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JORGE LUIZ DE SOUZA MOTA
Ensino Superior e Empreendedorismo: A influência da formação dada por uma
Instituição no Curso de Bacharelado em Turismo.
Dissertação apresentada como requisito
complementar para obtenção do grau de Mestre em
Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-
Graduação em Administração – CPPA da Faculdade
Boa Viagem – DeVry Brasil, sob a orientação da
Profª. Drª. Hajnalka Halász Gati
Recife, 2014
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Catalogação na fonte -
Biblioteca da Faculdade Boa Viagem, Recife/PE
M856iMota, Jorge Luiz de Souza. Ensino superior e empreendedorismo: a influência da formação dada
por uma instituição no curso de Bacharelado em Turismo / Jorge Luiz
de Souza Mota. -- Recife : FBV | Devry, 2014.
139 f. : il.
Orientador(a) : Hajnalka Halász Gati. Dissertação (Mestrado) -- Faculdade Boa Viagem | Devry.
Inclui anexo e apêndice.
1. Ensino superior. 2. Empreendedorismo. 3. Formação
empreendedora. 4. Geração Y. I. Título.
DISS 658[14.1]
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367
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Dedico à minha esposa, Aliette de Jesus Corrêa que, de
forma especial е carinhosa, deu-me força е coragem,
apoiando nos momentos de dificuldades; aos meus filhos,
Rebeca Maria Couto Mota е Pedro Luiz Couto Mota, pela
paciência e compreensão. Aos meus pais, pela criação e
educação.
Dedico ainda aos Professores e Colegas de turma do
Mestrado por todo o conhecimento compartilhado.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e a Nossa Senhora de Fátima por me ter dado saúde e força
que iluminou essa caminhada.
Agradeço a Aliette Corrêa, pessoa com quem amo partilhar a vida. Com você tenho me
sentido mais alegre e vivo de verdade. Obrigado pelo carinho, a paciência e por sua
capacidade de me incentivar na correria de cada semestre, aguardando pacientemente
enquanto eu me ausentava para produzir no computador, às vezes, com humores nem sempre
bons, decorrentes da tamanha empreita.
Agradeço aos meus familiares pela força, compreensão e carinho ao longo dessa jornada.
Agradeço a Tereza Cristina que com sua serenidade acalentava minha mente, corpo e alma.
No campo institucional, meus agradecimentos são dirigidos a todos que fazem parte da
família FACOTTUR (colaboradores, professores e alunos) e em especial aos Diretores que,
com sua visão empreendedora, fomentaram o meu sonho de ser Mestre.
Agradeço à professora Elizabeth Tschá, pela confiança ao analisar meu perfil na entrevista de
seleção para participar do Núcleo de Pesquisa em Gestão do Conhecimento,
Empreendedorismo e Tecnologia, bem como, no incentivo para os primeiros passos desta
pesquisa.
Por fim, agradeço à minha professora-orientadora Hajnalka Halász Gati, carinhosamente
‘Hay’, pelo acolhimento de “Mãe”, pela sinceridade, atenção, “broncas” e a paciência de me
orientar nessa travessia dolorosa e saborosa na busca da perfeição com 3 Fs: Força! Foco! Fé!.
Muito obrigado!
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“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas
vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior
empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à
falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de
todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar
um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da alma. É agradecer a
Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem de ouvir um
“não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo
que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”
Fernando Pessoa
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RESUMO
Esta pesquisa buscou compreender como a proposta de formação dada por uma Instituição de
Ensino Superior pode influenciar o percurso de Empreendedores com base nos depoimentos
de Diretores, Coordenadores, Professores e Alunos do Curso de Turismo da Faculdade de
Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda - FACOTTUR. A abordagem metodológica
foi a partir de pesquisa exploratória qualitativa e quantitativa, ou métodos mistos, e a
estratégia de pesquisa utilizada foi um levantamento realizado no Curso de Turismo com os
alunos pertencentes à Geração Y. A coleta de dados foi realizada por meio de análise de
documentos, entrevistas e questionários com questões abertas e fechadas. Os resultados que
emergiram na pesquisa foram agrupados em quatro categorias: formação oferecida pela IES;
percepção dos alunos; percepção dos alunos em relação aos professores e elementos da prática
pedagógica. Essas foram analisadas por meio da análise de documentos, análise de conteúdo e
análise estatística. Como principais resultados da pesquisa, tem-se que a formação
empreendedora proposta pela Instituição de Ensino Superior - IES direciona para formação
dos Empreendedores.
Palavras-chave: Ensino Superior. Empreendedorismo. Formação empreendedora. Geração Y.
Empreendedores.
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ABSTRACT
This research aims to understand how the formation proposal of a higher education institution
can influence the ride of entrepreneurs. The understanding comes based on the testimonials of
the directors, coordinators, professors and Students of the Tourism course of Faculdade de
Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda – FACOTTUR. The methodological approach
was qualitative and quantitative exploratory research, namely as mixed methods; the research
strategy used was a data collection done in the Tourism Course with the Y Generation
Students. The data collection relied on documental analysis, interviews and questionnaires
with opened and closed questions. The results that emerged from the research were grouped
into four categories: Formation offered by the institution; Students perceptions; students
perceptions about the professors and pedagogical practices items. These categories were
analyzed through documents analysis, content analysis and statistic analysis. As the main
results we can point out that there is the entrepreneurial education proposed by the Institution
focused to the formation of Y entrepreneurs.
Key-words: Higher Education. Entrepreneurship. Entrepreneurial education. Y
generation. Entrepreneurs.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – A visão integrada de Schumpeter, Mc Clelland e Drucker.....................................48
Figura 2 – Diagrama metodológico da pesquisa.......................................................................67
Figura 3 - Gráfico iniciativas promovidas pela IES para o empreendedorismo.......................86
Figura 4 - Gráfico faixa etária...................................................................................................88
Figura 5 - Gráfico período cursado em 2013.2.........................................................................89
Figura 6 - Gráfico como os alunos consideram a formação empreendedora da FACOTTUR.91
Figura 7 - Gráfico origem da ideia para criar a empresa...........................................................94
Figura 8 - Gráfico Qual o seu sonho.........................................................................................95
Figura 9 - Gráfico características empreendedoras e da Geração Y.........................................97
Figura 10 - Gráfico disciplinas ministradas por professores com perfil empreendedor.........103
Figura 11 - Gráfico características empreendedoras dos professores.....................................104
Figura 12 - Gráfico contribuição para a formação empreendedora da FACOTTUR.............107
Figura 13 - Gráfico tipos de ações pedagógicas e metodologias de ensino em suas aulas.....109
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Busca de expressões e palavras...............................................................................23
Quadro 2 - Tipos de influências sociais sobre o empreendedor potencial ou efetivo...............47
Quadro 3 - Desenvolvimento da teoria de empreendedorismo e do termo empreendedor.......47
Quadro 4 - Características dos empreendedores de sucesso.....................................................49
Quadro 5 - Resumo das características da Geração Y por diversos autores.............................57
Quadro 6 - Tendências da Geração Y no mercado de trabalho.................................................59
Quadro 7 - Justificativa /razões para o uso dos métodos mistos...............................................62
Quadro 8 – Justificativa /razões para o uso dos métodos mistos com os objetivos
específicos.................................................................................................................................64
Quadro 9 - Data de nascimento, alunos e período de formação...............................................71
Quadro 10- Quadro metodológico com instrumentos de coleta...............................................72
Quadro 11 - Procedimentos para coleta de dados qualitativos e quantitativos para métodos
mistos........................................................................................................................................74
Quadro 12 - Procedimentos de análise de dados quantitativos e qualitativos recomendados
para o planejamento de estudos de métodos mistos..................................................................78
Quadro 13 - Resumo da abordagem metodológica da pesquisa...............................................80
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANEGEPE – Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo
BID – Banco Internacional de Desenvolvimento
DOU – Diário Oficial da União
FACOTTUR – Faculdade de Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda
GEM – Global Entrepreneurship Monitor
IBQP - Instituto de Qualidade e Produtividade
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IES – Instituição de Ensino Superior
LDB – Lei de Diretrizes e Bases
MEC – Ministério da Educação e Cultura
OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
ONU – Organização das Nações Unidas
QUAL - Qualitativo
QUAN – Quantitativo
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................14
1.1 Problematização............................................................................................................14
1.2 Objetivos.......................................................................................................................20
1.2.1 Objetivo geral..............................................................................................................20
1.2.2 Objetivos específicos..................................................................................................20
1.3 Justificativas..................................................................................................................20
1.3.1 Justificativas teóricas..................................................................................................21
1.3.2 Justificativas práticas...................................................................................................24
1.4 Estrutura da dissertação..................................................................................................26
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................27
2.1 Cultura e educação empreendedora................................................................................27
2.2 Diretrizes do MEC para os Cursos de Turismo..............................................................30
2.2.1 O Curso de Bacharelado em Turismo.........................................................................33
2.3 Ensino superior e educação empreendedora..................................................................35
2.3.1 Ensino de empreendedorismo.....................................................................................38
2.3.2 Formação do empreendedor........................................................................................40
2.4 Teorias Empreendedoras................................................................................................41
2.4.1 Empreendedorismo e empreendedor...........................................................................44
2.4.2 Conhecimento e era do empreendedorismo................................................................51
2.5 Geração Y.......................................................................................................................54
2.5.1 Características da geração Y.......................................................................................56
2.5.2 Geração Y e mercado de trabalho...............................................................................58
3. METODOLOGIA..........................................................................................................61
3.1 Delineamento da Pesquisa..............................................................................................61
3.2 Unidade de análise..........................................................................................................68
3.3 População alvo...............................................................................................................70
3.4 Instrumento de coleta de dados......................................................................................72
3.5 Tratamento e análise dos dados......................................................................................78
3.6 Limites da pesquisa........................................................................................................82
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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO.................................................................................................83
4.1 Categoria 1 - Formação oferecida pela IES....................................................................83
4.2 Categoria 2 - Percepção dos Alunos...............................................................................86
4.2.1 A Importância da Formação Empreendedora da IES..................................................90
4.2.2 Mercado de Trabalho e o sonho empreendedor..........................................................92
4.2.3 Características empreendedoras e da Geração Y........................................................96
4.3 Categorias 3 - Percepção dos Alunos em relação aos Professores.................................98
4.3.1 Disciplinas que contribuíram para sua formação empreendedora...............................98
4.4 Categoria 4 – Elementos da Prática Pedagógica..........................................................107
4.4.1 Contribuições da proposta pedagógica na visão dos alunos......................................107
4.4.2 Métodos de ensino.....................................................................................................108
5. CONCLUSÃO...................................................................................................................113
5.1 Conclusões....................................................................................................................113
5.2 Sugestões......................................................................................................................116
REFERÊNCIAS....................................................................................................................117
APÊNDICE A - Roteiro com o Diretor e Coordenador do Curso de Turismo......................123
APÊNDICE B - Questionários aplicados aos alunos que estão cursando o curso de
Bacharelado em Turismo no segundo semestre de 2013.2 na FACOTTUR .........................124
APÊNDICE C - Roteiro da condução do grupo focal com os professores..........................130
APÊNDICE D - Autorização de permissão da pesquisa.......................................................131
APÊNDICE F - Respostas das questões abertas, aplicadas com os alunos que estão cursando
o curso de Bacharelado em Turismo no segundo semestre de 2013.2 na
FACOTTUR............................................................................................................................132
ANEXO A – Matriz curricular do curso de Turismo.............................................................139
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1. INTRODUÇÃO
Neste primeiro capítulo introdutório destacamos a problemática investigada através da
contextualização dos fatores que impulsionaram a realização desta dissertação, os objetivos
geral e específicos, as justificativas teóricas e práticas que norteiam este estudo.
1.1 Problematização
Vivemos em uma sociedade em transformação, em que o conhecimento e, portanto, a
educação desempenha papel fundamental na vida dos cidadãos, na sobrevivência e no
desenvolvimento das nações. Um dos grandes desafios no panorama do alto desenvolvimento
científico e tecnológico é educar o ser humano capaz de utilizar sua criatividade para gerar
inovação e mudanças no cenário em que está envolvido.
O mercado de trabalho está passando por uma verdadeira revolução com novos padrões de
relações organizacionais, onde o emprego formal está desaparecendo e surge a necessidade de
encontrar alternativas de colocação profissional. A maneira dos profissionais enxergarem suas
carreiras e a mudança na gestão de recursos humanos tem contribuído para formar o cenário
empregatício.
As transformações pelas quais a sociedade vem passando podem ser muito bem retratadas por
meio da observação das profundas mudanças ocorridas no trabalho, na sociedade e na
educação. A mudança na estrutura produtiva de um país ou região não acontece do dia para
noite, nem é gerada espontaneamente: existe, no geral, um não aproveitamento do capital de
conhecimentos de certas instituições, de produção de saber, - universidades e institutos de
pesquisas. (LEITE, 2012).
A universidade vem contribuir com essa questão em busca do caminho para reestruturar e
renovar seus projetos pedagógicos. Deve ser uma organização que compreende residir em
seus próprios recursos internos todo o potencial necessário para sua evolução, que busca
permanentemente atualizar sua identidade, em congruência com as mudanças em seu
ambiente externo e que faz uso da criatividade, da inovação, do empreendedorismo e da
experimentação para desenvolver e aprimorar seu fazer pedagógico, buscando sempre adequá-
lo ao cenário externo.
15
Diante desse cenário, não há dúvidas quanto à importância da educação para o ser humano. A
educação é discutida como a forma pela qual o homem se faz homem, sendo, portanto,
processo fundamental de transição cultural e estrutural do ser humano.
Uma educação que gera no educando a autonomia de pensamento,
sentimento, valoração, iniciativa e ação de empreendedor da própria vida,
participando de forma consciente, efetiva e criativa na transformação da
sociedade em que vive. Uma educação a serviço de uma sociedade pacífica,
justa, ética e sustentável, do empreendedorismo comprometido com a
construção de uma vida digna para todos, fortalecendo o exercício da
cidadania plena, engajada e responsável. Para isso, o projeto pedagógico das
escolas deve incluir na formação continuada dos educadores e dos
educandos as competências e habilidades do empreendedor. (ARCÚCIO;
ANDRADE, 2005, p. 14-15)
Lavieri (2010) afirma que a preocupação de melhorar a sociedade através da educação é uma
das ideias recorrentes para os educadores, uma preocupação em preparar empreendedores
criadores de empresas. Ensino e aprendizagem de empreendedorismo envolvem o
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes e qualidades pessoais apropriadas à
idade e ao desenvolvimento dos alunos.
Na sociedade do conhecimento, uma organização que ainda tem um papel de destaque é a
universidade. Embora não seja o único espaço de busca do saber, a universidade ainda é o
grande produtor de conhecimento. Ela é o lugar onde “se pensa”, busca soluções mais
apuradas para os problemas que afligem as sociedades.
O tema empreendedorismo, a cada dia, ocupa mais tempo e dedicação de estudiosos. No
mundo inteiro, busca-se compreender, entre outros, a forma como as pessoas estabelecem
suas relações consigo mesmas, com seus negócios e com o ambiente em que se dá essa
triangulação.
Para Dornelas (2014), empreendedorismo já não é uma palavra desconhecida no vocabulário
do brasileiro há algum tempo. Jovens e adultos, homem e mulheres, e até crianças já ouviram
falar, leram ou de alguma forma empreenderam no seu dia a dia.
O cenário atual é propício para o surgimento de empreendedores. Por esse motivo, a formação
do espírito empreendedor está sendo prioridade em muitos países, inclusive no Brasil, haja
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vista a crescente preocupação das escolas e universidades a respeito do assunto, por meio da
criação de cursos e matérias específicas de empreendedorismo, como uma alternativa aos
jovens profissionais que se graduam anualmente nos ensinos técnicos e universitários
brasileiros (DORNELAS, 2008).
É importante considerar que qualquer pessoa pode ser empreendedora, tanto a que está
empregada quanto a que quer agir em sua vida pessoal. Mesmo que não queiram ou não
venham a ter seu próprio negócio, podem ser beneficiados em sua formação com o
desenvolvimento de conhecimentos e habilidades do empreendedorismo.
Segundo Dornelas (2014), a diferença entre empreender nos dias de hoje em relação ao
passado é que a quantidade de informações à disposição das pessoas e a velocidade das
mudanças nunca foram tão grandes como agora. A revolução proporcionada pela inovação
tecnológica e as mudanças no mercado de trabalho têm levado jovens e adultos a considerar o
empreendedorismo do negócio próprio uma opção de carreira.
É necessário preparar as novas gerações para adaptação a um mercado de trabalho e a uma
economia impregnada de incertezas, caracterizada pela inovação técnica, flexibilidade laboral
e pela globalização da economia. “Na concepção schumpeteriana, o empreendedor pode ser
descrito como um agente de mudanças, de transformação do ciclo econômico” (LEITE, 2012,
p. 29).
Nessa perspectiva, a história de uma geração está baseada em um conjunto de vivências
comuns, valores, visão de vida, cenário sociopolítico e a aproximação de idades. Essas
características comuns das diferentes gerações influenciam o modo de ser e de viver das
pessoas nas sociedades e é este conjunto de comportamentos e valores que diferenciam uma
geração de outra. Um dos desafios da sociedade é permanentemente compreender e adaptar-se
a estas novas gerações e a todas as mudanças geradas.
Na antiga geração de empreendedores, o poder de uma empresa estava na sua capacidade de
produzir um bem ou serviço. Na nova geração de empreendedores, as empresas devem ter
uma atenção redobrada nas suas ações de mercado e na sua visão de futuro. O papel do
empreendedor surge a partir dessa nova realidade. É a existência de indivíduos com
17
capacidade de aprenderem, combinarem novas formas de conhecimento e materializarem em
inovações. (DRUCKER, 2008).
Ao ensino superior cabe preparar os futuros empreendedores para ampliar a mobilidade
profissional, diante das opções de negócios, ante a “incerteza” e a “imprevisibilidade” do
mundo atual. (LEITE, 2012).
Nesse contexto, podemos afirmar que a formação empreendedora será uma das alternativas
para vencer a crise do emprego que vem afetando a sociedade.
Pode se perceber que a educação empreendedora pode enfocar a formação
do indivíduo ou focar naquele que se interessa por uma oportunidade e que
estaria numa fase anterior à criação de um negócio; pode, ainda, voltar-se
para os que já estariam na fase de criação de um empreendimento e, até
mesmo, para aqueles que estão em fases posteriores à criação e que estão
preocupados com as estratégias para permanecer ativo ou expandir o
negócio. (LOPES, 2010, p. 25).
A questão que se coloca é saber quais as formas de intervir das universidades para estimular o
comportamento empreendedor, formando ou desenvolvendo indivíduos com tais
características.
O desafio agrava-se em função da crescente representatividade dos jovens da Geração Y no
mercado de trabalho. O termo Geração Y, refere-se ao grupo de pessoas nascidas entre o
início da década de 1980 e o ano 2000, cujos “primeiros” membros, hoje em torno dos 19 a 31
anos de idade, começam a se apresentar de forma significativa como força de trabalho e que
brevemente será maioria (LIPKIN e PERRYMORE, 2010).
Esse grupo tem sido objeto de estudo de diversas áreas do conhecimento e é marcado por
características relacionadas com o ritmo de mudança, a necessidade e o grau de interatividade,
o acesso à informação. Para referência deste estudo, adotamos o período para corte
demográfico da Geração Y a definição de Lancaster e Stillman (2011) composta por nascidos
entre 1982 a 2000.
No Brasil, os principais desafios do Ensino Superior, na atualidade, são o aumento do acesso
aos jovens estudantes e a inclusão dos mais desprovidos dos pontos de vista socioeconômico e
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étnico. Aqui, concentramos nossa discussão no Ensino Superior que deve preparar para
desenvolver atividades e projetos que gerem valor social e econômico para regiões e países,
isto é, gerar negócios inovadores e competitivos, gerar empregos, renda e riqueza.
Para Souza Neto (2008), como no Brasil ainda não se atingiu um grau avançado de
relacionamento entre empresas e instituições de ensino, no sentido de desenvolver tecnologias
e trocar conhecimentos teóricos e empíricos, a crença destas instituições de que o verdadeiro
conhecimento está fora dos “muros acadêmicos”, é reforçada, como se o “treinamento”
universitário consistisse meramente de um conjunto de teorias inúteis, concebidas a partir de
um modelo idealizado, sem considerar o empreendedorismo um fenômeno cultural.
As Instituições de Ensino Superior - IES devem despertar para a realidade dos jovens que
estão em formação para entrar no mercado de trabalho e enfrentar a crise do desemprego
qualificado, isto é, pessoa de formação de nível superior que não consegue emprego no seu
campo de formação.
O projeto que propomos está vinculado à proposta de formação empreendedora ancorado no
Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI e no Projeto Pedagógico do Curso – PPC do
Curso Bacharelado em Turismo da Faculdade de Tecnologia e Comunicação de Olinda –
FACOTTUR que se apresenta como uma proposta diferenciada de formação, embasada em
um projeto consistente para a aquisição de competências, habilidades, atitudes, características
inovadoras e empreendedoras em consonância com as transformações da sociedade
contemporânea e as mudanças de paradigmas enfrentados pelas organizações.
De acordo com Panosso Netto e Calciolari (2010), o número de cursos de graduação em
Turismo no país, que chegou ao seu ápice em 2002, passou a ter uma redução gradativa, o que
repercutiu também na diminuição do número de publicações. Uma hipótese explicativa para o
fenômeno pode estar baseada na informatização das agências de turismo e a ausência de uma
formação empreendedora. A retomada e um novo alento foi dado pelo grande potencial a ser
explorado no Brasil. Segmentos são chamarizes importantes para o aquecimento do setor
como o turismo rural, turismo ecológico, turismo cultural e o mercado da maior idade, são
diferenciais que confirmam que o setor deve ser mais incentivado.
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O emprendedorismo é um fenômeno cultural, a compreensão do
empreendedorismo no contexto brasileiro depende da referência à cultura
brasileira. Teorizar sobre o empreendedorismo brasileiro implica o
empenho por formular um saber situado, uma vez que os empreendedores
não agem e reagem de maneira idêntica em todos os lugares – suas
racionalidades se constroem socialmente “in situ”. E essas racionalidades
“situadas” são híbridas, flexíveis, complexas e abertas. (SOUZA e
GUIMARÃES, 2005, p.27).
Em base disso, as peculiaridades de Pernambuco e, em particular, de Recife e Olinda têm
norteado a estruturação do curso de Bacharelado em Turismo oferecido pela FACOTTUR,
como cenário de inclusão e inserção no mercado de trabalho.
Como diz Julien (2010), o meio é o lugar e ao mesmo tempo o mecanismo coletivo que pode
explicar e facilitar os diferentes laços sociais, permitindo assim o desabrochar de um espírito
empreendedor, fornecendo os recursos de bases, tais como informação e os meios para
transformá-la em conhecimento a fim de enfrentar os desafios da nova economia. De acordo
com o autor, o meio é o elemento chave do empreendedorismo regional.
Nesse cenário, Olinda, município brasileiro do estado de Pernambuco, possui cerca de 376
mil habitantes (IBGE, 2010), sendo uma das mais bem preservadas cidades coloniais do
Brasil e segunda cidade brasileira a ser declarada Patrimônio Histórico e Cultural da
Humanidade pela UNESCO, em 1982. Durante todo o ano, em especial no sítio histórico de
Olinda, há eventos culturais, como feirinhas de artesanato, reggaes, sambas, maracatus e
afoxés. Também há ambientes mais intimistas, como casas de festas, bares e restaurantes
culturais, noites literárias, excelente gastronomia e música ao vivo, possibilitando atrativos
que estimulam oportunidades de trabalho, emprego e renda em âmbito regional.
Ao reconhecer a relevância dessa discussão, urge que a universidade deixe de formar
empregados, fruto de uma educação embasada na transmissão, e passe a formar
empreendedores, fruto de uma educação embasada na transformação. Somente através de
pessoas com perfil empreendedor poderemos construir uma sociedade que promova a
cooperação e diminua as diferenças. No contexto específico: Instituição de Ensino, formação
empreendedora e Geração Y, esta dissertação tem como pergunta de pesquisa: como a
formação dada por uma instituição de ensino superior no Curso de Bacharelado em Turismo
pode influenciar o percurso da formação de Empreendedores?
20
1.2 Objetivos
Indicam o que se pretende, em intenção da pesquisa. Através dos objetivos geral e específicos,
com o intuito de nortear essa pesquisa e despertar o interesse do leitor.
1.2.1 Objetivo geral
Verificar a influência da formação dada por uma Instituição de Ensino Superior do
Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação de Empreendedores.
1.2.2 Objetivos Específicos
1- Levantar a proposta de formação oferecida pela instituição de ensino no Curso de
Bacharelado em Turismo na formação empreendedora dos alunos da Geração Y.
2- Identificar a percepção dos alunos da Geração Y sobre a formação empreendedora
oferecida pelo Curso de Bacharelado em Turismo.
3- Identificar, na percepção dos alunos, os professores que mais influenciaram o
comportamento empreendedor.
4- Analisar elementos da prática pedagógica dos professores que contribuíram para
formação do espírito empreendedor dos alunos do Curso de Bacharelado em Turismo
da Geração Y.
1.3 Justificativas
As justificativas teóricas e práticas do estudo apresentam as razões para a realização da
pesquisa, importância de contemplar os stakeholders, bem como, o interesse do meio
acadêmico e do tema, no sentido de promover o desenvolvimento econômico e social.
21
1.3.1 Justificativas teóricas
As Instituições de Ensino Superior devem tomar para si o encargo de tecer uma rede de
saberes inter-relacionados capazes de propiciar ao aluno a busca da realização das utopias que
levam a quebrar velhos paradigmas e destruir mitos que possam impedir o desenvolvimento
de uma sociedade cidadã.
As universidades são depositárias das esperanças sociais de grande parte da
população, que espera e cobra resultados, benefícios sociais e culturais
efetivos das IES. Tais instituições, para darem cumprimento a essa tarefa,
necessitam ter uma consistência clara e suas potencialidades e limites, bem
como contar com mecanismos capazes de indicar, com clareza, as diretrizes
e metas futuras (LOUSADA; MARTINS, 2005, p. 75).
De acordo com Arcúcio e Andrade (2005), a complexidade do mundo moderno e os efeitos da
globalização exigem que o processo educativo estimule novos conhecimentos, habilidades,
competências e valores, promovendo o desenvolvimento do potencial empreendedor que todo
ser humano traz consigo, independentemente da educação proporcionada pelas instituições –
família, escola e sociedade.
O projeto desenvolvido pela Endevor Brasil, em 2012, que teve por objetivo apresentar o
panorama das características dos estudantes universitários brasileiros relacionados ao
empreendedorismo e do qual participaram 46 instituições e 6.215 estudantes de ensino
superior, retrata a importância do estudo de empreendedorismo no ensino superior. A
compreensão do impacto dos programas existentes pode tanto ajudar a entender mais sobre o
que tem sido alcançado, quanto colaborar na criação de novos programas ou melhorias para os
já existentes.
É preciso esclarecer que o desenvolvimento de programas de educação empreendedora de
qualidade é uma proposta de longo prazo, ainda que a necessidade de criá-los seja imediata. A
formatação de bons programas no percurso da formação dos Empreendedores demanda uma
sólida fundamentação, mas existe um arcabouço teórico que nos forneça referências tanto para
analisar de maneira crítica as iniciativas em andamento quanto para planejar futuras ações.
No Brasil, a área de empreendedorismo já tem relativa importância e espaço. A formação de
Empreendedorismo, no entanto carece, de um debate mais aprofundado, que busque alicerçá-
22
lo em bases conceituais mais sólidas para ampliar e contribuir no âmbito teórico e prático. Os
estudos deixam evidente o distanciamento entre a teoria e a prática, ou seja, entre
profissionais preocupados com a educação e aqueles que procuram formar empreendedores.
Os estudos de empreendedorismo no ensino superior parecem se justificar pela crescente
necessidade de desenvolver potenciais empreendedores, em habilidades e competências que
possibilitem a sua inserção e desempenho em uma sociedade altamente competitiva. O tema
tem merecido crescente preocupação das empresas, órgãos governamentais e, especialmente,
as instituições de ensino superior (STEFANO, DUTRA e FACINI, 2006).
Para DRUCKER (2008), é também um reconhecimento ou, no mínimo, a aceitação de que o
empreendedorismo é o processo que pode ser aprendido e, portanto, ensinado. Segundo
LEITE (2012), o número crescente de trabalhos de investigação sobre a figura do
empreendedor, levado a cabo pelas principais universidades do mundo, evidencia, cada vez
mais, a importância do estudo de empreendedorismo.
Tanto o interesse pelas características e comportamentos dos jovens como o tema do
empreendedorismo estão crescendo no mundo inteiro. Organizações como o Fórum
Econômico Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), já começaram a estudar o fenômeno.
No Brasil, organizações como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
fundação Dom Cabral, Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas
(SEBRAE) e a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas
Empresas (Anegepe) também se debruçam sobre o tema.
Motta, Alcadipani e Bresler (2001) afirmam que existe a necessidade de desenvolvimento de
modelos de gestão tipicamente nacionais, que levem em conta nossas especificidades na
teorização e na análise organizacional, tendo em vista o estrangeirismo, em nossos modelos
de gestão e análises, o que, para o autor, dificulta o processo de encontrarmos soluções para
nossos próprios problemas. Souza Neto (2008) corrobora com esse pensamento. Reconhece
que, além da enorme relevância dada ao tema “Empreendedorismo” atualmente no Brasil, a
23
discussão atual no campo acadêmico está impregnada pela adoção acrítica de modelos
estrangeiros com pouca “adaptabilidade” ao nosso contexto social e cultural.
Filion (1999) contribui para essa discussão se detendo no modo de pensar do empreendedor.
Alerta para o fato de haver uma vasta pesquisa sobre empreendedorismo, mas que poucos
pesquisadores se preocupam com esse modo de pensamento empreendedor e, principalmente,
com o sistema de atividades do empreendedor que, além de definir novos contextos e formas
de conduta condizentes com a resolução desses novos contextos, procura ampliar e deslocar
pensamento para novas formas de análise.
Destacamos que um fator de interesse para esta pesquisa foi a ausência de registros de
produções científicas nos portais de periódicos, que contemplem empreendedorismo, Geração
Y e educação superior em uma mesma pesquisa. As bases pesquisadas foram os portais
CAPES e SciELO.
Quadro 1 – Busca de expressões e palavras.
Termo da Pesquisa SciELO CAPES
Ensino superior 1.366 7.835
Empreendedorismo 142 756
Geração Y 336 723
Empreendedorismo e educação 10 147
Empreendedorismo e ensino superior 2 80
Geração Y e empreendedorismo 1 Termo da pesquisa não representa
os achados.
Empreendedorismo, Geração Y e ensino superior. 0 0
Pesquisa realizada pelo autor em 29 set. 2013.
É possível encontrar na base de dados utilizada, na CAPES e SciELO, inúmeros artigos sobre
empreendedorismo, Geração Y e ensino superior isoladamente. Porém, quando se trata da
educação empreendedora, ensino superior e Geração Y em um mesmo estudo, a produção
ainda é ínfima.
Nesse sentido, percebemos que se tornam cada vez mais urgentes pesquisas e estudos sobre
empreendedorismo, Geração Y e educação superior, pois a educação na universidade deve
24
assumir a responsabilidade de conscientizar, instigar e contribuir para a formação de pessoas
criativas, empreendedoras e comprometidas com o desenvolvimento coletivo.
1.3.2 Justificativas práticas
Muitos fatores contribuem para o surgimento do empreendedor: personalidade, família, etnia,
cultura, religião, exposição a negócios, modelos, experiência de trabalho. Destacam-se
também a influência da educação e do conhecimento para encorajar o empreendedorismo, ao
desenvolver atitudes, conhecimentos e habilidades empreendedoras.
Muitos obstáculos, porém, ainda existem para o pleno exercício de atividades empreendedoras
no Brasil. O relatório Global Entrepreneurship Monitor - GEM (2012) destaca que, apesar de
o país ter avançado com o crescimento do empreendedorismo iniciado pela identificação de
oportunidades, a valorização do empreendedor na sociedade e a disseminação da aspiração
para empreender, o país tem muito a melhorar para oferecer boas condições de manifestação
do empreendedorismo. Para fazê-lo, segundo o painel de especialistas consultados no estudo,
os maiores desafios estão no âmbito de políticas e programas de governo, seguidos da
necessidade de se aperfeiçoar a educação, as atividades de ciência e tecnologia, a regulação da
competição e a oferta de formação em gestão financeira.
De acordo com Souza Neto (2008), o GEM tem sua importância na atualidade como
referência sobre a atividade empreendedora mundial e em alguns dados sobre o caso
brasileiro. Para o autor, fica claro que não dá para “entender” o Brasil somente com “olhos”
desviados pelo ângulo da “megera cartesiana”: por aqui a sabedoria é algo distinto da lógica!
Para Dolabela (2003), a concepção da agenda de desenvolvimento de um país afeta o papel
que se espera do empreendedor, assim como o de todos os demais atores da sociedade. Daí a
importância de levar em conta que, no Brasil, a educação empreendedora deve incluir
necessariamente o aumento da capacidade de gerar capital social e capital humano. Assim,
apesar da educação empreendedora ser um assunto em processo de valorização, a falta de uma
cultura empreendedora e a pouca disposição em discuti-la de maneira mais ampla, atingindo
não uma disciplina, mas todo o currículo universitário, ainda bloqueiam os principais efeitos
positivos que dela podem advir.
25
Para Demo (2001), em qualquer circunstância, educação e conhecimento representam a
estratégia primordial de desenvolvimento humano sustentado, dentro de um enfoque integrado
e matricial. Se a universidade fosse o lugar privilegiado da educação e do conhecimento, seria
também a usina principal do futuro.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases - LDB (Lei nº 9.394/96), em seu artigo 43, a Educação
Superior tem por objetivo formar diplomados aptos para a inserção em setores profissionais e
para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, além de estimular o
conhecimento dos problemas do mundo presente, o que tem feito à sociedade esperar muito
mais das Universidades do que ser uma instituição centrada basicamente no ensino
tradicional.
Destacamos que políticos e dirigentes universitários começaram a se dar conta da importância
de tratar de empreendedorismo como tema de formação, inclusive nas IES. O foco da
educação brasileira apenas na formação de futuros empregados qualificados já se mostra
insuficiente diante das necessidades do país.
O desafio do estudo, portanto, reside em refletir sobre as atitudes, comportamentos e
habilidades dos alunos do curso de Bacharelado em Turismo oferecidos pela Instituição de
Ensino Superior – IES, Faculdade de Comunicação e Tecnologia e Turismo de Olinda –
FACOTTUR na formação empreendedora.
O estudo torna-se relevante para Diretores, Coordenadores, Professores e Alunos da
FACOTTUR, na discussão da proposta pedagógica do curso de Turismo no percurso da
formação dos alunos Empreendedores.
Propiciará à instituição um crescimento de aprendizado mútuo e contínuo, visando o
aperfeiçoamento das atividades e recursos da IES, voltado à preparação dos estudantes para
tomarem iniciativas empreendedoras, bem como, contribuir com outras IES na criação,
desenvolvimento e avaliação de programas de educação empreendedora no ensino superior.
Para tal, o estudo contribuirá para preencher a lacuna da formação de empreendedores de
modo a garantir que estas tenham a capacidade necessária para identificar oportunidades,
explorá-las e gerir sua formação de modo a garantir e existência e o progresso do país.
26
1.4 Estrutura da dissertação
O trabalho está estruturado da seguinte forma: o capítulo 1 retrata a contextualização da
pesquisa, seus objetivos, bem como as justificativas práticas e teóricas para realização e
estruturação desta dissertação.
O capítulo 2 trata da revisão da literatura. Em um primeiro momento, foram contempladas as
questões culturais e educação empreendedora. Em um segundo momento, apresenta-se o tema
empreendedorismo e, por fim, uma base para a compreensão da relação empreendedorismo e
Geração Y.
No capítulo 3, apresentamos os procedimentos metodológicos, caracterização da pesquisa e a
metodologia utilizada no desenvolvimento do estudo.
No capítulo 4, são expostos os dados coletados trazendo para análise e discussão as categorias
que emergiram neste estudo.
O capítulo 5 contempla as conclusões e sugestões finais pertinentes à pesquisa.
27
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O presente capítulo tem apresentamos a base teórica para os objetivos específicos e orientar o
leitor quanto a um conjunto de aspectos que compõem o pano de fundo desta pesquisa, dentre
eles cultura organizacional, diretrizes educacionais, ensino superior, empreendedorismo e
Geração Y.
2.1 Cultura e educação empreendedora
Cultura é um fenômeno dinâmico que nos cerca em todas as horas, sendo constantemente
desempenhada e criada por nossas interações com outros e moldada por comportamento de
liderança, e um conjunto de estruturas, rotinas, regras e normas que orientam e restringem o
comportamento. (SCHEIN, 2009).
Originalmente, a palavra cultura significa o cultivo ou cuidado de alguma coisa, relacionando-
se essencialmente à agricultura e à criação de animais. A partir do século XVI, seu sentido
passou a se estender ao processo de desenvolvimento humano, com a ideia de que a
identidade humana era criada pela sociedade através da família, comunidade, instituições
educacionais, práticas religiosas, etc.
A cultura também passou a ser associada à ideia de civilização e de progresso social. No fim
do século XVIII, o vocábulo começou a se referir a produtos intelectuais, artísticos e
espirituais, adicionando-se um senso de superioridade e elitismo ao significado de cultura.
Somente no fim do século XIX, o conceito de cultura foi incorporado pela antropologia, em
alusão aos costumes, práticas e crenças das sociedades (THOMPSON, 1995).
Segundo Dias (2013), a cultura é um dos temas mais discutidos na atualidade em função da
queda de barreiras culturais propiciada pela globalização, que coloca frente a frente diversas
perspectivas de existência, muitas vezes tendo de conviver harmonicamente num espaço
territorial. Segundo o entendimento do autor, identificado com a literatura científica, cultura é
tudo aquilo que é criado e aprendido pelo ser humano num grupo social, compreendendo o
conjunto de conhecimentos, símbolos, experiências, costumes, comportamentos etc.
28
(...) cada sistema cultural está sempre em mudança. Entender tal dinâmica é
importante para atenuar o choque entre as gerações e evitar comportamentos
preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental (...) a compreensão
das diferenças entre povos de culturas diferentes, é necessário saber entender
as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o único
procedimento que prepara o homem para enfrentar serenamente este
constante e admirável mundo novo do porvir (LARAIA, 2004, p.101).
A cultura não pode ser mudada da noite para o dia. Por isso, uma cultura organizacional
criativa e inovadora não é uma tarefa das mais fáceis: são necessárias várias mudanças de
médio e longo prazo.
Um item que compõe a organização e que é fundamental para a criação de um ambiente
favorável aos programas de empreendedorismo é chamado de cultura organizacional. Schein
(2009) é um dos renomados autores na literatura sobre cultura organizacional. Ele defende a
elaboração de conceitos mais profundos e complexos. Para o autor, a cultura organizacional
pode ser definida como um padrão de pressupostos básicos compartilhados que o grupo
aprendeu a partir da resolução de problemas de adaptação externa e integração interna, e que
tem funcionado bem o suficiente para ser considerado válido e para ser ensinado aos novos
membros como o modo correto de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.
Uma das principais características da educação, hoje é a heterogeneidade econômica de seus
frequentadores. Essa peculiaridade traz uma variedade de diferenças culturais e, em dada
medida, ajuda a educação expressar o intercâmbio entre cultura e experiências de vidas
diversas, o que é salutar para todos.
O empreendedorismo se estabelece como um fenômeno cultural e, deste modo, fortemente
relacionado e embasado no processo educacional, mergulha fundo no estudo do
comportamento, das atitudes empreendedoras, das condições ambientais e depois formula
métodos de ensino para a sua socialização. Os pilares do ensino empreendedorista são a
formação de atitudes e o desenvolvimento das técnicas de planejamento. (FRANZINI, SELA
e SELA RAMOS, 2006).
Uma atitude empreendedora deve ser compreendida não apenas tendo em vista uma pessoa de
forma isolada, mas é necessário abranger o contexto cultural que a cerca. A questão cultural é
tratada por Dolabela (2008) no momento em que esclarece que o empreendedorismo é um
29
fenômeno cultural, fruto de hábitos, práticas e valores do meio em que se vive. Para o autor, o
nosso tecido cultural, rico e criativo pela sua diversidade, injusto por sua história, livre e
alegre por sua visão de mundo, fornece os fundamentos que dão vida à Teoria dos Sonhos e a
proposta de sua aplicação na educação.
Do ponto de vista do comportamento do empreendedor, o empreendedorismo pode ser, ainda,
considerado um fenômeno regional, ou melhor, a visão deste fenômeno não deve estar
desprovida de uma análise contextualizada das peculiaridades regionais. (GREBER, 1990).
As culturas, necessidades e hábitos de uma região determinam comportamentos, uma vez que
empreendedores integram, assimilam e interpretam esses comportamentos e este fato tem
reflexos sobre o modo como formam novos negócios. Empreendedores locais podem refletir a
cultura de sua própria comunidade e, assim, concentrarem-se na busca de nichos de mercado e
satisfação de necessidades específicas do local.
Para Filion e Borges (2013), a cultura que está na base de toda maneira de pensar e de agir, se
desenvolve em contato com pessoas que incorporam essa cultura e se integraram bem a ela.
Isso se aplica a qualquer pessoa que esteja pensando em se tornar um empreendedor. Ele está
se preparando, colocando-se em contato com os empreendedores. Não há uma geração
espontânea. O conceito de cultura foi assim, desenvolvido para representar, em um sentido
mais amplo e holístico, as qualidades de qualquer grupo humano específico que passe de uma
geração para a seguinte. (KOTTER e HESKETT, 1994, p. 3).
As IES precisam assumir o papel de agentes de mudança educacional, o que levará,
obrigatoriamente, a uma mudança na cultura de subserviência que, segundo Souza Neto
(2008), tem forte influência no campo acadêmico pela adoção acrítica de modelos
estrangeiros de pouca adaptabilidade ao nosso contexto social, econômico e cultural das
organizações governamentais, infelizmente tão presentes no Brasil.
Trata-se, mais uma vez, de uma forma de superar uma das mais polêmicas questões de nossa
cultura: a herança colonial, que traz, como um de seus traços característicos, a reprodução de
modelos preexistentes, que origina uma constante dependência da importação de tecnologia
estrangeira e exige sempre uma readaptação aos moldes nacionais. (GUERRA e
GRAZZIOTIN, 2010, p.86,87).
30
Para as autoras, os desafios que o empreendedorismo impõe à educação formal nas
Instituições de Ensino Superior (IES) convergem, em última análise, para um único ponto: o
desafio da superação de conceitos pré-concebidos para uma realidade regional.
O conceito de cultura empreendedora na pedagogia empreendedora é, em grande medida, a
tarefa do professor. É ele que ajudará a construir essa cultura específica, definida com os
valores sociais que sustentam a noção de um sistema de vida empreendedor como desejável e
que apoiam fortemente a busca de um comportamento empreendedor efetivo pelos indivíduos
ou grupos.
O perfil desejado pelos estudantes universitários dos cursos de turismo para se inserirem no
mercado de trabalho serão discorridas a seguir, nas diretrizes do MEC e na apresentação do
curso de turismo da FACOTTUR.
2.2 Diretrizes do MEC para os Cursos de Turismo
Quanto ao perfil desejado, o curso de graduação em Turismo deverá oportunizar a formação
de um profissional apto a atuar em mercados altamente competitivos e em constante
transformação, cujas opções possuem um impacto profundo na vida social, econômica e no
meio ambiente.
Resolução N0 13, de 24 de novembro de 2006, institui as diretrizes curriculares nacionais do
Curso de Graduação em Turismo:
Artigo. 40 O curso de graduação em Turismo deve possibilitar formação profissional que
revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:
a) compreensão das políticas nacionais e regionais sobre turismo;
b) utilização de metodologia adequada para o planejamento das ações turísticas,
abrangendo projetos, planos e programas, com os eventos locais, regionais, nacionais e
internacionais;
c) positiva contribuição na elaboração dos planos municipais e estaduais de turismo;
31
d) domínio das técnicas indispensáveis ao planejamento e à operacionalização do
inventário turístico, detectando áreas de novos negócios e de novos campos turísticos
e de permutas culturais;
e) domínio e técnicas de planejamento e operacionalização de estudos de viabilidade
econômico-financeira para os empreendimentos e projetos turísticos;
f) adequada aplicação da legislação pertinente;
g) planejamento e execução de projetos e programas estratégicos relacionados com
empreendimentos turísticos e seu gerenciamento;
h) intervenção positiva no mercado turístico com sua inserção em espaços novos,
emergentes ou inventariada;
i) classificação, sobre critérios prévios e adequados, de estabelecimentos prestadores de
serviços turísticos, incluindo meios de hospedagens, transportadoras, agências de
turismo, empresas promotoras de eventos e de outras áreas, postas com segurança à
disposição do mercado turístico e de sua expansão;
j) domínios de técnicas relacionadas com a seleção e avaliação de informações
geográficas, históricas, artísticas, esportivas, recreativas e de entretenimento,
folclóricas, artesanais, gastronômicas, religiosas, políticas e outros traços culturais,
como diversas formas de manifestação da comunidade humana;
k) domínio de métodos e técnicas indispensáveis ao estudo dos diferentes mercados
turísticos, identificando os prioritários, inclusive para efeito de oferta adequada a cada
perfil do turista;
l) comunicação interpessoal, intercultural e expressão correta e precisa sobre aspectos
técnicos específicos e da interpretação da realidade das organizações e dos traços
culturais de cada comunidade ou segmento social;
m) utilização de recursos turísticos como forma de educar, orientar, assessorar, planejar e
administrar a satisfação das necessidades dos turistas e das empresas, instituições
públicas ou privadas, e dos demais segmentos populacionais;
n) domínio de diferentes idiomas que ensejem a satisfação do turista em sua intervenção
nos traços culturais de uma comunidade ainda não conhecida;
o) habilidade no manejo com a informática e com outros recursos tecnológicos;
p) integração nas ações de equipes interdisciplinares e multidisciplinares interagindo
criativamente nos diferentes contextos organizacionais e sociais;
32
q) compreensão da complexidade do mundo globalizado e das sociedades pós-industriais,
onde os setores de turismo e entretenimento encontram ambientes propícios para se
desenvolverem;
r) profunda vivência e conhecimento das relações humanas, de relações públicas, das
articulações interpessoais, com posturas estratégicas para o êxito de qualquer evento
turístico;
s) conhecimentos específicos e adequado desempenho técnico-profissional, com
humanismo, simplicidade, segurança, empatia e ética.
Artigo 50 Os cursos de graduação em Turismo deverão contemplar, em seus projetos
pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos que atendam aos seguintes eixos
interligados de formação:
1. conteúdos básicos: estudos relacionados com os aspectos sociológicos,
antropológicos, históricos, filosóficos, geográficos, culturais e artísticos, que
conformam as sociedades e suas diferentes culturas;
2. conteúdos específicos: estudos relacionados com a teoria Geral do turismo, teoria da
informação e da comunicação, estabelecendo ainda as relações do turismo com a
administração, o direito, economia, estatística e contabilidade, além do domínio de,
pelo menos, uma língua estrangeira;
3. conteúdos teórico-práticos: estudos localizados nos respectivos espaços de fluxo
turístico, compreendendo visitas técnicas, inventário turístico, laboratórios de
aprendizagem e de estágios.
A proposta curricular do Curso de Bacharelado em Turismo da Faculdade de Comunicação,
Tecnologia e Turismo de Olinda - FACOTTUR tem por finalidade capacitar o seu alunado
para a obtenção de uma formação generalista, no sentido tanto do conhecimento geral, das
ciências humanas, sociais, políticas e econômicas, como também uma formação
especializada, constituída de conhecimentos específicos, sobretudo nas áreas culturais,
históricas, ambientais, antropológicas, de inventário do patrimônio histórico e cultural, bem
com o agenciamento, organização e gerenciamento de eventos e a administração do fluxo
turístico.
33
A formação do bacharel em turismo da FACOTTUR tem como proposta, além do
conhecimento teórico-prático específico da área, desenvolver um espírito humanístico crítico,
que o habilite a contribuir não só para o crescimento e desenvolvimento do turismo, mas
também, para a melhoria da qualidade de vida das sociedades, assumindo a posição de
cidadão consciente da realidade que o rodeia.
2.2.1 O Curso de Bacharelado em Turismo da FACOTTUR
Ancorado no Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, da FACOTTUR, o Curso de
Bacharelado em Turismo apresenta-se como uma proposta diferenciada de formação,
embasada em um projeto consistente para a aquisição de competências. A ênfase no
desenvolvimento de habilidades e aprimoramento das competências transversais de trabalho
favorece ao estudante uma atuação aplicada e de qualidade para a estruturação e
implementação das políticas e práticas dos Turismólogos.
As peculiaridades do Pernambuco, e em particular, de Recife e Olinda têm norteado a
estruturação do curso de Turismo oferecido pela FACOTTUR. O novo profissional de
turismo prepara-se para atuar local e globalmente, considerando a realidade da atuação do
líder responsável pelo desenvolvimento de organizações dos setores público e privado,
atendendo às demandas instituídas pela globalização e pelas novas tecnologias.
Esse profissional é formado com base em um projeto pedagógico que tem por finalidade o
aperfeiçoamento contínuo da política e da prática acadêmica, trazendo ao primeiro plano a
questão da qualidade de ensino, nas dimensões política, social e ambiental. Sob este prisma, o
processo educativo deve estar voltado para a formação do aluno com competência técnico-
científica e compromisso social. Este processo, por sua vez, é o resultado de um conjunto de
relações sociais e de relações com o conhecimento que só pode ser compreendido no contexto
social particular em que acontece.
No Projeto Pedagógico do Curso de Turismo da FACOTTUR, a formação humanística é
priorizada, incentivando e criando condições para que o aluno tenha uma visão sistêmica e
interdisciplinar, permitindo que as decisões que venha a tomar sejam embasadas numa ampla
compreensão do meio social, político, econômico, cultural e ambiental contemporâneo.
34
Nessa linha, o curso caracteriza-se por uma orientação de permanente estímulo à imaginação,
inovação e criatividade do aluno, procurando exercitar seu raciocínio analítico. Inspirar sua
capacidade de realização e desenvolver suas habilidades de expressão oral e escrita. Do ponto
de vista institucional, essa filosofia se traduz no compromisso de acompanhar a evolução das
potencialidades do aluno, adotando procedimentos que orientem seu processo de
aprendizagem e estimulem a conscientização do compromisso com sua própria formação, não
só como profissional, mas também como cidadão responsável.
O Projeto Pedagógico busca, sobretudo, habilitar profissionais comprometidos e preparados
para o desempenho das funções que podem ser ocupadas pelos graduados em Turismo. Isso
implica a presença, no projeto didático pedagógico, de atitudes e indicadores basilares:
(a) A obediência à legislação pertinente às seguintes normas legais (a LDB
9.394/96), Diretrizes Curriculares do Curso de Turismo (Parecer CNE/CES
no 67/2003, bem como ao Parecer CNE/CES no 288/2003 e Resolução
CNE/CES no 13, de 24 de novembro de 2006), aos Padrões de Qualidade
MEC/SESu bem como à Missão pertinente à identidade institucional da
Faculdade de Comunicação e Turismo de Olinda - FACOTTUR, prevista em
seu Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI;
(b) A inserção no currículo de disciplinas que compreendem as
competências e habilidades profissionais, gerais e específicas, de caráter
transversal e interdisciplinar para o enriquecimento do perfil do formando;
(c) A inserção de disciplinas inovadoras, de formação complementar,
organizadas pela Faculdade de Comunicação e Turismo de Olinda -
FACOTTUR, de modo a atender as significativas questões da
contemporaneidade;
(d) O levantamento de indicadores e subsídios do referencial bibliográfico
que não se restrinjam somente à formação de um profissional com perfil
determinado pelas leis do mercado de trabalho, mas à formação do
profissional cidadão, capaz de interagir com a sociedade;
(e) Qualificação adequada e comprovada competência por parte dos docentes
responsáveis;
(f) A participação de todos os docentes na reflexão, análise, diagnóstico e
elaboração do Projeto Pedagógico do Curso - PPC;
(g) O compromisso da coordenação do Curso de Graduação em Turismo da
Faculdade de Comunicação e Turismo de Olinda - FACOTTUR de manter-
se atenta às suas competências, como garantidora da coerência, da lógica
interna entre a proposta e o currículo pleno.
35
A inserção do tema empreendedorismo está presente na proposta de formação da
FACOTTUR e no ensino superior tem despertado interesse em virtude das questões
educacionais relacionadas aos currículos e aos docentes para atender ao processo de um perfil
profissional compatível com as demandas da sociedade atual que serão discorridos a seguir.
2.3 Ensino superior e educação empreendedora
Educar quer dizer evoluir sem mudar nossas raízes, reconhecendo a energia que dela emana.
É também despertar a rebeldia, a criatividade, a força da inovação, para construir um mundo
melhor, é substituir a lógica do utilitarismo e do individualismo pela construção do humano,
do social e da qualidade de vida.
O paradigma da educação para o novo milênio deve se basear em quatro pilares: aprender a
conhecer, aprender a viver juntos, aprender a fazer e aprender a ser, que interagem e são
interdependentes. (DELORS, 2010)
A educação é o principal fator responsável pelo desenvolvimento de uma pessoa e
consequentemente, de um país.
Educação significa “mãos livres”, do contrário não será educação. Tem que
fornecer algo diferente – ideias conceituais que são literalmente irrealistas e
impraticáveis, pelo menos parecem ser assim quando vistas de modo
convencional. As pessoas aprendem quando afastam suas descrenças e
passam a aceitar ideias desafiadoras que podem remodelar o seu
pensamento. Educação é isso. (MINTZNBERG, 2006, p. 232).
Os novos tempos oferecem novas realidades ao ensino e, consequentemente, novos desafios
na integração dos jovens no mercado de trabalho. Essas mudanças exigem novos esforços por
parte das instituições de ensino no sentido de facilitar a inserção no mercado de trabalho.
Para Cruz Neto e Tschá (2013), a verdadeira tarefa de educar perpassa sempre pela reflexão
sobre o futuro, o que nos coloca diante de análises sobre as transformações que vivem as
pessoas, empresas e instituições no mundo contemporâneo. Hoje, com o surgimento da
sociedade do conhecimento, temos uma crescente redução dos postos formais de trabalho e o
uso cada vez mais frequente do termo “empregabilidade”, o que normalmente implica na
36
necessidade de atitudes empreendedoras por parte dos indivíduos como uma forma de se
posicionar no mercado.
No que concerne à relação das universidades com a gestão do conhecimento, acredita-se que
ambas se relacionam entre si, pelo fato de que as universidades se situam no ponto de
interseção da criação, do compartilhamento e da utilização do conhecimento, que fazem parte
da gestão do conhecimento. (TSCHÁ, 2011).
O ensino superior, como formador de competências, que transforma decisivamente os rumos
de um país, deve estar em sintonia com as mudanças sofridas pela sociedade globalizada. Para
Garrido (2013), universidade é um ambiente de desenvolvimento intelectual e técnico que
prepara os estudantes para o mercado de trabalho. O perfil profissional esperado pelas
empresas é aquele em que o profissional deve ser não só possuidor do conhecimento teórico e
técnico, mas também ter competências que vão além do explícito na matriz curricular dos
cursos superiores.
De acordo com Masetto (2003), no processo de ensino existe uma preocupação voltada para a
transmissão de informações e experiências, iniciou-se um processo de buscar o
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos; de aperfeiçoar sua capacidade de pensar; dar
um significado para aquilo que é estudado; de perceber a relação entre o professor trata em
sala de aula e sua atividade profissional.
Segundo Malnic e Steiner (2006), sem prescindir dos valores acadêmicos tradicionais, um dos
desafios do ensino superior é conviver com o moderno, que integra o avanço da tecnologia à
educação. Sem prescindir da qualidade exigida pela competitividade em nosso mundo
globalizado.
Etzkowitz e Leydesdorf (1998) afirmam que a capitalização do conhecimento está no cerne de
uma nova missão para a universidade, a de conectar-se aos usuários do conhecimento de
forma mais próxima e estabelecer-se como um ator econômico por mérito próprio.
Nessa perspectiva, de acordo com os autores, a universidade deve ser empreendedora e
basear-se em quatro pilares: a liderança acadêmica capaz de formular e implementar uma
visão estratégica; controle jurídico sobre os recursos acadêmicos incluindo propriedades
37
físicas da universidade e a propriedade intelectual que resulta da pesquisa; capacidade
organizacional de transferir tecnologia por meio de patenteamento, incubação, licenciamentos
e o empreendedorismo entre administradores, docentes e alunos.
No ensino de empreendedorismo, o professor necessita compreender as motivações dos
alunos, para então adequar a metodologia de ensino que precisa ser diferenciada e pertinente
ao tema. Segundo Guerra e Grazziotin (2010), os desafios que o empreendedorismo impõe à
educação formal nas Instituições de Ensino Superior – IES convergem, para um único ponto:
o desafio da superação.
O empreendedorismo é uma grande ferramenta que auxilia a pessoa a crescer como cidadão e
profissionalmente, através de pró-atividade e a busca contínua da inovação. Logo, é de suma
importância a criação da cultura empreendedora nas instituições educacionais, visando
desenvolver atividades de estímulo à capacidade de inovar e empreender, mediando o
empreendedorismo na vida do aluno, pois isso é um fator implicante para seu sucesso no
futuro.
A educação empreendedora surge como uma preparação para as exigências e oportunidades
futuras. Ela cria um ambiente cultural favorável para isso, através de conhecimento e
ferramentas que o aluno poderá utilizar para chegar a seus objetivos, com os novos arranjos
que a dinâmica do mundo pós-moderno impõe. Deve proporcionar um ambiente em que os
jovens possam desenvolver e utilizar a capacidade de imaginar mudanças, e procurar realizar
essas mesmas mudanças.
A pedagogia empreendedora toma o empreendedor como alguém capaz de
gerar novos conhecimentos a partir de uma plataforma, constituída por
“saberes”, acumulados na história de vida do indivíduo e o que são
chamados “quatro pilares da educação” – aprender, a saber, aprender a fazer,
aprender a conviver e aprender a ser -, constante no relatório da Unesco da
Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI.
(DOLABELA,2003, p. 26).
Para Franzini, Sela e Sela Ramos (2006), a educação empreendedora deve incluir
necessariamente, o aumento da capacidade de gerar capital social e humano. Os autores
ressaltam que a formação empreendedora é o processo de construção de novos padrões de
comportamento, a partir de descobertas interessantes sobre as potencialidades pessoais,
contexto cultural, motivação e sonhos.
38
Segundo Dolabela (2003), no Brasil, educar na área empreendedora significa buscar a
realização da utopia, mas também destruir mitos que atuam como obstáculos. Desenvolver
uma educação empreendedora no Brasil significa reconhecer a importância de nossa
diversidade cultural, que nos enriquece como povo e nação, acreditar na nossa capacidade de
protagonizar os nossos sonhos e construir o nosso futuro.
Conforme o autor, o desafio da educação empreendedora é construir novos valores em uma
sociedade heterogênea, marcada positivamente pela diversidade cultural, mas negativamente
pelas diferenças abissais de renda, poder e conhecimento.
Para Leite (2012), há fortes indicações de que uma educação empreendedora produzirá mais e
melhores empreendedores do que foram gerados no passado. Empreendedores mais bem
preparados terão excelentes condições de saber quando, como e onde iniciar seus
empreendimentos, quais as alternativas para traçarem suas carreiras como empreendedores, de
que forma maximizar seus objetivos, não só para satisfação pessoal, como também para
melhoria da sociedade.
De acordo com Guerra e Grazziotin (2010), as IES como educadoras de milhões de jovens,
têm enorme responsabilidade de semear uma mentalidade criativa. Criatividade e
empreendedorismo mantêm uma interface íntima. A criatividade é condição necessária para a
formação de uma mentalidade empreendedora.
A educação é fundamental para desenvolver novas tecnologias, bem como para facilitar a
questão empreendedora frente às mudanças econômicas e sociais da região. Diante desse
cenário, para que todos tirem proveito do crescimento econômico, é preciso alterar os fluxos e
os caminhos da renda, da riqueza e do conhecimento por meio de investimento na formação
de capital humano, social e na capacitação.
2.3.1 Ensino de empreendedorismo
Ensinar é uma profissão de mudanças e de cada vez mais amplas e diferentes expectativas. O
ensino é um trabalho baseado em interações entre pessoas e, por isso, complexo e desafiador.
Se num passado recente acreditava-se que ensinar era transmitir informações, hoje, ensinar é
desencadear um programa de interações com um grupo de alunos, a fim de atingir
39
determinados objetivos educativos relativos à aprendizagem de conhecimentos e à
socialização.
Segundo Stefano, Dutra e Facini (2006), o ensino de empreendedorismo vem se disseminando
com rapidez no Brasil. Está presente na governança, no meio empresarial, nas instituições
representativas de classe e de ensino. A primeira matéria na área de empreendedorismo de que
se tem notícia surge em 1981, na Escola de Administração de Empresas, da Fundação Getúlio
Vargas – FGV, São Paulo, por iniciativa do professor Ronald Degen.
O saber empreendedor ultrapassa o domínio dos conteúdos científicos, técnicos e
instrumentais. Estes poucos servem para quem não sonha para quem não tem a capacidade de,
a partir do sonho, gerar novos conhecimentos que produzam mudanças significativas para o
avanço da coletividade (DOLABELA, 2003).
As universidades estão passando por um processo de mudanças que as fazem incorporar na
sua missão a responsabilidade pelo desenvolvimento econômico e social. Para tal, elas devem
adaptar-se a essa sociedade em transformação e desenvolver capacidades que garantam sua
sustentabilidade.
As IES, ao apostar na formação empreendedora, devem fazê-lo de forma aliada, harmonizada
e transversal. Que não discutam o assunto em apenas uma disciplina isolada ou no âmbito de
quatro paredes da sala de aula. Ela deve ser vivenciada com intensidade por todos, em todas
as direções. O tema deve ser abordado de forma integrada às demais disciplinas, à instituição
e à comunidade.
Para Guerra e Grazziotin (2010), o assunto empreendedorismo deve ser tratado em todos os
cursos e em todos os níveis. A dinâmica ambiental em que as organizações estão inseridas não
permite mais que os empreendedores administrem da mesma forma que faziam no passado.
As IES devem criar condições para que o aluno possa desenvolver e incorporar habilidades
necessárias do complexo e disputado mundo dos negócios em que vivemos. É necessário
incentivar e promover a interdisciplinaridade para que as questões voltadas ao
empreendedorismo sejam contempladas em todas as disciplinas, por todo o corpo de
professores.
40
Para atingir os objetivos, é muito importante envolver e capacitar os professores para a adoção
do enfoque do empreendedorismo no desenvolvimento de todos os cursos e disciplinas
constantes no currículo.
Podemos perceber que a educação empreendedora pode enfocar a formação do indivíduo ou
focar naquele que se interessa por uma oportunidade e que estaria numa fase anterior à criação
de um negócio; pode, ainda, voltar-se para os que já estariam na fase de criação de um
empreendimento e, até mesmo, para aqueles que estão em fases posteriores à criação e que
estão preocupados com as estratégias para permanecerem ativos ou expandir o negócio.
(LOPES, 2010).
Para Franzini, Sela e Sela Ramos (2006), o ensino de empreendedorismo deve ser apontado
como prioridade na política governamental de qualquer país que queira desenvolver e ter
inovações tecnológicas e, com isso, almeje constituir-se em uma economia competitiva no
mundo globalizado.
Dolabela (2003) destaca que a pedagogia empreendedora baseia-se no entendimento de que o
empreendedorismo, pelo seu potencial como força importante na eliminação da miséria e na
diminuição da distância entre ricos e pobres, tem como tema central o desenvolvimento
humano, social e econômico sustentável.
Mas, prosseguindo na revisão da literatura, outro consenso emerge como relevante: a
formação do empreendedor.
2.3.2 Formação do empreendedor
A necessidade de aumentar a capacidade empreendedora não se refere apenas à retração atual
do nível de emprego – verdadeira, mas decorrência direta de novos padrões de relações
sociais e políticas que incluem o mercado, mas não se limitam a ela. A educação
empreendedora deve começar na mais tenra idade, porque diz respeito à cultura, que tem o
poder de induzir ou de inibir a capacidade empreendedora. (DOLABELA, 2003).
A instrução é fundamental na concepção do empreendedor. Para Hisrich e Peters (2004), sua
essência transparece na aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o
41
desenvolvimento do empreendimento e, também, para subsidiar o empreendedor nas
dificuldades que desafiam a sua capacidade de enfrentar as adversidades.
Mesmo que não queiram ou não venham a ter seu próprio negócio, podem ser beneficiados
em sua formação com o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades do
empreendedorismo. A premissa de que a formação empreendedora não é apenas geradora de
aprendizagem para gerir uma empresa, mas, sobretudo, para o pensamento criativo, a geração
e inovações e o crescimento do senso de autoestima e de responsabilidade.
Guerra e Grazziotin (2010) destacam que o empreendedorismo apresenta-se também como
forma de, por um lado, dar chance de mais pessoas ingressarem no mercado de trabalho, por
meio da criação de novos empregos, fruto das atividades inventivas por parte dos
empreendedores.
Os jovens estudantes podem encontrar na educação empreendedora uma forma de enfrentar as
desigualdades do mundo contemporâneo, seja como forma de distribuição de renda, de
inclusão social ou de buscar novas soluções para a nova dinâmica social pós-moderna.
A dinâmica do modelo tradicional baseado no emprego consiste em
transformar oportunidades de negócios identificadas e aproveitadas por
poucos (empreendedores) em empregos para muitos. A demanda principal
do empregador é de competência técnica (know-how), produzido sob a
responsabilidade do sistema educacional. (DOLABELA, 2003, p. 27).
O processo de aprendizagem não é estático; ele assume características próprias em função dos
atores, sendo reconstruídos continuamente porque se vincula ao processo cultural do aluno, do
professor, da comunidade, da instituição de ensino.
Nos dias atuais o termo empreendedorismo vem sendo utilizado de forma abrangente. A
diversidade conceitual sobre empreendedorismo é grande e seus conceitos esbarram em
diferentes abordagens das teorias empreendedoras que apresentamos a seguir.
2.4 Teorias Empreendedoras
O empreendedorismo não pode ser limitado a certas épocas ou territórios, nem circunscrito à
empresa privada. Nem é necessariamente mais presente em certos grupos que em outros. Se
42
sua presença e seu dinamismo podem variar de acordo com as épocas e territórios, e
sobretudo pelo modo de funcionamento que se distinguem de um lugar para o outro.
Segundo Julien (2010) as diferentes teorias sobre o empreendedorismo não são
necessariamente falsas, mas frequentemente concentram-se de forma exagerada no
comportamento individual de cada empreendedor ou em territórios ou época.
As teorias que apresentamos proporcionam uma excelente base para sistematizar o
pensamento que clarifique a importância do empreendedorismo.
Para o especialista Louis Jacques Filion, autor da teoria visionária sobre empreendedorismo,
ampliou o âmbito da ação do empreendedor ao perceber que o empreendedor imagina,
desenvolve e realiza visões. Filion (1999) afirma que o empreendedor é uma pessoa que
imagina, desenvolve e realiza visões em todos os tipos de áreas, como política, religião,
educação, etc. Para o autor, visão é uma imagem projetada no futuro, do lugar que se quer ver
ocupado pelos seus produtos no mercado, assim como a imagem projetada do tipo de
organização necessária para consegui-lo.
E na perspectiva do autor, segundo Souza Neto (2008), a imaginação é obviamente necessária
para que se tenha visão. O termo visão denota habilidade em definir e alcançar objetivos.
A Teoria Visionária traz três categorias de visões. Segundo Filion (1993), as visões são
emergentes, centrais e complementares. Elas reagem entre si de forma intensa e constante.
Visões emergentes representam as ideias ou conceitos de produtos e serviços imaginados pelo
empreendedor. Juntas, elas formam um grupo de possibilidades de negócios, do qual o
empreendedor escolherá uma entre tantas e a mesma progredirá para a visão central. Novas
visões emergentes poderão surgir sendo as mesmas ligadas à visão central (FILION, 1993).
Visão central é o resultado de uma ou mais visões emergentes, ou seja, de uma ou mais ideias
empreendedoras. Esta se divide em visão externa, que é a projeção no futuro do lugar o qual o
empreendedor pretende ocupar no mercado. E a visão interna, que define o tipo de
organização que o empreendedor precisa montar para ocupar no mercado o lugar que deseja
43
(visão externa). Percebe-se, portanto, que uma complementa a outra, devendo as mesmas
serem claras, coerentes e confiáveis, sob a pena de insucesso da visão central (FILION, 1993).
Visões complementares são visões de apoio à visão central. As visões complementares
encerram habilidade de comunicação, conhecimento no campo de atuação e liderança
(FILION, 1993).
No estímulo à reflexão no ato de sonhar Dolabela (2003) apresenta a Teoria Empreendedora
dos Sonhos, cuja concepção abrange todos os empreendedores, o que atua na empresa, no
governo, no terceiro setor, seja na posição de empregado, seja na de dirigente, autônomo ou
proprietário, pois torna o empreendedor como uma forma de ser, independente da área em que
possa atuar.
Conforme o autor, o sonho que a teoria considera é o sonho estruturante, assim chamado
porque pode dar origem e organização a um projeto de vida, articulando sinergicamente
desejos, visão de mundo, valores, competências, preferências e autoestima. Contribuindo com
esse pensamento, Dornelas (2014) afirma que empreender é a realização máxima dos
sonhadores que almejam ver seus sonhos concretizados, alguns empreendem por meio do
próprio negócio; outros em grandes empresas.
Na visão de Schumpeter (1997), os empreendedores representam o mecanismo de criação e
distribuição de riqueza, processo denominado como “destruição criativa”, que consiste em
romper com velhos hábitos com o intuito de gerar novas respostas às carências e desejos do
mercado. Porque os empreendedores criam novas riquezas por meio da destruição das
estruturas de mercados existentes.
A teoria schumpeteriana da destruição criativa, o empreendedor como ator central desse
processo, gerando o caos no mercado, é o que move a inovação. (LEITE, 2012). Empreender
não significa apenas criar novas propostas, inventar novos produtos ou processos, produzir
novas teorias. Empreender significa modificar a realidade para dela obter auto realização e
oferecer valores positivos para o coletivo.
As teorias caracterizam o empreendedor como um ser visionário, que sonha. Cria e inova que
apresentamos na próxima seção.
44
2.4.1 Empreendedorismo e Empreendedor
Nas últimas décadas, o termo empreendedorismo vem sendo amplamente utilizado em
diferentes áreas do conhecimento. Entretanto, a disseminação da palavra empreendedorismo
ocorreu juntamente com a relativa frouxidão do conceito.
Num sentido mais amplo, empreender vai além de uma atividade intrínseca à iniciativa
privada, pois passou a englobar o terceiro setor e a administração pública e os empregados das
empresas privadas. Não mais circunscreve apenas o espaço da inovação, mas também das
mudanças organizacionais adaptativas (MARTES, 2010).
Empreendedorismo é voltado para o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades
relacionados à criação de um projeto, seja ele um projeto de vida, um projeto técnico,
científico, ou laboral. Empreendedorismo é a capacidade voltada para o investimento, para o
desbravamento e a expansão de novos mercados, produtos e técnicas.
Para Denge (2009), empreendedorismo consiste no fenômeno da geração de negócio em si,
relacionado tanto com criação de uma empresa, quanto com a expansão de alguma já
existente. Tanto no ato da criação de negócios como nas empresas já existentes, o
empreendedorismo voltado para a busca e exploração de oportunidades tende a acelerar a
expansão dos empreendimentos, o progresso tecnológico e a geração de riqueza.
Na perspectiva de Leite (2012), quando nos referimos ao termo empreendedorismo, temos a
tendência de imediatamente associá-lo com empreendimentos empresariais, negócios,
iniciativa individual, criação do próprio emprego, geração de emprego e renda, entre outras
opções. Está relacionado com gestão bem-sucedida de um empreendimento.
Só é possível falar sobre empreendedorismo adotando-se uma visão ampla,
já que para compreendê-lo é preciso necessariamente considerar diferentes
tipos de indivíduos (de acordo com a idade, sexo, origens, formação do
empreendedor etc.), diferentes formas de organização (de acordo com o
porte da empresa, o setor, laços com outras empresas, etc.), diversos
ambientes econômicos – próximos (o meio) ou mais amplos (o mercado) -, e
diversas épocas (o tempo) (JULIEN, 2010, p.22).
45
Na visão de Schumpeter (1997), o empreendedorismo é a busca de novas direções, do
diferencial competitivo e de novas conquistas, associadas à inovação, na medida em que sua
essência está na percepção e aproveitamento de oportunidades de negócios, no desejo de
fundar empreendimentos, de utilizar recursos de uma nova forma, na alegria de criar, de fazer
as coisas e de exercitar a energia e a engenhosidade.
Um fator que impulsiona o empreendedorismo é a criação do próprio posto de trabalho, em
um cenário em que a procura do emprego especialmente o primeiro que se apresenta cada vez
mais difícil, não apenas pelo maior grau de exigência, por parte de quem recruta, mas também
devido à forte concorrência entre candidatos.
De acordo com Leite (2012), os empreendedores percebem novas ideias como grandes
oportunidades. A sua segurança econômica não está fundamentada em um emprego, mas no
próprio potencial de produzir, pensar, criar e se adaptar.
No pensamento de Degen (2009), os empreendedores motivados por oportunidade têm maior
impacto sobre o crescimento econômico de um país, porque eles, mais bem preparados,
desenvolvem mais negócios baseados em inovação e novas tecnologias, com um potencial de
desenvolvimento sustentável.
O empreendedorismo é a criação, a inovação, a descoberta e a transformação, cujo resultado
gera o desenvolvimento dos negócios, o destaque e o surgimento de oportunidades de
sucesso. Para muitos autores, o empreendedorismo é particular e já nasce com o indivíduo;
sendo apenas amadurecido e aperfeiçoado com o tempo. Já para outros o empreendedorismo é
um ensinamento com o qual os alunos são estimulados a empreender, a enfrentar novos
desafios e visualizar oportunidades a fim de atingir o sucesso empresarial e financeiro.
Ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para conceber
ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em oportunidades de
negócio, motivação para pensar conceitualmente e capacidade para perceber a mudança como
oportunidade.
Segundo Leite (2012), ser empreendedor é um sonho de muita gente. Contudo, isso não é
fácil. De fato, deixar a segurança proporcionada por um emprego estável é uma atitude difícil.
46
O empreendedor, tanto como gerador de novas empresas quanto administrador de empresas já
existentes, passa a ser o eixo central da criação de novos postos de trabalho, intensificando
transações econômicas e contribuindo para a competitividade de uma nação (PREVIDELLI e
SELA, 2006).
“Empreender é essencialmente um processo de aprendizagem proativa, em que o indivíduo
constrói ciclicamente a sua representação do mundo, modificando-se a si mesmo e ao seu
sonho de auto realização em processo permanente de auto avaliação e auto criação”.
(DOLABELA, 2003, p.32).
O empreendedor é mais conhecido como aquele que cria novos negócios, mas pode inovar
dentro de negócios já existentes, ou seja, é possível ser empreendedor dentro de empresa já
constituída.
Segundo Filion e Borges (2013), durante muitos anos, a imaginação popular manteve o mito
do herói empreendedor, ou seja, aquele que abre uma empresa sozinha e se debate com uma
coragem excepcional para sobreviver. Para os autores, o empreendedorismo é um fenômeno
coletivo, o empreendedor realizando seu sonho com a participação, a assistência e o apoio de
muitas outras pessoas, parentes, parceiros, colaboradores, contatos da sua rede, assim como
membros de organizações de apoio. É preciso ter um mínimo de pessoas na rede do
empreendedor, o que permite, em primeiro lugar, ser informado sobre o que acontece no
setor, estimular a reflexão e o aprendizado.
Para Pinchot (1985), um termo – intrapreuner (empreendedor interno) – é introduzido na
literatura empresarial para designar uma pessoa que tem espírito empreendedor, mas que, em
vez de montar um negócio próprio para viabilizar suas ideias, faz uso da estrutura da empresa
onde trabalha.
De acordo com Julien (2010), o empreendedor potencial sofre três tipos de influências que
podem ser positivas ou negativas, como podemos ver no quadro a seguir:
47
Quadro 2 - Tipos de influências sociais sobre o empreendedor potencial ou efetivo
Influências Origem Efeitos Positivo Negativo
Afetivas Família Laços fortes de
segurança
Encorajamento Dissuasão
Simbólicas Educação,
trabalho
Normas, crenças,
modelos
Segurança Conservadorismo
Sociológicas Trabalho,
experiências,
redes
Enraizamento ou
imersão em um meio
Recursos disponíveis Obstáculos
potenciais
Fonte: Julien (2010, p. 112)
O empreendedor potencial sofre as influências afetivas que vêm principalmente da família, as
simbólicas, da transferência de modelos e as sociológicas, do envolvimento gradual em um
meio. Essas diferentes influências fazem do empreendedor um ser plural e coletivo que se
constrói aos poucos, sem necessariamente vocação particular.
Durante as pesquisas que serviram de base para dissertação de acordo com Mendes (2009), foi
possível encontrar definições para o termo empreendedor que transcrevemos a seguir:
Quadro 3 - Desenvolvimento do termo empreendedor.
Período Autor Conceito
Idade
Média
Desconhecido Participante e pessoa encarregada de projetos de produção em grande
escala.
Século
XVII
Desconhecido Pessoa que assume risco de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor
fixo com o governo.
1725 Richard
Cantillion
Pessoa que assume risco é diferente da que fornece capital.
1803 Jean Baptiste
Say
Lucros do empreendedor separados dos lucros de capital
1876 Francis Walker Distinguir entre os que forneciam fundos e recebiam juros e aqueles
que obtinham lucro com habilidades administrativas.
1934 Joseph
Schumpeter
O empreendedor é um inovador e desenvolve tecnologia que ainda não
foi testada.
1961 Davis
McClelland
O empreendedor é alguém dinâmico que corre risco moderados.
1964 Peter Drucker O empreendedor maximiza oportunidades.
1975 Albert Shapero O empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e
48
econômicos e aceita os riscos do fracasso.
1980 Karl Vésper O empreendedor é visto de modo diferente por economistas,
psicólogos, negociantes e políticos.
1983 Gifford Pinchot O Intraempreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma
organização já estabelecida.
1985 Robert Hisrich O empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor,
dedicando tempo e os esforços necessários, assumindo riscos
financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as
consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal.
2001 José Carlos
Assis Dornelas
O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa
aos fatos e tem uma visão futura da organização.
2007 Jerônimo
Mendes
É o indivíduo criativo capaz de transformar um simples obstáculo em
oportunidade de negócios.
Fonte: Mendes, 2009, p. 6
Conforme apresentado, o empreendedorismo tem sido analisado por pesquisadores de
diferentes áreas do conhecimento durante vários períodos e isto tem refletido diretamente nas
visões criadas sobre o conceito do empreendedorismo.
Leite (2012) afirma que, para ser um empreendedor eficaz em uma sociedade baseada no
conhecimento, precisa de uma formação sólida. Ele precisa de uma base de conhecimento de
pesquisa, competência no uso da habilidade de imaginar, analisar, formular e interpretar.
Apresentamos, na figura – 1, uma forma esquematizada do conceito do espírito
empreendedor, resultante da visão integrada entre percepção da atitude e comportamento
empreendedor como expressam os teóricos Schumpeter, Mc Clelland e Drucker.
Figura 1 – A visão integrada de Schumpeter, Mc Clelland e Drucker.
Fonte: Leite, 2012, p. 12
49
Os empreendedores são apontados como pessoas com capacidade, habilidades e atitudes
próprias que formam suas características de identificação. O empreendedor possui
características importantes e necessárias para ter sucesso como podemos observar no quadro
abaixo:
Quadro 4 – Características dos empreendedores de sucesso
Características Descrição
São visionários Têm a visão de como será o futuro para o seu
negócio e sua vida com habilidade de
implementar seu sonhos
Fazem a diferença Transformam algo difícil, uma ideia abstrata em
algo concreto. Sabem agregar valor aos serviços
e produtos que colocam no mercado.
Sabem explorar o máximo de oportunidades Transformam ideias em oportunidades através da
informação e conhecimento.
São determinados e dinâmicos Implementam suas ações com total
comprometimento.
São dedicados Dedicam 24 horas por dia, 7 dias por semana, ao
seu negócio.
São otimistas apaixonados pelo que fazem Adoram o trabalho que realizam. O principal
combustível que os matem mais animados e
autodeterminados.
São independentes e constroem o próprio destino Á frente das mudanças. Criar algo novo e
determinar seus próprios passos. Ser o patrão e
gerar empregos.
São líderes formadores de equipes Têm um senso de liderança. São respeitados e
adorados por sua equipe.
São bem relacionados (networking) Constroem uma rede de relacionamento que os
auxilia no ambiente externo da empresa, junto a
clientes, fornecedores e entidades de classes.
Possuem conhecimento São sedentos pelo saber e aprendem
continuamente.
Assumem riscos calculados Sabem gerenciar o risco, avaliando as reais
chances de sucesso.
Criam valor para sociedade Utilizam seu capital intelectual para criar valor
para sociedade, com a geração de empregos,
dinamizando a economia e inovando.
50
São organizados Os empreendedores sabem obter e alocar os
recursos materiais, humanos, tecnológicos e
financeiros, de forma racional, procurando o
melhor desempenho para o negócio.
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Dornelas (2008).
Todas as características empreendedoras transcritas podem ser transpostas para a educação,
pois a teoria do empreendedorismo pode ser utilizada como base para a conquista de uma
educação empreendedora, que pode ser disseminada por diretores, coordenadores e alunos
empreendedores através de posturas inovadoras em suas salas de aula.
Os estudiosos concordam que o empreendedor é uma pessoa que empenha toda sua energia na
inovação e no crescimento, manifestando-se de diversas maneiras: criando sua empresa,
desenvolvendo alguma coisa nova em uma empresa preexistente ou, ainda, dedicando suas
atividades ao empreendedorismo. Ressalta-se, entretanto, que o indivíduo não deve possuir
todas as características anteriormente citadas no quadro - 3 para ser denominado
empreendedor, mas a presença de grande parte delas denota um perfil voltado ao
empreendedorismo.
Entre essas características, nota-se a relação que muitas delas têm com o perfil da Geração Y,
por exemplo: inovação, criatividade, impaciência, alegria, autoconfiança, quer fazer a
diferença no mundo, gosta de desafios, quer se expressar por meio do trabalho. Estas
características são discutidas em detalhes no capítulo 2.5.1.
De acordo com Previdelli e Sela (2006), o empreendedor é aquele indivíduo que, guiado pela
visão, busca aproveitar oportunidades, desenvolve ideias e conceitos que possibilitem
caminhar segundo uma direção preestabelecida, mapeando um curso de ação que tolere a
mudança e o ajude a responder às mudanças no ambiente. É dotado de energia e está sempre
disposto a aceitar a luta, mesmo consciente das incertezas e possibilidades de fracasso. Possui
capacidade de iniciativa, imaginação para conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las em
uma oportunidade de negócios. Para os autores, o empreendedor é a mola propulsora da
economia.
51
Para Salim e Silva (2010), todas as pessoas possuem, em maior ou menor grau, características
empreendedoras, mas que nem sempre sabem exercê-las ou não as cultivam. Somos todos
empreendedores, mas precisamos exercitar nossas características empreendedoras e aprender
as técnicas para aplicá-las de modo adequado.
Segundo Dornelas (2008), para uma pessoa ser considerada empreendedora, deve possuir
algumas habilidades técnicas, gerenciais e algumas características pessoais:
No campo técnico: deve ser capaz de captar informações, ter oratória, liderança em
equipe, dentre outros fatores.
Habilidades gerenciais: saiba lidar com marketing, finanças, logística, produção,
tomada de decisão e negociação.
Pessoais: disciplina, persistência, habilidade de correr riscos e inovar.
Birley e Musuka (2001) acreditam que os empreendedores recebem influências de origens
diversificadas no decorrer dos tempos. Eles podem ser influenciados pela carga genética, pela
formação familiar, pelas experiências profissionais anteriores e pelo ambiente econômico em
que estão inseridos. O empreendedor pode ser compreendido como um ser social, produto do
meio em que vive, sendo um fenômeno regional.
No contexto da sociedade moderna e do conhecimento, percebemos a introdução de novos
desafios para o empreendedorismo como abordamos na seção a seguir.
2.4.2 Conhecimento e era do empreendedorismo
Vivemos uma época de plena era do conhecimento, em que as informações estão disponíveis
em tempo real, direcionando as empresas compartilhar os conhecimentos e identificar as
ações que levam ao sucesso da organização contemporânea, nesse novo ambiente de
globalização e avanço tecnológico, orientado para uma gestão digital e no capital intelectual.
O emprego-padrão de hoje, com vínculo salarial, patrão e horário rígido, já é um cenário
pertencente ao passado. O novo milênio chegou e, com ele, a era do conhecimento que
proporciona acesso a um número de informações muito maior do que podemos absorver e, ao
mesmo tempo, nunca se teve tanta incerteza sobre o futuro. Para Leite (2012), a geração de
52
empregos mantém um alto grau de dependência em relação à força criadora dos
empreendedores.
Faz-se necessário uma aposta na formação de base do empreendedorismo de uma maneira
geral, em especial por parte daquelas pessoas que se encontram na situação de desemprego.
Garvi (2000) define as organizações que aprendem como aquelas que apresentam habilidades
em cinco atividades principais: solução de problemas por métodos sistemáticos,
experimentação de novas abordagens, aprendizado com a própria experiência, aprendizado
com as melhores práticas alheias e transferência de conhecimento rápido e eficiente em toda
organização. A nova economia do conhecimento é fortemente caracterizada pela transição da
eficiência individual para a eficiência coletiva.
Nessa perspectiva, a atividade empreendedora sofre e gera impactos no meio econômico,
social e político no qual a organização se insere. E, em virtude de seu efeito multiplicador,
produz emprego, renda, crescimento e desenvolvimento. O empreendedorismo é hoje um
fenômeno global, sobre o qual diversas instituições públicas e privadas têm investido para
pesquisar e incentivar.
Existe uma clara correlação entre o empreendedorismo e o crescimento econômico. Os
resultados mais explícitos manifestam-se na forma de inovação, desenvolvimento tecnológico
e geração de novos postos de trabalho. A riqueza gerada pelos empreendedores contribui para
a melhoria da qualidade de vida da população.
De acordo com Drucker (2008), na antiguidade, o conhecimento era usado para o crescimento
pessoal e para aumentar a sabedoria e satisfação individual. Com a industrialização, o
conhecimento passou a sinalizar características do indivíduo que afetam a produtividade e a
educação passou a diferenciar os indivíduos e possibilitar o acesso a determinados círculos e a
partir daí possibilitar ganhos de salários.
Birley e Musyka (2001) acreditam que os empreendedores recebem influências de origens
diversificadas e variadas no decorrer do tempo. Eles podem ser influenciados pela carga
genética, pela formação familiar, pelas experiências profissionais anteriores e pelo ambiente
econômico em que estão inseridos.
53
O aporte do capital humano é crucial para o desenvolvimento da economia, mesmo nas novas
e pequenas empresas. A atual realidade econômica tem sido marcada pela exacerbação dos
padrões de concorrência, na qual a necessidade constante de aprendizado e de introdução de
novos produtos e serviços torna-se condição obrigatória às empresas que desejam obter
vantagens comparativas.
Espejo e Previdelle, ancorados em Degen (2006) apontam que:
O agente do processo de destruição criativa que, de acordo com Joseph A.
Shumpeter é o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o
motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos métodos de
produção, novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos
métodos menos eficientes e mais caros. (2006, p. 24).
Para enfrentar essa mudança, é necessário abandonar o sistema rígido de produção e passar
para um processo flexível que ofereça qualidade e mude frequentemente para atender clientes
exigentes e dispares.
As empresas devem trabalhar de forma que permitam estar em relação mais ou menos estreita
com diversas empresas e diferentes organismos parceiros. Sendo assim, aumentar a
capacidade de inovação, gerando uma economia voltada para o conhecimento, pesquisa e
formação, que possibilita às organizações na construção de aprendizado e um savoir-faire em
constante aperfeiçoamento, proporcionando às empresas distinguirem-se e melhor enfrentar as
incertezas e ambiguidades.
Nesse contexto, referenciamos o papel do meio de suma importância para fornecer os recursos
base, principalmente a mão de obra e infraestrutura que ajuda as empresas inserir novos
negócios, com o despertar de um espírito empreendedor, a fim de enfrentar os desafios da
nova economia. A economia empreendedora está desempenhando relevante papel no
desenvolvimento econômico pelo estímulo à inovação e à concorrência.
Para Mendonça (2010), ao lado da inovação, oportunidade e mudança, o empreendedor, ou
melhor, dizendo, o espírito empreendedor não seria algo encontrado apenas na cabeça dos
grandes homens ou visionários. As pessoas que enxergam oportunidades e que ousam
satisfazer as necessidades vislumbradas nessas oportunidades, qualquer que seja o tamanho ou
a natureza da organização, seriam pessoas dotadas do espírito empreendedor.
54
O espírito empreendedor é um potencial de qualquer ser humano e necessita
de algumas condições indispensáveis para se materializar e produzir efeitos.
Entre essas condições estão, no ambiente macro, a democracia, a cooperação
e a estrutura de poder tendendo para a formação de rede. (DOLABELA,
2003, p.24).
O meio é a construção social do mercado capaz de facilitar os múltiplos laços entre os
recursos e competências, por um lado, e os compradores, por outro lado. Ele age como um
espelho social que estimula, tempera ou limita os comportamentos empreendedores.
O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de
estabelecer e atingir objetivos e que mantem alto nível de consciência do
ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios.
Um empreendedor que continua a apreender a respeito de possíveis
oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que
objetivam a inovação continuará a desempenhar o papel empreendedor.
(FILION, 1999, p. 19).
Percebemos que, para concretização de uma gestão focada na economia do conhecimento,
inovação, meio empreendedor e novas tecnologias: faz-se necessário o entendimento desses
fatores que direcionam a estratégia o aprendizado organizacional, a cultura organizacional e a
gestão das novas tecnologias.
De acordo com Drucker (2008) a inovação e o espírito empreendedor são, portanto,
necessários na sociedade tanto quanto na economia. Para Leite (2012), compete ao
empreendedor a responsabilidade pela sobrevivência da empresa na economia, isto é, pela
lucratividade, por seu mercado e seu produto.
A compreensão do período histórico permite aprofundar as possibilidades e limitações que se
apresentam para o grupo a partir da conjuntura econômica social e cultural que ele vivencia,
além de permitir o aprofundamento da discussão sobre o tempo cronológico que define uma
geração. Após apresentados às teorias e características empreendedoras, a próxima seção
apresenta os conceitos e características da Geração Y.
2.5 Geração Y
Vivenciamos uma época que se afigura diferente daquela do passado. Aos poucos, mudamos
nossa linguagem e nosso modo de ser. Muitos dos que vemos agora vêm sendo modificados
55
pelas novas tecnologias, como internet, celulares, computadores, o que possibilita uma grande
troca de informações em um tempo anteriormente inimaginável.
A história de uma geração está baseada em um conjunto de vivências comuns, valores, visão
de vida, cenário sociopolítico e a aproximação de idades. Essas características comuns das
diferentes gerações influenciam o modo de ser e de viver das pessoas nas sociedades e é este
conjunto de comportamentos e valores que diferenciam uma geração de outra. Um dos
desafios da sociedade é permanentemente compreender e se adaptarem a essas novas gerações
e a todas as mudanças geradas.
Para Carelli (2012), o senso comum define que geração é o que separa pais e filhos,
adolescentes de cinquentões, pessoas de diversas idades que pensam de maneiras distintas
umas das outras. Já na visão da sociologia, a autora destaca que geração é aquela
acompanhada de eventos e acontecimentos históricos, é a convivência de pessoas que
compartilham os mesmos interesses, valores, sonhos e ideais.
Hoje, temos até quatro gerações que trabalham juntas em uma empresa. De acordo com
Lancaster e Stillman (2011), os tradicionalistas nascidos antes de 1946, Baby Boomers, são os
nascidos entre 1946 e 1964, a Geração X por nascidos entre 1965 e 1981 e a Geração Y
composta por nascidos entre 1982 e 2000. Precisamos entender e aproveitar o que cada
geração tem de melhor para oferecer.
As fronteiras que separam as gerações não são claramente definidas, não podem deixar de ser
ambíguas e atravessadas e, definitivamente não podem ser ignoradas. As pessoas de diferentes
gerações devem se adaptar a esse cenário. Nenhuma geração está certa ou errada, elas são
apenas diferentes e no fundo nenhuma geração pode fazer muita coisa sozinha.
A Geração Y pode desempenhar enorme papel na criação da sinergia entre
as gerações. Para começar, esses jovens podem perceber que, embora haja
relacionamentos íntimos e colaborativos com os pais, terão de criar novas
formas de se relacionar no serviço com as Gerações X, Baby Boomeres e
Tradicionais cujas dinâmicas familiares a que estão acostumados são outras
(LANCASTER e STTILLMAN, 2011, p. 50)
As gerações convivem e manifestam influências mútuas e possuem peculiaridades
fundamentais que afetam o relacionamento e provocam, em muitos casos, omissão e apatia
56
nas gerações mais experientes, estabelecendo na formação das novas. E no relacionamento
entre as gerações que está a chave para o resgate do equilíbrio necessário para estes novos
tempos (OLIVEIRA, 2010).
Somente a aproximação das idades não é suficiente para enquadrar as pessoas em uma mesma
geração. É necessário identificar um conjunto de vivências históricas macrossociais
compartilhadas que refletem alguns princípios de visão de mundo e valores comuns.
(BAUMAN, 2007, p. 373).
Assim, para uma análise geracional, o simples marco cronológico é apenas um ponto
referencial, mas não serve como base para delimitar as formas de agir de um grupo etário.
Portanto, na próxima seção apresentamos as características da Geração Y.
2.5.1 Características da Geração Y
Oliveira (2011) afirma que uma característica marcante da Geração Y é o total domínio das
tecnologias recentes. A facilidade que hoje se tem em acessar vários tipos de tecnologia
acabou desenvolvendo nos jovens a capacidade de fazer várias atividades simultaneamente.
Para a surpresa de muitos, um jovem trabalha, no mesmo instante em que ouve uma música,
navega em redes sociais e ao mesmo tempo fala no celular, e mesmo assim não deixa de ser
produtivo.
Para o autor, os Y são motivados pela novidade, pelo incerto e apresentam como diferencial
infinitas redes de relacionamentos criadas por meio da internet, da telefonia, e do networking
no decorrer de suas experiências vividas. São adeptos a uma vida agitada, especialistas em se
readaptar e impacientes tanto com relação aos resultados quanto à manutenção do status quo.
Para Calliari e Motta (2012), esses jovens desejam qualidade de vida e não abrem mão dela.
Quer a possibilidade de trabalhar em projetos pessoais, menos formalistas, mais trabalhos em
grupo, diálogo permanente, horários flexíveis, possibilidade e tempo de cuidar da própria
saúde.
57
Segundo Tapscott (2008), eles demandam oportunidades para aprender e ter maior
responsabilidade querem feedbacks instantâneos, primam por balancear a vida profissional e
pessoal e anseiam por relações fortes no ambiente de trabalho.
Lipkin e Perrymore (2010), psicólogas americanas, designam a Geração Y como
multitalentosa, atribuindo a ela outras qualidades como: superestimulada, socialmente
consciente, exigente e criativa. As autoras ao defenderem a existência e desenvolvimento de
traços característicos de cada geração, também relativizaram a tentativa de classificação rígida
e o risco de generalizações, pois alertam para as diferenças existentes dentro de um mesmo
grupo geracional.
De acordo com Periscinoto (2008), outra característica marcante dos jovens da Geração Y é a
capacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo.
A Geração Y é composta por líderes peculiarmente inovadores e quase
irrequietos. Embora em sua grande maioria sejam largamente talentosos,
sinceros e criativos, demonstram possuir este lado impaciente que ora lhes
serve de âncora, ora de empecilho. Isto pelo fato de que não raro estes jovens
estão sujeitos a decisões precipitadas com vistas a objetivos maiores, o que
os leva algumas vezes a darem “passos maiores que as pernas”. (PORTES,
2008, p.07).
Há alguns anos atrás havia certa generalização quanto ao comportamento e características dos
indivíduos, independente da época que viviam. Mas ao passar do tempo, essas características
foram mudando nitidamente. No quadro abaixo destacamos algumas características da
Geração Y na visão de diversos autores.
Quadro 5 – Resumo das características da Geração Y por diversos autores
Autor Características
ROBBINS (2005) Ingresso no mercado de trabalho mais cedo e
capacidade de futuro promissor.
TAPSCOTT (2008) Facilidade para aprender, são responsáveis e
requerem feedbacks instantâneos.
PERISCINOTO (2008) Capacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo
tempo.
LIPKIN & PERRYMORE (2010) Multitalentosa, estimulada, socialmente
consciente, exigente e criativa.
LANCASTER & STILLMAN (2011) Forte relacionamento com os pais.
58
OLIVEIRA (2011) Domínio das tecnologias recentes é bastante
prodigiosa em sua capacidade de ideias.
CALLIARI & MOTTA (2012) Preocupados com a qualidade de vida e cuidado
com a saúde e qualificação acadêmica.
KULLOCK (2012) Questionadores, direcionados para resultados,
tomada de decisão rápida.
Fonte: Elaborado pelo autor (2013).
Os jovens ípsilons são influentes, formam tendências e têm mais escolaridade, mais dinheiro
no bolso, mais liberdade e mais vida pela frente. É preciso entendê-los como agentes de
mudanças. Agora estão, chegando à posição de destaque em empresas, instituição de ensino e
política. Entender essa geração é entender o futuro e como as instituições precisam mudar
hoje.
A seguir discutimos a relação entre a Geração Y e o trabalho, abordando os aspectos
contextuais e particulares deste grupo.
2.5.2 Geração Y e mercado de trabalho
A Geração Y também conhecida como a geração da tecnologia, constituída por indivíduos
que ingressam mais recentemente no mercado de trabalho, são pessoas que acreditam em si
mesmos e em sua capacidade de terem um futuro promissor.
De acordo com Calliari e Motta (2012), estima-se que, no Brasil, os ípsilons já correspondem
a 30% da população ativa, bem próximo aos profissionais da Geração Baby Boomer (33%) e
X (37%). Conforme dados Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Censo 2010
50.094.118 de habitantes pertencem a Geração Y.
As tendências trazidas pela chegada ao mercado de trabalho da Geração Y são provocadoras e
representam um desafio ao estilo de trabalho. Toda geração traz consigo perspectivas próprias
como ilustra o quadro a seguir:
59
Quadro 6 - Tendências da Geração Y no mercado de trabalho
Tendências Geração Y Breve descrição
Educação no lar
A Geração Y é composta por filhos protegidos, vistos como as
melhores criações de seus pais. Conforme seus membros entram na
faculdade e no trabalho, os pais, em vez de cortar o cordão
umbilical, compram uma extensão.
Garantia de direitos
Os membros dessa turma foram criados durante o movimento da
valorização da autoestima, ouvindo muito elogios, e viraram
adolescentes que se julgam capazes de conquistar tudo o que
quiserem na vida. Eles têm muito a oferecer, mas também esperam
muitas coisas, de benefícios a promoções.
Significado
O sonho está deixando de ser “ter um emprego” e passando a ser “
ter um emprego que signifique alguma coisa”. A Geração Y quer ter
uma vida boa graças a um trabalho que tenha valor e que contribua
para a empresa, o país, uma causa ou para a comunidade.
Grandes expectativas
A Geração Y começa a trabalhar com grandes expectativas de
realização de sucesso. Infelizmente, a experiência de trabalho nem
sempre é o que ela esperava e seus membros mudam de emprego em
busca de um que tenha mais a ver com eles.
Necessidade de dinamismo
Essa é uma geração que mal conhece um mundo sem computador
pessoal. A maioria teve acesso a informações, diversão ou a outras
pessoas com um click desde criança.
Rede social
Acesso a informação na velocidade da luz. Essa Geração não apenas
está reinventando os modos de comunicação, como também está
redefinindo os parâmetros das relações pessoais e de consumo. Tem
uma força tremenda na remodelação das formas pelas quais
coletamos informações, repassamos os dados e aprendemos com
eles.
Colaboração
Uma Geração que foi estimulada a argumentar na escola e em casa.
Dar ordem saiu de moda; em seu lugar entraram as conversas
francas e negociação entre as duas partes cedem. A Geração Y cobra
novas formas de liderança e de tomada de decisão baseadas na
colaboração.
Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Lancaster e Stillman (2011).
Para Calliari e Motta (2012), os ípsilons não acham que trabalhar seja sinônimo de sacrifício
da própria individualidade. Se não sentirem prazer em trabalhar, como partes integrantes,
como criadores de seus ofícios, não titubeiam em abandonar o barco. Para eles, o bem estar e
o equilíbrio devem permear todas as suas atividades.
Seguindo o pensamento de Balian (2009), a possibilidade da Geração Y ocupar mais de 50%
dos cargos das empresas está cada vez mais próxima, se já não chegou a este percentual em
alguns segmentos. Cada geração, particularmente, desenvolve sua maneira de trabalhar de
60
forma peculiar, e muitas vezes as empresas acabam adotando programas de desenvolvimento
para lidar com cada geração individualmente, de forma fragmentada, esquecendo-se de olhar
o todo.
Na visão de Malacrida (2011), os jovens da Geração Y estão alcançando cargos de poder
dentro das organizações, com posições de liderança e de comando e não estão deixando a
desejar, pelo contrário, estão impressionando seus superiores Baby Boomers ou “X” com
atitudes inovadoras e sem impor as hierarquias tradicionais.
Segundo Oliveira (2011), nos dias de hoje, 20%, dos gestores das empresas pertence à
Geração Y, são eles jovens com elevada formação acadêmica, pelo fato de cada vez mais ser
exigido graduação, pós-graduação, especializações e também conhecimentos de línguas. Isso
vem pressionando cada vez mais os jovens profissionais, pois nesse ambiente, cada vez mais
complexo, é indispensável diferenciar-se através da busca por novos conhecimentos.
De forma geral, é possível notar que a Geração Y agrupa pessoas que necessitam de
identificação com o trabalho e de aprendizado constante, características marcantes do perfil
do Empreendedor.
Encerramos este capítulo com as ideias que nortearam os caminhos para os procedimentos
metodológicos adotados durante a investigação proposta, que apresentamos no capítulo a
seguir.
61
3. METODOLOGIA
Em função dos objetivos, este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos para
alcançá-los. Desta forma, procedemos à estruturação do capítulo de acordo com os seguintes
tópicos: o delineamento da pesquisa, unidade de análise, população alvo, instrumentos de
coleta de dados, análise dos dados, limites e limitações.
3.1 Delineamento da Pesquisa
A reflexão do caminho metodológico para o desenvolvimento da pesquisa depende do alcance
do estudo. Assim, o desenho, os procedimentos e outros componentes do processo serão
importantes para alcançar os objetivos almejados.
O estudo foi delineado para atingir os objetivos, com base em autores como: Roberto
Hernández Sampieire (2013), Carlos Fernández Collado (2013), Maria del Pilar Batista Lucio
(2013), John W. Creswell (2013), Vicki L. Plano Clark (2013), a partir de um enfoque misto
de pesquisa, que envolve um processo de coleta, análise e vínculo de dados quantitativos -
QUAN e qualitativos - QUAL.
Para Hernández Sampieri e Mendoza (2008), os métodos mistos representam um conjunto de
processos sistemáticos e críticos da pesquisa e implicam a coleta e a análise de dados
quantitativos e qualitativos, assim como sua integração e discussão conjunta, conseguindo um
maior entendimento do fenômeno do estudo.
As relações interpessoais, as organizações, o consumo, os valores dos jovens, a crise
econômica global, a pobreza, e de maneira geral, todos os fenômenos e problemas que as
ciências enfrentam atualmente são tão complexos e diversos que o uso de um único enfoque,
tanto quantitativo como qualitativo, é insuficiente para trabalhar essa complexidade.
(HERNÁNDEZ SAMPIERI e MENDONZA, 2008; CRESWELL et al., 2008).
Os métodos mistos encorajam o uso de variadas visões de mundo transformando paradigmas.
Isso traz liberdade para o pesquisador que quer usar todos os métodos possíveis para abordar
um problema (CRESWELL; CLARK, 2013).
62
A presente pesquisa assume a modalidade de estudo exploratório e, ao mesmo tempo,
descritivo. Os estudos exploratórios servem para preparar o terreno e normalmente antecedem
as pesquisas com alcance descritivo. São relacionados quando o objeto é examinar um tema
ou um problema de pesquisa pouco estudado como nesta pesquisa: a relação da formação
empreendedora, ensino superior, Geração Y e o conceito de Empreendedor.
Segundo Sampieri, Collado e Lucio (2013), a importância dos estudos exploratórios servem
para nos tornar familiarizados com fenômenos relativamente desconhecidos, obter
informações sobre a possibilidade de realizar uma pesquisa mais completa relacionada com
um contexto particular, pesquisar novos problemas, identificar conceitos ou variáveis
promissoras. Descritiva porque busca especificar as características e os perfis de pessoas e
grupos. Ou seja, pretende medir e coletar informações de maneira independente e/ou conjunta
sobre os conceitos ou as variáveis a que se referem.
Para os autores, assim como os estudos exploratórios, servem fundamentalmente para
descobrir e pressupor, os estudos descritivos são úteis para mostrar com precisão os ângulos
ou dimensões de um fenômeno, acontecimento, comunidade, contexto ou situação.
Daí justifica-se nessa dissertação a necessidade da abordagem dos métodos mistos para tratar
a problemática da pesquisa, bem como, esclarecer o antigo conflito da “guerra dos
paradigmas” o célebre antagonismo, baseados nas limitações de cada enfoque (quantitativo e
qualitativo).
O quadro a seguir apresenta 17 (dezessete) justificativas/razões para o uso de métodos mistos,
relacionados com os objetivos específicos da pesquisa.
Quadro 7 – Justificativa /razões para o uso dos métodos mistos.
Justificativa Refere-se a...
1. Triangulação ou
aumento da validade
Constatar dados QUAN e QUAL para corroborar/confirmar ou não
os resultados e as descobertas visando maior validade interna e
externa do estudo.
2. Compensação Utilizar dados QUAN e QUAL para neutralizar os potenciais
pontos fracos de algum dos métodos e fortalecer os pontos fortes de
cada um.
63
3. Complementação Obter uma visão mais compreensiva sobre a formulação no caso de
empregar ambos os métodos.
4. Extensão (processo
mais integral)
Analisar os pontos de maneira mais holística (contagem de sua
ocorrência, descrição de sua estrutura e sentido de entendimento).
5. Multiplicidade
(diferentes perguntas de
pesquisa)
Responder diferentes perguntas de pesquisa (uma quantidade maior
e com mais profundidade).
6. Explicação Maior capacidade de explicação mediante a coleta e análise de
dados QUAN e QUAL. Aos resultados de um método ajudam a
entender os resultados do outro.
7. Redução de incerteza
diante dos resultados
inesperados
Um método (QUAN ou QUAL) pode ajudar a explicar os
resultados inesperados do outro método.
8. Desenvolvimento Criar um instrumento para a coleta dos dados em um método
baseado no resultado do outro método, conseguindo assim um
instrumento melhor e mais complexo.
9. Amostragem Facilitar a amostragem de casos de um método com o apoio de
outro.
10. Credibilidade Quando se usa ambos os métodos se reforça a credibilidade geral
dos resultados e procedimentos.
11. Contextualização Propiciar ao estudo um contexto mais complexo, profundo e amplo,
mas ao mesmo tempo generalizável e com validade externa.
12. Ilustração Exemplificar de outra maneira os resultados obtidos por um
método.
13. Utilidade Maior potencial de uso e aplicação de um estudo (pode ser útil para
um maior número de usuários ou aprendiz).
14. Descoberta e
confirmação
Usar os resultados de um método para gerar hipóteses que serão
submetidas a teste com outro método.
15. Diversidade Conseguir uma variedade maior de perspectivas para analisar os
dados obtidos na pesquisa (relacionar variáveis e encontrar seus
significados).
16. Clareza Ver relações “ocultas”, que não foram detectadas com o uso de um
só método.
17. Aperfeiçoamento Consolidar as argumentações provenientes da coleta e análise dos
dados por ambos os métodos.
Fonte: (SAMPIERI, COLLADO e LUCIO, 2013, p. 556)
64
Fazendo uma relação com os objetivos específicos de nosso estudo na contribuição do
enfoque para os métodos mistos apresentamos o quadro a seguir:
Quadro 9 – Justificativa /razões para o uso dos métodos mistos com os objetivos específicos
Objetivos específicos Justificativa Questões norteadoras
1- Levantar a proposta de
formação oferecida pela
instituição de ensino no
Curso de Bacharelado
em Turismo na
formação
empreendedora dos
alunos da Geração Y.
1. Triangulação ou aumento
de validade
6. Explicação
8. Desenvolvimento
10. Credibilidade
11. Contextualização
13. Utilidade
14. Descoberta e confirmação
16. Clareza
17. Aperfeiçoamento
Quais as diretrizes que a
instituição de ensino
oferece na formação
empreendedora dos
alunos do curso de
Bacharelado em
Turismo?
2- Identificar a percepção
dos alunos da Geração
Y sobre a formação
empreendedora
oferecida pelo Curso de
Bacharelado em
Turismo.
1. Triangulação ou aumento da
validade
2. Compensação
3. Complementação
4. Extensão (processo mais
integral)
5. Multiplicidade (diferentes
perguntas de pesquisa)
6. Explicação
7. Redução de incertezas diante
dos resultados inesperados
8. Desenvolvimento
9. Amostragem
10. Credibilidade
11. Contextualização
12. Ilustração
13. Utilidade
14. Descoberta e confirmação
15. Diversidade
16. Clareza
Quais as razões que
levam os alunos do
Curso de Bacharelado
em Turismo da Geração
Y a se tornarem
Empreendedores?
65
17. Aperfeiçoamento
3- Identificar na percepção
dos alunos os
professores que mais
influenciaram o
comportamento
empreendedor.
1. Triangulação ou aumento da
validade
2. Compensação
3. Complementação
4. Extensão
5. Multiplicidade (diferentes
perguntas de pesquisa)
6. Explicação
7. Explicação
8. Desenvolvimento
9. Amostragem
10. Credibilidade
11. Contextualização
12. Utilidade
14. Descoberta e confirmação
15. Diversidade
17. Aperfeiçoamento
Quais os professores que
despertaram os alunos
na sua formação
empreendedora?
4- Analisar elementos da
prática pedagógica dos
professores que
contribuíram para
formação do espírito
empreendedor dos
alunos do Curso de
Bacharelado em
Turismo da geração Y.
1. Triangulação ou aumento da
validade
2. Compensação
3. Extensão
6. Explicação
7. Redução de incertezas diante
de resultados inesperados
8. Desenvolvimento
9. Amostragem
10. Credibilidade
11. Contextualização
12. Ilustração
13. Utilidade
14. Descoberta e confirmação
15. Diversidade
16. Clareza
17. Aperfeiçoamento
Quais práticas
desenvolvimento nas
disciplinas ministradas e
que podem despertar o
espírito empreendedor
dos alunos da Geração
Y?
Fonte: Elaborada pelo autor, com base em Sampieri, Collado e Lucio (2013).
66
Para deixar claras as formulações mistas, Teddlie e Tashakkori (2009) proporcionam um
diagrama que ilustra sua formulação. Apresentamos na figura - 2, uma adaptação para
exemplificar o caso a ser estudado nessa dissertação.
67
Levantar a formação oferecida pela
instituição de ensino no Curso de
Bacharelado em Turismo na formação
empreendedora dos alunos da Geração Y.
Identificar a percepção dos alunos da geração
Y sobre a formação empreendedora oferecida
pelo Curso de Bacharelado em Turismo.
Identificar na percepção dos alunos os
professores que mais influenciaram o
comportamento empreendedor.
Verificar a influência da formação dada por uma Instituição de Ensino
Superior do Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação de
empreendedores.
Identificar o tema de interesse
Formular o Problema Contexto e
População
Objetivo (s) e pergunta(s) mista (s)
Enunciar (e as vezes
explicar) as razões
para realizar os
estudos mistos
FACOTTUR,
Alunos da
Geração Y
nascidos.
1982 a 2000.
Como a formação dada
por uma instituição de
ensino superior no Curso
de Bacharelado em
Turismo pode influenciar
o percurso da formação
de empreendedores?
Triangular dados
quantitativos e
qualitativos
Analisar elementos da prática pedagógica dos professores que contribuíram
para formação do espírito empreendedor dos alunos do Curso de
Bacharelado em Turismo da Geração Y.
Objetivo (s) e pergunta (s) qualitativa (s) Objetivo (s) e pergunta (s) quantitativas (s)
Fonte: Elaboração do autor, com base em Teddlie e Tashakkori (2009)
Figura 2 – Diagrama metodológico da pesquisa.
68
3.2 Unidade de análise
Como Instituição de ensino superior e ciente de sua responsabilidade regional, a FACOTTUR
tem como finalidade e objetivo principal a formação de profissionais aptos a ingressar no
mercado de trabalho com atitude humanística, visão permanente de qualidade e detentores do
uso de novas tecnologias.
Portanto, tendo a cidade de Olinda pertencente à Região Metropolitana do Recife - RMR
como cenário de inclusão e inserção ao mercado de trabalho local e regional é que a
Faculdade de Comunicação e Turismo de Olinda - FACOTTUR idealizou o Projeto
Pedagógico do Curso de Graduação em Turismo.
A FACOTTUR preocupa-se em estimular o conhecimento dos problemas de sua comunidade
e estabelecer com ela uma relação de reciprocidade. Isto se fará por meio do ensino, seja ele
de extensão, graduação ou pós-graduação, bem como, por meio de projetos específicos de
intercâmbio de experiências.
A construção do conhecimento técnico-científico é a grande meta da instituição. Porém
acredita-se que um saber que não tenha claro a sua função para a sociedade é um saber
superficial. Por isso, é importante passar dos "saberes” acadêmico para as "competências"
profissionais, garantindo um aprendizado de fato. Aprende-se fazendo. Por isso, o saber fazer
organiza grande parte do Projeto Político Institucional - PPI e dos Projetos Pedagógicos dos
diversos cursos da Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo de Olinda -
FACOTTUR.
A aprendizagem como resultado de uma parceria é o foco da segunda linha filosófica da
instituição. Sabe-se que a aprendizagem é o resultado de uma construção ativa feita entre
sujeitos. No entanto, também acreditamos que uma parceria entre aluno, professor e
instituição, com os mesmos objetivos e planos de ação, fortalecerão o processo de ensino e
aprendizagem, tornando-o mais qualificado e duradouro. Se a aprendizagem estiver selada no
princípio da parceria, esta transcenderá não somente os muros da instituição, mas também o
tempo.
69
O foco na capacitação pessoal converge com a cultura empreendedora vivenciada na
FACOTTUR, cujo intuito reside no comprometimento do estudante com a definição,
planificação e monitoramento dos resultados de seus projetos de vida.
A pesquisa foi aplicada junto à Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo de Olinda -
FACOTTUR com sede a Av. Getúlio Vargas, no 1360, Bairro Novo, CEP-53.030-010, na
cidade de Olinda, estado de Pernambuco, instituição de ensino superior mantida pela
Sociedade Olindense de Educação e Cultura - SOEC.
A história da FACOTTUR remonta a 1999 quando foi fundada pelo idealista e educador
Professor Caio Gomes Reis. Apesar de ser uma instituição jovem, a sua estabilidade e o
dinamismo são resultados das experiências acumuladas numa caminhada de 15 anos
dedicados ao ensino com seriedade e determinação.
A FACOTTUR foi credenciada pela portaria MEC nº 937, de 22 de junho de 1999, publicada
no Diário Oficial da União - DOU de 22 de junho de 1999. Funciona atualmente com os
seguintes cursos superiores de graduação:
Curso de Bacharelado em Turismo, autorizado pela Portaria MEC nº 937, de 22 de
junho de 1999, publicada no Diário Oficial da União - DOU de 22 de junho de 1999,
reconhecido pela Portaria SESu no 68 de 23 de janeiro de 2007, publicada no DOU
em 24/01/2007;
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos Eixo Tecnológico em
Gestão e Negócios autorizado pela portaria nº 224, de 06 de dezembro de 2010
publicada no DOU de 09.12.2010;
Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais Eixo Tecnológico em Gestão e
Negócios autorizado pela portaria nº 179, de 08 de maio de 2013 publicada no DOU
de 09.05.2013 ;
Curso Superior de Tecnologia em Logística Eixo Tecnológico em Gestão e Negócios
autorizado pela Portaria nº 245, de 31 de maio de 2013 publicada no DOU de
03.06.2013 ;
70
Curso Superior de Tecnologia em Marketing Eixo Tecnológico em Gestão e Negócios
autorizado pela Portaria nº 245, de 31 de maio de 2013 publicada no DOU de
03.06.2013.
Com grande cuidado em manter-se atualizada e eficiente na sua tarefa principal a educação, à
FACOTTUR vem se desdobrando na busca das reformas educacionais dispostas na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional e exigidas pela sociedade globalizada.
No atual contexto, a FACOTTUR passou a repensar a sua missão e os seus valores como
instituição de ensino superior sobre a sua nova condição de intervenção no processo ensino-
aprendizagem, procurando capacitar seus egressos, através de uma proposta humanística, à
luz dos princípios da ética, da cidadania, da justiça e da moral, para atender às necessidades
do mercado de trabalho e da sociedade, sistematizar e socializar conhecimentos em suas áreas
de atuação.
Nessa perspectiva, a Instituição define como missão e visão:
Missão - “Investir no processo ensino-aprendizagem permanente, proporcionando uma
educação comprometida com a ética e a cidadania, visando formar cidadãos críticos e
reflexivos, para atender às necessidades do mercado de trabalho, inspirando pessoas para
produzirem e difundirem o conhecimento”.
Visão - ser reconhecida como referência no ensino superior de Pernambuco, promovendo as
potencialidades individuais e na capacitação para o trabalho e a cidadania, por meio da
produção científica e tecnológica, integradas sob a mediação da extensão, da cultura e das
demandas do desenvolvimento regional e, em especial, da Região Metropolitana de Recife.
Evidenciamos que dentre os cursos oferecidos pela IES, apenas o Curso de Bacharelado em
Turismo foi foco desta pesquisa.
3.3 População alvo
Segundo Cooper e Schindler (2003), “uma população é o conjunto completo de elementos
sobre os quais desejamos fazer algumas inferências”. Marconi e Lakatos (2006) definem
71
população como “o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos
uma característica em comum”.
O Curso de Bacharelado em Turismo no semestre de 2013.2, conta com um corpo docente de
16 (dezesseis) professores e 178 (cento e setenta e oito) alunos matriculados no segundo,
quarto e sexto período, disponibilizado no segundo semestre de 2013.
Assim, para fins desta dissertação, adota-se o período para corte demográfico da Geração Y, a
definição de Lancaster e Stillman (2011) composta por nascidos entre 1982 e 2000. Faz parte
desse corte demográfico, 113 (cento e treze) alunos matriculados no semestre 2013.2, período
de realização da coleta de dados da presente pesquisa, conforme apresentamos no quadro a
seguir.
Quadro 9 – Data de nascimento, alunos e período de formação.
Período
Data de Nascimento/anos N0 Alunos 2
0 4
0 6
0
1982 – 31 anos 4 2 2 0
1983 – 30 anos 7 2 1 4
1984 – 29 anos 7 1 2 4
1985 – 28 anos 4 0 2 2
1986 – 27 anos 11 5 4 2
1987 – 26 anos 7 0 3 4
1988 – 25 anos 9 2 5 2
1989 – 24 anos 4 2 1 1
1990 – 23 anos 13 1 4 8
1991 – 22 anos 13 2 5 6
1992 – 21 anos 9 2 4 3
1993 – 20 anos 13 2 5 6
1994 – 19 anos 9 4 3 2
1995 – 18 anos 3 3 0 0
Total 113 28 41 44
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Um dado relevante que se pode observar no quadro acima é que 85 alunos, 78% do total já
cursaram a disciplina de Empreendedorismo. Tal relevância afirma um dado de importância
para o estudo proposto, tendo em vista, que, no terceiro período a disciplina de
72
Empreendedorismo é disponibilizada na matriz curricular do Curso de Bacharelado em
Turismo. (ANEXO A).
Participaram também do estudo o Diretor acadêmico da IES, o coordenador de curso de
Turismo e 06 (seis) professores com maior frequência de indicação dos alunos, os quais
participaram de um grupo focal.
3.4 Instrumentos de coleta de dados
A ideia básica da coleta de dados em qualquer estudo de pesquisa é obter informações que
tratam das questões que estão sendo abordadas no estudo. O pesquisador deve decidir os tipos
específicos de dados.
Quadro 10 - Quadro metodológico com instrumentos de coleta.
Objetivos específicos Instrumento de Coleta
1- Levantar a formação oferecida pela instituição de
ensino no Curso de Bacharelado em Turismo na
formação empreendedora dos alunos da Geração
Y.
Entrevista (Roteiro Apêndice A)
Análise de documentos. (PDI e PPC)
Análise do programa da disciplina de
empreendedorismo.
2- Identificar a percepção dos alunos da geração Y
sobre a formação empreendedora oferecida pelo
Curso de Bacharelado em Turismo.
Questionário (Apêndice B)
3- Identificar na percepção dos alunos os
professores que mais influenciaram o
comportamento empreendedor.
Questionário (Apêndice B)
4- Analisar elementos da prática pedagógica dos
professores que contribuíram para formação do
espírito empreendedor dos alunos do Curso de
Bacharelado em Turismo da geração Y.
Grupo focal (Roteiro Apêndice C)
Questionário ( Apêndice B)
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Os métodos escolhidos para a coleta de dados conforme apresentado no quadro acima
relacionado com os objetivos específicos do estudo foram: entrevista, análise de documentos e
73
questionário. Visando gerar informações e dados obtidos de forma cuidadosa, empírica e
sistemática, com o objetivo de apreciar o mérito e julgar os resultados e a efetividade.
Entrevista é uma das mais comuns e poderosas maneiras que utilizamos para tentar
compreender nossa condição humana. O uso de entrevista permite identificar as diferentes
maneiras de perceber e descrever os fenômenos.
Com a finalidade de responder o primeiro objetivo específico do estudo foi realizado uma
entrevista com os diretores e coordenador da IES visando levantar informações para
compreender a formação oferecida no desenvolvimento da capacidade empreendedora. Para
reforçar o entendimento do primeiro objetivo, foi feito análise documental dos instrumentos
substantivo que delineia os caminhos da instituição: PDI e PPC do curso de Turismo.
A opção por este tipo de análise se faz necessário devido à fonte de informações que irá guiar
na consulta a determinadas bases documentais. Os documentos são fontes poderosas de onde
podem ser retiradas informações e evidências que fundamentem afirmações e declarações do
pesquisador.
Conforme Curvello (2006) explica, a própria designação, análise documental, compreende a
identificação, a verificação e a apreciação de documentos para determinado fim. Em
educação, Moreira (2006) destaca que a análise documental é ao mesmo tempo fonte de
informação e indicador de metas ou dificuldades encontradas no âmbito do ensino, nas áreas
da docência, da aprendizagem e da didática.
Para levantamento de dados que norteou o segundo e terceiro objetivos específicos foi
aplicado um questionário (Apêndice B) para captar a opinião dos alunos da Geração Y do
curso de Bacharelado em Turismo, com perguntas abertas e fechadas visando compreender a
influência da formação dada pela FACOTTUR, através do levantamento das disciplinas as
quais fizeram a diferença em sua vida pessoal e profissional, bem como, identificar os
professores que tiveram atitudes empreendedoras e as práticas desenvolvidas em suas aulas.
Segundo Longaray (2003), o questionário deve ser claro, com um número limitado de
questões e, para motivar o informante, deve conter uma nota explicando a necessidade e a
finalidade da pesquisa.
74
Neste estudo, os alunos apontaram as disciplinas e os professores que contribuíram na sua
formação empreendedora, que direcionou para formação de um grupo focal com os
professores indicados com maior frequência, visando analisar os elementos da prática
pedagógica que contribuíram na formação do espírito empreendedor dos alunos, que dará
suporte no esclarecimento do quarto objetivo desta pesquisa.
De acordo com Creswell e Clark (2013), ao planejar um estudo de métodos mistos,
recomenda-se que o pesquisador avance um elemento qualitativo que inclua procedimentos de
coletas de dados “persuasivos” e um elemento quantitativo que incorporem procedimentos
quantitativos “rigorosos”.
Para os autores, na perspectiva mista, os dados quantitativos e qualitativos podem ser
aproveitados em uma mesma pesquisa; e, como todas as formas de coleta dos dados, têm suas
limitações. O uso de um desenho misto pode minimizar e até mesmo neutralizar algumas das
desvantagens de certos métodos.
No quadro abaixo, Creswell e Clark (2013) destaca os elementos para procedimentos de
coleta de dados organizados nos principais componentes encontrados na coleta de dados
qualitativos e quantitativos recomendados para o planejamento de estudo de métodos mistos o
qual adaptamos para esse estudo.
Quadro 12 – Procedimentos para coleta de dados qualitativos e quantitativos para métodos mistos.
Procedimentos persuasivos da coleta de
dados qualitativos
Procedimentos da
coleta de dados
Coleta de dados quantitativos
rigorosos
Identificação dos locais a serem
estudados.
Faculdade de Comunicação,
Tecnologia e Turismo de Olinda.
Identificação dos participantes do
estudo.
Diretores, professores,
coordenadores e alunos da
Uso de procedimentos
de amostragem.
Público Alvo: 01
Diretores,
07 professores, 01
coordenador e 113
alunos do curso de
Bacharelado em
Turismo da Geração
Y.
Identificação dos locais
a serem estudados.
Faculdade de
Comunicação,
Tecnologia e Turismo
de Olinda.
Identificação dos
participantes do estudo.
75
Geração Y do curso de
Bacharelado em Turismo
Observação do tamanho da
amostra.
Envolvidos no processo de
formação do curso de Turismo
Identificação da estratégia da
amostragem para envolver os
participantes e a razão por que foi
escolhida (critérios de inclusão).
Corte demográfico da Geração
Y e profissionais envolvidos na
formação dos alunos.
Discussão das estratégias de
recrutamento dos participantes.
Palestra de conscientização do
tema proposto.
Diretores, professores,
coordenadores e
alunos da Geração Y
do curso de
Bacharelado em
Turismo
Observação do
tamanho da amostra, a
maneira como ela foi
determinada e como ela
proporciona suficiente
poder.
Diretores, professores,
coordenadores e
alunos da Geração Y
do curso de Turismo
Identificação da
estratégia de
amostragem
probabilística ou não
probabilística.
Diretores,
Coordenadores e
Professores.
Discutir estratégias de
recrutamento para
participantes.
Importância da
discussão do tema
para formação dos
alunos
Discutir as permissões necessárias
para estudar os locais e os
Obtenção de
permissões
Discussão das
permissões necessárias
76
participantes.
Solicitação prévia.
Obter aprovações dos conselhos
de análise institucional
Solicitação prévia.
Formalizar
documento de
autorização.
(ANEXO B)
para estudar os locais e
os participantes.
Solicitação prévia.
Obter aprovações dos
conselhos de análise
institucional.
Solicitação prévia.
Discutir os tipos de dados a serem
coletados (entrevista abertas,
observação abertas, documentos,
materiais audiovisuais).
Descrito na metodologia dessa dissertação
Indicação da extensão de coleta de
dados.
100% da população alvo do estudo.
Estabelecimento das questões da
entrevista a serem indagadas.
Coleta de
informações
Período
estabelecido:
out a dez 2013.
Discussão dos tipos de
dados a serem
coletados
(instrumentos,
observação, registro
quantificáveis).
Descrito na metodologia desse
projeto
Discussão dos escores
relatados para validade
e confiabilidade dos
instrumentos usados.
Escala probabilística
Questões discursivas
Menção dos protocolos que serão
utilizados (protocolo de
entrevistas, protocolo de
observação).
Roteiro de entrevista
(APÊNDICE)
Identificação dos métodos de
registro (p.ex., registros de áudio,
anotações de campo).
Todos os métodos para facilitar o registro
mediante autorização dos participantes.
Registro de dados
Gravação em
áudio
Estabelecer que
instrumentos ou listas
de checagem serão
usados e apresentar
exemplos.
Apresentar a
metodologia de grupo
focal para os
participantes.
Identificar questões de coleta de
dados antecipados (p. ex., éticas,
Administração dos
procedimentos
Estabelecer como os
procedimentos serão
77
logísticas).
Levantamento prévio através de
informações da IES.
Cronograma de
atividades para
realização
padronizados.
Através de categorias
definidas para a
análise do estudo.
Identificar as questões
éticas antecipadas.
Propiciar ao
participante total
espontaneidade.
Fonte: adaptado pelo autor, de Creswell e Clarck (2013, p. 158).
A distinção básica que fazemos entre dados qualitativos e quantitativos é que os dados
qualitativos consistem em informações obtidas sobre questões abertas, em que o pesquisador
não usa categorias e escalas predeterminadas para coletar os dados. Em contraste os dados
quantitativos são coletados em questões fechadas baseados em escalas ou categoria de
respostas predeterminadas.
A coleta de dados foi realizada no período de outubro a dezembro de 2013 na Faculdade de
Comunicação, Tecnologia e Turismo de Olinda – FACOTTUR:
Diretor na sala de reunião da IES no horário da manhã, entrevista semiestruturada com
duração de 40 minutos e registro de áudio.
Docentes na sala dos professores da IES no horário da manhã com a mediação do
pesquisador e duração de 1 hora com registro de áudio.
Alunos no laboratório de informática da IES, acompanhados pelo pesquisador,
realizado em três dias no período da manhã e noite, dividido por período e turno. Foi
observado que o tempo para preenchimento do questionário ficou entre 10 e 15
minutos.
78
3.5 Tratamento e análise de dados
Para análise de dados de métodos mistos de pesquisa, analisa-se separadamente os dados
quantitativos usando os métodos quantitativos e os dados qualitativos usando os métodos
qualitativos. Também envolvem analisar os dois conjuntos de informações com técnicas que
se misturem aos dados e resultados. A análise dos dados nos métodos mistos está relacionada
com o tipo de desenho e estratégia escolhida para os procedimentos.
Para Creswell e Clark (2013), tanto para análise dos dados quantitativos quanto para análise
dos dados qualitativos, os pesquisadores percorrem um conjunto de passos similar: preparar
os dados para análise, explorar os dados, analisar os dados, representar a análise e validar os
dados e as interpretações.
No quadro abaixo, mostramos os procedimentos associados a cada passo para a pesquisa
quantitativa e qualitativa recomendados por Creswell e Clark (2013) para o planejamento de
análise dos métodos mistos.
Quadro 12 – Procedimentos de análise de dados quantitativos e qualitativos recomendados para o
planejamento de estudos de métodos mistos.
Procedimentos rigorosos da
análise de dados quantitativos
Procedimentos gerais da
análise de dados
Procedimentos persuasivos da
análise de dados qualitativos
Codificar os dados
atribuindo valores
numéricos
Preparar os dados para
análise com um
programa de
computador.
Limpar o banco e dados
Recodificar ou
computar novas
variáveis para análise
por computador
Estabelecer um
conjunto de códigos.
Preparação dos dados para
análise
Organizar os
documentos e os dados
visuais.
Preparar os dados para
análise com um
programa de
computador.
Inspecionar os dados
visualmente.
Conduzir a análise
descritiva.
Verificar as tendências
e as distribuições
Exploração dos dados Ler por meio dos dados.
Escrever anotações.
Descrever um livro de
códigos qualitativos.
Escolher um teste
estatístico apropriado.
Análise dos dados Codificar os dados.
Atribuir rótulo aos
79
Analisar os dados para
responder às questões
de pesquisa ou testar as
hipóteses.
Relatar os testes
inferenciais, os
tamanhos do efeito e os
intervalos de confiança.
Usar programas de
computador estatísticos
quantitativos.
códigos.
Agrupar os códigos em
tema (ou categorias).
Inter-relacionar os
temas (ou as categorias)
ou resumir para um
conjunto menor de
temas.
Usar programas de
computador de análise
de dados qualitativos
Representar os
resultados em
declarações dos
resultados.
Apresentar os
resultados em tabela e
figuras.
Representação das análises dos
dados
Representar os achados
nas discussões de temas
ou categorias.
Apresentar modelos
visuais, figuras e/ou
tabelas.
Explicar como os
resultados tratam as
questões ou hipóteses
da pesquisa.
Comparar os resultados
com a literatura usada
na pesquisa, as teorias e
as explanações
anteriores.
Interpretação dos resultados Avaliar como as
questões da pesquisa
foram respondidas.
Comparar os achados
com a literatura.
Refletir sobre o
significado pessoal dos
achados.
Estabelecer novas
questões baseadas nos
achados.
Usar padrões externos.
Validar e checar a
confiabilidade dos
escores pelo uso do
instrumento no passado.
Estabelecer a validade e
a confiabilidade dos
dados atuais.
Avaliar a validade
interna e externa dos
resultados.
Validação dos dados e dos
resultados.
Usar os padrões do
pesquisador, do
participante e do
examinador.
Usar estratégias de
validação, como
checagem do membro,
triangulação, evidências
não confirmadoras e
examinadoras externos.
Chegar a precisão do
relato.
Empregar
procedimentos
limitados para checar a
confiabilidade.
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
A análise de dados consiste no exame do banco de dados levantados pelo pesquisador para
lidar com as questões ou hipóteses da pesquisa. Nos métodos mistos, a diversidade de
80
possibilidades de análise é considerável, além das alternativas conhecidas proporcionadas pela
estatística e pela análise temática.
Seguindo os passos para a análise de dados. Esta é uma fase importante para manter a
coerência do conjunto dos elementos constitutivos da pesquisa. A análise de dados foi feita
por meio de análise de documento, análise de conteúdo e análise estatística.
Uma fonte valiosa de dados qualitativos são os documentos, os materiais e os artefatos
diversos. Eles podem nos ajudar a entender o fenômeno central do estudo. Servem para o
pesquisador conhecer de um ambiente, as experiências, vivências ou situações e como é o seu
dia a dia. (SAMPIERI, COLLADO e LUCIO, 2013). A análise de documento auxilia na
complementação obtida por outros métodos e foi realizado nos documentos disponibilizados
pela IES, o Projeto de desenvolvimento Institucional - PDI e o Projeto pedagógico do Curso –
PPC do Curso de Turismo e conteúdo programático da disciplina de empreendedorismo.
Para a análise das categorias extraídas do material selecionado, foi utilizada a técnica de
análise de conteúdo apresentada por Bardin (2011). Tal análise integra um conjunto de
técnicas que possibilitam, através de procedimentos sistemáticos de descrição do conteúdo, a
realização de inferências acerca da produção e ou da recepção de determinada mensagem.
Essa categorização resultou no quadro dos dados de cada objetivo específico que
apresentamos abaixo:
Quadro 13 - Resumo da abordagem metodológica da pesquisa
Pergunta: como a formação dada por uma instituição de ensino superior no Curso de Bacharelado
em Turismo pode influenciar o percurso da formação de Empreendedores?
Objetivo geral: Verificar a influência da formação dada por uma Instituição de Ensino Superior do
Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação de Empreendedores.
Objetivos específicos Questões norteadoras Referencial Teórico
1- Levantar a formação
oferecida pela instituição de
ensino no Curso de
Bacharelado em Turismo na
formação empreendedora dos
alunos da geração Y.
Quais as diretrizes que a
instituição de ensino oferece na
formação empreendedora dos
alunos do curso de Bacharelado
em Turismo?
LOPES (2010)
MEC (2006)
PPC
PDI
2- Identificar a percepção
dos alunos da geração Y sobre a
formação empreendedora
oferecida pelo Curso de
Bacharelado em Turismo.
Quais as razões que levam os
alunos do Curso de
Bacharelado em Turismo da
Geração Y a se tornarem
empreendedores ?
OLIVEIRA (2010)
LANCASTER e STILLMAN
(2011)
CARVALHO (2013)
DORNELAS (2008)
LEITE (2012)
81
3- Identificar na percepção
dos alunos os professores que
mais influenciaram o
comportamento empreendedor.
Quais os professores que
despertaram os alunos na sua
formação empreendedora?
DORNELAS (2008)
FILION (1999)
JULIEN (2010)
4- Analisar elementos da
prática pedagógica dos
professores que contribuíram
para formação do espírito
empreendedor dos alunos do
Curso de Bacharelado em
Turismo da Geração Y.
Quais práticas desenvolvimento
nas disciplinas ministradas e
que podem despertar o espírito
empreendedor dos alunos da
Geração y?
DOLABELA (2003)
DELORS (2010)
GUERRA e GRAZZIOTIN
(2010)
MASETTO (2010)
Categorias Subcategorias
1 - Formação oferecida pela IES
2 - Percepção dos Alunos 1- A importância da formação
empreendedora
2- Mercado de trabalho e o sonho
empreendedor
3- Características empreendedoras e
Geração Y
3 – Percepção dos alunos em relação aos
professores
1 – Disciplinas que contribuíram para sua
formação
4 – Elementos da prática pedagógica 1 – Contribuição da proposta pedagógica na
visão dos alunos
2 – Métodos de ensino
Fonte: Elaborado pelo autor (2014)
No contexto das pesquisas, a categorização deve ser feita com o intuito e facilitar o trabalho e
a interpretação dos dados, deixando os dados organizados de maneira sistematizada. Isso
porque a categoria é um “agrupamento de informações similares em função de características
comuns” (LEGENDRE, 1993, p.64).
A análise de dados quantitativos consiste no exame do banco de dados para lidar com as
questões ou hipótese da pesquisa e usa o teste estatístico apropriado para lidar com as
questões. Para Creswell e Clarck (1013), a escolha de um teste estatístico é baseada no tipo de
questão que estão sendo formuladas. A análise estatística foi feita por meio de estatística
descritiva, apresentado os dados, os valores e as pontuações obtidas para cada variável através
do questionário aplicados com os alunos no aplicativo google drive link:
<https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGZ0b0lTZ0MwWHdBeXY2U
FtaktIeUE6MA>. (APÊNDICE B), aplicados com os alunos do Curso de Turismo da Geração
Y e tabulados pelo sistema.
82
3.6 Limites da pesquisa
Decidimos limitar esta pesquisa à Faculdade de Comunicação, Tecnologia e Turismo de
Olinda - FACOTTUR, pela acessibilidade do pesquisador, onde também exerce a função de
coordenação geral da faculdade e pela disponibilidade da instituição na liberação para o
acesso.
Outro limite da pesquisa foi a escolha do Curso de Bacharelado em Turismo. Dentre os alunos
que compõem a Geração Y dos os cinco cursos oferecidos pela IES.
83
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO
Neste capítulo são apresentados os resultados, a análise dos dados e as discussões a respeito
das questões que fazem parte deste estudo.
Esta pesquisa teve como objetivo geral, compreender a influência da formação dada por uma
Instituição de Ensino Superior do Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação
de empreendedores. Para tanto, foram determinados alguns objetivos específicos, os quais
orientam a ordem de apresentação dos resultados, nesta seção.
4.1 Categoria 1 - Formação oferecida pela IES
O primeiro objetivo específico se propôs levantar a formação oferecida pela instituição de
ensino no Curso de Bacharelado em Turismo, através da análise de documentos
disponibilizados pela IES, PDI e PCC do Curso de Bacharelado em Turismo, entrevista
semiestruturada realizada com o Diretor e o Coordenador do Curso de Turismo e questionário
aplicados com os alunos da Geração Y.
O papel que o ensino superior tem a desempenhar é complexo, pois deverá responder à
demanda científico-tecnológica, incrementar ainda mais as pesquisas de ponta e, ao mesmo
tempo, preocupar-se com a formação cultural e ética dos universitários.
De forma decisiva, a prática da educação empreendedora no meio acadêmico, abre os
caminhos necessários para que a universidade consiga desempenhar o papel social que lhe foi
destinado, pois, através da educação empreendedora, conseguiremos formar um maior número
de universitários com os perfis necessários para que a tarefa destinada à universidade seja
cumprida.
Pouco adianta ter como proposta pedagógica o desenvolvimento de empreendedores se não
houver uma forte, constante e duradoura vontade e atuação de todos, desde a cúpula. Não se
pode esquecer que uma universidade com uma mentalidade empreendedora só é possível com
a direção e professores com a mentalidade empreendedora.
84
P1“ A coisa boa da FACOTTUR é que ela dá uma certa autonomia ao professor. Existem as diretrizes,
mas não engessa a forma como o professor vai estar em sala de aula. Essa possibilidade de
desenvolver a nossa criatividade dentro da metodologia faz com que o professor tenha esse
direcionamento empreendedor. Acreditando que o aluno precisa desenvolver o empreendedorismo. E
se o docente tem o espírito empreendedor, ele passa para o discente.
Podemos conferir com o depoimento vai ao encontro da Missão e da Visão da IES, citadas
anteriormente. Tem-se, então, que uma mentalidade empreendedora, a partir da qual se impõe
uma nova forma de pensamento, obriga, irremediavelmente, a uma reforma da própria
universidade, na qual, entre outras exigências, o incentivo à criatividade e à
interdisciplinaridade ocupa um lugar decisivo.
Na análise do PDI, percebemos a preocupação de atender às crescentes exigências regionais
de mão-de-obra especializada, sempre perseguindo o ideal maior de formar profissionais
hábeis e competentes para o mercado de trabalho, como também para servir ao Brasil e à
região onde se encontra inserida. Olinda é um município habitacional, comercial e turístico.
Pode-se dizer que é uma "semi-cidade dormitório", em relação à capital pernambucana, a
vizinha Recife. Os habitantes são majoritariamente de classe média e de classe baixa. Para
Julien (2010), o meio é o lugar e ao mesmo tempo o mecanismo coletivo que pode explicar e
facilitar os diferentes laços sociais, permitindo assim um espírito empreendedor.
O Centro Histórico de Olinda abrange quase um terço da área total do município e é tombado
pelo patrimônio histórico. A preservação desse sítio histórico começou na década de 1930,
quando os principais monumentos foram tombados. A partir daí, foram promovidas várias
ações no sentido de preservar todo o patrimônio histórico, cultural e arquitetônico do
município. A FACOTTUR tem como perfil a busca de criar possibilidade de acesso ao ensino
a um número cada vez maior de pessoas com o objetivo de manter, ampliar e garantir o
sucesso às crescentes exigências regionais de mão-de-obra especializada, sempre perseguindo
o ideal maior de formar profissionais hábeis e competentes para o mercado de trabalho,
contribuindo com o pensamento de Panosso Netto e Calciolari (2010), que destaca a retomada
dos cursos de turismo traz um novo alento dado pelo grande potencial a ser explorado no
Brasil. Segmentos são chamarizes importantes para o aquecimento do setor como o turismo
rural, turismo ecológico, turismo cultural e o mercado da maior idade, são diferenciais que
confirmam que o setor deve ser mais incentivado.
85
Observamos através da analise documental do PPC da FACOTTUR, que o Curso de Turismo
adota uma filosofia educacional inovadora, que tem por objetivo geral: formar líderes
empreendedores criativos e dinâmicos aptos a analisar a realidade turística nacional e
internacional, repensar ações, prospectar cenários, tomar decisões e utilizar as mais modernas
ferramentas gerenciais disponíveis no mercado sendo capazes de criar seus próprios negócios
turísticos e gerar empregos, no cenário globalizado, buscando ainda alternativas para o
desenvolvimento turístico integrado e sustentável das sociedades.
Os documentos analisados apresentam que a IES possui perfil voltado a orientar e
desenvolver iniciativas que aumentem a qualidade do ensino e com ela a formação de pessoas
responsáveis, comprometidas com o seu autodesenvolvimento e com o progresso da
sociedade. Para tanto, partilha dessa responsabilidade com os ingressos, os egressos e com as
organizações locais. Nesse sentido, a FACOTTUR objetiva ser referência na Região,
assumindo o compromisso institucional de promover o desenvolvimento educacional da
região e participar da inserção dos egressos no mercado de trabalho.
Corroborando com esses pensamentos relato as falas do Diretor e da Coordenação do Curso
de Turismo:
Diretor “Dentro do processo o que está mais claro é a questão da introdução do projeto interdisciplinar
no contexto dos alunos conhecerem a atividade do segmento que vai atuar como funcionam quais os
números desse segmento para depois num processo gradativo, chegar a pensar em abrir a própria
empresa, fazer uma intervenção e mexer com esse mercado”.
Coordenador “O perfil do Curso de Turismo da FACOTTUR é diferenciado dos outros cursos um
perfil altamente empreendedor e prático. Tem a bagagem da teoria, mas busca exercitar a junção da
teoria com a prática dentro de todas as disciplinas”.
Trabalhar Empreendedorismo na universidade é convidar os alunos para que os mesmos
realizem seus desejos e, consequentemente, sintam-se motivados para o aprendizado, para a
sala de aula e para a vida (DOLABELA, 2003).
O gráfico abaixo representa as ações desenvolvidas pela IES proporcionando atividades com
empreendedorismo através de simpósios, feiras, cursos palestras e outras ações, 70% dos
alunos consideraram ótima e boa. Para Lopes (2010), essa educação enfatiza o uso intenso de
86
metodologias de ensino que permitam aprender fazendo e se caracteriza por isso, pois o
indivíduo se defronta com eventos críticos que forçam a pensar de maneira diferente,
buscando saídas e alternativas, ou seja, aprendendo com a experiência, com processos.
Figura 3 – Gráfico iniciativas promovidas pela IES para o empreendedorismo
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
O depoimento do Diretor corrobora com os resultados apresentados no gráfico acima quanto
às ações para estimular a formação empreendedora oferecida pela IES.
Diretor: “Existem uma séries de ações: realização do Management Day voltado para o
empreendedorismo, ação de simpósios de mídias sociais que abordou a importância do
empreendedorismo, dentro de um universo digital. Para tirar o aluno dessa zona de conforto de querer
pensar só dentro do curso dele é fazer a multidisciplinaridade”.
Seguindo o pensamento de Masetto (2013), explorar com seus alunos novos ambientes de
aprendizagem, valoriza o processo coletivo de aprendizagem.
4.2 Categoria 2 - Percepção dos Alunos
O segundo objetivo específico pretende identificar a percepção dos alunos da Geração Y
sobre a formação empreendedora e as razões que levam os alunos do curso de Bacharelado
em Turismo a se tornarem empreendedores, através de uma abordagem mista com
questionário desenvolvido no aplicativo google drive link:
<https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGZ0b0lTZ0MwWHdBeXY2Um
FtaktIeUE6MA>. (Apêndice B), aplicados com os alunos do Curso de Turismo da Geração Y.
87
Primeiramente foi realizada uma apresentação da pesquisa e a relevância do tema
empreendedorismo, educação e Geração Y em sala de aula. Após, foi feito o convite aos
alunos que se enquadram na pesquisa conforme corte demográfico anteriormente mencionado
para respondentes.
Os alunos foram conduzidos para o laboratório de informática da IES que contém 25
computadores e, acompanhados pelo pesquisador para realização da pesquisa. Foram
apresentadas 13 (treze) questões quantitativas e 04 (quatro) qualitativas.
Os dados obtidos por meio do questionário demostram que, dos 178 alunos matriculados no
semestre de 2013.2 do Curso de Turismo, 113 alunos, correspondendo 63,48%, fazem parte
da Geração Y, Com idade de 16 a 32 anos, dos quais 41,59% responderam à pesquisa
conforme gráfico que apresentamos a seguir. Os dados vêm contribuir com a afirmação de
Lancaster e Stillman (2010), a Geração Y é a mais volumosa da história, e o seu momento de
tomar as rédeas e conduzir a humanidade a outro patamar existencial é iminente. Em todo o
mundo, os ípsilons estão nas universidades e começam a adquirir as posições de maior
importância no quadro hierárquico das organizações.
88
Figura 4 – Gráfico faixa etária
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
O perfil dos alunos do Curso de Bacharelado em Turismo, segundo pesquisa mostra que 74%
são do sexo feminino e 26% são do sexo masculino; 96% tem renda de 01 a 03 salários
mínimos. Valor de referência do salário mínimo na data de realização da pesquisa era R$
678,00 reais. Corrobora com essa afirmativa o pensamento de Lancaster e Stillman (2010), as
condições econômicas, principalmente os reflexos nas classes C, D e E, respondem pelo
significativo aumento de matriculados no ensino superior do País.
Outro dado relevante é a participação da mulher na universidade, que vem ratificar com a
pesquisa GEM Brasil (2012), onde se retrata que as brasileiras estão à frente praticamente da
metade das iniciativas empreendedoras no Brasil. Para Dornelas (2014), isso se deve não só
ao seu perfil empreendedor, mas a uma mudança de comportamento e da realidade das
famílias. No mundo e também no Brasil, as mulheres já têm plena inserção no mercado de
trabalho, e o empreendedorismo do próprio negócio se apresenta como opção de carreira.
Dentro da abordagem quantitativa, os respondentes foram solicitados a colocar o semestre de
graduação que estão frequentando. O período com maior percentual foi o 40 período com
89
49%. Destaco que no semestre de realização da pesquisa, 2013.2, estavam disponíveis para os
alunos as disciplinas do 2a, 4
a e 6
a períodos conforme gráfico a seguir.
Figura 5 – Gráfico período cursado em 2013.2
Fonte: Elaborado pelo autor (2014)
Um dado relevante apresentado no gráfico acima é que 78% dos alunos já cursaram a
disciplina de Empreendedorismo. Tal relevância afirma um dado de importância para o estudo
proposto, tendo em vista que, no terceiro período, a disciplina de Empreendedorismo é
disponibilizada na matriz curricular do Curso de Bacharelado em Turismo.
O ensino de empreendedorismo surge como uma vertente. Aprender a ser empreendedor e
tornar-se um deles faz parte integrante do currículo de uma série de cursos de graduação, uma
vez que o empreendedorismo e o empreendedor fazem parte dos contextos social, econômico,
cultural e de negócios, em diversas áreas de atuação. Com este entendimento, há lugar para
estudos sobre o ensino de empreendedorismo em IES que ofereçam disciplinas especificas
neste tema no currículo de seus cursos.
Nesta categoria encontramos afirmações dos universitários que mostram a importância da
disciplina de Empreendedorismo e a interdisciplinaridade, pois os ajuda a ampliar suas visões
de mundo pessoal e profissional. Os estudantes destacaram, também, que as disciplinas o
auxiliaram a pensar sobre o futuro, sobre a vida, surgindo as seguintes ideias:
E41: “Foi da cadeira de Empreendedorismo e também a partir do desenvolvimento do TCC que surgiu
a possibilidade desse novo desafio”.
90
E10: “Graças à visão adquirida através das disciplinas mencionadas no item 8 que abrange um novo
âmbito de vista para os leigos em determinado assunto. E isso leva a construção de um novo
pensamento.
E20: “Comecei a pensar diferente depois das matérias ministradas, pois tive conhecimento de coisas
que nunca tinha visto”.
E15: “Considero o empreendedorismo a chave para o sucesso profissional”.
As falas dos estudantes reforçam o pensamento de Dolabela (2003) quando afirma que a
educação empreendedora baseia-se no entendimento do que é empreendedorismo. É
essencialmente um processo de aprendizagem proativa, em que o indivíduo constrói e
reconstrói ciclicamente a sua representação do mundo, modificando-se a si mesmo e ao seu
sonho de auto realização em processo permanente de auto avaliação e autocriação.
4.2.1 A Importância da Formação Empreendedora da IES.
Este questionamento surgiu a partir da primeira pergunta aos estudantes se eles consideram a
formação empreendedora fundamental para sua formação, não é fundamental, mas é
importante para a sua formação ou, finalmente, não é importante para a sua formação.
Também foi solicitado para o respondente justificar sua resposta, o que vem colaborar com a
triangulação ou aumento da validade dos métodos mistos. (SAMPIERI, COLLADO e
LUCIO, 2013, p. 556).
O resultado mostra que 87% dos alunos consideram fundamental a importância da formação
empreendedora e 9% não é fundamental, mas é importante para sua formação. Os dados
corrobora ao pensamento de Calliari e Motta (2012) o universitário Y entende o mundo
acadêmico como extensão obrigatória e inseparável. Aprender, ou aprimorar-se equivale a
aumentar suas oportunidades de carreira e socialização.
91
Figura 6 – Gráfico como os alunos consideram a formação empreendedora da FACOTTUR.
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Dos 45 alunos que participaram desta pergunta, 42 justificaram sua afirmativa dado que
mostra que a formação empreendedora oferecida pela IES é vista com bons olhos pelos
estudantes e que a mesma está preparando-os para um futuro no qual a criatividade e a atitude
positiva perante as dificuldades serão alavancas para a sobrevivência no mundo do trabalho.
Para Leite (2012), a sua segurança econômica não está fundamentada em um emprego, mas
no próprio potencial de produzir, pensar, criar e se adaptar.
Obtendo uma visão mais compreensiva sobre a formulação do método misto numa abordagem
qualitativa, as justificativas dadas pelos estudantes:
E24 “Considero a atenção dada pela FACOTTUR ao desenvolvimento empreendedor dos seus alunos
como fundamental, pois é apenas através do empreendedorismo que é possível formar profissionais
capazes de criar e gerenciar de forma eficaz o seu próprio negócio. A FACOTTUR está investindo em
educação, ideais e métodos de ensino que possibilitem que seus alunos se libertem da subordinação
mercadológica, sendo, dessa forma, líderes no mercado profissional e não apenas seres liderados”.
E26 “Trabalho no ramo de hotelaria desde 1999 e não tenho tido muita evolução no trabalho que
desenvolvia. Após meu ingresso na FACOTTUR, minha forma de pensar e agir em relação ao
profissional mudou, tenho conseguido muita evolução tenho certeza que a instituição me ajudou
muito.”.
Encontramos afirmações dos universitários que mostram que a formação empreendedora é
importante, pois os ajuda a ampliar suas visões de mundo pessoal e profissional. O
empreendedor deve estar apto a definir os parâmetros do que pretende realizar e os meios
utilizados para alcançar o resultado desejado. Uma das grandes diferenças entre o
empreendedor e as outras pessoas que trabalham em organizações é que “o empreendedor
define o objeto que vai determinar seu próprio futuro”. Reforça o pensamento de Leite (2012)
ao afirmar que o conceito de emprego para toda a vida está irremediavelmente afastado do
92
mercado de trabalho. Chegou o momento de reconhecer que a forma tradicional de geração de
empregos está saturada.
E18 “Acho que hoje em dia o profissional que não tem uma visão empreendedora não vai crescer
dentro do mercado de trabalho e irá trabalhar para o resto da vida como empregado dos outros.”;
E31 “É fundamental por que com empreendedorismo você pode crescer com sua formação.”
E19 “Acho fundamental, pois a faculdade busca formar futuros profissionais, acredito que o
empreendedorismo é uma característica importante para qualquer área profissional.”
E7 “A formação empreendedora é importante para que os profissionais de qualquer área se destaquem
para o turismo é muito importante também pelo fato de estar em contato com pessoas e empresas”.
E17 “É fundamental, pois vai estar me instruindo da melhor maneira para que eu possa um dia abrir
meu próprio negócio, ser um empreendedor de sucesso”.
E 25 “É muito importante, pois o curso de turismo é muito amplo e requer muita criatividade. É
fundamental para acompanhar o crescimento global, tudo muda e se renova a todo tempo”.
Os estudantes relatam as transformações que ocorreram em seus modos de pensar, de agir, de
enxergar o mundo. Enfim, através do contato com a educação empreendedora, transformações
positivas ocorreram na vida profissional, pessoal e acadêmica dos alunos pesquisados e são
trazidas à reflexão através das colocações acima mencionadas, fortalecendo a concepção da
teoria visionária (FILION, 1999; DOLABELA, 2003; DORNELAS, 2014)
4.2.2 Mercado de Trabalho e o sonho empreendedor
Nesta subcategoria, os estudantes expõem a sua colocação no mercado de trabalho, o quanto a
formação pode estar auxiliando e auxiliará a serem empreendedores em suas profissões e em
suas atitudes pessoais e na realização de seu sonho.
A pesquisa retrata que 60% dos alunos encontram-se no mercado de trabalho característica
destacada por Robbins (2005), que 9% já tem seu próprio empreendimento, fato que vem
ratificar uma característica da Geração Y, como cita Calliare e Mota (2012), onde se estima
que no Brasil os ípsilons já correspondam a 30% da população ativa e pela características
desses jovens, pode-se pensar que talvez seja melhor eles terem o próprio negócio.
93
Outra característica que traz à tona destes jovens que compõem os Empreendedores, está
presente quando é perguntado se o universitário tem interesse em abrir uma empresa após sua
formação: 72% dos entrevistados responderam que sim. Frente à realidade do mundo do
trabalho, há tempos, não basta mais às instituições de ensino superior formar apenas
empregados qualificados. Afinal, a grande parte dos estudantes universitários quer ter seu
próprio negócio no futuro. Leite (2012) afirma que a formação empreendedora será uma das
alternativas para vencer a crise da falta de emprego que vem castigando o mundo todo.
Fica bem claro nas respostas dos entrevistados que a possibilidade de montar um
empreendimento após terminar a faculdade não pode ser descartada. Contribuindo com o
pensamento de Previdelli e Sela (2006) o empreendedor, tanto como gerador de novas
empresas quanto administrador de empresas já existentes, passa a ser o eixo central da criação
de novos postos de trabalho, intensificando transações econômicas e contribuindo para a
competitividade de uma nação.
E41 “É fundamental, pois a faculdade mostra que não é tão complicado abrir o seu próprio negócio, e
que qualquer pessoa seguindo o plano de negocio, pode abrir sua empresa, desde que siga as regras.
Eu mesma, no começo do curso, não pensava em abrir a minha empresa, hoje já tenho outra visão
completamente diferente.
E42 “Pois sempre tive o sonho de abrir um negócio próprio. Meus familiares possuem seus
estabelecimentos, mas foi a partir do curso de turismo que tive um conhecimento mais aprofundado
sobre o assunto, e que me mostrou que é isso mesmo que eu quero para minha vida.”
E23 “É fundamental por que eu estou começando nessa área, em um pequeno empreendimento e
quanto mais experiência melhor.”
Mesmo que não queiram ou não venham a ter seu próprio negócio, os estudantes podem ser
beneficiados em sua formação com o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades do
empreendedorismo. Dolabela (2003) reforça que essa migração do conceito âmbito da
empresa para todos atinge o empregado em organizações, chamado de intra-empreendedor,
alguém capaz de inovar, de propor à instituição onde trabalha caminhos que possam conduzir
e ocupação adequada de um espaço no seu ambiente de atuação, otimizando os resultados
organizacionais.
94
O entrevistado E40 afirma: “O curso de Turismo é muito amplo, e por isso a formação empreendedora
estimula os alunos na tomada de decisão em relação ao próprio negócio. Um empreendimento de
sucesso pode começar com uma ideia desenvolvida na instituição de ensino e ser um diferencial no
mercado de trabalho. Todo conhecimento adquirido é de suma importância para todos os aspectos de
nossas vidas. A ação empreendedora é um estímulo para o desenvolvimento de nossas competências e
habilidades no mercado de trabalho”.
Este depoimento ratifica o pensamento de Leite (2012) e Julien (2010), os empreendedores
percebem novas ideias, em que sua segurança não está só no emprego, mas no próprio
potencial de produzir, pensar, criar e se adaptar. Estudo e trabalho permitem ao empreendedor
potencial adquirir certas habilidades que o ajudarão a escolher o tipo de empresa que deseja
criar ou comprar e, em seguida, a garantir sua viabilidade e sucesso.
Logo após, os alunos foram solicitados a responder: qual a origem de sua ideia para abrir uma
empresa após sua formação? As respostas confirmam o pensamento de Julien (2010): escola,
amigo e mais tarde o ambiente de trabalho exercem um papel no aprendizado e na
experiência.
Figura 7 – Gráfico origem da ideia para criar a empresa.
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Como ferramenta que auxilia a pessoa a desenvolver seus sonhos e ideias, a pesquisa
demostra que 30% tem como origem sua ideia para abrir seu negócio, bem como 28% afirma
que o ambiente universitário contribui com a ideia. Os dados reforçam que uma educação
empreendedora surge como uma preparação para as exigências e oportunidades futuras. Para
Souza Neto (2008), o homo imprehenditor brasiliensis, para sonhar e buscar realizar seu
95
sonho, tem de se relacionar com o mundo e com as pessoas através do trabalho e da ação.
Para o autor, é desse contexto, acrescido das condições emanadas da brasilidade, que emerge,
como metamodelo de empreendedor brasileiro, nosso “herói”: o virador – aquele que “se
vira”.
Continuando a análise desta subcategoria, trazemos para conhecimento mais uma questão a
que se refere às características de empreendedor dos alunos da FACOTTUR: 34% dos
universitários têm como sonho, ter o seu próprio negócio. Para Dolabela (2003), o sonho
estruturante pode dar origem e organização a um projeto de vida, articulando sinergicamente
desejos, visão de mundo, valores, competências, preferências e autoestima. Contribuindo com
esse pensamento, Dornelas (2014) afirma que empreender é a realização máxima dos
sonhadores que almejam ver seus sonhos concretizados.
Figura 8 – Gráfico Qual o seu sonho
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
O gráfico acima demostra uma forte tendência de uma característica da Geração Y. Em
resposta à pergunta: qual o seu sonho, 21% assinalaram compra de um computador. A
Geração Y é tecnológica e digital. Mesmo não tendo computador, o aluno busca o acesso à
tecnologia e, ao se “virar”, reforça o pensamento de Souza Neto (2008), que das
“peculiaridades” é que emergem a figura do virador, daquele que se vira. E ao se virar,
permanece indivíduo no mundo de pessoas na materialização mais brasileira possível,
permeada de criatividade/improvisação, características apresentadas pelos alunos do Curso de
Turismo que compõem a Geração Y.
96
Para Oliveira (2011), tecnologia e diversidade são coisas naturais na vida da Geração Y.
Caliiari e Motta (2012) contribuem com a afirmação quando afirmam que tecnologia podia ser
o sobrenome dessa geração. Essa geração foi alfabetizada de frente do para um monitor e com
as mãos sobre um teclado. A facilidade que hoje se tem em acessar vários tipos de tecnologia
de uma geração que nasceu no contexto da modernidade, acabou desenvolvendo nos jovens a
capacidade fazer várias atividades simultaneamente.
Os alunos, 15%, também sinalizam com casar ou formar uma família, o que reforça a teoria
de Lancaster e Stillman (2011): a Geração Y é composta por filhos protegidos vistos como as
melhores criações de seus pais.
4.2.3 Características empreendedoras e da Geração Y
Nesta subcategoria, as respostas obtidas vão contribuir para a compreensão das características
da Geração Y, intercaladas com as características Empreendedoras buscando mapear a relação
existente entre os construtos. Foram apresentadas aos universitários 17 características
podendo assinalar mais de uma opção.
Os dados coletados, representados no gráfico abaixo, destacam as características da Geração
Y, apresentadas no (capítulo 2.5.1, quadro 5, p. 45), e citadas pelos universitários: 66% bom
relacionamento com os pais. Para Dolabela (2003), a primeira motivação para empreender
decorre das relações familiares ou do que podemos chamar de “currículo de relações
primárias’’’’’; 64% realizar tarefas ao mesmo tempo, 62% são criativos, 55% precisão de
feedbacks instantâneo, 47% domínio de tecnologia e tomada de decisão rápida 43%,
características da Geração Y retratadas na fundamentação teórica que corroboram a visão dos
autores [Lancaster e Stillman (2011), Periscinoto (2008), Lipkin e Perrymore (2010), Tapscott
(2008), Oliveira (2011), Kullock (2012)].
O gráfico também demostra as características empreendedoras apresentadas: 77% são
dedicados, 68% são dinâmicos, 55% são bem relacionados (networking) e 53% querem fazer
a diferença no mundo. Têm necessidade de satisfação pessoal: 47%; autoconfiança 47%; alta
necessidade de realização 38%. São líderes, 36%; inovadores, 30%; visionários, 28% e
assumem riscos calculados. Tais características confirmam as afirmações de autores como
Dornelas (2008); Leite (2010), Julien (2010), Filion (1999) e Schumpeter (1997). Mas o perfil
97
ideal do empreendedor está em mutação. O empreendedor do século XXI tem competências
distintas dos seus antepassados. O comportamento do empreendedor apresenta algumas
características marcantes ratificados na pesquisa.
Figura 9 – Gráfico características empreendedoras e da Geração Y.
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Observou-se que, nas 17 características apresentadas, Geração Y e empreendedorismo se
conectam conceitualmente.
As respostas a seguir avigoram as afirmações:
E24 “Através da formação da FACOTTUR, muitos mitos foram quebrados a respeito do meu curso, o
de turismo. Eu acredito estar sendo preparado para a inovação no mercado de trabalho, para o
dinamismo em meu curso de turismo e acredito que minha mente esteja sendo moldada para que eu
seja dono do meu próprio negócio, muito mais além do que ser apenas um empregado”.
E43 “Consigo estabelecer metas e cumpri-las com eficácia. Rapidez nas decisões sou mais dinâmica e
criativa. Tenho bom relacionamento com as pessoas e consigo fazer várias atividades ao mesmo
tempo.”
98
E27 “Sem dúvida, um espírito empreendedor da Geração Y se alinha perfeitamente com a proposta
pedagógica.”
E44 “Um espírito empreendedor é sempre bom pra qualquer ser humano independente se é ter um
grande negócio ou até mesmo realizar um sonho. Vejo o empreender como uma característica que
deve existir em cada um tanto na vida profissional como na pessoal”.
As falas dos estudantes trazem à tona o pensamento de Mendonça (2010), ao lado da
inovação, oportunidade e mudança, o empreendedor, ou melhor dizendo, o espírito
empreendedor não seria algo encontrado apenas na cabeça dos grandes homens ou
visionários. As pessoas que enxergam oportunidades e que ousam satisfazer as necessidades
vislumbradas nessas oportunidades, qualquer que seja o tamanho ou a natureza da
organização, seriam pessoas dotadas do espírito empreendedor.
4.3 Categorias 3 - Percepção dos Alunos em relação aos Professores
O terceiro objetivo específico se propôs a identificar na percepção dos alunos quais os
professores contribuíram para a formação empreendedora. Essa categoria originou-se das
questões 8, 9 e 10, que tinham como objetivo identificar as disciplinas que fazem parte da
matriz curricular do curso de Turismo (ANEXO A) cursadas pelo aluno e consideradas
significativas por promoverem transformação em sua vida pessoal, profissional e acadêmica.
O questionamento também tinha como objetivo identificar se os professores que ministraram
as disciplinas tinham perfil empreendedor e citar quais os professores.
4.3.1 Disciplinas que contribuíram para sua formação empreendedora
Os estudantes foram questionados sobre as disciplinas que haviam cursado ao longo de sua
formação acadêmica até o semestre de 2013.2, período de realização da coleta de dados e que
contribuíram ou está contribuindo para sua formação empreendedora.
Seguindo o pensamento de Morin (2001), o desenvolvimento da aptidão para contextualizar e
globalizar os saberes torna-se um imperativo da educação e deve ultrapassar os limites das
disciplinas isoladas. As respostas seguem na tabela-1 e mostram que, as disciplina de
99
Marketing Turístico 77%, Empreendedorismo 70%, Economia Aplicada ao Turismo 57% e
Teoria Geral da Administração 51%, têm uma forte contribuição na formação empreendedora.
Corroborando com os percentuais, apresentamos os depoimentos dos alunos:
E13 “Apesar de ser um curso voltado para o turismo, deve- se ampliar conhecimento em outras áreas e
sem contar que no turismo pode- se também empreender”.
E14 “A visão empreendedora é de suma importância, no Turismo busco trabalhar na área de eventos,
marketing, esse fator será importante quando for abrir meu próprio negócio”.
Os resultados dos demais percentuais mostram que a formação empreendedora não pode ser
discutida de forma isolada em uma única disciplina. O tema deve ser abordado de forma
integrada que é necessário promover as questões de interdisciplinaridade por todo o corpo
docente. Lopes (2010) ressalta que para atingir os objetivos de uma formação empreendedora
é muito importante envolver e capacitar os professores para a adoção do enfoque do
empreendedorismo das disciplinas constantes no currículo.
100
Tabela 1 – Disciplinas que contribuíram para formação empreendedora.
Disciplina Citação Percentual
Marketing Turístico 36 77%
Empreendedorismo 33 70%
Economia Aplicada ao Turismo 27 57%
Teoria Geral da Administração 24 51%
Teoria geral do turismo 23 49%
Planejamento Proj. Organiz. do Turismo I 23 49%
Agências de Viagens e Turismo 20 43%
Psicologia Aplicada ao Turismo 18 38%
Sociologia Aplicada ao Turismo 17 36%
Geografia Turística 17 36%
Inglês Instrumental 17 36%
Direito e Legislação Turística 16 34%
Hist. Cult., Com. e das Artes 15 32%
Filosofia e Ética 15 32%
Estatística Aplicada ao Turismo 15 32%
Português Instrumental 18 28%
História do Brasil e Turismo 13 28%
Ecoturismo 13 28%
Metodologia Cient. Aplic. Turismo 12 26%
Interdisciplinar - Plano de negócios 12 26%
Meios de Hospedagens 10 21%
Planejamento Proj. Organiz. do Turismo II 9 19%
Interdisciplinar - Feira de negócios 9 19%
Estágio 8 17%
Contabilidade Orç. e Custos 7 15%
Qualidade nos Serviços Turísticos 7 15%
Organização e Gestão de Eventos 6 13%
Meios de Transportes 6 13%
Est. Bras. (Pat/Cult/Mus/Folc) 5 11%
Informática Aplicada 5 11%
Alimentos e Bebidas 5 11%
Elaboração de Roteiros Turísticos 5 11%
Recreação e Lazer 5 11%
Espanhol Instrumental 5 11%
Trabalho de Conclusão do Curso 5 11%
Interdisciplinar - Intervenção Turística 5 11%
Total 486
Fonte: Autor (2014), os alunos podem marcar mais de uma caixa de seleção, então a soma das citações
e percentagens pode ultrapassar 100%.
As disciplinas que compõem a matriz curricular do curso de Bacharelado em turismo
destacadas pelos alunos reforçam o pensamento de Guerra e Grazziotin (2010), as várias
disciplinas existem porque nenhum ramo do conhecimento é tão abrangente que possa
englobar toda a profundidade da natureza humana. Os resultados propõem, que a
FACOTTUR têm iniciativa e promove a interdisciplinaridade que as questões voltadas ao
empreendedorismo sejam contempladas em todas as disciplinas, por todo corpo docente. Essa
101
circulação do conhecimento deve ser assumida como um papel central, quando se tem em
vista uma formação de uma mentalidade empreendedora.
Tal afirmativa é comprovada com as falas dos professores quando apresento no grupo focal os
percentuais das disciplinas.
P1 “São disciplinas voltadas para o pensamento autônomo.
P6 “As respostas fecham com o teor e os conteúdos das disciplinas”.
P7 “São disciplinas afins para o empreendedorismo”.
Neste sentido, Pardini e Paim (2001) sugerem que a abordagem do ensino de
empreendedorismo seja interdisciplinar, num grande entrelaçamento entre comunidade,
docente e discente.
P1 “Mais que um procedimento pedagógico da instituição, o professor faz uma análise do mercado
onde os alunos vão estar inseridos. Vai analisar o mercado e pensar o que ele quer que esse Bacharel e
Turismólogo tenham. Você se inserir nesse mercado hoje e ser empregado de alguém não é uma
situação muito vantajosa economicamente, mas se você tiver a consciência que pode encontrar nichos
de mercado e abrir o seu próprio negócio e você, durante sua formação, fazer uma série de estágios
para encontrar o seu caminho, encontrar as possibilidades, ter uma prática dentro desse processo de
formação enquanto está na faculdade e encontrar aquela área do mercado turístico que você quer atuar.
É passado para o nosso aluno com as conversas em salas onde todos os assuntos estão relacionados
nesse processo”.
Alimentar o conteúdo programático com a demanda de mercado e a disciplina de
empreendedorismo no curso de turismo numa visão macro com a grade curricular
desenvolvendo competências empreendedoras está presente na proposta do curso observado
na análise documental da ementa que apresentamos a seguir:
Objetivo geral “permitir que os alunos possam adquirir conhecimentos sobre os fundamentos
do empreendedorismo e formação de uma cultura empreendedora, através de exemplos que
venham aguçar a mente do estudante do que é ser empreendedor”.
102
Competências: desenvolver a visão sistêmica, estimular a busca do autoconhecimento e
percepção de si mesmo, conhecer o comportamento e atitudes observadas em empreendedores
de sucesso, conhecer o processo de criação de um novo empreendimento e o desenvolvimento
de plano de negócio.
Referencial bibliográfico: DENGER, DOLABELA, DORNELAS, FILION, LEITE, JULIEN.
A disciplina de Empreendedorismo, na FACOTTUR, tenta mudar a postura passiva, que
geralmente é típica na maioria dos alunos, motivando-os na busca da edificação de uma
postura de envolvimento, de ação, de liderança, com conceitos e referencial teórico
atualizado, que contribui para uma postura empreendedora.
A universidade deve estar dirigida para a formação de estudantes com algumas posturas
indispensáveis como: iniciativa de ação e decisão, capacidade de negociação, competência e
autonomia para criar e inovar, capacidade de comunicação interpessoal, comprometimento
com princípios éticos e capacidade de trabalhar em grupo. Todas essas posturas citadas fazem
parte do programa da disciplina de Empreendedorismo ministrada na FACOTTUR,
ratificando a importância da disciplina e da ênfase do comportamento dos professores no
curso de turismo.
Destacamos a interdisciplinaridade presente na estrutura curricular no curso de Turismo. As
três disciplinas dos projetos interdisciplinares, que visam ampliar o diálogo entre as
disciplinas e os períodos, promovem desenvolver nos alunos o espírito empreendedor e
compreendem atividades como: feira de negócios; criação de empresa; diagnóstico
organizacional e do turismo; e desenvolvimento de proposta de intervenção.
Logo após, os alunos foram solicitados a responderem se as disciplinas que elegeram como
significativas foram ministradas por professores com perfil empreendedor. Com apresentamos
no gráfico abaixo 85% como “sim”. Esse dado nos mostra que o universitário deseja e aprova
que seu professor tenha um perfil empreendedor.
103
Figura 10 – Gráfico disciplinas ministradas por professores com perfil empreendedor.
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Os números apresentados pela figura também mostram que a relação professor empreendedor
e aprendizagem estão intimamente conectadas. Delors (2010) afirma que o paradigma da
educação para o novo milênio deve se basear em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender
a viver juntos, aprender a fazer e aprender a ser, que interagem e são interdependentes.
Se 85% dos estudantes apontaram que as disciplinas foram ministradas por professores com
perfil empreendedor, isso confirma o pensamento por Leite (2012), quando apresenta que há
indicações que a educação empreendedora produzirá mais e melhores empreendedores que no
passado. Os números apresentados também mostram que a relação professor empreendedor e
aprendizagem estão intimamente conectados.
Apresentamos a seguir, as repostas concebidas das 10 (dez) características, seguindo as
definições de autores que já foram apresentadas neste trabalho no capítulo 2.4.3, as atitudes
dos professores que ministraram disciplinas e contribuíram para sua formação
empreendedora.
104
Figura 11 – Gráfico características empreendedoras dos professores
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Merecem destaque 06 (seis) características pessoais escolhidas pelos respondentes desta
pesquisa para delinear o perfil dos professores empreendedores da FACOTTUR.
Possuem conhecimento: 83% dos alunos pesquisados elegeram esta característica como a
mais percebida nas atitudes de seus professores empreendedores. Para Garrido (2013), a
universidade é um ambiente de desenvolvimento intelectual e técnico que prepara os
estudantes para o mercado de trabalho. Dornelas (2014) traz importante contribuição
afirmando, que o conhecimento é um ativo intangível, mas de extrema importância para o
sucesso do empreendedor.
Sabem tomar decisões: esta característica foi assinalada por 36 estudantes, representando
77% do público participante da pesquisa. Para Dornelas (2008), a pessoa empreendedora não
se sente insegura, toma decisões no momento certo, principalmente nos momentos de
adversidade e essas atitudes, segundo o autor, levam a pessoa ao sucesso.
São dedicados: Como terceira característica escolhida por 33 alunos (70%), a dedicação é,
segundo Dornelas (2008), uma característica de um indivíduo empreendedor, pois um
empreendedor dedica 24 h por dia, 7 dias por semana, ao seu negócio.
105
São otimistas e apaixonados pelo que fazem e são determinados: foram apontadas por
68% dos alunos. Características empreendedoras retratadas pelos autores, como adoram o
trabalho que realizam, principal combustível que os mantém mais animados e
autodeterminados, bem como, implementam suas ações com total comprometimento.
Criatividade e inovação: estas características foram assinaladas por 29 alunos,
correspondendo a 62% do número de citações e representa a última das seis características
mais mencionadas pelos alunos. Para Dornelas (2014) ser criativo não é pré-requisito para ser
empreendedor, mas os empreendedores criativos geralmente estão mais preparados para
inovar.
Após a confirmação do “sim” e das características dos professores empreendedores, 38 alunos
indicaram os nomes dos professores que contribuíram para montagem de uma tabela X.
Possibilitando o pesquisador descoberta e confirmação para uso dos resultados que foi
submetida a teste e aplicação do método quantitativo, com apoio de método qualitativo que
ratifica a visão dos autores, [Roberto Hernández Sampieire (2013), Carlos Fernández Collado
(2013), Maria del Pilar Batista Lucio (2013), John W. Creswell (2013), Vicki L. Plano Clark
(2013)].
106
Tabela 2 – Professores citados pelos alunos com aulas ministradas com perfil empreendedor.
Professor Citação Percentual
P1 29 76%
P2 27 71%
P3 13 34%
P4 11 29%
P5 9 24%
P6 7 18%
P7 7 18%
P8 6 16%
P9 6 16%
P10 5 13%
P11 5 13%
P12 4 11%
P13 4 11%
P14 4 11%
P15 3 8%
P16 3 8%
P17 3 8%
P18 3 8%
P19 2 5%
P20 2 5%
P21 2 5%
P22 1 3%
P23 1 3%
P24 1 3%
Total 158
Fonte: Autor (2014), os alunos puderam indicar mais de um professor, por isso a soma das citações e
percentagens pode ultrapassar 100%.
A partir das escolhas realizadas pelos universitários, a sala de aula necessita de um
profissional que sabe o que diz, que sabe o que faz, que sabe fazer a diferença, que adora sua
profissão, que tem postura definida. Do total de 24 professores do curso de turismo, os 06
(seis) professores mais indicados (com 76 % a 18%), foram convidados para realização de um
grupo focal, com a proposta de contribuir na elucidação do quarto objetivo específico.
Para Gatti (2012), podemos caracterizar a técnica de grupo focal como derivada das diferentes
formas de trabalho com grupos. Privilegia-se a seleção dos participantes segundo alguns
critérios, conforme o problema em estudo, desde que eles possuam algumas características em
comum que os qualifiquem para a discursão em questão, que apresentamos na próxima
categoria.
107
4.4 Categoria 4 – Elementos da Prática Pedagógica
O quarto objetivo específico pretendeu analisar elementos da prática pedagógica dos
professores que contribuíram para formação do espírito empreendedor. Essa categoria
emergiu a partir da pergunta realizada aos universitários: que tipos de ações pedagógicas e
metodologias de ensino foram utilizados em suas aulas?
4.4.1 Contribuições da proposta pedagógica na visão dos alunos
Nesta subcategoria, os estudantes expuseram o quanto à formação empreendedora da
FACOTTUR, através de sua proposta pedagógica contribuiu ou já está contribuindo para o
desenvolvimento do espírito empreendedor em sua vida acadêmica, pessoal e profissional. O
gráfico abaixo demostra que 89% dos alunos consideram significativa para sua formação a
proposta pedagógica da IES.
Figura 12 – Gráfico contribuição para a formação empreendedora da FACOTTUR.
. Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Os depoimentos a seguir confirmam os percentuais apresentados no gráfico acima:
E15 “Boa parte da contribuição vem da Faculdade, onde estou tendo a oportunidade de contato com
profissionais de ótimo nível e qualidade que incentivam os alunos a empreender.”
E18 “Através das aulas se abre um mundo de possibilidades e escolhas além de termos o
conhecimento técnico para se chegar ao nosso objetivo.”
Os resultados que aparecem nesta subcategoria comprovam o sucesso alcançado pelos
professores empreendedores em suas aulas, pois um dos objetivos principais da FACOTTUR
é formar alunos com perfil empreendedor, já que empreendedorismo faz parte da visão da
108
IES. As respostas dos estudantes comprovam que, nas salas de aula, os professores buscam
por essa formação empreendedora.
Os entrevistados E42 e E45 reforçam as respostas dos universitários sobre a contribuição de
seus professores.
E42 “Pois foi a partir do conhecimento adquirido dentro da sala de aula, que tive um aprendizado mais
detalhado sobre como posso ser uma empreendedora. E, a partir dos trabalhos acadêmicos, possuí um
conhecimento mais aprofundado sobre o que quero para minha vida profissional”.
E45 “Através do aprendizado do ser empreendedor, descobrimos novas maneiras de percepção do
mundo. Nunca vou esquecer o ensino da professora Marcela em empreendedorismo, e suas
ramificações.”
A próxima subcategoria traz os métodos de ensino dos professores da FACOTTUR.
4.4.2 Métodos de ensino
Os 47 estudantes participantes desta pesquisa, quando perguntados sobre como os professores
empreendedores ministram suas aulas, confirmam que as aulas foram aulas criativas, aulas
que fizeram a diferença e citam diversas técnicas, recursos e metodologias utilizadas pelos
docentes.
Apresentamos os resultados dos recursos utilizados pelos professores empreendedores para
tornarem suas aulas significativas. Ratificamos que os recursos utilizados não são novidade
em educação. Para Cunha (2004), ser inovador inclui mudanças em alguns aspectos,
conservando as referências do existente. Implica ainda ir mais adiante, uma vez que dá
relevância ao que já é feito. Envolve a ação e o comprometimento com o sujeito da
aprendizagem. O gráfico a seguir mostra os resultados:
109
Figura 13 – Gráfico tipos de ações pedagógicas e metodologias de ensino em suas aulas.
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Na visão de Calliari e Motta (2012), uma mudança inevitável acontecerá nas instituições de
ensino, em especial nas universidades e faculdades, e não apenas porque o modelo GLS (giz,
lousa e saliva), enfrente sérios problemas para uma geração tão conectada ou porque o
conhecimento se transforma com tal rapidez que o conteúdo perde importância diante da
capacidade de o aluno se atualizar, mas também mais professores, ípsilon ou não, adotarão os
novos princípios de engajamento, envolvimento, participação e relevância em suas aulas e
currículos.
Reforçam o aporte teórico os depoimentos dos professores:
P7 “Tenho uma ideia de que trazer algo novo não é necessário você fazer diferente. A novidade tem
dois condicionantes: você tem que fazer algo de uma forma diferente que repercuta em ganhos”.
P6 “Talvez a gente consiga traçar um paralelo entre inovação e novo fazendo um comparativo com o
passado da própria instituição. O que a gente faz e o que não era feito é que deu essa dinâmica
diferente. No passado, a gente não tinha um perfil organizado dos professores conversarem entre si e
discutirem as diretrizes do curso. A partir do momento que se discute as diretrizes do curso, estamos
propondo empreendedorismo aos alunos. A partir do momento que propomos o empreendedorismo,
vemos estratégias que é levar os alunos para o campo, palestras, seminários, discutir textos, trazer
vídeos, movimentar a aula.”
110
O novo é como esses recursos são utilizados pelo professor empreendedor nas suas aulas.
Podemos utilizar o recurso da projeção em power point apontados por 79% dos alunos, em
todas as aulas de duas maneiras:
1) a primeira, somente clicando a tecla enter, passando os slides e lendo o que está
projetado, sem interação com a turma, apenas me preocupando em “passar” os
conteúdos que estão no plano da disciplina;
2) a segunda maneira de utilizar o recurso é também clicar a tecla enter, projetar o slide,
mas não apenas lê-lo e sim refletindo sobre o assunto, dialogando, debatendo,
contextualizando, destacado na pesquisa que os professores da FACOTTUR utilizam
o recurso de debates e estudos de caso 94%, preparação para seminários 72%.
Os dados apresentados reforçam a visão de Masetto (2003) que destaca parceria e co-
participação professor e aluno no processo de aprendizado, embora essa mudança se apresente
de forma incipiente, pois na maioria das situações, ainda encontramos o professor no papel de
transmissor de informações e mesmo atuando só com aulas expositivas, “[26% apresentado na
pesquisa]”, um número de docentes tem se preocupado em chamar o aluno para se envolver
com a matéria que está sendo estudada.
Apresentamos as falas dos professores que reforçam as respostas dos alunos através de estudo
de casos, debates em sala e visitas técnicas como recursos para sua formação empreendedora.
P4 “Dentro do conteúdo ministrado, minhas ferramentas são simples quadro, Datashow, estudos de
casos trazendo uma abordagem regional.
P6 “É realizamos visitas técnicas com a abordagem de estudos de casos”.
P1 “Eu utilizo vários caminhos. Os alunos têm uma tendência de se dispersar, para isso é necessário
utilizar textos atuais para um conhecimento, exercícios práticos, despertando o potencial para o
conhecimento empreendedor”.
Este último depoimento mostra que, no ensino, o professor necessita compreender as
motivações dos alunos para então adequar a metodologia de ensino, que precisa ser
111
diferenciada e pertinente ao tema. Nas salas de aula da FACOTTUR, através de professores
empreendedores, o objetivo de formar estudantes com visão de mundo, inovadores e
empreendedores está sendo alcançados, 49% destacam os livros como metodologia de ensino.
Uma educação empreendedora requer uma estrutura acadêmica pedagógica que forneça um
repertório de leituras capaz de abrir os caminhos para que novas ideias possam ser articuladas.
Para Guerra e Grazziotin (2010) esse tipo de proposta pedagógica é indispensável para o
contexto no qual o empreendedorismo deve ser semeado no dia a dia das universidades.
É expressivo o depoimento do Coordenador do Curso de Turismo:
Coordenador: “São necessários leituras e estudos de caso para novas ideias. Itamaracá é um estudo de
caso no curso de turismo da FACOTTUR para o aluno conhecer e manipule as ferramentas para ser
um planejador e um consultor turístico que é totalmente empreendedor”.
Acreditamos que o professor empreendedor deva ser uma pessoa que faz a diferença na sala
de aula e na instituição onde trabalha. Todo professor que tiver características do
comportamento empreendedor e praticá-las através da educação empreendedora, será um
intraempreendedor, já que ele não é, na grande maioria das vezes, o dono da instituição de
ensino, mas é alguém que está trabalhando na universidade agindo como se o negócio fosse
seu, portanto, agindo com atitude, criatividade, inovação e vontade de mudar o que não está
bom, auxiliando na construção de um novo cenário educacional.
Dornelas (2008) afirma que o empreendedor faz a diferença quando transforma algo de difícil
definição, uma ideia abstrata, em algo concreto e que funciona. Transportamos essa definição
para a sala de aula, afirmamos que o professor empreendedor faz a diferença quando consegue
dar sentido para o conteúdo que está trabalhando com seus alunos. Ele faz a diferença quando
aguça a imaginação dos alunos, desafiando-os a serem seres críticos e ousados em qualquer
momento de suas vidas, do pessoal ao profissional.
Do ponto de vista dos estudantes, as palestras em empreendedorismo com (40%) também são
relevantes. O contato com profissionais empreendedores atuantes torna-se importante porque
o discente pode tirar dúvidas provenientes da teoria e, até mesmo, compará-las com a
realidade. Workshops entre turmas e demais alunos (21%), tendem a engrandecer os
112
conhecimentos e habilidades dos envolvidos no processo e comprovam que, nas salas de aula
da FACOTTUR, a busca pela formação empreendedora está acontecendo, o processo de
educação não é estático e assume características próprias em função dos atores, sendo
reconstruídos continuamente.
Urge que nas universidades surjam cada vez mais professores empreendedores que saibam
conduzir a gestão de sua aula. Dessa maneira forma suas disciplinas adquirem significado
para seus alunos, alcançando, assim, o objetivo primeiro de uma sala de aula: a aprendizagem.
Além de provocar transformações positivas nos alunos, o empreendedorismo também
transforma positivamente a sala de aula, trazendo inovação, criatividade, motivação e
movimento para dentro da mesma. Podemos conferir minha colocação através das afirmações
que seguem:
E42 “Pois foi a partir do conhecimento adquirido dentro da sala de aula, que tive um aprendizado mais
detalhado sobre como posso ser uma empreendedora. E a partir dos trabalhos acadêmicos possui um
conhecimento mais aprofundado sobre o que quero para minha vida profissional.”
E12 “Pois a partir destas cadeiras e suas aulas tive contato com professores não só eficientes, mas
também eficazes, mostrando a realidade do mercado e as novas tendências de maneira clara, direta e
dinâmica”.
Todas as referências ao empreendedor transcritas e analisadas até aqui podem ser transpostas,
para a educação, pois acreditamos que a teoria do empreendedorismo pode ser utilizada como
base para a conquista de uma formação empreendedora, que pode ser disseminada por
professores empreendedores através de posturas inovadoras em suas salas de aula.
113
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Neste capítulo são apresentadas as considerações finais e sugestões desenvolvidas a partir
deste estudo.
5.1 Conclusões
Nesta seção são apresentadas as conclusões do estudo, relacionando os dados analisados com
os objetivos específicos, apoiamo-nos no referencial teórico para embasar as compreensões do
estudo, visando apresentar como a proposta de formação empreendedora auxilia no percurso
de Empreendedores.
A discussão sobre o tema empreendedorismo na formação empreendedora é um esforço para
todo o ensino superior no Brasil. Trata-se de um tema transversal que perpassa a formação e
não só a capacidade técnica de nossos cursos de graduação. Há uma necessidade de que uma
grande reflexão seja construída por meio de diversos olhares.
Precisamos de uma educação que estimule nossos jovens a buscar soluções criativas e, no
ensino superior, devemos pensar sobre a formação de jovens com autonomia intelectual, com
paixão pela busca do conhecimento e com postura ética que os torne comprometidos com os
destinos da sociedade. É preciso que ensinemos novos caminhos, surgindo assim novos
rastros a serem desenhados, para que isso aconteça, porém, a universidade precisa formar
empreendedores e não empregados.
Assim, essa educação enfatiza o uso de metodologias de ensino, que permitam aprender a
conhecer, aprender a viver juntos, aprender a fazer e aprender a ser, pois o ser humano se
defronta com situações que o forçam a pensar de maneira diferente, buscando saídas e
alternativas para sobrevivência.
A formação empreendedora coloca-se como uma possível proposta para enfrentar as
dificuldades regionais, globais e, assim, formar jovens empreendedores aptos para criar e
gerenciar projetos importantes.
A análise e discussões dos dados apresentados na pesquisa sobre o contexto geral da formação
dos Empreendedores do Curso de Turismo da FACOTTUR, possibilitou situar com um pouco
114
mais de clareza, a conjuntura a partir da qual as bases de uma formação empreendedora
devam ser construídas.
O caminho para as respostas foi percorrido passando pelos objetivos específicos: Levantar a
proposta de formação oferecida pela instituição de ensino no Curso de Bacharelado em
Turismo na formação empreendedora dos alunos da Geração Y; identificar a percepção dos
alunos da Geração Y sobre a formação empreendedora oferecida pelo Curso de Bacharelado
em Turismo; identificar, na percepção dos alunos, os professores que mais influenciaram o
comportamento empreendedor e analisar elementos da prática pedagógica dos professores que
contribuíram para formação do espírito empreendedor dos alunos do Curso de Bacharelado
em Turismo da Geração Y.
Ao responder o primeiro objetivo específico, observou-se que a proposta para um perfil
empreendedor da IES, fortalece ano a ano e vem sendo discutida com maior serenidade entre
os diretores, professores e alunos. Reforçando as Diretrizes do Ministério da Educação e
Cultura o Projeto Pedagógico do Curso de Turismo, a missão e visão da FACOTTUR.
Desenvolver o perfil empreendedor é capacitar o aluno para que crie, conduza e implemente o
processo criativo de elaborar novos planos de vida, trabalho, estudo e negócios. Sendo, com
isso, responsável pelo seu próprio desenvolvimento e o de sua organização. Sob essa
perspectiva, a disseminação de uma cultura empreendedora passa a ter uma considerável
importância frente ao desenvolvimento de um novo comportamento individual e coletivo, e
uma das questões daí advindas é como realizar essa formação e como desenvolver uma
competência empreendedora.
Na percepção dos alunos a formação empreendedora oferecida pela IES está contribuindo e é
fundamental para a sua formação. A FACOTTUR tem responsabilidade de formar pessoas
para a sociedade, e com o intenso processo de globalização surge à necessidade de prepara-los
para um mercado de trabalho em que não mais existem garantias de emprego ou estabilidade,
mercado que necessita de profissionais que estejam além de sua área específica, que sejam
capazes de gerir seu próprio negócio e realizar seus sonhos.
Ao unir as diversas características que conduzem a um perfil característico e típico de pessoas
empreendedoras e da Geração Y podemos referenciar a interligação no resultado da pesquisa:
115
realizam diversas tarefas ao mesmo tempo, criativos, domínio de tecnologia, tomada de
decisão rápida, bom relacionamento com os pais, visionários, dinâmicos, líderes, assumem
riscos calculado, dedicados, bem relacionados (networking), inovadores, precisam de
feedback, querem fazer a diferença no mundo, necessidade de satisfação pessoal, possuem
autoconfiança, alta necessidade de realização, que ratifica o conceito de Empreendedores.
Entre os alunos é percebido que eles possuem um entendimento sobre o papel do professor na
formação empreendedora, na proposta metodológica de ensino e ações pedagógicas realizadas
pelos docentes da IES. Do ponto de vista dos alunos os professores são preparados e possuem
características empreendedoras: sabem tomar decisões, são dedicados, são otimistas, criativos
inovadores e possuem conhecimento. Características contribuem na condução de uma aula
que desperte um espirito empreendedor, que reforça a ideia de que se o professor é
empreendedor em sua prática pedagógica, podemos supor que terá condições mais favoráveis
para desenvolver o empreendedorismo de seus alunos.
Convém lembrar que para uma educação empreendedora os professores utilizam das
tecnologias mais adequadas e apropriadas aos objetivos e às atividades educacionais, para
tirar o melhor proveito das técnicas tradicionais, bem como das modernas. Nota-se também
que outras disciplinas começam a compreender a educação empreendedora e a
interdisciplinaridade é uma realidade presente na formação dos alunos do Curso de Turismo
da IES.
Dessa forma, conclui-se que ao longo desta dissertação foram trazidas à reflexão as
características da educação empreendedora através do embasamento teórico e respostas das
pesquisas com: diretores, coordenadores, professores e alunos. Estas afirmações ratificam a
ideologia da FACOTTUR para uma formação empreendedora e que influencia seus alunos a
serem empreendedores em sua vida pessoal e profissional e que o empreendedorismo é
fundamental no projeto pedagógico do curso de turismo.
116
5.2 Sugestões
Os resultados deste estudo podem ser complementares aos de outros já realizados, com outros
enfoques ou a respeito de outras realidades, servindo de estímulo ou ponto de partida para a
realização de novas pesquisas, que ajudem a expandir o conhecimento sobre a temática deste
estudo, deste modo sugerem-se estudos sobre:
Levantar a proposta de formação empreendedora no Ensino superior com as diversas
gerações.
Realizar um estudo de observação das aulas dos professores e suas metodologias de
ensino empregadas para formação empreendedora.
A importância da disciplina de empreendedorismo na formação empreendedora e a
interdisciplinaridade nas matrizes curriculares dos cursos de graduação.
117
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Tese (Doutorado em Administração) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.
123
APÊNDICE A
Roteiro com o Diretor e Coordenador do Curso de Turismo
Apresentação do problema de pesquisa.
Por que introduzir a cultura empreendedora no Projeto pedagógico da IES?
Quais motivos estão por trás da necessidade de motivar e estimular os nossos jovens a
abrir o próprio negócio ou ter atitudes empreendedoras na área que escolherem para
atuar?
Quais elementos tornam esta necessidade urgente? Qual deve ser o perfil do professor
e do aluno empreendedor?
124
APÊNDICE B - Questionários aplicados aos alunos que estão cursando o curso de
Bacharelado em Turismo no segundo semestre de 2013.2 na FACOTTUR.
Prezado (a) aluno (a): o objetivo deste trabalho é compreender a influência da formação dada
pela FACOTTUR aos alunos do Curso de Bacharelado em Turismo no percurso da formação
de empreendedores Y.
Para isso, é necessário realizar um levantamento das disciplinas que você está cursando e
cursou durante os períodos de formação e verificar se as mesmas fizeram a diferença em sua
vida pessoal e profissional. A pesquisa quer, também, identificar se os professores das
disciplinas ministradas tiveram atitudes empreendedoras ao ministrarem suas aulas.
A sua participação é fundamental para o sucesso desta pesquisa, pois os dados levantados
contribuirão para a dissertação em Gestão Empresarial pela FBV, do professoro Jorge Luiz de
Souza Mota. Cabe ressaltar que as informações coletadas serão tratadas com extremo sigilo,
não divulgando nomes de entrevistados.
Muito obrigado!
Link
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dDlfUHJxLUtfQ0tHY0dBZXhWSldoenc6MA
Idade: _______________
Sexo: F ( ) M ( )
Renda:
( ) até R$ 678,00
( ) R$ 679,00 à R$ 2.034,00
( ) R$ 2.035,00 à R$ 3.390,00
( ) acima de R$ 3.390,00
Período: 20 ( ) 4
0 ( ) 6
0 ( )
1- A FACOTTUR tem como foco a formação empreendedora. Você que está cursando o
curso de Bacharelado em Turismo considera que a formação empreendedora:
( ) É fundamental para a sua formação
125
( ) Não é fundamental, mas é importante para a sua formação
( ) Não é importante para a sua formação
Justifique sua escolha.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2 - Você está no mercado de trabalho?
Sim ( ) Não ( )
3- Você tem empresa?
Sim ( ) Não ( )
Caso sim, há quanto tempo:________
4 - Você tem desejo de abrir uma empresa após sua formação?
Sim ( ) Não ( )
5- Caso sim qual a origem da ideia para criar a empresa:
( ) Sua ideia
( ) Membros da família
( ) Amigos fora do ambiente universitário
( ) Amigos dentro do ambiente universitários
( ) Estudos universitário
( ) Trabalho atual ou anterior
6- Qual o seu sonho?
( ) Viajar pelo Brasil
( )Comprar a casa própria
( ) Ter seu próprio negócio
( ) Comprar um automóvel
( ) Ter um diploma de nível superior
( ) Ter plano de saúde
126
( ) Fazer carreira em uma empresa
( ) Ter seguro de vida
( ) Ter seguro para automóvel
( ) Casar ou formar uma família
( ) Comprar um computador
( ) Outros. Especificar:___________________________________________________
7- Assinale as características que você possui:
( ) Realiza diversas tarefas ao mesmo tempo
( ) Criativo
( ) Domínio de tecnologia
( ) Tomada de decisão rápida
( ) Bom relacionamento com os pais
( ) Visionário
( ) Dinâmico
( ) Líder
( ) Assume risco calculado
( ) Dedicado
( ) Bem relacionado (networking)
( ) Inovador
( ) Outros. Especificar:___________________________________________________
8- Abaixo relaciono as disciplinas que fazem parte da matriz curricular do curso de
Bacharelado em Turismo, dentre as disciplinas que você cursou, qual (quais) contribuíram
para sua formação empreendedora.
( ) Teoria Geral do Turismo
( ) Hist. Cult., Com. e das Artes
( ) Sociologia Aplicada ao Turismo
( ) Português Instrumental
127
( ) Teoria Geral da Administração
( ) Marketing Turístico
( ) História do Brasil e Turismo
( ) Geografia Turística
( ) Metodologia Cient. Aplic. Turismo
( ) Economia Aplicada ao Turismo
( ) Filosofia e Ética
( ) Est. Bras. (Pat/Cult/Mus/Folc)
( ) Estatística Aplicada ao Turismo
( ) Inglês Instrumental
( ) Empreendedorismo
( ) Psicologia Aplicada ao Turismo
( ) Planejamento Proj. Organiz. do Turismo I
( ) Agências de Viagens e Turismo
( ) Ecoturismo
( ) Direito e Legislação Turística
( ) Meios de Hospedagens
( ) Planejamento Proj. Organiz. do Turismo II
( ) Informática Aplicada
( ) Alimentos e Bebidas
( ) Elaboração de Roteiros Turísticos
( ) Meios de Transportes
( ) Recreação e Lazer
( ) Espanhol Instrumental
( ) Contabilidade Orç. e Custos
( ) Qualidade nos Serviços Turísticos
( ) Trabalho de Conclusão do Curso
128
( ) Estágio
( ) Interdisciplinar - Feira de negócios
( ) Interdisciplinar - Plano de negócios
( ) Interdisciplinar - Intervenção Turística
9- As disciplinas que você elegeu como significativas foram ministradas por professores com
perfil empreendedor?
Sim ( ) Não ( )
10- Destaque as características empreendedoras dos professores:
( ) Sabem tomar decisões
( ) São indivíduos que fazem a diferença
( ) São determinados e dinâmicos
( ) São dedicados
( ) São otimistas e apaixonados pelo que fazem
( ) São bem relacionados (networking)
( ) São organizados
( ) Possuem conhecimento
( ) Criatividade e inovação
( ) Outros. Especificar:___________________________________________________
11- As disciplinas que você considerou significativa para sua formação empreendedora
utilizaram que tipos de ações pedagógicas e metodologias de ensino em suas aulas:
( ) Projeção de Power point
( ) Debates e estudos de casos
( ) Workshops entre turmas e demais alunos
( ) Preparação de seminários
( ) Visitas técnicas
( ) Palestras em empreendedorismo
129
( ) Vídeos
( ) Aulas expositivas
( ) Livros
( ) Outros. Especificar:___________________________________________________
12- Quanto às iniciativas promovidas pela IES para o empreendedorismo: (simpósios, feiras,
cursos, palestra etc...) você considera:
( ) Ótima
( ) Bom
( ) Regular
( ) Fraca
( ) Inexistente
13- A formação empreendedora da FACOTTUR, através de sua proposta pedagógica
contribuirá ou já está contribuindo para que você se torne um empreendedor em sua vida
acadêmica, pessoal e profissional?
Sim ( ) Não ( )
Justifique sua resposta.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
14- Porque a escolha do curso de Turismo na FACOTTUR?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
130
APÊNDICE C - Roteiro da condução do grupo focal com os professores.
Apresentação da dissertação para os professores
A influência e práticas pedagógicas para formação empreendedora
Apresentação das disciplinas e professores
Metodologias de ensino
131
APÊNDICE D - Autorização de permissão da pesquisa.
132
APÊNDICE F
Respostas das questões abertas do (Apêndice B), aplicadas com os alunos que estão
cursando o curso de Bacharelado em Turismo no segundo semestre de 2013.2 na
FACOTTUR.
1- A FACOTTUR tem como foco a formação empreendedora. Você que está cursando o
curso de Turismo considera que a formação empreendedora:
Justifique sua escolha
E4 Nas maiorias das empresas não havia GRHs, levando dificuldades aos
empregadores e empregados , por diversos motivos por exemplo, antes não
havia um contato aberto com as empresas os funcionários eram tratados
como peças eram jogados em setores onde eram lhes atribuídos funções
,como na era de Taylor . Através da implementação do processo de GRHs ,
essa realidade se modificou ,e de certa forma humanizou e qualificou o
trabalho como um todo ,desde da escolha de currículos até palestras
motivacionais e educativas para os profissionais de várias áreas.
E7 A formação empreendedora é importante para que os profissionais de
qualquer área se destaquem, para o turismo é muito importante também pelo
fato de estar em contato com pessoas e empresas.
E8 eu curso turismo, mas eu vejo essa formação empreendedora da parte dos
professores.
E9 é fundamental para que o profissional possa se destacar no mercado de
trabalho.
E10 É importante para que o aluno possa ter noção de como montar seu próprio
negócio e saber quais as diretrizes para tornar o projeto possível.
E12 Pois é a base para a sua capacitação e conhecimento do mercado
(reconhecimento de oportunidades e a capacidade de aproveita-las).
E13 Apesar de ser um curso voltado para o turismo, deve- se ampliar
conhecimento em outras áreas e sem contar que no turismo pode- se também
empreender.
E14 A visão empreendedora é de suma importância, no Turismo busco trabalhar
na área de eventos, marketing, esse fator será importante quando for abrir
meu próprio negócio.
E15
Considero o empreendedorismo a chave para o sucesso profissional.
E16 Curso de turismo tem haver com o empreender até porque na vasta área do
turismo temos um mercado de agencias de viagens de guias de turismo, faz
parte sim até porque faz parte do curso intender o empreendedorismo.
E17 È fundamental pois vai estar m instruindo da melhor maneira para que eu
possa um dia estar vindo a abrir meu próprio negócio, ser um empreendedor
de sucesso.
E18 acho q hoje em dia o profissional que não tem uma visão empreendedora não
vai crescer dentro do mercado de trabalho e irá trabalhar para o resto da vida
como empregado dos outros
E19 Acho fundamental, pois a faculdade busca formar futuros profissionais,
acredito que o empreendedorismo é uma característica importante para
qualquer área profissional.
133
E20 é importante porque precisamos teu uma visão diferenciada para as
oportunidades que possam surgir em todo processo da vida.
E21 Sim, pois tudo estar ligado com isso agora.
E22 acredito que ter uma visão empreendedora durante e pós curso é bem
importante para atuar em melhor escala no mercado turístico.
E23 É fundamental por que eu estou começando nessa área, em um pequeno
empreendimento e quanto mais experiência melhor.
E24 Considero a atenção dada pela FACOTTUR ao desenvolvimento
empreendedor dos seus alunos como fundamental, pois é apenas através do
empreendedorismo que é possível formar profissionais capazes de criar e
gerenciar de forma eficaz o seu próprio negócio. A FACOTTUR está
investindo em educação, idéias e métodos de ensino que possibilite que seus
alunos se libertem da subordinação mercadológica, sendo, dessa forma,
líderes no mercado profissional e não apenas seres liderados.
E25 é muito importante pois o curso de turismo, é muito amplo e requer muita
criatividade. é fundamental para acompanhar o crescimento global, tudo
muda e se renova a todo tempo.
E26 "trabalho no ramo de hotelaria desde 1999 e não tenho tido muita evolução
no trabalho que desenvolvia, após meu ingresso na facottur minha forma de
pensar e agir em relação ao profissional mudou, tenho conseguido muita
evolução tenho certeza que a instituição me ajudou muito ."
E27 Evidentemente. Ao sucesso cabe aqueles que souberem se sobressair no
mercado competitivo. O futuro turismólogo tem que pensar, sabe fazer,
empreender se quiser sair de trás das cortinas, para os holofotes.
E28 Acredito que o curso possibilita trabalhar em varias áreas.
E29 é muito importante sim pois estou me capacitando para o mercado de
trabalho e junto a ele me qualificar melhor para concorrer as oportunidades.
E30 Considero importante de acordo com uma boa formação profissional.
E31 É fundamental por que com empreendedorismo você pode crescer com sua
formação.
E32 para o crescimento pessoal e profissional.
E33 é fundamental pelo fato de ajudar na ,minha formação profissional
E34 sim, por que ajuda muitas pessoas que estão na área abrir sua própria
empresa.
E35 é fundamental pois irá contribuir com a minha formação no ramo de
Turismo.
E36 Creio que seja fundamental para minha formação
E38 é fundamental, pois nos possibilita a sairmos com uma importante formação
para o mercado.
E39 pois irá me ajudar se no futuro eu querer abrir meu próprio negocio e me
ajudar até varias visões em alguns assuntos.
E40
O curso de Turismo é muito amplo, e por isso a formação empreendedora
estimula os alunos na tomada de decisão em relação ao próprio negócio. Um
empreendimento de sucesso pode começar com uma ideia desenvolvida na
instituição de ensino e ser um diferencial no mercado de trabalho.
E41 É fundamental, pois a faculdade mostra que não é tão complicado abrir o seu
próprio negócio, e que qualquer pessoa seguindo o plano de negocio, pode
abrir sua empresa, desde que siga as regras.
Eu mesma, no começo do curso, não pensava em abrir a minha empresa, hoje
já tenho outra visão completamente diferente.
E42
Pois sempre tive o sonho de abrir um negócio próprio. Meus familiares
possuem seus estabelecimentos, mas foi a partir do curso de turismo que tive
um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto, e que me mostrou que é
isso mesmo que eu quero para minha vida.
134
E43 Para lidar com pessoas, para traçar objetivos, alcançar as metas estabelecidas
tanto para a área profissional, quanto a pessoal.
E44 um espírito empreendedor é sempre bom pra qualquer ser humano
independente se é ter um grande negócio ou até mesmo realizar um sonho.
vejo o empreender como uma característica que deve existir em cada um
tanto na vida profissional como na pessoal.
E45 Através do aprendizado do ser empreendedor, descobrimos novas maneira
depercepção do mundo.Nunca vou esquecer o ensino da professora Marcela
em empreeededorismo, e suas ramificações.
E46 Após a conclusão do curso, podemos sair com uma visão de mundo
diferenciada.
E47 e bom ter um base sobre como empreender
E48 No ramo do turismo quem tem ou busca ter um olhar empreendedor, faz a
diferença no mercado. Aproveitando as oportunidades no dia a dia.
9- As disciplinas que você elegeu como significativas foram ministradas por professores
com perfil empreendedor?
Caso sim. Qual (quais) professores?
E2 Heitor, Tâmisa, Lamartine
E3 Pedro Paulo Procópio, Heitor, Lamartine e Tamisa
E4 Heitor Arôxa, Lamartine,Renato Santos
E6 Tamisa Vicente, Rebecca Cisne
E7 Danielle Mesquita, Daniela Coelho e Pedro Procópio
E8 Rebecca Cisne, Tâmisa Vicente, Daniele Mesquita.
E9 Daniele mesquita
E10 Rebecca Cisne, Tamisa Vicente, Juliana Lemoine e Danielle Mesquita
E11 Danielle, Rebecca, Renato, Rúbia e Tamisa.
E12 Danielle Mesquita, Rodrigo Rangel, Tâmisa Vincente, Renato Santos,
Lamartine
E13 Rebecca Cisne; Lamartine; Daniele; Procópio; Juliana.
E14 Sâmea, Tamisa, Lamartine, Procopio, Daniela, Rebecca
E15 Tamisa Vicente, Rocha, Heitor Aroxa, Rebecca Cisne, Alícia Jara.
E16 Tamisa vicente, Daniela Mesquita, Daniela coelho e Rebecca Cisne, Eitor
Arouxa.
E17 Rebeca Cisne, Tamisa Vicente, Rocha..
E18 todos os professores tinham muito perfil empreendedor
E20 heitor, tamisa, danielle mesquita, rebecca, daniela coelho
E22 Rebeca Cisne, Tamisa Vicente, Daniele, Alicia.
E23 Danielle Mesquita, Tamisa Vicente Rebecca Sisne..
E24 Os professores são: Tâmisa Vicente, Rebecca Cisne, Heitor Arôxa, Alícia
Jara, Renato Santos e Daniele Coelho.
E26 todos no curso de turismo ao meu ver trouxeram um olhar invador , eu
marquei todas as diciplinas pois não tenho como deixar de resaltar nenhum
dos professores que estão fazendo parte da minha formação mas tenho quatro
que queria destacar Rebeca Cisne , Tamisa Visente , Rubia Lossio e Renato
Santos .
E27 Tâmisa Vicente/ Renato Mendes/ Rebecca Cisne
E31 Rebecca Cisne, Tamisa Vicente.
E32 Rebecca Cisne
E33 Rocha, Tâmisa Vicente, Rebecca Cisne, , Suelany Ribeiro, Rúbia
E34 Tâmisa vicente,Rúbia Lossio, Suelany Ribeiro,Rebecca Cisne, Rocha
E35 Rebecca, Rocha,Tamisa, Rubia.
135
E36 renato,tamisa e rebeca
E38 Tamisa, Luiza, Rebeca, Marcela, Lamartine, Diogo, Thiago,Rodrigo, Juliana
E39 Tamisa Vicente, Elaine, Rodrigo, Rebeca Cisne, Lamartine, Juliana, Marcela
Marinho , Luisa ,Roberta Madureira e Diogo
E40 Elaine Nunes, Lamartine, Luisa Borba, Marcela, Adriana Cavalcanti, Tâmisa
Vicente e Thiago Cantalice.
E41 Adriana Cavalcanti,Priscila Marques,Marcela Marinho,Tâmisa Vicente
E42 Priscilla Marques,Tâmisa Vicente,Marcela Marinho,Adriana Cavalcante.
E43 Rebecca Cisne, Marcela Marinho, Tâmisa Vicente e Diogo Helal.
E44 Virgínia - históriaLuiza Borba - inglêsMarcela marinho – empreendedorismo
Elaine – psicologia Tâmisa Vicente - pot I Daniele mesquita - alimentos e
bebidas
E45 Professores:
Marcela, Rebecca Cisne, Lamartine, Juliana, Cezar, Tamisa, Rodrigo,
Thiago, Eloisa.
E46 Marcela Marinho Rebecca Cisne Juliana Lemoine
E47 Rebecca cisne
13- A formação empreendedora da FACOTTUR, através de sua proposta pedagógica
contribuirão ou já estão contribuindo para que você se torne um empreendedor em sua
vida acadêmica, pessoal e profissional?
Justifique sua resposta.
E3 Sim, pois tudo o que estou aprendendo na FACOTTUR irei levar para a
minha vida e para o meu trabalho .
E4 A facottur serve como intermediária as minhas pretensões profissionais
,tirando me dúvidas e norteando meu caminho.
E7 A cada conhecimento que adquirimos nós temos mais experiência para uma
carreira empreendedora.
E8 os professores passam o interesse de que façamos a diferença no mercado de
trabalho na área de turismo, seja na abertura de uma empresa ou na
administração dela também.
E9 é importante saber como planejar um negócio e como gerir de maneira eficaz
e inovadora para que não haja o fracasso.
E10 Graças a visão adquirida através das disciplinas mencionadas no item 8 que
abrange um novo âmbito de vista para os leigos em determinado assunto. E
isso leva a construção de um novo pensamento que não é apenas o empírico.
E11 O curso traz uma boa didática em termos técnicos e passa uma vasta visão do
mercado de turismo e o que o mesmo espera dos futuros profissionais do
turismo.
E12 Pois a partir destas cadeiras e suas aulas tive contato com professores não só
eficientes, mas também eficazes, mostrando a realidade do mercado e as
novas tendências de maneira clara, direta e dinâmica.
E13 Sim, pois adquiri mais conhecimento em um área que não tinha a mínima
ideia de como funcionava realmente, aprendendo no que o turismo pode
influência e de que forma se pode trabalhar e inovar.
E14 Me ajudando a planejar e administrar meu próprio negocio.
E15 Boa parte da contribuição vem da Faculdade, onde estou tendo a
oportunidade de contato com profissionais de ótimo nível e qualidade que
incentivam os alunos a empreender.
E16 Já estão contribuindo apesar de não me encaixar no perfil de ter algo próprio
como empresa.
E17 Sim, pois tem me dado uma visão real de mercado.
136
E18 através das aulas se abre um mundo de possiblidades e escolhas além de
termos o conhecimento técnico para se chegar ao nosso objetivo
E19 Além das disciplinas, os professores incentivam e buscam desenvolver isso
nos alunos.
E20 comecei a pensar diferente depois das matéria ministradas, pois tive
conhecimento de coisas que nunca tinha visto
E22 Ainda não, porque tenho um longo caminho a percorrer e muitas coisas para
se estudar até tomar minha decisão.
E23 Por que me fez ser uma pessoa mais responsável e determinada na quilo que
eu quero fazer.
E24 Através da formação da FACOTTUR, muitos mitos foram quebrados a
respeito do meu curso, o de turismo. Eu acredito estar sendo preparado para a
inovação no mercado de trabalho, para o dinamismo em meu curso de
turismo e acredito que minha mente esteja sendo moldada para que eu seja
dono do meu próprio negócio, muito mais além do que ser apenas um
empregado.
E25 sim, pois os professores chamam muita atenção para seu alunos, não foca só
em uma coisa e sim sempre esta criando, e mostrando a melhor forma de
fazer seu negocio.
E26 como ja tinha falado até ingressar na facottur eu tinha um comportamento
engessado em relação ao meu profissionalismo agora tenho outra visão de
todo mercado e minhas possibilidades de adentrar nele
E27 Sem dúvida, um espírito empreendedor da geração y se alinha perfeitamente
com a proposta pedagógica.
E29 ainda estou me relacionando e vendo se é o que realmente vou querer seguir.
E30 A FACOTTUR já ministra a contribuição para uma carreira profissional
diferenciada.
E31 Sim, porque quanto mais conhecimento é melhor. E ao passar dos períodos,
você vai crescendo.
E33 Esta contribuindo bastante pois esta mim ajudando a ter um futuro
profissional muito melhor e como idealizo .
E34 através do incentivo do grupo de profissionais do turismo da facottur
E38 sim contribui, pois mim deu mais força de vontade para ter meu próprio
negocio.
E39 Pois em cada período pude acrescentar em meus objetivos e traçar o meu
caminho para o futuro com um olhar diferente.
E40 Todo conhecimento adquirido é de suma importância para todos os aspectos
de nossas vidas. A ação empreendedora é um estímulo para o
desenvolvimento de nossas competências e habilidades no mercado de
trabalho.
E41 Sim, pois foi da cadeira de empreendedorismo e também a partir do
desenvolvimento do TCC que surgiu a possibilidade desse novo desafio.
E42 Pois foi a partir do conhecimento adquirido dentro da sala de aula, que tive
um aprendizado mais detalhado sobre como posso ser uma empreendedora. E
a partir dos trabalhos acadêmicos possui um conhecimento mais aprofundado
sobre o que quero para minha vida profissional.
E43 Consigo estabelecer metas e cumpri-las com eficácia. Rapidez nas decisões,
sou mais dinâmica e criativa. Tenho bom relacionamento com as pessoas e
consigo fazer várias atividades ao mesmo tempo.
E44 sim eles nos mostram o caminho agora o próximo passo é irmos com nossos
próprios pés.
E45 Amadurecimento no pensar e agir em determinadas situações na vida
profissional, com foco na qualidade do serviço prestado (ética profissional).
E47 e muito superficial
137
E48 Sim, pelo o motivo de fazer com que eu tenha um novo olhar perante aos
desafios que o mercado de trabalho oferece no cotidiano.
14- Porque a escolha do curso de Turismo na FACOTTUR?
E2 Porque, eu vê através do site ,entrei contato e estou gostando.
E3 Porque era o mas em conta e passou a confiança, apesar de ser um pouco
desorganizada que eu percebi isso no decorrer do tempo , também exixte
muitas coisas a desejar .
E4 Por que ela é voltada a o turismo a mais de 10 anos ,com professores
graduados nas melhores universidades do país.
E5 Recomendação de algumas pessoas.
E6 Boa localização e bons professores.
E7 Pois é um curso de bacharelado com pouca duração, minha intenção inicial é
me formar para estar mais preparada para o mercado de trabalho.
E8 além de ser o mais conceituado de PE, os professores tem amplo
conhecimento na área e sabem passar com qualidade e se preocupam se o
aluno está absorvendo as informações corretamente e se o aluno consegue
desenvolver casos a partir do conteúdo passado pelos professores!
E9 Por que é uma instituição bem conhecida em relação a este curso
E10 Porque, a faculdade além de ficar próxima a minha residência, é conhecida
na região pelo foco no curso de turismo, inclusive seu nome vem do turismo.
Porém após ingressar no curso alguns professores deixam a desejar nos
ensinos, fazendo com que haja insatisfação por parte de alguns alunos que
realmente desejam estudar e aprender de fato. Além do que podemos
observar que o Turismo dentro da faculdade não ocupa o lugar de carro chefe
como próprio nome da faculdade sugere. Isso é uma pena.
E11 Especializar na área e especificamente em eventos, para futuramente abrir
uma empresa no ramo tendo total domínio e conhecimento do setor de
turismo e eventos.
E12 Curiosidade e proximidade da€ residência.
E13 É um curso dinâmico no qual não se é obrigado a passar tempo em uma sala
e que você pode interagir com outras pessoas somando conhecimento.
E14 Curiosidade e também sonho de viajar muito.
E15 Na verdade a escolha foi a falta de opção de cursos de Turismo nesta cidade.
E16 Primeiramente por questão de preço, e a que se encontrava mas acessível a
mim.
E17 Pois é a única faculdade que tem reconhecimentos de historicidades na
região.
E18 além da comodidade de ser mais perto ,pesquisei e vi que o curso de turismo
da Facottur é um dos melhores da região
E19 Era a faculdade que tinha o melhor conceito entre as faculdades acessíveis.
E20 comecei a fazer alguns cursos relacionados e achei que me identificava, e
realmente deu certo.
E21 Por ser uma pessoa muito extrovertida, fácil de fazer amizades, gosto de
ajudar, passear e planejar viagens.
E22 É uma instituição boa, tem um preço acessível e ótimos professores.
E24 Por que a FACOTTUR é uma das melhores faculdade de TURISMO em
PERNAMBUCO.
E25 por ser mais barato, por referencia...
E26 "por que eu tava cansado de viver as mesmas coisas, então quis viver o novo
e conseguir obrigado."
E27 É a melhor opção no custo x benefício
138
E29 Devido à grade curricular
E30 Devido a curiosidade de conhecer o histórico de cidades. Exercer atividades
que possam modificar bairros, etc. (construção de ideias materiais e
profissionais) e pelo fato de se tornar um viajante com um olhar que possa
mudar o mundo.
E31 Escolhi a FACOTTUR, pois é uma faculdade que pode me ajudar a crescer
na vida e no mercado.
E32 Porque e a melhor da área turismo.
E33 Por ser um curso que na qual mim identifico não por gosta só de viajar mais
para aprender mais sobre a cultura, costumes de outros países e pelo fato de
querer ter meu próprio negocio em relação a atividade turística e por residir
em Olinda uma cidade que recebe muitos turistas.
E34 Porque o turismo tem crescido muito e quero uma oportunidade na área de
eventos.
E35 Além de gostar muito de viajar, quero ter o meu próprio negocio no ramo de
agencia de viagens ou hotelaria. gosto muito da parte de lazer.
E36 Desde de pequena ouço falar do curso. Sempre quis, mas não tinha condições
E38 Porque era mais perto da minha casa e tinha um bom resultado.
E39 Preço, e professores qualificados.
E40 área profissional que se aproxima com um sonho pessoal.
E41 Turismo pra mim, foi minha segunda opção de escolha.
Porém, como minha mãe trabalhava perto e conhecia a faculdade, aceitei
estudar.. E não me arrependo, eu pretendo seguir nesse ramo, fazendo uma
pós e tendo a minha empresa.
E42 Turismo era minha terceira opção de curso, mas sempre tive vontade de
fazer. Como não passei na federal decidi fazer o curso, e como a faculdade
fica perto da minha casa decidi fazer nela.
E43 Primeiro pra ter mais conhecimento, escolhi essa área. E a FACOTTUR, foi
a que tinha a melhor oferta financeira na época. Conheci através de uma
menina que estava fazendo a propaganda da Instituição nas ruas.
E44 logo de cara vi que só pelo fato de levar no nome faculdade ... e turismo me
agradou.
E45 Pelo sonho de ser comissária de bordos e dominar a linga inglesa.
E47 eu escolhir turismo porque pensava que o curso era bom mais nao foi nada
daquilo que imaginava que seria um curso com minha teoria e quase nehuma
pratica . teve materias que deveriam ser ministradas desdo inicio do curso
com ingles, espanhol e o proprio tcc. deveria existir empresas parceiras que
oferece-se estagios ja que nessa area e muito ruim muito ruim consegui se
sobressair
E48 A minha escolha se deu pelo o fato de já atuar no ramo do turismo. Senti a
necessidade de aprofundar os meus conhecimentos através da teoria junto a
prática.
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ANEXO A
Matriz curricular do curso de Turismo
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