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EPS/CTC/UFSCEPS/CTC/UFSC
4.1 - Abordagem sistêmica em ergonomia
Pressupostos básicos da teoria de sistemas:
Existe uma nítida tendência para a integração nas
várias ciências naturais e sociais; Essa integração parece orientar-se no sentido de
uma teoria de sistemas;
A Teoria de Sistemas surgiu com os trabalhos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
2
Essa teoria de sistemas aproxima-nos do objetivo da unidade científica; Os pressupostos anteriores podem promover a necessária integração na educação científica.
Essa teoria de sistemas pode ser uma abordagem mais abrangente de estudar os campos não-físicos do conhecimento científico;
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3
Premissas básicas da teoria de sistemas:
Os sistemas existem dentro dos sistemas;
Os sistemas são abertos;
As funções de um sistema dependem de sua
estrutura.
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4
CONCEITO DE CIBERNÉTICA:
Cibernética é a ciência da comunicação e do
controle, seja dos seres vivos naturais (homem),
seja dos seres artificiais (máquina).
A comunicação: interação
O controle: regulação
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5
Segundo BERTALANFFY (1975), “cibernética é uma
teoria dos sistemas de controle baseada na
comunicação (transferência de informação) entre o
sistema e o meio ambiente, e dentro do próprio sistema,
e do controle (retroação) da função dos sistemas com
respeito ao ambiente”.
O campo de estudo da cibernética são os sistemas.
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6
CONCEITO DE SISTEMA
BERTALANFFY define sistema como um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas.
Desta definição decorrem dois conceitos:
Objetivo do sistema: as unidades, bem como os relacionamentos, definem um arranjo que visa sempre um objetivo.
Globalidade: o sistema sempre reagirá globalmente a qualquer estímulo produzido em quaisquer das suas unidades. Isto é, há uma relação de causa-efeito entre as diferentes partes do sistema.
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A definição de um sistema depende da focalização a ele dada pelo indivíduo que pretenda analisá-lo. Uma determinada situação de trabalho pode ser:
um sistema (linha de produção);
um sub-sistema (posto de trabalho);
um super-sistema (fábrica).
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Sistema é um conjunto de componentes (partes ou órgãos do sistema), dinamicamente interrelacionados entre si em uma rede de comunicações (em decorrência da interação dos diversos componentes), formando uma atividade (comportamento ou processamento do sistema), para atingir um determinado objetivo (finalidade do sistema), agindo sobre sinais, energia e materiais (insumos ou entradas a serem processadas pelo sistema), para fornecer informação, energia ou produto (saídas do sistema).
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PROCESSAMENTO
DadosEnergiaMateriais
InformaçãoEnergiaProdutos
EN
TR
AD
A
SA
ÍDA
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10
CONCEITO DE ENTRADA (input):
Entrada é o que o sistema importa do meio ambiente
para ser processado. Pode ser:
Dados: permitem planejar e programar o
comportamento do sistema;
Energia de entrada: permitem movimentar e
dinamizar o sistema;
Materiais: são os recursos a serem utilizados pelo
sistema para produzir a saída.
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CONCEITO DE SAÍDA (output):
Saída é o resultado final do processamento de
um sistema.
Pode ser:Informação: são os dados tratados pelo sistema;Energia de saída: é a energia processada pelo
sistema;Produtos: são os objetivos do sistema (bens,
serviços, lucros, resíduos,...)
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CONCEITO DE CAIXA PRETA (black box):Um sistema cujo interior não pode ser desvendado é denominado
de caixa preta.
Sistemas hipercomplexosSistemas impenetráveis
ENTRADA SAÍDA
AçãoEstímuloCausa
ReaçãoRespostaEfeito
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CONCEITO DE RETROAÇÃO (feedback):A retroação é um mecanismo de comunicação entre a saída e a entrada do sistema.As principais funções da retroação são: Controlar a saída do sistema;Manter o equilíbrio do sistema;Manter a sobrevivência do sistema.
ENTRADA SAÍDA
RETROAÇÃO
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CONCEITO DE HOMEOSTASIA
A homeostasia é a capacidade que têm os
sistemas de manterem um equilíbrio
dinâmico,entre os diversos componentes ou
partes, por intermédio do mecanismo de
retroação(auto-controle ou auto-regulação).
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CONCEITO DE INFORMAÇÃO
DADO
INFORMAÇÃO
CONHECIMENTO
Informação é um conjunto de dados com um determinado significado para o sistema.Dado é um registro a respeito de um determinado evento (um sinal) para o sistema.
Conhecimento é a informação que, devidamente tratada, muda o comportamento do sistema .
COMPETÊNCIA
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CONCEITO DE REDUNDÂNCIA
A redundância é a quantidade de informação excedente, correspondente aos
sinais, cuja ocorrência pode ser prevista a partir de outros sinais.
CONCEITO DE ENTROPIA
O conceito de entropia vem da segunda lei da termodinâmica, segundo a qual
“um sistema que não troca energias com o meio ambiente tende a entropia,
isto é tende à degradação, à desintegração e, enfim, ao desaparecimento”.
CONCEITO DE INFORMÁTICAA informática é a parte da cibernética que permite o tratamento racional e
sistemático da informação por meios totalmente automáticos.
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Um sistema de produção é aquele representado por
todas as unidades e relações necessárias e suficientes
para alcançar um determinado objetivo pré-fixado.
O objetivo de um sistema de produção define a
realidade para a qual foram ordenadas todas as
unidades e relações do sistema, enquanto as suas
restrições são as limitações introduzidas em sua
operação, definindo assim as fronteiras do sistema e as
condições dentro das quais o mesmo irá operar.
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Os sistemas podem operar, simultaneamente, em série ou em paralelo.
Os sistemas existem em um meio ambiente e são por ele condicionados.
Meio ambiente é o conjunto de todos os objetivos que, dentro de um limite específico, possam ter alguma influência sobre a operação do sistema.
As fronteiras de um sistema são as condições ambientais dentro das quais o sistema deve operar.
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A teoria da informação (segundo C. SHANNON & W. WEAVER) é uma teoria estatística que permite medir a quantidade de informação emitida (ou recebida) por uma fonte; A unidade de quantificação da informação é o BIT, que corresponde a quantidade de informação transmitida por uma fonte, cuja probabilidade de emissão é 1/2; Por convenção, os cálculos são efetuados no sistema logarítmico de base 2.
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Quando todos os sinais emitidos por uma fonte são independentes, uns dos outros, a entropia desse sistema (o valor médio da informação emitida) é dada pela relação:
H = - p log 2 p Onde: p é a probabilidade de ocorrência dos sinais emitidos pela fonte Se todos os sinais são equiprováveis, a entropia é máxima e igual a log2 n Onde: n é o número de sinais
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Para SHANON, a informação é emitida por uma fonte sob a forma
de mensagens que, para serem transmitidas, são codificadas por
um emissor, que transforma estas mensagens em sinais. A
transmissão é assegurada pela via de comunicação (canal) até o
receptor que decodifica os sinais a fim de torná-los utilizáveis pelo
destino. Toda a degradação da informação durante a
comunicação é devida aos efeitos de ruído ou interferência.
FONTE EMISSOR CANAL RECEPTOR DESTINO
RUÍDO
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Quanto a sua constituição os sistemas podem ser:
Sistemas físicos ou concretos: quando compostos
de hardwares;
Sistemas abstratos: quando compostos de
softwares.
Os sistemas físicos (máquina) precisam de um sistema
abstrato (programação) para poderem funcionar e
desempenhar suas funções.
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Quanto à sua natureza os sistemas podem ser:
Sistemas fechados: são sistemas cujo
comportamento é totalmente determinístico e
programável e que operam com pouco intercâmbio com
o meio ambiente;
Sistemas abertos: são sistemas cujo
comportamento é probabilístico (as vezes estocástico) e
não programável e que mantém uma forte interação
com o meio ambiente.
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QUANTO A COMPLEXIDADE:Sistemas simples: dinâmicos; Sistemas complexos: altamente elaborados e bem inter-
relacionados; Sistemas hipercomplexos: complicados e não descritivos.
QUANTO A OCORRÊNCIA:Sistemas determinísticos: totalmente previsíveis;
Sistemas probabilísticos: previsíveis segundo uma certa
probabilidade;
Sistemas estocásticos: totalmente imprevisíveis.
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SISTEMAS SIMPLES COMPLEXOS HIPERCOMPLEXOS
DETERMINÍSTICOS
PROBABILÍSTICOS
Encaixe de janela
Jogos de dados
Movimento de uma lesma
Computador digital
Mercado de capitais
Reflexos condicionados
Economia Nacional
Cérebro humanoESTOCÁSTICOS
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PROPRIEDADES:Os sistemas cibernéticos apresentam três propriedades:são sistemas complexos: focalizados como caixa preta; são sistemas probabilísticos: tratados estatisticamente; são sistemas auto-regulados: homeostáticos.
HIERARQUIA:Sistemas simbólicosSistemas sócio-culturaisHomemAnimaisOrganismos inferioresSistemas abertosSistemas cibernéticos simplesSistemas dinâmicos simplesSistemas estáticos
SISTEMAS ABERTOS
SISTEMAS FECHADOS
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Os sistemas abertos podem ser entendidos como
conjuntos de partes em constante interação
(característica de interdependência das partes),
constituindo um todo sinérgico (o todo é maior do que a
soma das partes), orientados para determinados fins
(comportamento teleológico) e em permanente relação
de interdependência com o ambiente externo (influencia
e é influenciado pelo meio ambiente externo);
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Segundo a visão sistêmica, TAYLOR, FAYOL e WEBER abordaram as organizações dentro de uma perspectiva de sistema fechado:
Os sistemas fechados são sistemas isolados das influências das variáveis externas, sendo, então, determinísticos;
Um sistema determinístico é aquele em que uma mudança específica em uma de suas variáveis produzirá um resultado particular com certeza;
Um sistema fechado requer que todas as variáveis sejam conhecidas e controláveis.
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Os sistemas abertos estão em constante interação dual com o meio ambiente, atuando, a um só tempo, como variável independente e como variável dependente do ambiente;
Os sistemas abertos tem capacidade de crescimento, mudança, adaptação ao meio e até auto-reprodução, sob certas condições ambientais;
É contingência dos sistemas abertos competir com outros sistemas, o que não ocorre com o sistema fechado.
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As organizações têm seis funções principais mantendo estreita relação entre si:
ingestão;
processamento;
reação ao ambiente;
suprimento das partes;
regeneração das partes;
organização.
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Características das organizações c/ sistema aberto:
Comportamento probabilístico e não-determinístico;
As organizações como partes de uma sociedade
maior e constituída de partes menores;
Interdependência das partes;
Homeostase e “estado estável”;
Fronteiras ou limites;
Morfogênese.
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Sistemas vivos Sistemas organizacionais
Nascem, herdam seus traços estruturais.Morrem, seu tempo de vida é limitado.Tem um ciclo de vida pré-determinado.São concretos: podem ser descritos em termos físicos e químicos.São completos: parasitismo e simbiose são excepcionais.Doença é definida como um distúrbio no processo vital
São organizados, adquirem sua estrutura em estágios.
Podem ser reorganizados, teoricamente
têm uma vida ilimitada, podem ressurgir.Não têm ciclo de vida definido.
São abstratos: podem ser descritos em
termos psicológicos e sociológicos.São incompletos: dependem da cooperação com outras organizações.
Problema é definido como um desvio
nas normas sociais.
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MODELO:
Modelo é a representação de alguma coisa.
Os modelos físicos ou matemáticos são importantes
para facilitar a compreensão do funcionamento dos
sistemas.
Segundo M. de MONTMOLLIN (1978), “modelo é um
sistema de representação intencionalmente simplificada
da realidade”.
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Este sistema limita a representação à um número restrito de categorias, as quais comportam um número limitado de graus ou de variáveis.
Os diferentes modelos estão relacionados à modelos mais amplos ou mais gerais, de entendimento da realidade, isto é, daquilo que os sociólogos chamam de ideologia.
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Importância dos modelos:Manipulação da representação e não da realidade;
Incerteza organizacional;
Facilidade de elaboração de modelos.
Tipos de modelos:Isomorfos: possuem formas semelhantes;
Homomorfos: possuem formas proporcionais.
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Analisar um SHM é elaborar um modelo deste
sistema.
Pode-se utilizar diferentes tipos de modelos para
analisar um SHM :Modelos que valorizam as conexões entre os diversos
elementos do SHM;
Modelos tipo catálogo de funções;
Modelos híbridos.
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De fato, não existe receita, ou mesmo princípio, para definir a escolha de um modelo de análise. Todavia, pode-se utilizar como roteiro os seguintes critérios:
Definição da importância do SHM:Delimitação das fronteiras do SHM;Situar o SHM em um sistema mais amplo que o engloba;SHM mais amplos Modelos que valorizam as conexões;SHM mais restritos Modelos tipo catálogo de funções.
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Objetivos da análise do SHM:
Definição de papéis entre homem e a
máquina: as funções devem ser evidenciadas;
Definição de um plano de formação: as
conexões devem ser evidenciadas.
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39
Modelos que valorizam as conexões:
A) Modelos de organização espacial:São os modelos de análise de SHM mais simples e
mais fáceis de serem elaborados;
Esses modelos permitem a análise dos SHM, de um
lado, dos elementos materiais (máquinas, dispositivos
de apresentação das informações e dispositivos de
comando) e,de outro lado, dos elementos humanos;
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40
Esses elementos devem ser distribuídos
geograficamente em função de sua organização
espacial real;
Eles são conectados entre si por meio de
flechas que simbolizam as trocas de informações
entre os elementos humanos e os elementos
materiais;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
41
A codificação das flechas pode ser mais ou menos
complexa:
a flecha pode indicar comunicação homem-
máquina ou máquina-homem, comunicações
homem-homem ou conexões máquina-
máquina;
a flecha pode ter um peso, relativo a
importância dessas comunicações.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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A
EDC
B
A
C
D
E B
23
3
2
1
1
Máquina Humano
Sistema antes do estudo
9
2
1
4
5
2
3
2
5
6
8 10
107 8
10 10 5 6 5 4
27
8
9
8
312
3
Sistema depois do estudo
Análise das comunicações entre humanos e máquinas e entre humanos e humanos em um SHM
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
43
B) Modelos de organização sequencial:
São os modelos de análise de SHM mais utilizados na
ergonomia americana;
Esses modelos são baseados nas técnicas de
programação de computadores;
Eles procuram descrever uma lógica de
funcionamento do SHM.
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44
Método de KURKE:
O objetivo deste método é desenhar um “diagrama
de sequência operacional”, isto é, um esquema que
coloque em evidência a sequência de informações,
de decisões e de ações em um SHM.
Este método pode ser aplicado em um sistema
inteiro ou em algum dos seus sub-sistemas.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
45
Método dos organogramas:Este método consiste em dispor os estados
sucessivos das informações do SHM, em uma ordem
que evidencia e esgota todas as possibilidades
lógicas;
Trata-se de “programar” o funcionamento do SHM,
como se programa o funcionamento de um
computador para uma determinada aplicação;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
46
Normalmente, utiliza-se esquemas binários, que
permitem, por dicotomias sucessivas, examinar todos
os casos possíveis;
Este método de análise é geralmente centrado sobre
um operador humano isolado, para o qual atribui-se
uma tarefa preliminarmente definida;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
47
Todavia, pode-se aplicá-lo também à um SHM
complexo (vários homens + várias máquinas);
Deve-se salientar que o método dos organogramas
não serve para descrever o comportamento real de um
operador humano (ou de uma máquina), mas apenas
dar uma representação exaustiva de todos
encadeamentos lógicos possíveis;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
48
Organograma estabelecido durante o estudo de tarefas de controle da navegação aérea.
Pro
pos i
ção
d e A
Nív
eis
rela
tivo
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Tra
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Vel
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<10
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Nen
hum
conf
lito
Conflito
X1
e A
Nen
hum
conf
lito
Nen
hum
conf
lito
Conflito
Con
flit
o
>10
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
49
Um caso particular de organograma é o fluxograma
(flow chart), inspirado nos métodos computacionais de
programação estruturada , que servem para analisar
certos aspectos da tarefa dos operadores humanos,
encarregados de diagnosticar as causas dos incidentes
(em especial nos processos contínuos de produção),
conforme representado na figura a seguir:
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
50
Pressão> 12mm?
não
não
não
sim
sim
sim
Pressão> 12mm?
Fluxobomba
> 70l/min
Aumentarfluxo
Avisarencarregado
FimFim
Fim
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
51
Método de BIRMINGHAM & TAYLOR
Em certos SHM é possível utilizar uma representação simbólica
ao conjunto das transformações da informação (amplificação,
adição algébrica, derivação e integração) efetuadas por um
operador humano ou por um sistema automático;
Todavia, este método é bastante limitado, tendo em vista o
número restrito de operações que ele permite simbolizar.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
52
Modelos tipo catálogo de funções:
Os modelos tipo catálogo de funções são modelos
relativamente pobres;
O catálogo não permite considerar mais de uma dimensão, ao
contrário dos modelos que valorizam as conexões, que permitem
expressar a realidade em várias dimensões;
Neste sentido, esses modelos, enquanto instrumentos de
análise de SHM, apresentam graves inconvenientes.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
53
Catálogos das funções dos SHM:MEISTER & RABIDEAU (1965), propuseram um procedimento
de análise funcional em sete etapas:
Determinação das exigências da missão do sistema;
Estabelecimento do perfil da missão do sistema;
Divisão da missão em segmentos e fases;
Identificação e descrição das funções do sistema;
Estabelecimento dos critérios de performance funcional;
Atribuição das funções aos homens e às máquinas;
Análise das tarefas.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
54
As dificuldades na enumeração das funções de um SHM, abordados globalmente, são eliminadas quando o catálogo se restringe apenas as funções humanas;Alguns catálogos se contentam em enumerar e classificar as funções humanas em um nível macroscópio;GAGNÉ (1963), por exemplo, propôs um catálogo de funções humanas que são possíveis de serem enumeradas em um SHM: Codificação; Exploração e detecção; Vigilância e controle (monitoring); Traçagem; Manutenção.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
55
Catálogos das funções humanas nos SHM:
Sensação: percepção de amplitude energética;
Detecção: percepção de um alvo sobre um fundo;
Discriminação: percepção do aparecimento de um
alvo, distinto de outros similares;
Codificação: translação de um estímulo percebido
em uma outra forma ou outra linguagem, não implicando
necessariamente a aplicação de uma seqüência de
regras lógicas;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
56
Classificação: percepção de um objeto ou de um
alvo como representativo de uma classe particular;
Estimação: percepção de uma distância, de uma
dimensão e/ou de cálculo sem a utilização de um
instrumento de medida;
Encadeamento ou sequência simples: ação de
seguir uma ordem definida na realização de um
procedimento;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
57
Manipulação lógica: aplicação de regras lógicas,
e/ou de cálculo, à dados de entrada, a fim de
determinar uma saída apropriada;
Utilização de uma regra: execução das fases de
uma ação pela aplicação de uma regra ou de um
princípio;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
58
a Tomada de decisão: escolha de uma ação, dentre
outras, comportando a utilização de uma estratégia
ótima nas seqüências de um nível de comportamento
superior;
b Resolução de problemas: realização de uma
sucessão de ações quando uma aplicação rotineira das
regras na manipulação lógica e a tomada de decisão
são insuficientes para uma escolha ótima.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
59
O método de REED & al.:
REED, FOLEY, GRAHAM e HILGEMAN (1963),
desenvolveram para a aeronáutica americana um
método de análise dos SHM que merece ser estudado
de forma mais detalhada.
Formalmente o modelo utilizado é do tipo catálogo de
funções.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
60
De fato, este método escapa as críticas formuladas ao
modelo tipo catálogo, por diversas razões:Em primeiro lugar, o método não tem pretensões
universais;Não são visadas as funções dos SHM em geral, mas
somente aquelas que aparecem nos sistemas de
veículos espaciais habitados;Apesar deste objetivo limitado, a análise é muito
detalhada e chega até a quantificação dos dados;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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Além disso, as categorias propostas não resultam de
considerações a priori;
O método visa explicitamente dois objetivos: levar em
conta os fatores humanos na concepção de sistemas e
procurar indicações úteis para a formação dos
operadores humanos.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
62
O catálogo completo compreende 27 categorias,
que correspondem à uma família de
informações:1) Sistemas: distingue os diferentes tipos de sistemas
espaciais: de pesquisa, ofensiva, etc.;
2) Fonte de informações: diz respeito aos construtores
(Bell, Boeing, Douglas,...);
3) Configuração do sistema: cápsula balística,
cilíndrica, lenticular, etc.;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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4) Missão do veículo primário: detalha a
categoria I, especificando, por exemplo se um
veículo lunar é orbital, prevê uma aterrisagem
com retorno, uma órbita com retorno,...
Rubricas são previstas referentes à manutenção,
aspectos médicos, pesquisa científica,...
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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5) Missão do veículo secundário: idêntica a categoria precedente;6) Fases da missão: descreve todos os eventos de uma determinada missão: pré-lançamento, lançamento, vôo orbital, vôo terra-lua, aterrisagem sobre a lua, vôo lua-terra, a reentrada e o desembraque;7) Posições: sob este termo são relacionados os diferentes “empregos”dos astronautas: piloto, co-piloto, passageiro, navegador, astrônomo, etc.;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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8) Dimensões da tripulação: quantifica as rubricas da
categoria precedente;
9) Funções: trata-se de uma lista, por ordem alfabética,
de cerca de 400 verbos que permitem descrever as
diferentes funções do sistema. Por exemplo: acelerar,
acoplar, agir,...
10) Sub-tarefas: é definida como “o menor elemento
identificável de uma tarefa”;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
66
11) Repartição de tarefas: permite codificar a
repartição das tarefas entre os operadores;
12) sub-sistemas: compreende uma extensa
lista de todos os sub-sistemas que compõem um
veículo espacial: estrutura do veículo, a
propulsão, a mecânica, a energia, as
comunicações, o sistema de navegação, os
computadores, etc.;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
67
13) Ferramentas e equipamentos: diz respeito
essencialmente as ferramentas manuais e os
equipamentos não automáticos;
14) Saídas máquina: classifica todas as informações
que vão da máquina para o homem;
15) Saídas humanas: classifica todas as informações
que vão do homem para à máquina;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
68
16) Comunicações: se refere a todas as comunicações
homem-homem;
17) Processos psicológicos: visa o comportamento
humano;
18) Aspectos críticos da tarefa: classifica a tarefa nos
seus aspectos críticos para o sucesso da missão, a
segurança do pessoal, para tal sub-sistema, etc.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
69
19) Aspectos críticos do tempo: duas rubricas
somente: a duração da tarefa é crítica ou não;
20) Frequência da performance de uma tarefa: o
número de vezes que uma tarefa é realizada é contada,
segundo rubricas do tipo: por fase, por vôo, por mês, por
semana, por dia,..
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
70
21) Informações referentes a sequência temporal: codifica os
momentos de aparecimento de
todas as tarefas que devem ser realizadas em momentos
definidos;
22) Durações: permite codificar a duração de todas as tarefas;
23) Localização da tarefa: permite definir o local onde deve ser
realizada uma tarefa: posto do piloto, posto do co-piloto, posto
médico, estação lunar,....
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
71
24) Fatores ambientais da tarefa: as principais
rubricas desta categoria diz respeito aos fatores físicos
(aceleração, vibração, temperatura,..); fatores
fisiológicos ( fadiga...); fatores psicológicos (isolamento,
perda de sensação,...) e as condicionantes devidas aos
movimentos restritos;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
72
25) Tipos de formação: trata-se dos principais tipos de
formação exigidos: escolar, ou específica, isolada ou
em equipe, relativo a tal e tal matéria...
26) Meios de formação: todos os dispositivos,
simuladores e máquinas de ensinar são relacionados;
27) Características dos equipamentos necessários à
formação: retroação, programação, avaliação.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
73
A repartição de funções entre o ser humano e
a máquina:
Os métodos de repartição:
A) O problema:
O problema da atribuição ao homem ou à máquina, das
diferentes funções que devem ser assumidas em um
SHM, coloca-se, sobretudo, na fase de concepção de
um sistema de produção.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
74
B) A repartição a partir de catálogo de funções:
O esquema é quase sempre o seguinte: um
modelo das funções do SHM é construído sob a
forma de lista, e para cada função escolhe-se o
homem ou a máquina.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
75
Esta decisão é, relativamente, frágil por dois motivos:
de um lado, porque os modelos catálogos de funções
não estão isentos de defeitos;
por outro lado, porque a decisão inspira-se, de fato,
em listas pré-estabelecidas, que enumeram, com muita
generalidade, os tipos de funções nas as quais o
homem supera a máquina, ou vice-versa.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
76
Na realidade, os catálogos de funções não permitem
uma repartição ótima entre o homem e a máquina. Ao
contrário, deve-se procurar sempre um compromisso
entre o homem e a máquina e não maximizar tal ou tal
performance isolada.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
77
C) Outros métodos de repartição:
CHAPANIS (1965), propôs um método cujas
características principais são as seguintes:
Os SHM dependem da cultura;
A repartição de funções entre o homem e a máquina é
determinada em parte por valores sociais, econômicos
e políticos;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
78
A repartição das funções deve ser continuamente
reestudada, mesmo quando o sistema de produção já
estiver implantado;
Não se deve considerar as funções da máquina como
determinadas definitivamente e de forma precisa;
A engenharia comporta tantas incertezas quanto a
psicologia e aproximações são, relativamente,
constantes.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
79
A sequência do método é a seguinte: Análise do SHM segundo um modelo que valorize as
conexões, determinando as variáveis-critérios que permitem a
otimização;
Análise detalhada das funções;
Atribuir funções ao homem e à máquina, dentre as várias
soluções possíveis, levando-se sempre em conta o conjunto do
sistema;
Avaliar a carga total das funções atribuídas à cada operador
humano.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
80
Modelo de Katz e Kahn:A organização como um sistema aberto;
As organizações como classe de sistemas sociais;
Características de primeira ordem;
Cultura e clima organizacionais;
Dinâmica de sistema;
Conceito de eficácia organizacional;
Organização como um sistemas de papéis.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
81
Sub-sistema técnico: compreende as tarefas a
serem desempenhadas, as exigências das tarefas, as
instalações físicas, o equipamento e instrumentos
utilizados, as utilidades e técnicas operacionais, o
ambiente físico e a maneira como está disposto, bem
como a duração da execução das tarefas.
Modelo sócio - técnico do Tavistock Institut de Londres:
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
82
Sub-sistema social: compreende os indivíduos, suas
características físicas e psicológicas, as relações
sociais entre os indivíduos encarregados da execução
da tarefa, bem como as exigências de sua organização
tanto formal como informal, na situação de trabalho.
Modelo sócio - técnico do Tavistock Institut de Londres:
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
83
São os modelos de análise de SHM mais utilizados na ergonomia européia. Neste modelo o ser humano pode ser estudado sob dois ângulos:
O ser humano como um sistema de transformação de energia:
Atividades motoras de trabalho, que permitem a transformação da energia físico-muscular em energia mecânica de aplicação de forças, de deslocamentos, de movimentos, de manutenção de posturas,...
Modelo antropocêntrico
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
84
O ser humano como um sistema de recepção e tratamento de informação:
Atividades mentais de trabalho, que permitem a detecção, a percepção e o tratamento das informações recebidas do meio ambiente de trabalho.
Em função da evolução tecnológica dos sistemas de produção o ser humano se comporta, cada vez mais, como um sistema de recepção e tratamento de informação e, cada vez menos, como um sistema de transformação de energia.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
85
Olhos
Ouvidos
Outrosórgãos
Reconhecimentode padrões
Tomada dedecisão
Processosadaptativos
Tempo edivisão tempo
Membros
Posturas
Voz
Memória decurto-termo
Memória delongo-termo
10² BIT/SSub-sistema
tratamento informação
107 BIT/SSub-sistema
respostaEn
erg
ias
do
mei
o a
mb
ien
te
Res
po
stas
ver
bai
s o
u m
oto
rasSub-sistema de estocagem
109 BIT/SSub-sistema
sensorial
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
86
SHM é um conjunto de postos de trabalho, articulados uns aos outros.
Posto de trabalho
Entrada
Saída
H
H
HH
H
H M
M
M
M
MM
4.2 - Os sistemas humano(s) - máquina(s)
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
87
ENTRADAS MÁQUINAS SAÍDAS
HOMENS
SITUAÇÃO DE TRABALHOSITUAÇÃO DE TRABALHO
InformaçõesInformaçõesrecebidas derecebidas deoutros postosoutros postos
InformaçõesInformaçõestransmitidas paratransmitidas paraoutros postosoutros postos
AII IA
A
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
88
Respostas
MÁQUINA HOMEM
Evolução dos sistemas humanos - máquinas:
Estágio artesanal: percepção e respostas diretas
Sinais
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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Respostas
MÁQUINA
Estágio semi-automatizado: percepção e respostas
indiretas
Sinais
Dispositivocontrole
HOMEM Dispositivocomando
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
90
Operador YOperador Y
SistemaSistemasinalizaçãosinalização
AutomatismosAutomatismos+
Operador XOperador X Operador ZOperador Z
+SistemaSistema
comandocomandoSIADSIADOutraOutramáquinamáquina
12 3
4A
B
C
D
5
6
EPS/CTC/UFSCEPS/CTC/UFSC
Objeto de trabalhoObjeto de trabalhoI II
Estágio fortemente automatizado
Meio ambienteMeio ambiente
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
91
EPS/CTC/UFSCEPS/CTC/UFSC
Tarefa é a análise das condições de trabalho.
O que deve ser feito e as condições técnicas,
ambientais e organizacionais, dentro das quais o
trabalhador desenvolve suas atividades.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
4.3 - Os sistemas humanos - tarefas
92
Os diferentes tipos de tarefa:Tarefa prescrita;
Tarefa induzida ou redefinida;
tarefa atualizada;
São mais ricos que os sistemas Humano(s)-
Máquina(s);As tarefas compreendem não só as condições
técnicas de trabalho, mas também as condições
ambientais e organizacionais de trabalho.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
93
Delimitação do sistema humano-tarefa:
Definição da missão do sistema;
Definição do perfil do sistema;
Identificação e descrição das funções do sistema e
sub-sistemas;
Estabelecimento de normas;
Atribuição de funções aos homens e às máquinas.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
94
Delimitação do sistema humano-tarefa:
Qualquer que seja o sistema humano-tarefa a ser
estudado, de um simples posto de trabalho à um
sistema de produção complexo, ele funciona segundo
quatro funções básicas, cada uma fornecendo normas
de produção:
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
95
Funções do sistema geral:
Funções do Sistema de Produção Normas de Produção
Funções do sistema de produção
considerado:
Funções dos subsistemas
entradas e saídas:
Funções das conexões e relações
do sistema de produção:
Normas de ação, intervenção corretiva ou de retificação;
Normas de rendimento, de tempo e de qualidade do trabalho;
Normas de arranjo físico do posto de trabalho;
Normas de bom relacionamento hierárquico e funcional.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
96
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
4.4 - Avaliação das exigências definidas pela tarefa
Precisar o tipo de intervenção ergonômica e as
diversas áreas envolvidas;
Identificar os grandes processos (os modos
operativos);
Preparar planos de enquete (questionários, protocolos
verbais, levantamentos posturais, etc.);
Diagnosticar disfunções evidentes.
97
Dados a coletar referentes ao ser humano:
Trabalhador (ou trabalhadores) que intervém no posto
e seu papel no sistema de produção;
Formação e qualificação profissional;
Número de trabalhadores trabalhando
simultaneamente sobre cada posto e regras de divisão
de tarefas (quem faz o que?);
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
98
Número de trabalhadores trabalhando
sucessivamente sobre cada posto e regras de
sucessão (horários, modos de alternância de equipes);
Características da população: idade, sexo, forma de
admissão, remuneração, estabilidade no posto e na
empresa, absenteísmo, turn-over, sindicalização,...
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
99
Dados referentes às condições técnicas:
Estrutura geral da máquina (ou das máquinas);
Dimensões características (croqui, foto, fluxo
de produção);
Órgãos de comando da máquina;
Órgãos de sinalização da máquina;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
100
Estrutura geral da máquina (ou das máquinas);
Dimensões características (croqui, foto, fluxo
de produção);
Órgãos de comando da máquina;
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
101
Órgãos de controle da máquina;
Princípios de funcionamento da máquina
(mecânico, elétrico, hidráulico, pneumático,
eletrônico,...);
Problemas aparentes na máquina;
Aspectos críticos evidentes na máquina.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
102
Dados referentes às condições técnicas
(entradas):
Natureza das matérias-primas;
Natureza dos produtos semi-acabados;
Natureza das energias;
Natureza das adições dos diversos produtos;
Natureza das informações.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
103
Dados referentes às condições técnicas
(saídas):
Características dos produtos tratados,
controlados ou fabricados pelo sistema de
produção, em termos de qualidade e quantidade
(este produto pode ser uma informação).
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
104
Dados referentes aos seguintes sinais:
Informais;
Codificados;
Verbais;
Escritos.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
105
Dados referentes às ações tipos:As ações imprevistas ou não programadas;Os principais gestos de trabalho realizado pelo operador;As principais posturas de trabalho;Os principais deslocamentos;As principais ligações sensório-motoras;As principais categorias de tratamento de informação;As principais decisões a serem tomadas;As principais regulações: do homem, posto e sistema;as principais ações do operador sobre: máquina, entrada e
saída.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
106
Dados referentes às condições ambientais:
O espaço e os postos de trabalho;
O ambiente térmico;
O ambiente acústico;
O ambiente luminoso;
O ambiente vibratório;
O ambiente toxicológico.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
107
Dados referentes às condições organizacionais:
Repartição de funções entre os diferentes postos;
O arranjo físico das máquinas e sistemas de produção;
A estrutura das comunicações;
Os métodos e procedimentos de trabalho;
As modalidades de execução do trabalho (horários, equipes,
normas de produção, modo de remuneração, etc.);
As modalidades de planificação e de tomada de decisão.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
108
Dados referentes às condições técnicas
(fontes de informação):
Levantamento dos diferentes sinais úteis ao operador;
Diferentes tipos de canais (visuais, auditivos, etc..);
Variedade de suportes (cor, grafismo, letras,...);
Frequência e repartição dos sinais;
Intensidade dos sinais luminosos e sonoros;.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
109
Dimensões dos sinais visuais (relação distância-formato);Discriminação dos sinais de um mesmo tipo (ex: sonoro);Riscos do efeito de máscara ou de interferência de sinais;Dispersão espacial das fontes;Exigência de sinais de advertência;Importância das diferenças de intensidade a serem percebidas.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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Dados a coletar referentes às condições técnicas (comandos):Número e variedade de comandos;Posição, distância relativa dos sinais e dos comandos;Grau de precisão da ação do operador sobre os comandos;Intervalo entre o aparecimento do sinal e dos comandos;Rapidez e freqüência das ações realizadas pelo operador;
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111
Grau de compatibilidade nos movimentos de
diferentes comandos, manobrados seqüencial ou
simultaneamente;
Grau de realismo dos comandos;
Disposição relativa dos comandos;
Grau de correspondência entre a forma dos
comandos e suas funções;
Grau de coerência no sentido dos movimentos.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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Descrição dinâmica do sistema humano-tarefa:
Descrição lógico-temporal das operações do sistema.
4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
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4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA4. ANÁLISE ERGONÔMICA DA TAREFA
As principais técnicas de análise da tarefa são:
Análise documental;
Observação: sistemática e assistemática;
Entrevistas: abertas ou semi-estruturadas;
Enquetes: questionários e lista de verificação;
Medições: ambientais, humanas e máquinas.
4.5 - Técnicas de análise ergonômica da tarefa