MARIA LUCINALVA DA SILVA
A EDUCAÇÃO ESTÉTICA NAS NARRATIVAS DISCENTES: UM ESTUDO SOBRE
O LUGAR DO SUJEITO NOS PROCESSOS FORMATIVOS
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
2016
MARIA LUCINALVA DA SILVA
A EDUCAÇÃO ESTÉTICA NAS NARRATIVAS DISCENTES: UM ESTUDO SOBRE
O LUGAR DO SUJEITO NOS PROCESSOS FORMATIVOS
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Cidade de São Paulo, para
a obtenção do título de Mestre, sob a
orientação da Profª Drª Margaréte May
Berkenbrock Rosito.
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
2016
Sistema de Bibliotecas do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional
S586e
Silva, Maria Lucinalva da.
A educação estética nas narrativas discentes: um estudo
sobre o lugar do sujeito nos processos formativos. / Maria
Lucinalva da Silva. São Paulo, 2016.
238 p.
Inclui bibliografia
Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientadora: Profa. Dra. Margaréte May Berkenbrock
Rosito.
1. Educação estética. 2. Formação profissional. 3.
Narração. I. Rosito, Margaréte May Berkenbrock, orient. II.
Título.
CDD 371.1
Banca Examinadora
________________________________________ Profa. Dra. Margaréte May Berkenbrock Rosito - Orientadora
________________________________________ Profa. Dra. Sandra Lúcia Ferreira
________________________________________ Profa. Dra. Maria de Fátima Ramos de Andrade
DEDICATÓRIA.
“Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais;
somos também o que lembramos e aquilo de que nos
esquecemos; somos as palavras que trocamos, os
enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos,
sem querer” (Freud).
Somos quem podemos ser,
Sonhos que podemos ter.
(Engenheiros do Hawaii)
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me concedido mais esta vitória!
A minha família, meu bem mais precioso. Em especial à minha mãe que pelas
marcas de sua trajetória de vida, possibilita eu construir as minhas.
Ao Sérgio Roberto meu amigo, irmão e parceiro de todos os momentos que sempre
esteve disponível para acolher minhas angústias e sofrimentos decorrentes da
limitação de meu saber.
A Psicanálise que a cada dia me revela que ainda tenho muito a descobrir sobre
minha incompletude de ser.
A todos os colegas e professores que foram interlocutores deste conhecimento. Em
especial minha orientadora Professora Drª. Margaréte May Berkenbrock Rosito por
me oferecer a possibilidade de viver uma Experiência Estética na troca do
conhecimento.
A todos o meu carinho e gratidão.
Obrigada!
RESUMO
Este estudo é um desdobramento de uma pesquisa maior intitulada “Educação Estética, Formação e Narrativas”, cadastrada no CNPq, coordenado por Berkenbrock-Rosito. Apresenta-se como objeto deste estudo o dispositivo investigativo e formativo “Colcha de Retalhos”, desenvolvido por Berkenbrock-Rosito desde 2001. A Colcha de Retalhos é produzida, por meio das narrativas em suas dimensões: escrita, pictórica e oral, pelos participantes, seja da graduação, seja do mestrado. A hipótese do estudo sobre a “Colcha de Retalhos” está baseada na afirmação de que o desenvolvimento da autonomia e emancipação do sujeito ocorre via estética. Na perspectiva da estética compreende as emoções como uma questão epistemológica, visando o desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos. Entretanto, neste estudo, a hipótese é que a dimensão estética nas narrativas escritas dos discentes revela uma dimensão do inconsciente, que estabelece um limite para o desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos. O objetivo deste trabalho é compreender e interpretar a dimensão estética presente nas narrativas escritas pelos discentes do primeiro semestre do Curso de Pedagogia, sobre seu processo formativo, considerando a presença da subjetividade como uma condição que revela um lugar para o sujeito. Adotam-se como referenciais teóricos os conceitos de autonomia e emancipação respectivamente, em Freire (2011) e Adorno (1986), visando o sentido da humanização do indivíduo. O conceito de educação estética em Schiller (2002) com o entendimento da estética como equilíbrio entre o racional e o sensível. Freud e Lacan (1986) com o conceito de inconsciente que se manifesta pela linguagem e apresenta-se como fenômeno estético. O material analisado é composto de 44 narrativas escritas, produzidas pelos discentes que participaram, no ano de 2013, da metodologia formativa Colcha de Retalhos, na disciplina Psicologia da Educação, ministrada por Berkenbrock-Rosito, no Curso de Pedagogia. Para tanto, se estabelece como perguntas norteadoras: Quem é este aluno que chega a sala de aula? O que dizem as narrativas sobre este aluno? A análise das narrativas seguiu os procedimentos baseados em Alfred Schütze (1899-1959), e Jovchelovitch e Bauer (2002), sob o enfoque hermenêutico, na perspectiva de Gadamer (2000). Os resultados revelam a presença do inconsciente posto pela linguagem nas narrativas escritas, marcado por afetos e emoções. As narrativas escritas desvelam o sentido de uma estética do sofrimento produzida pela dimensão do inconsciente, que aponta para um lugar do sujeito no que diz respeito à necessidade de aprovação do outro e a transferência com o professor. O estudo aponta que a razão e a consciência não são os únicos modos de conhecimento de si no processo formativo. Apresenta-se, assim, a constatação de um limite para o desenvolvimento da autonomia e emancipação, já que algo sempre escapa à consciência dos sujeitos.
Palavras-chave: Educação Estética; Narrativas; Formação.
ABSTRACT
This study is an offshoot of a larger research entitled "Aesthetic Education, Training
and Narratives", registered in the CNPq, coordinated by Berkenbrock-Rosito. It is
presented as the object of this study investigative and training device "Quilt"
developed by Berkenbrock-Rosito since 2001. The Quilt is produced through
narratives in its dimensions: written, pictorial and oral, the participants either
graduation, is the master. The hypothesis of the study on the "Quilt" is based on the
claim that the development of autonomy and emancipation of the subject occurs via
aesthetics. From the perspective of aesthetics understands the emotions as an
epistemological question, for the development of autonomy and emancipation of the
subjects. However, in this study, the hypothesis is that the aesthetic dimension in the
written narratives of students reveals a dimension of the unconscious, which sets a
limit to the development of autonomy and emancipation of the subjects. The objective
of this work is to understand and interpret the aesthetic dimension present in the
narratives written by students of the first semester of the Education Course, about
their formation process, considering the presence of subjectivity as a condition that
reveals a place for the subject. are adopted as theoretical reference the concepts of
autonomy and empowerment respectively, Freire (2011) and Adorno (1986), to the
meaning of the individual humanization. The concept of aesthetic education in
Schiller (2002) with the understanding of aesthetics as balance between the rational
and sensitive. Freud and Lacan (1986) with the concept of the unconscious that is
manifested by the language and presents itself as an aesthetic phenomenon. The
analyzed material consists of 44 written narratives produced by students who
participated in the year 2013, the training methodology Quilt, psychology discipline of
Education, taught by Berkenbrock-Rosito in Education Course. Therefore, it
establishes as guiding questions: Who is this student who comes to class? What do
the stories about this student? The analysis of the narratives followed the procedures
based on Alfred Schütze (1899-1959), and Jovchelovitch and Bauer (2002) under the
hermeneutic approach, from the perspective of Gadamer (2000). The results reveal
the presence of the unconscious, put the language in the written narratives, marked
by feelings and emotions. The narratives written unveil the sense of an aesthetic of
the suffering produced by the size of the unconscious, which points to a place of the
subject in relation to the need for approval of the other and transfer with the teacher.
The study points out that reason and consciousness are not the only ways of self-
knowledge in the training process. It presents, thus finding a limit to the development
of autonomy and emancipation, as something always escapes the consciousness of
the subject.
Keywords: Aesthetic Education; Narratives; Training.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Triângulo Pedagógico: Processo Pedagógico 28 Figura 2: Triângulo Pedagógico: Prática Pedagógica 28
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Narrativa Biográfica: Cenas Escolares 28
Quadro 2: Narrativa Autobiográfica: Quadro Linha da Vida: 29
Quadro 3: Narrativa Fílmica: Cenas e Metáforas 29
Quadro 4: Análise de Narrativas Biográficas: Cenas do Ensino Médio 65
Quadro 5: Análise de Narrativas Biográficas: Relação de Autoria e Submissão 66
Quadro 6: Análise de Narrativas Autobiográficas: Quadro Linha da Vida 70
Quadro 7: Análise de Narrativas Autobiográficas: emoções e afetos 75
Quadro 8: Análise de Narrativas Autobiográficas: Contextos formativos 75
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 12
1 1 COLCHA DE RETALHOS: AS NARRATIVAS ESCRITAS NOS PROCESSOS FORMATIVOS 17
1.1 Memória da Pesquisadora: de um ponto a outro o encontro com o objeto de estudo 17 1.2 A importância da narrativa nos processos de formação: justificativa do estudo 21 1.3 “Colcha de Retalhos”: contextualizando o objeto de estudo 26
2 EDUCAÇÃO ESTÉTICA: O LUGAR DO SUJEITO NOS PROCESSOS FORMATIVOS 33
2.1 Educação e Experiência Estética: conceituações 33 2.2 Formação estética: um limite do desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos à luz da psicanálise 43 2.3 A estética das narrativas: o lugar da subjetividade nos processos (auto) formativos 52
3. O DIZER NAS NARRATIVAS ESCRITAS: LUGAR DE CONSTITUIÇÃO DA SUBJETIVIDADE 56 3.1 Narrativas Escritas: uma compreensão e interpretação sob o enfoque hermenêutico 56 3.2 A estética da narrativa biográfica: o lugar da autoria e submissão do sujeito nas cenas escolares do Ensino Médio 62 3.3 A estética da narrativa autobiográfica: o discurso que é falado nos momentos charneiras 68 3.4 A estética da narrativa fílmica: o encontro entre o sujeito e o objeto 78
CONSIDERAÇÕES FINAIS 86
REFERÊNCIAS 91
ANEXOS 95
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INTRODUÇÃO
Este estudo de natureza (auto) biográfica é um recorte de uma pesquisa
maior intitulada “Educação Estética, Formação e Narrativas”, coordenada por
Berkenbrock-Rosito. Tem como objeto central a compreensão do dispositivo “Colcha
de Retalhos”, uma metodologia e epistemologia, desenvolvida pela autora desde
2001, como proposta de formação do professor e do pesquisador, por meio das
narrativas na dimensão escrita, pictórica e oral, produzidas pelos participantes do
grupo, seja da graduação, seja do mestrado, concretizada dentro da abordagem da
pesquisa (auto) biográfica.
A “Colcha de Retalhos”, como metodologia e epistemologia, fundamenta-se
nos conceitos de autonomia e emancipação, respectivamente em Freire (2011) e
Adorno (1986). Estes conceitos associam-se a Educação Libertadora, cujo objetivo é
a humanização do indivíduo, que se opõe ao conceito de educação bancária,
desenvolvido por Freire que visaria o desenvolvimento de maior atenção ao sujeito
em relação à manipulação estética inerente a indústria cultural, que acaba por
promover o que Adorno denomina como processo de semi-formação. Igualmente
relevante é o conceito de Educação Estética em Schiller (2002), autor do século
XVIII, que compreende a estética como equilíbrio entre o racional e o sensível,
interagindo como um jogo lúdico que abarca, entre outros, a finalidade da educação,
o ambiente formativo e a arte como dimensões da estética nos processos de (auto)
formação.
É importante destacar que a produção das narrativas ocorre em três
dimensões: escrita, oral e pictórica, cuja descrição do processo de cada uma, se
encontra no primeiro capítulo. A narrativa escrita compreende três estratégias. A
primeira estratégia diz respeito à produção da narrativa biográfica, da narrativa
autobiográfica e da narrativa fílmica a partir do filme Colcha de Retalhos (How to
make an Americanquit, de Jocelyn Moorhouse, EUA, 1995). A narrativa pictórica é
construída do momento em que a escrita narrativa se transforma em imagem tecida
no retalho. As narrativas escritas e pictóricas são transformadas em narrativa oral,
quando cada um conta oralmente sua história. Depois de cada um contar, ocorre a
confecção propriamente dita da “Colcha de Retalhos”, costurando-se cada retalho.
Este estudo focaliza as narrativas escritas produzidas por meio das três
estratégias acima mencionadas e escritas pelos discentes, na disciplina “Psicologia
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da Educação”, ministrada por Berkenbrock-Rosito, em 2014, no 1º semestre do
curso de Pedagogia. Esse material, produzido pelos alunos transforma-se em
documento, é fonte de pesquisa e permite investigar os processos (auto) formativos,
relacionando a dimensão estética das narrativas com a psicanálise.
Para compreender a contribuição da psicanálise nesta pesquisa é preciso
mencionar que sou formada em Psicologia e atuo no consultório como analista,
seguindo pressupostos teóricos de Lacan. Convém ressaltar, que apesar de não
estar atuando em sala de aula, o desejo pela docência me levou a cursar o Lato
Sensu em Docência no Ensino Superior, na Universidade Cidade de São Paulo.
Esse desejo pela docência teve força de escuta, no final do curso em 2012, com a
professora Berkenbrock-Rosito que ministrava a disciplina “Avaliação da
Aprendizagem”, ao vislumbrar a possibilidade de participar como aluna ouvinte do
Programa de Mestrado em Educação na Universidade Cidade de São Paulo. Como
aluna ouvinte vivenciei o processo de construção da metodologia formativa “Colcha
de Retalhos” na disciplina optativa “Fundamentos da Educação Estética”, no
Programa de Mestrado em Educação, em 2013, ministrada por Berkenbrock-Rosito.
Como aluna regular do Programa de Mestrado em Educação, em 2014, em
consonância com o desejo de interlocução com a pesquisa que tem caracterizado o
funcionamento do Programa Pós-Graduação Mestrado em Educação, o estudo se
volta para a metodologia formativa “Colcha de Retalhos”, no curso de Pedagogia, na
possibilidade de reflexão sobre o sentido da dimensão estética nas narrativas
escritas nos processos formativos.
Diante do exposto, elege-se como problema: o sentido da dimensão estética
nas narrativas escritas pelos discentes do 1º semestre do Curso de Pedagogia no
ano de 2014, proposta como atividade na disciplina “Psicologia da Educação”,
produzidas por meio da metodologia formativa “Colcha de Retalhos”.
O sentido segundo Pineau (2010, p. 29), é compreendido como
“sensibilidade, direção e significado”. Para tanto, estabelece-se como perguntas
norteadoras do estudo: Quem é esse sujeito que chega da sala de aula? O que
dizem as narrativas sobre este sujeito?
A hipótese do estudo da “Colcha de Retalhos” está baseada na afirmação de
que o desenvolvimento da autonomia e emancipação do sujeito ocorre via estética.
Entretanto, neste estudo, a hipótese é que a dimensão do inconsciente, que
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atravessa a linguagem nas narrativas escritas dos discentes, revela um limite para o
desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos.
A relevância do estudo remete à reflexão do limite do desenvolvimento da
autonomia e emancipação dos sujeitos na relação Freire, Adorno e Freud e Lacan.
Freire (2011) esclarece que o desenvolvimento da autonomia ocorre no próprio
processo de tomar decisões e fazer escolhas, além de propor instrumentos
necessários à prática educativa a partir de uma visão crítica.
Já para Adorno (2000), a emancipação ocorre quando o conhecimento é fruto
de uma reflexão, advinda de informações recebidas pela estética da indústria
cultural, ou seja, o sujeito se posiciona a partir destes referenciais. Este processo de
ação envolve uma estética de uma experiência formativa.
A este respeito Freud (2007) esclarece que a capacidade de escolha do
homem é limitada em função de existir uma instância em seu psiquismo. Essa
instância é determinante e capaz de gerar efeitos no sujeito que não se reconhece
pela consciência. Ou seja, ao nascer, um bebê já carrega em si, a marca do desejo
do Outro (pais), e com este Outro, estabelece uma relação de dependência para sua
sobrevivência. Esta condição faz com que ele seja produzido por uma polissemia de
vozes e discursos, que ressoam em seu inconsciente construindo significados e
significantes que falam por ele.
Neste sentido, os objetivos deste estudo são: mapear a experiência estética
nas narrativas escritas dos discentes sobre seu processo formativo que emergem do
Ensino Médio, Quadro Linha da Vida e da narrativa fílmica. Revelar que o processo
das narrativas escritas é atravessado pelo inconsciente dos sujeitos, que desvelam
sentidos e significados de uma subjetividade, desconhecida pelo sujeito. Contribuir
com a compreensão a respeito do lugar do sujeito na construção de seu processo
formativo dentro da sala de aula à luz do referencial teórico da psicanálise,
considerando conceitos de sujeito, inconsciente e desejo em Freud e Lacan.
Justifica-se o estudo por meio da lacuna que se apresenta com respeito à
Educação Estética na compreensão dos processos formativos de sujeitos no Curso
de Pedagogia. Nesta perspectiva, as narrativas como memórias de trajetória de vida
pessoal e formativa, construídas de experiências da realidade e também subjetiva,
constituem e revelam uma dimensão estética nos processos formativos.
A dimensão estética emerge por sensações, sentimentos de gosto e
desgosto, que são tratados como experiência estética. Aquilo que nos toca, passa a
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significar, medo, angústia, alegria, nojo, tristeza, e caracterizam momentos de
aprendizagem, intermediada por sentidos e significados, que ao decodificar, ler,
interpretar torna a Educação Estética um fundamento na formação de professores
no curso de Pedagogia, como possibilidade de conscientização da identidade
profissional do sujeito na contemporaneidade.
A respeito da escrita das narrativas que se configuram pelas memórias
produzidas por meio das lembranças, a Psicanálise reconhece a memória, como o
núcleo primordial para a compreensão das ações e escolhas do sujeito. Portanto,
compreender os fenômenos estéticos pela via do inconsciente abre caminhos para
um reconhecimento do discente como sujeito único, que se revela na dimensão do
sensível e da razão.
Para tanto, dizer do sujeito discente pela escrita das narrativas implica antes
em considerar uma subjetividade presente, produzida pelas representações
inconscientes que emergem em atos e discursos que escapam à consciência e são
revelados por meio da experiência estética, apontando um lugar de posicionamento
para o sujeito. Esta condição desencadeia no sujeito discente, um modo particular
de ser e fazer pessoa e profissional e permite pensar e reconstruir suas escolhas e
decisões, que produzem uma estética na constituição da subjetividade e suas
implicações no cenário da educação.
Para desenvolver este trabalho, o primeiro capítulo apresenta a importância
das narrativas como relevante para o processo de construção formativa, sustentado
pelos referenciais teóricos de Josso (2002; 2006; 2007), Dominicé (2006) e Nóvoa
(2009), com os conceitos de narrativa e historia de vida.
No segundo capítulo, segue os conceitos de Educação Estética e Experiência
Estética na perspectiva de Schiller (2002), Perissé (2004), Adorno (1986; 2004),
Freire (1997; 2011), entre outros autores, que contribuem para situar e dimensionar
esta pesquisa no âmbito da compreensão a respeito da dimensão da Educação
Estética nos processos formativos, considerando a escrita das narrativas discentes
um fenômeno estético revelado por um modo de ser e agir. Do mesmo modo é
essencial a contribuição da psicanálise pelos referenciais teóricos de Freud e Lacan
(1998) a respeito de sujeito, inconsciente e desejo.
O terceiro capítulo traz a compreensão da escrita das narrativas discentes,
pelo enfoque da hermenêutica de Gadamer (2000) e considera a contribuição da
psicanálise que revela um lugar estético de posicionamento para o sujeito.
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Nas considerações finais, teremos a apresentação dos resultados e as
análises construídas no percurso deste trabalho, apontando para a dimensão da
problemática e os objetivos colocados nesta pesquisa, bem como uma direção para
ampliar as discussões no campo da educação, considerando a subjetividade do ser
discente/docente, advinda não somente pelas representações sociais, mas também
como produto do inconsciente.
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1 COLCHA DE RETALHOS: AS NARRATIVAS ESCRITAS NOS PROCESSOS
FORMATIVOS
Este capítulo tem como objetivo, em primeiro momento, apresentar o percurso
formativo da pesquisadora na dimensão pessoal, acadêmica e profissional. A escrita
da narrativa foi produzida por meio da metodologia “Colcha de Retalhos”,
desenvolvida por Berkenbrock Rosito (2013) como proposta de atividade na
disciplina “Fundamentos da Educação Estética” na condição de aluna ouvinte no
Programa de Mestrado em Educação na Universidade Cidade de São Paulo, por
meio de narrativa escrita, oral e pictórica.
Em segundo momento, apresenta-se uma reflexão sobre a importância das
narrativas nos processos formativos do professor. Para contextualizar, o terceiro
momento, o objeto desta pesquisa traz as narrativas autobiográficas dos discentes
do primeiro semestre do Curso de Pedagogia produzidas em 2014, por meio da
metodologia formativa “Colcha de Retalhos”, na disciplina “Psicologia da Educação”,
ministrada por Berkenbrock-Rosito.
1.1 Memória da pesquisadora: de um ponto a outro o encontro com o objeto de
estudo.
Quando criança, ainda sem saber por que, sempre fui motivada a pensar a
respeito da origem das coisas e procurar sentido para as mesmas. Admirar a
natureza, tentar entender os sentidos e significados das leis, olhar por entre as
brechas de minha imaginação e observar o mundo externo e, sobretudo, minha
própria existência. Buscava respostas para minhas perguntas, olhando e,
principalmente, ouvindo o que diziam ou não diziam os adultos e, depois de
alfabetizada, gostava de ler, pois acreditava que através da leitura encontraria
sentido para as coisas. Sempre estava rodeada por pessoas que demonstravam
carinho e amor, mas de um jeito particular, solitária, pois nem sempre compartilhava
das mesmas coisas que as pessoas à minha volta consideravam como importantes.
Sou a segunda filha de quatro irmãos, pai metalúrgico de profissão e mãe
professora. Neste contexto, nunca me faltaram coisas materiais que uma família
deste padrão poderia acessar, porém, uma cultura muito pobre imperava, não digo
isso em relação à questão de inteligência, pois meu pai mesmo sem ter estudado,
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era uma pessoa muito inteligente, principalmente, no que diz respeito a
conhecimentos gerais, por exemplo, a matemática. No entanto carregava uma
dimensão cultural muito pobre, possivelmente, por questões de sua própria história
de vida. Nesta via, algo de feio foi se configurando no meu lar, através de meu olhar,
pelo modo que era conduzida minha família, pois meu pai era o mestre e por este
lugar que ocupava, ditava as regras e as leis de como se viver.
Cada um ao seu modo, nós, eu e meus irmãos, fomos fazendo uma leitura e
interpretação deste contexto familiar, percebendo como as relações se estabeleciam
naquele lócus e assim, significando e (re) significando nossas experiências e nossos
olhares para ter um jeito de lidar com as questões que emergiam.
Ainda menina, aproximadamente, por volta dos 10 anos, já sonhava em
estudar, ter uma profissão, morar sozinha, viajar e, acima de tudo, ser independente.
Minha irmã sonhava com o casamento, já meus irmãos, ainda eram muito crianças
para saber elaborar quais eram suas expectativas de vida e mundo.
Sempre muito expostas a comparações, eu e minha irmã, talvez por termos
menos de um ano de diferença na idade, tínhamos nossas diferenças muito
marcadas. Eu gostava de brincar com bonecas, mas também adorava brincadeiras
de meninos, entre outras, correr na rua, andar de bicicleta, de patins, empinar pipas.
Afinal, era eu quem brincava com meus irmãos e minha irmã nesta mesma fase,
queria aprender a cozinhar, cuidar da casa e dos meus irmãos. Quando não estava
brincando eu estava lendo.
É possível que as referências, que estruturavam a construção de minha
identidade, neste período, davam-se pela representação que eu tinha de minha mãe,
uma mulher corajosa, inteligente, profissional, ética e sonhadora. O interessante é
que suas características não eram aparentes, só apareciam através do modo que
ela tinha para lidar com as questões familiares, que tornava minha realidade mais
tranquila, então, eu me identifiquei, com estes traços, enquanto minha irmã
supostamente tenha ficado com o aparente, o exemplo de esposa, mãe dedicada,
doméstica do lar, entre outras características. Não há como não mencionar que esta
marca nos diferencia até hoje, não pela questão de ser mais, ou menos, mas
simplesmente por termos construído diferentes representações de lugares para
habitar diante do contexto familiar e cultural em que fomos educadas.
Uma marca de experiência de sofrimento acontece quando eu estava na
adolescência, cursando o nível colegial, quando o meu percurso escolar foi
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interrompido, não por meu desejo, mas por uma arbitrariedade de meu pai. Não tive
direito de escolha, apenas de submeter-me.
Essa experiência apesar do sofrimento, trouxe também uma condição de
emancipação, um novo lugar se revela para eu transitar com as minhas questões.
Depois de dois anos, ao completar dezoito anos, resolvi enfrentar a realidade e
mudar o que não estava me agradando, e então decidi procurar um trabalho e voltar
a estudar, mesmo contrariando as leis familiares.
No ano de 1989, iniciei a graduação no curso de Psicologia na Universidade
de Mogi das Cruzes. Algo que tenho muito orgulho por ter sido formada por
professores muito competentes e comprometidos com a formação profissional em
uma universidade privada.
Como não podia ser diferente, eu fazia parte de uma turma irreverente,
pessoas comprometidas com suas responsabilidades e que tinham posicionamento
diante de seus ideais. No início do terceiro ano, chega um professor para trabalhar a
disciplina “Psicologia Geral”, posteriormente, apresentou-nos a Psicanálise, o que
era pouco abordado nas instituições de ensino. Foi surpreendente uma vez que no
Curso de Psicologia priorizava o ensino das técnicas comportamentais.
Este professor nos colocou em contato com a teoria da psicanálise, segundo
o referencial teórico de Jacques Lacan, discípulo de Sigmund Freud. A clínica, de
abordagem lacaniana era novidade para todos nós, pois além de ser algo novo,
também trazia em si, conteúdos de um pensamento teórico irreverente. Lacan,
formado em medicina (psiquiatra), posteriormente identificado com a psicanálise de
Freud, trouxe grandes e importantes contribuições para que esta ciência se tornasse
singular e marcante. Teoria, prática e autor que marcam seu lugar fora dos
paradigmas tradicionais, sem deixar a essência da ciência como método. A
disciplina não poderia abordar este conteúdo de forma mais completa e
sistematizada na universidade, fui buscá-lo fora, com grupos de estudos e em
escolas de base de formação em psicanálise.
Precisava me autorizar diante de uma prática efetiva e, para a da psicanálise,
Freud (2007) ressalta a necessidade do tripé Teoria, Análise pessoal e Prática.
Neste momento, eu não só queria como precisava viver a experiência da análise
pessoal, a fim de dar conta de outras questões. Sabia de antemão que não seria
nada fácil. Entretanto, esta experiência foi crucial em minha vida pessoal e
profissional, não só para ter um referencial de prática, apesar de que o meu, foi
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estruturado a partir daí, e que dura até os dias atuais, mas muito mais porque neste
processo, tive um encontro meu comigo mesma. Uma descoberta de um ser
impotente, mas também potencial, de um reconhecimento do saber e também
revelações de não-saberes, um ser incompleto e inacabado, cheio de imperfeições e
acima de tudo buscando lugares para sustentar algumas de minhas verdades.
Na certeza do incerto caminho, incerta, para busca de certezas, me deparo
com algumas de minhas verdades, mas também tropeço em minhas ilusões... Sonho
muito alto, quando estou no nível de pensar e planejar minha vida pessoal e
profissional. Contudo ao mesmo passo, sou muito objetiva e concreta com os fatos,
movimento este, que carrega uma característica dicotômica, mas também contribui
para a construção de meu processo formativo.
Os anos passaram... Eu já vivendo intensamente minha prática em
consultório, e depois de já ter conquistado vários ideais e objetivos em minha vida
profissional e também pessoal, algo me faltava, eu sentia que precisava retomar
alguma coisa que havia ficado no passado. Uma necessidade de mergulhar
novamente no conhecimento e o comprometimento com minha prática profissional
batem à porta. Era momento de voltar à Academia.
Um desejo inconsciente vem à consciência. O desejo pela docência e
pesquisa sempre presentes em minha trajetória de vida, articulado ao discurso
familiar trazido por minha mãe que era professora.
Esse desejo encontrava um lugar quando cursava o terceiro ano do Curso de
Psicologia, adquiri o título de Licenciatura Plena e isso na época me dava condições
para exercer o magistério, mas o possível discurso de fracasso profissional de minha
mãe, que lamenta até hoje não poder ter exercido a função do magistério aqui em
São Paulo por exigências de meu pai, talvez tenha estabelecido algum efeito
imaginário em minhas representações pela profissão, e então eu achava que não
tinha condições e não estava preparada para exercer tal função.
Todavia, com o tempo percebi que realmente precisaria encontrar novos
significados e novos modelos de uma prática profissional, mas que também
estivesse relacionada comigo e com minha prática profissional. Na educação,
consegui realizar esse grande encontro. Entendo que algumas lacunas ainda
existem em relação à formação docente, na medida em que ainda reconhece o
profissional docente como um objeto para transmitir conhecimento e não como
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sujeito do conhecimento, e como profissional da saúde encontro lugar para aprender
e também trocar experiências.
Deste modo, busquei o curso de Pós-Graduação Lato Sensu e escolhi
Docência do Ensino Superior na Universidade Cidade de São Paulo. Na educação,
encontrei um caminho, que acredito, um novo horizonte se abriu diante de meus
olhos. Experimentei uma nova realidade na educação, em especial, no ensino
superior. Encontro-me às voltas de novos paradigmas educacionais que, sem dúvida
alguma, me aproximam de uma nova prática e de um novo modo de pensar a
respeito do contexto educacional.
Praticar a docência hoje em minha vida me remete a reconhecer que tenho
muito que aprender, e já tenho algumas experiências para trocar, e isso
dialeticamente produz crescimento e humanização.
Conteúdos de memórias adormecidas desencadeiam minha relação com a
pesquisa e com a docência e novamente me deixo ser levada pelo despertar de
viver uma nova experiência, cujo objeto central é o ser humano e
consequentemente, o sujeito. A prática tanto da pesquisa, quanto da docência, sem
dúvida alguma, mudaram meu olhar para minha prática de consultório e, apesar dos
conceitos serem diferentes, não são distantes e articulam-se na medida em que o
objeto de estudo é o mesmo, a ciência e o sujeito.
De minhas experiências, nem todas escolhi, por algumas fui escolhida, mas o
fato é que sempre tive nelas um encontro com minha identidade profissional e
pessoal.
Enfim, algo que sempre me moveu e ainda me move, é a busca por verdades.
Não verdades absolutas e universais, porém verdades que possam dar conta de
responder a questões que possibilitem a apropriação de um lugar, movida por um
desejo de alcançar outros saberes o lugar das narrativas escritas no processo de
formação de professores.
1.2 A importância da narrativa nos processos de formação: justificativa do
estudo.
Escrever uma narrativa autobiográfica, demanda antes imaginar uma ponte,
olhar de um ponto a outro, para nela percorrer e, a cada passo percorrido, se
preparar para um novo ponto de chegada que também será de partida. Esse
22
processo de construção produz no decorrer da escrita, um encher-se de coragem
para assumir os feitos com seus efeitos e, o que não foi e, nem poderá ser feito. É
um processo que desfaz certezas e incertezas, desconstrói e reconstrói novos
sentidos e significados a respeito do que foi, ou não, vivenciado na trajetória
formativa, e por essa condição, revelam a estética de uma subjetividade.
Thompson (1998) revela que “recordar a própria vida é fundamental para o
nosso sentimento de identidade; continuar lidando com esta lembrança pode
fortalecer, ou recapturar a autoconfiança” (THOMPSON, 1998, p. 205). Nesta
perspectiva, escrever e narrar sobre si, resgata no processo formativo uma
identidade particular mediada pelas experiências de vida.
Nesta perspectiva a Psicanálise reconhece o sujeito como um ser social que
se subjetiva por meio das representações que são estabelecidas na relação com o
outro da mesma espécie que lhe transmita a produção de significantes. Neste
sentido, Pereira (1998) escreve:
O sujeito é constituído a partir dos efeitos do discurso, a partir das inter-relações sociais, do encontro de um sujeito com um outro, a produzir discursos, efeitos de atos individuais. Assim, um sujeito é constitutivamente heterogêneo, de uma incompletude fundante que mobiliza o desejo de completude, aproximando-o do outro na esperança de restaurar uma totalidade inatingível. (PEREIRA, 1998, p.183).
Delory-Momberger (2009) esclarece que a narrativa que os indivíduos fazem
de si, é o que dá sentido e significado às experiências, e que as mesmas não devem
ser vistas apenas como instrumento de formação, mas também como um espaço no
qual o sujeito toma forma, ele elabora, reelabora e passa a compreender sua história
de vida a partir de então.
Diante deste contexto, que permite circular pelos caminhos que levam à
busca pela compreensão dos fenômenos que ocorrem nos processos (auto)
formativos se abre uma possibilidade para direcionar um novo olhar a formação do
profissional docente e também para sua prática, tomando como objeto os resgates
de memórias da história de vida.
O processo de constituição profissional é histórico e nele está presente a
importância das relações sociais na trajetória de cada um, que irão compor um
conjunto complexo de definições com referenciais e objetivos diferentes, com os
23
quais os sujeitos são movidos na constituição do “eu profissional” ao “ser
profissional”, como aponta Fontana (2003).
A este respeito Pineau (2010, p. 155) esclarece que as Histórias de vida no
processo de formação encontram sentido e compreensão em três dimensões,
denominadas de: (auto) formação, (hétero) formação e (eco) formação, com o
propósito de mostrar que a articulação das diversas experiências em momentos e
situações diferentes torna possível o conhecimento em diferentes níveis.
Segundo o autor, o nível de (auto) formação corresponde ao processo de
aprendizagem, na dimensão do que cada um consegue aprender consigo próprio, o
processo de (hetero) formação consiste no material de formação fornecido pelas
instituições de ensino e a (eco) formação ocorre por meio da trajetória de vida nos
ambientes de trabalho, onde é possível a interação e troca, situação que possibilita o
aprender com o outro. O autor esclarece ainda que o nível de (eco) formação é um
espaço de conteúdos construídos no processo de formação, que estão esquecidos e
silenciosos e que se revelam na dimensão da “reciprocidade da formação do meio
ambiente. É só sabendo como o ambiente nos forma, nos põe em forma, que
saberemos como formar um meio ambiente viável, suportável e vital” (PINEAU,
2010, p. 158).
Considerando a importância das narrativas como meio para refletir a respeito
da formação docente, Nóvoa (2009) propõe um pensar sobre a posição do sujeito
professor, apontando questões de extrema relevância, no que diz respeito ao lugar e
função deste profissional, que carrega em sua história, a responsabilidade pela
formação docente e não docente de outros profissionais, articulando com as
demandas sociais e políticas, bem como as condições efetivas presentes e futuras
no campo da educação.
Nesta perspectiva, a formação de professores, segundo o autor, deve assumir
uma posição dialética e concreta diante do saber e, de seu fazer profissional.
Apresenta a necessidade de um professor não se só agente reprodutor de uma
prática, mas que participe ativamente e efetivamente das políticas públicas que
ditam e regularizam este fazer, propondo a participação ativa do professor nas
discussões e decisões que remetem ao presente e futuro da profissão. Esta
mudança de posição, de objeto para sujeito, pressupõe a extensão de análise para a
subjetividade do professor como um ator composto de representações cognitivas,
afetivas, normativas e existenciais (relacionais).
24
Para tanto, é essencial no processo de formação humana a narrativa da
História de Vida, como destaca Delory-Momberger (2009) dizendo que ela:
constrói-se com base na auto-reflexão e na auto-interpretação que o homem, aqui é o historiador ou o pesquisador, é capaz de realizar sobre si mesmo a partir de sua própria experiência de vida [...] O tempo passado está, a cada momento, sendo revisitado por interpretações retrospectivas. A forma da vida que construímos (nossa biografia) está submetida a uma perpétua reconfiguração. (DELORY MOMBERGER, 2009, p.57-58).
Entretanto compreender e reconhecer as formas da vida humana, e as
articulações de cada uma de suas formas e imagens de mundo, está nos discursos
com os quais constituímos e construímos uma realidade, e estes se constroem
através de palavras, através da lógica do pensamento científico que traz o empírico,
uma forma real das coisas e dos objetos, e por conceitos que a ciência e a cultura
estabelecem com os quais, o homem se articula e é articulado.
Neste sentido, Josso (2002) esclarece:
por que representa um desafio no conhecimento de si mesmo, não apenas por compreender como nos formamos por meio de um conjunto de experiências ao longo de nossa vida, mas sim por tomar consciência de que este reconhecimento de si mesmo como sujeito mais ou menos ativo ou passivo, segundo as circunstâncias, permite a pessoa daí em frente encarar seu itinerário de vida, os seus investimentos e os seus objetivos na base de uma (auto) orientação possível que articule de uma forma mais consciente suas heranças, suas experiências formadoras, os seus grupos de convívio, suas valorizações, os seus desejos e o imaginário nas oportunidades sócio- culturais que se pode aproveitar, criar e explorar para que surja um ser que aprenda a identificar e combinar constrangimentos e margens de liberdade. (JOSSO, 2002, p. 22).
Diante deste pressuposto, resgatar a trajetória formativa remete o sujeito à
condição de autonomia frente à construção de seu processo formativo, pois ao
produzir as cenas que remontam suas experiências de vida, se autoriza a assumir o
lugar de protagonista em sua história, que se constrói das representações sociais e
coletivas e que o torna singular. A este respeito Josso (2007) diz que uma
consciência vem à tona ao interpretarmos um objeto inserido no contexto (auto)
biográfico, considerando a pesquisa-formação.
No entanto, é importante considerar as falhas e os equívocos encontrados na
escrita narrativa para poder perceber o que o inconsciente também fala através
deste processo, que é revestido de linguagem, e para isso é preciso considerar que
25
o sujeito que produz uma narrativa, tem uma hermenêutica própria a respeito de si e
do mundo e deste modo, não pode ser reduzido ao empirismo histórico, nem a
categorias.
Neste processo de construção formativa, escrever sobre a história de vida
convida o sujeito a revisitar e reconstruir a história de si, e deste processo emerge
emoções e sensações que autorizam ou desautorizaram o que irá escrever sobre si.
Sobre esse processo Josso (2006) esclarece a existência de nós e laços. Nós que
movimentam a trajetória de vida, nós que muitas vezes precisam ser desatados para
limpar o caminho e construir um novo. Nós de transformação ou transformações,
pois remetem a um novo olhar e, todavia, possibilita um (re) significar da realidade.
Ainda a este respeito, a autora esclarece que existem os elos de ligação e estes,
remetem a compreensão de fragmentos das experiências possíveis de serem
lembradas e contadas pelo sujeito em relação a sua trajetória formativa.
È importante ressaltar que a concepção da Psicanálise sobre o modo como o
sujeito se revela consiste em escutar e se ater ao que esta linguagem diz ou quer
dizer seja ela escrita, ou falada diz do sujeito que é produto do seu inconsciente.
Consoante com esta concepção, de um modo particular Josso (2006) escreve sobre
a importância de dar atenção aos detalhes do discurso narrativo, levando em conta a
presença do consciente e posteriormente as nuances de um inconsciente que se
revelam através de elementos que dizem e, outros que querem dizer, mas que se
expressam e revelam o sujeito. Assim, para compreender esta complexidade, a
autora remete a questão da necessidade da escuta, análise e interpretação a
respeito de “elos de ligação”, que unem e separam os sujeitos em suas experiências
e que também aproximam e distanciam traços de uma subjetividade e com isso
produzem uma identidade formativa.
Portanto, neste processo da escrita é possível encontrar um modelo ético e
estético do sujeito, pelo modo como se autoriza, ou não a escrever sobre sua
história e deste modo, revelar uma identidade formativa. Esta consciência ocorre no
momento em que o sujeito se depara com marcas representantes de seu desejo que
emergem das representações simbólicas, ao dizer de sobre suas experiências
Nesta perspectiva, Josso (2002) pontua que a narrativa consiste em um
processo de pesquisa-formação, dentro do paradigma experiencial, deste modo, a
história de vida se constitui como elemento de uma metodologia de pesquisa e
formação. Nesta dimensão a pesquisa de formação no viés de narrativas de
26
histórias de vida, possibilita estabelecer medidas de transformações sociais,
culturais para cada sujeito em seu particular, articulado com a evolução e
transformação dos contextos de sociais e profissionais.
Freire (1975) converge com este pensamento ressaltando a importância do
processo autobiográfico para a construção de uma consciência que leva à
compreensão das redes e conexões do que seria a construção do sujeito histórico.
Sendo possível ainda, enfatizar o esforço do autoconhecimento do professor e
pesquisador, com objetivo de se perceber como sujeito coletivo, um movimento
imprescindível para o desenvolvimento da autonomia e realização de um trabalho
criativo e critico.
Diante do exposto, o mundo que habitamos não é somente o mundo da
natureza e dos objetos, ou o mundo da razão pertencente a consciência , este vai se
transformando pela cultura e pelas experiências estéticas que vamos vivendo, a
esse processo das relações, a psicanálise denomina como as identificações que
forma o sujeito e estas se iniciam primeiramente no ambiente familiar, se
estendendo aos espaços escolares, acadêmicos e contextos sociais de um modo
geral. Assim, as narrativas revelam uma estética de autoria entendida aqui, como
um movimento mediador entre o consciente e o inconsciente, condição que remonta
e elabora um imaginário social.
Diante deste cenário segue um pensamento de Freud cuja intenção é mostrar
a incompletude do sujeito de um modo geral: “Não somos apenas o que pensamos
ser. Somos mais; somos também o que lembramos e aquilo de nos esquecemos;
somos as palavras que trocamos os enganos que cometemos os impulsos a que
cedemos, sem querer.” Nesta perspectiva a Psicanálise revela a existência da
dimensão de um inconsciente, que está para além da consciência na psique
humana. Partindo deste pressuposto, a respeito da existência da dimensão
inconsciente na pessoa, a partir de Freud com a descoberta da Psicanálise, é
possível uma reordenação da lógica universal imposta pelo discurso pedagógico,
que não leva em conta a falta que remete à incompletude que move o sujeito.
1.3 “Colcha de Retalhos”: contextualizando o objeto de estudo
As narrativas são consideradas como caminho de formação estética do
professor proposta por Berkenbrock-Rosito (2014), através do dispositivo
27
metodológico epistemológico “Colcha de Retalhos”, desenvolvido pela autora desde
2001, com alunos da graduação de Pedagogia e posteriormente aplicado também a
alunos de Pós-Graduação e Programa de Mestrado em Educação, que visa à
produção do conhecimento sobre os processos formativos da pessoa e do
profissional.
A escrita das narrativas como metodologia formativa proposta pelo dispositivo
“Colcha de Retalhos”, segue como procedimento o Questionário Narrativo, que
permite a coleta de dados da trajetória do processo formativo pela análise das
experiências subjetivas do participante, sem a limitação dos questionários fechados
ou semi-estruturados. Para tanto o material explorado nesta pesquisa considera as
narrativas escritas na dimensão biográfica, autobiográfica e fílmica.
A narrativa biográfica considera as experiências do ensino superior para o
pesquisador e, do ensino médio para os discentes do Curso de Pedagogia. Esta
escrita busca o resgate de três cenas marcantes, pensando na relação que se
estabelece com o conhecimento, com o professor consigo mesmo, se de autoria ou
submissão.
Neste sentido, Charlot (2000) ao ressaltar a importância das relações,
esclarece que:
tem sentido o que pode ser posto na relação com o outro em seu sistema, ou em um conjunto; faz sentido para um individuo, algo que lhe acontece e que tem relação com outras coisas que ele já pensou questões que ele já se propôs. Tem sentido o que é produzido por estabelecimento das relações dentro de um sistema, ou nas relações com o mundo ou com os outros. Esse sentido é um sentido para alguém. (CHARLOT, 2000, p. 56).
Nesta dimensão, a escrita da narrativa biográfica permite investigar a
construção dos processos pedagógicos: ensino, aprendizagem e formação da
prática pedagógica refletida na relação professor-aluno e conteúdo-conhecimento,
que de acordo com o texto de Houssaye (1988) considera que os processos
pedagógicos e a prática pedagógica, bem como a relação entre eles.
Neste contexto, os processos pedagógicos compreendem a relação entre:
28
Figura 1: Triângulo Pedagógico: Processo pedagógico Fonte: Elaborada pela autora
Assim, a prática pedagógica compreende a relação:
Conhecimento/Conteúdo
Figura 2: Triângulo Pedagógico: Prática pedagógica Fonte: Elaborada pela autora
Os dados são assim organizados:
Deste modo a metodologia do dispositivo “Colcha de Retalhos” segue o
quadro abaixo para a escrita da narrativa biográfica:
RELAÇÃO DO SUJEITO: AUTORIA SUBMISSÃO
Conhecimento
Professor
Consigo
Quadro 1: Narrativa Biográfica: Cenas Escolares: Fonte: Elaborado pela autora
A escrita na dimensão autobiográfica considera a História de Vida, na qual se
constrói o “Quadro linha da Vida” buscando os “momentos divisores de água”
inspirados no que Josso (2002) denomina de “momentos charneiras”. Os momentos
charneiras, segundo a autora, são momentos que desencadeiam transformações e
novos posicionamentos da vida do ser humano. Processo que possibilita significar e
(re) significar um modo de pensar e agir da pessoa. Nesta produção o “Quadro linha
Formação
Ensina
r
Aprender
Professor Aluno
29
da Vida” é elaborado nas categorias de tempo e espaço para situar os fatos e na
(sub) categoria vida familiar com os (espaços escolares, acadêmicos e profissionais)
que compreendem e desencadeiam numa percepção do sujeito pesquisador com o
objeto de pesquisa.
TEMPO E ESPAÇO FATO LOCAL ANO
Vida Familiar
Vida Escolar
Pessoas
Livros, Filmes...
Deslocamento Geográfico
Vida Profissional
Quadro 2: Narrativa autobiográfica: Quadro Linha da Vida Fonte: Elaborado pela autora
Para tanto, Josso (2002) esclarece que os momentos charneiras aparecem
como o ápice “de um estado de crise ou como um acontecimento de uma realidade
exterior, o ser é vítima de contradições, de oposições supostas ou reais, que uma
decisão pode desanuviar ou tornar de novo suportável.” (JOSSO, 2002, p. 262).
A narrativa fílmica é produzida da experiência estética de assistir o filme
Colcha de Retalhos, cuja proposta é trazer para a escrita, as metáforas que
resgatam uma relação vida da pesquisadora e com o processo formativo.
Segundo Nóvoa (2009) “nossa história pessoal e a nossa história profissional
devem ser consideradas indissociáveis” (NÓVOA, 2009, p. 15).
Deste modo a metodologia do dispositivo “Colcha de Retalhos” segue o
quadro abaixo para a escrita da narrativa autobiográfica:
Cenas marcantes A percepção dos
discentes Categorias
Quadro 3: Narrativa fílmica: Cenas e Metáforas Fonte: Elaborado pela autora
Após este processo, a narrativa escrita é transformada em imagem, que se
configura na narrativa pictórica, em seguida as histórias dos participantes do grupo
30
são tecidas em retalhos e apresentadas em sala de aula para os outros
participantes, que produz o momento da narrativa oral.
A narrativa pictórica faz lembrar a educação na pré-história, quando ainda não
se contava com a escrita e nesta dimensão, o conhecimento era transmitido através
da oralidade, do contar histórias da natureza, da origem dos mitos e passagens da
religião, não se tinha portanto, o referencial da escrita, e logo não existiam também
registros e documentos, a aprendizagem ocorria pela escuta e imitação, dos gestos
dos adultos, como aponta Aranha (2006). A invenção da escrita marca a origem da
história, com o inicio dos registros históricos. Entretanto, é possível compreender a
história por meio dos desenhos encontrados nas cavernas.
O processo de falar ou escrever sobre si possibilita uma escuta a respeito do
que se diz e uma leitura a respeito do que se escreve, e deste modo, a presença de
uma subjetividade se revela, contida de fatos e experiências guardadas no
arcabouço da memória, que ecoam para o sujeito e deste modo vai autorizando a
produção da escrita sobre sua história formativa.
Neste cenário, a metodologia formativa “Colcha de Retalhos” traz à tona
possibilidades para pensar sobre os processos formativos e a prática pedagógica
ancorados em valores ético e estéticos a respeito do desenvolvimento da autonomia
e emancipação dos sujeitos, que conduz um encontro do sujeito com sua identidade
formativa, desencadeada pela escrita das narrativas da história de vida.
Nesta perspectiva, Berkenbrock-Rosito (2014) mostra a importância do
pensar e do agir desencadeante da voz dada a cada sujeito, como elementos
constituintes desta subjetividade, com possibilidade de construção e produção de
um conhecimento sobre o desenvolvimento da prática, pois o sujeito ao falar escuta,
ao escutar reflete e ao refletir, analisa seu contexto social, pessoal e profissional
realizando uma ação mais reflexiva e consciente, diante de suas escolhas e
decisões. Nesta perspectiva a autora parte do pressuposto que a prática de ensino
alicerçada apenas na transmissão de conteúdos oferece ao sujeito um
conhecimento parcial, e este processo produz uma educação precária, o que Freire
conceituou de Educação Bancária, que não leva em consideração as
potencialidades do sujeito, desconsiderando suas experiências e suas referências
em relação ao método e ao conteúdo, reduzindo o conhecimento a uma mera
reprodução de modelos pré-estabelecidos de ensino.
31
A autora, parafraseando Bachelard e Piaget, considera a importância da
experiência do método científico para que ocorra o processo da aprendizagem
cientifica, ou seja, do ponto de vista epistemológico, é importante articular
experiência ao método cientifico para que possa ter propriedade do conhecimento.
Neste sentido, é essencial direcionar uma atenção especial aos conteúdos
disciplinares e à maneira como se conduz e produz o conhecimento, cujo objetivo é
a preocupação epistemológica com o saber e o modo como se produz o saber no
ensino, articulado ao lugar que o sujeito que aprende ocupa.
Nesta via, a participação no dispositivo “Colcha de Retalhos” produz uma
experiência estética refletida por meio das narrativas, que além de servir como base
de construção para a produção do conhecimento, desencadeia um processo de
autoria e emancipação do sujeito em seu contexto social, pessoal e profissional.
Para tanto, a autora tem como base conceitos de Educação Estética em Freire, que
promove ao sujeito uma consciência crítica, produzida de uma educação libertadora,
desprendendo-se de um modelo de educação bancária, em Schiller através da
Estética como possibilidade de conhecimento mediada tanto pelo impulso sensível
como pelo impulso da razão. Neste sentido, está presente na narrativa uma
dimensão sensível, que segundo Schiller (2002) diz que o homem não pensa, mas
sim que sente antes de pensar.
Já Adorno (2000) considera o primeiro passo em direção à emancipação do
sujeito da estética da indústria cultural acontece ao elaborar o passado para
compreender a realidade com um novo olhar. Este processo de ação envolve uma
estética que tem valor epistemológico e encontra sentido na consciência política do
professor e pesquisador.
Deste modo, a singularidade marcada pela subjetividade do sujeito
desencadeia um lugar de centralidade para a questão do conceito de formação e
sua decorrência na prática educativa. Para tanto, é importante considerar a
existência do inconsciente que aponta para limites e possibilidades e coloca em
pauta uma estética refletida no modo de ser e fazer discente e docente.
A arte de compreender e reconhecer as formas da vida humana esta marcada
pelos discursos com os quais somos constituídos e a partir de então, articulamos e
construímos um modo de ser linguagem. A experiência da escrita de narrativas
produzidas pelo dispositivo metodológico “Colcha de Retalhos” desencadeia um
efeito de busca pela identidade formativa e pessoal do participante.
32
A este respeito Tardif (2008) pontua que as especificidades dos saberes para
a formação profissional docente podem não dar conta de uma prática eficaz, quando
não incluí o docente como sujeito, agente transformador e construtor de sua prática.
As teorias de formação profissional, por si só, não respondem a uma demanda
social chamada escola, com seus processos particulares a cada unidade e os
diversos atores que compõe este espaço. O autor questiona ainda, quais saberes
exatamente são necessários a esta prática. O saber docente é construído de outros
saberes de diversas ordens e diferentes lugares, e diante deste contexto, é preciso
levar em conta a experiência singular e coletiva de cada profissional como
instrumento fundamental para sua formação.
Entretanto o processo de construção das narrativas de história de vida
propicia ao profissional docente dar significados e construir novas possibilidades
para sua trajetória de vida, o que Nóvoa (2009), salienta como “a possibilidade de
fazer reaparecer os sujeitos face às estruturas e aos sistemas, a qualidade face à
quantidade, a vivência face ao instituído” (NÓVOA, 2009, p. 18).
A história de vida como método e procedimento para compreender o processo
de formação, respondem a preocupação que apresenta Tardif (2008) e Nóvoa
(2009), nesta perspectiva, para estes autores, é essencial lançar um olhar e
direcionar uma escuta especial para cada sujeito, no sentido de considerar sua
singularidade, experiências e representações, docentes, desencadeadas de uma
trajetória de vida particular e peculiar. Possibilita também a compreensão do
indivíduo como parte de um todo e não apenas como parte de um processo ou
objeto de seu meio e de suas relações, mas sim como agente e ator principal das
suas escolhas, na medida em que o processo de reflexão causado pela experiência
das narrativas remete o sujeito a uma compreensão e assimilação de si.
Deste modo, é preciso dar voz e condições humanizadas, para que os
sujeitos possam se autorizar e tomar posse de seu processo formativo, para
compreender efetivamente quais são os saberes necessários para desempenhar
suas atividades e atingir seus objetivos, conhecer a verdadeira necessidade que o
professor encontra diante de sua prática diária e unir os saberes à prática docente
em suas especificidades, levando em consideração as reais dificuldades vivenciadas
no espaço escolar e institucional, bem como sala de aula como elementos
importantes para a construção da formação estética docente.
33
2 EDUCAÇÃO ESTÉTICA: O LUGAR DO SUJEITO NOS PROCESSOS
FORMATIVOS
Este capítulo dialoga com os referenciais teóricos de Schiller e Gabriel
Perissé respectivamente com os conceitos de Estética e Educação Estética presente
nos processos (auto) formativos como conceitos que propiciam um conhecimento a
respeito do ser humano e seu processo de desenvolvimento de aprendizagem,
juntamente com os pressupostos teóricos da Psicanálise para dar suporte à
compreensão da constituição da subjetividade docente.
2.1 Educação e Experiência Estética: conceituações
A educação é um conceito construído historicamente, que se transforma no
tempo e no espaço, de modo que outros significados vão ocupando lugar para
compreender o desenvolvimento do ser humano. Este processo de transformação
visa a capacidade de modificar ou conservar a realidade a qual se vive, através da
apropriação e produção do conhecimento que favorece a compreensão de que não
existe uma única verdade universal. Essa concepção e, transformação conceitual
repercute nos processos pedagógicos de ensinar, aprender e formar, bem como na
prática pedagógica que estabelece na relação professor, aluno e conteúdo e remete
também a questão da impotência do sujeito.
Para entender melhor este processo, é importante fazer um percurso a
respeito da História da Educação e da Pedagogia, que tem seu inicio na Grécia, com
a Paidéia, que surge no século V a.C., significa virtude. A virtude foi o ideal da
formação do homem grego.
È importante pensar que período da antiguidade, a Filosofia não está
separada da Educação e da Pedagogia. Portanto filosofar era uma atividade
pedagógica. Neste período, o homem é referência para o conhecimento, aponta
para a capacidade do questionamento, com a maiêutica, ou método socrático, tem
como objetivo estabelecer uma preocupação em compreender a razão humana.
Neste sentido, Sócrates, Platão e Aristóteles contribuíram para se perceber que o
objetivo da educação estava em fornecer elementos morais, estéticos, éticos,
políticos e metafísicos que buscam a virtude ou o conhecimento, visando uma
34
formação de homem integral, constituído pela capacidade de compreender através
da lógica e da razão.
Entretanto Platão e Aristóteles encontravam no caráter da virtude um
elemento constituinte para sustentar um regime político e justo de um corpo social
forte. Nesta via, o ideal pedagógico platônico e aristotélico se relaciona com
desenvolvimento das potencialidades do ser. Neste contexto, o conceito de virtude
corresponde ao processo educativo, pelo qual todo cidadão deve ter conhecimento
do funcionamento e aplicação das leis. Para tanto, a educação deveria ser universal,
pública e direcionada a formar o caráter do indivíduo com os valores culturais:
éticos, estéticos e morais cultura.
Segundo Aristóteles, o desenvolvimento da lógica e da compreensão são
resultados dos processos de análise e síntese, indução, dedução e analogia que
contribui para o método lógico de ensinar, como sinaliza Aranha (2006). A
organização do pensamento é uma das suas leis que se estenderá por séculos até a
atualidade com o teatro e sua regra das três unidades: ação, tempo e lugar. Deste
modo, é possível compreender que no processo de formação estão presentes a arte
e o belo na forma de apropriação do conhecimento, enfatizando as questões éticas e
estéticas.
Sobretudo, na Idade Média, o homem ocupa um lugar de produtor do
conhecimento, pelo viés da teologia. Ou seja, o pensamento do homem só existe
em consonância com a revelação do Divino. A idade moderna traz outro marco
importante para a história da educação e pedagogia: a ciência, que revela ao
homem, um lugar de particularidade de sujeito.
Neste cenário histórico, considerando o ato de educar e formar responsáveis
pela formação humana emerge uma preocupação pelos valores morais, éticos e
estéticos. Nesta perspectiva esta pesquisa tem como foco a reflexão sobre os
valores estéticos como fundamentos e fenômenos para a formação humana.
Segundo Alexander Baumgarten, a Estética é considerada uma disciplina
científica, ciência da estética, ciência da percepção, que significa doutrina do
conhecimento sensível. Perissé (2009) aponta que o autor buscava compreender as
sensações confusas, ambíguas e desconcertantes, vivenciadas através das artes,
como poesia, pintura, música, enfim, das artes em geral é a finalidade desta
disciplina.
Na visão de Abbagnano:
35
A Estética é um ramo da filosofia que tem por objeto de estudo a natureza do belo e dos fundamentos da arte. Ela estuda o julgamento e a percepção do que é considerado belo, a produção das emoções pelos fenômenos estéticos, bem como: as diferentes formas de arte e da técnica artística; a ideia de obra de arte e de criação; a relação entre matérias e formas nas artes. Por outro lado, a estética também pode ocupar-se do sublime, ou da privação da beleza, ou seja, o que pode ser considerado feio, ou até mesmo ridículo. (ABBAGNANO, 2000, p. 452)
O autor esclarece ainda que, para os antigos filósofos, a arte e o belo não são
objetos de uma única realidade, pois consideravam que havia uma distinção entre
eles.
Dissemos arte e belo porque as investigações em torno desses dois objetos coincidem ou, pelo menos, estão estreitamente mesclados na filosofia moderna e contemporânea. Isso não ocorria, porém, na filosofia antiga, em que as noções de arte e de belo eram consideradas diferentes reciprocamente independentes. A doutrina da arte era chamada pelos antigos com o nome de seu próprio objeto, poética, ou seja, arte produtiva, produtiva de imagens (Platão, so. 265ª; Aristósteles, Ret., I, 11, 1371 b 7), enquanto o belo (não incluído no número dos objetos produzíveis) não se incluía na poética e era considerada a parte. Assim para Platão, o belo é a manifestação evidente das Ideias (isto dos valores) sendo por isso, a via de acesso mais fácil e óbvia a tais valores (fed., 250e), ao passo que a arte é imitação das coisas sensíveis ou dos acontecimentos que se desenrolam no mundo sensível, constituindo, antes, recusa de ultrapassar a aparência sensível em direção à realidade e aos valores (Rep. X, 598c). Para Aristóteles, o belo consiste na ordem, na simetria, numa grandeza que se preste a ser facilmente abarcada pela visão em seu conjunto (Poet. 7, 1450b35 ss; MET, XIII 3, 1078 b 1), ao mesmo tempo que retoma e adota a teoria da arte como imitação, apesar de, com a noção de catarse, retirá-la daquela espécie de confinamento à esfera sensível a que fora condenada por Platão. A partir do século XVIII, as noções de arte e belo mostram-se vinculadas, como objetos de uma única investigação, esta conexão foi fruto do conceito de gosto, entendido como forma de discernir o belo, tanto dentro quanto fora da arte (1741). Kant estabelece uma identidade entre artístico e belo, ao afirmar que “a natureza é bela quando tem a aparência da arte” e que “a arte só pode ser chamada de bela quando nós, conquanto conscientes de que é arte, a consideramos como natureza.Finalmente, Schelling invertia a relação tradicional entre arte e natureza, fazendo da arte a norma da natureza e não o contrário. (ABBAGNAMO, 2000, p. 365).
No entanto, o nascimento da estética, como disciplina filosófica surge no
século XVIII, e segue um rumo diferente dos conceitos do belo e beleza dos filósofos
gregos, já que as características da estética grega mudam dramaticamente neste
período. O século XVIII é marcado pelo destaque dado à beleza e não à arte.
36
A respeito da arte Herwitz (2010), escreve que a mesma só interessava como
parte da experiência obtida através da beleza. Neste contexto, a experiência estética
passa a ser vista como experiência sensual, ao invés de servir como fonte de
conhecimento. Ainda segundo o autor, neste período, pela primeira vez na filosofia
houve espaço para o questionamento a respeito de “o que é a beleza?”
Esse foi portando, o século da revolução em nome da representação do povo
pelo povo, de forma que todos têm o mesmo valor na sociedade. Deste modo
também, a autonomia é apregoada constitucionalmente, pelo menos para os
homens brancos, demonstrando que existe uma predominância das perspectivas
econômicas sobre os valores humanos. Este também é o século marcado pelo início
da libertação do cerceamento da religião e do controle monárquico, possibilitando as
experiências individuais, que na estética filosófica, consiste em libertar a beleza da
carga do conhecimento, sendo que “a direção para identificar o conhecimento com a
ciência e com a economia torna isso talvez inevitável.” (HERWITZ, 2010, p. 25).
Ainda segundo o autor, o surgimento da estética como disciplina filosófica ocorre
apenas quando o indivíduo passa a ser considerado como a base da experiência do
conhecimento, da vida, podendo a experiência estética brotar como um assunto para
a filosofia, para além do que os gregos já haviam escrito sobre arte.
Nesta perspectiva a experiência da arte é o belo, sendo que o belo é tudo
aquilo que proporciona prazer de forma universal sem conceitos. Sendo assim, a
riqueza da contemplação estética é experimentada, como diz Medeiros (2005),
quando refletimos sobre julgamento estético, remetemo-nos a Kant (1724-1804) que
destaca pensar o outro, posto que o julgamento estético exija dos outros que o
sigam, e isso é preciso porque ele recorre a um sentido que é comum a todos os
homens, o chamado sensus communis. A este respeito Medeiros ainda destaca que
Kant defende que a capacidade estética de julgar acontece com um sentido comum
a todos, como uma reflexão sobre o espírito, como sensação de prazer ou
desprazer, capaz de ser comunicado universalmente, contudo, uma comunicação
sem conceitos, sendo que não existe princípio objetivo que defina o gosto. Desta
maneira, “fundar a ideia de um sentido comunitário, a própria faculdade de julgar o
gosto, que leva em conta todos os outros seres humanos como iguais, pois capazes
do princípio subjetivo do gosto.” (MEDEIROS, 2005, p. 42)
Em outras palavras, para Kant a capacidade de julgar o que é belo é
desinteressada, para isso não pode ser cognitiva, há limite do emprego razão na
37
produção de conhecimento, são duas as fontes do conhecimento humano, a
sensibilidade e o entendimento. Assim, na sensibilidade o indivíduo não precisa
saber nada a respeito do objeto que julga ser belo, no entendimento o belo é
pensado.
Segundo Herwitz (2010), o sujeito pode não ser capaz de explicar as razões
pelas quais gosta ou admira algo, até mesmo comum para todos, sabendo algo
sobre este objeto de admiração ou não. O autor adverte que “isso é sério, na medida
em que a estética torna-se uma atitude em relação ao objeto que dissolve o
conhecimento e focaliza outra parte”. (HERWITZ, 2010, p.69).
Diante do exposto Hegel (1770-1831) esclarece que a dificuldade de se
estudar a Estética é o fato de seu objeto — o belo — ser de ordem espiritual, pois o
belo não é um objeto de existência material, mas subjetiva, inerente à atividade
espiritual de cada indivíduo. Contudo, o autor afirma que esse fato não chega a ser
comprometedor para a compreensão do fenômeno estético, porque o verdadeiro
conteúdo do belo não é senão o espírito. (HEGEL, 1988)
O conceito da arte como meio privilegiado para o acontecimento da verdade
foi evidenciado por Heidegger (2000), em A origem da obra de arte. Na obra de
arte, há um acontecer da verdade, nela, se manifesta o horizonte de significação no
qual se abre o ser, a fonte luminosa a partir da qual os homens veem com seu olhar
interior.
Nesta perspectiva Dufrenne (1972), considera que o objeto da Estética é o
belo, com a condição de significar certa relação do mundo com a subjetividade, uma
dimensão do mundo: ele não me propõe uma verdade a respeito do mundo,
descortina-me o mundo como fonte de verdade, como se o real só se entregasse
pela magia do irreal.
Nesta medida, Adorno (1988) propõe uma teoria estética que é, ao mesmo
tempo, crítica e filosófica. Ele considera que a arte encontra-se em estado de
paralisia. A própria autonomia da arte volta-se contra ela. Segundo o referido autor,
a arte está no âmbito das mercadorias e serve como veículo ideológico ao poder
social.
Em Adorno (2000), vê-se que um prazer momentâneo e supérfluo é oferecido
aos indivíduos pela imagem estética advinda da indústria cultural. A questão da
tecnologia é um exemplo concreto e cotidiano, basta observar a situação dos
aparelhos adquiridos que, em pouco tempo, tornam-se obsoletos. Existe ainda a
38
exigência de que os indivíduos comprem os outros aparelhos, que trazem o apelo
das novidades. Neste contexto, a técnica está, sem dúvida, a serviço do capital.
Neste sentido, o autor ainda aponta que o pragmatismo tem um sentido
negativo, pois procura impedir a emancipação do indivíduo, colocando-se a serviço
da (semi) formação. Segundo o pensamento do autor, ele busca enxergar o
presente, pois pretende se posicionar diante da sociedade e, ao mesmo tempo,
tenta encontrar estratégias que possam provocar rupturas com as ideologias
consequentes da indústria cultural. Portanto, a palavra Estética deveria ser
destituída do seu significado de leveza ou docilidade. Conforme o autor, esta palavra
deveria ser incorporada com o significado de “um modo de existir no mundo”, que
fizesse com que o indivíduo compreendesse a vida e o outro, considerando sempre
as inclinações, as possibilidades e as limitações desse outro e, ainda mais,
reconhecendo-lhe o valor.
Schiller, filósofo do século XVIII, em suas Cartas sobre a Educação Estética
do Homem, escritas de 1791 a 1793, questionou os princípios da Ciência Moderna.
Esta obra é tida como a primeira interpretação e crítica global da Modernidade feita
a partir de um registro estético, de que o pensamento moderno reforça o racional e
ignora o sensível, considerando a arte como valor menor no campo do
conhecimento.
Para Schiller (2002), aponta para a arte como caminho para a humanidade,
ela possui leis eternas e modelos imortais que não pertencem a um tempo certo e
definitivo. “As leis da arte não são fundadas em formas mutáveis de um gosto de
época contingente e amiúde totalmente degeneradas, mas no que há de necessário
e eterno na natureza humana, nas leis originárias do espírito” (SCHILLER, 2002,
p.149). Nesta perspectiva é possível compreender a estética, através da
contemplação do belo, essencial para promover a transformação da sociedade,
como revela o filósofo e pensador Schiller (2002) que apenas assim nascerá o
homem ideal, como aquele que supera as necessidades primordiais da natureza e
se amplia por meio de uma cultura que revele a beleza, nesta perspectiva
recomenda a urgência da educação da faculdade do sentir e, por conseguinte a
Educação Estética do homem, enquanto Kant posiciona seu pensamento no eu,
Schiller percebe a pessoa integrada ao mundo.
39
A estética, como elemento de mediação, unifica a realidade constituindo o
único modo de tornar racional o homem sensível, entre os quais se estabelece um
jogo.
O ideal da beleza decorre do ideal de humanidade, esta se realiza na energia concordante das forças sensíveis e espirituais, e na beleza, estas forças opõem-se mutuamente, sendo necessário, portanto partir desta oposição sem permanecer no esquematismos dos filósofos, que se pendem ora ao sensível, ora ao racional, perdendo de vista a unidade do todo, já que, como afirma na 18º Carta, aqueles querem pensar a beleza do mesmo modo como ele actua, estes querem fazer com que ela actue do mesmo modo como é pensada. (PEQUITO, 1995, p. 195)
Nesta perspectiva, Schiller (2002) reconhece a totalidade do homem em sua
natureza dúbia: a racionalidade e a subjetividade. O autor evidencia dimensões
opostas como a razão e o sensível, o universal e o particular, a pessoa e o estado, a
alma e o corpo, o infinito e o finito, o uno e o múltiplo, o tempo e a eternidade, a
forma e a matéria. A relação é estabelecida pela tensão existente entre opostos,
entre as partes, a estética como entre meio do impulso lúdico, como uma tensão
entre a razão, como impulso formal e o impulso sensível, como sensações. Nesta
dinâmica o autor esclarece que a razão é que promove ao homem a procura da
justiça pela verdade, motivando-o a buscar pela perfeição e pela superação de sua
natureza selvagem. Para o referido autor, há tendências a dois impulsos: o impulso
formal e o impulso sensível.
O impulso formal é a representação da mente e dos pensamentos, sendo a
manifestação da racionalidade, aparentemente imutáveis, pois não pertence ao
tempo. Este impulso clama por unidade e permanência, a procura de conteúdo e
sensibilidade para não reter a característica da dureza.
Já o impulso sensível está relacionado ao corpo, se expressa pelos sentidos e
está ligado ao tempo. Está conectado ao instinto e à sensibilidade, esse impulso
também chamado de Vida, busca a forma que se encontra na razão, para que não
se torne simples impressão da realidade. Para que o instinto não se transforme em
fanatismo, precisa de personalidade.
Para que esses dois impulsos, inerentes ao homem, possam se relacionar é
necessário a intermediação do Belo, na forma de uma Educação Estética que
condicione ao impulso lúdico, o que para Schiller (2002) é o sinônimo de
humanidade. É nesse estado que o homem se experimenta e é forma viva, como um
40
conceito que assinala a beleza. Para tanto seria preciso “que sua forma fosse viva e
sua vida, forma. Somente quando sua forma vive em nossa sensibilidade e sua vida
se forma em nosso entendimento o homem é forma viva.” (SCHILLER, 2002, p.77-
78).
Sendo assim, a arte e a educação podem ser vistas como formas de resgate
da razão e da emoção reprimidas ou desvirtuadas para uma reformulação que tente
no mínimo humanizar a sociedade. Neste viés, a beleza pode ser o fio condutor para
a esperança de resgate e um objetivo de luta pela liberdade, para a autonomia.
Conforme Schiller (2002), a estética se encontra nos objetos e na natureza,
considerando o belo como algo objetivo e sua percepção como subjetiva.
No estado físico, o homem apreende o mundo de forma passiva, apenas o
sente. No estado estético, ele o coloca fora de si ou o contempla, sua personalidade
se desloca, e o mundo surge diante de si. A contemplação, numa espécie de
reflexão, é a primeira relação liberal do homem com o mundo no qual está inserido,
abrindo caminho de uma realidade comum a uma realidade estética e passagem dos
meros sentimentos vitais a sentimentos de beleza, do sentir.
Schiller (2002) defende que a beleza seria o reflexo da liberdade e um dos
meios para o estado ético do homem. Apesar da dicotomia razão e paixão, o autor
entende que tendo a arte e a beleza como meio e perpassando pela materialidade
da realidade, retorna-se ao ideal humano com integralidade. Estabelece ainda como
fio condutor de seu pensamento, o entrelaçamento dos conceitos de impulso
sensível, formal e lúdico e indica a Educação Estética como meio para a conquista
do homem ideal, que domina sua natureza selvagem e busca a humanidade com
ética. A harmonia, o alcance pedagógico e antropológico é o desenvolvimento da
humanidade plena.
Deste modo, o pensamento científico também é estético, pois “toda teoria
científica projeta imaginativamente nossa experiência em campos que ainda não
pudemos experimentar" (BRONOWSKI, 1998, p. 48). O autor aponta que tudo o que
é criado, tanto na arte como na ciência, seria uma extensão da experiência do
sujeito para novos campos, afetando-o profundamente na dimensão cognitiva e
sensível, no campo mental e emocional.
Perissé (2009) apresenta o objeto e a natureza da estética:
41
A Estética volta-se para a realidade como um todo, atenta ao belo ou ao que de algum modo manifesta beleza, harmonia, impacto ou grandeza: obras de arte, elementos da natureza, o corpo humano, objetos em geral. E o faz reflexivamente, filosoficamente, recolhendo e elaborando o que os sentidos em particular (a visão e a audição) nos transmitem de prazeroso. (PERISSÉ, 2009, p. 24).
Deste modo, a noção schilleriana da estética não é apenas o que se refere à
razão,
mas o que há de irredutivelmente subjetivo em qualquer representação, seja ela sensível ou empírica, seja ela um conhecimento teórico ou até uma ideia moral da razão. O estético é, por conseguinte, o próprio sentimento de harmonia do espírito consigo mesmo quando as suas faculdades se relacionam entre si num livre jogo este que, não estando sujeito a leis determinadas de caráter lógico ou moral, não é todavia totalmente anárquico e sem lei. (SANTOS, 1996, p. 213).
Neste viés, Santos (1996) esclarece que a dimensão da Educação Estética é
vista como constituinte da humanidade, sendo ela responsável pelo
desenvolvimento harmonioso e completo de todas as faculdades do sujeito. Ele
também ressalta que Schiller dá prioridade às faculdades de mediação, a
imaginação e o senso comum estético, que apresentam como a principal
característica de mobilizar os recursos do ânimo e de promover um jogo livre e
harmônico. Outro aspecto defendido por Schiller é que o homem, só é homem, em
todos os sentidos, quando joga.
Sendo assim, o alcance da dimensão da Educação Estética nos processos
pedagógicos está inscrito no conjunto das potencialidades e faculdades humanas e
é mesmo o agenciador do próprio desenvolvimento harmonioso destas. Nesta
medida a dimensão da Educação Estética consiste no próprio conteúdo como
finalidade da educação, o ambiente do processo educativo, ou seja, os espaços, os
objetos, os instrumentos que constituem o meio pedagógico afetam a educação,
referindo-se aos edifícios e ambientes escolares, à sua implantação urbanística, os
meios culturais e humanos onde se vive.
A dimensão estética portanto, pode ser considerada como o mediadora
pedagógica, que possui como principal objetivo formar a capacidade sensível e da
razão e também reconhecer o poder da sensibilidade e da imaginação, além do
significado da dimensão, que se traduz na capacidade de exibir no sensível a forma
e a liberdade exigidas por uma educação intelectual e racional.
42
Do ponto de vista pedagógico, a proposta de Schiller pode ser considerada
ainda como a própria finalidade e horizonte da educação entendida como o
desenvolvimento harmonioso de todas as potências anímicas e faculdades
humanas, que apresenta a presença de um conflito entre o interesse da espécie e o
interesse dos indivíduos. Entretanto deve-se promover o desenvolvimento da
autonomia e da emancipação contemplando a Educação Estética.
A Educação Estética é, por certo também, a educação para a arte e pela arte,
assim sua ideia corrige o próprio entendimento corrente da arte e da prática e da
educação artística, entendida como habilidades específicas de faculdades isoladas,
contudo sente-se a falta do sentido da harmonia das diferentes faculdades e
dimensões do humano: sensível, estética, razão.
O sensível se manifesta diante do arrebatamento porque algo acontece no ser
humano, porque há uma fruição dos sentidos de abertura para os valores estéticos
que de fato fundamentam a ação do homem diante do mundo. Na experiência do
arrebatamento, há um choque. Aquilo que nos ocorre por meio do gosto ou desgosto
demandam a nossa atenção e entendemos como uma experiência estética, como
aponta Perissé (2009): “gostemos ou não do que estamos vendo ou ouvindo,
sempre nos ensina algo sobre a nossa humanidade”. (PERISSÉ, 2009, p. 90).
Formação estética não é, portanto, satisfação caprichosa do gosto, pura e simples
busca do que agrada. É “Compreender e saber o porquê dos desgostos é um modo
concreto de definir em sentido inverso os critérios de escolha” (PERISSÉ, 2009, p.
47).
Pensar sobre o que nos ocorre inaugura um movimento da curiosidade
estética para a curiosidade epistemológica, nos diz Paulo Freire (2011), para quem o
processo de construção e produção do conhecimento estrutura-se em duas
características: curiosidade estética, aquilo que é percebido pelos sentidos, a
curiosidade epistemológica, aquilo que é possível compreender, para buscar
explicações para os fenômenos naturais, sociais, culturais, nos quais estamos
inseridos.
Desta maneira, o domínio da liberdade plena, se converge em uma estética
sem coação, que pode ser vista também como o espírito de toda a educação, isto é,
o modo e a atitude envolvidos no agir pedagógico. Ainda para Schiller (2002), a
Educação Estética deveria fomentar uma revolução total da maneira de sentir,
tornando-se assim a maior de todas as obras de arte, a construção de uma
43
verdadeira liberdade política. Esta proposta aponta para uma mudança, uma
transformação estética da própria política e, por ela, de toda a cultura, sem que isso
tenha significado de uma esteticização da vida ou uma absolutização do estético.
2.2 Formação estética: um limite do desenvolvimento da autonomia e
emancipação dos sujeitos à luz da psicanálise
A concepção de sujeito na contemporaneidade segundo Hall (2006), é
compreendida em várias dimensões da identidade e algumas delas, um tanto
equivocadas e também distorcidas, pois o autor cita que, de um lado temos um
sujeito estável, de outro, o vemos permeado por questões não resolvidas. O autor
esclarece ainda que o conceito de sujeito sofre grandes abalos, quando Nietzsche
desconstruiu a noção de sujeito moderno e Freud (2007) revelou que o ser humano
é dominado por impulsos.
A desconstrução da noção de sujeito também provoca a desconstrução do
processo de desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos. Estamos
também condenados à vulnerabilidade da autonomia de nosso corpo. Anjos (2005)
aponta a questão da vulnerabilidade para uma compreensão mais profunda da
autonomia. A autonomia é uma empreitada que não ocorre sem a vulnerabilidade
hospedada em seu corpo, a corporeidade. Isso significa perceber as implicações do
vir-a-ser da independência à dependência de aparelhos ou medicamentos como
recurso de sobrevivência à doença: mal de Parkinson, câncer, mal de Alzheimer,
esquizofrenia e outras doenças mentais que interferem na autonomia dos sujeitos. O
que leva ao conceito de dignidade, coimplicado na relação eu-outro. Assim, “no
espelho da dignidade, podemos nos ver com entusiasmo em nossa corporeidade.
Mas com realismo se descobrirá ali a necessidade de aprender a lidar com a própria
vulnerabilidade e a dos outros”. (ANJOS, 2005, p. 327).
Embora a vulnerabilidade pareça tipicamente hospitalar, ocorre também na
escola e universidade. “No contexto da escola, a vulnerabilidade dos alunos consiste
em supostamente não saber o conteúdo a ser ensinado pelo professor, também
vulnerável em não saber como o aluno aprende”. (AMORIM-NETO;
BERKENBROCK-ROSITO, 2007, p. 623).
Nesse sentido, faz-se necessário um olhar à complexidade da formação e dos
espaços educacionais que acolhem o sujeito, requer um cuidado e uma reflexão
44
permanente a respeito das práticas e objetivos, que concebem formação de
professores, como um processo de interação contínua e uma dialética constante, no
que diz respeito ao desejo, representação profissional e sujeito.
Freud, criador da Psicanálise, no final do Século XIX, revela a existência de
uma dimensão inconsciente que está para além do consciente na psique humana.
Garcia-Roza (1991) esclarece que para adentrar as questões, que remetem à noção
de sujeito e subjetividade na Psicanálise, devem-se considerar os registros do
aparelho psíquico como duas dimensões que não admitem separação entre si, a
saber: o aparelho psíquico e o campo das pulsões.
A psicanálise surge no berço da modernidade, período em que o discurso da
ciência substitui o discurso teológico e a noção de subjetividade passa a ser
dominada pela razão, portanto, conduzida pela consciência. O referencial de sujeito
centrado no eu e na consciência é o marco do sujeito cartesiano: "penso, logo sou",
que atribui ao eu o domínio do ser humano, desconsiderando o conceito de
inconsciente, ficando este reduzido a uma espécie de consciência desconhecida.
A filosofia ocidental define o sujeito como "o sujeito do conhecimento, do
direito ou da consciência", e que desde "René Descartes (1596-1650) e Immanuel
Kant (1724-1804) até Edmund Husserl (1859-1938), o sujeito é definido como o
próprio homem enquanto fundamento de seus próprios pensamentos e atos"
(ROUDINESCO; PLON, 1998, p. 742).
A partir da tese de Freud, há uma desconstrução do conceito de sujeito
atribuído por Descartes, que afirma: “Penso, logo existo.” O pensar consiste a
questão da existência humana, permitindo ao ser pensante a apropriação de uma
identidade de si. Neste sentido, o “eu sou”, fruto do conceito de sujeito cartesiano,
encontra resposta na razão, que resulta na construção da realidade a qual vive o
homem. É neste ponto que a Psicanálise provoca uma reviravolta ao desconstruir o
conceito de sujeito cartesiano, pois, para Freud, pensar não significa ser, haja vista,
que sou onde também não penso, e o fato de eu pensar não garante que eu seja.
A noção de sujeito em psicanálise é no mínimo, causa do desejo. Em outras
palavras, o sujeito não é tudo o que diz, porque não sabe tudo sobre si, na medida
em que está sempre atravessado pelo inconsciente e nesta via, não pode e não
sabe tudo sobre si. A representação não é mais espelho do mundo e o único lugar
da verdade como no pensamento cartesiano. Para a psicanálise, representação não
se resume a imagem especular do mundo como única verdade em relação às
45
coisas, mas como uma construção que opera sentido ao mundo e ao próprio sujeito.
Nesse sentido, o sujeito não é racionalidade pensante e puramente consciente.
Freud, ao estabelecer o conceito de inconsciente, enfraquece a noção de sujeito
cartesiano enquanto sujeito da razão, além de inaugurar uma concepção de ser
humano e, consequentemente, outra noção de personalidade humana:
Segundo a Psicanálise somos seres que possuímos um universo de desejos e necessidades que não conhecemos. Tudo o que pensamos e queremos é apenas uma parte do que realmente somos. Grande parte de nós encontra-se oculta no inconsciente reprimida por nosso superego (moral de uma sociedade, cultura). Trata-se de uma versão da personalidade humana que rompe com o racionalismo e mostra não sermos donos da verdade que julgamos conhecer a respeito de nossas motivações, nossos gostos, amores e ódios. Isto porque nossas escolhas conscientes são profundamente influenciadas pelas energias inconscientes reprimidas. (CUNHA, 2008, p. 2).
A tese fundamental de Freud a respeito da subjetividade remete a questão da
realidade psíquica como constituinte da identidade humana e esta desconstrói a
ilusão de domínio total construída pelo homem em sua história, pois o “Eu, não é
senhor de sua própria casa” (FREUD, 2007, p. 178).
Estabelecendo uma relação com o campo da educação e formação de
sujeitos-cidadão, Cunha (2008) traz à reflexão o seguinte:
A Psicanálise mostra pois as questões objetivas-método, planejamento, conteúdos das matérias etc... são que menos importa no ato de educar. Os ensinamentos psicanalíticos dirigem nossa atenção para o vasto e complexo mundo subjetivo oculto no interior de professores e alunos, cada qual sofrendo consequentemente a pressão de seus respectivos desejos, muitos dos quais atingidos pela repressão. [...] O professor que conhece a Psicanálise sabe que o conhecimento está sempre permeado pelo desejo. Se os fenômenos que dizem respeito ao ensino e aprendizagem possuem, por um lado, componentes inscritos no campo intelectual, possuem também toda uma carga emocional, em grande parte inconsciente. E isto tem a ver com o universo psíquico do professor detentor e transmissor dos saberes formalizados, quanto com o do aluno, para quem estes saberes são destinados. (CUNHA, 2008, p. 4).
A Psicanálise chama atenção para os limites da educação e sugere uma ética
e uma estética na compreensão da aprendizagem como fenômeno psíquico. O
aparelho psíquico é composto pelas dimensões pré-consciente, consciente e
inconsciente, onde se encontra o nível das representações, considerado como lugar
46
da subjetividade propriamente dita. Entretanto, não há como separar este do campo
das pulsões, que também constitui o aparelho psíquico a partir de sua articulação
com o registro do simbólico e, portanto, à linguagem. Deste modo, o campo das
pulsões está vinculado e implicado na constituição do aparelho psíquico.
O discurso freudiano considera que “toda a vida psíquica é dominada por três
polaridades, as oposições entre: Sujeito (eu); Objeto (mundo exterior) Prazer-
Desprazer; Ativo-Passivo” (FREUD, 2007, p. 157). Neste movimento, coexistem as
polaridades psíquicas: estão presentes as conexões mais relevantes o tempo todo,
estabelecendo entre si as mais significativas relações e conexões e ainda submetem
as moções pulsionais às suas influências.
Uma constatação a respeito do regime de funcionamento do inconsciente é
apresentada por Garcia-Roza (1991), ao dizer que Freud situa a psicanálise, do
início ao fim de seu percurso, no registro da linguagem, delimitando o que chamou
de parábola freudiana, o surgimento do sujeito a partir da linguagem. Essa
constatação seria evidenciada através do processo primário e seus mecanismos de
condensação e deslocamento, das leis de associação dos traços mnêmicos
descritos por Freud (2007) para a formação dos sonhos, ou, ainda, pela afirmação
freudiana de que o sonho importa pelo seu relato. Sendo assim, é o discurso sobre o
sonho, e não o sonho por si mesmo, que pode ser interpretado como da ordem da
realização de um desejo.
Dor (1989) destaca que o retorno a Freud, proposto por Lacan, sintetiza esse
aspecto da articulação freudiana no campo da linguagem, afirmando que as
descrições de Freud sobre os processos psíquicos inconscientes estão submetidas
à linguagem e à sustentação desta na transferência, pois "é na palavra que o
inconsciente encontra sua articulação essencial". (DOR, 1989, p. 11-12).
A palavra objeto, na concepção freudiana, designa rigorosamente uma
“representação inconsciente prévia à existência de outrem, uma representação que
já se ache ali e na qual virá escorar-se a realidade externa da pessoa do outro ou de
qualquer de seus atributos vivos” (NASIO, 1995, p. 103). Em consonância a esta
concepção, Garcia-Roza (1991), salienta que: “é a palavra que constitui o objeto
como objeto, e é este que fornece à palavra seu significado” (GARCIA-ROZA, 1991,
p. 31).
Na psicanálise, Lacan ao retomar o conceito freudiano de sujeito, destaca a
noção de sujeito dividido. Um sujeito clivado, dividido pelo efeito da linguagem,
47
submetido à arbitrariedade da língua. Barthes (1997) aponta para essa
arbitrariedade destacando os efeitos do poder:
a língua, como desempenho de toda linguagem, não é nem reacionária, nem progressista; ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer. Assim que ela é proferida, mesmo que na intimidade mais profunda do sujeito, a língua entra a serviço de um poder. (BARTHES, 1997, p. 14).
Portanto, língua, instaura uma ruptura. O sujeito conviverá sempre com a
divisão entre o consciente e o inconsciente. É o sujeito do inconsciente que emerge
na enunciação. Uma enunciação polissêmica, constituída na multiplicidade de
sentidos. O inconsciente nesta leitura não funciona como um receptáculo de
conteúdos de instintos determinantes da vida subjetiva, porém, como instância da
letra para produção subjetiva. Os conteúdos inconscientes são marcas necessárias
para a produção de novas configurações, assim como o conhecimento da língua é
indispensável a quem quer aprender falar, escrever ou ler o novo.
Lacan fundamentado no contexto científico criado pelo Estruturalismo, sob a
influência e efeitos da teorização de Lévi-Strauss, explora três registros da realidade
humana: simbólico, imaginário e real.
O imaginário é o registro da formação ideológica. É através desse registro
que o sujeito se sustenta, por ser base da constituição do eu. O imaginário é,
portanto, entre outros, a sede das imagens, ilusões, alienações, tem a ver com o que
é da ordem especular, da ordem primária, onde a criança constrói a imagem de si a
partir do olhar do Outro, por meio dela o sujeito se apresenta.
O Simbólico é o registro da linguagem e estabelece o lugar das
representações psíquicas. Neste lugar, o sentido nunca é absoluto, nem mesmo a
palavra, pois provoca ambivalência e sempre denota duplo sentido, a homonímia,
quando uma mesma palavra possui dois sentidos. Ao dizer algo, não se tem mais
controle, uma vez que esta fala será interpretada pelo outro das mais diversas
formas, pertencendo ao registro do simbólico, nos exemplos de polissemia, de
criatividade da língua. O que é falado não dá conta e não assegura o sujeito que
fala, de que o outro recebeu a informação na medida em que se pretendia. Para
Marini (1990), a "dependência do sujeito a uma ordem que o ultrapassa e que está
na sua origem - o Simbólico" (MARINI, 1990, p.59).
48
A dimensão do conceito de real para Lacan refere-se ao indivizível, ao
inacessível, o que não se pode dar conta. Não é da ordem da realidade, antes, é
algo que escapa a ela, não é possível ser simbolizado. O real é da ordem do
impossível, não pode ser dito, alcançado, controlado. É algo que não cessa de se
inscrever, insiste o tempo todo a partir do processo de repetição.
Garcia (1998) ressalta que nos anos de 1960, a Psicanálise de Lacan foi
dirigida na Universidade de acordo com o projeto estruturalista:
a Antropologia e a Linguística muito se beneficiaram. Pois essas disciplinas em matéria de real, só contam com o que é simbolizado, só contam com o simbólico. Daí se pensar: o que não foi simbolizado não existe. (GARCIA, 1998, p.17).
Lacan (1986) contempla contribuições da tradição filosófica alemã, em
especial, Heidegger e Hegel, a linguística estrutural de Ferdinand de Saussure, o
estruturalismo de Lévi-Strauss, como fundamentos do desenvolvimento de suas
próprias formulações teóricas, sobre a noção de inconsciente e de sujeito, a partir de
sua releitura da psicanálise da obra de Freud.
Quando Lacan (1986, p. 25) postula que "o inconsciente é estruturado como
uma linguagem", e, "o sujeito é efeito do significante", ele segue os passos de Lévi-
Strauss, indicando a existência de um sistema de relações pré-existentes ao sujeito
e de uma ordem significante que o antecede, o Outro, como lugar dos significados
que lhe precede, está já tomado pela linguagem. Sob a influência de Lévi-Strauss, a
definição de inconsciente em Lacan “não era o lugar de pulsões, nem de energia,
mas um lugar de função simbólica. Para Lévi-Strauss a distinção entre natureza e
cultura marca a emergência da função simbólica.” (GARCIA, 1998, p. 18).
O autor ainda aponta que Lévi-Strauss toma a estrutura da língua como
modelo para suas explicações antropológicas dos fenômenos humanos. Os
aforismos lacanianos apontam para a relação e aproximação entre os mecanismos
de funcionamento da linguagem e do inconsciente, indicando a existência de regras
estruturais comuns entre ambos.
Neste sentido, Lacan (1998), a partir do “Discurso de Roma” pronunciado em
setembro de 1953, utiliza-se da Linguística como paradigma de análise dos
fenômenos do inconsciente, ressaltando a importância da linguagem em sua leitura
a respeito da obra de Freud. Segundo Jorge e Ferreira (2005) “Lacan parte da
49
evidência de que a linguagem, a cadeia simbólica, determina o homem antes do
nascimento e depois da morte” (JORGE; FERREIRA, 2005, p. 44).
Por essa razão, Lacan insiste na sujeição do homem à linguagem, uma vez
que a estrutura da linguagem pré-existe ao sujeito; seja qual for à língua que tenha
que aprender para se comunicar com seu meio sociocultural, a criança não a
modifica, pois, esta submetida a ela, como aponta Miller (2002).
Nesta perspectiva, temos também a colaboração de Pereira (1998) diz que
Lacan introduz uma noção intermediária que é a do discurso, influenciado pelos linguistas. O discurso é um determinado grupo de fala decantado e sedimentado pela história, é a realização individual de todo social que há na língua. Sempre heterogêneo o discurso. [...] O sujeito é constituído a partir dos efeitos do discurso, a partir das interrelações sociais, do encontro de um sujeito com um outro, a produzir discursos, efeitos de atos individuais. Assim, um sujeito é constitutivamente heterogêneo, de uma incompletude fundante que mobiliza o desejo de completude, aproximando-o do outro na esperança de restaurar uma totalidade inatingível. (PEREIRA, 1998, p. 182-183).
No sentido, que o discurso traz à tona o lugar da subjetividade que é da fala,
o autor ainda esclarece que:
O discurso é assim, a organização da comunicação, sobretudo da linguagem específica das relações do sujeito com o outro, com os significantes e com o objeto, que são determinantes para o indivíduo e que regulam os vínculos sociais. O sujeito não é o homem para a Psicanálise, nem é o indivíduo que muda em função das peripécias da história Chemama (1995). A busca, por conseguinte, do sujeito autônomo, ideal, senhor de seus atos e agente da história, à luz da Psicanálise (e também por depender da linguagem, uma vez sendo efeito do discurso), pode se tornar um empreendimento utópico, pois a universalidade não sabe de tudo. O discurso do sujeito sempre deixará um resto cuja verdade particular é meio dita. (PEREIRA, 1998, p.183-184)
Pêcheux (1997) em seus estudos sobre Análise do Discurso, indaga sobre o
sujeito ser aquele que surge na fagulha de um instante, durante o qual o ego-eu
vacila. O autor revela que ao falar da forma-sujeito, existem dois equívocos ou
ilusões constitutivas do sujeito do discurso.
Henry (1992) mostra que “o sujeito é sempre e ao mesmo tempo, sujeito da
ideologia e do inconsciente e isso tem a ver com o fato de nossos corpos serem
atravessados pela linguagem antes de qualquer cogitação” (HENRY, 1992, p. 188-
189). Neste sentido, Pêcheux (1997), Henry (1992) e Pereira (1998) se aproximam
50
do que Lacan (1986) diz sobre a questão de o inconsciente ser estruturado como
linguagem.
No campo da Educação, utiliza-se do instrumento da palavra. A palavra
estabelece vínculos no processo de comunicação, constrói e reconstrói os sujeitos,
portanto, não existe educação sem a palavra. Toda produção de sentido da palavra,
é da ordem do simbólico e está regido por meio de significantes. Assim como a
comunicação não verbal, expressa por gestos ou olhares, inscreve-se no simbólico,
sendo constituinte do mundo da linguagem. Nesse sentido, a fala, decorrente de
uma cadeia de palavras, tal como o discurso escrito, permite o plano do significante
se destacar da significação. Assim sendo, a palavra é o princípio epistemológico e a
fala é necessária para evidenciar a primazia do significante sobre as significações, a
palavra e o processo de verbalizar proporcionam tornar consciente o inconsciente.
A linguagem se constitui como uma das referências fundamentais para a
compreensão de como o homem se relaciona e se articula com a sociedade a qual
pertence, através da relação que o mesmo estabelece com a língua e com a
linguística, que reflete um modo particular de lidar com a realidade. Nesta via, a
hermenêutica possibilita o poder de apropriação ao conhecimento, na medida em
que permite ao homem a liberdade de se relacionar com o objeto, pela compreensão
e interpretação ao qual poderá ser dado sentido e significado ao mesmo.
O ato de tomar a palavra como instrumento para produzir um discurso de si,
implica primeiramente numa construção de uma imagem pessoal e do outro o qual
será direcionado o discurso. No entanto, não é necessário que o sujeito que narra
faça um autorretrato de si, nem mesmo que explique palavra por palavra a respeito
daquilo que compreende como sendo ele, porque, tudo isso não daria conta de dizer
sobre ele, pois sua apresentação se encontra mais, no seu estilo, na maneira de se
relacionar e se comunicar com outras pessoas, por suas competências linguísticas,
suas crenças que são suficientes para construir uma representação de si. Assim,
encontramos no discurso, através dos ditos e não ditos uma revelação a respeito de
um modo de ser na pessoa que narra.
No espaço escolar não se costuma considerar um lugar de fala ou de voz
para professor e alunos. A esse respeito, ressalta Elia (2004), o fato de não se levar
em conta o que o docente ou discente quer dizer, ou o que precisa dizer, significa
não levar em conta a dimensão de um inconsciente que está presente nos sujeitos.
51
O discurso que se apresenta pelas narrativas discentes, nesta pesquisa de
origem (auto) biográfica, tem sua estrutura construída na palavra, que possibilita
uma forma de apresentação da realidade estabelecida pela cultura com a qual o
homem se articula e é articulado.
Nessa direção, o uso de narrativas escritas, orais e pictóricas são formas
singulares pelas quais, sujeitos se mostram e se apresentam ao mundo e por
consequência os significam. Segundo Bruner (1997; 2001), as narrativas são modos
estabelecidos pela cultura na qual pessoas interpretam o mundo, dando uma ordem
temporal a ele, e significando-o. Neste sentido, o autor dá ao significado uma
particularidade singular, como produção única que cada pessoa constrói a respeito
de suas experiências.
Já Benjamim (1992) mostra que a experiência e a narrativa se misturam, e
assim formam um jeito de expressão da vida do sujeito, pois a narrativa de vida
permite realizar uma reformulação subjetiva da experiência vivenciada e, a este
processo afirma o autor, é possível uma recomposição a respeito da história de vida.
Halbawachs (1990) também contribui com esta discussão, ao esclarecer que
que a memória se apoia em fatos do passado, vivenciado e compartilhado com
grupos, a esse processo ele denomina de comunidade afetiva. O sujeito ao ser
convocado ao resgate de memória em relação a sua trajetória, por exemplo, familiar,
educacional, pessoal e profissional. Essas memórias-lembranças-recordações
manifestam-se não o que queremos e nem como queremos. É comum vir à tona
alguns fatos considerados pelo autor da narrativa como banais e isso o toma de
maneira imperiosa. Já outros, considerados como marcantes, aparecem velados e
escapam, mesmo diante do esforço consciente de rememoração, são fragmentos
que compõe uma história de vida e marcas que compõem a singularidade de cada
um.
Nessa perspectiva, compreender o sujeito das narrativas é preciso conceber
que este se constitui a partir das relações, ocupando um determinado lugar, a partir
do lugar dos outros; processo de identificação. Desta forma, Pereira (2003)
acrescenta ser este Outro (maiúsculo), o lugar simbólico da falta, o desejo. Sujeito
na concepção do autor é uma falta-a-ser, um descontínuo, algo que remete a
incompletude.
A busca por lembranças remete a um lugar de partida conduzido pelas
experiências mais profundas ou superficiais, que permite um resgate da memória,
52
fazendo assim, advir representações de situações tanto reais, como realidade, tanto
como ficcional, vindas das representações de um vir a ser, ou de um ter sido.
Não é estranho que o narrador não se dê conta do seu percurso com
precisão, pois, o que é da ordem do inconsciente, não aparece na razão, emerge de
alguma forma pelas sensações do sujeito, quando sente que muitas vezes não
consegue explicar de onde vem, por que, esse algo que lhe toma e lhe paralisa para
um pensar mais profundo, ressignificando e redirecionando sua narrativa escrita, seu
discurso.
2.3 A estética das narrativas: o lugar da subjetividade nos processos (auto)
formativos
Pensar a subjetividade a partir dos estudos da psicanálise, em Freud e Lacan
(1986), significa compreender que o sujeito é um ser social que se subjetiva por
meio das representações que são estabelecidas na relação com o outro da mesma
espécie que lhe transmita a produção de significantes. O sujeito é, portanto, reflexo
de um ato construído num circuito que demanda o outro e o convoca, na busca da
completude. O ato de relembrar retoma e redireciona a questão da alteridade, pois
ao narrar, o sujeito direciona seu discurso ao outro, e assim, produz uma direção
para si. Nesta via, o discurso ocupa um lugar que conduz as possibilidades para
construções subjetivas. As referências que o sujeito tem para pensar o mundo, são
construídas de representações simbólicas e imaginárias que remetem à falta, ao
desejo, que lhe é fundante desencadeada pela cadeia de significantes, marca que
encontra no outro.
Segundo Costa (2001), uma das funções da memória é promover uma ligação
duradoura entre o sujeito e seu “eu”. Desta forma, trabalhar com a análise da
memória educativa abre caminhos para reconhecer na constituição da identidade e
subjetividade fatos e experiências experimentadas como aluno para identificar como
esta identidade pode ser desveladora de manifestações e posturas em sala de aula.
Neste sentido, Fontana (2003) complementa dizendo que o processo de
construção da identidade da pessoa e do profissional é histórico. Neste sentido, é
necessário considerar o significado que tem as representações sociais nos
percursos da caminhada e no projeto de vida dos indivíduos, os quais desencadeiam
53
uma complexidade das definições dos elementos objetivos e distintos, que movem
os sujeitos para a construção do eu pessoa, eu profissional.
As vivências em sala de aula, o percurso profissional e pessoal de cada
sujeito, bem como a troca de experiência com seus colegas permitem apropriações
de alguns saberes simbólicos se tornam saberes objetivos, diante de uma
determinada vivência. Tardif (2008) ressalta a importância de uma reflexão a
respeito das possíveis questões que envolvem o conhecimento dos professores, o
saber e o saber-fazer no ambiente escolar, bem como as competências e
habilidades que devem servir como base e direção na prática docente. A proposta
que o autor indica, é uma mudança do olhar do pesquisador, possibilitando assim,
uma percepção na qual o professor deixa de ser visto como objeto do conhecimento
para ser sujeito (das pesquisas) construtor e produtor de conhecimentos específicos
para o trabalho cotidiano.
O autor também aponta para a questão da desvalorização do saber docente,
diante dos cursos de formação, que não consideram, na hora de elaborar os
currículos, disciplinas ou até mesmo os saberes pedagógicos necessários à
profissão, o docente enquanto sujeito ativo deste processo, não permitindo com isso,
que o professor seja autor do processo de construção de sua formação. Assim,
busca compreender e considerar os professores como sujeitos que possuem e
produzem saberes específicos à sua prática permitindo assim, renovar uma visão
presente a respeito do ensino.
Ainda, segundo o autor, compreender a dimensão dos saberes profissionais
dos professores e os conhecimentos universitários, como elementos para a
construção de uma prática profissional docente, remete a alguns pontos de extrema
relevância que podem elucidar caminhos ou saídas para um posicionamento diante
desta prática, diante dos modelos construídos para a formação.
Neste viés, Adorno (1988) destaca que numa sociedade na qual impera
mecanismos invasivos que camuflam a possibilidade de viver o sensível, o que
resta, é trabalhar como o próprio pensamento, que deve funcionar como fonte de
resistência ao que é imposto. Esse movimento demarca e diz de um lugar de
posição de liberdade e escolha para o sujeito se preservar diante dos espaços
coletivos e se aproximar de seus grupos, respeitando os direitos e os deveres.
Assim, a ética não pode ser um conteúdo teórico, deve ser antes uma
vivência prática. A educação pode ser transformada em um processo de
54
humanização, para formar professores e alunos mais abertos e conscientes. Nesse
sentido, Freire (1996) defende que “não podemos nos assumir como sujeitos da
procura, da decisão da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores,
a não ser assumindo-nos como sujeitos éticos” (FREIRE, 1996, p. 17).
Amorim Neto e Berkenbrock-Rosito (2007) fazem considerações importantes
a respeito da questão da ética e da moral para a formação pedagógica e sobre uma
compreensão necessária dentro da formação. Todavia, os autores apresentam à
ética como um tema atual e, por isso, deve estar inserida no processo educacional
de desenvolvimento do ser humano, que passa, fundamentalmente, pela formação
de consciências cidadãs, mas não se pode falar em ética sem considerar os
princípios morais. Presente a prática educativa, como em todos os níveis e áreas de
formação humana e profissional, a inerência entre o conhecimento e os valores e os
elos da moral e da ética que os aproximam. Deste modo, a pedagogia incorpora
temas que remetem e aprofundam a relação entre saberes e condutas. Os autores
enfatizam que a formação moral e ética é uma das contribuições essenciais da
educação aos apelos dos tempos contemporâneos e promovem condição para uma
vida pessoal e social com mais qualidade, tornam-se também parte da educação
para a consciência do limite. A ética unida à estética do pensamento serve como
base para a formação dos futuros cidadãos.
Nesta perspectiva, Freire (2011), ressalta que a ética consiste na dimensão
do espaço escolar, que junto à estética configuram aspectos essenciais e relevantes
para o caminho de uma vida plena com dignidade, favorável a vida. Neste sentido,
Freire (2011) tem sua teoria e prática fundamentada em uma ética inspirada na
relação “homem-mundo”, ou seja, estar no mundo é ser agente de seu fazer e
construir com o mundo e consigo.
Adorno (1995) critica a reprodução do conhecimento e a massificação da
cultura diante da criação de um imaginário inflado voltado a interesses que servem
apenas a uma parte da população, desencadeando um processo de educação
bancária. Contudo, esses conceitos apontam para um terceiro incluído que é a
dimensão da Estética, presente na formação docente, atravessada pela presença ou
ausência de uma ética, moral e juízos que emergem na prática docente.
Diante do exposto, o processo de reflexão necessário para a produção da
escrita narrativa, possibilita ao sujeito um reconhecimento de sua identidade,
revestida de uma subjetividade e, esta condição promove um reencontro consigo
55
mesmo, na medida em que mergulha em seus pensamentos, trazendo à tona
memórias de experiências vividas que se misturam com repetições das experiências
da realidade, e deste modo atribui novos significados à identidade, decorrente da
elaboração e compreensão das atitudes e posturas, encontradas no processo de
rememorar e de narrar sua própria história.
Essa prática encontra ressonâncias em Sarmento (2002), nas Histórias de
Vida de Educadoras de Infância, que identifica alguns contextos centrais para a
construção da identidade profissional como família, amigos, os pares, as escolas de
formação inicial e os jardins de infância, como elementos estruturantes e
significantes, pois o sujeito se transforma a partir dos diversos contextos.
Assim, a autora apresenta como relevantes alguns pontos deste processo
como: as memórias de infâncias; crença da construção das identidades e a
cooperação entre os atores sociais; relação da aprendizagem da profissão ao longo
da vida e a mobilidade e a desestabilização afetiva da profissão, incluindo
professores e alunos; contato e aprendizagem com pares profissionais; inserção nas
comunidades e estabelecimento de relações colaborativas. Estes pontos estão
relacionados diretamente com a escolha da profissão e modo de estabelecer uma
prática docente, neste eixo das narrativas de história de vida, remete à importância
das narrativas para o conhecimento e retroalimentação das práticas profissionais.
Nesta dimensão, a identidade de ser inacabado segundo Josso (2002) vem à
tona, quando estamos diante de um contexto das narrativas (auto) biográficas, na
medida em que interpretarmos o objeto. O modo como cada um se apropria de suas
memórias até chegar a sua maturidade pessoal e profissional diz de sua identidade
e subjetividade revelando assim, uma estética particular que aponta para uma
posição do sujeito discente em relação à construção do processo de formação.
Para tanto, compreender um lugar ético e estético do sujeito em seu processo
formativo, implica em considerar as bases de sua formação e os espaços estéticos
de sua vida formativa revelados em suas experiências de vida.
56
3 O DIZER NAS NARRATIVAS ESCRITAS: LUGAR DE CONSTITUIÇÃO DA
SUBJETIVIDADE
Este capítulo tem como finalidade apresentar a fundamentação metodológica
do procedimento de produção e análise das narrativas escritas, mapeamento das
experiências estéticas na compreensão dos dados, com o intuito de revelar um lugar
de onde fala o sujeito ao narrar sobre a construção de seus processos formativos.
Compreendendo por “lugar” aqui, as representações inconscientes posta pela
linguagem das narrativas escritas, através das contradições e coerências da escrita
de si.
3.1 Narrativas Escritas: uma compreensão e interpretação sob o enfoque
hermenêutico
O material empírico deste estudo compreende 44 documentos narrativos,
produzidos no dispositivo “Colcha de Retalhos”, uma metodologia e epistemologia
de formação de professores, realizada com os discentes do primeiro semestre, do
Curso de Pedagogia, em 2014. Atividade proposta na disciplina “Psicologia da
Educação”, ministrada por Berkenbrock-Rosito, na Universidade Cidade de São
Paulo.
No capítulo primeiro desta pesquisa, no item 1.3 encontra-se a descrição do
procedimento para a produção das narrativas escritas. O procedimento utilizado foi o
Questionário Narrativo, que compreende as narrativas escritas produzidas por meio
das seguintes estratégias: narrativa biográfica, narrativa autobiográfica, narrativa
fílmica. Este procedimento foi solicitado diretamente aos sujeitos pela orientadora
deste estudo.
O Questionário Narrativo, sistematizado por Berkenbrock-Rosito, foi inspirado
na Entrevista Narrativa, de Jovchelovitch e Bauer (2002), a qual visa analisar as
experiências subjetivas do entrevistado, sem a limitação dos questionários fechados
ou semiestruturados. Estes autores encontram apoio em Fritz Schütze, sociólogo
alemão, que rompem ao desenvolver a técnica e estratégia da Entrevista Narrativa e
a ela proporcionando um caminho para compreensão, através do método análise de
narrativas. Deste modo, é possível abrir espaço e dar lugar às subjetividades e
interpretações do entrevistado no contexto da escrita narrativa.
57
Jovchelovitch e Bauer (2002) esclarecem que:
O estudo da narrativa conquista uma nova importância nos últimos anos. Este renovado interesse tem um tópico antigo: narrativas e narratividade tem suas origens na Poética de Aristóteles e está relacionada com a consciência do papel que contar histórias desempenha na conformação de fenômenos sociais. No despertar desta nova consciência, as narrativas se tornaram um método de pesquisa muito difundido nas Ciências Sociais. A discussão sobre narrativas vai, contudo, muito além de seu emprego como método de investigação. A narrativa como forma discursiva, como história, como histórias de vida e histórias sociais, foram abordadas por teóricos culturais e literários, linguistas, filósofos da história, psicólogos e antropólogos. (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2002, p. 90).
Em consonância Bertaux (2010) ressalta que:
O sujeito emerge da produção discursiva através do relato vida. Segundo o autor a “narrativa de vida” convoca imediatamente a uma imagem de narrar à vida por “completo”, que remete a uma totalidade da vida de uma pessoa, percorrendo sua historicidade desde o nascimento com as primeiras relações, pais, até a vida adulta. Em cada momento da vida, a narrativa descreverá não somente sua vida interior, mas também as relações que o narrador estabelece com os contextos interpessoais e sociais que ele vivenciou. Neste cenário a importância aos detalhes que compõe o discurso narrativo se faz muito necessário, no sentido de delimitar bem os personagens, descrever suas relações recíprocas, explicar suas razões de agir, descrever os contextos das ações e interações e até mesmo fazer julgamentos críticos sobre suas ações e dos demais atores inseridos na narrativa para a construção de significados. (BERTAUX, 2010, p.47).
A historicidade dos sujeitos nos seus diversos momentos de significação
diante de seu processo de formação será analisada e interpretada à luz da
Psicanálise, na perspectiva de Lacan.
A análise narrativa seguiu os seguintes procedimentos baseados na
metodologia de Alfred Schütze (1899-1959), Jovchelovitch e Bauer (2002). A análise
de dados foi baseada em Análise Temática, organizado em colunas contendo o
nome do narrador, a transcrição íntegra da narração, as paráfrases obtidas,
formando sentenças, uma redução, as palavras-chave; levantamento de categorias:
Criando uma categoria para cada narrativa; Ordenar um sistema coerente de
categorização geral para todas as narrativas.
58
Seguindo a metodologia de Alfred Schütze, foram tomados os seguintes
passos para análise das narrativas escritas neste capítulo, já que este processo
permite a identificação de trajetórias coletivas:
Transcrição detalhada de alta qualidade do material verbal escrito;
Material indexado com as referências de quem fez, quando, onde e por que;
Material não indexado que expressa valores, juízos, sabedoria de vida e, que
revelam a estética do autor ou narrador;
Descrição dos fatos e acontecimentos vivenciados;
Argumentação em relação ao que não é aceito pacificamente na história e a
reflexão em termos de conceitos e teorias sobre os acontecimentos;
Todos componentes indexados dos textos tem a função de analisar a ordem
dos acontecimentos para cada individuo, cujo produto Schütze chama de
trajetórias;
As dimensões não-indexadas do texto são investigadas como análise do
conhecimento;
Agrupamento e comparação entre as trajetórias individuais;
As trajetórias individuais são inseridas no contexto e semelhanças são
estabelecidas.
A organização dos dados foi realizada da seguinte maneira: os dados foram
organizados em cinco (5) colunas: a primeira coluna, com a transcrição da narrativa
no eixo biográfico com as cenas que remetem ao Ensino Médio, se autoria ou
submissão; a segunda diz respeito à escrita das experiências autobiográficas,
considerando o que Josso (2002) denomina “momentos charneiras”; a terceira
coluna com a narrativa fílmica, onde há o resgate das metáforas, a partir de cenas
marcantes sobre o filme; na quarta coluna, redução da narrativa escrita em pelas
paráfrases e palavras-chave e, por fim, a quinta coluna para mapear a experiência
estética, configurada nos afetos e emoções que constituem o processo de formação
discente.
O produto final constitui uma interpretação das narrativas, com estruturas de
relevância do narrador com o pesquisador. A fusão de horizontes do pesquisador e
do narrador é algo que remete à hermenêutica.
Os dados são interpretados sob o enfoque hermenêutico, na perspectiva de
Gadamer (2000), que situa a importância de circularmos da palavra ao conceito e
59
também do conceito a palavra para conhecer e reconhecer a compreensão da
hermenêutica filosófica. Afirma também que: “tudo o que pode ser conhecido é
linguagem”. Fora da linguagem pode até existir o mundo, mas trata-se apenas do
mundo dos fatos empíricos, do mundo sem sentido das coisas. O simples ato de
falar acerca do mundo faz com que constituamos uma imagem linguística do mundo,
e é no território dessa imagem que poderemos encontrar os significados.
Assim, quando discutimos acerca dos fatos, estamos sempre tratando das
imagens que fazemos do mundo, pois a linguagem não comporta os fatos em si,
mas somente os fenômenos, os quais não são as coisas em si, mas o modo como
se apropria e interpreta essas por meio dos sentidos e formas do conhecimento,
conforme Gadamer (2000).
A hermenêutica filosófica é definida como a ciência que estuda a arte de
interpretar foi fundada por Hans-Georg Gadamer, filósofo alemão que identificou,
através desta técnica, um modo de compreender as ciências espirituais e a história
através da interpretação e explicação de uma tradição. Utiliza o conceito da palavra
hermenêutica como uma metodologia para explicar e compreender o sentido e o
significado que a humanidade dá às coisas e ao mundo, através da relação que o
homem estabelece com a linguagem e, sobretudo pelo diálogo, onde esta
articulação reflete uma representação (interpretativa) e um modo de olhar particular,
refletido pelo posicionamento frente a experiências com a ciência, arte e a cultura
em geral.
Na filosofia a hermenêutica possui duas vertentes de estudo, que
compreendem: a epistemológica com a interpretação de textos e a ontológica que
trata da interpretação de uma realidade. Etimologicamente, a palavra hermenêutica
está relacionada com o deus grego Hermes, que era um dos deuses da oratória. A
hermenêutica permite que o homem seja livre para conhecer e reconhecer um
objeto, pois lhe é dado liberdade para compreender, interpretar, dar significado e
nomear um objeto. Separa e une, ao mesmo tempo em um movimento dialético do
elemento do método da ciência com a interpretação e significação do homem em
relação à arte, a cultura e o objeto. Assim, esse processo de autonomia só é
possível, graças à crítica que Gadamer (2000) faz “à história do conhecimento
positivista e do fisicalismo, cuja finalidade é fundamentar com o método unitário da
física. A hermenêutica critíca também a tradição da metafísica”. (GADAMER, 2000,
p. 507).
60
A linguagem é uma das referências fundamentais para a compreensão de
como o homem se relaciona com a sociedade a qual pertence e como se articula
com suas questões psíquicas. Em sua obra Verdade e Método, Gadamer mostra
que o diálogo é construído por esquemas pré-formados de discurso, os quais
inserem o homem em um contexto social, representando e apresentando um modo
particular de uso e apropriação da linguagem.
Ainda segundo o autor, não existe sentido para a humanidade se não, através
e pela linguagem, um dos pressupostos constitutivos da hermenêutica. Portanto, os
sentidos das coisas não se encontram nas próprias coisas (segundo a ideia de
Platão), nem no próprio mundo (o que nega o idealismo platônico), nem em uma
razão universal, o que se contrapõe ao transcendentalismo de Kant, mas nas
próprias linguagens através das quais nos comunicamos com o mundo.
Nesta dimensão, a psicanálise, com a tese fundamental de Lacan, que
postula que o inconsciente é estruturado como uma linguagem, defendendo uma
dependência do sujeito a uma ordem simbólica, ou seja, é na palavra e pela palavra
que o inconsciente encontra articulação essencial, conforme explana Dor (1989).
A narrativa da história de vida, seja profissional ou pessoal, remete também o
sujeito que escreve a um mergulho profundo sobre suas lembranças de experiências
de vida, que emergem de um processo reflexivo a respeito de suas escolhas ao
longo de seu percurso formativo e profissional. No entanto, as lembranças que
ocorrem, só vêm à mente porque tiveram importância, porque retratam exatamente
algo que precisa ser retomado para poder ser ressignificado ou mantido.
Machado (1997) assinala que a linguagem para a psicanálise não inclui
apenas um projeto de comunicação, sobretudo, a necessidade de um
reconhecimento e de um significado para o sujeito. A relação que se estabelece com
este outro/Outro reconhecedor, compreendendo aqui este outro com o minúsculo,
como a consciência e o Outro com O maiúsculo como a dimensão imaginaria do
inconsciente em relação ao próprio desejo.
O contexto das narrativas (auto) biográficas de discentes do curso de
Pedagogia, explicitam experiências e relatos pessoais, reflexões de suas vidas como
alunos e como profissionais da educação, compondo Outro lugar que transcende o
formalismo da ação docente, nos moldes que universalizam e metodologizam o que
a radicalidade da experiência singulariza, como destaca Pereira (2003).
61
A escrita (auto) biográfica com suas particularidades de fatos, momentos e
acontecimentos em geral, abre uma oportunidade de tornar público e acessível uma
identidade, uma subjetividade que ao se revelar, também desvela outra imagem de
si, um modo de ser linguagem, refletido através das palavras e interpretado pelo
olhar e escuta do outro, identificando um resgate de si próprio pela via do outro.
Uma metáfora utilizada por Freud pode ilustrar o trabalho de uma
hermenêutica das narrativas discentes.
Freud dizia que um explorador que chega a uma região pouco conhecida, mas que lhe suscita interesse pela extensa área de ruínas, com restos e fragmentos por vezes apagados e ilegíveis. O explorador pode contentar-se em inspecionar o que está visível e em interrogar a população circundante sobre o que a tradição lhes deixou da história e do significado desses resíduos, registrando as informações e dando por concluída sua tarefa. Mas pode tomar outro caminho. Dispor de instrumentos para escavar, remover o lixo e, começando dos resíduos visíveis, descobrir que está enterrado. Se seu trabalho for bem sucedido, as descobertas são autoexplicativas: os fragmentos e inscrições podem revelar um alfabeto e uma linguagem que, uma vez decifrados e traduzidos, fornecem informações nem sonhadas. Saxaloquuntur. As pedras falam! (FERREIRA, 1998, p. 112-113).
A respeito da metáfora de Freud, trazida por Ferreira (1998), pode-se extrair
que as narrativas carregam em si, conteúdos advindos de um porão muito profundo
e escuro, e também àqueles que estão expostos na estante da sala, de onde todos
podem ver.
Nesse sentido, o narrador pode escolher mexer no que está guardado no
porão e jogar fora o que não serve ressignificando e construindo um novo, ou
apenas trabalhar e mostrar o que está exposto e visível, para não deflagar uma
impotência diante de tantos não-saberes. Nesta dinâmica, as narrativas apontam
para a identidade do autor, sendo tecida pelas representações simbólicas e
imaginárias do sujeito.
Consideram-se, assim, neste percurso, os processos subjetivos que vão
constituindo o ser humano, apontando as vicissitudes pelas quais o sujeito passa no
processo de formação de sua identidade docente, que implica na interlocução do
sujeito com sua subjetividade.
Neste contexto, os discentes ocupam um lugar de intérpretes, compostos e
formados em sua essência por fatores e condições biológicas, psíquicas, sociais e
culturais que interagem num movimento dialético entre a realidade e a
62
representação da realidade ao interpretar sua própria condição profissional.
Importante também é mencionar que o autor desta pesquisa também se encontra
mergulhado como sujeito, na medida em que se revela e desvela um modo de ser
profissional refletido pelas narrativas dos discentes presentes neste trabalho,
percebendo a historicidade dos sujeitos nos seus diversos momentos de significação
que caracterizam seu processo (auto) formativo.
3.2 A estética da narrativa biográfica: o lugar da autoria e submissão do sujeito
nas cenas escolares do Ensino Médio
A análise das narrativas no eixo biográfico aponta uma posição do sujeito
discente em relação às cenas marcantes do Ensino Médio a relação que estabelece
com o conhecimento, com o professor e consigo mesmo. Se autoria ou de
submissão nos processos (auto) formativos.
Considerando que o resgate das cenas marcantes do Ensino Médio revela e
identifica um lugar para o sujeito discente frente à compreensão seu processo de
formativo, as narrativas mostraram que aproximadamente 14% dos sujeitos
discentes apresentam uma dificuldade no que diz respeito a falar sobre a trajetória
de vida formativa. Isso pode estar relacionado como uma dificuldade em lidar com
fatos e sentimentos que ao relembrá-los remete ao sofrimento e ao mesmo tempo
pode emergir uma vergonha, ou medo de se expor diante do outro, caracterizando
uma necessidade de aprovação do outro, ou até mesmo dificuldade de aceitação de
sua própria condição Estas reflexões ficam evidentes nos trechos das narrativas
destacados abaixo:
Após um longo momento de reflexão sobre todos os momentos marcantes na minha vida espero ter representado bem com os fatos que escolhi. Foi um processo de aprofundamento que relembrou momentos que antes talvez eu não quisesse mais lembrar... (Narrador 1) Não entendo por que as coisas que nos fazem sofrer tanto são apenas para nosso bem. (Narrador 3) Bom falar sobre si mesma é uma tarefa muito difícil, vou começar falando um pouco da minha infância... (Narrador 5)
63
Vale também ressaltar que a estética aparece aqui, como preocupação com o
belo e o feio quando há a necessidade da aprovação do outro, ou a dificuldade de
aceitação de si, conforme apontam as narrativas a seguir:
Minha festa de despedida, todos felizes dançando e comemorando, já no final de tudo... nos abraçamos e choramos juntos sinto até hoje um pouco de sentimento vivenciado naquela noite. penúltimo ano letivo, resolvi pedir transferência cheguei a nova escola todos me olhavam me sentia estranha, porém, fiz logo amizade e acabei reecontrando colegas do primário uma surpresa muito agradável. (Narrador 17)
Ao chegar à casa da sua tia apresentou sintomas estranhos, não conseguia respirar direito, sem saber o que era sua tia a levou para o médico, onde este pediu alguns exames, e assim foi constatado que também estava com bronquite asmática, doença pela qual sua irmã faleceu (uma inflamação dos brônquios pulmonares, que são locais por onde o ar passa). Sua tia passou a ter um cuidado dobrado. Com remédios, cuidando com alimentação, assim Angélica vivia uma vida normal, exceto quando suas crises de falta de ar eram intensas, onde era necessário levá-la ao hospital. Seu pai ajudava financeiramente, mas não era presente e sua mãe sumiu da sua vida por um bom tempo. [...] Com isso aprendeu: a ser responsável, a superar seus limites, o mais importante foi se orgulhar de si mesma mostrando para si que era capaz de fazer um bom trabalho mesmo com as dificuldades encontradas, e foi através dessas experiências que obteve a certeza do que gostaria de seguir profissionalmente, gostaria de ser professora, educadora. Aprendeu que toda criança é um ser iluminado, que nos traz alegrias, independente de cor, raça, religião, e deve ser tratado sem preconceitos, cada ser humano tem sua importância, independente de quem seja. (Narrador 19)
Meu momento de transformação foi quando mudei de escola, fui bem recebida, fiz excelentes amizades, os alunos eram tratados como gente, coisa que na outra escola não era assim. Nossa relação com os professores, e a deles conosco era super legal, podíamos interagir super bem, ter uma boa aproximação. (Narrador 21) Algo que também marcou muito neste mesmo período foi o fato de ter estudado 3 anos com a mesma professora Arací. Quando iniciei o quarto ano, logo no primeiro dia de aula descobri que tinha mudado a minha professora, fiquei extremamente desapontada perdi a vontade de ir às aulas, ia mesmo por obrigação até acostumar com a nova professora, que no fim acabei criando uma grande afeição. (Narrador 44) Aguardando o horário de ir embora da creche, a professora se deparou em uma situação em que falava as cores de alguns lápis de cor com uma aluna pequena, eu não sabia as cores. Isto chegou ao conhecimento dela, pois me intrometi na conversa dela com a estudante e errei a cor do lápis. Ela demonstrou espanto por eu ter errado a cor, e logo em seguida me mostrou outro lápis. Errei novamente. Talvez em um ato de desespero, a mesma abriu um estojo com mais ou menos cinquenta lápis e os arremessou na mesa, o barulho foi alto deles caindo sobre a mesa de madeira. Me desesperei, e errei todas as sequências de cores que a amável professora me mostrava, meu coração disparava e eu desejava ir embora correndo daquele lugar. Sempre me lembro desse fato, até
64
porque hoje em dia tenho uma séria dificuldade em identificar as cores, até hoje, não consigo realizar esta função, e acredito que mesmo implícito esse ocorrido gerou uma vontade dentro de mim de ser professor e de ter atitudes diferentes com meus educandos. (Narrador 41)
A dificuldade de aprendizagem, apontada na última narrativa, também
aparece como um desgosto, que marca a trajetória de muitos discentes.
Fui uma aluna desatenta, tinha muito sono, pois trabalhava 12 horas no sábado, mais 12 no domingo e só descansava as segundas feiras e coloquei como prioridade ajudar dentro de casa, eu era submissa e limitada aos pedidos dos professores, não me aprofundava no ensino e tinha muita dificuldade de aprendizado, tinha muitas aulas vagas e não ligava para os estudos, depois de um tempo eu conheci na escola que eu estava quase concluindo o terceiro ano do ensino médio, um professor chamado Rafael, estagiário, estava trabalhando como eventual, me apaixonei e estamos casados. (Narrador 35). Sempre tive um pouco de dificuldade no aprendizado, as coisas não entravam na minha cabeça com facilidade, no conhecimento fui submissa. (Narrador 29) No segundo ano do ensino médio, uma das disciplinas em que mais tinha dificuldade era biologia. As provas finais eram muito temidas por serem extremamente difíceis e sempre exigiam muito conteúdo. (Narrador 27) Fui uma aluna que quando entendia e gostava me dedicava e quando não gostava fazia as atividades para eliminar, pois um dia a vice diretora me ensinou que o que achamos ruim devemos nos dedicar para logo eliminar. (Narrador 23) Bom, eu na escola sempre tive um pouco de dificuldade de aprender a ler e a escrever, mas na época as coisas eram mais difíceis era mais complicado por não haver escolas, então estudávamos em uma igreja e depois fomos para uma casa até que construíram uma escola e a escola era de frente para a minha casa, era muito bom acorda cedo para ir a escola. (Narrador 9)
Assim, a necessidade da aprovação do outro fica evidente nas narrativas
quando 100% dos discentes revelam que precisam se sentir aprovados pelos outros.
Aproximadamente 20% assumem claramente a dificuldade de aprendizagem e 1%
não fez relação ao relato biográfico, apresentado pelo quadro abaixo:
65
DIFICULDADE EM
FALAR DE SI
NECESSIDADE DE
APROVAÇÃO DO
OUTRO
DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM
NÃO FEZ RELAÇÃO
COM O ENSINO
MÉDIO
06 (13%)
44 (100%) 09 (20%) 01 (2%)
Quadro 4: Análise de Narrativas Biográficas: Cenas do Ensino Médio Fonte: Elaborado pela Autora
As lembranças das cenas do Ensino Médio são marcadas pelas emoções e
sentimentos. No processo de construção de autoria e submissão estão contidos
sentimentos, entre outros, de revolta, confusão com professores, identificações e, de
emoções, como por exemplo, a rejeição. O que revela que o sujeito tem uma atitude
de autoria ou de submissão como sintoma e não como desejo.
Quando finalizamos a apresentação que foi regada a muito chá, café, salgadinhos (daí o nome café com poesia) ouvimos dos nossos amigos e colegas da sala, bem como dos nossos professores e do nosso diretor Ailton que aquela tinha sido uma das melhores apresentações teatrais já feitas desde que o projeto tinha começado e o orgulho por receber um elogio dos nossos educadores foi exatamente gratificante. (Narrador 1). Quando eu estava no segundo ano do Ensino Médio, houve uma reunião de pais e mestres para que fossem passadas informações cotidianas sobre os alunos e minha mãe compareceu nessa reunião onde para minha surpresa no decorrer a professora de matemática que era quem apresentava as informações acabou por destacar o meu nome, elogiando muito a minha pessoa, meu interesse e forma de aprendizado. (Narrador 8) Um dos momentos mais marcantes foi quando me trocaram de sala por causa do meu mau comportamento nesta eu não conhecia ninguém, mas graças a isso fiz novas amizades. (Narrador 10).
Há nas narrativas uma estética do sujeito marcada pelo enunciado de um
discurso que se produz pela linguagem, que se materializa na escrita e revela um
lugar em que o conhecimento da experiência, advém, sobretudo, como
representação inconsciente que cada um constrói o processo formativo. Este
processo de narrar revela mais do que está escrito e do que se pretende escrever, o
que é percebido pelo discente no trecho a seguir:
66
Falar de si próprio é sempre uma tarefa difícil, quando você diz algo a seu respeito à forma como você o faz mostra mais sobre você do que o que você conta. (Narrador 6).
Assim, o sujeito discente ao escrever sobre sua história de vida, sem
perceber, deixa escapar conteúdos em sua escrita que fala mais dele do que talvez
ele possa saber. Deste modo, o sujeito do inconsciente se apresenta pela linguagem
e uma estética de ser e se fazer do sujeito se constrói.
Sobre a visão dos alunos se sua relação com o conhecimento, professor e
consigo mesmo se foi de autoria ou submissão.
AUTORIA PORCENT. SUBMISSÃO PORCENT.
Conhecimento 07 16% 36 82%
Professor 07 16% 36 82%
Consigo 14 32% 29 66%
Quadro 5: Análise de Narrativas Biográficas: Relação de Autoria e Submissão Fonte: Elaborado pela Autora
Diante do exposto, 82% dos discentes relatam que ocupam um lugar de
submissão em relação à construção do conhecimento e ao professor e
aproximadamente 66% em relação a si próprios. Apenas 16% acreditam assumir um
lugar de autoria na relação com o conhecimento e com o professor, e um percentual
de 32% apresentam uma relação de autoria frente às escolhas e decisões advindas
das experiências de vida.
É possível afirmar que os resultados remetem à produção de uma
subjetividade passiva em decorrência de um modelo de educação bancária, na qual
o aluno é tratado como uma tábula rasa, desconsiderando a bagagem de saberes
que traz, caracterizada pela crença na transmissão do conhecimento do professor,
visto sempre como detentor do poder da informação, da verdade do conhecimento, o
aluno ocupa um lugar de submissão atribuídos, especialmente, em relação às notas,
que funcionam com uma linguagem que comunicam o seu lugar no processo
formativo.
A esse respeito, a psicanálise na perspectiva de Lacan (1972), define o
registro do simbólico como lugar fundamental da linguagem, pois desencadeia no
sujeito uma relação dos aspectos conscientes e inconscientes e, portanto significa
que o inconsciente se manifesta pela linguagem. Assim ocorre o registro do
imaginário como a sede das primeiras imagens, fantasias e alienações, esse
67
processo, remete à ordem primeira, em que a criança constrói a imagem de si a
partir do olhar do Outro, e dessa maneira o sujeito se apresenta.
Neste viés, o sentido atribuído pelos discentes sobre autoria e submissão
remete à construção imaginária e simbólica que seu sucesso no processo de
aprendizagem depende do bom desempenho do docente. É importante esclarecer
que essa maneira de pensar não é necessariamente da ordem da razão, é uma
representação inconsciente que permite visualizar como os discentes engendram e
articulam seus investimentos em relação à suas buscas e escolhas profissionais. As
representações do inconsciente são traços de identificação do discente com o
docente. Este docente ocupa um lugar de representante do desejo pelos traços de
identificação imaginária que este discente nele reconhece. Conforme mostram as
narrativas:
Tive uma pequena mudança no 3º ano do Ensino Médio onde tive o prazer de conhecer a professora Fabiana que nos dava a matéria de matemática, onde por meio de poucas aulas pode nos ensinar a importância do ensino, de prestamos mais a atenção na aula, para assim futuramente termos nossas profissões , como ela mesmo nos dizia que não é impossível um aluno da rede publica ser medico ou qualquer outra profissão, o problema está no próprio aluno que auto se discrimina por está estudando na escola pública porém já tivemos grandes casos de superação de alunos da rede pública que hoje são exemplos para muitas pessoas isso até para mim. Como conclusão pude ver melhor o trabalho pedagógico de alguns dos meus professores e estou estudando para futuramente fazer a diferença pelo menos na escola que eu trabalhar. Relação com o conhecimento? R: Submissão...Por mais que alguns professores nos ajudássemos em alguns aspectos esse apoio não era total e bem estruturado, e isso leva a nós ficar acomodado com aquilo que se tem.(Narrador 15)
os alunos interessados em desenvolver seu conhecimento tinham que trabalhar conforme o plano de ensino da escola e por conta própria procurar conhecimento nas bibliotecas, internet, revistas livros, jornais, sem orientação dos professores, o que a meu ver prejudica a formação. (Narrador 1, grifo nosso) As escolas da Bahia sempre me despertavam mais interesse, pois os conteúdos eram mais aprofundados, e os professores eram mais rígidos com os conteúdos, provas, alunos, notas na media enfim, eu tinha que estudar pra não tirar nota baixa na media e ser reprovada. (Narrador 3, grifo nosso) Era “divertido” “brincar de cientista”, até hoje lembro das experiências que ele passou. A relação foi de submissão, ele tinha muito conhecimento. (Narrador 7, grifo nosso) Meus conhecimentos em sala de aula eram de autoria, pois tinha muita responsabilidade com meus trabalhos, não deixava de fazer
68
minhas obrigações, pois se eu não fizesse iria me prejudicar. (Narrador 11, grifo nosso) Minha 2° cena do Ensino Médio vou relatar neste momento já contando com a parte de submissão com o professor, eu sempre fui uma aluna com dificuldade em aprendizagem em matemática meu professor Alves ele era uma pessoa difícil de lidar parecia que tinha uma certa intriga comigo, então comecei a deixar a matéria dele de lado e foi quando ele começou a me “perseguir” em sala de aula. Foi quando chegou o fim do semestre e estava prejudicada na matéria e tive que decidir em continuar a ignorar ele ou me redimir em certo ponto e correr atrás da nota que precisava Em uma aula sentei perto dele e conversei disse que queria aprender o conteúdo e ele gostou da minha atitude e me ajudou. Eu entendo que este momento foi de submissão me coloquei no lugar de aluno e entendo que tenho que me adaptar a sua forma de ensino e acredito que ele também soube entender e respeitar o aluno. (Narrador 12, grifo nosso)
As narrativas revelam o aluno a uma posição “lugar” de consumidor de
informações e coloca o professor no “lugar” de transmissor do conhecimento. Do
ponto de vista pedagógico, em Freire, limita o desenvolvimento da capacidade crítica
do aluno. Nesse sentido, restringir o processo formativo ao consumo de informação
de aspectos teóricos e práticos centralizados na figura do professor, colabora com o
que Adorno denomina como massificação da cultura ou processo de semi-formação.
Freire (1997) converge com este pensamento ao dizer que a autonomia consiste em
um processo de escolha do sujeito e este não pode ser dado pelo outro.
Sobre autonomia, Freire (1997) compreende como sendo o ponto de
equilíbrio entre a relação de autoridade e liberdade, neste sentido, a autonomia
funciona como um processo dialético no que se refere à construção da subjetividade
individual, desencadeada pelas relações interpessoais adquiridas no contexto social.
Entretanto, este processo revela uma estética na relação professor-aluno pelo
processo de identificação. A esse respeito Roudinesco e Plon (1998) dizem que na
psicanálise lacaniana a identificação é o ponto central para a constituição do sujeito,
por onde ele é transformado a partir de diversos momentos, aspectos e traços,
valores e atributos que o cercam.
3.3 A estética da narrativa autobiográfica: o discurso que é falado nos
momentos charneiras
Narrar uma autobiografia significa expor uma imagem e uma ideologia a
respeito de si e do mundo o qual se vive e, deste modo revelar um jeito de ser e
69
pensar. Porém, envolve uma disposição a reconhecer e assumir alguns feitos e, a
ausência de outros fazeres. Este processo de reflexão possibilita ao narrador dar
significado às experiências, (re) significa outro modo de olhar no que diz respeito a
ser e se fazer no mundo.
O “Quadro Linha da Vida” possibilita o mapeamento dos momentos
charneiras, lugar das representações significados e significantes que evidenciam
saberes e não saberes, (conscientes e não conscientes), construídos dentro e fora
da escola. A análise focaliza os “ditos” que remetem aos fatos, acontecimentos que
impactaram a realidade dos discentes e caracterizam uma experiência e, desta
forma, refletem no processo formativo.
TEMPO/ESPAÇO
LOCAL ANO FATO QTDE. PERC.
Vida Familiar Ambiente
familiar.
Período de
2005 a 2014.
Violência familiar;
Pai alcoólatra;
Perdas de entes queridos;
Doença na família;
Separação pais;
Abandono pais;
Dif. Financeira;
Reencontro c/ pai;
Nascimentos;
Infância;
Casamento;
Maternidade;
Dúvidas/confusões;
Religião;
Preconceitos;
Perda de amigo;
Separação da irmã;
Dificuldade financeira;
Vestibular.
01
02
12
01
03
02
02
01
01
04
08
09
01
02
02
04
04
01
2%
4%
27%
2%
6%
4%
4%
2%
2%
9%
18%
20%
2%
4%
4%
9%
9%
2%
4%
Livros e filmes Contexto
social
Período de
2005 a 2014.
Filme;
Musicas.
02
02
4%
4%
Deslocamento
Geográfico
Contexto
familiar e
escolar.
Período de
2005 a 2014.
Mudança/Estado
Passeios.
04
02
9%
4%
70
Vida Profissional Contexto
Social
Período de
2005 a 2014.
Entre primeiro emprego e
novas oportunidades de
trabalho.
16
36%
Vida Escolar Ensino
Médio
Período de
2005 a 2014.
Professor;
Perda professor;
Relacionamentos;
Dif. Aprendizagem;
Choque cultural;
Bolsa de estudos;
Projetos escolares;
Erro professor;
Final do curso;
Desentendimentos;
Comportamento;
Preconceito;
Voltar estudar;
Acidente;
Fac. Pedagogia.
04
01
13
02
02
02
01
03
01
02
01
01
03
01
01
9%
2%
29%
4%
4%
4%
2%
6%
2%
4%
2%
2%
6%
2%
2%
Quadro 6: Análise de Narrativas Autobiográficas: Quadro linha da vida Fonte: Elaborado pela autora
Os momentos charneiras revelam uma dimensão imaginária na constituição
do sujeito. A vida familiar aparece, em primeiro lugar, como espaço social mais
importante, do total das narrativas, 27% mostram a importância da família como
condição relevante na construção dos processos formativos e, deste modo, revela
uma subjetividade, permeada por representações inconscientes, no que diz respeito
à falta, marcada pela perda de entes queridos.
A maternidade é revelada por 20% dos discentes como componente para o
crescimento, aprendizagem e desenvolvimento pessoal. A maternidade é
representante importante na constituição do sujeito, diz respeito às representações
da própria infância e, relaciona questões conscientes e inconscientes sobre cuidado,
amor, proteção ou ausência dos mesmos, é isso de certa forma remete também á
questão da docência como espaço para “cuidar” e “gostar” de crianças.
Enfim chega à hora de dar a luz, foi um momento de muita complicação onde observei e tinha a noção que eu hospital não era
71
meu lugar. Com o nascimento da minha filha uma nova mulher nascia mais forte e determinada traçar um novo caminho. Busquei o caminho de ser professora de cuidar, ensinar e aprender muito nessa profissão. (Narrador 22) Quando terminei o ensino médio me mudei para São Paulo, onde conheci uma pessoa muito importante na minha vida, o Missias. Em pouco tempo nos casamos e tivemos duas filhas, Paloma e Dayana. O que nos fez muito feliz, apesar das dificuldades e de muitas coisas que tivemos que abrir mão, foi a melhor coisa que aconteceu em nossas vidas. Dediquei-me só para elas durante 18 anos, a idade da minha filha mais velha. Se me perguntassem se eu faria tudo de novo, responderia que sim. Hoje elas que me incentivam a fazer meu curso de pedagogia, sinto não ter feito antes, sempre achei que cursar este curso era uma realidade distante, mas minhas filhas me fizeram enxergar que nunca é tarde para recomeçar. Hoje, vivo uma nova etapa de minha vida, mesmo com alguns obstáculos. Mas, estou seguindo em frente em busca do que sempre almejei. (Narrador 39) Minha 3° e minha última cena escolhi o momento que perdi meu irmão de 7 anos com leucemia e tive o apoio da minha professora de português, ela simplesmente foi maravilhosa comigo me ligava todos os dias me levou a matéria em casa para não perder conteúdo, ela incrível e eu nunca vou esquecer o carinho dela por mim. [...] Trabalhei no hospital do câncer durante um ano com crianças para ironia do destino lá fiquei longos plantões dos 12 horas com crianças sofrendo e ao mesmo tempo dando alegria para todos que estavam dividindo aquele momento com elas e foi onde eu aprendi a dar a valor à vida e dar amor ao próximo. Hoje, estou estudando pedagogia para fazer o mesmo trabalho que fizeram com meu irmão no hospital. (Narrador 12) Ser mãe é amar é ser amada a cada momento da sua vida é também amar o seu próximo como até mesmo é um amor incondicional sem explicações. A minha filha veio pra dar uma grande transformação para minha vida porque é maravilhoso ser mãe e um privilégio que Deus nos deu. Aprendi como ser humano a errar e perdoar a ensinar e educar, e amar é ser amada sem pedir nada em troca. Ao ter a minha filha me fez uma pessoa melhor transformou o meu mundo melhor, e a maneira de vê-lo. É cada dia que em que passamos juntas passamos por momentos de aprendizagem em nosso dia dia-a-dia vivendo nossas alegrias. (Narrador 16) Enfim chega a hora de ver dar a luz foi um momento de muita complicação onde observei e tinha a noção que eu hospital não era meu lugar. Com o nascimento da minha filha uma nova mulher nascia mais forte e determinada traçar um novo caminho. Busquei o caminho de ser professora de cuidar, ensinar e aprender muito nessa profissão. (Narrador 22) O meu momento charneira (ou divisor de águas) foi o nascimento dos meus filhos. Tive meus filhos bem nova, eles nasceram e eu ainda não tinha concluído o Ensino Médio, e graças a eles – principalmente – voltei a estudar! Outro momento charneira foi o meu casamento (antes do nascimento dos meus filhos) e em seguida o meu divórcio. O divórcio fez com que eu buscasse minha autonomia, ainda mais por ouvir do meu ex marido que ele sabia que acabou com a minha vida. Nunca aceitei isso, foi um fator importante que contribuiu para o meu crescimento pessoal. (Narrador 18)
72
Fica evidente aqui a presença de um imaginário em relação à questão da
maternidade que faz eco com a profissão do magistério. É possível afirmar que a
construção da imagem da professora com o modelo da maternidade, pode estar
relacionada com o aparecimento da figura mulher-professora, no espaço escolar e a
imagem da escola como extensão do lar, ou seja, do ambiente familiar. Ainda hoje
essa relação da maternidade influencia a escolha da profissão professora.
Conforme Lacan (1986) afirma o inconsciente é uma linguagem. As narrativas
reiteram esta afirmativa: ao dizer que quando a criança vem ao mundo, ela já se
encontra marcada por um discurso familiar inscrito pela fantasia de seus pais,
inseridos numa classe social e na cultura a qual ela pertence. Essa marca constitui o
campo do Outro, lugar onde se forma o sujeito. Em outras palavras, ao nascer, o
homem é inserido em uma ordem humana que lhe é anterior, uma ordem social na
qual ele é inserido através da linguagem e da família.
Assim, a história do sujeito o antecede por um mito familiar que passa a
recobri-lo a partir de seu nascimento e através da linguagem, que é, em essência,
sempre equívoca e passível de múltiplas interpretações, facilitadora da construção
de um mito individual em referência ao mito familiar.
Em segundo lugar, aparece a vida escolar, que não está separada da vida
familiar. A escola se constitui como espaço de formação para os sujeitos, na medida
em que a escola é possivelmente o segundo ambiente social para a formação e
constituição destes sujeitos. Afinal, 29% das narrativas apontam à escola como
espaço para constituir relacionamentos, entre eles, amizades, namoros. A vida
pessoal se compõe das relações estabelecidas entre a vida familiar e escolar.
A vida profissional se mistura a estes espaços por se construir a partir das
experiências familiares, escolares e pessoais, e deste modo os discentes desta
pesquisa mostram a importância desta construção com um resultado expressivo de
0,36% que consideram o primeiro emprego e ou oportunidades de crescimento
pessoal pelo investimento profissional, associado também à docência como fator
importante na constituição do sujeito.
Assim, as narrativas demonstram como suas experiências familiares com
doenças e perdas marcam suas vidas e passam a constituir sua história. Os
fragmentos das narrativas autobiográficas ilustram os resultados encontrados:
73
Desde que eu nasci meu pai sempre foi alcoólatra. Quando eu era bem pequeno não tinha muito conhecimento sobre isso, achava que ele ia encontrar seus amigos num lugar que eu poderia comer salgadinho e tomar refrigerante, onde ele jogava sinuca e baralho, ficava feliz, dava risada, pra mim era um lugar bom para ele, mas não era. Meu pai sempre brigava muito com minha mãe e ela sempre dizia que iria embora de casa ou dizia que iria mandar ele embora, mas eu nunca entendia muito bem, mas conforme os anos foram passando e eu fui tomando consciência das coisas ao meu redor aquilo começou a me afetar negativamente. Eu detestava meu pai, achava que ele era a pior pessoa do mundo, alguém incapaz de ser bom com os outros, que bebia e fumava e chegava em casa ameaçando minha mãe, quebrando todas as janelas da minha casa, arrumando brigas na rua, aterrorizando todo mundo (Narrador 1) No período que eu tinha 13 anos me traz muito desconforto, pois foi uma fase difícil, meus pais se separaram, não existia mais nada entre eles, minha família acabaria ou continuaríamos mesmo com este ,buraco, e foi isto que aconteceu continuamos sem meu pai, mais doía na gente, ainda mais em meus irmãos, que passaram por muitos problemas de aceitação. (Narrador 35).
As narrativas revelam que as experiências decorrentes do ambiente familiar,
se transformam em experiências fundamentais e constitutivas do processo formativo,
assim como o espaço escolar como lugar de estabelecer relações com seus
professores, amistosas ou não, fazer amizades, de encontro com relacionamentos
afetivos, nas dificuldades de aprendizagem ou financeiras, nos projetos escolares.
Os deslocamentos geográficos são marcados por dificuldades de adaptação, que
resulta em experiência de superação, como aponta a narrativa a seguir:
Vivi com os meus pais até os 5 anos de idade. Pena não ter muitas lembranças desse período. Foi então que tudo começou a mudar, alguns acontecimentos fizeram com que eles se separassem e então passei a viver em outra casa com minha mãe e avó. Com isso passei a ver a figura do pai completamente diferente, tinha um sentimento em relação a ele que até hoje não sei explicar (Narrador 38).
Há evidências nas narrativas que as experiências dos sujeitos acontecem de
um modo particular, cada um tem um jeito próprio de lidar com as situações que não
são particulares, fazem parte de um imaginário coletivo. Assim, os episódios em que
os discentes descrevem a respeito de seus momentos charneiras: com perdas de
entes queridos, casamento, dificuldades financeiras e familiares, maternidade, são
constituintes do processo de formação do sujeito. Nesta dimensão, articulando a
linguagem e o discurso como constituintes do processo formativo dos alunos e
alunas configurados pelo viés das emoções e afetos que remete a situações de
ordem subjetiva.
74
Com complicações no seu estado de saúde alguns anos depois o estado do meu avô acabou se agravando muito e acabou por perder a outra perna e acabou falecendo em março de 2012, foi uma perda irreparável para todos da família pois tínhamos perdido nossa referencia, mas como ele era uma pessoa otimista eu me senti no direito de ser também isso aflorou muito em mim o desejo de realizar uma vontade antiga e que ele incentivava muito a cursar pedagogia. (Narrador 8). Após longos 6 anos de relacionamento, nós nos casamos. Esse é um momento importante vida de qualquer pessoa mas, para mim ainda mais pois, no ano que planejava casar, minha mãe adoeceu e faleceu aos 69 anos de idade. Estava muito ansiosa por esse momento. Minha mãe sempre foi uma pessoa muito “forte” – no sentido de não se entregar por qualquer adversidade. Nunca ficava doente a ponto de ficar na cama. Creio que não somente eu mas muitas pessoas carregam consigo a “fantasia” de que mãe é imortal. (Narrador 32).
As representações que cada discente carrega em relação às suas
experiências revelam sua subjetividade, posteriormente, a identidade formativa, este
movimento se revela a partir do modo de linguagem que este discente encontra para
se comunicar com o mundo. Assim, o sujeito se encontra nas narrativas cruzadas
entre diferentes elementos que produzem a sua subjetividade. E a subjetividade de
cada um é “resultado de um entrecruzamento de determinações coletivas de várias
espécies, não só sociais, mas econômicas, tecnológicas, de mídia, etc.” (GUATTARI
e RONILK, 1986, p.34)
O quadro abaixo revela que os afetos e emoções funcionam como sintoma e,
nesta via, revela uma estética de ser e se fazer sujeito.
AFETOS/EMOÇÕES QUANTIDADE PERCENTUAL
EXPERIÊNCIA
ESTÉTICA
NECESSIDADE DE ACEITAÇÃO
28
64% Sofrimento
INSEGURANÇA
28
64% Sofrimento
CARÊNCIA AFETIVA
28
64% Sofrimento
IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA
22
50% Identificação
CASAMENTO
09
20% Gosto/desgosto
FRUSTRAÇÃO
08 18% Sofrimento
75
IMATURIDADE EMOCIONAL
08
18% Confusão
MATERNIDADE
03
7% Amor
PRECONCEITO
03
7% Dúvidas
IMPOTÊNCIA
01
2% Sofrimento
RIVALIDADE
01
2% Poder
COMPETIÇÃO
01
2% Poder
Quadro 7: Análise de Narrativas Autobiográficas: Afetos e Emoções Fonte: Elaborado pela autora
Afetos e emoções aparecem nas narrativas como traços que indicam a
necessidade de aceitação, insegurança e carência afetiva, representando
respectivamente um total de 64% dos resultados, colocam em evidência uma
estética marcada pelo sofrimento e, 50% com o sentido que a família representa em
suas escolhas, posto pelo imaginário na identificação com o Outro, funcionam e
pontuam estes traços como formas de sintomas que constituem uma identidade
subjetiva e, é com este modo de ser e se fazer que o sujeito discente, futuramente
docente, se apresenta em seus contextos sociais e profissionais. Portanto, esta
linguagem não “dita” também o define como sujeito. Convém salientar, que os traços
não definem por si só um sujeito, mas dizem dele, mais do que ele propriamente
pode dizer em nível de consciência e razão.
Dor e sofrimento significam muitas vezes o fortalecimento do ego. O sujeito se
revela e, se posiciona pela linguagem, e este modo particular de se apresentar, não
pertence à ordem e domínio da razão, mas antes, escapa a ela e, nesta via, revela
pelo inconsciente uma estética de ser e se fazer sujeito, conforme resultados abaixo:
TEMPO/LUGAR EMOÇÕES/AFETOS QUANTIDADE PERCENTUAL
Escolar Transferência com o professor
44
100%
Familiar Importância do contexto familiar
38
86%
Quadro 8: Análise de Narrativas Autobiográficas: Contextos Formativos Fonte: Elaborado pela autora
76
As narrativas abaixo evidenciam a transferência, como o professor que
solicitou o trabalho com a “Colcha de Retalhos”, do Ensino Fundamental e Médio.
Para mim foi um pouco difícil saber que eu teria que desenvolver um trabalho escrito por mim mesmo para falar de minha vida e de minha trajetória até aqui, fiquei perplexa e sinceramente gostaria de chegar até minha professora de Psicologia da Educação para dizer-lhe que eu não estava gostando desta ideia, teria que relembrar coisas que eu gostaria de esquecer... (Narrador 2) Comecei na escola já na primeira série e fui muito bem tratada quando fui recebida pela professora Aldenir, isso me deixava tranquila em um ambiente em que só me trazia a sensação de querer voltar para casa, para os braços de minha mãe. Na segunda série tive uma professora séria, mas que também me deixava tranquila, o porque disto eu não sei explicar, só me lembro daquela sensação boa, de estar na sala de aula. (Narrador 2) A primeira cena que me vem a minha cabeça é com relação ao professor Jadson, que era meu professor de química. Nunca gostei de química, mas as aulas eram tão dinâmicas e legais que gostava das experiências e dá forma que ele conduzia a aula, tanto na teoria tanto na prática. Era “divertido” “brincar de cientista”, até hoje lembro das experiências que ele passou. A relação foi de submissão, ele tinha muito conhecimento. Outra cena é nas aulas de literatura que aprendi com o professor Carlos a gostar de ler. Outro momento marcante pra mim foram as aulas de educação física, o professor motiva a todos foi muito legal. Minha relação com todos foi de submissão, aprendi bastante com cada um deles. (Narrador 7) Jamais me esqueceria de minha professora Ení, matéria de Arte, que me acompanhou do primeiro ano de ensino médio até o terceiro e último ano. (Narrador 13)
Conforme Kupfer, a transferência ocorre quando: “o desejo de saber do aluno
se aferra a um elemento particular do professor.” (KUPFER, 1995, p. 91). O modo
como os discentes constroem e estabelecem suas relações com as experiências no
espaço escolar, a transferência com o professor, representado pela totalidade dos
discentes, aparece por meio de representações imaginárias e simbólicas a respeito
da docência, apontam para um posicionamento, a priori revestido de uma estética
onde o aluno toma como referência a imagem que o professor desperta nele, a partir
de suas representações e, esta imagem na medida em que convoca seu desejo,
pode ser positiva ou negativa e desta forma desencadeará um gosto ou desgosto
pelo conhecimento ou pelo aprendizado com este professor. Porém, se a inscrição
do desejo estiver simbolizada pelo gosto em relação ao conhecimento, a imagem do
77
professor enquanto transferência não terá significado algum para o sujeito discente
enquanto construção do conhecimento.
A importância que a família ocupa nas representações dos discentes diante
de suas escolhas, também ocupa lugar de destaque no discurso escrito pelas
narrativas, pois este lugar compreende 86% dos resultados e desta maneira, se
configura em um modo particular na construção do processo formativo, representado
por uma cultura familiar, e que estabelece um modo de se comunicar e se posicionar
dentro e fora da escola e, com esse jeito, aponta para uma estética de divergência
ou convergência diante dos contextos sociais e profissionais.
Com isso, é possível apontar que razão e a consciência não são os únicos
modos de conhecimento de si no processo formativo. O conhecimento se estabelece
também pela dimensão do inconsciente, movidos pelos sentidos que são dados para
a razão sobre os elementos que compõe uma experiência estética. O processo
formativo é construído de certezas e incertezas, desconstruções e reconstruções, de
sentidos e significados á respeito do que foi, ou não, vivenciado que revelam uma
identidade subjetiva.
Nesse sentido, Lacan (1986) reitera que o simbólico é o registro da linguagem
e estabelece o lugar das representações psíquicas. Assim, podemos ressaltar que
nunca o sentido será absoluto, nem mesmo as palavras utilizadas num discurso,
pois sempre poderá haver outras interpretações. Desta forma, o quepe dito não
assegura que a informação que se pretendeu dar foi recebida e compreendida como
se desejava.
As narrativas versam sobre como o processo de autonomia e emancipação
ocorre via estética, pois a estética exerce uma função articuladora e intermediaria
entre o estado passivo da sensibilidade (natureza humana) também considerada
aqui como (inconsciente e pré-consciente) e o estado ativo do pensamento, dado
pela razão. Schiller (2002) sustenta que o estado estético é a condição necessária
para o homem chegar ou se aproximar de seu conhecimento, e isso remete a sua
afirmação de que “não existe maneira de fazer racional o homem sensível, sem
torná-lo, antes, estético”. Assim, Schiller pergunta: “O que é o homem antes de a
beleza suscitar-lhe o livre prazer e a serena forma abrandar-lhe a vida selvagem”
(SCHILLER, 2002, 124).
78
3.4 A estética da narrativa fílmica: o encontro entre o sujeito e o objeto
A análise da narrativa fílmica filme Colcha de Retalhos (How to make an
Americanquit, de Jocelyn Moorhouse, EUA, 1995), a partir do referencial da
Psicanálise, as cenas marcantes e metáforas resgatadas do filme, desencadeiam
uma condição imaginária e simbólica, constituída do real, que revela a constituição
do sujeito, presente nas narrativas escritas, ao trazer cenas marcantes para cada
um, funcionam como um movimento dialético da razão com os sentidos ou da
consciência com o inconsciente e por essa via, revelam uma percepção do sujeito
frente a sua história de vida e um lugar para o sujeito frente a constituição de sua
subjetividade.
As narrativas fílmicas mostram que o sujeito ao interpretar as cenas e as
metáforas que mais lhe tocaram tem uma relação com sua narrativa autobiográfica,
apresentando uma dimensão do inconsciente. Como mencionamos acima, para
Lacan (1986) o inconsciente se manifesta através da linguagem, neste caso, pela
linguagem do cinema.
Conforme podemos vislumbrar por meio do fragmento extraído da seguinte
narrativa:
A primeira cena que me chamou atenção foi quando as duas irmãs estavam fumando na varanda e começaram a contar sobre o caso de traição que as envolvia. A meu ver o cigarro ou o ato de fumar significa um escape, uma forma de por um momento esquecer-se dos problemas que cercavam a construção da colcha. (Narrador 1)
Na dimensão do que escreve este discente, ele tem consciência do que está
escrevendo e supostamente fala de um lugar da sua realidade, que permite dizer de
si. Entretanto, este olhar é peculiar e muito particular, haja vista que o filme
apresenta diversas outras metáforas mais evidentes e que trabalha a trama do filme,
como morango, corvo, ventania. Todavia, algo de sua subjetividade escapa pelo
olhar que fixa à cena que vê. A relação entre esta realidade e a subjetividade se
encontra na narrativa autobiográfica deste discente, marcada pelo seguinte discurso:
O fato é que ele saiu do hospital, me olhou nos olhos com o rosto deformado, pegou um cigarro, fumou e falou, esse é o último cigarro que eu coloco na boca, também falou, pegue esse dinheiro, paga minha conta no bar e diga que nunca mais eu volto. (Narrador 1)
79
Neste discurso, o sujeito discente se refere à dificuldade que encontrou por
ter um pai alcoólatra e fumante. A relação que é feita da cena do filme com a sua
história pessoal, remonta um imaginário que construiu em relação à experiência de
seu ambiente familiar e que remete à representação simbólica e imaginária que este
sujeito tem da relação pai e filho. A associação que ele faz da imagem com a cena
primária, vivida no ambiente familiar, não está na ordem da consciência e da razão,
mas é posto em ato pelo sintoma (inconsciente), que se revela pela estética daquilo
que considera feio: o alcoolismo. O bonito significa para ele a possibilidade do pai
em interromper o processo de autodestruição pelo cigarro e álcool. Essa imagem
construída é ordem do imaginário que influencia a maneira do sujeito lidar com as
situações que supostamente possam surgir em seu contexto social e profissional.
De um modo particular, porém similar, o narrador 8, põe em ato um modo de
ser e se fazer sujeito:
Assistir o filme Colcha de Retalhos nos remete em muitos momentos em nossas próprias vidas, pois ao decorrer das cenas as identificações com o nosso dia a dia são muito comuns. Como já diz o titulo do filme a colcha de retalho apresentada eu identifico com o conhecimento que vamos adquirindo no decorrer da vida seja ele bom ou ruim serve de experiência para que aos poucos vamos aprendendo criar nossa própria história são necessários vários momentos. [...] Finn começa a tirar a roupa e decide dar um mergulho, estaria ela atrás de algo de seu passado para um auto-resgate? Afinal ali foi tão feliz. Ou estava procurando readquirir um autoconhecimento para que possa tomar decisões para que ocorresse uma transformação em sua vida, pois se sentia confusa em relação a tudo que tinha feito até o momento. Ocorre uma ventania muito forte em que as folhas da tese de Finn são levadas com o vento e espalhando completamente suas folhas por toda parte. [...] Com o fim da ventania todas as mulheres que costuravam a colcha se sentiram diferente como se aquela ventania tivesse levado embora tudo de ruim que cada uma tinha, deixando um sentimento de paz, em cada uma delas via-se um sensação de vida nova, novas esperanças. Porém, Finn sai desesperada na esperança de juntar as folhas e não ver seu trabalho perdido, afinal ela estava há meses tentando finalizar e já era a terceira tentativa de conclusão da dissertação, mas ao perceber que não conseguiria ela pode perceber que aquele momento poderia ser de transformação ou de mudança em sua vida assim como o de todas aquelas mulheres que ela convivia assim pensando em algo novo, ela desiste de recolher as folhas para tentar algo novo em sua vida como um desafio que sempre acontece em nossas vidas e com esse pensamento ela volta para casa da avó onde estava hospedada temporariamente. (Narrador, 8, grifo nosso)
80
É possível estabelecer então uma relação da narrativa fílmica com sua
narrativa autobiográfica:
Por ter uma vida como a de milhares de pessoas a dificuldade sempre aparece. Fui criada só pela minha mãe e a figura paterna que tínhamos em casa, para mim e meus quatro irmãos, era o meu avô. Um homem muito inteligente pai de sete filhos que também foram criados só por ele, pois sua esposa o deixou. Meu avô era uma pessoa que independente das dificuldades sempre incentivava positivamente a nós para que fossemos sempre em frente e nunca deixasse se sonhar e alcançar nossos objetivos não importando quanto tempo isso fosse levar. Infelizmente meu avô se descobriu diabético meu avô em 1995, onde todos nos sofremos muito, pois sabíamos que diabetes é uma doença devastadora, como meu avô sempre foi uma pessoa otimista mais uma vez ele não deixou se abater mesmo tendo que amputar a perna esquerda em 2004. Como sempre conversávamos muito ele sempre acabava contando muito sua história de vida das dificuldades passadas, mas também das alegrias conquistadas durante a vida, seu objetivo era mostrar que era muito importante que eu não deixasse de estudar já que ele e minha mãe não haviam tido essa oportunidade de buscar conhecimento através da escola, porque ele acreditava que a pessoa que estudava saberia lhe dar melhor com as adversidades da vida de um modo geral. Com complicações no seu estado de saúde alguns anos depois o estado do meu avô acabou se agravando muito e acabou por perder a outra perna e acabou falecendo em março de 2012, foi uma perda irreparável para todos da família pois tínhamos perdido nossa referencia, mas como ele era uma pessoa otimista eu me senti no direito de ser também. Isso aflorou muito em mim o desejo de realizar uma vontade antiga e que ele incentivava muito a cursar pedagogia. (Narrador 8)
Ao associar a história de Finn, personagem protagonista do filme, o narrador
resgata e coloca em ato pela materialização da escrita, fragmentos de sua própria
história. Ao narrar sobre a cena do mergulho, a representação que o narrador traz é
de busca pelo conhecimento e as possíveis transformações que são necessárias
para este encontro. Nesta via, associa com a representação que traz na narrativa
autobiográfica a respeito da importância de seu avô, “uma pessoa que independente
das dificuldades sempre incentivava positivamente a nós para que fossemos sempre
em frente e nunca deixasse de sonhar”. Esse discurso encontra sentido para
sustentar o resgate pela busca do conhecimento ensinado por seu avô, que ecoa
nas referências que faz ao mergulho da personagem.
O mesmo ocorre com a cena da ventania, que neste caso, faz relação com a
perda do avô, que possivelmente desestabiliza este sujeito, desencadeando conflitos
e confusões em relação ao ensinamento que havia recebido e que remete as
81
escolhas e ao desejo, porém, inspirado ou identificado com este avô, ele elabora e
significa esta experiência, encontrando um novo lugar para habitar. A cena da
relação amorosa entre os pais da personagem do filme, também remonta a história
de vida pessoal do narrador ao fazer referência que Finn nunca soube o motivo que
seus pais haviam se separado e que havia sido criada com a ausência deste pai.
Não é possível dizer em que via o narrador se identifica com este traço, mas é
possível afirmar que tem a ver com a representação que carrega ao ter sido criado
somente pela mãe.
A narrativa acima permite fazer uma analogia com o sentido que este
narrador dá a suas experiências de vida, que se transformam em conhecimento para
ele. O narrar nasce de uma perda e, nesta dimensão, de algum modo, se revela a
constituição do sujeito que escreve.
Outra narrativa autobiográfica diz que:
Foi então que o medo passou a se tornar meu companheiro de todos os dias, a tristeza de ir aquela escola me acompanhava e todos os dias eu acordava chorando, com medo de como seria no decorrer dos dias. Uma cena, que retrata muito bem o meu medo, foi quando eu estava fazendo lição e a menina da minha sala, esfarelou o giz em suas mãos, e começou a jogar pela minha cabeça e enquanto eu fui ao banheiro limpar, rasgaram a minha lição. Meus pais sempre me ensinaram a nunca arrumar confusão, o que acabava me deixando com medo deles, e com medo das garotas má da escola. Houve inúmeros acontecimentos que todos os dias me deixavam apreensiva no momento de ir à aula, ou seja, eu estava sofrendo Bullyng, sem fazer absolutamente nada para aquelas meninas. Isto só teve um fim , quando finalmente, as cinco garotas mudaram de turno, e começaram a estudar em outro horário. Depois deste acontecimento que no decorrer da vida, encontramos pessoas de todos os tipos, que nos enfrentam e nos mantém presos de um paradigma que às vezes achamos que não somos capazes de resolver. Porém, depois de se passarem alguns anos, vejo esta cena como um “Medo”, medo de mim mesma, de não saber e nem tentar resolver esta situação. Medo de não conseguir. A sociedade nos enfrenta diariamente e cabe a nós tentar passar por cima disso, em deixar os nossos valores de lado. (Narrador 36)
Nesta narrativa, o autor registra um sentimento de medo causado pela
experiência que viveu no ambiente escolar e uma posição diante deste fato,
desencadeada pela cultura familiar que ensinou a “nunca arrumar confusão”. O
interessante é que a narrativa fílmica coloca em ato este discurso representado
pelos não-ditos na escrita de sua interpretação sobre a cena do filme conforme
abaixo:
82
No decorrer do filme, as diferenças que aconteceram na vida de cada uma vão se mostrando, e aparecendo como uma forma de aprendizado para Finn. Uma cena que me chamou atenção foi que cada parte do filme apareciam coisas que se associavam perante outras. Quando Finn se interessou por outro homem, o objeto era o morango que lhe causava tentação, e logo depois a ventania, foi como as suas ideias estavam completamente confusas, e a ventania lhe ajudou a esclarecê-las. Esse filme expressa claramente a autonomia que cada pessoa tem, porém, trabalhando para a coletividade. Cada pessoa que bordava o retalho da colcha tinha uma história de vida para contar. Eram histórias de vida, que se baseava em coisas boas e ruins que aconteceram. Cada mulher que tecia os retalhos teve pelo menos um momento charneira em suas vidas, que foi colocado no retalho, ou seja, algo que as marcou profundamente. (Narrador 36)
A narrativa evidencia um modo de simbolização do narrador, a respeito do
medo que faz parte da sua compreensão da relação de mundo e do outro. Fala
sobre como as mulheres resolveram seu problema, especialmente, sobre a situação
da protagonista Finn, que estava com medo de casar, e diante da situação de
“arrumar confusão” com o noivo, caso se apaixonasse pelo rapaz que levou
morangos para ela. Assim, o que lhe toca é a constatação de que as experiências
são singulares, feitas de escolhas e decisões, percebe que cada personagem é
marcada por uma situação conflitante, quando diz: “Cada mulher que tecia os
retalhos teve pelo menos um momento charneira em sua vida, que foi colocado no
retalho, ou seja, algo que as marcou profundamente”. Assim, fica no não-dito que o
narrador relaciona as histórias de cada personagem com sua singularidade, pelo
sentimento de gosto ou desgosto, um movimento que revela uma estética do sujeito
marcado pelo desejo de um saber fazer escolhas e tomar decisões diante das
situações conflitantes.
Já o narrador 35 revela traços de sua subjetividade através do seguinte
fragmento narrativo:
No período que eu tinha 13 anos me traz muito desconforto, pois foi uma fase difícil. Meus pais se separaram, não existia mais nada entre eles, minha família acabaria ou continuaríamos mesmo com este buraco. E, foi isto que aconteceu, continuamos sem meu pai, mas doía na gente. Ainda mais em meus irmãos, que passaram por muitos problemas de aceitação. Aí vieram as dificuldades financeiras e as humilhações do meu avô, pois morávamos em cima da casa dele, depois de altos e baixos, foi o momento de trabalhar, não deu certo. Foi quando a minha tia Simone me convidou para morar com ela, assim cuidaria da minha prima de 7anos e talvez teria uma vida um
83
pouco melhor, mudei de escola, me sentia sozinha nos primeiros dias, era excelente a escola, porém eu não estava bem no aprendizado, não conseguia acompanhar, eu precisava me dedicar e não era isto que procurava naquele momento. (Narrativa 35)
A subjetividade deste autor também é revelada pelos ditos e não-ditos na
escrita narrativa biográfica e fílmica, respectivamente, e aponta para um lugar de
sofrimento associado à separação dos pais e à necessidade de submissão ao avô.
Este resgate encontra força no seguinte fragmento discursivo:
Em um dia sem esperar, a mãe de Finn vai até o seu encontro para anunciar que voltará a ficar com o seu pai e que acreditava no casamento, isto tudo mexe com a cabeça e sentimentos dela, pois tinha consigo a crença sobre palavras mal interpretadas no passado quando acompanhou a separação de seus pais, neste momento ela se entrega em sentimento para a mãe e vai se entregar ao relacionamento que tanto tinha medo. [...] Importante conhecer as historias de vida das pessoas, pois cada individuo traz consigo a sua história de vida, por este motivo que somos diferentes e buscamos a todo o momento estarmos em comunhão com aquilo que acreditamos como verdade, porém nem sempre o que acreditamos trata-se de uma verdade, vai depender do ponto de vista de cada um, interpretação dos fatos e crenças. É importante mergulhar dentro de si mesmo e se conhecer, conhecer os seus valores e missão, não deixar o seus sonhos morrerem devido as historias de vida de outras pessoas, cada um constrói a sua história e desenha a sua própria vida. (Narrativa 35)
As narrativas mostram que a construção de si e do outro se revela pelas
experiências, e que estas são importantes para o desenvolvimento e crescimento de
cada um, na medida em que situa um mundo para se habitar pelo modo que se
articula com linguagem ao interpretar as cenas. Ao narrar sobre as cenas que lhe
chamaram atenção, há uma interpretação. Neste viés, o sujeito se apresenta, pois
coloca em ato: significantes e significados que remetem a sua condição subjetiva. A
narrativa escrita ou falada tem a função de situar uma pessoa que fala ou escreve
em relação a um objeto ou situação, porém, a maneira como se fala, diz mais da
pessoa do que do objeto. Nesta perspectiva, aponta para as representações que
este sujeito faz de si e do mundo.
A busca pela metáfora encontrada na narrativa fílmica é uma forma de
interpretar um lugar, um modo como o sujeito articula as suas relações com o outro,
consigo e com o mundo. O sujeito se depara com um desafio por “desencadear uma
consciência particular e um reconhecimento de si mesmo como sujeito” (Josso,
84
2002, p. 22). O sujeito fica às voltas com ele mesmo e, nesta medida, desvela um
lugar de posicionamento frente a um contexto que se constrói a partir das
representações sociais e coletivas e ao mesmo tempo o torna singular.
O conteúdo da linguagem da narrativa fílmica coloca em evidência a
necessidade e importância de direcionar uma escuta para a compreensão do lugar
do outro em seu discurso. A narrativa fílmica revela o sujeito, por meio da metáfora,
o narrador aponta os não-ditos na escrita autobiográfica, de um modo particular, que
ao interpretar as cenas fílmicas diz mais sobre si, principalmente, no que remete a
sua posição de sujeito sobre sua representação, entre outros, de relacionamentos
afetivos, o amor. Convém ressaltar que as experiências não são suficientes para
definir o sujeito, mas definem as representações estão na construção do processo
formativo.
As narrativas permitem compreender que as experiências de vida funcionam
como recursos para o desenvolvimento humano. A linguagem revela e coloca em
questão a subjetividade dos sujeitos, que com este modo particular que irão interagir
com seu meio. Esta condição para a psicanálise remete a uma questão primordial
que aponta o sujeito como um ser inacabado e em constante construção, o que lhe
coloca a condição de limites o tempo todo, pois ao sujeito sempre alguma coisa
escapará, não saberá tudo de si.
O conteúdo das narrativas permite insistir que é preciso dar voz e condições
humanizadas para que os sujeitos possam se autorizar e tomar posse de seu
processo formativo e para compreender efetivamente quais são os saberes
necessários para desempenhar suas atividades e atingir seus objetivos. Para poder
identificar a verdadeira necessidade que o professor encontra diante de sua prática
diária e unir os saberes à prática docente em suas especificidades, levando em
consideração as reais dificuldades vivenciadas no espaço escolar e institucional,
bem como sala de aula, como elementos importantes para a construção da
formação estética docente.
Nesta dimensão, uma estética do sujeito se revela. Schiller (2002) considera
que a estética se encontra nos objetos e na natureza, e por essa condição é
possível a interpretação do belo como objeto e a percepção do mesmo numa
dimensão subjetiva. Esse movimento desencadeia no sujeito uma consciência de si
e do outro, que requer tomada de decisões e escolhas, no processo de ressignificar
seu percurso formativo, um caminho de desenvolvimento de autonomia e
85
emancipação por meio da estética, posta pela experiência do gosto ou desgosto.
Nesta via, a formação docente encontra eco na narrativa de vida, ou seja, pela
construção singular e coletiva trazidas das experiências de vida de cada sujeito.
86
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa (auto) biográfica realizada neste trabalho, a partir da análise e
interpretação das narrativas nas dimensões biográfica, autobiográfica e fílmica
produzidas pela metodologia formativa “Colcha de Retalhos” permite investigar os
fenômenos que ocorrem nos processos (auto) formativos, bem como suas
implicações na prática pedagógica, na medida em que se torna um espaço formativo
e possibilita a oportunidade de dar voz e ouvir as vozes dos sujeitos, entendidos
aqui como o aluno que está em sala de aula. Nesta perspectiva, viabiliza uma escuta
pessoal que ecoa também do coletivo, a partir das experiências singulares de cada
sujeito em questão.
O questionário narrativo foi utilizado como procedimento para coleta de
dados, na disciplina “Psicologia da Educação”, ministrada por Berkenbrock-Rosito,
no ano de 2014, no primeiro semestre, do Curso de Pedagogia, por meio das
narrativas escritas em suas dimensões biográfica, autobiográfica e fílmica, que
compõem o dispositivo metodológico “Colcha de Retalhos”.
Neste estudo, os dados obtidos foram interpretados pelo enfoque da
hermenêutica de Gadamer (2000). Em relação aos processos formativos, os
conceitos de Educação e Educação Estética seguiram os referenciais teóricos de
Schiller, Adorno e Freire. Contudo, a compreensão a respeito do lugar que o sujeito
ocupa frente à construção de seu processo formativo considerando como “lugar” as
representações do inconsciente, foi estudada à luz dos conceitos de sujeito,
inconsciente e desejo seguindo os referenciais dos teóricos da Psicanálise em Freud
e Lacan.
Os resultados encontrados produzem uma reflexão a respeito da Educação
Estética presente nos espaços formativos da sala de aula. As narrativas escritas,
dentro do método (auto) biográfico, para formação docente e de pesquisador, se
configuram como método científico que valoriza e aproxima o conhecimento de si,
que reflete na prática educacional e contribui para um redirecionamento nas
relações, que articula a prática docente aos modos de ser e se fazer professor. Todo
processo de construção que remete ao conhecimento pessoal desmistifica as
certezas e incertezas a respeito de verdades universais, desconstrói e reconstrói
novos significados e sentidos a respeito do que foi e não foi vivido nas experiências
87
de vida formativa e pessoal, o que possibilita a construção de outros espaços
estéticos revelados pela consciência de um novo modo de ser e fazer-se pessoa.
Sendo assim, o dispositivo metodológico “Colcha de Retalhos” configura-se
como espaço de formação, ao criar condições de abertura de voz para os sujeitos
em sala de aula. Nesse sentido, dar espaço de voz remete a considerar também
possibilidades de um espaço para escuta, sobre o que diz essa voz, o que produz
ecos nos sujeitos das experiências singulares e coletivas.
A expressão dos sujeitos nas narrativas escritas conduz a um caminho que
remete o participante a um lugar de posicionamento frente a sua história e sua
escrita, seja ela, fictícia ou da realidade, pois de início, já remete automaticamente o
participante a busca de lembranças, de experiências e, neste processo, a razão vai
dando lugar as representações e um novo lugar vai se constituindo para o sujeito
diante e a partir da relação que faz com a natureza e seus objetos, bem como
consigo e com sua história revelando uma identidade subjetiva.
Diante do exposto, o objetivo da pesquisa foi alcançado, pois situa um lugar
para o sujeito das narrativas, considerando a existência de limites e possibilidades
em relação aos saberes e não-saberes que carregam em sua trajetória formativa
que é posta em forma de conhecimento na sala de aula, a partir das relações que se
estabelecem com o professor, conteúdos, colegas e consigo próprio.
O resultado da análise das narrativas nesta pesquisa revelou que uma
dimensão estética ocorre como fenômeno que emerge das representações
simbólicas dos sujeitos discentes, a partir da linguagem. Por essa condição, aponta
para um lugar de posicionamento destes sujeitos frente a sua construção formativa.
Considerando, a priori, as referências imaginárias e simbólicas, a respeito da
importância que a família possui influenciando suas escolhas, a transferência com o
professor, em que o aluno toma como referência a imagem que o professor desperta
nele, que convoca seu desejo, aparecem por meio de representações e apontam
para um posicionamento revestido de uma estética do belo ou do feio, do gosto ou
desgosto na relação com o mundo.
Nesta perspectiva, se apresenta uma constatação colocada por Lacan (1986),
que ao situar a psicanálise afirma que o inconsciente aparece pela linguagem, essa
constatação se dá através do processo primário que o pertencimento do sujeito ao
núcleo familiar, como base da constituição do eu, a partir do olhar do outro, da
família. As narrativas são importantes não só pela escrita, mas, antes, pelo sentido
88
que estas palavras fazem para o narrador que as escreve, que posto em linguagem
revela um lugar de posição para o sujeito, ao mesmo tempo que, autorizando o
sujeito a escrever, apresenta um jeito em se apropriar ou não de seu discurso e do
processo formativo.
A contribuição da Psicanálise para o estudo da Educação Estética e as
narrativas nos processos de formação de professores diz respeito à noção de
inconsciente. Apesar de a palavra inconsciente ocupar um espaço de popularidade,
ainda, raramente tem entrado na linguagem dos estudos que tratam da formação de
professores, como se esse conceito não fizesse parte do campo educacional, como
se alunos e professores não possuíssem a dimensão do inconsciente. O não
reconhecimento da dimensão do inconsciente tem trazido muitos problemas para a
compreensão de conflitos no espaço escolar, quando estes encontram-se na
dimensão do inconsciente e aparecem nos conflitos que, muitas vezes, são tratados
como pessoais na relação entre os sujeitos. Encontra-se a contribuição da linha
teórica behaviorista, Análise Comportamental (Skinner), gestaltista e sócio-
construtivista para a compreensão do processo formativo. Entretanto, o estudo
aponta que a razão e a consciência não são os únicos modos de conhecimento de si
no processo formativo. O conhecimento se estabelece também pela dimensão do
inconsciente, movidos pelos sentidos que são dados para a razão sobre os
elementos que compõe uma experiência estética, o que coloca um limite para o
desenvolvimento da autonomia e emancipação, já que algo sempre escapa à
consciência dos sujeitos.
89
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95
Anexo Narrativas analisadas
NARRADOR 1
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Relato biográfico
1ª Cena Marcante - Café com poesia –
Professora Silvana. Carlos Gomes
(2007).
Após um longo momento de reflexão
sobre todos os momentos marcantes na
minha vida espero ter representado bem
com os fatos que escolhi. Foi um
processo de aprofundamento que
relembrou momentos que antes talvez eu
não quisesse mais lembrar, mas que são
importantes nesse momento para o meu
crescimento pessoal, pois acredito que
colocar pedras em fatos sem realizar
algum tipo de reflexão sobre o mesmo é
restringir o crescimento, visto que, a meu
ver todo fato, por mais difícil que seja,
apresenta lições para a vida.
Essa foi a primeira cena marcante que
escolhi para abrir os relatos, pois acredito
Relato Autobiográfico
1º momento charneira
Desde que eu nasci meu pai sempre foi
alcoólatra. Quando eu era bem pequeno
não tinha muito conhecimento sobre isso,
achava que ele ia encontrar seus amigos
num lugar que eu poderia comer
salgadinho e tomar refrigerante, onde ele
jogava sinuca e baralho, ficava feliz, dava
risada, pra mim era um lugar bom para
ele, mas não era. Meu pai sempre brigava
muito com minha mãe e ela sempre dizia
que iria embora de casa ou dizia que iria
mandar ele embora, mas eu nunca
entendia muito bem, mas conforme os
anos foram passando e eu fui tomando
consciência das coisas ao meu redor
aquilo começou a me afetar
negativamente. Eu detestava meu pai,
achava que ele era a pior pessoa do
Narrativa Fílmica
Sobre o filme colcha de retalhos e sua
relação com a educação, com o
aprendizado, sinceramente eu posso
não ter me aprofundado totalmente nas
metáforas do filme ou não ter adquirido
todo conhecimento que poderia
assistindo-o, mas assim mesmo vou
falar sobre as metáforas que pude
observar e a relação que fiz delas com
o processo de educação e ensino.
A primeira cena que me chamou
atenção foi quando as duas irmãs
estavam fumando na varanda e
começaram a contar sobre o caso de
traição que as envolvia. A meu ver o
cigarro ou o ato de fumar significa um
escape, uma forma de por um momento
esquecer-se dos problemas que
cercavam a construção da colcha, isso
- Longo momento
de reflexão.
- Momentos que
antes talvez eu
não quisesse
mais lembrar.
- Processo de
aprofundamento.
- Outra forma de
aprender.
- Escolas que
procuravam
passar o aluno a
diante nas séries.
- Livrar dos
alunos problema.
- Procurar
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Dificuldade para falar de si;
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão: consigo
com o professor e com o
conhecimento;
NARRATIVA
AUTOBIOGRÁFICA:
- Carência afetiva;
- Dificuldade de aceitação;
96
que dentro das cenas marcantes do
ensino médio, foi a mais relevante para o
restante da minha vida, também sendo a
cena com maior valor.
Assim que entrei no colégio Carlos
Gomes me deparei com outra forma de
aprender. Sempre passei por escolas que
procuravam passar o aluno a diante nas
séries, aplicando provas e trabalhos, sem
nenhum tipo de estimulação ao debate
dos assuntos abordados nem um cuidado
com o conhecimento adquirido, na
verdade eles se preocupavam em se
“livrar” dos alunos “problema” e por conta
disso os alunos interessados em
desenvolver seu conhecimento tinham
que trabalhar conforme o plano de
ensino da escola e por conta própria
procurar conhecimento nas bibliotecas,
internet, revistas livros, jornais, sem
orientação dos professores, o que a meu
ver prejudica a formação.
Nessa escola tínhamos outra forma de
desenvolver o conhecimento e desde
meus treze, quatorze anos eu costumava
escrever, falando sobre minha vida,
criando algumas histórias poemas e etc.
Logo na primeira semana já nos foi
proposto uma atividade que seria repetida
a cada mês na disciplina de língua
portuguesa, no caso, o Café com Poesia.
Trata- se de escolher um poeta variado,
em seguida escolher um poema do
mesmo e desenvolver uma apresentação
desse poema de forma criativa e variada
mundo, alguém incapaz de ser bom com
os outros, que bebia e fumava e chegava
em casa ameaçando minha mãe,
quebrando todas as janelas da minha
casa, arrumando brigas na rua,
aterrorizando todo mundo. Além de eu
detestar meu pai eu não sabia o que era
ter um pai de fato, não sabia o que era ter
um pai, eu tinha um cara que causava
todo dia e que eu dava graças a deus
quando viajava a trabalho e ficava muitos
dias fora de casa, porque a gente tinha
paz, quando eu sabia o que era paz. Eu
descobri muitos anos depois o que era ter
um pai com meu avô que me dava vários
conselhos, me ajudava nas lições de
casa, que me tranqüilizava, brincava
comigo, me levava pra sair, só que
naquela época eu só achava que ele era
meu avô e era coisa de avô, mas ele foi
muito mais que isso e infelizmente eu não
pude falar o quanto ele foi importante pra
minha vida, porque o perdi longe de mim,
nem pude ir ao seu velório e eu era
adolescente bobo que tinha vergonha de
falar ao telefone, imaginar demonstrar
meus sentimentos.
Voltando ao assunto, depois de várias
brigas nas quais eu me meti com meu
pai, minha mãe até tentou se separar
dele, era um época em que todas as
minhas tias estavam se separando dos
meus tios e todas pelo mesmo motivo:
Maridos alcoólatras. Eu não queria que
minha mãe se separasse do meu pai
porque eu tinha muita esperança de que
acontece também muitas vezes
conosco, quando tentamos desviar
nossa atenção para outras coisas,
outros assuntos ou outras atividades,
nos deslocando do objetivo no processo
de ensino e aprendizagem, quanto
temos alguma tarefa e procrastinamos ,
ou quando não conseguimos resolver
algum tipo de problema então
assistimos TV ou ficamos na internet ou
algo do tipo.
O segundo fato foi a construção de uma
espécie de muro das lamentações pela
irmã traída, quando a mesma quebrou
todos os objetos de porcelana de seu
quarto descarregando o ódio que sentia
por ter descoberto a traição e
colocando aquele ato como uma forma
de destruir tudo ao redor, já que ela
também estava destruída pela traição.
Com a criação daquele muro, ela ia
guardando toda magoa e rancor pela
situação e pelas
pessoas envolvidas, sua irmã e seu
marido no caso. Também podemos
relacionar essa metáfora com a
educação no sentido de que muitas
vezes no processo de educação vamos
guardando falsas impressões sobre as
coisas, devido a experiências negativas
passadas, como uma frustração por
não ter feito um desenho tão criativo ou
“perfeito” como os colegas de classe e
por conta disso achar que não sabe
desenhar, ou mesmo se limitar a não se
conhecimento.
- Sem orientação
dos professores
prejudica a
formação.
- Eu e uma amiga
minha.
- Trabalhado
duro.
- Professora
Silvana,... nos
motivava.
- O elogio de
nossos
educadores.
- Fator que
desencadeou em
mim a escrita”;
- Fizemos uma
pesquisa
profunda nas
notícias da
época.
- Depois tivemos
um trabalho
difícil.
- Uma
experiência de
aprendizado
- Violência familiar.
- Importância da família;
- Sofrimento;
- Timidez;
- Dificuldade de relacionamento;
- Baixa auto-estima;
- Insegurança;
- Preconceito interno e externo
- Transferência com o professor e
com o outro.
NARRATIVA FÍMICA:
- Consciência de si e do outro.
97
e isso me encantou demais, porque eu já
tinha uma grande vontade de desenvolver
atividades desse tipo e o lugar ideal seria
realmente a escola, já que eu não
participava de nenhum projeto nesses
moldes fora da vida acadêmica.
No primeiro momento eu e uma amiga
minha, a Rafaela, nos reunimos para
realizar esse projeto e escolhemos o
poeta Manuel Bandeira e o seu poema
mais profundo e marcante para nós:
Desencanto.
Decidimos fazer uma encenação teatral
sobre o poema, porque quando íamos
lendo e relendo o poema já íamos
visualizando mentalmente todas as cenas
e já criando como iríamos desenvolver o
projeto, então nós íamos lendo e
conversando sobre o poema e aquilo foi
nos levando sem perceber a criar todo o
roteiro da peça e eu que já adorava
escrever já fui fazendo todas as partes
escritas, nós fomos convidando nossos
amigos para atuarem na peça e dentro de
uma semana tínhamos trabalhado duro
na construção do cenário, figurino,
iluminação, falas, roteiro, marcação de
cena, toda a parte mecânica da peça.
Minha professora Silvana nos orientou o
tempo todo e nos motivava dando alguns
palpites para ajudar ainda mais nas
questões da peça, ela foi fundamental
também durante o processo de criação,
revisando o texto e cuidando do conceito,
ele pudesse mudar e no fundo até minha
mãe tinha, nessa época, eu já deveria ter
meus 12 anos, eu já tinha um
pensamento que não enxergava meu pai
como um monstro imutável, eu olhava ele
um pouco como vitima do vicio e também
como pessoa violenta e agressiva, que
ainda bem nunca bateu na minha mãe
nem em nós, minha mãe sempre nos
defendeu e depois quando eu fui
crescendo também nos defendia como
podia, mas dentro dele também tinha algo
que não deixava ele nos agredir eu acho.
Num belo dia, minha mãe tinha ido a
igreja e eu estava em casa sozinho
assistindo TV e meu pai chega, dizendo
que alguém tinha desafiado ele e ele iria
matar a pessoa, pegou uma faca na pia
da cozinha e colocou entre a calça e o
corpo e saiu de casa. Deu uns 40 minutos
vieram os vizinhos dizendo que meu pai
tinha sofrido um acidente e eu já sabia o
que tinha acontecido, justamente o que
eu sempre tive medo, meu pai se meteu
numa briga com alguém e levou a pior,
mas foi bem pior do que isso. Depois eu
fiquei sabendo da historia, meu pai foi no
bar onde alguém brincou com ele ou
provocou não sei ao certo, ele veio em
casa, pegou a faca e foi ao bar, tentou
esfaquear a pessoa em questão e mais
de quinze pessoas o agrediram, ele
tentou correr, mas derrubaram ele e por
pouco não jogaram um pedregulho
enorme na cabeça dele, quem o salvou
disso foi um dos nossos vizinhos que era
aprofundar em matemática porque não
soube em um determinado momento
resolver uma questão mais complexa e
etc. E a outra metáfora que me
interessou foi o relato da filha da Ana,
que se questionava sobre a vida que
levava, se o certo era se prender ou ter
várias historias, se de repente o certo
era ter algum tipo de relação dita
perfeita ou ideal, mesmo ela pregando
aos outros com suas atitudes que
estava resolvida sobre isso era notório
imaginar que não, depois do poema
que ela recebeu do seu grande amor, o
homem casado que aparece no filme.
Achei interessante falar sobre o retalho
da filha da Ana, porque no bilhete em
questão o poema que foi escrito pelo
amor dela falava sobre o fato de saber
admirar a beleza da construção, do
caminho, das historias, não
necessariamente dar valor apenas a um
fato de destaque ou que se adapte aos
moldes. Na educação vemos isso
também, porque é importante a
construção do conhecimento, o
processo, a costura dos retalhos das
experiências da vida escolar, social
profissional e etc. Todo processo é
importante. Não é mais importante
saber algo que outros não saibam tanto
quanto você ou ser o melhor da classe
em inglês, se de repente no restante
você deixa a desejar, todo tipo de
conhecimento deve ser valorizado e
todos eles são responsáveis para seu
crescimento, basta que você tenha
transfor-
madora e
cansativa.
- Estava com a
média baixa.
- A professora
nos passou um
trabalho diferente.
- Tínhamos um
prazo para a
entrega longo.
- Trabalho
individual.
- Um trabalho
fácil de fazer.
- Insatisfeito com
a escola.
- Um dia antes
resolvi fazer o tal
trabalho.
- Meu trabalho
não foi feito
direito.
- No final das
contas eles só
queriam passar
todos de ano.
- Ainda pedi e
98
me estimulando bastante a escrever.
Quando finalizamos a apresentação que
foi regada a muito chá, café, salgadinhos
(daí o nome café com poesia) ouvimos
dos nossos amigos e colegas da sala,
bem como dos nossos professores e do
nosso diretor Ailton que aquela tinha sido
uma das melhores apresentações teatrais
já feitas desde que o projeto tinha
começado e o orgulho por receber um
elogio dos nossos educadores foi
exatamente gratificante, foi o fator que
desencadeou em mima escrita, porque a
partir de então eu não parei mais. Não fiz
mais peças, mas escrevo contos e
crônicas e tenho um livro engavetado e
escrito pela metade que pretendo finalizar
logo.
Eu faço versos como quem chora
De desalento... De desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... Remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente.
Cai, gota a gota, do coração.
amigo dele e gritou que ia chamar a
policia.
Depois desse momento ele ficou muito
machucado e depois de vários exames os
médicos falaram pra ele que se ele não
parasse de beber e fumar naquele
momento ele não teria muitos anos de
vida, não sei se foi pra dar um choque
nele ou de fato ele estava com a saúde
muito prejudicada, o fato é que ele saiu
do hospital, me olhou nos olhos com o
rosto deformado, pegou um cigarro,
fumou e falou, esse é o ultimo cigarro que
eu coloco na boca, também falou, peque
esse dinheiro, paga minha conta no bar e
diga que nunca mais eu volto.
E assim foi. Meu pai parou de fumar e
beber, quase 10 anos e a partir daí minha
vida foi completamente diferente.
Descobri um grande amigo, somos
parceiros para tudo, depois disso meus
pais me deram mais uma irmã, nossa
família é a coisa mais linda que eu já vi.
Meu pensamento triste sobre a vida,
minha perspectiva baixa da relação
familiar foi quebrada totalmente. Eu não
tinha esperança que teria meus pais
unidos, as vezes me perguntava se a
gente sobreviveria a tudo aquilo, se não
teria um dia que alguma coisa muito
grave aconteceria. A criança triste e o
adolescente perturbado foram deixados
de lado, e eu passei a ver a vida com
olhos felizes, tendo a chance de ter tudo
àquilo que eu sempre sonhei: Paz, família
essa consciência usufruindo de maneira
inteligente de todas as situações da
vida.
O filme Colcha de retalhos foi
muitíssimo proveitoso o meu processo
de aprendizagem pois o vendo pude
adquirir conhecimento sobre o processo
de construção, tendo cuidado como o
que de fato é relevante para meu
intelecto, o que muda na minha vida as
experiências que descrevi no projeto e
dentro de sala de aula. Fez-me
confirmar a idéia de que temos que nos
atentar no momento de apropriação de
conhecimento, sabendo escolher
exatamente o que vai ser útil para o
caminho que vou seguir e para o
profissional e a pessoa que quero e vou
ser com o passar dos anos.
Conclusão:
Espero ter conseguido ter atingindo os
objetivos do projeto, haja vista que para
mim foi um enorme prazer ter realizado
o mesmo, embora tenha eu que ter
passado por momentos que não foram
muito prazerosos, pude refletir sobre
eles e adquirir lições que talvez eu
precisasse a um bom tempo e não tive
coragem ou força de vontade de fazer.
Não estou certo de que tenha descrito
os momentos charneiras da minha vida,
mas com certeza são os fatos mais
marcantes da mesma até aqui e me
fizeram passar a ver a vida e as
insisti por mil
vezes que ela
aceitasse meu
trabalho.
- Eu precisava
passar de ano.
- Eu como
professora
preciso te ensinar
isso agora.
- Reprovei na
matéria dela, mas
passei de ano
pelo conselho da
escola.
- Aprendi a ter
mais
responsabilidade.
- Não podemos
contar com as
pessoas.
- Meu pai sempre
foi alcoólatra.
- Meu pai sempre
brigava com
minha mãe.
- Eu detestava
meu pai.
99
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
Manuel Bandeira
2ª Cena Marcante - Gincana escolar-
Professora Silvana Carlos Gomes
(2007)
No mesmo ano do ensino médio tivemos
um projeto que envolvia toda a escola: A
Gincana Escolar. Esse projeto se
baseava na idéia de todas as classes de
uma mesma série se juntassem formando
uma equipe, cada equipe tinha uma cor
diferente, todo ano tínhamos um tema
diferente para desenvolver a gincana que
durava três dias, normalmente quarta,
quinta e a grande final na sexta feira. Na
gincana tínhamos que desenvolver vários
tipos de projetos para abordar o tema,
como por exemplo, dança, apresentação
musical, pintura, peça teatral, entre
outras. Normalmente no primeiro dia as
turmas apresentavam os projetos que
envolviam artes plásticas, como pinturas,
desfiles, gravuras, e etc. No segundo dia
era a vez das apresentações musicais e
no terceiro dia era a vez da dança e
peças teatrais. A escola toda parava e
nós nos relacionávamos com todos os
unida e carinho de pai.
2º Momento Charneiras
Em 2008 eu comecei a trabalhar. Eu não
sabia muito bem me virar por ai e tudo foi
bem complicado na hora de procurar
trabalho e trabalhar de fato, afinal de
contas, eu tinha saído da escola a pouco
tempo e só no ultimo ano praticamente
que eu consegui fazer amizades ou
colegas, quando eu consegui encontrar
pessoas que me respeitavam e gostavam
de mim pelo que eu era e pessoas que
pensavam como eu em alguns casos,
pessoas que tinham dividido momentos
importantes, mas me faltava a confiança
de conviver com pessoas totalmente
diferentes de mim, pessoas que estavam
em outros momentos da vida, com
diferentes idades, idéias,
comportamentos e etc. A idéia de
começar a trabalhar começou a me
incomodar e eu achei que não fosse dar
conta da pressão mental que eu
proporcionava a mim.
Depois de certo tempo de procura eu
finalmente tinha conseguido um emprego,
nada foi muito como eu esperava que
fosse, com salário baixo, mas com pouco
tempo de trabalho também, mas eu dei
aquela sorte que se da poucas vezes na
vida, tinha conhecido sem querer duas
pessoas que mudaram minha vida.
Conheci da Dani e a Angélica, duas
meninas especiais. Foram e são minhas
pessoas de outra forma, melhorando
como pessoa e individuo social.
- Alguém incapaz
de ser bom com
os outros.
- Bebia, fumava e
chegava em casa
ameaçando
minha mãe.
- Quebrando
todas as janelas.
- Aterrorizando
todo mundo.
- Não sabia o que
era ter um pai de
fato.
- Um adolescente
bobo que tinha
vergonha de falar
ao telefone.
- Depois de várias
brigas nas quais
eu me meti com
meu pai.
- Minha mãe até
tentou se separar.
- Todas as
minhas tias
estavam se
separando.
- Maridos
100
alunos e professore, era um clima
maravilho de conhecimento,
aprofundamento nos temas, pesquisa,
competição, alegria, era o fechamento do
ano letivo e para mim foi o melhor
fechamento do ano.
Assim que saiu o tema da gincana, anos
70, minha professora Silvana me chamou
na sala e perguntou qual projeto eu
estava pensando em elaborar para a
gincana e eu queria fazer algo parecido
com que tinha feito no café com poesia,
pensei em criar algum tipo de historia que
se passasse dentro da ditadura militar e
ela novamente me orientou e me ajudou
no processo de criação, me apresentando
a algumas meninas de outra sala que
estavam pensando em montar uma peça
sobre a Zuzu Angel, uma estilista muito
famosa que perdeu seu filho torturado e
morto pela ditadura,que vai ao encontro
do corpo do mesmo já que ele foi dado
como desaparecido político em 1971.
Fizemos uma pesquisa profunda nas
noticias da época, nos relatos biografias
de Zuzu Angel, sites que continham
informações sobre o caso. Depois disso
tivemos um trabalho difícil, porque não
era uma montagem fácil, precisávamos
representar cenas de combate na rua de
protestantes contra os militares, todo o
cenário e o figurino, precisávamos montar
os desfiles que ela apresentava, era uma
peça muito grande, de pelo menos 40
minutos, com várias falas, cenas, para
toda a escola e trocando idéias com
amigas companhias favoritas da vida. A
gente se conheceu no treinamento do
trabalho. A Dani veio me perguntar as
horas e sinceramente eu nem me lembro
se tava de relógio, eu nunca fui muito de
usar relógio, mas pra ela vir falar comigo
pra isso eu só podia estar de relógio. A
Angélica eu conheci depois por causa da
Dani no mesmo treinamento. As duas
fizeram a experiência de primeiro
emprego ser transformadora. Eu tinha
feito alguns amigos na escola, mas todos
passaram, eu tinha amigos de infância,
mas que ao passar dos anos foram se
afastando porque fomos identificando
diferenças bruscas no nosso modo de ser
e vendo que a partir daquele momento a
gente não combinava mais, que talvez na
época de criança essas diferenças não
fossem notadas ou nem existissem, mas
que agora era muito difícil uma entrega
total e encontrar as duas meninas na
minha vida foi mudar minha forma de
pensar, porque pude me entregar
totalmente me mostrando todo como eu
era, eu pude aprender muito e ver que eu
era muito imaturo para as coisas da vida.
A Dani e a Angel me ensinaram a
conviver melhor com as pessoas, a me
abrir mais, ser mais cordial, simpático, me
mostraram que as pessoas gostavam de
mim como eu era, me mostraram que não
podia me abrir para qualquer pessoa, que
eu tinha que saber diferenciar amigo de
colegas, que eu não precisava me
esforçar para ganhar amizade dos outros,
que bastava ser eu, ser bom e ser
alcoólatras.
- Eu tinha muita
esperança de que
ele pudesse
mudar.
- “vitima do vício”;
- Pai tinha sofrido
um acidente.
- O que eu
sempre tive
medo.
- Pai parou de
fumar e de beber.
- Descobri um
grande amigo.
- Eu não tinha
esperança que
teria meus pais
unidos.
- A criança triste e
o adolescente
perturbado foram
deixados de lado.
- 2005 foi um ano
total de mudança.
- Meu pai ter
parado de beber
e fumar.
101
muitas pessoas diferentes, escrevendo e
reescrevendo diversas vezes, foi uma
experiência de aprendizado totalmente
transformadora e cansativa que me deu
muito orgulho.
Nossos professores de historia, minha
professora de língua portuguesa e nossos
diretores conseguiram nos ajudar a
montar o cenário, também nas pesquisas
e na revisão dos textos e do roteiro, foi
um trabalho de um mês que valeu muito a
pena e que me motivou a continuar
mantendo o sonho de escrever, de quem
sabe um dia ganhar alguns trocados com
a escrita, com aquilo que eu sei fazer com
facilidade. Nossa equipe, a amarela, não
ganhou a gincana, mas fizemos um
trabalho incrível, por todos os problemas
e desgastes que tivemos, contando
também com os recursos que tínhamos.
Eu atuei pela primeira vez e foi muito
bom. Eu aprendi como todo esse
processo de criação.
3ª Cena Marcante - Trabalho de Artes -
Professora Carla Ataulpho Alves (2006)
Esse momento foi diferente dos
momentos que tive na escola. Era final do
ano na escola e eu estava com a média
baixa na matéria de artes e a nossa
professora nos passou um trabalho
diferente, no caso, construir uma arvore
de natal criativa, usando matérias de fácil
acesso ou/e recicláveis, e tínhamos um
prazo para a entrega longo. Era um
sincero, que eu poderia conquistar o
carinho das pessoas. Sem contar que
com elas eu fui a primeira vez ao cinema
com amigos, e sai, eu podia desabafar
sobre minha vida, sobre o emprego, nós
temos uma ligação muito forte. Nos
momentos difíceis no trabalho nós nos
apoiávamos uns nos outros, éramos
como uma família realmente eu pude ter
certeza do que era ter amigos e o quão
bom era. Praticamente a partir daquele
momento toda minha vida social foi
modificada, porque eu saia sempre com a
Dani principalmente, eu tinha alguém pra
falar sobre tudo, tinha uma parceira muito
grande que levo até hoje, são 6 anos de
amizade e muitos momentos marcantes e
maravilhosos, passando por outros
trabalhos juntos, shows juntos,
conhecendo pessoas famosas que
admiramos, aniversários, natais, enfim,
toda minha vida de lá até aqui eu dividi
com as duas, principalmente com a Dani,
que foi quem ficou mais próxima a mim, a
Angel mora em outra cidade e é difícil de
nos encontrarmos tanto, mas eu e a Dani
estamos sempre junto dividindo boas
coisas.
- Entrei para o
ensino médio.
- Aluno retraído,
tímido, quieto.
- Eu não tinha
amigos.
- 2008 comecei a
trabalhar.
- Só no último
ano praticamente
que eu consegui
fazer amizades.
- Pessoas que
respeitavam e
gostavam de mim
pelo que eu era.
- Faltava
confiança de
conviver com
pessoas
totalmente
diferentes de
mim.
- A idéia de
trabalhar
começou a me
incomodar.
- Achei que não
fosse dar conta
da pressão
102
trabalho individual, mas era um trabalho
fácil de fazer a meu ver, não deveria ser
tão difícil criar uma arvore de natal, então
até mesmo por que naquele momento
estar tão insatisfeito com a escola e
também passando por momentos ruins na
minha vida eu não fiz com antecedência o
trabalho, então um dia antes, a noite, eu
resolvi fazer o tal trabalho. Peguei alguns
jornais e tentei criar a estrutura da arvore,
mas foi ficando muito ruim e o tempo
passando e meu trabalho não foi feito
direito, mas levei mesmo assim para a
professora, porque no final das contas
eles só queriam passar todos de ano,
então qual o problema se ele não ficar
assim tão perfeito? Cheguei na aula e
mostrei minha arvore de natal à
professora e ela me deu a bronca mais
produtiva da minha historia.
Quando ela olhou meu trabalho ela falou
que provavelmente eu tinha feito a pouco
tempo e tinha ficado muito ruim, bem
abaixo do que ela espera de todos os
alunos e eu ainda pedi e insisti por mil
vezes que ela aceitasse meu trabalho
porque eu precisava passar de ano e ela
me falou:
- Eu poderia te deixar passar e facilitar as
coisas para você, mas o que de fato eu
ensinaria? Eu iria passar a idéia de que
as coisas na vida são fáceis, que você
sempre vai ter alguém que vai olhar pra
você e sentir dó, pena, vai se doer pela
sua situação, mas não é verdade. Lá fora
mental.
- Conheci a Dani
e a Angélica.
- Me ensinaram a
conviver melhor
com as pessoas.
- Nos momentos
difíceis no
trabalho nós nos
apoiávamos uns
nos outros.
- Minha vida
social foi
modificada.
- De lá até aqui
eu dividi com as
duas.
- As irmãs que
estavam
fumando.
- Contar sobre o
caso de traição.
- O muro de
lamentações.
- Descarregando
o ódio que sentia.
- Ela ia
guardando toda
mágoa e rancor
103
ninguém vai facilitar nada para você, se
não aprender isso agora então você vai
sofrer muito mais quando a vida tentar te
ensinar, então eu como professora,
preciso te ensinar isso agora.
Não me lembro se exatamente com essas
palavras, mas foi mais ou menos assim
que ela me falou. No final das contas eu
reprovei na matéria dela, mas passei de
ano pelo conselho da escola. Com esse
fato eu aprendi a ter mais
responsabilidade com as tarefas e
entender que a vida não é fácil, não
podemos contar com as pessoas nos
ajudando porque é provável que não
aconteça e eu vou perder muitas coisas
se não tiver emprenho e
responsabilidade, porque por mim só eu
posso lutar, os meus objetivos eu vou
alcançar e eu sou o único representante
do meu sonho na terra.
pela situação e
pessoas
envolvidas.
- Frustração por
não ter feito um
desenho tão
criativo.
- O retalho da
filha da Ana.
- Que
questionava
sobre a vida.
- Se o certo era
se prender ou ter
várias histórias.
- Algum tipo de
relação dita
perfeita ou ideal.
- Pregando aos
outros com suas
atitudes que
estava resolvida.
Era notório
imaginar que não.
104
NARRADOR 2
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Para mim foi um pouco difícil saber que
eu teria que desenvolver um trabalho
escrito por mim mesmo para falar de
minha vida e de minha trajetória até
aqui, fiquei perplexa e sinceramente
gostaria de chegar até minha professora
de Psicologia da Educação para dizer-
lhe que eu não estava gostando desta
idéia, teria que relembrar coisas que eu
gostaria de esquecer mas vamos lá, vai
ser um pouco chato, isso vai, mas já
passou. Esta na verdade era uma das
frases que eu costumava utilizar como
um escudo contra muitas das situações
frustrantes que já vivi.
Comecei na escola já na primeira série e
fui muito bem tratada quando fui
recebida pela professora Aldenir, isso
me deixava tranquila em um ambiente
em que só me trazia a sensação de
querer voltar para casa, para os braços
de minha mãe. Na segunda série tive
uma professora séria, mas que também
me deixava tranqüila, o porque disto eu
não sei explicar, só me lembro daquela
sensação boa, de estar na sala de
Relembrar um momento charneira para
mim não é só lembrar daquele momento
mais também do que me levou ate aquela
situação, mas vou ser breve e vou resumir
aqui alguns momentos da minha vida que
sinceramente, não fosse pela coragem de
minha mãe, pela proteção e meus
queridos irmãos e pela iinfinita graça de
Deus e nosso Senhor Jesus Cristo não sei
o que seria de mim (seria negligencia de
minha parte não trocar no nome D’ele que
muito me ajudou). Vivi sempre cercada de
pessoas negativas que sempre zombavam
de mim quando eu dizia que gostaria de
estudar para ser professora, médica ou
qualquer outra profissão que trouxesse
orgulho para minha mãe. Sempre fui
chamada de desmazelada, porca,
preguiçosa (apesar de acordar cedo todos
os dias para ir à escola e apesar de ser
obrigada a ajudar nas tarefas de casa
desde que me conhecia por gente) vivia
em uma sociedade que muito era machista
onde crianças e principalmente mulheres
não tinham muito valor. Minha mãe
trabalhava muito, isto não lhe dava tempo
para acompanhar a nossa vida diária,
O narrador não faz nenhuma relação
com o filme em sua narrativa.
- Falar da minha
vida
- Eu não estava
gostando dessa
idéia.
- Relembrar
coisas que eu
gostaria de
esquecer.
- Frase como
escudo.
- Coragem da
minha mãe.
- Cercada de
pessoas
negativas.
- Profissão que
trouxesse orgulho
para minha mãe.
- Desmazelada,
porca e
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Dificuldade em falar de si,
- Relação de submissão: consigo
com o outro e com o
conhecimento;
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Carência afetiva;
- Importância da família;
- Identificação ao desejo da mãe.
- Angústia e sofrimento;
- Dificuldade de aceitação,
- Timidez;
105
aula.Todas as boas memórias tiveram
uma interrupção na terceira série. Me
lembro de um dia quando a professora
pediu para que fizéssemos um trabalho
sobre a cólera, doença muito comum na
época, eu me lembro que eu gostava
muito de escrever, não me expressava
verbalmente, porém na escrita eu
“arrasava”! Fui um pouco além do que a
professora me do que pediu e fiz um
trabalho que fugiu um pouco do contexto
que ela havia solicitado, então... ela me
ridicularizou na frente de outros colegas.
Fiquei muito triste, por que aquela não
havia sido a minha intensão e daí
coloquei na minha cabeça que eu não
sabia escrever, sendo que era a única
coisa que eu fazia de melhor. Imagina...,
sem escrever! A coisa ficou mesmo feia
para o meu lado. As consequências
disto foram muito sérias para mim nos
anos seguintes e principalmente nas
empresas onde eu trabalhava. Na minha
vida pessoal também, na verdade até
hoje evito contato com pessoas por que
acho que sempre estão pensando algo
negativo de mim, por muitas vezes vivia
para agradar as pessoas a minha volta
para que elas me aceitassem mas o
problema foi que me prejudiquei muito
por isso, por deixar as coisas sob o
controle de quem na verdade, só queria
o melhor para si próprio. Apesar de
gostar de estudar nunca fui mais além,
nos estudos por me achar incapaz, na
verdade já cheguei a querer desistir da
escola mas minha mãe não permitiu.
minha e de meus outros quatro irmãos.
Com muitas dificuldades, crescemos e a
primeira coisa que pensei foi: vou arrumar
um emprego e ajudar em casa. Porém,
quando saí de casa parecia que tudo
aquilo que falaram quando eu era criança
me veio a cabeça: você não presta, não
vale nada, sua preguiçosa, desmazela,
essa última palavra foi um das palavras
que mais escutei. O medo de falar tomava
conta de mim, não abria a boca para me
defender quando era necessário, me
fechei para o mundo e para mim mesma.
preguiçosa.
- Obrigada a
ajudar nas tarefas
de casa.
- Sociedade
machista.
- Crianças e
mulheres não
tinham muito
valor.
- Arrumar um
emprego para
ajudar em casa.
- Medo de falar.
- Não abria a boca
para me defender.
- Me fechei para o
mundo.
- Primeira série
Profa. Aldenir.
- Voltar para casa
para os braços de
minha mãe.
- Segunda série
Profa. Séria me
deixava tranqüila.
- Terceira série
trabalho sobre
- Dificuldade de relacionamentos;
- Baixa auto-estima;
- Insegurança;
- Preconceito interno e externo
- Transferência com o professor e
com o outro.
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si.
106
Terminei o ensino médio, me casei e
neste meio tempo trabalhava numa
empresa que mal pagava meu salário,
porém, o medo e a incerteza me
prendiam naquela situação. Até que
minha irmã conseguiu um emprego para
mim em uma empresa na qual ela já
havia trabalhado.
Acredite nos teus sonhos, você pode ser
o que quiser, estas duas frases eram um
dos logotipos da empresa ne a época. A-
CRE-DI-TE, eu estava no meio de
pessoas simples como eu, noventa e
nove por cento mulheres, mulheres que
estudavam, trabalhavam, e como
trabalhavam! Mas que moviam uma
empresa multinacional e que, acima de
tudo, acreditavam na possibilidade, na
realização de seus sonhos, e dai eu fui
moldando meu jeito de pensar, fui vendo
que as coisas realmente acontecem se
nós permitirmos aprendia a me
comunicar, a me expressar, passei em
uma prova da FATEC entrei para a
faculdade, resgatei meu desejo de
estudar, na época não deu certo, mas
retornei agora para finalizar. Aprendi a
respeitar o meu tempo e o meu espaço,
me valorizo, valorizo o meu trabalho.
Nas empresas onde passei ouvi dizer
que eu sou inteligente, que aprendo
rápido e que fazer além do que é pedido
na verdade era uma qualidade e não um
defeito. Na última empresa onde
trabalhei consegui proposta para subir
de cargo, porém o medo e a
cólera.
- Gostava muito
de escrever.
- Não me
expressava.
- Um pouco além
do que a
professora pediu.
- Ela me
ridicularizou.
- Fiquei muito
tristte.
- Coloquei na
minha cabeça que
não sabia
escrever.
- A única coisa
que eu sabia
fazer.
- Sem falar e sem
escrever.
- Apesar de gostar
de estudar , nunca
fui mais além nos
estudos.
- Por me achar
incapaz.
- Desistir da
107
insegurança me vieram à tona
novamente, por isto não consegui a
promoção, mas acredito que tudo tem
seu tempo, eu demorei para me
encontrar na vida, e na verdade o
caminho não foi fácil, mas hoje levo tudo
numa boa, procuro ser otimista e não
cobro nada de mim, pois assim tenho
conseguido alcansar minha metas.
Quando fiz trinta anos também sofri
algumas mudanças, reparei que o tempo
havia passado rápido demais e que ele
não volta, sendo assim, o que tenho que
fazer não pode ser deixado para
amanhã, tenho conseguido alcançar
minhas metas. Quando fiz trinta anos
também sofri algumas mudanças,
reparei que o tempo havia passado
rápido demais e que ele não volta,
sendo assim, o que tenho que fazer não
pode ser deixado para amanhã. Tenho
uma família e luto muito por ela todos os
dias, minha filha tem sido a razão de
muitas destas mudanças em meu
interior, me torneei mãe, mulher,
estudante, trabalhadora e ainda arrumo
um tempinho para as amigas e
familiares, traço planos e estratégias e
assim tenho conseguido alcançar meus
objetivos.”
escola minha mãe
não deixou.
- O medo e a
incerteza me
prendiam.
- Minha irmã
conseguiu um
emprego para
mim.
Acredite nos teus
sonhos, você
pode ser o que
quiser.
- No meio de
pessoas simples
como eu.
- 99% mulheres.
- Fui moldando
meu jeito de
pensar.
- Me comunicar e
me expressar.
- Resgatei meu
desejo de estudar.
- Na época não
deu certo.
- Retornei agora
108
para finalizar.
- Ouvi dizer que
sou inteligente.
- Fazer além do
que é pedido na
verdade era uma
qualidade e não
um defeito.
- A insegurança
me veio.
- Não consegui a
promoção.
- Tenho uma
família e luto por
ela.
- Me tornei mãe,
mulher e
estudante.
NARRADOR 3
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
109
“Não entendo por que as coisas que nos
fazem sofrer tanto são apenas para
nosso bem.”
“Prazer meu nome é Vanessa. Minha
infância foi muito turbulenta, nasci em 23
de julho de 1992 em São Paulo, meus
pais eram muito jovens na época e por
isso não ia mesmo ser fácil a vida dos
dois. Como naquela época as coisas
estavam bem mais complicadas meus
pais resolveram ir pra Bahia, então nós
fomos morar na casa dos meus avos
paternos que eu tenho como se fossem
meus pais também. Mas isso que me
frustra, por diversas vezes meus pais
foram e voltaram da Bahia para São
Paulo e vice versa e na maioria das
vezes eu tinha que ficar na casa dos
meus avós, fui mais criada por eles do
que pelos meus pais. Cinco anos após o
meu nascimento, minha mãe engravidou
do meu irmão do meio, o Luan, ai pronto,
começa minha frustração. Eles não
deixaram ele nem em nenhum momento
pra viajar, com aperto ou sem aperto ele
sempre estava com ele, os meus pais
sempre pagaram aluguel, então não era
nada fácil, minha mãe de vez enquanto
viajava pra Bahia ficava por lá uns
tempos numa casa que nos temos. Mas
quando apertava para meu pai em São
Paulo minha mãe voltava novamente pra
lá e eu parecia uma peteca vivia pra lá e
pra cá, inclusive em uma dessas viagens
O momento charneira, o momento que
mudou minha vida foi encontrar o
Wellington, meu namorado, ele foi a
pessoa que abriu meus olhos para o
mundo, sempre me incentivou à buscar
algo melhor, um emprego melhor, que eu
pudesse ganhar mais, eu nunca tive muitos
momentos de dialogo com meus pais,
então eu nunca fui incentivada a nada por
eles, e o Wellington sempre me disse que
agente pode bem mais do que achamos,
então foi ele quem me incentivou a fazer a
faculdade, sempre me apoiou muito, em
tudo, me ajudou a ser mais confiante,
acreditar no meu potencial, sempre me
colocou pra cima, posso dizer que hoje eu
sou uma nova pessoa, com mais alto
estima, que acredita que tudo na vida pode
melhorar, que é só acreditar e ir atrás. É o
que estou fazendo, lutando pelo meu
futuro, pelo nosso futuro. Resumindo, não
sei como eu estaria hoje como pessoa se
não tivesse todos esse apoio e esse
carinho que eu encontrei nele, já que meus
pais se limitam a me dar. Hojeeu vejo que
nada é fácil e procuro entender tudo que
meus pais já passaram e amo eles com
todo meu coração.
Acena do filme que mais me chamou
atenção, foi quando o vento forte vem
e espalha toda a tese de Finn e ela
como nunca terminava em seus livros,
decide então juntar folha por folha
espalhada e terminar o que já havia
começado. Claro que ela teve o apoio
de suas tias avos pra enxergar à
importância que tinha tudo aquilo que
ela já havia escrito, mas foi
determinada e não desistiu do seu
objetivo. Me identifiquei com essa
parte por que é assim que pretendo
ser, determinada esforçada, terminar
tudo que já comecei, já que é tão difícil
se ver diante de dificuldades e achar
mais fácil deixar de lado o que já foi
iniciado em vez de se esforçar pra
terminar só por que no meio do
caminho teve um obstáculo.
Precisamos sair um pouco da nossa
zona de conforto, parar de achar que
tudo esta bom, por que não esta,
sempre da pra melhorar um pouco.
- As coisas que
nos fazem
sofrer.
- Infância
turbulenta.
- Meus pais
eram muito
jovens.
- Não ia ser fácil
a vida dos dois.
- Meus pais
resolveram ir
para a Bahia.
- Morar na casa
dos avós.
- 2005 perda do
avô;
- Isso que me
frustra.
- Fui mais criada
por eles do que
por meus pais.
- Minha mãe
engravidou do
meu irmão.
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Dificuldade em falar de si;
- Relação de submissão com o
conhecimento e com o professor;
- Relação de autoria consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Carência afetiva;
- Importância da família;
- Sofrimento.
- Baixa auto-estima;
- Rivalidade;
- Transferência com o professor;
- Competição;
- Frustração;
- Perdas;
- Relacionamento afetivo;
- Casamento.
110
eu sofri um acidente, onde graças a
Deus não aconteceu nada grave
conosco. Minha mãe engravidou da
minha irmã mais nova, minha
princesinha, a Larissa que eu amo muito.
Infelizmente em 2005 meu avô paterno
veio a falecer, eu sofro muito pela perda
dele ate hoje, sinto muita saudade. Teve
uma cena muito marcante que eu nunca
esqueci, foi quando eu tinha uns sete
anos eu estava em São Paulo e minha
mãe havia me matriculado em uma
escola, eu estava muito contente, mas
de repente minha mãe resolveu voltar
pra Bahia, nossa eu fiquei muito triste,
pois já estava passando da hora de
entrar na escola. Então nos viajamos, eu
perdi minha matricula e mais um ano, no
ano seguinte eu fui matriculada, já com
oito anos de idade. Eu era uma ótima
aluna, logo que entrei na escola eu já
aprendi a ler e a escrever, adorava ser a
primeira da sala e eu era considerada a
melhor aluna da classe, minha relação
com a escola era uma relação de autoria,
eu tinha uma ótima relação com os
estudos, adorava estudar, mal chegava
da escola e já fazia as lições de casa,
tirava ótimas notas, de sete acima na
media, eu entendia as matérias, tinha
facilidade em fazer as provas que eram
muito rígidas por sinal, isso na Bahia, por
que com este deslocamento geográfico
eu passei por cinco escolas diferentes,
entre as da Bahia e São Paulo. As
escolas da Bahia sempre me
despertavam mais interesse, pois os
- Ai pronto
começa a minha
frustração.
- Eles não
deixavam ele
para viajar.
- Parecia uma
peteca vivia
para lá e para
cá.
- Minha mãe
engravidou de
minha irmã.
- Passando da
hora de entrar
na escola.
- Perdi a
matricula .
- Adorava ser a
primeira da sala.
- Passei por
cinco escolas.
- Notas na
média.
- As escolas na
Bahia sempre
me despertaram
mais interesse.
- Conteúdos
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência do outro.
111
conteúdos eram mais aprofundados, e os
professores eram mais rígidos com os
conteúdos, provas, alunos, notas na
media enfim, eu tinha que estudar pra
não tirar nota baixa na media e ser
reprovada e eu gostava da escolado
ensino médio, dos professores e dos
meus colegas, na escola do ensino
fundamental eu sofri muito bulling, mas
isso não importa. Eu terminei meu ensino
médio em São Paulo, eu fiz o 1°, 2° e 3°
ano, passaram rápidos e infelizmente foi
muito satisfatório , era falta de interesse
dos alunos tivesse seguido meu estudo
somente em um lugar ou somente na
Bahia, eu teria sido mais feliz. Eu fiz um
curso técnico em comunicação nesse
meio do ensino médio e não fiz mais
nada depois de ter concluído. Eu tinha
muitos amigos na escola, um dia, estava
frio e eu não havia levado blusa de frio
pra escola, foi quando pedi pra um amigo
arrumar uma blusa para eu, ele arrumou
com um colega qualquer uma blusa bem
quentinha e muito cheirosa ai eu fiquei
com ela ate o final da aula e eu nem
sabia de quem era, quando de repente o
dono da blusa apareceu pra pega-la de
volta, ele foi muito simpático e disse que
já estava indo embora, e eu nem
imaginava que minha vida mudaria daí
pra frente. Nos estávamos no final do
ano já, então estávamos só recebendo
as provas e notas, dai adiante ele
sempre ficava comigo na sala,
conversava comigo, sempre muito
simpático. Quando terminaram as aulas,
mais
aprofundados.
- Tinha que
estudar para
não tirar nota
abaixo da média
e ser reprovada.
- Terminei o
ensino médio
em São Paulo.
- Infelizmente foi
muito
insatisfatório.
- Falta de
interesse dos
alunos e dos
professores.
- Minha vida
mudaria daí
para frente.
- Tinha muitos
amigos na
escola.
- Pedi para ele
arrumar um
emprego onde
ele trabalhava.
- Ia com ele
todos os dias.
- Ele me
112
eu resolvi procurar emprego mesmo
sendo menor de idade, então resolvi
pedir pra ele me arrumar um emprego
onde ele trabalhava que era no Brás. Ele
me arrumou o emprego, eu ate ia com
ele todos os dias. Então começou criar
certo carinho um pelo outro, mais da
parte dele por mim. Ele me abraçava me
protegia no tem lotado com se fosse meu
namorado, ate que um dia rolou o
primeiro beijo, então nos não nos
desgrudamos mais (risos). Estou com ele
ate hoje, nosso namoro já dura quatro
anos, e gente se ama muito.
Infelizmente, meu pai sofreu um acidente
no ano de 2012, e perdeu o movimento
das pernas, isso dificultou muito a vida
da minha família, em tudo,
principalmente na vida financeira, por
que minha mãe não trabalha, pois
precisa ajudar o meu pai por conta das
suas limitações, ele conseguiu encostar-
se á Caixa, mas ainda não é suficiente,
nos pagamos aluguel, eu pago a
faculdade e fica tudo muito apertado,
mas estamos conseguindo lidar com
essa situação, mesmo com tanta
dificuldade.
OS MOMENTOS MAIS MARCANTES
DA MINHA VIDA ESCOLAR:
1° Um deles, foi o fato de eu não entrar
na escola na idade certa, foi quando eu
fui matriculada em uma escola e minha
mãe resolveu voltarpra Bahia, então
fiquei mais um ano sem estudar. Isso foi
abraçava e me
protegia.
Acidente do pai,
dificuldade
financeira.
-
113
triste para mim
2° Uma vez, eu estava no terceiro ano
do ensino fundamental, minha tia estava
no quinto ano do ensino médio, e estava
com dificuldade de fazer uma atividade,
então eu ajudei ela fazer essa atividade
e ela conseguiu uma nota acima da
media. Com dois anos atrás dele, eu já
consegui fazer uma atividade avaliativa,
fiquei muito feliz e isso me deixava
orgulhosa de mim mesma.
3° Eu era muito caprichosa em tudo que
eu fazia na escola, uma vez minha antiga
professora de artes fez uma disputa
entre os alunos, nos tínhamos que criar
um desenho e faze ló todos pontilhado,
somente com pontinhos, e eu e o meu
primo sempre éramos os melhores,
então ele fez um desenho meio estranho
que não dava pra identificar direito e eu
fiz uma flor, os nossos desenhos foram
vistos como os melhores, então a
professora colocou a sala pra escolher o
mais bonito, e o do meu primo foi o
escolhido e ganhou um livro como
premio. Fiquei feliz por ser uma das
melhores, mas triste por não ter
ganhado, mas tudo bem foi um mérito do
meu primo e nos estávamos sempre na
frente de todo mundo, eu era muito
esforçada.
114
NARRADOR 4
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
É difícil de falar somente de 3 momentos
específicos, meu ensino médio foi de
bastante mudanças, pois cada ano
estava em um colégio diferente. Então
vou contar um momento de cada ano, o
meu melhor momento no meu primeiro
ano, que eu nunca vou esquecer foi no
meu primeiro dia de aula que eu cheguei
não conhecia ninguém, e o primeiro dia
de aula foi uma dinâmica entre todos os
alunos do ensino médio, era uma
brincadeira que se a pessoa errasse a
pergunta tinha que pagar um mico na
frente de todo mundo, e eu estava super
deslocada, não conhecia ninguém, ainda
não tinha falado com ninguém tudo para
mim era muito novo, pessoas novas e
diferentes, e nessa brincadeira eu errei a
pergunta e tive que pagar o mico, e o
meu foi dançar “ na época boquinha da
garrafa”, passei muita vergonha, e além
por cima estava chovendo e cai de
bumbum na poça de água. No meu
segundo ano mudei de escola, fui para o
colégio Rama, mas nessa escola já
conhecia pessoas, era um colégio perto
No terceiro ano, tive que mudar de escola,
pois ao decorrer do tempo tive uma
irmãzinha, e tinha que ajudar os meus
pais, e lá surgiu uma vaga de auxiliar de
professor, que conseguia bolsa, então
enfrentei e fui de braços abertos, e garanto
que foi uma das experiências mais gostosa
da minha vida, e o momento mais
marcante, do meu último dia de aula, pois
um dos professores, fez uma homenagem
linda para mim, ele disse que apesar de
tudo o que eu passei, eu superei que eu
era uma das alunas mais guerreira que ele
conhecia.
Meu ensino médio foi basicamente isso
sem muita novidade, ele foi marcado por
muitas mudanças por novas experiências.
Descrever 3 cenas marcantes que foram
vividas no Ensino médio, para alunos que
estejam na graduação e do ensino
Superior, para os alunos de pós
graduação. Após a descrição 3 cenas
marcantes refletir e descrever o seguinte:
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Difícil falar
somente de três
momentos.
- Bastante
mudança.
- Melhor
momento o
primeiro dia de
aula.
- Dinâmica -
Uma
brincadeira.
- Mudei de
escola e já
conhecia
pessoas.
- Tinha muita
amizade com os
professores.
- Além do
profissional,
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Dificuldade em falar de si;
- Relação de submissão com o
conhecimento;
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Importância da família;
- Sofrimento;
- Transferência com o professor;
- Perdas.
NARRATIVA FÍLMICA:
115
da minha casa, e lá o meu irmão mais
velho já estudava, conhecia os
professores, tinha muita amizade com
meus professores, além do profissional
admirava na amizade também. Esse ano
foi muito marcante que o melhor
professor da escola e querido por todos
faleceu, ele teve câncer, e não só meu
professor mais também ele era meu
vizinho, então abalou o nosso ano. E
isso foi um momento que marcou muito
minha vida e meus anos escolares, esse
ano quase repeti, pois ele era um
segundo pai.
No terceiro ano, tive que mudar de
escola, pois ao decorrer do tempo tive
uma irmãzinha, e tinha que ajudar os
meus pais, e lá surgiu uma vaga de
auxiliar de professor, que conseguia
bolsa, então enfrentei e fui de braços
abertos, e garanto que foi uma das
experiências mais gostosa da minha
vida, e o momento mais marcante, do
meu último dia de aula, pois um dos
professores, fez uma homenagem linda
para mim, ele disse que apesar de tudo o
que eu passei, eu superei que eu era
uma das alunas mais guerreira que ele
conhecia.
Meu ensino médio foi basicamente isso
sem muita novidade, ele foi marcado por
muitas mudanças por novas
experiências.
1-Como foi sua relação com o
conhecimento? Foi uma relação de autoria
ou submissão?
Minha relação com o conhecimento, foi um
pouco difícil pois, mudei três vezes de
escola, então o desenvolvimento de
conteúdo ficou um pouco no começo mais
sempre fui uma pessoa que pegava rápido
os conteúdos e a rotina da escola, nesse
caso foi mais de submissão pois o
conhecimento que cessava era o que eu
aprendia.
2-Como foi sua relação com o professor?
Foi uma relação de autoria ou submissão?
Sempre tive uma ótima relação com os
professores, pois a maioria dos
professores já tinha uma “amizade” por
fora. Sempre admirei todos eles. Além de
uma aluna eu sempre procurei ser mais do
que uma aluna e até hoje tenho um carinho
enorme por todos eles. Foi uma relação de
meio termo, pois sempre respeitei , e
sempre impus opiniões também.
3-Que aluno fui?
Eu Gabriela Cimeno, sempre fui uma aluna
muito, muito agitada, muito extrovertida,
adorava falar até hoje. Isso me prejudicava
muito. Mas em questões de notas,
trabalho, estava sempre em ordem, eu
sempre fui muito organizada em relação a
tarefas. O meu único defeito é que era um
pouco bagunceira. Mais fui uma boa aluna.
admirava a
amizade.
- Ano marcante
o melhor
professor da
escola falecu.
- Não só
professor mais
era meu vizinho.
- Meu segundo
pai.
- Terceiro ano
nascimento da
irmã.
- Mudança de
escola.
- Auxiliar de
professor.
- Homenagem
do professor –
aluna guerreira.
- Ensino médio
foi basicamente
isso sem muita
novidade.
- Marcado por
muitas
mudanças por
novas
116
experiências.
NARRADOR 5
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
“Bom falar sobre si mesma é uma tarefa
muito difícil, vou começar falando um
pouco da minha infância, onde eu
aproveitei o máximo, mas sempre fui
muito tímida, mesmo assim muito
esforçada nunca dei trabalho na escola,
nem em casa.
No ano de 2008 aconteceu um fato muito
triste pra mim, a morte da minha avó, era
minha segunda mãe, pois ajudou a me
criar, aquele momento foi muito difícil
para mim, mas com o tempo consegui
superar, a partir daquela situação
comecei dar mais valor a minha família,
pois eu não era tão presente, por estar
entrando na adolescência eu era bem
apegada aos meus amigos.
Um ano depois (2009) – Entrei no ensino
médio, devido a troca de horário fiquei
em uma turma nova, fiz novas amizades,
QUADRO LINHA DA VIDA: MOMENTOS
CHARNEIRAS:
VIDA FAMILIAR- 2008 “ Perda de um
ente querido”
Vida Profissional -2010 “Novas
conquistas, iniciei minha vida profissional”
Vida Pessoal 2010 - “Começo de um
namoro”
Pensando no filme, a parte que
identifiquei com a minha historia foi o
carinho da avó para neta, lembrei da
minha avó, pois como contei no inicio
da historia eu era muito apegada a ela.
- Falar sobre si,
tarefa muito
difícil.
- Falar da minha
infância.
- Morte da
minha avó.
- minha segunda
mãe.
- Dar mais valor
a minha família.
- Adolescência,
apegada aos
meus amigos.
- Com amigos
superou a
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Dificuldade em falar de si;
- Relação de submissão com o
conhecimento e com o professor;
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Importância da família;
- Sofrimento;
- Transferência com o professor;
- Perdas.
117
amigos que tenho até hoje. A turma era
bem unida, mesmo com tantas
diferenças, participamos de
apresentações na escola como teatros
danças, foi muito legal com isso
consegui superar um pouco da timidez
de falar em público.
No inicio de 2010, eu e minha mãe
conversamos e decidimos que eu ia
mudar de escola, devido o aprendizado
que na outra é bem melhor, foi triste
porque eu iria ficar longe dos meus
amigos, e porque já estudava na mesma
escola á nove anos.
Depois da mudança, realmente foi legal,
a escola era bem melhor em questão do
aprendizado, a estrutura também, mas
consegui ficar somente por seis meses,
por causa do horário que eu estudava a
tarde, eu estava louca para trabalhar
mais não conseguia por causa do horário
que estudava.
Tive que insistir muito para minha mãe
me mudar novamente, até que ela
aceitou e voltei para minha antiga escola,
foi muito bom revê meus amigos,
professores. Neste mesmo ano consegui
meu 1° emprego, fiquei super feliz afinal
de contas era algo novo na minha vida,
me fez mudar, ter responsabilidades,
novas experiências e principalmente dar
valor ao que meus pais já fizeram por
mim, pois vi o quanto é difícil batalhar dia
a dia.
timidez.
- 2010 mudança
de escola.
- escola muito
legal, mas fiquei
só seis meses.
- Estava louca
para trabalhar.
- Voltei para a
antiga escola.
- Outubro de
2010, meu
primeiro
relacionamento.
- Com quem
estou até hoje.
2013, pesquisa
de cursos de
graduação.
- Muito indecisa.
- Marketing – 3
meses.
- O que eu
realmente
gostava?
- Resolvi fazer
NARRATIVA FÍLMICA:
- Identificação com a avó;
- Consciência de si.
118
Em outubro no dia 08/10/10, assumi meu
primeiro relacionamento, meu primeiro
namorado, com que estou até hoje, nós
éramos somente amigos, mas um já
gostava do outro, então ele foi conversar
com os meus pais e eles aceitaram
numa boa, isto me fez mudar bastante,
assumir uma relação não é fácil, um tem
que aprender a lidar com as diferenças
do outro, em com certas situações, coisa
que eu sou cabeça dura, aceitar algo,
que pra mim esta errado dentro de uma
relação.
No ano de 2011 foi meu último ano na
escola, relembrando desde o 1° ano do
ensino médio, posso dizer que tive uma
relação de autoria e ao mesmo tempo de
submissão, participava bastante nas
aulas de português, biologia, artes, já as
de química e matemática eu era péssima
por isso não gostava de participar, e com
isso tenho dificuldades nessas matérias
até hoje.
No final do ano fizemos o passeio da
formatura, fomos para uma colônia de
férias, foi muito divertido, ficamos lá por
dois dias.
E com tudo isso aconteceu, comecei a
pensar o quanto seria importante
continuar com os meus estudos, então
decidi fazer a faculdade, mas como eu
trabalhava direto, não consegui começar
no ano seguinte.
Em 2013 comecei a pesquisar vários
Pedagogia, o
que mais me
identifiquei.
- No filme me
identifiquei com
a minha história
com a minha
avó.
119
cursos de graduação e tecnólogo, depois
de pesquisar muito, pois sou uma
pessoa muito indecisa, resolvi fazer
marketing, comecei na faculdade mais
fiquei somente por três meses, vi que
não era aquilo que eu queria.
No final no ano, comecei a repensar
direito e me perguntar: Do que eu
realmente gostava? E foi ai que resolvi
fazer o curso de Pedagogia, o que mais
me identifiquei.
NARRADOR 6
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Falar de si próprio é sempre uma tarefa
difícil, quando você diz algo a seu
respeito à forma como você o faz mostra
mais sobre você do que o que você
conta. Talvez seja essa a parte mais
difícil do trabalho e pra falar a verdade
eu não sei ao certo por onde começar. É
praticamente impossível contar coisas da
Foi então que eu fui contratada para
prestar serviços terceirizados para a
orquestra sinfônica de São Paulo.
Trabalhando na sala São Paulo, eu
conheci alguns amigos que faziam radio e
TV e através da troca de experiências, eu
decidi que gostaria de trabalhar na área de
comunicação audiovisual. Matriculei-me
em um curso pré-vestibular a fim de me
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Falar de si
próprio é
sempre uma
tarefa difícil.
- A forma como
você diz, mostra
mais sobre você
do que o que
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Dificuldade para falar de si;
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão: consigo e
120
sua vida de forma imparcial.
O tema dessa narrativa é “o momento
divisor de águas” da sua vida, o que te
fez deixar de ser o que era e te tornou o
que você é hoje? Bem, essa é uma
pergunta muito difícil e que exige de
você um grande momento de reflexão.
Refletindo sobre o que eu era e o que
sou hoje, eu estava procurando o meu
grande momento “charneira” e eu me dei
conta que talvez ele não tenha sido tão
grande assim. Eu não sei exatamente o
que me mudou tanto, talvez tenha sido
as pequenas coisas, as pequenas
experiências do dia- a dia ou talvez o
grande momento apenas tenha passado
despercebido.
A minha vida toda a pergunta que
sempre me perturbou foi “o que você
quer ser quando crescer? Eu nunca
soube a resposta pra essa pergunta.
A confusão maior se dava pelo fato de
eu me preocupar muito com a opinião
dos outros. Minha mãe me dizia para
fazer algo como engenharia, meu pai
gostaria que eu entrasse para alguns dos
serviços militares (o que pra mim nunca
teve cabimento, uma vez que disciplina
não é o meu forte), alguns amigos diziam
que por conta da minha habilidade com
comunicação eu deveria fazer
jornalismo, alguns professores inclusive
o diretor da escola me aconselhavam a
tentar de alguma forma uma carreira
preparar.
No fim das provas, o resultado foi positivo,
eu havia passado para a universidade
federal do Ceará e para a universidade
federal da Bahia. O grande problema é que
a essa altura do campeonato eu já havia
desistido de mudar de estado (nem uma
das faculdades federais que usam a nota
do Enem aqui na região sudeste tinham o
curso que eu queria fazer).
Quando eu dei a noticia que havia
passado, mas que tinha desistido a
comoção foi geral, meus amigos e
principalmente minha família me criticaram
de forma severa e isso me deixou
extremamente cabisbaixa.
Eu não estava chateada por ter desistido,
eu estava chateada por ter decepcionado
as pessoas com quem me importo.
Foi ai que eu parei e pensei: O QUE EU
ESTOU FAZENDO DA MINHA VIDA? É
isso que eu quero? Viver a vida pra
satisfazer as expectativas dos outros?
NÃO!
Então eu fui buscar na minha infância as
respostas que eu precisava.
Quando eu era criança o meu sonho era
ser professora, mas com o passar do
tempo eu substitui a minha vontade pela
vontade e opinião dos outros.
Eu simplesmente me matriculei na
você conta.
- Impossível
contar coisas de
sua vida de
forma imparcial.
- Não sei o que
mudou tanto.
- Talvez o
momento
apenas tinha
passado
desapercebido.
- O que você
quer ser quando
crescer?
- Eu nunca
soube a
resposta para
essa pergunta.
- Me preocupar
com a opinião
dos outros.
- Disciplina não
era meu forte.
- Bom
relacionamento
com as
pessoas.
- Eu tentei
com o professor;
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Carência afetiva;
- Necessidade de aceitação;
- Importância da família;
- Sofrimento;
- Baixa auto-estima;
- Insegurança;
- Indecisão;
- Transferência com o professor;
- Consciência do outro e de si.
NARRATIVA FÍMICA:
121
política (talvez pelo fato de ter sido
presidente do grêmio estudantil e ter
participação direta nas atividades da
escola). Eu tentei muitas coisas (para
alguém de minha idade), fiz cursos de
hotelaria,turismo,logística e algumas
especializações em informática básica.
Aos quinze anos de idade estagiei em
uma escola e esse foi meu primeiro
emprego, logo depois trabalhei em uma
loja como vendedora e posso dizer que
essa não foi a melhor experiência da
minha vida. Nesse meio tempo eu
escrevia e postava minhas primeiras
historias com a ajuda de uma amiga que
revisava os textos, uma vez que minha
gramática não é das melhores.
No fim do ensino médio, aos dezessete
anos eu ainda não fazia a menor idéia de
que carreira eu gostaria de seguir, eu
gostaria de me dedicar a escrita de
historias fictícias, mas esse é um
mercado muito curto aqui no Brasil e eu
não gostaria de transformar em trabalho
o que fazia por prazer.
universidade para o curso que eu queria,
não pedi a opinião de ninguém e quando
tudo já estava acertado contei.
Acho que o choque ainda não passou e
muitas pessoas apostam que eu vou
desistir. Pode ser que elas estejam certas
e pode ser que eu me arrependa, mas
essa foi a escolha mais importante da
minha vida, pois foi a primeira decisão que
eu tomei por mim e pra mim, sem levar em
conta a opinião e vontade de terceiros.
Agora que eu percebi a forma que eu
levava a minha vida eu sinto como se eu
estivesse aos poucos largando as muletas
e caminhando com minhas próprias
pernas. É como se eu finalmente estivesse
no controle do meu futuro.
muitas coisas.
- Com 15 anos
estagio em uma
escola.
Vendedora –
Não foi a melhor
experiência da
minha vida.
- Escrevia
histórias fícticías
com a ajuda de
uma amiga.
-Final do ensino
médio – ainda
não fazia a
menor idéia de
qual carreira
deveria seguir.
- Não gostaria
de transformar
em trabalho o
que eu fazia por
prazer.
- Trabalho Sala
São Paulo.
- Conheci
muitos amigos.
- Decidi que iria
trabalhar na
área de
122
comunicação
áudio-visual.
- Investi em
curso pré-
vestibular.
- O resultado foi
positivo.
- Desisti de
mudar de
Estado.
- Me criticaram
de forma
severa.
- Fiquei
chateada não
por ter desistido
e sim por ter
decepcionado
as pessoas.
- O que estou
fazendo com a
minha vida?
- Viver a vida
para satisfazer
as expectativas
dos outros?
- Fui buscar na
infância
respostas.
- Meu sonho era
123
ser professora.
- Substitui pela
vontade dos
outros.
- Me matriculei
na
Universidade.
- Muitas
pessoas
apostam que
vou desistir.
- Pode ser que
elas estejam
certas. Pode ser
que eu me
arrependa.
- Primeira
decisão por mim
e para mim.
- Largando
muletas.
- Caminhando
com minhas
próprias pernas.
124
NARRADOR 7
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
A primeira cena que me vem a minha
cabeça é com relação ao professor
Jadson, que era meu professor de
química. Nunca gostei de química , mas
as aulas eram tão dinâmicas e legais que
gostava das experiências e dá forma que
ele conduzia a aula, tanto na teoria tanto
na prática.
Era “divertido” “brincar de cientista”, até
hoje lembro das experiências que ele
passou. A relação foi de submissão, ele
tinha muito conhecimento.
Outra cena é nas aulas de literatura que
aprendi com o professor Carlos a gostar
de ler.
Outro momento marcante pra mim foram
as aulas de educação física, o professor
motiva a todos foi muito legal. Minha
relação com todos foi de submissão,
aprendi bastante com cada um deles.
Como aluna deveria ter me empenhado
mais, ter sido bem melhor que fui, não me
dediquei o bastante, e hoje penso que
poderia ter me dedicado muito, mas.
E com certeza iria refletir nas minhas
escolhas de hoje.
O filme conta uma história para se
refletir sobre a vida, e o papel de cada
um de nós em nosso mundo.
Um grupo de senhora se reúne para
falar das suas histórias de morar
enquanto bordam uma colcha par a
presentear Finn com o tema “ onde
mora o amor”.
Finn é uma jovem dividida entre casar
com o homem que ama e lua
liberdade. A vida se desenrola aos
poucos...
No final do filme sua avó cobre com a
colcha que elas fizeram, ao acorda
enrolada com a colcha de retalhos, o
corvo aparece e guia até a escolha
certa do seu verdadeiro amor que é o
Sam.
- Professor
Jadson de
Química.
- Nunca gostei
de química.
- Era divertido
brincar de
cientista.
Professor Carlos
de Literatura.
- Aprendi a
gostar de ler.
- Professor de
Física motivava
todos.
- Refletir sobre a
vida
- Dividida entre
casar com quem
se ama ou a
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão: com o
professor e com o conhecimento;
- Relação de autoria consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA
- Transferência com o professor.
NARRATIVA FÍMICA:
Consciência de si.
125
liberdade.
- O corvo
direciona
NARRADOR 8
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO.
PRIMEIRO MOMENTO: O meu primeiro
momento no ensino médio começa no
último ano do ensino fundamental onde
minha escola de preferência para cursar
o ensino médio porque oferecia o extinto
magistério, mas infelizmente no ano em
que eu entrei na escola em 1998 o curso
deixou de ser oferecido, mesmo assim
continuei nessa escola estadual
chamada. E.E.E..M José Marques da
Cruz, porque também era vontade de
minha mãe que eu frequentasse uma
boa escola que era na época e
aproveitasse a oportunidade de adquirir
MOMENTO CHARNEIRA: VIDA
FAMILIAR
Por ter uma vida como a de milhares de
pessoas a dificuldade sempre aparece, fui
criada só pela minha mãe e a figura
paterna que tínhamos em casa eu e meus
quatro irmãos era oferecida pelo meu avô,
um homem muito inteligente pai de sete
filhos que também foram criados só por ele
pois sua esposa o deixou. Meu avô era
uma pessoa que independente das
dificuldades sempre incentivava
positivamente a nos para que fossemos
sempre em frente e nunca deixasse se
sonhar e alcançar nossos objetivos não
NARRATIVA FILMICA: COLCHA DE
RETALHOS.
Assistir o filme “Colcha de Retalhos”
nos remete em muitos momentos em
nossas próprias vidas, pois ao decorrer
das cenas as identificações com o
nosso dia a dia são muito comuns.
Como já diz o titulo do filme a colcha
de retalho apresentada eu identifico
com o conhecimento que vamos
adquirindo no decorrer da vida seja ele
bom ou ruim serve de experiência para
que aos poucos vamos perdendo criar
nossa própria história são necessários
- Era vontade
minha e de
minha mãe que
estudasse em
uma boa escola.
- Conhecimento
de qualidade
coisa que ela
não teve na
vida.
- As dificuldades
continuam - a
força de vontade
não diminui.
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão consigo;
- Relação de autoria com o
conhecimento e com o professor.
- confusão na formação da
identidade.
126
conhecimento com qualidade coisa que
ela não teve na vida.
SEGUNDO MOMENTO: Ao conseguir
frequentar o ensino médio percebemos
que as dificuldades continuam, mas a
força de vontade nunca diminui pois no
primeiro ano em que estava nessa
escola minha professora de português
nos avisou que teríamos que adquirir um
livro de literatura para que fosse usado
no ano letivo, acabei me deparando com
uma situação difícil pois minha mãe não
estava em condições de comprar para
mim no momento, fiquei triste mas
entendi a situação e sabia que teria que
me esforçar mais por está sem o livro,
mas minha mãe guerreira que sempre foi
correu atrás e acabou encontrando o
livro através de uma amiga de seu filho
havia usado o livro no ano anterior e
acabou doando esse livro par que eu
tivesse e pudesse acompanhar a meteria
junto com os outros alunos.
TERCEIRO MOMENTO: Quando eu
estava no segundo ano do ensino médio,
houve uma reunião de pais e mestres
para que fossem passadas informações
cotidianas sobre os alunos e minha mãe
compareceu nessa reunião onde para
minha surpresa no decorrer a professora
de matemática que era quem
apresentava as informações acabou por
destacar o meu nome, elogiando muito a
minha pessoa, meu interesse e forma de
aprendizado, onde no dia seguinte de
importando quanto tempo isso fosse levar.
Infelizmente meu avô se descobriu
diabético meu avô em 1995, onde todos
nos sofremos muito pois sabíamos que
diabetes é uma doença devastadora, como
meu avô sempre foi uma pessoa otimista
mais uma vez ele não deixou se abater
mesmo tendo que amputar a perna
esquerda em 2004. Como sempre
conversávamos muito ele sempre acabava
contando muito sua história de vida das
dificuldades passadas mas também das
alegrias conquistadas durante a vida, seu
objetivo era mostra que era muito
importante que eu não deixasse de
estudar já que ele e minha mãe não
haviam tido essa oportunidade de buscar
conhecimento através da escola, porque
ele acreditava que a pessoa que estudava
saberia lhe dar melhor com as
adversidades da vida de um modo geral.
Com complicações no seu estado de
saúde alguns anos depois o estado do
meu avô acabou se agravando muito e
acabou por perder a outra perna e acabou
falecendo em março de 2012, foi uma
perda irreparável para todos da família pois
tínhamos perdido nossa referencia, mas
como ele era uma pessoa otimista eu me
senti no direito de ser também isso aflorou
muito em mim o desejo de realizar uma
vontade antiga e que ele incentivava muito
a cursar pedagogia.
A oportunidade começou a se concretizar
vários momentos.
Uma das personagens chamada Finn
uma jovem de 26 anos acaba de ser
pedida em casamento por seu
namorado Sam, mas ela tem por
terminar uma tese de mestrado e com
isso vai passar um tempo na casa da
tia –avó oque onde morou quando
criança na Califórnia onde há muitas
plantações de frutas, chegando a esse
lugar Finn se depara com um grupo de
6 mulheres em volta da colcha de
retalho costurando, ao passar dos dias
ela vai escutando as histórias simples,
bonitas, sobre amores passado,
sonhos, desilusões e decisões
maduras juntando toda aquelas
histórias assim como os retalhos das
colchas Finn coloca em dúvida seu
casamento com Sam.Uma dessas
histórias que Finn ouviu foi a de Ana e
Mariana ( mãe e filha) onde Ana conta
a sua filha que viveu em Paris e que
teve muitos homens mas que não teve
o que realmente quis, pois ele era fiel a
sua esposa por amá-la o que
representava sua história era o corvo
que simbolizava a garra e a
perseverança da mulher. Em uma de
suas saídas se distrair e terminar sua
tese. Finn acaba indo a um clube e lá
encontrar um rapaz bonito, de corpo
atlético e de boga fala onde eles
acabam indo para r em uma plantação
de morango que naquele momento
representava para ela a sedução,
- Livro de
literatura, minha
mãe não estava
em condições
de comprar.
- Fiquei triste
mas entendi.
- Minha mãe
guerreira –
correria -
conseguiu o
livro com uma
amiga dela.
- Cursar
Pedagogia.
- Criada
somente pela
minha mãe.
- Figura paterna
– Avô.
- Mensagem do
Avô “Nunca
deixe de
sonhar”.
Avô referencia
de incentivo e
otimismo.
- Isso aflorou um
desejo antigo de
cursar
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Importância da família;
- Referencias importantes mãe e
avô;
- Dificuldade financeira;
- Sofrimento;
- Dificuldade de aceitação;
- Transferência com o professor;
- Perdas;
- Indecisão;
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro;
- Identificação com a história da
personagem.
127
aula normal todos meus colegas de
classe comentaram o assunto comigo,
isso fez com que eu concretizasse a
vontade que eu já tinha de cursar
Pedagogia, por me sentir capaz de
alcançar meus objetivos, o que só veio a
acontecer em 2014 por problemas
financeiros. Independente porque
quando se tem um objetivo nunca é tarde
para que possamos concretizar. Basta
acreditar.
em 2013, quando sai do emprego em que
estava á nove anos, e investi o dinheiro
que conquistei na faculdade de pedagogia,
sempre pensando nas palavras
incentivadoras do meu avô e toda
experiência que ele me transmitiu par que
através da faculdade eu adquiria
conhecimento.
Estar hoje na faculdade me traz a
lembrança do meu avô que tanto me
encorajou para que eu nunca desistisse
dos meus sonhos e pudesse realizar essa
vontade que nunca adormeceu dentro de
mim pois acredito que tudo tem a hora
certa de acontecer, e aquilo que faltava pra
que eu tivesse certeza que tinha escolhido
o meu futuro foi o apoio que eu tive no
ensino médio no momento em que a
professora disse que eu era capaz e eu
resolvi confiar em mim mesma, pois como
boa aluna eu sabia que poderia ir muito
mais longe e com aprendizado e
conhecimento poder crescer como pessoa.
Criamos nossa própria identidade com
fatos que vão nos ocorrendo durante a
vida, mas aproveitar o momento em que
temos oportunidade de adquirir o
conhecimento na escola se torna muito
importante para nos desenvolvermos e
futuramente saber o que realmente nos
tornamos e saber que tipo de pessoas
seremos, assumir nossas vidas e percorrer
o melhor caminho colocando em pratica o
que aprendemos e continuar seguindo em
frente pois a vida é um circulo que está
tentação e desejo de proibido afinal ela
tinha um noivo, esteve o sentimento de
dúvida pelo que realmente sentia pelo
seu noivo com quem pretendia se
casar. Finn acaba encontrando
novamente o homem que viu no clube,
encantada ainda com o l indo rapaz ela
o leva para ver um lindo lugar onde
chegando tinha uma cachoeira onde
ela sempre mergulhava antes de
mudar e arrumar um namorado, e para
a surpresa do rapaz Finn começa a
tirar a roupa e decide dar um
mergulho, estaria ela atrás de algo de
seu passado para um auto resgate
afinal ali foi tão feliz ou procurando
readquirir um autoconhecimento par
que possa tomar decisões para que
ocorresse uma transformação em sua
vida, pois se sentia confusa em
relação a tudo que tinha feito até o
momento. Ocorre uma ventania muito
forte em que as folhas da tese de Finn
são levadas com o vento e espalhando
completamente suas folhas por toda
parte. Depois desse acontecimento
sua mãe chega trazendo uma
novidade que Finn gostaria que tivesse
acontecido 20 anos de que seus pais
se casariam novamente para sua
surpresa, afinal sua por toda vida
sempre lhe dizia que seu pai mas sua
mãe lhe contou o real motivo de tudo
isso seriam varias traições que ela
sofreu sendo que uma delas seria
cometida entre o pai e a tia de Finn e
que sua mãe sofreu muito com isso e
Pedagogia.
- Investi o
dinheiro que
conquistei em
uma faculdade
de Pedagogia.
- Tudo tem a
hora certa de
acontecer.
- Apoio de um
professor do
ensino médio –
Disse que eu
era capaz.
- A vida é um
circulo que esta
sempre girando
e nunca para.
O conhecimento
que vamos
adquirir no
decorrer da
vida.
- Bom ou ruim
serve de
experiência.
- Uma história
como tantas
outras com
aparecimento de
128
sempre girando e nunca para, ou seja
sempre temos que estar abertos a
aprender afinal ninguém sabe tudo.
Infelizmente meu avô está mais entre nós
para ver que tudo que ele sempre me
falou, não foi em vão e que não poderá
acompanhar esse processo, mas isso não
faz com aquele seja menos importante
nessa conquista pessoal minha pois sei
que meu avô Benicio estaria muito feliz
com a trajetória que estou percorrendo, e
que em uma somatória de acontecimentos
onde a escola junto com alguns
professores que me incentivaram e a
minha família foram fundamentais para que
eu pudesse criar minha identidade e saber
que quando a gente realmente quer
conseguimos.
de repente era como o mundo tivesse
desabado sobre a cabeça de Finn
onde ela acaba se sentindo como as
folhas de sua tese, perdida sem rumo
e sem a certeza de seu futuro. Com o
fim da ventania todas as mulheres que
costuravam a colcha se sentiram
diferente como se aquela ventania
tivesse levado embora tudo de ruim
que cada uma tinha deixando um
sentimento de paz em cada uma delas
um sensação de vida nova, novas
esperanças, porém Finn sai
desesperada na esperança de juntar
as folhas e não ver seu trabalho
perdido, afinal ela estava a meses
tentando finalizar e já era a terceira
tentativa de conclusão, mas ao
perceber que não conseguiria ela pode
perceber que aquele momento poderia
ser de transformação ou de mudança
em sua vida assim como o de todas
aquelas mulheres que ela convivia
assim pensando em algo novo ela
desiste de recolher as filhas para
tentar algo novo em sua vida como um
desafio que sempre acontece em
nossas vidas e com esse pensamento
ela volta para casa da avó onde estava
hospedada temporariamente. Ao
chegar em casa Finn percebe que
finalmente a colcha de retalhos havia
ficado pronta ela admirou muito pois ali
cada pedaço de retalho na verdade
trazia a verdade a história de cada
mulher que costurava a colcha onde
ela acaba percebendo que cada
dificuldades.
- Corvo
simbolizava a
garra e a
perseverança da
mulher.
- Ouvir várias
histórias deixa
Finn em dúvida
quanto ao
casamento.
- Plantação de
morando
representava
sedução,
tentação, desejo
de proibido.
- Estaria atrás
de algo de seu
passado para
ter um resgate.
- Buscar um
auto-
conhecimento
para tomar
decisões.
- Ventania muito
forte.
- Mãe de Finn –
novidade.
129
momento de nossas vidas na verdade
serve para que podemos construir
nossa história de vida, depois de todo
ocorrido cansada ela acaba cochilando
e sua avô muito carinhosa a observava
e a cobriu com a colcha que seria
presente de casamento dela mas a
garota logo depois acaba acordando e
se depara com o corvo na janela onde
lembrou o significado do que ele
poderia representar para ela e quando
ele bateu as asas e voou ela foi atrás
dele pois Finn acreditava que ele
poderia guia-la assim como fez com
Ana uma parte da história ali
representada na colcha e assim foi
seguindo e ganhando direção ao seu
destino e acaba se deparando com
seu noivo em meio a plantação de
frutas onde teve o mesmo sentimento
em que todas as costureiras já haviam
sentido quando a ventania passou mas
como cada um tem o seu tempo de
fazer e sentir as coisas Finn sentiu o
seu momento e descobriu que seu
destino na verdade nunca mudou mas
toda aquela experiência serviu para
que ela tivesse certeza do que
realmente queria, pois aquele tempo
que ela queria para escrever sua tese
passou por varias fases sedução,
desejo como quando comeu morangos
com aquele lindo rapaz ou mesmo o
mergulho na cachoeira tentando fazer
um resgate de si própria, a ventania
onde ela achou que estava tudo
perdido mas percebe que sempre
- Finn gostaria
que tivesse
acontecido há
20 anos atrás.
- Seus pais
casariam
novamente.
- Se sentiu
como as folhas
de sua tese.
- Perdida sem
rumo.
- Como se a
ventania tivesse
levado tudo de
ruim.
- Aquele
momento
poderia ser de
transformação.
- O corvo na
janela indicando
direção.
- O mesmo
sentimento que
todas as
costureiras
haviam sentido.
- A ventania
passou.
130
somos capazes de nos reinventar e
transformar, fazer as escolhas com
sabedoria em meio a tudo que nos é
apresentado pode ser difícil porém
ninguém pode fazer isso por nos mas
experiências adquiridas no decorrer do
processo de aprendizado e
conhecimento pode ser muito
importante, porque mudanças sempre
acontecem quando menos esperamos
e até podemos nos sentir perdidos
mas saber tomar a decisão correta vai
fazer toda diferença.
Eu gostei muito de assistir o filme
Colcha de Retalhos, sinceramente eu
não conhecia a história mas já tenho a
consciência de que ele acrescentará
mais conhecimento e aprendizado em
minha vida, pois através desse
momento, o trabalho com um todo
desde que tivemos que voltar em
nossas próprias histórias de vida para
buscar cada pedacinho retalho onde
construímos nossa trajetória até a
faculdade até o presente momento da
parte escrita é como sair da zona de
conforto e perceber que podemos ir
muito além um desafio em que
relaciono com a ventania ocorrida no
filme onde posso, quero e vou me
transformar através da mudança
sempre em buscar de aprender e
assim como cada colcha é feita eu
também quero pouco a pouco construir
minha formação da melhor maneira
possível mergulhando em busca do
- Cada um tem o
tempo de fazer
e sentir as
coisas.
- Descobrir que
seu destino
nunca mudou.
- Sempre somos
capazes de nos
reinventar,
transformar,
fazer escolhas.
- Pode ser difícil.
- Sair da zona
de conforto.
131
conhecimento e sendo guiada pelos
professores em busca da melhor
direção e ao final de tudo saber que a
direção escolhida foi a correta e me fez
muito feliz e realizada.
NARRADOR 9
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Bom, eu na escola sempre tive um
pouco de dificuldade de aprender a ler e
a escrever, mas na época as coisas
eram mais difíceis era mais complicado
por não haver escolas então
estudávamos em uma igreja e depois
fomos para uma casa até que
construíram uma escola e a escola era
de frente para a minha casa, era muito
bom acorda cedo para ir a escola.
No aprendizado era assim: para se
aprender a ler o alfabeto tínhamos que
nos dedicar ao máximo se não soubesse
ou era com castigo ou palmatória nas
mãos, ficávamos de castigo na frente da
lousa de costa para parede, ou seja,
tínhamos que estudar de qualquer
Momentos bons na minha vida: Foi
quando eu me converti ao Senhor Jesus
aos meus 13 anos e foi fiel a Deus até
meus 28 anos sempre ali sendo integra,
reta nos caminhos do Senhor e quando
uma pessoa ela é evangélica e leva as
coisas de Deus a sério, Deus a abençoa
de uma forma inexplicável a minha
adolescência e juventude toda foi na
presença de Deus.
MOMENTOS RUINS: Foi quando eu perdi
duas pessoas da minha família uma em
2000 meu pai faleceu e foi muito ruim por
ele não estar perto de nós então nem
podemos ver a sepultura dele e em 2011 a
Uma cena do filme que mais, se
identifica com a minha vida.
Quando uma das personagens
começa contar quando ela conheceu
seu namorado e futuro marido e não
demorou muito pra se casarem.
Bom mas quando ela se casou com
ele, ela começou a ficar mais sozinha
em casa porque ele a deixava. Ela
também ficou grávida, foi que ela
descobriu que seu marido estava
atraindo ela fora de casa dos pais de
fora, mas ele vai a busca.
A minha identificação com a cena:
- Sempre tive
um pouco de
dificuldade de
aprender a ler e
a escrever.
- Na época as
coisas eram
mais difíceis.
- Por não haver
escolas,
estudávamos
em uma igreja.
- Bom acordar
cedo e ir para a
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, com o professor;
- Relação de autoria consigo;
- Dificuldade de aprendizagem.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Importância da família;
132
maneira, querendo ou não.
Aos meus 13 anos eu ainda estava na
quarta série. Foi quando a ficha caiu eu
vi que tinha que levar as coisas mais a
sério. Quando cheguei em São Paulo
percebi que as crianças na escola
estavam sempre bem mais adiantadas.
Eu tive muita dificuldade de
aprendizagem porque era uma
linguagem diferente eu aprendi de uma
forma e aqui ensinavam de outra
maneira mais tinham o mesmo
significado. Eu tinha vergonha de falar
em sala de aula por isso quando eu
cheguei na quarta série eu comecei a ver
que as aulas eram diferentes da 1 a 4°
porque se tornou muito mais puxado já
não era mais só um professor e sim 6
professores cada um com uma matéria
diferente. Senti que tinha que ter mais
responsabilidade com as tarefas da
escola. Eu só falava quando era
necessário e talvez isso tenha me
prejudicado no aprendizado, tendo
dificuldades pois eu era muito quieta.
Na 5° e na 6° série estava estudando de
manhã era bom porque nós tínhamos
educação física, então saíamos da sala
de aula, mais eu tinha problemas com a
professora porque eu só gostava de sair
da sala e não de fazer a aula, então eu
ficava sentada rindo dos colegas, mas
eu sou muito rizonha, e a professora
pegou eu sorrindo com um colega e
minha irmã também faleceu de câncer e eu
via o sofrimento dela, é triste. Até hoje doe
em comentar porque éramos sempre
unidas.
Outro momento bom na minha vida foi em
2010 quando namorei e casei, cuidava
muito bem do meu marido da minha casa
esses são os momentos bons da minha
vida.
Outro momento bom é estar na faculdade.
fazer pedagogia para realizar um grande
sonho.
Com estes momentos hoje eu estou mais
madura e sei ver o mundo de um modo
diferente.
Eu conhecI um rapaz no ônibus onde
logo mais adiante começamos nos
conhece melhor depois namoramos e
se casamos Éramos muito feliz, em
todos momento. Mas com passar do
tempo ele começou a mim dexar só
em casa, ele saia mais sozinho. Até
que eu descobri que ele estava me
traindo com outra mulher. Então me
separei dele, eu o vi só uma única vez,
e nunca mais o vi.
escola.
- Para aprender
tínhamos que
nos dedicar
muito.
- Se não
soubesse era
castigo –
palmatória.
- Ficava de
castigo de
costas para a
parede.
- Tínhamos que
estudar de
qualquer jeito.
- Na quarta série
com 13 anos
mudamos para
São Paulo.
- A ficha caiu.
Tinha que levar
as coisas mais a
sério.
- São Paulo as
crianças
estavam sempre
mais adiantadas.
- Dificuldade
com o método
- Sofrimento;
- Dificuldade de aceitação;
- Transferência com o professor;
- Perdas;
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro;
-Identificação com a história da
personagem do filme.
133
perguntou o porque e nós não dissemos
que nós tínhamos visto uma parte intima
do outro colega, se nos contasse seria
uma coisa, muito constrangedora para
ele e também para nos, mais eu
continuei rindo e ela ficou brava e
chamou a diretora, e pela primeira vez
fiquei de frente com a diretora da escola
só que eu não parava de rir e levei uma
advertência eu só entraria com um
responsável. A professora me chamou
de debbie-mental, cheguei em casa e
disse a minha irmã e no outro dia fomos
ate a escola e a professora contou a
versão dela então minha irmã falou a
minha versão também e a minha irmã e
no outro dia fomos até a escola e a
professora : a Mara nunca levou uma
advertência, onde eu também me
expliquei o motivo deu estar sorrindo e
ela disse que eu estava com ironia, que
eu estava rindo da cara dela, eu me
defendi dizendo que não era não então
eu pedi desculpas a ela e quando ela me
conheceu melhor também retirou o que
tinha direito: que eu era uma debe-
mental.
2 parte : Momento Marcante:
As três cenas marcantes na escola
foram 2 trabalhos e uma aula.
O primeiro trabalho era em grupo e tinha
que apresentar mais todos tinham
vergonha éramos tímidos, então chegou
a nossa vez de apresentar e ninguém
de ensino.
- Vergonha de
falar em sala de
aula.
- Senti que tinha
que ter mais
responsabilidade
com as tarefas
da escola.
- Na quinta série
era bom,
tínhamos
educação física.
- Gostava de
sair da sala e
não de fazer
aula de
educação física.
- Ficava rindo
das coisas.
- A professora
me chamou a
atenção e como
não parava de
rir, fui conhecer
a diretora.
- A professora
me chamou de
Debbie mental.
- Achou que
134
queria ir todos ficariam sem nota; Eu me
levantei fui na frente de todos com cara e
coragem e lá estava eu apresentando o
trabalho sozinha e salvando o grupo, me
lembro que o trabalho era de arte
tínhamos que fazer três figuras que
representasse algo forte. Eu pedi para o
meu sobrinho desenhar e ele desenhou
Cristo, mais o rosto de cristo ficou
parecendo um leão então chegou a hora
de colocar o desenho na lousa para
todos ver e em toda sala de aula sempre
tem um engraçadinho querendo se
aparecer e um rapaz começou a me
aloprar, a zombar falando que meu cristo
era um leão; Eu já estava com vergonha,
tremendo como uma vara verde mais
não podia voltar pra traz e nem
decepcionar os colegas, então me enchi
de coragem e disse ao colega que
estava zombano com os outros: com
cara de leão ou não este é o meu
trabalho e eu nunca vi Jesus então como
posso fazer o rosto dele, então
apresentei o meu trabalho e ele foi
aloprado, eu aplaudida e ganhei nota e o
meu grupo foi uma boa nota.
SEGUNDO MOMENTO MARCANTE:
Outro momento marcante foi em um
trabalho também. Na realidade eu não fiz
esse trabalho as duas meninas da sala
iam colocar meu nome. Neste trabalho
nós íamos cantar, mais quando chegou a
hora de apresentar elas desistiram, elas
falaram que tinham vergonha, se fosse
as três, as três ganhariam nota, se fosse
estava com
ironia e por isso
rindo dela.
- Trabalho em
grupo para
apresentar.
- Eu fui com a
cara e a
coragem, apesar
da timidez.
- Levava
palmatória
quando errava.
- Em 2000 perdi
meu pai.
- Em 2011 perdi
minha irmã.
- Em 2010
namorei e casei.
- Outro momento
bom é ter
entrado na
faculdade e
fazer Pedagogia.
- Uma
personagem
começa a contar
como conheceu
seu namorado e
futuro marido.
135
duas as duas ganhariam nota e se fosse
só uma, só uma ganharia nota e eu fui
sozinha novamente, ganhei minha nota,
mais foi muito vergonhoso e marcante
também. Até hoje me lembro que eu
cantei e foi até a loira do tchan, 3
professoras gostaram muito do trabalho.
TERCEIRO MOMENTO MARCANTE:
O mais marcante foi quando eu levava
palmotorada nas mãos quando não
acertava uma resposta que a professora
perguntava e conforme eu errava, levava
palmotora e naquela época não tinha
direitos para os alunos e ate hoje eu
lembro dessa palmatorada dada em
minhas mãos.
- Descobriu que
seu marido
estava a traindo.
- Eu tive um
namorado e
descobri que ele
estava me
traindo com
outra mulher.
- Me separei
dele, e nunca
mais o vi.
NARRADOR 10
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
O meu primeiro 1° ano foi bastante
intenso, estudei em uma escola com
regras rígidas por isso tive muitos
O ensino médio foi um período de
transformação para mim, momento em que
Não há relação com o filme na
narrativa.
- Ensino médio
período de
transformação.
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
136
problemas de comportamento, não tinha
interesse nos estudos, fiquei de
recuperação em três matérias que era o
limite do colégio. Um dos momentos
mais marcantes foi quando me trocaram
de sala por causa do meu mal
comportamento nesta eu não conhecia
ninguém, mas graças a isso fiz novas
amizades.
O 2° ano foi mias tranquilo, amadureci
com as conscequencia dos meus erros
do ano anterior, me dediquei mais aos
estudos. Nesse ano o momento mais
marcante foi os preparativos para um
projeto que teve no colégio em que cada
sala teria que representar um estado
brasileiro, essa foi a primeira vez que tive
realmente empolgação pra fazer um
trabalho escolar.
eu estava me descobrindo.
Já no 3° ano eu estava tentando descobrir
qual era a minha vocação, e o momento
que mais marcou neste ano foi quando
teve uma briga entre dois alunos da turma
me foge no momento a frase que um deles
falou que fez com que o professor de
sociologia nos contasse uma história que
foi uma grande lição de moral para todos.
Ex integrante de um grupo de skinheaad
na sua adolescência foi muito rebelde,
após um acidente lhe aconteceu mudou
totalmente sua formar de pensar a respeito
da vida, as aulas dele eram bastante
interessantes ele fala muito sobre ética,
moral e educação, dai em diante passei a
pensar que tem pequenas coisas que
como professor podemos ensinar as
crianças que podem torna-las cidadões
melhores no futuro. Foi nesse momento
em que senti uma vontade crescendo
dentro de mim de ser professora.
- Estava me
descobrindo.
- Primeiro ano –
regras rígidas –
problema de
comportamento.
- Segundo ano –
amadureci com
as
conseqüências.
- Projeto no
colégio – 1ª vez
que realmente
tive empolgação
para fazer um
trabalho escolar.
- Terceiro ano –
tentando
descobrir minha
vocação.
- Professor de
sociologia conta
uma história.
- Nesse
momento senti
uma vontade
crescendo
dentro de mim
de ser
professor.
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento e com o professor.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
Identificação com o professor que
remete a escolha pela Pedagogia
ou pela docência;
- Transferência com o professor;
- Imaturidade.
NARRATIVA FÍLMICA:
137
NARRADOR 11
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
COLCHA DE RETALHOS: Minha
passagem pelo ensino médio foi uma
experiência pois, era aquela garota
quieta muito tímida não falava com
ninguém, entrava na sala, sentava no
meu lugar e lá ficava prestando atenção
na aula. Tinha alguns problemas em me
relacionar com as pessoas acho que era
pelo fato de eu ser tímida. Certo dia a
professora pediu um trabalho em grupo
mais cheguei nela e falei que eu não
conhecia ninguém e que se poderia fazer
individual ela disse que não, com isso
me envolvi com umas duas meninas pra
fazer o trabalho, nisso eu não me
comunicava com elas, nem elas comigo,
até que chegou uma eu comecei a falar
com elas nossa até me empolguei e falei
de mais, isso foi uma experiência pra
mim, pois ninguém pode viver no mundo
sozinho, sempre tem que ter alguém pra
nos ajudar. Meus conhecimentos em
sala de aula eram de autoria pois tinha
muita responsabilidade com meus
trabalhos, não deixava de fazer minhas
obrigações, pois se eu não fizesse iria
Vida familiar - Doença do meu avô teve um
AVC e está paraplégico – 2013
Vida Escolar - Ganhei uma bolsa de estudo
De inglês como melhor aluna da disciplina
– 2011
Deslocamento Geográfico - Viagem a
Bahia com minha família – 2010
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Garota muito
tímida.
- Alguns
problemas em
me relacionar
com as
pessoas.
- Trabalho em
grupo, pedi para
fazer individual
por não
conhecer
ninguém.
- A professora
disse que não.
- Me envolvi
com duas
meninas para
fazer o trabalho,
mas não me
comunicava
com elas.
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, com o professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Timidez;
- Dificuldade de relacionamento;
- Necessidade de aceitação;
- Transferência com o professor;
- Imaturidade.
138
me prejudicar. Minha relação com os
professores eram de autoria me dava
bem com eles, pois sempre que eu tinha
duvidas eles me ajudavam a esclarecer.
Sempre fui uma aluna exemplar tirava
notas boas, não é a toa que ganhei bolsa
grátis para um curso de inglês da
professora da disciplina de melhor aluna
- Comecei a
falar com elas.
- Isso foi uma
experiência para
mim.
- Ninguém pode
viver só no
mundo.
- Sempre tem
que ter alguém
para nos ajudar.
Se não fizesse,
iria me
prejudicar.
2013 – doença
avô.
NARRATIVA FÍLMICA:
NARRADOR 12
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
NARRATIVA ESCRITA:
Minha 3° minha última cena escolhi o
momento que perdi meu irmão de 7 anos
NARRATIVA FILMICA:
Colcha de retalhos foi importante
- Colega de sala
estava sendo
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
139
3 Cenas marcantes do ensino médio:
Minha 1° cena do ensino médio que me
marcou bastante foi quando uma colega
de sala que estava sendo rejeitada pelos
outros colegas de sala de aula,
começaram a fazer piadas, colocar
apelidos na menina. Eu comecei a
perceber que ela não era só uma garota
rejeitada na sala de aula porque ele era
agressiva com todos, até com quem a
tratava bem, então me aproximei dela e
fui tentando ficar próxima dela para ver
se conseguia a ajudar de alguma forma.
Ela foi pegando confiança em mim e foi
se abrindo depois de uns 4 meses ela
começou a contar todos os problemas
que passava com ela em casa, Ela sofria
abusos sexual dentro de casa e estava
com a mãe doente com um tipo de
câncer um pouco já avançado e
precisava dela para ajudar em tudo em
casa então ela se sentia pressa em casa
e ainda sofria com os colegas de sala
que não a deixavam em paz um dia,
comecei a interferir na Sala de aula e
comprar brigas por causa dela mais não
consegui fazer ela denunciar os abusos
que sofria em casa e isso me deixou
muito mal porque não consegui fazer
tudo que queria a ela. A um ano mais ou
menos encontrei ela o metro e ela me
disse que saiu de casa estava fazendo
psicologia, A mãe tinha falecido e o pai
nunca mais viu.
com leucemia e tive o apoio da minha
professora de português, ela simplesmente
foi maravilhosa comigo me ligava todos os
dias me levou a matéria em casa para não
perder conteúdo, ela incrível e eu nunca
vou esquecer o carinho dela por mim.
Eu aprendi com meus momentos
charneiros a dar valor nas pessoas que
entram na minha vida, a respeitar-las
porque eu não sei o que a pessoa esta
passando em sua vida pessoal para julgar.
Vida Familiar – 2010 – 2012
Vida Escolar – 2010 – 2011
Livros/ Filmes/ musicas – 2014 – 2010
Vida Profissional – 2012
MINHA AUTOBIOGRAFIA:
Sou uma menina mulher criada no meio de
muito amor, pela Avó, avô, Mãe e Pai (
separados porém sempre teve uma boa
relação), Uma família grande que teve
perdas muito próximas uma da outra. A
primeira foi meu irmão de 7 anos que teve
leucemia e em meses veio a falecer, ele
para mim desde pequeno era especial
perto das minhas irmãs e não entendia a
motivo de tanto amor o Eduardo era
mimado por mim ao ponto de já ficar 7
horas em uma lan –house com ele jogando
assistir porque ensinou a respeitar e
saber aceitar todos os momentos das
pessoas e refletir em que você quer
ser e querer de um certo momento
para frente, A colcha de ajudou a
moça a descobrir o que seria
importante para ela um amor
passageiro ou uma vida a dois com
seu casamento que estava pra
acontecer, foi uma mistura de
ensinamento com pessoas experientes
e de aceitação ao próximo.
rejeitada pelos
colegas.
- Me aproximei
dela.
- Depois de uns
quatro meses
ela começou a
contar os
problemas em
casa.
- Sofria abuso
sexual e a mãe
era doente.
- Comecei a
interferir na sala
e comprar
brigas por causa
dela.
- Não consegui
fazer ela
denunciar.
- Dificuldade de
aprendizagem
em matemática.
- Professor
Alves uma
pessoa difícil de
lidar.
- Deixei a
matéria de lado.
outro;
- Dificuldade de aprendizagem em
matemática;
- Relação de autoria com o
professor de matemática, com o
conhecimento em matemática e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Necessidade de aceitação;
- Transferência com o professor;
- Carência afetiva
NARRATIVA FÍLMICA:
Consciência de si e do outro.
140
Minha 2° cena do ensino médio vou
relatar neste momento já contando com
a parte de submissão com o professor,
eu sempre fui uma aluna com dificuldade
em aprendizagem em matemática meu
professor Alves ele era uma pessoa
difícil de lidar parecia que tinha uma
certa intriga comigo, então comecei a
deixar a matéria dele de lado e foi
quando ele começou a me “perseguir”
em sala de aula. Foi quando chegou o
fim do semestre e estava prejudicada na
matéria e tive que decidir em continuar a
ignorar ele ou me redimir em certo ponto
e correr atrás da nota que precisava Em
uma aula sentei perto dele e conversei
disse que queria aprender o conteúdo e
ele gostou da minha atitude e me ajudou.
Eu entendo que este momento foi de
submissão me coloquei no lugar de
aluno e entendo que tenho que me
adaptar a sua forma de ensino e
acredito que ele também soube entender
e respeitar o aluno.
vídeo game não tinha limites para ele e
hoje entendo que Deus permitiu eu fazer
de tudo porque logo iria ficar sem ele, Eu
tenho hoje uma sensação de dever
comprido com ele na terra, logo no ano
seguinte meu avô faleceu outro choque
para mim recuperar. Trabalhei no hospital
do câncer durante um ano com crianças
para ironia do destino lá fiquei longos
plantões dos 12 horas com crianças
sofrendo e ao mesmo tempo dando alegria
para todos que estavam dividindo aquele
momento com elas e foi onde eu aprendi a
dar a valor a vida e dar amor ao próximo e
hoje estou estudando pedagogia para fazer
o mesmo trabalho que fizeram com meu
irmão no hospital.
- Ele começou a
me perseguir.
Tive que decidir
em continuar ou
me redimir.
- Conversei com
ele e disse que
queria aprender.
- Ele gostou da
minha atitude e
me ajudou.
- Perdas muito
próximas uma
da outra.
- Perdi meu
irmão de sete
anos.
- No ano
seguinte meu
avô.
- Apoio de
minha
professora de
português.
- Nunca vou
esquecer o
carinho dela por
mim.
-Ensinou a
respeitar e
141
saber aceitar
todos os
momentos das
pessoas com
seus erros e
acertos.
- Um amor
passageiro ou
uma vida a dois.
- Sou uma
menina mulher
criada com
muito amor.
NARRADOR 13
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
NARRATIVA ESCRITA:
Estudo no colégio Professor Acendino
Reis, onde nossos projetos tinham
oportunidade de sair do papel e fazer
parte da realidade no nosso cotidiano.
Excelentes professores colocavam em
Em buscas de sonhos, o ensino médio foi
o momento exato para colocar-los em
prática.
Por fim no ano de 2013, próximo ao dia
das crianças, o terceiro momento
marcante: foi juntarmos 23 alunos e
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Oportunidade
dos projetos sair
do papel e fazer
parte da
realidade.
- Excelentes
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de autoria com o
professor, com o conhecimento e
142
nossas mãos os projetos de música,
dança e peças de teatros. Jamais me
esqueceria de minha professora Ení-
matéria de Arte que me acompanhou do
primeiro ano de ensino médio até o
terceiro e último ano. Ao iniciar o ano de
2012, de imediato juntamos e unimos,
duas meninas e eu, para executar um
primeiro momento marcante: um cover
das novelas das 20 horas-globo “as
empreguetes”; foi extremamente
sensacional com diversas salas nos
assistindo e vibrando conosco, cada
passo da dança. Pelo fato do
acontecimento ter dado certo do início ao
fim, resolvemos juntar um grupo com 33
alunos e colocamos em prática o
segundo momento marcante: no mês de
novembro para finalizar o ano, com apoio
de professores de inglês um coral,
cantando uma bela música de “Pink
Floyd- motherbrink in thewall”.
Recebendo os parabéns de todos os
professores, diretor, vice diretor,
coordenadores e alunos no qual foram a
platéia. Muito agradável receber elogios
quando na situação você deu o seu
melhor
montarmos caixinhas com guloseimas para
distribuir na comunidade carente, 64
crianças esperando para receber com toda
alegria e sorrisos estampados no rosto a
caixinha de lembranças para grande dia
esperado “dia das crianças”. Não existe
preço que pague o sorriso destas tais
crianças agradecendo dizendo apenas
“obrigada tia, Deus abençoe”.
São destes momentos maravilhosos, o
quão nos faz evoluir como ser humana.
Em relações a comportamento aluno,
sempre tirei boas notas, comportamento
educada nas horas necessárias soube me
impor e me colocar se preciso. Nunca tive
problemas em alunos – professor.
professores,
- Professora Eni
me acompanhou
do primeiro ano
do ensino médio
até o terceiro.
- Muito
agradável
receber elogios
quando na
situação você
deu seu melhor.
- Não existe
preço que
pague o sorriso
destas tais
crianças.
- Em relações a
comportamento
aluno, sempre
tirei boas notas.
- Educada nas
horas
necessárias.
- Nunca tive
problema em
alunos –
professor.
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Necessidade de aceitação;
- Transferência com o professor;
- Carência afetiva
NARRATIVA FÍLMICA:
Consciência de si e do outro.
143
NARRADOR 14
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Não faz relação.
Eu tive alguns momentos muito
inesquecíveis na minha vida, mas não
acho que nenhum deles tenha sido tão
bom a ponto de merecer ser revivido mais
do que os outros. Além disso, eu costumo
aproveitar bastante os bons momentos da
minha vida, portanto não acho que eu
tenho aproveitado pouca alguma fase boa
da minha vida. Talvez eu esteja dizendo
isso porque ainda não tive nenhuma
grande conquista na minha vida e ainda
não passei por algumas experiências
marcantes pelas quais quase todo mundo
passa na vida, como ter um filho etc... É
claro que eu já conquistei algumas coisas,
como meu emprego o vestibular a minha
caminhada na graduação, eu sempre me
esforcei e graça a Deus ele sempre me
abençoou. ( Acho que os melhores
momentos da minha vida, que eu
certamente vou ficar com vontade de
reviver, talvez ainda estejam por vir, como
a minha formatura, meu marido, minha
filha), a aprovação no exame prático da
auto-escola etc.
O filme Colcha de Retalhos tem uma
história de uma jovem chamada Finn
que, após ser pedida em casamento
vai para casa de sua avó e lá pretende
finalizar a sua tese. Nesse local, ela
acaba por conhecer um grupo de
mulheres que participa de um clube
que se reúne para trabalhar em
colchas de retalho. No momento em
que a jovem está lá, esse grupo de
mulheres está trabalhando em uma
colcha que elas denominaram “onde
mora o amor”, que será um presente
de casamento para Finn. Enquanto
elas trabalham, ela se envolve nas
histórias individuais de cada uma das
mulheres que lá estão, ouvindo relatos
de paixões passageiras, de
casamentos frustrados, de traições e
de vários outros relacionamentos nem
sempre aprovados pela sociedade. Na
mesma localidade, ela acaba se
envolvendo com um homem, por quem
se sente atraída e acaba por
questionar se realmente vale a pena
- Uma jovem
chamada Finn.
- Um grupo de
mulheres que
participam de
um clube.
- Ela se envolve
nas histórias
individuais de
cada uma das
mulheres.
-
Relacionamento
nem sempre
aprovado pela
sociedade.
- Se envolve
com um homem.
- Assumem o
caráter de uma
unidade.
NARRATIVA BIOGRÁFICA:;
- Não faz relação com a narrativa
biográfica.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação e
aceitação do outro;
- Carência afetiva,
- Insegurança,
- Negação das experiências;
- Medo de se expor;
- Resistência.
NARRATIVA FÍLMICA:
144
ou não casar-se tão jovem.
O grupo que foi retratado no filme
mostra mulheres que se reúnem a fim
de realizar um trabalho artesanal de
alta costura, mostrando assim que elas
assumem o caráter de uma unidade,
que as une em prol de um trabalho
muito delicado. Porém, no decorrer do
filme, as diferenças individuais de cada
uma surgem, como que formando uma
“colcha de retalhos”, ressaltando os
valores, as crenças, as idéias de cada
uma dessas mulheres.
Desse modo, podemos dizer que
nesse grupo a convivência entre essas
mulheres, com valores tão diferentes,
pode ser considerada positiva no que
diz respeito à produtividade e à
aceitação do outro enquanto um ser
que tem opiniões e pensamentos
contrários ás demais participantes.
Porém, em alguns momentos, essa
convivência se orna conflituosa e
negativa.
No final, cada uma acaba por aceitar
as diferenças das outras e dar ênfase
na relevância que essa diversidade de
sentimentos e valores tem no processo
de elaboração do trabalho como um
todo. Cada uma das mulheres, a seu
modo, contribui com o melhor de si
para que o trabalho ( a colcha de
retalhos.
- As diferenças
de cada uma
surgem.
- Considerada
produtiva no que
diz respeito a
produtividade e
aceitação do
outro.
-Tive alguns
momentos
inesquecíveis.
- Não acho que
nenhum deles
tenha sido tão
bons a ponto de
merecer ser
revivido.
- Costumo
aproveitar
bastante os
bons momentos
de minha vida.
- Ainda não tive
nenhuma
grande
conquista.
- Ainda não
passei por
alguma
experiência
marcantes pelas
Consciência de si e do outro.
145
quais quase
todo mundo
passa.
- Como ter um
filho.
- É claro que já
conquistei
algumas coisas.
- Momentos de
minha vida que
certamente vou
ficar com
vontade de
reviver talvez
ainda estejam
por vir.
- Formatura,
marido, minha
filha, exame
auto-escola,
etc...
NARRADOR 15
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
146
Uma das cenas mais marcantes foi está
mudança do ensino fundamental para o
ensino médio que tanto se é falado que é
fase final e muito difícil de ser concluída
onde dizem que realmente os alunos em
caso de muitas faltas e notas vermelhas
seriam reprovados. Claro que na
realidade não é bem assim muito dos
meus professores não tiveram está
preocupação com esta etapa final então
era de responsabilidade de cada um da
classe ir atrás de seu próprio
conhecimento isso me deixou indignada
com o ensino público.
Tive uma pequena mudança no 3 ano do
ensino médio onde tive o prazer de
conhecer a professora Fabiana que nos
dava a matéria de matemática, onde por
meio de poucas aulas pode nos ensinar
a importância do ensino, de prestamos
mas a atenção na aula, para assim
futuramente termos nossas profissões ,
como ela mesmo nos dizia que não é
impossível um aluno da rede publica ser
medico ou qualquer outra profissão, o
problema está no próprio aluno que auto
se discrimina por está estudando na
escola pública porém já tivemos grandes
casos de superação de alunos da rede
pública que hoje são exemplos para
muitas pessoas isso até para mim.
Como conclusão pude ver melhor o
Momentos Chaneiras
Vida Familiar - Ano : 2009 - O que
aprendeu?
Com a perca de uma grande pessoa em
minha vida, pude ver o lado mais adulto da
vida e aprender a da valor as coisas mais
simplis
Como aprendeu?
Tendo que me virar sozinha tão nova
seguir minha vida e colocar em pratica
tudo que ela (minha avó) me ensinou
enquanto estava viva e colocar em pratica
não foi fácil mais estou conseguindo a
cada dia
Vida Escolar - Ano: 2012
O que aprendeu?
Muito sobre o preconceito sexual.
Como aprendeu?
Tendo assim muito nova uma relação com
outra mulher pude ver o outro lado da
situação me vendo no lugar daquelas
pessoas que todos os dias sofrem
preconceito da sociedade Tenho até hoje
este segredo guardado comigo, minha
família não sabe pois eles respeito que os
filhos dos outros sejam menos alguém da
O filme Colcha de retalhos narra as
experiências de vida de um grupo de
mulheres maduras, que costumava
reunir-se a cada ano para confeccionar
uma colcha de retalhos. Cada uma
delas borda um pedaço de pano que é
algo relacionado com o sentimento de
cada uma delas, no final elas unem
todos os pedaços formando uma linda
colcha artesanal, mostrando através
desses bordados o momento em que
elas foram realmente felizes. Todas
essas historias foram objetos de
estudo de tese da mestranda Finn uma
Jovem, que se encontra dividida entre
casar-se com o homem que ama e sua
liberdade. Naquele ano em que ela
está prestes a se casar com Sam,
resolve passar três meses na casa de
saus tias Jaci e Gladi (sua avó e tia
avó), em uma cidade mais calma.
Na casa o grupo de mulheres
confecciona uma colcha para
presenteá-la, e o tema escolhido por
todas elas é “onde mora o amor”. No
decorrer do filme, Finn fica
conhecendo as histórias e segredos de
cada uma daquelas senhoras, e isto
serve para que ela vá, aos poucos,
refletindo sobre o que realmente quer
de sua vida. No iniciodo filme pode-se
observar em uma cena, que foca o
desenrolar de um carretel de linha,
- Mudança do
ensino
fundamental
para o ensino
médio.
- Terceiro ano
ensino médio –
Prazer de
conhecer a
Professora
Fabiana.
- Trabalho
pedagógico de
muitos de meus
professores.
- Estudando
para fazer a
diferença.
- 2009 Perda de
uma grande
pessoa em
minha vida.
- 2009 Colocar
em prática tudo
o que ela me
ensinou.
- 2012
Preconceito
sexual. Lidar
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, com o professor.
- Relação de autoria consigo
mesma.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Necessidade de aceitação;
- Carência afetiva;
- Insegurança;
- Medo de se expor;
- Sofrimento;
- Transferência com o professor.
NARRATIVA FÍLMICA:
147
trabalho pedagógico de alguns dos meus
professores e estou estudando para
futuramente fazer a diferença pelo
menos na escola que eu trabalhar.
Relação com o conhecimento? R:
Submissão...Por mais que alguns
professores nos ajudássemos em alguns
aspectos esse apoio não era total e bem
estruturado, e isso leva a nós ficar
acomodado com aquilo que se tem.
Relação com o professor: R:
Submissão... Acredito que falto o apoio
melhor dos professores para está
melhoria no ensino, claro que da minha
parte também, mas a escola poderia ter
planos de ensino melhor.
Que aluna eu fui? R: Acredito que um
pouco preguiçosa até o ensino
fundamentol. No ensino médio tive um
pouco mais de cabeça estava mais velha
e pude me dedicar melhor aos estudos.
nossa família. Porém hoje continuo tendo
relacionamentos com outras garotas e sou
muito feliz assim.
Vida Profissional - Ano: 2012
O que aprendeu?
A lidar com as diferenças.
Como aprendeu?
Tive uma outra visão da vida profissional
numa grande empresa que trabalhei, e
assim pude lhe dar melhor e aprender a
ver e respeitar melhor a opnião do
próximo.
Pessoas:
Ano: 2012
O que aprendeu?
A amar.
Como aprendeu?
Tendo assim um beijo inesperado aprendir
a amar, a gostar e a querer cuidar a todo
momento, estar perto o tempo todo, tive
decepções pois este amor só foi retribuído
com carinho de amiga isto foi o fim para
mim póis ate hoje a amo e não tive ela so
pra mim mas tenho a certeza que se deus
a colocou em minha vida não foi por acaso
ele tem planos melhores para mim.
fazendo uma comparação entre este
procedimento e a vida do ser humano:
a vida se desenrola aos poucos, em
uma sequência, exatamente da
mesma forma que o rolo de linha. O
filme trata em separado a experiência
de cada uma daquelas senhoras, a
história são ricas em significação. As
primeiras a contarem seus segredos
são a tia e avó Jaci Gladi. Ao
encontrar-se desesperada pelo fato de
seu marido estar á beira damorte,
acaba envolvendo-se, com o marido
de Gladi. Na mesma cena que Gladi
descobre a traição do marido com a
irmã, há construção de metáfora: ela
quebra tudo o que vê pela frente,
recolhe todos os cacos e faz obras de
arte nas paredes de sua casa. A
próximahistória a ser revelada é a de
Sofia.
Quando jovem, era nadadora e
sonhava em seguir carreira, mas com
um casamento precoce fez com que
ela abandonasse todos. Nesta história
pode-se destacar uma antítese: ela era
nadadora e ele geólogo, ou seja, ela
era água e ele era terra. Há também
uma metáfora do laguinho que ele
construíra para ela. Compensação por
ela ter abandonado a natação. A
seguinte é de Em que conta
pessoalmente a sua história para Finn.
Ela é casada com um artista, um
pintor, que traía muito, desde o início
do casamento. Neste episódio parece
com as
diferenças.
- Muito nova
uma relação
com outra
mulher.
- Guardo o
segredo comigo.
- Respeitar
melhor a opinião
do próximo.
- Tive
decepções.
- Me apaixonei
pelo esporte
porem não
tenho tempo
para praticar.
-.O filme arra a
experiência de
vida de um
grupo de
mulheres
maduras.
- Uma jovem
encontra-se
dividida entre
casar-se com
um homem que
ama e sua
Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme.
148
Livros/ Filmes/ Músicas:
Ano: 2010
O que aprendeu?
Amar Esporte
Como aprendeu?
Lendo um livro sobre surf, me apaixonei
pelo esporte, porem não tenho muito
tempo pra praticar e aprender.
como símbolo o vermelho, cor em que
o artista tenta pintar o retrato de sua
musa, mas não consegue, de tão
grande que sua beleza e o desejo que
sente por ela. A personagem conta sua
história, pronuncia a frase “ A fêmea
fica no ninho enquanto o macho sai
para exibir suas penas”, Faz uma
alusão ao machismo e a posição
submissa da mulher perante ao
marido. Outra daquelas senhoras,
narra a Finn que ama seu falecido
marido, mas estavafragilizada com a
perda e acabou cedendo aos encantos
do marido de Em. As últimas a
revelarem suashistórias são a de Ana
e Mariana ( mãe e filha). Neste trecho
o filme o símbolo é o corvo que
simboliza a garra e perseverança da
mulher negra; onde Mariana, é uma
mulher experiente que viveu em Paris
e teve muitos homens, mas aquele que
ela realmente quis ela não pode ter.
Este homem representa a fidelidade,
pois recusou sair com elaporque
amava sua esposa. Uma antítese pode
ser perfeitamente percebida no que se
refere á experiência daquelas
mulheres e a sede de Finn em viver
intensamente. Antítese relevantediz
respeito ás irmãs Gladi e Jaci em
oposição a Sofia. Enquanto as
primeiras mostram-se algres e felizes,
apesar de tudo, o que lhes aconteceu
àsegunda mostra-se mal –humorada e
infeliz. Outro símbolo que aparecendo
filme é o morango. Ele representa a
liberdade.
- Histórias e
segredos.
- A vida se
desenrola aos
poucos.
- Histórias são
ricas em
significação.
- Sonhava em
seguir carreira.
- Ela era água
ele era terra.
- A fêmea fica
no ninho
enquanto o
macho sai para
exibir suas
penas.
- Alusão ao
machismo e a
posição da
mulher.
- Corvo
simboliza garra
e a
perseverança.
- Uma mulher
experiente.
149
paixão proibida e o desejo que envolve
Finn e um rapaz povoado que ela
sentiu-se muito atraída. Também
acontece um vendaval que aparece
como uma metáfora das ideias da
moça. Sua cabeça está confusa
principalmente depois da conversa
com sua mãe: tudo o quea mãe lhe
ensinará, agora afirmava que estava
enganada. Depois do vendaval tudo
ficou mais clara para Finn,e também
para outras pessoas. Sofia ao sentar-
se no laguinho pela primeira vez
começa a encarar a vida com mais
alegria, pois procura lembrar-se
apenas nos momentos bons em que
viveu. Em, ao entrar no atelier do
marido para proteger-se do vendaval,
descobre que era a única mulher que
ele realmente amou, entrando lá
percebeu que só havia seus retratos.
Gladi também quebra todas aquelas
paredes com cacos de vidro, significa
que passou o ressentimento, ela
perdoou sua irmã da traição. No final
do filme, sua avó cobre com a colcha
que elas confeccionaram então ao
acordar enrolada pela colcha de
retalhos, o corvo aparece novamentee
vai guiando até a escolha certa de que
seu verdadeiro amor é o Sam. O filme
todo é uma alegoria.
- Teve muitos
homens, mas
aquele que ela
queria
realmente não
quis ela.
- Fidelidade
recusou sair
com ela porque
amava sua
esposa.
- Morango
Paixão proibida.
- Vendaval sua
cabeça esta
confusa.
- Final do filme
sua avó a cobre
com a colcha.
- O filme todo é
uma alegoria.
NARRADOR 16
150
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
“Foram várias cenas marcantes, umas
delas que eu tive que trabalhar muito
cedo, para ajudar á minha mãe em
casa”.
Na época eu estava iniciando o ensino
médio e tinha que acordar muito cedo,
eu chegava da escola meia noite para
acordar ás quatro horas da manhã.
Foi uma luta muito grande tive que
aprender muito sobre os conceitos para
poder passar pelo novo processo da
minha vida.
Era tanta dificuldade mais só serviu para
o meu amadurecimento. Assim mesmo
passando por necessidades
sobrevivência naquele momento da
minha vida.
Sempre com apoio da minha mãe
falando para eu ser forte é pra nunca eu
desistir dos meus sonhos.
Para chegar até o ensino médio foi muito
esforço e luta é perseverança de ser
alguém melhor e ter uma vida social é
No ano de 2005 fiquei grávida da minha
filho Yasmim. Foi um ano muito importante
pra chegada do nascimento, dela foi uma
grande transformação que aconteceu
durante a minha gravidez. Porque não só
era mas eu e meu esposo tinha uma vida
pra nós cuidar.
Eu passei pelo o processo do conceito do
amadurecimento e do amor de ia
crescendo cada mechida que ela dava
dentro de mim .
Apesar dela estar dentro de mim eu já
amava é cuidava é um amor que não se
explicar porque vai mudando a sua vida
por completo, eu me tornei um ser humano
melhor em todos sentidos da minha vida.
Com nascimento fez mudar vários
conceitos dentro de mim.
Ser mãe é amar é ser amada a cada
momento da sua vida é também amor o
seu próximo como até mesmo é um amor
imcondicinol sem explicações.
A minha filha ela veio pra dar uma grande
No filme falava sobre o casamento da
mãe de ( Finn). È várias histórias de
outras pessoas
Mas o que foi importante assistir-ló
Porquê? A história dela foi um pouco
parecida com a minha que a minha
mãe sé separou do meu pai, eu ira
pequena mais era um casamento
torbulemtá cheio de brigas é outras
coisas mas, então eu presenciava isso,
eu fiquei com medo de se relacionar
com outras pessoas. Cheguei falar
para minha mãe que eu não queria me
casar nunca por que tinha medo de
meu casamento ser igual o dela. Mas
eu conheci o meu esposo que foi um
grandeprocesso para aceitar o pedido
de casamento por que eu estava
comedo, igual a garoto do filme tinha
referente o casamento.
- Tive que
trabalhar muito
cedo.
- Iniciando o
ensino médio e
já tinha que
acordar cedo.
- Tive que
aprender muito
sobre os
conceitos para
poder passar
pelo novo
processo da
minha vida.
Sempre com o
apoio de minha
mãe.
- Para eu ser
forte e nunca
desistir dos
meus sonhos.
- Para chegar ao
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, com o professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Necessidade de aceitação;
- Carência afetiva;
- Insegurança;
- Medo de se expor;
- Sofrimento;
- Necessidade de sobrevivência;
- Importância da mãe para as
151
profissional realizada, apesar de ter feito
muitos amizades foi muito divertido e
proveitoso, todos os conhecimentos é a
minha maneira de pensar e ver o mundo.
A outra cena foi, quando aconteceu o
apagão do ano 200 Eu estava na sala de
aula, na escola não tinha nem uma luz
de emergência , quando apagou tudo os
alunos gritavam como ums loucos,
saímos correndo caindo por cima dos
outros e eu fiquei muito assustada com
tudo aquilo que estava acontecendo,
Falando do medo que eu estava sentindo
de ir embora sozinha naquela escuridão,
fiquei desesperada
Essa foi uma cena muito marcante na
minha vida do ensino médio.
Apesar de ter tido conhecimentos isso foi
uma troco de experiência de vida muito
boa.
Com os professores e meus colegas de
sala de aula, aprendi novos conceitos de
vida que vou levar para a minha vida
toda, é também aprendi a esperará em
cada tempo no um momento, foi uma
grande aprendizagem de conhecimento
durante o processo do ensino médio.
Durante esse aprendizagem eu aprendi
ver a vida apesar dos nossos erros, e
acertos podemos viver bons conceitos e
ter um futuro melhor lutando pelos
nossos sonhos.
transformação pro minho vido porque é
maravilhoso ser mãe e um privelêgio que
deus nos deu.
Aprendi como ser humano de errar e
perdoar é ensina e educar, e amar é ser
amada sem pedir nada entroca.
Ao ter a minha filho mi fez uma pessoa
melhor transformouo meu mundo melhor, é
o maneiro de ve-lo. É cada dia q em que
passamos juntos passamos pro momentos
de aprendizagem em nosso dia dia-a-dia
vivendo nossas alegrias.
ensino médio foi
muito esforço e
luta.
- Perseverança
de ser alguém
melhor e ter
uma vida social
e profissional
realizada.
- Apagão na
escola.
- Fiquei muito
assustada.
- Foi grande
aprendizagem e
conhecimento
durante o ensino
médio.
- Viver a vida
apesar de
nossos erros.
- Futuro melhor
lutando pelos
nossos sonhos.
- Aprendi a ver o
mundo com
outros olhos.
- Devemos
aproveitar as
oportunidades
escolhas;
- Importância em ser mãe;
- Esperança;
- Respeito;
- Muito esforço;
- Transferência com o professor.
NARRATIVA FÍLMICA:
Consciência de si e do outro.
Identificação com a mãe.
Identificação com personagens do
filme.
152
A minha relação, com conhecimento
aprendi ver o mundo com outros olhos,
que devemos aproveitar as
oportunidades e os conhecimentos que a
vida nos proporciona através do nosso
aprendizagem usando a nossa sabedoria
sem prejudicar o nosso próximo impondo
e expondo nossas idéias, para obter
bons resultados, não só para você mais
também para outras pessoas.
A minha relação com conhecimento foi
muito boa para o meu conhecimento e
meu desenvolvimento de aprendizagem.
Tive uma boa relação de submissão com
todos os meus colegas e professores,
respeitando sempre o espaço de cada
um com igualdade. E nunca tive
problema nem um na escola.
A minha relação com os meus
professores do ensino médio. Só deixou
saudades é bons momentos que eu vivi
naquela época.
E boas recordações é lições de vida que
vou levar pra minha vida todo, tinha
saudades da época porque?
Foi momentos marcantes da minha vida.
O aprendizagem mi tornou-se uma
pessoal melhor por que? Apesar deles
estarla para ensinar eu também aprendi
respeito é como mi torna-lo um ser
humano melhor. Através de cada etapa
de sua vida.
Os meus professores foram como uma
sem prejudicar o
próximo.
- Nunca tive
problemas na
escola.
- Meus
professores do
ensino médio só
deixou
saudades e
bons momentos.
- A
aprendizagem
me tornou uma
pessoa melhor.
- Os meus
professores
foram como
uma referencia
na minha vida.
- Tinha meus
defeitos como
todo ser
humano, mas
também
qualidades.
- Não era CDF
mas me
esforçava para
tirar boa nota.
- Nunca levei
153
referência de vida para mi espelhar neles
é olhar como um ser humano pode
transformar a vida de alguém com suas
experiências .
Eu só tenho que agradecer:
Como aluna, fui sempre, prestativa em
todas as aulas respeitosa com todos.
Tinha os meus defeitos como todo ser
humano, mas tinha também as minhas
qualidades.
Não era uma CDF mais mi esforçava pro
tiro uma boa noto nunca levei bronca de
professor que eu mi recordo não, mas se
eu levei só foi pro meu crescimento
bronca de meus
professores, que
eu me lembre.
- Se levei foi
para meu
crescimento.
- 2005 Fiquei
grávida.
- Me tornei um
ser humano
melhor com a
gravidez.
- Ser mãe é
amar e ser
amada a cada
momento de sua
vida.
- Grande
transformação
em minha vida.
- Cada dia que
passamos
juntas é
momento de
aprendizagem.
- Casamento da
mãe de Finn.
- A história dela
foi um pouco
parecida com a
154
minha.
- Minha mãe se
separou do meu
pai e eu ainda
era pequena.
- Uma casa
turbulenta cheia
de brigas e
outras coisas
mais.
- Fiquei com
medo de me
relacionar.
- Cheguei a falar
para minha mãe
que não queria
me casar nunca.
- Conheci meu
esposo e foi um
grande processo
para aceitar o
pedido de
casamento.
- Estava com
medo, igual a
garota do filme.
NARRADOR 17
155
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
1° Cena
Bem, já faz alguns anos que conclui o
ensino médio, mas lembro com muito
carinho cada momento único vivenciado
com amigos, colegas, professores.
Nesta época me recordo com especial
atenção as aulas ministradas pelo
professor Douglas, ele era jovem e
atencioso, ensinava muito bem.
COMO ERA SUA RELAÇÃO COM
PROFESSOR? FOI UMA RELAÇÃO DE
AUTORIA OU SUBMISSÃO? Minha
relação com ele era de respeito e
satisfação pois todas as sextas poucos
alunos participavam das aulas então era
bem mais fácil prestar atenção, e
compreender o conteúdo colocado e
participar de uma maneira com mais
autoria.
QUE ALUNA FOI? Eu diria que fui uma
educanda participativa de autonomia,
sempre dando idéias.
COMO FOI SUA RELAÇÃO COM O
Vida Profissional – 2013
Vida Escolar – 2014
No ano de 2013, após alguns
desagradáveis acontecimentos em minha
vida profissional tomei uma decisão, mudar
minha trajetória.
Após pesquisar, deicidi qual seria minha
nova profissão, então em Dezembro
prestei vestibular, para pedagogia em duas
universidades passei. Escolhi a Unicid, e
iria estudar no período noturno.
Porém , em Janeiro de 2014, antes que eu
decidisse como iria ser essa passagem fui
desligada da empresa.
Fiquei muito satisfeita, pois esse era o meu
segundo passo, no mesmo mês me
matriculei e mudei o meu horário para
diurno onde estou.
Oque aprendi, com esses acontecimentos
que foram bem resumidos em minha
escrita.
A cena que mais me chamou atenção
foi bem curta sem muito destaque,
porém me fez refletir pois captou um
pouco da minha questão.
Finn Dodd( Winona Ryder) conversava
com sua colega na cozinha, enquanto
tomavam chá e trocavam experiências.
Elas discutiam, sobre relacionamentos,
casamentos. Finn, fala uma frase que
vem a se destacar.
Não me lembro corretamente como foi
pronunciada, porém o significado é
que antigamente os casamentos eram
arranjados, e os pais já faziam isto por
achar que as filhas comiam muito.
Hoje, isto mudou nos mulheres
podemos decidir como, com quem,
iremos nos casar ou namorar, ficar...
vivemos verdadeiramente um dilema.
Digo isto, com propriedade pois sou
noiva, e não tenho certeza se quero ter
filhos ou marido embora a sociedade
me cobre isto.Todos me perguntão
- Professor
Douglas, jovem
e atencioso.
- Minha relação
com ele era de
respeito e
satisfação.
- Poucos alunos,
era mais fácil
prestar atenção.
- Eu tentava me
nutrir de todo
conhecimento.
- Sabia que iria
precisar para o
mercado de
trabalho.
- Penúltimo ano
resolvi pedir
transferência
para oura
escola.
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, com o professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Necessidade de aceitação;
- Carência afetiva;
- Insegurança;
- Medo;
- Sofrimento;
- Transferência com o professor.
156
CONHECIMENTO?
Como faltava alguns meses para a
conclusão do meu ensino, eu tentava me
nutrir de todo conhecimento pois sabia
que iria precisar para o mercado de
trabalho.
2° Cena
Minha festa de despedida , todos felizes
dançando e comemorando, já no final de
tudo...nos abraçamos e choramos juntos
sinto até hoje um pouco de sentimento
vivÊnciado naquela noite.
3° Cena
No penúltimo ano letivo, resolvi
pedirtransferência cheguei a nova escola
todos me olhavam me sentia estranha,
porém fiz logo amizade e acabei
reecontrandocologas do primário uma
surpresa muito agradável.
Sempre termos que lutar por nossos
objetivos, e por mais que algo ruim
aconteça Oque importa e quantas chances
você aceita ter, porque o jogo é você que
faz.
Pois até o pê na bunda te faz ir pra frente.
quando será o meu casamento e eu
respondo.- Em agosto! Agosto de
deus.
Não quero ter responsabilidade de
dona de casa, não me vejo nesta
função, porém eu quero tudo isto... Se
eu pudesse, pegava as rosas sem
espinhos.
- Logo fiz
amizades.
- 2013
Desagradáveis
acontecimentos
– vida
profissional.
- Vestibular
Pedagogia.
- O jogo é você
que faz.
- Discutiam
sobre
relacionamento.
- Antigamente
casamento era
arranjado.
- Hoje isto
mudou, nós
mulheres
podemos
decidir.
- Digo isto com
propriedade,
pois sou noiva.
- Não tenho
certeza se quero
ter filhos ou
marido.
- A sociedade
NARRATIVA FÍLMICA:
Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme.
157
cobra isto.
- Não quero ter
responsabilidade
de dona de
casa.
- Porém quero
tudo isto.
- Se eu pudesse,
pegava as rosas
sem espinhos.
NARRADOR 18
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
158
O meu Ensino Médio do 1° ano foi feito
no curso do Pedagógico ( parecido com
o Magistério). A minha relação com o
conteúdo foi de autonomia, pois eu fazia
o que eu gostava e procurava estar
sempre em dia com as atividades e
trabalhos, uma aluna aplicada.
Com os professores, a minha relação foi
de submissão, pois eu seguia piamente o
que eles apresentavam e não
questionava sobre qualquer conteúdo
exigido por eles, talvez por acomodação
( mesmo discordando)
A conclusão do meu Ensino Médio, em
que concluí o 2° e 3° anos foi por
Supletivo. Esse supletivo funcionava da
seguinte maneira: eu ai ao local pegar as
apostilas ( quantas eu quisesse, e de
qualquer matéria que eu quisesse- não
havia controle em relação a isso), levava
para casa, estudava tudo e voltava para
fazer as provas ( às vezes estudava por
lá mesmo, já que não era tão próximo da
minha casa e não via a hora de concluir
os meus estudos).
A minha relação com o conteúdo foi de
autonomia, já que dependeu só de mim,
do meu esforço e força de vontade, para
que eu conseguisse alcançar o meu
objetivo.
Como não havia professores ( a não ser
para tirar dúvidas), não tenho como
O meu momento charneira ( ou divisor de
águas) foi o nascimento dos meus filhos.
Tive meus filhos bem nova, eles nasceram
e eu ainda não tinha concluído o Ensino
Médio, e graças a eles – principalmente –
voltei a estudar!
Outro momento charneira foi o meu
casamento ( antes do nascimento dos
meus filhos) e em seguida o meu divórcio.
O divórcio fez com que eu buscasse minha
autonomia, ainda mais por ouvir do meu ex
marido que ele sabia que acabou com a
minha vida. Nunca aceitei isso, foi um fator
importante que contribuiu para o meu
crescimento pessoal.
Eu aprendi muito com esses momentos,
inclusive por haver situações em que achei
que nada iria dar certo, ou que realmente a
minha vida tinha “acabado” (por ter tido
filhos nova). Em vez de me acomodar, corri
atrás dentro das minhas possibilidades, e
mesmo deixando de fazer muitas coisas
(deixei passar muitas oportunidades), não
me arrependo Continuo atrás dos meus
objetivos e procuro mostrar aos meus
filhos o quanto é importante estudar,
alcançar seus objetivos, procurando fazer
sempre o que gosta!
O filme Colcha de Retalhos traz em
seu enredo várias simbologias, nas
quais identifico-me com algumas
delas.
A ventania, por exemplo, reflete que os
sentimentos não se prendem a nada e
que muda conforme o curso natural da
vida. Identifico-me, considerando a
minha mudança do Rio para São
Paulo, pois eu deixo minha vida antiga
para trás para dar continuidade à
minha vida!
O corvo tem a ver com a direção em
que eu estava dirigindo a minha vida:
estava me acomodando até o “corvo”
surgir em minha vida e mostrar a
direção que eu devo seguir.
Os morangos tem muito a ver com o
desejo de estudar, conseguir alcançar
o meu objetivo: meu diploma.
O mergulho que para mim representa
o autoconhecimento representa em
minha vida o dia em que eu percebi
que eu posso mais, decisão definitiva
para lutar pelos meus objetivos!
- Curso
Pedagógico
parecido com o
magistério.
- Minha relação
com o conteúdo
foi de autoria
pois eu fazia o
que gostava.
- Com os
professores eu
seguia
plenamente o
que eles
apresentavam e
não
questionava.
- A conclusão de
meu ensino
médio foi no
supletivo.
- Não via a hora
de concluir
meus estudos.
- Não havia
professores
para tirar
dúvidas.
- Considero que
minha relação
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, com o professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Necessidade de aceitação;
- Impotência;
- Casamento;
- Divórcio;
- Luta;
- Carência afetiva;
- Insegurança;
- Medo;
- Perda;
- Sofrimento;
- Transferência com o professor.
159
defini-los. E por este motivo, considero
que a minha relação com eles também
foi de autonomia.
Os momentos que marcaram o meu
Ensino Médio foi quando eu ainda fazia o
1° ano do Pedagógico, e uma professora
de História, Elenir, comentavam sobre o
drama que vivenciava. Elacontou sobre o
nascimento do neto, da nora que morreu
no parto e o motivo das faltas dela ( que
eram muitas), pois tinha que se
desdobrar para cuidar do neto, devido ao
filho dela ( o pai da criança) não ter
condições psicológicas para cuidar do
filho.
Outro fato marcante foi no mesmo ano,
quando uma colega do meu curso,
Valéria, vendia salgado e doces que ela
mesma fazia para auxiliar em casa, já
que o pai encontrava-se desempregado
e a mãe, dona de casa, também
auxiliava, dando aulas de artesanatos.
Eu a ajudava nas vendas, e sentia prazer
em ajudá-la. Passei admirá-la por ela ser
tão esforçada.
E o último momento marcante foi no ano
seguinte, uma tragédia em minha
vizinhança, e considero um fato do meu
Ensino Médio, por esta pessoa estudar
na mesma escola.
Simone e eu crescemos juntas, faleceu (
suicídio) e esse fato me abalou de uma
maneira que eu não consegui levar o
meu curso a diante. Ainda mais por ser
com eles foi de
autonomia.
- Experiência
contada pela
professora
Elenir.
- Valéria vendia
salgados e
doces para
ajudar em casa.
- Pai
desempregado
- Passei a
admirar-la por
ela ser muito
esforçada.
- Simone e eu
crescemos
juntas.
- Simone
faleceu
(suicídio).
- Esse fato me
abalou de
maneira que eu
não consegui
levar meu curso
a diante.
Graças a meus
NARRATIVA FÍLMICA:
Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme.
160
tão próxima a mim e eu não ter
percebido nada. Talvez não por não
aceitar, ou não compreender, o que se
passou naquele momento, fez com que
eu desistisse de estudar.
filhos comecei a
estudar.
NARRADOR 19
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Infância e vida escolar até os 13 anos de
idade: Apesar de ter bronquite, sua
infância foi marcada de muitas
brincadeiras, passeios, diversões. Com 3
anos iniciou sua vida escolar, numa
escola particular ( chamada
moranguinho) e com 4 anos já sabia ler e
escrever algumas palavras. Angélica
amava brincar de modelo e de ser
cantora, na escola era brincalhona, mas
sempre se dedicava aos estudos.
Estudou no Moranguinho até os 5anos.
Com 6 anos estava na 1° série e passou
a estudar numa escola pública ( Ana
Silva), escola maravilhosa e com um
Ana Angélica de Jesus Argolo tem 21 anos
nasceu no dia 17/07/1992 numa cidade
chamada Itagi no interior da Bahia com
aproximadamente 14 mil habitantes. Filha
de Ademir Alves Argolo e Elizene Maria de
Jesus ( ambos baianos) tinha uma irmã
chamada Laís, mais esta não chegou a
conhecer, pois falecera de bronquite
quando tinha 2 meses de vida. Com1 ano
de idade Angélica ( como é chamada pela
maioria das pessoas, por não gostar do
nome de Ana) foi morar com sua tia Zete
irmã do pai, pois seus pais se separam e
sua mãe não tinha condições financeira e
O Filme colcha de retalhos conta a
história de um grupo de mulheres que
se reúnem para contar um pouco
sobre suas histórias, expondo assim
suas emoções, sentimentos, vontades,
histórias de vida. Foi assim através
dessa autobiografia que descrevi um
pouco sobre minha vida.
- Irmã Lais não
chegou a
conhecer.
- Com um ano
de idade foi
morar com a tia.
- Pais se
separaram.
- Mãe não tinha
condições
financeiras e
nem psicológica
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, com o professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
161
ensino muito bom, sua professora era
maravilhosa (tia Mera), e foi através dela
que sua inspiração pela educação
começou. Estudou na mesma escola e
com a mesma professora até a 3° série e
na 4° série passou a estudar numa outra
escola particular (CCPO). A escola era
ótima, mas sua professora era péssima,
a tratava muito mal e sempre a deixava
de canto, a mesma era preconceituosa, e
Angélica era morena e bolsista. Por
conta desse preconceito sua tia levou o
caso a diretoria, mais não teve jeito a
professora continuava a tratando mal.. O
único jeito foi sair da escola e voltar pra
antiga escola, com a mesma professora,
Angélica amou a mudança pois amava a
professora.
Assim continuava sua infância com
bronquite, porém feliz, e amada por sua
família paterna, pois não tinha contato
com sua família materna. Continuou na
mesma escola até a 7° série, anos muito
bons dos quais jamais serão esquecidos,
lá fez amigos e aprendeu que as coisas
simples da vida podem trazer mais
felicidades do que se pode imaginar.
Com oito anos Angélica teve uma crise
muito asmática muito forte, foi levada
para o hospital, ficou quase em coma e
teve que ser mergulhada em uma bacia
de gelo para voltar a vida, ficou internada
por alguns dias, se recuperou e voltou
para casa, sendo assim foi sua última
crise, por que a partir daí não sentiu
mais nada. Na 7° série sofreu ameaças
nem psicológica de criar-la.
Ao chegar à casa da sua tia apresentou
sintomas estranhos, não conseguia
respirar direito, sem saber o que era sua
tia a levou para o médico, onde este pediu
alguns exames, e assim foi constatado que
também estava com bronquite asmática,
doença pela qual sua irmã faleceu ( uma
inflamação dos brônquios pulmonares, que
são locais por onde o ar passa). Sua tia
passou a ter um cuidado dobrado. Com
remédios, cuidando com alimentação,
assim Angélica vivia uma vida normal,
exceto quando suas crises de falta de ar
eram intensas, onde era necessário leva-la
ao hospital. Seu pai ajudava
financeiramente, mas não era presente e
sua mãe sumiu da sua vida por um bom
tempo.
MOMENTOS CHARNEIRAS:
No primeiro ano do ensino médio ficou sem
falar com suas melhores amigas, por que
uma delas falou algo que a desagradou,
ficaram 6 meses falando apenas o básico.
Foi muito triste pois esta três amigas eram
a quais se divertiam, saiam, contava os
segredos. Então um professor não
aguentando mais a situação colocou as
quatro frente á frente e resolveu a
situação.
Com isso aprendeu: que as vezes deve-se
resolver algumas situações, amizade
verdadeira não se encontra em qualquer
esquina, ter amigos é ter alegria, é poder
para criar-la.
- também tinha
bronquite
asmática –
cuidado
dobrado.
- Pai ajudava
financeiramente.
- Sua mãe
sumiu de sua
vida por um bom
tempo.
- Aos três anos
iniciou a vida
escolar.
- Com seis anos
primeira série.
- Professora
maravilhosa.
- Que foi sua
inspiração.
- Quarta série
mudou para
escola
particular.
- Professora
péssima- tratava
mal e a deixava
de canto.
- Necessidade de aceitação;
- Manipulação;
- Transferência com o professor
que solicita a atividade;
- Necessidade de chamar a
atenção do outro;
- Preconceito;
- Pais separados;
- Luta;
- Perda;
- Carência afetiva;
- Insegurança;
- Sofrimento.
NARRATIVA FÍLMICA:
Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme.
162
de uma colega, e de um menino que
queria namorar com ela, mas ela, porém
não queria, sendo assim ele o intimidava
e se uniu com uma colega de classe
ameaça-la. Inventando mentiras e
intrigas ao seu respeito. Essas ameaças
e intrigas só acabaram quando se mudou
para outra escola. A partir desse
acontecimento ela se transformou, disse
para si mesma que nunca mais deixaria
alguém a tratar malnovamente, si
tornando uma pessoas as vezes
agressiva e que não levava desaforo
para casa, porém uma pessoa ainda
assim educada e bem feliz.
Adolescência e ensino médio: A metade
da adolescência passou na escola
pública, e muito feliz e a partir da 8° série
voltou para a escola particular que
estudou na infância ( CCPO). Uma
mudança radical, por estudar sempre em
escola pública sentiu muita dificuldade,
tanto no método de ensino, quanto ao
convívio com as pessoas, pois ainda se
lembrava do que vivera na 4°série. Um
ano conturbado onde convivia com
pessoas arrogantes, passou a viver
sozinha na sala, não andava com
ninguém, não tinha amigos, sentia falta
das amizades anteriores, não aguentava
mais estudar ali, os professores eram
ótimos, porém se sentia só. Então
resolveu fugir de casa, fugiu para a casa
de uma amiga, mas no dia seguinte foi
encontrada por sua família e pela polícia.
Foi levada para a delegacia para contar
compartilhar risos e choros.
No terceiro ano passou uma situação bem
triste, pios se empenhou tanto em um
seminário ficou noites estudando, fazendo
pesquisas, pois queria apresentar um dos
melhores trabalhos já apresentados, porem
nada deu certo, no dia a luz foi embora e
não pode usar o computador, a
programação sumiu, e o lanche que iria ser
entregue não conseguiu ficar pronto
porque o gás acabou na hora. Parecia até
engraçado mais foi frustrante, a decepção
foi enorme. Porém a professora lhe deu
outra chance. Com isso aprendeu: a lidar
com as frustrações que a vida oferece,
aprendeu a superar seus medos e
desafios, que muitas vezes nem sempre se
consegue executar aquilo que planeja, que
as vezes a momentos difíceis, mais o
importante é levantar a cabeça e seguir em
frente com animo e vontade de fazer
melhor aquilo que antes tinha planejado e
não deu certo.
No quarto ano teve que assumir uma
responsabilidade muito grande, foi nesse
ano que sua vida se tronou corrida, pois
trabalhava numa escola pela manhã,
estagiava a tarde e estudava a noite.
Passou a não ter tempo nem pra comer,
sua vida de uma hora para outra se tornou
uma corrida sem fim. E ainda tinha que
saber lidar com crianças autistas e
dislexias. Por não ter experiência com
crianças especiais passou por momentos
desesperadores, mais no final deu tudo
- Professora
preconceituosa.
- Angélica era
morena e
bolsista.
- Tia levou o
caso a diretoria,
mais não teve
jeito.
- O jeito foi
voltar para a
escola anterior –
rede publica.
- Angélica amou
esta mudança.
- Amada por
todos de sua
família paterna.
- Aprendeu que
as coisas
simples da vida
podem trazer
felicidades.
- Aos oito anos
primeira crise
asmática.
- Não tinha
contato com a
família materna.
- Intrigas
163
o que tinha acontecido. Voltou para casa
carregando uma vergonha imensa, pois
a cidade que morava era pequena e todo
mundo estava comentando sobre o
assunto, e ainda tinha que suportar os
castigos que sua tia e sua família
aplicaram. Voltou a estudar e todos da
sala queria saber o que tinha acontecido,
Angélica já estava ficando doida de
tantas perguntas. O tempo passou e
mais um acontecimento ocorreu, perdeu
de ano. E mais uma vez sua família não
entendeu suas explicações e mais uma
vez foi castigada. As coisas foram se
acalmando e no ano seguinte continuou
na mesma escola.
Angélica então decidiu se dedicar
totalmente aos seus estudos, mesmo
que não tivessem amigos. Mas para sua
alegria seus colegas a receberam muito
bem e logo conseguiu fazer amizades e
os professores eram maravilhosos e
inspiradores. Parecia que tudo estava se
colocando em seu devido lugar. Passou
de ano, foi um ano maravilhoso.
Entrou no ensino médio com os mesmos
colegas e com a maioria dos
professores, e foi no 1° ano que decidiu
fazer magistério, queria ser professora,
queria fazer a diferença, por tudo o que
já tinha sofrido. O ensino médio foi
tranquilo e com os mesmos colegas,
foram anos maravilhosos. No3° ano foi o
não de experimentar como era ser
professora, foi o ano dos estágios,
certo aprendeu a lidar com a maioria dos
alunos, conseguindo então fazer um bom
trabalho.
Com isso aprendeu: A ser responsável, a
superar seus limites, o mais importante foi
se orgulhar de si mesma mostrando para si
que era capaz de fazer um bom trabalho
mesmo com as dificuldades encontradas, e
foi através dessas experiências que obteve
a certeza do que gostaria de seguir
profissionalmente, gostaria de ser
professora, educadora. Aprendeu que toda
criança é um ser iluminado, que nos traz
alegrias independente de cor, raça,
religião, e deve ser tratado sem
preconceitos, cada ser · ·humano tem sua
importância, independente de quem seja.
acabaram
quando mudou
de escola.
- Por estudar em
escola publica
sentiu
dificuldade tanto
no método de
ensino quanto
no convívio.
- Decidiu
dedicar-se aos
estudos mesmo
sem amigos.
- Para sua
surpresa e
alegria seus
colegas a
receberam
muito bem.
- A mudança de
escola, fez
repetir o ano.
- Adaptação
difícil.
- Decidiu fazer
magistério.
- Entrou no
ensino médio
com os mesmos
colegas e
164
experiência maravilhosa que só fez
reforçar a vontade de seguir em frente na
profissão de professora, na profissão de
educadora. No 4° ano teve a
oportunidade de fazer mais estágios e de
trabalhar em várias escolas, foram
experiências maravilhosas, porém só
uma deixou marcas maravilhosas, uma
escola pública, com alunos da 3° série.
Nessa escola aprendeu a lidar com as
diferenças, pois conviveu com crianças
especiais, crianças que normalmente
tiravam notas ruins, porém esse quadro
mudou pois Angélica lembrou de tudo
que passou na infância, dos
preconceitos, dificuldades e decidiu fazer
naquela sala de aula a diferença.
Permaneceu nessa escola durante 6
meses pois estava apenas substituindo
uma professora.. Mas foi tempo
suficiente par afazer uma pequena
mudança. A sala era considerada uma
sala onde os alunos eram bagunceiros e
desinteressados e a maioria estavam
perdidos de ano.. Porém esse quadro
mudou, Angélica passou a se dedicar
ainda mais, e o objetivo foi alcançado, as
crianças diminuíram a bagunça,
passaram a se dedicar e passaram de
ano. Com o objetivo alcançado Angélica
se sentiu orgulhosa pois conseguiu fazer
aquilo que queria que fizesse quando
era apenas uma criança. E mais uma vez
tirou uma grande lição: que para ser
professora não basta pegar o conteúdo e
repassar para os alunos, para ser uma
boa professora é necessáriogostar da
professores.
- Queria fazer a
diferença por
tudo que havia
sofrido.
- Estágios
maravilhosos
que só fez
reforçar a
vontade de
seguir em frente
a profissão de
ser professora.
- No quarto ano
oportunidade de
fazer mais
estágios e de
trabalhar em
várias escolas.
- Uma
experiência
deixou marcas.
- Uma escola
pública com
alunas da
terceira série.
- Aprendi a lidar
com as
diferenças.
- Crianças que
normalmente
165
profissão, e se dedicar aos seus alunos.
Ano da formatura 2010: Um ano tenso,
de muitas expectativas, um ano muito
esperado. A formatura foi linda, tudo
planejado e cumprido corretamente.
Minhas colegas assim como eu estavam
felizes e realizadas. Enfim formadas.
Após a formatura: Angélica começou
asentir dores e foi levada ao hospital,
assim descobriu que era e ainda é
portadora de uma doença chamada
Lupos, doença na qual não tem cura,
controlada através de remédios, uma
doença auto imune. Ficou em tratamento
por 6 meses, meses estes de sofrimento
para toda todos. Recuperou-se e decidiu
vir fazer um passeio em São Paulo, e
resolveu continuar aqui, começou a
trabalhar em um instituto de beleza, mais
não desistiu de ser uma educadora, e
fazer a tão sonhadora graduação em
pedagogia. Hoje ela mora com amigos,
trabalha, e estuda na Universidade
Unicid, em busca da realização do seu
sonho.
tiravam notas
ruins.
- Decidiu fazer
naquela sala a
diferença.
-- Tempo
suficiente para
fazer pequenas
mudanças.
- Com o objetivo
alcançado se
sentiu
orgulhosa.
- Para ser
professora não
basta pegar
conteúdo e
repassar.
- È necessário
gostar da
profissão e se
dedicar a seus
alunos.
- 2010
Formatura, um
ano tenso de
muitas
expectativas.
- Pós Formatura
– Viagem para
166
São Paulo.
- Resolveu ficar
morando em
São Paulo.
- Começou a
trabalhar em um
instituto de
beleza.
- Não desistiu
de ser
educadora.
- Hoje mora com
amigos.
- Trabalha e
estuda para
realizar seus
sonhos.
167
NARRADOR 20
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Três cenas do ensino médio marcantes:
Quando dançei axé na escola no dia do
folclore, ganhei 10 em todas as matérias.
Quando cair da cadeira todos que
estavam na sala ficaram rindo;
Quando tirei 10 do professor de física,
era a matéria mais difícil de conseguir
tirar um 10.
Como foi sua relação com o
conhecimento? Foi uma relação de
autonomia ou submissão?
Minha relação com o conhecimento é
aberto e democrático. Absorvo ou não o
conhecimento de acordo com os meus
princípios, mas algo é nunca deixar de
ouvir ou perder a oportunidade de
processar uma outra idéia, pois pode ser
melhor que a que tenho. Foi uma relação
de autonomia.
Como foi sua relação com o professor?
Foi uma relação de autoria ou
Categorias de espaço e tempo ano
Vida familiar: 2010 o tempem que passei
com a família
Vida escolar: 2012 a 2013 fatos marcantes
do Ensino médio
Vida profissional: 2013 trabalhei na Escola
da Prefeitura como Estagiariodo Ensino
médio.
Pessoas: 2013 no ano que começei a
namorar
Livros/ Filmes? Múscias 2012 melhor do
que comprar sapatos
Deslocamento Geográfico não houve
O que aprendeu?
Aprendi que a cada dia aprendemos
alguma coisa nova, ainda mais quando
estamos dispostos a aprender.
Sim. No filme cada mulher teve
máguas e assuntos não resolvidos
entre elas. E o filme mostra como
perdão podeser libertador e
redefinição, toda uma vida que parecia
desperdiçada. Ena maioria dos casos,
não se trata apenas de perdoar o
outro, mas a si mesma.
Outro detalhe poético é que somente
quando a colcha esta pronta, ou seja,
quando ela recebe a prova concreta do
amor daquelas mulheres que ficaram
trabalhando sem para terminá-la, ela
pode ir ao encontro de Sam. E ela o
encontra enrolada na colcha ou seja,
ela interiorizou todas aquelas
experiências de vida que lhe foram
transmitidas por elas e todos as
diferentes formas do amor.
No final quando a personagem
mergulha não é por acaso, pois
somente quando transformamos
nossas aflições em sabedoria é que
podemos mergulhar na vida com toda
- Dancei axé na
escola no dia do
folclore.
- Ganhei 10 em
todas as
matérias.
- Tirei 10 em
física, a matéria
mais difícil.
- Minha relação
com o
conhecimento é
aberto e
democrático.
- Relação com o
professor foi
fundamental.
- Como tem que
ser em todos os
níveis e
modalidades de
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de autoria com o
conhecimento, com o professor e
consigo;
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicita a atividade;
- Luta;
- Sofrimento;
- Perdão;
- Mágoa;
168
submissão?
A relação com o professor foi
fundamental assim como tem que ser em
todos níveis e modalidades de ensino.
Uma relação de autoria.
Que aluno fui?
Fui um aluno autônomo sem precisar de
estar sempre a questionar o professor ou
meu colega de classe, resolvia meus
problemas sozinha, mais se fosse
alguma matéria que eu estivesse com
muita duvida eu ia perguntar para o
professor.
Como aprendeu?
Com forço de vontade e correndo atrás
para sempre esta aprendendo mais,
aprender nunca é demais.
beleza e intensidade.
ensino.
- 2010 – tempo
que passei mais
com a família.
- 2012 – fatos
marcantes do
ensino médio.
- 2013 –
trabalhei na
escola da
Prefeitura como
estagiária do
ensino médio.
- 2013 –
comecei a
namorar.
- Aprendi que
cada dia
aprendemos
alguma coisa
nova.
- Com esforço e
vontade –
correndo atrás
para sempre
estar
aprendendo.
- Aprender
nunca é demais.
- No filme cada
- Amor;
- Aflições;
- Sabedoria.
.
NARRATIVA FÍLMICA:
Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme.
169
mulher teve
mágoas e
assuntos não
resolvidos.
- Mostra como o
perdão pode ser
libertador.
Perdoar o outro,
mas a si
mesmo.
- Detalhe
poético -
somente quando
a colcha esta
pronta, quando
ela recebe a
prova de amor
daquelas
mulheres.
- Finn pode ir ao
encontro de
Sam.
- Ela interrogou
aquelas
experiências de
vida.
- Mergulho não
é por acaso.
-
Transformamos
nossas aflições
170
em sabedoria.
NARRADOR 21
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Durante o meu percurso formativo tive
uma noticia que não me agradou. No ano
de 2011 eu estava cursando o 1° médio
tive boas relações com os professores e
colegas. Tive boas notas, mas quando
chegou no final do ano recebi a notícia
que eu tinha sido reprovada, aquela
notícia me deixou super triste, comecei a
refazer minhas notas, e nos cálculos
dava para eu passar direto.
Minha mãe resolveu entrar com recurso,
no primeiro momento a escola
respondeu a carta e disse que não iria
aprovar, então enviamos a carta para a
diretoria de ensino. A diretoria pediu para
que a diretoria da escola separasse
diários dos professores, para que
pudessem analisar, depois de umas
semanas recebi uma carta que eu havia
sido aprovada e que os professores
No ano de 2010 eu perdi uma grande
amiga, irmã e companheira. Dias antes
fomos ao shopping, rimos, nos divertimos e
quando chegou o final de semana recebi a
noticia de que havia falecido, fiquei em
choque e eu não acreditava, pois um dia
antes eu falei com ela por telefone e
estava tudo bem.Sofri muito, só chorava e
eu ainda não estava acreditando, mas tive
que enfrentar. Ana era uma menina super
conselheira, prestativa e aprendi várias
coisas com ela, eu não sabia ficar sem ela,
e ela sem eu. Com a morte dela tive que
me transformar em uma segunda pessoa
mais independente, me virar sozinha. Sinto
muito a falta dela, nesses 4 anos sem a
Ana, eu mato a saudade por foto.
Na cena em que Finn estava em
duvida se ela se casava ou não, então
conheceu um rapaz sedutor que
oferecia a ela morangos, com
segundas intenções.
Na minha vida foi quase parecido, mas
no meu caso era um desejo de fazer o
curso de Pedagogia, mas muitos
faziam minha cabeça, mandavam eu
fazer outra coisa, meu desejo era a
Pedagogia, então fui em frente, e
estou super contente com o curso.
- morangos= desejo em fazer
Pedagogia, aprender para ensinar
- Corvo= formação em Pedagogia.
- Percurso
formativo –
notícia que não
agradou.
- 2011 –
primeiro ano do
ensino médio.
- Boas relações
com os
professores e
colegas.
- Tive boas
notas.
- Quando
chegou o final
do ano a notícia
que eu tinha
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de autoria consigo;
- Relação de submissão com o
conhecimento e com o professor.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Tristeza;
Perda;
171
haviam diminuído minha nota.
sido reprovada.
- Notícia que me
deixou super
triste.
- Minhas notas
nos meus
cálculos dava
para eu passar
direto.
- Minha mãe
resolveu entrar
com recurso.
- A escola
respondeu a
carta dizendo
que não iria
aprovar.
- Diretoria de
ensino.
- Depois de
umas semanas
recebi uma
carta.
- Eu havia sido
aprovada.
- Os professores
haviam
diminuído minha
nota.
- Momento de
- Insegurança;
- Necessidade de aceitação;
- Dependência do outro;
NARRATIVA FÍLMICA:
Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme.
172
transformação
quando mudei
de escola.
- Fui bem
recebida.
- Os alunos
eram tratados
como gente.
- Na outra
escola não era
assim.
- A relação com
os professores e
a deles conosco
era super legal.
- Podíamos
interagir
- Super boa a
aproximação.
- 2010 – Perdi
uma grande
amiga.
- Sofri muito,
mas tive que
encarar.
- Coma morte
dela tive que me
transformar em
uma pessoa
mais
173
independente.
- Sinto muito a
falta dela.
- Finn estava em
dúvida se ela se
casava ou não.
- Conheceu um
rapaz sedutor
que oferecia a
ela morangos
com segundas
intenções.
- Na minha vida
foi quase
parecido.
- No meu caso
era um desejo
de fazer o curso
de Pedagogia.
- Muitos faziam
a minha cabeça,
mandavam eu
fazer outra
coisa.
- Meu desejo
era fazer
Pedagogia..
- Então fui em
frente.
- Morangos –
174
desejo em fazer
Pedagogia.
- Aprender para
ensinar.
- Corvo –
Formação em
Pedagogia.
NARRADOR 22
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
RELATO Biográfico - Ensino Médio
Cursei o ensino médio em uma escola
publica chamada Padre Antão localizada
no bairro da Penha, uma escola bem
conceituada na região. Com essa
Após terminar o ensino médio fiquei Um
ano sem estudar, buscando uma profissão
para trilhar, então me identifiquei na área
da saúde optei por fazer enfermagem, fiz o
curso preparatório para o vestibular da
Universidade, onde veio a descoberta da
Com o filme Colcha de Retalhos pude
ter um conhecimento maior, ele é
retratado de forma onde o espectador
se identifica com os retalhos da vida.
Eu pude me identifica em dois
momentos: Ventania onde transforma
- Ensino médio
em uma escola
bem
conceituada.
- Com essa
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão consigo,
175
mudança de localidade tive novas
experiências de aprendizagema escola
tem um ensino bem rigoroso com novos
conhecimentos e métodos de
aprendizagem, dando abertura para a
participação dos alunos.
1° Cena marcante: Mudança de escola ,
adaptação de local, novos professores
2° Cena marcante: Desanimo no 1°
colegial com o ensino , quase
reprovação na escola.
3° Cena marcante: Não pude realizar
minha formatura do colegial por motivos
financeiros e desarmonia familiar, fiquei
muito desapontada com esse
acontecimento.
Minha relação com o conhecimento foi
de autoria onde pude me desenvolver e
aprender novos conceitos onde posso
levar para a vida profissional.
Tive muitos professores onde puderam
expandir meus pensamentos, dando a
palavra para o aluno se aplicar, Fui
submissa aos meus professores onde
fazia o que eles me orientavam para
nosso desenvolvimento. Como aluna fui
autora de meus próprios relatos e
trabalhos sempre buscando novos
conhecimentos.
minha gravidez onde tudo foi interrompido.
Foi um momento de reflexão da minha vida
tudo o que tinha feito no passado e o que
eu iria fazer do meu futuro.
Enfim chega a hora de ver dar a luz foi um
momento de muita complicação onde
observei e tinha a noção que eu hospital
não era meu lugar. Com o nascimento da
minha filha uma nova mulher nascia mais
forte e determinada traçar um novo
caminho. Busquei o caminho de ser
professora de cuidar, ensinar e aprender
muito nessa profissão.
tudo,espalha as coisas que estão
estacionadas. O corvo onde indica a
direção, eu fui direcionada para fazer
pedagogia, dar o sentido para os
outros alunos.
mudança tive
novas
experiências de
aprendizagem.
- Ensino
rigoroso.
- abertura para a
participação dos
alunos.
- Desanimo –
quase
reprovação.
- Não pude
realizar minha
formatura.
- Motivos
financeiros e
desarmonia
familiar.
- Pude me
desenvolver e
aprender novos
conceitos.
- Professores
onde puderam
expandir meus
pensamentos,
dando a palavra
para o aluno se
aplicar.
com o conhecimento e com o
professor.
- Processo de reflexão.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Tristeza;
- Frustração;
- Sofrimento;
- Desarmonia familiar;
- Insegurança;
- Necessidade de aceitação;
- Maternidade.
NARRATIVA FÍLMICA:
Consciência de si e do outro.
Identificação com metáforas do
filme.
176
- Fazia o que
eles me
orientavam.
- Após o ensino
médio fiquei um
ano sem
estudar.
- Optei por fazer
enfermagem.
- Minha gravidez
onde tudo foi
interrompido.
- Momento de
reflexão da
minha vida..
- Observei e tive
a noção que
hospital não era
o meu lugar.
- Nascimento da
minha filha.
- Uma nova
mulher nascia...
- Mais forte e
determinada.
- Busquei o
caminho de ser
professora.
- Cuidar, ensinar
177
e aprender.
- O filme é
retratado de
forma que o
expectador se
identifica com os
retalhos...
- Ventania onde
transforma tudo.
- O corvo indica
direção.
- Fui direcionada
para a
Pedagogia.
NARRADOR 23
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
NARRATIVA ESCRITA
Minha relação com o conhecimento no
ensino médio foi algo de
Fui uma aluna que quando entendia e
gostava me dedicava e quando não
gostava fazia as atividades para eliminar
pois um dia a vice diretora me ensino que
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Com o ensino
médio pude
progredir para o
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
178
desenvolvimento do que aprendi no
ensino fundamental, com o
conhecimento do ensino médio pude
progredir para o ensino superior, o
conhecimento que adquiri pude perceber
o que realmente queria para o meu
futuro profissional que é me tornar uma
pedagoga.
Sempre fui submissa ao conhecimento
me passado, pois mesmo sendo chato
sabia que precisava dele para realizar
meu sonho de ser pedagoga.
No ensino médio sempre considerei
alguns professores como mais que
professores a maior parte dos meus
professores eram como amigos,
conselheiros e auxiliadores para o meu
futuro, sempre que podia ajudava eles
corrigirem provas, atividades e trabalhos,
gostava de fazer essas coisas pois essa
é a função de um professor e é isso que
quero para minha profissão. Sempre fui
submissa aos professores pois acredito
devo honrar quem se preocupa e tanto
se dedica para um futuro do Brasil, e
meu pensamento é dar a honra devida
que o professor merece.
o que achamos ruim devemos nos dedicar
para logo eliminar. Era uma aluna
extrovertida, sempre gostava de conversar
com os professores e espetores da escola.
As reclamações que os professores tinham
para passar para minha mãe era que
conversava muito em aula e tirava atenção
de professores e colegas de classe e não
os deixavam concluir as atividades.
E assim foi os meus 3 anos letivos no
Ensino Médio.
ensino superior.
- O
conhecimento
que adquiri pude
perceber o que
realmente
queria para meu
futuro.
- Me tornar uma
pedagoga.
- Sempre fui
submissa ao
conhecimento.
- Mesmo sendo
chato, sabia que
precisava dele.
- Considerei
alguns
professores
mais que
professores.
- A maior parte
deles eram
como amigos.
- Ajudava eles a
corrigirem
provas...
- Gostava de
fazer essas
coisas, pois era
outro;
- Relação de submissão consigo,
com o conhecimento e com o
professor.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Carência afetiva;
- Imaturidade emocional;
- Insegurança;
- Necessidade de aceitação;
NARRATIVA FÍLMICA:
179
função de um
professor.
- É isso que
quero para
minha profissão.
- Fui submissa
aos professores.
- Acredito devo
honrar quem se
preocupa e
tanto se dedica
para o futuro do
Brasil.
- Fui uma aluna
que quando
entendia e
gostava me
dedicava.
- Sempre
gostava de
conversar com
os professores.
- Conversava
muito em aula e
tirava a atenção
dos professores
e colegas.
180
NARRADOR 24
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Em 1998, quando eu cursava o primeiro
ano do Ensino Médio, lembro-me que a
aula de Inglês era a que eu mais
gostava. O método de ensinoera
basicamente aplicado através das
músicas, e tínhamos que aprender a
cantar/ falar e traduzir as letras. Uma
das músicas que me marcou por tocar
muito na época, foi a música do tema
Titanic, pois aprendi a cantá-la
perfeitamente em inglês.
Em 2000, quando eu cursava o terceiro
ano do Ensino Médio, lembro-me que foi
uma fase um pouco “rebelde” de minha
parte, pois eu conversava muito e não
queria saber de prestar atenção nas
aulas, e também, fiz parte de um
“grupinho” que não queria saber de
nada. Até que um dia, de tanto
conversar e atrapalhar a aula, o meu
Em outubro de 2009 me casei, e logo
após o casamento eu e meu marido
resolvemos montar um Pet Shop. Mas
como meu marido trabalha fora , eu que
tive que gerenciar o Pet Shop sozinha, e
infelizmente acabou não dando certo, pois
eu não tinha experiência neste ramo, e
por consequência disso, tive que fechar a
loja ficando apenas com o banho e tosa.
De lá pra cá eu sempre pensava na
possibilidade de voltar a estudar.
Em julho de 2013 decidi definitivamente
que iriaprestar vestibular para pedagogia.
Foi quando percebi que não adiantava
continuar pulando etapas da minha vida,
pois o tempoestava passando e
consequentemente eu estava ficando para
trás, sempre deixando outros assuntos
terem prioridade. Caí na real que tinha
que fazer algo que me completasse
Na varanda, a estudante conversa
sobre a lua cheia com a Senhora que
criou a filha sozinha:
Senhora: A lua cheia da desculpa para
as pessoas fazerem besteiras
Estudante- Eu sou jovem, é provável
que faça besteiras
Senhora_ E passar o resto da vida
pagando por elas?
Estudante- Melhor do que passar a
vida imaginando o que perdi!
Senhora- Prefiro imaginar doque
quebrar a cara.
Estudante- Pois eu prefiro quebrar
acara!
- Aula de inglês
era a que eu mais
gostava.
- 2000 – terceiro
ano do ensino
médio.
- Fase um pouco
rebelde.
- Conversava
muito e não queria
saber de prestar
atenção nas aulas.
- Professor de
Matemática que eu
me retirasse da
sala.
- Fui para o pátio,
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão consigo,
com o conhecimento e com o
professor.
- Dificuldade de aprendizagem;
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
181
Professor de Matemática pediu para que
eu me retirasse da sala, e sem ao
menos questioná-lo, eu saí como se
estivesse na minha razão. Fui para o
pátio, sentei-me e fiquei lá sozinha
pensando na vida, e com o mesmo
pensamento de que estava certa.
Ainda em 2000, meados do mês de
dezembro, a minha Professora de
Português solicitou que eu fizesse uma
pesquisa ( não me recordo o tema), para
que eu alcançasse a média para não
ficar de recuperação. Sendo assim, fui
até a biblioteca no Centro de São Paulo,
pois naquela época o acesso à internet
era mais complicado para realizar
trabalhos escolares. Assim concluí
a,pesquisar, que por sinal continha
muitas páginas manuscritas, entreguei á
professora e mesmo assim ela me
deixou em recuperação. Concluindo,
fiqueiem três matérias e cumpri a
recuperação fazendo um trabalho em
grupo a respeito do bairro onde eu
moro.
Hoje em dia me arrependo por não ter
dado o devido valor aos meus estudos,
pois não aproveitei a oportunidade da
melhor forma, e nem sempre cumpria as
tarefas. Na verdade eu não estava nem
ai pra nada.
Eu não tinha relacionamento algum com
os Professores, e as poucas
proximidades eram negativas, pois me
verdadeiramente, não somente pelo
dinheiro, mas precisava de algo que me
trouxesse conhecimento, relacionamento
interpessoal, qualidade de vida e prazer
em dedicar boa parte do meu tempo
naquilo que me satisfaz, que é ajudar ao
próximo.
Me chamou atenção a cena da lua
citada acima, pelo fato de que hoje em
dia percebo que passei na vida dando
desculpas para as besteiras que
cometia, e também, o tempo que
perdi pro tamanha teimosia tendo
atitudes sem pensar nas
consequências, considerando que se
algo errado, pensaria posteriormente
em como resolver.
sentei-me e fiquei
lá sozinha
pensando na vida.
- Acreditando que
estava certa.
- 2000 –
Professora de
Português solicitou
que eu fizesse
uma pesquisa.
- Não me recordo
o tema.
- Conclui a
pesquisa que por
sinal continham
muitas páginas
manuscritas.
- Entreguei à
professora.
- Mesmo assim,
ela me deixou de
recuperação.
- Concluindo fiquei
em três matérias e
cumpri a
recuperação
fazendo trabalho
em grupo.
- Me arrependo
por não ter dado
- Casamento;
- Carência afetiva;
- Insegurança;
- Necessidade de aceitação;
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com metáforas do
filme.
182
chamavam muito atenção ( com toda
razão), considerando que eu conversava
demais e não gostava de estudar de
jeito nenhum. Eu ia à escola
simplesmente para cumprir protocolo,
porque minha mãe pegava no meu pé
em relação aos estudos
valor aos meus
estudos.
- Não aproveitei a
oportunidade.
- Não tinha
relacionamento
algum com
professores.
- Ia a escola
simplesmente para
cumprir protocolo.
- em outubro de
2009 me casei.
- Montamos um
pet shop.
- Eu tive que
gerenciar o pet
sozinha.
- Infelizmente
acabou não dando
certo.
- De lá eu sempre
pensei na
possibilidade de
voltar a estudar.
- Julho de 2013.
Decidi que iria
prestar vestibular
para Pedagogia.
183
- O tempo estava
passando e
consequentemente
eu estava ficando
para trás.
- Caí na real que
tinha que fazer
algo que me
completasse.
- Não pelo
dinheiro, mas
precisava de algo
que me trouxesse
conhecimento,
relacionamento
interpessoal e
qualidade de vida.
- Ajudar ao
próximo.
- A estudante
conversa sobre a
lua cheia com a
senhora que criou
a filha sozinha...
- A lua cheia dá
desculpas para as
pessoas fazerem
besteiras.
- Sou jovem e é
provável que faça
besteiras.
184
- Passar o resto da
vida pagando por
elas.
- Melhor do que
passar a vida
imaginando o que
perdi.
- Prefiro imaginar
do que quebrar a
cara.
- Pois eu prefiro
quebrar a cara.
NARRADOR 25
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
RELATORIO PESSOAL DO ENSINO
MÉDIO
No 2° ano ocorre um momento muito
importante, que foi a união da sala, quando
tivemos uma briga com uma das
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Começava o
ano com boas
notas, depois
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
185
Eu nem sempre fui ótima aluna,
começava o ano com boas notas, depois
perdia o ritmo e no final me recuperava.
Meu ensino médio foi bem diferente, com
bons e maus momentos. Creio que não
foi submissão, por mais que respeitasse
meus professores sempre soube me
impor. Sempre tive boa relação com
meus professores, muito mais que aluna
e professor, eles foram grandes amigos.
professoras e todos nós, nos unimos e
“lutamos” em busca de nossos direitos. No
ano passado ocorreram dois momentos
mais que inesquecíveis. O primeiro foi
quando meu professor de arte em uma
reunião do grupo de teatros começou a me
elogiar, não pelas notas ou vida
acadêmica, mas pela minha pessoa, disse
que eu era querida por todos que me
conhecia.
O terceiro momento aconteceu no mesmo
ano, no final da 3° edição de um projeto,
onde a minha sala havia sido bicampeã
nos anteriores, mas esse ano infelizmente
não conseguimos a vitória, e foi ai que
aconteceu um dos momentos mais
inesquecíveis . Eu chorei muito com a
nossa derrota, não só por perder, mas sem
por saber que eu fui responsável pela
perca. Cheguei em casa arrasada,
chorando e postei uma foto com um texto
me desculpando , e para minha surpresa,
meus amigos e colegas foram super
compreensivos, me disseram pra ficar
calma, que a culpa não foi minha, que
ganhamos algo mais importante que foi
nossa amizade e que eu era uma ótima
pessoa.
Na minha escola não aprendi muito sobre
biologia, física ou história, aprendi coisas
mais importantes, como que existe todos
os tipos de pessoas nesse mundo e que
devemos saber em quem confiar, conheci
também o valor da verdadeira amizade,
quando mais precisei, descobri com quem
perdia o rítimo.
- Ensino médio
bem diferente.
- Bons e maus
momentos.
- Por mais que
respeitava meus
professores
sempre soube
me impor.
- Muito mais que
professores,
eles foram
grandes amigos.
- No segundo
ano momento
muito
importante.
- Uma briga com
uma das
professoras.
- Todos nós no
unimos e
lutamos em
busca de
nossos direitos.
- Meu professor
de artes...,
começou a me
elogiar, não
outro;
- Relação de submissão consigo,
com o conhecimento e com o
professor.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Carência afetiva;
- Imaturidade emocional;
- Insegurança;
- Necessidade de aceitação;
NARRATIVA FÍLMICA:
186
podia contar de fato.
Graças a essas e outras experiências,
aprendi a jogar o mundo de outra maneira.
pelas notas ou
vida acadêmica,
mas pela minha
pessoa.
- Disse que eu
era querida por
todos que me
conhecia.
- Um projeto
onde minha sala
tinha sido
bicampeã.
- Neste ano não
conseguimos a
vitória.
- Chorei muito
pela nossa
derrota.
- Meus amigos e
colegas foram
super
compreensivos.
- O importante
era a amizade.
- Não aprendi
muito sobre
Biologia, Física
ou História...
- Aprendi coisas
mais
187
importantes
como que existe
todos os tipos
de pessoas
nesse mundo...
- Devemos
saber em quem
confiar.
- Conheci
também o valor
da verdadeira
amizade.
- Quando mais
precisei,
descobri com
quem podia
contar de fato.
- Aprendi a jogar
o mundo de
outra maneira.
NARRADOR 26
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
188
O meu ensino médio não foi muito lá
aquelas coisas, não tenho 3
acontecimentos para relatar, mas um sim
fez diferença e posso relatar
respondendo a cada pergunta do projeto
Bom , eu repeti no primeiro ano do
ensino médio, estudava em uma escola
desde pequena e quando mudei me
deparei com uma realidade totalmente
diferente da que eu tinha na escola, fui
para o colegial em uma escola famosa, e
lá fiz muitas amizades, era diversão
pura, e ai se encontrava o problema. SÓ
diversão. Perdi o foco de escola e
estudo, aprontava que nem uma criança
quando tinha muita liberdade, não me
preocupei com os estudos e sim repeti
de não, claro que eu não fiz de novo,
paguei em outra escola uma prova de
reclassificação e passei.
Mas o arrependimento ficou, fui para
uma escola ruim, só de repetentes e
perdi a oportunidade de ter me formado
em uma boa escola por escolha minha,
fui uma aluna sem foco e sem esforço e
escolhi frutos que plantei.
O momento charneira, que realmente
causou uma mudança no meu modo de ver
a vida foi uma separação, de uma forma
dolorosa, humilhante, e que carrego
marcas até hoje. Meus pais tiraram de mim
um pessoa que me dava apoio, que me
fazia querer viver, que me acrescentava
que me deu abrigo na hora da dor, quando
me sentia perdida. Eu fui criada muito
dentro de casa, hoje ainda não sei andar
de metro, e quem me tirou dessa caverna,
debaixo das asas dos meus pais, foi essa
pessoa, me deu coragem pra enfrentar o
mundo, e ver ele de outra forma, me dizia
que eu precisava aprender a ser
independente, me virar sozinha, me dava
os melhores conselhos.
Mas por um motivo bobo, por falta de amor
e compreensão próximo, meus pais
separaram ela de mim, fiquei 1 ano sem
poder enxergar o mundo de novo, senti
medo, me escondi, meu coração se
endureceu, aquilo me marcou, de uma
forma negativa, emagreci muito, parei de
me relacionar com as pessoas, e guardei
dos meus pais uma magoa enorme. Então
chegou o dia em que reaprendi a viver,
quando escondida, em medo me
reaproximei, e encontrei nesse reencontro
uma nova Beatriz, com novos sonhos,
planos de futuro, com garra e coração
aberto para enfrentar o mundo ao lado
dessa pessoa, mesmo contradizendo meus
A situação da vida de Finnno filme
Colcha de Retalhos onde ela se
encontra confusa, onde seu tempo de
estadia alimenta seu jeito de ver e
pensar sobre sua própria vida, e a vida
lhe ofereceu algo aparentemente
melhor, os morangos, o homem
atraente e bonito, mas o seu coração
era mais forte, seu coração após a
ventania lhe fez lembrar do que
realmente importava, independente de
tudo, o destino que era representado
pelo corvo a levou ao que realmente
valia a pena, ao que realmente o futuro
oferecia de melhor , o seu verdadeiro
amor.
Perdi o medo, e mergulhei de cabeça
no meu futuro, mesmo depois da
ventania, da tempestade que me
amedrontou, que na minha história
durou 1 ano inteiro, me foram
oferecidos os morangos, outros
caminhos, mas eu vi a esperança bem
a minha frente, como o corvo que
conduziu Finn ate a sua melhor parte,
eu também pude ter essa oportunidade
de escolha, de mudança e de poder
enfrentar o mundo com outros olhos.
Não tenho três
acontecimentos
para relatar,
mais sim fez a
diferença e
posso relatar...
- Repeti no
primeiro ano do
ensino médio.
- Estudava em
uma escola
desde pequena
e quando mudei
me deparei com
uma realidade
totalmente
diferente.
- Colegial escola
famosa.
- Lá fiz muitas
amizades.
- Era diversão
pura. E aí se
encontrava o
problema.
- Perdi o foco da
escola e do
estudo.
- O
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão consigo,
com o conhecimento e com o
professor.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Carência afetiva;
- Imaturidade emocional;
- Insegurança;
- Necessidade de aceitação;
- Importância da família;
- Frustração com a família.
NARRATIVA FÍLMICA:
189
pais que até hoje não sabem de nada.
Eu cresci, amadureci, e infelizmente me
decepcionei com a família que tenho, mas
não deixei de ama-los, só os vejo de outra
forma, uma de jeito quenunca vi, do jeito
que eles me impediam de ver. Prefiro não
citar nomes, mas esse foi o momento que
transformou a minha vida, por dentro e por
fora, de uma lado e do outro, e posso dizer
que sou uma nova mulher sem medo de
viver.
arrependimento
ficou.
- Fui para uma
escola ruim e
perdi a
oportunidade de
me formar em
uma boa escola.
- Meus pais
tiraram de mim
uma pessoa que
me dava apoio...
- Fui criada
muito dentro de
casa.
- Até hoje não
sei andar de
metrô.
- Quem me tirou
desta caverna
debaixo das
asas de meus
pais...
- Por motivo
bobo, falta de
amor e
compreensão ao
próximo.
- Meus pais
separaram ela
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
190
de mim.
- Senti medo,
me escondi,
meu coração se
endureceu.
- Parei de me
relacionar com
as pessoas.
- Guardei dos
meus pais uma
mágoa enorme.
- Chegou o dia
em que
reaprendi a
viver.
- Eu cresci,
amadureci e
infelizmente me
decepcionei
com a família
que tenho.
- Não deixei de
amar-los.
- A situação da
vida de Finn,
onde ela se
encontra
confusa.
- Seu tempo de
estadia alimenta
191
seu jeito de ver
e pensar sobre
a própria vida.
- Morangos – o
homem atraente
e bonito.
- O destino
representado
pelo corvo.
- Perdi o medo e
mergulhei de
cabeça...
- Durou um ano
inteiro...
- Me foram
oferecidos
morangos...
- Outros
caminhos, mais
eu vi a
esperança bem
na minha frente.
- Como o corvo
que conduziu
Finn até sua
melhor parte.
- Eu também
pude ter essa
oportunidade de
escolha.
192
NARRADOR 27
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Cena 1 – Prova de Biologia
No segundo ano do ensino médio, uma
das disciplinas em que mais tinha
dificuldade era biologia. As provas finais
eram muito temidas por serem
extremamente difíceis e sempre exigiam
muito conteúdo. Como o assunto era
extenso, dividi com meu parceiro o tema
para ser estudado. O dia era da ultima
prova do semestre. A avaliação seria em
dupla e na primeira aula, porém meu
parceiro de prova não chegou a tempo.
Resultado: Acabei fazendo tudo sozinha,
com o conhecimento apenas da minha
parte do conteúdo. Minha nota havia sido
muito ruim, portanto teria que realizar
uma nova avaliação de outro assunto, ou
então ficaria em Progressão Parcial. Tive
que ter autonomia para estudar e revisar
Momento Charneira: - Vida profissional
No começo do ano de 2013 consegui meu
primeiro emprego. Foi a primeira
experiência profissional que tive. Nessa
nova etapa tive muitos momentos com o
mundo corporativo, conheci muitas
pessoas e vivi muitas situações. A rotina
de um escritório era muito diferente do
mundo que eu estava acostumada.
Sempre vivi para estudar e no meio dos
livros. Nunca havia encarado de fato uma
realidade tão séria. Todo o trabalho tinha
datas de entrega e qualquer mínimo erro
poderia gerar uma grande consequência.
Trabalhar me deu a visão de como
realmente o mundo era fora da sala de
aula. Os interesses das pessoas, a correria
do dia a dia, a responsabilidade do
trabalho, a seriedade das atividades, a
rotina acelerada. Antes eu via a
“Colcha de Retalhos”
A história retrata a vida de uma moça (
Finn) que vai à casa da avó no verão
para finalizar sua tese de mestrado e
presenciar a produção de uma colcha
de retalhos, em que o tema é “ Onde
habita o amor”?. Finn se encontra em
um dilema com o noivo, sobre casar ou
não. A narrativa de desenrola com a
descoberta das diversas historias das
amigas de sua avó, que contam sobre
seus amores, e acontecimentos
vivenciados, Os diversos momentos
vividos por aquelas mulheres, apesar
de diferentes, se entrelaçam de
alguma maneira e tornam-se
harmoniosos.
Esse pensamento simboliza o sentido
à confecção da colcha. São diferentes
- Segundo ano
do ensino
médio. Prova de
Biologia.
- Uma das
disciplinas que
tinha mais
dificuldade.
- As provas
finais eram
muito temidas.
- Exigia muito
conteúdo.
- Dividi com meu
parceiro o tema
a ser estudado –
avaliação em
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento e com o professor.
- Relação de autoria consigo;
- Dificuldade de aprendizagem;
- Reflexão.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
193
tudo. Estudar, estudar e estudar!
Então na data escolhida fiz o novo teste
e estava muito apreensiva por minha
nota. Esperando o resultado da avalição
tive uma grande surpresa, pois havia
tirado nota a máxima! Vi que meu
esforçohavia sido recompensado de
alguma forma e que aquela experiência
serviria para ocasiões futuras. Foi uma
relação de autoria, pois tive que superar
meus próprios limites e persistir muito,
pois precisava de uma nota alta.
Cena 2 – Desafio de Inglês
Aprender uma língua estrangeira é
sempre um desafio. No primeiro ano do
ensino médio a professora de inglês
semanalmente dava uma música para
que decorássemos e depois para
apresentar para a classe toda. Era uma
atividade que eu tinha dificuldade, por
minha timidez para apresentar
seminários. Aprendi muitas palavras e a
pronuncia através deste trabalho.Uma
atividade que dependida da minha
orientadora, porem tinha minha
autonomia, pois teria que decorar e
traduzir as composições. Em uma
relação onde eu tive que dominar, pelo
menos naquele momento, o desafio de
outro idioma Cena 3- Mamma Mia: O
musical
O maior desafio na minha estadia no
Ensino Médio: O musical. Os alunos
deveriam produzir com cenário, figurino,
possibilidade dos erros serem apagados
com uma borracha. E ali via que qualquer
mínimo detalhe no lugar errado poderia
modificar o curso de um processo e
desencadear problemas enormes. Foi ai
que eu percebi que aquele não era o meu
lugar. Que eu fazia cálculos e pagamentos
de salários. Mas o que eu estava fazendo
para o mundo? Qual era a minha
contribuição como pessoa? E qual seria a
contribuição que faria com que eu me
sentisse capaz de participar de algo? Com
que eu me sentisse em “casa”?
Sempre tive dúvida do que fazer. Pensei
em gastronomia, odontologia,
administração...
Não sabia pelo que optar. Foi revendo uma
antiga professora que pensei que talvez
ensinar fosse a minha escolha. Ensinar e
fazer com que o outro crie sua própria
concepção sobre tudo a sua volta. Orientar
o aprendizado mostra o caminho. Educar.
Trazer expectativas novas, levar novas
realidades. Novas histórias... É não é que
o destino conspirou a favor?
Consegui a bolsa e hoje curso de
Pedagogia. Entretanto, se no futuro a vida
me mostrar novas opções de escolhas, vou
ter como ensinamento base o papel de
professor, de educar, de mestre.
retalhos, de pessoas distintas que se
completam de alguma forma. No final
da tramaela descobre que seu
verdadeiro amor sempre esteve ao seu
lado e que não precisava procurar um
lugar algum. O filme conta com
diversas analogias e elementos que
auxiliam na história, como a aparição
do corvo que tem significado de
direção e esperança. A ventania que
simboliza a transformação, a mudança.
Os morangos que vêm como apelo de
sedução...
Quando se conta uma lembrança a
alguém, têm-se particularidades que
fazem com que ela seja somente sua.
Por isso a importância, de cada um
tiver seus momentos, ter suas
conclusões e a partir daí tirar sua
própria verdade, o seu próprio ver da
vida.
dupla.
- Meu parceiro
não chegou a
tempo.
- Acabei
fazendo sozinha
e minha nota
havia sido muito
ruim.
- Teria que
realizar uma
nova avaliação.
- Tive que ter
autonomia para
estudar e revisar
tudo.
- Estudar,
estudar e
estudar...
- Fiz o novo
teste e estava
muito
apreensiva.
- Grande
surpresa! Meu
esforço havia
sido
recompensado.
- Aquela
experiência
- Medo;
- Timidez;
- Insegurança;
- Necessidade de aceitação;
- Superação.
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
194
coreografia e texto, um musical escolhido
pela orientadora. Deveríamos adaptar e
reescrever a peça de uma menaeira que
não modificasse a história, porem
compactando para a nossa realidade. A
obra escolhida foi Mamma Mia. Com
trilha sonora toda composta por canções
do grupo ABBA. Foi um ano todo de
preparação de falas e criação de
coreografia para cada musica íamos
interpretar. O papel escolhido para mim
foi o de uma das protagonistas, Donna.
Após um ano todo de trabalho e muitas
provas finais do dia havia chegado. Tive
que me apresentar perante todas as
classes de todos os turnos. Interpretar o
personagem com a maior veracidade
possível. Danças e dublar as músicas
em inglês. Uma superação de todos os
meus limites. E no final tudo que eu mais
queria era subir no palco novamente e
apresentar de novo, de novo, de novo....
Foi um trabalho de muita autonomia,
mas muito trabalho em grupo também.
Algo que faria de novo sem qualquer
sombra de dúvida.
serviria para
ocasiões
futuras.
- Tive que
superar meus
próprios limites.
- Pois precisava
de uma nota
alta.
- Aprender a
língua
estrangeira é
sempre um
desafio.
- Era uma
atividade que
tinha dificuldade
por minha
timidez.
- Apresentar
seminários.
- Atividade que
dependia da
orientadora,
porém tinha
minha
autonomia.
- Tinha que
decorar e
traduzir as
195
composições.
- O maior
desafio na
minha estadia
no ensino
médio.
- O musical.
- A obra
escolhia foi
Mamma Mia.
- Foi um ano
todo de
preparação.
- Tive que me
apresentar
perante todas as
classes de todos
os turnos.
- Uma
superação de
todos os meus
limites.
- Inicio de 2013
consegui meu
primeiro
emprego.
- Sempre vivi
para estudar e
no meio dos
livros.
196
- Nunca havia
encarado de
fato uma
realidade tão
séria.
- Trabalhar me
deu visão de
como realmente
o mundo era,
fora da sala de
aula.
- Antes eu via a
possibilidade
dos erros serem
apagados com a
borracha.
- Qualquer
mínimo detalhe
no lugar errado
poderia
modificar o
curso de um
processo e
desencadear
problemas
enormes.
- Foi aí que
percebi que
aquele não era
o meu lugar.
- Qual seria a
contribuição que
eu faria que me
197
fizesse sentir
capaz de
participar de
algo?
- Com que eu
me sentisse em
casa.
- Sempre tive
dúvidas sobre o
que queria
fazer.
- Pensei em
Gastronomia,
Administração,
Odontologia...
- Não sabia pelo
que optar.
- Revendo uma
antiga
professora
pensei que
talvez ensinar
fosse a minha
escolha.
- E não é que o
destino
conspirou a meu
favor?
- Consegui a
bolsa e hoje
curso
198
Pedagogia.
- Entretanto se
no futuro a vida
me mostrar
novas opções
ou escolhas vou
ter sempre
como
ensinamento e
base o papel do
professor.
- A história
retrata a vida de
uma moca. Finn.
- Casa da avó.
- Finn se
encontra em um
dilema com o
noivo sobre
casar ou não.
- Histórias das
amigas de sua
avó que contam
sobre seus
amores.
- São diferentes
retalhos.
- Descobre que
o verdadeiro
amor sempre
esteve a seu
199
lado.
- Corvo tem
significado de
direção e
esperança.
- A ventania
simboliza a
transformação,
a mudança.
- Os morangos
vem com o
apelo da
sedução.
NARRADOR 28
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E
PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
A primeira cena marcante do ensino
médio foi quando minha professora de
artes passou um trabalho e não seu
tempo para eu fazer o trabalho porque
Quando tinha três meses minha mae me
entrou paraminha tia cuidar de mim para
que ela pudesse trabalhar fora só que
minha tia morava em uma cidade e minha
O filme Colcha de Retalhos cota a
história de uma jovem chamada Finn
que após se pedida em casamento, vai
para casa de sua vó e tia para terminar
- Professora de
Artes passou
um trabalho.
- Não deu tempo
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
200
eu trabalhava e nesse dia foi muito
corrido no salão e eu falei para ela que
não deu tempo e que ela poderia me
deixar sem nota, e ela começaram a
gritar comigo porque ela tinha feito o
trabalho depois desse dia comecei a
odiar artes mais mesmo assim sempre
fui uma aluna que tirava nota dez.
Depois de muito tempo ela veio e me
pediu desculpa e falo que naquele dia
ela não estava muito bem e acabou
descontando e mim os problemas dela.
Eu não fui nada compreensiva porque eu
era uma aluna imatura e devemos
separar os problemas de casa com os
problemas do trabalho.
Na segunda cena marcante foi quando
um amigo se envolveu com o mundo do
crime e eu era muito amiga delee a
gente sempre falava para ele não se
envolver com o mundo do crime ele
falava que não faria nada de errado e
certo dia ele foi assaltar uma loja e os
policiais acabaram matando ele, isso me
deixou muito triste e comoveu a escola
toda e a escola em peso foi ao velório
desse aluno. Dava para ver no rosto da
mãe dele a decepção que ela sentia ela
chorava gritava agonizava pedindopara
que ele se levantasse daquele caixão
isso nós deixou muito emocionada ver
uma mãe tão triste.
A terceira cena marcante: foi quando
minha professora de português perdeu a
filha de 32 anos e isso foi muito triste
mãe em outra significava que não iriamos
se ver constantemente, quando tinha
quatro anos de idade meu pai veio a
falecer já não tinha contato com ele porque
sempre morei com minha tia e meu tio e
primo então não sentiu muito essa perda.
Quando completei cinco anos minha tia
decidiu s aqui fomos morar na casa de um
mudar de estado do Pernambuco para São
Paulo quando chegamos aqui fomos morar
na casa de um irmão do meu tio, depois de
algum tempo conseguimos comprar uma
casa e nós estabilizamos financeiramente
demoro mais conseguimos no começo foi
difícil porque tínhamos uma cultura
diferente daqui e a pessoa tinha um pouco
de preconceito porque viemos de outro
estado e tínhamos outros costumes e é
muito difícil se acostumar em um estado
muito diferente do seu com muita força de
vontade conseguimos nos acostumar em
São Paulo Mesmos sendo abandonada
pelo meu pai e pela minha mãe agradeço a
Deuspor ter colocado pessoas tão
especiais para que eu chame de pai e mãe
independente de qualquer coisa meus tios
são os meus pais.
Um momento muito importante foi quando
arrumei meu primeiro emprego eu estava
com 16anos falei para minha mãe que no
caso é a minha que gostaria de arrumar
um emprego para ter minha independência
financeira. Em uma segunda feira acordei
cedo e fui entregar currículo com uma
colega que fazia limpeza em salão de
sua tese, Finn em duvida entre o
casamento e sua liberdade, na casa de
sua avó ela conhece um grupo de
mulheres que se reuni para
confeccionar Colcha de Retalhos. No
tempo que Finn esta lá o grupo de
mulheres esta fazendo uma Colcha
que elas darão a jovem comopresente
de casamento.
No decorrer do filme a jovem vai
conhecendo as histórias e segredos de
cada uma daquelas mulheres, e isto
serve para ela vá, aos poucos,
refletindo sobre o que realmente quer
de sua vida.
As primeiras a contarem seus
segredos a Finn foram a tia e a avó
Jaci Gladia e a encontra-se
desesperada pelo fato de seu marido
esta na beira da morte, acaba
envolvendo-se, com o marido de Galdi.
Na mesma cena que Galdi descobre a
traição do marido coma irmã ela
começa a quebrar tudo o que ver pela
frente depois ela recolhe todos os
cacos e faz obras de artes nas
paredes de sua casa.
A segunda história de Sophia, quando
a jovem, era nadadora e sonhava em
seguir carreira, mas com uma gravidez
inesperada veio o casamento muito
cedo e fez com que ele abandonasse o
sonho de seguir carreira como
nadadora.
para eu fazer.
- Ela gritou
comigo.
- Depois desse
dia comecei a
odiar Artes.
- Depois de
muito tempo ela
veio pedir
desculpas...
- Não fui nada
compreensiva.
- Devemos
separar os
problemas de
casa com os do
trabalho.
- Um amigo se
envolveu com o
mundo do crime.
-Os policiais
acabaram
matando ele.
- Isso me deixou
muito triste e
comoveu a
escola toda.
- Professora de
Português.
- Relação de autoria com o
conhecimento, professor e
consigo;
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Perda
- Abandono;
- Sofrimento;
- Frustração;
- Importância da família;
- Decepção;
- Rejeição;
- Superação.
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
201
porque a filha da professora deixou três
criançaspara a professora cuidar mais
ela estava em estado de choque par ficar
responsável de três crianças., Mais
mesmo assim ela supero a perda e cuido
das crianças com muito amor, a cena
que me marco foi quando ela volto a dar
aula e eu dei um abraço nela e ela
começou a chorar isso me marco muito
porque eu tinha uma carinho muito
grande por essa professora e eu vi ela
sofrendo e não pude fazer nada isso foi
muito marcante. Até hoje tenho uma
grande amizade com essa professora ela
fala que esta superando a perda que os
netos vão cobrindo o vazio que sente de
sua filha e que a saudade vai ficar para
sempre.
Em relação com o professor fui uma
aluna com pouco de autoria sempre fui
uma aluna muito esforçada para
conseguir nota mesmo quando não
conseguia entender a matéria iatirar
minhas dúvidas com o professor.
cabeleireiro com oquem não que nada
deixei meu currículo no salão e fui entregar
mais em outras lojas e empresas, quando
foi no dia vinte dois de dois mil e dez
quando estava lavando louça o meu celular
toco era o recepcionista do salão me
ligando para marcar uma entrevista ele
marcou para o dia seguinte as 14h00 horas
naquele dia foi minha entrevista me sai
bem e fui contratada até hoje estou no
salão, nem me imaginava trabalhando no
salão de cabelereiro sem experiência, sabe
quando você precisa de uma mão para
crescer e ninguém ti ar essa mão, pois
comigo foi diferente sou grata até hoje ao
pessoal do salão pela chance que eles me
deram mesmo eu sem experiência. E
também não custa tentaro máximo que
você vai ganhar é um mão.
Um momento muito marcante foi quando o
meu irmão primo preferido a minha mãe se
envolveu com uma mulher mais velha do
que ele onze anos e ela acabou
engravidando dele de proposito e para
piorar a situação eles se casaram no
cartório sem consultar a minha mãe,
depois que eles já tinha se casado vieram
falar para minha mãe a primeira reação
dela foi os olhos se encherem de lágrimas
naquele momento vi o sofrimento da minha
mãe eu também fiquei muito em ver a
pessoa que você mais ama triste e
chorando naquele dia faleipara mim
mesmo que nunca iria decepcionar ela
porque ela é a melhor mãe do mundo
depois que meu sobrinho nasceu minha
A seguinte é a de Em que conta
pessoalmente a sua história para Finn.
Ela é casada com um artista, um
pintor, que traia muito, desde o início
do casamento.
Outra daquelas mulheres, conta a Finn
que ama seu falecido marido, mas
estava fragilizada com a perda do
marido e acabou cedendo aos
encantos do marido de Em.
As últimas a revelarem suas histórias
são Ana e Marina ( mãe e filha) Ana
quando nova foi trabalhar para uma
família branca, Ana é a chefe da
costura, pois a tradição da Colcha de
Retalhos veio de sua família, surge
nessa história o corvo que significa o
destino a atitude certa a ser tomada,
Mariana, é uma mulher experiente que
viveu em Paris e teve muitos homens,
mas aquele que ela realmente quis ela
não pode ter, este homem recusou sair
com ela porque amava sua esposa.
No passar do tempo Finn acaba
conhecendo um rapaz muito sedutor e
ela caba traindo seu noivo Sam com
esse rapaz.
Acontece um vendaval que acaba
espalhando as folhas da tese, da
jovem. Finn esta confusa
principalmente depois da conversa
com sua mãe, tudo o que a mãe lhe
ensinará ,agora, entretanto, a mãe
- Perdeu a filha
de 32 anos.
- Deixou três
crianças para a
professora
cuidar.
- Ela estava em
estado de
choque.
- Superou a
perda e cuidou
das crianças.
- Sempre fui
muito esforçada
para conseguir
tirar nota.
- Quando não
conseguia
entender as
matérias ia tirar
dúvidas com o
professor.
- Quando tinha
três meses
minha mãe me
entregou para
minha tia cuidar
de mim.
- Quando tinha
quatro anos,
meu pai veio a
202
mãe fico muito feliz com o neto mais dava
para ver no olhar do meu irmão que ele
estava triste com aquele casamento depois
de cinco anos de casado eles se
separaram e meu irmão volta a ser aquele
rapaz feliz e minha mãe também fico muito
feliz em ter seu filho em novamente faz um
ano que meu irmão voltou a morar com a
gente, se minha mãe esta feliz eu também
estou.
agora afirmava que estava enganada.
Depois do vendaval tudo fica mais
claro para Finn e para as outras
mulheres.
Sophia ao sentar-se no laguinho pela
primeira vez começa a encarar a vida
com mais alegria, pois procura
lembrar-se apenas dos momentos
bons que viveu. Em ao entrar no atelier
do marido para se proteger-se do
vendaval, descobre que era a única
mulher que ele realmente amou
entrando no atelier viu que só tinha
retratos dela, Gladi também quebra
todas aquelas com os cacos de vidro,
significa que ela perdoou a irmã. No
final do filme, sua avó a cobre com a
Colcha que elas confeccionaram então
ao acordar enrolada com Colcha de
Retalhos o corvo aparece e vai
guiando até a escolha certa de que
seu verdadeiro amor é noivo Sam.
falecer.
- Não senti
muito a perda.
- Quando
completei cinco
anos minha tia
decidiu mudar
de estado.
- De
Pernambuco
para São Paulo.
- Começo difícil.
- Abandonada
pelo meu pai e
pela minha mãe.
- Agradeço a
Deus por ter
colocado
pessoas tão
especiais para
que eu
chamasse de
pai e mãe.
- Primeiro
emprego com
dezesseis anos.
- Salão de
cabeleireiro.
- Meu primo se
envolveu com
203
uma mulher
mais velha.
- Se casaram no
cartório sem
avisar a minha
mãe.
- Depois que
eles já tinham
casado vieram
falar para minha
mãe.
- Vi o sofrimento
da minha mãe.
- Falei para mim
mesma que
nunca iria
decepcionar
minha mãe.
- Se a minha
esta feliz eu
também estou.
- Finn em dúvida
entre o
casamento e
sua liberdade.
- A jovem vai
conhecendo
histórias e
segredos...
- Refletindo
204
sobre o que
realmente quer
de sua vida.
- Descobre a
traição do
marido com a
irmã.
- Quebra tudo o
que vê pela
frente.
- Recolhe os
cacos e faz obra
de arte.
- Uma gravidez
inesperada.
- Veio o
casamento
muito cedo e fez
com que
abandonasse
seu sonho.
- Casada com
um artista, um
pintor que a
traia muito.
- Ana é a chefe
da costura.
- A traição da
colcha de
retalhos veio de
205
sua família.
- O corvo
significa o
destino, a
atitude certa.
- Teve muitos
homens, mas
aquele que
queria, ela não
teve.
NARRADOR 29
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Quando eu estava no 1° ano, e estudava
e trabalhava, eu vivia cansada e meu
desempenho na escola caiu bastante.
Outra cena marcante foi ainda no 1° ano
quando um aluno atacou a cadeira no
professor.
Repeti o 3°ano, pois pensava só em
trabalhar e fugi um pouco dos meus
Desde muito cedo aprendi a ter
responsabilidade devido a minha mãe
precisar trabalhar para nosso sustento, e
por ser a filha mais velha, fiquei
responsável para cuidar dos meus irmãos
menores, apesar de ser criança.
Isso mudou minha maneira de ver o
mundo, pois percebi quea vida não era só
aquilo eu pensava ser, que o mundo não
A mãe de finn sempre passava para
ela que casamento não é bom, dando
como exemplo sua própria história de
vida com o ex marido, e finn cresceu
com isso na cabeça. Eu me identifico
um pouco com ela, pois nossas
histórias nesta aspecto são
parecidas.
O corvo na minha concepção o corvo
- No primeiro ano
do ensino médio
eu trabalhava e
estudava.
- Vivia cansada.
- Meu
desempenho caiu
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de autoria consigo;
- Relação de submissão com o
conhecimento e professor.
206
conceitos, mas retomei meus estudos no
ano seguinte.
Sempre tive um pouco de dificuldade no
aprendizado, as coisas não entravam na
minha cabeça com facilidade, no
conhecimento fui submissa.
Aceitava o que os professores falavam,
nunca fui de questionar ou debater que
nem os outros alunos, era uma aluna
submissa.
Fui uma alunana média, não tive
problemas com professores, nunca fui
respondona, bagunceira etc.
era cor de rosa, que as coisas eram
difíceis , e tive esses conceitos desde
muito cedo. Eu vendo tudo que minha mãe
passava para sustentar os filhos, fiquei
com com uma vontade imensa de trabalhar
e estudar para ter um futuro melhor para
ajudar ela.
MOMENTOS CHARNEIROS:
Momento que mudou minha vida Familiar
foi no ano de 2010 quando me envolvi em
um relacionamento que mudou totalmente
minha vida familiar com este
relacionamento aprendi a dividir minha vida
com outra pessoa a ter impatia e viver
coisas que nãovivia sozinha e foi no dia a
dia que fui tendo conhecimento e não
sendo mais a mesma pessoa que era
antes.
Minha vida profissional mudou a partir do
meu primeiro emprego que foi aos 16 anos
em um supermercado com o cargo de
aprendiz, aprendi que trabalhar não é um
bixo de sete cabeças como me diziam, não
é fácil trabalhar porém obtemos mais
conhecimento e experiências e com esse
emprego aprendi que para para ter algo
não é apenas pedir para minha mãe e que
atrás de uma “roupa nova” existe suor foi
trabalhando que aprendi que dinheiro não
cai do céu.
Fiz algumas viagens que me mostrou que
a vida não se baseia apenas nesse
mundinho fechado que vivia. Quando fui a
Bahia ( Salvador) percebi que existe tantos
é uma peça fundamental no filme,
pois sempre aparece para mostrar
que nada está perdido, que sempre
tem uma saída, só depende de nós.
O filme mexe com nossos
sentimentos, fiquei muito emocionada
ao assistir o filme pois podemos leva-
lo como aprendizado para nossa vida.
Filme:
O que mais me identifiquei com o
filme foram os mergulhos, pois
acredito que no dia a dia devemos
mergulhar em nossos objetivos sem
nos preocupar com o que as pessoas
falam ou com o depois irá acontecer
e sim a certeza de que depois de
cada mergulho que damos na vida
não seramos mais os mesmos, que
coisas que existem em nossas vidas
após o mergulho com a certeza de
mudança devida coisas mudam.
bastante.
- Um aluno
atacou a cadeira
do professor.
- Repeti o terceiro
ano. Só pensava
em trabalhar.
- Retomei meus
estudos no ano
seguinte.
- Sempre tive
dificuldade no
aprendizado.
- Aceitava o que
os professores
falavam.
- Nunca fui de
questionar...
- Desde cedo
aprendi a ter
responsabilidade.
- Devido minha
mãe precisar
trabalhar para
nosso sustento.
- Por ser a filha
mais velha fiquei
responsável por
cuidar de meus
- Violência na escola;
- Dificuldade de aprendizagem.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Sofrimento;
- Perda;
- Importância da família;
- Responsabilidades;
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
207
lugares bonitos e baratos que podemos ir e
ficava baseando apenas em televisão e
internet, que quando nos abrimos novas
amizades e experiências a vida fica mais
bonita.
Tem um fase que sempre esta comigo e
muito gosto de usá-la
“ Não tenho tudo o que amo, mas amo
tudo que tenho”.
irmãos menores.
- Percebi que a
vida não era só
aquilo que eu
pensava ser.
- O mundo não
era cor de rosa.
Fiquei com uma
vontade imensa
de trabalhar e
estudar.
- Um futuro
melhor.
- Mãe de Finn
sempre passava
para ela que
casamento não
era bom.
- Me identifico um
pouco com ela.
- Nossas histórias
nesse aspecto
são parecidas.
- O corvo na
minha concepção
é como uma peça
fundamental.
- Sempre aparece
para mostrar a
direção, seria a
208
luz.
- Nada está
perdido.
- O filme mexe
com nossos
sentimentos.
- Fique
emocionada ao
assistir.
- Aprendizado em
nossas vidas.
NARRADOR 30
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Eu estudava bem próximo de casa, e
estava fazendo o 3° ano em 1996,
quando meus pais resolveram se mudar.
E acabei mudando de escola, e essa
mudança foi muito difícil para mim,
porque eu gostava muito da minha
Eu tive muitos momentos marcantes na
minha vida, alguns me mudaram muito,
outros talvez nem tanto, e tentei relatar
alguns que acredito que ocorreu essa
mudança. Outros resolvi não escrever
sobre por se tratar de coisas muito
O filme “Colcha de Retalhos” traz
varias metáforas que nos faz pensar
em nossa própria vida, e como
estamos levando ela, uma delas foi o
Mergulho, que para mim significa se
conhecer, mergulhar dentro de você
mesma pra poder se conhecer
- Muitos
momentos
marcantes em
minha vida...
- alguns me
mudaram muito,
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
209
professora, ela chamava margarida e na
época a gente estava ensaiando uma
apresentação sobre contos, e eu ia falar
sobre o boto cor de rosa e vínhamos
ensaiando durante algumas semanas, e
com essa mudança de escola, não pude
apresentar.
Eu acabei entrando em uma sala na
outra escola de repetentes por não ter
vagas, e tinha um menino que sempre
ameaçava de me bater, eu á pra escola
sempre com medo, ate, ate que meu
irmão foi algumas vezes me buscar para
esse menino parar de me ameaçar, e foi
também a época que minha mãe voltou a
trabalhar, e que foi muito difícil para mim
porque eu chegava em casa e ela não
estava eu eutava acostumada a ver ela
quando chegava da escola. Lembro que
foi um ano bem difícil que eu chorava
muito para ir para escola, e na sala de
aula me isolava muito e chorava muito
também, a única coisa boa nesse ano foi
minha professora Helena, que me ajudou
muito nesse período porque ela
conversava muito comigo nesses
momentos.
Lembro que ela me levava pro pátio e
ficávamos conversando para eu parar de
chorar além dela me da alguns textos
para eu ler nesses momentos que eu
ficava isolada.
Acabei ficando com essa mesma
professora no 4°ano e foi muito bom,
pessoais.
Quando comecei a escrever esse trabalho
venho muitos momentos na minha cabeça,
mais acredito que foram mais marcantes
do que momentos charneiras, espero ter
chegado no proposito desse trabalho.
Quadro da Vida:
Vida Profissional - Atento – 2008
Pessoa – Dianna Agron – 2013
Vida Pessoal - Conclusão da Escola –
2006
Vida Familiar - Nascimento do Leo e Nova
Casa – 2013.
VIDA PESSOAL (2006)
2006 foi de longe o ano mais difícil para
mim, não por ter acontecido algo de ruim
comigo ou com alguém, mas pelo fato de
ter sido o anoque eu mais me isolei do
mundo e de pessoas que eu amo.
Tudo começou quando terminaram minhas
aulas de 2005, que foi o ano que conclui o
ensino médio, quando começou 2006 eu
não tinha muitos planos, na verdade eu
não sabia o que fazer ou pra quem
recorrer, eu tava acostumada com uma
rotina de ir pra escola ver meus amigos e
estar com minha família e sair com amigos
ou familiares. E não tinha ais isso eu me vi
melhor, e isso que estamos fazendo
nesse trabalho, porque para escrever
minha própria vida tive que olhar pra
dentro de mim, e tentar entender
alguns pensamentos.
Outro momento do filme que me fez
pensar na minha vida, foi quando
paulina vai em busca dos Pais,
seguindo o corvo, e isso acaba
levando ela ao seu futuro marido, o
corvo naquele significa ir em frente,
seguir algo, e isso me fez pensar que
sempre devemos ir em frente em
busca de lago melhor pra nos, que
podemos não encontrar o que
estamos buscando, mas no fim
podemos encontrar outra coisa além
do que buscamos, algo ate melhor ou
que nemimaginávamos que
encontraria.
Outra metáfora é a ventania, que
para mim significou a mudança, que é
quando todos começam a deixar o
passado um pouco pra traz dando
espaço para os novos pensamentos e
ideias, quando Finn pensa na
possibilidade de escrever sua tese, e
não tentar refazer a outra Uma cena
que me chamou atenção foi a cena
de Finn com sua mãe, quando a mãe
conta para ela que vai se casar
novamente com seu pai, e que ela
fica desiquilibrada, porque ela tinha
um pensamento sobre casamento
baseado em tudo que ouvia da sua
outros nem tanto.
- Outros resolvi
não escrever
sobre por se
tratar de coisas
muito pessoais.
- 1996 Terceiro
ano. Estudava
próximo de casa.
- Meus pais
resolveram
mudar.
- Essa mudança
foi muito difícil
para mim.
- Acabei entrando
em uma sala de
repetentes por
não ter vagas.
- Um menino me
ameaçava...
- Ia para a escola
sempre com
medo.
- Minha mãe
voltou a trabalhar.
- Muito difícil para
mim chegar em
casa e ela não
consigo;
- Preconceito na escola;
- Dificuldade de aprendizagem.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Sofrimento;
- Carência afetiva
- Importância da família;
- Dificuldade de relacionamento
com o pai;
- Imaturidade emocional;
- Baixo estima;
- Necessidade de aceitação.
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
210
porque foi totalmente diferente desse 3°,
tive novas amizades e não chorava mais
na escola, e ela fez trabalhos que
gostava muito, ela cantava muito com a
gente e fazia trabalhos cmo giz de lousa
e massinha, e foi um ano muito diferente
e essa professora que me ajudou muito
nessa fase.
2° Cena Marcante: ( 2003)
Era 1° ano do ensino médio em 2003,
quando comeceiter aula de artes com a
Professora Rosangela, eu não me
identificava muito com outras matérias e
professores nessa fase. A aula de artes
sempre foi a que eu esperava na
semana para ter, só que nenhum
professor antes tinha me deixado tão
empolgada e interessada.
A professora Rosangela além de me
fazer ter muito mais interessapela
matéria, ela era conversava muito com
os alunos sobre outros assuntos.
Eu lembro de uma aula que ela não falou
nada sobre artes ou qualquer coisa da
matéria, ela pediu para gente olhar uns
pros outros e falar o que a gente notava
que talvez chamasse atenção, a gente
ficou meio perdido e ninguém falou nada,
ate que depois de um tempo eu falei pra
ela que não via muita coisa diferente
entre a gente, falei mais como
brincadeira, e ela falou que era isso que
ela queria que a gente percebesse.
sozinha, porque não conseguia ver meus
amigos, porque alguns se mudaram outros
estavam trabalhando ou estudando, e eu
não conseguia meu 1° emprego, e não
tinha nenhuma expectativa de entrar em
uma faculdade, e nem condições para
isso,e comecei me sentir mau por tudo
isso.
Eu mal saia de casa, ficava maior parte do
tempo trancada no meu quarto, não
encontrava nenhum motivo para sair de
casa ou fazer alguma coisa, comecei a
evitar alguns poucos amigos que ainda
tinha contato, me cobrava por tudo, achava
que era culpa minha não conseguir um
emprego, ou uma bolsa, e que eu era
muito burra por isso não conseguia nada,
entrei em depressão muito profunda, digo
depressão para expressa de alguma forma
o que foi essa fase para mim, mas não
cheguei a procurar nenhuma ajuda pra
certo VIDA PESSOAL (2006)
2006 foi de longe o ano mais difícil para
mim, não por ter acontecido algo de ruim
comigo ou com alguém, mas pelo fato de
ter sido o anoque eu mais me isolei do
mundo e de pessoas que eu amo.
Tudo começou quando terminaram minhas
aulas de 2005, que foi o ano que conclui o
ensino médio, quando começou 2006 eu
não tinha muitos planos, na verdade eu
não sabia o que fazer ou pra quem
recorrer, eu tava acostumada com uma
rotina de ir pra escola ver meus amigos e
mãe a vida toda, e eu me senti no
lugar da personagem naquele
momento, e entendi sua reação,
porque também não acredito no
casamento, e que talvez isso tenha
sido baseado no casamento dos
meus pais , e todas conversas com
minha mãe, acho que também ficaria
destabilizada com uma atitude assim
da minha mãe.
Mas o mais bonito dofilme, é você ver
a historia das personagens, e depois
entender o por quê ela age de tal
forma, e analisar a historia de cada
uma, e fiquei pensando que as vezes
julgamos as pessoas sem saber o
que ela passou, e como foi sua vida,
e acho que o modo como agimos
hoje com certeza tem a ver com que
vivemos nos passado.
E ver esse trabalho em uma sala de
70 alunos acredito que vai ser muito
gratificante, ver um pouco da vida de
cada um, entender um pouco cada
um, e depois juntar todos esses
pedacinhos em uma só colcha, cada
um com sua história representada em
um tecido, e juntar todas essas
pessoas diferentes, porque afinal
somos varias partes diferentes que
completam um ao outro.
estar.
- Eu chorava
muito.
- Na sala de aula
me isolava.
- Única coisa boa
– Professora
Helena.
- Conversava
muito com a
gente.
- 2003 Primeiro
ano ensino
médio.
- Aula de Artes...
- Professora
Rosangela.
- Não me
identificava muito
com outras
matérias e
professores nesta
escola.
- Conversava
muito com os
alunos sobre
outros assuntos.
- Eu não tentava
ser o que não
211
Ela disse que porque todos estavam
praticamente iguais, e que todos queriam
ser iguais, ser aceitos um pelos os outros
e isso fazia com que a gente perdesse
nossa própria identidade por querer fazer
parte dos grupinhos.
E ai ela começou a falar como tinha
coisas mais importantes que a gente
devia estar preocupados, que já
estávamos no ensino médio e que a
gentenão tava preparados para o mundo,
para vida nossa vida mesmo, ela dizia
que não íamos conviver com essas
pessoas para sempre.
No dia lembro que pensei que estava
sendo muito radical, mas depois aquilo
ficou na minha cabeça, e eu comecei a
observar como todas minhas amigas
arrumava o cabelo igual, usava roupas
parecidas e muitas agiam iguais. E
daquele dia pra frente pensei que eu não
queria ser assim na minha vida, que eu
não tentaria ser alguém que não sou.
Outro fato que lembro dessa professoara
foi que ela falou muito do Vicente van
gogh, e eu adorava as obras dele, e
estudei a biografia dele naquela aula, e
fiquei muito encantada com tudo, e triste
também proque ele nunca foi
compreendido ou reconhecido quando
era vivo.
E eu fiz um trabalho sobre ele e depois
apresentei esse trabalho na sala, e fui
muito elogiada pro todos, e eu desenhei
estar com minha família e sair com amigos
ou familiares. E não tinha ais isso eu me vi
sozinha, porque não conseguia ver meus
amigos, porque alguns se mudaram outros
estavam trabalhando ou estudando, e eu
não conseguia meu 1° emprego, e não
tinha nenhuma expectativa de entrar em
uma faculdade, e nem condições para
isso,e comecei me sentir mau por tudo
isso.
Eu mal saia de casa, ficava maior parte do
tempo trancada no meu quarto, não
encontrava nenhum motivo para sair de
casa ou fazer alguma coisa, comecei a
evitar alguns poucos amigos que ainda
tinha contato, me cobrava por tudo, achava
que era culpa minha não conseguir um
emprego, ou uma bolsa, e que eu era
muito burra por isso não conseguia nada,
entrei em depressão muitoprofunda, digo
depressão para expressa de alguma forma
o que foi essa fase para mim, mas não
cheguei a procurar nenhuma ajuda pra
certo.
PESSOA:
Dianna Agron, but uou can call me
Charlie... (2013)
Essa era aintrodução de um site escrito
pela atriz Dianna Agron que eu li muito
nesse ano de 2013, em que eu estava
trabalhando em um trabalho super
estressante e andava muito nervosa, e so
sou.
- Estudei a
biografia de
Vícent Van Gogh.
- Fiquei
encantada.
- Fiz uma
apresentação e
fui elogiada.
- 2004 Cai na
classe do meu
melhor amigo.
- A gente estava
muito feliz.
- Conheci três
novas pessoas...
- Tínhamos o
costume de sair
todos juntos
depois da aula.
- Pessoas
diferentes no
grupo e mesmo
assim
conseguíamos
nos dar bem.
- 2005 Lista das
salas...
- Não tinha ficado
212
varias obras dele também que ficaram
em exposição na sala de aula e isso foi
muito gratificante, e foi um momento de
autoria, que me senti muito bem.
3° Cena Marcante: (2004 pra 2005)
Meu ano de 2004 foi um dos mais
marcantes na minha vida na escola, eu
tinha caído novamente na sala do meu
melhor amigo que tinha estudado comigo
desde minha 5° serie, a gente estava
muito feliz por novamente esta juntos.
E logo no inicio do ano eu conheci 3
novas pessoas e rapidamente a gente se
tornou um grande grupo de amigos,
eramos em 6 e sentávamos sempre
juntos.
Foi um ano que a gente se ajudou muito
tanto em trabalhos escolares como na
nossa vida pessoal mesmo, tínhamos o
costume de sair todos juntos depois das
aulas e foi um ano realmente muito
especial para mim, porque tínhamos
pessoas muito diferentes no grupo e
mesmo assim conseguíamos nos dar
bem, porque a gente gostava demais um
do outro.
Com o passar do ano combinávamos
como ia ser nosso 3° ano que seria em
2005, planejamos desde roupas ate o
que falaríamos em nossa formatura
juntos, e como aproveitaríamos mais os
vendo o lado ruim de tudo .
Bom mas deixa eu começar do inicio, eu
comecei a assistir uma serie que chama
Gleee, que relata a vida de alunos do
ensino médio que são excluídos e que não
são populares na escola e que acaba se
juntando em um coral que chama Glee
Club, e comandado por um professor de
espanhol que elabora números musicas
para apresentações na escola.
A serie vai muito além disso, e é uma das
series mais lindas que já assisti, por
mostra essa diferença dessas pessoas, e a
dificuldades dessas pessoas excluídas e
também o modo inspirador que o professor
comando essa turma de jovens, além de
ser uma serie que marcou vários
momentos da minha vida, ainda tem o
professor desses alunos que me fez ter
ainda mais vontade de dar aulas.
E foi lá que conheci essa atriz, queum
diaprocurando na internet vi que ela tinha
um tumblr onde ela escrevia desde de
pensamentos ate dicas de filmes, musica e
textos, e este site que me fez admirar
essa menina de 27 anos que tem uma
personalidade que admiro demais, ela é
envolvida em varias causas sociais, e tem
um grande amor pelos animais e vem
defendendo causas desse tipo também
Lembro que as vezes acordava tão
nervosa com tudo que vinha acontecendo
na minha vida, e abria o tumblr para ler
algo antes de ir trabalhar , e sempre tinha
ninguém na
minha sala...
- Fui para casa
triste e
decepcionada.
- A gente fez
planos e tudo
seria diferente
agora.
- Começou as
aulas e eu faltei
quase uma
semana toda.
- Pedi para minha
mãe me mudar
de escola.
- Queria estudar
a noite já que não
conhecia
ninguém.
- Meu amigo
também mudou...
- Mesmo assim
eu imaginava que
aquele ano seria
o pior da minha
vida.
- Tudo isso foi
bobagem da
minha cabeça.
213
momentos na escola, porque seria o
ultimo de todos juntos.
Porém quando iniciou o ano de 2005 e
fui olhar a lista de salas, e eu fiquei muito
revoltada, pois tinham mudado todos de
sala, não tinha ficado ninguém na minha
sala que eu conhecia, lembro que fui pra
casa triste e decepcionada com tudo
isso, não só eu, mas todos nos.
A gente fez tantos planos e tudo seria
diferente agora, nada do que tínhamos
planejado ia acontecer chateada com
tudo aquilo lembro que quando começou
as aulas eu faltei quase a semana toda,
ate que pedi pra minha mãe me mudar
de horário, eu queria estudar a noite já
que não conhecia ninguém na minha
sala, e meu amigo também mudou de
horário comigo, por coincidência a gente
caiu na mesma sala.
Mesmo assim eu imaginava que aquele
ano ia ser o piro da minha vida, lembro
que tinha um filme que passava e que eu
assisti a 1° vez naquela época , que
chamava “ o pior ano da minha vida” e
eu falava que seria o meu ano de 2005.
E tudo foi uma grande bobagem na
minha cabeça, porque no final eu
conheci tantas pessoas novas e foi um
ano de grandes momento spessoais para
mim, foi o ano que mais aproveitei as
amizades e momentos, e matérias e
conversei com professores, porque tinha
algo que me deixavam melhor, ela falava
que a gente precisava olhar a vida d e uma
outra forma, e que nem reparamos mais
nas coisas bonitas da vida, ela me fez
conhecer clipes e músicas maravilhosas
como clipe ( EDWARD SHARPE AND THE
MAGNETCI ZEROS – CHILD) que é um
clipe tão bonito, alisas essas banda tem
musicas muito boas.. Fora trabalhos
artísticosque ela postava um mais bonito
que o outro, e que não fazia a menor ideia
que existia, como o site “wirrow” que é de
um cara que desenha, eu adorava ficar
desenhando e pintando e tentando copiar
esses desenhos, e vendo seus
siginificados.
Ela acreditava que nós podemos podemos
ser qualquer coisa, eu toso podemos
cantar, tocar instrumentos, desenhar,
escrever e dançar que é uma de suas
paixões , ela postou um vídeo dançando
com amigos, e propôs isso para os fãs do
site, dizendo que para todos dançar e se
libertar, que não precisava ser profissional
para dançar. E foi muito divertido todos
vídeos que postaram, eu assisti alguns ate
mesmo de pessoas do Brasil.
Eu gostava do jeito que ela escrevia, e o
quanto era gentil com as pessoas, e como
tinha coragem de expor sua opinião sem
se preocupar com que as pessoas iriam
pensar sobre ela, ela dizia que passou a
vida toda procurando o buraco que Alice
entrou no pais da s maravilhas, e que
nunca tinha pensando em ser conhecida
- Porque no final
eu conheci tantas
pessoas novas.
- Foi o ano que
mais aproveitei
as amizades e os
momentos.
- Matérias e
Professores.
- Tinha a
consciência que
tudo aquilo ia
acabar.
- Festa
surpresa...
- Professor de
História que
ninguém falava
muito com ele...
- Ele era muito
desligado de
tudo.
- Falava sozinho
sentado na mesa
dele.
- A gente
acreditava que
ele não batia
bem...
- E quando vimos
214
a consciência que tudo aquilo ia acabar.
Foi um ano que curtimos cada momento
como se fosse o ultimo da vida, não
poderia ter sido melhor meu ultimo ano
na escola.
E foi nesse ano de 2005 também tive
minha primeira festa surpresa, meus
amigos mentiram pra mim que iriamos
em uma pizzaria comemorar meu
aniversario quando cheguei na casa de
um amigo meu para buscar ele, estava
todos escondidos com as luzes
apagadas, foi muito emocionante para
mim, porque essa semana antes do meu
aniverssario estava todos estranhos
comigo, ficavam cochichando sempre em
aula e eu não sabia que era por causa
da festa, com certeza foi uma das coisas
que mais me marcaram na vida.
Lembro como se fosse hoje que um dos
últimos dias de aula eu e meu amigo
Ronildo sentamos em frente a escola e
ficamos lembrando dos momentos da
escola desde da nossa 5° série juntos
ate o ultimo não, lembro que choramos e
nos abracamos nesse dia, fazendo
juramentos impossíveis... de que iramos
morar perto para sempre, que iriamos
para NY e ficar ricos e amigos para
sempre. E o ultimo dia de aula lembro de
um professor de historia que chamava
Mario, que ninguém falava muito com ele
porque ele era muito desligado de tudo,
falava sozinho sentado na mesa dele, e
portanto gente, ela me faz pensar muito
sobre alguns pensamentos que eu tinha,
me fez gostar mais de musica, não só pela
letra ou som que eu já curtia, mais a
melodia daquela musica, todo trabalho que
era envolvido para sair aquela musica,
comecei a prestar atenção nos
instrumentos que era envolvido para sair
aquela musica, e o quanto fica bonito
quando juntava esses sons.
Ela tinha uma grande amor pelas pessoas
e pela vida que rodeava ela, sem deixar de
relata os momentos difíceis que
aconteciam, e eu achava isso admirável
nela, a forma que ela conseguia
transformar um momento ruim, com o uma
forma de aprender algo, de crescimento
mesmo, e ainda colocar isso em palavras,
a paixão que ela tinha para tudo que era
arte, musica, filmes, fotografia e dança, ela
viajava muito e comentava isso no site, e
conheci um pouquinho de tudo com ela,
com palavras, fotos e vídeos.
Hoje infelizmente ela não tem mais esse
site, eu fiquei muito triste quando ela
excluiu ele, porque queria ter salvo esses
textos que ela escreveu, mas ela disse que
era época de novas aventuras e
experiências, e que ela queria que as
pessoas conhecessem um pouco dela,
além de sua personagem em Gleen, e só
tenho a agradecer todas as memórias,
mistério e magia, eu me ajudou muito
nessa época de stress da minha vida, e
que me inspirou e me acalmou com sua
que ia ser ele que
ia falar com a
gente...
- Não
acreditamos...
- Discurso de
despedida.
- Todos foram
surpreendidos
porque ele fez um
discurso
emocionante.
- Não lembro
muito o que ele
falou pra gente,
só sei que se
encaixou com
tudo.
- Aprendi que
nem sempre as
mudanças são
ruins.
- 2006 foi de
longe o ano mais
difícil.
- O ano que mais
me isolei do
mundo...
- Tudo começou
quando
215
a gente acreditava que ele já não batia
bem, todos chamavam ele de Mario
Barba, porque ele tinha uma braba
grande e nunca fazia ela. E quando
vimos que ia ser ele que ia falar com a
gente e fazer talvez um discurso de
despedida não acreditamos.Mas todos
foram surpreendidos com esse
professor, porque ele fezum discurso
emocionante, e quando olhei pra a sala
estava todos muito emocionados, não
lembro muito o que ele falou par agente,
só sei que se encaixo com tudo que
estava sentido naquele dia, e todos
medos que passavam pela minha
cabeça.
Só sei que aprendi muito esse ano,
aprendi que nem sempre a mudança é
ruim, ela pode te trazer coisas melhores
do que você já estava acostumado.
palavras. Foi uma fase que eu estava
trabalhando com atendimento a pacientes
psiquiátricos,eu ouvia tanta coisa ruim, e
que as vezes parecia que era diretamente
pra mim, foi uma fuga de tudo isso, me fez
acreditar que tudo ia passar, e que eu não
podia deixar isso me afetar, ela com
certeza foi uma das pessoas que mais me
inspiraram mesmo mesmo de longe.
VIDA PROFISSIONAL:
Foi em 2008 que comecei a trabalhar na
empresa Atento, que foi meu 1° emprego
registrado em carteira, ants disso eu so
tinha trabalhado com meu irmão e uma
imobiliária que ele tinha, então a atento foi
esse inicio da carreiraprofissional.
Eu atendia clientes do bradesco pessoa
jurídica e lembro que no meu 1° dia de
atendimento, eu chorei porque um cliente
irritado me xingou e eu disse que não
voltaria mais, meu supervisor que chamava
Carlos Fernandes que foi atrás de mim e
me convenceu a voltar e tentar de novo,
ele foi uma pessoa que me marcou muito
também nesse período , ele era um senhor
muito carinhoso e bondoso com todo
mundo, e ele me chamava de filha, e dizia
que eu era a filha que ele nunca teve, pois
ele tinha 3 filhos homens, e eu chamava
ele de pai, e via nele uma presença que
nunca tive com meu pai biológico, já que
nunca tive um relacionamento bom com
meu pai, não consigo me lembrar um dia
que ele conversou comigo ou que tanha
terminaram as
aulas em 2005...
- Eu não tinha
planos, não sabia
o que fazer...
- Não conseguia
meu primeiro
emprego.
- Não tinha
expectativa de
entrar em uma
faculdade.
- Ficava a maior
parte do tempo
trancada em meu
quarto...
- Entrei em
depressão.
- Digo depressão
para expressar
de alguma forma
o que foi essa
fase...
- Não cheguei a
procurar
nenhuma ajuda
para certo
diagnóstico.
- 2013 Estava
trabalhando em
216
dado um abraco quando criança, nossa
relação sempre foi muito distante, e o
Carlos foi para mim um grande pai pelo
menos nessa fase da minha vida, ele me
ajudou muito como um pai mesmo, com
muitos conselhos e apoio.
Eu fiquei lá de 2008 ate final de 2009, e eu
aprendi muito, cresci muito, conheci
pessoas que ainda levo na minha vida ate
hoje, como minha amiga Angelica e meu
amigo, eu hoje faz faculdade comigo o
Rafael, é um dos amigos mais presentes
na minha vida, acredito que crescemos
juntos la nessa empresa, eramos muito
imaturos, e aprendi ter comprometimento
com minhas responsabilidades, aprendi a
dar valor ao meu dinheiro, porque percebi
o quanto era difícil ganhar ele, e o quanto
era importante aprender conviver com
pessoas diferentes, já que ate o momento
e u não tinha convívio com o grande
numero de pessoas que trabalhei nesta
época.
Mas foi muito gratificante trablhar lá,
apesar de ser um trabalho bem
estressante, quando sai de la, estava
melhor preparada, e com menos das
coisas, como tinha quando entrei na
atento.
MOMENTO NASCIMENTO LEO
Foi em 2013 que nasceu meu 1° sobrinho
e único até agora, seu sempre quis ter
sobrinhos, só que achei que veria da
minha irma que foi a primeira a se casar,
um trabalho
super
estressante...
- Gostava de
assistir uma série
chamada Gleen.
Relata a vida de
alunos do ensino
médio que são
excluídos...
- A diferença das
pessoas e a
dificuldade
dessas pessoas
excluídas.
- 2008 Trabalho
na Atento.
- No primeiro dia
chorei porque um
cliente irritado me
xingou.
- Eu disse que
não voltaria
mais...
- Meu supervisor
foi atrás de mim e
me convenceu a
tentar de novo.
- Ele foi uma
pessoa que
marcou muito
217
porem depois eles acabaram se separando
e um tempo depois foi meu irmão que se
casou.
Eu fiquei muito feliz quando soube que
minha cunhada estava grávida, e desde do
inicio eu queria muito que fosse um
menino.
Quando trabalhei em uma imobiliária em
2007, tinha uma menina que tinha um loja
ao lado e ela tinha um filho de mais ou
menos 4 anos e um irmão de 9 anos, como
na imobiliária o trabalho era bem tranquilo,
os meninos passava o dia comigo, eu me
apeguei tanto a eles que quando consegui
outro emprego eu fiquei muito triste de
deixar eles,porque todo dia eles chegavam
da escola e corriam para dentro da
imobiliária e passava o dia todo
conversando com eles ou brincando.
Só sei que desde dessa época eu queria
muito uma criança na minha família, e eu
queria muito queo 1° fosse um menino. E
só em 2013 que isso aconteceu, lembro
que logo quando ele nasceu eu fui visitar
ele no hospital, ele era a coisa mais linda
que vi na vida, alias ate hoje acho isso.
E os 3 primeiros meses dele, fio uma fase
que eu não estava trabalhando, e a mãe
dele deixava ele comigo o dia todos, e foi
muito gostoso, a prendi trocar fralda , fazer
mamadeiras e cuidar de um bebê que ate
o momento nunca tinha tido nenhum
contato.
também nesse
período.
- Ele me
chamava de
filha...
- Dizia que eu era
a filha que ele
nunca teve...
- E eu chamava
ele de pai...
- Via nele uma
presença que
nunca tive com
meu pai
biológico.
- Nunca tive um
bom
relacionamento
com meu pai...
- Fiquei lá de
2008 até o final
de 2009 e eu
aprendi muito,
cresci muito,
conheci
pessoas...
- 2013 nasceu o
meu primeiro
sobrinho...
- Sou a mais
218
Ate hoje eu tenho muito contato com ele,
porque ele fica a maior parte do tempo
com minha mãe, ele é meu primeiro
sobrinho e também primeiro neto da minha
mãe, então ele é a alegria da casa. Uma
das coisas mais gostosas é chegar em
casa depois de um dia todo estudando e
trabalhando é chegar e ver ele abrindo os
bracinhos e rindo pra mim pedindo colo,
ele com certeza é uma das coisas que
mais importante para mim.
FAMILIA- NOVA CASA
Eu sou a mais nova de 5 irmãos, e sempre
tive um ótimo relacionamento com minha
mãe, com meu pai nunca tive um
relacionamento, acho que posso dizer isso,
apesar de casados, meus pais sempre
brigaram muito , e desde de muito
pequena eu fui ficando com um sentimento
ruim sobre meu pai, quando fui crescendo
isso ficou um pouco melhor, não que agora
temos um ótimo relacionamento, mas
agora consigo conviver com ele e falar o
que é necessário. Mas ainda assim sem
muito afeto. E desde muito nova também ,
que minha mãe tinha o desejo de se
separar do meu pai, meus irmãos foram
saindo de casa com o tempo, primeiro
minha irma mais velha se sozinha, e meu
irmão depois se casou, ficando so eu meus
pais e minha irma Juliana. Ela desde então
ela sempre teve o sonho de morarmos so
nos 3 juntas, e foi no final de 2013 que
esse sonho se realizou, hoje mora eu
minha irma e minha mãe. Ainda vejo meu
nova de cinco
irmãos...
- Meus pais
sempre brigavam
muito...
- Desde muito
pequena eu fui
ficando com um
sentimento ruim
sobre meu pai...
- Meus irmãos
foram saindo de
casa com o
tempo...
- Em 2013 o
sonho se
realizou. (morar
só nós três).
- Hoje mora eu,
minha irmã e
minha mãe.
- Vejo meu pai
porque ele vem
ver minha mãe...
- Sou muito
apegada com
minha mãe...
- Eu não ia
escrever sobre
isto...
219
pai, porque ele ainda vem ver minha mãe e
o neto dele, e hoje nossa vida esta outra
coisa, estou muito feliz p ela minha mãe,
pois sei o quanto foi difícil pra ela todos
esses anos, tendo esse desejo de se
separar mais sem condições com 5
crianças, e hoje eu posso ver que ela anda
muito mais feliz e realizada, e isso me
deixa muito mais feliz. Eu sou muito
apegada com minha mãe e minha irmã, e
com certeza as duas pessoas mais
importantes para mim, as que eu mais me
preocupo e que eu quero sempre perto,
não consigo imaginar minha vida sem elas,
é minha mãe que sempre esta aqui quando
mais preciso, é minha irmã que esta
sempre tentando me ajudar de alguma
forma, e com certeza são elas as melhores
companhias, com quem eu mais gosto de
estar e conversa quando preciso.
VIDA PESSOAL:
Eu não ia escrever sobre isso, por se tratar
de uma coisas muito recente, mas achei
importante deixar registrado esse
momento.
Em 2009 pra 2010 eu conheci uma amiga
ela chama Alice, a gente trabalhava juntas
com atendimentos ao convenio
Intermédica, e ficamos muito próximas,
íamos embora juntas, fim de semana
sempre saiamos pra algum lugar, pois
gostávamos de algumas coisas em
comum, e era uma pessoa que eu
conversava muito.
- mas achei
importante deixar
registrado este
momento.
- Em 2009 para
2010 eu conheci
uma amiga...
- Acabamos
brigando...
- Depois refletiu
sobre a
situação...
- O filme traz
várias
metáforas...
- Uma delas foi o
mergulho que
para mim,
significa se
conhecer...
- Outro momento
do filme que me
fez pensar na
minha vida, foi
quando Paulina...
- O corvo significa
ir em frente...
- Outra metáfora
é a ventania que
para mim
220
Com o passar do tempo, nos acabamos
brigando, por tantos motivos que não
conseguiria relatar todos eles agora, mas
ela realmente foi muito dura comigo, ela
era bem mais imatura do que eu por ser
mais nova, e acabei se afastando dela pois
sentia que ela não era minha amiga de
verdade, porque quando precisei dela no
trabalho com algumas brigas que
aconteceram, e ela não ficou do meu lado,
talvez por medo eu não sai bem, mas eu
sempre defendia muito ela, e quando
precisei ela se não estava la pra mim.
Então um dia chateada com tudo que
estava acontecendo eu mandei uma
mensagem para ela no facebook dizendo
tudo que queria, dizendo que ela nunca se
importou com nossa amizade e que eu
tinha pessoas que gostavade mim de
verdade e não precisava dela, e disse que
ela sentiria minha falta um dia e outras
coisas.
E bloqueei ela, em todas redes sociais e
ate no telefone, poruqe não queria saber
suas explicações ou respostas, e em
afastei totalmente chegando a conclusão
que novamente eu tinha me enganado com
as pessoas , porque ela foi falsa comigo,
que ela foi ruim, que ela nunca foi minha
amiga.
Isso foi em 2013, depois de um ano, eu
estava na minha aula de Psicologia da
educação, e a professora estava dizendo
sobre como criamosalgumas verdades ou
significou a
mudança...
- Uma cena que
me chamou
atenção foi a
cena de Finn com
sua mãe...
- Porque também
não acredito no
casamento e
talvez isso tenha
sido baseado no
casamento dos
meus pais...
- O mais bonito
do filme é você
ver cada história
das
personagens...
- Fiquei pensando
que as vezes
julgamos as
pessoas sem
saber...
- Eu acho que o
modo como
agimos hoje com
certeza tem a ver
com o que
vivemos no
passado.
- Cada um com
221
fantasias, que não são necessariamente
verdade, par a poder viver nossa vida, e
que quando é quebrada essa fantasia que
criamos, nos ficamos desequilibrados
Comecei pensar que talvez eu tenha criado
uma amizade perfeita, com uma pessoa
que agiria como eu nas situações de brigar
e conflitos, e como isso não aconteceria eu
começava ajulgar ela como se ela fosse
um ser humano totalmente ruim, e nessa
aula também foi dito como julgamos as
vezes as pessoas como só ruins ou boas,
sendo que todos nos temos esses dois
lados.
Isso tudo ficava girando na minha cabeça,
fiquei pensando que me colocava só como
o ser humano bom nessa questão, e que
também tinha sido dura com ela em alguns
pontos, como nem ter deixado ela me
responder, e que também elanão era soa
pessoas ruim, que tive momentos muito
bons com ela também , de todas aas vezes
que ela me ouvia e que todas risadas e
momentos que passamos juntas, eu só
conseguia enxergar o ruim que ela fez, e
coloquei ela como uma pessoa ruim.
E lembrava de uma frase de texto
passado em aula “Somos inconscientes
das fantasias que encenamos”, só sei que
resolvi desbloquear essa menina, e ver
depois desse um ano o que ela tinha me
respondido, um dia depois que
desbloqueie ela, ela me mandou uma
mensagem.
sua história
representada em
um tecido...
222
Quando vi achei que ela ia me xingar
depois de tanto tempo, mas não , ela me
mando uma mensagem me pedindo
desculpas de tudo, dizendo que era muito
importante para ela e que nesse tempo ela
pensava muito nisso tudo, e que fez ela
rever muita coisa, disse que doía muito
não ter mais amizade e tantas coisas que
não esperava ouvir naquele momento .
Eu respondi dizendo que também sentia
muito por tudo, e que senti muito a falta
dela nesse tempo, e disse que comecei a
rever alguns pensamentos meus epor isso
resolvi desbloquear ela, enfim. Eu adicionei
ela novamente e esses dias estamos
conversando aos poucos, e isso esta me
fazendo muito bem, porque apensar da
raiva que fiquei com ela na época, eu senti
muita falta da amizade dela, e eu não
enxergava isso, porque essas verdades
absolutas que eu tinha na cabeça sobre
ela não me deixava ver as coisas boas.
E eu queria te agradecer Professora por
isso, por abrir um pouco minha mente e me
fazer pensar sobre muitas coisas.
223
NARRADOR 31
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Abaixo relato os 3 fatos marcantes
vivenciados por mim no ensino médio.
Mudança de escola: Estudei todo o
Ensino Fundamental ( 8 anos) na mesma
escola. Ao final do ciclo foi preciso mudar
de escola para iniciar o ensino Médio.
Essa mudança ocasionou certa
ansiedade, considerando que eu já
estava habituada com a dinâmica do
colégio, com os professores e colegas.
Porém foi de extrema importância ,
sendo possível aprender que as
mudanças podems ser muito
enriquecedoras, já que nos permite
contato com outras pessoas, outras
situações, e a ampliação de uma visão
anteriormente limitada, gerando um
crescimentos pessoal. Considerando que
Quadro de linha da vida: Momentos
Charneiras
VIDA FAMILIAR – 2011
VIDA PROFISSIONAL – 2014
No quadro acima foram citados dois
momentos charneiras:
O primeiro deles refere-se ao ano de
2011- nascimento do meu filho Lucas.
A gravidez foi desejada e planejada, porém
passei por diversos problemas de saúde,
com muitas dores e internações. Além dos
problemas da gravidez, perdi meu único
irmão em um acidente de moto, quando eu
estava com 4 meses de gestação. Foram
momentos difíceis de muita superação,
O filme inicia-se com a personagem
Finn, filha de pais separados, indo
passar um tempo na casa de sua avó
comintuito de elaborar sua tese de
mestrado, esta é a terceira tentativa
para que ela conclua seu trabalho.
Finn tem um noivo- Sam, que não
aprova muito esta decisão, porém
aceita. Deixando claro neste trabalho
do filme, a indecisão de Finn em
casar-se. Chegando à casa de sua
avó, ela encontra várias amigas da
família, que estão preparando uma
colchade retalhos tendo como tema
“onde mora o amor”. Essas mulheres
de personalidade variadas, narram
suas historias de vida cercada de
paixões e sentimentos.
- Mudança de
escola ocasionou
certa ansiedade.
- Sendo possível
aprender que as
mudanças podem
ser muito
enriquecedoras.
- Considerando
que a nova
situação nos
exige adaptação
e transformação.
- Aprendizado
através de outra
aluna e não do
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo;
- Preconceito na escola;
- Dificuldade de aprendizagem.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
224
a nova situação nos exige adaptação e
transformação, fazendo com a
diversidade de experiências seja
agregadora para a formação geral de
qualquer pessoa.
Neste caso acredito que a relação foi de
submissão em um primeiro momento,
pois a mudança foi vista como algo ruim,
visão esta, que depois de um curto
espaço de tempo foi facilmente alterada,
considerando que os benefícios e
aprendizados trazidos por essa
mudança.
Aprendizado através de outra aluna e
não do professor: No 2° ano do ensino
Médio, tive dificuldade em um
determinado conteúdo da disciplina de
química. O mau desempenho me fez
procurar uma estratégia de aprendizado.
Busquei auxilio de uma colega de classe
que tinha pleno domínio do conteúdo
apresentado, e se dispôs a me ensinar.
Apenas algumas aulas foram
necessárias que eu conseguisse
entender tudo o que havia sido explicado
no bimestre e eu até então não havia
compreendido.
Através desta experiência foi possível
perceber, que o aprendizado não precisa
necessariamente ser transmitido por um
professor. A questão está na forma de
ensinar. Acredito que naquele momento
faltou sintonia entre minha forma
deaprender e a forma como o professor
determinação e fé.
Meu filho nasceu prematuro com 8 meses,
através de um parto feito as pressas
porque nos dois estávamos correndo
riscos. Ambos precisamos de cuidados da
Unidade de Terapia Intensiva, situação
essa nunca esperada por nenhuma mãe,
mas ao final de 14 dias saímos vitoriosos e
meu filho cheio de saúde.
Na UTI Neo Natal, presenciei muitas mães
com os filhos em situação mais delicadas
do que passávamos no momento. Desta
forma, pude perceber que por mais
complexos que possam parecer nossos
problemas, se olharmos ao redor , sempre
haverá alguém em uma situação mais
difícil Meu aprendizado com a experiência
foi perceber que muitas vezes darmos uma
dimensão ao problema maior do que ele
realmente é , por mais complexo que este
possa parecer. Este pensamento, permite
que vejamos a vida de uma forma mais
leve, tendo mais desenvoltura para lidar
com os problemas rotineiros.
Desta situação, sai mais fortalecida e
confiante, acreditando que tudo tem um
motivo de ser. As coisas podem mudar de
uma hora pra outra, não adianta tentarmos
ter o controle de tudo, e que muitas coisas
acontecem independentemente do
nossoplanejamento , essa aprendizado
para uma pessoa que sempre planejava
todas as aões, foi muito valioso.
O segundo momento relatado ocorreu em
A primeira historia apresentada relata
a traição entre duas irmãs. Uma delas
ao ver seu marido em estado
terminal, acaba envolvendo-se com o
marido de sua irmã, que ao descobrir
a traição, quebra muitos objetos da
casa e acaba transformando os cacos
em uma “obra de arte” na parede de
sua casa. Entende-se a metáfora
desta ação como uma forma de expor
seus sentimento de raiva e deixá-los
a vista, não sendo possível esquece-
los.
Outra história é de uma jovem
nadadora que encontra um geólogo e
apaixona-se. Eles fazem diversos
planos par ao futuro, porem com a
chegada dos filhos, esses planos não
se concretizam. O marido ao
perceber a insatisfação de sua
esposa, constrói para ela um lago,
sendo esta uma forma de compensa-
la por ter aberto mão de seus sonhos,
não sendo o suficiente para
preencher o vazio que ela sentia.
Com o passar do tempo a separação
torna-se inevitável. Explicando desta
forma, o mau-humor apresentado
pela personagem, que não conseguiu
superar as amarguras do passado.
Esta descoberta mexe com Finn que
também teme que o casamento
possa acabar com sua liberdade e
destruir seus sonhos para o futuro.
Neste trecho do filme, Finn vai ao
professor.
- Dificuldade na
disciplina.
- O mau
desempenho me
fez procurar outra
estratégia de
aprendizado.
- Uma colega de
classe.
- Apenas
algumas aulas
foram
necessárias...
- O aprendizado
não precisa
necessariamente
ser transmitido
por um professor.
- A questão está
na forma de
ensinar,
- Com a colega
foi possível
minimizar as
possíveis falhas
de comunicação.
- Sempre gostei
muito de
atividades físicas.
- Sofrimento;
- Carência afetiva
- Importância da família;
- Dificuldade de relacionamento
com o pai;
- Imaturidade emocional;
- Baixo estima;
- Necessidade de aceitação.
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
225
acreditava ser correto no ensino.
Acredito que com a colega, de alguma
forma foi possível mimizarmos as
possíveis falhas de comunicação ou
entendimento que pudessem ter
prejudicado o aprendizado. Vejo neste
caso, que a relação do conhecimento foi
de autoria, considerando que não me
limitei a tentativa do aprendizado através
do professor, buscando outra alternativa
que julgasse mais eficiente, para
alcançar o objetivo proposto, no caso, o
conteúdo de química.
Aulas de Educação física: Sempre gostei
muito das atividades física, visto que
faço aulas de ballet desde os meus 4
anos de idade, porém nunca gostei das
aulas de Educação Física. No Ensino
Fundamental, as aulas eram ministradas
fora do horário de aula, e por morar
longe do colégio, consegui dispensa,
porém no Ensino Médio, foi preciso que
eu fizesse as aulas. Sempre procurava
uma desculpa par não fazer as
atividades, que não me motivavam,
considerando que eu era uma aluna
nada habilidosa nas atividades com bola,
sendo sempre uma das ultimas a ser
escolhida quando o professor pedia para
que se formasse times.
Hoje vejo que minha rejeição nunca foi
com atividade física , mas sim, com a
forma que a aula de Educação Fisica era
apresentada. Tendo apenas exercícios
com bolas, e de certa forma excluindo os
2014 quando resolvi deixar a empresa que
trabalhava pois não estava mais feliz. Em
2013 assumi um cargo de liderança na
minha primeira área de formação ( ciências
contábeis), nunca fui apaixonada pela
área, mas sempre desempenhei o trabalho
com seriedade e compromisso, me
levando ao reconhecimento profissional. A
idéia de mudar de área já existia, tanto que
em 2009 fiz um curso técnico deballet e
expressão corporal, considerando meu
contato com esta arte desde meus 4 anos
de idade. Porém, o crescimento
profissional foi ocorrendo e acabei
“arquivando” o diploma do ballet. Anos
depois, alguns fatores da empresa foram
mudando o que ressaltou minha
insatisfação. Fiz uma programação
financeira, e ao invés de procurar outro
emprego, optei por buscar outra área que
já havida tido contato no curso técnico e
acreditei que a realização pessoal e
profissional fosse maior. Pedi demissão e
comecei ocurso de Pedagogia.
Resgatando assim, a vontade já
despertada em 2009.
Esse momento charneira de certa forma,
esta atrelado ao aprendizado do momento
charneira anterior, pois novamente foi
preciso coragem e superação para
abandonar uma carreira a se dedicar a
outra, principalmente quando nesta
decisãotambém esta envolvido a questão
financeira. O fato de não ter mais tempo
para me dedicar ao meu filho, e o estresse
que me encontrava naquele momento,
clube com as senhoras e conhece um
rapaz muito interessante, que
desperta nela um sentimento
diferente.
A narrativa seguinte apresenta a
história de uma mulher casada com
um pintor. Eles são muito
apaixonados, porém ele a trai
constantemente, mas a mulher não
consegue deixa-lo, mostrando sua
submissão. Uma das traições do
artista émostrada na narração
seguinte, onde mais uma vez, uma
das personagens fragilizada pela
perda de seu marido, sede as
tentações do pintor.
Finn neste momento, já esta mais
envolvida comum rapaz que
conheceu no clube. Apresentando a
metáfora do morango, sugerindo o
desejo e a sedução.
A última história conta o surgimento
da tradição da colcha de retalhos por
uma das personagens, enquanto a
outra relata seus diversos casos
amorosos em Paris, sendo que
apesar de todos os homens que se
envolveu, apenas um foi realmente o
seu grande amor, este foi um homem
que ela não conseguiu relacionar-se,
porque ela era casado e fiel a sua
esposa. A analogia da colcha de
retalhos cruza se com a história do
homem atravésde um poema
- Porém nunca
gostei de aulas
de educação
física.
- Procurava dar
uma desculpa
para não fazer as
atividades...
- Considerando
que eu era uma
aluna nada
habilidosa nas
atividades com
bola.
- Sempre era
uma das ultimas
a ser escolhidas.
- Minha rejeição
nunca foi com a
atividade, mas
sim, com a forma
que as aulas de
educação física
eram
apresentadas.
- Apenas
exercícios com
bola.
- Excluindo os
alunos com
pouca aptidão
226
alunos com poucoaptidão para tal. A
relação neste caso foi de submissão, já
que de alguma formaprocurava sempre
me esquivar das aulas, pois não
adequava ao conteúdo aplicado pelo
professor. Essa experiência foi muito
valida, pois o meu conceito de Educação
Física, como educação do corpo, onde
deve-se perceber os interesses e
aptidões de cada aluno, ministrando as
aulas inclusive com o intuito de entender
o corpo como forma de expressão e
comunicação. Embora este possa não
ser o ponto de vista acadêmico, para
mim, acredito que seria a forma mais
coerente de aproveitamento das aulas.
também foi determinante para minha
decisão.
Certas decisões fazem com que tenhamos
de certa forma que acreditar nos instintos,
seguindo as escolhas com menos
planejamento, e que estamos o tempo todo
aberto para novos aprendizados, e que as
mudanças são necessárias para nosso
crescimento. Fazendo com que
busquemos sempre nossa realização e
felicidade. O fato de ter superado
momentos tão difíceis, me fez assimilar
que podemos mudar o rumo de nossas
vidas a qualquer momento, o importante é
não temer e aceitar os desafios, como um
novo recomeço
recebido. Esta narrativa é marcada
pelo aparecimento do corvo, que
pode ser seu significado visto como
direção, intuição em seguir seu
instinto ou esperança.
A mãe de Finn aparece par contar
que irá se casar novamente com o
pai de Finn. Neste momento, a
verdade absoluta sobre o casamento
criada pela personagem é quebrada,
pois medo de casar que Finn sempre
carregou tendo como base as ideias
transmitidas por sua mãe, de alguma
forma já não faz mais sentido em sua
cabeça, que não consegue entender
como tudo o que aprendeu pode de
uma hora para outra deixar de existir,
recusando-se neste momento a
aceitar novos conceitos, que não
estão de acordo com seu
aprendizado anterior.
O filme demonstra a inexistência de
verdades absolutas, deixando claro
que os conceitos e ideias podem
sofrer alterações, confirmando que o
aprendizado não é algo estático.
Um forte vendaval acontece na
cidade, fazendo uma alusão da
confusão mental que encontrava-se a
personagem naquele momento. Após
o vendaval de alguma forma as
coisas se ajeitavam. O vendaval vem
representar a transformação, o
recomeço, já que neste momento do
para tal.
- 2011-
Nascimento do
meu filho.
-Gravidez
desejada e
planejada...
- Porém passei
por diversos
problemas de
saúde.
- Perdi meu único
irmão quando
estava no quarto
mês de
gestação...
- Momentos
difíceis de muita
superação.
- Meu filho
nasceu
prematuro...
- Com essa
experiência foi
possível perceber
que muitas vezes
darmos uma
dimensão ao
problema maior
do que ele
227
filme muitas personagens resgatam
suas histórias e de alguma forma as
transformam, como por exemplo, a
destruição da obra de arte feita pela
personagem em seu momento de
raiva, evidenciando assim, que
aquela expressão já não fazia mais
sentido e que havia outro sentimento,
o perdão. Ou ainda a volta da
personagem no lago construído por
seu marido, mostrando o resgate de
si própria, ou ainda a importância de
se mergulhar em sua história para
entender a vida como um todo.
O Corvo aparece novamente no filme,
Finn resolve segui-lo e ele a leva para
seu verdadeiro amor, seu noivo Sam.
Podemos ver aqui, que o aprendizado
com a história que foi narrada a ela,
onde o corvo direcionou a
personagem, pode ser vivenciada em
sua própria experiência, ou seja, as
coisas fazem mais sentido quando
sabemos o significado delas. Se Finn
não tivesse de alguma forma
tomando conhecimento da história do
corvo, ela poderia não ter entendido
neste momento, que ele estava
querendo direcioná-la, mesmo que na
hora não tenha percebido que
daquela narrativa havia absorvido
algo, isso serviu para uma vivencia
futura.
Ao final a colcha é bordada, tendo a
experiência de cada uma das
realmente é.
- Saí fortalecida.
- 2014 – Resolvi
deixar a empresa
que trabalhava,
pois não estava
feliz.
- Em 2013
assumi o cargo
de liderança na
minha primeira
área de formação
(ciências
contábeis).
- A idéia de
mudar de área já
existia...
- 2009 fiz o curso
técnico de baleet.
- Considerando
meu contato com
esta arte desde
meus quatro anos
de idade.
-... Comecei o
curso de
Pedagogia,
resgatando
assim, a vontade
já despertada.
228
mulheres, uma representação
simbólica, que embora expresse o
sentimento individual, tem sua
representação em um símbolo de
conhecimento coletivo. Finn recebe a
colcha como presente de casamento.
O filme encerra-se deixando como
mensagem, que o ser humano, vive
em constante transformação,
abolindo verdades absolutas, e que
para escolhas certas não existe
regras, é preciso instinto e coragem.
E que em alguma fase da vida todos
passamos por ventanias, e este é o
momento de revermos nossos
conceitos e transformá-los se for
preciso, fazendo de nossas escolhas
e experiências um importante
processo de aprendizagem. Entendo
ser este o aprendizado do filme, que
pode ser associado ao meu momento
charneira.
- Foi preciso
coragem e
superação para
abandonar a
carreira e se
dedicar a outra.
- Principalmente
quando nesta
decisão também
esta envolvido a
questão
financeira.
- O fato de não
ter mais tempo
para dedicar ao
meu filho...
- O estresse que
me encontrava...
- Foi
determinante
para minha
decisão.
- Podemos mudar
o rumo de nossas
vidas a qualquer
momento...
- O importante é
não temer e
aceitar os
desafios como
um recomeço.
229
- Finn filha de
pais separados...
- Mulheres de
personalidades
variadas.
- A primeira
história relata a
traição entre duas
irmãs...
- Jovem
nadadora que
encontra um
geólogo e
apaixona-se...
- Com o passar
do tempo a
separação torna-
se inevitável...
- Mulher casada
com um pintor,
eles são muito
apaixonados...
- Porém ele a trai
constantemente...
- A mulher não
consegue deixá-
lo.
- A metáfora do
morango
sugerindo o
230
desejo e a
sedução.
- O surgimento da
traição...
- Apesar de todos
os homens que
se envolveu,
apenas um foi
realmente seu
grande amor...
- Ele era casado
e fiél a esposa.
- Aparecimento
do corvo que
pode ter seu
significado como
direção...
- A mãe de Finn
aparece para
contar que irá se
casar novamente
com seu pai...
- A verdade
absoluta sobre
casamento é
quebrada.
- O medo de
casar que Finn
sempre
carregou...
231
- Tendo como
base as idéias de
sua mãe...
- Inexistência de
verdades
absolutas...
- Os conceitos e
idéias podem
sofrer alterações.
- O aprendizado
não é estático.
- Forte vendaval
fazendo alusão
da confusão
mental que se
encontra naquele
momento.
- As coisas fazem
sentido quando
sabemos o
significado.
- A colcha é
bordada...
- Uma
representação
simbólica...
- Embora
expresse o
sentimento
individual, tem
232
sua
representação
em um símbolo
de conhecimento
coletivo.
- O ser humano
vive em
constante
transformação...
- Abolindo
verdades
absolutas...
- Para as
escolhas certas
não existe regras
é preciso instinto
e coragem.
- Entendo ser
este o
aprendizado do
filme...
- Que pode ser
associado ao
meu momento
charneira...
233
NARRADOR 32
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
DESCREVER 3 CENAS MARCANTES
DO ENSINO MÉDIO.
Na verdade , irei descrever as 3 cenas
marcantes do último curso que fiz que foi
o de Administração de Recursos
Humanos em 2006 até 2009, pois do
Ensino Médio não tenho muitas
lembranças.
As cenas marcantes foram:
- Os desentendimentos entre grupo de
estudos;
- professor fumando dentro da sala de
aula;
- sala “ vazia” , sexta –feira após
intervalo.
1.1.1 Como foi sua relação com o
conhecimento? Foi uma relação de
autoria ou submissão?
R: Sempre me contentava com as
respostas dadas pelas pessoas,
Nasci numa casa simples de aluguel, onde
cresci com minha mãe e minha irmã. De
tempos em tempos, mudávamos de casa
para ruas próximas.
Quando nasci minha mãe tinha 43 anos de
idade, e nunca conheci meu pai.
Nunca tive problemas com isso, pois
minha mãe sempre foi muito presente e
também muito sincera em dizer que ele
não teria muito a oferecer, pois era
alcoolatrae displicente, além de ter uma
família com mulher e filhos. De alguma
forma, o que a minha mãe queria dizer era
que eu não precisava de mais ninguém
além dela, e eu desde muito pequena
entendi isso. Realmente nunca tive
vontade de conhece-lo.
Fui uma criança feliz, brinquei muito, até
os 15 anos de idade brincava de Barbie
com minha prima ( Maitê) que tornou-se
amiga para vida toda. Ela é 5 anos mais
nova do que eu, mas sempre fui eu que
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Descrever três
cenas marcantes
do último curso
que fiz...
- Pois do ensino
médio não tenho
muitas
lembranças.
-
Desentendimentos
entre o grupo de
estudos.
- Professor
fumando em sala
de aula.
- Sala vazia –
sexta-feira após o
intervalo.
- Sempre me
contentava com
as respostas
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
professor e consigo;
- Relação de autoria com o
conhecimento;
- Preconceito na escola;
- Dificuldade de aprendizagem.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Sofrimento;
- Carência afetiva
- Importância da família;
234
professor, mãe, parentes, tv e etc... Com
o tempo, a relação com o conhecimento
torna-se mais exigente, já não é mais
suficiente uma resposta preparada por
alguém, é necessário buscar através de
livros, de opiniões de quem saiba e
tenha estudado aquele determinado
assunto para compor nossas próprias
ideias.
1.1.2 Como foi sua relação com o
professor? Foi uma relação de autoria ou
submissão?
R: Minha relação com os professores
não foi como eu gostaria. Quando eu
estava na 5° série do Ensino
Fundamental. Me lembro que sentava na
primeira carteira, era aula de história e o
professor explicava algo, não me
recordo muito bem, mas, tinha a ver com
palavras com a letra E, e eu querendo
participar, disse “estrupo”, foi a primeira
coisa que veio a minha cabeça. Na
época não sabia que a palavra estava
errada, o certo é estrupo. Bom, o
professor ficou muito bravo com o que
eu disse, me corrigiu e depois disse que
aquilo não era coisa que uma criança
devia dizer nem pensar. Tudo isso em
voz alta e bem nervoso! Fiquei com
muita vergonha. Todos me olhavam... A
partir do dia seguinte nunca mais sentei
na primeira carteira e também nunca
mais tive coragem de participar da aula
para dizer qualquer palavra.
“seguia “ o ritmo dela.
Achava e ainda acho ela muito inteligente,
divertida, ousada, responsável, enfim, nela
eu encontrava coisas que faltavam em
mim. A coragem de conversar com
meninos aprendi com ela, o modo de se
relacionarentre os amigos, respeitando as
diferenças de cada um, sem preconceito
também vem a partir das conversas que
nós duas tivemos ao longo da vida e das
experiências junto dela. Em meu primeiro
emprego foi onde conheci meu marido,,
Marcos. Quando eu entrei na empresa ele
já era funcionário , nos conhecemos como
colegas de trabalho e com o tempo nos
aproximamos numa amizade ate que essa
virasse um relacionamento. Após longos 6
anos de relacionamento, nós nos
casamos. Esse é um momento importante
vida de qualquer pessoa mas, para mim
ainda mais pois, no ano que planejava
casar, minha mãe adoeceu e faleceu aos
69 anos de idade.
Estava muito ansiosa por esse momento.
Minha mãe sempre foi uma pessoa muito
“forte” – no sentido de não se entregar por
qualquer adversividade. Nunca ficava
doente a ponto de ficar na cama. Creio que
não somente eu mas muitas pessoas
carregam consigo a “fantasia” de que mãe
é imortal.
Quando me deparei com ela
extremamente doente e não mais
conseguindo levantar-se, não aceitei. Eu
dadas...
- Com o tempo a
relação com o
conhecimento
torna-se mais
exigente...
- Minha relação
com os
professores não
foi como eu
gostaria...
- Fui aluna de
prestar atenção as
explicações em
sala, porém de
pouca
participação.
- Importância da mãe;
- Perda da mãe;
- Superação;
- Dificuldade de relacionamento
com o pai;
- Casamento;
- Baixo estima;
- Necessidade de aceitação.
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
235
1.1.3 Que aluno fui?
R: Fui aluna de prestar atenção às
explicações em sala, porém de pouca
participação
queria achar que era algo passageiro,
negava que estava acontecendo. Algumas
vezes, encostava a cadeira na cama e
pedia para ela se segurarpara levantar,
que ela iria conseguir. Mas não era
verdade.
Minha mãe tinha câncer. Já estava em
estágio avançado. Depois disso, ela só
piorou, até falecer. É tão doloroso que eu
procuro não me lembrar. Procuro lembrar
dela de uma outra forma. De forma como
sempre a vi, muito forte, extremamente
carinhosa, engraçada, amorosa e que
gostaria de me ver feliz.
Após a morte da pessoa mais importante
da minha vida, enxergamos as situações
de uma outra maneira. È como se eu
tivesse a consciência agora, de que avida
é muito mais breve do que se pensava. O
fato de eu estar estudando novamente, se
da a essa mudança de visão. Sempre há
tempo de mudar, basta estarmos vivos.
Meu marido Marcos tem um papel muito
importanteapós a morte da minha mãe,
pois é a pessoa que me acompanhará na
jornada da vida. Construimos uma casa,
uma pequena família que somos: eu, ele e
nossa cachorrinha Aurora. Pretendemos
ter filhos logo mais. Foi de fundamental
importância ter uma pessoa com quem eu
pudesse dividir minhas tristezas e alegrias.
O Casamento é um aprendizado diário
onde aprendemos a driblar as dificuldades
de convivências. Meus familiares como:
irmã (Agnes), sobrinhos ( Bia e Caio),
236
primos e primas, também formam muito
importante para min nessa fase de
transição. No momento, me encontro com
muitas expectativas em relaçãocurso de
Pedagogia. Gosto das disciplinas estou
gostando de aprender, releio alguns
assuntos e parece que estou lendo pela
primeira vez! Não sei o porquê, mas agora
me parece muito mais interessante.
Espero pode utilizar o aprendizado de
forma a continuar, aqui retribuir com os
projetos de ensino futuramente. Bom, aqui
está uma parte bem pequena da minha
história, porém, contei as mais importantes
para mim. Coisas até que não costumo
falar com ninguém a não ser comigo
mesma! Maspara terminar , me considero
uma pessoa alegre, espontânea,
observadora, de bem com a vida e afim de
aprender sempre!
NARRADOR 33
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
237
Quando terminei o ensino fundamental
mudei de escola para começar o ensino
médio. No novo colégio eu era a única
aluna nova da sala e comecei a observar
que a professora de educação física
tinha certas atitudes com as outras
garotas que umaprofessora não deveria
ter, como ficar pegando na mão das
meninas ou ate mesmo induzir as
meninas fazerem movimentos bem
ousados na hora dos aquecimentos para
os jogos.
Alguns dias depois, conversando com
alguns alunos antigos, descobri que essa
professora era homossexual. Após
algumas semanas de aula, ela passou a
ter essas mesmas atitudes comigo, foi
então que comecei me afastar dessa
professora, deixando claro que ,
diferente das outras garotas, eu não
daria tais liberdades a ela. Com isso,
elapassou a ficar de marcação comigo,
jogando indiretas tipo: “ Não sei por que
tem gente que mora lá em Arthur Alvim e
vem estudar aqui no Santa Maria.” Ou
até mesmo:” Aluno que não atende todas
as solicitações do professor,dança
depois.” Durante um mês eu aguentei
firme as implicâncias , porém, em um
certo dia, na aula de educação física (
confesso que não deveria estar usando,
mas eu estava com brincos grandes) a
professora se dirigiu a mim com a
seguinte frase: “Kimberli, tire seus
brincos!”.Eu, já sem muita paciência,
Quadro linha da vida: momentos
charneiras (relato neste quadro minhas
conclusões sobre minha narração).
Vida Familiar – 2007 - Quando conheço
meu pai ea partir dai passo a valorizar
mais do que nunca meus avós e a
simplicidade – 2013 - Minha mãe passa
ase orgulhar e confiar mais em mim
Vida Escolar – 2011 - Quando sou expulsa
e entro em uma nova escola, onde vivo
momentos incríveis – 2012 - Tenho meu
namoro. De colégio que não vai para a
frente. – 2013 - Obtenho a vitória de ser
aprovada direto e percebo o quanto sou
querida por meus amigos.
Pessoas – 2011 - Conheço pessoas
maravilhosas que me ensinam o
verdadeiro significado dos sentimentos
amor e amizade. – 2012 - Conheço
pessoas maravilhosas que me ensinam o
verdadeiro significado dos sentimentos
amor e amizade. – 2013 - Conheço
pessoas maravilhosas que me ensinam o
verdadeiro significado dos sentimentos
amor e amizade.
Livros/ Filmes/ Musicas - Música “ Valeu
amigo” que mostra a importância que tive
para os meus amigos.
Deslocamento Geográfico - Minha viagem
de formatura que prova que minha mãe
aprende a confiar em mim e em minha
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Terminei o
ensino
fundamental e
mudei de escola
para completar o
ensino médio.
- Uma professora
de Educação
Física tinha
certas atitudes
com outras
garotas...
- Conversando
com alguns
alunos antigos,
descobri que
essa professora é
homossexual...
- Ela passou a ter
as mesmas
atitudes comigo.
- Foi então que
comecei a me
afastar dessa
professora...
- Com isso ela
passou a ficar de
marcação
comigo...
- Aluno que não
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor;
- Relação de autoria consigo;
- Preconceito na escola;
- Dificuldade de aprendizagem.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Sofrimento;
- Carência afetiva
- Importância da família;
- Imaturidade emocional;
- Mágoa;
- Orgulho;
- Sofrimento;
- Tristeza;
238
respondi;” Professora, no primeiro dia de
aula você deixou claro que não permitia
o uso de celulares na quadra, mas a
respeito de brincos, você não falou
nada.” E então, voltei á aula prática. Foi
quando ela retrucou: “ Se você não tirar
seus brincos eu mesma vou aí e arranco-
os de suas orelhas.” Naquele momento,
minha paciência, que já era pouca, se
esgotou e eu respondi com grosseria: “
As orelhas e os brincos são meus e você
não tem o direito de encostar em mim!”.
Por conta dessa minha resposta, recebi
uma convocação por desacato ao
professor e com isso minha mãe , no
mesmo dia, foi na diretoria tentar
resolver o problema. Chegando lá, as
secretárias comunicaram á minha mãe
que mediante a convocação, foi tomada
a decisão de que eu estava sendo
convidada a me retirar do colégio e ainda
afirmaram com todas as letras que eu
era “ uma menina de gangue”.
Naquele momento fiquei indignada, pois
se houve uma escola em que eu fui
tímida e quieta, foi nessa. Tanto que
enfrentei as secretárias dizendo que já
que elas estavam afirmando que eu era
uma menina de gangue, que elas
términos por conta de várias pessoas se
intrometerem em nossa vida e, na última
e pior das brigas, ficamos um ano e um
mês sem nos falar. Deixamos a mágoa e
o orgulho falarem mais alto. No ínicio
sofri, pois nos víamos todos os dias na
escola, mas nos tratávamos como
responsabilidade.
No meio daquelas crianças e me
inspirando nesse trabalho para decidir
minha carreira profissional.
Mergulho: Precisei me lembrar de cada
detalhe de tudo que me aconteceu para
escrever minhas narrativas, portanto,
posso dizer que fiz um mergulho na minha
própria história, buscando um resgate de
mim mesmo.
Referências bibliográficas:
Minha história de vida, de 1996 até 2013
Filme: “ Colcha de Retalhos”, Estados
Unidos, JocelynMohouse, 1995
atende todas as
solicitações do
professor, dança
depois.
- Durante um mês
agüentei firme as
implicâncias...
- Certo dia, na
aula de educação
física ( confesso
que não deveria
estar usando,
mas estava com
brincos grandes).
- A professora se
dirigiu a mim com
a seguinte frase:
Kimberli tire seus
brincos.
- Eu já sem
paciência
respondi:
Professora no
primeiro dia de
aula você deixou
claro que não
permitia o uso de
celular na quadra,
mas a respeito de
brincos...
- Então voltei a
aula prática...
- Separação;
- Despedida;
- Necessidade de aceitação.
- Liberdade;
- Superação
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
239
desconhecidos, porém, no decorrer de
todo o ano passado, superei. Como eu
me apeguei muito na escola, o último
deia de aula do ano passado talvez
tenha sido o mais triste para mim, pois
se tem uma coisa que eu nunca gostei
foi de despedida e naquele momento eu
tive que encará-la e me despedir de
todos os meus amigos ali, pois eu sabia
que a partir daquele dia, nós não nos
veríamos mais todos os dias e não
passaríamos mais tnatos momentos
juntos e saber disso me doía demais
naquele momento. Eu não consegui
conter a emoção, chorei muito, agradeci
todos os meus amigos por todas as
alegrias que compartilhamos e, enquanto
vivia aquele momento, ver o Danyllo
passar e observar de longe aquela
despedida. Foi então que esqueci todo o
meu orgulho e corri para abraça-lo.
Naquele momento ele também deixou
todo o passado de lado e correspondeu
ao meu abraço, e ali choramos, nos
desculpamos e agradecemos um ao
outro por tudo que vivemos juntos. A
partir daquele dia nos tornamos amigos e
hoje, vejo que em minha vida ele é muito
mais importante com um amigo do que
como namorado.
3° MOMENTO MARCANTE: O último
momento que marcou minha vida no
ensino médio, com certeza foi o final do
ano passado. Talvez pelo fato de saber
que aquela fase estava se acabando,
procurei viver intensamente cada hora,
- Ela retrucou...
- Respondi com
grosseria...
- Por conta desta
resposta recebi
convocação por
desacato ao
professor...
- Fiquei
indignada. Pois
se houve uma
escola em que fui
tímida e quieta,
foi nessa...
- O último
momento que
marcou minha
vida no ensino
médio com
certeza foi o final
do ano passado.
- Talvez pelo fato
de saber que
aquela fase
estava se
acabando...
- Procurei viver
intensamente...
- Um evento
chamado sarau...
240
minuto esegundo dentro daquele colégio,
ao lado dos meus amigos.
No colégio Alfa Omega, todo final de ano
realizamos um evento chamado “sarau”,
onde todos os membros do colégio têm a
liberdade de se apresentar das mais
diversas formas, seja, cantar, dançar,
atuar ou até mesmo declamar um
poema. Eu, particularmente, sempre
adorei participar desse evento e, tendo
conhecimento disso, meus amigos me
convidaram par ame apresentar com
eles no sarau, cantando a música “Valeu
Amigo”. Mesmo sem conhecer a música,
aceitei o convite e comecei a ouvi-la para
decorar a letra. Todas as quintas e
sexta-feiras ficávamos algumas horas a
mais na escola, após o horário da saída,
para ensaiarmos a música. Chegado o
tão esperado dia do sarau,, 30/11/2013,
tive quatro apresentações, sendo a
última delas a música.
Colégio, observando o trabalho delas,
trabalho do qual, foi minha inspiração
para eu decidir minha carreira e optar
pelo curso de pedagogia após o ensino
médio, pois toda vez que eu ficava e fico,
até hoje, ao lado daquelas crianças eu
sinto uma paz muito grande, sino que
elas me fazem bem, e creio que
continuar visitando minha antiga escola e
observando o trabalho das professoras
dos “ baixinhos” irá me orientar muito em
meus atuais estudos.
- Eu
particularmente
sempre adorei
participar desse
evento...
- Meus amigos
me convidaram
para me
apresentar com
eles no sarau,
cantando a
música “Valeu
amigo”...
- Mesmo sem
conhecer a
musica, aceitei o
convite.
- Todas as
quintas e e
sextas-feiras
ficávamos
algumas horas a
mais na escola
para ensaiarmos
a musica.
- Chegado o tão
esperado dia do
sarau 30/11/13
tive quatro
apresentações...
- Paralelamente,
acrescentando
outro momento
241
Paralelamente, acrescentando outro
momento marcante que também ocorreu
nesse final de ano, digo que obtive duas
grandes vitórias. A primeira, como eu
relatei acima e a segunda, em relação ao
meu rendimento escolar pois por ter
entrado no Alfa Omega no final de março
e não estar apta ao método e ritmo de
ensino do colégio, durante os dois
primeiros anos eu tive muita dificuldade
em conseguir acompanhar a classe por
conta disso fiquei de recuperação em
matemática no 1° e 2° na do ensino
médio. Chegando no 3 ° ano, eu tive um
desenvolvimento muito grande e como
uma magica, neste último ano eu tive
muita facilidade em acompanhar a
classe, resultando em eu ter sido
aprovada direto, sem precisar fazer
recuperação. Minha mãe,
acompanhando meu ótimo rendimento
nos estudos desde o início de 2013,
juntamente com meu pai tomou a
decisão de que se eu continuasse
melhorando a cada dia na escola, eles
me presenteariam com minha viagem de
formatura e foi o que ocorreu. Viajei com
meus amigos e com minha professora de
matemática em um cruzeiro de cinco
dias para Rio de Janeiro. Para mim, essa
viagem foi um sonho realizado, não so
por ter feito um cruzeiro ou ter conhecido
o Rio de Janeiro, mas também pelo fato
de que minha mãe sempre foi insegurae
nunca foi de me deixar sair nem para ir
ao shopping com minhas amigas e de
repente, de tão orgulhosa, ela confiou
marcante que
também ocorreu
este ano...
- Em relação ao
meu rendimento
escolar, pois por
ter entrado no
Alfa Omega no
final de março e
não estar apta ao
método e ritmo
de ensino do
colégio...
- Tive muita
dificuldade em
conseguir
acompanhar a
classe e por
conta disso fiquei
de recuperação...
- No terceiro ano,
eu tive um
desenvolvimento
muito grande e
como uma
mágica, neste
último ano eu tive
muita felicidade
em acompanhar
a classe...
- Minha mãe,
acompanhando
meu ótimo
rendimento nos
242
em mim e me deu esse presente.
REFLEXÃO E DESCRIÇÃO DO MEU
ENSINO MÉDIO:
Como foi sua relação com o
conhecimento? Foi uma relação de
autoria ou submissão?
Minha relação com conhecimento foi
uma relação de autoria, pois como
podemos ver, no 1° momento marcante,
eu não me arrependi de ter feito o que
fiz.
estudos...
- Juntamente com
meu pai tomou a
decisão.
- Se eu
continuasse
melhorando a
cada dia na
escola, eles me
presenteariam
com minha
viagem de
formatura.
- Foi o que
ocorreu.
- Viajei com meus
amigos e com
minha
professora...
- Minha mãe
sempre foi
insegura.
- Nunca foi de me
deixar sair nem
para ir ao
shopping com
minhas amigas.
- De tão
orgulhosa, ela
confiou em mim.
243
- 2007 – Conheço
meu pai...
- 2011 – Sou
expulsa e entro
em uma escola
onde vivo
momentos
incríveis.
- Conheço
pessoas
maravilhosas.
- 2012 – Meu
namoro de
colégio que não
vai para a frente.
- Pessoas
maravilhosas...
- 2013 - Minha
mãe passa a se
orgulhar e confiar
mais em mim.
- Obtenho a
vitória de ser
aprovada direto...
- Pessoas
maravilhosas...
- Musica Valeu
amigo...
- Minha viagem
244
de formatura.
NARRADOR 34
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Um dos momentos marcantes na minha
vida escolar, foi quando eu estava no
ensino fundamental, e fui com minha
família viajar para o Líbano passar
alguns meses lá, na época pensei em
parar de estudar pois eu não tinha o
apoio da minha família, mas uma amiga
minha da escola me incentivou a não
desistir e acabei continuando os estudos
na volta da minha viagem.
Um segundo momento marcante foi a
Em 2003, com 19 anos acabei me
casando, foi um momento importante mas
não charneira, depois tive os meus dois
filhos que foi uma grande realização. Após
o nascimento do meu primeiro filho em
2005 com o apoio do meu marido decidi
concluir os meus estudos terminando o
ensino médio, mas parei por aí. Com
nascimento da minha segunda filha em
2008, minha irmã mais velha que morava
no Líbano separou-se do marido e retornou
ao Brasil com seus 2 filhos, fixando
No filme a colcha de retalhos, eu me
identifiquei com a cena da ventania,
devido as mudanças causada após
esta cena. Na minha vida a ventania
foi a separação da minha irmã e
também a de meus pais, após estas
separações ocorram muitas
mudanças na minha vida.
Entendi que não temos que apenas
se dedicar a família em tempo
integral, mas também tinha que
- Quando estava
no ensino
fundamental, fui
viajar com minha
família para o
Líbano...
- Pensei em parar
de estudar, pois
não tinha o apoio
da minha família.
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
- Dificuldade de aprendizagem.
245
morte de uma colega de escola e que na
época me abalou bastante pois foi a
primeira vez que tive contato com a
morte de alguém.
O terceiro momento marcante foi quando
estava no ensino médio e mudei de
escola. O ensino dessa escola era muito
diferenciado da minha outra pois a
metodologia de ensino deles era bem
mais difícil e forçada.
Outro fato que me desanimava era por
eu ser muito tímida não consegui fazer
amizades e também adicionando o fato
de minha família não me apoiar nos
estudos o resultado desses fatores me
fez acabar desistindo de continuar a
escola.
Minha relação com o conhecimento e
com oprofessor oi de submissão, pois
sempre fui muito tímida e nunca procurei
mudar minhas maneiras e atitudes e isso
acabou me atrapalhando. Apesar desses
pontos negativos sempre fui uma aluna
disciplinada nos estudos e procurei tirar
sempre notas boas.
residência aqui.
Ela decidiu começar uma nova fase de sua
vida voltar a estudar iniciando faculdade
depois de tantos anos e em 2014 vendo a
determinação dela em estudar para ter sua
independência e umaprofissão decidi
seguir seu exemplo e iniciei junto com ela
esse ano a faculdade.
Esse foi um momento charneira e
importante da minha vida.
dedicar um tempo para mim e pensar
em um futuro profissional. Temos que
saber conciliar os dois juntos.
- Uma amiga
minha me
incentivou a não
desistir...
- A morte de uma
colega de escola
e que na época
me abalou
bastante...
- No ensino
médio mudei de
escola.
- O ensino dessa
escola era muito
diferenciado da
minha outra.
- A metodologia
de ensino era
bem mais difícil e
forçada.
- Por eu ser
tímida não
consegui fazer
amizades.
- Adicionando o
fato de minha
família não me
apoiar nos
estudos...
- Sempre fui
muito tímida e
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade
- Timidez;
- Carência afetiva
- Importância da família;
- Mágoa;
- Separação;
- Perda;
- Necessidade de aceitação.
- Casamento;
- Maternidade;
- Superação.
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
246
nunca procurei
mudar minhas
maneiras e
atitudes e isso
acabou me
atrapalhando.
Em 2003 com 19
anos acabei me
casando.
- Momento
importante, mas
não charneira.
- Depois tive
meus dois filhos
que foi uma
grande
realização.
- Após o
nascimento do
meu primeiro
filho, em 2005
com o apoio do
meu marido
decidi concluir
meus estudos...
- Terminando o
ensino médio,
mas parei por ai.
- Com o
nascimento da
minha segunda
filha, em 2008,
247
decidi me dedicar
a família.
- Em 2012 minha
irmã que morava
no Líbano
separou-se....
- Em 2014 vendo
a determinação
dela em estudar
para ter sua
independência...
- Decidi seguir
seu exemplo e
iniciei com ela
esse ano a
faculdade.
- Um momento
charneira e
importante da
minha vida.
- Me identifiquei
com a cena da
ventania, devido
as mudanças
causadas após
esta cena.
- Na minha vida a
ventania foi a
separação da
minha irmã e
também de meus
248
pais...
- Entendi que não
temos que
apenas se
dedicar a família
em tempo
integral.
- Também tinha
que dedicar um
tempo para mim
e pensar em um
futuro
profissional.
NARRADOR 35
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
249
Fui uma aluna desatenta, tinha muito
sono, pois trabalhava 12horas no
sábado, mais 12 no domingo e só
descansava as segundas feiras e
coloquei como prioridade ajudar dentro
de casa, eu era submissa e limitada aos
pedidos dos professores, não me
aprofundava no ensino e tinha muita
dificuldade de aprendizado, tinha muitas
aulas vagas e não ligava para os
estudos, depois de um tempo eu conheci
na escola que eu estava quase
concluindo o terceiro ano do ensino
médio, um professor chamado Rafael,
estagiário, estava trabalhando como
eventual, me apaixonei e estamos
casados.
O que aprendeu?
Não pode desistir de buscar melhorias
contínuas no momento atual que está se
vivendo, no ensino médio vivi momentos
de necessidades, dificuldades, paixões,
amizades que marcaram, me
transformoue contribuiu na pessoa que
sou hoje.
Aprendi que devemos dedicar e focar
nas nossas metas e objetivos, dar valor e
ter gratidão ao momento atual que está
vivendo, viver com intensidade os
nossos valores e tirar o melhor de cada
etapa, como um aprendizado, pois lá na
frente que entenderemos o quão foi
importante passar por isto, é um
No período que eu tinha 13 anos me traz
muito desconforto, pois foi uma fase difícil,
meus pais se separaram, não existia mais
nada entre eles, minha família acabaria ou
continuaríamos mesmo com este buraco, e
foi isto que aconteceu continuamos sem
meu pai, mais doía na gente, ainda mais
em meus irmãos, que passaram por muitos
problemas de aceitação.
Aí veio as dificuldades financeira e as
humilhações do meu avô, pois morávamos
em cima da casa dele, depois de altos e
baixos, foi o momento de trabalhar, não
deu certo, foi quando a minha tia Simone
me convidou para morar com ela, assim
cuidaria da minha prima de 7anos e talvez
teria uma vida um pouco melhor, mudei de
escola, me sentia sozinha nos primeiros
dias, era excelente a escola, porém eu não
estava bem no aprendizado, não
conseguia acompanhar, eu precisava me
dedicar e não era isto que procurava
naquele momento.
Voltei a morar com a minha mãe após 10
meses, ao sair da escola que eu achava
um modelo para se aprender, pois existiam
professores excelentes e viviam para isto,
e por força maior eu me despedi desta
escola, senti muita falta de tudo e culpa por
não ter aproveitado e dado o meu melhor.
Finn era uma jovem prestes a casar,
foi convidada a um encontro de
amigas que estavam fazendo uma
colcha de retalhos para presenteá-la.
A Jovem no encontro observava a
mentora responsável em conduzir a
criação da colcha que falava para
todo o grupo: O desafio de fazer a
colcha assim é que cada quadrado é
feito por mãos diferentes em um
desenho balanceado e harmonioso,
primeiro tinha que encontrar um tema
para colcha, logo ela falou: “Onde
reside o amor”.
Era início da manhã e a Finn teria
mais um encontro, as mulheres
chegaram e compartilhavam as suas
histórias, momentos de trocas,
identificação, atritos, idas, vindas,
perdão, amor, experiências,
saudades e gratidão; Fin continuava
observando e ouvindo tudo que
podia, durante a costura da colcha
haviam momentos de encontros e
desencontros de ideias, lagrimas e
risos.
Neste meio tempo ela se sente
atraída por um desconhecido, criando
dúvida em seu coração e no que
fazer, mais precisavam ser
esclarecidas.
Em um dia sem esperar, a sua mãe
- Uma fase muito
difícil meus pais
se separaram...
- Doía muito na
gente, ainda mais
em meus irmãos,
que passaram
por muitos
problemas de
aceitação.
- Aí veio as
dificuldades
financeiras e as
humilhações de
meu avô...
- Depois de altos
e baixos, foi o
momento de
trabalhar...
- Minha me
convidou para
morar com ela,
assim...
- Mudei de
escola, me sentia
sozinha nos
primeiros dias.
Era excelente a
escola, porém eu
não estava bem
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
- Dificuldade de aprendizagem.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade
- Limitação;
- Carência afetiva
- Importância da família;
- Separação;
- Necessidade de aceitação;
- Paixão;
- Casamento.
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
250
presente embrulhado com o problema.
Como aprendeu?
Foram momentos de necessidades,
passei por muitas dificuldades com os
estudos, por não me dedicar e o
sofrimento foi maior, porque tinha
momentos que eu tirava notas baixas e
quase repeti de ano.
vai até o seu encontro para anunciar
que voltará a ficar com o seu pai e
que acreditava no casamento, isto
tudo mexe com a cabeça e
sentimentos Dela, pois tinha consigo
a crença sobre palavras mal
interpretadas no passado quando
acompanhou a separação de seus
pais, neste momento ela se entrega
em sentimento para a mãe e vai se
entregar ao relacionamento que tanto
tinha medo.
A colcha de retalhos foi concluída
pelas amigas, ali naquela colcha,
tinha a historia de cada uma, união
de historias muito bem costurada; Fin
coloca a colcha nas costas e vai para
fora de casa, respira o ar, com o
vento vem ao seu encontro, surge um
corvo que a conduz até um carro
muito conhecido, lá estava o seu
grande amor.
Foi importante assisti-lo Por quê?
Importante conhecer as historias de
vida das pessoas, pois cada individuo
traz consigo a sua historia de vida,
por este motivo que somos diferentes
e buscamos a todo o momento
estarmos em comunhão com aquilo
que acreditamos como verdade,
porém nem sempre o que
acreditamos trata-se de uma verdade,
vai depender do ponto de vista de
cada um, interpretação dos fatos e
no aprendizado...
- Eu precisava
me dedicar e não
era isto que eu
procurava
naquele
momento.
- Voltei a morar
com minha mãe
após 10 meses.
- Ao sair da
escola que eu
achava um
modelo para se
aprender...
- Fui uma aluna
desatenta, tinha
muito sono...
- Coloquei como
prioridade ajudar
em casa.
- Eu era
submissa e
limitada aos
pedidos dos
professores, não
me aprofundava
no ensino e tinha
muita dificuldade
de aprendizado...
- Decidi parar de
Identificação com personagens do
filme
251
crenças. É importante mergulhar
dentro de si mesmo e se conhecer,
conhecer os seus valores e missão,
não deixar o seus sonhos morrerem
devido as historias de vida de outras
pessoas, cada um constrói a sua
história e desenha a sua própria vida.
estudar.
- Minha tia
conversou
comigo e
continuei com os
estudos...
- Um professor
chamado Rafael
estava
trabalhando como
eventual, me
apaixonei e
estamos
casados.
-Aprendi que não
pode desistir de
buscar melhoras
contínuas no
momento atual
que esta se
vivendo...
- Devemos
dedicar e focar
nas nossas
metas e
objetivos...
- Viver com
intensidade os
nossos valores
tirar o melhor de
cada etapa como
um aprendizado...
252
- Passei por
muitas
dificuldades com
os estudos.
- Por não me
dedicar e o
sofrimento foi
maior.
- Tinha
momentos que eu
tirava notas
baixas e quase
repeti de ano.
- Finn era uma
jovem prestes a
se casar...
- O desafio de
fazer uma colcha
é que cada
quadrado é feito
por mãos
diferentes...
- Finn pesquisava
e escrevia uma
tese sobre os
trabalhos
manuais das
mulheres...
- Momentos de
trocas de
identificação,
atritos,idas e
253
vindas...
- Durante a
costura da colcha
haviam
momentos de
encontros e
desencontros...
- Se sente atraída
por um
estranho...
- Sua mãe vai até
seu encontro
para anunciar
que voltará a ficar
com seu pai e
que acreditava no
casamento...
- Isso tudo mexe
com a cabeça
dela...
- Tinha consigo a
crença sobre as
palavras mal
interpretadas no
passado quando
acompanhou a
separação de
seus pais...
- A colcha de
retalhos foi
concluída pelas
254
amigas.
- Tinha história de
cada uma, uma
união de histórias
muito bem
costuradas.
- Finn coloca a
colcha nas costas
e vai para fora de
casa, respirar o
ar...
- Um corvo a
conduz até um
carro muito
conhecido.
- Lá estava o seu
grande amor.
NARRADOR 36
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Meu pai, desde o meu nascimento,
Quando eu mudei de casa, meus pais
O filme Colcha de Retalhos narra à
- Meu pai sempre
255
sempre trabalhou muito para dar a mim,
a minha mãe e a minha irmã um bom
sustento. Minha mãe sempre foi Dona de
casa, pois decidiu que quando
tivessefilhos, não trabalharia, pois queria
dedicar seus cuidados á nós.
Morávamos numa casa singela, onde
construí minha infância inteira até os
meus 12 anos, porém, o grande sonho
do meu pai era conquistar devido ao seu
esforço, uma casa maior. E foi essa a
grande mudança. Ele então começou a
correr atrás disso, comprou terreno, e
construiu. Quando eu tinha 14 anos, nos
mudamos o que ocorreu uma grande
mudança na minha vida. Perdi todos os
meus amigos, minhas lembranças que
estavam presas na onde eu morava.
Familiares que moravam perto, com
primos e primas, eu nunca me sentia só,
pois sempre tinha alguém com quem
brincar conversar etc.Com esta mudança
brusca na minha rotina, acabei entrando
em uma fase de depressão, que até
hoje, eu não esqueço. Sentia-me só.
Minha mãe triste com o que havia
acontecendo, me encaminhou ao
Psicólogo, que ajudou muito. E com o
passar do tempo, consegui me
acostumar com o lugar, e as novas
pessoas que agora me rodeiam.
O nascimento da minha irmã foi um dia
muito especial para mim. Até 9 anos de
idade sempre fui sozinha, e sempre pedi
uma irmã para os meus pais, foi então
que minha irmã nasceu. Desde então
foram me matricular em uma nova escola.
Eu sempre fui meio medrosa com as
coisas, e neste caso, não seria diferente.
Com 14anos , de fato eu ainda estava no
ensino Fundamental, então entrei numa
escola ótima, onde fiz boas amizades e
aprendi muito, porém, esta escola, era
muito longe daminha residência e não
tinha ensino médio incluído, então já que
eu iria pra outra escola de qualquer
maneira, meus pais decidiram me
matricular numa escola perto de minha
casa para continuar o ciclo. Nunca tive
problemas com escola e estudo, pois,
sempre fui bastante disciplinada, até mais
do que eu queria, nunca tive problemas
com professores e sempre tirei boas notas
na escola. Entrei no meio do ano e estava
na 8 série /9 ano, foi um ano que não se
tronou bom para mim, pois, a escola não
tinha boas influências, me lembro como se
fosse hoje, que no primeiro dia de aula
algumas meninas “ encrenqueiras” me
empurraram da escada e ficaram chutando
o meu pé quando eu estava subindo à
sala de aula, para que eu tropeçasse e
caísse.
Foi então que o medo passou a se tornar
meu companheiro de todos os dias, a
tristeza de ir aquela escola me
acompanhava e todos os dias eu acordava
chorando, com medo de como seria no
decorrer dos dias. Uma cena, que retrata
muito bem o meu medo, foi quando eu
estava fazendo lição e a menina da minha
sala, esfarelou o giz em suas mãos, e
história de Finn, que é pedida em
casamento, e vai para casa de sua
avó, a fim de ter tempo e espaço
suficiente para terminar a sua tese de
conclusão de curso.
Na casa de sua avó trabalha um
grupo de mulheres, com o objetivo de
criarem, tecerem a mão uma colcha
de retalhos feita a partir de momentos
que já viveram, e está colcha seria o
presente de casamento de Finn. A
Cada mulher que esteve tecendo de
vida diferente, e Finn, acaba se
envolvendo nas histórias, são elas de
amor, traição, paixões passageiras,
casamento frustrado, etc. Onde ela
está pelo fato de, ter brigado com seu
noivo por conta de estar se sentindo
sufocada, ela conheceu um homem e
acaba se envolvendo, o que a faz
pensar se realmente será uma boa
escolha o casamento, ou seja, ela
acaba se encontrando dividida entre
casar com o homem que ama, ou ter
sua liberdade.
A cada retalho tecido, Finn vai
refletindo mais sobre o quer de sua
vida.
No decorrer do filme, as diferenças
que aconteceram na vida de cada
uma vão se mostrando, e aparecendo
como uma forma de aprendizado
para Finn. Uma cena que me chamou
atenção foi que cada parte do filme
trabalhou muito
para dar a mim, a
minha mãe e a
minha irmã um
bom sustento.
- Minha mãe
sempre foi Dona
de casa...
- O grande sonho
do meu pai era
conquistar devido
ao seu esforço
uma casa maior.
- Essa foi a
grande
mudança...
- Quando eu tinha
14 anos nos
mudamos. O que
ocorreu grande
mudança na
minha vida.
- Perdi todos os
meus amigos,
minhas
lembranças que
estavam presas
onde eu
morava...
- Com essa
mudança brusca
na minha rotina,
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
- Dificuldade de aprendizagem.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Insegurança;
- Mudanças;
- Carência afetiva
- Importância da família;
- Perdas;
- Depressão/angústia;
- Alegria;
- Solidão;
- Insegurança;
- Amor;
- Necessidade de aceitação;
256
não me sinto mais só, ela é a minha
companheira, brigamos algumas vezes,
mas não é por isso que meu amor por
ela diminui. No começo me senti meio
esquecidapelos meus pais, mas em
nenhum momento me arrependo de ter
ela como irmã. Mesmo ela sendo mais
nova, me entende, me passa segurança,
quando se tem uma irmã aprendemos a
amar as pessoas como elas são, porque
são do jeito que são e aprendemos a
conviver com seus defeitos e conhecer
suas qualidades. Depois de saber que
tenho uma irmã do meu lado, não me
sinto mais sozinha, pois sei que ela
estará lá sempre que eu precisar.
Sempre fui muito emotiva e sentimental.
Além de muito caseira e apegada à
família, meus pais sempre me
aconselharam a esperar o rapaz certo
para namorar e ter um relacionamento.
Em 2012 conheci um rapaz, que tinha o
mesmo modelo de vida que eu e a
mesma religião, éramos da mesma
igreja. Eu sempre quis namorar um rapaz
que gostasse de mim realmente e que
me respeitasse como mulher. Pois, para
mim, o respeito e o amor estão acima de
qualquer coisa e são imprescindíveis pra
um bom relacionamento íntegro, então
começamos a namorar e estamosjuntos
a dois anos. E eu primeiramente
agradeço a Deus por estar nos
abençoando cada vez mais sempre e
nos mostrando que com respeito se
chega a qualquer lugar. Estamos sempre
começou a jogar pela minha cabeça e
enquanto eu fui ao banheiro limpar,
rasgaram a minha lição.
Meus pais sempre me ensinaram a nunca
arrumar confusão, o que acabava me
deixando com medo deles, e com medo
das garotas má da escola. Houve inúmeros
acontecimentos que todos os dias me
deixavam apreensiva no momento de ir à
aula, ou seja, eu estava sofrendo Bullyng,
sem fazer absolutamente nada para
aquelas meninas. Isto só teve um fim ,
quando finalmente, as cinco garotas
mudaram de turno, e começaram a estudar
em outro horário.
Depois deste acontecimento que no
decorrer da vida, encontramos pessoas de
todos os tipos, que nos enfrentam e nos
mantém presos de um paradigma que às
vezes achamos que não somos capazes
de resolver. Porém depois de se passarem
alguns anos, vejo esta cena como um
“Medo”, medo de mim mesma, de não
saber e nem tentar resolver esta situação.
Medo de não conseguir. A sociedade nos
enfrenta diariamente e cabe a nós tentar
passar por cima disso, em deixar os
nossos valores de lado.
apareciam coisas que se associavam
perante outras. Quando Finn se
interessou por outro homem, o objeto
era o morango que lhe causava
tentação, e logo depois a ventania, foi
como as suas idéias estavam
completamente confusas, e a
ventania lhe ajudou a esclarecê-las.
Esse filme expressa claramente a
autonomia que cada pessoa tem,
porém, trabalhando para a
coletividade. Cada pessoa que
bordava o retalho da colcha tinha
uma história de vida para contar.
Eram histórias de vida, que se
baseava em coisas boas e ruins que
aconteceram. Cada mulher que tecia
os retalhos teve pelo menos um
momento charneira em suas vidas,
que foi colocado no retalho, ou seja,
algo que as marcou profundamente.
Cada uma a seu modo, borda os
retalhos, com seus momentos mais
marcantes, e no final, são postos,
coletivamente, formando assim a
Colcha de Retalhos, que retrataram
com imagens bordados os momentos
Charneiras de sua vida.
acabei entrando
em uma fase de
depressão que
até hoje não
esqueço.
- Minha mãe triste
com o que havia
acontecendo, me
encaminhou ao
Psicólogo, que
me ajudou muito.
- Com o passar
do tempo
consegui me
acostumar com o
lugar e as novas
pessoas que
agora me
rodeiam.
- O nascimento
da minha irmã foi
um dia muito
especial...
- Até os 9 anos
de idade sempre
fui sozinha...
- Desde então
não me sinto
mais só. Ela é
minha
companheira...
- Mesmo ela
- Paixão
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
Identificação com personagens do
filme
257
ajudando um ao outro a conquistar
objetivos e correndo juntos atrás de
nossos sonhos.
Em cada uma dessas cenas descritas,
absorvi muitos conhecimentos. É
necessário aceitar a mudança, e que
primeiramente a mudança deve ocorrer
dentro de nós, superei muitas coisas que
hoje, sei que se eu não tivesse passado
por tais mudanças e aprendido com as
próprias pessoas, eu não encontraria o
real significado da superação. Foram
momentos bons que trouxeram
melhorias para a pessoa que sou hoje.
Na primeira cena que descrevi, por conta
dos fatos, fui submissa ao caso, pois eu
não conseguia resolver o problema,
enquanto nas outras foram de autoria.
Porém, minha relação como aluno e
professor sempre foi de Autoria, sempre
gostei de ser boa aluna, respeitar o
espaço de aluno- professor, e ser não só
aluna, ser também uma amiga, pois da
mesma forma que o aluno quer contar
com o professor quando necessita, o
professor quer ter essa segurança de
contar com o aluno.
sendo mais nova,
me entende, me
passa
segurança...
- Sempre fui
muito emotiva e
sentimental.
- Em 2012
conheci um
rapaz...
- Eu sempre quis
namorar um
rapaz que
gostasse de mim
realmente e que
me respeitasse
como mulher.
- O respeito e o
amor estão acima
de qualquer coisa
e são
imprescindíveis
para um bom
relacionamento.
- Eu
primeiramente
agradeço a Deus
por estar nos
abençoando...
- Estamos
sempre ajudando
um ao outro a
258
conquistar
objetivos e
correndo juntos
atrás de nossos
sonhos.
- É necessário
aceitar a
mudança, e que
primeiramente a
mudança deve
ocorrer dentro de
nós.
- Superei muitas
coisas...
- Porém minha
relação como
aluna e com o
professor sempre
foi de autoria.
- Sempre gostei
de ser boa aluna,
respeitar o
espaço de aluno-
professor...
- Eu sempre fui
meio medrosa
com as coisas...
- Com 14 anos de
fato eu ainda
estava no ensino
fundamental...
259
- Nunca tive
problemas com a
escola e estudo,
pois sempre fui
bastante
disciplinada...
- Nunca tive
problemas com
professores e
sempre tirei boas
notas na escola.
- Entrei no meio
do ano e estava
na 8º série/ 9º
ano. Foi um ano
que não se
tornou bom para
mim...
- Foi então que o
medo passou a
ser meu
companheiro...
- Meus pais me
ensinaram a
nunca arrumar
confusão...
- Isto só teve fim
quando
finalmente as
cinco garotas
mudaram de
turno...
260
- Aprendi que no
decorrer da vida
encontramos
pessoas de todos
os tipos, que nos
enfrentam a nos
mantém presos
em um
paradigma que as
vezes achamos
que não somos
capazes de
resolver.
- A sociedade nos
enfrenta
diariamente e
cabe a nós tentar
passar por cima
disso, sem deixar
os nossos valores
de lado.
- Finn é pedida
em casamento e
vai à casa de sua
avó...
- Um grupo de
mulheres.
- Tecerem a mão
uma colcha de
retalhos feita a
partir de
momentos que já
viveram...
261
- Cada mulher
que esta tecendo
a colcha tem uma
história de vida
diferente...
- As histórias são
de amor, traição,
paixões
passageiras,
casamento
frustrado, etc.
- A cada retalho
tecido Finn vai
refletindo mais
sobre o que quer
de sua vida...
- Uma cena que
me chamou a
atenção foi que
cada parte do
filme apareciam
coisas que se
associavam
perante outras.
- Quando Finn se
interessou por
outro homem, o
objeto era o
morango que lhe
causava
tentação...
- O filme
expressa
262
claramente a
autonomia que
cada pessoa tem,
porém
trabalhando para
a coletividade...
- As histórias de
vida, que se
baseava em
coisas boas e
ruins.
- Cada mulher
que tecia os
retalhos teve pelo
menos um
momento
charneira em
suas vidas...
- No final são
postos
coletivamente,
formando assim a
Colcha de
Retalhos.
- Retratam com
imagens
bordadas, os
momentos
charneiras de
suas vidas.
NARRADOR 37
263
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Em 1985, quando estava cursando o 1
ano do ensino médio aos 18 anos,
mudamos de residência, pois
morávamos em casa alugada. Eu e
minha irmã, Maria, ficávamos, todas as
tardes, conversando e sentadas na
calçada. Sempre gostei muito de falar e
cumprimentar as pessoas. Em um belo
dia passou um rapaz, cumprimentei-o
dando boa tarde e fiquei observando-o.
No dia seguinte na mesma hora ele
passou novamente e descobri que se
chamava Paulo e morava bem perto da
minha residência. Começamos a ficar
mais próximos um do outro. Tudo muito
rápido. De repente, já estávamos
namorando. O que mais me encantava
no Paulo era o seu jeito de olhar, pois
transmitia muita confiança. Ele já tinha
terminado o ensino médio e, no ano
seguinte, prestara vestibular para uma
universidade pública, mas, infelizmente,
não logrou o êxito. No mesmo ano, tendo
em vista a dificuldade no mercado de
trabalho, pois em Timbaúba, havia
poucas opções de emprego, resolver a
viajar para São Paulo. Assim o fez, em
Vou contar um pouco da minha história.
Nasci em uma cidade do interior
pernambucano de nome Timbaúba Sou a
oitava filha de uma família pobre de 12
filhos. Não foi nada fácil, para minha mãe
cuidar de tantos filhos com poucos
recursos, pois meu pai era pedreiro e
minha mãe costureira.
À época, eram muitas as dificuldades,
entre as quais: saúde, educação e
moradia.
O salário do meu pai era insuficiente para
o sustento da família, contando assim com
a ajuda da minha mãe costurando para a
vizinhança. Muitas vezes, ela varava a
noite costurando, porque queria que todos
os filhos estudassem. Confesso que
poucos foram os que chegaram a
completar o ensino médio, apesar de todo
o esforço de minha mãe.
Foram muitos anos de dificuldades,
somente começando a mudar nossas vidas
quando o meu irmão mais velho iniciou a
trabalhar. Ele sempre foi uma pessoa
determinada e decidida e era com ele que
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Vou contar um
pouco da minha
história.
- Cidade do
interior de
Pernambuco...
- Sou oitava filha
de uma família
pobre de 12
filhos.
- Não foi nada
fácil para minha
mãe cuidar de
tantos filhos com
poucos recursos.
- Meu pai era
Pedreiro e minha
mãe Costureira.
- O salário do
meu pai era
insuficiente para
o sustento da
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
- Dificuldade de aprendizagem.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Insegurança;
- Mudanças;
- Carência afetiva
- Importância da família;
- Alegria;
264
fevereiro de 1986. Continuamos a
namorar, comunicando-nos por carta.
Dois meses depois, para minha
surpresa, escreveu para a mãe dele e
pediu que falasse com os meus pai e
solicitasse a permissão para eu vim
morar em São Paulo na casa da irmã
dele onde ele estava.
Meus pais consentiram. Já havia
começado o ano letivo, então tive de
deixar a escola, família e amigos e partir
para uma nova vida e era o que mais
desejava neste momento.
Cheguei em São Paulo no dia do
aniversário de Paulo. Tudo muito
diferente da vida em Pernambuco.
Cidade grande. Não sabia me locomover
nessa Selva de Pedra. Tiver de aprender
a andar sozinha para ir à procura de
emprego, mas, no início, Paulo antes de
trabalhar, deixava-me nos locais de
emprego e isso ele fez com muita
paciência. No início, confesso que foi
difícil a convivência com pessoas que eu
não conhecia.
Acredito que sempre na nossa
imaginação acreditamos que a tudo vai
ser lindo, porque é isso que queremos e
esquecemos que na vida não é só
maravilha e que há obstáculos para
superarmos. Consegui um emprego, mas
logo descobri que estava grávida do meu
primeiro filho e tive que mudar outra vez
o que pretendia fazer, pois voltei à casa
minha mãe podia contar em todos os
momentos.
Teve início uma mudança significativa na
minha vida, porque meu irmão começou a
ajudar financeiramente a todos, o que até
hoje continua fazendo, inclusive
orientações e palavra de conforto. Cheguei
a pensar, muitas vezes, que esse meu
irmão seria a pessoa que eu gostaria de
me espelhar.
família...
- Foram muitos
anos de
dificuldades...
- Uma mudança
significativa na
minha vida,
porque meu
irmão começou a
ajudar
financeiramente a
todos...
- Esse meu irmão
seria a pessoa
que eu gostaria
de me espelhar.
- Em 1985,
quando eu estava
cursando o 1º
ano do ensino
médio, aos 18
anos, mudamos
de residência.
- Eu e minha irmã
Maria ficávamos
todas as tardes
conversando e
sentadas na
calçada...
- Um belo dia
passou um
- Amor;
- Necessidade de aceitação;
NARRATIVA FÍLMICA:
265
dos meus pais em Timbaúba; não dava
para continuar grávida na casa da minha
cunhada e sem trabalhar.
Quando eu estava com oito meses de
gravidez, Paulo veio a Pernambuco de
férias e casamos. Ele retornou a São
Paulo, antes do nosso filho nascer.
Quando meu filho estava com três
meses, voltei a São Paulo, Desta vez,
passamos pouco tempo na casa da irmã
dele e logo fomos morar em uma casa
alugada.
Tivemos que aprender a conviver um
com outro. Passamos por dificuldades
financeiras, momentos de tristezas,
saudades e frustrações.
Hoje tenho 27 anos de casada, três filhos
e uma neta
Compreendi que nem sempre o que
imaginamos ser é o melhor pra nossas
vidas e que as dificuldades que passei,
faz-me ver a vida com mais prudência e
sabedoria.
rapaz...
- Começamos a
ficar mais
próximos um do
outro...
- De repente
estávamos
namorando.
- O que mais me
encantava no
Paulo era seu
jeito de olhar,
pois transmitia
confiança...
- Paulo resolveu
viajar para São
Paulo a procura
de ofertas de
emprego.
- Continuamos a
namorar,
comunicando-nos
por carta...
- Dois meses
depois, para
minha surpresa...
- Solicitasse a
permissão para
eu vir morar em
São Paulo...
266
- Meus pais
consentiram.
- Já havia
começado o ano
letivo, então tive
de deixar a
escola, família e
amigos...
- Era o que eu
mais desejava no
momento.
- Cheguei a São
Paulo... Tudo
muito diferente da
vida em
Pernambuco...
- Tive que
aprender a andar
sozinha para ir a
procura de
emprego...
- Confesso que
foi difícil a
convivência com
pessoas que eu
não conhecia.
- Na nossa
imaginação
acreditamos que
tudo vai ser lindo,
porque é isso que
queremos e
267
esquecemos que
na vida não é só
maravilha...
- Consegui um
emprego, mas
logo descobri que
estava grávida...
- Tive que mudar
outra vez o que
pretendia fazer...
- Voltei para a
casa dos meus
pais em
Timbaúba...
- Com oito meses
de gravidez Paulo
veio à
Pernambuco de
férias...
- Ele retornou
antes de nosso
filho nascer.
- Quando meu
filho estava com
três meses, voltei
à São Paulo...
- Tivemos que
aprender a
conviver um com
o outro.
268
- Passamos por
dificuldades
financeiras,
momentos de
tristezas,
saudades e
frustrações.
- Hoje tenho 27
anos de casada,
três filhos e uma
neta.
- Compreendi que
nem sempre o
que imaginamos
ser, é o melhor
para nossas
vidas e que as
dificuldades que
passei, faz-me
ver a vida com
mais prudência e
sabedoria.
NARRADOR 38
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
269
Na escola em que estudava no Rio de
Janeiro era muito rígido, era particular,
usava uniforme e o sapato que tínhamos
que usar se chamava kichute,
normalmente usado em todas as escolas
do Rio de Janeiro.
Quando minha mãe foi fazer a matrícula
na escola aqui de São Paulo, foi dito que
ela que eu teria que usar calça e
camiseta branca, mas nada foi dito em
relação ao sapato. No primeiro dia de
aula fui à escola do jeito que exigiram e
com o kichute, peça do uniforme que eu
já havia até trazido na mudança. E lá fui
eu já toda nervosa por ser uma situação
nova, por não conhecer ninguém.
Comecei a perceber que todos olhavam
diferente para mim e assim passoua
aula, fui para casa pensando que nunca
deveria ter mudado para cá. No outro dia
começou a piorar, os olhares diferentes
ficaram mais insistentes e ostensivos,
ate que descobri que o motivo era o meu
kichute. Foi então que descobri que aqui
em São Paulo não era costume usar
esse tipo de calçado na escola. O
choque cultural foi muito grande, me
sentia como uma intrusa aqui em São
Paulo, sentimento que ainda hoje me
aflora em algumas situações, sinto que
foi de total submissão, tive uma boa
relação com o professor, me adaptei
bem com o que era proposto sem ala de
Quando nasci, meu pai disse a minha mãe
que colocaria meu nome de Ana Paula, e
assim foi ao cartório, quando voltou me
apresentou a ela como Verônica, mas o
porquê desta mudança nunca ninguém
soube me explicar. Isso aconteceu no Rio
de Janeiro no dia 15/07/1979.
Vivi com os meus pais até os 5 anos de
idade. Pena não ter muitas lembranças
desse período. Foi então que tudo
começou a mudar, alguns acontecimentos
fizeram com que eles se separassem e
então passei a viver em outra casa com
minha mãe e avó. Com isso passei a ver a
figura do pai completamente diferente,
tinha um sentimento em relação a ele que
até hoje não sei explicar, e falando sobre
isso vem o sentimento novamente, sinto
como se ele fosse intocável, quando era o
dia dele ir me visitar, sentia um frio na
barriga, hoje em dia isto já diminuiu
O tempo foi passando e quando estava
com 12 anos minha mãe resolvei se mudar
para São Paulo a procura de novas
oportunidades, pois minha tia e meu tio já
moravam aqui. Não recebi muito bem a
noticia, naquele momento entendia como
se o mundo fosse acabar, me perguntava
como seria deixar minha casa, amigos,
escola, a cidade em que vivia, mas vim.
Quando cheguei, isolei-me, achava muito
diferente do cenário que vivia, ainda
faltavam 2 meses para o início das aulas e
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Quando nasci
meu pai disse a
minha mãe que
colocaria meu
nome de Ana
Paula...
- Vivi com meus
pais até os 5
anos de idade.
Pena não ter
muitas
lembranças
desse período.
- Passei a viver
em outra casa
com minha mãe e
minha avó.
- Com isso passei
a ver a figura do
pai
completamente
diferente...
- Sinto como se
ele fosse
intocável, quando
era o dia de ele ir
me visitar, sentia
frio na barriga,
hoje em dia isto
diminuiu.
- O tempo foi
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Insegurança;
- Mudanças;
- Carência afetiva
- Importância da família;
- Separação;
- Referência do pai;
- Perdas;
- Choque cultural;
- Desilusão;
- Sofrimento;
- Necessidade de aceitação;
270
aula, maslogo depois a situação
começou a mudar um pouco, já não era
mas aquela aluna aplicada e que sempre
tirava nota boa, parecia que queria
chamar atenção de algum jeito e
comecei a ficar rebelde, não queria ser
mais considerada aquela bobona que
eles achavam, ficavam tirando sarro do
jeito que eu pronunciava as palavras
falava, ficavam pedindo para pronunciar
palavras que puxavam mas no S,
Caracteristicas da fala do carioca, isso
fazia cada vez mas me sentir uma
intrusa. Fui me adaptando, o tempo foi
passando, terminei o ensino fundamental
e na hora de fazero ensino médio, optei
por fazer o técnico que era junto com o
magistério, com um ciclo de 4 anos. Mas
só fiz os 3 anos que me dariam o
certificado de conclusão do ensino
médio, pois sentido-me adulta e livre da
obediência que devia a minha mãe, aos
18 anos me casei. Até hoje me
arrependo muito é muito mesmo. Deixei
de viver muitas coisas e outras tantas
que vivi poderiam ter sido encaradas e
resolvidas de forma mais madura se eu
tivesse continuado meus estudos na
época, esse acontecimento foi de autoria
minha, tomei a decisão sozinha e sinto
que isso tem consequências até hoje,
acabei com essa atitude tendo minhas
filhas muito cedo e não tendo nenhum
preparo profissional, nunca trabalhei e
isso de vez em quando me assombra, só
agora aos 34 anos de idade me senti
segura para prosseguir com meus
nesse período me torturei muito,até chegar
o grande dia.
Aos 19 anos, em 1999, tive minha primeira
filha, que se chama Beatriz.
Tudo era muito difícil, eu não trabalhava e
o sustento da casa dependia apenas de
meumarido que exercia profissão de
motoboy, ou seja, os ganhos mal davam
para cumprir as obrigações. Em 2003, aos
24 anos, dei à luz minha segunda filha que
se chama Laura. Ainda persistia a
dificuldade financeira, mas logo depois a
situação começou a mudar, pois meu
marido trocou de profissão e optou por ser
taxista, o que começou dando muito certo
e continua até nos dias de hoje.
No ano de 2012 houve outra mudança em
minha vida, mudei novamente, dessa vez
continuei na mesma cidade, porém em
outro bairro que proporcionaria melhor
qualidade de vida para mim e minha
família. Tudo mudou para melhor e
finalmente tive a coragem de começar a
faculdade e concluir o objetivo que irá me
agregar enquanto pessoa.
Acredito que existiram dois momentos
charneira em minha vida: minha mudança
do Rio de Janeiro para São Paulo e minha
mudança de bairro. Eles foram os
responsáveis pelas transformações
ocorridas em minha vida. O primeiro me
apontando o caminho da adaptação
cultural ela qual forçosamente eu deveria
passar, o segundo me dando a
passando e
quando tinha 12
anos minha mãe
resolveu se
mudar para São
Paulo a procura
de novas
oportunidades...
- Não recebi
muito bem a
noticia...
- Me perguntava
como seria deixar
minha casa,
amigos, escola...
- Quando cheguei
isolei-me...
- Faltavam dois
meses para o
inicio das aulas...
- Na escola que
eu estudava no
Rio de Janeiro
tudo era muito
rígido, era
particular, usava
uniforme e o
sapato que
tínhamos que
usar se chamava
kichute...
- Quando minha
- Coragem.
NARRATIVA FÍLMICA:
271
estudos.
oportunidade de crescer emocional e
profissionalmente.
mãe foi fazer a
matricula na
escola de São
Paulo...
- No primeiro dia
de aula fui à
escola do jeito
que exigiram e
com o kichute...
- Comecei a
perceber que
todos olhavam
diferente para
mim...
- No outro dia
começou a piorar,
os olhares
diferentes ficaram
mais insistentes e
ostensivos...
- Descobri que o
motivo era o
kichute.
- Descobri que
aqui em São
Paulo não era
costume usar
este tipo de
calçado...
- O choque
cultural foi muito
grande, me sentia
272
intrusa aqui em
São Paulo...
- Tive uma boa
relação com o
professor, me
adaptei bem com
o que era
proposto em sala
de aula...
- Já não era mais
aquela aluna
aplicada e que
sempre tirava
nota boa...
- Parecia que
queria chamar
atenção de algum
jeito e comecei a
ficar rebelde.
- O tempo foi
passando...
- Na hora de
fazer o ensino
médio, optei por
fazer o técnico
que era junto com
o magistério...
- Só fiz três anos
que me dariam o
certificado de
conclusão do
273
ensino médio.
- Sentindo-me
adulta e livre da
obediência que
devia a minha
mãe, aos 18 anos
me casei.
- Até hoje me
arrependo...
- Deixei de viver
muitas coisas e
outras tantas que
vivi poderiam ter
sido encaradas e
resolvidas de
forma mais
madura...
- Acabei com
essa atitude
tendo minhas
filhas muito cedo
e não tendo
nenhum preparo
profissional...
- Aos 19 anos,
em 1999, tive
minha primeira
filha...
- Em 2003, aos
24 anos dei a luz
minha segunda
274
filha...
- No ano de 2012
houve outra
mudança em
minha vida...
- Tudo mudou
para melhor e
finalmente tive a
coragem de
começar a
faculdade e
concluir o objetivo
que irá me
agregar enquanto
pessoa.
NARRADOR 39
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
275
Quando estava no ensino médio minha
mãe sentia muito orgulho de mim, pois
ela não tinha tido aquela oportunidade.
Ela sempre me falava que tinha
aprendido a ler sozinha, porque a mãe
dela, ou seja, minha vó não era
alfabetizada.
Quando ingressei no ensino médio fui
mais feliz, porque tive bons professores
e dedicados, Um dos momentos mais
prazerosos na escola era o período de
campeonato, pois era uma das principais
jogadoras do meu time de vôlei. Ao
contrario do ensino fundamental, onde
não tive muito estimulo e não gostava de
ir á escola. Sentia-me excluída e
humilhada por uma professora que se
chamava Anita, não entendia o porque
dela não gostar de mim, Já que sempre
fazia as atividades que ela pedia, ás
vezes acho que ela sentia o medo que
tinha dela. Por isso, vive é todos os
momentos felizes no ensino médio
resgatando o que não vivi no
fundamental.
Sempre tive o desejo de constituir uma
família, mas minha mãe me deixava á
pensar, pois falava muito mal do
casamento, o que chamava atenção já
que não falava mal do meu pai apenas
do casamento. Muitas vezes não
entendia e cheguei até acreditar que isso
era verdade e ficava confusa, pois meu
Nasci no dia 09/04/1974, em uma
cidadezinha do interior de Aracajú-
Sergipe, minha mãe era uma mulher
guerreira, mas também muito rígidaás
vezes até com ela. Era ela que sempre
resolvia tudo que estavarelacionado com a
casa e os filhos, como escola e educação.
Fazendo seus deliciosos doces, a Maria
dos Doces como era chamada. Com a
venda desses doces comprava nossos
lápis e cadernos. Já meu pai um homem
muito trabalhador e que apesar de
trabalhar muito, sempre nos deu atenção e
nos educou.
Quando terminei o ensino médio me mudei
para São Paulo, onde conheci uma pessoa
muito importante na minha vida, o Missias.
Em pouco tempo nos casamos e tivemos
duas filhas , Paloma e Dayana. O que nos
fez muito feliz, apesar das dificuldades e
de muitas coisas que tivemos que abrir
mão, foi a melhor coisa que aconteceu em
nossas vidas. Dediquei-me só a elas
durante 18 anos, a idade da minha filha
mais velha, se me perguntassem se eu
faria tudo de novo, responderia que sim.
Hoje elas que me incentivam a fazer meu
curso de pedagogia, sinto não ter feito
antes, sempre achei que cursar este curso
era uma realidade distante, mas minhas
filhas me fizeram enxergar que nunca é
tarde para recomeçar. Hoje vivo uma nova
etapa de minha vida, mesmo com alguns
obstáculos. Mas estou seguindo em frente
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Milha mãe era
uma mulher
guerreira...
- Meu pai, um
homem muito
trabalhador...
- Quando estava
no ensino médio,
minha mãe sentia
muito orgulho de
mim, pois ela não
tinha tido aquela
oportunidade...
- No ensino
médio fui mais
feliz porque tinha
bons professores
e dedicados.
- Um dos
momentos mais
prazerosos na
escola era o
período de
campeonato...
- Ao contrário do
ensino
fundamental,
onde não tive
muito estimulo e
não gostava de ir
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Insegurança;
- Mudanças;
- Importância da família;
- Orgulho;
- Prazer;
- Perdas;
- Dificuldades financeiras.
NARRATIVA FÍLMICA:
276
pai era muito amoroso conosco e com
ela.
em busca do que sempre almejei.
Apesar de tudo depois de muitos doces
vendidos, para que pudesse ter meu
material escolar. Só tenho a agradecer
minha mãe e ao meu pai todos os anos
que eles dedicaram a mim e aos meus
irmãos. Mesmo com a vida simples que
tivemos valeu a pena porque hoje eu
posso valorizar a vida e passar isso para
minhas filhas e quem sabe um dia para os
meus netos. Que não precisamos de muito
para ser felizes. Basta amar desde o
nascer do por do sol.
a escola.
- Sentia-me
excluída e
humilhada por
uma professora...
- Sempre tive o
desejo de
construir uma
família.
- Minha mãe me
deixava a pensar,
pois falava muito
mal do
casamento...
- Chequei a
acreditar que isso
era verdade e
ficava confusa...
- Quando terminei
o ensino médio
me mudei para
São Paulo...
- Missias. Em
pouco tempo nos
casamos e
tivemos duas
filhas...
- Foi a melhor
coisa que
aconteceu em
277
nossas vidas.
- Dediquei-me só
a elas durante 18
anos...
- Hoje vivo uma
nova etapa de
minha vida...
- Só tenho a
agradecer minha
mãe e meu pai...
- Hoje posso
valorizar a vida e
passar isso para
minhas filhas.
NARRADOR 40
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Quando estava no segundo ano do
ensino médio, com 16 anos eu tive uma
amiga chamada Danielle, ela me
convidou para a festividade de jovens da
igreja dela. Eu falei que iria na mesma
hora, mas o meu coração não tinha esse
O escudo da Fé
Quando criança eu freqüentava a igreja
evangélica por obrigação, com minha mãe.
Cantava no departamento das crianças e
participava de festividades, fazia essas
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Quando criança,
freqüentava a
igreja evangélica
por obrigação...
- Quando fiz 12
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
278
desejo.
Esse evento seria na sexta e no sábado.
Eu falei que compareceria na sexta feira.
Então chegou a sexta, como já esperado
inventei várias desculpas e não fui.Como
havia prometido, no sábado fui.
A igreja muito grande e bonita, naquele
dia tinha uns 150 jovens no grupo da
mocidade. O culto estava rolando, as
pessoas cantavam e outras liam a bíblia.
Eu não prestava atenção nas coisas que
eram faladas, saia a todo momento para
atender o telefone, para comer ou ir ao
banheiro. Arrumava qualquer coisa para
sair um pouco da igreja, pois aquilo
estava me deixando entediada.
Na hora da palavra oficial, continuei sem
prestar atenção. Chegou um momento
que sem perceber eu estava muito
focada no que o Pastor dizia, parecia
que ele estava falando diretamente para
mim, como se conhecesse meu interior.
Ele dizia coisas que pensava porém
nunca havia falado a ninguém.
Chegou o final do culto e o Pastor
perguntou se alguém queria aceitar
Jesus Cristo como único e suficiente
salvador. Eu queria ir, mas fiquei com
muita vergonha e a Danielle veio até mim
e só com um abraço que ela me deu eu
chorava muito, chorava como uma
criança. Foi um choro sem tristeza e que
não cessava. E foi ali que me reconciliei
coisas sem vontade e ânimo. Não demorou
muito, quando fiz 12 anos de idade sai da
igreja, foi a idade em que minha mãe me
deu liberdade para decidir qual caminho
seguir.
Os anos foram se passando e eu continuei
sem me importar com igreja e questões
religiosas.
No dia 03/11/2012.
A partir desse dia eu tenho uma vida
inteiramente ligada a igreja, sou muito feliz
com Jesus. Mudei meu jeito de falar, de
ver, de se vestir e também os lugares os
quais eu freqüentava. Hoje sou
verdadeiramente feliz com a minha vida.
E através da minha fé em Jesus fui
transformada, renovada e protegida. A
minha Fé move monttanhas.
anos de idade sai
da igreja...
- Quando estava
no segundo ano
do ensino médio,
com 16 anos, eu
tive uma amiga...
- Eu falei que iria
na mesma hora,
mas meu coração
não tinha muito
este desejo.
- Como havia
prometido, no
sábado eu fui.
- A igreja é muito
grande e bonita...
- Eu não prestava
atenção nas
coisas que eram
faladas...
- Chegou um
momento que
sem eu perceber,
eu estava muito
focada no que o
Pastor dizia.
- Parecia que ele
estava falando
diretamente para,
como se
conhecimento, professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Insegurança;
- Importância da família;
- Felicidade;
- Carência afetiva;
- Ingenuidade.
NARRATIVA FÍLMICA:
279
e decidi viver uma nova vida com Cristo conhecesse o
meu interior.
- Chegou o final
do culto e o
Pastor perguntou
se alguém queria
aceitar Jesus
Cristo como o
único e suficiente
salvador...
- Com uma
abraço que ela
me deu, eu
chorava como
uma criança...
- Foi um choro
sem tristeza e
que não
cessava...
- A partir desse
dia eu tenho uma
vida inteiramente
ligada à igreja.
- Sou muito feliz
com Jesus.
- Mudei meu jeito
de falar, de se
vestir e também
os lugares ao
qual freqüentava.
- Hoje sou
280
verdadeiramente
feliz com a minha
vida.
- A minha fé
move montanhas.
NARRADOR 41
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Em meados de 1997 eu, com apenas
seis anos de idade, estudava na escola
de ensino infantil “Folhinha Verde” e, lá
tive inicio aos primeiros contatos com a
escrita e o desenvolvimento desta
habilidade. Lembro-me muito bem de
que me divertia muito. Sempre como
recreação assistíamos o Pequeno Urso,
desenho infantil que era transmitido pela
TV Cultura. O conga vermelho que usava
(tênis), a lancheirinha pequena da qual
eu utilizava, tudo muito enrraizado dentro
de mim, sem motivos aparentes, são
cenas das quais não me esqueço.
Porém. Certa ocasião algo não ocorreu
bem.
Aguardando o horário de ir embora da
creche, a professora se deparou em uma
situação em que falava as cores de alguns
lápis de cor com uma aluna pequena, eu
não sabia das cores. Isto chegou ao
conhecimento dela pois, me intrometi na
conversa dela com a estudante e errei a
cor do lápis. Ela demonstrou espanto por
eu ter errado a cor, e logo em seguida me
mostrou outro lápis. Errei novamente.
Talvez em um ato de desespero, a mesma
abriu um estojo com mais ou menos
cinqüenta lápis e os arremeçou na mesa, o
barulho foi alto deles caindo sobre a mesa
de madeira. Me desesperei, e errei todas
as sequências de cores que a amável
professora me mostrava, meu coração
O filme “Colcha de Retalhos” me
chamou a atenção devido a arte de
pintar quadros que no filme é
mostrada. A própria Colcha é uma
expressão artística, e me atrai.
Em 2008 aprendi a tocar viola, até
hoje não sei fazer direito, mas
representa para mim um cano que
conduz meus sentimentos para fora,
que alivia minhas tensões.Minha
expressão artística, e isso mudou
minha trajetória. Muitas vezes mesmo
sem fazer nada, pego meu violão e
fico quieto com ele. Quando não me
abro, quando não falo de mim, toco
meu amado violão e sei que ele serve
- Com apenas
seis anos de
idade...
- O conga
vermelho que
usava (tênis), a
lancheirinha
pequena da qual
utilizava...
- Aguardando o
horário de ir
embora da
creche, a
professora se
deparou em uma
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Insegurança;
281
desparava e eu desejava ir embora
correndo daquele lugar.
Sempre me lembro desse fato, até porque
hoje em dia tenho uma séria dificuldade
em identificar as cores, até hoje não
consigo realizar esta função, e acredito
que mesmo implícito esse ocorrido gerou
uma vontade dentro de mim de ser
professor e de ter atitudes diferentes com
meus educandos.
de consolo. A arte a partir da musica
transformou-me e me deu um escape
para minhas emoções.
situação...
- Eu não sabia
das cores...
- Me intrometi na
conversa dela
com a estudante
e errei a cor do
lápis.
- Ela demonstrou
espanto por eu
ter errado a cor e
logo em
seguida...
- A mesma abriu
um estojo com
mais ou menos
cinqüenta lápis e
os arremeçou na
mesa.
- O barulho foi
alto...
- Me desesperei e
errei todas as
sequências de
cores...
- Meu coração
desparava e eu
apenas desejava
ir embora
correndo daquele
- Frustração
- Tensão;
- Medo;
- Carência afetiva;
NARRATIVA FÍLMICA:
- Consciência de si e do outro.
- Identificação com personagens
do filme
282
lugar.
- Hoje em dia
tenho uma séria
dificuldade em
identificar as
cores, até hoje
não consigo
realizar esta
função...
- Acredito que
mesmo implícito
esse ocorrido
gerou uma
vontade dentro
de mim de ser
professor.
- Ter atitudes
diferentes com
meus educandos.
O filme “Colcha
de Retalhos” me
chamou atenção
devido a arte de
pintar quadros...
- A própria
Colcha é uma
expressão
artística.
- A arte me atrai.
- Em 2008
aprendi a tocar
283
violão. Até hoje
não sei fazer
direito.
- Representa
para mim um
cano que conduz
meus
sentimentos.
NARRADOR 42
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Bom, na minha vida escolar para ser
sincera, hoje eu vejo como fui
displicente e não levava nada à sério.
Um momento que guardo com
bastante carinho foi uma peça que
fizemos sobre Macbeth, era um drama
que acabou virando comédia, era um
grupo de mais ou menos quinze
pessoas e os ensaios eram uma
bagunça.
E por estarmos tão entusiasmados a
peça ficou muito comprida, todos
queriam um minuto de fama, mas na
E quando acabei o Ensino Fundamental,
eu só trabalhava e saia aos fins de semana
com minhas amigas, éramos em cinco
meninas. Até o dia que meu Pai veio falar
comigo sobre a influência que uma delas
tinha sobre mim, eu protegendo minha
amiga briguei feio com ele.
Fiquei sem falar com ele alguns meses,
infelizmente por ironia do destino ele foi
morto em um assalto, foi uma dor imensa,
só ai vi a besteira que eu fiz em brigar com
ele por uma pessoa passageira em minha
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Hoje vejo como
fui displicente e
não levava nada
a sério.
- Um momento
que guardo com
bastante carinho
foi uma peça que
fizemos...
- Todos queriam
um minuto de
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
284
hora da apresentação ficamos todos
muito nervosos, foi um sucesso , ao
menos fomos bem aplaudidos.
Agora me lembro bem, em química eu
era bem submissa, não entendia nada,
só na hora dos trabalhos em grupo que
conseguia tirar minhas dúvidas. Eu
trabalhava durante o dia e a noite
estudava, não pensava em fazer
faculdade estava bem cômodo.
.
vida e que ele só queria o meu bem.
A partir dai passei a valorizar mais minha
família, depois de alguns meses tive um
relacionamento conturbado, mas que me
deu um presente imenso, meu filho que ao
fazer a ultrassom, vimos que era um
menino não pensei duas vezes coloquei o
nome de Antônio Carlos o mesmo nome do
meu pai. Um mês depois do seu
nascimento tive de voltar a trabalhar, coma
ajuda daminha mãe me dediquei a dar o
melhor pra ele. Então decidimos abrir uma
loja de locação de trajes à rigor, foi quando
conheci uma pessoa muito especial que
me fez e faz muito feliz, nos casamos
tempos depois mais uma surpresa eu
estava grávida, foi uma gravidez de risco,
tanto para mim como para o bebê, foram
muitas idas e vindas do hospital até
completar trinta e sete semanas. Por
tantas coisas acontecendo não
conseguimos manter a loja, tivemos que
fechar outro baque na minha vida o fim de
um sonho, que veio acompanhada da
alegria de ter meu filho com saúde em
meus braços.
Tentei voltar a trabalhar mais como
vendedora tem de trabalhar até de sábado,
com duas crianças ficou impossível e como
Mauro já está com um ano e oito meses,
coloquei ele na creche e decidi fazer
faculdade que vai me ajudar com eles
tanto na educação como também no
convívio diário, também poder isso com
fama...
- Foi um sucesso,
ao menos fomos
bem aplaudidos.
- Me lembro bem,
em química e era
submissa.
- Só na hora dos
trabalhos em
grupo que
conseguia tirar
minhas dúvidas.
- Não pensava
em fazer
faculdade, estava
bem cômodo.
- Quando acabei
o ensino
fundamental, eu
só trabalhava e
saia aos fins de
semana com
minhas amigas...
- Meu pai veio
falar comigo
sobre a influência
de uma delas...
- Briguei feio com
ele...
- Por ironia do
que solicitou a atividade;
- Insegurança;
- Sofrimento;
- Perda;
- Dor;
- Importância da família;
- Frustração
- Casamento;
- Felicidade;
- Maternidade.
NARRATIVA FÍLMICA:
285
outras crianças me empolga bastante. destino ele foi
morto em um
assalto...
- A partir daí
passei a valorizar
muito mais minha
família.
- Tive um
relacionamento
conturbado.
- Que me deu um
presente imenso.
Meu filho...
- Vimos que era
menino.
- Não pensei
duas vezes
coloquei o nome
de Antonio Carlos
o mesmo...
- Conheci uma
pessoa muito
especial e
tempos depois
nos casamos..
- Eu estava
grávida...
- Com duas
crianças ficou
impossível...
286
- Depois decidi
fazer faculdade
que vai me ajudar
com eles tanto na
educação como
no convívio
diário...
NARRADOR 43
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Ao relembrar momentos que foram
vivenciados em minha vida,
precisamente ao ensino médio me
recordo que teve que ser superar e ter
a capacidade de voltar a estudar pois,
alguns anos atrás havia abandonado a
escola para me casar e ser uma
esposa convencional.
Após se passarem mais de seis anos
não estava feliz com a escolha que
tinha feito, devido a frustração de
deixar meus sonhos e por não
acreditar ser mais possível recuperar-
los.
.
Fiz minha matricula no primeiro dia de aula
notei que assim como eu havia pessoas,
que se dedicaram de algumas horas do
seu dia para se dedicar a algo que
ninguém jamais nos poderia tira, o
conhecimento.
Tive o privilégio de ter excelentes
professores que realmente estavam
comprometidos a ensinar, independente do
grau deanos longe dos estudos. Foram o
total de um ano e meio de muita
dificuldade, porque assim como hoje
trabalho e estudava mas sempre, tive o
apoio da família que me incentivava a não
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Me recordo que
teve que ser
superar e ter a
capacidade de
voltar a estudar.
- Alguns anos
atrás havia
abandonado a
escola para me
casar...
- Não estava feliz
com a escolha
que tinha feito,
devido a
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
- Abandono escolar.
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
287
No entanto havia algo dentro de mim
que dizia, você pode ser realmente se
der a oportunidade de caminhar em
direção ao que deseja seu coração.
Me lembro de que naquela noite quase
não consegui dormir porque dentro de
mim nascia uma nova esperança e
com ela a força pra recomeçar.
desistir
Hoje estou na faculdade e feliz por mais
essa etapa em minha vida e por lá atrás ter
voltado a acreditar em meus sonhos.
Tenho a certeza de que será difícil e que
terei que terei que passar muitas noites
noite estudando, que irei acordar cedo e
dormir tarde, mas valerá cada sacrifício
porque com seu tempo colherei os frutos e
poderei saborear o prazer da vitória e de
ter me sujeitado como mulher e como
pessoa . E pode ser que meu exemplo
sirva para alguma pessoa, como motivação
e superação. E isso que eu acredito todos
os dias!!!
frustração de
deixar meus
sonhos...
- Havia algo
dentro de mim
que dizia você
pode ser
realmente se der
a oportunidade...
- Nascia uma
nova esperança e
com ela a força
de recomeçar.
- Fiz minha
matricula...
- Tive o privilégio
de ter excelentes
professores...
- Hoje estou na
faculdade e
feliz...
- Tenho certeza
que será difícil e
que terei que
passar muitas
noites noite
estudando...
- Mas valerá cada
sacrifício porque
com seu tempo
colherei os frutos
que solicitou a atividade;
- Insegurança;
- Casamento;
- Frustração;
- Felicidade;
- Esperança;
- Recomeço.
NARRATIVA FÍLMICA:
288
e poderei
saborear o prazer
da vitória e de ter
me sujeitado
como mulher e
como pessoa.
- Pode ser que
meu exemplo
sirva para alguma
pessoa, como
motivação...
NARRADOR 44
NARRATIVA BIOGRÁFICA
CENAS DO ENSINO MÉDIO
NARRATIVA (AUTO) BIOGRÁFICA
QUADRO LINHA DA VIDA
MOMENTOS CHARNEIRAS
NARRATIVA FÍLMICA
METÁFORAS
PALAVRAS-
CHAVE
E PARÁFRASES
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
Durante meu ciclo do ensino
fundamental, passei por vários
momentos maravilhosos e que
marcaram. Um deles foi quando
participei de um campeonato de
ginástica olímpica, e representei minha
escola na modalidade salto a distância
e ganhei levei a medalha, o que mais
gostava neste ciclo da minha vida
Algo que também marcou muito neste
mesmo período foi o fato de ter estudado 3
anos com a mesma professora Arací, e
quando iniciei o quarto ano, logo no
primeiro dia de aula descobri que tinha
mudado a minha professora, fiquei
extremamente desapontada perdi a
vontade de ir as aulas, ia memso por
obrigação até acostumar com a nova
A narrativa não faz relação com o
filme.
- Passei por
momentos
maravilhosos...
- Um deles foi
quando participei
de um
campeonato de
NARRATIVA BIOGRÁFICA:
- Necessidade de aprovação do
outro;
- Relação de submissão com o
conhecimento, professor e
consigo.
289
eram as atividades paralelas a aula
teórica, como a ginástica, a fanfarra, os
teatros, filmes, jogos e etc...
professora, que no fim acabei criando uma
grande afeição.
Outro momento bem marcante foi quando
iniciei o ensino médio, logo sofri um
acidente de moto e tive que ficar seis
meses ausentada, isso atrapalhou muito
minha vida escolar pois dai em diante tive
uma grande dificuldade em concluir o
primeiro colegial, tive que refaze-lo uma
vez, fiquei desgostoza por outros fatores e
acabei ficando um tempo sem estudar,
depois de um ano retomei meus estudos
mais conclui com supletivo.
Bom isso foi um pouco dos meus
momentos charneiras, minha trajetória até
concluir o ensino médio.
ginástica...
- Algo que
também marcou
muito neste
período foi o fato
de ter estudado
três anos com a
mesma
professora...
- Descobri que
tinha mudado a
minha professora,
fiquei
extremamente
desapontada...
- Quando iniciei o
ensino médio
logo sofri um
acidente...
- Fiquei
desgostosa por
outros fatores e
acabei ficando
um tempo sem
estudar.
- Depois de um
ano retomei meus
estudos, mas
conclui com
supletivo.
- Isso foi um
pouco dos meus
NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA:
- Transferência com o professor
que solicitou a atividade;
- Insegurança;
- Casamento;
- Frustração;
- Felicidade;
- Esperança;
- Recomeço.
NARRATIVA FÍLMICA:
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