História da África
A Formação do Mundo Atlântico sob o Ponto de
Vista Africano
África no Contexto Histórico do Atlântico.
Primeira Abordagem (Convencional)
História Estrutural/Sistêmica: focada nas origens
África no Atlântico Escravista
Um complexo integrado de escravos africanos trabalhando
em plantações de cana-de-açúcar nas ilhas atlânticas (africanas) e
nas Américas
Açúcar
Produto dinamizador das economias escravistas coloniais que ligava os três continentes (por mais de 3 séculos), através de fluxos/correntes de povos, produtos e minerais preciosos.
Teoria dos Ciclos
Produtos Agro-
Exportadores
Encontro de Povos
Origens Temporal e Geográfica
• Séc. XIV: Mar Mediterrâneo Oriental;
• Sécs. XV e XVI: Depois, desenvolvido nas ilhas atlânticas africanas;
• Sécs. XVII e XVIII: Foi estendido ao Brasil e às Antilhas.
MODELO
Características: Mudava de lugar e aumentava suas dimensões
quantitativas. Mas, mantinha sua NATUREZA.
Complexo de Trabalhadores, “Fábricas Rurais” (Engenhos) de Cana-de-Açúcar
Segunda AbordagemHistória Atlântica
(História Processual/ Dinâmica)
Modelo
Revela as dimensões cronológicas de um processo integralmente histórico de desenvolvimento, através dos anos, com etapas distintas, de ilha a ilha, lugar a lugar,
continente a continente.400 anos de montagem e de integração de elementos diversos
“Complexo do Atlântico Escravista ”
Foi de algum modo uma “estrutura”. Mas foi, sobretudo, um processo contínuo.
Complexo do Atlântico Escravista
• Escravos (homens, dramas humanos, tensões);
• Açúcar, engenhos;
• “Viagem de Plantas”e Doenças;
• Migração de produtos imateriais (religiões, culturas, línguas, construções
mentais, etc.)
• História Integrada pelo MAR (Regiões Marítimas)
Formação Dinâmica
Migrações Transatlânticas
1º Mapa Impresso da África (Milão, 1508)
Tráfico de Escravos (1501-1600)
Tráfico de Escravos (1601-1700)
Tráfico de Escravos (1701-1800)
Tráfico de Escravos (1800-1866)
Perspectivas Africanas dos Tráficos Atlânticos de
Escravos
O tráfico (ou o comércio de exportação a partir da África) produziu um tipo de
“desenvolvimento por enclaves”, com poucas relações com a economia doméstica.
Por isso, não agiu como um setor piloto.
Houve consequências positivas dos TRÁFICOS?
Foram Muito
Limitadas
Quantitativamente Geográfica Socialmente
Quais os maiores beneficiados?
(África/Africanos):
Reis, Detentores do Poder, Comerciantes
Aqueles que controlavam a “produção” dos bens de troca e a sua venda.
Quais as regiões mais beneficiadas?
> As zonas próximas dos entrepostos sahelianos do comércio transaariano.
> Comerciantes, transportadores, camponeses produzindo bens para a exportação: víveres p/ o comércio atlântico; nozes de cola p/ o comércio
continental.
Qual a comparação com a Europa?
Erigida sobre um modelo de “desenvolvimento” econômico de mercado
capitalista.
Significados para a África (LONGA
DURAÇÃO) “Bens” exportados: produtos brutos e mercadoria humana – que não exigiam a transformação em larga escala dos métodos de produção em vigor nas sociedades locais;
Os objetos importados não requeriam nenhuma transformação complementar (não levando à alterações profundas das economias domésticas africanas);
A distribuição dos rendimentos do comércio e do tráfico concentrava-se nas mãos de poucos consumidores africanos (o que emperrou a formação de um mercado de massa).
O que o tráfico produziu?(empiricamente):
Estruturas (+ ou - duradouras) de consumo,
produção e troca (Posteriormente
desmanteladas pelos Estados coloniais)
África:Fachadas do Comércio
Internacional Tráfico Transatlântico;
Comércio Transaariano (Países Sahelianos)
Costa do Oceano Índico
Base das Trocas
“Redes” de comerciantes: transportadores dos produtos até os términos africanos da
cadeia comercial
Lado Atlântic
o
Rede Haussa e Rede Dyula
Preferência: Comércio de Produtos ao Tráfico de HOMENS
Unidades Políticas Locais
Estados Sociedades Linhageiras
Controle das Rotas e do EspaçoEstruturas +
Duradouras: “Criação da Dependência”
Hábitos de Consumo (Dois Tipos de Produtos):
Instrumentos de Poder;
Bens Simbólicos de Prestígio.
1. Instrumentos de Poder:
Armas de FogoComércio Europa-África
Segunda Metade do Século XVIII: a África Ocidental importou anualmente entre 283
mil a 394 mil espingardas !!
Quais as Relações?
Compra de armas de fogo e a
prática do tráfico de escravos;
Forte acumulação de armas nos Estados e nas regiões implicadas no comércio negreiro.
Rede de Dependência 2: “Produtos de Prestígio”
Fornecidos em troca de escravos
Qual o efeito, quando adquiridos pelos detentores
do poder?
Eram cuidadosamente “redistribuídos” para recompensar e/ou estimular a fidelidade
dos beneficiários:
Metais - Armas - Objetos de Madeira - Marfim - etc.
Estruturas de DependênciaConsumo de
“Produtos de Prestígio”
PRODUÇÃO
Os escravos foram a principal mercadoria com a qual a África
participou nas trocas internacionais
Até o Princípio do Século XIX !!!
Quais os outros produtos?
Que não requeriam nenhuma transformação profunda dos métodos de
produção locais!!!
Metais preciosos (ouro);
Produtos de Caça (peles, marfim);
Produtos de Coleta (goma, cera);
Alguns víveres destinados à alimentação dos escravos.Quadro Geral:
Houve um avanço quase imperceptível nos sistemas e métodos de cultura;
Os produtores das regiões costeiras foram os mais afetados.
Qual a natureza e intensidade das interações entre as sociedades
africanas e os tráficos esclavagistas?????
Necessidade de
Distinções
Ordem Geográfica e
Ordem Social
Princípios:
O tráfico de escravos através do Atlântico teve efeitos diferentes sobre as diferentes regiões da
África (e no interior destas próprias regiões);
O comércio de escravos afetou diferentemente vários grupos da população africana.
3 Tipos de Sociedades/ Zonas Geográficas:
Sociedades “produtoras de escravos”
Sujeitas às guerras e razias esclavagistas. Regiões afastadas dos lugares de tráfico, ou próximas das costas e das fronteiras comerciais negras. (Aqui, as fontes são + raras e
+ pobres).
Sociedades captoras de escravos
Fornecedoras dos mercados de exportação e dos mercados interiores.
Sociedades especializadas na venda de escravos
Podem ser intermediárias: asseguram o transporte de longa distância;
Podem ser “retalhistas” ou especializadas na conservação dos escravos nos lugares de venda e no escoamento definitivo.
A Extensão da Escravatura
Consequência social do tráfico negreiro:
generalizações da escravatura interna
Sociedades Africanas (talvez + nas sociedades estatais)
Escravatura
Outras formas de dependênciaFatos Novos provocados pelos
tráficos: Aumento do nº de escravos (mandingas, susu, peul);
Modificação global das relações sociais: as antigas “sociedades com escravos” foram substituídas por “sociedades esclavagistas”.
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