ATENDIMENTO DE EMERGNCIA DO EQUINO COM CLICA
Prof. Paulo Griska
Afeces do Sistema Digestrio
SNDROME CLICA
termo Sndrome - conjunto de sinais que caracterizam uma
enfermidade
termo Clica - manifestao de dor abdominal originalmente
no trato digestrio
Clicas verdadeiras e falsas ( nefrites, metrites, tores e contraes uterinas, etc)
Afeces do Sistema Digestrio
SNDROME CLICA
Desafio diagnstico e teraputico:
- tamanho do animal no viabiliza um exame radiogrfico da
cavidade abdominal
- baixo limiar de dor
- consideravelmente mais sensvel aos efeitos txicos das
bactrias entricas
- desenvolve rapidamente severos desequilbrios hidroeletrolticos
Afeces do Sistema Digestrio
SNDROME CLICA
Fatores predisponentes:
- anatomia e fisiologia do trato gastrointestinal
- ingesto excessiva de gua ou alimentos de uma s vez
- consumo de gua fria
- falhas de manejo
- exerccios fsicos extenuantes
- ingesto de areia
- vcios como aerofagia
PARTE I AVALIAO DO PACIENTE
A. ANAMNESE
B. EXAME CLNICO / COMPORTAMENTO
C. EXAMES COMPLEMENTARES
ANAMNESE
Quando iniciou a clica?
Tempo de evoluo
Como iniciou a clica e intensidade da dor?
Sbita ou aguda estrangulamento
Quantas vezes o animal apresentou clica?
Hipertrofia do leo
Enterlitos idade!
O animal foi operado anteriormente?
Aderncias
Houve parto recente?
Toro clon maior
Fez alguma atividade antes do incio da clica?
Hrnias inguino-escrotais
Houve mudana de manejo?
Carrapaticidas compactaes
Rao - enterites
CONSUMO DE GUA
POCA DO ANO
Foi administrado algum medicamento?
Analgsicos mascaram a dor
Animal defecou?
Ressecamento de fezes alterao trnsito
ALTERAES DENTRIAS
BITTAR (2008)
EXAME CLNICO / COMPORTAMENTO
GRAU DE DOR
CLICA EM POTROS
RAIOS-X ABDOMINAL
DISTENSO ABDOMINAL 1. BILATERAL
2. UNILATERAL
EXAME CLNICO GERAL
Frequncias cardaca e respiratria
Auscultao abdominal
Colorao das membranas mucosas
Grau de desidratao
MEMBRANAS MUCOSAS
ENDOTOXEMIA
TEMPO DE PREENCHIMENTO CAPILAR
ICTERCIA
MUCOSAS PLIDAS
AUSCULTAO ABDOMINAL
DIREITO
ESQUERDO
SONDAGEM NASOGSTRICA
LAVAGEM GSTRICA
ANLISE DO CONTEDO OBTIDO
SOBRECARGA GSTRICA REFLUXO
OSTRUES SIMPLES REFLUXO ENTEROGSTRICO
COMPACTAO DE JEJUNO
OBSTRUES ESTRANGULATIVAS
PARACENTESE
Paracentese
Parmetros de normalidade
Cor : amarelo citrino lmpido
Protena: 1 a 2 mg/dl
Celularidade:
Leuccitos: menos de 7.500 cl/l
Eritrcitos: prximo de zero + 20.000/l = leso grave de ala
Glicose: 70 90 mg/dl 30 mg/dl = colonizao bacteriana = peritonite infecciosa
LESO INTESTINAL
ERITRCITOS +
INCIO PROCESSOS MAIS TARDIOS
EXTRAVAZAMENTO DE PLASMA RICO EM PROTENA PARA A CAVIDADE
LEUCCITOS
ANLISE FSICA DO LQUIDO PERITONEAL
PERITONITE
PALPAO RETAL
AVALIAR AMPOLA RETAL RUPTURA DE RETO
Prognstico em Casos de Sndrome Clica - Freqncia Cardaca bat/min sobrevivncia
menor 40 100%
41 60 83%
61 80 76%
81 100 54%
102 120 29%
maior 120 20%
Furr & White ( 1990)
- colorao de mucosa congesta ( reservado)
- pequena resposta a fluidoterapia - reservado
PARTE II - TRATAMENTO
DESCOMPRESSO
FLUIDOTERAPIA
ANALGESIA VISCERAL
TIFLOCENTESE
CATETERIZAO VENOSA
FLUIDOTERAPIA
FLUIDOTERAPIA
Adultos 60% gua 2/3 MIC + 1/3 MEC (5% vasos + 15% interstcio)
Volume sangue = 8 9% peso vivo
Perdas de gua Regulao trmica
Eliminao de catablitos Pulmes: 500-700 ml/dia (taquipnia 1 a 2 l/dia)
Pele
Rins: 1 a 2 l/dia
TGI: defecao e salivao: 200-300 ml/dia
Consumo: 30-60 ml/kg/dia
FLUIDOTERAPIA
Perdas contnuas Febre: cada C = 800 1000 ml/dia Diarria Refluxo enterogstrico
Manuteno
2 a 3 ml/kg/hr (1 a 2 litros/hr 500kg)
Alteraes eletrolticas Diarria / refluxo de ID / estrangulamento = taquipnia (Ringer com
lactato) Refluxo gstrico = ALM ( H+) = bradipnia (sol. Fisiolgica / R. simples)
Grau de desidratao:
- desidratao leve (6%): VG 50 %; PT 8g/dl;
- desidratao moderada (8%): VG 55 %; PT 9 g/dl;
- desidratao severa (10%):VG > 55%; PT > 9g/ dl.
FLUIDOTERAPIA
Solues cristalides
Reposio e manuteno
Acidificantes cloreto de sdio (0,9%) e ringer simples - ALM
Alcalinizantes ringer com lactato ACM
Hiperosmolar
Hipertnica cloreto de sdio (7,5%)
Solues coloidais expansores plasmticos Albumina
Plasma
Sintticos Hetastarch (amidos) 6% - 10 ml/kg
FLUIDOTERAPIA
Gluconato de Clcio 20 ml/litro
Cloreto de potssio 20 U/litro
Magnsio e vitaminas do complexo B
Vitamina C
Aminocidos
TROMBOFLEBITE
VEIA TORCICA
MEDICAMENTO DOSE VIA FREQUNCIA
Flunixim meglumine
0,25 a 1,0 mg/kg IV IM
8-8hs
12-12hs
Cetoprofeno 2 mg/kg IV 24 hs
Dipirona 25 mg/kg IV 12 hs
Dimetilsulfxido 1 g/kg IV 24 hs
Xilazina 0,3 a 0,4 mg/kg IV
Detomidina 0,01 mg/kg IV
Butorfanol 0,01 a 0,02 mg/kg IV
Morfina 0,1 mg/kg IV
Lidocana 1,3 mg/kg bolus
0,05 mg/kg/min inf.
IV
Ketamina 0,4 a 0,8 mg/kg/hr inf. IV
PROMOTORES DE MOTILIDADE
Alvio da dor Lidocana
1,3 mg/kg (bolus) 0,05 mg/kg/hr
Receptores da motilina Eritromicina
2 mg/kg IV lento Arritmia cardaca
Receptores Colinrgicos Metoclopramida
0,08-0,14 mg/kg/hr infuso Excitamento SNC
PROMOTORES DE MOTILIDADE
Receptores Colinrgicos na juno neuromuscular
Neostigmina
0,4 2mg/100kg SC cada 2 horas
Pode induzir ruptura da ala
Betanecol
0,6 mg/kg oral TID
Mais efetivo em TGI proximal
Potros com lcera duodenal e casos refratrios
INDICAES PARA CIRURGIA
DOR INTENSA
REFLUXO ENTEROGSTRICO
ACHADOS DA PALPAO RETAL
LQUIDO PERITONEAL
ATONIA INTESTINAL
CONTRA INDICAES
FEBRE
APATIA
LEUCOPENIA
HIPERMOTILIDADE
APATIA
PRESENA DE DIARRIA
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
1o.) Desconhecer o paciente que requer tratamento cirrgico . complexidade etiopatognica em curso e da manifestao clnica . experincia clnica do veterinrio . evoluo patofisiolgica dinmica - Sinais: . tempo decorrido do incio da clica . dor intensa e contnua ( incontrolvel) . distenso abdominal . atonia intestinal . ausncia de defecao . achados na palpao retal
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
1o.) Desconhecer o paciente que requer tratamento cirrgico
- Fundamentos para deciso cirrgica:
. histrico
. sinais clnicos
. exame transretal
. paracentese
. resultados laboratoriais
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
2o.) Administrar analgsicos potentes e de longa durao, antes de elucidar o diagnstico etiopatognico . camuflagem de sinais e sintomas clnicos . ausncia de efeito administrao do analgsico 3o.) Administrar analgsicos antiinflamatrios no esteroidais sem ajustar a posologia segundo as particularidades do paciente . pacientes com balano protico negativo ( magros, jovens e idosos), dosagem deve ser ajustada para menos evitando a camuflagem dos sintomas
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
4o.) Praticar manipulaes por via transretal, ao invs de exame auxiliar ao diagnstico
. a palpao transretal considerado como o procedimento
mais til para o diagnstico de clica
. manipulaes arriscadas para correes de deslocamentos
5o.) Retirada da sonda nasogstrica acreditando que o estmago esteja vazio
. drenagem parcial de contedo
. inexperincia do veterinrio, tipo e tamanho da sonda , tipo
de contedo estomacal, espasmos e tores
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
6o.) Manter as fossas paralombares infladas por gs, temendo que a
tiflocentese seja procedimento de alto risco
. a distenso abdominal acarreta dois tipos de risco:
a) isquemia visceral
b) reduo da amplitude respiratria
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
7o.) Interpretar reduo ou ausncia de dor como sinal absoluto de
melhora do paciente
. a reduo da dor pode ocorrer independente da resoluo do
problema
. mudanas no limiar de dor, ao de analgsicos, rupturas ou
necroses viscerais
8o.) Interpretar como sinais de motilidade intestinal sons
produzidos por lquidos e/ou digesta impulsionadas por gs
. experincia na auscultao
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
9o.) Administrar diurtico com base na mmica da dor
. clica renal
. desequilbrios hidroeletrolticos
10o.) Dispensar o tratador de acompanhar o eqino operado
durante o perodo ps-operatrio
. os cuidados do tratador com o animal j acostumado tem
influncia positiva na recuperao
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
11o.) Manter o equino operado sem se locomover, amarrado para
no deitar, ou confinado em brete
. intensificao do estresse e ansiedade
. aumento de edemas
. acmulo de gases
. maior predisposio a leo adinmico
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
12o.) Isolar a gua lactante operada do potro lactante
.vantagens: diminuir a ansiedade para gua e potro
.desvantagens: - transferncias de toxinas e medicamentos para o
potro
- presena ou quantidade de leite
- estado nutricional da gua
Equvocos de Condutas na Sndrome Clica
13o.) Impedir que o eqino operado seja escovado e banhado
. a escovao estimula a pele, ativando a circulao perifrica
podendo haver benefcios gastrointestinais via nervo
perifricos
. menor contaminao
. melhora a aparncia
Top Related