13
1. INTRODUÇÃO
1.1 Definição, Dados Epidemiológicos e Etiologia.
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) foi descrita inicialmente por Richard Bright,
médico do Guy’s Hospital de Londres, em meados do século XIX. Os pacientes portadores
desta enfermidade, ainda desconhecida, apresentavam vários sinais associados à
hipertensão arterial tais como hipertrofia ventricular esquerda e hemorragias cerebrais e
seus rins, na maioria dos casos, possuíam um aspecto “contraído e granular”, identificados
hoje como fase terminal da IRC, sendo que esta patologia poderia evoluir sem sintomas até
a fase terminal (RIELLA, 2006).
A IRC vem se destacando no cenário mundial e constitui hoje um importante
problema médico e de saúde pública, que vem ocorrendo devido à mudança do perfil de
morbidade e mortalidade da população durante as últimas décadas, evidenciando um
aumento de portadores de doenças crônico – degenerativas, entre as quais se destacam a
hipertensão arterial e o diabetes mellitus, principais causas da IRC (ATKINS, 2005; JUNIOR,
2004).
Os rins têm a função de realizar a homeostasia hídrica, ácido-básico e eletrolítico,
participam nas funções hormonais, realizam regulação de funções vitais e atuam na
regulação da pressão arterial (PARMAR, 2002).
A IRC é uma patologia progressiva e irreversível da função renal que ocorre quando
os rins já não conseguem desempenhar as suas funções e há consequente quebra da
homeostasia do organismo do portador (RIELLA, 1996), ou seja, não são capazes de
remover os produtos de deterioração metabólica do corpo ou de manter a homeostasia de
sua função. Devido à excreção renal comprometida, as substâncias que iriam ser eliminadas
na urina, acumulam-se nos líquidos corporais e levam à ruptura das funções metabólicas,
endócrinas e distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básico. A insuficiência renal é uma doença
sistêmica e consiste na via final comum de muitas doenças do rim e do trato urinário.
(BASTOS, 2011).
14
Qualquer alteração deste órgão que leve à uma lesão renal, pode trazer alterações
em seu funcionamento. Esta perda progressiva e irreversível da função renal de filtração
traz alterações em todos os órgãos e sistemas do indivíduo (BASTOS, 2011).
Em 2007, a National Kidney Foundation (NKF), em guia desenvolvido para familiares
e portadores da IRC classificou-na em cinco estágios, considerando a taxa de filtração
glomerular (TFG): afecções renais com TFG normal; afecções renais com leve redução na
TFG; redução moderada da TFG; redução grave da TFG e falência renal.
TABELA 01- Definição dos Estágios da IRC de acordo com TFG em mL/min/1,73m²
Estágio Definição TFG (mL/min/1,73m²)
I Afecções renais com TFG normal 90 ou acima
II
III
IV
V
Afecções renais com leve redução da TFG
Redução moderada da TFG
Redução grave da TFG
Falência renal
60-89
30-59
15-29
Menos de 15
Fonte: NKF (2007)
A ocorrência de IRC tem chamado atenção devido ao aumento de sua prevalência
no Brasil e no mundo. De acordo com dados do censo realizado em 2006 pela Sociedade
Brasileira de Nefrologia (SBN), há uma prevalência de 383 pacientes em tratamento dialítico
por milhão de pessoas (pmp) no Brasil. Desses, 90,7% estavam em programa de
hemodiálise e 10,3%, em programa de diálise peritoneal. Chama atenção o crescimento de
aproximadamente 40% no número de pacientes em diálise no período de 2000 a 2006.
Segundo o Censo de Diálise 2011 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), existem 643
unidades renais cadastradas e ativas. Estas unidades juntas tratam de aproximadamente
91.314 pacientes por ano, sendo que 66,9% dos pacientes em tratamento possuem idade
entre 19 e 64 anos, 57,3% são do sexo masculino e 84,9% dependem do sistema único de
saúde para realização deste tratamento.
No ano de 2004, dados mundiais mostram os Estados Unidos, o Japão e o Brasil
como os três primeiros países com o maior número de pacientes com IRC; sendo que o
Brasil apresentava mais de 58.000 casos (CURY, 2007).
15
Mesmo com os tratamentos disponíveis atualmente, os índices de mortalidade por
IRC terminal em 2000 superou algumas neoplasias no Brasil, levando 9.481 nefropatas a
óbito contra 8.245 óbitos por neoplasia de mama, 6.725 óbitos por neoplasia de colón e reto,
5.162 óbitos por neoplasia de esôfago e 3.606 óbitos por neoplasia de colo de útero
(SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE, 2012). Dados do censo de 2009 da Sociedade
Brasileira de Nefrologia apontam como as principais causas de obtido manifestações
cardiovasculares.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (2012), a maioria dos pacientes que
recebiam tratamento dialítico encontrava-se na região sudeste (53% ou 38114 pessoas)
seguido pela região nordeste (20%), sul (16%), centro-oeste (7%) e região norte (4%).
O alto custo da terapia renal substitutiva tem sido a grande preocupação do governo.
Em 2002, estimou-se que foram gastos R$ 1,4 bilhões no tratamento de pacientes em
diálise crônica e com transplante renal (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE, 2012).
Apesar dos recursos envolvidos, muitos brasileiros não têm acesso à TRS. Enquanto que
cerca de 800 a 1.200 pmp fazem diálise na América do Norte e no Japão, no Brasil apenas
323 pmp estão usufruindo dessa modalidade terapêutica, ou seja, cerca de 70% dos
pacientes portadores da IRC não se beneficiam da TRS (BASTOS et al., 2004).
A IRC pode ser causada por doenças primárias ou por doenças sistêmicas que
afetam os rins e o trato urinário, sendo que a nefroesclerose hipertensiva, nefropatia
diabética e glomerulonefrite primária são as causas mais comuns da insuficiência renal
(RIELLA, 1996).
O termo nefroesclerose, foi usado pela primeira vez por Fahr em 1919 e desde
então, vem sendo extremamente usado para descrever as alterações vasculares que
ocorrem no rim devido à hipertensão arterial sistêmica (SILVA et al., 2008).
São descritas na literatura duas formas diferentes de nefroesclerose hipertensiva: a
benigna e a maligna. A nefroesclerose hipertensiva benigna apresenta como principal
característica a presença de depósitos hialinos em paredes de arteríolas aferentes
hipertrofia da camada média e fibrose da íntima, essas lesões podem levar a diminuição da
luz do vaso renal, sendo que a lesão mais característica é o seu colapso isquêmico, com
retração do tufo glomerular no polo vascular (cápsula de Bowman) e enrugamento da
membrana basal do glomérulo. A nefroesclerose hipertensiva maligna compromete
principalmente a camada íntima dos vasos, sendo que as arteríolas interlobares renais são
as mais afetadas; as ocorrências mais comuns são: proliferação de células musculares na
camada íntima do vaso (proliferação miointimal) e formação de fibras colágenas, ocorrendo
fibrose de dentro para fora do vaso, sendo que este fica com aspecto de “casca de cebola” e
16
necrose fibrinóide de células de músculo liso de pequenas artérias e arteríolas. (MORAES et
al., 2009; MALHEIROS, SALDANHA, 1998).
Além dessas causas, a IRC ainda pode ocorrer por lesões hereditárias (doença renal
policística); pielonefrite; glomerulonefrite crônica; obstrução do trato urinário; insuficiência
cardíaca; cirrose; edema idiopático; distúrbios vasculares; infecções; medicamentos;
agentes tóxicos; agentes ambientais e ocupacionais (chumbo, cádmio, mercúrio e cromo)
(RIELLA, 1996).
A IRC ocorre devido ao desgaste das funções fisiológicas e bioquímicas de todos os
sistemas do organismo, ocorrendo devido ao acúmulo de catabólitos (toxinas urêmicas),
alterações do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico, acidose metabólica, hipovolemia,
hiperfosfatemia, hiperparatireoidismo, anemia e distúrbio hormonal, hipercalemia,
infertilidade, retardo no crescimento, entre outros (RIELLA, 1996).
Nas IRC mais avançadas, todos os órgãos sofrem junto com os rins, isso se deve ao
aumento de substâncias tóxicas no meio interno, seja por excesso de produção devido aos
distúrbios metabólicos seja por excreção deficiente. Isso acarretará alterações ósseas,
excesso de líquido no interstício (anasarca), alterações da acuidade mental, ritmo do sono e
da pressão cardíaca (RIBEIRO et al., 2008).
Os pacientes expostos à hemodiálise estão sujeitos à desnutrição energético-
protéica que incluem redução das medidas de peso corpóreo, prega cutânea tricipital e
circunferência muscular do braço. Esta perda músculo-calórica ocorre devido à anorexia,
acúmulo de metabólitos tóxicos, acidose metabólica e resistência à ação de hormônios
anabólicos. Entre outros fatores, há grandes perdas de aminoácidos, peptídeos e outros
nutrientes que são perdidos a cada sessão de diálise (STEFANELLI, 2010). Fausto et al.
(1996) relatam que a causa da desnutrição é multifatorial e tem como fatores
desencadeantes a perda de nutrientes no dialisato, as perdas de sangue, consumo
inadequado de alimentos, narram ainda que a fisiopatologia desse distúrbio não está
totalmente definida, mas acredita-se que há relação com o aumento na concentração
plasmática de hormônios gastrointestinais.
Ge et al. (1998) concluíram que os pacientes em terapia hemodialítica tiveram as
medidas de peso, prega cutânea tricipital e circunferência muscular do braço
significativamente diminuídas em comparação ao grupo controle de pessoas saudáveis.
Dentre os principais fatores de risco para o desenvolvimento desta doença estão:
diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), envelhecimento e história
familiar de IRC. Cabe ressaltar que independentemente da causa da IRC, a presença de
obesidade, dislipidemia e tabagismo aceleram a sua progressão culminando com a
necessidade de realização de terapia renal substutiva (TRS). Mais de 70% dos portadores
17
de IRC diagnosticada apresentam HAS, sendo que os pacientes com DM apresentam maior
suscetibilidade às alterações cardiovasculares e lesões renais. Já o envelhecimento altera
fisiologicamente a FG e propicia a lesão renal. (NKF/DOQI, 2002).
É de grande importância conhecer os grupos de risco da IRC, para que os
profissionais da saúde possam realizar um trabalho preventivo da progressão da doença,
atuando sobre as comorbidades variáveis e preparando os pacientes para a realização da
terapia renal substutiva (TRS) (JUNIOR, 2004).
1.2 Sinais e Sintomas e Diagnóstico
Os sintomas da IRC podem demorar a surgir, assim ocorre com a síndrome urêmica,
típica da IRC terminal, o que demonstra grande capacidade adaptativa dos rins, permitindo
que os seres humanos consigam sobreviver com apenas 10% da função renal (RIBEIRO et
al., 2007).
Nas fases iniciais desta patologia, podem surgir manifestações inespecíficas como,
por exemplo, fadiga, anorexia, emagrecimento, prurido, náuseas, hemólise, hipertensão e
hematúria. Os sintomas mais comuns são: noctúria, poliúria, oligúria, edema, hipertensão
arterial, fraqueza, fadiga, anorexia, vômito, insônia, cãibras, palidez cutânea, xerose,
miopatia proximal, dismenorréia, amenorréia, atrofia testicular, impotência, déficit cognitivo,
déficit de atenção, confusão, sonolência, obnubilação e coma (VIEIRA et al., 2005).
Com o avanço da doença, todos os órgãos e tecidos sofrem alterações. Há um
acúmulo de substâncias tóxicas no meio interno, seja por excreção deficiente, seja por
excesso de produção devido à distúrbios metabólicos. A IRC pode levar à alterações
ósseas, alterações da pressão intraocular, alterações cardíacas, anasarca, alterações da
acuidade mental e ritmo do sono e hipertensão arterial (CESARINO; MARTINS, 2005).
O diagnóstico precoce da IRC é de extrema importância para que se possam adotar
medidas que resultem na estabilização da TFG além de poder identificar e corrigir as
comorbidades associadas (KIRSZTANJ, 2007; REBOREDO et al., 2007).
Deve-se dar atenção especial para os casos leves e moderados da IRC, pois apesar
de serem os mais prevalentes, geralmente são assintomáticos e consequentemente não
tratados, o que contribui para a evolução da doença. Daí a importância de conhecer os
grupos de riscos e intervir de maneira preventiva (CROOK; WASHINGTON; FLACK, 2002).
18
Segundo Lobato (1978), o diagnóstico pode ser baseado na história, exame objetivo,
análise de urina e dosagem de uréia sanguínea, podendo ser dividido em quatro etapas:
reconhecer a presença de nefropatia, estabelecer um diagnóstico sindrômico, determinar a
fase evolutiva do processo e isolar o fator etiológico da síndrome, porém, muitas vezes pode
ocorrer de não se chegar a uma etiologia, o que não impede o início do tratamento.
De acordo com KIRSZTAJN e REBOREDO (2007), a história clínica, exame físico,
determinação de lesão da estrutura renal e exames de imagem e/ou histopatológicos devem
ser considerados para realizar o diagnóstico da IRC. Exceto o último, todos os outros
parâmetros são clínicos, de fácil acesso e podem ser incorporados nos programas de
rastreamento da IRC.
O melhor indicativo do bom funcionamento da função renal é a TFG. Ela indica a
capacidade dos rins de abolir uma substância do sangue e é expressa como o volume de
sangue que é completamente depurado em uma unidade de tempo. Em geral, o rim filtra o
sangue e elimina os resíduos do metabolismo protéico enquanto preserva dissoluções
específicas, proteínas (particularmente albumina) e alguns componentes celulares. A TFG
diminui com o tempo na maioria das doenças renais progressivas, isso ocorre como
resultado da diminuição no número total de néfrons ou devido à redução na TFG por néfron,
decorrentes de alterações fisiológicas e farmacológicas na hemodinâmica glomerular. A
TFG pode estar reduzida bem antes do início dos sintomas e se correlaciona com a
gravidade da IRC (BASTOS; KIRSZTAJN, 2011).
A TFG, a partir da creatinina sérica, pode ser apresentada pela fórmula do estudo
Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) ou pela fórmula de Cockcroft-Gault (CG)
(LEVEY, 1999; FILHO, 2004). Estas equações permitem fornecer um ajuste para variações
substanciais em sexo, idade, superfície corporal e raça que interferem na produção de
creatinina (PERRONE et al., 1992).
Há inegáveis vantagens no uso das fórmulas para a estimativa da depuração de
creatina (CG) ou do ritmo de filtração glomerular (MDRD), mas devemos estar atentos ao
fato de que tais equações não são aplicáveis a pacientes que se encontrem em situação de
instabilidade da função renal, seja por alterações hemodinâmicas, seja por progressão ou
recuperação, em prazo de alguns dias, de agravo renal (KIRSZTAJN, 2007; REBOREDO,
2007).
A fórmula para estimativa da filtração glomerular considera o sexo, o peso, a idade e
a creatinina sérica (TABELA 2), já MDRD em sua equação também para estimativa da
filtração glomerular (TABELA 3) considera os dados citados acima, acrescidos da etnia,
concentrações de uréia e albumina séricas (GUSHI et al., 2004).
19
Fórmula para estimativa da Filtração Glomerular
Fórmula de CG
Depuração de creatinina (mL/min) = (140 - Idade) X Peso (Kg) X 0,85 (se F)
(72 X Crs)
Fórmula para estimativa da Filtração Glomerular
Fórmula MDRD
MDRD (fórmula completa)
170 x creatinina sérica-0,999 x idade-0,176 x BUN-0,170 x albumina sérica0,318 x 0,762
(se F) x 1,18 (se N)
MDRD simplificada com 4 variáveis:
FG(mL/min/1,73m2) = 186,3 X (Crs)-1,154 X (idade)-0,203 X 1,212 (se N) X 0,742 (se F)
Fonte: Gushi et al., 2004
Cru = creatinina sérica (mg/dL); Vu = volume urinário (mL/min); Cr s = creatinina urinária (mg/dL); F = sexo
feminino; FG = ritmo de filtração glomerular; N = raça negra; Uréias = uréia sérica (mg/dL); Albs = albumina
sérica (g/dL)
O diagnóstico da IRC também se baseia na presença de hematúria, proteinúria e
leucocitúria. A investigação de hematúria e de proteinúria podem ser realizadas utilizando
fitas de imersão urinária. Essas fitas são de baixo custo e fácil manuseio, podendo ser
utilizadas nos postos de saúde e nos consultórios médicos. No caso da hematúria,
recomenda-se a realização da sedimentoscopia urinária, preferencialmente através da
microscopia de contraste de fase (BASTOS, 1998).
Segundo Alves (2004), a sedimentoscopia permite a diferenciação diagnóstica de
doenças renais, onde o exame de urina torna-se rotina na prática clínica. Logo, a
quantificação da proteinúria (ou albuminúria) é importante no diagnóstico, prognóstico e na
20
indicação terapêutica da doença renal, sendo que quanto maior for a quantia de proteinúria,
mais rápida será a perda de função renal.
1.3 Avaliação e Alterações da Função Pulmonar
A elasticidade é uma propriedade da matéria responsável por fazê-la retornar à sua
forma inicial após haver sido distendida por força externa. Alguns tecidos pulmonares
possuem propriedades elásticas, de modo que, quanto maior for a pressão imposta ao
sistema, maior será o volume de ar inspirado. Essa relação entre volume e pressão depende
da variação do volume em condições de fluxo e não somente da velocidade com que o
volume é alcançado (ZIN, 1990). Sendo assim, o conhecimento dos volumes pulmonares é
de extrema valia para a caracterização da fisiopatologia decorrente de anormalidades dos
processos pulmonares (BARRETO, 2002).
Segundo Barreto (2002), as disfunções restritivas, que normalmente ocorrem em
doentes renais crônicos, somente podem ser diagnosticadas com certeza por meio da
medida dos volumes pulmonares.
A Capacidade Vital (CV) mede o volume entre as posições de inspiração e expiração
completa, corresponde ao maior volume de ar mobilizado, representando cerca de 80% da
Capacidade Pulmonar Total (CPT). Estes dados mostram que a mensuração da CV é muito
importante para o diagnóstico de alterações pulmonares (BARRETO, 2002).
A oximetria de orelha ou de pulso é a técnica não invasiva mais eficaz para a
avaliação da função pulmonar, porém esta técnica não sobrepõe o estudo de gases que é o
resultado do processo envolvido na respiração (CARDOSO, 1997).
A oximetria permite analisar a saturação de oxigênio. Os resultados da oximetria são
confiáveis e a técnica é simples e de baixo custo. Uma pressão parcial de oxigênio acima de
60 mmHg corresponde a aproximadamente 90% de saturação de oxigênio, indicando um
bom aporte do gás ao organismo (WINCK; FERREIRA, 1998).
Caldeira et al. (2007), dizem que a cirtometria ou perimetria tóraco-abdominal
consiste em um conjunto de medidas da circunferência do tórax e abdômen durante os
movimentos realizados na respiração, tendo como finalidade a mensuração da
expansibilidade torácica de forma simples e acessível, utilizando apenas uma fita métrica
convencional. Segundo Costa (1999), a diferença entre essas duas medidas, fornece
informações do grau de expansibilidade e de retração dos movimentos tóraco-abdominais.
21
As medidas devem ser realizadas, no mínimo, em três níveis diferentes: axilar, xifoidal e
umbilical. Como mencionado anteriormente, apensar de a cirtometria ser um método de
avaliação simples e rápido, suas propriedades psicométricas são adequadas quanto à
confiabilidade intra-examinador, sendo considerado um método preciso, porém não acurado
(CALDEIRA et al., 2007).
O sistema respiratório é afetado pela IRC e também pela HD. A uremia advinda da
doença e o tratamento dialítico interferem no estímulo e na mecânica respiratória, na função
muscular e na troca gasosa, provocando disfunções pulmonares que podem ser reflexo
direto das toxinas circulantes no organismo ou indireto devido à sobrecarga de volume,
anemia, imunossupressão, calcificação extra-óssea, desnutrição e fraqueza muscular
(PREZANT, 1990).
O tratamento hemodialítico juntamente com a doença renal crônica pode trazer ao
indivíduo várias complicações músculo-esqueléticas além de trazer repercussões à função
pulmonar (SILVA et al., 2011).
Pacientes portadores de IRC participantes do tratamento de HD apresentam um
comprometimento importante da capacidade cardiopulmonar quando comparados com
indivíduos sedentários saudáveis da mesma faixa etária e do mesmo sexo (REBOREDO et
al., 2007).
A alteração mais frequentemente encontrada através de laudo espirométrico é o
distúrbio ventilatório restritivo (KOVELIS et al., 2008), que ocorre através dos reflexos
indiretos citados acima (BIANCHI et al., 2009).
As alterações mais evidentes no raio-x de tórax de pacientes portadores de IRC é o
edema pulmonar porém mesmo aqueles pacientes com raio-x de tórax com laudo normal
apresentam déficit na transferência de gases e redução da capacidade de difusão dos
alvéolos (BETHLEM et al., 2002).
No período interdialítico ocorre acúmulo de água no organismo, ocupando
primeiramente as zonas pulmonares periféricas, porém à medida que o seu volume
aumenta, passa a ocupar também as zonas pulmonares peri-hilares. O acúmulo de água
associado ao acúmulo das toxinas circulantes altera a permeabilidade dos capilares e pode
condicionar a retenção de água extravascular pulmonar. Essa retenção hídrica é suficiente
para alterar a expansibilidade pulmonar e a permeabilidade das vias aéreas de menor
calibre (PINHEIRO; ALVES, 2003).
Pacientes com IRC submetidos à hemodiálise apresentam variação de peso devido à
sobrecarga de líquido corporal no período interdialítico. Essa sobrecarga, em associação
com um possível aumento da permeabilidade capilar pulmonar, pode resultar em edema
pulmonar e derrame pleural, complicações que poderiam explicar pelo menos em parte a
22
redução da função pulmonar e alterações espirométricas de caráter restritivo (KOVELIS et
al., 2008).
Segundo Reboredo et al. (2007), pacientes portadores de IRC participantes do
tratamento de hemodiálise, apresentam importante comprometimento da capacidade
funcional, sendo que 50 % dos óbitos destes pacientes são em decorrência de doenças
cardiovasculares.
Os pacientes com IRC estão susceptíveis a desenvolver doenças cardiovasculares
independente da modalidade de tratamento escolhida, seja hemodiálise ou transplante
renal, sendo que a prática de exercícios físicos contribui para reduzir ou retardar problemas
secundários à coronariopatia, hipertensão arterial sistêmica e insuficiência cardíaca
(REBOREDO et al., 2007).
O exercício físico proporciona ao individuo em tratamento dialítico melhora da
capacidade cardiopulmonar, da capacidade física e da qualidade de vida. A simples prática
de atividade física melhora a qualidade da diálise, diminuindo o tempo de remoção de
fosfato durante a transfusão sanguínea e reduzindo as chances de mortalidade
(REBOREDO et al., 2007).
1.4 Tratamentos para IRC
Para evitar o avanço da doença, o portador de IRC deve ser submetido à
tratamentos que irão variar de acordo com o seu estágio. Inicialmente, o tratamento será
conservador por meio de terapia medicamentosa, restrição hídrica e controle da
alimentação. A TRS somente estará indicada quando o tratamento conservador não for mais
suficiente para controlar a doença (TERRA et al., 2010).
A TRS é utilizada para remover substâncias tóxicas e detritos orgânicos, excretados
normalmente pelos rins sadios (MEDEIROS, 2002; KAMIMURA, 2004; CECIL 2009), tem a
função de substituir parcialmente a função renal, aliviar os sintomas e preservar a vida dos
pacientes e pode ser realizada por meio da Diálise Peritonial (DP) ou pela Hemodiálise (HD)
(ALVES, 2005).
O tratamento hemodialítico é um procedimento no qual o sangue é removido do
corpo do paciente e circulado através de um aparelho externo chamado dialisador cujo
acesso à corrente sanguínea geralmente é realizado por uma conexão artificial entre uma
23
artéria e uma veia, chamada de fístula arteriovenosa, porém esse acesso ainda pode
ocorrer por cateteres, shunts arteriovenosos, enxertos e próteses vasculares (QUEIROZ;
NASCIMENTO, 2000). Esse tipo de tratamento coloca o paciente em uma rotina monótona e
restrita, deixando o indivíduo com atividades limitadas após o início do tratamento, causando
sedentarismo e deficiência funcional além de causar repercussões pessoais, familiares e
sociais (ALVES, 2005; QUEIROZ; NASCIMENTO, 2000, CESARINO; CASAGRANDE,
1998).
O processo de HD convencional corresponde à remoção de 1 a 4 litros de fluido no
período médio de quatro horas durante três dias por semana. Apesar dos avanços
tecnológicos, a hemodiálise convencional ainda se associa à muitas complicações agudas e
crônicas e à altas taxas de hospitalização e mortalidade (SALOMÃO et al., 2002).
A hemodiálise deve usar uma solução para que o sangue se equilibre e mantenha a
concentração sérica de seus componentes chamados de dialisatos. Solutos em que a
concentração é maior no sangue do que no dialisato se difundirão através de gradiente de
concentração, do sangue para o dialisato. Os dialisatos mais comumente encontrados são:
potássio, sódio, cálcio, magnésio, cloro, acetato, bicarbonato, dextrose e dióxido de
carbono. A máquina de hemodiálise mantém o controle sobre o dialisato a fim de evitar
alterações metabólicas importantes, porém o tratamento hemodialítico na sua melhor
eficiência é apenas uma aproximação da função renal natural (SOARES, 2001).
O acetato, quando usado como dialisato, causa uma perturbação na curva de
dissociação de hemoglobina-oxigênio para a esquerda, causando alteração na relação
ventilação-perfusão pelas suas propriedades vasodilatadoras (FRIEDMAN, 1996). Segundo
Castro (2009), em sessões de hemodiálise que utilizam o acetato como tampão, ocorre a
passagem do bicarbonato presente no sangue para o dialisato, o que consequentemente
causa uma hipocapnia, hipoventilação e hipoxemia. Quando se usa o bicarbonato como
dialisato, a hipoxemia é menos intensa e parece estar associada à alcalinização rápida e às
altas concentrações de bicarbonato no dialisato.
Atualmente, os dialisatos de acetato têm sido substituídos pelos de bicarbonato, pois
com a repetição das sessões de hemodiálise, há a depleção do bicarbonato sanguíneo
(FRIEDMAN, 1996).
A eficiência de uma sessão de hemodiálise pode ser observada calculando-se o Kt/V
de uréia, onde K corresponde à depuração da uréia do dialisador (ml/min), t à duração da
sessão (min) e V ao volume de distribuição de uréia no organismo (V = 0,6 X peso corporal,
em ml). Uma sessão de HD crônica de boa eficiência resulta em Kt/V igual ou maior que 1,2;
quando abaixo de 0,8, é considerada de baixa eficiência. Esses valores foram definidos para
pacientes submetidos á três sessões semanais de hemodiálise. Nessas condições, o tempo
24
mínimo de duração da sessão de hemodiálise seria aquele necessário para obter Kt/V igual
a 1,2. A “HD de alto desempenho” tem reduzido o tempo semanal do procedimento
hemodiálitico, pois usa membranas de alta permeabilidade, dialisatos com bicarbonato e
equipamentos mais modernos (DRAIBE e AJZEN, 2001).
A HD é capaz de prolongar a vida desses pacientes, porém, não evita alguns
prejuízos determinados pela condição patológica de base e pelo próprio tratamento
(SOARES; ZEHETMEYER; ROBUSKE, 2007), sobretudo, porque nessa doença há o
acúmulo de substâncias tóxicas no sangue (SCHOR; SANTOS; BOIM, 2001).
A DP pode ser subdividida em diálise peritoneal ambulatorial contínua (DPAC),
diálise peritoneal automatizada (DPA) e diálise peritoneal intermitente (DPI) (ALVES, 2005).
Na DP, ocorre a filtração sanguínea por meio de uma solução dialítica que é
introduzida por um cateter na cavidade abdominal. Esta solução permanece por um
determinado tempo (em média 4 horas) para ocorrer as trocas entre a solução e o sangue. A
solução, na maioria das vezes, é trocada quatro vezes ao dia. A troca do velho líquido
dialítico por um novo líquido leva de 30 a 40 minutos e o paciente exposto à diálise
peritoneal tem grandes chances de desenvolver peritonite (PECOITS-FILHO et al.,1998).
O transplante renal, embora seja considerado uma ótima solução, pode levar a
várias complicações durante e após a cirurgia, entre elas: trombose da artéria ou veia renal,
linfocele, estenose da artéria renal, fístula urinária, fístula vesical, obstrução urinária, ruptura
renal e ruptura da anastomose arterial (NORONHA et al., 2007).
Malluche e Faugere (1990) afirmam que a utilização regular de métodos dialíticos e
do transplante renal, nas últimas décadas, têm garantido a sobrevida de um crescente
número de pacientes com IRC.
25
2. JUSTIFICATIVA
À incidência de complicações pulmonares associadas a IRC pode interferir
negativamente no quadro clínico dos portadores dessa enfermidade, sendo extremamente
necessária essa avaliação. Sendo assim, a avaliação da função pulmonar, através da
verificação da Capacidade Vital, Índice de Saturação de Oxigênio e da Mobilidade Torácica
é de relevada importância para nortear o tratamento fisioterapêutico a ser empregado,
prevenir e detectar precocemente possíveis afecções respiratórias desses pacientes.
26
3. HIPÓTESE
Acredita-se que a hemodiálise melhore a função pulmonar e a expansibilidade
torácica por remover os catabólicos circulantes no sangue e o excesso de líquidos
acumulados no período interdialítico.
27
4. OBJETIVOS
4.1. Objetivo Geral
Analisar a função pulmonar de pacientes portadores de Insuficiência Renal Crônica
submetidos à hemodiálise.
4.2. Objetivos Específicos
Analisar o nível de oxigenação por meio do índice de saturação de oxigênio dos
pacientes renais crônicos pré e pós-sessão de hemodiálise.
Analisar a capacidade vital dos pacientes renais crônicos pré e pós sessão de
hemodiálise.
Analisar a mobilidade torácica dos pacientes renais crônicos pré e pós sessão de
hemodiálise.
28
5. MÉTODO
5.1 Desenho do estudo
Trata-se de um estudo transversal.
5.2 Voluntários
O estudo foi realizado no Centro de Nefrologia do Hospital Universitário São
Francisco. Foram incluídos 13 pacientes, com idade entre 18 anos e 70 anos, de ambos os
sexos, com Escala de Coma de Glasgow igual a 15, portadores de Insuficiência Renal
Crônica, em programa de hemodiálise há pelo menos um ano e que aceitaram participar do
estudo assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO 1).
Foram excluídos do estudo pacientes menores de 18 e maiores de 70 anos de idade,
indivíduos com Escala de Coma de Glasgow inferior a 15, em programa de hemodiálise há
menos de um ano ou que não aceitaram participar do estudo, não assinando o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
5.3 Materiais e Equipamentos
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
Ficha de coleta de dados (ANEXO 2)
Fita Métrica
Consiste em uma fita de material plástico graduada de um em um centímetros e
empregada com o objetivo de conhecer as medidas torácicas inspiratórias e expiratórias nos
níveis axilar, xifoidal e umbilical.
29
Oxímetro de pulso marca Oxywatch e modelo C20
O oxímetro é um equipamento que fornece informações sobre o Índice de Saturação
de O2. É uma técnica comumente empregada na pratica clínica por ser prática, de baixo
custo e não invasiva. O oxímetro lança a luz através de uma parte translúcida do corpo do
paciente, como as pontas dos dedos. Com a absorção da luz pelo organismo, determina-se
a taxa de concentração de oxigênio no sangue.
Ventilômetro Ferraris Wright® MK8
O ventilômetro é um equipamento que mede a CV, sendo que o ponteiro central
gradua em mililitros e o externo em litros. A medida é realizada entre as posições de
inspiração e expiração máxima, correspondendo ao maior volume de ar mobilizado. Deve
ser realizada uma inspiração máxima e após com o bocal acoplado á boca do paciente,
pede-se que se realize uma expiração máxima e não forçada. Devem ser realizadas três
medidas e selecionada a de maior valor.
a) fita métrica b) oxímetro c) ventilômetro
5.4 Procedimento
Trata-se de um estudo de continuidade aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade São Francisco sob parecer no0122.0.142.000-10. Portanto, não foi
realizada nenhuma modificação nos objetivos do estudo, ficha de coleta de dados e TCLE,
sendo que este último permaneceu com os nomes dos primeiros autores nos campos de
assinatura.
Os voluntários selecionados foram instruídos sobre o intuito da pesquisa, e o
procedimento da mesma e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
30
Preencheu-se uma ficha de coleta de dados contendo: iniciais do nome, idade, raça,
sexo, data de início do tratamento hemodiálitico, antecedentes familiares e patologias
associadas.
O Índice de Saturação de Oxigênio foi obtido por oxímetro de pulso antes das outras
avaliações respiratórias já que estas exigiam esforço e isto poderia interferir nos resultados.
Com o paciente em repouso, o oxímetro foi acoplado em falange distal do dedo indicador.
Esperava-se o tempo suficiente para estabilização dos valores e verificação do resultado
percentual no visor do aparelho. Esse procedimento foi realizado antes e depois da sessão
de hemodiálise.
Realizaram-se as medidas da Capacidade Vital pelo equipamento ventilômetro, no
qual o paciente foi instruído a realizar uma inspiração máxima e posteriormente mantendo a
boca acoplada ao instrumento, solicitou-se ao paciente realizar uma expiração máxima lenta
e não forçada, próxima do volume residual. Foram realizadas três medidas sendo que o
maior volume registrado no ventilômetro foi considerado na pesquisa. Esse procedimento foi
realizado antes e depois da sessão de hemodiálise.
As medidas de cirtometria torácica foram realizadas com o paciente sentado, com o
tronco ereto e membros superiores relaxados ao longo do corpo. Foi então, acoplada ao
tórax do paciente uma fita métrica que acompanhou a amplitude do gradil costal durante a
inspiração e expiração nos pontos axilar, xifoidal e umbilical, registrando-se três medidas,
sendo considerada no presente estudo as maiores medidas para cada região de referência.
Esse procedimento foi realizado antes e depois da sessão de hemodiálise.
5.5 Análise dos Dados
Para a análise estatística dos dados, foi utilizado o teste T pareado. O nível de
significância adotado foi de 5% ou 0,05 e o programa estatístico utilizado foi o Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versão 17.0.
31
7. RESULTADOS
A amostra do estudo foi composta de 13 pacientes, sendo 53,85% do sexo
masculino totalizando 7 pacientes, e 46,15% do sexo feminino, totalizando 6 pacientes
(Gráfico 1).
46%54%
Feminino
Masculino
GRÁFICO 1 – Caracterização da amostra por gênero
A idade da amostra apresentou média de 55,31±13,05 anos, sendo a idade mínima
de 33 anos e a máxima de 70 anos (Gráfico 2).
0
1
2
3
4
5
6
7
30 ˫ 40 40 ˫ 50 50 ˫ 60 60 - 70
Am
ost
ra
Idade
GRÁFICO 2 – Caracterização da amostra por idade
32
A Tabela 4 mostra as hipóteses diagnósticas apresentadas pela amostra. Um mesmo
voluntário poderia apresentar mais de uma hipótese diagnóstica.
TABELA 1 – Hipóteses diagnósticas
Nefroesclerose Hipertensiva 12 52
Nefropatia Diabética 8 35
Rins Policísticos 1 4
Nefrectomia 1 4
Tuberculose do Trato Urinário 1 4
Frequência
Absoluta
Frequência
Relativa (%)Hipótese
A saturação de oxigênio pré-hemodiálise apresentou média de 95,9% e a média pós-
hemodiálise foi de 97,3%, o equivalente a um aumento de 1,4%, representando diferença
estatisticamente significante (p<0,05) (Gráfico 3).
95
95,5
96
96,5
97
97,5
SatO
2 (%
)
Pré Hemodiálise
Pós Hemodiálise
GRÁFICO 3 – Saturação de oxigênio pré e pós-hemodiálise
33
A variação da média da capacidade vital obtida pré-hemodiálise e pós-hemodiálise
apresentou média de 3,81 litros (l) pré-hemodiálise e média de 4,08 l pós-hemodiálise, o que
mostra um aumento de 0,27 l, diferença estatisticamente significante (p<0,05) (Gráfico 4).
3,65
3,70
3,75
3,80
3,85
3,90
3,95
4,00
4,05
4,10
Ca
pa
cid
ad
e V
ita
l (L)
Pré Hemodiálise
Pós Hemodiálise
GRÁFICO 4 – Capacidade vital pré e pós-hemodiálise
34
Os valores das cirtometrias torácicas inspiratórias e expiratórias apresentaram
aumento no valor de quase todas as variáveis, o que pode ser observado na Tabela 2, no
Gráfico 5 e no Gráfico 6. As cirtometrias inspiratórias axilar e xifoidal apresentaram aumento
estatisticamente comprovado (p= 0,016 e p=0,002, respectivamente). A cirtometria
inspiratória umbilical apresentou diminuição de 1,6 cm (p= 0,091). Apenas a cirtometria
expiratória xifoidal apresentou aumento significativo (p= 0,009). A cirtometria expiratória
axilar não teve aumento significativo e a cirtometria expiratória umbilical apresentou
diminuição (p= 0,124 e p= 0,442, respectivamente).
TABELA 2 – Média e desvio padrão das cirtometrias torácicas inspiratórias e
expiratórias
Média (DP)Hemodiálise Média (DP)
Pré 98,8 (±10,0)
Pós 99,4 (± 10,2)
Pré 96,4 (± 10,1)
Pós 97,1 (± 10,7)
Pré 93,6 (± 10,9)
Pós 97,7 (± 11,6)
Pré 94,2 (± 10,8)
Pós 96,3 (± 11,9)
Pré 99,9 (± 14,6)
Pós 98,3 (± 14,2)
Pré 98,1 (± 14,1)
Pós 97,4 (± 13,5)
Cirtometria Torácica Exp. Xifoidal (cm)
Cirtometria Torácica Ins. Axilar (cm)
Cirtometria Torácica Exp. Axilar (cm)
Cirtometria Torácica Ins. Xifoidal (cm)
Cirtometria Torácica Ins. Umbilical (cm)
Cirtometria Torácica Exp. Umbilical (cm)
35
94
95
96
97
98
99
100
101
Pré Hemodiálise Pós Hemodiálise Pré Hemodiálise Pós Hemodiálise Pré Hemodiálise Pós Hemodiálise
Cirtometria Torácica Ins. Axilar (cm) Cirtometria Torácica Ins. Xifoidal (cm) Cirtometria Torácica Ins. Umbilical (cm)
Cir
tom
etr
ia T
orá
cica
In
spir
ató
ria
(cm
)
GRÁFICO 5 – Cirtometria torácica inspiratória pré e pós-hemodiálise
92
93
94
95
96
97
98
99
Pré Hemodiálise Pós Hemodiálise Pré Hemodiálise Pós Hemodiálise Pré Hemodiálise Pós Hemodiálise
Cirtometria Torácica Exp. Axilar (cm) Cirtometria Torácica Exp. Xifoidal (cm) Cirtometria Torácica Exp. Umbilical (cm)
Cir
tom
etr
ia T
orá
cica
Exp
ira
tóri
a (
cm)
GRÁFICO 6 – Cirtometria torácica expiratória pré e pós-hemodiálise
36
8. DISCUSSÃO
Este trabalho teve como objetivo geral analisar a função pulmonar de pacientes
portadores de Insuficiência Renal Crônica submetidos à hemodiálise e como objetivos
específicos analisar o nível de oxigenação, a capacidade vital e mobilidade torácica pré e
pós a sessão de hemodiálise.
A amostra desta pesquisa foi constituída por 53,85% de pacientes do sexo masculino
e 46,15% do sexo feminino, a idade apresentou média de 55,31±13,05 anos e o diagnóstico
clínico mais prevalente foi de Nefroesclerose Hipertensiva. Segundo o Censo da Sociedade
Brasileira de Nefrologia de 2009, de toda a população de doentes renais crônicos do Brasil,
39,9% tem idade superior ou igual a 60 anos, 57% são do sexo masculino e o diagnostico
clinico mais prevalente é a nefroesclerose hipertensiva. Jatobá et al. (2008) realizaram uma
pesquisa com portadores de IRC submetidos à hemodiálise sendo a maioria da amostra
composta pelo sexo masculino, com média de idade de 44,8±18,4 anos e os diagnósticos
clínicos mais prevalentes foram Glomerulonefrite Crônica seguido de Nefroesclerose
Hipertensiva. Kovelis et al. (2008), Silva et al. (2011), Figueiredo et al. (2008) realizaram
estudos onde a amostra era composta por doentes renais crônicos em tratamento dialítico
sendo a prevalência do sexo masculino com média de idade entre 45 – 59 anos. Pode-se
observar uma semelhança entre todas as amostras dos estudos citados acima com a do
presente estudo.
O Índice de Saturação de Oxigênio apresentou aumento estatisticamente significante
de 1,4% no presente estudo. Segundo Castro (2001), em trabalho que elenca as principais
complicações agudas durante a hemodiálise, a hipotensão postural é a principal
complicação que pode ocorrer durante e após uma sessão de hemodiálise, onde ocorre uma
redução do volume intravascular com liberação de substâncias vasodilatadoras e redução
das vasoconstritoras na tentativa de reestabelecer esse volume. Esse mecanismo por sua
vez, reduz a resistência vascular periférica e a pressão arterial. Com a diminuição da
resistência vascular periférica, a luz do vaso será maior, havendo consequente aumento do
Índice de Saturação de Oxigênio. Castro (2001) ainda discorre sobre a hipoxemia. A
hipoxemia é um evento clínico de expressão pequena e que ocorre com maior incidência em
populações com doenças pulmonares graves ou com doenças cardíacas isquêmicas não
compensadas. Além disso, é observada de modo mais intenso em diálises que usam o
acetato como tampão. Na amostra do presente estudo não houve nenhum voluntário com
doença pulmonar grave ou cardíaca isquêmica não compensada além de ser usado o
37
bicarbonato como tampão, o que justifica a não redução do Índice de Saturação de
Oxigênio.
A Diretriz da SBN sobre Insuficiência Renal Aguda afirma que a HD está indicada
para os pacientes com congestão pulmonar já que este tratamento retira o excesso de
líquido acumulado no período interdialítico, o que em partes pode explicar o aumento do
Índice de Saturação de Oxigênio obtido neste estudo, em que retirando-se o líquido em
excesso que acumula-se nos pulmões, obtém melhora da oxigenação do sangue.
A CV apresentou aumento estatisticamente significativo de 0,27 l no presente estudo.
Bianchi et al. (2009) obtiveram resultados positivos na análise da CV forçada após sessão
de hemodiálise. Os autores observaram que do total da amostra de 33 pacientes, apenas 12
apresentaram espirometria normal na avaliação pré-hemodiálise e 21 apresentaram algum
tipo de anormalidade. Desses 21 pacientes, 71% apresentaram distúrbio ventilatório
restritivo. Após sessão de HD, ocorreu um aumento do número de espirometrias com laudo
de normalidade em 17 pacientes e apenas 16 apresentaram algum tipo de anormalidade
respiratória. Os autores perceberam que as espirometrias que evoluíram para a normalidade
eram de pacientes com distúrbio ventilatório restritivo. Tais resultados corroboram com os
encontrados no presente estudo, apesar da análise do autor investigar a capacidade vital
forçada, ambas as capacidades – vital forçada e vital – referem-se à CPT e ajudam na
identificação dos tipos de distúrbios ventilatórios. Essa melhora da capacidade vital e vital
forçada ocorre devido à hemodiálise reabsorver o acúmulo de água extravascular do pulmão
resultante do período interdialítico.
Entretanto, em estudo realizado por Bush e Gabriel (1991), os quais foram pioneiros
ao discutir os fatores causais das anormalidades da função pulmonar decorrentes dos
diversos estágios de doença renal crônica, analisaram uma amostra composta por 80
pacientes divididos em quatro grupos. Os autores investigaram disfunções pulmonares
através da difusão de monóxido de carbono e da capacidade vital forçada, entre outros
parâmetros espirométricos. Os resultados da pesquisa desses autores evidenciaram que
apenas 9 dos 80 pacientes da amostra obtiveram laudo espirométrico normal e concluíram
que as anomalias da função pulmonar podem tornar-se comuns na insuficiência renal devido
à importante redução da difusão de monóxido de carbono, atribuindo a causa dessa redução
ao edema pulmonar subclínico ou à fibrose intersticial secundária que ocorre em pacientes
com mais tempo de IRC. Concluíram também que a HD pode induzir mudanças agudas na
função pulmonar, porém não é capaz de promover efeito adicional prolongado no aumento
da capacidade de volumes pulmonares.
As cirtometrias inspiratórias axilar e xifoidal apresentaram aumento estatisticamente
comprovado (p= 0,016 e p=0,002, respectivamente) e a cirtometria inspiratória umbilical
38
apresentou diminuição de 1,6 cm (p= 0,091). Apenas a cirtometria expiratória xifoidal
apresentou aumento significativo (p= 0,009). As cirtometrias expiratórias axilar e umbilical
não obtiveram aumento significativo (p= 0,124 e p= 0,442, respectivamente). O estudo
realizado por Queiroz e Nascimento (2006) teve o objetivo de analisar o sistema respiratório
de pacientes portadores de IRC que realizavam hemodiálise, onde foram verificadas as
variáveis de exame de tórax, pico de fluxo expiratório (PFE), força muscular respiratória,
cirtometria torácica, Índice de Massa Corpórea (IMC) e aplicação de um
questionário/entrevista ao paciente para verificar o perfil sócio-cultural dos mesmos. Em
relação à variável cirtometria, os níveis analisados foram o axilar, xifoidal e umbilical nas
fases inspiratória e expiratória, onde apenas o nível xifoidal apresentou diferença estatística
comparando-se o resultado pré e pós-hemodiálise, porém o estudo não cita se essa
diferença ocorreu na fase de inspiração ou expiração. Os resultados obtidos por Queiroz e
Nascimento (2006) condizem com os dados do presente estudo, em que a cirtometria em
nível axilar inspiratória e expiratória apresentaram aumento estatisticamente significante,
porém seria interessante que os autores em questão identificassem em qual fase
respiratória esse aumento foi efetivo. Além disso, sugere-se que mais estudos sejam
realizados para verificação dessa variável.
Em pesquisa realizada por Calado et al. (2007) foi avaliado o estado nutricional de
pacientes em hemodiálise através de parâmetros antropométricos e bioquímicos. Foi
observado perda de massa muscular e tecido adiposo após a sessão de hemodiálise.
Supõe-se que a cirtometria umbilical não obteve aumento significativo pós sessão de
hemodiálise devido à perda de tecido adiposo.
39
9. CONCLUSÃO
A população de doentes renais crônicos foi composta predominantemente por
indivíduos do sexo masculino, com idade entre 60 a 70 anos e com diagnóstico clínico de
Nefroesclerose Hipertensiva. A Saturação de Oxigênio e a Capacidade Vital apresentaram
aumento significante, o que comprova a melhora da função pulmonar em pacientes
portadores de IRC submetidos à hemodiálise. As cirtometrias torácicas inspiratória em nível
axilar e xifoidal e expiratória em nível axilar apresentaram aumento significativo. A
cirtometria inspiratória e expiratória em nível umbilical não apresentou aumento significativo
devido à perda de tecido adiposo ocorrida durante ou após a sessão de hemodiálise,
sugerindo que a hemodiálise melhora parcialmente a expansibilidade pulmonar pela
consequente perda de peso.
40
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugere-se que novos estudos sejam realizados com uma maior amostra, um único
avaliador, os mesmos equipamentos e que seja realizado exame espirométrico, análise por
vídeo da expansibilidade torácica ou cirtometria com um único avaliador, para melhor
conhecimento da função pulmonar já que estas técnicas citadas são mais confiáveis do que
as empregadas no presente trabalho.
Sugere-se também que novos estudos sobre a capacidade vital e cirtometria torácica
sejam realizados pois a literatura atual é escassa de trabalhos sobre os determinados
assuntos.
41
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48
ANEXOS
49
ANEXO 1- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
NOME DO PROJETO: Análise da Capacidade Pulmonar de Pacientes Portadores de
Insuficiência Renal Crônica
RESPONSÁVEIS PELA PESQUISA
PESQUISADORES: Evelyn dos Santos
Marcelo Souza Lopes
ORIENTADORA: Profª Ft. Aline Maria Heidemann
Você está sendo convidado a participar de um projeto de estudo que será
desenvolvido no Centro de Nefrologia do Hospital Universitário São Francisco.
JUSTIFICATIVA DA PESQUISA: Com este estudo será possível avaliar a condição
respiratória do paciente antes e depois da sessão de hemodiálise, o que poderá direcionar
futuros estudos e tratamentos que busquem a melhoria da qualidade de vida dos portadores
de Doença Renal Crônica.
PROCEDIMENTOS A QUE O PACIENTE SERÁ SUBMETIDO: Os Pacientes que após
tomarem conhecimento e concordarem em participar deste estudo assinando o termo de
consentimento livre e esclarecido serão submetidos a uma breve avaliação pré-sessão de
hemodiálise constando de dados pessoais, história clínica e exame físico com o objetivo de:
Avaliar a quantidade máxima de ar que os pulmões conseguem armazenar e
liberar no meio ambiente.
Medir a quantidade de oxigênio no sangue.
Medir com fita métrica o peito do paciente nos movimentos respiratórios.
Repetindo-se a coleta desses dados no final da sessão de hemodiálise.
BENEFÍCIOS E RISCOS ESPERADOS: Espera-se que o presente estudo ofereça aos
pacientes voluntários a avaliação da sua condição respiratória na pré sessão de hemodiálise
e na pós sessão de hemodiálise, não oferecendo riscos aos pacientes em nenhuma etapa
da coleta de dados do estudo, e poderá indicar futuros estudos e tratamentos que busquem
a melhoria da qualidade de vida dos portadores de Doença Renal Crônica.
OUTRAS INFORMAÇÕES:
1. Os participantes saberão tudo o que acontece no estudo.
2. Os participantes poderão desistir a qualquer momento de participar da pesquisa. Em
caso de desistência não haverá nenhuma modificação ou prejuízo no tratamento.
50
3. O nome dos participantes do estudo será feita por iniciais, e resultado desse estudo
só será usado para publicação científica (revista médicas, congressos científicos, livros).
4. Os participantes não receberão nada e não pagarão nada para participarem do
estudo.
Tendo lido, entendido e estando suficientemente informado (a) sobre esse estudo, permito a
minha (ou de meu parente) participação nesse estudo.
Nome: _____________________________________________ Idade: ____ anos, RG:
______________,HC: ____________, Endereço: ______________________,
_____________________________________, Telefone (contato): ____________; consinto
a minha (ou de meu parente) participação neste estudo, concordando com o presente termo
de consentimento livre e esclarecido, datando e assinado abaixo.
Bragança Paulista, ______ de ____________ de 2010.
ASSINATURA
Evelyn dos Santos Marcelo Souza Lopez
Tel (0xx11) 8459-2470 Tel (0xx11) 9323-5649
Profª. Ft. Aline Maria Heidemann
Orientadora Responsável
Tel. (0xx19) 97329882
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade São Francisco tel:
(0xx11) 2454-8981/ (0xx11) 2454-8028 e-mail [email protected].
51
ANEXO 2- FICHA DE COLETA DE DADOS
Data: ____/____/_____
Iniciais do Nome: ______________________________ RH: ___________________
Idade:_____ Raça:_______ Sexo: ( )F ( )M Data de Admissão:_____________
HD:___________________________________________________________________
Antecedentes Familiares:__________________________________________________
Patologias Associadas:____________________________________________________
_______________________________________________________________________
Saturação de Oxigênio Pré Pós
Sa02
Capacidade Vital Pré Pós
Primeira medida
Segunda medida
Terceira medida
Cirtometria Torácica Pré Pós
Axilar
Xifoidal
Umbilical
Observações:_______________________________________________________________
____________________________________________________________________
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