes voltada apenas para o ensino de quinta a oitava série, passou a
priorizar o segmento de primeira a quarta séries e também a pré-escola (PCNs, 2001).
A lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996) em seu Artigo nº 26, parágrafo 3°,
determina que:
"A Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola é componente
curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e as condições da população
escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos".
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Os conteúdos da Educação Física estão organizados em três blocos (esportes, jogos,
lutas e ginástica; atividades rítmicas e expressivas; conhecimento sobre o corpo), que deverão
ser desenvolvidos ao longo de todo o ensino fundamental, tem a função de evidenciar quais
são os objetivos de ensino e aprendizagem, servindo como subsídio ao trabalho do professor
(PCNs, 2001).
No bloco conhecimentos sobre o corpo a Educação Física propicia ao educando o
conhecimento de si, usando-o como instrumento de expressão e satisfação das necessidades,
respeitando suas experiências anteriores e dando-lhes condições de adquirir e criar novas
formas de movimento.
O movimento corporal ou movimento humano não se resume em qualquer
movimento, é a articulação com determinado significado, que por sua vez lhe é conferido pelo
contexto histórico cultural.
Considera-se que o movimento humano só se concretiza através do corpo do homem.
Este movimento integra uma totalidade e não somente o ato motor, mas toda e qualquer ação
humana que vai desde a expressão até o gesto mecânico.
A Educação Física deve associar a emoção, a consciência, à busca do prazer, fazendo
o aluno se sentir bem com seu corpo no tempo e no espaço.
3.2. O MOVIMENTO DA CRIANÇA
Através da motricidade a criança apropria-se de um conjunto de informações que
progressivamente aprende a utilizar. Através do movimento começa a conhecer a si mesmo. O
movimentar-se é de grande importância biológica, psicológica, social e cultural, pois é através
da execução dos movimentos que as pessoas interagem com o meio ambiente, relacionando-se
com os outros, aprendendo sobre si mesma, sobre seus limites, capacidades e construindo a
solução dos problemas.
O movimento, nessa perspectiva torna-se um meio de educar: ele é o fio condutor em
torno do qual se molda a pessoa nos aspectos corporal e mental. A aquisição desses padrões
fundamentais de movimento é de vital importância para o domínio das habilidades motoras. A
Educação Física adquire papel importantíssimo à medida que ela estrutura o ambiente
adequado para a criança, oferecendo experiências, resultando numa grande auxiliar e
promotora do desenvolvimento motor e da garantia da aprendizagem.
6
Segundo Molinari (2003) A partir da metade do século XIX entra em cena a
psicomotricidade, de forma muito atuante e com uma visão de ciência e técnica. Novas
questões, advindas da percepção da complexidade das ações humanas, têm sido trazidas por
esse campo científico.
Os temas sobre a psicomotricidade eram abordados excepcionalmente em pesquisas
teóricas fixadas no desenvolvimento motor da criança. Com o tempo, as pesquisas passaram a
abranger a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o intelecto da criança. Seguiram
então outros estudos que ultrapassaram as preocupações com os problemas motores.
Molinari (2003) diz ainda A psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a
formação e estruturação do esquema corporal, o que facilita a orientação espacial. O intelecto
se constrói a partir da atividade física, e as funções motoras (movimento) não podem ser
separadas do desenvolvimento intelectual (memória, atenção, raciocínio), nem da afetividade
(emoção e sentimento). Para que o desenvolvimento da criança aconteça adequadamente, é
indispensável o domínio de habilidades a ele relacionado, considerando que essas habilidades
são fundamentais para as manifestações psicomotoras.
Entende-se que a Educação Física é imprescindível da educação infantil até Ensino
Fundamental, uma vez que nessas fases as crianças iniciam o processo de sistematização dos
seus conhecimentos, e com atividades diferenciadas, diminuem dificuldades, diferenças de
ritmos de aprendizagem.
A educação física procura, ao mesmo tempo, o desabrochar das aptidões do
indivíduo e a aquisição das capacidades extraídas do patrimônio humano. Para tanto, ela
associa uma pedagogia de desenvolvimento, que respeita a criança traz em si, a uma
pedagogia de formação, preocupada em proporcionar-lhe mais poderes sobre si mesmos e
sobre o mundo (PCNs, 2001).
As atividades dirigidas na escola ajudam a criança a construir uma imagem do corpo,
tirando o melhor partido dos seus recursos, preparando-a para a nova etapa.
Devendo ser considerada como uma educação de base na escola primária, ela
condiciona todos os aprendizados pré-escolares e escolares; levando a criança a tornar
consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, á dominar o tempo, a adquirir
habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos, ao mesmo tempo em que desenvolve
a inteligência.
7
3.3. CONCEPÇÕES DE PSICOMOTRICIDADE
A psicomotricidade tem se preocupado com a relação entre o homem e seu corpo,
considerando não só os aspectos psicomotores, mas os aspectos cognitivos e sócio-afetivos
que constituem o sujeito. Diversos autores apresentam conceitos relacionados à
psicomotricidade. Para Vayer (1986), "a educação psicomotora é uma ação pedagógica e
psicológica que utiliza os meios da educação física com o fim de normalizar ou melhorar o
comportamento da criança".
Barreto (2000), "afirma que é a integração do indivíduo, utilizando, para isso, o
movimento e levando em consideração os aspectos relacionais ou afetivos, cognitivos e
motrizes". É a educação pelo movimento consciente, visando melhorar a eficiência e diminuir
o gasto energético.
Já para Fonseca (1988), "a psicomotricidade é atualmente concebida como
integração superior da motricidade, produto de uma inteligível entre a criança e o meio. É um
instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e se materializa". Portanto,
Psicomotricidade é a área que se ocupa do corpo em movimento. Mas, não podemos esquecer
que o corpo é um dos instrumentos mais poderosos que o sujeito tem para expressar
conhecimentos, idéias, sentimentos e emoções. É ele que une o indivíduo com o mundo, que
lhe dá as marcas necessárias para que se constitua como sujeito.
33.1 Visão Histórica da Psicomotricidade
Da civilização oriental à civilização ocidental-grega passando pela idade média até
os dias atuais, a significação do corpo sofreu inúmeras transformações. Desde Aristóteles,
passando pelo cristianismo, o corpo foi, de certo modo, negligenciado em função do espírito.
(FONSECA, 1995). Somente no século XIX o corpo passa a ser estudado por neurologistas.
De acordo com FERREIRA (2000), Henri Wallon é, provavelmente, o grande
pioneiro da psicomotricidade, vista como campo científico. Médico, psicólogo e pedagogo,
impulsiou as primeiras tentativas de estudo da reeducação psicomotora.
Wallon (1976, apud FERREIRA, 2000) afirma que é "sempre a ação motriz que
regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais". O desenvolvimento de
uma criança é o resultado da interação de seu corpo com os objetos de seu meio, com as
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pessoas com quem convive e com o mundo onde estabelece relações afetivas e emocionais.
Todo ser tem seu mundo construído a partir de suas próprias experiências corporais, por meio
de um corpo organizado.
A psicomotricidade tende atualmente a ser reconceitualizada, não só por fatores
antropológicos, filogenéticos, ontogenéticos, mas Jingüísticos, cibernéticos e
psiconeurológicos. É na interação Transisciplinar dessas áreas do saber que provavelmente se
colocará no futuro a evolução e atualização do conceito de psicomotricidade. (FONSECA,
2004).
Sendo assim, a psicomotricidade estabelece relações entre o comportamento e o
desenvolvimento da criança e a maturação do seu sistema nervoso, pois só assim poderá
construir estratégias educativas, terapêuticas e reabilitativas adequadas às necessidades
específicas da criança. (FONSECA, 2004).
À medida que a criança cresce, sua habilidade motora vai se aprimorando, e a
capacidade de controlar seus músculos e mover-se com desenvoltura aumentam
consideravelmente.
Não se pode forçar este processo de maturação. É necessário que músculos, ossos e
sistema nervoso tenham atingindo determinado estágio de desenvolvimento para que
naturalmente as crianças desenvolvam atividades específicas.
Segundo FERREIRA (2000), "o desenvolvimento psicomotor é de suma importância
na preservação de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da
lateralidade e do ritmo".
3.3.2. Abordagens Teórico Metodológicas da Educação Física na Escola
Mesmo com tantos conceitos, pode-se dizer que a psicomotricidade educa o
movimento e ao mesmo tempo coloca em jogo as funções da inteligência. Mas o aspecto mais
relevante está relacionado à extensão do controle sobre o corpo e seus movimentos. Em
conseqüência disto são muito interessantes às mudanças que tem lugar no âmbito do
desenvolvimento motor, onde ocorrem importantes transformações tanto prática (da ação)
como simbólicas (da representação).
FONSECA (1988) comenta que "o movimento humano é construído em função de
um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-
se em comportamento significante". O movimento humano é a parte mais ampla e
9
significativa do comportamento do ser humano. É obtido através de três fatores básicos: os
músculos, a emoção e os nervos formados por um sistema de sinalizações que lhes permitem
atuar de forma coordenada. O cérebro e a medula espinhal enviam aos músculos pelos seus
mecanismos cerebrais ordens para o controle da continua atividade de movimentos com
específica finalidade e dentro das condições ambientais. Essas ordens sofrem as influências do
meio e do estado emocional do ser humano.
As habilidades motoras adequadas para explorar na alfabetização são as que
permitirão às crianças atingir o estágio de movimentos dentro de suas condições ambientais e
com específica finalidade (FERREIRA, 2000).
A unidade básica do movimento, que abrange a capacidade de equilíbrio e assegura
as posições estáticas, são as estruturas psicomotoras. As estruturas psicomotras definidas
como básicas são: locomoção, manipulação e tônus corporal, que interagem com a
organização espaço-temporal, as coordenações finas e amplas, o equilíbrio, a lateralidade.
Elas são traduzidas pelos esquemas posturais e de movimentos, como: andar, correr, saltar,
lançar, entre outras consideradas superiores, como: estender, elevar, abaixar, flexionar, etc. E
ainda outros movimentos que se relacionam: movimentos da cabeça, pescoço, mãos e pés.
Esses movimentos são conhecidos na Educação Física como movimentos naturais e
espontâneos da criança. Baseiam-se nos diversos estágios do desenvolvimento psicomotor,
assumindo características qualitativas e quantitativas diversas (FONSECA, 1988).
O movimento refere-se, geralmente, ao deslocamento do corpo como um todo ou dos
membros, e na psicomotricidade o importante não é o movimento do corpo como o de
qualquer outro objeto, mas a ação corporal em si, a unidade biopsicomotora em ação.
3.4. UMA DISCUSSÃO SOBRE A COORDENAÇÃO MOTORA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
A psicomotricidade na educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental atua
como prevenção. Com ela podem ser evitados problemas como falta de concentração,
confusão no reconhecimento de palavras, letras e sílabas e outras dificuldades relacionadas à
alfabetização.
A criança deve ser exposta ao exercício motor para a escrita a fim de que ocorra o
domínio do gesto, sem que sejam reprimidas as possibilidades da expressão gráfica
espontânea. A grande questão é como encontrar estratégias de contextualização dessa prática
10
sem desconsiderar que a escrita não é composta apenas da ação e que o foco de sua
aprendizagem deve estar, também, no domínio do significado. Assim como a aprendizagem
de qualquer outra habilidade motora é melhorada com a prática, o desempenho da escrita
também é.
São importantes as atividades de motricidade fina, que se manifesta no fato de que,
ao longo dos anos pré-escolares, as crianças vão pouco a pouco adquirindo habilidades que
lhes permite as primeiras atividades como traçar linhas verticais, pintar com os dedos e
desenhar figuras circulares (em torno dos três anos), a seguir ações como desenhar uma
pessoa (com resultados muito expressivos, embora ainda sem grande exatidão) e recortar com
tesouras (3-4 anos) mais tarde começa a traçar letras rudimentares e a manejar com mais
desenvoltura em seus desenhos as combinações de curvas e retas (4-5 anos), e a seguir ser
capazes de realizar traços já mais típicos da escrita convencional (5-6 anos)
(FLAVELL,1996).
O fato de que, aos 5-6 anos, a criança já é capaz, em geral, de fazer a escrita, não
significa nem que até essa idade não possa fazer nada em relação ao treinamento para a escrita
(há muitas atividades de exercitarão a motricidade fina que podem ser realizadas), nem que tal
treinamento tenha que ser introduzido necessariamente aos 5-6 anos (pois o controle fino
ainda não está bem estabelecido em muitas crianças e porque, além disso, escrever implica
não somente fazer traços de uma determinada forma, mas também estabelecer certas relações
complexas entre traço gráfico e significado, relações que não têm obrigatoriamente que
amadurecer ao mesmo ritmo que o controle motor) (FLAVELL, 1996).
Segundo GONÇALVES (2005) a coordenação viso-motora implica na completa
integração entre visão e os movimentos do corpo (movimentos gerais ou específicos dos
membros).
Nas atividades motoras de correr, chutar, pular, são os olhos que dirigem os
movimentos dos pés. Já nas atividades de arremessar uma bola com a mão, de escrever, de
recortar, de desenhar, são os olhos que dirigem os movimentos das mãos (GONÇALVES,
2005)
A memória visual está em íntima relação com a atenção, pois permite que a criança
forme uma imagem visual das palavras o que facilita o reconhecimento rápido e instantâneo
dos símbolos impressos durante a leitura e escrita.
O acompanhamento visual refere-se ao deslocamento dos olhos ao longo da linha,
tanto no ato de ler como no ato de escrever. Para que a leitura e a escrita se produzam com
exatidão, é necessário, que os dois olhos convirjam para o mesmo ponto, ou seja, a criança
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deve possuir uma boa visão binocular, se por algum motivo, houver um desvio ocular, os dois
olhos não conseguem convergir para o mesmo ponto, então, a criança enfrentará sérios
problemas para ler e escrever, pois as palavras serão vistas de forma confusa e tremida.
(FLAVELL, 1996).
3.5. SABERES ACADÊMICOS E RELAÇÕES PEDAGÓGICAS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
As ações educativas específicas, de acordo com FREIRE (2004), só devem exercer-
se depois que a própria criança tenha suas experiências em um bom clima afetivo.
O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos
externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há aprendizados que podem
ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe
pelo processo de maturação física, psicológica e social.
Ao analisar com mais atenção o processo de aprender, o primeiro fato que se observa
é a sua complexidade, pois não se trata apenas de entrar em contato com o objeto do
conhecimento, mas também de construí-Io apropriar-se dele. Essa tarefa impõe um trabalho
organizado por parte indivíduos envolvidos, tanto aquele que ensina, como aquele que
aprende.
Para GONÇALVES (2005), "a concepção de aprendizagem deve ser, portanto, a de
um processo: o conhecimento se constitui ao longo de um tempo e de forma organizada".
Tanto na abordagem teórica, como a de grandes educadores, constata-se de forma
marcante e inegável que a atividade de aprender é de extrema complexidade, mas ela é
possível quando a criança recebe estímulos da família e principalmente da escola que vê o
educando além de um ser biológico ou fisiológico.
O corpo que corre é o mesmo que sente, conhece e expressa e o trabalho psicomotor
resulta numa melhor aptidão para a aprendizagem do desenvolvimento da criança.
Segundo TISI (2004), "o objetivo central da educação pelo movimento é contribuir
para o desenvolvimento psicomotor da criança, do qual depende, ao mesmo tempo, a
evolução de sua personalidade e sucesso escolar".
Para FERREIRA (2000), "o movimento para a criança pequena significa muito mais
que mover partes do corpo ou deslocar-se no espaço. A criança se expressa e se comunica
através dos gestos e das mímicas faciais e interage fortemente utilizando o apoio do corpo".
12
Segundo FLAWEL (1996), para iniciar o processo de alfabetização dependem de
determinados fatores. Tais como:
• Fisiológicos: incluem a maturação física e o crescimento; predomínio cerebral e
lateralidade; maturação neurológica, visual, auditiva e o funcionamento dos órgãos da fala.
• Ambientais: incluem as experiências sociais acumuladas pelas crianças em
interação com o meio ambiente.
• Emocionais: incluem a motivação para aprender e, a adaptação e interação da
criança com o meio ambiente.
• Intelectuais: incluem a atividade mental em geral, as atividades perceptivas de
discriminação visual e auditiva, raciocínio, pensamento.
É esperado que a criança ao atingir 7 anos tenha desenvolvido todas as funções
neurológicas básicas para que ela possa aprender a ler e a escrever. Mas, muitas vezes, o
ambiente que ela vive não é favorável para que isso ocorra.
Outras têm esse espaço e nenhuma restrição quanto aos limites, uma vez que os pais
deixam-nas soltas na rua. Dessa forma desenvolvem a coordenação motora grossa através dos
movimentos amplos, mas não a coordenação motora fina.
Outras ficam paradas durante horas por dia, diante da televisão, como se o ver e não
o fazer fossem o meio mais apropriado de desenvolver a mente e o corpo. Muitos sofrem
sérias privações sociais, não têm colegas ou irmãos para brincar, ou ficar afastadas dos pais o
dia inteiro porque eles saem para trabalhar e só voltam para casa à noite.
Todas essas crianças quando chegam à escola encontram sérias dificuldades. Qual é a
atitude que os professores devem tomar? Encaminha-Ias para uma clinica para que façam um
tratamento? Não. Nem todos os casos necessitam de tratamento clínico e é importante frisar
também que a dificuldade para aprender não é sinônima de deficiência mental.
Crianças que não aprendem na sua maioria apresentam falhas no desenvolvimento
das habilidades, que sendo bem trabalhadas em sala de aula, levam a um melhor rendimento
escolar.
A Educação Física na escola possibilita a criança, movimentar-se de forma natural,
se relacionado, concomitante, consigo mesma e com o ambiente, obtendo dessa forma o
controle motor que favorece os desenvolvimentos biológicos, psicológicos e socioculturais.
Sem um bom desenvolvimento dessas áreas, a criança terá grande dificuldade em ter
um bom desenvolvimento na escrita, papel social, no relacionamento e na sociabilidade.
Para TISI (2004), "a Educação Física deve atuar como qualquer outra disciplina da
escola, e não desintegrada dela, sem se tornar uma disciplina auxiliar de outras".
13
Fica claro que a Educação Física tem um papel importante na educação, ocorrendo
sua ação principal, na organização das funções neurológicas. Para cada habilidade apenas uma
atividade não é suficiente, é necessário que eles sejam dados constantemente, repetidos,
variados, durante o ano todo.
Quando a criança não consegue escrever nas primeiras tentativas é porque ela não
está preparada para isso e forçá-Ia não vai adiantar. É necessário ajudar a criança, criando
para que ela possa ir se amadurecendo sem criar tensão no ambiente que está.
Vale atentar que a postura compreensiva, amiga, afetiva do professor, certamente só
irá ajudar a criança. Então as atividades devem estar em grau de dificuldade; comece sempre
das próprias crianças e de objetos reais antes de utilizar gravuras, lápis ou papel.
Segundo Santos (2004) Evite que as crianças caçoem dos colegas que tenham
dificuldades. Não se preocupe em fazer com que todas as crianças participem no mesmo dia,
de todas as atividades. A participação de algumas crianças muitas vezes vai acontecendo aos
poucos.
3.6. PERÍODOS DE DESENVOLVIMETO DA CRIANÇA
O desenvolvimento psicomotor da criança é, sem dúvida, indispensável para se
entender a psicomotricidade. É a partir desses pontos de referência escalonados que se podem
construir todos os testes infantis, e as escalas de quociente de desenvolvimento (QD); e, por
conseguinte, que se pode avaliar e diagnosticar o atraso atual, assim como o desenvolvimento
futuro. (FONSECA, 1995).
O desenvolvimento da criança faz-se por impulsos locais, de maneira não unitária,
mas segmentar e diversificada. Portanto, é necessário levar em conta as relações mantidas
entre os diversos elementos do desenvolvimento; uma aquisição rápida pode ser compensada
por um atraso, progressos muito nítidos (no andar) podem ser acompanhados de uma lenta
evolução.
Apesar do caráter global do desenvolvimento psíquico, Piaget (apud GOULART,
1996, p. 26) distinguiu nele aspectos ou funções diferenciados que são:
• Funções de conhecimento: responsáveis pelo conhecimento que se tem do mundo e
que incluem o pensamento lógico (que evolui desde os reflexos) até o pensamento operatório;
14
a organização da realidade (evolui desde o estado de indiferenciação entre o eu e o mundo)
até as percepções complexas a respeito de si e do mundo e a construção de conceitos.
• Funções de representação: funções às quais representamos um significado qualquer
(pessoa, objeto ou acontecimento) usando um significante determinado (palavra, gesto,
desenho). Neste grupo Piaget inclui a imitação diferida, o jogo, o desenho, a linguagem e a
imagem mental.
• Funções afetivas: constituem, para Piaget, o motor do desenvolvimento cognitivo.
Considera ainda que o desenvolvimento dessas funções seja marcado por períodos dotados de
características bem definidas, as quais expõem uma estrutura qualitativamente diferente da
que a precedera e das que a sucederão, ao mesmo tempo em que preparam o indivíduo para o
estágio seguinte.
Para Piaget (apud Flavell, 1996), o crescimento é visto como uma série de estágios,
uma sucessão de novas estruturas ou organizações mentais que são as bases para emergência
de novas capacidades mentais, e os estágios são:
• 1° período: Sensório-Motor (0 a 2 anos);
• 2° período: Pré Operatório ou Objetivo simbólico (2 a 7anos);
• 3° período: Operações Concretas (7 a11 anos);
• 4° período: Operações Formais (11 em diante).
3.6.1. Período Sensório Motor
O primeiro momento do desenvolvimento lógico é denominado sensório-motor
porque nele se verifica uma coordenação sensório-motora de ação baseada na evolução da
percepção e da motricidade. Estende-se do nascimento ao aparecimento da linguagem, isto é,
do O mês até por volta dos 2 anos. Nesta fase, rápida embora importante, Piaget situa a
origem de um comportamento inteligente. Tratam-se, entretanto, de inteligência
essencialmente prática, tendente à busca de resultados favorável mais do que ao enunciado de
verdades (PIAGET, apud Flavell, 1993).
O importante aspecto unificador desse período é que a criança adquire habilidades e
adaptações de tipo comportamental. Os esquemas sensório-motor organizam a informação
sensorial e resultam em comportamento adaptativo, mas não acompanhados por qualquer
representação cognitiva ou conceitual do comportamento ou do ambiente adaptativo e
15
inteligente, mas são as raízes históricas a partir das quais se desenvolvem os esquemas
conceituais posteriores.
Durante a infância a criança torna-se capaz de coordenar informações obtidas através
das várias modalidades sensoriais, e de integrá-Ia como se as diferentes modalidades fossem
fontes de informação, a respeito dos mesmos objetos independentes.
Assim, o bebê torna-se capaz de olhar para aquilo que ouve; sua pressão ou seu
andar pode ser guiado por indicações auditivas, visuais ou táteis atuando como se fossem
intercambiáveis. Os esquemas, que incluem diferentes partes do corpo, são também
integrados. O bebê pode, por exemplo, manter fixa a mão, de forma que possa olhar para um
objeto que esteja nela, e pode integrar as duas mãos, de forma que atuem cooperativamente.
(BOCK, 1999).
Uma segunda aquisição básica do período sensório motor é a capacidade do bebê
para atuar como se o mundo externo fosse um local permanente não um local cuja existência
dependesse de sua percepção. Por exemplo, torna-se capaz de procurar objetos, que
desapareceram, e de buscá-Ias, a partir de informações quanto ao local para onde foram
levados. (BOCK, 1999).
Para chegar a um objeto, pode fazer um caminho diverso do caminho seguindo pelo
objeto, como se tivesse certa noção do espaço circundante que permite tornar vários caminhos
para o mesmo ponto. É também capaz de voltar ao seu ponto de partida, talvez por um
caminho diferente do empregado para sair dele. Finalmente é capaz de apresentar
comportamento dirigido para o objeto, desde o início, governado por alguma intenção. Pode
encadear duas ou três ações, todas sob a motivação para atingir o ponto final da seqüência.
Pode até, por volta do fim da infância, construir novas ações, nunca tentadas antes, para
chegar a objetivos de outra forma inatingível.
Do ponto de vista do desenvolvimento do pensamento, o período sensório-motor é
dividido em 6 subestágios, que são segundo Piaget ( Apud FLAVELL, 1993):
Exercício reflexo: em que a atividade é puramente reflexa, como sugar, e estende-se
pelo 10 mês de vida.
Reações circulares primárias: equivale à formação dos primeiros hábitos; a criança
tende a repetir o comportamento relativo ao próprio corpo, assim quando a criança faz um
movimento com a mão repete-o seguidas vezes, como se não pudesse parar.
Coordenação de visão e preensão e começo das reações circulares secundárias:
inicia-se a coordenação, a criança agora repete os comportamentos que produziram certo
efeito e o faz intencionalmente, vai até aproximadamente 8 meses. (BIAGGIO, 1988).
16
Coordenação dos esquemas secundários: a criança que conseguiu produzir um som
ao balançar o chocalho, usa o mesmo esquema para tentar acender a luz, vai até cerca de 11
meses. (GOULART, 1996).
Diferenciação dos esquemas de ação por reação circular terciária: variação das
condições de exploração e tateamento dirigido, descoberta de meios novos, a criança tenta
outros meios de acender a luz, solicitar comida, vai até os 18 meses.
Início da interiorização dos esquemas e solução de alguns problemas: ao defrontar-se
com uma situação problemática, a criança, numa conduta que anuncia a representação, para,
observa a situação e, em seguida, apresenta uma resposta, vai até mais ou menos 2 anos.
3.6.2. Período Pré-Operacional ou objetivo-simbólico
O período de desenvolvimento lógico denominado objetivo-simbólico ocorre
aproximadamente 2 anos até cerca de 7 anos e caracteriza-se pela preparação e organização
das operações concretas, tendo uma estrutura pré-operatória.
A criança, que no período anterior teve um desenvolvimento das suas sensações e
dos seus movimentos, portando centrada nela mesma, agora se volta para a realidade exterior,
isto é, expande do subjetivo para o objetivo. Além disso, a partir de aproximadamente 18
meses, a criança começa a falar, depois a usar jogos de faz-de-conta, a imitar, isto é instala-se
o simbólico. (PIAGET, Apud FLAVELL, 1996).
De 2 a aproximadamente 4 anos, a linguagem, o jogo simbólico, a imitação, etc. vão
se organizando, permitindo, então, caracterizar este estágio pelo surgimento da representação
(PIAGET, Apud FLAVELL, 1996).
De 4 a 5 nos e meio, aparecem as organizações representativas, este período coincide
com a fase dos porquês, e as primeiras estruturas representativas têm caráter de dualidade.
De 5 e meio a aproximadamente 7 anos a fase é intermediária entre anão conservação
e a conservação, neste momento a criança já é capaz de acompanhar o movimento de se
transformar a bola de massa em salsicha e admitir que é possível volta-Ia a forma
anterior(PIAGET, Apud FLAVELL, 1996).
A partir dos 4 anos, o tipo dominante de raciocínio é denominado intuição. O
raciocínio intuitivo, embora bastante rápido, e pré-Iógico e fundamenta-se exclusivamente na
percepção, a criança adquire um modo de lidar com muitos dos problemas de integração, de
diferentes pontos de vista, e com informações de diferentes fontes. Embora freqüentemente
17
possa descobrir seu caminho num problema, não tem ainda uma clara representação
conceitual que permite chegar à resposta correta.
Enquanto as operações concretas (que marcam o início do terceiro período) não
forem construídas, o pensamento da criança é centrado em itens privilegiados
momentaneamente, seja no seu próprio ponto de vista, seja nos resultados da atividade ou
ainda em certas características dos objetos envolvidos na sua ação. (BIAGGIO 1988).
Durante o período pré-operacional, a criança está dolorosamente desequilibrada em
seu pensamento conceitual. Cai em contradições evidentes; pode, em certos momentos, dizer
que A é maior que B, e, um momento depois dizer que B é maior do que A, sem compreender
que as duas afirmações são incompatíveis. No entanto, grande parte do comportamento diário
da criança é estável e integrado, e, na medida em que sua linguagem está estreitamente ligada
a esquemas comportamentais, também apresenta muitos sinais de pensamento lógico.
(PIAGET, Apud FLAVELL, 1996).
Portanto, esse período é um dos que oferecem maior dificuldade à compreensão. É
muito fácil subestimar a capacidade da criança, a partir de seus fracassos notórios, em
problemas lógicos simples, mas é igualmente fácil superestimar sua capacidade, a partir de
seu comportamento sensato e lógico, em situações de brinquedo livre.
3.6.3. Período das Operações Concretas
A partir de aproximadamente 7 anos muda-se a forma pela qual a criança aborda o
mundo. Nesta fase as ações são interiorizadas e passam a constituir as operações.
Segundo Piaget (Apud FLAVELL, 1996), as operações lógicas que vão emergindo
ao longo do processo de desenvolvimento têm como modelo as operações lógicas-
matemáticas e se organizam como estruturas mentais. Por se assemelharem às estruturas
matemáticas do grupo, ele as denomina agrupamentos, já que lhes falta a perfeição do modelo
teórico ideal.
Em nível de pensamento a criança consegue, (PIAGET, Apud FLAVELL, 1996):
• Estabelecer corretamente as relações de causa e efeito e do meio e fim;
• Seqüência idéias ou eventos;
• Trabalhar com idéias sob dois pontos de vista, simultaneamente;
• Formar o conceito de número (no início do período, sua noção de número está
vinculada a uma correspondência com o objeto concreto).
18
No aspecto afetivo ocorre o aparecimento da vontade como qualidade superior e que
atua quando há conflito de tendência ou intenções entre o dever e o prazer. (PIAGET, Apud
FLAVELL, 1996).
A criança adquire autonomia e estabelece outras relações com os adultos, passando a
organizar seus próprios valores morais. O grupo de colegas satisfaz, progressivamente, as
necessidades de segurança e afeto, e como característica escolhem seus amigos,
indistintamente, entre meninos e meninas, sendo que no final do período, a grupalização com
o sexo oposto diminui.
A tarefa cognitiva imposta à criança dos 7-8 anos, no período operacional concreto, é
dominar as operações. A operação é uma ação interiorizada, que se torna reversível para se
condenar com outras na forma de estruturas operatórias.
O sistema de operações, uma vez elaborado, constitui um instrumento para
incorporação do mundo físico e social. Para compreender, por exemplo, que dois corpos de
tamanhos e formatos diferentes têm a mesma quantidade de água, o indivíduo em de realizar
ações sobre essa realidade.
É a construção dos sistemas de operações relativos à conservação da qualidade, às
séries, classes, números, espaço, etc., que permite a compreensão da realidade e sua nomeação
através de palavras, na forma utilizada pelo adulto (BIAGGIO 1988).
3.6.4. Período das Operações Formais
BIAGGIO (1988), tem enfatizado que o nível das operações concretas não é o fim do
desenvolvimento. Ele sugere a existência de uma outra mudança fundamental entre os 11 ou
12 anos, aproximadamente no inicio da puberdade.
Piaget denomina este novo período de operações formais, para distingui-Io das
operações concretas. A mudança fundamental é que a criança não permanece mais ligada ao
concreto, que ela dispõe das mesmas operações, mas é capaz de fazê-las de cabeça.
Neste período, ocorre a passagem do pensamento concreto para o pensamento
formal, abstrato, isto é, o adolescente realiza as operações no plano das idéias, sem necessitar
de manipulação ou referências concretas, como no período anterior. É capaz de lidar com
conceitos como liberdade e justiça, dominando progressivamente, a capacidade de abstrair e
generalizar cria teorias sobre o mundo. Isso é possível graças à capacidade de reflexão
espontânea e cada vez mais descolada do real. (PIAGET, Apud FLAVELL, 1996).
19
Do ponto de vista de suas relações sociais, também ocorre o processo de caracterizar-
se, inicialmente, por uma fase de interiorização, se afasta da família, não aceita conselhos,
mas na realidade o alvo de sua reflexão é a sociedade. (PIAGET, Apud FLAVELL, 1996).
A criança de 11 e 12 anos pode classificar sem ajuda de coisas concretas, desenvolve
a imaginação das possibilidades e então as organiza. Nesta fase constrói os sistemas de
operações relativos à conservação, a quantidade, às séries, classes, número e espaço,
permitindo a compreensão da realidade e sua nomeação através de palavras, na forma
utilizada pelo adulto.
O adolescente vive conflitos, deseja libertar-se do adulto, mas ainda depende dele.
Deseja ser aceito pelos amigos e pelos adultos. O grupo de amigos é um importante
referencial para o jovem, determinando o vocabulário, as vestimentas, começa a estabelecer
sua moral individual, que é referenciada à moral do grupo. (PIAGET, Apud FLAVELL,
1996).
Em resumo: o adolescente raciocina cientificamente, formando hipóteses e
comprovando-as na realidade ou em pensamento. Enquanto a criança envolve apenas objetos
concretos, o adolescente pode imaginar possibilidades.
Compreende que o pensamento não consiste em contradizer, mas em adiantar e
interpretar a experiência, pois atingiu a fase crítica do desenvolvimento intelectual, chamada
de fase do equilíbrio.
3.7. A PSICOMOTRICIDADE E A APRENDIZAGEM DA CRIANÇA
Em meio a tantas transformações, a Educação Física ganha um espaço importante na
vida da criança, pois é o momento em que ela pode ser ela mesma, longe das cobranças, das
cópias e das tarefas.
De acordo com os PCN de Educação Infantil (1998), "o movimento é uma dimensão
do desenvolvimento e da cultura". As crianças se movimentam desde o nascimento, faz parte
de a natureza humana expressar sentimentos, emoções e pensamentos através de gestos e
posturas corporais. Por isso o "movimento humano constitui-se em uma linguagem que
permite às crianças agirem sobre seu meio físico e atuarem sobre o ambiente humano" (PCN,
1998, p.15).
Através desse movimento a criança conhece uma forma de comunicação em contato
com o meio e com os amigos, a criança recorre a temas e questões de seu interesse, além de
20
aprender sobre o mundo e si mesma pela linguagem corporal por meio das explorações que
faz. Segundo Tisi (2004, p. 20), "o objetivo geral da educação pelo movimento é contribuir
para o desenvolvimento psicomotor da criança, do qual depende, ao mesmo tempo, a
evolução de sua personalidade e o sucesso escolar". Através do movimento e da Educação
Física especificamente voltada para a educação infantil e seu interesse é possível perceber um
aprendizado dos conceitos trabalhados na escola.
De acordo com GONÇALVES (2000): Se os conteúdos selecionados para a
alfabetização forem conteúdos extraídos da necessidade da criança conhecer-se e conhecer o
mundo à sua volta, a forma, ou seja, o processo, de trabalhar esses conteúdos, de possibilitar a
apropriação da leitura e da escrita, conseqüentemente, não será o mesmo. A forma, nesse
caso, deverá garantir as mais variadas vivências possíveis com a escrita, no seu uso e função
social.
Com jogos, regras e brincadeiras que estimulem a cognição, além de tudo o que
engloba os recursos motores para que a criança possa se ambientar nessa nova fase, a
Educação Física pode e deve ser orientada para atender as necessidades da alfabetização e
minimizar os distanciamentos entre as crianças dotadas de diferentes habilidades.
Os jogos de raciocínio são divididos em quatro segmentos: jogos com palavras, jogos
de observação, jogos com lápis e papel e jogos de mesa (GONÇALVES, 2000).
Os que colaboram melhor no processo da Educação Física ligada são os jogos com
palavras que possuem curta duração e não requerem nenhum tipo de material, podendo ser
usados em qualquer momento ou situação. Utilizam unicamente as habilidades verbal e
mental, desenvolvendo o aumento do vocabulário, a atenção, à capacidade verbal e de
abstração, a imaginação, a memória, a capacidade de concentração, a associação de palavras,
a rapidez mental, etc.
As chamadas aprendizagens pré-primárias que envolvem ritmo, criatividade,
desenhos, bem como pintar, classificar e reconhecer são desenvolvidos no hemisfério direito;
já as aprendizagens primárias, desenvolvidas no hemisfério esquerdo, englobam a leitura, a
escrita, a lógica, os números e a matemática. (FONSECA, 1988). Com o hemisfério direito se
mieliniza primeiro que o esquerdo é importante que essas atividades relacionadas sejam bem
trabalhadas a fim de sedimentar uma posterior aprendizagem mais formal e complexa. A
educação física tem muito a contribuir nesse aspecto, porque tem como promover atividades
que aprimorem essas características citadas acima; trabalhando paralelamente essas ações,
respeitando o processo da constituição fisiológica da criança e auxiliando essa noção de
21
tempo, espaço e ritmo, estimular as crianças de maneira prazerosa e desafiadora, enfatizando
a verbalização, memória, raciocínio e principalmente conferindo sentido a esse processo.
Os professores poderão oferecer atividades de linguagem e promover ainda mais o
pensamento, ampliar o vocabulário, e talvez começar a conversar com as crianças sobre
linguagem. [...] Isso vai incorporar o enriquecimento, a prática, a repetição e a revisão do que
foi aprendido através da linguagem, com e sobre ela.
Para TISI (2004), "o trabalho psicomotor beneficia a criança no controle de sua
motricidade utilizando, de maneira privilegiada, a base rítmica associada a um trabalho de
controle tônico e de relaxamento". Para dominar o lápis, gesto ainda não comum, a criança
precisa desempenhar o equilíbrio entre as forças musculares, flexibilidade e agilidade de cada
articulação do membro superior. Desde o ritmo desprendido para o movimento de escrita até a
orientação espacial primária para o ato da cópia podem ser estimulados com o movimento
motor. Também o progresso na transição à fase de representação mental, pois toda a ação
vivida e analisada num espaço e tempo tende a ser reproduzida em espaço e tempos gráficos.
Não se trata de aquisição de habilidades manuais, mas numa melhor aptidão para a
aprendizagem, resultando em aprendizagens facilitadas e eficientes.
Através da educação física, a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como
meio de ajustamento do comportamento psicomotor, Para que a criança desenvolva o controle
mental de sua expressão motora, a educação física deverá realizar atividades considerando
seus níveis de maturação biológica. A educação física, na sua parte recreativa, proporciona a
aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da
saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo.
A educação física não deve ser totalmente dissociada do esporte, já que um de seus
objetivos consiste em promover a socialização e a interação entre seus alunos, proporcionadas
reconhecidamente pelo esporte. O grande questionamento que se faz a respeito do esporte na
escola é que ele muitas vezes transfere para o aluno uma carga de responsabilidade alta em
relação à obtenção de resultados, o que afeta a criança psicologicamente de uma forma
negativa. Por isso, as atividades recreativas e rítmicas poderiam ser consideradas como meios
mais eficazes para promover essa socialização dos alunos que a educação física escolar.
Segundo FONSECA (1988), "o desenvolvimento psicomotor é de suma importância
na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da
direcional idade, da lateralidade e do ritmo". A educação da criança deve evidenciar a relação
através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura
22
corporal e os seus interesses. A educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam
utilizadas as funções motoras, cognitivas, perceptivas, afetivas e sociomotoras.
A educação física pode ser definida como ação psicomotora exercida pela cultura
sobre a natureza e o comportamento do ser humano. Ela diversifica-se em função das relações
sociais, das idéias morais, das capacidades e da maneira de ser de cada um, além de seus
valores. É um fenômeno cultural que consiste em ações psicomotoras exercidas sobre o ser
humano de maneira a favorecer determinados comportamentos, permitindo, assim, as
transformações. A diversificação das condições sociais em cada nível escolar e o respeito à
individualidade das crianças em cada processo de aprendizagem de gestos e movimentos
estão sujeitos ao ritmo de aprendizagem e às peculiaridades das relações sociais que existem
entre os integrantes de cada grupo ou classe escolar. (FONSECA 1988).
As bases das formas de aprendizagem das atividades físicas de forma consciente,
intencional e sensível são estabelecidas e solidificadas na educação física. Essas atividades
acompanham o ser humano de maneira contínua, atuando nos níveis psicomotor, afetivo e no
aprimoramento do rendimento nos estágios de desenvolvimento subseqüentes.
A Educação Física escolar está baseada nas necessidades da criança e tem como
objetivo principal, por meio da educação psicomotora, incentivar a prática do movimento em
todas as etapas de sua vida. Falar da importância da educação física para a criança é o mesmo
que falar da importância de ela se alimentar, dormir, brincar, ou seja, suprir todas as
necessidades básicas. (FONSECA 1988).
Segundo GONÇALVES (2005), "o intelecto se constrói a partir da atividade física.
As funções motoras (movimento) não podem ser separadas do desenvolvimento intelectual
(memória, atenção, raciocínio) nem da afetividade (emoções e sentimentos)". Para que o ato
de ler e escrever se processe adequadamente, é indispensável o domínio de habilidades a ela
relacionado, considerando que essas habilidades são fundamentais manifestações
psicomotora.
Educação psicomotora é a educação da criança através de seu próprio corpo e de seu
movimento. A criança é vista em sua totalidade e nas possibilidades que apresenta em relação
ao seu meio-ambiente, pois ela ao praticar qualquer atividade usa o seu todo; mesmo sendo
regida, predominantemente, pelo intelecto.
Através da psicomotricidade a criança explora o ambiente, passa por experiências
concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência
de si mesma e do mundo que a cerca.
23
4 METODOLOGIA
O presente trabalho conceitua-se pelo caráter exploratório descritivo de limitação
direta, conforme BOAVENTURA (2007) “...pesquisas descritivas identificam as
características de determinada população ou fenômeno. O instrumento foco de estudo realizou
por meio de pesquisas bibliográficas na visão de vários autores, onde houve a busca de uma
pesquisa abordando a importância das atividades psicomotoras para o desenvolvimento global
da criança
24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação Física e a psicomotricidade estão extremamente relacionadas, e esta
relação favorece o desenvolvimento dos aspectos motores, sociais, emocionais e lúdicos dos
movimentos corporais vivenciados, através de atividades motoras organizadas e sequenciais,
desenvolvidas individualmente e em grupos.
A importância da Educação Física neste contexto se destaca por proporcionar através
de seus retratos e dinâmicas o crescimento do aluno, somando aspectos positivos, a partir de
um trabalho integrado e comprometido entre os professores da escola com a preocupação de
formar alunos completos e felizes.
Encontrou-se nos resultados deste trabalho, concepções que destacam e nutrem a
importância da psicomotricidade para o processo de desenvolvimento global da criança, tanto
para a aquisição de conhecimentos cognitivos quanto para a expansão total nas mais diversas
dimensões
No processo de desenvolvimento da criança, torna-se evidente, que através da
psicomotricidade a criança instiga a exploração do ambiente, passando por experiências
concretas e indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual.
Dentre as abordagens psicomotoras consideradas mais importantes destacam-se
algumas: o esquema corporal que implica no conhecimento adequado do corpo, indispensável
para qualquer tipo de aprendizagem, e a metodologia do ensino com base na cultura do
movimento.
Como retrato do temário, destacaram-se situações de necessária discussão entre
práticas e teorias pedagógicas, pois estas de frente a realidade educacional no contexto da
educação infantil, possibilitam o entendimento do processo de desenvolvimento da criança a
partir da realização de atividades psicomotoras.
25
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, S. de J. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2.ed. Blumenau: Livraria
Acadêmica, 2000.
BIAGGIO, A. M. B. Psicologia do desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 1988.
BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa: Monografia, dissertação, tese. São Paulo:
Atlas, 2007.
BOCK, A.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. Psicologias: uma introdução ao estudo de
psicologia. Saraiva, 1999.
FERREIRA, E.; PALÁCIO,M.G. Os processos de leitura e escrita: novas perspectivas.
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FLAVELL. J. H. A Psicologia do Desenvolvimento de Jean Piaget. São Paulo: Pioneira,
1996.
FONSECA, V. D. Psicomotricidade: filogênese, ontogênese e retrogenêse. Porto Alrgre;
Artes Médicas, 1988.
GALLAHUE, D. L. OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebes,
crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte editora, 2003.
GONÇALVES, Maria C. Pinto, Roberto A.C., Teuber, Silvia Pessoa, Aprendendo a
Educação Física, Bolsa Nacional do Livro, Curitiba, 2000.
GOULART, I. B. Piaget: Experiências Básicas para Utilização pelo Professor. Editora
Vozes Ltda. Petrópolis - Rio de Janeiro, 1996.
MOLINARI, Ângela Maria da Paz. A Educação Física e sua relação com a
Psicomotricidade. Revista PEC, Curitiba, v.3 n. 1, 2003.
PCNs: Parâmetros Curriculares nacionais: Educação Física! Ministério da Educação.
Secretaria da Educação Fundamental. 3 ed. Brasília, 2001
SANTOS, Ana Paula Marins, Psicomotricidade e os Problemas de Aprendizagem, Rio de
Janeiro:Pdf, 2004.
TISI, Laura. Educação Física e Alfabetização - Rio de Janeiro Sprint 2004.
VAYER, P. A criança diante do mundo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
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