A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA FORMAÇÃO ESCOLAR DOS EDUCANDOS DA EJA EM SUA DIVERSIDADE
Autora: CATARINO, Claudeti Matias1Orientadora: UTIDA, Jussara Eliana ²
RESUMO
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que passou por muitas mudanças até chegar à organização atual. Sabe-se que na graduação, no curso de Educação Física, durante muito tempo foi ensinado aos acadêmicos de que forma trabalhar com crianças e adolescentes da escola regular, e pouca atenção a EJA, em que se trabalha com adolescentes, adultos e idosos que, muitas vezes, não tiveram acesso ou possibilidades de dar continuidade aos estudos na idade escolar própria. A partir disso pela experiência da autora percebe-se a necessidade de desenvolver um trabalho que favoreça o atendimento desses alunos, respeitando suas possibilidades, limites e vivência corporal. O presente artigo aborda, portanto, a disciplina de Educação Física e seu desenvolvimento na EJA que, de acordo com o artigo 37 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, uma modalidade “destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. Ao tratar da Educação Física expressamos a importância da disciplina como área de estudo da cultura humana, privilegiando não só a aprendizagem de movimentos, mas a aprendizagem para e sobre o movimento.
Palavras-chave: Educação Física; Educação de Jovens e Adultos; Diversidade.
1 ¹ Professora de Educação Física da Rede Pública Estadual. Atua no Colégio Estadual Alberto Carazzai – Ensino Fundamental e Médio – Educação de Jovens e Adultos; Especialização em Didática e Metodologia do Ensino e Educação Especial.
² Jussara Eliana Utida/ Universidade Estadual do Norte do Paraná/Campus Jacarezinho. Mestrado em Educação; Especialização em Saúde Pública e Ação Comunitária; Terapia Familiar e Terapia do Casal; Metodologia do Ensino Superior e Educação Especial.
1Introdução
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que
passou por muitas mudanças até chegar à organização atual. Sabe-se que na
graduação, no curso de Educação Física, durante muito tempo foi ensinado aos
acadêmicos de que forma trabalhar com crianças e adolescentes da escola regular,
e pouca atenção a EJA, em que se trabalha com adolescentes, adultos e idosos
que, muitas vezes, não tiveram acesso ou possibilidades de dar continuidade aos
estudos na idade escolar própria. A partir disso pela experiência da autora do
referido projeto percebe-se a necessidade de desenvolver um trabalho que favoreça
o atendimento desses alunos, respeitando suas possibilidades, limites e vivência
corporal.
Na organização atual é relevante o papel da Educação Física, embora este
não seja reconhecido pelos alunos. Assim, o presente Projeto de Intervenção tem
como objetivo desenvolver ações, junto aos alunos, com o intuito de que o mesmo
evidencie a contribuição desta área do conhecimento para sua vida cotidiana.
Considerando que todas as pessoas são capazes de aprender e, que
independente da idade e situação financeira, o corpo é instrumento de trabalho e
lazer, foram levantados os seguintes questionamentos: Qual a importância da
Educação Física para os alunos da EJA? As aulas de Educação Física têm atendido
prontamente esta diversidade de alunos? De que forma os conteúdos estruturantes
da Educação Física vem sendo trabalhados na EJA?
A partir do problema, elencamos como objetivo geral verificar a importância
de se trabalhar de maneira ampla a cultura corporal nos educandos da EJA, as
formas de conceber o papel da Educação Física na formação do aluno como parte
integrante da educação, de maneira teórica e prática, favorecendo a aprendizagem
do aluno. E, ainda, como objetivos específicos:
Compreender a importância da atividade física independente do fator
idade.
Proporcionar situações que favoreçam o reconhecimento da
importância das atividades recreativas no contexto escolar.
Valorizar a relação da teoria e da prática de maneira a superar a
tradicional, prática pela prática.
Discutir e refletir sobre a Educação Física para alunos trabalhadores,
favorecendo nas suas relações interpessoais.
2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UMA NECESSIDADE HISTÓRICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA
A educação de jovens e adultos (EJA) é, de acordo com o artigo 37 da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9394/96, uma modalidade
“destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino
fundamental e médio na idade própria”. Tal modalidade não é recente, isto porque a
demanda de jovens e adultos que não se alfabetizou ou se escolarizou na faixa
etária prevista é muito grande.
Essa não-escolarização tem ralação estreita com as condições
socioeconômicas, como o trabalho infantil, a baixa renda, a falta de moradia e de
emprego. Também podemos considerar outros fatores, como a falta programas
consistentes de qualificação docente e de condições de trabalho que viabilizem o
acesso e a permanência do aluno na escola.
Sérgio Haddad, no artigo “A educação de pessoas jovens e adultos e a nova
LDB” (BRZEZINSKI, 1997), comenta que a legislação, até o momento das
discussões iniciais sobre uma nova LDBEN, procurou refletir a preocupação com o
universo de exclusão social. O educador nos alerta que a LDBEN 9394/96
contempla a modalidade, mas a transforma em uma educação de “segunda classe”.
[...] como o texto da lei foi produzido no legislativo, acaba por refletir as intenções contraditórias que permearam os processo negociações e
pressões de interesse diversos presentes em sua elaboração. Neste sentido, cabe buscar tais aspectos de modo prever, no movimento mais geral das reformas educacionais, os possíveis caminhos para ampliar os espaços de democratização (HADDAD apud BRZEZINSKI, 1997,p. 112- 113).
Assim, a LDBEN trata da temática EJA, mas de maneira parcial e,
priorizando a educação de crianças em detrimento de outros grupos sociais.
No entanto, a EJA vem sendo reconhecida como um direito desde os anos
trinta. O contexto da referida década foi de intenso entusiasmo pela educação.
Surgiram ligas contra o analfabetismo, fundadas por intelectuais, médicos e
industriais imbuídos do fervor nacionalista, que pregavam o patriotismo, o moralismo
e o civismo. Nas décadas de 1940 e 1950 a modalidade ganhou relevância com as
campanhas de alfabetização como o Mobral e o ensino supletivo dos governantes
militares, além da “Fundação Educar” da Nova República.
Nas décadas de 1940 e 1950 a modalidade ganhou relevância com as
campanhas de alfabetização como o Mobral e o ensino supletivo dos governantes
militares, além da “Fundação Educar” da Nova República, Xavier (1994) pontua os
principais marcos deste período:
• 1946 (- 1958): Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA).
• 1947: l Congresso Nacional de Educação de Adultos (“ser brasileiro é ser
alfabetizado”).
• 1952: Campanha Nacional de Erradicação do analfabetismo (CNEA).
• 1952: (-1963): Campanha Nacional de Educação Rural (CNER).
• 1959: ll Congresso Nacional de Educação de Adultos.
• 1960: início dos Movimentos de Cultura Popular (MCP) – Prefeitura de Recife.
• 1961: Movimento de Educação de Base (MEB), movimento de cultura popular
vinculado á CNBB.
• 1962: Mobilização Nacional Contra o Analfabetismo (MNCA).
• 1963: Comissões de Cultura Popular (CCP).
• 1964: Programa Nacional de Alfabetização.
Cruzada da Ação Básica Cristã – financiada pelo governo federal, tentava
contestar os movimentos educativos do nordeste inspirados em Paulo Freire e nos
movimentos de Cultura Popular.
• 1967: Movimento Brasileiro de Alfabetização (Lei nº 5370/ MOBRAL –
concebido como sistema de controle da população, referência de EJA no
regime militar).
• 1985: Fundação Nacional para a Educação de Jovens e Adultos (FUNDAÇÃO
EDUCAR).
A Constituição Federal, promulgada em 1988, garantia no artigo 208 – inciso I
– “ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que não tiveram
acesso na idade própria”. Já o ato das Disposições Constitucionais transitórias, em
seu artigo 60, registrou o compromisso do poder público em desenvolver esforços
para eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental. Tais esforços
ocorreriam nos dez primeiros anos de promulgação da Constituição e mobilizariam
todos os setores organizados da sociedade, aplicando 50% dos recursos
financeiros.
Porém, a emenda Constitucional nº 14 suprimiu a obrigatoriedade do Poder
Público em oferecer ensino fundamental para os que a ele não tiveram acesso na
idade própria. E os “cortes” não param por ai, a referida emenda também suprimiu,
do artigo 60, o compromisso de eliminar o analfabetismo em dez anos além de
retirar o vínculo dos percentuais de recursos financeiros estabelecidos. Em 1990, o
Programa Nacional de Alfabetização e cidadania (PNAC) foi lançado pelo Ministro
José Goldemberg.
A partir da emenda 14 foi criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), regulamentado
pela Lei nº9424 de 24 de dezembro de 1996. Seu artigo 2º trata da distribuição de
recursos e considera apenas as matriculas de 1º a 8º do ensino fundamental. A
contabilização das matriculas do ensino fundamental foi vetada pelo então
presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). Desta forma, a EJA foi excluída dos
recursos do referido fundo. Diante do fato concordamos com o jornalista Gilberto
Dimenstein, que em seu livro “O cidadão de papel”, denuncia:
Tão frágil como papel e, quase sempre, com seus direitos assegurados apenas no papel. Assim se resume a cidadania no Brasil, onde, apesar de todos os avanços, a regra é a exclusão social, a incapacidade de oferecer um mínimo de igualdade de oportunidades ás pessoas (2002, p. 3).
O governo, além de suprimir da Constituição o compromisso de eliminação do
analfabetismo no prazo de dez anos, não apresentou na LDBEN nº 9394/96 nenhum
artigo que mencione a questão do analfabetismo, como se este não constasse da
realidade brasileira.
A EJA continuou a ser debatida em muitos eventos, tanto internacionais e
nacionais, como também no estado do Paraná.
• 1998: V Conferência Internacional de Educação de Adultos (CONFINTEA),
em Hamburgo (Alemanha).
• 1999: I ENEJA (Rio de Janeiro), que “rendeu frutos” em anos posteriores: II
em Campina Grande (RN); III em São Paulo; IV em Belo Horizonte (MG); V
em Cuiabá (MT); VI em Porto Alegre (RS);VII em Brasília (DF) e VIII em
Recife (PE).
• 2002: Fórum Paranaense de EJA, na cidade de Curitiba.
I EPEJA (Ponta Grossa), seguido do II em Londrina (2003); III em Maringá
(2004) e IV em Faxinal do Céu (2005).
Em 2003 o MEC lançou o Programa Brasil Alfabetizado e em agosto de 2004
a SEED/PR o Programa Paraná Alfabetizado.
No que se refere á legislação, em maio de 2000 as Diretrizes nacionais para a
Educação de Jovens e Adultos (CNE) foram apresentadas. A temática também é
contemplada no Plano Nacional de Educação-MEC (2001). Valente (2001) comenta
que, no PNE, a educação de jovens e adultos é “uma subseção que retoma a linha
de anunciar intenções, como a de erradicar o analfabetismo até o final da década
coberta pelo PNE, sem, no entanto, amarrá-las a meios e mecanismos que
viabilizem o fim proclamado” (p.31). Isto porque, quando Fernando Henrique
Cardoso (FHC) vetou o dispositivo que incluía o desenvolvimento e a manutenção
da EJA no universo dos dispêndios a serem cobertos pelo Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e valorização do Magistério (FUNDEF), o
financiamento para a modalidade foi impossibilitado. Dessa forma, o PNE não
aponta de modo consistente como ocorrerá o financiamento para esta modalidade
de ensino.
Já o Plano Nacional da Educação proposto pelo grupo que considera os
interesses do povo e dos educadores progressistas, que ficou conhecido com
PNE/Sociedade brasileira – apresentou Diretrizes e Metas para a “Educação de
Jovens e Adultos e Erradicação do Analfabetismo” de maneira indissociável. Tal
plano volta a atribuir ao Estado a responsabilidade pela modalidade em pauta.
A educação de jovens e adultos se coloca como prioridade social e deve ser do Estado enquanto questão de justiça, direito á cidadania e necessidade nacional. O enfrentamento da erradicação do analfabetismo se fará, com financiamento do poder público, através de ampla mobilização nacional, que, em torno de uma unidade de princípios, respeite e preserve formas de organização e atuação social, diferenças culturais, ritmo e organização das comunidades em que o trabalho de alfabetização se realiza (PNE/SB apud SAVIANI, 2004, p.141).
Podemos identificar as diferentes posições assumidas pelos diferentes
grupos: a desobrigação do Estado, assinada por FHC e a responsabilização deste,
assumida pelo grupo do deputado Ivan valente.
A partir deste panorama histórico, é possível constatar a grande melhoria que
programas de alfabetização como a EJA traduzem para a sociedade. Assim, o
educador não deve perder de vista esta perspectiva e partir em busca de
metodologias criativas, invenções que levem o jovem e o adulto analfabetos a
estudarem para serem cidadãos melhores, com maior qualidade de vida. Para tanto
é preciso também lutar para que estes programas continuem atuando, para que a
EJA seja incluída como uma modalidade realmente significativa dentro da Educação
Básica.
3 A EDUCAÇÃO FÍSICA NAS DIRETRIZES CURRICULARES ESTADUAIS
Em 2008 os professores da rede pública estadual das disciplinas da Base
Comum receberam a versão oficial das Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE). Tal
documento foi elaborado por meio de uma metodologia que primou pela discussão
coletiva ocorrida, efetivamente, durante os últimos cinco anos e envolveu todos os
professores da rede.
O texto que orienta a organização das disciplinas constitui-se de uma
abordagem sobre a dimensão histórica das mesmas, com ênfase na
problematização das relações entre as ciências de referência e a disciplina escolar,
além do seu percurso neste âmbito. O documento destaca os mais recentes
indicativos que marcaram a história do componente curricular, ou seja, as diretrizes
foram elaboradas tendo como referência o Currículo Básico da escola pública do
Paraná, a Proposta de Reformulação do 2ª grau e os parâmetros Curriculares
Nacionais, este último, guardada as devidas proporções, tendo em vista ser um
documento de cunho neoliberal.
No caso da disciplina de Educação Física, o documento assim se apresenta:
1- Dimensão Histórica da Disciplina de Educação Física
2- Fundamentos Teórico-Metodológicos
3- Conteúdos Estruturantes
4- Encaminhamentos Metodológicos
5- Avaliação
6 -Referências
O termo “conteúdos estruturantes”, que surgiu juntamente com as diretrizes,
explicita que a reformulação curricular da Educação Básica do Estado do Paraná dá-
se a partir da retomada dos conteúdos disciplinares, numa perspectiva diferenciada,
fundamentada na ideia de conteúdos estruturantes das disciplinas escolares.
Entende-se, por conteúdos estruturantes, os saberes – conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas – que identificam e organizam os diferentes campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados basilares e fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudos e/ou de suas ares. Estes conteúdos são selecionados a partir de uma análise histórica da ciência de referência e/ou da disciplina escolar (PARANÁ/SEED, 2008, p.25).
Acredita-se que a denominação pode ser nova, porem o educador Dermeval
Saviani, na comunicação apresentada na Mesa-Redonda sobre a “Natureza e
especificidade da Educação”, em 1984, já havia apontado o objeto da educação e a
importância dos conteúdos.
Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, á identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se formem humanos e, de outro lado e concomitantemente, á descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objeto (SAVIANI, 1984, p.02).
No primeiro aspecto abordado – identificação dos elementos culturais que
precisam ser assimilados – evidencia-se a seleção dos conteúdos. E o educador
alerta-nos para a distinção entre o essencial e o acidental, o principal e o
secundário, o fundamental e o acessório, ou seja, para a distinção dos conteúdos
que agora são denominados “estruturantes”.
As DCE apresentam como conteúdos estruturantes da Educação Física:
Esporte, Jogos e Brincadeiras, Ginástica, Lutas e Danças.
Apresentam ainda, como elementos articuladores: o corpo, a ludicidade, a
saúde, o mundo do trabalho, a desportivização, a técnica e a tática, o lazer, a
diversidade, a mídia.
No ensino de Educação Física expressa-se a importância da disciplina como
área de estudo da cultura humana, privilegiando não só a aprendizagem de
movimentos, mas a aprendizagem para e sobre o movimento. Desta forma
utilizamos autores citados nas DCE, Taborda e Oliveira, quando apontam que os
objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das
relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como
expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais
historicamente produzidas.
Os princípios que abrangem o ensino da Educação Física não podem deixar
de destacar o principio da inclusão que tem como meta a participação e reflexões
concretas e efetivas de todos os membros do grupo, buscando reverter o quadro
histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas
corporais, resultando na valorização exacerbada no desempenho e da eficiência e,
consequentemente, na exclusão do educando trabalhador.
4 AS DIRETRIZES DA EJA NO ESTADO DO PARANÁ
As Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) do Paraná constituem-se como
um documento norteador, elaborado de forma coletiva, com a participação dos
profissionais envolvidos no processo de EJA, principalmente o professor, traçando
uma estratégia pedagógica para atingir, com êxito, os alunos inseridos nesse
processo. “As Diretrizes Curriculares para Educação de Jovens e Adultos orientam a
organização curricular de todas as escolas do Paraná que ofertam essa modalidade
de ensino. O referencial para sua construção é o atendimento ao perfil dos
educandos jovens” (PARANÁ/ SEED, 2006, p. 9).
Durante o processo de elaboração da DCE, verificou-se que os eixos cultura,
trabalho e tempo articulam todo o processo de ensino-aprendizagem da EJA, por
meio da elaboração do currículo, tendo à cultura o perfil do educando presente
nesse processo. Por ser a cultura resultado da ação do ser humano ao longo da
história, tendo relação direta com o tempo e com o trabalho do homem, faz-se
necessário usar o conhecimento adquirido pelo discente em sua vida, para a
inserção nos conteúdos disciplinares, tornando assim o aprendizado mais atraente e
interessante ao aluno de EJA.
O curso de EJA é caracterizado por estudos presenciais, proporcionando
atendimento individual e coletivo distribuídas em 64 h/a que são programados pela
escola, oferecidas aos educandos por meio de cronograma que estipula o período,
dias e horário das aulas, com previsão de início e término de cada disciplina
desenvolvido de modo a viabilizar o processo pedagógico. Embora todos os
elementos articuladores e seus respectivos conteúdos sejam importantes, acredita-
se que os elementos articuladores “Saúde e Lazer”, principalmente na EJA, adquira
certo destaque, isto porque atende às necessidades do educando trabalhador. Até
mesmo por socializar informações a respeito de uma vida saudável. Ao se falar
desses elementos articuladores, deve-se frisar que todos os conteúdos estruturantes
sejam trabalhados de forma dinâmica, atendendo aos interesses físicos e sociais
dos alunos.
A metodologia deve ser diferenciada para atender essa diversidade,
considerando a faixa etária diferenciada e também a necessidade do domínio dos
elementos técnicos e táticos, os quais não podem ser colocados como exclusivos e
únicos conteúdos. Quando trabalha-se os conteúdos da Educação Física, no sentido
lúdico, buscando instigar a criatividade, acontece uma mudança de postura,
tornando as pessoas mais produtivas e criadoras de cultura, com isso há uma
mudança no mundo do trabalho como no do lazer. As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos do Estado do
Paraná, versão preliminar do documento, foi apresentada com a seguinte
organização:
• Reformulação Curricular nas escolas públicas do Paraná
• Apresentação
• Breve histórico e diagnóstico da Educação de Jovens e Adultos
• A função social da Educação de Jovens e Adultos
• Perfil dos (as) educandos (as) de EJA
• Eixos articuladores do currículo na EJA: cultura, trabalho e tempo
• Avaliação
• Orientações metodológicas
• Referências
Na primeira parte a Superintendente da Educação da SEED, Professora
Dr.ª Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, historia o processo de elaboração de
proposta curriculares no Paraná, apresentando as seis fases de reformulação, que
teve início em 2003.
A “Apresentação” foi redigida pela chefe do DEJA, Professora Maria
Aparecida Zanetti. Nela esta expressa a proposta das Diretrizes da EJA, bem como
a organização do documento. Considerando o perfil dos alunos desta modalidade de
ensino e a concepção de currículo de EJA: cultura, trabalho e tempo.
No “Breve histórico e diagnóstico” é relatado a história da EJA no Brasil,
desde a colonização até a aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE).
Tabelas com informações sobre o analfabetismo e caracterização educacional
também são apresentadas.
Ao longo da história do Brasil, desde a colonização portuguesa,
constata-se a emergência de políticas para a educação de
jovens e adultos focadas e restritas sobretudo aos processos de
alfabetização, de modo que é muito recente a conquista, o
reconhecimento e a definição desta modalidade como política
pública de acesso e continuidade à escolarização básica.
(PARANÀ/ SEED, 2006,p.16).
“A função social da Educação de Jovens e Adultos” aborda o papel da
educação para os educandos-trabalhadores, explicitando suas finalidades e
objetivos, ao mesmo tempo que os considera como sujeitos sócio-histórico-culturais.
Destaca que é necessário retirar esta modalidade de ensino de uma estrutura rígida
pré-estabelecida, ou adequá-la a estruturas de ensino já existentes, pois se deve
levar em conta suas especificidades.
A EJA deve ter uma estrutura flexível e ser capaz de contemplar inovações que tenham conteúdos significativos. Nesta perspectiva, há um tempo diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos. Os limites e possibilidades de cada educando devem ser respeitados; portanto, é desafio destas Diretrizes apresentar propostas viáveis para que o acesso, a permanência e o sucesso do educando nos estudos estejam assegurados. (PARANÀ/SEED, 2006, p.28).
No “Perfil dos (as) educando (as) da EJA” é expresso a necessidade de
levar em consideração o perfil do educando jovem, adulto e idoso que não obteve
escolarização ou não deu continuidade aos estudos por fatores, muitas vezes,
alheios á sua vontade. A idade para ingresso na EJA também é fixada, sendo 15
anos para o Ensino Fundamental e 18 anos para o Ensino Médio.
As Diretrizes apresentam os eixos articuladores do currículo na EJA:
“cultura, trabalho e tempo”. Os eixos identificados deverão articular toda ação
pedagógico-curricular nas escolas. A definição destes deu-se pela concepção de
currículo como um processo de seleção da cultura, bem como pela necessidade de
se atender ao perfil do educando da EJA.
A cultura, produto da atividade humana, é o elemento de medição entre o
indivíduo e a sociedade, possuindo, segundo Adorno (1996), duplo caráter: remete o
indivíduo à sociedade e é o instrumento entre a sociedade e a formação do
indivíduo. E, se a cultura abarca toda produção humana, inclui também o trabalho e
todas as relações que ele perpassa. O trabalho compreende uma forma de produção
da vida material, é a ação pela qual o homem transforma a natureza e, nesse
processo, transforma-se a si mesmo.
A ênfase no trabalho como princípio educativo não deve ser reduzida á preocupação em preparar o trabalhador apenas para atender ás demandas do industrialismo e do mercado de trabalho, nem apenas destacar as dimensões relativas á produção e ás suas transformações técnicas (ARROYO apud PARANÀ, 2006, p. 28).
Quanto ao tempo, pode-se dizer que do ponto de vista da dimensão social,
os educandos viveram e vivem tempos individuais e coletivos. Já na dimensão
escolar, o tempo de cada educando compreende um tempo definido pelo período de
escolarização e um tempo singular de aprendizagem. É este tempo singular que
deve ser respeitado, como expresso também na “avaliação”.
Nas “Orientações Metodológicas” é proposto que um modelo pedagógico
próprio para a EJA seja organizado. Tal modelo deve propiciar condições
adequadas, permitindo a satisfação das necessidades de aprendizagem dos
educandos nas suas especificidades, tendo em vista que a seleção de conteúdos e
as respectivas metodologias para o seu desenvolvimento representam um ato
político, pedagógico e social.
Considerando o documento, para o êxito da ação educacional é necessário
um comprometimento dos atores que fazem parte deste segmento, tendo todos o
mesmo foco: os educandos. Para que isso ocorra, deve haver uma quebra de
paradigmas cristalizados quanto a Educação de Jovens e Adultos. Afinal, esta é
uma modalidade que tem atingido seus objetivos, desde que haja a seriedade dos
profissionais inseridos, e uma participação constante na elaboração e,
principalmente na aplicação adequada do currículo escolar.
5 PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA: PASSOS E DADOS COLETADOS
Considerando que a Educação Física por muito tempo foi vista apenas como
formação corporal o projeto de intervenção pedagógica teve como objetivo mostrar a
importância da referida e como seus conteúdos estruturantes, quando bem
trabalhados podem beneficiar o aluno, evitando vários tipos de doenças decorrentes
de uma vida sedentária em todas as etapas cronológicas de sua vida.
O corpo é instrumento de trabalho e precisa de revitalização, tanto mental
quanto fisicamente, e a disciplina de Educação física tem como suprir esses
requisitos ao mesmo tempo e também atender a grande diversidade dos alunos da
EJA. O objetivo desta pesquisa foi aplicar o projeto de intervenção de maneira
simples e clara, com ações envolvendo a Equipe pedagógica, professores e
funcionários da escola (durante a semana pedagógica) e alunos (oficinas).
O referido projeto foi desenvolvido no Colégio Estadual Alberto Carazzai –
Ensino Médio, situado na rua Júlio Gomes 158, no município de Cornélio Procópio.
A apresentação do projeto para a comunidade escolar teve como foco
minimizar o preconceito quanto à disciplina, discutindo seus benefícios intelectual e
sócio emocional que, quando bem trabalhados, tornam-se fundamentais para o
desenvolvimento do corpo humano. Durante esta semana foi colocado que há muito
tempo essa disciplina foi usada como forma de chantagem disciplinar por muitos
profissionais dizendo que se os alunos não realizassem todas as tarefas não fariam
esta aula, que era vista como entretenimento sem nenhuma função cognitiva.
Conforme a explanação do projeto a curiosidade foi tomando conta do ambiente
pelos ouvintes, pois muitos não tinham ideia da complexidade de uma atividade
física, das consequências e sequelas que podem ocasionar quando executadas sem
orientações adequadas.
A maior parte dos questionamentos referiram-se à lateralidade, noção
espacial, controle da ansiedade, concentração, disciplina, cooperação. Todos
demonstraram motivação com a conclusão em conjunto de que esses requisitos são
essenciais para uma boa aprendizagem em todas as disciplinas e deveria haver
maior interação com o professor de Educação Física, pois os conteúdos
estruturantes da disciplina tem como principal objetivo aperfeiçoar e melhorar: a
atenção, concentração, cooperação e várias regras que são insubstituíveis em toda
as áreas de aprendizagem. Desta forma, o objetivo principal foi atingido, já que
todos os presentes envolveram-se com os objetivos do projeto e tiveram consciência
da importância da disciplina de Educação Física para o aluno trabalhador bem como
seus benéficos para o corpo humano.
Posteriormente, com os alunos, foi aplicado um questionário para coleta de
dados empíricos. Sendo possível observar a importância atribuída á disciplina e sua
correlação a se ter uma vida mais saudável, citaram que deve ser repensado com
grande responsabilidade a falta de atividades físicas com profissionais
comprometidos para com os alunos.
6 GRÁFICOS
Gráfico 1 : Dos 25 alunos que responderam questionário 18 é do sexo feminino e 07 do sexo
masculino:
Gráfico 2- Quanto à Cor/Raça observou-se que a maioria é de cor branca e equiparando-se a de cor
negra e parda. É importante observar que para o estudo este dado foi coletado somente como dado
complementar, sem especificações referentes aos objetivos do referido trabalho.
Gráfico 3- No que se refere ao estado civil à maioria dos alunos entrevistados são solteiro, sendo 20
homens e 05 mulheres.
Gráfico 4- Já em relação ao salário, observa-se que a renda varia de 351,00 a 600,00 reais.
Gráfico 5- Em relação ao emprego dos 25 alunos entrevistados 13 estão desempregados e 12 estão
empregados:
Gráfico 6- Dos 25 alunos entrevistados a maioria começaram a trabalhar na faixa dos 12 anos :
Gráfico 7- Podemos observar que dos 25 alunos entrevistados 8 interromperam os estudos por necessidade de trabalhar, 7 por motivo de casamento, 6 por falta de vontade, 3 não tiveram motivo e 1 por falta de transporte:
23
2
05
10152025
QUANTO AORESPEITO PARACOM O ADULTOTRABALHADOR
sim não
Gráfico 8- Quanto ao alunos entrevistados a maioria tem respeito para com o adulto trabalhador:
Gráfico 9- A maioria dos alunos entrevistados acompanha o Ensino Médio com facilidade:
Gráfico 10- Observou-se que dos alunos entrevistados 14 pretende após conclusão do Ensino Médio,
cursar o ensino superior, 8 pretendem fazer concurso público, 7 vão procurar emprego e apenas 1
não informou o que pretende fazer.
Gráfico 11- Quanto à idade dos alunos a média é de 25 anos, sendo o mais novo tem 18 anos e o
mais velho 50 anos.
Gráfico 12- Quanto ao trabalho a maioria dos alunos entrevistados trabalha como autônomo, sendo 9
como autônomo, 8 como diarista e 8 em empresas privada:
A coleta desses dados foi fundamental para organizar a apresentação e
discussão do projeto com os alunos; refletindo em receptividade dos mesmos ás
propostas feitas oficinas como: palestra, jogos e brincadeiras, lutas, dança, ginástica
e esporte.
A palestra versou sobre “A importância da atividade física para o aluno
trabalhador”, prestando esclarecimentos sobre seus direitos e deveres independente
do grau de escolarização como também condição social.
Durante a palestra observou-se que os mesmos ficaram atentos ao contrario
do que geralmente ocorre por considerar um dia de trabalho, que foi surpreendente
pois todos ficaram atentos e participaram ativamente mostrando interesse no tema,
conseguindo captar a importância da atividade física para um bom rendimento no
trabalho e no seu cotidiano. Muitas empresas se adaptaram para proporcionar aos
funcionários alguns minutos de atividade física antes de iniciarem o trabalho, claro
que foi dito que orientados por um profissional capacitado.
Todos participaram fazendo perguntas pertinentes com o assunto e com
fundamentos surpreendentes. A maior curiosidade foi sobre as sequelas que uma
má postura ou um trabalho repetitivo pode causar ao ser humano. Questionaram
possibilidades de aposentadorias e até mesmo indenizações por exercerem
atividades que impliquem em riscos, ou seja, que não atendam as normas de
segurança do trabalho.
O empregador tem consciência das consequências negativas e não tomam
providencias para que as pessoas tenham acesso à informações, com profissionais
capacitados, de como evitar tais lesões. Todos ficaram satisfeitos com as respostas,
se sentiram respeitados e inseridos num contexto ao qual a maioria não imaginava
haver possibilidades de reivindicar seus direitos como cidadãos.
Enfim, todos tem direito de buscar meios para uma existência com mais
dignidade, basta aproveitar as oportunidades sem medo de fracassar, como foi
comentado por uma aluna após terminar a palestra.
As atividades envolvendo “Jogos e Brincadeiras” foram prazerosas,
mantendo-se um clima de competitividade saudável, onde cada um tentava superar
seus limites, e mostrar a si mesmo que era capaz de compreender regras, saber
reivindicar quando se achavam lesados e os que perdiam demonstravam
amadurecimento para lidar com a situação de frustação, prevalecendo que o
importante é não desistir e sim persistir. As atividades envolvendo jogos e
brincadeiras tinham como objetivo estimular a autonomia, onde o raciocínio foi ponto
crucial para a realização das mesmas. Os jogos trabalhados envolveram as
capacidades motoras, noção espaço temporal, velocidade de reação e coordenação.
Muitas vezes o adulto tem preconceito com a prática de atividades recreativas
porque acreditam que quando estão brincando, estão perdendo tempo. Na
discussão final da oficina, chegaram a conclusão de que é viável aprender e
desenvolver habilidades através da recreação, e de que o lazer é essencial para o
corpo humano.
Na oficina de “Lutas” foi trabalhado a capoeira, esporte totalmente brasileiro.
Um grupo de professores de capoeira fizeram apresentações para os alunos e
comentaram a origem da luta no Brasil que foi desenvolvida pelos escravos negros.
Posteriormente os alunos fizeram uma aula para iniciantes. A princípio
ficaram tímidos e depois começaram a se descontrair. Os movimentos foram
realizados com certa dificuldade e timidez, mais pelo receio da luta, que pela
dificuldade do movimento. Geralmente a palavra luta está associada á violência,
nesta aula a atenção voltada aos aspectos filosóficos, as regras disciplinares, além
das capacidades físicas e motoras desenvolvidas pelo seu praticante.
Na oficina de “Dança” o maior receio é que seria dança de salão e teriam de
dançar aos pares. Trabalhamos os elementos da dança: peso (ritmo), fluência,
tempo e espaço todos individualmente de forma dinâmica e descontraída,
respeitando as vivências corporais de cada um. É reconhecida a importância da
dança no que se refere ás possibilidades de se propiciar socialização do grupo. A
aula foi dinâmica e alegre com muita descontração, culminando com a montagem
uma coreografia com os movimentos executados durante a aula. Descobriram que
para a dança não tem idade nem sexo e todos podem participar.
A oficina de “Ginástica” foi bem esperada, pois todos queriam uma receita
para tirar barriga, e o interessante foi que aos poucos descobriram a importância do
corpo estar funcionando perfeitamente para um maior rendimento na vida diária e o
quanto é importante ter flexibilidade e agilidade para realização de pequenas tarefas
do dia a dia; além da valorização da prática de exercícios localizados para melhorar
as perdas musculares decorrentes da idade.
A oficina de “Esporte” foi, estrategicamente deixada para o final, o objetivo foi
desmistificar o preconceito que Educação Física é apenas esporte. Foram
executados trabalhos com as modalidades esportivas tais como: Handebol, voleibol,
basquetebol. Todos participaram e descobriram que não precisava ter muitos pré-
requisitos para que pudessem aproveitar as atividades. A importância dos esportes
foi definida de maneira clara, demonstrando que a própria disciplina faz superar suas
expectativas. Ficaram surpresos com o exemplo de força e determinação que certos
campeões precisam enfrentar antes de conquistar uma posição para ganhar
medalhas e troféus. O importante é que entenderam que podem se divertir em várias
modalidades adquirindo assim uma vida saudável e que não é preciso ser atleta com
treinamento específico para participar das aulas de Educação Física, todos os
conteúdos estruturantes podem ser trabalhado em qualquer momento e idade de
nossas vidas, deste que as aulas sejam bem planejadas e com objetivos claros.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conscientização de que o corpo é instrumento de trabalho e que este deve
ter cuidados específicos, tanto no aspecto físico quanto cognitivo e sócio- emocional,
foi por muitos anos, deixado ao descaso em relação á algumas etapas da
escolaridade conforme já foi abordado anteriormente.
Considerando que numa sociedade em que há classes sociais desfavorecidas
e muitos alunos deixam de estudar por vários motivos, entre eles o mais
preocupante, “o trabalho infantil para ajudar á complementar o orçamento da
família”, percebe-se que com os avanços da EJA, a Educação Física tem mostrado
seu valor, pois os profissionais estão dando grande atenção e ênfase pedagógico
aos conteúdos, levando-os de encontro as necessidades físicas e mentais dos
alunos como também buscando o apoio de outras disciplinas para interagir seus
objetivos como um todo.
Sabe-se que o ser humano, com um corpo e mente saudável produzirá
melhor em todas as disciplinas como também em suas atividades profissionais.
A necessidade é realmente de que se desenvolva um trabalho mais focado,
para que ocorra favorecimento á inclusão intelectual e social e bem por isso, deve-
se adequar os conteúdos ás necessidades de todos. Percebe-se que lentamente
esta havendo uma preocupação maior com esta vasta diversidade de faixa etária
que esta frequentando a EJA e os profissionais estão se preparando para atendê-
los. Sabe-se que são enfrentados grandes problemas nessa faixa – etária, para
muitos é uma corrida de volta ao tempo, para resgatar algo que para ele sobreviver
hoje é essencial na sociedade ao qual está inserido. Temos como exemplo a
exigência das empresas de que o trabalhador tenha pelo menos o Ensino Médio.
Por isso a importância de que tanto alunos como professores sejam conscientizados
sobre o valor da disciplina. No que se refere aos alunos, a percepção de que
Educação física não trabalha somente a forma física e o lazer, mas também a
coordenação motora, aspectos cognitivos, sócio-emocionais, auto imagem, auto
conhecimento e autoestima. Aos professores além dessas questões mencionadas,
cabe o compromisso e responsabilidade de planejar aulas que atendam os objetivos
propostos, assim como também de procurar manter interação com as outras
disciplinas e seus respectivos professores .
Podemos afirmar que hoje os conteúdos estruturantes da Educação física na
EJA vêm sendo trabalhados de forma a dar a todos oportunidades dentro do seu
potencial, não pode-se excluir e sim incluir, buscando atividades complementares,
enfim tem que ousar, criar e buscar ajuda com outros profissionais para realizar um
bom trabalho através dos conteúdos da disciplina.
Ao término do Projeto de Intervenção Pedagógica, constatou-se que houve
melhora na socialização, pois passaram a se comportar de forma mais participativa,
superando possíveis dificuldades, inclusive de timidez para fazer perguntas e
demonstrando mais segurança e provavelmente mais reconhecimento de que o
espaço permite expressão e consequentemente mais autorização interna em se
apropriar de seus direitos.
REFERÊNCIAS
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