1. IDENTIFICAÇÃO
PRODUCÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICATítulo O conto na sala de aula: estratégias de leituraAutor Carlos Rodrigues da MotaEscola de Atuação Colégio Estadual James Patrick Clark- Ensino MédioMunicípio da escola Terra RicaNúcleo Regional de
Educação
Paranavaí
Orientador Flávio Brandão SilvaInstituição de Ensino
Superior
UNESPAR-FAFIPA
Disciplina/Área (entrada
no PDE)
Língua Portuguesa
Produção Didático-
pedagógica
Leitura do gênero conto
Relação Interdisciplinar NãoPúblico Alvo Alunos da 4ª série do curso de formação docenteLocalização Colégio ESTADUAL James Patrick Clark - Ensino
médio
Rua Duque de Caxias s/nApresentação A leitura e a produção textual desempenham um
papel de grande relevância no ambiente escolar,
sobretudo nas aulas de Língua Portuguesa, visto a
grande dificuldade apresentada pelos alunos em
relação ao uso dessas duas modalidades. Assim,
esta produção didático-pedagógica propõe um
trabalho de incentivo à leitura e produção de texto,
por meio do gênero textual conto. Este gênero foi
proposto porque se apresenta como uma narrativa
curta e dinâmica. Dessa forma, este trabalho tem
como objetivo desenvolver estratégias de leitura,
bem como, a produção textual, a partir dos contos
do autor modernista Dalton Trevisan. A prática
pedagógica será desenvolvida a partir de
aprofundamentos teóricos sobre o Modernismo e
sobre o gênero textual. Os alunos desenvolverão,
por meio de oficinas, as atividades de leitura, escrita
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e oralidade. Eles analisarão textos narrativos (do
gênero em questão), bem como produzirão seus
próprios textos, após as leituras feitas. Depois da
produção individual, os educandos farão a troca de
textos e analisarão, por meio de uma tabela com
critérios de avaliação, os textos dos colegas, dando
sugestão de modificação e correção que poderão
ser feitas. As produções dos alunos serão afixadas
no mural da escola.Palavras-chave Leitura; gênero textual; conto; literatura.
2. Apresentação/Plano Norteador (tema, justificativa, público alvo, objetivos)
Esta produção didático-pedagógica apresenta como tema de estudo a
leitura do gênero conto, a partir de textos do autor modernista Dalton Trevisan.
A escolha do referido tema foi por causa da grande dificuldade que os alunos
têm com relação à leitura, interpretação e produção textual. O ensino e a
aprendizagem de leitura da literatura no ambiente escolar precisam ser
articulados com a prática de produção escrita, para que o aluno tenha a
oportunidade de desenvolver o seu senso crítico e reconhecer o gênero
discursivo que circula no meio social. A leitura forma e transforma a sociedade,
por isso é importante propiciar ao educando, uma prática pedagogia que visa
orientá-lo por meio de diversas leituras, para que ele possa analisar e refletir
sobre o mundo em que vive. O público alvo da implementação será a 4ª série
do curso de formação docente e tem como objetivo contribuir com a formação
de alunos leitores reflexivos e escritores de seus próprios textos.
3. Procedimentos/Material Didático
Na apresentação do assunto, será exposta aos alunos uma situação-
problema mostrando as dificuldades que eles têm para ler e entender um texto
e apontada uma solução por meio do trabalho com a leitura do conto na sala de
aula. Logo após, será apresentado pelo professor um panorama geral do estilo
literário modernista, seu autor e o gênero textual.
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Dando continuidade aos trabalhos, os alunos lerão textos, tais como,
contos do autor modernista Dalton Trevisan e textos de outros de autores para
analisarem de forma crítica e reflexiva, apontando seu ponto de vista sobre a
literatura moderna.
Serão trabalhadas oficinas, que abordarão os conteúdos relacionados à
composição do conto, a partir de textos do autor Dalton Trevisan, que discute,
em sua obra, diferentes temáticas relativas à vida humana e ao cotidiano. Além
disso, os alunos desenvolverão atividade de leitura, escrita e oralidade,
analisando, textos narrativos (do gênero em questão), a fim de levá-los a uma
reflexão crítica da realidade cotidiana.
Após o estudo do gênero conto, o professor aplicará uma produção
individual de texto para os educandos a fim de que possam criar ou recriar
seus próprios textos.
Depois da produção escrita, alunos farão a troca de textos e analisarão
por meio de uma tabela com critério de avaliação, os textos dos colegas, dando
sugestão de modificação e correção que poderão ser feitas. Em seguida, as
produções textuais serão afixadas no mural da escola.
Os conteúdos de estudo desta produção didática (unidade didática);
serão a literatura modernista e a leitura do gênero conto, do autor Dalton
Trevisan. Para se entender um texto com uma boa leitura, é preciso
compreender primeiramente o contexto literário, quando foi escrita a obra, as
características de seu autor e gênero textual que ele escreve. A literatura relata
temas do cotidiano que podem ser explorados com os alunos e é, por meio da
leitura, que o educando consegue compreender o contexto sócio-histórico de
cada época.
O gênero textual conto traz temáticas importantes do nosso dia a dia,
principalmente nos contos do autor Dalton Trevisan. Os contos modernos
diferem bastante dos tradicionais, pois eles rompem com a linearidade, com o
final feliz e nem sempre o protagonista da história sai vencedor.
Os gêneros são caracterizados pelos seguintes elementos: conteúdo
temático, estilo e construção composicional. Segundo Bakthin(1997), esses
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elementos fundem-se indissoluvelmente no todo enunciado e todos eles são
marcados pela especificidade de uma esfera de comunicação.
De acordo com Bakthin (1997), os gêneros podem ser classificados em
primários ou secundários. Os gêneros primários são mais simples e estão
ligados às esferas do cotidiano, como se pode exemplificar um bilhete. Os
secundários são mais complexos e possuem uma linguagem mais formal, bem
elaborada. Pode-se exemplificar como gênero secundário o conto, o qual será
estudado nesta produção didático-pedagógica. Sendo assim, durante o
processo ensino-aprendizagem, o aluno precisa conhecer bem o gênero textual
conto para que possa interagir melhor com o texto e seu contexto social,
praticando a escrita.
A prática da escrita como processo evolutivo da prática da leitura pode
aprimorar as competências linguísticas do aluno e ocorrerá com maior
propriedade se lhe for concedido conhecer, nas práticas de leituras, escrita e
oralidade, o caráter dinâmico do gênero discursivo.
Primeira ação
Modernismo brasileiro: contexto histórico e características
Caro professor:
Para que o ensino-aprendizagem torne-se significante para o aluno, é
necessário desenvolver dinâmicas de leitura que despertem o senso crítico e o
conhecimento de mundo do educando. A literatura, sendo uma das formas de
comunicação no âmbito maior da cultura, tem um papel importante e
transformador na formação do indivíduo. Dessa forma, a leitura da literatura faz
com que o estudante amplie seu conhecimento, pois os textos literários
atingem uma significação mais ampla. Segundo Bordini (1993), a ampliação do
conhecimento permite ao aluno compreender melhor o presente e seu papel
como sujeito histórico.
É importante que o aluno conheça a literatura modernista, suas
características, autores e obras a ela pertencentes para compreender melhor o
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processo da leitura. O estudo do Modernismo nesta primeira ação tem como
objetivo permitir que o educando venha a se fundamentar com conhecimentos
teóricos e práticos sobre os principais elementos característicos que
diferenciam a literatura modernista da literatura tradicional. O professor irá
trabalhar com dois textos, um pertencente à literatura tradicional e outro
pertencente à literatura moderna. Os alunos vão ler e analisar os textos
juntamente com o professor, a fim de que percebam os aspectos que
diferenciam o Modernismo da literatura tradicional.
Caro aluno:
A literatura é a arte de criar e recriar textos, por isso, é necessário que
você compreenda os elementos característicos que fundamentam o estilo de
época modernista, para que possa desenvolver com mais facilidade o processo
da leitura no âmbito escolar. O objetivo desta primeira ação é ajudar você a
entender a literatura modernista, por meio de texto literário moderno e
tradicional. Você vai estudar, na primeira ação, dois textos, um da literatura
tradicional e outro da literatura modernista. É importante você compreender os
diferentes elementos característicos entre os dois contos.
O Modernismo brasileiro: considerações iniciais
A crise econômica e as grandes transformações das indústrias do século
XIX contribuíram para o início do grande movimento cultural brasileiro chamado
Modernismo. Essa tendência literária teve o seu marco inicial com a Semana
de Arte Moderna, de 1922, sendo organizada por um grupo de intelectuais e
artistas por ocasião do Centenário da Independência, rompendo com padrões
estéticos associados às correntes literárias do Parnasianismo, do Simbolismo e
da arte acadêmica.
O estilo literário modernista no Brasil foi considerado um movimento que
promoveu grande revolução nas artes em geral. Os pensadores do final do
século XIX basearam-se na ideia de que os modelos tradicionais da literatura,
das artes plásticas, da vida social e da vida cotidiana tornaram-se
ultrapassadas, e que era necessário criar uma nova cultura em seu lugar. Para
se chegar ao progresso, era preciso reexaminar a cada aspecto da existência,
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com a finalidade de encontrar o que poderia ser antigo e substituí-lo pelas
novas formas. Este modelo literário propunha que as novas realidades eram
eminentes e permanentes, e que todos precisavam se adaptar, pois o que era
novo era bom e belo.
O Modernismo no Brasil não se opunha completamente aos modelos
anteriores, porém, colocava-se contra tudo aquilo que impedia a criação da arte
livre. Os escritores exploravam o passado como fonte de criação, não como
norma para se criar.
A literatura modernista brasileira passou por fases distintas de acordo
com as mudanças da história política do Brasil.
As modificações históricas do produto literário podem ser vistas na
literatura brasileira modernista, que passou por três momentos distintos, os
quais estão relacionados aos acontecimentos políticos do país. O primeiro
momento foi de definição de comportamento e tendências, marcado por
publicações de revistas e manifestos. É o período mais radical do modernismo,
com ideais anárquicos, que abrange entre 1922 a 1930. O segundo momento
trata-se de uma fase de construção, com ideias literárias inovadoras e muita
produtividade, sendo um período que se caracteriza por uma literatura
construtiva e com consciência política. Essa fase vai de 1930 a 1945. Já o
terceiro momento que se compreende do período de 45 a seguir, é uma fase
em que os autores brasileiros fogem dos excessos da geração de 22.
Para compreender a concepção literária do estilo de época modernista,
importa conhecer algumas características que mostram os fundamentos dessa
literatura que, de forma radical, aparece para mudar padrões estéticos da
sociedade daquele período, associando, por exemplo, fatos da realidade e
situações fictícias. Assim, o estudo do texto literário, como forma de ver o
mundo numa visão objetiva e subjetiva da vida, traz para o universo da
realidade, via texto literário, uma reflexão sobre o que é fictício e o que é
verossímil.
Para compreender a literatura brasileira modernista em seu contexto
geral é preciso analisar alguns aspectos histórico-culturais e seus ideais que
marcaram as mudanças na vida social brasileira. O modernismo foi um
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movimento literário que sinalizou o marco inicial das grandes transformações
em todos os meios artísticos de toda a cultura brasileira.
Características do Modernismo
O estilo de época denominado Modernismo brasileiro, em oposição aos
estilos anteriores, caracterizou-se por sua postura radical, marcada, sobretudo,
pela liberdade de estilo. Podemos elencar as seguintes características: a)
Liberdade de expressão: os escritores passaram a serem guiados inteiramente
pela suas próprias interioridades e arbítrios. A liberdade de criação era livre das
leis que proibiam a circulação do objeto artístico. b) Incorporação do cotidiano:
a vida cotidiana passa ser incorporada na obra literária e as temáticas sociais
fazem parte das escrituras dos autores brasileiros. Sendo assim, o prosaico, o
diário, o grosseiro, o vulgar, o resíduo e o lixo tornam-se razões centrais da
estética modernista. c) Linguagem coloquial: os autores usam uma linguagem
coloquial e espontânea, mesclando expressões da língua culta com termos
populares. Há bastante inovação, o artista utiliza-se de um estilo prosaico,
libertando-se da escrita padrão tradicional. d) Inovações técnicas: o
Modernismo rompeu com os padrões culturais da literatura tradicional e
implantou novas técnicas de escrita, tanto no domínio da poesia, quanto no da
ficção. As inovações técnicas tornaram a linguagem de uma forma acessível ao
entendimento da massa popular. Isto se pode perceber principalmente no
campo da prosa.
A prosa modernista
A prosa literária modernista apresenta três estilos:
a) Regionalista: adotada pelos naturalistas e pré-modernistas, na qual a
temática principal é a região do nordeste, focalizando a seca, a miséria e
a falta de compromisso dos políticos com aquela região. Destacam-se
os autores Graciliano Ramos, José Lins do Rego, José Américo de
Almeida, Rachel de Queiroz, entre outros.
b) Urbana: a temática é as grandes cidades, o homem e a sociedade, o
homem da cidade e os problemas sociais, o meio em que vive o homem.
Os autores principais são Érico Veríssimo, Dalton Trevisan, etc.
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c) Intimista: O principal tema é o mundo interior das personagens. É a
prosa de sondagem psicológica. Os principais autores são: Clarice
Lispector, Lúcio Cardoso, Cornélio Pena, etc.
A prosa moderna e a prosa tradicional: principais diferenças
Prosa moderna Prosa tradicionalLiberdade de criação e expressão Sem liberdade de criação e expressãoIncorporação do cotidiano: temas
voltados para realidade cotidiana
Incorporação do fantástico, do
maravilhosoLinguagem coloquial Linguagem padrãoInovações técnicas da escrita:
linguagem acessível à massa popular
Padrões culturais preservados:
linguagem voltada para elite.Quebra da linearidade da narrativa: a
narrativa às vezes não começa pelo
início
Narrativa linear: começo, meio e fim
Narrativa sem final feliz, interminável Narrativa com final feliz, desfecho
concluído
Veja as principais diferenças entre os dois textos a seguir: um da
literatura moderna e o outro da literatura tradicional.
O primeiro texto, “Tio Galileu”, de Dalton Trevisan apresenta
características típicas do Modernismo brasileiro. Pode-se observar nesse conto
os seguintes elementos característicos da literatura moderna: uma temática
voltada para a realidade cotidiana, liberdade de expressão, linguagem
acessível à massa popular e narrativa sem final feliz, interminável.
Já no segundo texto, “Os três conselhos”, de Teófilo Braga, podemos
observar os seguintes elementos característicos da prosa tradicional: a
incorporação do fantástico, do maravilhoso, linguagem padrão, padrões
culturais preservados, narrativa linear e com final feliz.
Vamos ler os dois textos e analisar as principais diferenças.
Texto: Tio Galileu - Conto de Dalton Trevisan
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A pobre da mãe deu Bentinho àquele velho: agradasse ao tio Galileu,
com os dias contados, seria um dos herdeiros.
Depois de partir lenha, puxar água do poço, limpar o poleiro do
papagaio, o menino enxugava a louça para a cozinheira. Toda noite, Betinho
subia as escadas, levar o urinol e tomar a bênção ao tio Galileu.
Texto: Os três conselhos
Um pobre rapaz tinha casado, e para arranjar a sua vida, logo ao fim do
primeiro ano teve de ir servir uns patrões muito longe. Ele era assim bom
homem, e pediu ao amo que lhe fosse guardando na mão o dinheiro das
soldadas.
Teófilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Português, 1883
Vamos analisar as principais diferenças entre os dois contos.
1. Observe a temática dos dois textos, o que você percebe de diferente?
2. Quais as principais diferenças no uso da linguagem entre os dois textos?
3. Comente sobre os desfechos dos dois contos e observe a diferença entre o
conto moderno e o tradicional.
4. Analise os padrões culturais implícitos nos textos e comente de acordo com
seu ponto de vista. O que você pode perceber de diferente entre os dois
contos?
Atividades da primeira ação
Texto1. As três cidras do amor
Era uma vez um príncipe, que andava à caça: tinha muita sede, e
encontrou três cidras; abriu uma, e logo ali lhe apareceu uma formosa menina,
que disse:
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– Dá-me água, senão morro.
O príncipe não tinha água, e a menina expirou.
Teófilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Português, 1883
Texto2. Debaixo da ponte preta – autor: Dalton Trevisan
Na noite de vinte e três de junho, Ritinha da Luz, com dezesseis anos,
solteira, prenda doméstica, ao sair do emprego, dirigiu-se à casa de sua irmã
Julieta, atrás da Ponte Preta. Na linha do trem foi atacada por quatro ou cinco
indivíduos, aos quais se reuniram mais dois. Então violada por um de cada
vez e abandonada entre as moitas. Seu choro atraiu um guarda-civil, que a
conduziu até a delegacia.
A menina nunca tinha visto os homens, não sabia a que atribuir o
assalto.
Agora que você já conhece algumas informações sobre o Modernismo
brasileiro e também já leu o conto as três cidras do amor e o conto debaixo da ponte preta, responda às seguintes questões:
1. O que é Modernismo?
2. Qual dos dois textos pertence à prosa modernista?
3. Cite alguns elementos característicos que diferenciam o texto1 do texto2, e
explique-os.
4. Quais são as principais diferenças no uso da linguagem entre o texto1 e o
texto2?
5. Qual é a temática que o texto1 aborda?
6. Qual é a temática do texto2?
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7. Comente sobre o final da narrativa dos dois textos. De acordo com seu ponto
de vista, observe a diferença entre o desfecho de um texto moderno e um texto
tradicional.
8. Complete as lacunas com texto1 ou texto2 de acordo com os elementos
característicos abaixo.
a) incorporação do cotidiano (_____________)
b) narrativa com final feliz (_______________)
c) liberdade de criação e expressão (______________)
d) tema que trata do fantástico, do maravilhoso (________________)
e) uso da linguagem padrão (__________________)
f) uso da linguagem coloquial (__________________)
Segunda ação
Gênero textual conto
Caro professor:
Os gêneros textuais constituem-se como uma diversidade de textos que
se originam das esferas da atividade humana e suas práticas sociais. O gênero
textual pode ser qualquer texto que exerce uma função social, materializados
linguisticamente em discursos textualizados.
Para que o professor desenvolva um bom trabalho pedagógico com a
leitura do gênero conto, no ambiente escolar, é preciso envolver o aluno com
as essências que esse gênero textual possui produzindo na esfera da ficção
um pensamento crítico e gosto pelas leituras, de forma que o capacite sua
participação oral ao contar belas histórias e escrevê-las praticando a escrita.
Sendo o conto um dos gêneros mais antigos, é possível dizer que este
gênero sempre trouxe temáticas importantes para serem discutidas e
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analisadas no contexto escolar. O estudo do gênero literário conto não pode
ser apenas historiográfico. O professor deve explorar o gênero conto
orientando o aluno sobre o contexto social de uso desse gênero e suas marcas
linguístico-enunciativas. É preciso haver a relação entre leitor e texto para que
possa reagir diante da leitura e seja influenciado pelo contexto social.
O gênero conto aborda assuntos do cotidiano de diferentes momentos
históricos de uma sociedade. Portanto, devem-se explorar juntamente com o
educando os elementos que compõem o conto, sua finalidade, seu conteúdo
temático e seu estilo para que o leitor-aluno mantenha uma relação dialógica
com a leitura da obra.
O objetivo do estudo do gênero conto dessa segunda ação é
proporcionar ao aluno uma compreensão geral sobre os elementos que
compõem este gênero. O professor vai entregar um texto do gênero conto para
os alunos lerem e depois eles vão analisar no texto a sequência narrativa, os
personagens, o estilo da obra, quando foi escrita e sua finalidade.
Caro aluno:
É importante que você compreenda os elementos que compõem o
gênero textual e entenda a função social que este gênero exerce. O texto que
vai ser estudado nesta ação levará você a conhecer a estrutura do gênero
conto, bem como a sua composição, para que possa compreender melhor o
processo da leitura.
O conto é uma narrativa curta não apenas pelo tamanho, mas também
pela sua estrutura. No conto, há poucas personagens, acontecimentos breves,
sem grandes complicações de enredo e possui somente um clímax, no qual a
tensão da história atinge seu auge. A palavra “conto” significa história fictícia,
embuste, treta, mentira.
O conto passou por duas fases:
A primeira fase foi a oral. Nesta fase, não se pode definir a sua origem.
O conto iniciou num tempo em que não havia a escrita e as histórias eram
narradas oralmente ao redor das fogueiras das habitações dos povos
primitivos. As histórias caracterizavam-se pelo suspense, o fantástico e o
maravilhoso. Ainda nessa fase, oral é possível perceber que o homem
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necessitava de algo que motivasse seu sentimento e emoção para que
pudesse ser um sujeito socialmente histórico. A segunda fase foi a escrita,
quando houve a necessidade de o homem relatar por escrito sua própria
história.
De acordo com a tradição, o primeiro registro do conto escrito,
provavelmente, tenha sido realizado pelos egípcios, com o texto, Livro do
Mágico (cerca de 4000 a. c.). Após esse período, vêm as histórias bíblicas,
como por exemplo: a história de Caim e Abel, de José e seus irmãos, do filho
pródigo e muitas outras histórias bíblicas, que apresentam, em sua forma de
composição, uma semelhança com estrutura de um conto.
Podemos exemplificar algumas características do gênero conto por meio
de dois textos acima citados: o texto “Tio Galileu” de Dalton Trevisan e o texto
“Os três conselhos” de Teófilo Braga. Podemos observar que os dois textos
apresentam uma narrativa curta, um enredo centrado em um só assunto, com
poucas personagens, na sequência dos fatos há: uma apresentação do
assunto, uma complicação, um clímax e o desfecho.
Características do gênero conto
O gênero conto possui os seguintes elementos em sua estrutura
composicional:
a) Tempo: o momento em que acontecem os fatos de uma forma
cronológica;
b) Personagens: Elas podem ser denominadas de personagens
primárias (personagens principais), secundárias (as que estão em
segundo plano da narrativa) e terciárias (as que somente auxiliam a
narrativa, mas não tem quase importância nenhuma na sequência do
enredo);
c) Enredo: é a sequência dos fatos que vão desenvolvendo de forma
linear (apresentação, complicação ou evolução, clímax, solução ou
desfecho), diálogos e
d) Foco narrativo: o narrador pode ser em primeira (narrador
personagem) ou em terceira pessoa (narrador observador ou
onisciente).
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Os diálogos são de suma importância no conto. Sem eles não há
discórdia, nem conflito que são fundamentais ao gênero. O autor do conto pode
escrevê-lo nos seguintes tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre.
a) Discurso direto: nesse tipo de discurso, reproduzem-se as falas das
personagens literalmente. Para construir o discurso direto, usamos o travessão
e certos verbos que chamamos de verbos de dizer ou verbos dicendi. Os
verbos dicendi são falar, dizer, responder, retrucar, reclamar, declarar, indagar
e exclamar. Exemplo: Pedro disse: - não posso sair porque estou com dor de
cabeça.
b) Discurso indireto: nesse tipo de discurso, o narrador reproduz aquilo
que a personagem disse, sem o uso do travessão e dois pontos. Exemplo:
Pedro disse que não ia sair porque estava doente.
c) Discurso indireto livre: nesse tipo de discurso, o narrador mistura o
discurso direto com discurso indireto. O discurso indireto livre corresponde a
um monólogo interior das personagens, porém expresso pelo narrador.
Exemplo: “O rapaz ia andando e pensando acerca do que poderia fazer para
sair daquela situação. Meu Deus me ajude! Não suporto mais isso”.
A narrativa do conto possui em sua estrutura os seguintes elementos:
a) Destinador: causador da situação problema da narrativa;
b) Sujeito: personagem central da narrativa;
c) Adjuvante: personagem que ajuda o sujeito durante o desenrolar da
narrativa;
d) Oponente: personagem que atrapalha o sujeito para que ele não
alcance os seus objetivos;
e) Objeto: é o alvo alcançado pelo sujeito.
f) Destinatário: é quem sai ganhando no final da narrativa depois do
objetivo ser alcançado ou não pelo sujeito.
Atividades da segunda ação
Vamos ler agora um texto de Clarice Lispector e analisar os elementos
da estrutura composicional do gênero conto.
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Texto: Felicidade clandestina
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos,
meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos
achatadas. Como se não bastasse enchia os dois bolsos da blusa, por cima do
busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias
gostaria de ter: um pai dono de livraria.
Vamos agora responder as questões sobre o texto.
1. Analisando os elementos que compõem o texto.
a) O texto é um conto? Quais são os elementos que o definem como um texto
do gênero conto?
b) Qual foi a personagem adjuvante da menina?
c) Quem é a personagem protagonista da narrativa? Quais são as suas
características?
d) Qual é a personagem antagonista do texto? Como você definiria as suas
características?
e) Que tipo de narrador o texto apresenta?
f) Onde acontece a história?
g) Quanto tempo dura a narrativa?
8. Analise o enredo:
a) apresentação do assunto_________________________________________
b) complicação___________________________________________________
c) clímax________________________________________________________
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d) desfecho______________________________________________________
9. Analisando o texto
a) Qual é a temática que o texto aborda?
b) Qual era a felicidade clandestina da menina?
c) Qual era o livro que a menina queria ler? Por que ela queria emprestar
exatamente aquele livro?
d) A menina era apaixonada pelo livro. Você gosta de ler? Qual foi o livro que
leu e deixou você feliz?
Terceira ação
Leitura do gênero conto
Caro professor:
A leitura é um processo importantíssimo durante o ensino-aprendizagem
na sala de aula. Para que o ensino-aprendizagem torne-se significante para o
aluno, é necessário desenvolver dinâmicas de leitura que despertem o senso
crítico e o conhecimento de mundo do educando.
A literatura, sendo uma das formas de comunicação no âmbito maior da
cultura, tem um papel importante e transformador na formação do indivíduo.
Dessa forma, a leitura da literatura faz com que o estudante amplie seu
conhecimento, pois os textos literários atingem uma significação mais ampla.
Segundo Bordini (1993), a ampliação do conhecimento permite ao aluno
compreender melhor o presente e seu papel como sujeito histórico.
Para a formação de alunos leitores numa sociedade em que se vive o
auge de uma tecnologia, e as informações são muito rápidas, deve-se
privilegiar a leitura da literatura como forma de transformação e socialização de
um mundo que está em constantes mudanças. Ler é um ato dialógico e
interlocutivo, porque é através da leitura que há uma interação entre o leitor, o
texto e o autor.
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Pode-se dizer que o aluno-leitor começa extrair sentido do texto e
manifestar sua concepção diante da leitura, estabelecendo uma relação
dialógica. Por meio da leitura, o educando familiariza-se com o texto, buscando
suas experiências, seus conhecimentos prévios, sua formação familiar,
religiosa, cultural e as várias vozes que o constituem.
Para que haja bons leitores nessa sociedade altamente tecnológica, o
professor deve ser um bom leitor, motivar o educando na seleção das leituras e
direcionar seu trabalho de forma organizada como mediador do conhecimento
na sala de aula. O aluno precisa ter, primeiramente, o contato com textos que
lhe trazem prazer durante a leitura.
É necessário que o professor estimule o encanto da leitura no cotidiano
do educando. Todo texto possui conhecimentos que o discente pode adquirir
interagindo com o autor e tornando-se um autor do seu próprio texto. Não basta
somente ler o texto, é preciso explorar os conhecimentos de mundo e as
experiências vividas pelo sujeito.
Sendo a leitura um processo significativo, urge que o leitor saiba
construir sentido do texto de forma intertextual com a mensagem do autor. É
importante, para isso, obedecer às seguintes etapas da leitura: compreensão,
interpretação e análise crítica.
a) Na compreensão, o educando deve entender o texto em sua
totalidade, tomando como instrumento de conhecimento a ideia
central do autor, suas características fundamentais e estilo individual
de sua época, de quando escreveu o seu texto.
b) Na interpretação, é necessário que o aluno busque conhecimentos
intertextuais para desenvolver sua visão de mundo, perceber seu
contexto atual e dialogar com o próprio texto.
c) Na análise crítica, o leitor encontrará mais significado para o texto.
Preenchem-se os espaços do texto, ou seja, aquilo que o autor
deixou vago, o leitor analisa acrescentando ideia que o escritor não
expôs, mas está implícito no texto. Este tipo de análise mais profunda
do texto só se conseguirá, seguindo corretamente as etapas da
leitura.
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A estética da recepção do texto (Jauss, Iser, Ziberman, Eco) proporciona
momentos de debates e reflexões sobre a obra lida. Analisar criticamente o
texto torna-se o processo da leitura mais ativo, possibilitando ao leitor-aluno a
ampliação dos seus horizontes de expectativas. A relação entre o leitor e o
texto torna-se possível por meio do processo de recepção da obra lida. O
método recepcional de leitura tem sido pouco utilizado nas escolas brasileiras e
precisa ser difundido, pois o educando pode ter a oportunidade de explora o
texto com uma visão crítica de mundo. Nesse sentido, Bordini (1993), afirma
que:
O método recepcional é estranho à escola brasileira, em
que a preocupação com o ponto de vista do leitor não é parte
da tradição. Via de regras, os estudos literários nela tem se
dedicado à exploração de textos e de sua contextualização
espaço-temporal, num eixo positivista. O relativismo de
interpretação e, portanto de leitura não é tópico de
consideração no âmbito acadêmico, o que se explica pela
tendência ao autoritarismo da própria cultura brasileira, que
endeusa seus expoentes, temerosa de expô-los à crítica
(BORDIN, 1993, p. 81).
Praticar uma leitura crítica é indispensável para quebrar a velha tradição
da contextualização espaço-temporal e o relativismo de interpretação. A escola
tem que proporcionar ao educando na prática da leitura uma dimensão
dialógica, pois o leitor-aluno precisa conhecer as vozes sociais e ideológicas
presentes no texto.
O estudo dessa terceira ação será a leitura de quatro contos de Dalton
Trevisan, nos quais serão estudadas as seguintes temáticas cotidianas: no
primeiro texto será discutido sobre “a desigualdade social”; no segundo texto
será discutido sobre “a falta de solidariedade”; no terceiro texto será debatido
sobre “o ciúme e traição”; no quarto texto será discutido sobre “a ignorância”.
O objetivo dessa ação é fundamentar o educando no processo da
leitura, para que ele possa obter conhecimentos estratégicos para
compreender melhor o gênero textual conto.
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Caro aluno:
A leitura faz parte de seu cotidiano. É de suma importância que a leitura
faça parte prioritária de sua vida escolar. Para que você possa compreender
melhor um texto, é necessário conhecer as características de seu autor, bem
como o estilo individual (maneira de se expressar), durante o período que ele
escreveu a obra. Por meio da leitura dos contos do autor Dalton Trevisan, você
irá enriquecer seus conhecimentos com relação à prática de compreensão,
interpretação e análise crítica dos textos.
O conto é uma narrativa breve, com poucas personagens, tempo e
espaço. Este gênero possui um enredo de forma linear com apresentação do
assunto, complicação, clímax e desfecho. Apresenta um foco narrativo com
narrador em primeira pessoa (narrador personagem) ou em terceira pessoa
(narrador onisciente). Suas principais características são a concisão, a precisão
e a centralização em um só assunto.
Autor modernista: Dalton Jérson Trevisan
Dalton Trevisan nasceu no dia 14 de junho de 1925, em Curitiba,
Paraná. Ele é considerado um dos grandes contistas brasileiros, autor de uma
narrativa predominantemente curta, reproduz o cotidiano das pessoas, numa
linguagem simples, direta e popular.
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Trevisan cria personagens, a partir dos habitantes da cidade, de
situações com significação universal. Seus contos tratam de temáticas
cotidianas do ser humano, recriando as tramas psicológicas e costumes, por
meio de uma linguagem concisa e popular. Ele valoriza os incidentes sofridos e
angustiantes da sociedade moderna em suas obras. Escreveu várias obras,
dentre elas, podemos citar: Cemitério de elefantes (1964), Vampiro de Curitiba
(1965), Quem tem medo de vampiro? Em busca de Curitiba pedida (1992),
Vozes do Retrato – Quinze histórias de mentiras e verdades (1998), Violetas e
Pavões (2009), Desgracida (2010), Contos eróticos (1984), etc. O escritor
Dalton Trevisan é considerado um grande contista da literatura brasileira, pois,
dedicando-se exclusivamente ao conto, só escreveu um romance publicado –
A Polaquinha.
Atividades da terceira ação
Vamos agora ler um conto de Dalton Trevisan e fazer uma reflexão
sobre a temática da desigualdade social presente no texto.
Texto: Cemitério de elefantes
À MARGEM ESQUERDA DO RIO Belém, nos fundos do mercado de
peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali os bêbados são felizes. Curitiba os
considera animais sagrados, provê às necessidades de cachaça e pirão. No
trivial contentam-se com as sobras do mercado.
ATIVIDADES SOBRE O TEXTO
1. Compreendendo o texto e respondendo oralmente.
a) Qual é a leitura que você faz do texto?
b) De acordo com o seu ponto de vista, por que os bêbados são considerados
animais sagrados?
c) De acordo com o texto, em que nível de condição humana está sendo
nivelado o homem?
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d) Qual é o meio de sobrevivência daqueles seres humanos no cemitério de
elefantes?
d) Explique o porquê do título “Cemitério de elefantes,” há alguma relação com
o assunto do texto?
e) Parece que o conto não tem um final, que conclusão é possível fazer do
texto?
2. Interpretando o texto e respondendo por escrito.
a) Qual é a causa da existência de um cemitério de elefantes?
b) Explique o porquê do título “Cemitério de elefantes,” há alguma relação com
o assunto do texto?
c) O que aconteceu com o personagem Chico no final do conto?
d) Qual é o momento mais emocionante da narrativa?
3. Analisando a estrutura do texto
a) Quais são as características do texto que realmente o definem como um
texto do gênero conto?
b) Que tipo de discurso predomina no conto?
c) Que tipo de narrador o texto apresenta?
d) Quais são as personagens principais do texto? Caracterize-as.
e) Onde acontece a história e qual o seu tempo de duração?
3. Analisando o texto
a) O texto apresenta cenas reais da miséria humana. Qual é a causa que leva
o homem a viver dessa maneira?
b) O que você entende por desigualdade social?
c) Em sua opinião, o que se deveria fazer para amenizar a desigualdade
social?
d) Pesquise por meio da leitura, textos variados, que possuem a mesma
temática que este conto aborda, para ser discutida em sala de aula.
Texto: Uma vela para Dario
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Vamos ler agora um conto de Dalton Trevisan que mostra a falta de
solidariedade das pessoas e como elas agem diante da situação vivida pela
personagem Dario. O estudo desse texto tem como objetivo promover uma
reflexão a respeito da temática, “falta de solidariedade do ser humano” e
permitir que o aluno compreenda os elementos que compõem o gênero conto.
Uma vela para Dario
Dario vem apressado, guarda-chuva no braço esquerdo. Assim que
dobra a esquina, diminui o passo até parar, encosta-se a uma parede. Por ela
escorrega, senta-se na calçada, ainda úmida de chuva. Descansa na pedra o
cachimbo.
ATIVIDADES SOBRE O TEXTO
1 - Questões para interpretar o texto.
a) Qual é o assunto que o texto aborda?
b) Qual é a visão de mundo dos seres humanos que o texto apresenta?
c) Que tipo de doença hipoteticamente se pode dizer que Dario possuía?
d) As pessoas foram solidárias com Dario? Explique.
e) Como você agiria se confrontasse com a mesma situação?
f) O texto mostra uma sociedade urbana meramente despreocupada com o
próximo. Mediante esta afirmativa, comente sobre as ações das pessoas diante
da situação.
2 – Analisando o texto
a) O texto não tem um final feliz, de acordo com seu ponto de vista, que
conclusão você daria ao texto?
b) Elementos da narrativa do texto: analise os elementos da narrativa do conto.
1- DESTINADOR:
2- SUJEITO:
3- ADJUVANTE:
4- OPONENTE:
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5- OBJETO:
6- DESTINATÁRIO:
c) O que você entende por solidariedade?
Veja agora um texto de Dalton Trevisan que retrata a personagem Elza
suspeitando a traição de seu marido. Os alunos vão ler primeiramente um
trecho introdutório do conto e tirar algumas conclusões sobre o que ocorrerá
com a sequência narrativa, e depois o professor passará o texto completo para
refletir sobre algumas questões conflituosas que o ser humano vive. O estudo
desse texto tem com objetivo refletir sobre o ciúme e a traição, uma temática
de nosso cotidiano.
Texto: Bailarina fantasista
- É amante da Helena. Confesse.
- Confesso coisa nenhuma.
- Meu bem, por que nega? Eu perdôo.
- Está louca, Elza.
- Faço nada. Só quero saber.
Ângelo deitado de pijama quando ela, tesoura na mão, chegou à porta.
Vamos agora responder as atividades sobre o texto.
1. Leia a introdução do texto e responda oralmente.
a) O que você acha que vai acontecer no final do texto?
b) Elza realmente tem razão ao suspeitar do marido? Explique.
c) De acordo com introdução do texto, você acha que seu marido realmente a
traiu?
Interpretando o texto completo.
1. Quais são as características do texto que mostra que é um conto
pertencente ao modernismo?
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2. De acordo com o texto, Ângelo traiu ou não traiu Elza?
3. O que levou Elza a desconfiar de Ângelo, de acordo com o texto?
4. Que tipo de discurso predomina no texto?
5. A narrativa inicia com uma situação de desequilíbrio, em que momento da
narrativa começa o clímax?
6. Que tema do cotidiano você poderia dar ao texto?
7. O que acontece no conto pode acontecer em nosso cotidiano? Comente.
8. Analise os elementos da narrativa do conto.
a) DESTINADOR:
b) SUJEITO:
c) ADJUVANTE:
d) OBJETO:
e) DESTINATÁRIO
9. O que diferencia este conto dos contos tradicionais?
10. Comente sobre o que você pensa sobre a atitude de Ângelo diante da
situação apresentada no conto.
11. Os alunos vão assistir ao filme “Dom”, baseado no romance de Machado de
Assis, Dom Casmurro e analisar em grupo fazendo um paralelo entre os dois
textos debatendo as diferenças e semelhanças da mesma temática entre os
dois autores.
O conto que você vai ler agora de Dalton Trevisan narra sobre a doença
de Pedrinho e a falta de conhecimento da família para reagir diante das
situações adversas da vida cotidiana. Leia o texto e analise como as
personagens reagem no desenvolvimento dos fatos.
O objetivo principal do estudo do texto a seguir é fazer o aluno refletir
sobre a temática “ignorância” e compreender a estrutura composicional do
gênero conto.
Texto: Pedrinho
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O menino puxou a saia da mãe e queixou-se da dorzinha de cabeça.
Ora, que fosse brincar com o irmão; brincando, a dor passava. Ela já se
atrasara com o jantar.
Reuniu-se a família em volta da mesa,
- Onde está o Pedrinho? – perguntou o pai.
- Brincando lá fora – a mulher respondeu.
- Não com a gente – acudiu o irmão.
Responda às questões sobre o texto.
1. Interpretando o texto:
a) Qual é o assunto que o texto aborda?
b) De acordo com seu ponto de vista, qual era a visão do pai a respeito do
estado de saúde do menino?
c) A mãe diz para o menino ir brincar com o irmão, que a dor de cabeça
passava. Você já presenciou uma situação do cotidiano parecida com esta?
d) De acordo com seu ponto de vista, o que o pai deveria fazer para salvar o
menino?
2. Analisando o enredo:
a) Quais são o tempo e o espaço da narrativa? Explique.
b) Quando começa a complicação da narrativa?
c) Quando acontece o clímax da narrativa?
d) Caracterize as personagens do texto.
e) Que tipo de linguagem o texto apresenta?
f) O enredo do conto centraliza em um só assunto? Explique.
g) Que tipo de discurso o texto apresenta?
h) Que tipo de narrador o texto apresenta?
3. Analisando criticamente o texto:
a) De acordo com seu ponto de vista, o que o pai deveria fazer para salvar o
menino?
b) O que significa ser ignorante? Você conhece alguém ignorante? Comente.
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c) Quem foi mais ignorante, o pai, a mãe ou o farmacêutico? Comente.
d) Ao ler o conto, você esperava que a história de Pedrinho tivesse um
desfecho trágico? Explique.
Quarta ação
Produção de um conto
Caro professor:
A prática da escrita tem como objetivo propiciar ao aluno uma reflexão
sobre as leituras feitas a respeito do gênero conto, e possibilitar-lhe habilidades
para produzir textos desse gênero. A produção textual tem como finalidade
aprimorar as competências linguísticas do aluno, pois o educando tem a
oportunidade de repensar sobre os elementos que estrutura o gênero textual
conto e criar um bom texto.
Na criação de textos, o estudante pode reconhecer que alguns gêneros
são adaptados, renovados, multiplicados ou até mesmo criados a partir da
necessidade que o homem tem de se comunicar com o outro, sendo assim,
“todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da
linguagem” (BAKHTIN, 1997, p.261). Os gêneros sofrem variações assim como
a língua também sofre, pois as manifestações comunicativas não acontecem
como elementos linguísticos isolados, elas se realizam, segundo Bakhtin (op.
cit.), como discurso.
No processo de produção escrita, é importante ressaltar que nenhum
texto possui originalidade própria do seu autor, todo texto é produzido a partir
de outros textos. O escritor cria seu texto a partir das leituras de mundo que ele
exercitou, por meio das manifestações comunicativas, pois elas se realizam
como discurso.
Caro aluno:
Para que você possa produzir um bom texto, é necessário que você seja
um bom leitor. A prática da escrita está intimamente ligada à prática da leitura,
sendo assim, um bom leitor pode ser um ótimo escritor. É durante o processo
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da prática de produção de texto; que se aprimoram as competências
linguísticas. As leituras feitas a respeito do gênero conto vão auxiliar você na
produção de texto desse gênero.
Atividade e produção textual
1. Baseando-se nas informações e no estudo sobre o gênero textual reproduza
um conto que você já leu.
2. Produza um conto que apresente características do Modernismo, de sua
própria autoria, observando todos os elementos estudados sobre esse gênero.
Quinta ação
Avaliação
Caro professor:
A avaliação é um processo contínuo, diagnóstico e cumulativo. Os
alunos serão avaliados durante todo o processo de ensino-aprendizagem do
conteúdo estudado, por meio das atividades de leitura, oralidade e escrita.
Os alunos serão avaliados no processo da leitura: as competências de
análise crítica do texto; no processo da oralidade: a maneira como se posiciona
diante dos questionamentos; no processo da escrita: a competência linguística
que ele tem para produzir o texto do gênero conto, com todos os seus
elementos constituintes.
O processo avaliativo tem como objetivo repensar a prática pedagógica
aplicada pelo professor e estabelecer um parâmetro para rever tudo aquilo de
deu certo ou não, na aplicação do ensino-aprendizagem do conteúdo.
Caro aluno:
A avaliação de sua aprendizagem é muito importante para que você
possa perceber o seu desempenho na assimilação dos conteúdos aplicados
pelo professor. Avaliar é averiguar o que o aprendeu durante o processo
ensino-aprendizagem. A avaliação não é um processo punitivo. Ela é um
processo que visa melhorar tanto a qualidade do ensino como o da
aprendizagem.
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Recursos didáticos
Os recursos didáticos que serão utilizados na aplicação dos conteúdos
dessa produção didático-pedagógica são: quadro negro, giz, folhas
mimeografadas, internet, biblioteca, livros, TV multimídia e data-show.
Referências
Trevisan, D. Quem tem medo de vampiro?. São Paulo, Editora Ática, 1998.
_____. Cemitério de elefantes, - 17ª Ed. – Rio de Janeiro: Record, 2004.
BAKTHIN, M. Estética da criação verbal. Tradução feita a partir do francês
por Maria Ermantina Galvão G. Pereira, revisão de tradução Marina
Appenzeller _2ª Ed. São Paulo, Martins Fontes, 1997.
_____. Marxismo e filosofia da linguagem. 11ª Ed. Trad. Michek Lahud e
Yara Frateschi Vieira. São Paulo: HUCITEC, 1999.
KAUFMAN, A. M. Escola, leitura e produção de textos /Maria Kaufman e
Maria Elena Rodriguez; trad. Inajara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas,
1995.
BORDINI, M. da G. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. Maria da Glória Bordini / Vera Teixeira de Aguiar. 2ª Ed. Porto
Alegre: Mercado Aberto, 1993.
BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. 42ª Ed. – São Paulo:
Cultrix, 2005.
Cereja, W. R. Ensino de literatura: Uma proposta dialógica para o trabalho com literatura. – São Paulo: Atual, 2005.
SEED. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares de língua portuguesa. Curitiba, 2008.
http://pt.scribd.com/doc/4817302/Clarice-Lispector-Felicidade-Clandestina-E-
Outros-Contos.
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/infantil/teofilo.html.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/00000
00121/0000001316.jpg.
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